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COLLECÇÃO OFFICIAL
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DE
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LEGISLAÇÃO PORTUGUESA
ANNO DE 1903
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LISBOA \
IMPRENSA NACIONAL
1906
«As leis serão p u b l i c a d a s no periodieo official do G o v e r n o ; e e s t a p u b l i c a ç ã o , a c o n t a r
d e s d e o dia em q u e se fizer n a c a p i t a l , s u b s t i t u i r á a s vezes d a p u b l i c a ç ã o n a c h a n c e l l a r i a -
ínor do reino, c o n t i n u a n d o em tudo o mais a legislação e x i s t e n t e a e s t e r e s p e i t o , e m q u a n t o
o p p o r t u n a m e n t e se n ã o p r e s c r e v e m a s s o l e m n i d a d e s q u e d e v e m a c o m p a n h a r a p u b l i c a ç ã o
das leis, e os prazos fixos em que hão d e p r i n c i p i a r a o b r i g a r em todos e c a d a um dos
pontos d a m o n a r c h i a » .
(Decreto de 19 de agosto de 1833, artigo 2.")
«A A d m i n i s t r a ç ã o G e r a l d a I m p r e n s a N a c i o n a l é a u t o r i z a d a p a r a d a r á e s t a m p a e
f a z e r i n s e r i r n a Collecção Official, alem dos d i p l o m a s l e g i s l a t i v o s e r e g u l a m e n t a r e s p u b l i -
cados no Diario do Governo, todos os q u e t i v e r e m f o r ç a d e o b r i g a r , q u e r se a c h e m i n é d i -
tos, q u e r e s t e j a m impressos em escritos avulsos, u m a vez q u e , d e o r d e m dos r e s p e c t i v o s
Ministros e S e c r e t a r i o s de E s t a d o , s e j a m p a r a isso r u b r i c a d o s pelos officiaes m a i o r e s d a s
S e c r e t a r i a s d e E s t a d o p o r o n d e os mesmos d i p l o m a s se tiverem expedido».
(Portaria de 3 dc setembro de 1850, artigo Si.")
i
INDICE
14, de 18 de janeiro) fixando a dotação do logar vago ção Militar possa importar e despachar trigo exotico
de inspector do matadouro municipal de Coimbra 8 rijo e mole até a quantidade de 3.000:000 kilogrammas
14 Decreto (Ministerio do R e i n o — Diario do Governo, n.° p a r a a sua laboração .....22
14, de 18 de janeiro) autorizando a Camara Municipal 14 Portaria (Ministerio da Guerra — Diario do Governo,
de Coimbra a criar um logar de zelador com a dotação n." 23, de 28 de janeiro) nomeando uma commissão a
de 100$000 réis, alem da parte das multas que lhe com- fim de propor as alterações que julgar conveniente in-
petir 8 troduzir na actual organização do serviço de torpedos
14 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° moveis e fixos na defesa dos portos, e, em especial, na
14, do 18 de janeiro) negando provimento no recurso do porto de Lisboa 22
de Antonio Dias de Gouveia contra a deliberação da 15 Portaria (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo,
Camara Municipal de Alemquer, pela qual fôra no- n.° 15, de 19 de janeiro) nomeando uma commissão a
meado medico de partido um dos concorrentes com pre- fim de apreciar as reclamações dos habitantes de va-
terição do recorrente 8 rias. freguesias relativamente ao alargamento da area
14 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° fiscal da cidade de Lisboa 22
14, de 18 dc janeiro) dando provimento no recurso de 18 Portaria (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do
D. Maria Rita Estevam Aralla e outros contra a delibe- Governo, n.° 15, de 19 de janeiro) nomeando uma com-
ração da Camara Municipal de Ovar que concedeu li- missão a fim de estudar a forma de levar a effeito o
cença a dois proprietarios para a abertura de uma estabelecimento de carreiras
porta doregulares de danavegação
agua no rio Graça.......
entre a metropole e as possessões ultramarinas 23
14 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 19 Portaria (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo,
14, de 18 de janeiro) autorizando a J u n t a de Parochia n.° 24, de 30 de janeiro) determinando que as estampi-
da freguesia de Arcozello, concelho de Barcellos, a con- lhas da taxa de 20 réis nos bilhetes de espectaculos
trahir um emprestimo p a r a obras de construcção da publicos tenham a sobrecarga torre dadesignada da mesma
igreja parochial da mesmafreguesia.
portaria 23
14 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, n.º 19 P o r t a r i a (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo,
n.° 24, de 30 de janeiro) providenciando sobre a forma
despesas de conta das extinctas juntas geraes de dis- da cobrança do imposto do sêllo nos bilhetes de espe-
tricto sejam encorporadas na receita e despesa geral do ctaculos publicos por meio de estampilhas das taxas de
Estado. (Erratas no Diario do Governo, n." 15) 10 10 e 20 réis 23
19 Portaria
14 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° (Ministerio da Guerra — Diario do Governo,
15, de 19) de janeiro) approvando a fixação e dotação n.° 43, de 22 do fevereiro) nomeando alguns vogaes
dos empregados do hospital da Misericordia deEvora...........10 p a r a constituirem com os antigos uma nova commissão
14 Decreto (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do encarregada de proceder ao exame e apreciação dos
Governo, n.° 15, de 19 de janeiro) rejeitando, por in- modelos da estatua e aos demais exames e apreciações
competencia do tribunal contencioso, o recurso de José que houver a fazer até a conclusão do monumento que
Julio dos Santos Carvalho Azevedo contra o despacho se pretende levantar á memoria do marechal Duque de
do Governo que o demittiu do logar de official de fa- Saldanha 23
zenda da armada 10 20 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — Diario do Governo,
14 Decreto (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do n.º 18, de 23 de janeiro) autorizando as Irmandades do
Governo, n.º 15, de 19 de janeiro) concedendo gratuita- Santissimo Sacramento e Nossa Senhora do Rosario,
mente á Missão Catholica de S. José de L'hanguene o erectas na freguesia de Cocujães, concelho de Oliveira
uso de 67 hectares de terreno j á por ella occupado pro- de Azemeis, a applicarem 265$000 réis cada uma a
ximo da cidade de Lourenço Marques, p a r a escola e determinadas obras ensaios de agricultura............
24
20 Portaria (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go-
14 Decreto (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do verno, n.° 20, de 25 de janeiro) approvando o projecto
Governo, n.º 15, de 19 de janeiro) concedendo a Balta- da linha ferrea de Estremoz a Portalegre e Castello de
sar Freire Cabral o aforamento de 5:500 hectares de Vide, e lixando o prazo para o começo da construcção
terreno baldio na margem oriental da bahia de Nacala, da mesma linha 24
terras da capitania-mor de Fernão Velloso na provincia 23 Portaria (Ministeriodedas Obras Publicas —Moçambique.....
Diario do Go-
verno, n.° de 24 de janeiro) nomeando uma comis-
14 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go-são a fim de estudar a forma de melhorar as condições
verno, n.º 15, de 19 de janeiro) alterando as taxas do do porto de Lisboa e o regime mais conveniente a ado-
direito dc consumo sobre vinhos na cidade de Lisboa, ptar para a sua exploração 24
e estabelecendo diversas medidas attinentes a debellar 23 Decreto (Ministerio da aFazenda crise vinicola no país
— Diario do Governo, .......
n.° 20, de 25 de janeiro) concedendo provisoriamente á
14 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, Irmandade de Nosssa Senhora da Ajuda, erecta na fre-
n.º 16, de 20 de janeiro) abrindo um credito especial guesia de Santo Antão, da cidade de Evora, o uso da
de 10:000$000 réis para despesas de indemnizações por igreja, dos coros e suas dependencias, comprehendendo
compensação do imposto de rendimento, liquidadas e o hospicio, pertencentes ao supprimido
não pagas noconvento
exercicio de 1903-1904
de
14 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, n.º 23 Decreto (Ministerio da Guerra — Diario do Governo,
16, de 20 de janeiro) abrindo um credito especial de n.° 20, de 25 de janeiro) abrindo um credito especial
42:875$000 réis para julgamento de bónus a que teem de 901:907$193 réis, por conta da 1.ª e 2.a series do em-
direito diversos commerciantes que exportaram vinhos no anno
prestimo de 4.500:000$000 de 1903
réis, para pela alfandega
pagamento de des- do Porto
pesas liquidadas com a acquisição de bateria de arti-
11 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, lharia e de armas e munições para as tropas de infan-
n.° 16, de 20 de janeiro) dando provimento no recurso taria 25
extraordinario da associação de classe — Vendedores de 23 Decreto (Ministerio da Guerra — D i a r i o do Governo,
Viveres a Retalho — sobre contribuição industrial. . . . 20 n.º 20, de 25 de janeiro) abrindo um credito especial
de 14:110$240 réis para pagamento, por sobras, de
11 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, despesas liquidadas e cm divida do Ministerio da Guerra
n.° 16, de 20 de janeiro) dando provimento nos recur-
sos extraordinarios de Captain John Hillaway, Edmundo 23 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo,
Charles Pcndleton Hull e Charles K a r r Marr sobre con- n.° 21, de 26 de janeiro) prorogando o prazo para a
tribuição industrial 21 conclusão das operações do recenseamento eleitoral do
14 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, n.° concelho do Sabugal 26
16, de 20 de janeiro) negando provimento no recurso 23 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo,
extraordinario da firma José Mendes Veiga, successor, n.° 21, de 26 de janeiro) approvando o regulamento ge-
sobre contribuição industrial 21 ral do corpo de policia de Setubal 27
14 Decreto (Ministerio da Marinha e UItramar — Diario do 23 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo,
Governo, n.º 17, de 21 de janeiro) rejeitando por illegal n.º 21, de 26 de janeiro) negando provimento no recurso
o recurso da Camara Municipal de Moçambique sobre da Camara Municipal de Lisboa contra a sentença do
pagamento de vencimentos ao carcereiro da cadeia ci- auditor aministrativo do districto que annullou a de-
vil d'aquella cidade... 21 liberação da mesma camara, pela qual fôra transferido
14 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go- do pelouro dos incendios para outro pelouro o primeiro
verno, n.º 18, de 23 de janeiro) declarando urgente a patrão do corpo de bombeiros, João Victor Pedroso. . . 33
expropriação de tres parcelas de terreno para a cons-
trucção da linha ferrea, que da actual estação de Setu- 23 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo,
bal segue até o caes d'esta cidade 22 n.° 21, de 26 de janeiro) negando provimento no recurso
14 Decreto (Ministerio da Guerra — Diario do Governo, da Camara Municipal de Ourique contra a sentença do
n.º 19, de 24 de janeiro) determinando que a Manuten- auditor administrativo do districto (le Beja que annul-
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lou a demissão por ella imposta ao medico do p a r t i d o 27 P o r t a r i a (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
de S. M a r t i n h o das A m o r e i r a s 33 G o v e r n o , n.° 25, de 31 d e j a n e i r o ) concedendo á Socie-
23 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, d a d e P i s c a t o r i a L u s i t a n a o local d e n o m i n a d o Consola-
n.° 21, de 26 de j a n e i r o ) concedendo p r o v i m e n t o no r e - ção, n a costa d e P e n i c h e , d i s t r i c t o m a r i t i m o d a c a p i -
curso de J o a q u i m J u l i o Cutileiro c o n t r a a demissão, q u e t a n i a do p o r t o de L i s b o a , p a r a exploração da p e s c a d a
l h e foi imposta p e l a C a m a r a Municipal d e Ourique, de sardinha 51 A m o r e i r a
medico do p a r t i d o de S. M a r t i n h o das
27 P o r t a r i a (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
23 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o missão p a r a e m i t t i r a s u a opinião a c ê r c a de um pro-
n.º 21, de 26 de j a n e i r o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o no re- j e c t o d e p r o l o n g a m e n t o do m o l h e do sul do p o r t o d e
curso de Miguel A l v e s Correia e Antonio J o a q u i m C a r -
doso d e F i g u e i r e d o c o n t r a a s e n t e n ç a do j u i z de di- serviço em L e i x õ e s 51
r e i t o d a comarca de T á b u a , q u e se j u l g o u i n c o m p e t e n t e 27 P o r t a r i a (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
p a r a a t t e n d e r a r e c l a m a ç ã o d'elles sobre m a t e r i a de verno, n.° 26, de c1 ode n g rfueavse rpeairrooc) h ai apepsr o v a n d o a d i s t r i - .....
b u i ç ã o d a v e r b a de 120:000$000 r é i s v o t a d a no cor-
23 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , r e n t e anno economico p a r a a c o n s t r u c ç ã o de e s t r a d a s
n.º 21, de 26 de j a n e i r o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o no re- de accesso ás e s t a c õ e s do caminho de f e r r o do E s t a d o ...........51
curso d a C a m a r a M u n i c i p a l do C a r t a x o a c ê r c a d a r e - 27 P o r t a r i a (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
vogação de u m a licença que concedera a certo proprie- G o v e r n o , n.° 29, de 6 de fevereiro) e s t a b e l e c e n d o as r e -
t a r i o p a r a a construcção á c u s t a d'elle de um a q u e - g r a s q u e se d e v e m o b s e r v a r nos p e d i d o s e concessões
ducto n u m a e s t r a d a m u n i c i p a l 35 de locaes destinados á pesca do a t u m 52
23 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , 28 P o r t a r i a (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-vern
n.° 21, de 26 de j a n e i r o ) dando p r o v i m e n t o no recurso circulação os sellos de f r a n q u i a das t a x a s de 15, 6 5 , 8 0 ,
de A n t o n i o Moutinho J u n i o r c o n t r a a demissão, que 115, 130 e 180 réis, e bem assim os c a r t õ e s p o s t a e s d a
l h e foi imposta p e l a C a m a r a Municipal de P a r e d e s , de a m a n u e n s e da s e c r e t a r i a d a m e s m a c a m a r a ......
das clausulas, o requerimento em que Frederico Pe- 24 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go-
reira P a l h a , concessionario da linha ferrea do Valle do verno, n.° 95, de 28 de abril) ordenando a construcção
Vouga, pede a substituição do subsidio que lhe foi con- do segundo e ultimo lanço da e s t r a d a de serviço da es-
cedido pela concessão de garantia de juro 140 tação" de Gondarem á estrada municipal de Villa Nova
17 Portaria (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.°
88, de 18 de abril) determinando que, para os effeitos 24 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go-
do regulamento sobre substancias explosivas, sejam verno, n.° 97, de 1 de maio) introduzindo varias altera-
considerados como artificios pyrotechnicos os rastilhos, ções no regulamento para o serviço dos correios.......... 145
capsulas, mechas, velas mistas e outras composições 24 Decreto (Ministerio da J u s t i ç a — Diario do Governo, n.°
analogas 141 100, de 4 de maio) fixando os districtos dos juizes de paz
17 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 89, nas comarcas do districto administrativo da Guarda.
de 19 de abril) designando o dia 24 do corrente mês
p a r a se iniciarem no concelho de Ponte do Lima as 24 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.°
operações do recenseamento eleitoral 141 105, de 10 de maio) abrindo um credito especial de réis
17 Portaria (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do 6:385$850 para pagamento, por sobras, de despesas li-
Governo, n.° 90, de 22 de abril) approvando a transfe- quidadas e em divida no Ministerio do Reino nos exer-
rencia p a r a a sociedade sob a firma Boulain & Neto da cicios de 1902-1903 e 1903-1904 151
concessão do local denominado «Ferrarias», na capita- 24 Alvará (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.°
nia do porto de Lagos, para a exploração da pesca da 125, de 3 de junho) concedendo a Antonio Francisco li-
sardinha 142 cença para a installação de uma officina pyrotechnica
18 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° na freguesia de Porto da Carne, concelho daGuarda.............152
89, de 19 de abril) determinando que fique a cargo da 25 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 93,
Camara Municipal de Oeiras o pagamento devido pela de 26 de abril) autorizando a Confraria do Santissimo
construcção da estrada que liga aquella villa á praia Sacramento da freguesia de de Arraiolos a acceitar Oeiras........
uma
transacção sobre varios bens que lhe foram legados. . . 152
18 Portaria (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 26 Portaria (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — Diario do
89, de 19 de abril) regulando a situação dos clinicos Governo, n . º 9 5 , de 28 de abril) nomeando uma com-
providos em partidos municipaes até março de 1904 missão a fim de elaborar um projecto de regulamento
quando hajam de concorrer a outros partidos ou a sub- p a r a o exercicio das industrias de pesea e de a p a n h a
delegados de saude com clinicos diplomados com o curso de medicina sanitaria....
28 Portaria (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do
21 P o r t a r i a (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, Governo, n.° 101, de 5 de maio) approvando o projecto
n.° 94, de 27 de abril) mandando estabelecer junto da de casas para habitação do director e chefes de serviço
estação de Campolide um posto fiscal de despacho com do caminho de ferro de Lourenço Marques
certas 153
attribuições.....
27 D e c r e t o (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do 2 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
Governo, n.° 124, de 2 de j u n h o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o G o v e r n o , n.° 140, de 2 3 d c j u n h o ) a b r i n d o um c r e d i t o
no recurso de J o ã o J o s é de Azevedo c o n t r a a m u l t a q u e especial de 200:000$000 réis, d e s t i n a d o a satisfazer
lhe foi imposta pelo a d m i n i s t r a d o r do circulo a d u a n e i r o d e s p e s a com a c o n s t r u c ç ã o do c a m i n h o de f e r r o de
de Cabo V e r d e por d e s c a m i n h o de direito dos t a b a c o s....205
2 P o r t a r i a (Ministerio d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-verno,
27 A l v a r á (Ministerio das Obras P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
n h i a C a r r i s de F e r r o de L i s b o a a a b r i r p r o v i s o r i a m e n t e
verno, n.º 124, de 2 de junho) concedendo a Carlos Go-
á exploração p u b l i c a a nova l i n h a e n t r e o L a r g o do R a t o
mes p a t e n t e de introducção de nova i n d u s t r i a p a r a o f a -
e o L a r g o da E s t r e l l a ..... 211
brico de croutes e x t r a h i d a s de todo o g e n e r o de coiros
e pelles ...... 205
27 D e c r e t o (Ministerio das Obras P u b l i c a s — D i a r i o do 3 P o r t a r i a (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-ver
G o v e r n o , n.° 124, de 2 de junho) d e c l a r a n d o u r g e n t e a sobre o T e j o , no lanço da G o l l e g ã á C h a m u s c a d a es-
e x p r o p r i a ç ã o de u m a p a r c e l a de t e r r e n o p a r a a cons- t r a d a d i s t r i c t a l n.° 124, c o n s t i t u a u m a e m p r e i t a d a ge-
t r u c ç ã o de uma v a r i a n t e n a e s t r a d a districtal n.° 51 . . . . . 206 ral, e m a n d a n d o a b r i r concurso p a r a a r e s p e c t i v a a d j u -
dicação ....... 212
27 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s Publicas — Diario do Go- 3 P o r t a r i a (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
verno, n.° 121, de 2 de j u n h o ) m a n d a n d o incluir uma es- verno, n.° 128, de 7 de j u n h o ) a u t o r i z a n d o a Associação
t r a d a do concelho de G u i m a r ã e s no numero das e s t r a d a s de Soccorros Mutuos d a Classe O p e r a r i a M o n t e m o r e n s e
municipaes de 2.ª classe do districto de B r a g a .... 206 1.° de Maio de 1901 a a c c e i t a r um p r e d i o d e s t i n a d o ex-
27 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — Diario do G o - c l u s i v a m e n t e á sua installação .... 212
verno, n.º 121, de 2 de j u n h o ) m a n d a n d o incluir u m a es- 5 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n ° 129,
t r a d a do concelho de A l b e r g a r i a a V e l h a no numero das de 8 de junho) a u t o r i z a n d o a C a m a r a Municipal de A r -
e s t r a d a s municipaes de 2.ª classe do districto de A v e i r o......206 m a m a r a a p p l i c a r uma p a r t e do seu f u n d o de viação a
o b r a s de s a n e a m e n t o das a g u a s d a f o n t e d ' a q u e l l a villa....212
27 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a — D i a r i o do Governo,
n.° 125, de 3 de junho) r e j e i t a n d o o recurso de J o s é J o a - 5 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , n.° 129,
quim d a Silva P e r e i r a a c ê r c a de p a g a m e n t o de j u r o s de 8 de j u n h o ) a u t o r i z a n d o v a r i a s c a m a r a s m u n i c i p a e s
pelos lucros recebidos de acções da C o m p a n h i a dos Vi- do d i s t r i c t o de S a n t a r e m a c o b r a r as p e r c e n t a g e n s p a r a
nhos do Alto Douro ...... 206 a g e r e n c i a do anno de 1906 ...... 212
27 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — D i a r i o do Governo, 5 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, n.° 129,
n.º 126, de 5 de junho) d e c l a r a n d o u r g e n t e a e x p r o p r i a - de 8 de j u n h o ) autorizando v a r i a s c a m a r a s m u n i c i p a e s
ção de u m a parcela de t e r r e n o p a r a a construcção de um do d i s t r i c t o de F a r o a c o b r a r as p e r c e n t a g e n s p a r a a
edificio d e s t i n a d o a h a b i t a ç ã o do pessoal a d u a n e i r o da g e r e n c i a do anno de 1906 ..... 212
d e l e g a ç ã o da Beirã, ( E r r a t a s no Diario do Governo, n.° 5 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D 129)
i a r i o do Governo, n.° 129, ......
27 D e c r e t o (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 127, de 8 de j u n h o ) a u t o r i z a n d o v a r i a s c a m a r a s m u n i c i p a e s
de 6 de j u n h o ) introduzindo a l g u m a s modificações n a le- do d i s t r i c t o de B r a g a n ç a a c o b r a r as p e r c e n t a g e n s p a r a
gislação r e l a t i v a ao r e g i m e interno do T h e a t r o de D. Ma- a g e r e n c i a do anno de 1906 ..... 212
ria II ....... 207 5 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n.° 129,
27 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — D i a r i o do Governo,
XV
de 8 dc j u n h o ) a u t o r i z a n d o a J u n t a de P a r o c h i a d a f r e - 10 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
g u e s i a d e L u z i m , concelho d e P e n a f i e l , a c o n t r a h i r um n.° 133, de 14 d e j u n h o ) a u t o r i z a n d o a C a m a r a M u n i -
e m p r e s t i m o p a r a a c o n s t r u c ç ã o do c e m i t e r i o p a r o c h i a l.....212 cipal de S i n f ã e s a a p p l i c a r p a r t e do seu f u n d o d c via-
ção a o b r a s d e a b a s t e c i m e n t o de a g u a s , de a m p l i a ç ã o
do G o v e r n o , n.° 132, de 12 d e j u n h o ) a p p r o v a n d o o do c e m i t e r i o m u n i c i p a l e d e r e p a r a ç ã o de c a m i n h o s vi-
acordo postal entre a provincia de Moçambique e a c i n a e s....234 colonia do Cabo da B o a E s p e r a n ç a ....
10 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o n.° 133,
5 D e c r e t o (Ministerio dos Negocios E s t r a n g e i r o s — D i a r i o d e 14 d e j u n h o ) a u t o r i z a n d o a J u n t a de P a r o c h i a d a
do G o v e r n o , n.° 132, de 12 de j u n h o ) a p p r o v a n d o o f r e g u e s i a de S. P a i o de P a r a d a , concelho d e B r a g a , a
acordo p o s t a l e n t r e a p r o v i n c i a de M o ç a m b i q u e e a c o n t r a h i r um e m p r e s t i m ocolonia
p a r a adoc oNnasttar lu c ç ã o do cemi- ....
t e r i o p a r o c h i a l....234
5 D e c r e t o (Ministerio dos Negocios E s t r a n g e i r o s — D i a r i o 10 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , n.° 133,
do Governo, n.° 132, d e 12 de j u n h o ) a p p r o v a n d o o de 14 de j u n h o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o no r e c u r s o da Ca-
acordo p o s t a l e n t r e a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e e a m a r a Municipal d e M o n tcolonia e m o r - o -do
V e lThroa nssovbarael d e m i s s ã o .....
d e um zelador ou g u a r d a c a m p e s t r e do concelho ..... 234
5 D e c r e t o (Ministerio dos Negocios E s t r a n g e i r o s — D i a r i o 10 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a — D i a r i o do G o v e r n o ,
do G o v e r n o , n.° 132, d e 12 de j u n h o ) a p p r o v a n d o o n.° 133, d e 14 de j u n h o ) d e t e r m i n a n d o q u e as o b r i g a -
accordo p o s t a l e n t r e a p r o v i n c i a de M o ç a m b i q u e e a ções a emittir p a r a r e p r ecolonia s e n t a ç ãdo
o do Rioe m O pr ar ne sgtei m o d e 3 ....
p o r cento d e 1905 possam ser a v e r b a d a s q u a n d o assim
5 D e c r e t o (Ministerio d a s Obras P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
verno, n.° 133, de l4 d e junho) a p p r o v a n d o o r e g u l a - 10 P o r t a r i a (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
m e n t o p a r a execução do d e c r e t o d e 14 d e j a n e i r o do v e r n o , n.° 133, d e 14 d e j u n h o ) o r d e n a n d o q u e n a ex-
c o r r e n t e anno, q u e estabeleceu varias providencias a t t i npel no tr ea sç ãao ddeab ell.laa rsecção
a crisedovinicola
c a m i n h o de f e r.....
r o d e M i r a n221
-
d e l l a a B r a g a n ç a s e j a m a p p l i c a d a s as t a r i f a s g e r a l e
5 D e c r e t o (Ministerio da J u s t i ç a — D i a r i o do G o v e r n o , de d e s p e s a s a c c e s s o r i a s de g r a n d e e p e q u e n a veloci-
n.° 133, de 14 de j u n h o ) fixando os d i s t r i c t o s dos j u i z e s d a d e em v i g o r n a l i n h a d e F o z - T u a a M i r a n d e l l a ........ 235
de paz n a s comarcas do districto a d m i n i s t r a t i v o do 10 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , n.° 134,
F u n c h a l . (Erratas no Diario do Governo, n.° 3, de 4 de d e 15 de j u n h o ) d e c l a r a n djaneiro o nullo de e de
1906)
n e n h u m effeito o ......
e s t a b e l e c i d o nos d e c r e t o s d c 19 de o u t u b r o de 1904,
5 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do u m dos q u a e s fixou o q u a d r o do p e s s o a l p a r a q u e a es-
Governo, n.° 135, de 16 d e j u n h o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o t a ç ã o d e s a u d e d a H o r t a p u d e s s e ser c o n s i d e r a d a de
no recurso de G a v i n d a g y Z o n v o n t a Rau, D e s s a y de 1.ª classe, e o u t r o nomeou E d u i n o R o c h a p a r a o l o g a r
A r a b ó de Goa, sobre d e n u n c i a de u s u r p a ç ã o de t e r r e -
nos p e r t e n c e n t e s ao E s t a d o ..... 226 10 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
5 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do verno, n.° 142, d e 27 de j u n h o ) t r a n s f e r i n d o d i v e r s a s
Governo, n.° 135, de 16 de j u n h o ) n e g a n d o p r o v i m e n t o q u a n t i a s de u n s p a r a o u t r o s a r t i g o s d e n t r o dos mesmos
no r e c u r s o da c o m m u n i d a d e da A l d e i aMorombim-o-Pequeno c a(India
p i t u l o sP o dr tau g tuaebseal)l a sobre
d a dpeasgp ae m
s ae n do
t o dMei nin- isterio das
demnisações em que foi c o n d e m n a d a p e l a f a l t a d e r e g a O b r a s P u b l i c a s , Commercio d a vea n gI na dn ua s tem
r i a c eno
r t a s apcrtoupa rl i e d a d e s p a r t i c u
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o da J u s t i ç a — D i a r i o d o G o v e r n o , 11 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
n.º 151, d e 10 d e j u l h o ) f i x a n d o o s d i s t r i c t o s de j u i z o s n.° 154, de 13 de julho) d e s i g n a n d o o dia 20 do cor-
de p a z n a s c o m a r c a s d o d i s t r i c t o a d m i n i s t r a t i v o d e r e n t e mês p a r a a revisão do r e c e n c e a m e n t o eleitoral
S a n t a r e m . ( E r r a t a s nos D i a r i o s do Governo, n.º 176 e 271) ...... 2 7 5 do concelho de Montemor-o-Novo ..... 280
11 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
4 Decreto (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do n.° 154, de 13 de julho) a u t o r i z a n d o a J u n t a de P a r o -
G o v e r n o , n.º 151, d e 10 d e j u l h o ) s u b s t i t u i n d o p o r o u - c h i a da f r e g u e s i a do Couto do Mosteiro, concelho de
tro o u n i c o d o a r t i g o 33.º d o d e c r e t o c o m f o r ç a d e S a n t a Comba Dão, a c o n t r a h i r um e m p r e s t i m o desti-
l e i de 9 de s e t e m b r o d o 1 9 0 4 s o b r e r e g u l a m e n t a ç ã o d o n a d o á c o n s t r u c ç ã o do cemiterio p a r o c h i a l....280
t r a b a l h o d o s i n d i g e n a s lio d i s t r i c t o d e L o u r e n ç o M a r q u e s ..... 2 7 7 11 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
n.° 154, de 13 de julho) fixando em 360$000 réis an-
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o das O b r a s Publicas — Diario do Go- n u a e s a dotação do p a r t i d o medico m u n i c i p a l do con-
v e r n o , n.º 1 5 1 , de 1 0 de julho) declarando urgente a celho de S a n t a A n n a , d i s t r i c t o do F u n c h a l ..... 281
e x p r o p r i a ç ã o de d u a s parcelas de t e r r e n o p a r a a cons- 11 D e c r e t o (Ministerio da J u s t i ç a — D i a r i o do G o v e r n o ,
t r u c ç ã o d a 1.ª s e c ç ã o d o c a m i n h o de f e r r o d o P o c i n h o n.º 156, de 15 de julho) f i x a n d o os districtos dos juizos
a M i r a n d a (Erratas no Diario do Diario do Governo de p a z n a s comarcas do districto a d m i n i s t r a t i v o d e
n.° 180) ..... 277 V i a n n a do Castello. (Erratas no Diario do Governo, n °
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
G o v e r n o , n.º 1 5 2 d e 1 1 de j u l h o ) e l e v a n d o o l i m i t e 11 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — D i a r i o do G o v e r n o ,
m a x i m o das areas dos t e r r e n o s a conceder no districto n.° 150, de 15 de j u l h o ) c o n c e d e n d o p r o v i s o r i a m e n t e a o
de Lourenço Marques, e reduzindo o fôro minimo da R e v e r e n d o B i s p o do F u n c h a l o edificio do s u p p r i m i d o
b a s e da a d j u d i c a ç ã o dos referidos t e r r e n o s ..... 277 convento da Encarnação d'aquclla cidade para estabe-
4 Decreto (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — Diario do lecimento do s e m i n a r i o diocesano .... 283
G o v e r n o , n.º 1 5 6 , d e 1 5 d e j u l h o ) r e j e i t a n d o p o r i l l e g a l 11 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
o r e c u r s o d e C a e t a n o M a r q u e s de A m o r i m c o n t r a o Governo, n.° 157, de 17 de julho) d e t e r m i n a n d o que n a s
d e s p a c h o m i n i s t e r i a l q u e o t r a n s f e r i u do l o g a r de chefe f a l t a s ou i m p e d i m e n t o s dos juizes de direito das co-
n a s e c ç ã o de a g r i m e n s u r a d a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i - m a r c a s de L o u r e n ç o Marques, L o a n d a e I l h a s de Goa,
q u e p a r a o l o g a r d e chefe. de r e p a r t i ç ã o t e c h n i c a d a sejam s u b s t i t u t o s n a t o s os j u i z e s a u d i t o r e s dos conse-
d i r e c ç ã o de o b r a s p u b l i c a s d a m e s m a p r o v i n c i a ..... 278 lhos de g u e r r a t e r r i t o r i a e s das r e s p e c t i v a s p r o v i n c i a s .... 283
4 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
v e r n o , n.º 157, d e 17 d e j u l h o ) m a n d a n d o p r o c e d e r á 11 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a — D i a r i o do G o v e r n o ,
c o n s t r u c ç ã o de u m l a n ç o d a e s t r a d a r e a l n.º 68 ..... 278 n.° 159, de 19 de j u l h o ) a b r i n d o um c r e d i t o e s p e c i a l de
4 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go- 1:116$495 r é i s p a r a p a g a m e n t o , por sobras, de d e s p e -
v e r n o , n.º 1 5 7 , d e 17 d e j u l h o ) m a n d a n d o p r o c e d e r á sas l i q u i d a d a s e em d i v i d a do Ministerio da F a z e n d a
c o n s t r u c ç ã o de u m l a n ç o d a e s t r a d a d i s t r i c t a l n.º 1 3 2 ..... 278 no exercicio de 1901-1902 ....284
11 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a — D i a r i o do Governo,
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go- n.º 159, de 19 de j u l h o ) a b r i n d o um c r e d i t o especial d e
v e r n o , n.º 1 6 0 , de 2 0 d e j u l h o ) o r d e n a n d o a c o n s t r u c ç ã o 2 : 2 5 0 $ 0 0 0 réis p a r a p a g a m e n t o , por sobras, de despe-
d e um l a n ç o d a e s t r a d a d i s t r i c t a l n.º 1. (Erratas no sas do Ministerio da F a z e nDiario do Governo,
d a no exercicio de 1903-1904 n.º .....284 162) ........ 278
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
v e r n o . n.º 160, de 2 0 d e j u l h o ) m a n d a n d o i n c l u i r u m a 11 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a — D i a r i o do G o v e r n o ,
e s t r a d a do concelho do A l a n d r o a l no n u m e r o d a s es- n.° 159, de 19 de j u l h o ) a b r i n d o um c r e d i t o especial de
t r a d a s m u n i c i p a e s d e 2.ª c l a s s e do d i s t r i c t o d e E v o r a ..... 2 7 8 39:542$700 réis p a r a p a g a m e n t o de e n c a r g o s d a di-
v i d a p u b l i c a f u n d a d a no exercicio de 1904-1905 ..... 284
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o11d o D
G eo c- r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
v e r n o , n.º 160, d e 2 0 d e j u l h o ) d e c l a r a n d o u r g e n t e a verno, n.° 159, de 19 de julho) t r a n s f e r i n d o v a r i a s q u a n -
expropriação do q u a t r o p a r c e l a s de t e r r e n o p a r a a cons- t i a s de differentes artigos d a t a b e l l a d a d e s p e s a do
t r u c ç ã o d e u m l a n ç o d a e s t r a d a d i s t r i c t a l n.º 3 9 . (Er- Ministerio das Obras P u b l i c a s , Commercio e I n d u s t r i a
ratas no Diario do Governo, n.º 162) ..... 278 no exercicio de 1904-1905 p a r a o a r t i g o 53.º, c a p i t u l o 1 . ° ,
4 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go- damesma t a b e l l a ....... 284
v e r n o , n.º 160, de 2 0 d e j u l h o ) d e c l a r a n d o u r g e n t e a 11 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-verno, n.° 161, de 21 d e
e x p r o p r i a ç ã o d c u m t e r r e n o p a r a a c o n s t r u c ç ã o de u m ções sobre o r e g i m e florestal nos t e r r e n o s e m a t a s dos
l a n ç o d a e s t r a d a , d i s t r i c t a l n.° 1 3 5 ...... 278 particulares ....... 285
4 D e c r e t o (Ministerio das Obras Publicas — D i a r i o do Go- 12 P o r t a r i a (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo,
v e r n o , n.º 166), d e 2 7 d e j u l h o ) t r a n s f e r i n d o a s e d e d a n.° 156, de 15 dc julho) a u t o r i z a n d o a commissão a d m i -
escola de desenho industrial Victorino D a m a s i o d a villa n i s t r a t i v a do H o s p i t a l de S a n t o Antonio da villa de
d e T o r r e s N o v a s p a r a a. c i d a d e de L a g o s .... 279 P e n a m a c o r a v e n d e r c e r t a s inscrições, devendo o p r o -
4 D e c r e t o (Ministerio d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-verno n.º
ducto da 171,
v e n dde 5 d e eaxgcol sutsoi)v adme ec n
a ser l at rea napplicado
d o u r g e n t eá acons-
ex-
p r o p r i a ç ã o d e t r e s p a r c e l a s de t e r r e n o p a r a a c o n s t r u c - t r u c ç ã o de um novo hospital ..... 289
ç ã o d e u m l a n ç o d a e s t r a d a d i s t r i c t a l n.º 3 9 .... 279 14 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — Diario do G o v e r n o ,
4 A l v a r á ( M i n i s t e r i o d o R e i n o — D i a r i o d o G o v e r n o , n.º 1 8 0n.°, 156, do 15 de julho) e s c l a r e c e n d o d u v i d a s s u s c i t a -
d e 12 d e a g o s t o ) c o n c e d e n d o a J o s é G o n ç a l v e s C a m p o s das pela Misericordia de V i s e u a c e r c a d a forma d e d a r
licença p a r a e s t a b e l e c e r no l o g a r do Monte d a V e n d a , execução ao d e c r e t o de 27 de f e v e r e i r o do p r e s e n t e a n n o
c o n c e l h o d e V i l l a d o C o n d e , u m p a i o l p a r a d e p o s i t o de n a p a r t e r e s p e i t a n t e á residencia do d i r e c t o r clinico do
hospital da m e s m a m i s e r i c o r d i a ..... 290 dynamite.....2 7 9
5 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, 14 P o r t a r i a (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
n.º 150, d e 8 d e j u l h o ) s u b s t i t u i n d o p o r o u t r o o a r t i g o n.º 157, de 17 de julho) n o m e a n d o u m a commissão p a r a
e s t u d a r e p r o p o r as p r o v i d e n c i a s a d e q u a d a s á modifi- 236
de 1902, r e l a t i v o a o d i p l o m a d o s a l u m n o s d a s e s c o l a s cação das disposições em v i g o r a c ê r c a de p a s s a p o r t e s .... 290
normaes e de habilitação p a r a o magisterio ..... 279
5 Portaria (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — Diario do Go- 14 Portaria (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo,
v e r n o , n.º 160 de 2 0 d e j u l h o ) a u t o r i z a n d o p r o v i s o r i a - n.º 157, de 17 de julho) d e t e r m i n a n d o q u e fique sem
m e n t e a a b e r t u r a á e x p l o r a ç ã o p u b l i c a da luz e l e c t r i c a effeito a a p p r o v a ç ã on ad avdi al l apelo
de Ag ol cvoe br na aç da o r civil do dis- ...... 280
tricto de P o r t a l e g r e aos e s t a t u t o s da I r m a n d a d e de
6 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n oNossa
, S e n h o r a da P e n h a e S. Miguel da f r e g u e s i a de
n.º 119, d e 7 d e j u l h o ) d e t e r m i n a n d o q u e s e j a m a u t e n - S. J o ã o B a p t i s t a , do concelho de Castello de Vide .... 290
t i c a d o s p e l a s a u t o r i d a d e s c o m p e t e n t e s os b i l h e t e s in-
t e r n a c i o n a e s de i d e n t i d a d e q u e os j o r n a l i s t a s nelles 14
P o r t a r i a (Ministerio do R e i n o — Diario do G o v e r n o ,
d e s i g n a d o s a p r e s e n t a r e m p a r a e s s e fim n a s r e s p e c t i v a s n.º157, de 17 de julho) a u t o r i z a n d o a V e n e r a v e l O r d e m
repartições ..... 280 T e r c e i r a de S. Francisco, da villa de P o n t e do L i m a ,
6 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o d o G oa- l e v a n t a r dos seus f u n d o s a q u a n t i a de 1:000$000 r é i s
v e r n o , n.º 151, d e 10 d e j u l h o ) a p p r o v a n d o o p r o j e c t o p a r a o b r a s de s e g u r a n ç a e r e p a r a ç ã o d a sua i g r e j a ..... 290
e orçamento para reforçamento d a p o n t e d e C o r g o a fim
de a d a p t á - l a a p a s s a g e m d a linha f e r r e a d a R e g u a a 17 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo,
Villa Real .... 280 n.° 159 de 19 de j u l h o ) d e n e g a n d o a u t o r i z a ç ã o p a r a o
6 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o dsoe g u i m e n t o do processo i n s t a u r a d o n a c o m a r c a das
G o v e r n o , n.º 2 7 1 , d e 2 9 d e n o v e m b r o ) a c c e i t a n d o a d e - C a l d a s da R a i n h a c o n t r a o r e g e d o r d e p a r o c h i a d a f r e -
s i s t e n c i a p e d i d a p o r A n t o n i o C a n o v a de F a r i a d o l o c a l g u e s i a de S a n t a Maria de Obidos ...... 290
Estrella, q u e deve ficar eliminado, e c o n c e d e n d o a J a i m e 17 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — D i a r i o do G o v e r n o ,
n.° 101, de 21 de julho) n e g a n d o a u t o r i z a ç ã o p a r a o Bramão
p e s c a da s a r d i n h a ..... 720 s e g u i m e n t o dos processos i n s t a u r a d o s no 3.° d i s t r i c t o
criminal do P o r t o c o n t r a o a d m i n i s t r a d o r do concelho
de B o u ç a s e o g u a r d a n.° 465 do corpo de policia c i v i l
d a q u e l l a cidade ..... 291
XIX
29 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , 5 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a F a z e n d a — D i a r i o do G o v e r n o ,
n.º 169, de 31 de j u l h o ) a u t o r i z a n d o a A s s o c i a ç ã o de n.° 177, do 9 d e a g o s t o ) r e j e i t a n d o o r e c u r s o e x t r a o r d i -
N o s s a S e n h o r a d a C o n c e i ç ã o P a d r o e i r a do R e i n o , d e n a r i o d a c o m p a n h i a colonial do B u s i s o b r e c o n t r i b u i -
L i s b o a , a a c c e i t a r um t e r r e n o q u e l h e foi d o a d o .... 354 ção i n d u s t r i a l ...... 361
29 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go- 5 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o ,
v e r n o , n.º 174, d e 5 d e agosto) d e t e r m i n a n d o q u e s e j a n.° 178, d e 10 de a g o s t o ) d e n e g a n d o p r o v i m e n t o no r e -
aberto provisoriamente á exploração publica o troço d a c u r s o d a firma c o m m e r c i a l M e n é r e s & C. a c o n t r a a li-
linha f e r r e a d e E v o r a e n t r e E s t r e m o z e Villa Viçosa.....354 c e n ç a c o n c e d i d a p a r a a c o n s t r u c ç ã o de um m a t a d o u r o
m u n i c i p a l no b a i r r o do P r a d o , concelho d e B o u ç a s ....... 362
Agosto 5
D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
v e r n o , n.° 178, de 10 d e agosto) m a n d a n d o p r o c e d e r á
1 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o - c o n s t r u c ç ã o de u m l a n ç o d a e s t r a d a d e s e r v i ç o d a es-
v e r n o , n.º 198, de 1 d c s e t e m b r o ) a p p r o v a n d o a t a b e l l a t r a d a r e a l n.° 43. (Erratas no Diario do Governo, n.° 184)
do r a t e i o de t r i g o n a c i o n a l e exotico p a r a o a n n o c e r e a - 5 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
lifero de 1905-1906. (Erratas no Diario do Governo, v e r n o , n.° 180, de 12 d e a g o s t o ) m a n d a n d o i n c l u i r d u a s
n.º 200) ...... 355 e s t r a d a s no n u m e r o d a s e s t r a d a s m u n i c i p a e s d e 2.ª
1 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-verno, cn.º
l a s s e do198, d i s t rdei c t o4 de
de Cs ae st et eml lbor oB) r aanpcpor o v a n d o .....
a ta- 364
b e l l a do r a t e i o d e t r i g o n a c i o n a l e e x o t i c o no d i s t r i c t o 5 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
do F u n c h a l no a n n o c e r e a l i f e r o de 1905-1906 ..... 357 G o v e r n o , n.° 183, de 17 d e a g o s t o ) a p p r o v a n d o as al-
t e r a ç õ e s aos e s t a t u t o s do B a n c o N a c i o n a l U l t r a m a r i n o ,
2 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o da F a z e n d a — D i a r i o fdo
e i t aGs opveel ar n or e, s p e c t i v a a s s e m b l e i a g e r a l ..... 364
n.º 174, de 5 de agosto) c o n c e d e n d o l i c e n ç a p a r a o se- 5 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o d a s O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
g u i m e n t o do p r o c e s s o i n s t a u r a d o na c o m a r c a d e E s p o - v e r n o , n.° 183, de 17 d e a g o s t o ) m a n d a n d o i n c l u i r u m a s
s e n d e c o n t r a um fiscal d e 2.ª c l a s s e do c o r p o de fisca- e s t r a d a s do c o ª - ' c l a s s e do d i s t r i c t o d e L e i r i a ..... 3 6 5
l i z a ç ã o dos i m p o s t o s ..... 357
2 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o da M a r i n h a e U l t r a m a r - Diario do 5 A l v a r á ( M i n i s t e r i o do R e i n o — D i a r i o do G o v e r n o , n.° 192,
XXI
n.° 244, de 27 de outubro) regulando a substituição das n.° 257, de 13 de novembro) a b r i n d o um c r e d i t o espe-
estampilhas do imposto do sêllo, contribuição industrial cial de 2:400$000 réis p a r a p a g a m e n t o , por sobras, de
e de juros, justiça, leis sanitarias, propinas de matricula despesas liquidadas do Ministerio da F a z e n d a no exer-
e especialidades p h a r m a c e u t i c a s 472 cicio de 1901-1902 494
25 P o r t a r i a (Ministerio do .Reino — Diario do Governo, 3 D e c r e t o (Ministerio da G u e r r a — Diario do Governo, n.°
n.° 245, de 28 de outubro) autorizando a I r m a n d a d e de 258, de 14 de novembro) abrindo um credito especial de
Nossa Senhora da Hora, da freguezia de Matozinhos, 10:000$000 réis p a r a despesas a l i q u i d a r no exercicio
concelho de Bouças, a p e r m u t a r uma faixa de terreno de 1905-1906 com os subsidios de m a r c h a s e t r a n s p o r -
com a E m p r e s a Fabril do Norte 472 tes de officiaes e praças de p r e t do exercito, empregados
25 P o r t a r i a (Ministerio das Obras Publicas — D i a r i o do Go- em serviço não determinado pela exclusiva conveniencia
verno, n.º 247, de 31 de outubro) autorizando proviso- do serviço militar 495
r i a m e n t e a a b e r t u r a á exploração publica da linha por 3 Decreto (Ministerio da G u e r r a — Diario do Governo, n.°
tracção electrica entre a B a t a l h a , D e v e s a s e Santo 258, de 14 de novembro) abrindo um credito especial de
Ovidio 472 55:000$000 réis para despezas com os serviços do recru-
30 P o r t a r i a (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, tamento e instrucção das praças de 2.ª r e s e r v a c h a m a d a s
n.° 250, de 4 de novembro) permittindo que tenha se- ao serviço activo no exercicio de 1905-1906 495
guimento o processo crime i n s t a u r a d o n a comarca de 3 D e c r e t o (Ministerio da G u e r r a — D i a r i o do Governo, n.º
Castello Branco contra tres a g e n t e s da Companhia dos 258, de 14 de novembro) abrindo um credito especial de
Tabacos de P o r t u g a l 472 252:247$472 réis p a r a despesas com a acquisição de ma-
31 terial
P o r tde
a r igau e(Ministerio
r r a p a r a o da
exercito
M a r i n hno
a eexercicio
UItramarde — 1905-
Diario do
Governo, n.º 252, de 7 de novembro) suscitando a obser- 1906 495
vancia do disposto no artigo 8.º do decreto com força 3 Decreto (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — D i a r i o do
de lei de 1 dezembro de 1869, que d e t e r m i n a que os se- Governo, n.° 258, de 14 de novembro) approvando o r e g u -
cretarios geraes das provincias u l t r a m a r i n a s , n a au- lamento sobre a lavra de p e d r e i r a s nas provincias u l t r a -
sencia dos respectivos governadores, só se devem occu-par marinas. dos (Erratas no Diario do Governo, ........
