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Farpas e reflexões

Notas de um diário nada


socrático – parte I

Dartagnan da Silva Zanela


2020
Sou escrevinhador desde o século passado,
mais especificamente desde 1997, quando
publiquei um escrito meu pela primeira vez
num jornal.

Foi divertido ver aquele trem fuçado com


minha assinatura estampado nas paginas dum
jornal. Tão divertido que, desde então, não
parei mais.

Bem, no correr desses anos acabei por


acumular uma grande quantidade de artigos,
ensaios, crônicas, poemas, contos, aforismos e
anotações que, francamente, não sei se tem lá
alguma serventia, porém, é um registro da
forma como um reles bebedor de café, que
mora no interior do Brasil vê a vida e encara o
mundo.

[2]
Se essas breves reflexões te incomodarem e te
convidarem a matutar um pouco, me darei por
satisfeito. Se você rir com elas, também. Espero
apenas que você, após ler essas minguadas
linhas, não sai indiferente.

É isso. Boa leitura e profícuas reflexões.

11 de maio de 2020.

[3]
03 de julho de 2016.

(1)
Tudo o que existe em sociedade pode ser, ao
mesmo tempo, uma solução e um problema. Tudo.
Pensar a vida ignorando essa tensão fundamental -
que nos faz ser quem somos - é similar a querer
tratar de uma enfermidade ignorando a pessoa que
está doente e as pessoas que irão trata-la.

(2)
Lembre-se: a Verdade não é algo para ser dito, ou
para ser defendido perante uma multidão que a
despreza. A Verdade, antes de qualquer coisa, deve
ser conhecida e acolhida por cada um de nós,
pouco importando o que as multidões, e seus
amiguinhos, pensem ou digam a respeito.

(3)
Reflexões caninas: os malfeitos na vida pública são
similares às evacuações da cachorrada num canil.
Você lava; limpa e desinfeta, mas, mesmo assim, de
maneira indelével o mau cheio fica. Sejam figuras
[4]
públicas ou feições caninas, todos sabem o que eles,
quadrúpedes e bípedes, fazem em seus respectivos
quadrados, por mais que se tente disfarçar os
estragos feitos. Trocando por miúdos: os
excrementos somem, mas o cheirinho da merda
toda fica impregnado no ar.

(4)
Quando não mais se contempla a dimensão
simbólica da realidade, quando se ignora essa face
do real, toda e qualquer tentativa de entendimento a
respeito da vida e da existência torna-se uma
mutilação do próprio ato de compreender.

(5)
Há forças que nos aproximam de nosso centro
existencial da mesma forma que há outras que nos
arrastam para longe de nós mesmos. Todos sabem
disso. O que muitas vezes nós ignoramos é que essa
tensão é inerente à condição humana, tornando a
nossa alma um verdadeiro campo de batalha.
Imaginar que apenas os outros vivem essa
dilacerante angústia existencial é o suprassumo da
alienação.

[5]
(6)
Somos todos pecadores. Todos nós. Porém,
enquanto alguns, dentro de suas limitações, se
penitenciam por isso, outros não estão nem aí pra
esse borogodó; outros mais se orgulham de suas
imundices e, há ainda aqueles que exigem que
todos achem essa autodestruição uma coisa linda e
fofa, como se essa fosse um projeto de vida e de
libertação que deveria ser imitado por todos.

(7)
Pecadores somos todos nós. Logo, rezemos, por
nós e uns pelos outros, para que Deus tenha
misericórdia de cada um de nós que, vacilantes,
peregrinamos por esse vale de lágrimas.

Confiemos mais no poder da misericórdia divina e


não tanto no poder acusador de nosso vil
palavrório.

[6]
04 de julho de 2016.

(8)
Num momento de crise, a honradez não
mensurasse pela capacidade aguerrida de se
manifestar na defensa dos "nossos direitos", mas
sim, em avaliarmos de maneira prudente a
situação e sermos humildes e realistas o
bastante pra reconhecermos que, muitas vezes,
a pequenez de nossas queixas não são nada em
comparação com o drama sofrido por muitos.

Resumindo o entrevero: não compreender isso


é um claro sinal de infantilidade tardia
fantasiada de cidadanite.

(9)
Quando a situação aperta, todos nos vemos
obrigados a apartar o cinto e a reorganizar a
nossa vida. As pessoas maduras compreendem
isso e procuram agir de modo ponderado
frente à situação, procurando, dentro de suas

[7]
limitações, resolver os problemas que vão
sendo apresentados.

De mais a mais, é natural que muitos esperem


que nossos governantes - as autoridades
investidas de poder por nossos tolos e
impensados votos - se portem de modo
magnânimo; mas, infelizmente, como todos nós
sabemos, nossa classe política é tal qual nossa
fauna: não há gigantes; não há quem se
destaque em meio a esse lamaçal estamental
partrimonialista.

(10)
Mais do que nunca, não podemos nos dar ao
luxo de agir de modo leviano, pois, se o
comando da frota é vil, cabe aos marujos de
cada nau ser e agir feito leões do mar para que
as embarcações de nossas vidas não venham a
pique em meio a essa infausta tormenta em que
nos encontramos devido ao mau rumo tomado

[8]
pelos timoneiros ignóbeis que estão à frente
dessa nação que está literalmente à deriva.

(11)
Há uma diferença abissal entre o que seja a tal
da cidadania e o que seria uma mera birra
infantil.

(12)
O que uns garbosamente chamam de direito,
outros chamariam de privilégio, dum vil
privilégio.

(13)
Há momentos que devemos ser agressivos e
partir para o combate; para o bom combate.
Há outros em que devemos nos colocar na
defensiva para proteger aqueles que estimamos.
Porém, existem inúmeras circunstâncias em
que, simplesmente, nada devemos fazer; nada,
para podermos avaliar a situação com
prudência e clareza e não acabarmos dando um
[9]
tiro em nosso próprio pé, lutando um combate
contra nós mesmos que pode acabar, em
muitos casos, mutilando aquilo que mais
amamos. Em horas assim, de desesperança,
urge que tenhamos paciência e que sejamos
prudentes.

(14)
Uma causa, para ser justa, deve
necessariamente ser maior e mais digna que a
dor de nossos bolsos e, de modo algum, ela
deve fundar-se na mera insatisfação de nossos
desejos.

[ 10 ]
06 de julho de 2016.

(15)
O limite da compreensão de um indivíduo é o
seu interesse. Se ele deseja realmente conhecer,
as fronteiras do seu entendimento se dilatarão
formidavelmente. Todavia, se o que ele almeja
for apenas cumprir uma formalidade para obter
um título que apenas atesta que ele cumpriu
com certos ritos curriculares, a compreensão
dele será literalmente agrilhoada nos ferros do
desinteresse e, seu entendimento, atirado no
calabouço da mediocridade.

(16)
Tudo aquilo que é honrado publicamente, tudo
aquilo que é louvado pela massa de cidadãos e
pelas autoridades constituídas, de maneira
discreta ou escancarada, torna-se a força que
impulsiona os indivíduos à ação. Dependendo
do que for reverenciado, tem-se o estímulo do

[ 11 ]
cultivo das mais elevadas virtudes ou dos mais
ignóbeis vícios.

Ora, não é preciso nem dizer o que é incitado


num triste país que faz da bunda, do
oportunismo, da boemia vagabunda e da
idolatria das chuteiras, símbolos do orgulho
nacional, não é mesmo?

(17)
Deve nos causar muita satisfação, mas muita
mesmo, quando um biltre manifesta uma
irremediável repugnância por nossa pessoa;
devemos nos regozijar em saber que aquilo que
somos seja tão estranho e repugnante para ele,
pois, como dizem os populares: somos
profundamente elogiados quando certas
pessoas nos insultam.

(18)
As pessoas de bem, necessariamente, devem
sentir uma natural repugnância frente à
[ 12 ]
possibilidade de se misturar com a canalhada.
Se não sentimos essa ojeriza, devemos,
urgentemente, reavaliar os juízos que temos a
respeito de nosso caráter.

(19)
Os jogos de linguagens, que são utilizados pelas
alminhas que se ufanam de ser muitíssimo
críticas, frequentemente não correspondem à
realidade da vida. Pior! Em muitíssimos casos
são vilmente usados para distorcer a percepção
da realidade o que, por sua deixa, é uma tolice
muitíssimo perigosa.

(20)
As pessoinhas que se consideram muito críticas
e instruídas frequentemente confundem a
sensação de saber alguma coisa com o ato de
conhecer algo de fato.

(21)

[ 13 ]
Há uma carrada de gente por aí advogando em
favor de toda essa penca de valores
politicamente corretos que são apresentados
pelas potestades estatais como se fosse uma
espécie de “novo decálogo” que, segundo
dizem, irá tornar o mundo um lugar tão legal,
tão fofo, que os cidadãos não mais precisarão
se preocupar em serem pessoas boas.

Ora bolas! Será que essas pias alminhas, com


toda essa micagem, não percebem o quanto
que essa sua pregação afetada dessa tábua de
valores artificiosos é capaz de destruir a
capacidade de percepção da realidade? Será
que não elas veem o quanto esse palavrório
mutila o senso de razoabilidade dos indivíduos?
É bem provável que não. É bem provável que
nunca tenham pararam pra cogitar essa
possibilidade, haja vista que elas se acham a
própria cara da lindeza por estarem fazendo
esse angu todo.

[ 14 ]
08 de julho de 2016.

(22)
Uma das notas características das leis é a
coerção externa e, da moral, a coerção interna.
Na primeira, o outro me acusa; na segunda, a
minha consciência me acusa.

