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SUMÁRIO
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1. CONCURSO DE PESSOAS .............................................................................. 2
1.1. Conceito, natureza e características ......................................................... 2
1.2. Requisitos ................................................................................................ 3
1.3. Modalidades ............................................................................................. 8
1.3.1. Coautoria ................................................................................................ 8
1.3.2. Participação ........................................................................................... 12
1.4. Comunicabilidade das circunstâncias ..................................................... 15
1.4.1. Espécies de elementares e de circunstâncias .............................................. 15
1.4.2. Cooperação dolosamente distinta ............................................................. 17
2. RESUMO .................................................................................................... 19
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 22
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 29
5. GABARITO ................................................................................................. 44
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Olá, meus amigos!
Bons estudos!
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1.2.! Requisitos
Mas quais são os requisitos para que se possa falar em
concurso de pessoas? Cinco são os requisitos para que seja caracterizado
o concurso de pessoas:
•! Pluralidade de agentes – Para que possamos falar em
concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma
pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário que
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3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553
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4
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
5
O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
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6
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108
7
PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT.
São Paulo, 2008, p. 580/581
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1.3.1.! Coautoria
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos,
primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito.
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito
de AUTOR.
O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe,
considerando que todos aqueles que concorrem para o crime são autores
do delito. Esse conceito é baseado numa premissa “causal-naturalista” de
que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), deve ser
considerado autor do crime.
Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível
definir quem era autor e quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva da
participação, que considerava como autor aquele que pratica o fato como
próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe aquele que
quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao “crime de outra
pessoa”.8 Isso era fundamental para a fixação da pena de cada um, já que
aos autores deveriam ser aplicadas penas, em tese, mais severas.
Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções,
surgiu o conceito restritivo de autor9. Para esta teoria restritiva10, autor
e partícipe não se confundem. Autor será aquele que praticar a conduta
descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.). Todos os
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11
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105
12
MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155-
156
13
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119
14
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558
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é minoritário;
3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é
possível PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA.
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1.3.2.! Participação
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo
de autor, distinguindo-se autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a teoria
objetivo-formal, de forma que podemos definir a participação como a
modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a
prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo
penal.
A participação pode ser:
•! Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na
prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o
crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico
do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe
na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre quando o
partícipe faz surgir a vontade criminosa na mente do autor, que
não tinha pensado no delito;
•! Material – A participação material é aquela na qual o partícipe
presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática
do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É também
chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser
prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi previamente
ajustado.
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A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibilidade do
partícipe, que é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que diz que o partícipe deve
ser punido por ter coloborado para que o delito fosse realizado. Em contraposição a esta, havia a
teoria da participação na culpabilidade, que defendia que o partícipe deveria ser punido apenas por
exercer “influência negativa” sobre o autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas
décadas.
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17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565
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18
O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René
Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed. São Paulo. 2012, p. 459)
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2.! RESUMO
CONCURSO DE PESSOAS
Conceito - Colaboração de dois ou mais agentes para a prática de uma
infração penal.
Teoria adotada pelo CP – Teoria monista temperada (ou mitigada):
todos aqueles que participam da conduta delituosa respondem pelo mesmo
crime, mas cada um na medida de sua culpabilidade. Há exceções à
teoria monista (Ex.: aborto praticado por terceiro, com consentimento da
gestante. A gestante responde pelo crime do art. 126 e o terceiro pelo crime
do art. 124).
Espécies:
#! EVENTUAL – O tipo penal não exige que o fato seja praticado por
mais de uma pessoa.
#! NECESSÁRIO – O tipo penal exige que a conduta seja praticada por
mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes
de conduta unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas
à obtenção da mesma finalidade criminosa (associação criminosa,
art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta
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Modalidades
Coautoria – Adoção do conceito restritivo de autor (teoria restritiva),
por meio da teoria objetivo-formal: autor é aquele que pratica a
conduta descrita no núcleo do tipo penal. Todos os demais são partícipes.
OBS.: Autoria mediata: situação na qual alguém (autor mediato) se vale
de outra pessoa como instrumento (autor imediato) para a prática de um
delito. Pode ocorrer quando:
#! O autor imediato age sem dolo (erro provocado por terceiro)
#! O autor imediato age sem culpabilidade (Ex.: coação moral
irresistível)
Tópicos importantes:
#! Pode haver autoria mediata nos crimes próprios - Desde que o
autor MEDIATO reúna as condições especiais exigidas pelo tipo
penal.
#! Não há possibilidade de autoria mediata nos crimes de mão
própria – Impossibilidade de se executar o delito por interposta
pessoa
#! AUTORIA POR DETERMINAÇÃO – Pune-se aquele que, embora
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Tópicos importantes
#! Não se admite coautoria nos crimes de mão própria
#! Doutrina ligeiramente majoritária entende não ser cabível coautoria
em crimes culposos
#! Não existe coautoria entre autor mediato e autor imediato
#! Há possibilidade de coautoria entre dois autores mediatos
PARTICIPAÇÃO
Espécies
•! Moral – O agente não ajuda materialmente na prática do
crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime.
•! Material – A participação material é aquela na qual o partícipe
presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática
do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc.
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Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei
pode dizer o contrário para determinadas situações, por isso o item está
errado, pois diz que NUNCA SERÃO puníveis.
D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se
comunicar, nos termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa
geral de diminuição de pena, prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela
incidirá na TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na segunda.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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JUDICIÁRIA)
No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena do crime cometido, reduzida de um a dois
terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se
comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.
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Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O crime será doloso quando o agente quiser o resultado ou aceitá-lo como
CONSEQUÊNCIA NECESSÁRIA (dolo direto de primeiro e segundo grau,
respectivamente) ou, ainda, quando o agente aceitar o resultado como
provável e, mesmo não o querendo, assuma o risco de sua ocorrência, sem
se importar com a eventual ocorrência do mesmo (dolo indireto, na
modalidade de dolo eventual). Há, ainda, o dolo alternativo, que é a
modalidade de dolo indireto na qual o agente pratica a conduta visando
dois resultados alternativos, ou seja, qualquer um deles é querido pelo
autor.
O crime pode ser, ainda, culposo, quando o agente não quer o resultado
nem aceita, de forma alguma, sua ocorrência, no entanto, por violação de
um dever de cuidado, o resultado acaba por ocorrer.
A culpa pode ser consciente, quando o agente prevê a possibilidade de
ocorrência do resultado (mas acredita que poderá evitá-lo) ou inconsciente,
quando o agente sequer chega a prever a possibilidade de ocorrência do
resultado.
CUIDADO: A previsão do resultado não é necessária (pois há a culpa
inconsciente), mas a possibilidade de que o resultado fosse previsto
(também chamada de PREVISIBILIDADE) é necessária, eis que se não
havia qualquer possibilidade de prever aquele resultado, não há culpa.
No caso da questão, o enunciado expressamente diz que a estrada era
estreita, de forma que imprimir alta velocidade em um veículo, numa
estrada estreita, havendo um ciclista na mesma, é assumir o risco da
ocorrência do resultado. Desta maneira, João responderia por homicídio
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(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, em qualquer caso, o agente que quis praticar o crime menos
grave receberá a pena DESTE. Entretanto, se o crime mais grave (e que
efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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5.! GABARITO
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1.! ALTERNATIVA A
2.! ALTERNATIVA E
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA B
5.! ALTERNATIVA C
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA A
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA A
10.!ALTERNATIVA B
11.!ALTERNATIVA C
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