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Primeiros Socorros

UNIDADE I
Sistema de emergências médicas e aspectos legais e éticos nos
atendimentos de emergências

 Resolução n. 1.451/95 (BRASIL, 1995), o Conselho Federal de Medicina (CFM):


 Urgência: “ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de
vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata”. Ex.: cólica renal, fratura.
 Emergência: “constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em
risco iminente de morte ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, o tratamento
médico imediato”. Ex.: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico.

Atendimento pré-hospitalar (APH)

 É todo atendimento prestado em situações de urgência e emergência no ambiente


extra-hospitalar, ou seja, fora do hospital.
 No Brasil, normalmente, os atendimentos pré-hospitalares são realizados pelo Serviço
de Atendimento Móvel de
Urgência – Samu, que pode ser
acionado pelo número 192.

Sequência de ações ao chamar o 192


Primeiros Socorros

 Os primeiros socorros não devem ser confundidos com o atendimento pré-hospitalar,


que é realizado pela ambulância e pelos profissionais do resgate (médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, bombeiros etc.).
 Os primeiros socorros são ações executadas por pessoas treinadas (ou orientadas pelo
médico regulador da Central de Regulação de Urgência – 192).
 Sua finalidade é manter a vítima viva e evitar agravos até a chegada da ambulância ou
até o transporte da vítima para um hospital, quando isso é possível.

Legislação

Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

 Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.


 Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
 Lei n. 13.722 – torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros
socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensinos públicos e
privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil (“Lei Lucas”).

Avaliação inicial da cena

 É a primeira etapa na prestação dos primeiros socorros e é fundamental para garantir


a segurança do socorrista e da vítima.
 Zelar pela própria segurança é a primeira responsabilidade do socorrista. Se a situação
oferecer perigo fora da capacitação de quem está prestando socorro, como no caso de
incêndio, deve-se aguardar ajuda especializada, como a dos bombeiros.
 Fatores a serem considerados: fogo, exposição a produtos químicos, risco de explosões
e desmoronamentos, enchentes, condições climáticas adversas, presença de
assaltantes ou criminosos.

Avaliação da vítima

 Finalmente, após certificar-se de que o local está seguro, o socorrista pode aproximar-
se e cuidar do paciente.
 A avaliação da vítima é a segunda etapa na prestação dos primeiros socorros.
 Usar sempre os equipamentos de proteção individual (EPI), tais como luvas, máscara,
protetoras oculares e avental.
 Uma boa avaliação do paciente permite estabelecer condutas adequadas

Avaliação primária
 A principal meta da avaliação primária é procurar problemas que coloquem a vida em
risco: verificar circulação, vias aéreas, respiração e hemorragias.
 Aproxime-se da vítima, pergunte seu nome e apresente-se. Pergunte “você está
bem?”. A resposta deixará explícito o estado das vias aéreas e o nível de consciência.
 Nesse momento, se houver necessidade, solicite ajuda das pessoas ao redor; ligue
para o resgate, chame a família da vítima
 Quando a vítima está inconsciente, pode estar em parada cardiorrespiratória.
Verifique o pulso carotídeo e a respiração, inicie os procedimentos de ressuscitação
cardiorrespiratória, se necessário.
 Se pulso e respiração estiverem presentes, cheque os sinais vitais e procure por
hemorragias. Se a vítima estiver consciente, mesmo que confusa, significa que não
está em parada cardiorrespiratória. Cheque, então, os sinais vitais e a responsividade,
para avaliar possíveis danos neurológicos.

Avaliação secundária

 Só deve ser iniciado depois que as condições fatais forem controladas ou descartadas
e os sinais vitais registrados.
 Nessa etapa, faz-se uma observação mais atenta e detalhada da vítima, fazendo a
verificação de cada segmento corporal, procurando inchaço, depressões,
deformidades, sangramentos, dor e outras alterações (crânio, tórax, abdome, pelve,
costas, membros superiores e inferiores).