Quanto mais a segunda se vê enraizada no


coração dos indivíduos, mais estáveis são as
relações humanas. Agora, quando a primeira
vai tomando o lugar da moral, mais instáveis se
tornam as relações sociais.

O que vivifica a prudência e as demais virtudes


são corações animados pelos valores perenes
que ordenam e coíbem as paixões individuais
em favor de algo digno, prestativo e bom.

Quando esse elemento passa a ser desdenhado


em favor de leis redigidas com o tinteiro das
paixões ideológicas, as portas da alma são
[ 15 ]
escancaradamente abertas para o cultivo dos
mais torpes vícios.

(23)
O desejo é parte da vida, mas não é a mais
importante. Há desejos que importam, porém,
o desejar, em si, não pode ter tanta importância
assim em nossa alma. Quando os nossos
quereres - os nossos pequenos e tacanhos
quereres - passam a marcar o prumo de nosso
horizonte é porque perdemos totalmente o
rumo de nossa existência.

(24)
Desejos são possibilidades de realização dum
querer humano. Há possibilidades que são
desejáveis e, outras tantas, que são desprezíveis.
Para diferenciar uma da outra é necessário que
nossa vontade seja sólida como uma rocha.
Caso contrário, não será ela que dirá o que é
ou não é abominável, mas sim, os desejos mais
vis que passaram a determinar o que
[ 16 ]
deveremos ser devido a nossa total fraqueza de
caráter.

(25)
Todo aquele que coloca os seus desejos no
cume da hierarquia de prioridades de sua vida
é, inevitavelmente, candidato a ser uma alma
fútil e frustrada. Fútil, porque os desejos
sempre amesquinham a visão dos deveres.
Frustrada, porque quanto mais desejamos,
maiores são as possibilidades de nos
decepcionarmos; e se realizarmos tudo o que
queremos, facilmente, nos entediamos com a
futilidade de nossos desejos.

(26)
Todo idiota diz, com falsa modéstia, que errar
é humano. E o diz para mais facilmente aliviar
a sua maliciosa consciência. As almas
aquilatadas, por sua deixa, erram, como todos
os seres humanos, porém, corrigem com
modéstia a sua claudicação sem procurar uma
[ 17 ]
justificativa “moral” para amenizar a sua culpa e
aliviar a sua consciência.

(27)
A ignorância é a raiz de todos os males. Ela
encontra no egoísmo a sua desculpa ordinária e
no coletivismo a justificação ideológica. E tudo
isso é feito para mais facilmente nos
desfazermos das nossas responsabilidades.

(28)
A educação, os bons modos e as salutares
inclinações dum infante, têm suas raízes nas
virtudes de seus genitores e dos adultos
próximos ao pequeno; da mesma forma que a
deseducação, os modos vis e as inclinações
degeneradas duma criança, têm suas raízes
firmadas nos vícios de seus pais, familiares e
demais adultos que convivem com o guri.

[ 18 ]
10 de julho de 2016.

(29)
Nossos filhos, com seus hábitos, revelam o que
há de melhor em nós. E o que há de pior
também.

(30)
Querer dar um jeito no mundo estando com a
alma toda desordenada é a receita perfeita para
uma tragédia totalitária.

(31)
O trem mais gozado nessas discussões políticas
de caráter miúdo – que de tempos em tempos
tomam conta das cidades brazucas - é que não
são poucas as alminhas que apresentam,
orgulhosas, as mais mirabolantes soluções para
os problemas que afetam a todos, porém, os
abençoados não têm nenhum plano,
nenhunzinho, para organizar a porca vida delas.
Na verdade, é pra lá de bisonho ver um monte
[ 19 ]
de vidas tortas querendo colocar a vida de
todos no prumo.

(32)
No Brasil, a cultura é entendida como sendo
qualquer bobagem que seja utilizada para
ocupar o tempo ocioso de um amontoado de
vidas vazias.

(33)
As paixões político-partidárias, ideologizadas ou
não, são típicas dos canalhas. Elas fazem da
mesquinharia e das miudezas da alma a sua
mais elevada grandeza. Não é à toa que tal
seara atrai, preferivelmente, carcaças
desprovidas de valor, ciosas por se dar bem e
sedentas por um quinhão de poder para, desse
modo, parecer ter alguma distinção, mesmo
não tendo nada que o valha em seu coração.

(34)

[ 20 ]
De tempos em tempos velhas e novas sandices
são confirmadas ou renovadas tolamente por
almas distraídas e pelos olhares perplexos. Isso,
no Brasil, chama-se sufrágio universal.

(35)
Uma sociedade que avilta o mérito e achincalha
o senso de responsabilidade é uma sociedade
condenada ao fracasso em tudo. Talvez seja por
isso que no Brasil o fracasso tenha subido à
cabeça de tanta gente.

(36)
Toda vez que uma pessoa usa a palavra
"democrática" para adjetivar tudo o que ela faz,
ou deixa de fazer, pode ter certeza de que tudo
aquilo que o tipinho inventa, ou deixa de bolar,
é substantivamente o contrário do que seria
uma democracia.

[ 21 ]
11 de julho de 2016.

(37)
Todos nós somos fruto do vinhedo da vida.
Com o tempo, inevitavelmente, nos tornamos
fortes como um bom vinho ou azedos como
um vinagre.

(38)
Deixe o mundo ser o mundo. Não dê a ele,
com todas as suas intrigas de bastidores, uma
importância maior do que lhe é devida. Ele não
merece tanto. Ele não merece o melhor de nós.

(39)
Quando se fala de alianças, conchavos e intrigas
políticas - sejam elas provinciais ou palacianas -
baixeza pouca é bobagem. Há sempre mais
sujeira debaixo do tapete, muito mais, do que
qualquer pessoa minimamente decente possa
imaginar. E se o cidadão comum, probo ou
não, for capaz de vislumbrar toda a imundice
[ 22 ]
que há nesses antros ele possivelmente
vomitará aos borbotões. Ah! Como vai!

(40)
As manifestações iradas da parte de alguns, em
relação ao projeto da ONG “Escola sem
Partido”, apenas atesta o indelével viés
totalitário dessa gente. Ora, o que há de
autoritário em lembrar que sala de aula não é
espaço para doutrinação ideológica? O que há
de antidemocrático em lembrar que os valores
partilhados pelas famílias, e ensinados por essas
aos infantes, devem ser respeitados pelos
poderes constituídos? Por que tanta indignação
frente a uma ONG que apenas está lembrando
a todos o óbvio ululante: que o Estado não tem
o direito petulante de impor os valores e
doutrinas de grupelhos ideológicos sem o claro
consentimento dos responsáveis pelas crianças?
Enfim, essa gente toda que diz, com a boca
cheia, ser defensora do que eles mesmos
chamam de “Escola democrática”, apenas estão
[ 23 ]
confessando que o que eles entendem por
educação é uma furibunda manipulação
totalitária.

Por mil raios e trovões! Será que esses caiporas


não são capazes de ensinar algo sem meter as
suas convicções ideológicas pro meio? Se são
assim é porque, literalmente, nunca desejaram
e nem desejam realmente educar alguém, mas
sim, apenas e exclusivamente, arregimentar
militantes e simpatizantes para as fileiras de sua
corrente ideológica. Ponto.

(41)
Todo aquele que transforma o espaço de uma
sala de aula numa arena para doutrinação
política ideológica é, por definição, um vil
covarde. E não são poucos os covardes que
estão, aos gritos, se levantando contra qualquer
um que ouse elevar a voz contra essa violação
da integridade intelectual da infância.

[ 24 ]
(42)
Sabe por que a gurizada gosta tanto das
aventuras do Naruto e similares? Porque as
personagens, de um modo geral, não ficam se
fazendo de coitadinhas não. Todas as
personagens da referida história, cada uma ao
seu modo, enfrentam as circunstâncias que lhes
são apresentadas pelo destino com dignidade e
sem nenhum chororô politicamente correto.

(43)
As Histórias em quadrinhos da DC, da Marvel,
os mangás japoneses e bem como os desenhos
animados baseados nelas, fizeram e fazem
muito mais pela educação de nossos infantes
do que toda patacoada inspirada em Paulo
Freire e tranqueiras similares.

[ 25 ]
13 de julho de 2016.

(44)
Não provoque as pessoas de bom coração. Não
seja tolo de irar aqueles que têm um coração
fortemente inclinado à mansidão porque essas,
mais do que todas as outras, têm adormecidas
em seu íntimo um punhado de bestas ferozes
que, sinceramente, é melhor que fiquem
adormecidas. Por isso, repito: não as provoque.
Não mesmo. Não queira ver a transfiguração
dessas almas adocicadas em terríveis cálices de
amargo fel.

(45)
Não fique indagando sobre tudo o que está
ocorrendo e muito menos sobre o que todos
estão fazendo aqui e acolá. Isso, além de ser
um trambolho inconveniente, também é um
veneno para nossa inteligência porque quem
quer saber de tudo, a respeito de tudo e de
todos, acaba conhecendo nada, sobre nada, em
[ 26 ]
tempo algum. Queiramos ou não, tal
disposição indiscreta tem um poder avassalador
para desordenar a nossa alma. É por isso que,
entre outras coisas, a Santa Madre Igreja
condena veementemente o mexerico e a vã
curiosidade. Por essas e outras que, como
dizem os populares, a indiscrição matou o gato.
Se não o matou, com toda certeza, o deixou
idiota. Bem idiota.

(46)
Nos sofrimentos humanos, o mais agonizante, é
saber que boa parte dos males que nos afligem
são frutos de nossas escolhas e, um bom tanto
de nossos gemidos, apenas um tolo exagero de
nossa imaginação. E escolhemos mal por
querermos parecer ser o mais espertos dos
espertos.

