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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CURITIBA - SEDE ECOVILLE

DIRETORIA DE GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CURSO DE ENGENHARIA MECATRÔNICA

LUCAS KACHAROUSKI

AVALIAÇÃO METALOGRÁFICA, ROTEIRO DE


EXECUÇÃO E DE RELATO

APRESENTADO À DISCIPLINA ME73C – TRATAMENTO E PROPRIEDADES DOS


MATERIAIS

SEMESTRE 02/2018

PROF. DR. GIUSEPPE PINTAUDE

CURITIBA

OUTUBRO – 2018
1. Introdução
A avaliação metalográfica é uma importante ferramenta na caracterização
dos metais em especial de aços e ferros fundidos que através de procedimentos
metódicos e um planejamento cuidadoso é possível obter resultados mais confiáveis
para serem compreendidos e utilizados adequadamente. Um dos problemas mais
interessantes da avaliação de micro e macroestruturas de metais é o fato de que na
maioria das vezes as técnicas analíticas disponíveis permitem a observação de
seções bidimensionais de estruturas com características tridimensionais, e tal
transformação requer cuidados especiais na aplicação de técnica metalográfica.
Estes cuidados vão desde a seleção das seções a estudar até a avaliação criteriosa
dos resultados obtidos na avaliação dessas seções.

2. Metodologia
A peça antes de ser estudada passa por uma série de procedimentos que
preparam a superfície. O primeiro método usado é:

Corte: O corte é feito com serra ou um cortador de discos abrasivo


contendo especificações para cada disco de acordo com a variedade de materiais,
podendo fazer cortes mais regulares em materiais mais duros ou mais macios, ou
serra abrasiva. Quando o sistema de corte for ligado será acionado
automaticamente uma refrigeração cuja importância está em evitar o calor (pode
prejudicar a microestrutura) que o processo de corte acaba introduzindo e o outro
fator importante é a eliminação de resíduos, afinal existe muito resíduo do disco que
vai sendo desgastado. Caso esse processo seja feito manualmente é muito
importante que operador tome muito cuidado pois não terá o controle do avanço (em
equipamentos mais modernos esse processo é automatizado) do corte sendo
importante fazer o processo de forma suave e contínuo, caso isso não ocorra pode
ocorrer trancos e consequentemente a fratura do disco e da amostra e muitas vezes
a peça pode ser arremessada podendo atingir o operador. O objetivo é escolher a
seção de análise, atingir a região de interesse para o exame, trabalhando com
amostras menores, acabamos facilitando o processo de manipulação posterior, caso
esses meios não sejam viáveis, recorre ao desbaste por usinagem por exemplo.
Embutimento: o embutimento é um método opcional que consiste em
embutir a amostra em um plástico ou em uma resina (baquelite) que permite maior
firmeza e facilidade de manuseio além de preservar as superfícies na hora de
executar os procedimentos posteriores, pois o embutimento padroniza as seções.
Existe o embutimento a quente no qual as amostras são embutidas em materiais
termoplásticos por meio de prensas utilizando pressão e aquecimento para efetuar a
polimerização e o embutimento à frio que são resinas poliméricas que encobrem a
peça tendo a liberdade de fazer com amostras de diferentes tamanhos, porém o
processo é bem mais lento e para que a resina polimerize é necessário a utilização
de catalizador além de descobrir a dimensão para cercar o corpo de prova e a resina
como pedaços de cano PVC. O objetivo do embutimento é facilitar efetivamente a
manipulação de peças pequenas, evitar a danificação da lixa ou do pano de
polimento, abaulamento da superfície.

Lixamento: É um dos processos mais demorados da preparação de


amostras metalográficas devido a cautela que necessária na execução das etapas.

Como a rugosidade é algo que interfere na hora de trabalhar a peça, o


objetivo do lixamento é remover a rugosidade da parte maior para a parte menor
através de papeis de lixa de carboneto de silício deixando a superfície mais lisa,
mais refletora possível. A sequência usual de lixas é 100 ou 120 ou
180,240,320,400,600 e eventualmente 1200. O significado dessa numeração é por
exemplo, no caso da lixa 120, é que 120 grãos foram alojados em uma polegada
quadrada, ou seja quanto maior a numeração menor é o tamanho de grão .A lixa é
trocada quando perceber que o material está ficando com marcas, assim é
importante submeter a amostra a cada lixa, ao menos ao dobro do tempo suficiente
para eliminar tais riscos. Normalmente as operações de lixamento devem ser
realizadas com uso de água corrente que, além de refrigerar a amostra tem função
lubrificante e serve para remover continuamente os resíduos deixados no lixamento.
Seu principal objetivo é eliminar riscos e marcas mais profundas da superfície,
dando um acabamento preparatório para o polimento.

