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NÃO HÁ OXUM SEM OYÁ E NEM OYÁ SEM

OXUM

Na cidade de OSHONGO vivia OXUM, a que era rainha das amazonas e em NIDE vivia OYÁ,
sua irmã, dona dos mercados da cidade.

Um dia OXUM viu em seus sonhos que sua irmã se encontrava em apuros e foi consultar
ORUNMILÁ que lhe falou sobre traição e lhe mandou fazer pedidos usando ASHÓ (pano)
MOSAN, ASHO APERI e outros tantos ingredientes e que se vestisse depois com o ASHÓ
(pano) de nove cores e que mandasse OYA sua irmã vestir ASHÓ APERI.

Assim fez OXUM e mandou com GUNUGUN o ASHÓ APERI a sua irmã OYÁ e esta quando o
recebeu, se vestiu com o mesmo. Então os habitantes de NIDE se maravilharam ao ver OYÁ
vestida com o ASHÓ de OXUM e se confundiram com esta e disseram:
A verdade é que OXUM e OYÁ são poderosas, como podem vir sem serem vistas?

Então os líderes da rebelião foram ver ORUNMILÁ e este lhes disse: OXUM e OYÁ são OKAN
NANI, ou seja, um mesmo coração, pois não pode haver OXUM sem OYÁ e nem OYÁ sem
OXUM. Iboru Iboya Ibosheshe!

Depois disso, ele mandou fazer uma festa a estes dois ORIXÁS femininos

O FILHO DE OYÁ COM OLOKUN


O mar vivia muito tranquilo porque OLOKUN todas as noites saía e ia para NIGBE e depois ia
para ILÉ YEWÁ e passava horas conversando com OYÁ. Na porta dela estava OLOÑI de
ESHÚ que era filho de OLOKUN e OLOKUN o entretinha cantando:

“IBAYE BOYÉ IBAY BOYÉ IYÁ ESHÚ ALAKENTU OBONI ABONI”

E OYÁ ao ouvir, passava a mão pela barriga e ficava muito feliz. Eles vinham pela noite,
porque OYÁ não queria que ninguém soubesse que estava OBOÑÚ, mas OZAIN, que estava
escondido no manancial, ouvia e via tudo e OLOKUN ao amanhecer partia para que ninguém o
visse e então OZAIN cantava:
“SHULONA OLOKUN EGUN AWÓ OWÁ SHULON”

E OLOKUN acreditando que era OYÁ quem cantava, ficava muito feliz e entrava no mar para
descansar e dormir. Isto acontecia todos os dias.

Um dia que estavam juntos, saíram para caminhar OYÁ e OLOKUN, mas OYÁ se sentiu mal e
disse a OLOKUN:

“Siga você, eu vou voltar”.

Então OZAIN começou a cantar, mas quem ouviu foi OYÁ e o chamou e disse:
“Estou me sentindo mal!” E caiu no manancial. OZAIN a vendo nesse estado, a ajudou e assim
nasceu ESHÚ ALAKENTU. OZAIN saiu correndo para buscar OLOKUN e entrou no mar
cantando:

ONSO OYÁ LAWÓ ESHÚ ALAWÁ OLOKUN”

OLOKUN despertou sobressaltado e desde esse momento começou a intranquilidade do mar.


Quando viu que OZAIN trazia seu filho, OZAIN disse: “Este é o teu filho com OYÁ. E ESHÚ
começou a mover as pernas e os braços e quando ele fazia isso, as águas se moviam.

OLOKUN disse a OZAIN: Tu serás o padrinho do meu filho. Vou ficar aqui com ele e tu vá
buscar OYÁ. OYÁ não quis ir. OZAIN regressou e contou a OLOKUN o que tinha acontecido.
Desde então OLOKUN ficou desgostoso com OYÁ e só lhe mandava a comida que comia o
seu filho

18/05/2015   NOTÍCIAS, OFERENDA A OYÁ PARA SE TER VITÓRIAS

OFERENDA A OYÁ PARA SE TER VITÓRIAS


Faça uma pasta com ORI (banha de Ori), EFUN e Noz Moscada.

Molde uma torre que se enfeita com 9 (nove) folhas de Salvia.

E diga essas palavras:

“Minha mãe OYÁ YANSÃ que as correntes do mal sejam desviadas do meu caminho.

Não há OYÁ sem OSHÚN e nem OSHÚN sem OYÁ”.


Deixe tudo em frente a OYÁ por 9 (nove) dias com uma vela de 7 (sete) dias acesa.

Quem não tem OYÁ assentada, deixar tudo em um prato de barro num lugar alto.

Ao final dos dias, deixar tudo em um matinho.

Ashé!

OGUN E OYÁ
OGUN estava quase abatendo uma caça de um imponente Búfalo e de repente percebe que a
pele do animal se abriu e de dentro saiu a bela OYÁ! Linda, ricamente vestida e cheia de
ornamentos que valorizam sua beleza e sensualidade. Ela dobrou a pele de Búfalo e a
escondeu em um formigueiro e se dirigiu para a cidade.

OGUN a seguiu e completamente dominado pela beleza de OYÁ, lhe propõe casamento, o que
não foi aceito por OYÁ.

OGUN então voltou aonde a viu pela primeira vez sem se render e pegou a pele do esconderijo
e a guardou para si, voltando à cidade.
OGUN estava decidido a ter OYÁ ao seu lado, custasse o que custasse e não ser daria por
vencido.