(47)
A misericórdia é uma dádiva divina semeada
enquanto possibilidade humana em nosso
[ 27 ]
coração; porém, quando empregada com
malícia para dissimular uma altivez inexistente,
ao invés dela reparar o mal impingido, ela
apenas aprofunda mais e mais o cinismo
daqueles que fazem da transgressão e da
barbárie um projeto de vida.

(48)
Somente almas tediosas procuram a tal da
felicidade nas miudezas do mundo; somente
elas fazem dessa vã procura a mais elevada
meta a ser perseguida numa vida. Para elas, na
verdade, essa seria a única coisa digna de sua
destemperada atenção e talvez, por isso, elas
sejam como são: vazias.

(49)
A leniência da justiça e a simpatia dos
formadores de opinião para com os criminosos,
sejam eles miúdos ou graúdos, tem uma força
corruptora tão grande quando o próprio crime,
seja ele vultoso ou minúsculo.
[ 28 ]
(50)
Lembremos sempre do óbvio ululante.
Lembremos sempre que a canalhada jura de
pés juntos que eles são bons-moços, de que
todo meliante afirma, veementemente, sem
fazer figas, que ele é uma alma inocente e
injustiçada. Isso é tão óbvio, tão óbvio, que às
vezes esquecemos, da mesma forma que não
lembramos que todo justo, antes de qualquer
coisa, considera-se um mísero pecador e que
todo cidadão íntegro reconhece-se como sendo
um ingrato devedor de seus pares.

[ 29 ]
15 de julho de 2016.

(51)
O Brasil não vai pra frente; ele vai pra diante
do mesmo jeitão de sempre, só que num trote
um pouco pior do que dantes.

(52)
Qualquer idiota diz o que pensa, porque na
maioria das vezes, o que ele tem a dizer, no
fundo, não quer dizer nada. Para fazer isso não
se necessita de coragem. Nem um pouco.
Coragem mesmo se deve ter pra chamar a
atenção dos pares para aquilo que é óbvio, tão
óbvio que tolamente muitos desviam seus
olhares para não ultrajar os seus delírios
pensantes porque, tais desatinos, são
profundamente amados pelo envaidecido ego
dos estultos pensantes que os cultivam.

(53)

[ 30 ]
Muitas pessoas imaginam - de modo confuso -
que viver uma vida medíocre seria o
suprassumo da felicidade e, outras tantas,
imaginam, de maneira desordenada, que
repetir tudo aquilo que os inteligentinhos
presunçosos dizem seria sinônimo duma tal de
criticidade.

(54)
Procurar, amorosa e abnegadamente, conhecer
a verdade, não torna a vida mais fácil; mas, com
certeza, torna-a mais digna de ser vivida por nos
permitir distinguir com maior clareza o que é
digno de ser vivido para, quem sabe, não
cairmos nas artimanhas da futilidade que insiste
tanto em invadir e domar a nossa alma.

(55)
Todo sujeito que se sente inquieto com o
mundo e tranquilo consigo mesmo é um
monstro moral que imagina que sua

[ 31 ]
deformidade espiritual deveria servir de
modelo para consertar o mundo.

(56)
Paulo Freire, com suas ideias sobre educação,
conseguiu arruinar com praticamente toda a
educação brasileira. E continuam arruinando,
haja vista que seus fieis leitores, seguidores e
idólatras de plantão aprenderam a ler e a
educar - infantes e adultos - com as ideias do
dito cujo. Em muitos casos – nos piores casos -
aprenderam isso com os subprodutos das ideias
do simpático barbudinho.

(57)
A grande questão da educação brasileira é que
os seus insolúveis problemas se acumulam
embaixo duma montoeira de outras encrencas
imaginárias. E se isso já não fosse o suficiente,
todos falam doutras tretas – algumas reais,
outras imaginárias - que tem a sua importância
exagerada e que, ainda por cima, são pensadas
[ 32 ]
e parladas a partir de soluções sem fundamento
algum.

[ 33 ]
18 de julho de 2016.

(58)
Ativistas profissionais politicamente
corretíssimos, defensores de minorias
supostamente oprimidas, que se intitulam
progressistas e, por isso mesmo, julgam-se ser
pessoas muitíssimo boazinhas, com seu
sentimentalismo barato e caricato são,
indubitavelmente, os pais de toda a brutalidade
que se vê estampada na primeira página de
todos os grandes jornais.

(59)
A história tem muitas serventias. Dentre elas, a
mais usual, é aquela em que suas turvas linhas
são empregadas de maneira canalha para
“fundamentar” mentiras ideologicamente
concebidas. Bem, como a maioria das pessoas
tem apenas uma miserável e esquemática
“compreensão” histórica da realidade, as
ideologizadas mentiras mais estapafúrdias
[ 34 ]
acabam colando nas mentes incautas, feito
chiclete velho nos fundilhos duma calça. Enfim,
por essas e outras que quem dita o tom da
memória coletiva, oficiosa, acaba forjando o
sentido que bem entender a partir da versão
histórica que eleger para justificar as sandices
ditadas pelos seus grilhões ideológicos.

(60)
Essa gente boazinha e afetada que fica com esse
trelelê fiado de discurso de ódio pra lá e pra cá,
francamente, como diziam os antigos, não reza.
E não adianta explicar e puxar prosa com essa
trupe não porque, tal qual bêbedo sarna, essa
gente alucinada só vê, e apenas ouve, o que se
encaixa direitinho em seu desvairado
mundinho de apartamento. Pra despertar esses
tipos, seria necessária uma sacolejada bem no
capricho, um choque de realidade nada
afetuoso nos cornos e aí, quem sabe, os
carcarás politicamente corretíssimos acabariam
colocando as suas ideias no devido lugar e,
[ 35 ]
desse modo, quem sabe, recuperariam o juízo a
tanto perdido.

(61)
Para, em termos históricos, compreender um
único dia são necessários muitos anos de
estudo. E o pior de tudo é que a maioria das
pessoas ignora esse axioma elementar duma
reflexão histórica, principalmente aqueles que
dizem que são críticos entendedores do
babado.

(62)
O mais engraçado nessas discussões ditas
críticas - realizadas por pessoas supostamente
esclarecidas e estultamente diplomadas - é que
elas são capazes de “explicar” tudo, tudinho,
com meia dúzia de palavras ocas e, ao mesmo
tempo, se enrolar pra caramba para tentar
explicar os seus próprios erros.

(63)
[ 36 ]
A liberdade não é um problema. Problema, de
fato, é o que fazemos com ela. Outra coisa: os
poucos, ou muitos, recursos que temos a nossa
disposição para efetivar nossa liberdade
também não são a causa primeira dos
problemas. Não mesmo. O problema, o grande
problema nesse quesito, é como nós utilizamos
os meios que temos para nos realizar enquanto
pessoa; para qual a finalidade empregamos
esses meios, que sentido cultivamos em nosso
coração com a liberdade temos é a questão que
temos de encarar.

(64)
A vida cristã, necessariamente, é uma vida de
oração; uma oração na forma dum viver para a
eternidade. Um orar constante vivido através de
gestos, palavras e ações, permeados por um
discreto, contemplativo e pio silêncio.

[ 37 ]
20 de julho de 2016.

(65)
Não nos cabe julgar os rumos da história. Não
porque seja algo soberbo. Não é isso não. Tal
julgamento seria simplesmente irrelevante.

Desse grande latifúndio, o que nos cabe, dentro


de nossa capacidade, e dos limites de nossa
sinceridade, é avaliar alguns momentos da
história ao mesmo tempo em que nos
avaliamos enquanto pessoa, na condição de
sujeitos, ativos ou passivos, de nosso devir nesse
vale de lágrimas.

(66)
O mundo, a cada dia que passa, torna-se mais e
mais um pesadelo. Um pesadelo parido de
acordo com a medida de nossas utopias.

(67)

[ 38 ]
O tempo não é tudo na vida; entretanto, viver é
uma questão de tempo. De mais a mais, saber
usar o tempo, também, não é tudo; mas, saber
usá-lo faz toda a diferença em nossa porca vida.

(68)
Pouco importa se somos revoltadinhos ou
conformadinhos com isso ou aquilo. Esse tipo
de conversa é coisa de bocó de mola. O que
realmente interessa é que queiramos,
sinceramente, conhecer a Verdade; que
queiramos procurá-La e, desse modo,
possamos aprender o que fazer com a nossa
porca vida a partir da luz que emana Dela e não
mais nortear nossos passos pelas ignóbeis
sombras que vicejam os dias atuais.

(69)
Só pra constar: Igreja não é lugar pra bater
palmas, fazer gracejos e coisas do gênero.
Palmas e gracejos, em seu devido lugar, têm o

[ 39 ]
seu valor, porém, definitivamente, o seu lugar
não é na Santa Missa.

(70)
Jesus, nosso Senhor, é o Pedagogo dos
pedagogos. Com Ele aprendemos tudo o que é
indispensável, inclusive Dele podemos
aprender a melhor ensinar.

(71)
Enquanto Paulo Freire continuar sendo em
nosso triste país uma referência venerada no
quesito educação, iremos continuar à deriva;
sem uma digna referência, que nos permita não
mais confundir o ato de educar com qualquer
ato rasteiro e furibundo de doutrinação,
continuaremos a ver navios.

[ 40 ]
22 de julho de 2016.

(72)
Certas pendengas burocráticas existem
simplesmente para diminuir-nos em nossa
mísera humanidade, pra nos ocupar
enfadonhamente com baboseiras para, desse
modo, acabarmos não tendo mais tempo para
aquelas bugigangas bem nossas, para aquelas
coisas que realmente importam em nossa vida.

