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Universidade de Brası́lia

Departamento de Engenharia Mecânica


Fundamentos de Engenharia de Petróleo

Trabalho de Simulação de Reservatório de


Petróleo.

Grupo 2:
Lucas Emanuel Silva Ferreira - 14/0062891
Rodrigo Alves de Araujo - 15/0147279

Docente:
Prof. Dr. Eugênio Fortaleza

Brası́lia
Outubro, 2021
1 Objetivos
• Entender as principais caracterı́sticas da formação de um reservatório;

• Compreender os mecanismos de produção de resrvatórios ;

• Analisar o balanço de materiais em reservatórios de Óleo e Água;

• Analisar o comportamento de reservatórios de Óleo e Água;

• Criar e simular reservatórios de petróleo contendo Óleo e Água.

2 Introdução
A simulação de reservatórios para a extração de óleo, gás e até água, é funda-
mental para o mercado de petróleo e gás, uma vez que trata-se de uma aplicação
complexa, multidisciplinar e principlamente, custosa do ponto de vista econômico.
Portanto é evidente que, não apenas cortar custos, mas fazer um melhor estudo do
reservatório e montagem de uma estratégia ótima para a extração.
A ferramenta computacional MATLAB Reservoir Simulation Toolbox (MRST)
incorporada ao software MATLAB, se mostra eficiente no que diz respeito a simulação
de reservatórios e tratamento de dados relacionados a dinâmica de flúidos. Desta
forma, para este trabalho desta toolbox para melhor compreendermos a dinâmica
de um reservatório, não somente isto, mas também consolidar o estudo teórico da
disciplina.

3 Problema
O escopo deste trabalho consiste em criar e simular uma malha computacional
que represente um reservatório de petróleo. Este reservatório deve conter água e óleo,
quatro poços, sendo 2 injetores e 2 produtores, cada um com raio de 0.5 metros. Para
a simulação deve ser criada uma malha de tamanho 40x60x7 unidades, com dimensões
de 200x300x35 metros. É especificado que as duas camadas mais profundas devem
estar saturadas de água e as cinco camadas superiores, saturadas de óleo, com pressão
inicial de 1 barsa. O reservatório dever ser simulado por 8 anos e com passo de tempo
de 30 dias.
O reservatório deve ter as seguintes especificações:

• Permeabilidade: X = Y = 300 mD e Z = 10mD;

• Porosidade = 0.25;

• Viscosidade dinâmica da água: 0.00045Pa.s;

• Massa especı́fica da Água: 1010Kg/m3;

• Viscosidade dinâmica do Óleo: 0.001Pa.s;

• Massa especı́fica do Óleo: 800Kg/m3;

• Permeabilidade relativa para os dois fluidos: 1.3;

• Poço produtor 1, vertical(1 a 12001), controlado por BHP(120 barsa);

• Poço produtor 2, horizontal(40 a 840), controlado por BHP(120 barsa);

• Poço injetor 1, horizontal(15961 a 16761), controlado por BHP(210 barsa);

• Poço injetor 2, vertical(12000 a 16800), controlado por BHP(210 barsa);

4 Desenvolvimento
O primeiro passo deve ser inicializar a toolbox do MRST, isto é para sistema
operacional Windows. A partir de então estamos aptos a trabalhar com a ferramenta.
Note que será aberta na janela de comando do MATLAB alguns exemplos e instruções
da toolbox.
Para utilização das funções sempre será requisitado, como parâmetro, a propri-
edade e em seguida seu valor, para alguns casos, o valor será literal (string) e em
outros casos numérico, podendo ser inteiro ou fracionário (int ou double).
A simulação inicia com declaração e cálculo da malha do reservatório, e depois
declaração das propriedades de rocha, flúidos e poços. Nesta etapa de declaração dos
valores, o usuário deve ficar atento com as unidades em que as função executam os
cálculos, por isto vale lembrar que 1cP = 1mP a · s, para a viscosidade.
Após declarar os dados, é necessário que o usuário execute as funções que mon-
tam as equações como objetos de estado, para depois executá-las. E nesta etapa, é
usado o método de aproximação de 2 pontos para fluxo de flúidos (TPFA), para está
aplicação em que temos um reservatório simples, esta função é condizente, contudo
para geometrias complexas contendo erosões e falhas, a abordagem mais indicada
seria a aproximação por muilt pontos de fluxo de fluido (MPFA) (DRONIOU, 2014).
Após calculado pode-se então trabalhar com os dados obtidos, dentre as muitas carac-
terı́sticas do reservatório, aqui será focado na pressão, saturação e estas informações
ao longo do tempo.
Para darmos inı́cio ao trabalho antes devemos montar a lógica da sequência de
células, isto é, qual a abordagem utilizada pelo MATLAB, ao montar a malha em
3 dimensões, é visto que a cordenada X cresce de 1 a 40, e repete este passo na
cordenada Y , portanto, a última célula de X, Y (40, 2) será a célula 80, em X, Y (40, 3)
será a célula 120, assim sucessivamente, até X, Y (40, 60) onde se encontra a célula
2400, dessa forma está finalizada a primeira camada do reservatório, isto é Z(1).
Para simplificar esta análise, veja a figura 1.
Deminada á técnica de obter o indı́ce da célula de acordo com suas coordenadas,
entramos em mais detalhes sobre a declaração dos poços, é possivel a utilização
de duas funções a addWell e verticalWell, a abordagem é diferente para cada mas
ambas reproduziram os poços perfeitamente, para a aplicação foi melhor adaptado ao
problema a utilização dos ı́ndices das células, com a declaração do passo adequado,
portanto foi utilizado apenas a função addW ell. A parte final das declarações é a
montagem da matriz de saturação, sabe-se que as 5 primeiras camadas são saturadas
por óleo e as 2 últimas por água, para isto são estabelecidos vetores que simbolizam
as camadas, a isto se deve a matriz de 7 camadas.
Finalizada as declarações executa-se as funções de montagem e resolução do sis-
tema de equações e após isto, teremos as soluções salvas em um vetor de structs, a
Figura 1 – Mapa de localização das células