Quando OYÁ descobriu o roubo da pele, voltou à cidade e encontrou OGUN que a estava
esperando. Ela o acusou, exigiu o que era seu e OGUN nada disse, fingiu não entender nada.
OYÁ percebeu que teria que render-se e aceitar a proposta de OGUN que não se rendeu na
sua primeira rejeição e se quisesse ter os seus pertences de volta, teria que se render.

Mas OYÁ lhe impôs condições – Ninguém nunca poderia saber o segredo que ela tinha e que
compartilhou somente com ele. OGUN jamais deveria revelar a ninguém, nem ao menos
comentar nada a ninguém. OGUN aceitou as condições e então se casaram.
Mas OGUN não estava sozinho e desagradou a suas outras mulheres que passaram a sentir
ciúmes da bela OYÁ. Ambos foram um casal guerreiro, de grande caráter, os dois orgulhosos,
impetuosos, mas com um amor tão grande que OYÁ lhe deu nove filhos.

OYÁ, ainda sendo a preferida de OGUN, fez com que as demais mulheres resolvessem tomar
uma atitude. Elas embriagaram OGUN com vinho de palma.

Uma vez OGUN embriagado, elas conseguiram que ele lhes contasse o segredo de OYÁ. Elas
então a acusaram de ser um animal e até disseram a ela onde estavam sua pele, chifres e
cascos.

OYÁ fingiu que não era com ela. Mas quando ficou sozinha, correu até o lugar indicado e
encontrou seus pertences. OYÁ se vestiu e retornou com a força do animal. OYÁ com raiva
atacou as outras mulheres e as aniquilou. Decepcionada pela traição de OGUN e por sua falta
de palavra, chorando em segredo de raiva, decepção e amor, pretendia voltar para a floresta,
mas seus filhos a chamaram de volta.

OYÁ então tomou seus chifres e os deu aos seus filhos, dizendo-lhes que se algum dia, dela
eles precisarem, que os golpeasse um com o outro e ela surgiria dos ventos para defendê-los.
OGUN jamais pode se perdoar de ter falado o segredo de OYÁ e lamentou sua perda.

O Pataki conta que com os anos, nenhum dos dois puderam perder o orgulho ante o amor que
sentiam e que sempre se amaram, sem que cada parte soubesse.

 
OS VENTOS DE OYÁ

PATAKI

OYÁ havia baixado ao mundo em forma de redemoinho e vinha arrasando com todos os
lugares onde se haviam ofendido os ORISHÁS e ia levando todos os tesouros dos lugares por
onde ia passando.

Enquanto isso, ELEGUÁ ia passando pela casa do AWÓ de AKAPO e lhe perguntou como iam
as coisas e este lhe disse que tudo ia muito bem, mas que o único problema que tinha é que
suas finanças não andavam muito bem, devido as pessoas que não tinham muitas condições
naquele lugar.
ELEGUÁ disse que ele teria que fazer sacrifícios e que colocasse tudo em cima da mesa.
Assim o homem fez.

Quando OYÁ chegou em forma de redemoinho, ELEGUÁ a saudou e disse a ela que comesse
tudo que estava na mesa.

Porém quando ela comeu, colocou todos os tesouros que tinha engolido pelo caminho para
fora. Assim o AWÓ ficou rico.

Maferefun ELEGUÁ e OYÁ!


YAWÓ NO RIO
YAWÓ NO RIO

Pataki

Orunmilá tinha um filho que se chamava IGBA OMI ODO, o qual era predileto de Oshún quem
lhe dava os segredos do ashé dos Orishás. Este passava a maior parte do seu tempo nas
águas do rio.

Um dia Orunmilá necessitou de água do rio para ganhar a guerra que tinha com ALESESI
(espírito da água) e quando foi buscá-la viu IGBA OMI ODO morto à beira do rio. Entristecido e
horrorizado com tal cena retornou a casa onde se consultou com Ifá e o oráculo o orientou a
fazer um sacrifício em prol de reviver o espírito de IGBA OMI ODO,  já que neste concentrava o
segredo do grande ashé de Oshún para as consagrações de todos que ingressariam no
segredo dos Orishás e que o espirito de IGBA OMI ODO despertasse em cada YAWÓ o ashé
do renascimento e da continuidade e assim seria em todas as gerações e todas as eras por
determinação de Olodumaré.
Orunmilá realizou o sacrifício recomendado e entregou uma cabaça em forma de grande
quartinha e pediu ao YAWÓ, que logo seria iniciado, que lhe trouxesse água do rio e que
pegasse do fundo deste a cabeça de IGBA OMI ODO, pois sem ela seu nascimento não seria
possível.

O YAWÓ ao ir pegar a cabeça, o que realmente pegou foi um OTÁ (pedra). Então Orunmilá
segurou o OTÁ e colocou dentro da cabaça em lembrança de seu filho e a adornou com ILEKE
NI GBOGBO ORISHÁ (contas de todos os orishás), ASHO MEJI, KOIDE MEJI (akodidé meji),
ficando assim desde então a cerimônia de que o YAWÓ vai ao rio para buscar o espírito de
IGBA OMI ODO (o segredo é preparado com água).

Nota: Por este motivo os YAWÓS devem ir a um rio em busca do ashé principal de seu futuro
nascimento. O espirito de IGBA OMI ODO concentra o segredo da religião e de todos os
Orishás. É responsável por guardar o ashé e memória de tudo que nasce na religião e todos os
que um dia se iniciaram em Orishá e por este motivo é fundamental

ADIMU A OYÁ – ÓBA – YEWÁ

Para preparar a farinha de milho ou fubá doce ou doce de farinha de milho ou fubá necessitam:

2 copos de farinha de milho ou fubá

6 copos de água

2 colheres de sal

Canela em pau

Casca de limão
1 copo de meio de leite

1 copo e meio de açúcar

1 colherzinha de baunilha

Preparação:

Cozinhe o fubá com água, sal, canela em pau e a casca de limão.