casos occorrcntes n.ª 265) 496
472
3 Decreto (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.°
259, de 15 de novembro) abrindo um credito especial de
10:000$000 réis p a r a despesa extraordinaria d a d i v i d a
publica f u n d a d a no exercicio de 1905-1906 499
3 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.°
2 Circular (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 250, 259, de 15 de novembro) abrindo um credito especial de
de 4 de novembro) dando instrucções aos reitores dos 400$000 réis p a r a completar o p a g a m e n t o de despesa li-
lyceus sobro o modo de se proceder á escolha dos livros q u i d a d a do Ministerio da F a z e n d a no segundo semestre
que devem servir no ensino das differentes classes no de 1904-1905 500
presente anno lectivo 473 3 Decreto (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — D i a r i o do
3 D e c r e t o (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.º 250, Governo, n.° 259, de 15 de novembro) regulando a cons-
de 4 de novembro) autorizando a Camara Municipal de tituição da mesa directora da Misericordia de Macau e
I d a n h a - a - N o v a a contrahir um emprestimo destinado os respectivos serviços de administração e fiscaliza-
ás obras de conclusão da e s t r a d a de Medelim a Mon- ção 500
santo, e de construcção de outra do alto da Cêrca á po- 3 D e c r e t o (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
voação da Mata 473 Governo, n.° 259, de 15 de novembro) regulando os ser-
3 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do G o v e r n o , n . º 250, viços de a r r e m a t a ç ã o e fiscalização da lotaria da Miseri-
de, 4 de, novembro) autorizando a Camara Municipal de cordia de Macau. (Erratas no Diario do Governo, n.°
Monção a contrahir um emprestimo de 10:500$^000 réis 263) 501
p a r a ser applicado á amortização de outros empresti- 3 Decreto (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — Diario do
mos, ao pagamento de certas despesas e á construcção Governo, n.° 259, de 15 de novembro) determinando a
do matadouro municipal 473 nomeação de commissões municipaes em Moçambique,
3 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 250, Quelimane e I n h a m b a n e quando não sejam eleitas as
de 4 de novembro) fixando a retribuição que deve ca- respectivas vereações. (Erratas no Diario do Governo,
b e r a cada professor do lyceu pelo serviço extraordi- n.º 277) 502
nario de regencia, excedente ás 12 horas semanaes ....... 473 3 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.°
260, de 16 de novembro) abrindo um credito especial de
3 Decreto (Ministerio do Reino — Diário do Governo, n.°250, 17:855$030 réis p a r a p a g a m e n t o de juros de titulos de
de 4 de novembro) determinando a gratificação que com- divida publica f u n d a d a no exercicio de 1904-1905 502
pete ao reitor do lyceu quando for professor de ensino 3 Decreto (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do
superior e, quando professor do lyceu 474 Governo, n.° 262, de 18 de novembro) r e g u l a n d o o pro-
3 Decreto (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.º 250, cesso de naturalização portuguesa dos chinas nascidos
de 4 de novembro) approvando os p r o g r a m m a s que de- em Macau 503
vem ser observados nos lyceus do continente e ilhas
adjacentes p a r a o estudo das diversas disciplinas de 3 Decreto (Ministerio das Obras Publicas - D i a r i o do Gover-no, n.° 282, de 13 de
instrucção secundaria 474 ção do Instituto I n d u s t r i a l e Commercial do P o r t o . . . 504
3 Decreto (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo,
n.º 252, de 7 de novembro) abrindo um credito especial 4 D e c r e t o (Ministerio das Obras P u b l i c a s — Diario do Go-verno, n.º 251, de 9 de novembr
de 400:000$5000 réis p a r a p a g a m e n t o de encargos ge- expropriação de uma parcela de terreno para a cons-
raes do Ministerio da Fazenda 491 trucção da e s t r a d a de ligação da C a r a n g u e j e i r a com a
3 D e c r e t o (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.º 253, e s t r a d a real n.º 15 ........ 513
de 8 de, novembro) determinando que a estação de saude 5 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.º
de Villa F r a n c a de Campo passe a ser considerada 256, de 11 de novembro) prohibindo a importação de ac-
como uma delegação da estação de saude de Ponta cendedores de cigarros «Titan» 514
Delgada 492
3 Decreto (Ministerio d a F a z e n d a — Diario do Governo, 6 P o r t a r i a (Ministerio das Obras P u b l i c a s - Diario do Go-verno, n.° 254, de 9 de
n.º 253, de 8 de novembro) abrindo um credito especial criadas c a d e r n e t a s de sellos postaes das taxas de 10 réis
de 64:134$000 réis pura encargos de divida publica
fundada no exercicio de 1905-1906 492 e de 20 réis 514
3 Decreto (Ministerio da J u s t i ç a — Diario do Governo, 6 P o r t a r i a (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go-
n.º 254, de 9 de novembro) fixando os districtos de j u i - verno, n.º 254, de 9 de novembro) determinando a cria-
zos de paz nas comarcas do districto administrativo de ção de c a d e r n e t a s mistas de sellos postaes das taxas de
A n g r a do Heroismo 492 10 réis e de 20, réis 514
3 Decreto (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Go- 6 P o r t a r i a (Ministerio do Reino - Diario do Governo, n.° 255,
verno, n.º 251, de 9 de novembro) alterando a l g u m a s de 10 de novembro) approvando o parecer da commis-
disposições do decreto sobre serviços do fomento com- são e n c a r r e g a d a do propor a melhor forma de a d a p t a r o
mercial de productos agricolas, na parte relativa a fis- edificio da Academia Polytechnica do Porto ás installações da mesma Academia
calização (Erratas no Diario do Governo, n.º 255) ..... 493 trabalhos propostos e louvando e dissolvendo a d i t a
commissão 514
3 Decreto (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — Diario do
Governo, n.° 250, de 11 de novembro) concedendo a 8 P o r t a r i a (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.°
Joaquim de Almeida Negrão e João José Soares Men- 255, de 10 de novembro) extinguindo o posto fiscal da
des o aforamento do territorio da llha Peeixe na pro- A z e n h a do Mar, e criando um na P r a i a das Maçãs, ha-
vincia da Guiné Portuguesa com a superficie aproxi- bilitado a cobrar o imposto do pescado 514
mada de 15:000 hectares. (Erratas 9 P o r t a r i a (Ministerio da Marinha e U l t r a m a r — Diario do
no Diario doGoverno,n.º258).....494
3 Decreto (Ministerio da Fazenda — Diario do Governo, Governo, n.° 257, dc 13 de novembro) nomeando mais
xrvtt
um vogal p a r a a commissão e n c a r r e g a d a de e l a b o r a r o 16 P o r t a r i a ( M i n i s t e r i o da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
r e g u l a m e n t o das escolas de alumnos m a r i n h e i r o s 514 G o v e r n o , n.° 264, de 21 do n o v e m b r o ) d e t e r m i n a n d o
9 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n.° q u e ao defensor officioso j u n t o dos conselhos de g u e r r a ,
258, de 14 de novembro) a u t o r i z a n d o a I r m a n d a d e da no que r e s p e i t a a n o m e a ç ã o e situação, seja a p p l i c a v e l
S a n t a Casa d a Misericordia d a villa e concelho da Vi- o disposto 110 a r t i g o 247.º do Codigo dc J u s t i ç a d a A r -
d i g u e i r a a tomar conta do h o s p i t a l que a c t u a l m e n t e m a d a p a r a o promotor de j u s t i ç a 519
se a c h a a c a r g o da C a m a r a Municipal, nos termos do 16 D e c r e t o (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
acordo c e l e b r a d o e n t r e a m b a s 514 Governo, n.° 265, de 22 de novembro) a p p r o v a n d o as mo-
11 P o r t a r i a (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do dificações ao r e g u l a m e n t o mineiro dos t e r r i t o r i o s d e
Governo, n.° 288, de 20 de dezembro) d e t e r m i n a n d o q u e M a n i c a e S o f a l a sob a a d m i n i s t r a ç ã o da C o m p a n h i a d e
ao p h a r m a c e u t i c o do q u a d r o de s a u d e de M a c a u e T i - Moçambique 519
mor, H e r m a n o Gomes da P a i x ã o e Castro, sejam a v e r b a - 16 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
dos no respectivo livro de m a t r i c u l a doze annos, um mês Governo, n.° 265, de 22 d e n o v e m b r o ) c o n c e d e n d o a
e v i n t e e cinco dias de serviço a t é 12 de j u n h o de1905......515 J o s é de D e u s e outros o a f o r a m e n t o d e 300 h e c t a r e s d c
15 P o r t a r i a (Ministerio do Reino — Diario do Governo, n.° 263, t e r r e n o baldio s i t u a d o á e s q u e r d a d a e s t r a d a de Ma-vaia
de 20 d e novembro) s u b s t i t u i n d o por o u t r o o § 1.º do
a r t i g o 138.° do decreto n.° 4 de 24 de dezembro de 1901, Marques 524
que reformou os estudos da U n i v e r s i d a d e de Coim- 16 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
bra 515 Governo, n.° 265, de 22 de novembro) s u b s t i t u i n d o p o r
16 D e c r e t o (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do outro o a r t i g o 18.° do r e g u l a m e n t o g e r a l provisorio de
G o v e r n o , n.° 262, de 18 de novembro) concedendo o R e a l 2 de s e t e m b r o dc 1901 sobre concessões de t e r r e n o s no
B e n e p l a c i t o e R e g i o Auxilio p a r a todos os effeitos t e m - ultramar 525
p o r a e s c o m p e t e n t e s ao B r e v e P o n t i f i c i o — « Q u o d e r a t 16 D e c r e t o (Ministerio d a M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
maximo o p t a u d u m — p e l o qual é declarado de p r e c e i t o G o v e r n o , n.º 265, de 22 de novembro) n o m e a n d o u m a
de g u a r d a n a I n d i a P o r t u g u e s a o dia 3 de d e z e m b r o commissão a fim de propor com a possivel b r e v i d a d e
c o n s a g r a d o á f e s t i v i d a d e de S. F r a n c i s c o X a v i e r . (Er- as modificações a i n t r o d u z i r n a o r g a n i z a ç ã o m i l i t a r do
ratas no Diario do Governo, n.º 264 e 265) 515 u l t r a m a r , e os p r e c e i t o s que devem r e g u l a r a coopera-
ção do exercito d a metropole no serviço colonial. (Er-
16 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, n.º
ratas no Diario do Governo, n.º 273) 525
263, de 20 de novembro) n e g a n d o p r o v i m e n t o no recurso
d e Manoel D i a s da Silva c o n t r a a nomeação de o u t r o 16 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do G o -
concorrente, menos h a b i l i t a d o q u e o r e c o r r e n t e , p a r a o verno, n.° 265, de 22 de novembro) m a n d a n d o p r o c e d e r
logar de a m a n u e n s e do Governo Civil de P o r t a l e g r e ..... 516 á c o n s t r u c ç ã o de um troço da e s t r a d a d i s t r i c t a l n.°
138 526
16 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, n.° 263, 16 D e c r e t o (Ministerio das O b r a s P u b l i c a s — D i a r i o do Go-
de 20 de novembro) d a n d o provimento no recurso do de- verno, n.º 265, dc 22 dc novembro) m a n d a n d o p r o c e d e r
l e g a d o do p r o c u r a d o r regio da comarca dc T a v i r a sobre á construcção da e s t r a d a de l i g a ç ã o d a e s t r a d a distri-
i n c o m p e t e n c i a do a d m i n i s t r a d o r do concelho p a r a recla- ctal n.° 121 com a e s t r a d a de serviço de L e i r i a á e s t r a -
m a r p e r a n t e o j u i z de direito d a d e l i b e r a ç ã o da c a m a r a d a r e a l n.º 15 526
m u n i c i p a l r e l a t i v a a modificações no seu codigo de pos- 16 D e c r e t o (Ministerio da G u e r r a — D i a r i o do G o v e r n o , n.°
turas 516 268, de 25 de novembro) a b r i n d o um credito especial de
16 D e c r e t o ( M i n i s t e r i o do Reino — D i a r i o do Governo, n.° 10:215$363 réis p a r a d e s p e s a s l i q u i d a d a s e não p a g a s
263, de 20 dc novembro) d e c l a r a n d o u r g e n t e a expro- do Ministerio da G u e r r a nos exercicios de 1901-1902,
p r i a ç ã o de quatro p a r c e l a s de t e r r e n o p a r a a construc- 1902-1903 e 1903-1904 526
ção da e s t r a d a de ligação d a villa de E s t r e m o z com a 16 D e c r e t o (Ministerio d a G u e r r a — D i a r i o do G o v e r n o , n.º
estação f e r r o - v i a r i a 516 268, de 25 d e novembro) a b r i n d o um credito e s p e c i a l
16 D e c r e t o (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, n.° 263, de 492:297$024 réis p a r a d e s p e s a s l i q u i d a d a s do Mi-
de 20 de, novembro) a u t o r i z a n d o a J u n t a de P a r o c h i a da nisterio d a G u e r r a no exercicio de 1905-1906 por c o n t a
f r e g u e s i a dc N o g u e i r a , concelho de L o u s a d a , a c o n t r a - do e m p r e s t i m o dc 4.500:000$000 réis p a r a a r m a m e n t o
h i r um emprestimo d e s t i n a d o a obras de r e p a r a ç ã o da do exercito 526
i g r e j a parochial 516 16 D e c r e t o (Ministerio d a G u e r r a — D i a r i o do G o v e r n o , n.°
16 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — D i a r i o do Governo, n.º 268, de 25 de novembro) — a b r i n d o um c r e d i t o especial
263, de 20 de novembro) d e t e r m i n a n d o q u e seja feito um de 12:841$705 réis p a r a d e s p e s a s e x t r a o r d i n a r i a s do
inquerito sobre as causas que impedem o crescimento Ministerio da G u e r r a no exercicio dc 1905-1906 257
r e g u l a r d a população 517 16 D e c r e t e (Ministerio do R e i n o — D i a r i o do Governo, n.º
16 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo, n.º 275. de 4 de dezembro) a b r i n d o um credito especial de
263, de 20 de novembro) concedendo p r o v i s o r i a m e n t e á 15:000$000 réis p a r a subsidios a i n s t i t u t o s de benefi-
J u n t a de P a r o c h i a de S. P e d r o de Villa F r a n c a do Cam- cencia d e p e n d e n t e s do Ministerio do R e i n o e d a M a r i -
po ( P o n t a D e l g a d a ) um terreno que p e r t e n c e u á c a p e l l a nha e Ultramar 527
dos L a z a r o s da mesma villa, p a r a o estabelecimento do 16 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n.º
cemiterio 517 275, de 4 de dezembro) a b r i n d o um credito especial de
16 D e c r e t o (Ministerio da F a z e n d a — D i a r i o do Governo, n.º 1:086$300 réis p a r a p a g a m e n t o dos j u r o s do empresti-
263, de 20 de novembro) concedendo p r o v i s o r i a m e n t e á mo destinado a o b r a s de hospitalização no exercicio dc
I r m a n d a d e do S e n h o r J e s u s dos Passos, d a villa de Por- 1904-1905 528
tel, a capella e d e p e n d e n c i a s do e x t i n c t o convento do 16 D e c r e t o (Ministerio da G u e r r a — Diario do G o v e r n o , n.°
S. P a u l o da mesma villa, p a r a celebração dos actos reli- 283, de 14 de dezembro) pondo á disposição do Minis-
giosos 517 terio d a M a r i n h a e U l t r a m a r o corpo d e tropas expe-
16 D e c r e t o (Ministerio d a F a z e n d a - D i a r i o do Governo, n.° dicionario p a r a a provincia de A n g o l a 528
263, de 20 de novembro) d e c l a r a n d o i n d i s p e n s a v e l a ins-
16 D e c r e t o (Ministerio da G u e r r a — D i a r i o do Governo,
pecção medica do pessoal que h a j a de ser nomeado ou
n.º 284, de l5 de dezembro) a p p r o v a n d o e m a n d a n d o
promovido nos quadros das a l f a n d e g a s 517
pôr em execução o r e g u l a m e n t o pura a formação de
16 D e c r e t o (Ministerio das Obras P u b l i c a s — Diario do Gover-
c o n t r a t o s cm m a t e r i a de a d m i n i s t r a ç ã o militar 530
no, n.° 263, de 20 de novembro) m a n d a n d o incluir seis
16 D e c r e t o (Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r — D i a r i o do
e s t r a d a s do concelho do Montemor o-Novo no n u m e r o
das e s t r a d a s m u n i c i p a e s de 2.ª classe do districto de Governo, n.° 6, de 9 de j a n e i r o de 1906) a p p r o v a n d o
Evora 517 o r e g u l a m e n t o da c a p i t a n i a dos portos do districto au-
tonomo de T i m o r 543
16 D e c r e t o (Ministerio das Obras P u b l i c a s — Diario do 17Governo,
P o r t a r i a (Ministerion.° 263, de 20 —
do Reino d e Dnovembro) s u b m e t t en.º
i a r i o do Governo, ndo ao re-
gime florestal parcial os terrenos contiguos á proprie- 264, de 21 de novembro) m a n d a n d o r e g r e s s a r á effecti-
dade de S a n t a Irene, f r e g u e s i a de Alcanede, concelho v i d a d e do serviço um f a c u l t a t i v o addido ao q u a d r o dos
de S a n t a r e m , e p e r t e n c e n t e s a Henrique de Carvalho medicos da J u n t a Consultiva do Hospital Real de S. J o s é
N u n e s da Silva A n a c h o r e t a 518 e Annexos 555
16 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n.° 17 P o r t a r i a (Ministerio das Obras P u b l i c a s ) — D i a r i o do Go-verno, n
264, de 21 de novembro) dando provimento no recurso c e r t a s entidades na t a b e l l a d e s c r i t i v a das repartições,
dc Acurcio Ribeiro P a e s T o r r e s c o n t r a a demissão, a u t o r i d a d e s e f u n c c i o n a r i o s que podem expedir e rece-
que lhe foi dada pela Misericordia da villa dc Alpe- b e r correspondencia......555
drinha, de medico c o n t r a t a d o do seu hospital 518
16 D e c r e t o (Ministerio do Reino — D i a r i o do Governo, n.° 18 P o r t a r i a (Ministerio da F a z e n d a — Diario do Governo,
264 de 21 de novembro) d e c l a r a n d o u r g e n t e a expro- n.° 265 dc 22 de novembro) d e n e g a n d o a u t o r i s a ç ã o p a r a
p r i a ç ã o de d u a s p a r c e l a s de t e r r e n o para a construc- o s e g u i m e n t o do processo instaurado na comarca de
ção do edifficio destinado ao A s y l o - E s c o l a D i s t r i c t a l a M i r a n d a do Douro contra um fiscal de 2.ª classe dos
cargo da C a m a r a Municipal de A v e i r o 519 impostos 556
XXVIII
JANEIRO
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO pelos serviços hydraulicos, n a alinea a) do § 1.° do ar-
tigo 27.° da c a r t a de lei de 24 de novembro u l t i m o : hei
Direcção Geral de Administração Politica e Civil por bem, nos termos do § 1.° do artigo 32.° da citada
carta de lei e guardadas as prescrições do § 9.° do ar-
2." Repartição tigo 1.° da carta de lei de 30 de j u n h o de 1891 e as do
artigo 1.° do decreto n.° 2 de 15 de dezembro de 1894,
Tendo de se proceder á eleição geral de Deputados ás tendo ouvido o Conselho de Ministros, determinar que
Côrtes, que se devera reunir em sessão ordinaria no dia seja aberto no Ministerio da Fazenda, e devidamente re-
3 do proximo mês de abril, em virtude do decreto de 2 4 gistado n a Direcção Geral da Contabilidade Publica, um
de dezembro ultimo, pelo qual foi dissolvida a Camara credito especial da quantia de 1G:651$8Õ0 réis, a favor
dos Senhores Deputados da Nação P o r t u g u e s a : hei por do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Indus-
bem decretar o seguinte: tria, a fim de occorrer ao pagamento cle despesas a eífec-
Artigo 1 S ã o lixados o dia 2 do proximo mês de fe- tuar com a construcção de novas levadas na Ilha da Ma-
vereiro a fim de se dar cumprimento, por parte das com- d e i r a ; devendo essa quantia ser addicionada á verba do
missões districtaes, ao disposto no artigo 44.° do decreto artigo 14.° do capitulo 2.° da tabella da distribuição da
de 8 de agosto de 1901, e o dia 5 do mesmo mês para os despesa ordinaria do segundo dos referidos Ministerios
presidentes das camaras municipaes cumprirem o precei- para o exercicio do corrente anno economico de 1 9 0 4 -
tuado no artigo 43." d'aquelle decreto. 1905 e descrita sob a epigraphe «Secção 3.%
Art. 2.° São convocadas as assembleias eleitoraes do O Tribunal de Contas julgou este credito nos termos
continente do reino e ilhas adjacentes para o dia 12 de de ser decretado.
fevereiro proximo, a fim de elegerem os Deputados ás O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
Côrtes, na conformidade do artigo 40.° do citado decreto e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar-
e do mappa a elle annexo ; praticando-se os actos eleito- tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
raes e os de apuramento nos prazos e pela forma estabe- em 3 de janeiro de 1905. = R E I . = José Luciano de Cas-
lecida no mesmo diploma. tro = Antonio Augusto Pereira de Miranda = José Maria
A r t . 3.° Os governadores das provincias ultramarinas, de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral = Manoel Affonso
logo que recebam communicação do presente decreto, de Espregueira = Sebastião Custodio de Sousa Telles =
mandarão proceder ás eleições de Deputados nas respec- Manoel Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Vil-
tivas provincias nas épocas e prazos que forem compatí- laça = Eduardo José Coelho.
veis com as distancias e meios de communicação. D . do G. n.° 11, de 1-1 do janeiro do 190").
A r t . 4.° Os governadores civis dos districtos das ilhas
adjacentes designarão para a reunião das assembleias de
apuramento os prazos e dias que forem compativeis com
os meios de communicação pela forma autorizada no ar-
tigo 111. 0 do decreto citado de 8 de agosto de 1901.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios do
Reino e da Marinha e Ultramar assim o tenham enten-
Direcção Geral de Administração Politica e Civil
dido e façam executar. Paço, em 3 de janeiro de 1 9 0 5 . =
R E 1 . = Antonio Augusto Pereira de Miranda—Manoel
2." Repartição
Antonio Moreira Júnior.
Tendo em vista o disposto no artigo 127.° do Codigo
D . do G. n." 3, de 1 de janeiro do 1905.
Administrativo: hei por bem autorizar a Camara Munici-
pal do concelho de Mora a criar um logar de zelador,
com a dotação annual de 60$000 réis, alem da parte das
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIÃ multas que lhe competir, nos termos do artigo 448.° do
mesmo codigo.
9." Repartição da Direcção Geral O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
da Contabilidade Publica Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
4 de janeiro de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira
E m harmonia com as disposições especialmente precei- de Miranda.
tuadas, com referencia á utilização das receitas cobradas D. do G. n.° 0, (le 9 de janeiro dc 1905.
1
Janeiro -'3 2 1905
H e i por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°, Artigo 1.° Os rendimentos pertencentes aos conventos
n.° 2.°, e 57.° do Codigo Administrativo, á Camara Muni- de religiosas, supprimidos depois da lei de 4 de abril
cipal do concelho de Mora, a criação de um partido mu- de 1861, que são arrecadados por deposito nos cofres
nicipal de parteira, dotado em 50$000 róis annuaes. do Thesouro, serão escriturados, a começar do dia 1 do
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do corrente mês, como receita geral do Estado, sem pre-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em juizo da applicação que está designada na actual lei vi-
4 de janeiro de 1905. = R E I . =Antonio Augusto Pereira gente.
de Miranda. A r t . 2.° A p a r t e d'esses rendimentos destinada até
D . do G. n.° 0, de 9 do janeiro de 1905.
esta data ao pagamento de despesas do culto e subsi-
dios ás senhoras e serviçaes que se achavam nos mes-
mos conventos, e aos vencimentos arbitrados a empre-
gados extraordinarios admittidos para este serviço, será
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA escriturada na tabella de despesa do Ministerio da F a -
zenda.
Secretaria Geral Art. 3.° Só poderão ser concedidos novos subsidios a
senhoras que tiverem exercido qualquer profissão, n u m
Senhor.— Pelos rendimentos dos conventos de religio- período não inferior a dez annos, antes do fallecimento da
sas, supprimidos depois da lei de 4 de abril de I S t í l ,
ultima religiosa professa nos conventos supprimidos eu
teem sido destinadas, ha bastantes annos, qaantias avul-
que venham de futuro a supprimir-se.
tadas para subsidiar senhoras, a titulo de haverem exer-
cido diversas profissões nesses estabelecimentos de devo- § 1.° Alem do attestado que confirme o acima exigido,
ção, e tambem a retribuir com varios vencimentos indi- as requerentes terão tambem de provar que são indigen-
viduos contratados para auxiliarem os trabalhos de admi- tes, que contam mais de cincoenta annos de idade, ou que
nistração e fiscalização dos bens e rendas dos referidos soffrem de enfermidade que as inhibe de adquirir meios de
conventos. E certo que a citada lei, estabelecendo o en- subsistencia.
cargo especial da congrua para sustentação das religiosas § 2.° I g u a l m e n t e poderão requerer subsidios as servi-
professas que se achassem nos conventos, foi omissa com çaes de conventos supprimidos que apresentem documen-
respeito a senhoras nelles existentes, e certo ó tambem tos idênticos.
que sc tornou preciso contratar algum pessoal para coad- § 3.° Nos conventos que venham de futuro a suppri-
juvar os serviços attinentes á Direcção Geral da Estatis- mir-se, estabelecer-se-ha pela quota parte dos seus ren-
tica c dos Proprios Nacionaes, que bastante aumentaram dimentos subsidio ás senhoras e serviçaes nelles encon-
com a administração e fiscalização dos bens e rendimen tradas, u m a vez que estejam nas condições acima re-
tos dos conventos cle religiosas. feridas.
Estas despesas, que não se acham descritas no orçamento § 4.° As senhoras e serviçaes que pertenceram a con-
geral do Estado, teem crescido muito nos ultimos tempos, ventos supprimidos só poderá ser abonado subsidio quando
sem justificação plausível, o por isso ó muito convenieme se derem duas vacaturas successivas.
providenciar com urgencia para se obstar ao desvio d'aquelles § 5.° Cada subsidio que se conceder, depois da data
rendimentos da sua legitima applicação. d'este decreto, continuará a ser de 5$000 róis mensaes
P a r a este fim estipula-se no decreto que tenho a honra para as senhoras e de 3$000 róis mensaes p a r a as servi-
de submetter á approvação cle Vossa Majestade que todos çaes, qualquer que seja a importancia das duas v a c a t u r a s
os rendimentos provenientes dos conventos religiosos sup- que se derem.
primidos sejam descritos no computo das receitas geraes
A r t . 4.° São garantidos os subsidios concedidos ás se-
do Estado, descrevendo-se igualmente na tabella cle despe-
nhoras e serviçaes até a data do presente decreto.
sas do Ministerio cia Fazenda todos os encargos a que es-
Art. 5.° Na Direcção Geral da Estatistica e dos Pro-
tão sujeitos esses rendimentos, dando se lhes por esta forma
prios Nacionaes se organizará um cadastro das senhoras e
a applicação que as leis estabeleceram.
serviçaes actualmente subsidiadas e das que mo.-trem
P a r a que as despesas actuaes diminuam gradualmente
acharem-se nas condições preceituadas neste decreto, para
até se extinguirem por completo, é mester subsidiar de fu-
as vacaturas que de futuro se derem.
turo apenas o pessoal indigente e invalido por doença ou
Art 6.° Kica extincta a classe dos empregados extraor-
idade provecta que realmente pertenceu a conventos, e
dinarios que percebem vencimentos de conta dos rendi-
supprimir a classe de funccionarios que vencem por conta
mentos de conventos supprimidos, e os que não accumu-
dos citados rendimentos, ficando adilidos ao quadro de ama-
larern outros cargos publicos e tenham comprovada assi-
nuenses da Direcção Geral da Estatistica e dos Proprios
duidade ficarão addidos ao quadro de amanuenses da Di-
"Nacionaes unicamente aquelles que não gozem outro cargo
recção Geral da Estatistica e dos Proprios Nacionaes, sem
publico e que lenham dado provas do assiduidade, devendo
prejuizo dos ordenados que recebem actualmente, que lhes
entrar nas vacaturas que sc forem dando nesse quadro.
são garantidos.
Era conformidade com estas disposições algumas provi-
dencias foram tomadas ultimamente, reduzindo-se a des § unico. Os empregados a que se refere este artigo te-
pesa que se fazia com este serviço, mas pareceu-me con- rão preferencia nas vagas que de futuro se dêem nos ser-
veniente completá-las com as determinações do decreto viços dependentes da Direcção Geral cla Estatistica e dos
que submotto á approvação de Vossa Majestade, e que Proprios Nacionaes, sendo considerados como amanuenses
completa as disposições adoptadas no decreto de 24 de para os effeitos dos concursos que se realizarem na mesma
dezembro ultimo, sobre a acquisição e g u a r d a de titulos Direcção Geral.
da divida externa destinados ao fundo especial a que se A r t . 7.° Pelas Direcções da Estatistica e dos Proprios
refere a lei de 29 de julho de 1899. Nacionaes e da Contabilidade Publica se darão as instruc-
Ministerio clos Negocios da Fazenda, em 4 de janeiro ções que se tornem necessarias p a r a a cabal execução do
de 1 9 0 5 . = Manoel Affonso dc Espregueira. presente decreto.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da F a -
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre- 4 de janeiro de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
tario dc Estado dos Negocios da F a z e n d a : hei por bem pregueira.
decretar o seguinte: D . do G. n.° 9, de 12 de janeiro de 1905.
1905 3 Jaiieiro 14
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Direcção Geral do Commercio e Industria Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
1898 : hei por bem determinar, conformando-me com o pa- pelo escrivão do primeiro officio do primeiro districto cri-
recer do extincto Conselho Technico dc Obras Publicas, minal, e nas demais comarcas do reino pela forma fixada
que o director das obras publicas do districto do Porto no artigo 3.° do decreto de 7 de novembro de 1 8 7 2 ;
faça proceder á construcção do lanço da estrada do Porto, 2. a Os encarregados do registo criminal, tanto em Lis-
pelas minas de S. Pedro da Cova, á estrada real n.° 33, boa e no Porto como nas demais comarcas, logo que
comprehendido entre Campanhã e Gondomar, e autorizar recebam nota dos escrivães solicitando certificados p a r a
o referido funccionario a despender no actual anno econo- serem j u n t o s aos respectivos processos, os passarão im-
mico, com a referida construcção, a quantia de 2:000^000 mediatamente, remettcndo-os por pessoa de sua confiança
róis. aos escrivães, que assinarão recibo não só para salva-
O Ministro e Secretario dc Estado dos Negocios da F a - g u a r d a dos encarregados, mas ainda p a r a melhor fiscali-
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios zação do competente emolumento, quando afinal seja con-
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- tado em r e g r a de custas.
nham entendido e façam executar. Paço, em 5 de ja- Paço, em 10 de janeiro de 1 9 0 5 . = José Maria de Al-
neiro de 1905. = R E I . —Manoel Affonso de Espregueira — poim de Cerqueira Borges Cabral.
Eduardo José Coelho. D. do G. n.° 9, de 12 do janeiro do 1905.
D. (lo G. n.° 8, de 11 de janeiro de 1905.
2.° Que nos diplomas ou titulos de nomeações sejam § 6.° É permittido aos officiaes concorrentes fazerem
impreterivelmente lançadas as respectivas verbas do j u r a uso do uniforme de passeio, sem espada, levando os ca-
mento c posse nas repartições cm que esses actos foram vallos o arreio de passeio, excepto na segunda prova em
praticados, sendo ellas assinadas pelos funccionarios ou que os officiaes levarão as suas espadas e os cavallos o
empregados a quem competir. arreio do uniforme.
O que pela mesma Secretaria de Estado se communica A r t . 3.° As provas do campeonato são tres, constando
aos referidos governadores para seu conhecimento e de- cada uma d'ellas do seguinte:
vidos effeitos. 1. a p r o v a . — Os concorrentes executam individualmente
Paço, em 11 de janeiro de 1905. = Manoel Antonio no picadeiro ou em local previamente designado e duranto
o tempo máximo de vinte minutos os seguintes exerci-
Moreira Júnior.
n . do G. n.° 13, do 17 do janeiro de 1003. cios :
a) Passo, trote e galope p a r a as duas m ã o s ; vol-
tas ;
b) Trabalho em duas pistas a passo e a trote c u r t o ;
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA c) Passagens de mão a galope em mudanças cle direc-
ção previamente, m a r c a d a s ;
Repartição do Gabinete d,) Passagens de mão a galope sem mudança de direc-
ção ;
Tendo-se demonstrado a conveniencia de modificar o e) R e c u a r ; sair cl'este movimento ao galope para am-
regulamento e mais disposições em vigor, concernentes ao bas as mãos;
campeonato do cavallo de g u e r r a : m a n d a Sua Majestade f ) Estando o cavallo parado, sair ao trote e ao galope
El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negocios da G u e r r a , para ambas as mãos;
approvar o regulamento para o campeonato do cavallo de g) Salto de 0"',80 de altura com a frente minima de 3
guerra, que faz parte d'csta portaria e baixa assinado metros.
pelo general de brigada, director gerai da mesma Secre-
2. a prova. — Percurso nunca inferior a 80 kilometros
taria de Estado, José Honorato de Mendonça.
seguindo um itinerário annualmente marcado pelo j u r y ,
Paço, 12 de janeiro de 1905. => Se bastião Custodio de empregando os audamentos regulamentares, com a veloci-
Sousa Telles. dade final maxima de 12 kilometros e minima de 10 kilo-
metros.
Regulamento do campeonato do cavallo de guerra a) Os concorrentes partirão por grupos escalonados, ti-
rados á sorte, com intervallo minimo de cinco minutos cle
Artigo 1.° O campeonato do cavallo de guerra, desti- grupo p a r a g r u p o ;
nado a apreciar o desenvolvimento da instrucção equestre b) No trajecto haverá postos de revisão commandados
dos officiaes e o grau de preparação e resistencia dos ca- por um official a quem cada concorrente apresentará a
vallos militares, realiza-se por occasião dos trabalhos filiaes respectiva guia (modelo A) para ser visada e se registar
da Escola Pratica de Cavallaria quando for determinado nella a hora da chegada e da partida. Cada posto será
pela Secretaria da Guerra, e consta de uma serie de pro- constituido, alem do official, por um sargento, um ferra-
vas especificadas nos artigos subsequentes. dor e tres soldados;
A r t . 2.° Podem inscrevcr-se p a r a tomar parte no cam- c) Immediatamente após a chegada ao termo do per-
peonato do cavallo de g u e r r a os capitães e subalternos do curso, cada concorrente executará, p e r a n t e o j u r y , 250 me-
serviço do estado maior e das armas de engenharia, arti- tros cle trote e seguidamente um lanço de galope de 150
lheria e cavallaria em serviço effectivo no Ministerio da metros cortado por um obstáculo de 0"',S0 de altura que
G u e r r a ou nas guardas municipaes e fiscal. deverá ser transposto por meio de salto;
§ 1.° E obrigatória a inscrição cle, pelo menos, um d) O j u r y , á medida que forem chegando á meta os con-
official de cada um dos regimentos dc cavallaria e do pes- correntes e executando o disposto na alinea c), examinará
soal permanente da escola pratica d'esta arma. detidamente os cavallos a fim de melhor ajuizar sobre o
§ 2." Só podem ser inscritos cavallos com praça no seu estado de fadiga, podendo ser ouvido um veterinario,
exercito ou nas guardas municipaes e fiscal. que será adjunto ao mesmo j u r y .
§ 3.° A inscripção faz-sc até 31 de julho dc cada anno 3. a prova. — Iniciada vinte e quatro horas depois da
na Direcção Geral dos Serviços de Cavallaria, p a r a onde segunda, consta do um percurso de 800 metros cortado
será dirigida toda a correspondencia que constará, para por differentes obstaculos, taes como: sebes, muros, val-
cada concorrente, d e : ias, etc., annualmente designados pelo j u r y ; devendo e s s e
«) Declaração do official de que deseja inscrever-se, percurso ser feito a galope com a velocidade maxima de
excepto quando tiver sido nomeado para representar qual- 400 metros c regtilando-se a classificação pelo tempo
quer regimento de cavallaria ou a respectiva escola pra- gasto em fazer esse percurso com o menor numero de
tica, devendo neste caso constar o facto do documento faltas.
indicado n a alínea seguinte ; a) P a r a a execução d'esta prova organizar-se-ba no ter-
b) Opinião escrita do commandante da unidade ou es- reno interior á pista do hippodrotno da Escola Pratica dc
tabelecimento militar, em que o official servir, acêrca das Cavallaria um campo de obstaculos em que estes se dis-
condição do cavallo para tomar parte no campeonato, in- tribuirão interceptando uma pista marcada por meio de
dicando se foi ou não preparado no todo ou em parle pelo pequenas bandeirolas ou quaesquer outras referencias.
official que o m o n t a ; Todos os obstaculos terão as extremidades livres, a frente
c) Nota cle assentos do cavallo com o respectivo rese- minima de 5 metros, e não poderão exceder í'",10 em
nho rectificado, mostrando ter mais de cinco annos do altura e 2 m ,50 em l a r g u r a ;
idade. b) Cada concorrente receberá dc vespera um esboço do
§ 4.° Os serviços do campeonato são, para todos os of- percurso com a indicação dos obstaculos, sua altura, lar-
ficiaes e praças que nelle tomem parte, considerados como gura e natureza;
serviço de diligencia para effeito cle vencimentos. c) Proximo de cada obstáculo estarão dois officiaes, fis-
§ 5.° Aos cavallos inscritos é abonada uma ração es- caes de pista, delega-los do j u r y para observarem quaes-
pecial variavel segundo as indicações do respectivo vete- quer faltas ou incidentes occorridos com cada concorrente
rinario. E s t e abono começa em 20 de julho e dura até oito ao transpor esse obstáculo ;
dias depois da ultima prova do campeonato. d) Essas observações serão consignadas num boletim,
Janeiro-'339 1905
Mosíra-se que contra essa deliberação reclamou o re- antiga que foi concedida nunca foi usada nem d'ella re-
corrente para o Conselho do Districto, allegando que elle sultou obra alguma feita no rio, nem aqueducto, nem porta
é que devia ter sido nomeado, por ter habilitações supe- de agua (documento de fl. 24);
riores ás do candidato preferido, e pedindo que se armul- Mostra-se ter-sc procedido a vistoria e inquirição cle
lasse a deliberação recorrida e se lhe mandasse dar posse testemunhas offerccidas pelas partes, prova que nada apro-
do logar; veita nem aos recorrentes, nem aos recorridos, porque este
Mostra-se que o Conselho do Districto, por accordão de tribunal não tem que decidir sobre a questão que pertence
14 de julho de 1885, negou provimento na reclamação, j á aos tribunaes judiciaes, mas só sobre a competencia da
porque o reclamante não instruiu o seu requerimento p a r a camara para conceder a licença contra a qual se reclamou;
admissão ao concurso com certidão do registo criminal, j á Mostra-se que o rio Graça não é navegavel nem fluc-
porque não existe lei ou regulamento de administração pu- tuavel;
blica que imponha ás camaras municipaes a obrigação de Mostra-se que o tribunal administrativo, não attendendo
nomearem para os partidos medicos aquelle dos candida- a que a deliberação dc que se reclamou sc havia tornado
tos que tiver melhor classificação academica; definitiva, não tomou conhecimento do recurso, c do accor-
Mostra-se que d'este accordão vem o presente recurso, dão do tribunal foi interposto recurso para este Supremo
insistindo o recorrente n a exposição dos fundamentos in- Tribunal que, pelo decreto de 7 de marco dc 1903, a fl.
dicados : 144, julgou competente o tribunal administrativo recorrido
O que visto e o parecer do Ministerio Publico; para tomar conhecimento do recurso, e mandou baixar o
Considerando que são procedentes os fundamentos do processo á primeira instancia p a r a resolver a questão ven-
accordão recorrido e assim tem sido julgado por este Su- tilada nos autos;
premo T r i b u n a l : Moslra-te que, habilitados os recorrentes como successo-
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, res do reclamante, o processo baixou ;í auditoria dc Avei-
negar provimento no recurso', mantendo p a r a todos os ro, onde correu seus devidos termos, c foi julgado pela
effeitos o mesmo accordão, sentença dc fl. 152, que vem recorrida;
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Mostra-se que a conclusão da sentença não está em re-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em lação com alguns dos seus considerandos, porquanto nestes
14 de janeiro (le 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pe- diz que se trata de direitos civis, e por isso aos tribunaes
reira de Miranda. do contencioso não compete conhecer, mas aos tribunaes
-
D . do Cr. n.° 14, do IS do janeiro dc ICO. ,. judiciaes, e conclue por conhecer da questão, discutindo
sobre competencia cm relação aos autos, questão decidida
pelo decreto de 17 de março de 1903;
Mostra-se responderem os recorrentes a fl. 172 e os re-
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- corridos a fl. 172 v., offerecendo o merecimento da sen-
ministrativo acêrca do recurso n.° 12:303, em que sào re- tença recorrida, e o Ministerio Publico, que entende que a
correntes D. Maria Rita Estevam Aralla, D. Maria Ade- sentença, tendo em parte julgado contra o deereto de 17
laide Estevam Aralla e Chaves, e marido Dr. Pedro Vir- de março, carece cle ser alterada:
golino F e r r a z Chaves, proprietario, do logar da Ribeira, O que tudo visto e ponderado;
como representante do Dr. Domingos Manoel de Oliveira Considerando que a sentença recorrida entrou indevi-
Aralla, hoje fallecido; recorridos a Camara Municipal do damente na apreciação da questão de competencia, que
concelho de Ovar, Manoel de Oliveira Falha, e Manoel de está decidida pelo decreto do 17 de março de 1903;
Oliveira da Cunha, dc que foi relator o Conselheiro, vogal Considerando que em relação á presente questão não
effectivo, Antonio Telles Pereira de Vasconcellos Pimeníel: se trata de decidir sobre a posse das aguas, nem sobre o
Mostra-se que os recorridos Manoel cle Oliveira Falha e direito que assista aos recorrentes e recorridos de usarem
Manoel de Oliveira da Cunha, residentes na villa cle Ovar, d'ellas para a rega dos seus predios, mas sim da delibe-
requereram á Camara Municipal do concelho de Ovar li- ração da Camara Municipal de Ovar, concedendo licença
cença para abrir uma porta de agua no rio da Graça, e para estabelecer porta do agua no rio G r a ç a ; portanto,
para conduzirem a agua pela regueira que passa no largo Considerando que a questão sc reduz a saber se a ca-
publico (-. segue para as fossas do cacs, com o fim de re- mara municipal tinha competencia para conceder a licença
gar propriedades que não são marginaes, prejudicando os pedida pelos recorridos;
proprietarios confinantes com o rio; Considerando que a sentença recorrida conglobou a li-
Mostra-se que a camara municipal em sessão de l o de cença para estabelecer porta cle agua no rio Unica, como
julho de 1877 deferiu o requerimento dos recorridos; servidão da passagem da agua pela rigucira cio Rocio,
Mostra-se que o D r . Domingos Manoel de Oliveira quando são cousas differentes, e o que sc questiona c a
Aralla, ascendente dos recorrentes, reclamou contra a de- concessão da licença, para o estabelecimento da porta de
liberação da Camara (requerimento dc 11. 2), com funda- agua no rio, com prejuizo dos proprietarios recorrentes;
mento na lei de 6 de março de 1884 e decreto com força Considerando que a camara municipal não tinha com-
de lei de 2 de outubro de 1886 e regulamento da mesma petencia para conceder aos recorridos a licença que pedi-
data; ram, pois que é expressa a disposição da lei de 6 de
Mostra-se que os recorridos contestaram a reclamação março de 1884, c artigo 141.°, §§ 2." e, 3.°, do decreto
allegando que estavam no costume o posse de regar as de 2 de outubro de 1886, pois que taes licenças para obras
suas propriedades com as aguas do Rocio, e quando fal- nas margens dos rios não navegáveis nem iluetuaveis pas-
tavam recorriam ao rio; saram para o engenheiro director das respectivas circuns-
Mostra-se que a camara municipal na sessão cle 18 de crições hydraulicas ;
abril tentou defender a deliberação reclamada, allegando Considerando que são nullas as deliberações dos corpos
que em tempos muito antigos concedera igual licença a administrativos tomadas sobre objccto estranho á sua com-
um outro individuo, fazendo derivar o seu direito cle, con- petencia e attribuições (Codigo Administrativo cle 1876
ceder taes licenças das disposiyões do Codigo Administra- 1878 o J 896):
tivo e regulamentos de administração publica, e fez j u n t a r liei por bem. conformando-me com a mesma consulta,
ao processo copia da acta (documento dc fl. 19); dar provimento no recurso, revogar a sentença recorrida
Mostra-se contestar o reclamante, hoje representado como contraria a direito, c annullar a deliberação recor-
pelos recorrentes, seus herdeiros, as allegações dos recor- rida da camara municipal, para todos os effeitos*.
ridos c da camara municipal, declarando que a tal licença O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios do
Janeiro 1.4 10 1903
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em do imposto, em cada districto, entrando no computo os en-
14 de janeiro de 19UÕ. = R E I . = Antonio Augusto Pe- cargos da divida do mesmo districto.
reira de Miranda. A r t . 5.° Os processos relativos aos serviços em que tem
D. do G. n.° 14, do 18 de janeiro do 1005.
intervindo a Direcção Geral da Thesouraria do Ministerio
da F a z e n d a , com excepção dos que respeitam aos empres-
timos levantados pelas extinctas juntas geraes, serão por
ella remettidos opportunamente á 3. a Repartição da Di-
l i e i por bem autorizar, nos termos dos artigos 177.° e
recção G e r a l da Contabilidade Publica.
179.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo, a J u n t a de Pa-
A r t . 6.° Pelas Direcções G e r a e s da Thesouraria, Con-
rochia da freguesia de Arcozello, do concelho de Barcel-
tabilidade Publica e sua 3. a Repartição do Ministerio do
los, a contrahir, ao juro annual máximo de 6 por cento,
Reino serão dadas as demais instrucções necessarias p a r a
um emprestimo de 270$000 réis, amortizavel em quatorze
inteira execução do presente decreto.
annuidades, garantidas pelo producto da d e r r a m a autori-
Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios do
zada no artigo 190.° do citado codigo, a fim de ser exclu-
Reino e da F a z e n d a assim o tenham entendido e f a ç a m
sivamente applicado ás obras de construcção da torre da
executar. Paço, aos 14 de j a n e i r o de 1905. = R E I . —
igreja parochial da mesma freguesia.
Antonio Augusto Pereira de Miranda — Manoel Affonso
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
de Espregueira.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em D . do G. n.° 14, de 18 de janeiro de 1905.
14 de janeiro de 1 9 0 5 . = R E I . = Antonio Augusto Pereira
de Miranda.
D. do G. n.° 14, dc 18 de janeiro de 1905.
Considerando que é expressa a disposição do n.° 6.° do A r t . 6." Fica revogada a legislação em contrario.
artigo 352.° do Codigo Administrativo: O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
não tomar conhecimento no recurso, por falta de compe- tar. Paço, em 14 de janeiro de 1 9 0 5 . = R E I . = Manoel
tencia do tribunal. Antonio Moreira Júnior.
D . do G. n.° 15, de 19 do janeiro de 1905.
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da
Marinha e UItramar assim o tenha entendido e faça exe-
cutar. Paço, em 14 de janeiro de 1905. = R E I . — Manoel
Antonio Moreira Júnior.
D . do G. n.° 15, de 19 de janeiro do 1905. Tendo-me requerido Baltasar F r e i r e Cabral, súbdito
português, residente em Lisboa, a concessão por afora-
mento de 5:500 hectares de terreno baldio, sito n a mar-
gem oriental da bahia de Nacala, em terras da capitania-
Direcção Geral do Ultramar mor de Fernão Velloso, demarcados entre as pontas Na-
a hareni e Maiaia, districto de Moçambique, da provincia
3. Repartição de Moçambique, confinando pelo norte com a estrada de
Havendo-me requerido o Reverendo Prelado de Moçam Quissima-julo, por sul e leste com terrenos baldios, e por
bique que fossem concedidos á Missão Católica de S. José oeste com a linha marginal, sem prejuizo das dependen-
de L ' h a n g u e n e , nos termos do artigo 46.° da carta de lei cias do posto militar Duque de Bragança, conforme c sconsta
de 9 de maio de 1901, 67 hectares de terreno por ella oc- do annuncio publicado no Diario do Governo n. 235,
cupados proximo á cidade de Lourenço Marques, do dis- 236 e 237, de 19, 20 e 21 de outubro de 1 9 0 4 :
tricto do mesmo nome, da provincia de Moçambique, a Não se tendo apresentado proposta alguma no concurso
fim de serem applicados p a r a escola e ensaios de agricul a que se procedeu na Direcção Geral do U l t r a m a r , em 16
tura; de dezembro do anno proximo findo;
Attendendo a que a referida missão de S. J o s é de Havendo sido publicado no Diario do Governo n.° 287,
L'hanguene está devidamente autorizada; de 2 1 do mesmo mês, o aviso de que foi adjudicada ao
Usando da faculdade concedida ao Governo pelo artigo referido Baltasar F r e i r e Cabral a concessão, por afora-
46.° da carta de lei de 9 de maio de 1901 sobre conces mento, dos 5:500 hectares de terreno baldio, por elle re-
sões de terrenos no ultramar; querida, com exclusão porem das parcelas de terreno que
Hei por bem decretar o seguinte: fossem objecto cle impedimento reconhecido pelo Governo,
Artigo 1.° E concedido gratuitamente á Missão Cató- ou de reclamações de particulares cujo processo demons-
lica, devidamente autorizada, de S. José de L'hanguene, tre serem f u n d a m e n t a d a s ;
p a r a escola e ensaios de agricultura, nos termos do artigo Não havendo sido interposto impedimento algum pela
46.° da carta de lei de 9 de maio de 1901 sobre conces- commissão das terras do districto cle Moçambique, nem
sões de terrenos no ultramar, o uso de 67 hectares de ter- apresentada reclamação alguma de particulares contra o
reno, já occupado pela mesma missão proximo á cidade pedido de concessão;
de Lourenço Marques, no districto do mesmo nome, da Havendo o adjudicatario eífectuado na Caixa Geral de
provincia de Moçambique, o qual é atravessado pela es- Depositos, em 29 de dezembro do anno findo, o deposito
trada de Lydenburgo, e confina pelo sul com a zona re- de caução na importancia de 1:650^000 réis, correspon-
servada p a r a o caminho de ferro de Lourenço Marques dendo a 300 réis por cada um dos õ:500 hectares c u j a
ao Transvaal, entre, proximamente, os kilometros 3,300 concessão lhe foi a d j u d i c a d a :
e 4,130, pelo norte com baldios, por leste com terreno de Hei por bem decretar o seguinte:
Samuel Marks, com um outro de que o indigena H a y Artigo 1.° É concedido a Baltasar Freire Cabral o afo-
pretende justificar a posse, e com baldios, e por oeste com ramento de 5:500 hectares de terreno baldio, na margem
terreno de Evaristo Antonio Pereira de Sousa e com bal- oriental da bahia de Nacala, t e r r a s da capitania-mor de
dios ; Fernão Velloso, districto de Moçambique, da provincia de
A r t . 2.° O terreno designado no artigo precedente será Moçambique, demarcados entre as pontas Nahareni e
demarcado por forma que na concessão se não compre- Maiaia, confinando ao norte com a estrada Quissima-julo,
liendam o lazareto, a estrada de Lydenburgo, nem tão ao sul e a leste com baldios, e a oeste com a linha mar-
pouco as parcelas de terreno contíguas a esta estrada j á ginal, sem prejuizo das dependencias do posto militar Du-
occupadas por quaesquer individuos, cujo uso só poderá que de Bragança.
ser concedido á supracitada missão se os respectivos oc- A r t . 2.° O terreno designado no artigo precedente é
cupantes forem d'ellas competentemente desapossados. destinado principalmente á agricultura.