Parada cardiorrespiratória (PCR)

 A falta de reconhecimento dos sinais e sintomas de um ataque cardíaco atrasa o


atendimento das vítimas e leva a um grande número de óbitos no ambiente extra-
hospitalar.
 Com o objetivo de diminuir a mortalidade causada por paradas cardíacas, a American
Heart Association desenvolveu um sistema de socorro inicial denominado suporte
básico de vida – SBV.
 Esse sistema consiste em uma sequência predeterminada de ações que visam
minimizar os prejuízos da parada cardíaca até que a causa do problema possa ser
corrigida.
 Não se deve tentar transportar uma pessoa em parada cardiorrespiratória ao hospital!

Suporte básico de vida (SBV)

O SBV preconiza:

 o acionamento do socorro.
 a avaliação rápida do paciente.
 as manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar).
 o uso do desfibrilador externo automático.

SBV para adultos


 Garanta a segurança (avaliação da cena).
 Verifique a resposta: sacuda a pessoa pelo ombro e pergunte em voz alta “você está
bem?”.
 Ao mesmo tempo, verifique a respiração, observando os movimentos do tórax.
 Se a pessoa não responde, grite por ajuda para alguém próximo e encarregue a pessoa
de acionar o serviço médico e obter um desfibrilador externo automático (DEA). Se
estiver sozinho, telefone para o serviço de emergência enquanto checa o pulso e a
respiração.
 Verifique o pulso durante cinco a 10 segundos; se não senti-lo em 10 segundos, inicie a
RCP com as compressões torácicas.
 Assim que o desfibrilador estiver disponível, fixe os adesivos ao tórax da vítima e siga
as instruções do aparelho, aplicando o choque, se necessário. Inicie a RCP
imediatamente após cada choque, começando com as compressões.

SBV – RCP para adultos

O SBV baseia-se na premissa de que as compressões torácicas de alta qualidade são a chave
para o sucesso da RCP:

 Utilize o “calcanhar” da mão na extremidade inferior do esterno, bem no meio do


tórax;
 Posicione sua outra mão por cima da primeira, entrelaçando os dedos;
 Mantenha os braços retos (cotovelos esticados) e pressione para baixo; as
compressões devem ter profundidade de 5 cm e frequência de 100 a 120 compressões
por minuto (as quais devem ser contadas em voz alta).

 Assegure-se de que o tórax retorne à sua posição normal entre uma compressão e
outra (se a força exercida na compressão não cessa entre uma repetição e outra, o
coração não consegue se encher de sangue e, assim, a ressuscitação é menos efetiva).
 Após 30 compressões, pare de pressionar, abra as vias aéreas e faça duas ventilações.
 Para ventilar com eficiência, é fundamental realizar a manobra de abertura de vias
aéreas (inclinação da cabeça/elevação do queixo), porque quando a pessoa está
inconsciente há um relaxamento da língua que obstrui as vias aéreas.
 As ventilações podem ser realizadas de três formas: máscaras faciais ou ambus e,
se estes não estiverem disponíveis, pode-se realizar a ventilação boca a boca.
 No caso de manobra boca a boca, deve-se fechar o nariz da vítima com uma das
mão e atentar-se para uma boa vedação, para que não haja escape de ar.
 É necessário também interromper as compressões durante as ventilações (não é
possível insuflar com eficiência o pulmão com pressão torácica simultânea).

Desfibrilador externo automático (DEA)

 Como a fibrilação ventricular (desorganização da atividade elétrica dos ventrículos) é

uma causa comum de parada cardíaca, o sistema SBV prevê o uso de desfibrilador.
 Esse aparelho é capaz de detectar a fibrilação e outros tipos de disritmias e aplica um
choque elétrico na parede do tórax. Com isso, essa atividade elétrica desordenada
cessa e o coração consegue retomar seu ritmo normal.

 O DEA é um equipamento
obrigatório em locais com
aglomeração e circulação de
pessoas que seja igual ou superior a duas mil por dia (por ex.: estações de metrô e
aeroportos).
 É conectado ao paciente através de adesivos, que irão automaticamente detectar o
problema, verificar a necessidade do choque e administrar a eletricidade adequada

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