Os principais cuidados que devem ser tomados começam na escolha


adequada da lixa em relação a amostra e ao o que se quer analisar, a superfície
deve estar bem limpa isentas de líquidos para evitar possíveis reações químicas,
possíveis riscos profundos que surjam durante o lixamento devem ser eliminados
mediante outro lixamento, além de não utilizar a mesma lixa para diferentes metais.

Polimento :O polimento é continuado sobre um disco giratório de feltro,


sobre o qual se aplica uma leve camada de abrasivo dos quais os mais comuns são
a alumina, o diamante e em alguns casos a sílica coloidal. É conveniente limpar
cuidadosamente a superfície em polimento cada vez que mudar de lixa para não
contaminar a nova lixa com resíduos anteriores, e para que o feltro não seja rasgado
é necessário tirar os cantos vivos, assim o material resiste por muito mais tempo.
Seu objetivo também é preparar a superfície, porém não da mesma forma do
lixamento que desbastava material, aqui o intuito é chegar naquele pico de
rugosidade que resta e dar uma nivelada final com o uso de abrasivos como pasta
de diamante e alumina. Outra diferença é que enquanto no lixamento o grão está
preso e é deslizado no polimento o grão faz o movimento de rolamento sendo
colocado solto em suspenções. Um cuidado importante é o operador saber dosar a
quantidade dessa suspensão (alumina em água) para evitar que o feltro empape e
também evitar que a amostra esteja muito seca, pois isso pode cortar o feltro
danificando os materiais e trazendo prejuízos significativos afinal é uma das etapas
mais caras de toda preparação metalográfica, é importante também que a superfície
esteja rigorosamente limpa e a escolha do material seja adequada, é muito
importante nunca polir amostras diferentes sobre o mesmo pano de polimento por
causa da diferença de dureza e evitar pressão excessiva sobre a amostra.

Ataque Químico: O primeiro passo para a realização do ataque químico é


a escolha do reagente a empregar. O ataque propriamente dito é feito normalmente
agitando o corpo-de-prova com a superfície polida mergulhada no reativo numa
pequena cuba. O tempo que durará o ataque depende da concentração do reativo e
da natureza e estrutura do material a ser examinado. O tempo médio para aços
comuns e ferros fundidos, empregando-se reativos usuais como o nítrico diluído em
álcool é da ordem de 5 a 15 segundos. Terminando o ataque é preciso lavar a
superfície com álcool e em seguida a secagem é feita com um chumaço de algodão
umedecido também com álcool e submetendo-se depois o corpo-de-prova a um jato
de ar quente. O objetivo dessa etapa é permitir a identificação dos contornos de grão
e as diferentes fases na microestrutura. Nessa etapa uma série de cuidados são
necessários como o uso de luvas, uso da capela cuidando com os gases que estão
sendo emanados. Além disso é importante testar o tempo de ataque para que a
amostra não seja “queimada” e precise recomeçar o processo de lixamento e
polimento novamente. E a última etapa é:

Microscópio óptico: Quando se usa a microscopia óptica, a pequena


profundidade de foco pode ser útil na distinção entre pequenos poros e cavidades e
inclusões não-metálicas. Ao variar o foco do microscópio com aumentos
relativamente elevados é possível, no caso de poros e cavidades, focalizar pontos
no interior da cavidade, desfocando sua borda, mas no caso do exame ao
microscópio sem ataque a primeira vantagem é poder avaliar a qualidade do
polimento realizado. Diversos defeitos de polimento podem influenciar o resultado
dos ataques químicos e confundir a avaliação metalográfica. Por isso é importante
antes de realizar o ataque a qualidade do polimento seja satisfatória. A segunda
função importante é avaliar as características estruturais que são visíveis nessa
condição, tais como inclusões não-metálicas, grafita, trincas, porosidade, etc. Sendo
necessário também observar tais características após o ataque, porém a observação
sem ataque é mais clara e objetiva e a ausência das informações produzidas pelo
ataque evita confusão na análise. Esse processo exige uma série de cuidados como
o correto posicionamento das amostras, iluminação apropriada e técnicas
fotográficas apropriadas com o objetivo de melhorar a qualidade das imagens e um
melhor reconhecimento das propriedades micrográficas, além da utilização
equipamentos de muita precisão.