Art. 3.° A missão fica sujeita, na p a r t e que for appli- A r t . 3.° O concessionario será obrigado a pagar pelo
cavel, ás obrigações impostas aos emphyteutas de terrenos referido terreno, nos termos do regulamento geral pro-
pelo regulamento geral provisorio de 2 de setembro de visorio de 2 de setembro de 1901, p a r a execução da
1901 para execução da carta de lei de 9 de maio do mes- carta de lei de 9 de maio do mesmo anno sobre conces-
mo anno, sobre concessões de terrenos no ultramar, e tam- sões de terreno no ultramar, o foro annual de 3 0 réis por
bem ás que competem aos proprietarios confinantes com hectare.
as estradas, nos termos do regulamento p a r a a conserva-
Art. 4.° A concessão designada no artigo 1.° do pre-
ção e policia das estradas na provincia de S. Thomé e
sente decreto é feita sem prejuizo dos direitos assegurados
Principe, approvado por decreto com força de lei de 27
aos indígenas pelos artigos 2.°, 3.° e n." 2.° do artigo 8."
de novembro de 1902.
da carta cle lei de 9 de maio de 1901, e pelos §§ 1.", 2.° e
A r t . 4.° Os indígenas residentes ou que vierem a resi- 3.° do artigo 2.°, n.° 2.° do artigo 10.° e a r t i g o ' l 3 9 . ° com
dir no terreno designado no artigo 1.° do presente decre- seu § unico do regulamento geral provisorio cle 2 de se-
to continuarão sujeitos aos mesmos impostos, encargos e tembro de 1901.
obrigações, e gozarão dos mesmos direitos que os indíge- Art. 5.° Fica revogada a legislação em contrario.
nas residentes fóra do referido terreno. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
A r t . 5.° O Governo reserva-se o direito de retirar a rinha e U l t r a m a r assim o tenha entendido e faca execu-
concessão do uso do terreno, quando assim convenha aos tar. Paço, em 14 de janeiro de 1905. == R E I . = Manoel
interesses do Estado, sem que d'isso resulte p a r a a mis- Antonio Moreira Júnior.
são direito a qualquer indemnização. D . do G. n.° 15, do 19 de janeiro de 1905.
Jaueiro 14 1905
MINISTÉRIO M S OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA E s t e álcool que poderia estar reservado, pela maior
parte, para ser empregado nos abafos e temperos dos vi-
Direccão Geral de Agricultura. nhos durante as ultimas vindimas, tinha quasi totalmente
desapparecido cm agosto do corrente anno, sendo preciso
Repartição dos Serviços Agroaomicos importar álcool estrangeiro em setembro, para occorrer ás
cxigencias do fabrico dos vinhos licorosos. P o r outro lado,
Senhor. — A p ó s um anno do escassez na producção viní- é muito para notar que o sul consumisse quasi 37 por
cola, no qual nem ao menos o preço resarciu o productor cento mais de álcool que o norte, quando é sabido que o
do damno resultante da apoucada quantidade, sobreveio a tratamento dos vinhos nesta região exige muito maiores
actual crise de abundancia, sem que o excesso da colheita quantidades de aguardente e de álcool do que nas do sul cio
ou a sua excepcional qualidade garantam a compensação do reino. Como se póde pois explicar esse facto tão anor-
prejuizo soíírido. 10, o que é mais grave, nem o baixo preço mal?
proporciona ao viticultor a venda segura do seu vinho.
Tendo a colheita sido muito reduzida em 1903 e achan-
Estes factos que parecem denunciar uma aberração das
do-se os preços altíssimos no fim clo anno, era de es-
leis economicas, ou uma i n v e r n o dos principios fundamen-
perar que mais se fossem elevando á medida que o vinho
taes d'ellas, convencem-mc da necessidade dc correctivo,
tivesse consumo, emquanto não viesse on estivesse proxi-
ou de remedio, que possa normalizar o commercio c o con-
ma a nova colheita; mas bastou, ao que parece, que o ál-
sumo do vinho, pondo-os ao abrigo das causas que os teem
cool açoreano concorresse aos mercados de Lisboa e Porto,
reduzido ás criticas circunstancias em que se encontram,
facilitando o desdobramento do vinho de consumo, p a r a
concorrendo para agravar a crise que tanto assoberba a
que o preço d'este baixasse 50 por cento c mais, do má-
viticultura nacional.
ximo que attingira, pois que localidades houve onde su-
Um caso, verdadeiramente singular, occorrido durante bira a 700 réis e mais por decalitro e depois descera a
o anno agricola findo, provocou a attenção de todos os que 300 róis.
sinceramcntu se empenham na resolução da crise vinícola.
Foi cscassa a colheita; todavia, no decurso d'esse anno, Esta coincidência o outros factos, que teem sido postos
quando os preços dos vinhos deviam subir, realizou-sc exac- em evidencia pela imprensa, pelas reclamações de viticul-
tamente o phenomeno economico contrario — os preços tores e dc negociantes honestos, que abastecem de vinhos
desciam suocessivainente. o mercado dc Lisboa, e ainda pela própria Administração
Geral das Alfandegas e Contribuições Directas, que via
Mais uma vez se verifica ser preciso muito critério para
reduzir o imposto de consumo, convencem-me da necessi-
j u l g a r o ri factos dc todos os dias. D'ahi a attenção do Go-
dade urgente de remodelar os serviços da fiscalização dos
verno p a r a inquirir das causas d'esta anomalia economica,
generos agricolas por forma a desenvolvê-los e a torná-los
ontrc as quaes se lhe afigura que occupam situação pre-
mais intensivos, e consequentemente mais uteis ao país,
dominante as fraudes e falsificações dos productos agrico
pelo que espero, a breve trecho, ter a honra de submet-
las, especialmente dos vinhos, o que aliás é corroborado
ter o projecto da- sua reorganização á esclarecida apre-
pelas instantes e reiteradas reclamações dos viticultores,
ciação cle Vossa Majestade, bem como outras medidas com-
do commercio honesto c das associações, incitando o Go
plementares d'esta, todas dentro das faculdades legaes
verno a que tome providencias cnergicas e efficazes, para
dadas ao Governo.
reprimir a fraude, dc modo que os culpados não possam
continuá-la. Desta forma julgo se poderá debellar a causa principal,
se não unica, dos prejuízos soffridos pela viticultura e
Com effeito, o preço do vinho começou por ser elevado cm
pelo commercio interno de vinhos durante o ultimo anno
outubro de 1 '.)(_).'>, cêrca dc 500 a 550 réis por decalitro na
agricola.
Estremadura, (>00 réis no Alemtejo, 500 réis no Algarve, e
*
muito mais nas provincias do norte ; nos tres meses se-
* *
guintes subiu ainda, attingindo o máximo cle 700 réis por
decalitro na Estremadura e Alemtejo, e (jOO réis no Al- Mas quanto ao outro facto, que se está observando, da
g a r v e ; mas cm seguida baixou rapidamente a 500 réis paralisação n a venda do vinho da ultima colheita, tao
por decalitro, quando mais devia clevar-sc, e manteve-sc abundante ç de tão supe?ior qualidade, apesar do baixo
estacionário até lim de julho, para decrescer mais ainda preço por que está o vinho, esse denota evidentemente a
nos meses de agosto, setembro e outubro do corrente anno. coexistência de uma diversa causa da crise vinícola: a in-
sufíicieneia e má organização do commercio interno e de
Coincidiu esta ultima baixa com a importação do álcool
exportação dos vinhos nacionaes.
estrangeiro e com a nova colheita, emquanto que a primeira
fóra simultanea e parallela entrada do álcool açoreano no E s t e mal-estar, que de longa data se vem notando, e
jtie j á em varias providencias, quer de caracter legisla-
continente do rcin<>, cêrca dc 3.23(!:0(>4 litros, em uma epoca
em que os vinhos abafados o 03 do Douro estavam feitos, tivo, quer administrativo, o Governo de Vossa Majestade
e quando só pequenas quantidades podiam ser necessarias tem diligenciado evitar, parecc-me tambem tornar ur-
no norte, para os temperos usuaes dos vinhos generosos. gente uma outra medida importante, facultada pela carta
dc lei de 1 de julho de 1 9 0 3 : o attrahir, sem demora,
Segundo informações fidedignas, o despacho do alcoo!
avultados capitaes para o commercio de viuhos, promo-
açoreano nas alfandegas de Lisboa o no Porto, isto é, para
vendo a criação de companhias vinícolas, que, pugnando
o sul e para o norte do país, desde os meses de outubro
p.-lo credito o aperfeiçoamento do genero, concorram
de lí 10.j até setembro de 1U04, foi o s e g u i n t e :
para a sua pureza, coadjuvem a sua fiscalização e de-
Li.-boa Torto senvolvam o seu consumo no país c a sua exportação.
Outubro . . . . . . 51:180 litros
A conveniencia e instante necessidade das compa-
Novembro . . . . . . . 18Í):72D litros Nada.
1 Vv.e.mbi o . . . . . 210:922 » 290:031 » nhias vinícolas cncontram-se j á exuberantemente demons-
.1 uiriro 2f>:>:i;s;i » 211:570 » tradas em varios documentos importantes e abalisados,
1'Vveiviro . . . . . . . . 2118:134 » 1-13:025 » taes como o relatorio do congresso agricola de 1900, o
Marro i!ii:íii;:; 210:018 » que precede o decreto com força do lei de 14 de j u n h o
Abril Nada
Maio .'} 17:7í)(i ,1 183:0tíS litros de 1901, os de varias commissões parlamentares, e os de
.limbo 202:072 » 213:710 » alguns dos nossos agentes consulares.
Julho Nada Nada O referido decreto de 1901 autorizou j á o Governo a
Agosto Nada •
Setembro
promover a crir.ção de uma g r a n d e companhia vinícola
:;i:;;i8 M m * Nada
portuguesa, com sede em Lisboa, cujo capital deveria ser
1.8(>2:(i20 » 1.373: Í3S litros dc 5.000:000^000 réis, com determinadas vantagens e
1905 13 Jaiieiro 14
obrigações, não devendo a primeira serie cVesse capital genero, e consequentemente do capital fundiário e circu-
ser inferior a 1.000:000^000 réis e a 500:000,6000 réis as lante que actualmente é indispensavel a qualquer dos nos-
seguintes; podendo ainda o Governo abrir concurso para sos negociantes de vinhos communs ou de pasto, que ge-
mais duas companhias, uma no Porto e outra na Figueira ralmente vendem em cada anno apenas o vinho que em
da Foz, adoptando para esse fim a parte applicavel do cada anno compram.
disposto para a de Lisboa. O material aperfeiçoado e o pessoal technico, indispen-
A base p a r a o concurso era o numero de depositos com- saveis para o mais perfeito tratamento, preparação e con-
merciaes p a r a venda de vinhos portugueses, que os con- servação dos vinhos, tambem absorverão uma parte im-
correntes, se obrigassem a abrir dentro de cinco annos no portante do capital ou do seu rendimento, sendo um onus
estrangeiro e nas colonias portuguesas, alem dos tres de- a que geralmente se eximem os negociantes de vinhos
signados no n.° 6.° do artigo 8.° do mesmo decreto. communs.
Estas companhias não eram obrigadas a montar aquel- Por todos estes motivos e por que só passados alguns
les depositos só para a venda dos seus vinhos ; deveriam annos as companhias vinícolas deverão começar a colher
estabelecer nelles tambem exposições permanentes de vi- o resultado razoavel da sua exploração e o rendimento
nhos fornecidos pelos viticultores nacionaes, e vender, á justo e proporcional cio seu fundo, não podem os viticul-
consignação, ou por qualquer outro processo commercial, tores nem os capitalistas abalançar-se a constitui-las sem
os vinhos cuja venda lhes fosse requerida por qualquer que o Estado lhes offereça incentivos, compensações e ga-
viticultor ou negociante português, e que as mesmas com- rantias que, de alguma forma justa e segura, os estimu-
panhias julgassem em condições idóneas. lem e resolvam.
Quer pela exorbitância do capital, quer pelos encargos Comtudo, e posto que só passados alguns annos as com-
impostos e insuficiência relativa das vantagens concedi- panhias, organizadas segundo o projecto dc decreto apre-
das, é certo que não foi possivel organizar a g r a n d e com- sentado ao illnstrado critério de Vossa Majestade, possam
panhia vinícola, cuja sede deveria ser em Lisboa, cons- colher os resultados e as vantagens previstas, largamente
tando que nem ao menos se offerecera capital que chegasse remuneradores dos esforços persistentes e dos sacrifícios
a completar os 1:000 contos cia primeira serie. Quanto por ellas feitos, é certo que, no actuai momento, como pon-
ás que se poderiam criar no Porto e na Figueira, vá o pas- dera a Real Associação Central da Agricultura Portu-
sados tres annos sem que seriamente se pensasse ou pu- guesa, encontram as mesmas companhias condições excep-
desse ter pensado em constituídas. cionalmente favoraveis para a sua formação.
E obvio, cm vista dos iins a que devem satisfazer as A abundante colheita cle vinhos de superior qualidade,
companhias vinícolas, taes como ellas carecem de ser para pelos quaes não é preciso pagar preços elevados, é con-
poderem merecer o auxilio cio Estado, que não se hão de dição importante de êxito, não faltando o Governo com
organizar pelos moldes acanhados e primitivos do nosso o auxilio que as circunstancias extraordinarias e a sua
actual commercio dc vinhos de pasto. missão protectora de fomento justificam.
Neste momento, as. companhias que se constituirem Assim a constituição das companhias terá effeitos bene-
deverão abastecer os seus armazens com os vinhos da ul- ficos, apreciaveis e immediatos, e sobre tudo concorrerá
tima colheita, tão boa quanto abundante, para criarem os efficazmente para que os preços dos vinhos desde logo se
seus primeiros typos cle vinhos regionaes, que só venderão mantenham em um nivcl conveniente, oppondo-se á sua
depois cle bem caidos, límpidos, atinados e amadurecidos. descida constante e exagerada, que presentemente se ob-
Retirando, pois, da vencia, para a immobilizar durante serva.
dois ou tres annos, uma parte importante do stock actual, Se por sua iniciativa e diligencias os viticultores e com-
concorrerão necessariamente para levantar, em breve, o merciantes, em um esforço commum, corresponderem,
decaiclo preço do genero. eotno é licito esperar, á iniciativa do Estado, na applica-
Este é o effeito immediato e primeiro beneficio a espe- ção do principio protector, como elle se declara no pro-
rar da criação das companhias, e o motivo da sua urgen- jecto de decreto, a crise vinícola, que se apresenta tão
cia que justifica o prazo relativamente curto adoptado anormal c temerosa, rediizir-se-ha, sem deixar de ser
p a r a o seu estabelecimento no artigo 4.° do presente pro- grave, pouco a pouco ás suas naturaes proporções. Nestas
jecto de decreto. crises, como em todas, a fé e a confiança publica são con-
Principalmente constituídas por agremiações de viti- dições indispensaveis para as dcbellar; e para que uma e
cultores, como é de vantagem que sejam, a que poderão outra se fortaleçam, é preciso que os viticultores e com-
associar-se as adegas regionaes e outras adegas sociaes, mcrciantes, pelo seu trabalho intelligente e perseverante,
deverão ter sempre na devida consideração os interesses sejam os primeiros a crer e a confiar.
da viticultura, isto é, do productor, pelos quaes pugnarão Não é porem indifferente o modo por que se preste
certamente com zêlo e solicitude. auxilio e incentivo ás companhias vinícolas. O mesmo pre-
Estas companhias teem de supp rir no país a tão notável mio ou concurso que, representado por qualquer quantia, o
falta que temos de meios de preparação, tratamento c con- Estado conceda annualmente, durante determinado prazo, a
servação de grandes massas do typos definidos de vinhcs uma companhia, poderá produzir ou deixar de produzir o
verdadeiramente commerciaveis, capazes de agradar e sa- desejado e devido effeito, conforme a forma por que for dado.
tisfazer ás exigencias do paladar mais commum nos paises E preciso que o auxilio corresponda á diligencia, acti-
estrangeiros e de ali poder abastecer importantes mercados; vidade c boa administração das companhias, e não seja
a fim de que possam concorrer e competir com o bem orga- simplesmente um supprimento para compensar as suas de-
nizado commercio e com os vinhos, ora acreditados c bons, ficiências dc rendimento, que podem ser tão somente o
ora baratíssimos, dos paises vitícolas que apenas existiam resultado dc. uma orientação má, ou cle uma administra-
n a Europa, não ha muitos annos, mas que hoje se encon- ção descuidosa.
tram tambem na America c na Africa. Estaria neste caso a garantia de j u r o , que não raro é
Precisam pois as companhias cle possuir vastas instal- um convite para o descanso, ou um premio para a negli-
lações, principalmente adegas e caves, onde possam re- gencia, asserção que poderia ser corroborada por nume-
colher, lotar, tratar e conservar colheitas de dois ou tres rosos exemplos, bem frisantes, colhidos no proprio país.
annos, ao menos, que lhes proporcionem o unico meio se
guro de poderem apresentar typos firmes e constantes #
dos vinhos que mais acceitação tenham; d'onde resulta, que, * *
para a venda annual de qualquer quantidade de vinho, Por quanto dc-ixo exposto perante o são e esclarecido
carecerão de ter o triplo clo espaço, cio vasilhame e do critério de Vossa Majestade, julgou o Governo conveniente
Janeiro-'314
1 905
promover, eom urgencia, a fundação de companhias viní- genuinos e hygienicos, e o E s t a d o , finalmente, lucrará o
colas, alterando porem em p a r t e as bases e condições de- aumento da sua receita por imposto de consumo, na pro-
terminadas no decreto com força de lei de 14 de junho de porção acima referida
1901 e usando, para esse hm, da faculdade que lhe é con- O aumento de 4 réis por litro e g r a u acima de 12°
cedida pela carta de lei de 1 de julho de 1903, para que equivale ao actual direito de consumo da aguardente e ál-
recebessem maior incentivo e mais proveitoso auxilio, e ao cool, simples ou preparados, estabelecido pelo artigo 74.°
mesmo tempo ficassem desoneradas de encargos inúteis, do decreto de 14 de junho de 1901, que é de 4 0 0 réis por
p a r a se dedicarem com fervor e bom êxito a tudo quanto litro; de forma que cessa toda a vantagem de aguardenta-
possa favorecer mais eficazmente os seus interesses e os ção dos vinhos fóra de barreiras, visto que cada g r a u
da viticultura. acrescentado pagará na proporção do álcool puro.
Foi seguindo a ordem de ideias acima expendida, que, J á no relatorio de 17 de j u l h o de 1894, apresentado
na redacção do presente projecto de decreto, me abstive pela commissão encarregada de propor a organização dos
de incluir a garantia de j u r o para os capitaes das compa- serviços de fiscalização dos vinhos, assim como no pro-
nhias, e adoptei, alem de grande numero das vantagens jecto de decreto que o acompanhava, se propunha uma
j á ofíerecidas no mencionado decreto de 1901, as que me providencia semelhante e com idêntico fim, mas alterando
parecem mais importantes e mais promettedoras de bene- mais profundamente os direitos actuaes e por forma que
ficos resultados, quer para a viticultura, quer para as com- talvez garantisse menos a receita p a r a o Thesouro.
panhias, e ainda para o Thesouro, para os consumidores, Diz o referido relatorio:
para o commercio vinícola e para o país em geral. «O remedio radical seria a extincção completa do im-
Antes porem do justificar, na especialidade, as novas posto de consumo e real de agua p a r a os vinhos, ou a sua
bases e condições em que o presente projecto se afasta e substituição por outro imposto, que incidisse sobre o vinho
differe do decreto de fomento vinícola de 1901, no que de u m a forma differente, na falta e impossibilidade de
respeita propriamente ás companhias vinícolas, cumpre-me uma, fiscalização absolutamente e f i c a z .
fundamentar a conveniencia e indispensabilidade do seu «E por estes motivos que no presente projecto póde
artigo 1." encontrar justificado cabimento uma medida que na sua
Permitte a mencionada carta de lei que o Governo essencia conBtitue assunto propriamente fiscal.
altere ou modifique a legislação relativa a generos agri- «Reconhece-se porem quanto ó melindrosa qualquer
colas, com a condição porem de que não h a j a aumento alteração mais profunda que se tente fazer em materia de
dc despesa para o E s t a d o : d'ahi resulta a necessidade impostos, e quanto mais conveniente é na pratica seguir
de criar receita que compense realmente, se não exceder, os processos de transição lenta, do que os de completa
a despesa que nccossariamente deverá resultar p a r a o The- transformação que a theoria acaso pudesse m o s t r a r vanta-
souro, por effeito de algumas das indispensaveis concessões josos. A corrente dos costumes, como as torrentes das
ás companhias. aguas, não póde ser de chofre captada nem t r a n s v i a d a ;
Pareeeu-mo ser de bom critério que, em um diploma uma e outras são, porem, dominadas com arte c me-
de fomi nto vinícola, em que havia a criar receita para thodo.
contrabalançar despesa, aquella fosse obtida por forma que «No caso presente nem o Estado podia prescindir dos
a própria providencia fiscal constituisse meio de fomento. impostos que actualmente arrecada sobre o vinho, nem tão
Ora o artigo 1.° destina-sc effectivamente a satisfazer pouco seria fácil uma alteração radical nos processos por
este duplo fim, de promover o maior consumo de vinhos que elles incidem.
na capital, e de produzir receita para o Thesouro, que com- «Com respeito, por exemplo, ao imposto de consumo q u e
pense o ónus que a este advirá cle algumas das vantagens pagam os vinhos em Lisboa, a applicação da escala alcoo-
concedidas não só ás companhias, mas ainda aos nego- lica, de fórma que os vinhos pagassem dentro de cada
ciantes, viticultores e adegas sociaes. classe u m a quantia proporcional á sua graduação, e se-
Actualmente todos os vinhos até 15° de força alcoolica gundo uma t a x a que aumentaria com a elevação de classe,
eentosimal pagam indistinetamente o direito de consumo seria j á um grande aperfeiçoamento e um meio e f i c a z de
do ;5£;592 réis por cada 100 kilogrammas. Resulta d'ahi evitar a alcoolizaçâo dos vinhos fóra de barreiras e o seu
um incentivo para se introduzir em Lisboa vinhos mais al- desdobramento pela agua dentro das cidades.
coolicos, de preferencia, como são os do Alemtejo e Algarve, «A diversidade, porem, dos vinhos nacionaes, no que
ou vinhos alcoolizados cle 14° a I V ; porque, depois de respeita á sua percentagem de álcool natural ou addicio-
despachados, se prestam ao desdobramento até a gradua- nado, segundo os processos technologicos, modificáveis,
ção dc 11" a 12", se não inferior, pelo addicionamento de mas ainda não modificados, das diversas regiõeB, é o es-
cêrca de 25 por cento cle agua, dando ao retalhista um colho que immediatamente se levanta, incitando a resis-
lucro ainda superior a um quarto do custo do vinho, tência e os clamores da viticultura nas localidades onde
e ao Estado tuna perda equivalente a 20 ou 25 por cento mais alcoolicos ou alcoolizados são os vinhos. D ' e s t e modo
do direito que logra receber, sendo evidente que o des- o processo, que tantas vantagens traria ao fisco e aos vi-
dobramento, feito dentro clc barreiras, evita a entrada de ticultores, até mesmo aos que produzem ainda vinhos de
vinho cm quantidade igual á da agua addicionada. consumo mais alcoolicos, se modificassem conveniente
O facto do desdobramento dos vinhos, dentro de bar- mente e por forma perfeitamente technologica a vinifica-
reiras, tem sido comprovado pela comparação cla media da ção, não póde ser desde j á adoptado, e tem de ceder o
força alcoolica das amostras colhidas nos vinhos submet- seu logar a um meio de transição, menos completo certa-
tidos a despacho, com a das amostras colhidas nos estabe- mente, em beneficos resultados, mas que, em compensa-
lecimentos de venda a retalho da cidade. ção, offerece a vantagem de ser de mais fácil introducção.
Desde, que se reduza a 12" o limite da força alcoolica «Este meio, na forma como foi adoptado no presente
dos vinhos communs, que pagam o referido direito de projecto (da commissão de 1894), consiste em aumentar o
consumo, e se obrigue a pagar pelos vinhos mais alcoóli- numero de classes de vinhos communs, reduzindo ao
cos, alem d'esse direito, 4 réis por litro e por cada grau mesmo tempo o imposto de consumo que hoje incide so-
que apresentem acima de 12", cessará aquelle incentivo bro todos os vinhos até a graduação de 15°, mantendo
á alcoolizaçâo fóra dc barreiras e ao desdobramente den- quasi sem alteração o direito de consumo do vinho de
tro (Vestas; a viticultura poderá então fornecer para Lis- mais de 15° até 18°, e elevando o direito dos de mais de
boa até mais 25 por ecnto do vinho de que hoje é abaste- 18°, com excepção do Porto e Madeira.
teeida a capital; o consumidor será beneficiado tambem, «L)'esta forma o negociante de vinhos é incitado a com-
porque encontrará mais frequentemente á venda vinhos mercial 1 com os vinhos naturaes de qualquer região do
1905 15 Jaiieiro 14
#
país, sem se prejudicarem os do sul, que ficam compre-
hendidos na 3. a e 4. a classes, e evita-se melhor a alcooli- # *
lhor qualidade do vinho, e polo trabalho incessante das 1$600 réis por hectolitro de vinho de pasto de t y p o r e g i o -
companhias, é que sc deve esperar ainda o a l a r g a m e n t o nal, apenas teriam 1 a utilizar, p e l a f o r m a que o r e g u l a -
do consumo em Lisboa, alem das 100:000 pipas em que mento determine, a p r o x i m a d a m e n t e o equivalente a c ê r c a
esto ultimo presentemente se p o d e r á computar. dc 5 0 por cento do direito dos 3 0 : 0 0 0 hectolitros.
P a r a ver que estes cálculos não são chimericos, b a s t a r á Sc, dadas as m e s m a s suppostas q u a n t i d a d e e totalidade
observar o que sc tem passado com respeito ao despacho dc vinhos despachados, c u j a differença é de 4 0 : 0 0 0 h e c -
de vinho para consumo dc Lisboa depois que se iniciou, tolitros, as companhias e outros negociantes e p r o d u e t o r e s
pelo Ministerio das O b r a s Publicas, a fiscalização n a v e n d a conseguirem, e m certo anno, introduzir n a capital 5 0 : 0 0 0
do referido genero, e por effeito da m e s m a fiscalização. hectolitros de vinhos de pasto de typos regionaes e m a r c a s
Com effeito, a quantidade media annual dos vinhos com- registadas, terão só direito a p a r t i c i p a r n a distribuição de
muns até 15° e e n g a r r a f a d o s , submettidos a despacho 50 por cento do imposto de consumo dos 4 0 : 0 0 0 hectoli-
para consumo na capital nos tres annos dc 1893 a 1895, tros differenciaes, e c a d a u m r e c e b e r á a sua quota p a r t e ,
immediatamente anteriores á acção effectiva dos serviços mediante rateio em r e g r a de companhia, n a p r o p o r ç ã o da
da mencionada fiscalização, orçava a p e n a s por 60:916 pipas. p a r t e com que t i v e r e n t r a d o nos 5 0 : 0 0 0 hectolitros dos r e -
Logo no primeiro anno da fiscalização, 1896, o aumento feridos vinhos.
dos mesmos vinhos importados em Lisboa attingiu c ê r c a Compvehende-se c l a r a m e n t e que este s y s t e m a de b e n e -
de 7:500 pipas e ao cabo de seis annos o aumento medio ficiar as companhias e demais negociantes e p r o d u e t o r e s
annual elevava-se j á a 12:495 pipas. tem as seguintes v a n t a g e n s economicas, j u s t a s e até mo-
Comquanto esto aumento possa tambem ser attribuido a raes :
outras causas, a coincidência da importação immediata de 1. a As receitas do E s t a d o não soffrem, antes aumen-
mais 7:500 pipas em 1896 com o estabelecimento da fisca- tam, p o r q u e fica resalvado o actual r e n d i m e n t o do direito
lização leva a crer que este serviço teve u m a p a r t e pre- de consumo, e do incremento que houver, em g r a n d e
ponderante no referido aumento. p a r t e devido a actividade das companhias, o T h e s o u r o só
cede p a r a o referido premio, quando muito, 50 por cento,
* a r r e c a d a n d o ainda u m a p a r t e do r e m a n e s c e n t e ;
-#• # 2. a As companhias e seus competidores teem todo o in-
teresse em introduzir no m e r c a d o de Lisboa p r i n c i p a l m e n t e
E n c e r r a m os artigos 2.° e 3." as v a n t a g e n s a conceder os typos cle vinhos regionaes de m a r c a s registadas, c u j a
pelo E s t a d o ás companhias vinícolas, que satisfaçam ás qualidade e composição são obrigadas a m a n t e r em h a r -
condições e x a r a d a s no artigo 4.°, vantagens que na maior monia com as analyses tambem registadas, e em ampliar o
parto são c x t r a h i d a s , com pequeníssimas modificações, do seu abastecimento á cidade, visto q u e :
decreto com força de lei dc 14 de j u u h o de 1901, pelo a) Se a quantidade despachada em 1904 não for exce-
que não carecem do defesa. As novas concessões, porem, dida, n a d a terão a r e c e b e r de premios ;
que tenho a honra do propôr a Vossa Majestade, paro- b) Quanto menos introduzirem dos referidos typos re-
cendo-me as mais importantes, incentivas e a d e q u a d a s gionaes, tanto menor p a r t i c i p a ç ã o terão a h a v e r na totali-
a promover a organização de companhias vinícolas uteis dade dos 50 por cento do a u m e n t o do direito de c o n s u m o ;
e, poderosas, devem ser justificadas, tanto no que respeita 3 . a T e n d o a distribuição dos 5 0 por cento de ser effec-
ao sacrifício que importem p a r a o E - t a d o , como no que te- t u a d a no fim do anno, depois cle liquidada a totalidade clos
nham de, vivificador e impulsivo para as mesmas compa- vinhos despachados, reveste a f o r m a de um premio v e r d a -
nhias, ou ainda, debaixo do ponto dc vista da acção reflexa deiramente e s t i m u l a n t e ;
que possam exercer sobre quaesquer outras entidades com- 4.® Q u a n t o mais as companhias p u g n a r e m pelo a u m e n t o
merciaes. do consumo de vinhos em Lisboa e o a m p l i a r e m , t a n t o
As mais notáveis e n t r e essas novas concessões são, fóra mais lucra o E s t a d o no r e m a n e s c e n t e do c o r r e s p o n d e n t e
de duvida, as (pie se conteem nos n.°* 1.° e 3.° do artigo aumento do direito de consumo que r e s e r v a p a r a o T h e -
2." do projecto, isto é, o premio, que pode attingir 1?>600 souro, e mais ainda se aquelle aumento for alem dos 2 0 0 : 0 0 0
réis por hectolitro e por anno, d u r a n t e dez annos, p a r a hectolitros;
os vinhos de pasto de typos regionaes e de marcas regis- 5 . a Os consumidores teem a l u c r a r :
tadas, que as companhias introduzam no mercado de Lis- a) P e l a melhor qualidade dos vinhos, de typos perfeita-
boa, quando a quantidade dos vinhos communs despacha- mente definidos, hygienicos e p e r s i s t e n t e s ;
dos exceda a do anno de 190-1; o os premios de exporta- b) Pela melhoria do preço, resultante do premio pe-
ção, pelo mesmo prazo, de 250 réis por hectolitro dos cuniário concedido ás companhias e da concorrência que
referidos vinhos, que as companhias exportem, em quaes- sc cstabelcccrá entre ellas no sentido de c a d a u m a alcan-
quer vasilhas, p a r a o estrangeiro, até o limite annual do çar a primazia no abastecimento de L i s b o a e de u s u f r u i r
80:000 hectolitros para eada companhia. maior participação no mesmo p r e m i o ;
[<; preciso notar sc, cm primeiro logar, quo ao referido c) P o r q u e os negociantes e retalhistas, que v e n d a m ou-
premio, que póde attingir 1-M'OO réis por hectolitro, se tros vinhos de pasto, serão obrigados a m o d e r a r os preços
destinam somente 50 por cento da importancia do direito cVesses vinhos e a c o n s e r v a r ou melhorar a sua q u a l i d a d e
de consumo, proveniente do aumento que. houver, até o p a r a poderem competir com as companhias.
máximo de 20O;0O0 hectolitros, no despacho dos vinhos a
quo se referem o artigo 17.'' da respectiva p a u t a e o n.° 1.° vf:
do artigo 1." do projecto, alem da quantidade dos mes- * *
mos vinhos despachados para consumo de Lisboa cm 1.904.
Supponhamos que se verifica ter orçado essa q u a n t i d a d e Poder-se-hia dizer que, economicamente, a m e r c a d o r i a
em 31)0:000 hectolitros; quo em qualquer dos annos da d e p r e c i a e ropelle a mercadoria congenere n a razão in-
concessão a totalidade dos vinhos despachados p a r a con- versa do quadrado das distancias, e, applicando esto prin-
sumo de Lisboa w n h a a ser de -100:000 hectolitros, en- cipio ao vinho, concluir que, quanto mais vinho se ex-
trando as companhias e outros produetores e negociantes, porta, tanto mais se desafronta c se valoriza o restante,
alem de outn.s vinhos, com 30:00(1 hectolitros de vinhos o que é completamente exacto.
dc tvpes regionaes e marcas registadas: posto que o ex- Sob o ponto cle vista da economia nacional e das finan-
cesso dos vinhos despachados, sobre aquella quantidade, ças, visto ser Portugal um país que soffre ainda o pesado
fo-s" ; nesta hypothese, dc 4 0 : 0 0 0 hectolitros, as compa- encargo de u m a enorme divida e x t e r n a , se convém facili-
nhias e. mais interessados, nao podendo receber mais de t a r o consumo interno do vinho, mais vale ainda fomen-
1905 17 Jaiieiro 14
tar-lhe a exportação; porque vinho que sae é ouro que ficam as companhias vinícolas, os produetores e os nego-
entra. ciantes, de manterem p u r a e constante, conforme as res-
E como é certo que, quanto mais ouro entra em troca pectivas analyses registadas, a constituição dos seus vi-
das nossas mercadorias, mais se suaviza o pagamento da nhos de typos regionaes, torna-se necessaiuo impor-lhes
nossa divida externa, não seria difficil demonstrar que a penas severas e efficazes, na medida dos importantes bene-
compensação do premio de exportação tê la-ha o Estado fícios que lhes são concedidos.
na reducção do premio do ouro. E a esse fim que visam as disposições do artigo 6."
Entretanto, para maior garantia do Thesouro, cria o do projecto, as quaes me parecem sufficiente garantia do
artigo 1.°, como j á tive a honra de ponderar perante fim que se tem em vista, sem embargo da applicação da
Vossa Majestade, uma receita importante. Apenas falta lei penal, artigos 251.° e 456.° do respectivo codigo, e
mostrar que ella ó sufficiente para contrabalançar a des- das disposições contidas na organização dos serviços da fis-
pesa que poderá advir dos premios de exportação. calização de generos agricolas alimentares, nos casos d e
Podem as companhias e demais interessados receber os avaria, corrupção, adulteração ou falsificação de vinhos,
premios de exportação, a que se refere o n.° 3.° do artigo alem das que nos regulamentos especiaes se p r e s c r e v e r e m .
2.°, pelo vinho que exportar cada um até a quantidade Por effeito do artigo 7.° do projecto ficarão as compa-
maxima de 80:000 hectolitros, nas condições do mesmo nhias vinícolas sujeitas á fiscalização superior do funccio-
numero. nario do Estado, de reconhecida competencia, que seja
A este máximo corresponderia a somma total de réis designado para esse fim, ao qual incumbirá especialmente
20:000$000 réis a beneiicio da entidade exportadora que a funcção de fiscal do Governo, para que as referidas
o attingisse. Quando mesmo lograssem exportar entro to- companhias se não desviem do exacto cumprimento dos
dos 400:000 hectolitros ou 80:000 pipas cle vinhos regio- seus deveres.
naes com a marca registada, o que não é provável nem ve- *
rosímil, a totalidade geral de premios de exportação teria * -»
attingido a verba de 100:000$000 réis, muito inferior ã
receita provável que haverá criado as disposições do ar- Pelo § 1.° do artigo 4.° são as companhias vínicolas
tigo 1.°, sem contar a receita tambem provável que deverá dispensadas de estabelecer os depositos commerciaes de
provir do estimulo dado ao commercio de vinhos pelo ar- vinhos, a que e r a m obrigadas pelo deereto de 14 de j u n h o
artigo õ.° Mas se o Thesouro tinha, em tal caso, despen- cle 1901; em compensação, assume o Governo a obrigação
dido 100 contos de réis em premios de exportação, o pais de criar desde j á tres a cinco d'esses depositos por conta
teria recebido 4:000 a 5:000 contos, ouro, que não deixa- do Estado, p a r a beneficio não só das companhias, que
riam de se reflectir tambem no Thesouro por mais de uma d'ellcs se poderão utilizar, mas ainda em proveito das ade-
forma. gas sociaes, dos negociantes e dos produetores, fornecendo
Julgo, pois, perfeitamente garantida para o Estado a a todas estas entidades um meio de evitarem a consi-
compensação da despesa a fazer com os premios de ex- gnação, que tantos prejuízos lhes está causando.
portação, aliás, modestos; inas ainda quando o não esti- Que os depositos commerciaes estabelecidos pelas com-
vesse sufficientemente, seria bem para desejar que o The- panhias podem apenas, e quando muito, aproveitar ás
souro tivesse muitas centenas de contos de réis a despen- mesmas, prova-o o exemplo do que foi criado pela Real
der em taes premios, visto que, por cada centena que este Companhia Vinícola do Norte de Portugal, em Berlim, o
perdesse, receberia a nação milhares de contos e, sendo o qual nem p a r a a própria companhia foi bastante vantajoso,
Thesouro da nação, eram contas do mesmo cofre. visto que esta se viu forçada a fechá-lo desde que lhe fal-
tou o subsidio do Estado.
Alem d'esse deposito commercial de vinhos, nenhum ou-
* * tro se estabeleceu ainda no estrangeiro, p a r a vinhos por-
tugueses, a não ser o de Pretória, fundado por uma com-
O § unico do artigo 2.° torna extensivas ás companhias panhia importadora transvaaliana, sem o auxilio pecuniário
vinícolas j á existentes, ás adegas sociaes e a quaesquer do Estado.
outros produetores ou negociantes as disposições dosn. o s 1.° Entretanto, o bom êxito que estes depositos deveriam
e 3.° do mesmo artigo, relativas a premios aos vinhos de ter o as vantagens que offereceriam p a r a o país, quando
pasto de typos regionaes e marcas registadas, para con- convenientemente dotados por conta do Estado, podem
sumo de Lisboa e p a r a exportação. E obvio que o refe- bem aquilatar-se pelo resultado colhido, para o commercio
rido paragrapho é uma providencia justa, tendo por fim de exportação dos nossos vinhos, pelo deposito official de
animar e desenvolver o commercio interno e de exporta- vinhos portugueses de Lourenço Marques, o qual, no curto
ção, auxilianclo-os, em vez de os prejudicar com uma me- período da sua existencia, quatro annos, concorreu p a r a
dida, que se fosse um privilegio das companhias o afron- elevar a importação de vinho nacional, naquella cidade,
taria seriamente, dando aso a reclamações. Por outro lado de 2:054 a 11:600 pipas.
não é para recear que d'ahi provenha extraordinario dis- A comparação do que succedcu com o deposito de Ber-
pêndio para o Thesouro; por um lado, os premios dos vi- lim, montado por u m a companhia, que só tinha interesse
nhos consumidos em Lisboa não póde exceder a 50 por em vender os seus vinhos, e com o deposito de Lourenço
cento cia receita especial reservada e, por outro, a capa- Marques, estabelecido por conta do Estado, sem predilec-
cidade de exportação dos nossos vinhos conservar-sedia ção por qualquer exportador e deixando, portanto, ao com-
ainda limitada por muitos annos e os do typos regionaes prador a livre escolha dos vinhos que mais lhe agradassem,
c marcas registadas, que os negociantes e outras entida- é de molde a mostrar a inefficacia dos do primeiro genero
des referidas possam exportar, deixarão dc ser exportados e a superioridade dos do segundo.
pelas companhias e vice-versa. O primeiro, não se podendo sustentar por si mesmo,
E tambem de notar a vantagem enorme que deve desde que lhe faltou o subsidio, fechou. O segundo foi
resultar, para o credito dos nossos vinhos no estrangeiro extincto, porque o desenvolvimento que adquirira o com-
e mormente no Brasil, da criação de typos regionaes de mercio de venda de vinhos em Lourenço Marques lhe tor-
marca registada, a qual tornará impossível ou difficil, pelo nara dispensável a sua existencia; mas extinguiu-se por
menos, as falsificações e imitações dos nossos vinhos, e effeito da sua própria actividade, que fizera desenvolver
mais proveitosos os tratados de commercio que venhamos aquelle mesmo commercio, promovendo a substituição do
a pactuar com as outras nações. uso das bebidas alcoolicas pelo uso do vinho; devendo
P a r a que se não torne uma ficção a obrigação com que ainda notar-se que este deposito se não limitava a ven-
2
Janeiro -'3
18 1905
der e collocar o mesmo genero, que lhe era directamente 2.° Os vinhos de mais de 12° até 23° pagarão, alem do
enviado, pois que tambem cuidava de estabelecer relações direito de consumo a que se refere o numero precedente,
directas entre os nossos negociantes e produetores e os im- mais 4 réis por grau a mais e por litro;
portadores residentes naquella cidade. 3.° Os vinhos de mais de 23° pagarão o direito de con-
Ninguém seriamente póde acreditar que um deposito sumo do álcool simples ou preparado de 4 0 0 réis por litro
montado nas nossas colonias ou no estrangeiro por uma de liquido, fixado, no artigo 74. c do decreto com força de
companhia vinícola ou qualquer outra empresa commer- lei de 14 de j u n h o de 1901, para o mesmo álcool.
cial, que tenha a exportar e a vender os proprios vi- § 1.° A toleraneia por graduação, que for estabele-
nhos, possa agenciar e promover sinceramente a impor- cida no regulamento, não poderá ir alem de 3 décimos de
tação dos vinhos de outras entidades commerciaes ou grau.
productoras, no mesmo mercado onde se ache estabelecido § 2.° O aumento da receita annual do direito de con-
e onde haja de desenvolver a venda do genero da mesma sumo dos vinhos a que se refere o n.° 1.° d'este aitigo,
companhia. alem da importancia da receita cobrada em 1904, é desti-
Por estes motivos é minha opinião que os depositos nado a fazer face aos premios concedidos por este decreto
commerciaes de vinhos são uteis e necessarios, quer nas aos vinhos de pasto de typos regionaes e marcas regista-
nossas colonias, quer em certos paises estrangeiros; mas das, ficando 50 por cento do remanescente reservados p a r a
ó indispensavel que sejam montados por conta do Estado Fundo de fomento agricola, que servirá tambem p a r a ga-
e geridos officialmente, sem dependencia de entidades que rantia do aval dos warrants emittidos pelos armazens
tenham qualquer interesse em promover especialmente a geraes de vinhos e seus derivados, quando o mesmo aval
venda de determinadas marcas de vinhos ou os vinhos de seja dado pela estação official que o regulamento deter-
determinados negociantes, empresas ou companhias, pelo minar.
menos, emquanto se não organizem, nos principaes mer- A importancia dos referidos 50 por cento dará entrada
cados colomaes e estrangeiros, companhias importadoras, na Caixa Geral de Depositos á ordem do Ministro das
a exemplo da de Pretória, que possam substituir aquel- Obras Publicas, Commercio e Industria, e em conta do
les depositos. referido fundo.
E neste sentido que são redigidos os artigos 8.° a 12. A r t . 2.° O Governo poderá conceder ás companhias vi-
que julgo dos mais importantes sob o ponto de vista do nícolas, que offereçain vantagens p a r a o país, promovendo
commercio de exportação dos nossos vinhos, e porque o aperfeiçoamento no fabrico e conservação dos vinhos e
nem só vinhos carecemos de exportar, permitte-se no ar- o desenvolvimento do seu commercio, os seguintes bene-
tigo 9.° que os depositos recebam e vendam tambem fícios :
quaesquer outros generos agricolas ou industriaes de fa* 1.° Premios p a r a os vinhos de pasto de typos regionaes
cil conservação. e marcas registadas que introduzam na cidade de Lisboa,
A fim de fazer face ás despesas com os depositos com- nos termos do artigo 5 . ° ;
merciaes de vinhos a criar nos termos do artigo 8.° do 2.° Isenção de quaesquer contribuições geraes ou mu-
projecto, quando não seja sufficiente a verba destinada no nicipaes, comprehendendo a do imposto do Bello sobre as
orçamento para a propaganda vinícola, determina o ar- escrituras de constituição de cada companhia e excluindo
tigo 11.° que do producto de todas as vendas effectuadas o direito de consumo e o imposto do real de agua, durante
por intermedio dos depositos seja abatida a commissão de os primeiros dez ancos, a contar da data em que forem
5 por cento, como receita dos mesmos depositos, ficando assinadas as mencionadas e s c r i t u r a s ;
alem d'isso em vigor, no que respeita ao pagamento das 3.° Premios de exportação, durante dez annos, de 250
despesas de fomento do commercio de vinhos nacionaes e róis por hectolitro de vinho de pasto, de typo regional e
cm especial das agencias e depositos dos mesmos vinhos, marca registada, que exportarem em quaesquer vasilhas
os artigos 100.° e 101.° da parte n i do decreto com força para o estrangeiro, até o limite de 80:000 hectolitros por
de lei de 24 de dezembro de 1901. anno p a r a cada companhia;
4.° Isenção dos direitos de importação, durante os pri-
* meiros cinco annos, a contar das datas das suas constituições,
* -í; do material vinario e de destillaçâo, e quaesquer machinis-
mos ou apparelhos de que necessitem para o preparo de vi-
T a e s são, Senhor, os fundamentos em que se baseia o nhos, aguardentes e quaesquer outros pr> duetos da viti-
projecto de decreto que tenho a honra do submetter á sa- cultura, nas sedes ou dependencias, no continente do reino,
bia apreciação e elevado critério de Vossa Majestade e ficando todavia sujeitas ás disposições regulamentares
que, se merecer a approvação, quo espero, será seguido destinadas a evitar o abuso d'esta concessão;
de outras providencias, como j á tive a honra de expor a 5.° Isenção dos direitos de importação de aphropho-
Vossa Majestade. ros e outras vasilhas vinarias de interior ou de expedi-
Secretaria do Estado dos Negocios das Obras Publicas, ção, durante os primeiros dez annos, quando destinados a
Commercio e Industria, em 14 de janeiro de 1 9 0 5 . = vinhos espumosos, aproveitando esta disposição a jtodas
Eduardo José Coelho. as companhias vinícolas, ás adegas sociaes e a quaes-
quer outros vinicultores ou negociantes e empresas que
produzam ou preparem os referidos vinhos ;
Attendendo ao que me representou o Ministue e Secre- 6." A faculdade de cooperar na fiscalização dos vinhos
tario de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com- e seus derivados, conforme o regulamento p r e s c r e v e r ;
mercio e Industria; tendo em consideração o disposto no 7.° Direito de opção, com primazia sobre os syndicatos
capitulo I I I do deereto de 14 do junho de 1901, e usando agricolas, nos termos do § 2.° do artigo 47.° do decreto
da autorização concedida ao Governo pela c a r t a de lei cle de 14 de j u n h o cle 1901, para a locação das estações agri-
1 do julho de 1903: hei por bem decretar o seguinte: colas de destillaçâo, em harmonia com o disposto no mesmo
Artigo 1." São alteradas as taxas do direito de consumo artigo;
sobre vinhos, em Lisboa, do seguinte modo: fs.° Se as companhias vinícolas constituirem armazens
1.° Os vinhos communs até 12" centesimaes, volumétri- geraes nos termos do Codigo Commercial, ficarão estes
cos, dc força alcoolica, os vinhos engarrafados cle producção livres de qualquer contribuição durante dez annos e os
nacional e os vinhos do Douro e da Madeira em quaesquer seus warrants serão isentos de imposto de sêllo.
vasilhas pagarão o direito de consumo, que actualmente I § unico. O disposto nos n. o s 1.° e 3.° d'este artigo é
lhes compete, de 33,92 réis por kilogramma; | respectivamente applicavel aos vinhos de pasto de typos
1906 19 Janeiro 14
regionaes e marcas registadas, que sejam introduzidos vinhos de que trata o n.° 1.° do referido artigo attinja
em Lisboa ou exportados em quaesquer vasilhas pelas 2u0:000 hectolitros.
companhias vinícolas j á existentes, pelas adegas sociaes, § 1.° A distribuição dos 50 por cento a que se re-
ou por quaesquer produetores ou negociantes. fere este artigo será feita, mediante rateio, n a propor-
A r t . 3.° O Governo poderá ceder ás companhias: ção das quantidades de vinhos de pasto de typos regio-
1.° Edificios e terrenos do Estado, havendo-os apro- naes e marcas registadas, que tenham sido introduzidas
priados ou apropriareis e disponíveis, nas respectivas se- na cidade de Lisboa, durante o anno, pelos diversos for-
des, por cedencia gratuita durante prazo determinado, por necedores.
meio de arrendamento, ou por v e n d a ; § 2.° Os premios concedidos nos termos do § 1.° não
2.° Edifícios e terrenos do Estado nas colonias portu- poderão nunca ir alem de 1(5600 réis por hectolitro de
guesas, havendo-os nos casos do numero precedente, pela vinho de pasto de typo regional e m a r c a registada des-
ferina nelle designada e ouvidos os respectivos governado- pachado p a r a consumo na cidade de Lisboa d u r a n t e o
res, sendo para estabelecimento de depositos, armazens anno.
ou exposições de seus vinhos, o qual se obrigarão a rea- § 3.° A distribuição será feita no principio de cada anno,
lizar no prazo de dois annos depois de effectuada a con- com relação ao anno immediamente anterior, pelo processo
cessão. que o regulamento p r e s c r e v e r .