partir daqui, podemos exibir as informações acerca das pressões e saturações inicial
e final.
A vantagem da simulação de um reservatório é ter a noção de como o reservatório
irá se comportar ao longo da injeção e da produção, portanto o estabelecemos a
simulação para 96 meses, com passos de 30 dias, o que totalizam 8 anos. É possivel
ainda analisar uma única célula ao longo do tempo e obter de forma mais detalhada
a saturação de água ou óleo na malha.

5 Resultados e Discussões
A figura 2 representa somente a malha gerada e a figura 3 é malha com os poços
produtores e injetores, seus eixos representados em metros.
Inicialmente as 5 primeiras camandas estão completadas por óleo, assim como
as últimas 2 completadas por água, por este motivo a resposta esperada para esta
simulação é o que ocorre na figura 4. Por consequência, é esperado uma pressão maior
no inı́cio da produção a ao final da produção, é normal que a pressão do reservatório
Figura 2 – Malha Figura 3 – Localização dos poços

tenda a diminuir com o decorrer da produção, é o que pode ser visto na figura 5
quando comparada a figura 7.

Figura 4 – Saturação inicial de água Figura 5 – Pressão inicial

A saturação no reservatório, como um todo, tende a ser completada por água, uma
vez que a água injetada empurra o óleo, presente nas camadas superiores, contudo
é possı́vel ver na figura 6 que ainda há saturação de óleo em algumas células da
camada superior, isto se deve as caracterı́sticas de molhabilidade (LIE, 2019) do óleo
quando relacionado com a água, ou seja, a produção deste reservatório, por este
método, já não é mais eficiente, e para conseguir extrair o óleo ainda restante, será
necessário a utilização de métodos de recuperação secundária, convencionais e não
convencionais (FORTALEZA, 2021), e ainda assim, há grande possibilidade de ainda
sobrar resquı́cios de óleo no reservatório.

Figura 6 – Saturação final de óleo Figura 7 – Pressão final

Analisando separadamente as células 1, 2900, 6300 e 9350, podemos concluir com


maior propriedade a respeito do comportamento do reservatório como um todo, por
isto este gráficos são necessários, note que as células estão espalhadas nas 4 primeiras
camadas.

Figura 8 – Saturação temporal da célula Figura 9 – Saturação temporal da célula


1 2900

A partir das figuras 8 e 10 é possivel perceber que o saturação de água aumenta no


tempo, esse comportamento é esperado um vez que ao se injetar água no poço, ela faz
uma frente de avanço que vai empurrando óleo. Consequentemente, a saturação de
óleo no poço diminui uma vez que ela é empurrada pela água que está sendo injetada.
Outro aspecto relevante se deve a mudança abrupta antes do 20º mês, é normal que as
camadas de óleo sejam primeiramente preenchidas em relação as células das camadas
superiores, por este motivo a célula 6300 converge mais acentuadamente que a célula
1, esta só vai ser saturada de água quando praticamente todo o óleo capaz de ser
retirado for, de fato, retirado, situação esta que ocorrer em meados do 55º mês, ou
melhor, ao final do 5º ano de produção.

Figura 10 – Saturação temporal da célula Figura 11 – Saturação temporal da célula


6300 9350

A saturação de óleo altera-se mais abruptamente na célula 9350 a célula 2900, isso
pela mesma razão já escrita acima. Pois o óleo será empurrado pela água que vai de
baixo para cima, portanto, é correto inferir que primeiramente as células inferiores
do reservatório serão saturadas por água e por último as células superiores serão
saturadas por água. Portanto, a saturação de óleo irá durar menos tempo nas células
inferiores, e isto é justamente o que as figuras 9 e 11 mostram, uma acentuação menor
na camada superior (2900), e maior na cmada inferior (9350). A camada superior
apresenta saturação de óleo até inı́cio do 4º ano. Contudo, a produção deste poço
poderia ser finalizada no 5º ou 6º, visto que já não havia extração de óleo que
justificasse a produção.
6 Considerações finais
A toolbox MRST é útil no que diz respeito a simulação de reservatórios e a
dinãmica dos flúidos presentes. Para o propósito do reservatório a metodologia de
cálculo TPFA é satisfatória e produz resultados condizentes com o esperado, As
figuras representam muito bem toda a dinâmica temporal do reservatório e as curvas
de saturação evidenciam que o tempo de produção poderia ser encurtado para 5 ou
6 anos, e com isto continuar a produção através das metodologias de recuperação
secundária e com isto extrair mais da disponibilidade de óleo deste reservatório. O
contraponto desta afirmação seria se economicamente a quantidade de óleo restante
não justificasse tal investimento.

Referências

DRONIOU, J. Finite Volume Schemes for Diffusion Equations: Introduction to and


Review of Mordern Methods. 2014. Pág:9-10; Acessado em: 28/10/2021. Disponı́vel
em: ⟨https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00813613v3/document⟩.

FORTALEZA, E. L. Slides de aula. 2021. Aulas 2, 3, 5 e 6; Acessado em: 29/10/2021.


Disponı́vel em: ⟨https://aprender3.unb.br/course/view.php?id=10246⟩.

LIE, K.-A. An Introduction to Reservoir Simulation using MATLAB/GNU Octave.


2019. Pág. 234; Acessado em: 29/10/2021.

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