(73)
Aprender qualquer coisa é uma questão de
disciplina; de autodisciplina. Sem ela, todo e
qualquer acesso à informação, principalmente
em farta quantia, torna-se apenas uma futilidade
entre outras tantas que ocupa as almas que
perambulam pelas vielas da vida moderna.
Idolatrar essa fartura informacional e desprezar
a necessária capacidade de ordenação é a
própria idiotia travestida com a fantasia de
superioridade tecnológica.
[ 41 ]
(74)
Não sabermos de certas coisas é muitas vezes o
caminho para uma desilusão. Sabermos
somente determinadas coisas é, sem pôr nem
tirar, o fundamento sólido para uma
imensurável alienação. A galerinha dita crítica
que o diga.

(75)
Todo aquele que idolatra as tecnologias de
comunicação e diz, de boca cheia, que elas são
importantíssimas para a (de)formação
estudantil, deveriam, antes de qualquer coisa,
perguntar-se por que Steve Jobs, Bill Gates e
tutti quanti não entregavam essas tecnologias
(tablets e companhia) livremente nas mãos de
seus filhos. Por quê?

Outra: por que as escolas de elite dos EUA,


Inglaterra e etc., fundamentam a educação de
seus infantes em procedimentos pedagógicos
[ 42 ]
tradicionais e não nas baboseiras modernosas
que tanto encantam as almas deformadas e
desarmadas?

Enfim, por que os países que obtém os


melhores resultados educacionais são
justamente aqueles que não idolatram
brinquedos tecnológicos e, inclusive, baseiam a
educação dos seus mancebos em velhos e
consagrados procedimentos pedagógicos? Por
que meu caro Watson?

Talvez, talvez, porque eles avaliem todas as


questões dessa seara seguindo o preceito que
nos é dado pelo Divino Ensinador, que nos diz
que devemos conhecer e julgar a cepa de uma
árvore pelos seus frutos e não pela fascinação
impactante de sua frondosa aparência que nos
seduz de modo similar ao canto de uma sereia.

(76)

[ 43 ]
Você já ouviu falar de uma carniça chamada
psicose informática? Já ouviu falar dum trem
fuçado chamado dissonância cognitiva? Então
deveria conhecer melhor essas tranqueiras e
pensar mais no assunto com muitíssima
seriedade antes de ficar idolatrando e
apregoando aos quatro ventos os supostos
benefícios que a informática pode trazer para a
educação de nossos mancebos.

(77)
Não são poucos os caiporas, que vem para o
nosso lado, com aquele trelelê de que as tenras
gerações não deveriam aprender isso ou aquilo
porque elas jamais irão utilizar aquilo ou isso
em suas vidas; e, dizem os caiporas, se por
ventura algum dia elas tiverem que utilizar essas
coisas, poderão encontrar a devida resposta
para suas dúvidas no grande oráculo dos dias
atuais: a internet.

Que lindo. Que fofo. Que bobagem.


[ 44 ]
Esse tipo de conversa, sem nada pôr, sem nada
tirar, é uma das maiores patacoadas
pedagogescas de todos os tempos; uma
patacoada diabolicamente cínica, diga-se de
passagem.

Explico-me. Ao menos tentarei.

O que somos não é, de modo algum, somente


o que utilizamos em nosso dia a dia, não
mesmo. Na verdade, somos muitíssimo mais
que isso. Tudo aquilo que sabemos e que, em
regra, não tem serventia alguma no nosso
cotidiano, nos torna quem somos e, inclusive,
faz daquilo que realizamos diuturnamente algo
único, especial e pessoal.

Ora, como é que Sherlock Holmes resolve suas


investigações? Através dum amontoado de
conhecimentos miseravelmente práticos,
aprendidos numa consulta rápida a um site, ou
[ 45 ]
por meio de uma imensa quantidade de
conhecimentos inúteis devidamente integrados
em sua alma que dão forma a sua fascinante
personalidade?

Pois é. Somente um indivíduo tapado,


desprovido de personalidade, é tão tonto ao
ponto de ser incapaz, totalmente incapaz, de
compreender isso.

Ponto. E tenho dito.

(78)
Para que as pessoas na sociedade atual possam
estar desfrutando dos inúmeros benefícios que
hoje temos, foram necessários os esforços e os
conhecimentos acumulados de inúmeras
gerações. Foram necessários milênios de
esforços para chegarmos ao estágio em que nos
encontramos.

[ 46 ]
Estancar o acesso a esses saberes e desdenha-
los, francamente, é uma baita sacanagem para
com as tenras gerações. Uma baita sacanagem,
principalmente, para com as futuras gerações.

Pior! Isso é feito só porque uma meia-dúzia de


estultos sem talento consideram isso ou aquilo
algo inútil.

Outra coisa: fazer isso é repetir o mísero trelelê


utilitarista das pessoas que apenas se importam
com os frutos do silencioso labor alheiro,
ignorando o quão árduo e complexo é para
criá-los e cultivá-los.

Tal situação prefigura a própria realização das


"profecias" pregadas através do filme
"Idiocracia". Quem não assistiu, assista.

Verdade seja dita: esse tipo vil de gente sempre


existiu e sempre existirá, porém, absurdamente,
somente hoje esses indivíduos acreditam que
[ 47 ]
devam ditar os rumos da educação e,
consequentemente, o futuro da sociedade.

Enfim, como diria o meu irmão: é o fim da


rosca.

[ 48 ]
25 de julho de 2016.

(79)
Uma sociedade onde todos os indivíduos
teriam seus desejos satisfeitos é uma tentação
infernal, haja vista que os desejos humanos,
quando não são contidos pela disciplina das
virtudes, são um verdadeiro saco sem fundo
que podem nos levar a autodestruição.

Aliás, não é por menos que as pessoinhas que


vivem batendo no peito, dizendo que o desejo
é fonte inexaurível de direitos, sejam tão
destemperadas de caráter e, invariavelmente,
portadoras de uma personalidade frágil pra
caramba.

(80)
Quando alguém diz que a escola pra ser boa
tem que ser "crítica", das duas, uma: ou o
caiçara é, definitivamente, um doutrinador sem

[ 49 ]
escrúpulos, um canalha militante, ou, no
mínimo, um reles idiota útil.

(81)
Quando um cretino diz que a educação deve
ser supostamente crítica, o que ele está
dizendo, mesmo, é que no lugar de uma
verdadeira educação, o que deveria existir, no
seu entender, é o que há: uma rasteira
doutrinação marxista amancebada com um
punhado de tranqueiras similares. Só isso.
Nada mais.

E tem outra: mesmo que o biltre ache essa


doutrinação a coisa mais linda desse mundo,
ela continuará sendo o que é: um subproduto
vil de um amontoado de almas desordenadas.

(82)
Em ano eleitoral, tudo é em nome do povo,
sem necessariamente levá-lo em consideração.

[ 50 ]
Em tempos como esse tudo é feito pelo e para
o povo, apesar da existência dele.

(83)
Gosto de gente simples, não por serem simples,
mas sim, por serem sinceras e verdadeiras no
que dizem e íntegras naquilo que são. Gosto de
pessoas que vivem simplesmente como
pessoas, por viverem a vida sem todos aqueles
salamaleques politicamente corretos; gente que
dispensa todas aquelas afetações de
superioridade fingida que a galerinha
supostamente esclarecida ama tanto ostentar
em suas dissimuladas vidinhas.

(84)
Você entende melhor uma determinada
narrativa histórica sobre um acontecimento
qualquer não tanto pelo que dele nos é
contado, mas sim e principalmente, sobre o
que a respeito dele nos está sendo omitido,
distorcido e negado. Compreende-se melhor a
[ 51 ]
verdade sobre algo através da análise das
entranhas das mentiras que a maculam.

Sem que elas queiram, as farsas e dissimulações


acabam nos falando muito mais sobre a
verdade, que elas tanto se esforçam para ocultar
em suas sombras, do que realmente os autores
do engodo gostariam que fosse sabido.

Basta prestar a devida e necessária atenção para


enxergar o óbvio ululante.

(85)
Ficar dizendo aos outros que é preciso estudar
história por esse ou por aquele motivo sem
realmente dedicar-se ao babado é coisa de
idiota presunçoso ou de militante adestrado.

Quem de fato a estuda sabe que toda vez que


ela é evocada publicamente é por pura
sacanagem, jamais por amor a mestra da vida.

[ 52 ]
29 de julho de 2016.

(86)
A presunção é o medalhão de distinção do
ignorante. Ele crê, candidamente, sempre saber
tudo, mesmo sem ter dado o devido tempo, e a
indispensável atenção, para aprender alguma
coisa. Seu mundinho, vasto e profundo como
seu umbigo, é toda a realidade para ele, mesmo
que isso não seja nada além do que um circo
armado por seu ego, mimado e inchado, para,
toscamente, curtir os inúmeros produtos fecais
de sua mente oca.

(87)
Qual será o futuro da Europa? Será o fruto da
resposta que os europeus, e o Ocidente como
um todo, derem ao desafio que o tempo
presente lhes impõe. E qual será o futuro do
Brasil, de nosso triste país? A resposta é a
mesma: dependerá do que estamos dispostos a
fazer frente ao quadro em que nos
[ 53 ]
encontramos e, em ambos os casos, no
europeu e no brasileiro, são temerários os dias
que estão por vi. Ao que tudo indica a resposta
que será dada, em ambos os cenários, estará
muito abaixo da exigido.