§ 1.° O Governo poderá ainda ceder a cada companhia Art. 6.° Quando os vinhos de typo regional e m a r c a
um cenotechnico ou mestre de adega, escolhido por acordo registada, apresentados a despacho ou despachados, apre-
entre o Governo e a companhia, ficando a cargo do Es sentarem diíferenças para mais ou p a r a menos, alem dos
tado o pagamento do vencimento d'esse technico durante limites que o regulamento determinar, em comparação
cinco annos. com a analyse registada com a competente m a r c a , pro-
§ 2.° A cedencia dos edificios e terrenos, a que se referem vando se que taes vinhos se encontram nas condições em
os n. o s I e 2.° d'este artigo, será feita com as condições que sairam dos armazens ou depositos das companhias,
determinadas nos artigos 10.° e 11." do decreto com força perderá o interessado o direito aos respectivos premios
de lei de 1-1 de junho de 1901, na parte applicavel, con- durante um anno, pela primeira vez, e durante dois annos
f o r m e no regulamento se prescrever. nas reineidencias.
A r t . 4.° Us benefícios constantes dos artigos 2.° e 3.° se- Art. 7.° O exacto cumprimento do disposto neste de-
rão concedidos ás companhias que se organizarem legal- creto por parte das companhias vinícolas, produetores e
mente no prazo de noventa dias, a contar da data da pu- negociantes que utilizarem os benefícios por elle conce-
blicação d'este diploma, se obriguem a constituir desde o didos, será fiscalizado, nos termos que o regulamento pres-
primeiro anno um stock de reserva de 1:000 pipas de vi- crever, por um funccionario do Estado, de reconhecida
nho ou 5:000 hectolitros, e satisfaçam as condições se- competencia, p a r a esse fim designado pelo Governo, sem
guintes : direito a retribuição especial.
1. a As companhias vinícolas indicarão nos seus esta- Art. 8.° Nos termos do artigo 135.° do decreto de 2L
tutos as regiões do país em que se propõem exercer a sua de junho de 1900, serão estabelecidas, desde j á , nos prin-
acção; cipaes mercados consumidores, estrangeiros e coloniaes,
2." O capital de cada companhia não poderá ser infe- tres a cinco agencias com depositos para venda de vinhos
rior a 500:000(5000 réis, com a faculdade de ser elevado portugueses, conforme a receita disponível do respectivo
em series successivas não inferiores a 100:000$000 réis serviço.
cada u m a ; A r t . 9.° Os depositos a que se refere o artigo prece-
3. a O deposito de caução, a que se referem os n. o s 10.° dente poderão tambem receber e vender azeites e quaes-
a 12.° do artigo 7.° do decreto de 14 de junho de 1901, quer outros productos agricolas ou industriaes, portugue-
será de 1 por cento do capital de cada companhia, ven- ses, de fácil conservação, quer lhes sejam consignados
cerá o j u r o da lei e poderá ser levantado, logo que es- pelos respectivos produetores, quer pelas companhias vi-
teja realizada a entrada do capital, ou a de uma primeira nícolas, adegas sociaes ou negociantes.
serie não inferior a 500:000^000 réis; A r t . 10.° O pessoal administrativo, indispensavel para
4. a O capital será representado por acções nominativas serviço dos depositos, será contratado nos termos do ar-
do valor nominal de 10$000 réis a 1:000)5000 róis cada tigo 98.° do decreto com força de lei de 24 de dezembro
uma, podendo haver titulos de uma, cinco e dez acções; de 1901, podendo ser utilizado para o mesmo fim o pes-
5." As companhias farão a propaganda dos bons pro- soal de que t r a t a o § unico do referido artigo.
cessos oenoiogicos para o aperfeiçoamento dos vinhos na A r t . 1 1 D o producto de todas as vendas effectuadas
cionaes, podendo vinifícar de conta própria, distribuindo por intermedio dos depositos, será abatida a commissão
instrucções e publicações tendentes a esclarecer os viti- de 5 por cento, como receita dos mesmos depositos.
cultores acêrca das preferencias dos consumidores e dos § unico. O Governo poderá ceder, como estimulo, aos
typos de vinho de que as companhias necessitem ; encarregados das agencias e depositos parte da commis-
6. a P.'omoverâo o alargamento da exportação dos seus são a que se refere este artigo.
vinhos por meio de exposições, annuncios, reclamos, cai- A r t . 12.° Ficam em vigor, no que respeita ao paga-
xeiros viajantes, agencias e outros meios, ou pelo estabe- mento das despesas de fomento do commercio de vinhos
lecimento e manutenção de depositos dos seus vinhos no nacionaes e em especial das agencias e depositos dos mes-
estrangeiro ou nas colonias portuguesas ; mos vinhos, os artigos 100.° e 101.° do decreto com força
7. a A duração das companhias será de noventa e nove de lei de 24 de dezembro de 1V'01.
annos, podendo este prazo ser prorogado. A r t . 13.° O Governo publicará os regulamentos que fo-
§ unico. As companhias não são obrigadas a estabele- rem necessarios para a mais perfeita execução d'este de-
cer os depositos commerciaes de vinhos nas colonias ou no creto.
estrangeiro, a que se referem os n. o s 6.° a 8.° do ar- Art. 14.° Fica revogada a legislação em contrario do
tigo 8." do decreto de 14 de junho de 1901. disposto neste decreto, na parte correlativa.
A r t . 5.° Serão destinados em cada anno a premios aos Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios da
vinhos de pasto de typos regionaes e marcas registadas, Fazenda e das Obras Publicas, Commercio e Industria
que forem introduzidos para consumo na cidade de Lis- assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 14
boa, 50 por cento do aumento annual da receita prove- de janeiro de 1905. = HEI. — Manoel Affonso de Espre-
niente do direito de consumo de vinhos a que se refere o yueira = Eduardo José Coelho.
§ 2.° do artigo 1.°, até que o aumento no despacho dos D , do G. n.° 15, de 19 de janeiro do 1905.
Janeiro -'3 20 1905
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA de Espregueira = Sebastião Custodio de Sousa Telles — Ma-
noel Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Villaça =
Eduardo José Coelho.
Direcção Geral da Contabilidade Publica D . do G. n.° 16, do 20 de janeiro de 1905.
2,a Repartição
Com fundamento nos artigos 57.° e 58.° do regulamento Direcção Geral das Contribuições Directas
geral de contabilidade publica de 81 de agosto de 1881 e em
harmonia com as disposições do § 1.° do artigo 31.° da carta 2.a Repartição
de lei de 24 dc novembro de 1 9 0 4 : hei por bem, guardadas
as prescrições do § 9.° do artigo 1 d a carta de lei de 30 de Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
junho de 1891 c as do artigo 1." do decreto n.° 2 de 15 Administrativo acêrca do recurso n.° 12:233, em que é
de dezembro de 1894. tendo ouvido o Conselho de Minis- recorrente a associação de classe Vendedores de Viveres
tros, determinar que no Ministerio dos Negocios da Fa- a Retalho, recorrido o Conselho da Direcção Geral das
zenda seja aberto um credito especial devidamente regis- Contribuições Directas, e de que foi relator o Conselheiro,
tado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, a favor vogal effectivo, E d u a r d o J o s é Segurado.
do mesmo Ministerio para «encargos geraes», que consti-
Mostra-se que o presente recurso vem do accordão do
tuem a primeira parte da tabella da distribuição da des-
Conselho da Direcção Geral das Contribuições Directas,
pesa do exercicio cle 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , pela quantia de réis
que desattendeu a recorrente no seu recurso extraordina-
10:000/5000, somma de diversas importancias que para in-
rio contra a collecta que lhe foi lançada na matriz da con-
demnizações por compensação do imposto cle rendimento,
tribuição do 2.° bairro d'esta cidade, em 1899, pela in-
nos termos da carta dc lei de 26 cie fevereiro de 1892,
dustria de merceeiro, e allega:
foram liquidadas no exercicio de 1 9 0 3 - 1 9 0 4 pela compe-
tente verba e forcas do respectivo artigo e não pagas, — que a associação recorrente se rege por estatutos ap-
pelo quo é transferida para reforçar a v e r b a do capitulo4.°, provados pelo Governo, e nelles lhe estão prescritos os
artigo 23.° da tabella cia distribuição da despesa ordinaria fins a que se propõe, não se tendo nunca afastado d'elles;
do dito Ministerio no exercicio de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , a fim de — que pelo relatorio e contas da direcção da recorren-
que o pagamento das referidas quantias possa realizar-se te, que estão juntos ao processo, se mostra que, d u r a n t e
nos termos regulamentares. aquelle anno, a associação não explorou n e m exerceu
qualquer ramo de industria;
O Tribunal cle Contas declarou achar-se este credito nos — que a recorrente, como entidade legalmente reconhe-
termos legaes do ser decretado. cida, não póde deixar de merecer fé pelos seus relatorios
O Presidente do Conselho dc Ministros e os Ministros e e contas, salvo havendo arguição de falsidade, que não
Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti- ha;
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em — que o regedor da freguesia por onde foi collectado,
14 de janeiro dc 1 9 0 5 . = R E I . = José Luciano de Cast.ro = cuja informação devia servir de base á formação da ma-
Antonio Augusto Pereira de Miranda — José Maria de Al- triz, attesta que a recorrente n a sua sede na R u a da Bar-
poim cle Cerqueira Borges Cabral — Manoel Affonso de roca n.° 107, por onde foi collectada, não exerce nem exer-
Espregueira — Sebastião Custodio de Sousa Telles = Ma- ceu o commercio de merceeiro, e tanto assim que, como
noel Antonio Moreira Júnior—Antonio Eduardo Villaça = se prova com os documentos n.° 8 3 e 4, a recorrente
Eduardo José Coelho. foi collectada e pagou nesse anno, por aquella sede, con-
1). (lo G. 11.° 1(1. (lo 20 do janeiro dc 1D05.
tribuição de renda de casas, o que decerto se não daria
se a recorrente exercesse ali alguma industria;
— que o accordão recorrido apenas se baseia na infor-
mação do escrivão de fazenda, que é incompleta, porque,
Com fundamento nas disposições do artigo 32.°, § alem de não indicar o local onde a recorrente exerceu a
e do n." 1." do artigo 44." da carta de lei do 24 de no- industria de mercèeiro, não j u n t a os elementos que fun-
vembro dc 190-1: bei por bem, tendo ouvido o Conselho damentaram esta collecta, e no n.° 5.° das notas á tabella
do Ministros e guardadas as prescrições do § 9." do ar- annexa ao regulamento de 16 de julho de 1896, por con-
tigo 1." da carta dc lei dc 30 dc junho de 1891 e do ar- siderar a recorrente sociedade cooperativa, quando pelos
tigo 1.° do decreto n." 2 de 15 de dezembro dc 1894, estatutos juntos ao processo se vê que é uma sociedade
determinar que no Ministerio dos Negocios cia Fazenda, de soccorro m u t u o ; e,
seja aberto um credito cspecial da importancia de réis — que finalmente, verificado como está que não havia
42:8756000, a favor do mesmo Ministerio e devidamente fundamento para collectar a recorrente pela industria de
registado na Direcção Geral da Contabilidade Publica merceeiro, bem cabido é este recurso extraordinario;
para «encargos geraes», que constituem a primeira parte Mostra se que o conselho recorrido fundou o seu accor-
da respectiva tabella da despesa do exercicio de 1 9 0 4 - dão nas informações prestadas pelo delegado do thesouro
1905, destinado ao pagamento do bónus a que teem di- do districto de Lisboa, tendo ouvido o respectivo escrivão
reito diversos commerciantes que exportaram vinhos nos da fazenda, no parecer do auditor do Ministerio da F a -
meses dc janeiro a dezembro de 1903, pela Alfandega do zenda, e em que, em vista das informações officiaes, a re-
Porto, nas condições do artigo 85.° do decreto de 14 de corrente, ao contrario do que allega, exerceu a industria
junho de 1901, devendo a dita quantia ser addicionada á por que foi collectada, não sendo por isso competente este
verba do capitulo 4.°, artigo 24." da mencionada tabella, recurso:
onde constituirá uma secção especial. O que visto e a resposta do Ministerio Publico;
O Tribunal dc Contas declarou achar-se este credito nos Considerando que ao processo não estão juntos os docu-
termos legaes de ser decretado. mentos em que se baseou a collecta de que se recorre,
O Presidente do Conselho dc Ministros e os Ministros para que pudessem ser devidamente apreciados;
o Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar- Considerando que os documentos n. o s 3 e 4 illidem as
tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço, informações officiaes a que se allude no processo, contra-
em 14 d'1 janeiro de 1905. = R E I . = = José Luciano dc Cas- riando-as, pois que por elles se prova que a recorrente
tro = Antonio Augui-to Pereira de Miianda —José Maria pagou no referido anno contribuição de renda pela casa,
de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral = Manoã Affonso onde se diz que ella exerceu a industria de merceeiro, o
1905 21 Jaiieiro 14
que se não daria se a recorrente eftectivamente ali tivesse recorreu cm recurso extraordinario contra as collectas que
exercido aquella industria, como preceitua o artigo 6.°, nos annos de 1901 e 1902 lhe foram lançadas pela inscri-
n.° 7.°, do regulamento de 2 de novembro de 1899, dispo- ção na matriz do seu a r m a z e m na Rua da Princesa n.° 234,
sição j á anteriormente consignada no § 1.° do artigo 2.° 1.° andar, 1.° bairro;
do deereto de 8 de setembro de 1 8 8 7 ; Mostra-se que o recurso não foi attendido pelo Ministro
Considerando que pelo relatorio e contas apresentadas da F a z e n d a , e do despacho vem o presente r e c u r s o ;
pela recorrente se vê que esta associação legalmente cons- Mostra-se informar o Conselho da Direcção Geral das
tituida, não teve quaesquer receitas provenientes de qual- Contribuições Directas com o seu parcccr, com o qual o
quer industria ou ramo de commercio; Ministro da Fazenda concordou;
Considerando que o attestado a fl. 38 v., ainda que Mostra-se dos autos que, em relação á collecta de 1901,
gracioso nestas circunstancias especiaes, vem corroborar reclamou a recorrente pelos meios ordinarios, e portanto
as allegações da r e c o r r e n t e : não podia recorrer extraordinariamente; c, em relação á
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, collecta de 1902, existem os mesmos fundamentos pelos
dar provimento no recurso. quaes não foi attendido o recurso ordinario relativo á col-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- lecta de 1901, nem com respeito a ella podia caber re-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, cm curso extraordinario;
14 de j a n e i r o de 1905. = R E 1 . = Manoel Affonso Espre- Mostra-se responder o Ministerio Publico a fl. 1 8 :
gueira. O que tudo visto;
D. do G. n.° l(i, do 20 dc janeiro dc lOOó. Considerando que, em relação á collecta de 1901, recla-
mou a firma recorrente ordinariamente, e assim não podia
usar do recurso extraordinario non lis in idem;
Considerando que, em relação á collecta de 1902, tam-
Sendo-me presente a consulta do Supr-cmo Tribunal
b e m não procedera o recurso extraordinario, que pela lei
Administrativo, acêrca dos recursos n. o s 12:111, 12:109
só pertence aos que não teem nenhum fundamento p a r a
e 12:110, em que são recorrentes Captain J o h n Hillaway,
serem collectados:
Edmundo Charles Pendleton IIull e Charles K a r r M a r r .
e recorrido o Conselho da Direcção Geral das Contribui- H e i por bem, conformando-me com a mesma consulta,
ções Directas; e de que foi relator o Conselheiro de E s - negar provimento no recurso e confirmar o despacho re-
tado, vogal effectivo, Julio Marques de Vilhena: corrido.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da F a -
Mostra-se que tendo sido inscritos os recorrentes como
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
directores da Companhia Carvoeira Ultramarina, de S. Vi-
14 de janeiro de 1905. = = Manoel Afonso de Es-
cente de Cabo Verde, n a matriz da contribuição industrial,
pregueira.
relativa aos annos de 1896 a 1902, reclamaram perante o D . do Ct. n.° 10, do 20 do setembro do 100.1.
Conselho da Direcção Geral das Contribuições Directas,
allegando que a industria por que foram collectados se
exerce exclusivamente em Cabo Verde, e o cargo de ad-
ministrador se exerce não em Portugal, mas em Londres, MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
na conformidade do artigo 17.° dos estatutos da compa-
nhia, approvados por decreto real de 28 de fevereiro de Direcção Geral do Ultramar
1894;
Mostra-se que o referido conselho julgou procedente o 1 z"1 Repartição
fundamento do recurso, não se conformando com essa de-
cisão o respectivo Ministro, que por despacho manteve a l.« Secçilo
collecta lançada, vindo d'esse despacho o presente recurso,
Sendo me presente a consulta do Supremo Tribunal
na conformidade do decreto de 7 de maio de 1903:
Administrativo, acêrca do recurso n.° 12:183, em que é
O que tudo visto e o parecer do Ministerio Publico;
recorrente a Camara Municipal do concelho do Moçambi-
Considerando que a contribuição industrial, como é ex-
que e recorrido Artur Teixeira de Lima, e cle que'foi re-
presso no artigo 1.° do regulamento de 16 de julho de
lator o Conselheiro de Estado, vogal effectivo, Julio Mar-
1896, só é devida pelo exercicio de qualquer industria,
ques de Vilhena:
no continente do reino e ilhas a d j a c e n t e s ;
Mostra-se que o presente recurso vem do accordão do
Considerando que os recorrentes residem no estrangeiro
Conselho de Provincia de Moçambique, que concedeu pro-
e lá exercem a profissão de directores da companhia, como
vimento na reclamação do recorrido, mandando que lhe
lhes ó permittido pelo artigo 17.° dos respectivos estatu-
fossem pagos todos os seus vencimentos, como carcereiro
tos:
da cadeia civil da cidade cle Moçambique, desdo a data
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
em que deixou de os r e c e b e r ;
conceder provimento nos recursos, e mandando que os re-
correntes sejam eliminados da matriz com que foram ins- Mostra-sc que o accordão recorrido foi proferido em 27
critos. de abril de 1903 e publicado no Boletim Official da pro-
vincia cm 30 de maio do mesmo anno ;
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
Mostra-se. que cVesle accordão foi interposto recurso di-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
rectamente perante este Supremo T r i b u n a l ;
14 de janeiro de 1905. = R E I . — Manoel Affonso Espre-
gueira. O que visto, e o parecer do Ministerio Publico ;
U. do O. n.° 1(5, de 20 de janeiro do 1905. Considerando que, nos termos do § 1." do artigo 3." do
decreto do 20 cle setembro de 1901, o recurso devia ter
sido interposto no prazo de tres meses, a contar da data
da publicação do accordão recorrido;
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Considerando que o mesmo recurso deu entrada na se-
Administrativo, acêrca do recurso n.° 12:178, em que é cretaria do tribunal no mês de janeiro cle 190-1, e portanto
recorrente a firma José Mendes Veiga, Successor, recor- depois de decorrido o prazo legal para a sua interposi-
rido o Conselho da Direcção Geral das Contribuições Di- ção: _
rectas, e dc que foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
Antonio Telles Pereira de Vasconcellos Pimentel: rejeitar o recurso por não ter sido legalmente inter-
Mostra-se que a firma José Mendes Veiga, Successor, posto.
Janeiro -'3 22 1905
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- sam e f i c a z m e n t e cooperar n a defesa dos portos e, em es-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- pecial, n a do porto de L i s b o a ;
tar. Paço, em 14 de janeiro de 1905. = R E I . = Manoel Parecendo que, para a realizar, não é sufficiente o pre-
Antonio Moreira Júnior. ceituado no artigo 5.° do decreto de 14 de novembro de
D . do Ct. n.° 17, de 21 de janeiro de 1905. 1 9 0 1 ; e que, portanto, se torna necessário modificar a or-
ganização dos mesmos serviços, de forma a t o r n a r mais
fácil e util a sua cooperação na defesa do p a í s :
Hei por bem determinar que uma commissão, composta
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA do coronel do regimento de artilharia n.° 2, Agostinho
Maria Cardoso; do tenente-coronel de engenharia, com-
Caminhos de Ferro do Estado m a n d a n t e do serviço de torpedos fixos, Antonio S a r m e n t o
da F o n s e c a ; do m a j o r do regimento de engenharia, Joào
Conselho de Administrado Severo da C u n h a ; e dos primeiros tenentes da a r m a d a ,
Luiz Antonio de Magalhães Correia e José da Cunha Rolla
Propondo a Administração dos Caminhos de F e r r o do
Estado que p a r a a execução dos trabalhos de construcção Pereira, servindo o primeiro de presidente e o ultimo de
da linha ferrea, que da actual estação de Setubal segue secretario, proceda ao estudo do emprego dos torpedos
atè o caes d'esta cidade, seja declarada a urgencia da moveis e fixos na defesa dos portos e, muito especialmente,
expropriação, por utilidade publica, de tres parcelas de na do porto de Lisboa, tendo em attenção as condições
terreno, sitas todas no concelho de Setubal, districto de da sua b a r r a , e proponha as alterações que j u l g a r conve-
Lisboa, freguesia de S. Sebastião, pertencente a primeira niente introduzir na actual organização dos respectivos
com 56 metros quadrados a Christovam 0'Neill e sua mu- serviços, de forma que, com a maxima economia, possam
lher, a segunda com 8 5 metros quadrados a D . Luisa cabalmente satisfazer ao fim a que são destinados,
Trindade, e a terceira com 46 metros quadrados a José Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios da
Maria Piteira; Guerra e dos da Marinha e U l t r a m a r assim o tenham en-
tendido e façam executar. Paço, em 14 de janeiro de
Considerando que estas expropriações se acham com-
1 9 0 5 . = R E I . = Sebastião Custodio de Sousa Telles—Ma-
prehendidas nas disposições do artigo 2.° da carta de lei
de 17 de setembro de 1 8 5 7 : noel Antonio Moreira Júnior.
D. do G. n.° 23, de 38 de janeiro de 1905.
Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con-
selho Superior de Obras Publicas e Minas, datado de 5
de janeiro corrente, declarar de utilidade publica e ur-
gente, nos termos das leis de 23 de julho de 1850 e 8 de
junho de 1859, as mencionadas expropriações marcadas MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
nas plantas parcelares que baixam com o presente de-
creto assinadas pelo Ministro e Secretario de Estado dos Administração Geral das Alfandegas
Negocios das Obras Publicas, Commercio e Industria.
Sua Majestade El-Rei, a quem foram presentes as re-
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te
presentações de muitos habitantes da p a r t e d a zona re-
n h a entendido e faça executar. Paço, em 14 de janeiro de
centemente incluida na nova linha fiscal de barreiras em
1905. = R E I . — E d u a r d o José Coelho.
Lisboa, queixando-se dos prejuizos e mais inconvenientes
D . do Cí. n.° 18, de 23 do janeiro de 1905. que por esse motivo sotfrem na sua alimentação, indus-
tria e commercio, sendo sensível o aumento nos impostos
que j á pagavam, pelo consumo dos generos mais indispen-
saveis á vida, sem as correspondentes vantagens e còm-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA modos de que gozam os habitautes da antiga area, nem pos-
sibilidade de as obterem num futuro p r o x i m o : ha por bem
Direcção Geral determinar que seja nomeada uma commissão composta do
1 Conselheiro Augusto José da Cunha, que será o presidente,
5.' Repartição e do Conselheiro João Joaquim de Matos, inspector geral
das obras publicas, José Adolpho de Mello e Sousa, presi-
Sendo de absoluta necessidade habilitar a Manutenção
dente da Associação Commercial de Lisboa, o Conselheiro
Militar a adquirir os trigos precisos para a sua laboração,
Augusto José da .Silva, director da Alfandega de Lisboa,
os quaes não podem ser obtidos no país por preços não
o Conselheiro José Carlos de Carvalho Pessoa, vice-pre-
superiores aos fixados na tabella estabelecida pelo ar-
sidente da Camara Municipal de Lisboa, o D r . E d u a r d o
tigo 1.° do regulamento approvado por decreto de 26 de
Burnay, delegado de saude de Lisboa, e o capitão de in-
julho de 1899, e tendo em attenção o disposto no § unico
fantaria, Carlos Alberto da Cruz e Sousa, chefe da 2. a sec-
do artigo 31.° do mesmo regulamento: hei por bem de
ção da 2. a repartição da Administração Geral das Alfan-
terminar que a referida Manutenção Militar possa impor-
degas, que servirá de secretario, a qual examinando e
tar c despachar trigo exotico rijo e mole até a quantidade
apreciando as representações qne, a esse respeito, foram
de 3.000:000 kilogrammas, para o fabrico de pão e de
submettidas ao Governo, proporá o que j u l g a r mais acer-
sêmolas destinadas a massas alimentícias.
tado e conveniente fazer-se, no intuito de se attender,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da quanto possivel, aos desejos dos povos, sem apreciavel
Guerra e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios prejuizo das receitas do Thesouro, que muito convém sal-
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- vaguardar, habilitando, por esta forma, o Governo, a apre-
nham entendido e façam executar. Paço, 14 de janeiro de sentar ás Camaras, na sua primeira reunião, uma proposta
1905. = E L - R E I . — Sebastião Custodio de Sousa Telles = de lei, em virtude da qual se possa modificar a linha de
Eduardo José Coelho. barreiras estabelecida por decreto de 21 de novembro de
1). do 0 . n.° 19, de 21 do janeiro do 1905.
de 1903, de maneira a conciliarem-se, o melhor possivel,
todos os interesses.
referidas, pelo que respeita á falta de boas communica- Do provado patriotismo, valiosos conhecimentos e com-
ções, de illuminação publica e de esgotos apropriados, e petencia das individualidades referidas, espera Sua Ma-
bem assim á pobreza das respectivas populações, tendo j e s t a d e El-Rei a feliz solução d'este difficil e importantís-
em vista particularmente o estado precário em que, na simo problema.
realidade, sob aquelles aspectos se encontram as povoa- Paço, em 18 de janeiro de 1905. —Manoel Antonio
ções do Beato, Olivaes, Ohellas e Charneca, alem de ou- Moreira Júnior.
D . do G. n.° lõ, de 19 de janeiro de 1905.
tras em que porventura se dão os mesmos factos. Deverá
attender tambem a commissão a que não convém aumen-
tar sem real utilidade ou reducção sensivel nos gastos da
fiscalização as despesas com a construcção de novas es-
tradas ou alongamento e apropriação das actuaes, que po- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
derão ser aproveitadas p a r a aquelle fim.
Inspecção Geral dos Impostos
A commissão reinetterá no mais curto prazo possivel
u m relatorio circunstanciado e fundamentado, indicando o
Tendo-se verificado abusos n a applicação das estampi-
plano a seguir na nova linha fiscal de barreiras, na parte em
lhas da taxa de 20 réis nos bilhetes de espectaculos pu-
que a actual não possa ser conservada, o qual servirá de
blicos: ha por bem Sua Majestade El-Rei determinar, pela
base para a proposta de lei que o Governo tem de apre-
Inspecção Geral dos Impostos, que as estampilhas d a q u e l l a
sentar ás Côrtes sobre este importante assunto.
taxa destinadas ao emprego de que trata o artigo 97.° do
Paço, em l õ de janeiro de 1905. = • Manoel Affonso de regulamento de 9 de agosto de 1 v'02 tenham a sobrecarga
Espregueira. a tinta encarnada — Talão — sobre as armas reaes, — E n -
D . do G. n.° lõ, de 19 de janeiro de 1903.
trada — sobre o extremo opposto, ficando, conforme as
disposições do referido regulamento, exclusivamente res-
ponsáveis os empresários de espectaculos e diversões pu-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR blicas pelo pagamento clo sêllo devido, não sendo conside-
rado valido qualquer bilhete em que respectivamente se
Direcção Geral do Ultramar não ache collada aquella sobrecarga.
Paço, em 19 de janeiro de 1905. — Manoel Affonso de
2.a Repartição Espregueira.
D. do tí. n.° 21, do 30 de janeiro do 190õ.
8. a SecçSo
marechal D u q u e de Saldanha, constituirem nova commis- Direcção Geral das Obras Publicas e Minas
são p a r a proceder ao exame e apreciação dos modelos da
estatua e aos demais exames e apreciações que houver a Repartição de Obras Publicas
fazer até a conclusão do referido monumento, devendo
continuar a servir de presidente o mencionado Ministro e Tendo a experiencia demonstrado que as actuaes instal-
Secretario de Estado honorário e de secretario o referido lações do porto de Lisboa são insuficientes p a r a occorrer
coronel. ás exigencias do aumento successivo do seu trafego, e que
Paço, em 19 de janeiro de 1905. = Sebastião Custodio ó necessário tambem proceder a d r a g a g e n s frequentes e
de Sousa Telles. dispendiosas, p a r a permittir a acostagem constante dos
V. do G. n.° 13, de 22 do fevereiro do 1005. navios a p a r t e dos muros construídos, tornando-se neces-
sário e urgente fixar o conjunto de obras que devem exe-
cutar-se, não só p a r a reduzir estes encargos m a s ainda
p a r a que o porto venha a corresponder ao que do mesmo
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO teem direito de esperar o commercio e a navegação, e tam-
bem o Estado pelo aumento das suas i*eceitas e da ri-
queza publica, justa compensação dos grandes sacrifícios
Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica feitos;
Attendendo a que termina em 8 de maio de 1907 o con-
2.a Repartição
trato para a construcção e exploração commercial do porto
de Lisboa pelo empreiteiro PI. Hersent, e que as provi-
Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe represen-
dencias a adoptar naquella epoca, para garantirem os direi-
taram as Irmandades do Santissimo Sacramento e Nossa
tos e interesses do Estado e os do commercio e da indus-
Senhora do Rosario, erectas na freguesia de Cocujães, do
tria clos transportes maritimos, devem estar conveniente-
concelho de Oliveira de Azemeis, districto de A v e i r o ;
mente p r e p a r a d a s p a r a entrarem em immediata execução; e
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo 253.°,
Considerando ainda que um contrato provisorio p a r a
n.° 2.°, do Codigo Administrativo:
o acabamento das obras do porto de Lisboa e sua explo-
l i a por bem conceder-lhes a autorização que solicitaram
ração foi apresentado á Camara dos Senhores Deputados,
p a r a , dos legados a que se referem as suas respectivas
na sua ultima sessão, e convindo que tanto o Governo
representações e sem prejuizo dos encargos-que os oneram,
como aquella estejam habilitados com todos os elementos
applicarem 265$000 réis cada uma ás obras de demolição
de informação para com segurança propor e resolver o que
de uma casa situada no cemiterio da mesma freguesia que
for mais conveniente:
ó destinada á arrecadação da cera e alfaias das sobreditas
H a por bem Sua Majestade El-Rei determinar que uma
irmandades e á construcção de uma outra casa j u n t o da
commissão composta do general de divisão, inspector ge-
igreja matriz para o indicado fim.
ral de obras publicas, Conselheiro Adolfo F e r r e i r a de
Paço, em 20 de janeiro de 1905. — Antonio Augusto
Loureiro, do director dos Serviços Fluviaes e Mariti-
Pereira dc Miranda.
D. do G. n.° 18, de 23 dc janeiro dc 1005. mos (3. a Direcção), do chefe do Departamento Maritimo
do Centro, do Director da Alfandega de Lisboa, dó pre-
sidente da Associação Commercial de Lisboa, José Adol-
pho de Mello e Sousa, do director da E m p r e s a Nacional
de Navegação, Pedro Gomes da Silva, e do engenheiro
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Antonio Rodrigues Nogueira, dos quaes o primeiro ser-
virá de presidente e o ultimo de secretario, a qual, inspi-
C a m i n h o s de F e r r o do E s t a d o rando-se no seu verdadeiro patriotismo, zêlo e intelligen-
cia, e tomando ensinamento no que a j á longa observação
Conselho de Administração e experiencia tenham mostrado relativamente ás obras e
exploração do porto de Lisboa, proponha:
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto 1.° Quaes as obras, machinas e apparelhos que se torna-
da linha de Estremoz a Portalegre e Castello de Vide, rão ainda precisos para dotar o porto de Lisboa de modo a
apresentado pelo concessionario José Pedro de Matos, nos satisfazer ás exigencias cio commercio e da navegação,
termos do contrato de 9 de dezembro dc 1903, com a tanto no que respeita ás commodidades, economia e rapi-
extensão dc 101:674'",40: ha por bem, conformando-se dez clo seu trafego, como á segurança e abrigo dos navios
com o parecer do Conselho Superior de Obras Publicas e que o demandam, á facilidade das suas reparações, á ar-
Minas, cle 29 de dezembro findo, approvar o referido pro- mazenagem das mercadorias e á boa conservação dos seus
jecto, devendo na execução ser elevada a 50 metros a caes e docas;
extensão dos alinhamentos rectos entre curvas de sentido 2.° Qual o regime mais conveniente para a sua explo-
opposto, salvo nos pontos em quo se comprovar a absoluta ração — a administração do Estado ou a concessão a uma
necessidade de dcscer abaixo cVesse limite, e devendo empresa p a r t i c u l a r ;
ainda ser submettidos opportunamentc á approvação do 3.° No primeiro caso, qual a forma mais conveniente:
Governo os projectos completos dos taboleiros metallicos a) A exploração directa feita pelo Estado, por inter-
das pontes c das estações com a disposição geral das li- medio cle alguma das estações officiaes;
nhas e respectivos annexos, e reforçados os muros de cor- b) A exploração, sob a tutela do Governo, confiada a
tina dos pontões de 4 e 5 metros e de todas as pontes, uma corporação especialmente interessada na boa explo-
com excepção da de Nisa. ração do p o r t o ;
Outrosim manda o mesmo Augusto Senhor declarar ao c) A exploração, ainda sob a tutela do Governo, mas
referido concessionario que a construcção da linha, cujo confiada a uma commissão especial, instituida pelo mesmo,
projecto é approvado, deverá começar no prazo de tres com autonomia e independencia necessarias para bem de-
meses, contados nos termos do artigo 54.° do contrato da sempenhar a sua missão, garantindo o melhor proveito
notificação da presente approvação, independentemente do para as receitas publicas, sem prejuizo das necessidades
projecto do ramal de Avis. múltiplas do porto;
Paço, em 20 de janeiro de 1905. = Eduardo José Coe- 4.° No segundo caso do n.° 2.°, qual a melhor forma
lho. de levar a effeito essa concessão — o concurso publico, ou
I). do G. 11.» 20, de 25 dc janeiro do 1005.
o contrato directo com uma empresa idónea — indicando,
1905 25 Janeiro 23
em qualquer d'estas hypotheses, os processos a seguir, de lei da receita e despesa do E s t a d o para o exercicio de
prazos da concessão e condições a estabelecer; 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , datada de 24 de novembro do anno findo:
5.° Qual o desenvolvimento que convenha dar aos entre- hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho de Mi-
postos j á estabelecidos no porto de Lisboa, e quaes as nistros, que no Ministerio da F a z e n d a , devidamente re-
condições geraes a que deva satisfazer o estabelecimento gistado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, seja
de um porto franco, se esto se julgar conveniente para os aberto a favor do Ministerio da G u e r r a um credito espe-
interesses do commercio, attendendo á influencia dos ca- cial pela quantia de 901:907;5193 réis, por conta das l . a
naes interoceanicos concluídos e prestes a concluir-se. e 2. a series do emprestimo de 4 . 5 0 0 : 0 0 0 ^ 0 0 0 réis, auto-
6.° Qual o modo mais effieaz, pronto e economico de rizado pela carta de lei de 30 de junho de 1903, p a r a ser
levar a effeito as obras a que se refere o n.° 1.° applicado no indicado exercicio ao pagamento das despe-
7.° Tudo o mais que no seu bom critério j u l g a r conve- sas j á liquidadas, constantes do mappa j u n t o , que baixa
niente para o fim que se tem em vista. assinado pelo Ministro e Secretario de Estado dos Nego-
Determina mais Sua Majestade El-Rei que, pelas Secre- cios da G u e r r a , e faz parte do presente decreto; devendo
tarias de Estado e repartições dependentes, sejam presta- os respectivos documentos de despesa ser incluidos na
das as informações e fornecidos os documentos de que a conta da despesa extraordinaria do Ministerio da G u e r r a
referida commissão necessitar para o bom desempenho do sob a seguinte designação:
importante serviço que lhe é confiado, podendo tambem Capitulo 10.° — Despesa com acquisição de 36 baterias
solicitar do Governo as demais providencias que repute de artilharia de campanha, de 100:000 armas para as tro-
necessarias p a r a o mesmo fim. pas de infantaria e correspondentes munições.
Paço, em 23 de janeiro de 1905- = Eduardo José O Tribunal cle Contas declarou achar este credito nos
Coelho. termos de ser decretado.
D . do G. a." 10, do 2-1 do janeiro dc 1005. O Presidente do Conselho dc Ministros e os Ministros
e Secretarios de Estado dos Negocios cle todas as Repar-
tições assim o tenham entendido o façam executar. Paço,
em 23 de janeiro cle 1905. = R K I . = José Lucano de Cas-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA tro = Antonio Augusto Pi-reira de Miranda = José Maria
de Alpoim de Cerqueira Borges Cabrol •= Manoel Affonso
Direcção Geral da Estatistica e dos Proprios de Espregueira. —Sebastião Custodio de Sousa Telles —
Nacionaes Manoel Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Vil-
la ça—Eduardo José Coelho.
Repartição Central
Sendo-me presente o requerimento da Irmandade de
Nossa Senhora da Ajuda, erecta na freguesia de Santo Mappa da distribuição do credito de 90l:907$193 réis, autorizado por
Antão da cidade de E v o r a , pedindo a igreja do suppri- decreto da presente data para as despesas liquidadas no exercicio
mido Convento de Santa Clara d'aquella cidade, para ce- de 1904-1905 por conta do emprestimo de 4.500:000$000 réis
lebrar os actos do culto e bem assim os respectivos côros
e suas dependencias, incluindo o hospicio, composto de
sete pequenas casas indispensaveis para os actos civis a
seu cargo, e conformando-me com as informações havidas
sobre o assunto: hei por bem conceder provisoriamente,
Pela acquisição de 36 baterias de a r t i l h a r i a de cam-
até que pelas camaras legislativas seja confirmada esta p a n h a e correspondentes munições :
concessão, á mencionada irmandade o uso da igreja, dos P r i m e i r a prestação do custo das
côros e suas dependencias, comprehendendo o hospicio, bateria», begundo o respectivo
composto de sete pequenas casas, pertencentes ao referido contrato 544:163^185
Vencimentos extraordinarios dos
Convento de Santa Clara de Evora, para celebrar os actos officiaes em serviço no e s t r a n -
religiosos e civis, com a obrigação de fazer á sua custa geiro, de j u l h o a dezembro de
todos os reparos necessarios á conservação dos ditos bens, 1904 l:050á000
545:213^185
de que será constituida fiel depositaria, responsável pelo
Pela acquisição de 100:000 a r m a s para as t r o p a s de
extravio ou deterioração que soffrerem, e de tudo lhe será i u f a u t a n a e correspondentes munições :
dada posse por meio de termo e inventario de onde conste S e g u n d a prestação do custo das
a descrição e avaliação dos objectos entregues e o f seu es- armas, segundo o respectivo
tado de conservação, com a clausula de reverterem todos contracto 348:773^333
os bens á posse da Fazenda com quaesquer bemfeitorias Custo de 10:000 caixas p a r a car-
tuchos e 10:O0u oalas -2631020
nelles feitas, sem que a irmandade haja direito a indem- Vencimentos extraordinarios dos
nização alguma logo que sejam desviados no todo ou em officiaes e pessoal f a b r i l em
parte da mencionada applicação, quando deixem de ser seriiço no estrangeiro, de j u -
cumpridas as clausulas estipuladas, ou o Governo entenda lho a dezembro de 1901 7:6571655
356:6945008
por conveniente dar-lhes novo destino.
901.-907 «8193
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Paço, em 23 de janeiro de 1905. = Sebastião Custodio
23 de janeiro de 1905. = R E I .—Manoel Affonso de Es- de Sousa Telles.
D . do G. n.° 20, de 25 dc janeiro de
pregueira.
D . do G. n.° 20, dc 25 de janeiro de 1905,
aberto a favor do Ministerio da G u e r r a ura credito espe O T r i b u n a l de Contas declarou a c h a r este credito nos
ciai pela quantia de 14:110,>240 réis, somma das impor- termos de ser d e c r e t a d o .
tancias que, por conta das verbas autorizadas em diversos O P r e s i d e n t e do Conselho de Ministros e os Ministros e
capitulos e artigos da tabella das despesas ordinarias e S e c r e t a r i o s de E s t a d o dos Negocios de todas as R e p a r t i -
extraordinarias do sobredito Ministerio da G u e r r a , foram I ções assim o tenham entendido e f a ç a m e x e c u t a r . P a ç o ,
liquidadas e não pagas nos exercicios de 1 9 0 0 - 1 9 0 1 a i em 2 3 d e j a n e i r o de 1905. = R E I . = José Luciano de
1 9 0 2 - 1 9 0 3 , devendo a referida somma, p a r a se effectuar I Castro = Antonio Augusto Pereira de Miranda, = José
o seu pagamento no exercicio de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , ser distri- I Maria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral — Manoel
buida pelos capitulos e artigos indicados no m a p p a j u n t o , \ Affonso de Espregueira = Sebastião Custodio de Sousa
1
que baixa assinado pelo Ministro e Secretario de E s t a d o Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior = Antonio
dos Negocios da G u e r r a , e faz parte do p r e s e n t e decreto. | Eduardo Villaça = Eduardo Joné Coelho.
Mappa das sobras dos creditos autorisados para despesas do Ministerio da Guerra,
relativas aos exercicios de 1900-1901 a 1902-1903 que, por decreto d'esta data, são transferidas para o exercicio de 1904-1905
1 9 0 0 - 1 9 0 1
Despesa ordinaria
4.» - 1 2 . » Remonta. 700000
701000
Despesa extraordinaria
2.» - Construcção de quarteis, etc 7591510
8290510
1 9 0 I - 1 9 0 S
D e s p e s a ordinaria
3.'- 8." Despezas diversas do serviço do estado maior, das divisões, etc. 4950110
4950110
Despesa extraordinaria
2.° - Construcção de quarteis, etc -0- 1:903*110
2:398^220
1 9 0 2 - 1 9 0 3
D e s p e s a ordinaria
5.° - 1 2 . " Diversas despeaas dos serviços das differentes a r m a s . 8530800
8531:800
7.<- - 1 8 . * Diversas despesas dos hospitaes militares, etc 176^810
1765810
10." - 25.» Pessoal inactivo 4:1(120200
4:1020200
13."-34.» Subsidios de m a r c h a e transportes 7930750
- 35.» Lenha e luzes p a r a os corpos de g u a r d a e d e s t a c a m e n t o s . 1225700
- 3 ti.» Obras e concertos de quarteis 1515170
- 37." Acquisição de mobilia dc quartel 660500
- 39.° Compra de livros e expediente 1555860
- 40/ Despesas diversas e imprevistas 177$250
1:4670230
Despesa extraordinaria
2.» - Construcção de quarteis, etc 1:3065500
5.» - Acquisição d e material de f j u e r r a 2:0265420
6.» - Movimento de tropas reclamado por outros M i n i s t e r i o s . 36U3O0
7.» - Despesa com os serviços de recrutamento 5245210
Instrucção das p r a ç a s da segunda r e s e r v a 645040
10:8825510
14:11011240
Paço, em 2 3 de janeiro de 1905. = Sebastião Custo lio de Sousa Telles. D . do G. n . ' 20, de 25 de agosto de 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO x i m o mês de fevereiro, o prazo da conclusão das opera-
ções do recenseamento eleitoral do concelho do S a b u g a l ,
D i r e o ç ã o G e r a l d e A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e C i v i l observando se nos actos s u b s e q u e n t e s prazos analogos aos
estabelecidos no quadro a n n e x o ao citado d e c r e t o .
l. a Repartição O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
Hei por bem p r o r o g a r , nos termos do artigo 38." § 1." 2 3 cle j a n e i r o d e 1905. = R E I . Antonio Augusto Pe-
do decreto de 8 de agosto dc 1901, até o dia 28 do pro- reira de Miranda. D . do G. n.° 21, de 26 de janeiro de 1905.
1905 27 Jaiieiro 14
P a r a os effeitos do disposto no artigo 5.° do decreto de póde conceder-lh'a o a d m i n i s t r a d o r do concelho, com au-
11 de maio d e 1 9 0 4 : hei por b e m a p p r o v a r o r e g u l a m e n t o torização do g o v e r n a d o r civil.
g e r a l do corpo da policia civil de Setubal, q u e com este A r t . 4 0 Os g u a r d a s serão nomeados de e n t r e os indi-
decreto b a i x a assinado pelo Ministro e Secretario d e Es- viduos que r e u n i r e m as seguintes condições:
tado dos Negocios do Reino, q u e assim o tenha entendido 1. a I d a d e não inferior a 22 annos, n e m superior a 3 5 ;
a
e faça e x e c u t a r . Paço, em 2 3 de janeiro de 1905. = K E I . = 2. Kobustez e boa a p p a r e n c i a ;
Antonio Augusto Pereira de Miranda. 3. a A l t u r a não inferior a l m , 6 0 ;
4 . a Habilitação b a s t a n t e em ler, escrever e c o n t a r ;
5. a Serviço cumprido em algum corpo do exercito, n a
Regulamento geral do corpo de policia de Setubal g u a r d a fiscal ou municipal, ou n a a r m a d a , com bom com-
portamento.
CAPITULO i § l.° No caso d e não ser possivel p r e e n c h e r as v a g a s
de g u a r d a s com individuos q u e t e n h a m sido militares, será
Do pessoal do corpo de policia de Setubal e seus vencimentos permittida a admissão de outros que r e u n a m as demais
A r t i g o 1.° O corpo de policia de Setubal será composto condições indicadas e t e n h a m satisfeito ás leis do r e c r u -
d e 1 chefe, com o vencimento annual de 400;)000 r é i s ; tamento.
6 cabos, com 7 0 0 réis diarios; 8 g u a r d a s de l . a classe, § 2.° A condição 2. a será verificada por uma j u n t a com-
a
com 5 5 0 réis diarios; e 37 g u a r d a s de 2. classe, com 5 0 0 posta do administrador do concelho, do chefe da policia e
réis diarios cada um. de um sub delegado de saude, servindo o primeiro de p r e -
a
§ 1.° Quando as necessidades do serviço assim o exigi- sidente e o segundo de s e c r e t a r i o ; e a condição 4 . por
r e m , e for compativel com os recursos orçament.aes, sem provas praticas p e r a n t e o mesmo administrador ou quem
p r e j u i z o d e outros encargos, o corpo de policia d e Setu- elle designar.
bal terá mais 2 g u a r d a s de l . a classe, com o vencimento § 3.° Do mesmo modo se p r o c e d e r á ao p r e e n c h i m e n t o
de 5 5 0 réis diarios, e 12 g u a r d a s d e 2- a classe, com o das vagas que occorrerem.
d e 5 0 0 réis diarios. § 4.° Os individuos inhabeis p a r a o serviço militar n ã o
§ 2.° O pessoal de policia autorizado pelo decreto de podem fazer parte do corpo de policia.
1 1 d e maio d e 1904 fica assim d i s t r i b u i d o : A r t . 5.° O s cabos e g u a r d a s q u e servirem logares d e
Ao serviço d e policia civil, o chefe, 4 cabos, 7 g u a r d a s categoria superior não r e c e b e r ã o por isso a differença d e
de l . a classe e 26 de 2. a c l a s s e ; ao serviço d e policia j u vencimento.
diciaria, 1 cabo, 1 g u a r d a de l . a classe e 2 de 2 . a ; e á CAPITULO I I I
disposição da camara muni jipal, em substituição dos ze-
ladores e g u a r d a s campestres, 1 cabo e 9 g u a r d a s de Distribuição do pessoal
a
2. classe, incumbidos especialmente dos serviços de po- A r t . 6.° O corpo de policia de Setubal fica subordinado
licia municipal. d i r e c t a m e n t e ao administrador do concelho, e t e r á a sua
CAPITULO I I repartição no edificio da respectiva administração.
§ unico. O pessoal destinado especialmente aos servi-
Das uomeaçOes, demissões e promoções
ços de policia municipal recebe directamente do presidente
A r t . 2.° O chefe e mais pessoal do corpo de policia de da c a m a r a municipal ordens e instrucções para a execu-
Setubal é nomeado pelo governador civil, sobre proposta ção d'esses serviços, em harmonia com os respectivos r e -
do respectivo administrador do concelho, depois d e se ob- g u l a m e n t o s e p o s t u r a s ; p o r e m , n a p a r t e disciplinar, fica
servarem os seguintes requisitos: subordinado ao respectivo administrador do concelho e
1.° O chefe s e r á escolhido de entre os cabos mais bem ao chefe do corpo.
comportados, que em concurso, presidido pelo administra- A r t . 7.° Quando as necessidades do serviço assim o
dor do concelho, melhores provas d e r e m d e habditações exigirem, e os recursos orçamentaes o p e r m i t i a m , poderá
literarias, aptidão e serviço. h a v e r n a cidade um ou mais postos policiaes, q u e serão
2.° Se não houver no corpo de polícia cabos com as collocados, quanto possivel, noB pontos mais c e n t r a e s .
devidas habilitações para bem e x e r c e r e m o logar d e chefe A r t . 8.° A esquadra e postos policiaes conservar-se-hão
do corpo, poderá a v a g a ser preenchida por algum dos abertos p e r m a n e n t e m e n t e , e far-se-hão conhecer por u m a
primeiros cabos do corpo de policia civil de Lisboa que inscrição collocada sobre a e n t r a d a principal, e illuminada
assim o requeiram, e estejam devidamente habilitados de noiie por u m a lanterna.
p a r a desempenhar o referido cargo.