Utilizar uma colher de madeira para esta ação.

Quando estiver bem espessa, se coloca o leite e o açúcar.

Cozinha-se de novo por mais 30 minutos mexendo ocasionalmente para que não pegue no
fundo da panela.

Quando tirar do fogo, acrescente a baunilha.

Sirva quente ou frio num refratário e coloque diante do ORISHÁ desejado com uma vela de 7
dias e peça o que deseja.

NOTA: Se este ADIMU é para OBATALÁ, não acrescente o sal.

A ESTEIRA

Há muito objetos na nossa religião que tem a categoria de Sagrado. Um deles que é
indispensável em qualquer atividade religiosa é a esteira e dela podemos narrar a história.

Quando ela quis vir à Terra, preocupada com algo que era totalmente desconhecido e sabendo
que a condição humana é muitas vezes cruel, foi  buscar um bom presságio na casa dos Awós
celestiais. Estes lhe previram largar existência e reconhecimento humano, pois aquele que
pisasse com sapatos a esteira teria seu castigo e aquele que caminhasse descalço, receberia
pela planta dos seus pés, bênçãos espirituais. Mas para conseguir todo o reconhecimento
deveria fazer ebó. Recomendaram os Awós uma obra ou sacrifício que consistia em oferendas
animais: um akukó (galo) para Eshú, akukó para Ogun, dois eyelé (pombas) para Obatalá
Orishánlá e algumas pedras pesadas. A esteira realizou o seu ebó e baixou à Terra para fazer
cumprir seu destino.
Os seres humanos caminharam sem conforto algum e dormiam sobre o piso ou terra. Mas ao
chegar a esteira, esta lhes proporcionou comodidade e fez mais agradável seus descansos.
Eshú alertou que a esteira era indispensável para gozar de comodidade e por isso surgiu e que
a partir desse momento seria de suma necessidade ser utilizada em todo tipo de iniciação
religiosa, porque desde os reis, até mesmo os mais necessitados a usavam.

A esteira é parte do ritual de qualquer iniciação, seja de Orishá ou de Ifá, não só serve como
acomodação, mas também é parte integral do arquétipo de todo trono (Igbodú de Orishá ou de
Ifá).

Além disso, representa a comunicação dinâmica da energia do corpo humano com a terra, pois
nela dormem e comem os iniciados.

Todos de Ifá e Orishá, reis e iniciados devem render culto e homenagem, pois com ela se faz
as penitências e rogações de reconhecimento ou culto aos mesmos. Os signos ou Odús que
falam da esteira são: Odi Ogunda, Obara Bogbe, Obara Trupon, Osa Lofobeyó, Iwori Koso,
entre outros. Segue o Pataki de Obara Trupon:

Houve um tempo em que os Orishás disfrutavam do privilégio e reconhecimento geral, menos


Oduduwá, quem presidia o conselho santoral. Os devotos de cada divindade rendiam
homenagens a diferentes orishás, mas não o faziam a Oduduwá, o qual criou uma situação
caótica no plano da existência.
Obara Dun dun não lhe rendia culto nem reconhecimento a Oduduwá, o qual era o chefe da
reencarnação e da vida. Oduduwá visivelmente desgostoso se retirou de sua posição de Obá e
começou um colapso em todas as coisas da Terra, originando uma hecatombe, a qual todos os
orishás conheceram a causa e começaram a render-lhe homenagens. Assim se deu lugar ao
culto de Oduduwá e seus adoradores.

Enquanto isso Obara Trupon notava que sua sorte diminuía e seus propósitos não se
cumpriam, então fez Osode (consulta). Ifá manifestava que ele tinha faltado com respeito e
desconhecimento de sua parte para com Oduduwá, essa era a causa de seus males e que se
queria ter Iré gbogbo Iré (sorte) deveria fazer Ebó com Eure, Adie funfun meji, Eyele meji fun
fun e uma esteira, a qual usaria para dormir por 16 dias consecutivos aos pés de Oduduwá, em
prova de seu amor, devoção e respeito. Neste signo ou Odú se deve receber Oduduwá e fazer-
lhe muitas cerimônias para que gbogbo Iré se materialize na vida da pessoa. To Iba Eshu. Ona
Iré ó

A PALAVRA EBÓ
 

Este vocábulo Yorubá significa na regra


geral: FAZER SACRIFÍCIO. Dele se derivam as seguintes palavras: EBÓ GÜONÚ, EBÓ YURÉ,
EBÓ FÍ, EBÓ ODÁ, ORUBÓ, EBÓ KEÚN, ODÚ KEÚN.
EBÓ GÜONÚ, quer dizer que chegue ao outro mundo, isto é, quando se dá a qualquer ORIXÁ,
no Igbá ou de qualquer outra forma, um animal de quatro patas. Aos três dias de haver feito o
sacrifício do animal, se faz o ITÁ, isto é, EBÓ GUONÓ.