(88)
Um gentil amigo, em uma conversa casual,
perguntou-me se eu estava triste, se algo havia
ocorrido comigo para não estar sorrido.
Respondi-lhe que nada havia ocorrido que me
arrastasse para as sombras da alcova da tristeza,
porém, confesso: estou melancólico. Em
termos shakespearianos, estou bem
melancólico. Sim, isso eu estou. Melancólico
com tudo que minhas vistas contemplam e,
taciturno, fico a meditar sobre a minha
impotência demasiadamente humana frente à
realidade que testemunho. E, sem nada poder
fazer diante do caos reinante, tento, ao menos,
entender os entreveros que assombram nossos

[ 54 ]
dias e, quanto mais claro esses buchichos se
tornam, mais macambúzio acabo ficando.

(89)
A malícia é a caricatura que o demônio faz da
sabedoria. A esperteza malandra é a imitação
estulta da caricatura sombria. O sábio, por sua
deixa, sabe reconhecer uma e outra à luz do
temor reverente despertado por Àquele que é a
Verdade que nos aponta o Caminho para a
Vida.

(90)
A história explica-nos o que deu certo e o que
redundou em fracasso e é isso bom; a literatura
ensina-nos o que é desejável e o que não é, e
isso também é bom; já a poesia nos auxilia a
sermos aqueles que devemos ser, e isso é muito
bom.

(91)

[ 55 ]
O importante não é pensar, mas sim, agir.
Bobagem. Pensar é uma forma de ação que,
necessariamente, deve anteceder todas as
demais para que nossas realizações não sejam
inconsequentes em seu desfecho e desastrosas
em seu desenrolar.

(92)
Os bons alunos sempre avançam, sempre
seguem pra diante, não importando as
circunstâncias. Eis aí um determinismo canalha.
Uma bobagem cínica e desmesurada que,
quando dita, o é por uma motivação vil, por um
desejo de parecer uma alma boazinha e, por
isso, politicamente correta.

Infelizmente, não são poucos os alunos que


desejam avidamente ser alguém através do ato
de conhecer, mas que se encontram inseridos
num sistema educacional fundado no
coitadismo, numa estrutura que olimpicamente
desmerece e enxovalha o mérito e, ao invés dos
[ 56 ]
infantes crescerem, acabam adaptando-se a
mediocridade reinante que, tristemente, é tão
valorizada hodiernamente por aqueles que
dizem ser doutos nesse babado sem nunca ter,
de fato, educado alguém, nem a si mesmos.

[ 57 ]
30 de julho de 2016.

(93)
Recato, moderação e respeito. Três palavras.
Uma única atitude.

(94)
O corpo humano, o nosso corpo, é templo de
Deus. É santuário da Graça. Por isso, não o
ultraje com sua vaidade. Não o macule com sua
volúpia. Não faça de sua carne O cenário de
escândalos e de sua alma um precipício para a
perdição.

(95)
Quanto mais o Estado divide a sociedade em
guetos, através do cinismo politicamente
correto, mais fragmentada e instável tornam-se
as relações interpessoais e, consequentemente,
mais onipresente torna-se o gélido arbítrio do
Leviatã.

[ 58 ]
(96)
Saul Bellow ensina-nos que um dos papéis que
deve ser desempenhado pela grande literatura é
o de munir os indivíduos com o vislumbre de
inúmeras possibilidades de realização humana;
possibilidades essas que estejam para além dos
estereótipos que imperam na sociedade
presente.

Uma das missões da literatura seria auxiliar os


indivíduos a ver a época atual a partir dos
olhares de todas as Épocas para, desse modo,
fortalecer o caráter dos indivíduos.

Todavia, na sociedade brasileira


contemporânea, a preocupação central não é
essa não, mas sim, o oposto disso. Ou seja: a
reafirmação dos estereótipos politicamente
corretos, que se fazem reinantes na Era
presente em detrimento da sabedoria de todas
as Eras com a inconsequente mutilação da
personalidade dos indivíduos.
[ 59 ]
Não é à toa que vivenciamos hoje esse
terrificante aviltamento cultural e moral, tendo
em vista que somos, em grande parte, aquilo
que consideramos ser tão possível quanto
desejável.

(97)
O Brasil não existe. Enquanto país ele não é
real. Não chega nem mesmo a ser um delírio
surreal. É, no máximo, um acampamento de
refugiados que não sabe donde veio, nem para
donde vai.

(98)
Pois olhe, uma coisa é você manter-se zen num
templo nos confins do Oriente; outra coisa é
você ficar piamente sereno num mosteiro
trapista num recanto qualquer do Ocidente;
agora, manter-se zen frente a falência do
sistema educacional brasileiro, permanecer
sereno frente as bobagens que passaram ser
[ 60 ]
encaradas como educação e nosso país, é uma
tarefa literalmente hercúlea. É difícil não
mandar tudo pra casa do chapéu.

(99)
Quanto mais tentamos justificar um desejo
perante o mundo, apresentando-o como se sua
realização fosse um direito incontestável,
menos direito a sua realização nós temos.

[ 61 ]
03 de agosto de 2016.

(100)
Quando algo nos ofende, quando ficamos
injuriados com algum acontecimento,
necessariamente devemos ser capazes de
engolir e destilar esse veneno para podermos
reagir de modo altivo, sem sentimentalismo
barato.

Agora, quando a única possibilidade de reação


que vislumbramos diante de um insulto é
aquele velho chororô que nos coloca numa
posição fragilizada é porque precisamos
urgentemente nos fortalecer; é sinal de que
precisamos começar a medir a dignidade de
nossa personalidade não mais pelas miudezas
de nossos chiliques e volições de momento,
mas sim, pela luminosidade de nossa alma
imortal.

[ 62 ]
Tudo que é mensurado pelo calor do
imediatismo nos reduz, gradativamente, a total
mendacidade, aviltando o que há de mais belo
em nós.

Tudo que é medido pela régua da eternidade


nos eleva em dignidade e verdade, revelando
para nós a imagem daquele que devemos nos
tornar.

Esse é o ponto. Tudo o mais não passa de


vaidade do mundo, soberba da carne e
futilidade dos olhos e ouvidos. Só isso. Nada
mais.

(101)
Todo aquele que incita as divisões e fomenta a
cizânia, não quer o bem dos desvalidos; quem
assim procede apenas deseja utilizar os
desafortunados, manipulá-los feito gado, para
realizar os seus propósitos totalitários.

[ 63 ]
(102)
Tudo aquele que insiste em dividir a
humanidade em guetos, dizendo ser o sumo
defensor desta ou daquela minoria, no fundo, o
que esse tipo de caipora está fazendo é tão só e
simplesmente instrumentalizar a desgraça alheia
para realização dos intentos pérfidos duma
ideologia totalitária cinicamente mal disfarçada.

(103)
Por que, pergunta Bolívar Lamounier, ressaltar
apenas o que divide e nunca o que aproxima os
cidadãos? Porque, mais do que provavelmente,
todos aqueles que assim procedem agem no
intento de fortalecer um grupo ideologicamente
constituído e cinicamente organizado para mais
facilmente dominar todos. É claro que tudo
isso é feito com a maior das boas intenções,
porém - como todos nós bem sabemos - de
intentos desse tipo, o inferno está bem cheio.

(104)
[ 64 ]
Todos nós somos, ao mesmo tempo, membros
de várias coletividades e, cada uma delas, cada
uma ao seu modo, imprime em nosso ser a sua
marca que, por sua deixa, passa a se juntar a
nossa identidade pessoal, a nossa
personalidade.

(105)
Todo aquele que desdenha o valor do mérito
individual está fazendo pouco caso do sacrifício
e do esforço de todas as pessoas que labutam
diuturnamente para aprimorar-se e lapidar-se à
luz dos seus sonhos e anseios.

Na verdade, esse desdém é o traço distintivo


dos medíocres que vivem contentes com o que
são, mas insatisfeitos com o que tem. As
pessoas, que se sacrificam para realizar-se como
indivíduo não. Geralmente elas estão
razoavelmente felizes com o que tem, mas
contrariados, bem contrariados, com o que são.

[ 65 ]
O dia que as mentes iluminadas que acreditam
ter a solução mágica para os problemas da
humanidade - de um modo geral, e da
brasilidade, de maneira particular - entenderem
isso, teremos, enfim, a restituição da dignidade
da meritocracia e o fim da mediocracia
reinante.

(106)
Graças aos Céus que existiram e existem
inventores como Johann Gutenberg, Thomas
Edson e Steve Jobs, que nos brindaram com
brinquedinhos tecnológicos que facilitam a
nossa vida e ampliam o nosso poder de ação.

Se nós usamos bem esses ditos brinquedos é


outra história. O invento é bom e é mérito
deles. O mau uso é responsabilidade nossa.

Digo isso, pois, se fôssemos depender apenas


das boas intenções dos bons-moços que
ganham a sua vida defendendo ideologias
[ 66 ]
totalitárias mal disfarçadas, todos nós ainda
estaríamos vivendo na idade da pedra lascada, e
olhe lá.

(107)
Ao invés de nutrirmos inveja dos talentosos -
sejam eles bem dotados pela natureza ou
conquistadores meritórios de seus feitos -
nutramos admiração por eles.

A inveja sufoca e corrompe a alma e destrói


tudo que está ao seu redor. A admiração, pelo
contrário, eleva o nosso espírito, irradiando o
bem infundido em nós pelo ato de apreciar
àqueles que estão em nosso entorno.

Trocando por miúdos: o admirador, com o


tempo, assimila as virtudes da coisa admirada,
integrando em sua alma os valores que o ato de
contemplar lhe inspira. O invejoso, por sua vez,
jamais se torna a coisa invejada, pois os vícios
inspirados pelo ato de invejar ficam
[ 67 ]
encalacrados em seu coração impedindo-o de,
genuinamente, amar o próximo e a si mesmo.