3.° P o r forma igual ao que fica disposto no n.° 1 d'este CAPITULO IV
artigo se procederá ás nomeações de cabos, de entre os
g u a r d a s de l . a classe. Attribuições e deveres do administrador do concelho,
chefe, cabos e guardas de policia
A r t . 3.° A promoção dos g u a r d a s d a 2. a á l . a classe
será feita pelo administrador do concelho, de e n t r e os que A r t . 9.° O administrador do concelho, como p r i m e i r a
t e n h a m completado 5 annos de bom serviço, com exem- autoridade do concelho, tem a seu cargo, sob as ordens
plar comportamento. do g o v e r n a d o r civil, a direcção superior e a fiscalização
§ 1.° Compete igualmente ao administrador do conce- de todos os serviços a cargo do referido corpo de policia,
lho, ouvido o chefe do corpo, a escolha do pessoal para o e ne>ta qualidade compete-lhe :
serviço da policia j u d i c i a r i a ; e, ouvido o presidente do 1.° Propor ao governador civil a nomeação do chefe,
municipio, a escolha do pessoal destinado ao serviço da cabos e g u a r d a s , em harmonia com o q u e n e s t e regula-
policia municipal, pago tanto um como outro pelo cofre mento 6e d e t e r m i n a ;
d a policia de Setubal. 2." D e f e r i r j u r a m e n t o ás praças a d m i t t i d a s ;
§ 2.° D a mesma forma se procederá quando, por con- 3.° D a r as precisas instrucções ao chefe e mais agentes
veniencia do serviço, seja preciso substituir o pessoal para a boa execução do serviço policial, especialmente ci-
d'aquellas duas secções de policia por outro que melhor o vil e judiciário;
possa desempenhar. 4.° Applicar as penas disciplinares, nos termos d'este
§ 3.° O alistamento do pessoal do corpo da policia de regulamento;
Setubal será por 5 a n n o s ; todavia, se antes d'esse prazo 5.° Propôr as recompensas merecidas pelos agentes que
alguma praça, q u e não seja responsável por qualquer se distinguirem no s e r v i ç o ;
divida ao conselho administrativo, pedir a exoneração, 6.° S u p e r i n t e n d e r n a escrituração e contabilidade do
Janeiro -'3 28 1905
corpo de policia, e no inventario do armamento e mo- do concelho, pelo chefe do corpo, ou pelo cabo lhes forem
bilia ; transmittidas, dentro do que dispõe este regulamento e
7.° Processar quinzenalmente as folhas do vencimento leis applicaveis.
do pessoal do corpo de policia, de fórma que os respec- A r t . 12.° Aos guardas da policia civil e judiciaria per-
tivos vencimentos lhe sejam pagos em d i a ; tence :
8.° Não consentir que do cofre de pensões, criado pelo 1.° Rondar constantemente de dia e de noite, durante
decreto de 11 de maio de 1904, artigo 4.°, seja desviada as horas de serviço que lhes forem marcadas por escala,
qualquer quantia contra o que dispõo o artigo 120.° do as ruas, praças e travessas do seu giro, velando pelo
regulamento de 11 de dezembro de 1876; cumprimento das ordens recebidas dos seus superiores,
9.° F a z e r registar, em livro especial, as recompensas, evitando a pratica de crimes e sobretudo protegendo effi-
os castigos e as licenças do pessoal do corpo de policia. cazmente a segurança das pessoas e dos seus h a v e r e s ;
A r t . 10.° Ao chefe compete: 2.° Vigiar com muita attenção as reuniões publicas, e
1.° Transmittir aos cabos e guardas de policia civil, as dar logo parte ao seu chefe d'aquellas que se realizem
ordens e instrucções que receber do administrador do fóra das disposições da l e i ;
concelho, fiscalizando a sua execução, e dando logo p a r t e 3.° I m p e d i r a mendicidade, não consentindo ajuntamen-
das faltas de que tiver conhecimento; tos que possam perturbar a ordem p u b l i c a ; obstar a que
2." Preleccionar os seus subordinados, de forma que as mulheres publicas façam escandalo ou má vizinhança;
cumpram os deveres e attribuições do seu cargo, sem que impedir as correrias tanto de carruagens como de caval-
da parte de todo o cidadão honesto e socegado h a j a mo- leiros, p a r a se não dar algum atropellamento ; não consen-
tivo de queixa contra o serviço policial; tir que os animaes sejam cruelmente maltratados ou obri-
3.° Dar parte diaria de todas as occorrencias ao admi- gados a levar carga superior ás suas forças; vigiar os va-
nistrador do concelho, e immediata das que forem de ca- dios e pessoas de mau p o r t e ; acudir aos incendios, preve-
racter g r a v e ; nindo o respectivo pessoal e providenciando de forma que
4.° Prestar auxilio de dia e de noite a qualquer pessoa os soccorros se não façam esperar, dando conta aos seus
que o pedir com motivo justificado; superiores em acto continuo; prestar a todas as autorida-
5." Rondar, pelo menos, uma vez por noite o pessoal des legalmente constituídas o auxilio que ellas lhes pedi-
das patrulhas; rem em objecto de serviço publico, relativo ás suas attri-
6.° Receber as queixas e denuncias que lhe forem fei- buições ; fiscalizar a residencia dos estrangeiros, verificando
tas, e proceder a respeito d'ellas como determinam as leis se ella foi legalizada conforme os regulamentos em v i g o r ;
em v i g o r ; proceder contra os transgressores das posturas municipaes
7.° Permanecer na esquadra desde as 9 horas da ma- e contra todas as contravenções dos regulamentos geraes
nhã ate as 3 horas da t a r d e ; de policia, por meio de autos de noticia jurados, que fa-
rão fé em juizo emquanto se não apresentar prova em
8." Vigiar pela disciplina e asseio de todo o pessoal seu
contrario; proteger os velhos e as crianças, conduzindo-os
subordinado;
a casa ou ao posto mais proximo, p a r a terem o compe-
9." Desempenhar com todo o cuidado e escrupulo as
tente destino; prestar soccorros immediatos aos feridos,
attribuições que lhe são conferidas no artigo 4.° do de-
doentes, alienados e embriagados, devendo estes, logo que
creto de 11 de maio de 1 9 0 4 ;
voltem ao seu estado normal, ser considerados presos e
10." E n t r e g a r diariamente na secretaria da adminis-
entregues á justiça p a r a responderem pelo delicto que
tração do concelho, antes do meio dia, todo o expediente
p r a t i c a r a m ; verificar se estão autorizados os estabeleci-
que se referir a individuos presos em flagrante delicto,
mentos insalubres, incommodos e perigosos, e finalmente
e bem assim os requerimentos ou representações aos ca-
ter sempre em vista que o seu dever é impedir a trans-
bos c guardas, para tudo ter o destino conveniente.
gressão de todos os regulamentos policiaes em vigor e
A r t . 11.° Pertence aos cabos: proceder contra os transgressores;
1.° Rondar os guardas seus subordinados que estive-
rem de patrulha, pelo menos duas vezes cm cada quarto 4.° D a r parte diaria de todos os crimes, delictos e trans-
de serviço, prestando-lhes todo o auxilio de que carecerem, gressões que cheguem ao seu conhecimento, apontando as
indicando-lhes o que mais util for para o cumprimento dos providencias que houverem adoptado ;
seus deveres, c dando parte das faltas que encontrarem; 5.° Vigiar os individuos suspeitos e interrogar os que
2.° Commandar os guardas na esquadra ou posto poli- lhes causarem desconfiança. S e alguem conduzir volumes
cial, dando parte do que occorrer; fóra de horas ou for encontrado em propriedade que lhe
3.° Vigiar pela segurança dos presos confiados á sua não pertença, deve ser conduzido ao posto policial mais
guarda; proximo para ter o competente destino.
4.° Passar revista aos guardas quando entram de ser- § unico. Compete tambem á policia municipal o que se
viço, de forma que não saiam para a rua em mau estado determina neste artigo, exceptuando as rondas a que se
de asseio, com os uniformes em desalinho ou rotos. refere o n.° 1.°, salvo o caso de receber p a r a esse fim ins-
§ 1.° Ao cabo da policia judiciaria, sob as ordens directas trucções superiores.
do administrador do concelho ou do chefe do corpo, per- A r t . 13.° Aos guardas não ó permittido:
tence especialmente: 1.° Intrometterem-se nas conversações particulares
1." Receber todas as queixas, denuncias e participações quando ellas não p e r t u r b e m a ordem publica ;
dc crimes, delictos e contravenções; 2.° Entrarem nas casas particulares sem autorização dos
2." Proceder a todas as diligencias que lhe forem or- seus donos, excepto havendo gritos de soccorro ou recla-
denadas para o descobrimento c verificação do todos mação feita de dentro p a r a as defender de incêndio ou
os crimes, delictos o contravenções de que por qual- inundação; exceptuam-se as tabernas, cafés, hospedarias,
quer forma tiver conhecimento, interrogando os presumi- casas de passe, de toleradas e outras de accesso publico,
dos deliuquentcs e todas as mais pessoas que verosimil- onde a policia poderá sempre e n t r a r ;
mente possam saber da verdade, fazendo apprehensSes 3.° E n t r a r e m de noite em casa de habitação, ainda que
com observancia das disposições da lei, c finalmente pra- seja para captura de criminoso nella residente ou perse-
ticando todos os actos necessarios c legaes que facilitem guido pela autoridade ou por alguem do povo, devendo
ao administrador do concelho a organização dos respecti- neste caso limitar-se a cercar a casa para que o criminoso
vos processos. não se evada, e no outro dia ao nascer do sol reclamar a
§ 2.° Os guardas da policia judiciaria executarão rigo- presença do respectivo juiz de paz a fim de proceder á
rosamente as ordens e instrucções que pelo administrador captura e a quaesquer averiguações na mesma c a s a ;
1905 29 Jaiieiro 14
4.° Entrarem nas tabernas, botequins ou casas de tole- § õ.° Igualmente não podem por qualquer forma influir
radas, sem motivo de serviço publico; directa ou indirectamente nas questões agitadas pelos par-
5.° Pedirem emprestada qualquer quantia ou comprar tidos politicos, a não ser pelo simples exercicio dos seus
fiado aos donos dos estabelecimentos situados em logares direitos eleitoraes.
confiados á sua vigilancia; § 6.° Tambem lhes não é permittido fazer manifesta-
6.° Receberem gratificações dos particulares pelos ser- ções ou requerimentos collectivos.
viços da sua competencia, a não ser por intermedio ou Art. 20.° Nos casos aqui não especificados, ou na exe-
com autorização dos seus superiores mais graduados; cução das instrucções que lhes forem dadas, as praças
7.° Trazerem bengala ou chapeu de chuva quando uni- procederão da maneira que lhes suggerir a sua intelligen-
formizados, e andarem acompanhados de cães; cia e discreção, procurando adquirir direito ao seu adean-
8.° Estabelecerem conversações com o publico, a não tamento e ás recompensas que a lei autoriza.
ser por motivo de serviço;
9.° Tratarem com menos cordura os cidadãos quando a CAPITULO V
elles tenham de dirigir-se;
Do serviço policial
10.° Exercerem qualquer ramo de commercio por si
mesmos, ou por interpostas pessoas; A r t . 21.° O serviço policial é permauente. Todas as
11.° Quando de serviço nos bailes, theatros, cafés, etc., praças de policia são obrigadas a prestá-lo quando lhes seja
sentarem-se ás mesas, cu tomarem alguma cousa das que exigido, excepto estando doentes, ou no uso de licença, a
ali se vendam; qual, todavia, lhes póde ser retirada se as circunstancias
12.° Trajarem á paisana, excepto quando estiverem de assim o determinarem.
licença, ou em serviço superiormente determinado, a que § unico. Divide-se o serviço policial em ordinario e ex-
assim convenha. traordinario. O ordinario consiste na vigilancia permanente
Art. 14.° Quando as praças de policia tiverem de in- dos locaes confiados á sua g u a r d a ; o extraordinario de-
tervir para fazerem observar as leis e os regulamentos, pende das circunstancias que occorram.
devem proceder com firmeza, mas ao mesmo tempo com Art. 22.° A distribuição do serviço ordinario será feita
prudência e moderação. de maneira que cada cabo ou guarda não tenha, em re-
Art. 15.° Ás praças de policia não é permittido pren gra, mais de oito horas de serviço por dia.
der senão em flagrante delicto, ou por ordem escrita dos § 1.® Os guardas da esquadra e dos postos serão ren-
seus superiores, ou mandado legal-da autoridade judicial, didos no fim de 24 horas.
ou finalmente por crimes em que a lei não exige previa § 2,° Sempre que seja possivel haverá na esquadra al-
formação de culpa. gumas praças de reserva para o serviço extraordinario
§ unico. E m nenbum caso lhes é permittido soltar os que apparecer.
presos. Art. 23.° Nenhuma praça se póde ausentar do seu logar
Art. 16.° Os individuos que a policia prender durante sem autorização superior.
as horas em que estiverem abertas as repartições devem A r t . 24.° As licenças por um ou mais dias são conce-
immediatamente ser conduzidos á esquadra, e d'ali á pre- didas peio administrador do concelho, e as dispensas de
sença do administrador do concelho, para este lhes dar o quartos de serviço pelo respectivo chefe.
destino conveniente. Fóra d'essa hora ficarão na esqua- § unico. As praças, em cada anno, só podem ser con-
dra, e o guarda dará a respectiva participação de captura cedidas licenças com vencimento até 8 dias, e sem venci-
para serem entregues ao mesmo administrador. mento até 30 dias, sempre de forma que o numero de li-
Art. 17.° Quando os agentes de policia tiverem de pro- cenceados em cada dia nunca exceda a tres.
ceder contra algum individuo, por transgressão de regu-
lamentos ou posturas municipaes, devem tomar-lhe o CAPITULO VI
nome, morada e todos os esclarecimentos necessarios para
Uniformes e armamentos
o reconhecimento da identidade do transgressor e instruc-
ção do competente processo. Art. 2õ.° O chefe e guardas do corpo de policia usarão
§ unico. Caso o contraventor se recuse a responder, os seguintes uniformes:
ou não seja conhecido, poderá ser conduzido â esquadra Cliefe*
ou posto mais proximo, e ali ficar detido para as compe- Casaco de meia cinta, de pano côr de pinhão, ficando
tentes averiguações. a aba 0"',20 acima do joelho, assertoado com duas abotoa-
Art. 18. 0 O chefe organizará, de seis em seis meses, o duras de cinco botões de metal branco, uma estrella bor-
mappa dos facultativos, pharmaceuticos, parteiras e dentis- dada a prata em cada lado da gola; em volta dos canhões
tas existentes na cidade, e o colloeará na esquadra, num um galão de prata de 0™,01 de largura, formando um pe-
quadro, par^ em caso de necessidade do auxilio daquelles queno circuio. A gola c canhões serão de pano preto com
individuos, a policia saber onde os póde encontrar. um vivo de 0"',00õ de pano da mesma qualidade. As pla-
Art. 19.° As praças devem fazer a continência militar tinas devem ser de pano igual ao do casaco, avivado tam-
ás bandeiras regimentaes, pessoas da Familia Real, Minis bem com pano preto.
tros de Estado effectivos, governador civil do districto, Calça do mesmo pano do casaco avivado de preto nas
officiaes do exercito e armada, quando uniformizados, e a costuras exteriores, ou calça dc brim cru.
todos os seus superiores do corpo de policia. Barreto do mesmo pano do casaco, avivado de preto
§ 1.° O chefe, quando uniformizado, cumprimentará nas costuras, pala de côr preta envernizada, tendo na
militarmente, alem dos symbolos e pessoas acima indica- frente e na parte superior as iniciaes C. P . , e por baixo,
das, os officiaes do exercito e da armada, com patente su- em lamina do mesmo metal, de forma curva, e com a con-
perior a tenente. cavidade para cima, o nome Setubal por extenso, em le-
§ 2.° Devem as praças cumprir as ordens dos seus su- tras de relevo. Por cima das iniciaes C. P . uma coroa real
periores em tudo quanto respeitar ao serviço policial. de metal branco.
§ 3.° Se o subordinado entender quo as ordens dadas Capote de pano de mescla preta, ficando a orla 0"',2
teem inconvenientes, poderá respeitosamente expô los aos acima do chão, forrado de castorina; duas ordens de bo-
seus superiores, cumprindo por fim o que estes lhe deter- tões iguaes aos do casaco: gola voltada, tendo em cada
minarem. uma das extremidades uma e t t r e l l a bordada a prata; pla-
§ 4.° As praças não podem publicamente fazer qual tinas de fazenda igual á do capote; e galões de prata nos
quer apreciação do procedimento dos seus superiores. canhões iguaes aos do casaco.
Janeiro '23 30 1905
Capa de oleado ou cautchu, conforme o modelo adop a commissão administrativa terá direito a rejeitar os ar-
tado. ligos que, em seu parecer, nào satisfaçam ás obrigações
O chefe usará espada de bainha de ferro, com copos do mesmo contrato.
brancos do mesmo metal, suspensa por um talim de coiro § 5.° As praças que deixarem de pertencer ao corpo re-
ceberão do cofre a importancia dos seus creditos de far-
envernizado. Cabos damento, e pagarão seus débitos, applicando-se a este pa-
O mesmo uniforme que o do chefe, com as seguinte gamento os vencimentos que lhes estejam em divida, ou
excepções: quaesquer outras quantias que tenham direito a haver do
Nos canhões usarão, em cada um, duas estrellas borda- mesmo cofre.
das a prata; na gola, lado direito, a letra N.°, e á es- Art. 29.° Se por motivo de conflicto ou accidente, oc-
querda o numero de ordem que lhes pertencer; cinturão corridos no serviço, for a alguma praça inutilizado qual-
de coiro preto, por cima do casaco, pendendo ao lado es quer artigo do fardamento, serão responsáveis pelo pre-
querilo o terçado. juizo os individuos que culposamente lhes derem causa;
Os cabos graduados teem só uma estrella em cada ca- e a esses individuos deve ser exigida a correspondente
nhão. ind' ninizaçâo.
Gruai-das § 1.° Não sendo possivel obter a indemnização devida,
Os guardas usarão uniforme e armamento igual ao dos a despesa respectiva será custeada peloR vencimentos que
cabos, exceptuando as estrellas bor ladas a pi ata. as praças deixarem de receber por licenças ou castigos;
Art. 26." Nos actos de .-erviço ordinario as praças de pela importancia correspondente ao vencimento das praças
verão fazer uso do terçado, podendo tambem usar revól que faltarem para completar o quadro; pelo credito das
ver quando lhes for ordenado pelo administrador do con praças que fallecerein quando os i-eus herdeiros se não ha-
celho. Em serviço extraordinario, fóra da cidade, ou no bilitem a r^cabê-lo; pelos juros das inscrições que houver;
caso de perturbações geraes da ordem publica, as praças, pelo producto das multas impostas pelas praças, em re-
por ordem especial do administrador do concelho, poderão sultado de transgressões de posturas, e regulamentos de
usar carabina e cartucheira, dos modelos que forem deter policia.
minados. § 2.° Para execução do disposto no § antecedente os
Art. 27.° As despesas dos uniformes estão a cargo das vencimentos das praças serão sempre abonados em folha
praças, e as do armamento a cargo da Camara Municipal pela sua totalidade e pelo complemento do quadro, com
de Setubal. declaração, na casa das observações, da quantia que, por
§ 1.° Os uniformes das praças, fornecidos pela commis- não ser recebida pelas praças, for destinada ao fim de que
são de que trata o artigo 4.° do decreto de 11 de maio de se trata.
1904. quando ellas não prefiram pagá-los de pronto, serão § 3.° As quantias em que importarem os vencimentos
pagos por desconto nos vencimentos, nunca superior ao não recebidos pelas praças, nos termos dos paragraphos
vencimento correspondente a tros dias em cada mês, po- antocedentes, entrarão no cofro da commissão administra-
dendo, no entanto, ser elevado ao dobro se houverem de tiva, que os escriturará em separado, e lhes dará a exclu-
ser fornecidos ás praças quaesquer artigos de uniforme siva applicação a que são destinados. Quando esBas quan-
antes de findar o tempo da duração regular dos artigos tias excedam a 100$000 réis, serão depositadas na Caixa
da mesma especie, em consequência de deterioração não Geral de Depositos, e os juros reverterão em beneficio do
motivada por accidente no serviço. cofre.
§ 2.° A mesma commissão compete resolver se os arti- § 4.° Compete á commissão administrativa autorizar os
ges do uniforme estão, ou não, em estado de ser usados pagamentos de todas as despesas a seu cargo, enviando
pelas praças. annualmente ao governador civil uma conta documentada
§ 3. J Para execução do que dispõe o § 1.° considera-se da receita e despesa da sua administração, e mensalmente
regular a duração de 2 annos para o casaco, de 1 anno uma nota demonstrativa do estado do cofre.
para a calça de pano, de 2 annos para a calça branca, § 5.° Na ordem disciplinar do corpo publicar-se-ha um
de 3 annos para o capote, de 1 anno para o boné, e de resumo da nota mensal.
3 annos para a capa de oleado.
§ 4.° A commissão administrativa referida no § 1.° do CAPITULO VII
artigo 26.° será composta do administrador do coucelho
Instrucção dos guardas
como presidente, do thesoureiro da camara municipal, que t
será o thesoureiro do corpo, e do chefe d'este que servirá Art. 30.° E ao chefe que compete instruir os guardas
do secretario. alistados de novo. Essa instrucção durará o tempo que
Art. 28.° Os descontos que houverem de fazer-se rea- for designado pelo administrador do concelho.
lizar-se hão no acto do pagamento da quinzena, e com re- § 1.° A instrucção constará de explicações sobre todas
lação aos dias quo lhes corresponderem; e a sua impor- as leis e regulamentos de policia geral e municipal, e de
tancia dará entrada no cofre da commissão administrativa. exercicios de redacção de participações de occorrencias po-
§ 1.° Quando a importancia dos descontos, relativos a liciaes e esp' eialmente de autos levantados por crimes e
cada praça, exceder a quantia que lhes tiver sido adean- offensas dos regulamentos, a fim de que, por falta de for-
tada para os artigos do uniforme, a quota do desconto re- malidades, não deixem de ter fé em juizo; fazendo sentir
duzir-se-ha ao correspondente a um dia de vencimento em repetidas vezes que a missão da policia é essencialmente
cada mês, até perfazer a quantia de 12#000 réis, tornando benefica e protectora, e que o seu serviço não consiste na
porem a elevar-se ao máximo estabelecido, quando a praça apresentação de numerosas participações de occorrencias
se constitua novamente devedora. policiaes, mas antes na diligencia empregada em evitar
§ 2.° Pertence á commis-ão administrativa, com autori- os delictos e contravenções, pela advertencia e pelo con-
zação do governador civil, deliberar sobre a qualidade e selho. Sempre que seja possivel se completará esta ins-
preços dos artigos do uniforme por que convém contratar trucção theorica com outra pratica, de exercicios physicos
o fornecimento. e gymnasticos apropriados.
§ 3.° O fornecimento será feito em praça precedendo § 2.° Durante o tirocinio é de toda a conveniencia que
annuncios, c só terá effeito depois da appi ovação do go- os guardas só desempenhem serviços de fácil execu-
vernador civil. ção.
§ 4.° Nas condições do fornecimento será sempre de- § 3.° Terminado o tirocinio, os guardas entrarão no
clarado que o contrato durará pelo menos um anno, e que pleno exercicio das suas funcções, quando se lhes reco-
1905 31 Jaiieiro 14
nheçam aptidões. De contrario, o chefe informará o admi- dada depois de proposta pelo administrador do concelho
nistrador do concelho da inhabilidade do guarda, a fim de ao governador ciwl, e por este approvada.
ser despedido do serviço. § 3.° A suspensão do exercicio e vencimento ê appli-
cada pelo administrador do concelho até oito dias, podendo
CAPITULO VIII prolongar-se até quinze dias se for confirmada pelo gover-
nador civil.
Recompensas § 4." A expulsão do corpo só se verificará depois de
autorizada pelo governador civil.
Art. 31.° As praças do corpo de policia, que se dis- § 5.° A prisão, a qual consiste na reclusão em logar
tinguirem pela sua aptidão e zêlo no cumprimento dos para este fim destinado pelo governador civil, será sem-
deveres do seu cargo, poderão, segundo os casos, receber pre applicada á» praças que sem motivo justificado aban-
as seguintes recompensas: donarem o serviço, do qual serão despedidas depois de
1. a Louvor; cumprida a pena.
a
2. Gratificação pecuniaria; § 6.° A reclusão não póde ir alem de trinta dias, e tem
3. a Distincção honorifica; por effeito a perda de dois terços do vencimento respec-
a
4. Promoção. tivo, que se destinarão ao pagamento de toda ou parte da
Art. 32.° (3 louvor será dado pelo administrador do con- divida da praça ao cofre de pensões.
celho, por iniciativa própria, ou por determinação supe- § 7.° As praças expulsas nào poderão mais fazer parte
rior. dos corpos de policia do reino, devendo communicar-se o
§ 1.° As grat ficações pecuniarias serão propostas pelo facto da expulsão a todos os chefes d'essas corporações
administrador do concelho ao governador civil, e por este policiaes para os effeitos convenientes.
autorizadas em harmonia com os recursos do cofre de
Art. 3õ.° Os castigos serãi sempre registados no livro
pensões, e do producto das multas resultantes de trans-
de registo disciplinar do corpo, e notados por simples re-
gressões de posturas e regulamentos policiaes, de cuja
ferencia no livro de matricula, no assentamento da respec-
importancia, e para tal fim, se não poderá desviar mais
tiva praça.
que a quinta parte.
Art. 36.° São circunstancias aggravantes das penas:
§ 2.° As gratificações serão dadas por serviços extra-
1.° Ser a falta commettida em serviço especialmente
ordinarios, ou ordinarios com distincção; porem, não pode-
encarregado á praça arguida;
rão ser estabelecidas permanentemente como supplemento
2.° Haver pmpusito de commetter a falta.
de vencimento.
Art. 37.° São circunstancias attenuantes:
§ 3.° As praças poderão ser remuneradas com distinc-
1.° A provocação;
ções honorificas todas as vezes que prestarem serviços re-
2.° A espontanea confissão da falta commettida;
levantes, praticarem actos de abnegação e coragem, e ar-
3." O bom comportamento anterior.
riscarem a vida por justa causa.
Art. 38.° São sempre causas de expulsão:
§ 4.° Os factos que fundamentarem estas recompensas
1.° Encobrir qualquer crime de que a praça tenha no-
serão relatados circunstanciadamente ao governador civil
ticia, ou dar falsa declaração ou informação em objecto de
pelo administrador do concelho, para que aquelle magis-
serviço, com intenção culposa;
trado proponha ao Governo a distincção correspondente.
2.° A embriaguez repetida;
§ 5." As praças que ameudadas vezes hajam sido con-
3.° Commetter mais de seis faltas punidas, ou mais de
templadas com distincções, e tenham habilitações para
duas por insubordinação, abuso de força ou abandono de
os l gares superiores, podem por distincção ser promovi-
funcções;
das a esses logares, dando se sempre preferencia ás que
4.° Receber de particulares dinheiro, ou qualquer re-
tiverem mais serviços e forem mais antigas no corpo.
muneração, para deixar de desempenhar algum serviço
§ 6.° As recompensas e distincções terão publicidade na
policial, ou para o desempenhar de modo contrario aos
ordem do corpo, e serão notadas no livro de matricula na
regulamentos e ordens superiores ;
parte respectiva ao assentamento da praça, dando-se del-
5.° A pronuncia passada em julgado, ou a condemnação
ias certificado, assinado pelo administrador do concelho,
definitiva em processo correccional.
quando os interessados o solicitarem.
Art. 39.° As penas disciplinares de baixa de posto,
suspensão de exercicio e vencimentos, prisão e expulsão
CAPITULO IX do corpo, só devem ser applicadas depois de cumpridas
Castigos as seguintes formalidades:
1. a O administrador do concelho ordenará ao chefe do
Art. 33.° As faltas e irregularidades no serviço serão corpo que organize o respectivo processo, em que ser-
punidas com: virá de escrivão uma praça por este chefe nomeada, e de
1.° Reprehensão; onde constará a participação que motivar a aceusação,
2.° Serviço que não pertença por escala; juntando-se os documentos e depoimentos de testemunhas
3.° Baixa de posto; otfereeidas para prova dos factos arguidos, a resposta es-
4.° Suspensão de exercicio e vencimento; crita do accusado, que deve apresentá-la no prazo de vinte
5.° Prisão; e quatro horas, depois cle lhe ser exigida; e finalmente a
6.° Expulsão do corpo. prova documental ou testemunhal dada era defesa;
§ unico. Ao chefe serão somente applicaveis a repre- 2. a Pela aceusação ou pela defesa não poderão offere-
hensão, a baixa de posto e a expulsão. cer-se mais de tres testemunhas;
Art. 34.° A reprehensão aos cabos e guardas será da- 3. a Não ó admissível prova que não possa produzir-se
da pelo chefe, em particular, ou em presença das praça- no prazo de oito dias, dentro do qual deve concluir-se o
que elle designar, conforme a gravidade dos casos ; ao processo;
chefe será dada sempre em particular pelo administrador 4. a Emquanto correr o processo, a praça accusada po-
do concelho. derá ser suspensa do exercicio e vencimento segundo a
§ 1.° O serviço que não pertença por escala póde gravidade da aceusação, e conforme parecer ao adminis-
ser applicado pelo chefe, depois de confirmado pelo admi- trador do concelho.
nistrador do concelho. Art. 40.° A imposição das penas disciplinares autoriza-
§ 2.° A baixa de posto consiste na collocação da praça das por este regulamento nào obsta ao competente proce-
graduada no posto immediatamente inferior, e só póde ser dimento criminal, a que as praças devem ser sujeitas, se
Janeiro '23 32 1905
os factos por que forem castigadas disciplinarmente cons- § unico. Para os effeitos d'este artigo conta-se somente
tituirem crime punivel pela lei geral, devendo em tal caso o serviço effectivo.
ser as mesmas praças entregues ao poder judicial. Art. 46.° A praça que, não tendo tempo de serviço que
dè direito a pensão, nos termos do artigo antecedente, se
CAPITULO X tornar incapaz de servir activamente em consequência de
doença ou lesão, adquirida em serviço, receberá o venci-
Fundo de pensões
mento por inteiro.
Art. 41.° O fundo de pensões, criado pelo artigo 4.° do Art. 47.° O vencimento sobre que são calculadas as
decreto de 11 de maio de 1904, destina-se ás praças que pensões é o que a praça receber ao tempo que for jul-
se impossibilitarem de servir. gada incapaz do serviço, uma vez que a praça tenha um
Será assim constituido: anno de exercicio do posto a que disser respeito o mesmo
1." Pela deducção de 2 por cento do vencimento total vencimento; aliás as pensões serão calculadas sobre os
das praças; vencimentos dos postos immediatamente inferiores.
2.° Pela importancia correspondente aos vencimentos Art. 48.° As praças expulsas, ou demittidas a seu pe-
das praças que faltarem para completar o quadro, nos dido, não teem direito a pensão, e perdem a favor do fundo
termos do artigo 29.° respectivo as quantias com que para elle tiverem concor-
3.° Pelos vencimentos que, por licenças, suspensões, rido, depois de amortizada qualquer divida por que sejam
prisão, ausencias, ou qualquer outro motivo, deixarem de responsáveis, nos termos aqui estabelecidos.
ser percebidos pelas praças; Art. 49.° Ao administrador do concelho compete verifi-
4.° Pelo juro dos titulos de divida publica, ou de quaes- car o direito ás pensões, as quaes não se tornarão effecti-
quer capitaes, pertencentes ao cofre de pensões; vas sem approvação do governador civil, exarada no res-
5.° Pelo juro da parte do fundo de fardamento que es- pectivo processo.
tiver depositado na Caixa Geral de Depositos; Art. Õ0.° Para o pagamento das pensões se fará folha
6." Pelo producto da venda do artigos de fardamento, especial por quinzena.
deixados pelas praças para pagamento dos seus débitos;
CAPITULO XI
7.® Pelo producto da venda de artigos do fardamento
que forem inutilizados em resultado de qualquer conflicto Disposições geraes
ou accidente occorrido cm serviço, e substituído por conta
do fundo de pensões; Art. 51.° As praças do corpo de policia não podem ser
8.° Pelos creditos de fardamento das praças que falle- distrahidas dos serviços que por este regulamento lhes são
destinados.
cerem, quando os herdeiros se não habilitarem a rece-
bê los; Art. 52.° E permittido conceder guardas a particulares
que os requisitem para serviços policiaes de interesse pri-
9.° Pelo producto de metade das multas e coimas, de
vativo, mediante uma retribuição estabelecida pelo admi-
que trata o artigo 54.°, impostas pelas praças e agentes
nistrador do concelho, em harmonia com o decreto de 4
policiaes, em resultado de transgressões de posturas mu-
cle agosto de 1898.
nicipaes, editaes e outros regulamentos de policia.
Art. 42.° O fundo de pensões, alem do que fica deter Art. 53.° As multas pagas por transgressões de postu-
ras municipaes, exceptuando as que se refiram ao imposto
minado, destina se tambem ás seguintes despesas:
do consumo, que até hoje pertenciam em parte aos agen-
1.° Funeraes das praças, quando não sejam feitos por
tes que as accusavíim, serão arrecadadas metade no cofre
conta da misericordia, ou as familias, ou montepios a que
do municipio, e o resto no cofre de pensões. Das multas
porventura pertencessem, não occorrerem a essa despesa,
provenientes de transgressões de editaes e regulamentos
e ella não possa ser custeada pela importancia dos venci-
do governo civil, a parte que pertencer aos agentes que
mentos em divida, ou poT quaesquer outros haveres dos fal- as accusam tambem dará entrada no cofre da policia, e
lecidos ; a outra parte terá o destino que os mesmos editaes ou re-
2.° Pensões a que, nos casos previstos no decreto de 23 gulamentos determinarem.
de dezembro de 1899, tiverem direito as viuvas e filhos
menores dos fallecidos; Art. 54.° A arrecadação das importancias cobradas por
3.° Débitos cle fardamento das praças que fallecerem, imposição de multas de posturas municipaes, editaes o re-
e das quo se despedirem ou forem despedidas do serviço, gulamentos do governo civil far-se ba por meio de guias
quando não seja possivel saldá los por outra forma; as-inadas pelo administrador do concelho, passando-se
4.° Gratilicação de 6;>000 réis mensaes á praça que for para cada multa duas guias, uma da importancia que vae
encarregada da escrita do cofre do fundo de pensões. entrar no cofre do municipio ou da repartição que a lei
Art. 43.° As pensões somente se começarão a dar ás determinar, e outra da que entra no cofre da commissão
praças quando houver fundo sufficiente para os respeeti administrativa, devendo as mesmas guias ser numeradas
vos encargos, e o governador civil as autorizar. succcssivamente, pòrcm com numeração separada, segundo
Art. 44.° As quantias destinadas ao fundo de pensões os cofrt-s a que forem dirigidas, ficando correspondente-
serão arrecadadas no cofre da commissão administrativa, mente escriturados os talões respectivos a cada guia, nos
que deverá gerir o referido fundo, dando-lhe a applica- quaes se notará a effectividade do pagamento, quando
ção ordenada neste regulamento, fazendo a escrituração este sc mostre realizado pelo recibo do thesbureiro passado
separada d'este ramo da sua gerencia, e dando de tudo na mesma guia. Ao interessado se dará declaração de o
conta ao governador civil. ter eífectuado.
§ 1." Quando as quantias forem superiores a lí'0;>000 § 1.° Póde permittir-se ao transgressor o deposito vo-
réis, depositar se-hão na Caixn Geral de Depositos á luntário da multa em qualquer estabelecimento commercial
ordem da commissão administrativa. que mais proximo fique do logar onde se der a transgres-
§ 2." Os juros provenientes d'esses depositos constitui- são.
rão tambem fundo do cofre de pensões do corpo de po- § 2.° Esse deposito será levantado á vista do recibo da
licia. multa, passado em nome do autuado e assinado pelo admi-
Art. 40." A praça julgada incapaz de serviço activo nistrador do concelho, que immediatamente fará remetter
pela junta medica terá direito a fruir pensão, que será de aos cofres de que trata o artigo 53.° as importancias que
um terço do vencimento, sc tiver mais de cinco annos cle a c ida um comp 'tirein, pela forma indicada no artigo 54.°
serviço, c de dois terços se tiver mais de dez annos, e do § 3.° Salvo o ciso de o transgressor depositar volunta-
total se tiver mais de quinze annos. riamente a importancia da multa em que incorreu, ser-lhe
iíK>r> Janeiro 23
ha, logo que seja conhecida a sua identidade, entregue o será observado o disposto para a policia de Lisboa no de-
respectivo bilhete de aviso, assinado pelo participante, 110 creto de 4 de agosto de 1898, em tudo o que não for de
qual se indique o prazo do cinco dias para o pagamento encontro ao que fica estabelecido.
voluntário da multa, a importancia d'esía, e a data ei Paço, em 23 de janeiro dc 1905. = Antonio Augusto
numero do artigo da postura ou regulamento transgre- Pereira de Miranda.
D. (Im O. ],.« 21, «le 2(1 lie j a n e i r o de l!»;í.
dido.
§ 4.° ()s autos de transgressão do posturas municipaes
ou de quaesquer regulamentos de policia serão levanta-
dos pelas praças que presencearem a transgressão, e logo Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
entregues ao chefe do corpo, que os registará cm livro Administrativo acêrca do recurso n." 10:701, em que é
especial. recorrente a Camara Municipal dc Lisboa, c recorrido
§ õ.° Ficarão em poder do mesmo chefe até terminar o João Vito Pedroso, de que foi relator o Conselheiro cle
prazo para o pagamento voluntário. Findo esto prazo se- Estado, vogal effectivo, Julio Marques de Vilhena:
rão enviados ao conselho administrativo, onde tambem Mostra-se que o presente reeurco vem da sentença do
devem ser registados em outro livro, e depois enviados auditor administrativo do districto de Lisboa, proferida
para juizo, sem perda de tempo, a íim de serem as im- em 28 de abril do 1898, c que annullou a deliberação da
portancias das respectivas multas cobradas correccional- camara municipal da mesma cidade, cle 27 de janeiro
mente. (1'esse anuo, em virtude da qual foi transferido do pelouro
§ G.° As praças de policia, salvo o disposto nos para- dc incendios para outro pelouro o primeiro patrão do
graphos antecedentes, não podem receber por deposito, corpo cle bombeiros João Vito Pedroso;
011 por qualquer outro titulo, qualquer quantia proveniente Mostra-se ter declarado a camara recorrente, a 11. 50,
de coimas. que ella própria reconhece sem effeito as deliberações an-
Art. 5õ.° As praças do corpo de policia serão tratadas nulladas pela referida sentença, perdendo dc importancia
em suas doenças no hospital civil da cidade ou nos hospi- o presente rc-curso :
taes pertencentes a estabelecimentos do Governo ou por O que visto, e o parecer do Ministerio Publico ;
este subsidiados. Considerando que a declaração feita pela recorrente
§ unico. Poderá permittir-se ás praças associadas em envolve o reconhecimento da sentença recorrida, e equi-
algum montepio que se tratem em suas casas. vale á desistencia do mesmo recurso :
Art. 5G.° A cargo do subdelegado de saude do munici- Hei por bem, conformando-me com a meama consulta,
pio fica a inspecção das praças que pretendam alistar-se negar provimento no recurso, mantendo para todos os ef-
no corpo de policia e das que derem parte de doente, feitos a sentença recorrida.
coinpetindo-lhe todas as attribuições determinadas neste re- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
gulamento, e especialmente: Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
1.® Lançar no livro para esse fim destinado o resultado 23 de janeiro de 1905. = REI. — Antonio Augusto Pereira
da inspecção que fizer ás praças do corpo; ãe Miranda.
2." Designar no mesmo livro quaes as que podem ser D. do Cl. n.° 21, lio 20 de janeiro de 11105.
tratadas em casa e quaes as que devem recolher ao hos-
pital;
o.° Determinar o numero de dias que cada praça doente
• precise para convalescer, não podendo em regra arbitrar Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
mais que tres dias; Administrativo acêrca do recurso n.° 11:221, em que ó
4.° Exigir de todas as praças que se apresentarem como recorrente a Camara Municipal do concelho de Ourique, e
doentes guias passadas pelo chefc do corpo. recorrido Joaquim Julio Cutileiro, de que foi relator o
Art. 57. 0 Aos agentes de policia civil e municipal tam- Conselheiro, vogal extraordinario, Martinho Augusto da
bem cumpre coadjuvar o corpo especial da fiscalização dos Cruz Tenreiro:
impostos municipaes, nos termos do artigo õ.°, § 0.° do Mostra-se que a Camara Municipal do concelho de Ou-
regimento de 30 de junho de 1903, competindo lhes appre- rique, em sua sessão de 24 de maio cle 1899, demittiu,
liender os generos descaminhados áquelles impostos e ao depois de o ouvir, do logar de medico municipal do refe-
real de agua, proceder a varejos nas condições prescritas rido concelho, com sede em S. Martinho das Amoreiras,
para os fiscaes do corpo especial, e autuar os transgres- o recorrido, fundando-se para isso em diversos pontos da
sores. accusação, incluindo o facto do medico ter presidido a
Art. 58. 0 O disposto no artigo 1.°, § 2.°, d'este regula- uma commissão que promoveu a annexação da freguesia
mento não prejudica a competencia e obrigação de todos de S. Martinho das Amoreiras, que fazia parte do conce-
os agentes policiaes fiscalizarem o cumprimento das pos- lho de Ourique, ao concelho cle Odemira:
turas e regulamentos de policia municipal e districtal, Mostra-se que contra esta deliberação reclamou o recor-
tanto urbana como rural; nem a obrigação de prestarem rido perante o auditor administrativo do districto, que
uns aos outros o auxilio que for preciso para a manuten- depois da audiência contraditória das partes c depois de
ção da ordem publica. ouvidas testemunhas, por sua sentença clc 4 de maio de
1900, julgou procedente e provada a reclamação, annul-
CAPITULO XII lando a deliberação reclamada;
D'esta sentença vem o presente recurso, na sustenta-
Disposições transitórias
ção do qual a recorrente não aclduz prova alguma dos
Art. 59.° As actuaes praçr.s dc policia continuarão ao factos referidos ao recorrido e que foram os fundamen-
serviço nos seus postos, se assinarem novo termo de admis- tos da deliberação recorrida, limitando-se a procurar c de-
são, sujeitando-se a todas as condições d'este regulamento; monstrar ser um acto de mau comportamento o ter o re-
porem, o tempo antigo que tiverem de serviço não lhes corrido presidido a uma commissão que em tempo solicitou
será contado para o effeito da aposentação. a desannexação da freguesia dc S. Martinho das Amorei-
Art. 60.° Na primeira nomeação de chefe c cabos c dis- ras, do concelho de Ourique:
pensado o concurso prescrito no artigo 2.° d'este regula- O que tudo visto, e ouvido o Ministerio Publico;
mento, fazendo-se as nomeações respectivamente entre os Considerando que de todos os factos attribuidos ao re-
actuaes cabos e praças do corpo de policia de Setubal. corrido, que deram causa á sua demissão, nenhum está
Art. 61." Nos casos não previstos neste regulamento provado senão o de ter presidido á commissão que Boliei-
Janeiro '23 34 1905
tou a desannexação da freguesia de S. Martinho das Amo- — que se o encargo da sustentação do partido pertence
reiras, porquanto com relação a todos os outros o mesmo a mais de um concelho não ó ao recorrente que cumpre
recorrido provou exuberantemente por documentos e pro- promover a regularização d'esse ponto, mas á camara e ás
vas testemunhaes que ou se não deram uns, ou foram com- estações tutelares; este é o principio que tem sido appli-
pletamente innocentes: — provas que a recorrente nem na cado sempre nos diplomas legaes, que ultimamente teem
1 .;i instancia, nem no Supremo Tribunal Administrativo sido publicado;) com referencia a alterações na circunscri-
destruiu por outras provas em contrario; ção administrativa; assim o decreto de 13 de janeiro cle
Considerando que o facto da presidencia da commissão 1898, no n.° 5.° do artigo 6.°, declara que fica a cargo
promotora da desannexação da freguesia de S. .Martinho dos concelhos restaurados a quota que, segundo a popu-
das Amoreiras, não contestado, antes confessado pelo re- lação legal, lho competir para pagamento dos ordenados
corrido , não importa um acto de mau comportamento, dos partidos que abranjam freguesias de mais de um conce-
desde que se não allega c muito menos se prova que essa lho, e o decreto de 15 de outubro cle 1896, regulando para
commissão empregasse meios menos legaes para solicitar os effeitos da annexação ao concelho de Mafra a freguesia
aquillo quo julgava ser o mais conveniente aos seus paro- da Freiria, que pertencia ao concelho cle Torres Vedras,
chianos, e que nenhuma lei ou preceito legal prohibe que dispõe no artigo 20.° que os facultativos municipaes cio
nm medico municipal intervenha como cidadão, que é, pe- concelho de Torres Vedras, que eram obrigados a serviço
los meios legaes, na resolução de um assunto de adminis- clinico na freguesia de Freiria antes da annexação d'esta
tração publica: freguesia do concelho de Mafra, continuam sujeitos á mes-
ma obrigação nas condições dos respectivos partidos, de-
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta,
vendo a camara municipal d'este concelho contribuir pro-
negai' provimento no recurso, mandando que para todos
porcionalmente para a despesa com os ordenados dos fa-
os effeitos seja mantida a sentença recorrida.
cultativos pagos pela camara do concelho cle Torres Vedras,
O Ministro o Secretario clc Estado dos Negocios do
e pelo que fica referido se v ê ;
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
23 de janeiro ile 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe- — que não póde ser considerada como desobediencia e
reira de Miranda. muito menos como mau procedimento, a resposta correcta
D. do G. n.° 21, de 20 de janeiro do 11)05.
que o recorrente deu á referida intimação da primeira de-
liberação de que recorre, por isso que era illegal aquella
ordem, mandando que o recorrente fosse estabelecer a sua
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal residencia fóra da area do seu partido;
Administrativo acêrca do recurso n.° 11-913, cm que é A camara contesta o recurso, allegando que no pro-
recorrente o Dr. Joaquim Julio Cutileiro e recorrida a cesso existem varias nullidades, e que está prescrito o di-
Camara Municipal do concelho de Ourique, e de que foi reito cle recorrer da deliberação que a mesma camara
relator o Conselheiro, vogal effectivo, Eduardo José Se tomou cm 18 de agosto de 1900 e pelos motivos que re-
gurado: fere ;
Mostra-se que Joaquim José Cutileiro, facultativo do Mostra-sc que o auditor administrativo julgou improce-
2." partido municipal clo concelho de Ourique, com sede dentes as nullidades invocadas pela recorrida, mas deu
em S. Martinho das Amoreiras, reclamou perante o audi- como provada a prescrição a que se refere a contestação
tor administrativo do districto de Boja contra as seguintes e desattendeu o recurso pelos motivos que refere na sen-
deliberações tomadas pela camara municipal do referido tença a fl. 67 e seguintes:
concelho: a primeira em 18 dc julho de 1900 e intimada O que visto, e a resposta do Ministerio Publico;
ao recorrente cm 20 cFesse mês e anno, para que saisse Considerando que são procedentes os fundamentos da
dc S. Martinho das Amoreiras e fosse no prazo de oito sentença recorrida quando desattendeu ás nullidades apon-
dias estabelccr residencia na sede do concelho, que ficava tadas pela recorrida;
fóra da area do seu partido, e a segunda cm 29 do mes- Considerando que foi illegal a ordem dada pela recor-
mo mês e anuo, deiuittindo-o por considerar de desobe- rida ao recorrente para se retirar da sede da area do
diência e mau procedimento a observação respeitosa que o partido que lhe foi designada nas condições cio concurso
facultativo fez áquella intimação, ponderando que seme- cm que foi provido e para ir residir na sedo do concelho,
lhante ordem olfendia a lei c os seus direitos, porque tendo quo ficara fora cVaquclla area, como se vê dos diplomas
sido provido em concurso, cujas condições acceitou, ficou legaes citados pelo recorrente na sua minuta a fl. 2, não
por esse facto firmado entre a camara o o recorrente um póde a resposta por elle dada á ordem da recorrida ser
contrato bilateral, que não podia ser alterado por arbítrio considerada como desobediencia nem como mau procedi-
(le um só dos contrahentes, e allega: mento, e assim não lia fundamento nenhum que autorize
— quo comquanto a lei de 11 dc agosto de 1899 sepa- a demissão dada ao recorrente, deliberação cle que recor-
rando a freguesia (le S. Martinho das Amoreiras cio con- reu em devido tempo, e que por isso está rios termos de
celho de Ourique, a tivesse annexado ao concelho dc Ode- ser attendida, porque foi demittido em 29 de agosto de
mira, as obrigações do partido medico mantinham-se as 1900 e o recurso interposto em 19 de agosto de 1902:
mesmas, não obstando a desannexação dc uma das fregue- Iiei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
sias (pie compunham a sua area; conceder provimento ao recurso e mandar que o recor-
— que esta doutrina ó antiga e que já no codigo de rente seja reintegrado no logar de que iIlegalmente foi de-
1842, a paginas 63, da edição de 18(i3, se encontra bem mittido.
expressamente expressa, fundada no decreto sobre con- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
sulta d'este tribunal de. 9 de maio de 18õti, e tem conti- Reino assim o tenha entendido c faça executar. Paço, em
nuado a ser seguida, como se vê das resoluções cio Minis- 23 de janeiro de 1905.— REI. = Antonio Augusto Pereira
terio do Reino de 2 de outubro de 1895 e 19 de fevereiro de Miranda.
de I^.Hi, publicados no volume 8.° do annuario da Direc- D. do G. n.° 21, de 26 de janeira de lilOã.