EBÓ YURÉ, ao qual todos dizem EBÓ SHURÉ, é quando se faz de tudo num só dia, no ato,
isto pode ser desde um simples frango com todos seus ingredientes, até um ou vários animais
de quatro patas. Quando se faz dessa forma, não se faz ITÁ, por isso leva o qualificativo de
EBÓ YURÉ.
Este Ebó se faz a vista de todos e quando se acaba de sacrificar o último animal ou ave, se dá
o OBI (coco) aos ORIXÁS correspondentes e dessa maneira eles falarão por meio dos cocos.
Ao mencionar o animal de quatro patas, não queremos dizer que todos os EBÓS YURÉ levem
esses animais, porque às vezes leva unicamente os outros bichos que se dá a esse ORIXÁ,
não necessariamente o bicho de quatro patas.
O EBÓ YURÉ pode estar acompanhado também de um tambor (BATÁ), também se podem
colocar frutas ao ORIXÁ. O EBÓ META, EBÓ dos três meses, é o EBÓ que se faz em um só
dia, leve o que leve, é um EBÓ YURÉ.

EBÓ FÍ, esta palavra diz que se fará o que se tem feito, um pouco que seja.

EBÓ DÁ, esta palavra diz que o que se está fazendo está bem desde que seja para o bem.

EBÓ FÍ, EBÓ ADÁ OU EBÓ DÁ, quer dizer que o pouco que se está fazendo é para o bem. A
este Ebó também se chama EBÓ KEÚN, que quer dizer, pedacinho.

ORUBÓ, basta acionar, rezar ou falar ao ORIXÁ ao qual se está mencionando o ORUBÓ, EBÓ
KEÚN, ODÚ KEÚN, quando em um ano se faz várias vezes esses EBÓS já mencionados,
como EBÓ GÜONÚ e YURÉ.

Quando falamos sobre o EBÓ YURÉ, disse quando se dá o sacrifício ao ORIXÁ e a este lhe dá
OBI (coco), é para saber se recebeu ou não o que se lhe foi dado, ou acabou de dar, isto quer
dizer: que um ITÁ ou um registro sinala unicamente para saber se está conforme com o que se
acaba de dar.

Não se pode fazer um ITÁ antes dos três dias a contar da data em que se fez o sacrifício ao
ORIXÁ, pois este é o primeiro dia que ele recebeu a oferenda e também OROIÑA, que é a
entranha da Terra, assim como o ar, que espalha o fluído espiritual deste pelo espaço.

Ele não chega a Ará Onú (terra dos espíritos) antes dos três dias, até que os sinais que se
colocam ao ORIXÁ não se corrompam, assim desta maneira se sabe que nossos maiores de
outro mundo, estão autorizados por meio do ASHÉ que põem na boca dos IWORÓS (adeptos
da religião) e ORIATÉS, para que com esse ASHÉ eles possam dizer as pessoas que estão
fazendo o EBÓ, o caminho a seguir nessa vida, através dos conselhos.

É por essa razão que não se pode fazer ITÁ nem antes nem depois dos três dias, porque onde
se ofereça pela manhã e se faça o ITÁ pela tarde ou ao outro dia, já é um registro como outro
qualquer, porque este EBÓ não chegou a Ará Onú para que OLÓFIN dite ou sentencie de
acordo com o que a pessoa tem feito de bom ou mau nesse mundo.

Quando o EBÓ GÜONÚ não é feito dessa forma, se está enganando ao neófito e ao adepto da
religião e desse modo se está fazendo algo indevido, porque mais cedo ou mais tarde esses
feitos de maldade ou de ambição trarão suas consequências.

ADIMU – OFERENDAS – SIGNIFICADOS

ADIMU – A: quem, DI: transforma, UM: absorvendo.

Basicamente é oferecer alimentos a vários ORISHÁS os quais absorvem até consumir a


espiritualidade dos mesmos.

Utiliza-se para manter o cuidado das relações que os homens mantêm com os antepassados,
com certos espíritos, com os ORISHÁS e para reforçar as relações que devem existir entre os
seres humanos com o resto dos seres que habitam dentro do universo no qual vivemos e de
fato, esta ação nos proporciona ter paz e harmonia.
O ADIMU, portanto, representa uma maneira de reorganizar o universo a favor da raça
humana.

ADIMUNLÁ: o sufixo NLÁ significa: “grande”, ou seja, Grande Oferenda


ALADIMU: É a pessoa que oferece o ADIMU

GBOGBO TEUN ONGEN: (GBOGBO TENUYE): Oferendas de comidas variadas. Denominam-


se as oferendas que compõem vários tipos de alimentos comestíveis para o devoto que,
geralmente, as dedica aos antepassados, ou seja, todas as comidas que a boca come.

EBÓ SHIRÉS: São ADIMUS em pequenas quantidades, unidos e se oferecem a um ORISHÁ


determinado, para que o distribua entre os demais para receber sua graça em função de quem
faz o sacrifício ou oferenda. Não deve faltar OBI, EKÚ, EYÁ, EKÓ e frutas. Se faz diante a um
OPON de IFÁ, se se tratar de um BABALAWÓ.

EBÓ KEUN EDUN KEUN: É um ADIMU tipo EBÓ SHIRÉ, mas as oferendas são colocadas
diretamente a cada ORISHÁ. Começa-se por ELEGUÁ e se termina pelo ORISHÁ TUTELAR
da pessoa. Dá-se OBI a cada ORISHÁ e se pergunta: KEFEYI YENI YENI EDUN (número de
dias que vai ficar a oferenda).

BOLAS DE FARINHA: Estas bolas se preparam misturando farinha de mandioca com mel de
abelhas e entre as mãos e vai se moldando cada bolinha. Esse ADIMU é de grande valia para
ORUNMILÁ, ELEGUÁ e OSHÚN.

