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O Ministério

“Todos se admiraram de Curas


de Jesus,
e glorificaram a Deus” Olhando
de perto

O s textos sugeridos como leitura bí-


blica da semana indicam que uma
parte importante do ministério de Jesus constituiu-
a ninguém o que aconteceu, mas ele contou. Jesus
ficou tão popular “a ponto de não mais poder… en-
trar publicamente em qualquer cidade… e de toda
se pelas curas que Ele realizou. Por exemplo, na parte vinham ter com ele” (Marcos 1:45).
sinagoga em Cafarnaum, Jesus expulsou um espí- Jesus voltou a Cafarnaum—provavelmente para
rito imundo de um homem (Marcos 1:21–28; Lucas descansar um pouco—mas não conseguiu descan-
4:31–37). Como resultado disso, as pessoas “se ad- sar porque todos afluíram para a casa onde Ele esta-
miraram” e “correu célere a fama de Jesus em todas va hospedado. Foi esse o cenário da cura do homem
as direções, por toda a circunvizinhança da Galiléia” que desceu pelo telhado (Mateus 9:2–8; Marcos
(Marcos 1:27, 28). 2:1–12; Lucas 5:17–26). Jesus disse ao homem: “Eu
Jesus e Seus discípulos saíram da sinagoga e fo- te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua
ram para a casa de Pedro e André. Ali Jesus curou casa” (Marcos 2:11). Segundo Marcos, o homem “se
a sogra de Pedro. Naquela tarde, “trouxeram-lhe levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, re-
muitos endemoninhados; e ele meramente com a tirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem
palavra expeliu os espíritos e curou todos os que es- todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos
tavam doentes” (Mateus 8:16; leia vv. 14–17; Marcos coisa assim!” (v. 12). A ERC diz simplesmente: “to-
1:29–34; Lucas 4:38–41). dos se admiraram e glorificaram a Deus”. O título
Na manhã seguinte, Jesus deu início à sua via- desta lição foi extraído dessa versão.
gem de pregação pela província (Mateus 4:23–25; Dando continuidade à leitura dos relatos do
Marcos 1:35–39; Lucas 4:42–44). evangelho, leremos constantemente sobre os mila-
Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando gres de Jesus, incluindo Seus milagres de cura. Pode
nas sinagogas, pregando o evangelho do reino valer a pena passar um tempo comentando Seus mi-
e curando toda sorte de doenças e enfermidades lagres—e especialmente Sua cura dos doentes.
entre o povo. E a sua fama correu por toda a Sí-
ria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, aco- A RACIONALIDADE DOS
metidos de várias enfermidades e tormentos….
E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e da- MILAGRES DE JESUS
lém do Jordão numerosas multidões o seguiam Gostaríamos de enfatizar que Jesus realmente
(Mateus 4:23–25). fez milagres. Eles aconteceram exatamente como es-
Um milagre feito nessa viagem de pregação tão registrados em Mateus, Marcos, Lucas e João.
encontra-se registrado com detalhes: a cura de um Aqueles que não querem crer na Bíblia e na
leproso (Mateus 8:2–4; Marcos 1:40–45; Lucas 5:12– divindade de Jesus ridicularizam os milagres nar-
16). Jesus disse ao leproso curado que não contasse rados na Bíblia. “Você realmente acredita que uma
baleia engoliu Jonas?”, perguntam. “Você realmente
acredita que Jesus alimentou literalmente cinco mil
 
A panorâmica a seguir abrange toda a leitura da sema- pessoas com alguns pães e peixes?” Alguns que se
na, exceto o chamado de Mateus. dizem cristãos não medem esforços para explicar os


milagres—em busca de alguma explicação racional: Eles não acreditavam em milagres—na mente deles,
“Ah, é que aquelas pessoas eram ignorantes e não “milagres” eram contra-sensos supersticiosos—por
possuíam o conhecimento que nós possuímos hoje. isso estavam tentando destruir os elementos mira-
Chamavam de milagres coisas que realmente não culosos da história de Jesus para desvendar “o ver-
eram milagres”. dadeiro Jesus” que andou na terra. Acabaram por
Novamente, afirmo que os milagres de Jesus de construir um personagem desconhecido, uns filó-
fato aconteceram conforme encontram-se registrados em sofos morais sem formação escolar, que viveu num
Mateus, Marcos, Lucas e João. Existem muitas razões canto remoto do mundo. Alguém disse que se esse
para crer que essa afirmação é verdadeira. Vamos “Jesus” tivesse conseguido mudar o curso da histó-
mencioná-las aqui. ria, esse é que seria um milagre maior do que qual-
Cremos que essa afirmação é verdadeira porque quer outro atribuído a Cristo no Novo Testamento!