ção Cerai da Administração Politica e Civil, a paginas 478
e, 53 1, que claramente se fundam no principio cle que as
alterações por suppressão de concelho, e annexação ou de- Sendo-me presente a consulta cio Supremo Tribunal
sannexação de freguesias, não prejudicam as condições Administrativo acêrca do recurso n.° 11:965, em que são
dos partidos, não os suppnmem nem os dividem, e a sua recorrentes Miguel Alves Correia e Antonio Joaquim Car-
iminutcnção ò encargo dos concelhos betiificiados coin a doso de Figueiredo, na qualidade de vereadores da ca-
i:.! eI'M'Ao dci'1'eItii• 'j ; mara municipal e membros da iunia do lançamento e der.
1905 35 Jaiieiro 14
rama das côngruas do concelho de Tábua, e recorrido o ás aguas do predio do recorrido e de outros proprietarios
juiz de direito da comarca de Tábua, cle que foi relator confinantes, e foram taes obras indicadas na planta, e que
o Conselheiro de Estado, vogal effectivo, Julio Marques a camara não construiu, e nestes termos o recorrido tinha
cle Vilhena: quo optar ou por obrigar a camara a cumprir por meio de
Mostra-se que para o juiz de direito da comarca cle Tá- acção competente, ou mandar construir o aqueducto á sua
b:>a reclamaram os agora recorrentes, na qualidade de custa, c por ser mais rápido e se livrar de questões pediu
vereadores da camara municipal e membros da junta de licença á camara cm fevereiro de 1900 para construir por
lançamento e derrama das côngruas do concelno do mesmo conta própria o aqueducto, que a camara na execução da
nome, contra os actos praticados pela autoridade admi- planta deixou cle cdnstruir ;
nistrativa por ter excluído de vogal da junta o ecclesias- Mostra-se que por alvará de 21 de fevereiro foi conce-
tico nomeado polo prelado diocesano; por ter assumido a dida autorização ao recorrido para construir o aqueducto
presidencia da junta sem ser eleito; e ainda por ter vo- com as seguintes condições:
tado nas deliberações com voto cle qualidade ; Que o aqueducto fosse feito no prazo de vinte dias, de
• Mostra-se que o juiz de direito não tomou conheci- pedra e cal solidamente construido, e com as dimensões
mento do recurso por não ser da sua competencia, em pela camara indicadas, ficando a recorrente com o direito
vista do artigo 824.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo, de tudo fiscalizar, sem o que a licença não teria validade,
que somente se refere ao arbitramento e derrama das e o recorrido obrigado a collocar ao norte do mesmo aque-
côngruas a cada um dos fregueses ou proprietarios da ducto uma porta de agua com cantaria e varilhas, respon-
parochia, sendo esta a interpretação que dá aquelle ar- sabilizando-se pela sua futura conservação;
tigo a tabella dos emolumentos e salarios judiciaes de 13 Mostra-se que se fez a obra, eumpriram-se todas as con-
de maio de 1896, que nos artigos 22.°, n.° 2.°, 45.", dições impostas, á excepção cle uma que era a porta de
n.° 2.°, e 47.°, alínea h), regula os emolumentos a pagar e agua, em logar de ficar ao norte, ficar ao sul, com os dos
o preparo a fazer, conforme o valor da collecta por que outros aqueductos semelhantes feitos na mesma estrada,
se reclama; ciando logar a isto não estar no reino o recorrido, e con-
Mostra-se que d'esta sentença vem o presente recurso, sentir a camara, que fiscalizava, a obra;
allegando-se que o juiz de direito tem competencia para Mostra-se que cm maio de 1900 recebeu a camara a
julgar as reclamações ou recursos sobre serviço cle der- obra, por ella fiscalizada, ficando a fazer parte integrante
rama das côngruas parochiaes, não devendo fazer duvida da referida estrada, e pertencente ao municipio, funccio-
o que dispõe a tabella dos emolumentos e salarios judi- nando sempre o aqueducto por espaço dc mais de dois
ciaes de 13 cle maio de 1896, que se referia ao artigo 342." annos sem reclamação alguma;
do Codigo Administrativo cle 2 de março de 1895, onde Mostra-se que cm fevereiro de 1902 officiou a camara
não apparece a expressão «serviço de côngruas parochiaes», (que já era outra) ao recorrido, lembrando-lhe que a porta
mas simplesmente as expressões «côngruas parochiaes»'. cle agua devia ser ao norte como indicava o alvará;
O que visto, e o parecer do Ministerio Publico ; M.ostra-se responder o recorrido que elle hoje nada ti-
Considerando que a disposição do n.° 2.° do artigo 324.° nha com isso, porque a estrada o o aqueducto são proprie-
do Codigo Administrativo em vigor é equivalente á dis- dades do municipio, sem comtudo deixar dc affirmar o di-
posição do artigo 3-1-2.", n.° 2.°, do Codigo Administrativo reito que lhe assiste dc exigir a conservação d'ella, a fim
de 2 de março de 1895, não podendo ser intenção do le- de que os proprietarios confinantes não sejam prejudica-
gislador conferir aos juizes cle direito, cm materia de côn- dos, esperando comtudo que a recorrente realizasse a mu-
gruas parochiaes, mais largas attribuições de que aquellas dança da porta da agua, sc assim o queria;
que lhe confere em materia de contribuições do Estado Mostra-se que em 14 cle março de 1902 recebeu o re-
ou de contribuições municipaes; corrido segundo officio, quo se acha junto aos autos, e ao
Considerando que o presente recurso versa sobre deter- qual respondeu a 22 cle março, dizendo que a estrada no
minadas illegalidades praticadas pela autoridade adminis- ponto indicado não podia deixar de ter um aqueducto que
trativa do concelho, de cujos actos ha reclamação ou re- desse passagem ás aguas do predio do recorrido e cle ou-
curso, nos termos dos artigos 325.", n.° 2.", e 352.°, n.° tros differentes proprietarios, o tanto esta exigencia era
3.°, do Codigo Administrativo, os quaes excluem a com- palpavcl e de absoluta necessidade que os engenheiros
petencia do juiz cle direito: que estudaram o traçado da estrada designaram c marca-
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, ram a obra de arte indispensavel para evitar grandes pre-
negar provimento no recurso, mantendo para todos os juízos ;
effeitos a sentença recorrida. Mostra-se que a planta da estrada foi superiormente
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do approvada, mas que não foi rigorosamente cumprida por-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em que o aqueducto não foi feito pela camara, mas pelo re-
23 de janeiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe- corrido ;
reira de Miranda. Passados dois annos depois dc ter a recorrente a posse
D. do Cl. 11." 21, do 20 do janeiro de 11)05.
do aqueducto feito debaixo da sua fiscalização, pretende
que se faca a mudança da porta dc agua do indicado
aqueducto, quando a disposição d'cste obedece á mesma
Sendo-mo presente a consulta do Supremo Tribunal que um outro aqueducto construido muito perto ;
Administrativo acêrca do recurso n.° 12:148, em que c Se a obra foi recebida pela recorrente, e por ella fisca-
recorrente a Camara Municipal cio concelho do Cartaxo, e lizada, é porque estava nas devidas condições e á vontade
recorrido Joaquim Ribeiro da Costa, e cle que foi relator da recorrente, servindo para o fim destinado, como serviu
o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio Telles Pereira de sempre, mas, desde que foi recebida, nada mais tinha que
Vasconcellos Pimentel : fazer o recorrido, e qualquer modificação pertencia á ca-
Mostra-se que Joaquim Ribeiro da Costa, proprietario, mara o fazó-la ;
residente no Cartaxo, reclamou contra as deliberações da Mostra-se que em sessão do 12 de junho de 1902 de-
camara recorrente tomadas nas sessões de 12 de junho de liberou a recorrente revogar o alvará da licença para a
1902 e 18 de março cle 1903 e pelos factos seguintes: construcção, e mandar tapar a abertura (To aqueducto;
Construiu-se uma estrada municipal e tem o recorrido Mostra-se que. cm 13 de março de 1903 expôs o recor-
ao lado da estrada uma propriedade chamada o Meirinho; rido á recorrente quanto lhe parecia illegal e prejudicial a
Quando fci estudada a estrada os engenheiros viram resolução da camara, e pediu a esta mandasse desobstruir
que havia necessidade de aqueductos, para dar passagem o aqueducto: porem, a camara manteve a sua anterior r«-
solução, pela» razoes apresentadas na acta da sessão de ressado directo na sua conservação, tendo adquirido por
12 de junho, que são as seguintes : estes' factos um direito que as deliberações reclamadas
1." Que o recorrido não cumpriu todas as obrigações offcnderam, artigos 28.° e Gl.°, § unico, do Codigo Admi-
impostas no alvará da licença; nistrativo ;
2." Que na ultima inundação, em fevereiro de 1902, foi Considerando que a recorrente nas suas allegações con-
necessário remediar a falta da porta de agua para evitar fundiu esta legitimidade com a dos artigos 421.° e 422.°
muitos prejuízos ; do Codigo Administrativo, pois que a legitimidade regula-
3.° Porque o interesse geral deve antcpor-se ao inte- da por estes artigos, para a chamada «acção popular»,
onde se defendem direitos ou interesses publicos, que não
resse particular;
pertencem individualmente a quem os invoca, e neste caso
4." Que se verificou haver prejuizo para o interesse
é que ha que mostrar em quem reclama a qualidade de
geral na falta do cumprimento da licença; eleitor e munícipe, isto é, interessado na questão como
5.° Que o aqueducto c corte na estrada constituiu uma membro da collectividade, pois que a lei não lhe reconhece
servidão; interesse individual e directo ;
Mostra-se responder o recorrido que a primeira razão Considerando que nestes autos, onde o recorrido figura
não é verdadeira, que elle cumpriu, e segundo a vontade por si sustentando direitos proprios, e cio seu patrimonio
da recorrente, porque, se assim não fôra, a obra não seria exclusivo, não lia que apreciar a qualidade de eleitor e de
recebida pela camara nem estaria a funccionar por mais munícipe, comquanto do processo se deprebenda que o re-
de dois annos sem reclamação; corrido tem uma e outra qualidade;
Não c tambem verdadeira a segunda razão: não houve Considerando que tambem é indiscutível a competencia
receios de prejuízos, e, se os houvesse, era fácil o remedio, do auditor para conhecer da questão clos autos, artigo 325.°,
utilizando a porta de agua que existia, ou entupindo qual- n.° 1.°, do Codigo Administrativo, e nada obsta o argu-
quer das aberturas do aqueducto. Ha de haver prejuizo mento da recorrente de que o aqueducto constitue unia
quando o aqueducto deixar de servir para dar esgoto ás servidão particular, mas, quando o fosse, as deliberações
aguas do predio ou predios do recorrido o dos vizinhos, da camara não podiam ser sujeitas á commissão districtal,
encaldeirando as aguas, por mandar a recorrente entupir porque o artigo 323.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo só
o aqueducto ; comprehende servidões communs do concelho ou parochia
A terceira razão carece da verdade, porque não ha reguladas pela camara ou junta na qualidade de adminis-
collisão entre o interesse geral o o particular, pois aos tradora dos interesses da respectiva circunscrição, artigos
proprietarios confinantes interessa que as aguas escoem 50.°, n.° 7.°, e 176.°, n.° 4.° do Codigo Administrativo;
pelo aqueducto, e para o resto do publico é indifferente ; Considerando que, se na administração de taes servi-
Em quarto logar não houve nem póde haver perigo dões communs a camara ou a junta abriu conflicto com
nem receio d'clle, desejando o recorrido saber como é os seus administrados, resolve-o a commissão districtal
que se chegou a fantasiar o perigo ; juntamente com o auditor, artigo 323.°, n.° 2.°, clo Codigo
Em quinto logar, que o aqueducto não é uma servidão, Administrativo; porem, se o conflicto se dá quanto a uma
constituida a favor do recorrido : é uma obra de arte na servidão particular individualmente apropriada, que a cor-
estrada, necessaria para evitar prejuizos do recorrido e de poração administrativa offendeu, outra é a competencia do
outros proprietarios ; foro: — do foro civil, se a offensa respeita á posse ou á
Quo elle recorrido não arroga a si o direito quo não propriedade da servidão ; do auditor administrativo nos
soja o dc qualquer outro cidadão de se utilizar da es- outros casos, artigos 325.°, n.° 1.°, e 324.° e 326.° do
trada ; mas o que pretende é que a estrada não prejudi- Codigo Administrativo, e decreto de 19 de setembro de
que o sou predio, e por isso fez á sua custa o aqueducto 1900, artigo 81.°;
que a camara tinha obrigação de fazer, obra vigiada pelos Considerando que na hypothese dos autos o recorrido
empregados da camara, e que a utilizou por ospaço de não podia intentar immediatamente a acção civil contra a
dois annos, e agora a pretexto de meras frivolidades pre- recorrente para restabelecer o curso das aguas embaraçado
tende destruir ou inutilizar ; com o tapume ordenado pela camara, porque não tinha
Recebendo a camara a obra e abrindo passagem ao pu- sido annullada no contencioso administrativo a deliberação
blico, caducou para iodos os effeitos a licença, ficando que revogou a licença para a construcção do aqueducto,
para o recorrido a obrigação de concorrer para a conser- visto ser incompetente para conhecer d'esta deliberação o
vação da obra; foro commum;
Mostra-se que o auditor, pela sua sentença de fl. 1Õ4, Considerando que a Camara autorizou a obra do aque-
julgou procedente a reclamação do recorrido, mandou ducto, alvará de 21 de fevereiro de 1900 a fl. 19 e esta
desobstruir o aqueducto, annullou as deliberações recla- foi feita sob a fiscalização da recorrente, que tomou conta
madas, c condemnou a camara nas custas c sellos tio pro- da construcção, approvando-a como so vê a fl. 105 v., 108
cesso ; e 11.0, e assim a licença concedida tenha produzido todos
Mostra-se que d'os tu sentença vem o presente recurso os seus effeitos e caducado;
(petição de 11. 161), com fundamento na illcgítimidade do Considerando que á camara é que pertencia a obriga-
recorrido, na incompetência da auditoria para conhecer, e ção de fazer o aqueducto, e fazendo-o o recorrido por
na combinação dc differentes artigos do Codigo Adminis- acordo com a mesma camara e nas condições postas pela
trativo que entendeu applicaveis à questão ; recorrente, e por esta fiscalizadas, não podia a camara
Mostra-se que o processo seguiu seus termos regulares, mandar obstruir o referido aqueducto, pois que lhe faltava
respondendo a recorrente e o recorrido a 11. 187 e fl. 198, para isso direito, e assim offendeu os direitos e interesses
o o Ministerio Publico a 11. 201 v., concordando com os do recorrido e dos seus vizinhos proprietarios ;
fundamentos da sentença recorrida:
Considerando que a recorrente autorizando a construc-
O que tudo visto o ponderado, o a resposta do Ministe-
ção do aqueducto não concedeu uma servidão precaria so-
rio Publico ;
bre bens municipaes, pois que a servidão existia legal-
Considerando que é indiscutível a legitimidade do re-
mente antes da licença por força da natureza das cousas
corrido, para reclamar contra as deliberações pelos quaes
c da disposição do artigo 2282." do Codigo Civil, e cons-
foi revogada a licença, para a construcção do aque-
truida a estrada sem o aqueducto offendeu a camara essa
ducto, e mandadas entupir as aberturas do mesmo aque-
servidão, e permittindo depois ao recorrido que á sua custa
ducto destinadas ao curso das aguas, pois que a legitimi-
restabelecesse o curso normal das aguas, reparou uma
dade do recorrido resulta da sua qualidade incontroversa
falta própria, cumpriu uma obrigação legal, e reconheceu
de concessionario da licença, constructor da obra, c inte-
I30Õ o 7 Janeiro 2J
um direito do recorrido, que não póde prejudicar por acto — que collocou a mesa de trabalho na varanda da se-
posterior offensivo da deliberação tomada e do direito re- cretaria, para que, simulando trabalhar, melhor pudesse
conhecido, artigo 28.° do Codigo Administrativo; passar o tempo cm conversas;
Considerando que as allegações da recorrente se referem — que não c-ntrava na secretaria ás horas regulamen-
ás servidões precarias livremente revogáveis por qualquer tares c saía sempre antes do secretario dar os trabalhos
das partes, o assim as citações dos decretos dc 31 de de- por findos;
zembro de 1884 e 19 de dezembro de 1892 e accordão do — que abandonava os serviços da repartição para tra-
Supremo Tribunal de Justiça de 18 de fevereiro de 1898, tar de negocios de interesse particular, sem que para isso
relativo tudo ás servidões de aguas, para usos agricolas, tivesse autorização;
ou industriaes, concedidas por corporações administrativas, — que sendo encarregado cm 1900 (le fazer o rol do
nada teem que ver com a hypothese dos autos; lançamento dos impostos municipaes, nelle commetteu er-
Considerando que entre estas concebi Ses e a licença ros ;
para a construcção do aqueducto a que se referem os au- — que, finalmente, nas horas de serviço desenhava figu-
tos nada ha de commum, pois que a concessão da licença ras allegoricas, que deixava sobre a mesa, desenhando de
não significa favor ao recorrido, mas o cumprimento da uma vez um burro com uma coroa titular na cabeça;
obrigação tomada pela camara, em virtude da expropriação, Mostra-se que o recorrente contesta estas accusações,
de dar saida ás aguas do predio acatando a disposição ex- arguindo-as de falsas, na quasi sua totalidade, fundado
pressa do artigo 2282.° do Codigo Civil; nos documentos que juntou, e nos depoimentos dc teste-
Considerando que a razão da licença para a construcção munhas acima dc toda a suspeita; confessa que eflecti-
do aqueducto está patente no alvará de fl. 19, ondo se diz vamente no alludido rol teve alguns enganos, que facil-
•— construir um aqueducto a fim de esgotar a agua da sua mente sc rectificaram, não resultando d'clles qualquer pre-
propriedade Meirinho, que a estrada atravessa — repcllindo juizo para a camara ou para os contribuintes; que lia o
estes termos toda a ideia de concessão graciosa arbitraria- tíecido e a sua correspondencia na secretaria, porquo era
mente revogável, exprimindo o reconhecimento do prejuizo áquella hora em que chegava o correio á villa, mas que
resultante da falta do aqueducto e a necessidade dc a sepa- só fazia essa leitura, quando não tinha trabalhos a desem-
rar pelo modo autorizado em licença; penhar; que os outros empregados e o proprio secretario
Considerando que o estar aporta de agua ao norte ou ao tambem liam jornaes, como este confessa no seu depoimen-
sul, segundo a prova dos autos, não tem importancia al- to; que a mesa a que se allude ha muito era collocada na
guma, mas, quando a tivesse, a responsabilidade era da re- varanda durante o inverno para que, aproveitando o sol,
corrente, que fiscalizou a obra e a acceitou, servindo-se melhor pudesse trabalhar, e sobre isto nunca qualquer dos
d'ella por espaço de dois annos sem reclamação alguma; seus superiores lhe fez a mais leve observação; e que por
Considerando que a falta de cumprimento de qualquer ter numerosa familia a sustentar se encarregava de tra-
das clausulas da licença acceitas pelo recorrido não podia balhos particulares, mas nunca os desempenhou durnr.to
importar a revogação da, mesma licença e só dar á camara as horas do serviço official;
o direito dc fazer executar a clausula acecitc e não cum- O recorrente junta a fl. 29 e 30 documentos que pro-
prida, quando a camara pelo seu proceder não tivesse vam que bem desempenhou o logar de ajudante da con-
convindo na alteração; servatória daquella comarca, para que havia sido nomeado
Considerando que as deliberações reclamadas não tive- em 25 dc novembro de 1879, c. deixou de exercer em 27
ram como base nenhum interesse publico municipal e of- dc dezembro de 1882;
fenderam os direitos recorridos : As testemunhas de defesa que foram inquiridas abonam
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, completamente o bom comportamento do recorrente e o
negar provimento no recurso, e confirmar a sentença re- zêlo, intelligencia e probidade com que desempenhou, nos
corrida para todos os effeitos. annos a que se referem, o logar dc que foi demittido,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do apontando factos como aquelle a que se refere a primeira
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em d'cssas testemunhas de o ter encarregado do serviço dc
23 de janeiro cle 1905. =-- REI. = Antonio Augusto Pe- afilamento de pesos e medidas, quando foi presidente da
reira de Miranda. camara, c que com tanto zêlo e probidade sc houve, quo
D. do Ci. 11." 21, dc 20 dc janeiro de 1005. rendendo até ali aquelle serviço 40/5000 réis, passou du-
rante o tempo em que o recorrente o desempenhou, a
render 80 ; $000 réis ;
Mostra-se que as testemunhas de aceusação contra o
Sendo-mc presente a consulta do Supremo Tribunal recorrente nos seus proprios depoimentos 'explicam a
Administrativo acêrca do repurso n." 12:398, em que c razão da má vontade que teem contra elle, e o depoimento
recorrente Antonio Moutinho Júnior, e recorrida a Ca- da ultima testemunha inquirida perde toda a importancia
mara Municipal do concelho dc Paredes, e dc que foi re- em vista do documento a fl, 25 v . ;
lator o Conselheiro, vogal effectivo, Eduardo Jose Segu- Mostra-se finalmente, até por confissão do chefe da se-
rado : cretaria, testemunha do aceusação, que ao mesmo recor-
Mostra-se que o presente recurso vem interposto da rente nunca foi imposto qualquer castigo c nem ao menos
sentença do auditor administrativo do Porto, que indeferiu lhe foi feita a mais leve admoestação, durante o período
a reclamação do recorrente contra a illegal demissão do de muitos annos cm quo exerceu as funcções do logar de
logar dc amanuense da secretaria da Camara Municipal que foi demittido:
do concelho de Paredes, que lhe foi dada pela mesma ca- O que visto, e a resposta do Ministerio Publico ;
mara em sessão dc 31 de janeiro de 1901; Considerando que os empregados dos corpos adminis-
Mostra-se que a camara fundamentou esta demissão nos trativos quo tiverem nomeações vitalícias, só podem ser
seguintes factos : suspensos ou demittido,? por desleixo, erro de officio ou
— quo o recorrente censurava a vereação quo naquella mau procedimento;
epoca geria os negocios municipaes, dizendo publicamente Considerando que no processo não existe prova de que
que ella era indigna de substituir a vereação anterior; o recorrente tivesse commottido alguma daquellas faltas,
— que nas horas de serviço se entretinha a ler os jor- pois que se, não juntam documentos para esse fim, e as
naes, mesmo na presença do presidente da camara ou dc testemunhas dc aceusação inquiridas são suspeitas até pe-
qualquer vereador, sempre com prejuizo dos trabalhos a j ls»8 declarações que fazem nos seus próprios depoimentos,
seu cargo; ! e a ultima tambem pelo documento a fl. 2 5 ;
Janeiro 23 8 8 19(5
Considerando que do processo apenas consta ter o re- Mostra-se que por sentença do auditor dc 8 de fevereiro
corrente praticado alguns erros no rol do lançamento das do 1904 foi julgado improcedente o recurso c confirmado
contribuições municipaes que teve a seu cargo em 1900; o despacho recorrido;
mas Mostra sc (requerimento a fl. 30) recorrer o sub-dele-
Considerando que durante o largo periodo cm que o re- gado dc saude para este Supremo Tribunal, e seguir o
corrente exerceu as funcções de amanuense da camara re- processo seus termos regulares :
corrida nunca soffrcu a mais leve admoestação, como está O que tudo visto e ponderado, c a resposta do Ministe-
documentado, e attesta o proprio chefe da secretaria no rio Publico;
sou depoimento de testemunha de aceusação, deveria em Considerando que os delegados e sub-delegados de saude
tal caso, quando muito, ser feita ao recorrente uma sim- só podem recorrer nos processos respeitantes a estabeleci-
ples advertcncia: mentos de l . a e 2. a classe, pois que, pelo regulamento de
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, 24 do dezembro de 1901, são naquelles processos os dele-
dar provimento ao recurso, revogando a sentença recor- gados technicos a que se refere o § unico do artigo 14.°
rida e annullando a deliberação camararia da que sc re- do decreto de 21 de outubro de 1863;
correu. Considerando que neste processo se trata de um estabe-
O Ministro e Secretario dc Estado dos Negocios do lecimento de 3. a classe, e os delegados e subdelegados só
Reino assim o tenha, entendido e faça executar. Paco, em teem competencia para informar (artigo '74.°, n.° 16.°, do
23 de janeiro de 190õ. = • REI. — Antonio Augusto Pe- regulamento de 24 de dezembro de 1901);
reira de Miranda. Considerando que o artigo Õ0.° do regulamento de 24
D. (lo U. 11." 21, (lo 2G dc. janeiro (le lDOó. de dezembro de 1901, no n.° 1.°, não dá aos sub-delega-
dos competencia para recorrer contenciosamente nos pro-
cessos de licenças para estabelecimentos industriaes de
3. a classe, e das funcções de que a lei os investe não--se
D i r e c ç ã o G e r a l cle S a u d e e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a póde inferir que são competentes para recorrer quando a
lei não estabelece tal competencia;
1,a Repartição Considerando que os artigos 344.° e 352. 0 do Codigo
Administrativo, se permittem a interposição dos recursos,
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribuna não dão aos sub-delegados competencia para recorrer para
Administrativo acerca do recurso n.° 12:236, em que ó os tribunaes superiores;
recorrente o sub-delegado dc saude da 3. a circunscrição Considerando que a resolução ministerial cle 31 de ou-
sanitaria de Lisboa, e recorrido Narciso Francisco Vaz, e tubro de 1881 nào reconheceu aos sub-delegados compe-
de que foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio tencia para recorrer:
Telles Pereira de Vasconcellos Pimentel: Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
Mostra-se que o recorrido Narciso Francisco Vaz re- rejeitar o recurso por não ser legitima a parte que o in-
quereu alvará de licença de 3. a classe nos termos do de- terpôs.
creto de 2L dc outubro de, 1803, para estabelecer na Tra- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
vessa da Cruz aos Anjos, n.° 2, freguezia, dos Anjos, Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
1." bairro de. Lisboa, uma officina do fundição de met.aes, 23 de janeiro cle 1 9 0 5 . = R E I . = Antonio Augusto Pereira
ligas metallicas; de Miranda.
D. do G. n.° 21, de 20 de janeiro de 1905.
Mostra-se ser ouvido o commando de bombeiros muni-
cipaes, que não encontrou inconveniente cm ser concedida
a licença, resposta a 11. 5, v. ;
Mostra-se ser ouvido o sub-delegado de saude que res-
pondeu a 11. li, dizendo que o predio é improprio para MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
estabelecer a officina de. fundição;
Mostra-so ser enviado de novo o processo ao sub-dele- Direcção Geral das Contribuições Directas
gado para dizer quaes os inconvenientes que a officina
causa á saude publica ; 2.a Repartição
Mostra-se responder o sub-delegado que os inconvenien-
tes são: o calor, por não no poder construir chaminé apro- Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad-
priada para substituir a da cozinha, que aproveitam para, ministrativo acêrca do recurso n.° 11:932, em que ó re-
a tiragem do fumo; o ter o local só 2"',10 do pé direito corrente o Banco Português e Brasileiro, e recorrido o Con-
com pouca ventilação; o fumo do combustivel o do vasa- selho da Direcção Geral das Contribuições Directas, c de
mento dos motaes e da volatilidade de alguns d'elles, e quo foi relator o Conselheiro, vogal extraordinario, D. João
das tintas quando teem de ser pintados; do Alarcão Vellasques Sarmento Osorio ;
Mostra se mandai' o administrador do bairro proceder a O recorrente, tendo sido collectado nos annos de 1893 a
inquerito do eommodo e incommodo, e serem as testemu- 1898 inclusivo, em 20 por cento clc imposto addicional so-
nhas concordes em que nem o calor, nem o fumo as teem bre a contribuição industrial estabelecido pela lei do 30
inconimodado, entendendo estas que, não ha inconveniente de junho clc l s 9 0 , reclamou extraordinariamente para o
que justiiiqiu! a negação da licença pedida; Conselho da Direcção Geral das Contribuições Directas,
Mostra-se ter sido concedida a licença por despacho de com fundamento no disposto no § unico do artigo 2.° da
2 de setembro de 1(103 ; lei de 26 de fevereiro de 1892, que determinou que aquelle
Mostra-se recorrer do despacho o sub delegado do saude addicional para os bancos seria de 15 por cento e não de
com os fundamentos allegados a II. li"); , 20 por cento, pedindo a restituição do que a mais pagou
Mostra-se promover o .Ministerio Publico a concessão de j naquelles annos ;
vista ao delegado dc saude o ao chefe da 3. a circunscrição j Mostra-se que o conselho recorrido não tomou conheci-
dos serviços technicos, respondendo aquelle a 11. 21, e i mento d esta reclamação, por entender que, fundando sc
este a tl. ^'2 v. ; (dia cm erro de calculo do importo, não podia ser materia
iUosira-sc responder o Ministerio Publico a 11. 23 que o dc um recurso extraordinario, nos termos do artigo 219.°,
recurso é improcedente porque es v i / . i n l i o s da fabrica não n." 2.", do regulamento de 16 de julho do 1896, mas sim
só se nào queixam, mas declaram nào "haver inconveniente dc um recurso ordinario como se determina no n.° 2.° do
na concessão da licença ; artigo 201." do mesmo regulamento:
1905 89 Jaiieiro 14
É d'osta decisão que vem o presente recurso: Publicas, Commercio e Industria; taes são: a Caixa de
O que visto, e ouvido o Ministerio Publico; Aposentações c Soccorros dos Caminhos de Ferro do Es-
Considerando quo o recorrente, adegando em seu favor tado, criada por deereto de 31 cle janeiro de 1901, e a
ter sido collectado contra a disposição da lei de 28 de fe- Caixa de Reformas, Subsidios e Pensões do Pessoal dos
vereiro de 1892 com um addicional de 20 por cento em Serviços das Obras Publicas, instituida por decreto de 11
vez de l õ por cento durante os annos de 1893 a 1898, de dezembro dc 1902.
não invocou um erro de calculo, mas sim um lançamento Entende o Governo do Vossa Majestade que a Caixa que
de um addicional sem fundamento legal que o justificasse; se vae estabelecer, alem de preencher um fim altamente
Considerando que nestes termos era cle receber o re- humanitario, representará vantagens para a administração,
curso extraordinario nos termos do artigo 219.°, n.° 2.", do pois que da melhoria na situação economica c moral dos
regulamento de 16 de julho de 1896, não sendo por isso modestos servidores advirá, sem duvida, melhoria no de-
aceeitavel a doutrina do accordão recorrido, como tem sido sempenho das respectivas funcções.
jurisprudência já assente c definitiva por este Supremo Desejava o Governo fazer tambem participar das van-
Tribunal e nomeadamente pelo seu accordão de 24 dc, ju- tagens cPesta Caixa os encarregados do estações telegrapho-
lho do 1901, publicado no Diario do Governo n.° 173, de postaes de 2. a classe, que, por serem empregados estranhos
6 de agosto do. mesmo armo; aos quadros e não terem serventia vitalicia, não gozam cio
E conhecendo da materia do recurso; direito cle aposentação; mas como a lei cle 30 de dezem-
Considerando que effoctivamente a lei cle 28 dc feve- bro de 1901, no que respeita a este assunto, se refere
reiro de 1892, no § unico do artigo 2.°, expressamente es- exclusivamente ao pessoal jornaleiro, não podem os refe-
tabeleceu que o addicional criado pela lei cle 30 de julho ridos empregados ficar ao abrigo cia instituição que se cria.
cle 1890 fosse para os bancos de 15 por cento e não de O Governo reserva se, porem, para opportunamente
20 por cento; promover as providencias que jul«rar mais convenientes,
Considerando que assim, tendo o recorrente sido collec- acêrca dos mesmos empregados, cujos prestimosos servi-
tado durante aquelles annos, não conforme esta lei num ços lhes dào jus a ser devidamente considerados.
addicional de 15 por cento mas de 20 por cento, foi iIle- Esperando que Vossa Majestade gostosamente apoiará
galmente collectado; o pensamento do Governo na regulamentação de uma ins-
Por este motivos: tituição benemerita e tão util, tenho a honra cle submet-
Hei por bem, conformando-me com a presente consulta, ter á sancção de Vossa Majestade o projecto de decreto que
dar provimento no recurso, e revogar o accordão recor- approva o regulamento cia Caixa de Reformas e Soccorros
rido. do Pessoal Jornaleiro dos Serviços Telegrapho-postaes.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- Secretaria cle Estado dos Negocios das Obras Publicas,
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Commercio e Industria, em 23 cle janeiro de 1 9 0 5 . =
23 de janeiro cle 1905. = REI. = Manoel Affonso de Es- Eduardo José Coelho.
pregueira.
D. (lo G. n.° 21, do 26 de janeiro (le 1005.
d) Pensão, em certos casos, ás viuvas e filhos menores tal, devendo um d'elles ser o chefe da l . a Repartição da
dos fallecidos. Direcção Geral dos Correios e Telegraphos, o qual será o
Art. 2.° Os fundos da Caixa serão constituídos: presidente;
1.° Pelas contribuições dos jornaleiros inscritos; b) Por ttm chefe de divisão do quadro dos correios ;
2.° Pela importancia das multas impostas aos mesmos c) Pelo chefe da secção da 9. a Repartição da Direcção
jornaleiros, nos termos regulamentares; Geral de Contabilidade Publica, pela qual corre o serviço
3.° Pelos subsidios que o Governo conceder; de liquidação das despesas dos correios e telegraphos;
4." Por quaesquer rcccitas que, em virtude de disposi- d) Por um official clc qualquer dos quadros, telegrapho-
ção legal, revertam a favor da Caixa; postal ou clos correios, que servirá de secretario.
5.° Pelos donativos ou subsidios que qualquer pessoa Art. 10.° A commissão administrativa terá uma reunião
ou entidade haja por bem conceder; mensal, para tratar de todos os assuntos de administração
6.° Pelo rendimento do capital accumulaclo. que lhe incumbe, e todas as demais extraordinarias que
Art 3.° Os fundos da Caixa dividem-se em permanente se julguem necessarias.
e disponivel: § 1.° De todas as reuniões cla commissão se lavrará
1." O fundo permanente é constituido pela capitaliza- acta, em livro cspccial, da qual constem todas as delibe-
ção das jóias pagas pelos contribuintes, pelo saldo annual rações tomadas, e que será assinada pelo presidente e por
do fundo disponível e por quaesquer quantias provenien- todos os vogaes presentes á sessão.
tes de donativos ou legados; § 2.° As deliberações da commissão são validas pela
2." O fundo disponivel é constituido pelo rendimento maioria de votos dos vogaes presentes á sessão, tendo o
do capital e por todas as outras receitas não especificadas presidente voto de de-sempate.
no numero anterior. Art. 11.° Compete á commissão administrativa:
§ unico. Os fundos da Caixa não poderão ter, em caso 1.° Administrar os rendimentos da Caixa;
algum, destino diverso do quo lhes é attribuido pelo pre- 2.° Emittir parecer sobre os pedidos dc reformas, sub-
sente regulamento, e constituirão propriedade da Caixa sidios e pensões;
ou da instituição por que esta venha a ser substituida. 3.° Liquidar e ordenar o pagamento das pensões de re-
Art. 4.° Os fundos da Caixa, á medida que forem sendo forma ou dc sobrevivencia e bem assim dos subsidios;
capitalizados, serão convertidos cm titulos de divida pu- 4.° Verificar, pelos meios que tiver por mais convenien-
blica, averbados á mesma Caixa. tes, o estado de saude dos contribuintes subsidiados por
§ unico. Todas as despesas e encargos da Caixa serão doença e a existencia dos reformados e pensionistas;
custeados exclusivamente pelo fundo disponível. 5.° Propor ao Governo, por intermedio da Direcção
Geral dos Correios e Telegraphos, o que tiver por con-
CAPITULO H veniente para o bom e devido funccionamento da Caixa,
t em quaesquer casos não previstos no presente regula-
Contribuintes e seus deveres mento ;
Art. 5.° Os empregados jornaleiros a que sc refere o 6.° Ter devidamente escriturada e em dia a receita e a
artigo 1." são os seguintes: despesa da Caixa, e organizar as contas dos contribuintes
a) Telephonistas; e os cadastros dos reformados e pensionistas;
b) M achinistas telegraphicos; 7.° Elaborar no fim de cada anno economico um rela-
0) Cabos cle guarclas-tios ; torio circunstanciado do movimento e estado da Caixa, que
d) Guardas-fios jornaleiros; será' presente ao Governo, por intermedio da Direcção
e) Boletineiros jornaleiros ; Geral dos Correios e Telegraphos, até 31 de dezembro de
/') Distribuidores jornaleiros; cada anno, e publicado no Diario do Governo.
fl) Distribuidores ruraes jornaleiros ; Art. 12.° Compete especialmente ao presidente cia com-
h) Serventes; missão administrativa:
1) Quaesquer outros jornaleiros. 1.° Convocá-la extraordinariamente quando o julgar ne-
Art. 0.° A inscrição como contribuinte da Caixa é obri- cessário, ou quando assim for pedido por tres dos seus
gatória para todos os jornaleiros effectivos, qualquer que vogaes;
seja a cl asso a quo pertençam. 2.° Regular c dirigir a discussão dos assuntos a tratar;
Art. 7.° Os jornaleiros inscritos são obrigados a contri- 3.° Assinar as actas e toda a correspondencia da com-
buir até a data da. reforma: missão c rubricar as folhas cle todos os livros da Caixa;
1.° Com uma joia igual á importancia de trinta dias do 4.° Assinar com o secretario os titulos de reforma, sub-
jornal effectivo, pagavel em trinta prestações mensaes; sidio ou pensão;
2." Com uma joia supplementar igual á differença de 5.° Assinar com o secretario os cheques e guias para
salario mensal, quando tenha havido aumento cVcstc, a levantamento ou deposito especial de fundos, os recibos
qual será paga no mes immediato aquelle em que o mes- dc juros de fundos publicos c todos os pertcnccs ou en-
mo aumento se tenha dado. dossos de papeis de credito.
Com uma quota mensal igual a um dia clc jornal. Art. 13.° Aos vogaes compete assistir ás sessões da
tj unico. As importancias das jóias o quotas serão es- commissão, emittir voto sobro todos os assuntos submetti-
crituradas cm conta individual a cada contribuinte. dos á sua apreciação, assinar as actas das sessões a que
Art. S.° Os jornaleiros suspensos, e no gozo do licença assistirem e os relatorios annuaes.
por tempo superior a trinta dias, são dispensados do pa- Art. 14.° O secretario terá a seu cargo as actas das
gamento das quotas c perdem para todos os effeitos o sessões e todo o expediente e escrituração da Caixa, e as-
tempo que permanecerem nas referidas situações. sinará com o presidente os documentos de que tratam os
n."s 4.° c 5.° do artigo 12.°, bem como os relatorios an-
CAPITULO III nuaes.
Art. lõ." O presidente da commissão administrativa
Adininistraçilo
será substituído nos seus impedimentos pelo vogal mais
Art. 9." A administração da Caixa c confiada a uma graduado^ ou mais antigo; os vogaes pelos funccionarios
commissão administrativa nomeada pelo Ministro sobre que interinamente os substituirem nos respectivos cargos
proposta do director geral des Correios e Telegraphos, a officiaes, c o secretario por um empregado da mesma ca-
qual será constituida: tegoria que a Direcção Geral dos Correios o Telegraphos
a) Por dois chefes de divisão do quadro telegrapho-pos- nomear.
1905 74 Fevereiro '24
Art. 16.° As funcções de presidente e vogaes da com- ou o recibo visado pelo chefe clc serviço que tiver visado
missão administrativa serão exercidas cumulativamente a correspondente folha de pagamento.
com qualquer outra commissão de serviço, e não dão di- § 3.° Quando o visto ou reconhecimento não seja ap-
reito a nenhuma remuneração especial, salvo o disposto posto na presença do interessado, poderá exigir-se que o
no § unico do artigo seguinte. recibo seja acompanhado dc attestado do vida. passado
Art. 17.° Para o serviço do expediente nomeará a Di- pelo respectivo parocho.
recção Geral, sobre proposta da commissão, o pessoal indis- § 4.° Os delegados do thesouro mandarão escriturar
pensavel, o qual poderá ser escolhido entre os empregados os pagamentos feitos nos termos do presente regulamento,
aposentados dos quadros telegrapho-postal e dos correios. em conta de transferencia de fundos para as caixas cen-
§ unico. Tanto as verbas para pagamento d'cstes em- traes do Ministerio cia Fazenda, c enviarão os recibos res-
pregados, como de uma gratificação ao vogal secretario, pectivos, com as competentes guias de transferencia, á
serão abonadas pelo fundo disponivel. Direcção Geral da Thesouraria, onde, e só então, serão
Art. 18.° O dinheiro pertencente á Caixa será depo- escriturados na conta cia Caixa Geral de Depositos.
sitado na Caixa Geral de Depositos e ahi vencerá o juro § 5.° A Direcção Geral cia Thesouraria enviará men-
concedido aos depositos voluntários. salmente á commissão administrativa cia Caixa dc Refor-
Art. 19.° A cobrança das jóias e quotas de que trata o mas e Soccorros todos os recibos pagos de conta da mes-
artigo 6.° e bem assim das multas, a que se refere o ma Caixa, para quo a referida commissão proceda á con-
n.° 2.° do artigo 2.°, será feita por deducção nas folhas ferencia d'esses documentos e expeça á Caixa Geral de
dos vencimentos e inscrita em columna especial, sob a epi- Depositos os avisos de conformidade.
graphe Caixa de Reformas e Soccorros. § 6.° A Direcção Geral da Thesouraria o os delegados
§ 1.° As folhas dos vencimentos serão acompanhadas do thesouro enviarão mensalmento á commissão adminis-
de uma relação nominal, em duplicado, dos jornaleiros a trativa da Caixa uma nota das quantias recebidas no mês
quem são feitos os descontos de que trata o presente ar- anterior de conta da mesma Caixa.
tigo, com a indicação da respectiva importancia. A Repar-
tição da Direcção Geral dos Correios e Telegraphos que C A P I T U L O IV
fizer a verificação das folhas remetterá uma das relações,
Reformas
depois de conferidas, á commissão administrativa da Caixa,
e a outra com a respectiva folha de vencimentos, á 9. a Re- Art. 23.° Os jornaleiros contribuintes da Caixa terão
partição da Direcção Geral da Contabilidade Publica. direito a reforma ordinaria e extraordinaria.
§ 2.° As notas dos descontos a que se refere o para- Art. 24.° São condições indispensaveis para obter a re-
grapho anterior, serão organizadas nas secretarias cios forma ordinaria:
serviços a que pertençam os contribuintes. 1.° Sessenta annos cle idade é trinta dc serviço effectivo
Art. 2U.° As importancias dos descontos dc que trata o nos correios ou telegraphos;
artigo precedente serão escrituradas pelas repartições de 2.° Absoluta impossibilidade physica ou moral de con-
fazenda por onde correrem os processos de pagamento, tinuar na actividade;
em conta de deposito na Caixa Geral de Depositos, á or- 3.° Contribuição durante dez annos, pelo menos, com
dem da commissão administrativa da Caixa cle Reformas a respectiva quota para esta Caixa.
e Soccorros do Pessoal Jornaleiro dos Serviços Telegra- § l.° Na contagem do tempo dc serviço não são consi-
pho-postaes. derados os dias de suspensão, de faltas não justificadas,
Art. 21.° Os documentos para pagamento cle subsidios, nem de licença por mais de trinta dias cm cada anno, e
pensões de reforma e pensões do sobrevivencia aos con- a fracção de anno superior a seis meses contar-sc-ha como
tribuintes cla Caixa ou seus herdeiros serão processados um anno completo.
nas secretarias dos serviços a que os interessados perten- § 2.° A impossibilidade physica ou moral é verificada
çam quando se der o facto que determine o subsidio ou pelo exame de dois facultativos nomeados pela Direcção
pensão, e remettidos pelos respectivos chefes á commissão Geral dos Correios e Telegraphos e informação fundamen-
administrativa da Caixa. t tada do chefe do serviço a que pertença o jornaleiro a re-
§ 1.° As folhas mensaes de pagamento serão processa- formar.
das nas mesmas secretarias, em duplicado e por conce- Art. 25.° A reforma extraordinaria é concedida:
lhos, segundo o modelo que estiver estabelecido, e, depois 1.° Ao jornaleiro que, contando quarenta annos de idade
de visadas pelo respectivo chefe, serão enviadas até o dia e quinze de serviço nos correios ou telegraphos, se im-
25 de cada mês á commissão administrativa da Caixa, possibilite do continuar na actividade por motivo cle doença
para ser ordenado o seu pagamento. não contrahida ou accidente não occorrido no exercicio
§ 2.° Quando por motivo de mudança de residencia dos das suas funcções
9 1;
interessados, ou por conveniencia cio serviço, for neces- 2.° Ao que, tendo qualquer idade o dez annos de ser-
sário que a respectiva folha de pagamento seja processada viço nos correios ou telegraphos, sc impossibilite cle con-
em outra secretaria, o presidente cia commissão adminis- tinuar na actividade cm razão dc molestia contrahida no
trativa assim o communicará. exercicio das suas funcções e por effeito d'cstas;
§ 3.° Os funccionarios a quem competir visar as folhas 3." Ao que, independente cle qualquer outra condição,
de pagamento de subsidios e pensões participarão á com- se impossibilite por desastre que resulte do exercicio das
missão administrativa da Caixa o fallecimento de qualquer suas funcções, por ferimento ou mutilação em combati." ou
subsidiado ou pensionista, logo que do facto tenham co- luta no desempenho do cargo, ou por molestia adquirida
nhecimento. na pratica de algum acto humanitario ou dc dedicação á
Art. 22.° O pagamento dos subsidios e pensões conce- causa publica.
didos pela Caixa será etfectuado directamente aos interes- § 1.° As causas de impossibilidade previstas neste ar-
sados pela Caixa Geral de Depositos e suas delegações tigo são applicaveis as disposições do § 2." do artigo an-
nos dias 10 a 15 do mês seguinte áquellc a que disserem tecedente.
respeito. § 2." Na contagem do tempo dc serviço para a ap-
§ 1.° Os subsidiados e pensionistas, ou os seus legiti- plicação do presente artigo tcr-sc-ha em vista o disposto
mos procuradores, preencherão um recibo, em impresso no g 1." do artigo precedente.
cle modelo estabelecido, que no acto dc cada pagamento § 3.° Nos casos a que se referem os n.°* 1." e 2." cVeste
lhes será entregue para o recebimento do mês seguinte. artigo o interessado deve contar dez annos de contribuinte.
§ 2.° A assinatura deverá ser reconhecida por notário, § 4.° Cessando a impossibilidade c verificado que seja
Janeiro 2-'í 42 19CÕ
osso facto pelo modo indicado no § 2." do artigo antece- I § 5." O direito a receber subsidio por doença cessa
dente, o jornaleiro será restituído á actividade do serviço desde que o contribuinte passe á situação de reformado.
no mesmo logar cm cpie servia anteriormente e na pri- g 6.° Durante o período cle doença as quotas serão des-
meira vaga quo se der. contadas no respectivo subsidio.
Art. 26.° Perde o direito á reforma o jornaleiro demit Art. 35." Os jornaleiros que simularem doença serão
tido ou despedido; porem, sendo rcadmittido, contar-se lia privados pelo espaço de um anno das vautagens conferi-
o tempo dc serviço anterior, se tiver conservado em caixa das pelo presente regulamento, sem interrupção do paga-
a importancia da sua joia c quotas, ou se, t.endo-a rece- mento de quotas e sem prejuizo de outras penas discipli-
bido, a restituir, acrescida com o juro accumulado de 5 por nares.
cento ao anno, por uma só vez ou em prestações. CAPITULO VI
Art. 27.° A pensão da reforma ordinaria será igual a
dois terços do jornal medio que o jornaleiro tiver rece- Subsidio para funeral
bido nos ultimos cinco annos. Art. 36." A Caixa concorrerá com um subsidio para as
Art. 28.° Nas reformas extraordinarias as pensões serão : despesas rlo funeral dos jornaleiros que tenham pelo me-
1." Do um terço do jornal nos casos dos n."s 1." e 2.° do nos dois annos de contribuintes.
artigo 2õ.°, com o aumento de 2 -/o por cento no primeiro § 1.° A importancia do subsidio será igual ao salario
caso e de 1 -/a por cento no segundo, por anno de serviço cle um mês, ou a trinta dias clc jornal effectivo do falle-
alem do minitno ali designado e até o limite do dois terços. cido, não podendo exceder 20;>000 réis.