BOLAS DE FUBÁ COM FEIJÕES VERMELHOS: Confeccionam-se misturando o fubá com os


feijões vermelhos. Este ADIMU é de grande valia para OYÁ (YANSAN).

IKUETE: Mandioca (aipim) cozida com dendê.

GBEUÍRÍ: Um tipo de sopa de vagens com dendê. Oferece-se a SHANGÓ.

FRUTAS: Todas as frutas podem ser utilizadas como oferenda aos ORISHÁS. Com algumas
exceções, como por exemplo, não oferece nem bananas nem uvas a ORUNMILÁ.
Quando se oferecem aos IBEJI, os quais pertencem todas as frutas, eles também dão direito a
alguns ORISHÁS, como por exemplo:

A manga e as laranjas a OSHÚN. O sapoti a OYÁ. A melancia a YEMANJÁ. A banana e o


abricó a SHANGÓ. A goiaba a ELEGUÁ. A graviola a OBATALÁ, etc.

AYAÓ – ORISHÁ IRMÃ DE OYÁ

Ayaó é a irmã mais nova de Oyá, em alguns caminhos também dizem que é a irmã mais velha.
Diz-se que é filha de Oduduwá e foi criada junto com Bromu. Tem pacto com Ozain e Iroko e
por isso se diz que ela é o Orishá das bruxarias. Pode viver na selva ou em cima de Iroko,
sempre no alto, pois se caracteriza como a Orishá das Nuvens…Outros escritos também dizem
que ela vive dentro das raízes da Ceiba Sagrada. Ayaó foi quem deu a Oyá os segredos da
Magia e do Misticismo. Seus segredos se guardam em uma sopeira que se mantém no alto, em
uma casa de Omo Orishás que a recebe. Usualmente são os filhos de Oyá os que a recebem,
embora haja signos (odús) onde pode acontecer que alguém necessite recebê-la. Aqueles que
a possuem, a mantém em um livrinho atado ao teto do lugar com correntes.

Ayaó é amiga dos espiritistas e dos médiuns. Cuidadora da Saraza de Egun. Orishá das
alturas. Ela foi quem subiu e deu a mesa à Oduduwá. Caracteriza-se como um Orishá do
Deserto. Vive nos altos de Iroko e não deve baixar ao chão ou tocar o piso, por isso suas
cerimônias se realizam na parte superior de uma mesa. Ela é um pequeno redemoinho e o olho
da tempestade.
Diz-se que ela se senta acima da Ceiba para ajudar e proteger os espíritos que passam através
de suas nuvens para residir no reino de Olófin (Deus). Diz-se que quando um iniciado de Oyá
está realizando seu nascimento, consagração (feitura), os espíritos que se recolhem são
atendidos por Ayaó. Quando Oyá se prepara para a batalha ela chama sua irmã Ayaó que
libera os espíritos para ajudá-la na batalha. Não se raspa Ayaó na cabeça de ninguém. É bruxa
e tem pacto com as Iyamís. Por isso diz-se que Ayaó é coletora de energias negativas como a
bruxaria e espíritos malignos. Também Ayaó cuida das mulheres donzelas e das meninas.
Ayaó é pura, por isso ela é quem sobe à mesa à Oduduwá.

Diz-se que Ayaó é a que leva as mensagem a Ikú (morte) e a Oyá. Encarrega-se Ayaó das
notas de Oyá, na porta do cemitério. Ayaó também se encarrega dos 9 Eguns que
acompanham Oyá e tem relação com os 9 lugares das cerimônias prévias a uma consagração
de Oyá (feitura). Por esta razão algumas pessoas põem 9 copos de água a Oyá como uma
dedicação a ela.

Alguns chamam estes de “Os Ajeres de Oyá”. No campo suas cores são Matipó e Amarelo com
contas de Oyá intercaladas e seu tecido é de retalho floreado com essas cores. Em outros
lugares suas cores são o rosa com nácar e azeviche. Ayaó nasce no signo Osá Iroso (Osá
Roso), embora também fale nos odús: Osá Ogunda (Osá Kuleyá), Osá Bara (Osá Shepe), Osá
Ogbe (Osálo Fobeyó) e Osá Meji e se lhe imolam os mesmos animais que para Oyá.

Os que a necessitam chamá-la que não o façam, pois é um Orishá muito sério. Oyá é o
oxigênio que inalamos e o oxigênio que exalamos, Ayaó é o Orishá que tem que a ver com a
bruxaria. Os que tenham que fazer algum Ebó com ela, deve ir ao cemitério e deixar as
oferendas em cima de uma tumba, nunca no chão, ainda que a Oyá se possa deixar na porta
do cemitério e no chão, mas para Ayaó nunca, pois ela não baixa ao chão. Aquele que tem que
trabalhar com este Orishá é importante que sempre o façam “limpos”, perfumados e que o
ambiente tenha bons perfumes ou fragrâncias de incenso. Os que a recebem dizem que ela
guarda mistérios e que quando está no ambiente, muda, pois é um Orishá muito sério em
relação a fazer seus encargos

AYAÓ – ORISHÁ DA PROSPERIDADE


Esse ORISHÁ representa a abundância material. É uma garantia para quem a tem de que
nunca lhe faltará a comida, nem terá limite no desenvolvimento de sua vida, pois ela trará
prosperidade.

É a IRMÃ mais NOVA de OYÁ. Não se raspa em ninguém. É um ORISHÁ de grande castidade,
ermitã, guerreira e de grande importância para todos os filhos de OYÁ (YANSAN), já que
guerreia junto com ela.
Esposa do ORISHÁ ORO (ORUN) – capataz de todos os EGUNS, vive na raiz do ARAGBÁ
(IROKO). É oferecido a ela os mesmos animais de pena que se oferece a OYÁ, com a
diferença de que os seus devem ser os mais novos.