cremos em Deus. Se uma pessoa crê em Deus, ela Um dos meus professores, J. D. Thomas, comparou
também precisa crer que “para Deus tudo é possí- a tentativa desses eruditos com a de descascar uma
vel” (Marcos 10:27). cebola em busca do seu miolo. Quando se termina
Cremos que essa afirmação é verdadeira porque de descascar, não sobrou nada. Não se pode expli-
cremos na Bíblia. Temos um bom motivo para crer car Jesus e Sua influência excluindo-se os Seus mi-
que a Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16). lagres.
No decorrer dos tempos, ela tem demonstrado ser Cremos que os milagres de Jesus realmente
um livro digno de confiança, um livro ao qual po- aconteceram conforme estão registrados nos relatos
demos confiar plenamente nossas vidas. Essa Bíblia do evangelho porque nem mesmo os inimigos de
inspirada por Deus nos fala dos milagres de Jesus. Jesus puderam negar que Ele realizou milagres. Na
A próxima razão está intimamente relacionada leitura bíblica desta semana, quando Jesus curou o
à razão apresentada anteriormente: cremos que essa paralítico, Seus críticos estavam presentes. Jesus lan-
afirmação é verdadeira porque os milagres de Jesus çou um desafio a eles: “Ora, para que saibais que o
foram registrados por testemunhas confiáveis. A Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para
maneira como foram registrados e o momento em perdoar pecados—disse ao paralítico: Eu te man-
que foram registrados denuncia o fato de que foram do: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”
registrados por homens racionais, não por homens (Marcos 2:10, 11). Os críticos de Jesus não puderam
inconscientes do que realmente aconteceu—e, com negar que o homem levantou-se e andou!
certeza, não por homens cuja intenção era enganar. Quando chegarmos a João 9, leremos a respeito
Cremos que essa afirmação é verdadeira por- da cura de um cego de nascença. Os inimigos de Je-
que os milagres são consistentes com quem Jesus sus ficaram descontentes com isso e tentaram tirar
era—ou, se preferir, quem Ele proclamava ser. Je- o mérito de Jesus, mas uma coisa com certeza não
sus alegou ser o Filho de Deus, o Messias, a Luz do fizeram: eles não negaram que havia acontecido um
Mundo, o Pão da Vida, Aquele que perdoa pecados. milagre (v. 16).
Essas alegações eram fora do comum! Alguém que Em João 11, leremos a respeito da ressurreição
afirma tais coisas ou precisa comprovar a veracida- de Lázaro. Observemos que os inimigos de Jesus
de de suas alegações ou tem de ser desmascarado disseram: “Que estamos fazendo, uma vez que este
como um mentiroso. Alguém disse que ou Jesus era homem opera muitos sinais?” (v. 47).
um mentiroso, ou um lunático ou o Senhor. Essas Quando Pedro pregou sobre Jesus a seus con-
são as únicas alternativas. Quem não está disposto a terrâneos judeus no dia de Pentecostes, ele disse:
chamar Jesus de mentiroso nem de lunático, precisa “Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus dian-
reconhecê-lO como Senhor—e Sua capacidade de te de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais
operar milagres era consistente com tal posição. o próprio Deus realizou por intermédio dele entre
Cremos que essa afirmação é verdadeira por- vós, como vós mesmos sabeis” (Atos 2:22; grifo meu).
que não há outra forma de explicar Jesus e Sua in- Ninguém deteve Pedro e gritou: “Não, Ele não fez
fluência sem incluir Seus milagres. Quando eu era nada disso!”