[ 68 ]
04 de agosto de 2016.

(108)
Uma farsa histórica fomentada pelo rancor de
quem incansavelmente a fomenta não cura uma
ferida aberta; não se faz justiça cultivando a
cizânia entre os cidadãos, mesmo que essa seja
cultivada em nome de uma boa causa;
fortalecer o poder de grupos que
instrumentalizam o Estado não conduz-nos a
liberdade, não consolida o Estado Democrático
de Direito e não faz madurar o espírito
republicano.

(109)
Entenda uma birosca epistemológica simples e
de maneira definitiva: uma coisa é você estudar
História para tentar entender algumas questões
presentes que nos inquietam; outra coisa bem,
bem, bem diferente é você inventar histórias
para justificar suas cretinas crendices
ideológicas.
[ 69 ]
(110)
Um pequeno macete: quando um caipora diz,
com toda aquela pose afetada de bom moço,
do que se pode ou não rir, para o que se pode
ou não sorrir, você pode ter certeza que atrás
de toda essa dissimulação forçada de bondade
há apenas uma coisa: uma sombria intenção
totalitária.

Todo aquele que acredita ser uma alma


bondosa por considerar bacana policiar e
estimular o policiamento mútuo daquilo que se
sente; toda alma sebosa que prega a urgente
necessidade de se controlar até mesmo os mais
discretos risos, sorrisos e olhares,
definitivamente, não passa de um biltre que não
sabe o que é o bem e nem o deseja.

Na verdade, esse tipo de gente ignora o que


isso seja porque o que eles querem mesmo é
ter poder. Um totalitário poder para controlar
[ 70 ]
tudo o que você pensa; tudo aquilo que você
fala e, inclusive, tudo o que você sente.

Pois é, somente almas desatentas, ou muito mal


intencionadas, não percebem o quanto isso é
diabólico.

(111)
Amizade verdadeira é aquela onde as pessoas,
que mutuamente se identificam como amigas,
amam-se apesar delas mesmas.

É bem isso. Não amamos as pessoas por elas


serem um poço de virtudes; na verdade,
amamo-nos mutuamente apesar de todos os
vícios que possam existir - e que existem - em
nossos corações.

Enfim, isso é a tal da amizade; esse é o tal do


amor que nos leva a bem querer o próximo
simplesmente pelo que ele é; não pelo que nós
queremos que ele seja.
[ 71 ]
E isso é sofrível. Claro que é. Porque amar é
um sacrifício gracioso, não um contrato
cartorial.

Entendamos isso e peçamos perdão aos nossos


amigos e perdoemo-nos uns aos outros por
sermos quem somos e, desse modo, com toda
certeza, o Amor nos transformará em algo
melhor do que esse trem fuçado que somos
porque é pra isso que existem os amigos.

(112)
A questão fundamental com relação ao mérito
não é, de modo algum, se o indivíduo nasceu
em berço de ouro ou de palha, nem mesmo se
ele foi generosamente agraciado pela natureza
com muitos dons ou se foi esquecido por essa.

O ponto basilar sobre o tal do mérito está


naquilo que fazemos com tudo aquilo que

[ 72 ]
recebemos da natureza, da sociedade e da
família.

Tal lição é-nos ministrada pela realidade dos


fatos e ensinada por Nosso Senhor através da
parábola dos talentos.

É simples assim. E qualquer tentativa de


complicar isso para enxovalhar a meritocracia
não passará de um reles chilique bocó dum
medíocre indignado masturbando-se
mentalmente.

(113)
Citar Paulo Freire como se fosse uma
respeitável referência intelectual é um claro
sinal da ausência de referências intelectuais.

(114)
Não devemos estudar para adquirir uma
identidade ideológica. Não mesmo. Fazer isso é
coisa de bocó de mola. Devemos, sim, procurar
[ 73 ]
estudar para nos encontrar com a Verdade,
para que Ela nos liberte de todas as nossas
babaquices ideológicas.

[ 74 ]
06 de agosto de 2016.

(115)
De um modo geral, o idiota imagina que fazer
pose de sabido, falando de coisas inteligentes, o
torna clarividente. Ele ignora que ser sabido
não tem nada haver com isso. Tem haver com
a disposição para organizar e arrumar
inteligentemente ideias simples sem aquela
afetação de bom-moço.

(116)
Regra de ouro: jamais cite ou mencione algo
que você não sabe, ou que você não
compreenda razoavelmente bem, com pose de
"doutor no assunto". Fazer isso é pedir para
expor-se a um ridículo desnecessário.

(117)
Supor que as complexas teias de relações
humanas e institucionais em nosso país são
passíveis de serem explicadas a partir de
[ 75 ]
esquemas mentais simplórios advindos dum
marxismo de botequim é literalmente não saber
a diferença abissal que há entre a simplicidade
da clareza e a estupidez simplória.

(118)
Todo aquele que tem medo do estudo
laborioso - estudo esse que é imprescindível
para se compreender qualquer coisa -
invariavelmente procura disfarçar a sua
superficialidade e estultice com aqueles clichês
prontos que nos são brindados pelas ideologias
vagabundas que se disfarçam com plumas e
paetês de ideias progressistas que, sem nada
por, nem tirar, não passam de adereços de uma
fantasia chinfrim.

(119)
Há ideias que não servem nem mesmo pra
enfeitar uma penteadeira de bordel.

(120)
[ 76 ]
Ideias e teorias que não passam pelo crivo dum
exame, não valem nem mesmo um vintém
furado. Não valem uma discussão. Não são
dignas da deferência que a elas é conferida.

(121)
De um modo geral, as pessoas que leem sem
preconceitos a obra “O mínimo que você
precisa saber para não ser um idiota” do
filósofo Olavo de Carvalho, não são idiotas
não. Agora, todas as alminhas sebosas que
fazem beicinho para o referido livro sem
conhecê-lo, e que se recusam a lê-lo por pura
birrinha ideológica, fazem isso porque elas já
sabem tudo, tudinho e mais um pouco, pra
serem os perfeitos idiotas que são.

(122)
Sentir raiva, em si, não é o fim do mundo e não
é tão ruim assim não. A ira é uma força
poderosíssima e muito útil quando
devidamente disciplina. Do contrário, ela é o
[ 77 ]
que é: uma besta capaz de destruir tudo e todos
sem a menor cerimônia. Resumindo o
entrevero: saber direcionar a ira pode tornar-
nos similar ao Naruto Uzumaki e, não saber
fazer isso, em algo parecido com o Sasuke
Uchiha.

[ 78 ]
09 de agosto de 2016.

(123)
Eu não estou muito interessado nesse papo de
juiz de direito não. Na verdade, não estou nem
aí para essa conversa fiada. O que realmente
considero relevante é um juiz que coloque a
justiça acima de sua vaidade e dos seus
interesses pessoais, grupais e ideológicos.
Considero imprescindível um juiz que faça da
justiça a sua vocação, sem reduzi-la a um vil e
abjeto carreirismo.

(124)
A justiça é maior que a lei. Sempre. Reduzir,
ontologicamente, a justiça aos rabiscos
legislativos de homens moralmente deformados
é ignorar o que seja a primeira ao mesmo
tempo em que se idolatra o suposto papel da
segunda. Agir assim é ignorar que a vida é
muito mais complexa que a secura duma
legislação mal escrita; é negar que a vida é
[ 79 ]
muito mais intensa que a superficialidade duma
formalidade burocrática.

(125)
Toda ação política que desconsidere a
necessidade de um plano de médio e longo
prazo, que supervalorize toda e qualquer ação
eleitoreira de curto prazo, desarticulada duma
estratégia mais ampla, está invariavelmente
fadada ao fracasso e a ser lançada na lata de lixo
de história.

(126)
Afetação de superioridade travestida de
humildade e bom-mocismo é um mau sinal.
Um péssimo sinal. Sinal de uma profunda e
incurável maldade inconfessável por palavras,
mas fartamente demonstrada pelo cinismo dos
atos silentes.

(127)

[ 80 ]
Conhecer é bom. Por isso, gastar tempo e
recursos com a finalidade de conhecer é algo
fundamental. Mas, o que estamos procurando
conhecer e com qual finalidade? Pois é. E o
quanto estamos dispostos a investir de nosso
precioso tempo e de nossos suadíssemos
recursos para aprender algo? Eis aí duas
questões imprescindíveis para qualificarmos
devidamente o quão aquilatada é, ou não, a
nossa fome pelo saber.

(128)
A mídia frequentemente nos sugere o que
devemos pensar, como devemos fazê-lo e,
inclusive, nos indica as questões que são por
eles consideradas relevantes e apropriadas. Ela
faz isso tudo e nós, de nossa parte, imaginamos
levianamente que estamos pensando com a
própria cachola.

Nesse sentido, não seria exagero dizer que a


mídia é similar a uma chusma de moscas que
[ 81 ]
nos impede de agir eficazmente por devorar o
nosso tempo, fazendo-nos concentrar boa parte
de nossa atenção - ao menos a melhor parte
dela - em perguntas e assuntos de relevância
duvidosa.

Enfim, somos absorvidos de tal maneira por


essa tranqueira que acabamos confundindo
aquilo que queremos com aquilo que nos é
sugerido querer.

(129)
Muitos dizem que não podem fazer isso ou
aquilo, que não conseguirão conquistar esse ou
aquele galardão, porque não tem recursos, nem
meios e, ainda por cima, porque são caluniados
e perseguidos por toda ordem de almas
sebosas. Bem, pergunto eu: quais eram os
recursos e meios de que dispunha Santo Inácio
de Loyola quando começou sua jornada
apostólica por esse vale de lágrimas? Eram mais
fartos ou mais parcos que os seus? Você, por
[ 82 ]
ventura, foi mais caluniado e perseguido que o
referido homem? Por um acaso você foi mais
enxovalhado que ele? Pois é. E veja o tamanho
da obra realizada por esse homem e o tamanho
miserável dos feitos realizados por alminhas
como eu e você.