É um ORISHÁ muito vinculado aos EGUNS, que inclusive pode receber oferendas e sacrifícios
com eles.

Seu fundamento leva pétalas de flores. Vive sobre uma mesa redonda. Seus ELEKES (fios de
conta) são da cor marrom. Tem uma boneca de madeira com fundamentos de IFÁ e com o
ASHÉ de OYÁ.

Entre suas oferendas, lhe agradam as flores vermelhas.

Maferefun AYAÓ todos os dias!

CERIMÔNIA DE ELEKES (COMO ENTREGAR


OS FIOS DE CONTA)
Entrega-se só os 5 (cinco) principais ELEKES (fios de conta), a menos que quem o entregue
seja filho de um ORISHÁ distinto a esses 5 (cinco) ORISHÁS. Faz-se OMIERÓ (preparado de
ervas) de OBATALÁ.

A pessoa deve ir tomar banho e lavar a cabeça com sabão da costa e ervas desse OMIERÓ de
OBATALÁ e tudo isso se faz MOJUBANDO (rezando) e dando conhecimento do que está
sendo feito.
Uma vez terminado, coloca-se a pessoa de costas, a OJUGBONA apresenta a tigela com os
ELEKES, de igual maneira, MOJUBANDO e dando conhecimento que se está fazendo um
rompimento para livrar a pessoa dos OSOGBOS (negatividades).

Vá-se rasgando a roupa, rompendo com as mãos. Assim que isto estiver completo e a pessoa
estiver desnuda, se dá a pessoa sabão da costa e ervas e vai-se jogando OMIERÓ.

Só se banha do pescoço para baixo, posto que já lhe lavamos a cabeça anteriormente.  Uma
vez que já se banhou a pessoa, dê-lhe uma toalha branca e que se vista de branco também.

Já vestido de branco, começa-se a rezar, dando conhecimento que se está rezando por motivo
de entregar os fios de conta (ELEKES). Depois disso, se ajoelha a pessoa em uma esteira e se
procede a entrega dos ELEKES, mojubando cada fio de conta e falando a pessoa sobre cada
um deles, para que serve e a que ORISHÁ pertence, dando-lhes uma instrução sobre o
ORISHÁ e que aprendam como deve ser um ALEYÓ (devoto religioso), o que pode fazer e o
que não pode fazer, enquanto se vai falando sobre tudo isso.

A IMPORTÂNCIA DO USO DOS IDÉS


(PULSEIRAS)
O IDÉ DE PRATA ou PULSEIRA DE PRATA como queiram chamar, tem como grande
significado o selamento de um pacto e não é outro o pacto, senão o que fazemos nós
Sacerdotes e Sacerdotisas junto a OBATALÁ no momento de nossa iniciação em ORISHÁ.

Não importa o ORISHÁ que tenhamos feito ou coroado, todos temos o referido IDÉ DE PRATA.
Este pacto é de compromisso religioso e sacerdócio ante OBATALÁ que é o maior de todos os
OSHAS e ORISHÁS e que ajudou a OLÓFIN (DEUS) na criação do mundo.
Se olharmos bem nas ferramentas de OBATALÁ encontraremos uma PULSEIRA DE PRATA e
uma delas um dia esteve conosco em nossa mão esquerda e a outra junta a ele, assim
selamos o pacto, como as alianças que utilizam os esposos na religião católica.

Coloca-se na mão esquerda, já que esta é a mão da firmeza ou do ASHÉ.

Recordemos que se diz:

“OTUN NI OBÁ” (A destra do rei, mão direita).

“OZI NI LOWÓ ASÉ” (A mão do ASHÉ, mão esquerda).

Por isso que deve ir no pulso da mão esquerda também tudo o que damos aos ORISHÁS.

Os IDÉS, os ASHÉS, inclusive no momento de dar o ASHÉ na cabeça do novo YAWÓ ou em


uma cerimônia de cabeça (BORI), devemos fazer também com a mão esquerda.
Dentre as PULSEIRAS que temos na mão esquerda temos a ASHAFÁ de OSHÓSI e as
PULSEIRAS de OYÁ.