3.Equipamentos
O equipamento utilizado para o corte conhecido como “Cut-off”, ou Policorte,
com discos abrasivos intensamente refrigerados (evitando deformação devido ao
aquecimento) a relativas baixas rotações.
O embutimento consiste em circundar o material com um material adequado,
formando um corpo úmido. Utiliza então uma Prensa de embutimento, um baquelite
e desmoldante. Existe um êmbolo com uma dimensão específica para colocar uma
amostra que acaba ficando restrita a essas dimensões fazendo com que as seções
fiquem todas padronizadas do mesmo tamanho.
O lixamento pode ser de duas formas: O manual (seco ou úmido) que
consiste em lixar a amostra com lixas de granulometria cada vez menor de modo
que desapareça as marcas da lixa anterior, girando 90° para passar para a próxima
lixa. Ou o lixamento automático que possui os mesmos critérios, porém realizado em
máquinas no qual o operador puxa a amostra contra a lixa enquanto escorre a água
com intuito de remover os resíduos principalmente o baquelite.
Lixa manual.

Máquina para lixamento.

No polimento o equipamento utilizado é chamado de Politriz


Nos processos de ataque químico são utilizados equipamentos como os
dececadores que possuem uma tampa com resina vedante para que o conteúdo
seja isolado e tem como intuído diminuir a umidade de alguma substância via um
dessecante como a Sílica gel.

Um reagente ácido é colocado em contato com a superfície da peça por um


tempo causando uma corrosão na superfície. Esses reagentes são escolhidos em
função do material e dos constituintes estruturais que se deseja contrastar na
análise durante a microscopia.

E no caso da microscopia que visa a comodidade do operador, assim como


tornar mais fácil e nítida a microestrutura em observação.
3. Resultados
Os resultados encontrados assim como as incertezas de cada medida
devem ser claramente apresentados. Geralmente tais resultados
medidos ou calculados são extraídos a partir de instrumentos eletrônicos
ou de programas de computadores, e devido a tamanha precisão dos
instrumentos e incertezas associadas ao processo de precisão medida,
somente um certo número de algarismos significativos deve ser
apresentado.
Um dos resultados que é possível comparar facilmente é referente a
rugosidade.
Outra coisa interessante é o aspecto da superfície.

superfície bem polida e sem ataque de um aço.


superfície mal polida, é possível perceber pelos
riscos de polimento.

superfície de um ferro fundido eutético bem polida.


Tais desenhos resultam do relevo que surge, devido a diferença muito grande de
dureza entre os constituintes.

4. Conclusões
O estudo de produtos metalúrgicos possibilita determinar seus constituintes
e de sua textura, após a passagem por processos como o corte, embutimento,
lixamento, polimento, ataque químico, que garantem a qualidade dos materiais no
processo de fabricação e também para a realização de estudos na formação de
novas ligas. Através da análise metalográfica do aço é possível determinar além de
sua classificação, sua composição física, química e mecânica se todos os processos
pela qual a peça passou foram executados de maneira adequada e tomando todos
os cuidados necessários.
5. Referências

COLPAERT,Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns.


4 ed. São Paulo:Edgard Blücher Ltda,2008.

1 fotografia, color. Disponível em:<http://www.arotec.com.br/mnu-lado-


metalografia/mnu-lado-preparomostras/mnu-lado-lixadeiras/mnu-ladooaropolvv. Acesso em:
15 out.2018.
1 fotografia, color. Disponível em: http://www.arotec.com.br/imagens/Fotos
Equipamentos/Metalografia/vv-PU.jpg

http://www.urisan.tche.br/~lemm/metalografia.pdf. Acesso em: 15 out.2018.

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