[ 83 ]
14 de agosto de 2016.

(130)
O grande erro, a sacanagem cognitiva maior
que se faz latente em todas as ideias
progressistas politicamente corretas é que elas
desdenham a real e constante condição
humana, a qual seria: a inconstância geral das
almas, o tédio generalizado do dia a dia e a
inquietação perene dos indivíduos frente às
miudezas da vida.

(131)
Muitas pessoas, como se diz, de bem, sentem-
se indignadas diante do lúgubre pântano moral,
político e econômico em que nos encontramos
atualmente e, indignados, querem agir de
supetão crendo que poderão colher bons frutos
em curtíssimo prazo.

Ledo engano. Não se pode combater algo com


eficiência sem, primeiramente, conhecer bem o
[ 84 ]
que se pretende combater, da mesma forma
que nenhuma ação de curto prazo, por mais
bem intencionada que seja, obterá um sucesso
duradouro se ela não estiver integrada numa
estratégia ampla e de longo prazo.

Por isso, toda ação motivada unicamente por


um sentimento de indignação é epidérmica e
sem finalidade; por essa razão ações assim
acabam invariavelmente realizando inúmeras
coisas imprevistas pelas almas indignadas
porque, por impaciência e vaidade, nunca
pararam pra conhecer bem quem e o que eles
estavam combatendo.

(132)
De quanto tempo precisamos para fazer tudo
aquilo que devemos fazer? Não sei dizer. Na
verdade, somente você pode responder a essa
pergunta.

(133)
[ 85 ]
Muitas vezes não somos capazes de realizar o
bem, nem mesmo um simplório benzinho, por
sermos frequentemente avessos à procura pela
verdade e, principalmente, arredios a sua
presença em nossas vidas.

(134)
Muitas são as vozes que, indignadas, clamam
pela necessidade de recuperarmos o tal do
senso ético, dos valores morais e todo aquele
trelelê que todos estamos carecas de ouvir.
Porém, todavia e, entretanto, é chato lembrar,
mas, temos de fazê-lo: não se pode recuperar o
que nunca se teve; não se pode ter o que nunca
foi sinceramente desejado.

(135)
Num ano eleitoral, os cidadãos como um todo,
e os candidatos em especial, acabam dando
uma importância colossal para as condições do
momento, aos títulos honoríficos, aos cargos,
salamaleques, a tudo que seja fugidio e que
[ 86 ]
massageie os seus egos envaidecidos. E assim o
fazem por ignorar, de modo estulto, o peso da
eternidade que paira sobre a cabeça de todos
nós.

(136)
A irascível insatisfação que habita o coração do
homem modernoso é, em boa parte, fruto de
uma vida vivida sem a eternidade como
finalidade.

(137)
Somente a consciência do eterno é capaz de
aplacar a nossa volúpia; somente ela, iluminada
pelo Altíssimo eleva nosso olhar para além do
turbilhão do momento.

[ 87 ]
16 de agosto de 2016.

(138)
O mal educado de carteirinha sempre imagina
que qualquer um que ouse exigir dele um pingo
daquilo que ele não tem, deve fazê-lo com o
máximo de decoro possível. Ora, onde já se viu
alguém falar com um sem educação na
linguagem dele, não é mesmo? Isso é demais
para sua alminha suportar.

(139)
Só para constar: essa defesa, constante e
irascível, da busca pela satisfação egoística de
todo e qualquer prazer não tem por intento
emancipar essa ou aquela minoria não. Não
mesmo. Tais inclinações da alma humana, da
sua alma e da minha, são, de fato, estimuladas
porque nada na face dessa terra é mais
facilmente manipulável do que uma massa que
fundamentalmente busca a satisfação de sua
insaciável sede por prazer. Seja como for, abra
[ 88 ]
olhos e não cai nesse pérfido canto de sereia
politicamente correto.

(140)
Quanto mais se estimula a liberdade pessoal;
quanto mais é fomentada a libertinagem dos
costumes para realização das inclinações mais
baixas que se fazem presentes na alma humana,
em nossa alma, mais facilmente as ideologias
tirânicas conseguem deitar suas pérfidas raízes
nos corações; mais sorrateiramente elas passam
a imperar sobre as vidas levianamente vividas e,
inevitavelmente, sem muito esforço, elas
conseguem corromper as consciências
desarmadas pela volúpia desenfreada.

(141)
Quem não aprende a sacrificar a liberdade
pessoal em favor do bem estar dos seus, acaba,
sem querer querendo, tornando-se um
brinquedinho mais que perfeito para destruir

[ 89 ]
todas as liberdades civis em favor da tirania
Estatal.

(142)
Só pra constar, só isso: cultura nunca foi, e
jamais deve ser vista como um reles
entretenimento. O aperfeiçoamento moral dos
indivíduos, de cada um de nós, é a finalidade
maior da cultura. Por isso, se uma manifestação
cultural não almeja esse intento, podemos até
chamar esse trem fuçado de cultura, mas, na
real, esse trambolho não passará dum dejeto
enfeitado; dum excremento com purpurina que
reflete o que há de mais profundo em nossa
alma. E põem profundo nisso.

(143)
A verdade sempre é boa para alma humana.
Sempre. O que não significa que ela será
necessariamente confortável para almas
maculadas como a nossa.

[ 90 ]
(144)
Como estamos profundamente encalacrados
com o hedonismo rasteiro contemporâneo,
toda vez que ouvimos uma verdade, por mais
pequenina e generosa que seja, reagimos com
um punhado de ui, ui, ui, ai, ai, ai feito uma
criancinha que ralou o joelho e a mamãe
acabou de passar mertiolate.

(145)
Ouçamos e assimilemos devidamente as
verdades, as grandes e pequeninas, para que
possamos crescer em dignidade e virtude com
elas; procuremos dar um basta a todas as
mesquinharias morais e intelectuais que
massageiam nossos vaidosos egos podres de
tanto mimo; tenhamos coragem para olhar a
realidade para conhecê-la e crescer
conhecendo-a.

(146)

[ 91 ]
A grande literatura é como um bosque com
frondosas árvores. Quando as colocamos
abaixo, quando destruímos a mata, deixando o
solo nu e desprotegido, com o tempo, em seu
lugar crescerá uma tristonha e feia quiçaça
rasteira.

[ 92 ]
18 de agosto de 2016.

(147)
Frequentemente naufragamos em meio ao
frenético tsunami de acontecimentos que se
abatem sobre a nau da nossa existência.
Frequentemente.

Para nos defendermos dessas turbulências é de


fundamental importância que nos encontremos
munidos de boias; boias essas que seriam as
perguntas apropriadas a serem feitas para
compreendermos de modo adequado as
circunstâncias em que nos encontramos.

Se tivermos em nossa algibeira as perguntas


certas, bem provavelmente iremos conseguir
navegar e superar as correntes do mar
tenebroso que nos desafia; caso contrário, nos
afogaremos em nós mesmos por não sabermos
o que estamos procurando e por não sabermos
onde estamos. E, tudo isso por não sermos
[ 93 ]
capazes de fazer as perguntas que realmente
importam; por não sabermos nem mesmo
como fazê-las.

(148)
O ódio nos cega da mesma forma que o medo
é mau conselheiro. Sempre foi e sempre será
assim. O primeiro nos leva a subestimarmos a
astúcia de nossos inimigos e a superestimar as
nossas parcas habilidades e escassos meios; no
segundo caso a situação é inversa:
superestimamos nosso antagonista e
depreciamos nosso potencial.

Bem, seja como for, ambos, tanto o ódio como


o medo, quando se apoderam de nossa alma,
nos apartam e nos distanciam da realidade dos
fatos.

Por isso, é bom não esquecermos, jamais, que a


irritação não é um argumento razoável, da

[ 94 ]
mesma forma que a temeridade nunca será um
fundamento aceitável coisa alguma.

(149)
A fúria na maioria das vezes não é a via
apropriada para a resolução dum problema,
seja ele grande ou pequeno. Mas, às vezes, é
mais que necessária.

(150)
Essa é a essência do espírito desportivo: anos
de magnânimos sacrifícios por alguns instantes
de glória que preenche uma vida com um
propósito.

(151)
Há canalhas que vivem da pregação de lamúrias
ideológicas, como há. Biltres bem pagos pelo
escasso erário pra nada fazer. Nada.

(152)

[ 95 ]
Foi dada a largada! Os biltres já estão na pista
da dissimulação e não vão poupar os cidadãos
com aquele velho festival de cinismo
eleitoreiro.

(153)
A tirania torna-se inevitável quando
imaginamos que todas as nossas libertinagens
pessoais, em misto com todas as nossas
imbecilidades coletivas, deveriam ser vistas
como uma excelsa virtude cívica e reconhecidas
como uma dionisíaca garantia constitucional.

[ 96 ]
09 de maio de 2016.

(154)
Temos que ser melhores do que o momento
atual. Devemos nos tornar melhores do que
éramos antes dos eventos que hoje tomam
conta do nosso país.

(155)
Sou escravo de Maria, servo do fruto Bendito
de seu santo ventre. Escravidão que me liberta
dos grilhões das falsas promessas desse mundo.

(156)
Servindo à mãe de Deus, fazemos aquilo que o
Verbo divino encarnado disse que devemos
fazer; como os servos nas bodas de Canaã.