OS IDÉS dos OSHA ALAGBATOBI (ORISHÁ DE CABEÇA) e até mesmo os IDÉS de


ORUNMILÁ (IDEFÁ) se usam também na mão esquerda

A CERIMÔNIA DE NANGAREÓ

XANGÔ costumava sair a passeio por terras vizinhas, para observar os distintos costumes
vivenciados por cada povo e como viviam. Em uma de suas rotas chegou a uma terra que se
chamava: ARA-MALE e observou uma grande diferença em sua recepção em relação a outras
terras, ao render-lhe MOFORIBALE (Saudação respeitosa digna dos reis e sacerdotes),
XANGÔ percebeu em ARA-MALE que seus habitantes realizavam uma cerimônia até o meio
do dia, cuja cerimônia consistia em implorar ao sol (OLORUN) ao redor de uma cabaça que em
seu interior continha SARAEKO (um espécie de mingau), o que consistia para eles em duas
refeições: dejejum e almoço.
Tempos depois XANGÔ visitou novamente ARA-MALE e presenciou a harmonia e
tranquilidade em que vivia o povo de ARA-MALE, trazendo por consequência uma grande
preocupação com relação ao grande problema que confrontava em TAKUÁ, terra que estava
em guerra com as demais terras vizinhas, não podendo celebrar nenhuma cerimônia de IFÁ e
nem de ORIXÁS devido aos problemas e guerras cada dia mais intensas. Os povos não tinham
paz para rogar a seus deuses e professar seu culto onde o culto se estagnava em tais terras.
Diante de tal situação XANGÔ viajou de volta rumo à terra de ARA-MALE  e trouxe a cabaça
contendo SARAEKO rumo a terra TAKUÁ e vizinhas, pois somente com ela teria como implorar
a OLORUN (Sol, força maior do universo) e aos espíritos supremos celestiais (eguns maiores).
XANGÔ foi em busca de terra e areia para assentar a cabaça contendo SARAEKO e implorou
a OLORUN através das súplicas e a EGUN, e assim pode vencer  todas as guerras que
assolavam as terras vizinhas a TAKUÁ com o ASHÉ de OBATALÁ, dando conta ao máximo ser
supremo OLÓFIN, através de OLORUN (o sol). A partir desse momento a tranquilidade se
estabeleceu e o CULTO aos ORIXÁS e a IFÁ foi restabelecido, em todas as terras YORUBÁS
ficando determinado a partir de então que todas as consagrações tanto de IFÁ, quanto de
ORIXÁS deveriam realizar o ritual do ÑANGAREÓ, pois representaria a paz, a tranquilidade e a
presença divina de todos os seres celestiais, onde é vital para um nascimento, seja em IFÁ ou
ORIXÁS, para que a paz divina suplante todas as guerras no nascimento de um neófito.

Nota: por isso, que antes do ITÁ há que se fazer ÑANGAREO, para que OLÓFIN tenha
conhecimento que esta sendo feito em um ITÁ de nascimento. Por isso, o dia de ITÁ não se faz
reverências aos mortos, exatamente porque no ÑAGAREÓ já se dá ciência a OLÓFIN (DEUS)
e a EGUN, e aos máximos seres supremos do universo

A DESOBEDIÊNCIA DE OBATALÁ

PATAKI:
Quando OBATALÁ veio à Terra, a primeira coisa que fez foi consultar-se com IFÁ, para
conhecer sua sorte e destino.

ORUNMILÁ lhe disse: “Você tem que fazer uma oferenda com muito sal dentro de uma
abóbora, juntamente com um pano branco”, e OBATALÁ lhe interrompeu e logo perguntou:
“Por que devo fazer essa oferenda?”

E ORUNMILÁ lhe respondeu: “Para não encontrar desgraça na Terra”. OBATALÁ não quis
fazer o sacrifício e seguiu o caminho para sua casa e ali recebeu muitas visitas.
Quando caiu a madrugada, já todos haviam ido embora, exceto EXÚ, que se espreitou
discretamente dentro da casa, sem que nada nem ninguém o visse. OBATALÁ estava em sono
profundo. EXÚ pegou a ABÓBORA que OBATALÁ não quis oferecer e a fixou nas costas dele,
cobrindo-a em seguida com um pano branco.

Quando OBATALÁ despertou, viu que tinha uma enorme corcunda em suas costas e todos se
perguntavam como havia sobrevivido com esta deformidade. Depois de matarem sua
curiosidade, todos foram embora e nos dias seguintes, se recusaram a recebê-lo.

Por fim, EXÚ veio ver OBATALÁ e lhe disse: “Tu recusaste a fazer a oferenda de sal e, por
isso, jamais o comerá!”

Por isso, as OFERENDAS E ADIMÚS dados a OBATALÁ não levam sal

A DEFESA DE OBATALÁ

Certa vez OBATALÁ queria saber quem eram seus eternos adoradores e crentes, parciais e
imparciais. Então foi à casa de ORUNMILÁ que lhe fez uma consulta com IFÁ e lhe mandou
fazer sacrifícios e um trabalho pela manhã seguinte. Logo cedo, OBATALÁ lançou a voz nas
ruas de que haviam matado a OBATALÁ.
OBATALÁ OLUFÓN ao inteirar-se do assunto, da surpresa e da dor que sentiu, se converteu
em um OTÁ (pedra). O primeiro ao chegar à casa de OBATALÁ foi EYELÉ (pombo). O
segundo ETÚ (galinha d’angola), o terceiro ELEGUÁ, o quarto OGUN, o quinto OXÓSSI e o
sexto OZUN. No final da noite ninguém mais foi saber se OBATALÁ estava vivo ou estava
morto.
OBATALÁ então disse: OBATALÁ OLUFÓN é meu eterno adorador, pois é ORIXÁ por mim.
EYELÉ foi a primeira a chegar em minha casa, serás meu símbolo na Terra. ETÚ foi a
segunda, será a que orienta o bem que me peçam. ELEGUÁ, seguirás atrás da porta e
comerás antes de mim, que sou OBATALÁ. OGUN, OXÓSSI e OZUN também vieram com
ELEGUÁ e comeram antes de mim também.

Buscando um ponto de entendimento e compreensão, todos vocês serão meu apoio. Assim
OBATALÁ pode distinguir quem eram seus fiéis.

To Eban Eshú

A RIQUEZA DE OSHÚN – IRÉ OWÓ

OSHÚN queria saber como andavam as coisas no mundo e iniciou uma pequena viagem.

A primeira coisa que encontrou foi que havia uma grande pobreza.

Compadecida dos pobres, o coração da deusa se encheu de piedade e começou então a dar
riquezas a quem encontrava.
Todos os necessitados que foram favorecidos, foram comprar vestimentas e comidas. Os
comerciantes desconfiaram daquelas riquezas, como havia parecido tudo aquilo do nada e
então foram se queixar com OLÓFIN (Deus).
OLÓFIN, sem pensar, ordenou com toda a severidade que a RIQUEZA de OSHÚN será a
única que terá validade na Terra.