2." No caso do n.° 3." do artigo 25.°, a pensão será § 2." O subsidio será abonado somente quando se pro-
igual a dois terços cio jornal da actividade. var que o funeral foi effcetuado com a devida decencia, e
§ unico. Para. o abono da pensão de reforma extraordi- póde ser pago á familia do extincto ou a quem lhe tiver
naria, o jornal será calculado pela fórma estabelecida no feito o funeral nas condições exigidas.
artigo 27." § 3.° Nào havendo familia ou quem faça o, funeral, a
Art. 29." Para os effeitos dos dois artigos antecedentes commissão administrativa, se for opportunamente avisada,
só sc considera o jornal lixo, com exclusão cle gratifica- providenciará para que o mesmo se realize por conta da
ções, supplemcntos, ajudas de custo ou outras retribuições Caixa.
accessorias de qualquer natureza. CAPITULO VII
Art. 30." A reforma póde ser concedida a pedido do
interessado ou por determinação da Direcção Geral dos Pensíío (le sobrevivencia
Correios e Telegraphos, independentemente de solicitação Art. 37.° A viuva e os filhos menores de dezoito annos
(1'aquelie, observando se em todo o caso as prescrições do do jornaleiro fallecido em consequência de desastre occor-
§ 2." do artigo 24." riclo no serviço do Estado teem direito a uma pensão igual
§ 1." Em qualquer hypothe.se nenhum despacho de re- á que lhe coubesse nos termos do n.° 3." clo artigo 2õ.°
forma surtirá effeito emquanto não tiver o parecer da se, não havendo sido victima, tivesse comtudo ficado in-
commissão administrativa da Caixa, declarando que ella valido.
cabe dentro das forças do seu fundo disponivel. § 1." Da pensão pertence metade á viuva e a outra me-
§ 2." Os despachos concedendo reformas, nos termos tade aos filhos, para ser por elles repartida em partes
cVeste regulamento, serão publicados por extracto no Dia- iguaes.
rio do Governo. § 2.° Se o fallecido deixar só filhos, haverão estes a
Art. o 1." () jornaleiro reformado perde a respectiva pensão por inteiro; sc nào houver filhos, a pensão perten-
pensão quando seja condemnado cm alguma das penas cerá integralmente á viuva.
maiores estabelecidas na lei penal, ou em qualquer outra § 3." A pensão da viuva cessa quando abandonar os fi-
que importe perda dos direitos politicos. lhos menores ou passar a segundas núpcias.
Art. 32." As pensões de reforma só podem ser penho- § 4.° A pensão dos filhos cessa quando attinjam os de-
radas nos mesmos casos em que o podem sor os salarios zoito annos, ou quando comecem antes cVessa idade a
da actividade. grangear meios de subsistencia ou mudem cle estado.
Art. 33." A pensão de reforma não podo ser accumu- § 5.° A pensão, tanto da viuva como dos filhos, cessa
lada com qualquer outra retribuição paga pelos cofres do com o seu fallecimento.
Estado, quando da accumulação resulte quantia igual ou § 6.° A viuva só terá direito á pensão quando provar
superior ao salário da actividade. que mantinha a constancia do matrimonio á data do falle-
cimento do marido.
CAPITULO V § 7.° Não terá direito á pensão, ou perdê-la-ha se já a
receber, o herdeiro cujo mau comportamento for provado.
Subsidio na doença
Art. 38." São applicaveis á pensão de sobrevivencia as
Art. 34." No caso de doença, os contribuintes da Caixa disposições dos artigos 31.° e 32.°
vencerão um subsidio, que será regulado pela seguinte
forma: CAPITULO VIII
1." Ao quo tiver mais de um anno o menos do cinco de
Disposições geraes
contribuinte, será abonado um subsidio diario correspon-
dente a metade do respectivo jornal; Art. 39.° Perde o direito a todas as vantagens conferi-
2." Ao que tiver mais de cinco annos do contribuinte, das pela Caixa e bem assim á restituição das quantias com
será abonado um subsidio diario correspondente a tres que para ella tenha contribuído, qualquer que seja o seu
quartos do respectivo jornal. tempo de serviço, o contribuinte demittido ou despedido
£ 1." O subsidio a que sc refere este artigo só póde por facto criminoso, como tal julgado pelo Codigo Penal,
ser concedido quando a doença for considerada justifi- ou por motivo cle comportamento irregular ou faltas com-
cada. mettidas em serviço.
ij 2." O subsidio não poderá ultrapassar noventa dias, Art. 40.° O jornaleiro despedido em consequência de
seguidos ou interpoUados, em cada anno. suppressão do logar ou reducção de quadros ou cle pessoal
g 3." A doença até tres dias nào dá direito a subsidio, (em direito a haver a importancia da joia e quotas com que
ij 4." ('s jornaleiros ao abrigo do disposto no artigo ^8." tiver contribuído, sem acréscimo de juro e deduzindo-so a
do decreto de 30 de dezembro de 1901 nãi? receberão importancia de qualquer subsidio quo tenha recebido.
subsidio por doença. § 1.° Igual direito é conferido ao contribuinte que se
1905 43 Jaiieiro 14
impossibilitar antes de completos dez annos de serviço, e cidadão se dê publico testemunho de louvor e applauso
não esteja nos casos do n.° 3.° do artigo 25.° d'estc regu- que merece pelo seu patriotico procedimento e que se ins-
lamento. creva o seu nome no referido edificio escolar.
§ 2.° A disposição do presente artigo e do paragrapbo Paço, em 23 de janeiio de 1905. = Antonio Augusto
anterior só se tornará effectiva quando a restituição, que Pereira de Miranda.
D. do Q n.° 2.1, de. 31 de janeiro do 1905.
será feita pelas forças do fundo disponivel, for requerida
no prazo de sessenta dias, contados da data em que o
contribuinte deixar o serviço dos correios e telegraphos.
Art. 41.° Fóra dos casos previstos no artigo anterior e
seus paragraphos nenhuma restituição total ou parcial MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
será concedida.
Art. 42.° Quaesquer declarações falsas ou tentativas D i r e c ç ã o Geral do U l t r a m a r
para receber indevidamente da Caixa qualquer das vanta-
gens e regalias que ella póde conferir serão punidas nos l. a Repartição
termos do Codigo Penal, quando para o caso não esteja
comminada a pena respectiva no presente regulamento. 1." SccçiJo
Art. 43.° A commissão administrativa colherá dos che-
Attendendo ao que 111c representou o governador ge-
fes de serviços dos correios e de telegraphos e das auto-
ral da provincia de Moçambique:
ridades administrativas todos os elementos de informação
Considerando que o decreto com força de lei de 28 de
que julgar necessarios para a boa applicação dos subsi-
dezembro de 1903 transferiu para o commissario do corpo
dios e pensões de que tratam os artigos 34.° a 37.°, e po-
de policia de Lourenço Marques a instrucção e julgamento
derá exigir aos interessados todos os documentos de que
de alguns delictos e contravenções que dantes competiam
precisar para exercer uma efficaz fiscalização e obstar a
aos juizes de direito da respectiva comarca, mas não lhe
qualquer tentativa de abuso.
arbitrou nem ao seu escrivão quaesquer emolumentos pe-
los actos praticados no desempenho d'este serviço;
CAPITULO IX
Tendo ouvido a Junta Consultiva do Ultramar e o Con-
Disposições transitórias selho do Ministros; e
Usando da autorização concedida ao Governo pelo § 1.°
Art. 44.° Os actuaes jornaleiros que contem pelo me
do artigo 15.° do Primeiro Acto Addicional á Carta Cons-
nos dez annos de serviço effectivo nos correios ou tele-
titucional da Monarchia:
graphos serão dispensados do pagamento de metade da
Hei por bem decretar o seguinte:
joia estipulada no n.° 1.° do artigo 7.°, mas ficam obriga
Artigo 1.° Ao commissario de policia do Lourenço Mar-
dos a pagar integralmente a joia supplementar a que se
ques e ao sen escrivão competem os emolumentos a que
refere o n.° 2." do mesmo artigo, quando obtenham pro-
teem direito, na parto respectiva, os juizes de direito e os
moção ou aumento de salario.
seus escrivães, segundo a tabella approvada pela lei de
Art. 45.° Os actuaes jornaleiros poderão obter a re-
13 de maio de 189(5, em vigor no ultramar por força do
forma ordinaria ou extraordinaria, embora não tenham o
disposto no artigo 158." do regulamento de 20 de feve-
tempo de contribuintes exigido no n.° 3.° do artigo 24.°
reiro de 1894.
e no § 3.° do artigo 2õ.°, logo quo satisfaçam ás outras
condições exigidas nos mesmos artigos. Art. 2." Fica revogada a legislação em contrario.
§ unico. O s contribuintes r e f o r m a d o s n a s c o n d i ç õ e s O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios da Ma-
d'este artigo ficam sujeitos a c o m p l e t a r a i m p o r t a n c i a da rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça. execu-
j o i a e d a s quotas q u e lhes faltar a p a g a r , a qual será de- tar. Paço, cm 23 de janeiro de 1905. R EI. = Manoel
d u z i d a nas r e s p e c t i v a s p e n s õ e s . Antonio Moreira Júnior.
1>. do o . li." 25, (le 31 dc janeiro (le 1905.
Art. 46.° O presente regulamento terá execução a con-
tar de 1 de abril do corrente anno.
Art. 47.° A commissão administrativa formulará as ins-
trucções que forem necessarias para a execução d'este re- Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
gulamento, submettendo-as á approvação do Governo por Administrativo acêrca do recurso n.° 12:308, cm que é
intermedio da Direcção Geral dos Correios e Telegraphos. recorrente Raiu Naique, morador em Betim, e recorrido
Paço, em 23 de janeiro de 1905. = Eduardo José Coelho. o governador geral do Estado da India; c de que foi re-
D. do G. n.° 23, do 28 do janeiro de 1905. .
lator o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio Telles Pereira
de Vasconcellos Pimentel:
Mostra-se que o recorrente Raiu Naique pediu ao re-
corrido (petição de fl. 3) que tornasse livre o transito 110
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO rio, ou passagem dc uma para outra margem, allegando
que os antepassados do recorrente e seus vizinhos, vindos
D i r e c ç ã o Geral de A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e Civil ha séculos de diversos pontos da provincia, reuniram-sc
no logar cle Betim, onde fundaram uma pequena colonia,
2.a Repartição destinada unica o exclusivamente ao mester de marinha-
gem de tonas tambem destinadas especialmente á traves-
Tendo chegado ao conhecimento de Sua Majestade El- sia de gente de uma margem a outra, a qualquer hora do
Rei que o benemerito cidadão Jose Gonçalves Guimarães dia e da noite, ganhando nisso o indispensavel para o seu
offereceu a quantia de 1:500,->000 réis para a construc- alimento: que a traves.'ia foi desde longa data proprieda-
ção de um edificio destinado a escola primaria do sexo de, ao principio do Estado e depois dos municipios das
masculino dá freguesia de Guilhofrei, concelho dc Viei- ilhas e de Bardez, c o seu serviço era arrematado entrando
ra, c bem assim o terreno necessário para essa construc- o seu producto nos respectivos cofres •
ção ; Allega mais que se introduziram ha annos nos rios de
Considerando quanto é justo galardoar estas generosas Goa as lanchas a vapor e a empresa Nachinolcnr fazia essa
iniciativas que tão effieazmente contribuem para o pro- travessia, que cessou com o ultimo desastre dc 3 de de-
gresso do país: zembro de 1901;
Manda o mesmo Augusto Senhor que aquelle prestante O recorrente e vizinhos acudiram á travessia até que a
Janeiro '23 44 1905
Companhia Shepherd d'ella tomou conta, mas essa com- 4.a Repartição
panhia tambem cessou a travessia na referida passagem, e
tendo o serviço ido á praça o recorrente e vizinhos o ar- 1." Secção
remataram por 4UO rupias ao anno, dcclarando-se no con-
trato dc arrematação que era livre ao Governo o estabe- Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad-
lecer a passagem per barcas a vapor, caso em quo cessaria ministrativo acêrca do recurso n.° 11:449, em que é re-
a passagem por tonas; e c.om effeito o recorrente e vizi- corrente, Francisco José Dinis, e recorrido, Joaquim Pedro
nhos foram intimados no dia 21 de maio proximo passado Tavares de Pina Rollo:
da cessação da passagem por tonas, visto o Governo ter Mostra-se que o recurso vem do decreto de 31 de ja-
feito contrato com a Companhia Shepherd, para estabele- neiro de 1901, que promoveu ao posto ele major do exer-
cer as lanchas a vapor; cito do uitramar o capitão Joaquim Pedro Tavares de Pina
Mostra-se pedir o recorrente c seus vizinhos ao gover- Rollo, preterindo o recorrente que era mais antigo tres
nador recorrido que declare que é livre para estes trans- meses e seis dias no posto cle tenente, com offensa clo ar-
portarem os particulares de uma para a outra margem, tigo 2.° cio decreto de 4 de agosto de 1898, segundo o qual
sem serem obrigados a pagar por esse facto o nanho, que são condições para a promoção a maior antiguidade no
a companhia concessionaria exige; posto anterior, bom comportamento civil e militar, aptidão
Mostra-se que o governador, por despacho de õ de ju- profissional e physica;
nho de 1004, declarou que o transporte de passageiros e Allega o recorrente:
carga de, Pangim a Betim c a Verem é livre como toda a Q,ue a maior antiguidade no posto de tenente está de-
navegação fluvial para quaesquer proprietarios de embar- monstrada pelos decretos das promoções;
cações, comtanto que, se respeitem os direitos do Estado Que as informações archivadas na respectiva repartição
ou dos municipios ás rendas das suas passagens. do Ministerio do Ultramar attestam o seu bom comporta-
As de Pangim a Betim e Verem, constituindo renda do mento ;
Estado, são para este cobradas por contrato de 18 de maio Que a sua aptidão profissional se prova pelo tirocinio
de 1904 pela Companhia Shepherd, e regulam-se por le- que fez no batalhão de caçadores n.° 2, cujo resultado
gislação especial, com que tem de ir harmonizar a intelli- consta tambem cTaquella repartição; e
gencia da portaria regia de õ do agosto de 1899; Que pela inspecção da junta de saude, a que foi sub-
Mostra-se que, do despacho do governador vem este re- mettido antes dc fazer tirocinio, se demonstrou a sua apti-
curso (petição clc fl. 6) em que sc pede a revogação do des- dão physica;
pacho declarando livro a navegação e travessia no rio Man- Da informação que acompanhou a petição do recurso,
dovy do Pangim a Betim e Verem e determinar que por assinada pelo respectivo chefe cia repartição do Ministerio
essa travessia se não exija o nanho aos passageiros, que não da Marinha e Ultramar consta que o recorrente foi, em 25
queiram utilizar-sc das lanchas do empresário contratado de março de 1877, castigado com seis meses de inactivi-
para a passagem de uma a outra margem do Mandovy; dade pelo seu irregular comportamento e repetidas faltas
Mostra-se seguir o processo seus termos e responder o no serviço;
Ministerio Publico a 11. 28 v.: — que, por accordão da Junta de Justiça da provincia
O que tudo visto c ponderado ; de Moçambique, foi condemnado a ser expulso do exercito
Considerando (pie o recorrente nas suas allegações re- por estar incurso no artigo 28.° dos de guerra;
conhece que o Estado o os municipios teem direito á tra- — que esse accordão declara que está plenamente pro-
vessia e á renda, que cPella advém, e confessam quo sem- vado ter o reu feito descontos não autorizados a uma praça
pre a pagaram ao Governo, até que esto se lembrou de da sua companhia, não lhe entregando os artigos para que
estabelecer uma carreira cle lanchas a vapor; os descontos tinham sido feitos, ou a correspondente im-
Considerando quo, confessado o direito que ao Governo portancia, nem depositando esta no conselho administrati-
assiste de receber as rendas, ninguém lhe poderá contestar vo, e restituindo-a só depois de intimado;
o modo de as receber procurando obter o meio mais fácil c — que o mesmo recorrente entregou ao conselho admi-
lucrativo, c assim o contrato com a Companhia Shepherd nistrativo uma relação de massas para fardamento respec-
de 18 cle maio de 1904 pelo qual a companhia ó obrigada tiva á companhia que commandava, com a somma errada
a pagar ao Governo a quantia de 100 rupias por mês; para menos em relação aos descontos feitos, desfalcando
Considerando que a Companhia Shepherd, por força do assim o cofre do referido conselho ;
contrato do adjudicação, recebe legitimamente o nanho — que, por carta de lei de 22 cle agosto de 1887, foi o
que, ao Governo pertencia receber, portaria de 10 cle ju- Governo autorizado a reintegrar o recorrente no posto que
lho de 1891 : tinha á data da demissão, tendo voltado ao serviço da
Considerando quo desde o tempo das conquistas a renda guarnição da provincia de Moçambique por decreto de 25
das passagens das artérias fluviaes dc Goa constituíam ilo mesmo mês e anno;
receita do listado, até que o decreto de 10 de abril de — que, sondo a demissão dada ao recorrente por mo-
1891 mandou pôr em execução na parte applicavel a lei tivo da sentença conclemnatoria, parece que só um acto
de 29 de maio de 1843, que no artigo 1." determina que tio poder moderador ou a revisão do processo o poderá
sejam entregues, ás respectivas municipalidades, as pas- rehabilitar;
sagens que nào estejam comprehendidas no systema geral de — que apesar d'isso elle foi reintegrado no serviço em
com>iiii»!c<rç~:'s internas a cargo do Governo ; virtude cle uma disposição legal, e incluído na escala clc.
Considerando que as passagens de Pangim a Betim e accesso dos officiaes do quadro de Moçambique, mas como
Verem e vice-versa ficaram comprehendidas no systema para o exercicio cio posto de major, que lhe pertencia, são
geral do communicações internas a cargo do Governo, indi spcnsaveis qualidades de honestidade, de caracter e de
portaria de 10 de julho do 1891: aptidão que um tribunal superior lhe negou, fôra por essa
liei por bem, conformando-me com a mesma consulta, razão excluído da promoção;
negar provimento no recurso e confirmar o despacho re- Tendo sido pedida nova informação ao Ministerio da
corrido para todos os effeitos. Marinha c Ultramar, enviou este quatorzo copias das in-
O Ministro o Secretario de Estado dos Negocios da Ma- formações annuaes relativas ao recorrente, que estão jun-
rinha e Ultramar, assim o tenha entendido e faça execu- tas ao processo.
tar. Paço, em 2)! de janeiro de 190;"). == REI. = Manoel Foi mandado ouvir o recorrido, que, em 7 de agosto de
^bifonío Moreira Júnior. j 1901, respondeu que nada tinha a dizer, por isso que as
O. 1!i) Cl. li.1' iU: ;)l do janeiro de 1ÍRV>.
I promoções são feitas pela repartição competente.
1905 78 Fevereiro '24
O recorrente minutou a fl. 48, sustentando largamente botagem das possessões ultramarinas portuguesas e bem
os fundamentos do recurso: assim a de longo curso que faz escala pelos portos das
O que tudo visto e ouvido o Ministerio Publico ; mesmas possessões; o attendendo ao que me representou o
Considerando que nos termos do artigo 2.° do decreto Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Marinha
de 4 de agosto de 1898, vigente ao tempo da promoção e Ultramar:
de que se trata, as condições geraes para a promoção dos Usando da autorização que mo confere o § 1." do ar-
officiaes combatentes desde o posto de alferes até o de tigo 15.° do 1.® Acto Addicional á Carta Constitucional
tenente-coronel são a maior antiguidade no posto ante- da Monarchia e tendo ouvido a Junta Consultiva do Ultra-
rior, bom comportamento civil e militar, aptidão profissio- mar e o Conselho cle Ministros:
nal e physica; Hei por bem decretar o seguinte:
Considerando que pelos documentos com que o recor- Artigo 1.° Os navios mercantes nacionaes com registo
rente instruiu a sua petição, e pelas informações annuaes nos portos do continente do reino, ilhas adjacentes o pos-
enviadas pelo Ministerio da Marinha, se prova que o re- sessões ultramarinas são comprehendidos nas classes cle
corrente satisfez a todas as mencionadas condições ; longo curso de grande cabotagem e de pequena cabotagem.
Considerando que posteriormente ao accordão da Junta § 1.° São de longo curso os navios aprestados e equi-
cle Justiça de Moçambique cle 22 de outubro de 1878, que, pados para a navegação do alto mar, cm conformidade
em desacordo com o conselho de guerra que o absolvera com as disposições do regulamento da^ capitanias dos por-
das accusações que lhe eram feitas, o mandou expulsar do tos do reino e ilhas adjacentes cle 1 dc dezembro de 1892.
exercito, foi autorizada a sua reintegração no posto que § 2.° São de grande cabotagem os navios que sc desti-
occupava ao tempo da demissão, pela lei clc 22 de agosto nem á navegação das zonas definidas pelo artigo 3.°,
cle 1887, e foi effectivãmente reintegrado no posto cle te- tenclo pelo menos um official de navegação e dois machi-
nente, e incluído na escala de accesso dos officiaes, e mais nistas dc longo curso, se forem movidos a vapor.
tarde promovido ao posto de capitão ; § 3.° São de pequena cabotagem as embarcações que
Considerando que em vista cVestes factos e das informa- sc destinem á navegação dentro das zonas definidas pelo
ções que abonam o bom procedimento civil e militar do artigo 4.°, sob a direcção dc um mestre habilitado e tendo
recorrente, depois da sua reintegração, não póde attri- um machinista de longo curso ou fluvial, se forem movidos
buir-se ao accordão anterior da Junta cle Justiça de Mo- a vapor.
çambique força bastante para invalidar com prejuizo dos § 4.° Os navios de recreio para navegação dc longo
direitos por elle adquiridos as disposições da lei de 22 cle curso, ou destinados a navegar dentro das zonas em que
agosto de 1887, e os actos que em seu cumprimento fo- póde effectuar-se a navegação de cabotagem, serão, para
ram praticados: os effeitos de legislação e fiscalização maritima, equipara-
liei por bem, conformando-me com a mesma consulta, dos respectivamente aos navios memintes destinados a
dar provimento no recurso, para o effeito de ser o recor- viagens de longo curso, dc grande ou cle pequena cabo-
rente promovido ao posto de major, contando-se-lhe a an- tagem.
tiguidade desde 31 cle janeiro de 1901. § 5.° As embarcações destinadas á pesca no mar cle
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Larache são equiparadas aos navios empregados na pe-
Marinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe- quena cabotagem.
cutar. Paço, em 23 de janeiro do 1905. = REI. = Manoel Art. 2.° As embarcações que forem destinadas ao tra-
Antonio Moreira Júnior. fego nos portos e rios, ou ;í pesca nas aguas territoriaes
D. do G. 11." 25, do 31 de janeiro do 11)05. do continente, ilhas adjacentes e possessões ultramarinas,
constituirão a classe denominada de t r a f e g o local, regu-
lando-se o seu registo e matricula do pessoal nos termos
do titulo iv, capitulo I do regulamento das capitanias, dc
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA 1 de dezembro de 1892.
Art. 3.° As zonas marítimas dentro das quaes as em-
Direcção Geral barcações com registo nas capitanias dos portos abaixo in-
dicadas poderão fazer a navegação cle grande cabotagem
4.a Repartição são as seguintes:
a) No continente, do reino e ilha cia Madeira. — A area
Em conformidade com as disposições da carta de lei de delimitada a leste pela linha que vae de Palamos á Ilha
28 de junho de 1880 : hei por bem determinar que se pa- Minorca e desta a Argel, seguindo áo longo da costa dc
gue o subsidio mensal cle 3$000 róis a D. Maria de Jesus Africa para oeste e sul até o parallelo do Cabo Bojador,
Carreira Telles de Faria e a sua filha D. Gertrudes Vic- correndo neste parallelo até o meridiano mais occidental
toria Telles de Faria. da Ilha de Ferro, que contornará por oeste, dirigindo-se
O Ministro o Secretario de Estado dos negocios cla Guerra depois a contornar para oeste a Ilha da Madeira, cle onde
assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 23 de se dirigirá directamente ao Cabo de Finisterra, e em se-
janeiro de 1905. = REI. = Sebastião Custodio de Sousa guida ao longo da costa de Espanha até Bayonnu.
Telles.
D. do O. n.° -13, de 22 de fevereiro de 1005. b) Nas Ilhas (los Açores. — O mar do archipelago d'estc
nome comprehendido entre os meridianos e parallclos en-
volventes das ilhas dos grupos occidental c oriental do
archipelago, incluindo todas as ilhas.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR c) Nas Ilhas cle Cabo Verde e chi Guiné. — A area com-
prehendida pela linha que, envolvendo a Ilha de Santo
D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r Antão, segue pelo meridiano mais occidental d'esta ilha
até o parallelo mais sul da Ilha Brava e do cruzamento
2.a Repartição cVeste com aquelle meridiano pela linha que se dirige ao
ponto mais occidental da Serra Leoa, de onde r e g r e s s a
3." Secção para o norte ao longo da costa de Africa até o Cabo
Branco, partindo então para oeste em direcção ao meridiano
Havendo a experiencia demonstrado ser necessário in- acima citado cia Ilha de Santo Antão, a qual fica assim cir-
troduzir algumas modificações no decreto de 4 do junho de cunscrita.
1902, que regula a navegação de grande e pequena ca- d) Nas provincias de Angola e S. Thomé e Principe.—
Janeiro '23 46 1905
A area comprehendida entre o litoral da Africa e a linha 3.° O trafego maritimo entre os portos de cada uma das
que vae desde Herra Leoa até a Bahia da Baleia. possessões portuguesas no Atlântico.
/•) Na provincia dc Moçambique.— A area comprehen- § 1." v\s firmas ou sociedades de navegação que até
dida entre a co»ta oriental de Africa e a costa occidental a presente data tenham exercido sob a bandeira portu-
de Madagascar, limitada ao sul pela linha quo vae do guesa o trafego maritimo a que se refere o presente artigo
Porto Natal ao Gabo de Santa Maria em Madagascar e ao continuam a poder exercê-lo nós demais termos d'esta lei.
norte pela linha que vae de Mombaça a Diogo Soares, tor- § 2.° O trafego maritimo entre os portos da provincia
neando o Gabo de Ambre. de Angola ao norte da foz do Loge e os portos situados
f ) No Estado da India.— A area comprehendida entre ao sul do parallelo de 2°30" sul, comprehendendo os do
a costa do Indostão c a linha que vae de Cabo Monge, estuário do rio Zaire, é facultado em igualdade de- trata-
porto de Carachc ao Cabo Çamorim. mento a todos os navios nacionaes e estrangeiros.
q) Na colonia do Macau.— A area maritima adjacente á Art. 6.° A navegação e o trafego maritimo entre os
costa da China, desde Kueheu a Ilainao. portos das possessões portuguesas a leste do Cabo da Boa
h) No districto de Timor.— A area maritima compre- Esperança e entre estes portos e qualquer dos portos das
hendida entre o Equador e 12" de latitude sul e os meri- possessões portuguesas do Atlântico, das Ilhas cios Açores
dianos centraes dos estreitos de Sonda e de Torres. e Madeira e do continente de Portugal são permittidos a
Art. 4." As zonas marítimas dentro das quaes as em- todos os navios nacionaes e estrangeiros:
barcações com registo nas capitanias dos portos abaixo in- a) Nos portos interiores da provincia de Moçambique,
dicadas poderão fazer a navegação de pequena cabotagem excluindo os do Zambeze, e entre elles e os demais portos
são as seguintes: oceânicos da mesma provincia, o trafego maritimo fica re-
a) Do continente do reino.— A area da faixa maritima servado á cabotagem nacional da provincia.
ao longo e á vista da costa comprehendida entre o Cabo § 1.° Os navios estrangeiros poderão tambem fazer o
finisterra e Alméria., e o Mar Mediterrâneo desde Oran trafego maritimo da grande e da pequena cabotagem en-
até o Estreito dc Gibraltar, com a faixa ao longo da terra tre os portos maritimos de cada uma das possessões por-
que vae de Ceuta ao Mogador. tuguesas a leste clo Cabo da Boa Esperança, sujeitos aos
b) Da Ilha da Madeira.— A area maritima á vista de encargos respectivamente impostos á grande e á pequena
terra, quo circunda o grupo da Madeira e Porto Santo. cabotagem nacional cVessas possessões.
c) l)as ilhas dos Açores.— O mar do archipelago como § 2." A navegação de longo curso a que se refere este
facultado ás embarcações de grande cabotagem, não po- artigo é, quanto a regime fiscal e encargos de porto, assi-
dendo comtudo realizar-se viagem entre qualquer das ilhas milada á navegação de grande cabotagem.
dos grupos central e oriental e as libas das Flores e do § 3.° Continuam em vigor no continente do reino e nas
Corvo. ilhas adjacentes os impostos, franquias e isenções estabe-
d) Das Ilhas de Cabo Verde.— A zona maritima que á lecidos pela actual legislação maritima postal, aduaneira e
vista de terra circunda as ilhas do archipelago. de sanidade, com respeito a navegação e trafego maritimo
e) Da provincia da Guiné.— A zona maritima entre os de que trata este artigo.
rios Casamansa e Nuno, comprehendendo o archipelago de Art. 7.° Os navios estrangeiros que estiverem fazendo
Bijagoz. a navegação a que se refere o artigo anterior nào serSo
/') Da provincia de S. Thomé e Principe.— A area com- admittidos a fazer trafego maritimo entre os portos nacio-
prehendida em uma zona maritima, formando um triangulo, naes situados dentro das zonas de pequena cabotagem at-
que encerra as Ilhas de S. Thomé e do Principe e Libre- tribuidas ás possessões portuguesas do Atlântico, das ilhas
ville, não podendo porem cmpregar-se em viagens entre adjacentes e entre os portos do continente do reino.
estas ilhas e o Gabão as embarcações de arqueação infe- Art. 8." A navegação nacional que for iniciada em qual-
rior a 25 toneladas liquidas. quer porto do continente do reino, das ilhas adjacentes, ou
//) Da provincia de Angola.— A faixa maritima quo á das possessões portuguesas do Atlântico, com destino a
vista da terra se estende desde a foz do Cunene até a do porto ou portos situados fóra da zona maritima attribuida
Massabi. á grande cabotagem do porto de partida, é reservado á
h) Da provincia de Moçambique.— A faixa maritima ao classe designada de longo curso.
longo da cosia da provincia e á vista de terra, compre- § unico. Os impostos c encargos a que fica sujeita a na-
hendida entre a ponta Ouro e a foz do Rovuma. vegação nacional, nos termos d'este artigo, serão os esta-
i ) Do listado da India. — A faixa maritima á vista de belecidos na legislação vigente com respeito á entrada
terra comprehendida entro os parallelos extremos do ter- ein portos do continente do reino e ilhas adjacentes, e por
ritorio dc Goa e encerrando a Ilha de Angediva. saída d'esses portos, e os que constam das tabellas n. os 1,
Poderão tambem as embarcações d'esta classe effectuar 2, 5 e 6, com respeito a entradas nos portos das posses-
viagens entre Damão c Diu, quando a sua arqueação li- sões portuguesas do Atlântico e os da tabella n." 4 por
quida não for inferior a 25 toneladas. saída d'esscs portos.
j ) Da colonia do Macau.—A zona maritima á vista de . Art. 9." Os navios nacionaes de longo curso que fize-
terra comprehendida entre IIong-Kong e a Ilha de San- rem viagens iniciadas nos portos do continente do reino,
cho,au. nos das ilhas adjacentes ou das possessões portuguesas no
I:) Do districto de Timor. — A zona maritima á vista do Atlântico, tendo por escala ou por terminus d'essas via-
terra, circundando a Ilha dc Timor, sendo comprehendida gens portos cle outras possessões portuguesas no Atlânti-
nessa zona a Ilha Cambing. co, serão assimilados aos navios de grande cabotagem da
Art. 5." Continuam reservados á navegação portuguesa, possessão em cujas aguas estiverem, desde que entrem no
quando esta se encontre unica c exclusivamente nas con- primeiro porto nacional cio escala, e devem pagar o im-
dições que derivam do artigo 4." do decreto de 8 de julho posto de tonelagem a que se referem as alineas a) ou c)
de lSliii, para a completa nacionalização dos navios mer- e d) da tabella n.° 1, só na viagem de ida, isto é, uma
cantes : vez em cada porto cle escala, começando do Ambriz para
1." O trafego mari timo entre os portos do continente cio o sul. quando na. provincia d.e Angola. Logo que prosigam
reino, entre estes o os portos do archipelago dos Açores e cm viagem para outro porto nacional, fóra da zona da pe-
entre estes ultimos portos; quena cabotagem, interromper-se-lia o beneficio da refe-
1." O trafego maritimo ontiv as possessões portuguesas rida assimilação, e será retomada a qualificação cle longo
do Atlântico e os portos do continente do reino o das Ilhas curso, com a qual darão entrada no porto visitado.
dos; Açores o Madeira; Art, 10,° Nas viagens de retorno do porto terminus a
1905 47 Jaiieiro 14
que tenham chegado os navios nacionaes de long<5 curso, em que estiverem registados, e a lista dos navios de guerra
nos termos do artigo anterior, continuarão estes assimila- e mercantes da marinha portuguesa.
dos aos navios da grande cabotagem da possessão em que Art. Hi.u As embarcações da classe de pequena cabo-
façam escalas, passando porem a ser considerados cle longo tagem do uitramar são unicamente obrigadas a ter a bordo
curso quando sairem do ultimo porto contido na zona cia o certificado do registo dc propriedade, a licença, para na-
pequena cabotagem d'ossa possessão. Quando no prose- vegação, o rol de matricula da equipagem, o titulo de com-
guimento da viagem vierem a entrar em porto de outra petencia cio mestre, c, quando em viagem, o passe de
possessão nacional poderão fazer dentro das aguas da pe- saída do ultimo porto.
quena cabotagem d'esta possessão as viagens de escala, Art. 17.° Todas as embarcações de trafego maritimo,
que lhes convierem, sendo assimilados á grande cabotagem, nacionaes ou estrangeiras, são obrigadas a tirar na alfan-
perdendo o beneficio da assimilação logo que sairem da dega do porto cio uitramar em quo hajam entrado o passe
area reservada á pequena cabotagem e assim por deante de saída, que será sujeito ao imposto do sêllo, como esta-
atcí o terminas da viagem de retorno. belece a tabella n.° 4.
Art. 11.° Os navios estrangeiros poderão fazer o tra- Art. 18." As embarcações de trafego local e os barcos
fego maritimo entre as possessões portuguesas, com trata- de pesca quo exerçam a industria nas aguas territoriaes
mento igual ao prescrito para os navios nacionaes de longo das possessões ultramarinas são obrigados a ter a bordo
curso. o titulo de licença, o certificado do registo clc propriedade
§ 1.° Não poderão comtudo fazer o trafego entre os por- e o rol da matricula da equipagem. No entanto, as em-
tos de cada uma das possessões portuguesas no Atlântico. barcações que naveguem somente nos portos e rios pode-
§ 2.° E porem facultado aos ditos navios, entrados em rão ser dispensadas cle ter o rol de matricula, quando por
qualquer porto das possessões portuguesas no Atlântico, circunstancias locaes esse rol seja frequentemente alterado.
fazer o trasbordo de toda ou parte da carga que for des- Art. 19.° E autorizado o registo de propriedade nas
tinada para outro ou outros portos da mesma possessão; capitanias dos portos das provincias ultramarinas a todos
mas esse trasbordo somente pocíerá ser feito para navius os navios cle origem estrangeira, podendo os governadores
nacionaes. passar os respectivos passaportes provisores, que imme-
Art. 12.° As embarcações exclusivamente cle policia ma- diatamente serão submettkh s a confirmação superior.
ritima pertencentes ás companhias privilegiadas de Moçam- Art. 20.° O imposto do tonelagem a que ficam sujeitas
bique e clo Nyassa serão assimiladas - nas provincias ul- as embarcações de trafego maritimo que entrarem nos
tramarinas, para o effeito de impostos e encargos, aos portos da Guiné, S. Thomé, Principe, Ambriz e restantes
navios transportes do Estado. Serão porem sujeitas á fis- portos do centro e sul da provincia de Angola, nos da pro-
calização aduaneira como for julgado necessário, e ao re- vincia de Moçambique, com excepção dos que estão sob a
gime da sanidade maritima. administração de companh as privilegiadas, e nos portos
§ unico. As embarcações de trafego maritimo cias cita- cio districto dc Timor o que é, consta da tabella n.° 1.
das companhias são sujeitas nos portos das provincias ul- § unico. São isentas cio pagamento de imposto cle tone-
tramarinas ao regime estabelecido para as embarcações lagem as embarcações:
mercantes nacionaes. a) Registadas em sociedades de recreio legalmente cons-
Art. 13.° O pessoal de conducção de machinas dos na- tituídas e reconhecidas;
vios empregados na grande e pequena cabotagem das pos- b) Dc trafego maritimo, que, por contrato oneroso ou
sessões ultramarinas será, sempre que seja possivel, cons- por effeitos de convénios internacionaes e. de leis especiaes,
tituido na grande cabotagem por machinistas habilitados forem beneficiadas com a isenção;
com a carta de longo curso, e na pequena cabotagem por c) Que, sendo nacionaes ou estrangeiras, se. empreguem
machinistas de longo curso ou de navegação fluvial. exclusivamente nu pesca costeira, as de reboque, as cle
§ unico. Quando não haja machinistas habilitados com boca aberta, qualquer que seja a sua lotação, e as de pe-
a carta cle curso poderão ser matriculados para conducção quena cabotagem, cuja arqueação for inferior a 20 tone-
das machinas os individuos que para este fim forem exa- ladas liquidas;
minados e approvados por um jury composto do capitão ti) Que por arribada forçada entrem nos portos a que
dos portos da possessão e dois machinistas do corpo de se, refere este artigo, quando não façam operações com-
machinistas navaes, requisitados ao navio cle guerra que merciaes ;
estacionar na possessão. A estes individuos, quando appro- e) Quo entrem c saiam em lastro, e as que, havendo
vados, será passado pelo jury um titulo provisorio para entrado carregadas, saiam em lastro para receberem con-
conducção de machinas, valido somente nessa possessão e certo em outro porto, ainda que estrangeiro, eomtanto
durante dois annos. que voltem a receber a mesma carga, ainda em lastro ;
Art. 14. 0 Os mestres clas embarcações de pequena ca- ./') Que, sendo movidas a vapor, entrem para somente
botagem das possessões ultramarinas deverão satisfazer a receberem refrescos e carvão, largar ou receber malas do
um exame dos conhecimentos protissionaes necessarios correio ;
para que possam dirigir, com segurança, a navegação fl) Que entrem e saiam, sein haverem desembarcado
dentro da zona da pequena cabotagem, sendo o exame carga, e, lmvendo-a desembarcado, sejam consideradas
feito perante um jury composto do capitão dos portos da innavegaveis, devendo proceder-se a desmancho;
possessão e dois officiaes de marinha, requisitados ao na- li) Que somente transportem o desembarquem naufra-
vio de guerra que estacionar no porto. Sendo approvados, gos ou quaesquer individuos enviados por ordem dos con-
os mestres receberão um titulo de competencia, passado sules de Portugal ou de outras autoridades locaes;
pelo jury, o qual será valido para o exercicio de funcções i) Que entrem no porto com o fim especial e restricto
dentro da area da pequena cabotagem da possessão. I de receberem mercadorias cle navios que hajam de des-
Art. 15.° As embarcações das classes de longo curso carregar por effeito cle forca maior devidamente compro-
e de grande cabotagem das provincias ultramarinas devem vada ;
ter a bordo todos os livros e papeis determinados no acto j) Que transportem somente met-aes preciosos, cm inoeda
de navegação, um exemplar do Codigo Commercial Por- ou em barra.
tuguês, o Codigo Penal o Disciplinar da Marinha Mer- Art. 21." O imposto dc tonelagem a que ficam sujeitas
cante, o Codigo Internacional de Sinaes de Larkius e as embarcações de trafego maritimo (pie, entrem nos portos
respectivas bandeiras, um exemplar do regulamento cias 1 do archipelago cle Cabo Verde consta da tabella n.° 2.
capitanias dos portos do reino e ilhas adjacentes, o regu- § unico. Sào isentas do imposto de. tonelagem as em-
:::n1 coio d;> capitania cios portos? da. poppe^o iilfvnmnruvi ' l i a r e a e õ e s ;
Janeiro '23 48 1905
1." Que, nos easos expressamente estabelecidos, esti- Art. 25.° Os emolumentos sanitarios devidos no ultra-
verem comprehendidas nas alineas do artigo 20.°; mar pelos navios de trafego maritimo são os que constam
2.° Qfie no porto grande de S. Vicente somente em- da tabella n.° 5.
barquem ou desembarquem passageiros em qualquer nu- Art. 26." Os emolumentos por serviços aduaneiros re-
mero; e nos outros portos da provincia até quatro passa- lativos ao expediente dos navios de trafego maritimo no
geiros, sem distincção de proveniência ou destino, com- ultramar são os que constam da tabella n.° 6.
tanto quo esses navios não façam qualquer operação de Art. 27.° As taxas do imposto do sêllo sobre as licen-
trafego maritimo, embarcando ou desembarcando merca- ças de pequena cabotagem e das embarcações do trafego
dorias ; local, sobre os diplomas de mestres e machinistas e sobre
3.° Que somente embarquem ou desembarquem peque- os passes de saida de todas as classes de embarcações,
nas encommendas, embora estas estejam sujeitas a direitos são os que constam da tabella n.° 4, applicavel somente
aduaneiros, quando o volume total d'essas encommendas no ultramar.
não exceda, por navio, a 5 toneladas métricas; Art. 28.° São mantidas as disposições legaes relativas
4." Da classe de paquetes transatlanticos, que, em virtude a impostos e encargos de navegação, a que não seja feita
do contrato com o Governo Português para o serviço in- expressa referencia neste decreto.
ternacional dos correios, entrem no porto grande de S. Vi- Art. 29.° São igualmentg declaradas mantidas e não
cente, para entregar ou receber malas da correspondencia alteradas todas as clausulas dos tratados internacionaes
postal. Esta isenção somente vigorará no período do res- em vigor, designadamente a do artigo 21.° do tratado cle
pectivo contrato e estes navios serão dispensados de quaes- commercio entre Portugal e Espanha comprehendidos os
quer encargos dc porto, comtanto que não façam opera- respectivos annexos, que se relacionem com a materia
ções de trafego, aproveitando-lhes tambem os benefícios d'este decreto.
das isenções concedidas á navegação cm geral nos respec- Art. 30." O Governo mandará elaborar os regulamen-
tivos termos d'essas isenções; tos necessarios para a execução d'este decreto, inserin-
5.° Que, estando nas condições do n.° 3.°, transportem do-se nesses regulamentos a doutrina das disposições, ora
para o porto grande de 8. Vicente e em qualquer quan- vigentes, que não sejam alteradas ou revogadas por elle.
tidade palha, feno e erva com destino a consumo pelo Art. 31.° Fica revogada a legislação em contrario.
gado existente na ilha. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
Art. 22.° As embarcações de trafego maritimo que en- Marinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe-
trem nos portos da India ficam sujeitas ao imposto de to- cutar. Paço, em 23 de janeiro cle 1905.=; REI. — Manoel
nelagem estabelecido na tabella n.° 3. Antonio Moreira Júnior.
§ 1." São isentas do imposto de tonelagem as embar-
cações : Tabellas a que se refere o decreto d'esta data
a) Comprehendidas nas alineas a), l), e), / ) , li), i), j),
do artigo 20."; TABELLA N.° 1
b) Que façam o trafego cle cabotagem, quando a sua
arqueação for inferior a 10 toneladas; Do imposto de tonelagem nas provincias da Gniné, S. Thomé
c) Que, embora tenham praticado qualquer operação do e Principe, Angola, Moçambique e em Timor
trafego de, mercadorias, sejam condenmadas por innave- C l a s s e cle e m b a r c a ç õ e s
gaveis, sendo obrigadas a desmanchar no porto cle en- A) D e l o u g o c u r s o , de v e l a , por t o n e l a d a de a r q u e a ç ã o li-
trada ; q u i d a e q u i v a l e n t e 2,830 £100
d) Que somente hajam transportado naufragos, presos, B) D e longo curso, movidas a vapor, por tonelada de ar-
queação liquida £050
indigentes, ou quaesquer outros individuos enviados por C) D e l o n g o c u r s o , m o v i d a s a vapor, q u a n d o f s ç a m c a r -
ordem dos consules de Portugal ou outras autoridades lo- r e i r a s r e g u l a r e s e n t r e a m e t r o p o l e e as p r o v i n c i a s
caes ; e as que somente, embarquem ou desembarquem a c i m a i n d i c a d a s , p o r t o n e l a d a d e a r q u e a ç ã o li-
passageiros até o numero cle cinco; quida £020
D) D e g r a n d e c a b o t a g e m , p o r t o n e l a d a d e a r q u e a ç ã o l i -
c) Que façam operações dc carga e descarga, não ex- quida £008
cedendo comtudo qualquer d'estas operações a uma tone- E) D e p e q u e n a c a b o t a g e m , s o m e n t e u m a vez p o r a n n o ,
lada métrica; c o n t a d o da d a t a d e c a d a p a g a m e n t o , p o r t o n e l a d a
f ) Que somente transportem metaes preciosos em moeda liquida £200
ou em barra ;
tj) Que sc empreguem exclusivamente na pesca costeira, TABELLA N.° 2
quer sejam nacionaes ou estrangeiras.
Do imposto de tonelagem na provincia (le Cabo Verde
g 2." Para o effeito das isenções não se reputam ope-
rações dc trafego de mercadorias o desembarque cVestas Classe de embarcações
para se proceder a concerto do que a embarcação careça a) D e l o u g o curso, d e vela, p o r t o n e l a d a de a r q u e a ç ã o li-
ou para saneamento no caso de quarentena ; a venda de q u i d a , e q u i v a l e n t e a 2,830 £050
mercadorias avariadas ou de alguma parte da carga para ó) De l o n g o curso, m o v i d a s a v a p o r , por t o n e l a d a d c a r -
queação liquida £020
custeio das despesas do navio, quando o capitão justifique c) D e l o n g o curso, m o v i d a s a v a p o r , q u a n d o f a ç a m c a r r e i -
não poder por outro modo levantar dinheiro para o indi- ras regulares entre a metropole e a provincia de
cado fim ; a baldeação para outro navio, lios casos cle ar- Cabo V e r d e £010
ribada por força maior, das mercadorias que não possam d) D e g r a n d e c a b o t a g e m d a p r o v i n c i a , p o r t o n e l a d a d e a r -
queação liquida £00G
proseguir com segurança ao seu destino, ou que sejam e) De p e q u e n a c a b o t a g e m , s o m e n t e u m a vez p o r a n n o ,
susceptiveis de deterioração ou perda do valor pelo retar- contado da data de cada pagamento, por tonelada
damento da sua expedição. de arqueação liquida £100
Art. 23." No porto de Macau não serão cobrados o im-
posto de tonelagem, os emolumentos sanitarios e os de ex- TABELLA N.° 3
pediente por serviços aduaneiros. Poderá porem o Go-
Do imposto de tonelagem no Estado da India
verno impor tributação medica pelas licenças para atracar
aos caes e muralha do porto interior. 1.°—No porto de Mormugão
Art 24." Os navios de guerra dc qualquer nacionalidade
a ) E m b a r c a ç õ e s d e q u a l q u e r c l a s s e , p r o c e d e n t e s do m a r
são isentos do pagamento de imposto de tonelagem e de alto, e q u e n ã o t e n h a m t o c a d o n a m e t r o p o l e , c u j a
emolumentos sanitarios em todos os portos nacionaes. a r q u e a ç ã o s e j a i g u a l ou s u p e r i o r a 10 t o n e l a d a s li-
190". 49 .Janeiro '24
D i s t r i c t o de Leiria D i s t r i c t o do F u n c h a l
Alvaiazere 4.° grau Calheta 4.° grau
Ancião » Machico »
Figueiró dos Vinhos » Porto Moniz »
Peniche » Porto Santo »
Pombal d Ponta do Sol »
Porto de Mós » Sant'Anna • »
Santa Cruz »
Districto de Lisboa S. Vicente da Madeira »
Arruda 3.° grau
Azambuja » Paço, em 24 de janeiro do 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho.
o
Barreiro » D. cio G. n.° 22, de 27 de janeiro dc 1905.
Lourinhã »
Sobral de Monte Agraço »
D i s t r i c t o do P o r t o :
E s t r a d a d i s t r i c t a l n.° 39. —
L a n ç o s de Meinedo a S i l -
Tendo sido remettido pelo Ministerio dos Negocios das vares 2:400$ 000
Obras Publicas, Commercio e Industria um projecto do E s t r a d a real n.° 34.— Casaes
Novos a B a r c a de A l v a :
prolongamento do molhe do sul do porto de serviço no R a m a l p a r a a estação de
porto de Leixões, a fim de, em harmonia com o decreto Aregos 20:000£000
de 1 de dezembro de 1887 e mais legislação em vigor, I d e m p a r a a de E r m i d a 5 : 7 0 0 1 0 0 0
serem ouvidas as autoridades de mar: manda Sua Majes E s t r a d a d i s t r i c t a l n.° 8 1 . —
Ca tro D a i r e por E s t e r
tade El-Rei nomear uma commissão, composta do capitão de Cima a Gafanlião, a
de mar e guerra Guilherme Gomes Coelho, capitão de C >mpello e A Moita.— Con-
fragata Josó da Cunha Lima, e capitão-teuente Augusto clusão do lanço de Mosteiro
Ramos da Costa, para emittir a sua opinião em referen- á Ponte 3:000£000
31:100$000
Janeiro 28 52 190.')
3.a Repartição
ral dos CJoiTeios e Telegraphos, cessando esta faculdade O Ministro c Secretario cle Estado dos Negocios da Fa-
cm 30 de dezembro do corrente anno. zenda assim o tenha entendido e faça cumprir. Paço, em
Paço, em 28 de janeiro de 1 9 0 5 . = Edurrdo José Coelho. 30 de janeiro cle 1905. = REI. = Manoel Affonso de Es-
D. do G. n.° 25, do 31 dc janeiro de 1905.
pregueira.