(157)
A mais excelsa das criaturas é uma mãe; a mãe
do Verbo divino encarnado. Por essa e outras o

[ 97 ]
ventre materno é um santuário; o templo da
vida.

(158)
Defender o aborto como se fosse um direito
humano fundamental é querer diabolicamente
garantir a profanação do santuário da vida.

(160)
Quando um abortista vê uma criancinha e
resolve apertar as suas bochechas dizendo que
ela é uma gracinha, de fato, isso é algo sinistro
de ver.

(161)
Só não entende que estamos sendo governados
por cleptocratas psicopáticos quem não quer
encarar a realidade.

(162)
Quando alguém diz que fará o diabo pra
realizar algo, entenda de uma vez por todas que
[ 98 ]
essa pessoa é capaz de tudo o que você é
incapaz de imaginar.

(163)
Eu não sinto vergonha alheia. Sinto cólera
diante da falta de vergonha que tomou conta de
inúmeras almas.

(164)
Quando uma ideologia pérfida é colocada
acima dos anseios da nação, as instituições
democráticas padecem e a justiça agoniza
lentamente.

[ 99 ]
09 de agosto de 2015.

(165)
Pai é aquele que dá a vida pelas suas crias; que
muitas vezes sacrifica seus planos para auxiliar
seus rebentos na realização dos deles.

Ser pai é não perder a esperança nos filhos,


principalmente quando eles apenas o brindam
com uma longuíssima série de decepções.

Ser pai é esforçar-se, desafiar os limites do


possível, para procurar sempre ser um exemplo
de virtude e dignidade para os seus filhos;
mesmo que eles estejam com seus olhos
voltados para outras coisas que não são dignas,
nem virtuosas.

Enfim, ser pai, no sentido literal que a palavra


evoca, é ser como essa jóia rara, que é seu
Esmeraldo Zanela, o meu Pai e minha
inspiração.
[ 100 ]
(166)
Quando uma pessoa vibra com a censura
cretina de um escritor ou com a possibilidade
de algo do gênero ocorrer com um órgão de
impressa, não é que ela seja tola, não; essa
pessoa é criticamente idiota e eticamente
estúpida. Só isso.

(167)
Daí a César o que é dele e aos petralhas todas
as mandiocas e mortadelas que eles quiserem.

(168)
Quem diz não ver a crise, bom sujeito não é.
Ou é ideologicamente lesado da cabeça, ou está
envolvido no esquema da cabeça aos pés.

(169)
Todo mundo tem lá sua cota de idiotice para
usar como bem desejar. O problema é que tem
gente que abusam pra caramba desse goró. Eles
[ 101 ]
se esquecem que a idiotia deve,
necessariamente, ser consumida com muita
moderação. Enfim, não é à toa que há tanta
gente por aí que é um porre.

(170)
Quem tem grana, muita ou pouca, e algum
caráter, está escandalizado com a crise. Já
aqueles que têm algum cascalho, não precisa
ser muito, e nenhuma dignidade, fazem pouco
caso do quadro atual, tristemente ilustrado com
panelas cheias de insatisfação e justa revolta.

(171)
O poder tem o seu charme, dizem alguns. E, tal
dito, tem lá a sua razão de ser. Por isso mesmo,
o seu abuso é pura e simples cafonice de gente
medíocre e de coração tartufo.

(172)
O poder é tal qual um estojo de maquiagem.
Nas mãos de quem sabe usá-lo, ele apenas
[ 102 ]
realça as qualidades inatas da figura. Porém, se
cair nas mãos dum cafona inveterado; bem,
todos sabem que ele irá apenas realçar a inata
falta de predicados da pessoa. Todos sabem
disso, menos a persona que está toda rebocada
de rouge e baton palaciano.

(173)
Quem não procura ver a realidade com os
olhos da cara, cedo ou tarde acaba sentindo-a,
com toda sua rudeza, no olho escuro que não
ilumina face alguma.

(174)
É verdade que tudo na vida tem seu lado bom,
porém, isso não quer dizer que o lado bom não
será amargo.

(175)
Toda sociedade civil fragmentada e
desorientada tende a ser governada por uma
casta solidamente organizada.
[ 103 ]
(176)
Quando a sociedade civil não se organiza para
defender-se daqueles que querem usurpá-la, ela
acaba sendo saqueada por grupos que dizem
ser seus “legítimos” representantes; grupos que,
no fundo, são os mesmos que a estão
espoliando.

(177)
Caminhar por esse vale de lágrimas sem um
propósito maior do que comer, beber, dormir e
gozar é reduzir-se, graciosamente, a condição
dum bípede canino, turvo no passo e infiel no
agir.

(178)
Por mais esquisito que possa parecer, quem
ganha à vida honestamente acaba sendo
invejado justamente por pessoas que não
nutrem a menor estima pela tal honestidade.

[ 104 ]
(179)
Uma carranca sincera vale muitíssimo mais que
um dissimulado sorriso amarelo.

(180)
Da mesma forma que devemos distinguir o
elogio sincero da bajulação afetada, devemos
também discernir a crítica franca da aleivosa
acusação parida pela inveja que floresce nos
corações das almas sebosas.

(181)
Amigo não é companheiro de gole; é o ombro
que está ao nosso lado quando não há gole que
console, nem companheiros que nos distraiam
com banalidades.

[ 105 ]
23 de julho de 2015.

(182)
Tem gente que pediu pra ser sacana e deu eco.

(183)
Se tudo o que hoje assola o país não fosse tão
sofrível poderia até, quem sabe, ser risível.

(184)
O primeiro passo para aprendermos algo é
desejarmos ardentemente possuí-lo. Sem isso,
não há caminhada rumo ao conhecimento.

(185)
Há pessoas que tem tanta presa de chegar ao
fim de algo que acabam não sabendo qual foi o
caminho percorrido.

(186)

[ 106 ]
A melhor maneira de bem viver o tempo é
sorvê-lo sem considerá-lo, tal qual um peixe faz
com a água.

(187)
Contemple uma obra de Caravaggio ou de
Bernini e compreenderá, com cristalina clareza,
que boa parte da arte moderna não passa de
um cadáver pútrido e insepulto.

(188)
Sábio é um sujeito cônscio dos fundamentos
que norteiam os seus atos antes de realizá-los.

(189)
Vislumbrar com os olhos, admirar com os
ouvidos e conhecer com as mãos que
confeccionam são as colunas mestras da sincera
procura pelo saber.

(190)

[ 107 ]
Quem muito quer formar acaba por deformar
aquilo que, por natureza, já é bem feito.

(191)
Há um ponto em que a depravação é tamanha
que não há mais remédio, nem regresso. Sobra
apenas encarar a encrenca com um olhar
sincero e com o coração na mão.

(192)
Na era da comunicação muito se vê e
pouquíssimo se observa. Por isso muitos estão
perdidos. Muitos. É o efeito colateral dessa
overdose de informação que hoje vivemos.

(193)
O negócio é o seguinte: pare de ficar falando
em educação, do quanto que ela é importante,
e vá ler uma peça de Shakespeare. Pode crer
que fazer isso é muito mais interessante do que
ficar tagarelando sobre a dita cuja.

[ 108 ]
(194)
A vida não é dura, nem cruel, na maioria das
vezes. Nós é que somos ingratos para com o
Senhor da vida e obtusos para suas lições.

(195)
Buscar conforto e tranquilidade é coisa para
tontos. Homens por inteiro procuram realizar-
se vivendo de maneira justa. Ponto. O resto é
bobagem de embusteiros e sicofantas.

(196)
Objetividade é conversa fiada pra boi dormir.
Imparcialidade também o é. No fundo, o que
realmente importa é a esquecida e desdenhada
sinceridade intelectual. Somente ela e nada
mais.

(197)
No Brasil, a lei permite tudo, inclusive aquilo
que ela supostamente pretende coibir.

[ 109 ]
(198)
Ser sacaneado uma vez ou outra faz parte da
vida, mas dizer que estão te fazendo um grande
favor por ferrá-lo é pra rasgar o cheque do leite
de uma só vez.

(199)
A vitória dificilmente é obtida num só golpe.
Os tolos amam essa ilusão e, por isso mesmo,
desconhecem o odor dos louros da conquista.

[ 110 ]
SOBRE O AUTOR:

DARTAGNAN DA SILVA ZANELA é


professor por ofício, poeta por teimosia,
radialista e palestrante por farra e escrevinhador
por não ter mais o que fazer.

Nascido na cidade de Dois Vizinhos em de


1977, graduado em História pela
UNICENTRO (Guarapuava - PR), Especialista
em Pedagogia Escolar pelo IBPEX (Curitiba -
PR), Mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela
UEPG (Ponta Grossa - PR) e aluno do
Seminário de Filosofia.

Suas escrevinhadas e preleções são publicadas


pelos seguintes órgãos de mídia: site Ratio Pro
Libertas, Jornal União, Jornal Vestibulando,
Boletim Diocesano, Diário dos Campos, Radio
Cultura AM/FM, Revista Olhar BR, Instituto
Visconde de Cairu, Epoch Times, Tribuna do
[ 111 ]
Povo, Jornal Hoje, Jornal O Paraná, Folha
Blumenauense, Blog do Crato, site Varican,
Dourados News, Folha Regional do Centro-
Oeste, Rede Sul de Notícias, Diário de
Guarapuava e Mídia Sem Máscara.

Atualmente suas preleções e escrevinhadas são


publicadas pelos seguintes órgãos: Jornal Fatos
do Iguaçu, Revista O Guaruçá, site Ratio Pro
Libertas, Jornal União e Rádio Iguaçu FM.

Site: http://zanela.blogspot.com/
Contato: dartagnanzanela@gmail.com

[ 112 ]

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