Por isso se diz que OSHÚN é a dona do OWÓ (RIQUEZA, DINHEIRO).

Maferefun OSHÚN

A FILHA DE OSHÚN

Havia um indivíduo que era AWÓ NI ORUNMILÁ e os sábios os aconselharam que ele iria ver
um pleito, lio ou tragédia. Que não se metesse e que não poderia averiguar o que havia
acontecido, já que isto poderia prejudicá-lo muito. Também disseram que não fosse avarento e
que jamais levantasse a mão a uma mulher e muito menos a uma filha de OSHÚN.

Este AWÓ era desobediente, esquecido, caprichoso e só fazia o que ele tinha vontade e não
dava importância do que lhe diziam.

Um dia teve um problema em sua casa e saiu.

Estando sentado perto de um jardim, tratando de organizar seus pensamentos para ver que
caminho ia seguir, se sentou ao seu lado uma jovem de boa aparência feminina e ambos
começaram uma conversa agradável, onde ele contou a ela o momento pelo qual estava
passando e a jovem o convidou a ir em sua casa.
O AWÓ então, se lembrou dos conselhos dos sábios e lembrou também que ante a uma
situação assim como esta, teria que fazer alguns sacrifícios e oferendas e teria que fazer
também na moça, mas não o fez.

Tudo ao princípio ia saído muito bem, mas aconteceu que um dia tiveram uma grande
discussão e ele levantou a mão para a moça, golpeando-a de uma forma ruim e em seguida viu
o mal que havia feito e saiu de casa e foi para a Casa de seu padrinho, quem o consultou com
IFÁ e lhe disse que tudo isso era devido a sua desobediência e que a ele queriam tombar e que
se não queria se perder, teria que agir rápido.

O padrinho lhe fez os sacrifícios necessários que antes havia indicado IFÁ e mandou buscar a
jovem e também lhe fez a mesma coisa e lhe entregou IKOFÁ (a iniciação da mulher em IFÁ) e
lhe disse que a partir daquele momento deveria se cuidar das ciladas e armadilhas da vida e
que tão breve possa fizesse uma oferenda a OSHÚN.

O AWÓ assim fez como o indicado e novamente voltou a reinar a paz e a tranquilidade. A moça
era filha de OSHÚN

CERIMÔNIAS EM OSHA-IFÁ
No ser humano, por diversas razões, podem se ver afetadas as energias espirituais e a de seu
corpo material e por isso perder o equilíbrio e a harmonia, e por isso começam as dificuldades
em sua vida. Por essa razão é que se consulta o oráculo para saber que ritos, cerimônias,
consagrações e iniciações são necessárias para levar a energia a um nível adequado.

O sistema oracular mede e calcula os valores e variações dessa energia resultante do espiritual
e o material ao largo da vida para que a pessoa guie sua vida em busca do equilíbrio e da
harmonia.

As cerimônias são um conjunto de ritos que geralmente não tem implícito um compromisso
permanente do indivíduo com OSHA-IFÁ se este não está consagrado e este não passe por
situações tão graves.
As consagrações são aquelas cerimônias complexas que implicam um compromisso
permanente com OSHA-IFÁ e se fazem quando a energia do espírito e da matéria estão
afetadas seriamente e se requer potenciá-las até o nível que corresponde a esse indivíduo.

As consagrações fundamentais são “INICIAR-SE EM IFÁ” – Saber o seu ODÚ e seu ORIXÁ
TUTELAR em IFÁ e posteriormente “ASSENTAR OSHA”, denominada também YOKO OSHA –
COROAÇÃO OU FEITURA DE SANTO. A estas consagrações fundamentais se chamam
“INICIAÇÃO”. Existem consagrações intermediárias e posteriores a cada uma das iniciações,
que consistem em receber determinados OSHAS e ORIXÁS ou poderes. Todas as cerimônias
e consagrações em OSHA-IFÁ, seguem o objetivo de alcançar o equilíbrio e a harmonia
necessários para transitar favoravelmente pelo caminho da vida.

Desde este ponde vista, pode-se afirmar que OSHA-IFÁ tem por objetivo a busca do equilíbrio
e da harmonia de um indivíduo em transcurso da sua vida em inter-relação com a
representação de seu ser, uma vida anterior com os OSHAS, ORIXÁS, EGUN, etc e o
ambiente.

Para conhecer esta inter-relação que está determinada pela energia do espiritual e o material,
se usa o sistema oracular (OBI, OPELÉ (EPKUELÉ) EM IFÁ E MERINDILOGUN em OSHA)
que decide as cerimônias e consagrações necessárias para alcançar seu objetivo.

OS YAWÓS SE VESTEM DE BRANCO

OSÍ (O ganso) vivia com seus filhos e sua mulher na Terra.

OSÍ sempre tinha problemas com os demais, já que não o compreendiam.  Então ele decidiu
viver no mundo dos espíritos.

Em pouco tempo de sua nova morada, regressou à Terra vestido de branco, pois havia feito
KARI OSHA (feitura).
Com isso sentiu uma grande mudança em sua vida e então pegou seus filhos e toda sua
família e os levou ao mundo dos espíritos e estes regressaram à Terra vestidos de branco,
porque também haviam se coroado em ORISHÁ.

E desde então a plumagem dos GANSOS é branca e é por isso que todos os YAWÓS se
vestem de branco.

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