universitário, alguns teólogos estavam conduzindo Não foi apenas nos tempos bíblicos que as pes-
o que chamaram de “A Busca do Jesus Histórico”. soas não puderam negar que Jesus fez milagres. Nos
primórdios do cristianismo, insurgiram homens
  que escreveram livros com o intuito de destruir o
O autor desta série estudou na Abilene Christian Uni-
versity (na época, Abilene Christian College), na cidade de cristianismo. Entre eles estavam Celso, Hiérocles e
Abilene, estado norte-americano do Texas. Juliano, o Apóstata. Quase sem exceção, uma coisa


que eles não fizeram foi negar que Jesus havia rea- …curou um paralítico na sinagoga de Cafar-
lizado milagres. naum!
Além disso, cremos que os milagres de Jesus …curou a sogra de Pedro!
foram autênticos porque até hoje não podemos ex- …curou todos que foram até Ele em Cafar-
plicá-los de outra maneira. Ocasionalmente, alguém naum—e na Galiléia!
diz: “Com certeza, eles pensavam que Jesus estava …curou um homem coberto de lepra!
fazendo milagres, mas havia outros homens ao redor …curou o homem que desceu pelo telhado em
alegando realizar milagres, como Simão, o mágico, e Cafarnaum!
o povo também pensou que eles eram operadores de
milagres”. Este argumento poderia ter valor não fos- A REALIDADE DOS MILAGRES DE JESUS
sem os seguintes fatos: os mesmos que enganavam No restante deste estudo, vejamos de perto os
o povo, que sabiam como ludibriar o povo e utilizar milagres de Jesus—especificamente Suas curas. En-
a psicologia coletiva, foram convencidos pelos mi- contraremos milagres como esses, vez após vez em
lagres de Jesus e dos apóstolos. Analise a história nossa leitura.
de Simão, o mágico, em Atos 8. Também, considere
Judas. Judas sabia tudo o que Jesus havia feito. Se Os Milagres de Jesus naqueles Dias
Jesus estivesse tapeando as multidões, Judas com Hoje, usamos o termo “milagre” sem a devida
certeza saberia disso. Quando Judas decidiu trair Je- propriedade: falamos do “milagre do nascimento”.
sus, porém, ele não pôde dizer aos inimigos de Jesus Dizemos: “Se eu passar no exame, vai ser um mila-
nada que eles pudessem usar contra Ele no tribunal. gre”, ou: “Se eu terminar este ano sem ter adquirido
Tudo o que ele pôde fazer foi dizer-lhes onde encon- uma úlcera, vai ser um milagre”. Biblicamente, po-
trar Jesus para que O prendessem. rém, a palavra “milagre”, conforme seu uso na Bí-
Alguns contestam: “Bem, mesmo que os relatos blia, tem um significado especial. Não era algo que
sejam confiáveis, mesmo que as coisas realmente te- acontecia todos os dias. Não era algo que resultava
nham acontecido assim, os que escreveram sobre es- de uma lei natural ou de um esforço humano. O mi-
sas coisas não entenderam o que estava se passando. lagre era algo sobrenatural porque naquele instante
Não conheciam as doenças psicossomáticas. Hoje, as leis naturais eram postas de lado e o sobrenatu-
sabemos que oitenta por cento dos problemas físi- ral predominava—mas era mais do que isso. Era o
cos estão relacionados a problemas da mente. É por sobrenatural operando no mundo natural de uma
isso que Jesus tinha o poder de curar”. forma que todos podiam ver e ouvir e reconhecer
Eu jamais negaria que muitas doenças estão re- que havia ocorrido um milagre.
lacionadas à mente, mas isto não pode explicar ne- Para demonstrar do que estamos falando, use-
nhum dos milagres de Jesus: isto não pode explicar mos os exemplos de cura sobre os quais lemos esta
a cura do leproso no texto sugerido como leitura semana. Podemos ver nestes exemplos vários fatos
da semana. Isto não pode explicar a restauração de acerca das curas de Jesus.
