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DIREITO PROCESSUAL PENAL (OAB 2021 1ª FASE)

Lei n. 7.210/1984 – Lei de Execução Penal – Livramento Condicional


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LEI N. 7.210/1984 – LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LIVRAMENTO


CONDICIONAL

Código Penal
Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade
igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e
tiver bons antecedentes;
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III – comprovado: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terroris-
mo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pes-
soais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.

Em suma, o livramento condicional:


• Pressupõe o cumprimento de parte da pena;
• Não é espécie de regime; (substitutivo penal);
5m
• O período de prova perdura o restante da pena imposta;
• Concedido pelo juiz da execução, cabendo de sua decisão agravo em execução;
• Direito subjetivo do executado.

Obs.: vale lembrar que de eventuais decisões do juíz da execução cabe o agravo em exe-
cução.

O livramento condicional será concedido quando o sentenciado, condenado a pena pri-


vativa de liberdade igual ou superior a 2 anos, cumprir:
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• mais de 1/3 da pena se não for reincidente em crime doloso (crime comum),
• mais da 1/2 da pena se for reincidente em crime doloso (crime comum); e
• mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo ou a ele equipa-
rado (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo), e desde que o
sentenciado não seja reincidente específico em crimes desta natureza (art. 83, CP).

Além disso, não pode ter cometimento de falta grave nos últimos 12 meses (novo requi-
sito objetivo).

Requisitos subjetivos:
• Comportamento carcerário satisfatório;
• Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
• Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
• No caso de crime doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, é impres-
cindível a constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não
voltará a delinquir.

Processamento do pedido:
• Requerimento do sentenciado (ou familiar), do Ministério Público (MP), da defesa
ou proposta pelo diretor do estabelecimento prisional;
10m
• O juiz da execução, antes de decidir, ouve sempre o MP e também o defensor;
• Deferido o pedido, realiza-se audiência admonitória, na qual o juiz especificará as
condições a que fica subordinado o livramento.

Observações:
• O Conselho Penitenciário NÃO emite parecer em livramento condicional;
• Súmula n. 441 STJ: a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livra-
mento condicional.

Obs.: vale lembrar que a prática de uma falta grave faz com que o prazo da progressão
de regime seja interrompido e, consequentemente, zerado. Nesses casos, o prazo
começa a ser recontado a partir do momento em que o preso voltar a cumprir a sua
pena.
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Súmula n. 617-STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do


término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/09/2018, DJe 01/10/2018.

Obs.: nesse sentido, se o condenado está em livramento condicional e vem a praticar al-
guma coisa errada ou descumprir alguma condição, isso deve ser analisado o mais
breve possível pelo juiz da execução. Isso porque, uma vez passado o período de
prova, não há mais como revogar ou suspender o livramento condicional, acarretan-
do extinção da punibilidade.
15m

Dispõe o art. 90 do Código Penal: “Se até o seu término o livramento não é revogado,
considera-se extinta a pena privativa de liberdade”.

Jurisprudência:
“Expirado o prazo do livramento condicional sem a sua suspensão ou prorrogação (art.
90 do CP), a pena é automaticamente extinta” (STJ. 5a Turma. HC 279.405/SP, Rel. Min.
Felix Fischer, DJe 27/11/2014).

Obs.: vale lembrar que o período de prova do livramento condicional é igual ao restante da
pena que o sujeito tem a cumprir.

Regras importantes do livramento condicional

Se o réu cometeu crime durante a vigência do livramento condicional, não haverá a sus-
pensão, prorrogação ou revogação automática do benefício. É preciso uma decisão do juiz.
Em caso de prática de crime durante o período de prova, o juiz deverá determinar: a sus-
pensão do livramento condicional (caso o processo criminal pelo segundo delito ainda não
tenha se encerrado) ou a sua revogação (caso já tenha sentença condenatória transitada
em julgado).
Se o juiz não suspender nem revogar expressamente o livramento condicional durante o
período de prova, não poderá mais fazê-lo depois que esgotado esse prazo.
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Se o período de prova transcorrer sem decisão formal do juiz suspendendo ou revogando


o livramento, considera-se que houve o cumprimento integral da pena, não havendo outra
solução a não ser reconhecer a extinção da punibilidade.
Logo, a ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término
do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
Decorrido o período de prova do livramento condicional sem que seja proferida uma deci-
são formal e expressa de suspensão ou revogação do benefício, a pena deve ser extinta, nos
termos do art. 90 do CP.
Vale lembrar que o livramento condicional é previsto no CP e na LEP, mas é um instituto
analisado na fase da execução.
É importante lembrar da alteração feita na alínea “b” do inciso III do art. 83 do CP em
função do Pacote Anticrime (não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses como
novo requisito objetivo).
Livramento condicional não é regime de cumprimento de pena, mas sim um benefício.
25m
O tratamento da falta grave é diverso no livramento condicional e na progressão de
regime, sendo esse um tópico importante para fins de prova.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Lorena Alves Ocampos.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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