membros atrofiados. Isto não pode explicar a cura Primeiramente, observemos que Jesus não tinha
do cego de nascença. Esse homem não havia nas- limites para operar milagres. Ele havia recebido o
cido com a visão, desenvolvendo mais tarde uma Espírito “sem medida” ou limite (João 3:34).
cegueira psicossomática. Ele era cego de nascença. O Ele não estava limitado pela fé dos outros. Às
que dizer de Jesus ressuscitar Lázaro após este ter vezes, a pessoa curada tinha fé, como foi o caso do
estado morto por três dias e já estar cheirando mal leproso (Mateus 8:2). Às vezes, porém, não havia in-
(João 11)? Lázaro apenas pensou que estivera morto dício de que a pessoa curada tinha fé. Por exemplo,
por três dias? no caso da cura do homem que desceu pelo telhado,
Muitos dos milagres de Jesus foram feitos em Jesus viu a fé dos quatro amigos, e não do homem
público. Eles foram feitos diante de pessoas incré- enfermo (Mateus 9:2; Marcos 2:5). Aqueles que Je-
dulas. Foram feitos por um longo período e envol- sus ressuscitou dos mortos certamente não demons-
veram uma grande variedade de demonstração traram fé no Seu poder de operar milagres.
de poder: poder sobre a natureza, poder sobre a Jesus não estava limitado pelos tipos de proble-
doença, poder sobre demônios, poder envolvendo mas físicos. Ele tinha poder para curar. Ele curou
conhecimento sobrenatural, poder envolvendo cria- “toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”
ção e poder sobre a morte. Não há como explicar (Mateus 4:23; grifo meu). No texto da leitura bíbli-
esses feitos de outra maneira. ca, Ele curou uma doença tão “simples” como uma
Jesus realmente… febre e também curou um homem “coberto de lepra”


(Lucas 5:12; grifo meu). Ele não selecionou nem merosas multidões o seguiam” (Mateus 4:24, 25).
escolheu os enfermos que curou. Quando alguém Após Cristo curar o endemoninhado na sinagoga,
tem um verdadeiro poder de curar, não há limita- lemos:
ção quanto a quem ele pode curar e quem ele não Todos se admiraram, a ponto de perguntarem
pode. entre si: Que vem a ser isto?… Com autoridade
Jesus tampouco estava limitou a um número de ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obe-
pessoas que precisavam ser curadas. Ele pôde curar decem! Então, correu célere a fama de Jesus em
todas as direções, por toda a circunvizinhança
a todos. Ele não experimentou nenhum fracasso. da Galiléia (Marcos 1:27, 28).
E a sua fama correu por toda a Síria; trou-
xeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos Após Jesus curar o leproso, “o que se dizia a seu
de várias enfermidades e tormentos… (Mateus respeito cada vez mais se divulgava, e grandes mul-
4:24). tidões afluíam para o ouvirem e serem curadas de
…e ele meramente… curou todos os que estavam suas enfermidades” (Lucas 5:15). Talvez o melhor
doentes (Mateus 8:16; grifo meu). exemplo citado no texto bíblico seja o caso da cura
…todos os que tinham enfermos de diferen- do homem que desceu pelo telhado. Até os inimigos
tes moléstias lhos traziam; e ele os curava, im- de Jesus não puderam negar que havia acontecido
pondo as mãos sobre cada um (Lucas 4:40; grifo um milagre naquela ocasião.
meu). Outros aspectos das curas de Jesus poderiam
Em segundo lugar, as curas de Jesus tinham cer- ser observados, mas vamos enfatizar mais um: em
tas características diferenciais: terceiro lugar, o alvo de Jesus era, sobretudo, espi-
) A cura era imediata. As pessoas não ficavam ritual. Seu propósito era salvar almas, e não apenas
sãs gradativamente. Em relação ao leproso, lemos: aliviar o sofrimento. Quando você estava fazendo
“E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” a sua leitura desta semana, você notou Lucas 4:43?
(Mateus 8:3c; veja também Marcos 1:42; Lucas 5:13). Esse versículo diz: “Ele, porém, lhes disse: É neces-
Em relação ao paralítico, Marcos 2:12 diz: “Então, sário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus
ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o lei- também às outras cidades, pois para isso é que fui
to, retirou-se à vista de todos” (veja Lucas 5:25). enviado” (grifo meu). Ele não disse que fora envia-
2) A cura era completa. As pessoas não eram do para curar, e sim para pregar para salvar vidas
curadas parcialmente. Isto está ilustrado nos rela- (veja Lucas 19:10).
tos bíblicos lidos esta semana: o homem na sinago- Isto não quer dizer que Jesus não se comovia
ga ficou completamente bem após Jesus expulsar o com o sofrimento humano. Quando Ele viu o lepro-
demônio. A sogra de Pedro ficou completamente so, Ele ficou “profundamente compadecido” (Mar-
bem após Jesus curá-la; ela voltou imediatamente às cos 1:41). Isto significa que a maior prioridade de
atividades normais. O leproso não só “melhorou” Jesus não era curar ou realizar outros milagres. Ele
como ficou purificado. O paralítico na maca pegou estava mais preocupado com as almas dos homens,
o seu leito e saiu andando para fora da casa. À me- e não com seus corpos. Quando o homem desceu
dida que este estudo prosseguir, veremos muitos pelo telhado, a primeira coisa que Jesus fez foi per-
outros casos: o cego passou a ver, membros atrofia- doar seus pecados (Marcos 2:5).
dos foram restaurados e pessoas foram ressuscita-
Os Chamados Milagres de Hoje
das dentre os mortos.
Não posso deixar esta parte da discussão sem
3) A cura era convincente. Notamos anterior-
traçar alguns contrastes. Uma razão para as pessoas
mente que os milagres de Jesus foram de tal natu-
não crerem nos milagres de Jesus é que hoje alguns
reza que ninguém pôde negar que eles ocorreram.
alegam ter o mesmo poder que Jesus e os apóstolos
Alguns tentaram tirar o mérito de Jesus, chegando
tinham. Quando céticos examinam o que esses im-
a dizer que Ele realizava Seus milagres pelo poder
postores fizeram—e determinam que não se tratam
de Belzebu; mas não puderam negar que os mila-
de milagres—eles concluem que nem Jesus nem os
gres de fato aconteceram. Por conta disso, as multi-
apóstolos podiam realizar milagres. Todavia, veja-
dões começaram a crescer e a popularidade de Jesus
mos algumas diferenças entre os milagres de Jesus e
aumentou: “E a sua fama correu…. E da Galiléia,
os chamados milagres de hoje.
Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão nu-
Como vimos, nada limitou Jesus em Seus mila-
gres—nem a fé dos outros, nem o tipo de problema
 
A rapidez da cura também estava implícita nos demais físico, nem ao número de casos. Ao contrário disso,
casos sobre os quais lemos. hoje, quando certos homens não conseguem curar


alguém, eles geralmente dizem: “Você não teve fé • Eles glorificaram a Deus (Mateus 9:8;
suficiente”. Na verdade, estão dizendo: “Somos li- Marcos 2:12; Lucas 5:25, 26).
mitados pela fé da outra pessoa”. Além disso, vimos
Jesus salientou que o propósito básico dos Seus
que Jesus podia curar toda e qualquer doença, en-
milagres era convencer as pessoas de que Ele verda-
quanto há doenças que os chamados operadores de
deiramente era o Filho de Deus. Por exemplo, para
cura de hoje nem sequer tentam curar. Não importa
provar que Ele tinha autoridade para perdoar peca-
a que horas eles conduzam seus “cultos de cura”,
dos (uma coisa que só Deus podia fazer), Ele curou
determinados enfermos sempre sairão desses cultos
o paralítico que desceu pelo telhado (Mateus 9:4–6).
sem estar curados.
No decorrer deste estudo, essa verdade será ilustra-
Façamos especialmente um contraste em rela-
da vez após vez. Quando João Batista ponderou se
ção às três características dos milagres de Jesus: os
Jesus era ou não o Messias, em vez de dizer: “Sim”,
milagres de Jesus eram, primeiramente, imediatos e,
Jesus curou muitas pessoas e então disse claramen-
sem segundo lugar, completos. Os chamados opera-
te: “Ide e anunciai a João o que vistes” (veja Lucas
dores de cura geralmente insistem em que a pessoa
7:20–23).
“curada” está melhor e continuará melhorando. Se
João destacou especialmente esse fato. Em João
você participar de um desses cultos, não verá mem-
2:11 o primeiro milagre de Jesus fortaleceu a fé dos
bros deformados se recomporem; não verá mortos
discípulos nELe. Em João 5:36 Cristo disse: “…as
ressuscitando. A terceira característica é devastado-
obras que o Pai me confiou para que eu as realizas-
ra para aqueles que alegam realizar os mesmos mi-
se, essas que eu faço testemunham a meu respeito
lagres que Jesus realizou. Os milagres de Jesus eram
de que o Pai me enviou”. Jesus desafiou Seus dis-
convincentes: os milagres de Jesus convenceram Seus
cípulos a “crerem ao menos por causa das mesmas
inimigos; eles convenceram os céticos; ninguém po-
obras” (João 14:11). Você pode dizer: “Eu gostaria de
dia negar que havia ocorrido um milagre. Estive
ter visto os milagres de Jesus. Daí eu poderia crer”.
numa “reunião de cura”, e vi muitas outras pela te-
João também antecipou isto:
levisão, mas nunca vi um milagre acontecer. Não é
difícil negar que milagres estejam ocorrendo hoje. Na verdade, fez Jesus diante dos discípu-
Finalmente, existe um contraste na ênfase: a ên- los muitos outros sinais que não estão escritos
neste livro. Estes, porém, foram registrados para
fase de Jesus nunca foi o físico, o alívio do sofrimen- que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
to, e sim o homem espiritual. Nos “cultos de cura” e para que, crendo, tenhais vida em seu nome
que tenho visto, a ênfase e a empolgação se concen- (João 20:30, 31; grifo meu).
tram nas doenças físicas.
Os milagres de Cristo não precisam ser repetidos.
Novamente digo que um dos obstáculos para
Temos o convincente testemunho dos que os obser-
convencer os homens de que Jesus realizou mila-
varam. Se não crermos no testemunho deles, não
gres são as atuais fraudes de milagres. Os culpados
vamos crer nem mesmo se virmos os milagres com
disso terão de prestar contas um dia.
nossos próprios olhos (veja Lucas 16:31).
O RESULTADO DOS MILAGRES DE JESUS
CONCLUSÃO
Nossa consideração final concorre para uma
Os milagres de Jesus ensinam algumas lições
verdade discutida anteriormente. Vamos encerrar
importantes. Por exemplo, eles demonstram que
com este pensamento porque é este o objetivo dos
Jesus está preocupado com os problemas alheios.
milagres de Jesus—sejam eles cura, acalmar uma
Cristo ainda se sensibiliza e tem compaixão quando
tempestade ou ressuscitar mortos: os milagres de
temos qualquer tipo de problema. Acima de tudo,
Jesus provaram que Ele é o Filho de Deus e o nosso
os milagres ensinam que Jesus é realmente o Filho
Salvador.
de Deus. Podemos, então, ser salvos dos nossos
Os milagres de Jesus tiveram um impacto sobre
pecados—e um dia estar com Ele por toda a eter-
quem os viu. Isto pode ser ilustrado pelo caso do
nidade!
paralítico que desceu pelo telhado. Quando coloca-
Você crê que Jesus é o Filho de Deus? Você crê
mos todos os três relatos lado a lado, vemos como
que Ele morreu pelos seus pecados (1 Coríntios
esse milagre impressionou os presentes:
15:3)? Essa fé produziu arrependimento no seu co-
• Eles se admiraram (Marcos 2:12). ração (Atos 17:30)? Você está disposto a confessar a
• Eles ficaram atônitos (Lucas 5:26). sua fé e revestir-se de Jesus através do batismo (Ro-
• Eles ficaram possuídos de temor manos 10:9, 10; Gálatas 3:26, 27)? Se você realmente
(Mateus 9:8). crê em Jesus, demonstre a sua fé—hoje.
Autor: David Roper
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