D. do G. n.° 31, de S dc fevereiro de 1905.
Manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Es- Sendo-me presente o requerimento em que a Camara
tado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e In- Municipal do concelho da Ribeira Grande, districto de
dustria, que, a contar de 1 de março proximo futuro, no Ponta Delgada, pede a concessão de umas casas em rui-
continente do reino e nas ilhas adjacentes, sejam substi- nas, que serviram outrora de residencia aos curas da fre-
tuidos os actuaes bilhetes postaes simples e de resposta guesia cle Rabo de Peixe, para ahi construir um mercado
paga, destinados aos paises da união postal universal, do commodo e hygienico, melhoramento de grande utilidade
actual typo e da taxa de 25 réis por outros da taxa de para os povos de tão importante freguesia e em geral para
20 réis com o respectivo sêllo de côr magenta. todo o concelho: hei por bem, conformando-me com as
Os bilhetes postaes de que se trata, da taxa e typo informações havidas a tal respeito, conceder á clita Camara
actuaes, continuarão a ser admittidos a circular até 30 de Municipal as mencionadas casas para serem applicadas
março do corrente anno, podendo a sua troca por bilhetes unicamente ao referido destino.
de novo typo e taxa de 20 réis ou por outras formulas de Os bens concedidos voltarão á posse da Fazenda Nacio-
franquias effectuar-se nos termos do artigo 384.° do regu- nal com todas as bemfeitorias, sem que a camara haja di-
lamento para o serviço dos correios, approvado por de- reito a indemnização alguma, ficando porem responsável
creto de 14 de junho de 1902, até 30 de junho do actual pelos prejuízos que soffrerem por abandono e ainda pelos
anno, devendo no dia immediato os lieis, chefes das pri- rendimentos que pioduzirem, desde que sejam no todo ou
meiras secções das estações centraes dos correios de Lis- em parte desviados da referida applicação.
boa e Porto, as agencias do Banco de Portugal nas outras
O que tudo é concedido provisoriamente c com a clau-
capitaes de districto e as recebedorias de concelho remet-
sula de ficar sujeito á approvação das Côrtes.
ter para a Casa da Moeda e Papel Sellado os bilhetes
O Ministro e Secretario dc Estado dos Negocios da Fa-
postaes de que se trata, que ainda tenham em seu poder,
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
dando-se execução ao § unico cio artigo 385.° do supra
30 de janeiro de 1905. = REI. Manoel Affonso de Es-
indicado regulamento.
pregueira.
Findo o prazo marcado, e em observancia do disposto D. do G. n.° 31, dc S dc fevereiro dr 1905.
no § 4.° do artigo 383." do dito regulamento, só poderão
ser trocados os referidos bilhetes postaes na Casa da
Moeda e Papel Sellado com previa autorização da Direc-
cão Geral dos Correios e Telegraphos, cessando essa fa- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
culdade em 30 de dezembro do corrente anuo.
Paço, em 28 de janeiro de 1905. == Eduardo José Direcção Geral de Saude e B e n e f i c e n c i a Publica
Coelho.
D. do G. n.° 25, do 31 de janeiro do 1905. l. a Repartição
Obras Publicas e Minas de 27 do corrente mês, approvar O que se communica ao director fiscal de exploração
a referida liquidação e ordenar que á mencionada compa- de caminhos de ferro para os devidos effeitos.
nhia seja paga, salvas as disposições do artigo lõ." da Paço, em 31 de janeiro de 1905. = Eduardo José Coelho.
carta do lei de 26 de fevereiro de 1892, a quantia de D. do G. n.° 27, dc 3 de fevereiro do 1005.
22:932$382 róis, como liquidação da garantia de juro do
1.° semestre do anno economico de 1904-1905.
O que se communica ao director fiscal de exploração
de caminhos de ferro para os devidos effeitos. MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
Paco, em 31 de janeiro de 1905. — E d u a r d o José Coe- Direcção Geral do Ultramar
lho.
D. do G. n.° 27, dc 8 dc fevereiro de 1905.
3.a Repartição
MINISTERIO DÁS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA rida Sociedade Industrial de Pesca em Portugal, sob a
firma Rocha, Rumina & C. a , com sede na villa dc Mato-
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos zinhos, o local pedido, determinado pelas distancias angu-
lares e enfiamentos seguintes:
í . a Repartição Distancias angulares:
a
l . Divisão Ermida de S. Paio á pyramide Queimada—37° 43'
Pyramyde Queimada á capella da Boa Nova — 74° 37'
Convindo facilitar ao publico os meios de adquirir os Capella da Boa Nova ao farolim norte de Leixões —
sellos para franquia de correspondências em pequenos lo- 29° 47'
tes e devidamente acondicionados: manda Sua Majestade
El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negocios das Obras Enfiamentos
Publicas, Commercio e Industria que seja estabelecida a Capella da Boa Nova pelo meio do pinhal do Cabo.
venda de cadernetas de sellos postaes das taxas mais ge- Morro mais elevado das pedras denominadas Insua
ralmente empregadas, taes são os de 5 réis, 25 réis e 50 Nova pela torre da igreja do Lavra.
réis. Frente da casa de soccorros a naufragos, cm Leixões,
Cada caderneta compor-se-ha de vinte e quatro sellos, pela torre da casa ue Manoel Gonçalves Bastos, situada
tendo na frente a indicação do numero de sellos e respec- no Prado, proximo á estrada da circumvallação.
tivas taxas e bem assim o valor total dos mesmos, acres- Profundidade de 12 braças em meia maré e fundo de
cido de 5 réis, preço da caderneta. areia.
As disposições do titulo vi do regulamento para o ser- Paço, em 1 de fevereiro de 1 9 0 5 . = Manoel Antonio
viço dos correios, approvado por decreto de 14 de junho Moreira. Júnior.
de 1902, relativas aos sellos e mais formulas de franquia, D. do Cr. n.° 33, de 10 de fevereiro de 1!)05.
são analogamente applicaveis ás cadernetas de sellos.
As referidas cadernetas serão postas á venda no conti-
nente do reino e nas ilhas adjacentes a contar de 1 de
abril do corrente anno. MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Paço, em 1 de fevereiro de 1905. = Eduardo José
Coelho. Direcção Geral de Obras P u b l i c a s e Minas
D. do Gr. n.° 27, de 3 de fevereiro de 1005.
— que a lei preceitua o escrutinio secreto para as vota- 15 de dezembro do 1900, reclamou perante o resp-ctivo
ções sobre nomeações e demissões e para aquellas que auditor, pedindo que fosse annullada a referida delibera-
envolverem apreciação de merito ou demerito de qualquer ção, por não serem procedentes as razoes que a motiva-
pessoa, e que no caso presente o presidente da camara ram ;
apenas se congratulou com esta pela acertada escolha que Mostra-se que estes fundamentos foram os seguintes:
tinha feito, o que nada podia influir na escolha porque já — ter o recorrente faltado na secretaria da camara nos
se tinha feito a votação, e era conhecido o resultado, tendo dias 29 e 30 de janeiro do citado anno, ausentando-se
sido provido o i'eclamado por seis votos, não tendo obtido sem motivo justificado e sem licença do presidente;
voto algum o reclamante; — deixar de organizar em tempo competente, e apesar
— que o reclamado não exerce o commercio e é pessoa das instancias do presidente, o mappa e mais elementos
de reconhecida seriedade e provada competencia para o necessarios para a apresentação das contas da gerencia do
logar de que se trata, e d'isso deu sobejas provas cmno 1899;
empregado de cartorio, satisfazendo assim melhor á lei do — ter mostrado mau procedimento o falta dc respeito
que o reclamante; aos seus superiores, declarando perante elles, cm sessão
— que o logar de administrador do cemiterio da villa de 3 de fevereiro, que não tinha que dar satisfações á ca-
de Barcellos é de nomeação da camara, e costuma ser mara, e ameaçando que cle futuro as cousas seriam mais
desempenhado por um dos amanuenses da secretaria, in apuradas já que agora apuravam tanto ;
dependentemente do concurso, por não estar tal logar in- Mostra-se que em opposição allegou o recorrente:
cluído no quadro dos empregados municipaes; — que o presidente llie dera lie- liça para se ausen-
Mostra-se que o auditor administrativo concedeu provi- tar ;
mento na reclamação, annullando a nomeação do recla- — que o presidente e vereadores da camara são os que,
mado, agora recorrente, Augusto Teixeira de Mello, com segundo os artigos 109.°, n.° G.°, e 62.", § unico, do Co-
os seguintes fundamentos :- digo Administrativo, teem obrigação cle organizar us con-
1.° Porque a letra do requerimento em que pediu a sua tas, não senclo o secretario responsável por ellas;
nomeação não foi reconhecida por tabellião, sendo somente — que a resposta dada na sessão cle 3 de fevereiro não
reconhecida a sua assinatura, o que é contrario ao artigo mostra falta de respeito, mas somente quis significar que
2.° do decreto de 24 de dezembro de 1892; a camara não tinha cousa alguma com as faltas em dois
2." Porque a camara reclamada não mencionou na acta dias na secretaria, pois que a licença ató dois dia-; é da
da sessão de 3 de outubro de 1902, por ser a primeira competencia exclusiva do presidente;
depois da apresentação das petições, o requerimento dos Mostra-se que o auditor negou provimento na reclama-
concorrentes com a declaração dos documentos com que ção julgando procedentes os fundamentos da deliberação
eram instruidos, o que é contrario ao disposto no artigo recorrida, vindo da sua sentença o presente recurso em
3.° do citado decreto; que se trata largamente do assunto:
Mostra-se que d'esta sentença vem o presente recurso, O que visto, e o parecer do Ministerio Publico;
em que se combatem largamente os fundamentos da sen- Considerando que a falta dc dois dias á secretaria, ainda
tença recorrida: quando não fosse autorizada, como parece ter sido, pelo
O que visto, e o parecer do Ministerio Publico; presidente da camara recorrida, não o motivo bastante
Considerando que é improcedente o primeiro fundamento para justificar desleixo ou mau procedimento da parle do
da sentença do auditor, porquanto a falta do reconheci- recorrente;
mento da letra do requerimento não é nullidade insanavel, Considerando que se não prova a supposta falta cle res-
uma vez que se acha declarado pela camara que ella pró- peito do recorrente para com os seus superiores, c nem a
pria reconhecia a letra, em tudo igual á da assinatura que falta das contas relativas ao anno de 1899 foi devida a
se achava legalmente reconhecida; desleixo, pois que em 31 cle dezembro todo o expediente
Considerando que tambem ó improcedente o segundo se achava preparado, como foi testemunhado pelo ama-
fundamento, que só poderia ser attendivel se se tratasse da nuense Augusto Matias dos Santos, c pela declaração do
annullação do concurso, pois que essa falta affectava todos proprio presidente de que as mesmas contas podiam ter
os concorrentes e por consequência o proprio recorrido; sido approvadas mais cedo se os vereadores tivessem com-
Considerando que a annullação do concurso não ó o parecido ás sessões;
objecto do recurso, mas somente a annullação da nomea- Considerando por isso que se não verificam os elemen-
ção de um dos concorrentes; tos exigidos para a demissão pelo artigo 447.° do Codigo
Considerando que não houve, portanto, nas decisões da Administrativo :
camara, offensa de lei ou regulamento de administração Hei por bem, conformando me com a mesma consulta,
publica: conceder provimento ao recurso, annullando a sentença do
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, auditor c a deliberação recorrida.
conceder provimento no recurso, annullando a sentença O Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios do
recorrida e mantendo as deliberações da camara recor- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
rente. 4 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do reira de Miranda.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em D. d" O. n.° 3(1, de 7 de fevereiro de lno:,.
trador do cemiterio de Soure, para o qual o mesmo re- supprimidos, em consequência d'esses rendimentos e des-
corrente tinha sido nomeado, e allega: pesas quo se effectuavam em conta de operações de the-
•— que foi provido naqueile logar em concurso e estava souraria passarem, nos termos do decreto acima citado, a
pagando regularmente os direitos de mercê, que sobre o realizar-se como receita e despesa effectiva do Estado. A
seu ordenado de 48/5000 réis lhe foram liquidados; importancia do referido credito inscrever-se-ha no capitulo
— que a sentença de que recorre se funda nos artigos 4." da mencionada tabella nos termos seguintes:
94." e õl.", n." 17.", do Codigo Administrativo, que con- Artigo 2G.°-A. — Conventos de religiosas supprimi-
cedeu ás estações tutelares supprimir qualquer despesa, e dos — Despesas de culto, subsidios a senhoras e serviçaes
ás camaras empregos desnecessários; dos mesmos conventos e vencimentos dos empregados que
•— que esta faculdade nào podia referir-se ao logar que tratam cPeste serviço (2.° semestre de 1904-1905), de-
o recorrente exercia, porque seria faltar á fé dos contra' creto de 4 de janeiro de 1905 -—23:0000000 réis.
tos, e porque, tendo sido criado legalmente, as estações O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito
competentes que o approvaram reconheceram a necessi- nos termos legaes de ser decretado.
dade da sua existencia; e que, finalmente, não póde ser- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros e
vir de argumento para a sua exclusão a falta de rendi- Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti-
mento do cemiterio para occorrer ás suas despesas, pois ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
que os cemiterios nào são construídos para produzirem re- em 4 de fevereiro de 1905. = REI. = José Luciano de
ceita ; Castro = Antonio Augusto Pereira de Miranda —José Ma-
Mostra-se que, ouvida a camara, fundamenta a sua deli- ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral — Manoel Af-
beração na inutilidade do referido logar, podendo ser de- fonso da Espregueira — Sebastião Custodio de Sousa Tel-
sempenhado pelo guarda do cemiterio e na economia que les — Manoel Antonio Moreira Júnior — Antonio Eduardo
dalii resulta, pois rendendo cêrca de 40/5000 réis a des- Villaça = Eduardo José Coelho.
pesa com o pessoa] se eleva a 105/>0n0 róis, bem como na D. do (h n.° 31, de S de fevereiro do 1S05.
clara disposição dos artigos 51.°, n.° 17.°, e 447.° do Co-
digo Administrativo :
O que tudo visto, e a resposta do Ministerio Publico;
Considerando que os corpos administrativos podem ex- Com fundamento no artigo 2.° do decreto de 14 de ja-
tinguir os empregos desnecessários ao seu serviço, ainda neiro ultimo e em harmonia com o preceituado nos §§ 1.°
que esteiam providos em empregados contra os quaes não e 2.° do artigo 32.° da carta de lei de 24 de novembro
haja motivo de procedimento, como preceitua o § unico do anno proximo rindo: hei por bem, tendo ouvido o Con-
do artigo 447." do Codigo Administrativo; selho de Ministros, determinar que no Ministerio dos Ne-
Considerando que a camara recorrida extinguiu o logar gocios da Fazenda, guardadas as prescrições do artigo 1.°
dc administrador do cemiterio por desnecessário, de acordo do decreto n.° 2, de 15 de dezembro de 1894, seja aberto
com a estação tutelar, e de facto o insignificante rendi- um credito especial, devidamente registado na Direcção
mento que tem prova quo os serviços a cargo do pessoal Geral da Contabilidade Publica, a favor do mesmo Mi-
daquella administração são poucos, e facilmente poderão nisterio, pela quantia de 261:000/5000 réis a addicionar á
ser desempenhados, nào obstante a referida suppressão, respectiva tabella de distribuição da despesa do exercicio
quando para mais d'ella residia uma economica de utili- de 1904-1905, a fim de serem satisfeitas no 2.° semestre
dade para a boa administração d'aquelle municipio: do respectivo anno economico as despesas das extinctas
juntas geraes de districto e outras a cargo do respectivo
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
fundo, nos termos das leis vigentes e que em virtude do
negar provimento no recurso, e confirmar a sentença re-
decreto acima citado passam de conta de operações de
corrida, salvo porem o direito que o recorrente tem a ser
thesouraria a figurar como despesa effectiva do Estado,
reintegrado nos termos do citado § unico, caso o emprego
desde janeiro de 1905. A referida despesa deverá descre-
seja restabelecido.
ver-se na primeira parte da mencionada tabella «Encargos
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do geraes», nos termos seguintes: «Capitulo 4 . ° - A — Extinc-
Keino assim o tenha entendido c faça executar. Paço, em tas juntas geraes cle districto. Artigo 26.°-B — Despesas
4 de fevereiro de 1 9 0 5 . = REI.— Antonio Augusto Pe- das extinctas juntas geraes de districto e outras a cargo
reira cle Miranda. do respectivo fundo, nos termos das leis vigentes, no 2.° se-
1). do O. n.° 30, do 7 do fevereiro do 1005.
mestre do anno economico de 1904-1905 (decreto de 14
de janeiro de 1905) —Róis 261:000^000».
O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA nos termos de ser decretado.
O Conselheiro de Estado, Presidente cio Conselho de
D i r e c ç ã o Geral da Contabilidade P u b l i c a Ministros, e os Ministros e Secretarios de Estado dos Ne-
gocios do todas as Repartições, assim o tenham entendido
2,a Repartição e façam executar. Paço, em 4 de fevereiro de 1905. =
REI. —José Luciano de Castro = Antonio Augusto Pe-
Com fundamento 110 artigo 2." do decreto do 4 de ja- reira de Miranda = José Maria de Alpoim de Cerqueira
neiro ultimo, e em harmonia com o preceituado nos §§ 1.° Borges Cabral — Manoel Affonso de Espregueira = Se-
e 2." do artigo D:.'.0 da carta de lei de 21 de novembro do bastião Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Mo-
anno proximo lindo: hei por bem, tendo ouvido o Conse- reira Júnior = Antonio Eduardo Villaça == Eduardo José
lho de Ministros, determinar que no Ministerio dos Nego- Coelho.
cios da fazenda, guardadas as prescrições do artigo 1." D. do Cl. n.° 31, de S de fevereiro de 1005.
recorrente Guilherme Henrique Ryder, e recorrido o Con- nario a despender no corrente anno economico a quantia
selho da Direcção Geral das Contribuições Directas, de de 3:000,5000 róis.
que foi relator o Conselheiro cle Estado, vogal effectivo, O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
Julio Marques de Vilhena: zenda e o Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios
Mostra-se que tendo sido inscrito o recorrente como das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
guarda-livros na matriz da contribuição industrial do con- nham entendido e façam executar. Paço, em 4 de feve-
celho do Barreiro, relativa ao anno de 1882, reclamou reiro de 1905. = R E I . = : M a n o e l Affonso de Espregueira =
perante o Conselho da Direcção Geral das Contribuições Eduardo José Coelho.
D. do G. li." 33, de 10 de fevereiro de 1905.
Directas, allegando que devia ter sido collectado como es-
criturário e não como guarda-livros;
Mostra-se que o referido conselho negou provimento na
reclamação por não ser este o caso do recurso extraordi-
nario a que se refere o n.° 2.° clo artigo 210.° do regula- Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 de abril de 1896
mento de 28 cle agosto de 1882, então em vigor; e dos n.°8 I.° e 2.° do decreto cle 24 de setembro de 1898:
Mostra-se que d'este accordão vem o presente recurso, hei por bem determinar, conformando-me com o parecer
sem novas allegações de facto ou de direito: do Conselho Superior de Obras Publicas e Minas, que o
O que visto, e o parecer do Ministerio Publico; director das obras publicas cio districto cle Villa Real faça
Considerando que havia fundamento para que o recor- proceder á construcção dos lanços da estrada districtal
rente fosse collectado na matriz da contribuição industrial, n.° 53, S. Martinho cle Anta á estação cio Ferrão, com-
como elle proprio confessa, declarando que a collecta prehendidos entre Gouvinhas e Paio e entre Paio c Para-
devia ser a cle escriturário e não a de guarda-livros; della, e autorizar o referido funccionario a despender no
Considerando que é este um dos casos cio recurso ordi- corrente anno economico com cada um dos mencionados
nario e não de recurso extraordinario, que nos termos do lanços de estrada a quantia de 2:000/5000 róis.
artigo citado só é permittido aos collectados sem funda- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
mento para o serem: zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
negar provimento no recurso, mantendo para todos os ef- nham entendido e façam executar. Paço, em 4 dc feve-
feitos o accordão recorrido. reiro de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira —
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- Eduardo José Coelho.
D. do G. li." 33, de 10 dc fevereiro do 1905.
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
4 de fevereiro de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
pregueira.
D. do G. n.° 39, dc 9 de fevereiro de 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça executar.
Paço, em 4 cle fevereiro de 1 9 0 5 . = REI. = Manoel Anto-
I n s p e c ç ã o G e r a l cle F a z e n d a d o U l t r a m a r nio Moreira Júnior.
D. (lo G. u.° 35, do 13 de fevereiro de 1905.
u
2. Secção
O que visto, e o parecer clo Ministerio Publico: Art. 5.° As estradas serão demarcadas por marcos de
Considerando que o objecto do recurso é da competen- legua e marcos de kilometro, havendo, alem cl'estes, mar-
cia do Conselho Superior de Disciplina do Ultramar, con- cos nos pontos de ramificação e bifurcação, nos cruzamen-
forme o § 1.° do artigo 173.° do decreto de 14 de novem- tos e entroncamentos e nos limites dos cantões.
bro de 1901: § 1.° Os pontos de cruzamento e entroncamento serão
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, tambem assinalados por postes com taboletas.
rejeitar o mesmo recurso por incompetência do tribunal. § 2.° A medição ou kilometragem das estradas será
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da feita em harmonia com a designação dos seus pontos extre-
Marinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe- mos, partindo, como origem, do ponto primeiro enunciado
cutar. Paço, em 4 de fevereiro de 1905. = REí. —Ma- para o outro extremo.
noel Antonio Moreira Júnior. Art. 6.° Os marcos serão collocados junto da aresta ex-
D. do G. n.° 30, de 11 de fevereiro dc 1905. terior das bermas, á esquerda de quem caminhar no sen-
tido da kilometragem, com excepção dos marcos de can-
tão, que serão collocados do lado opposto.
Art. 7.° Os marcos das estradas serão cle pedra.
3.a Repartição § 1.° Os marcos cle legua, collocados de 5 em 5 kilo-
metros, ficarão com a altura de 0"\70 acima do terreno,
Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre- terão secção rectangular de 0 , 3 5 x 0 , 2 5 , e terminarão, su-
tario de Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar; periormente, por um semieylindro horizontal de 0,25 do
Tendo ouvido a Junta Consultiva do Ultramar e o Con- diâmetro.
selho de Ministros; e Na face mais larga, parallela á estrada e para ella vol-
Usando da autorização concedida ao Governo pelo § 1.° tada, terão uma inscrição, a tinta preta, indicando a clas-
do artigo 15.° do 1.° Acto Addicional á Carta Constitucio- sificação, a designação e números respectivos, a distancia
nal da Monarchia; á origem, e bem assim a cota correspondente do leito da
Hei por bem decretar o seguinte: estrada sobre o nivel do mar. Nas duas faces lateraes será
Artigo 1.° E approvado o regulamento de conservação indicada a distancia ás villas que mais proximas fiquem,
e policia das estradas e das ruas no interior das cidades, conforme a direcção para que essas faces fiquem vol-
villas e povoações da provincia de Cabo Verde, que baixa tadas.
assinado pelo Ministro e Secretario cle Estado dos Nego- § 2.° Os marcos de kilometro ficarão com a altura cle
cios da Marinha e Ultramar. 0,50 acima cio terreno, e serão prismas rectos, tendo por
Art. 2.° Fica revogada a legislação em contrario. base um quadrado de 0,20 de lado. Na face parallela á
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- estrada, e para ella voltada, será inscrita, a tinta preta,
nha entendido e faça executar. a distancia, em kilometros, á origem.
Paco, em 4 de fevereiro de 1905. ^=REI. — Manoel An- § 3.° Os marcos de ramificação, cruzamento e entron-
tonio Moreira Júnior. camento terão dimensões iguaes ás dos marcos de legua,
mas o seu coroamento será em fórma cle cunha. Nas fa-
REGULAMENTO DE C0NSERVACÀ0 E POLICIA DAS ESTRADAS ces voltadas para as estradas terão inscrições, a tinta
E DAS RUAS RiO INTERIOR DAS CIDADES, preta, indicando, respectivamente para cada uma cl'ellas,
VILLAS E POVOAÇÕES DA PROVINCIA DE CABO VERDE a sua classificação, designação, numero correspondente e
distancia á origem.
TITULO I § 4.° Os marcos dos extremos dos cantões ficarão com a
altura cle 0,20 acima do terreno, e serão prismas rectos,
Disposições relativas á conservação e policia das estradas tendo por base um triangulo equilátero de 0,20 de lado.
Estes marcos serão collocados de forma que uma das
CAPITULO I faces do prisma seja parallela ao eixo da estrada, ficando
a aresta opposta áquella face para o lado do mesmo eixo.
Organização geral (los serviços
Nas cluas faces que formam o angulo com o eixo da es-
I trada serão, respectivamente, inscritos os números de or-
dem dos dois cantões limitrophes.
Classiflcaçíto e designação das estradas
§ 5.° Os postes nos cruzamentos e entroncamentos das
Artigo 1.° A classificação das estradas na provincia de estradas serão de ferro, tendo a altura de 3 metros sobre
Cabo Verde comprehende: o terreno.
1.° Estradas reaes. Estes postes servirão de supporte a taboletas, colloca-
2.° Estradas municipaes. das parallelamente a cada uma das estradas, cuja designa-
Art. 2.° As estradas serão designadas pela classe a que ção será inscrita, a tinta branca sobre fundo azul, na ta-
pertencerem, pelo numero de ordem respectivo e pelos boleta correspondente.
seus pontos extremos. III
Art. 3.° A conservação, policia e reparação das estra- Cadastro das estradas
das reaes compete ao governo provincial pela direcção das
obras publicas. Art. 8.° O director das obras publicas fará organizar e
§ 1.° As ruas das povoações atravessadas pelas estra- remetterá á Direcção Geral do Ultramar, por intermedio
das reaes e que cl'ellas façam parte ê applicavel o que é do governo da provincia, no principio de cada anno eco-
estabelecido para a conservação e policia das mesmas es- nomico e referida ao (im do anno anterior, uma carta na
tradas. escala 1/250000, na qual serão representadas as estradas
II reaes e municipaes, designadas pelos números que lhes per
tencereni na respectiva classificação.
Demarcação das estradas
Na representação das estradas empregar-sc-ha o carmim
Art. 4.° A zona de terreno pertencente ás estradas de para as estradas reaes e o verde para as municipaes.
dominio publico será limitada pela intersecção do terreno § 1.° Esta carta será acompanhada dc um mappa es-
natural com os planos dos taludes das trin< beiras .ou dos crito com a designação das estradas, sua classificação, nu-
aterros, e, nos lanços de nivel, pelas arestas exterio mero dc ordem, divisão em lanços ou troços designados
res das valletas. pelos pontos notáveis por onde passem, extensão cPesses
.Fevereiro 27 62 1905
lanços ou troços, e indicação de estarem, ou não, estuda- Art. 14.° A divisão das estradas em secções e cantões
das, construídas ou em construcção, seguindo-se em tudo o será feita pelo director das obras publicas e submettida á
modelo A. approvação do governador da provincia.
Art. 9.° Na direcção das obras publicas será tambem
organizada uma carta na escala de 1/250000, representando CAPITULO II
as estradas construidas e a cargo do Estado, que serão de-
signadas pelo seu numero de ordem, e a sua divisão em sec- Do pessoal
ções dc conservação, que serão indicadas por côres diffe-
rentes. Art. 15.° A direcção, fiscalização e execução dos tra-
§ 1." A mesma carta conterá um quadro com a indica- balhos de policia e conservação e arborização das estradas
ção da extensão dos diversos lanços ou troços de estrada é exercida:
que compõem cada secção de conservação, da sua exten- a) Pelo director das obras publicas da provincia.
são total e do numero e extensão dos cantões que a sec- b) Pelos chefes dos serviços de conservação (engenhei-
ção comprehender. ros ou conductores) que forem necessarios, sob as ordens
§ 2.° Esta carta conterá a indicação da epoca a que se do director.
referir, e será feita de novo sempre que seja alterada a c) Pelos chefes de conservação, um por cada secção de
divisão das secções ou dos cantões. conservação, em que estiverem divididas as estradas reaes
§ 3.° Esta carta será sempre feita em duplicado, de- da provincia.
vendo um dos exemplares ser enviado á Direcção Ge- d) Pelos guardas da policia rural.
ral do Ultramar e o outro ficar na secretaria da direc- e) Por cabos de cantoneiros, dois por cada secção de
ção. conservação.
Art. 10." Por cada secção de conservação será tambem / ) Por cantoneiros.
organizada uma carta na escala de 1/100000, represen- Art. 16.° Os chefes de conservação serão nomeados
tando os differentes cantões por meio de côres distinctas e pelo governador da provincia sobre proposta do director
indicando a sua extensão rectificada. das obras publicas.
§ 1.° Esta carta será acompanhada de um mappa es- Art. 17.° A nomeação dos cantoneiros e cabos de can-
crito, organizado conforme o modelo B. toneiros é das attribuições do mesmo director.
§ 2." Carta e mappa serão feitos em duplicado, ficando Art. 18.° Só poderão ser nomeados cabos os cantonei-
um dos exemplares na secção e sendo o outro enviado ao ros que tenham pelo menos dois annos de bom e effectivo
director. serviço nesta classe, que se tenham distinguido pelo seu
Art. 11." Organizar-sc-ha tambem um guia itinerário, comportamento e dado provas de zêlo, actividade e apti-
no qual, para cada estrada, se representarão a planta, o dão para o cargo.
perfil longitudinal, os diversos perfis transversaes e typos § 1.° Não poderão ser nomeados cabos os cantoneiros
das obras de arte correntes e especiaes. que não souberem ler e escrever.
§ 1." As plantas das estradas, que serão unicamente § 2." Em igualdade de circunstancias serão preferidos
representadas pelas respectivas directrizes, serão dese- para cabos os cantoneiros que tenham servido com com-
nhadas na escala de 1/100000, e indicarão a aecidentação portamento exemplar no exercito ou na armada.
do terreno e os caminhos e povoações existentes numa Art. 19.° A nomeação de cantoneiro só póde recair
faixa de 2 a o kilometros para cada um dos lados da di- em individuo que satisfaça as seguintes condições:
rectriz. 1.° Ser português;
§ 2." Os perfis hmgitudinacs, referidos ao nivel do mar, 2." Ser robusto e não ter doença ou defeito que o im-
serão desenhados nas escalas de 1/10000 para as distan- peça de trabalhar com assiduidade;
cias, e 1/1000 para as alturas, conterão indicações acêrca 3.° Ser de bom comportamento;
da extensão dos alinhamentos, comprimentos dos trainois 4.° Ter cumprido os preceitos da lei do recrutamento.
e suas cotas extremas e declividades, situação e designa § unico. Em igualdade de circunstancias serão preferi-
ção das obras de arte. dos os individuos que tiverem servido com exemplar com-
§ 3." Os perfis transversaes, desenhados na escala de portamento no exercito ou na armada.
1/200, serão levantados nos pontos onde, para cada es- Art. 20." Os cantoneiros e cabos de cantoneiros terão
trada, mais divirjam do typo normal. vencimento diario incluindo domingos e dias santificados.
§ 4." As obras de arte correntes serão representadas § 1.° Os jornaes dos cantoneiros serão fixados pelo go-
por uma secção transversal e pelo desenho das testas, que vernador da provincia sobre proposta do director das obras
será feito na escala de 1/200. publicas.
§ 5." As obras de arte especiaes serão representadas § 2.° Os cabos de cantoneiros vencerão mais 100 réis
pelas respectivas plantas e alçados desenhados em escala diarios quo os cantoneiros da secção em que servirem.
apropriada. Art. 21.° Aos cantoneiros e cabos de cantoneiros que
faltarem ao serviço por motivo de doença devidamente
IV comprovada e cuja gravidade os impeça de trabalhar po-
Divisito <1 ais estradas em aecçOes c cantões derá ser abonado o salario por inteiro ató quinze dias.
§ 1." Se a doença se prolongar alem de quinze dias, o
Art. 12." Para os effeitos da conservação e policia das director poderá ainda abonar-lhe, por mais quinze dias,
estradas a cargo do Estado serão ellas divididas em sec- metade do salario. Só em casos excepcionaes e com auto-
ções e estas em cantões. rização do governador da provincia, precedendo proposta
§ 1." Os cantões terão de 2 a 3 kilometros de exten- do director, será abonado o jornal por inteiro no segundo
são, salvas as excepções exigidas por circunstancias es- p e r i o d o .
peciaes. § 2." Se a doença se prolongar por mais de trinta dias
$ 2 . " A s s e c ç õ e s d e c o n s e r v a ç ã o a b r a n g e r ã o p e l o m e n o s o' governador da provincia resolverá, ouvido o conselho
30 kilometros. technico, sobre o abono que se deve fazer, o qual depen-
A r t . 13." A d i v i s ã o d a s e s t r a d a s e m c a n t õ e s s e r á r e g u - derá das causas da doença e mais circunstancias a atten-
l a d a p o r c i r c u n s t a n c i a s e s p e c i a e s , c o m o s e j a m a m a i o r o u der, não podendo, comtudo, este abono prolongar-se alem
m e n o r d i f f i c u l d a d e n a c o n s e r v a ç ã o , p r o v e n i e n t e s d a i n t e n - de noventa dias.
s i d a d e do t r a n s i t o , da q u a l i d a d e do t e r r e n o e n a t u r e z a d o s Art. 22." Q.uaudo os cantoneiros e cabos assim o dese-
materiaes e m p r e g a d o s na faixa de rolagem. jarem terão, em caso de doença, alojamento no hospital
Fevereiro 27
1905 63
militar e civil, soccorridos pela direcçSo das obras publi- 1.° Fiscalizar e visar as folhas de jornaes, documentos
cas, cessando em tal caso os abonos a que se refere o ar- de despesa e respectiva escrituração, enviando-as ao direc-
tigo 21.°, salvo nos dias de convalescença que vierem tor ;
marcados na baixa que obtiverem. 2." Organizar os projectos e orçamentos das obras ne-
Art. 23.° Aos cantoneiros e cabos não será abonado cessarias para a conservação e reparação de estradas ;
vencimento algum quando tenham tido licença para se au- 3." Presidir ás arrematações que se realizarem na secre-
sentar do serviço, salvo em caso de doença ou de cumpri- taria da direcção sempre que tiverem por objecto execução
mento de intimação judicial que diga respeito ao seu ser- de trabalhos ou fornecimento cle materiaes destinados á
viço, o que será devidamente comprovado. conservação;
Art. 24.° Aos cantoneiros e cabos de cantoneiros pode- 4.° Fazer, como delegado do director, as situações a
rão em cada trimestre ser concedidas licenças sem ven- empreiteiros;
cimento : 5.° Visitar todas as estradas a seu cargo pelo menos uma
De um dia, pelo chefe de secção de conservação. vez em cada trimestre;
Até tres dias, pelo chefe dos serviços de conservação. 6.° Fazer e enviar ao director, no fim dc cada anno eco-
Por mais de tres dias, ató quinze, pelo director das obras nomico, um relatorio descrevendo os trabalhos executados,
publicas. os materiaes empregados, discriminando a despesa pelas
§ unico. O chefe dos serviços de conservação e os che- diversas origens, propondo os trabalhos que julgue neces-
fes de conservação participarão sem demora aos seus su- sarios para o anno seguinte, e fazendo menção de quaes-
periores immediatos as licenças que tiverem concedido quer factos que se relacionem com os serviços a seu
nos termos d'este artigo. cargo.
Art. 25.° Os cantoneiros terão por uniforme uma blusa Art. 30.° Aos chefes de conservação incumbe:
de zuarte com botões amarellos e cinto de coiro, tendo 1." Determinar, dirigir e fiscalizar o trabalho e servi-
fivella grande. Usarão calças do mesmo pano e chapeu ços da conservação das estradas, tendo sempre em atten-
de feltro alvadio. Na estação das chuvas poderão usar ção as instrucções que para esse tini lhe forem dadas pelo
chapeu de oleado, botas altas e casaco ou capa tambem director ou chcie des serviços cle conservação sob cujas
de oleado. No braço esquerdo da blusa usarão um numero ordens servirem;
de ordem de metal amarello de 0"',03 e na frente do cha- 2.° Percorrer todos os dias uma parte das estradas a
peu uma chapa do mesmo metal com as armas reaes de seu ca-rgo, regulando este serviço por forma que a visita
0 m ,08 de altura. minuciosa e completa da secção seja feita pelo menos uma
Art. 26.° O uniforme dos cabos de cantoneiros diffe- vez em cada semana;
rirá do dos cantoneiros em ter o numero de ordem collo- 3.° Dar as ordens aos cantoneiros, marear-lhcs tarefas,
cado do lado esquerdo e na parte anterior da gola da fis -alizar-lhes e medir-lhes os trabalhos c organizar as de-
blusa, sendo collocada na parte correspondente da direita vidas notas, que deverão ser datadas e rubricadas em ca-
da mesma gola a letra S, precedida do numero do ordem dernetas, que estarão em poder de cada um dos cantonei-
da secção a que pertençam. ros (modelo C) e que, depois de preenchidas, serão reco-
Tanto as letras como os números serão de metal ama- lhidas, archivadas e substituídas por outras;
rello e com 0'",0 5 de altura. 4.° Informar sobro o comportamento e aplidão dos can-
Art. 27.° O uniforme completo dos cantoneiros e cabos toneiros e communicar ao seu superior immediato as faltas
de cantoneiros só ó obrigatorio nos domingos e dias santi- que pratiquem, podendo propor as penalidades a appli-
ficados, ou em quaesquer actos de serviço fóra da estrada, car ;
sendo nesta sempre obrigatorio o uso dos distinctivos no 5.° Receber as queixas contra os cantoneiros e as quei-
braço e gola, e do chapeu com o emblema. xas, representações e requerimentos d'cstes, apresentando
§ unico. A chapa distinctiva e o numero de ordem se- tudo, devidamente informado, aos seus superiores;
rão, por emprestimo, fornecidos pelo Estado; o uniforme 6." Requisitar os materiaes e mais objectos necessarios
será á custa do cantoneiro. para o serviço ;
7.° Examinar e receber os materiaes;
CAPITULO III 8." Dirigir e fiscalizar a execução cias grandes repara-
ções e quaesquer outras obras nas estradas a seu cargo;
Attribuições 9.° Fazer no terreno os estudos e nivelamentos precisos,
levantar plantas, marcar alinhamentos e fazer as sonda-
Art. 28.° O director das obras publicas tem a seu cargo gens necessarias para o serviço da conservação;
a direcção superior e fiscalização de todo o serviço de con- 10.° Informar sobre os assuntos relativos ao serviço
servação, reparação, arborização, policia e cadastro das de que esteja incumbido;
estradas da provincia, independentemente de todos os ou- 11.° Fazer com pr via ordem ou autorização o mandar
tros serviços que lhe competem. affixar nos logares publicos com quinze dias dc antece-
§ 1.° Este funccionario deverá inspeccionar todas as dência, pelo nunos, os annuncios para venda, cm praça,
estradas entregues á conservação duas vezes pelo menos do lenhas, ervas ou quaesquer outros objectos do Estado
em cada anno, uma durante a estação das chuvas e outra que hajam cle ser vendidos ; assistir a est^s praças, lavrar,
durante a estação seca. registar em livro c enviai' para a direcção, com o respec-
§ 2.° O mesmo funccionario referir-se-ha, no relatorio tivo processo, os competentes autos ;
a que diz respeito o artigo 24." do decreto dc 20 de agosto 12.° Fazer as folhas e documentos, organizar e manter
de 1902, circunstanciadamente, ao estado cle conservação em dia a contabilidade da sua secção, discriminando as di-
de cada uma das estradas a seu cargo, indicando em map- versas origens de despesa, em conformidade com as instruc-
pas minuciosos todas as despesas feitas com a conservação ções da direcção;
de estradas, distinguindo as que respeitam ao pessoal 13." Manter em or lem o archivo chi secção, tendo es-
permanente, ao pessoal auxiliar, ao fornecimento de ma- criturados sempre em dia os seguintes livros:
teriaes e ás despesas diversas. Régis!o da correspondencia expedida:
§ 3.° Ao director das obras publicas incumbe a conces- Autos do praça para a venda de objectos :
são de licenças para obras junto ás estradas, conforme o Autos de MTematsção de tarefas ou empreitadas;
disposto no capitulo VI. Cadastro de cantoneiros ;
A/t. 29.° Ao chefe dos serviços de conservação com- Contabilidade.
pete : j Alem (Vestes livros, deve haver em cada secção cader-
.Fevereiro 27 64 1905
netas elementares por estradas, duplicados dos mappas que mento a lama e pó e as immundicies, juntar em montes
forem remettidos para a direcção, triplicados das folhas e regulares sobre as bermas as pedras desprendidas do
documentos de despesa, unia pasta com a correspondencia pavimento, conservar limpos de terra, plantas ou quaesquer
recebida c. relativa a assuntos pendentes, as pastas que outros corpos, os plintos, cordões e parapeitos das obras
forem necessarias para contc-r arrumada por ordem chrono de arte, cuidar da conservação e limpeza dos marcos de
lógica a correspondencia respeitante a assuntos liquida- demarcação das estradas, tomar, quando lhes for ordenado,
dos, inventario de ferramentas e utensílios (modelo E)'; as notas precisas para a estatistica do movimento, preve-
"14." Fazer enviar ao chefe des serviços de conservação, nir o chefe de conservação de todas as occorrencias que
todos os meses, um relatorio descrevendo o trabalho exe- se derem dentro do cantão em que se achem fazendo ser-
cutado :e todas as occorrencias do serviço, os materiaes re- viço, e, finalmente, cumprir rigorosamente e sem demora
cebidos e empregados, a despesa discriminada pelas di- as ordens que sobre o serviço lhes forem dadas pelos cabos
vef£ás origens e os dados obtidos para a estatistica do ou quaesquer outros superiores;
movimento,'fazendo sobre o serviço as observações que 2." Proceder em esquadras, ou em grupos de esquadras,
Mie (MÍeorrerem ; sob as ordens dos cabos, aos trabalhos de conservação con-
15.° Organizar e remetter no fim de cada semestre ao tinua ou a quaesquer outros que superiormente lhes se-
respectivo chefe dos serviços de conservação o inventario jam ordenados;
dos materiaes e o das ferramentas e utensílios; 3.° Autuar os que praticarem transgressões e os que
1G.° Enviar ás officinas da direcção, para serem devida- desobedecerem ás intimações, lavrando os respectivos au-
mente concertadas, as ferramentas que tiverem sido dis- tos, que immediatamente enviarão ao chefe de conserva-
tribuídas aos cantoneiros e auxiliares que servirem sob as ção, devendo, quando não saibam escrever, participar o
-suas ordens; facto aos superiores, indicando testemunhas, se as houver,
17." Procurar evitar, por advertências ou intimações, para serem lavrados os autos;
que se pratiquem quaesquer actos que peias leis e por 4.° Estar presentes todos os dia.s na estrada, sem que
este regulamento sejam prohibidos ; as chuvas ou intemperies possam ser invocadas como pre-
18." Dar aos proprietarios confinantes com as estradas texto de ausencia, e nella permanecer desde as 6 horas
as explicações necessarias em relação ás edificações e plan- da manha ás 6 da tarde. As horas de descanso e refeição,
tações junto a ellas, e, em geral, em relação aos seus'di- durante as quaes não ó permittido aos cantoneiros ausen-
reitos c obrigações, no tocante á policia das estradas; tar-se da estrada, serão das 7 horas ás 7 da manhã, e
1U." Fiscalizar o cumprimento das condições cm que te- das 11 horas da manhã á 1 '/a da tarde;
nham sido concedidas licenças para edificações ou planta- Nos domingos e dias santificados os cantoneiros farão,
ções, marcar os alinhamentos e cotas de nivel e os espa- cm regra, somente serviço de policia, sendo comtudo obri-
ços que possam ser occupados com materiaes; gados a outros trabalhos nesses dias, quando as necessi-
20.° Autuar os que praticarem transgressões e os que dades do serviço o exigirem;
desobedecerem ás intimações. 5.° Conservar no melhor estado que o serviço permitta
§ 1." Estes autos, que tambem podem ser lavrados pe- as seguintes ferramentas e utensílios, que lhe deverão ser
los guardas da policia rural, cantoneiros ou cabos, devem, entregues pelo cabo e que serão:
no prazo de tres dias, ser enviados ao delegado do procura- Um carrinho de mão;
dor da Coroa e Fazenda em expediente, sendo no mesmo Uma pá de aço;
prazo enviada á direcção uma copia por intermedio do Uma enxada;
chefe dos serviços de conservação; Uma picareta;
21." Fazer todos os mais trabalhos relativos ao serviço Um rodo de ferro ;
que lhe forem ordenados pelos seus superiores. Um ancinho de ferro;
Art. 31." A residencia do chefe de conservação será de- Uma vassoura;
signada pelo director e deverá ser, quanto possivel, cen- Um maço de calceteiro;
tral em relação á respectiva secção. Uma marreta grande;
Art. 32." Aos guardas ruraes compete: Uma marreta pequena para britar pedra;
Auxiliar os chefes de conservação no serviço de con- Tres anéis de ferro, um de 0 m ,06, outro de 0 m ,05, e o
servação o policia das estradas, e fiscalizar o serviço dos terceiro de 0"',04 de diâmetro interior;
cantoneiros. Um cordel de 20 metros de comprimento;
Art. 33.° Os cabos de cantoneiros devem: Um machim;
1.° Dirigir e coadjuvar todos os trabalhos dos cantonei- Um regador;
ros e auxiliares que servirem sob as suas ordens; Cruzetas;
2." Receber os materiaes enviados á secção ou por ella Um bastão ferrado, de 2 metros de altura, dividido em
adquiridos directamente; decimetros, tendo na parte superior uma placa de madeira
3." Tomar conhecimento de todas as ordens dadas aos ou ferro de 0 m ,24 de largura e O"1,16 de altura, pintada de
cantoneiros e fiscalizar o respectivo cumprimento; azul, e tendo inscrito de um lado o numero da secção e do
4.° Dar conhecimento ao seu chefe immediato da mar- outro o do cantoneiro;
cha dos serviços e de todas as occorrencias; Uma caixa de lata para trazer o diploma da nomeação,
5." Autuar os que praticarem transgressões e os quo de- a caderneta a que se refere o n.° 3.° do artigo 26.°, e um
sobedecerem ás intimações, lavrando os respectivos autos, exemplar d'este regulamento;
que immediatamente enviarão ao chefe da conservação; Se por negligencia dos cantoneiros estas ferramentas se
Li." Executar quaesquer trabalhos relativos aos serviços deteriorarem, a direcção providenciará, sendo reembolsada
que lho sejam ordenados pelos seus superiores. da despesa por descontos no salario dos cantoneiros, des-
§ 1." O cabo de cantoneiros terá a seu cargo, como can- contos que não serão superiores a ija do mesmo salario,
toneiro, um cantão de pequena extensão, não mais de 1 ki- salvo no caso de deixar o serviço;
lometro. 6.° Trazer sempre comsigo a caixa de folha com os do-
_ , § 2." Nào c permittido aos cabos dos cantoneiros ter es- cumentos mencionados no numero anterior, cravando o bas-
tabelecimento de venda na secção a que pertencerem. tão de que trata o mesmo numero a menos de 100 metros
"Art.. 34.° A o s c a n t o n e i r o s c o m p e t e : do local em que estiver trabalhando ;
1." F a z e r o s e r v i ç o d a policia n o s e u c a n t ã o , a s s e g u r a r 7.° Entregar ao cabo as chapas, numero do uniforme,
o p r o n t o e s c o a m e n t o d a s a g u a s , t e n d o p a r a e s s e fim lim- diploma, ferramentas e utensílios que lhe tenham sido con-
p a s a s v a l l e t a s , a q u e d u c t o s e s a n g r i a s , r e m o v e r d o p a v i - fiados, se deixar o serviço por qualquer motivo. O valor
1905 65 Fevereiro 27
de qualquer d'estes objectos que não for restituído será comsigo a sua caderneta soflVevá o desconto de metade
descontado na importancia que estiver em dívida ao can- do salario de um dia.
toneiro ; § unico. Sc a perder será multado em tres dias.
8.° Participar ao cabo, ou a qualquer dos seus superio- Art. 32.° O cantoneiro que não desempenhar convenien-
res com quem primeiro esteja, qualquer occorrencia ou temente o serviço que, lho c incumbido será, pela primeira
circunstancia que lhe pareça relacionar-se com o serviço, c, vez admoestado, pela segunda multado.
especialmente, tudo o que possa causar prejuizo á estrada; § 1.° A multa será proporcionai á gravidade da falta.
9.° Dar aos viandantes as indicações e os auxilios que § 2.° O que reincidir será despedido.
lhos forem pedidos o possam prestar; Art. 43.° O cantoneiro que faltar ao respeito aos seus
10.° Collocar cs convenientes resguardos quando hou- superiores será despedido.
ver na estrada qualquer obra que possa occasionav perigo § unico. Se a falta de respeito for aggravada com offen-
ou prejuizo para os transeuntes. sas corporaes, alem dc ser despedido, será entregue ao
11.° Vigiar as propriedades confinantes evitando a in- poder judicial.
vasão e furtos. Art. 44." A pena dc demissão só será applicada j cio
§ unico. Não é permittido ao cantoneiro ter estabeleci- director das obras publicas.
mento de venda no seu cantão,- nem nos immediatos. Art. 45.° As multas poderão ser applicadas :
Art. 35.° Quando no cantão sobrevenham ruinas de im- Ató um dia, pelo chefe de conservação;
portancia tal que as reparações não estejam ao seu al- Até tres dias, pelo chefe dos serviços de conservação;
cance, o cantoneiro participá-lo-ha sem demora ao cabo, Por mais de tres dias, pelo director das obras publicas.
que, acto continuo, o coiumunicará ao chefe de conserva- § 1.° O modo de applicação das multas será o desconto
ção para que chegue ao conhecimento do chefe dos ser • no salario na respectiva folha.
viços de conservação e do director, a fim de serem dadas § 2.° As penas cle multa serão sempre submettidas á
as providencias convenientes. approvação do director das obras publicas, podendo por
Art. 30. 0 Os chefes de conservação, cabos e cantonei- elle ser alteradas.
ros, nomeados em virtude dos artigos 1G." e 17.°, serão Art. 4G.° De seis em seis meses serão abonados como
ajuramentados, devendo o director das obras publicas en- gratificação dez dias do seu salario a cada um dos dois
viar aos administradores dos concelhos uma relação nomi- cantoneiros que mais se distinguirem, e que tenham mais
nal d'esses empregados com indicação da respectiva resi- cle um anno de bom e effectivo serviço.
dencia. § unico. Esta gratificação será proposta pelo chefe dos
§ 1.° Para o cumprimento da primeira parte d'este ar- serviços de conservação e approvada pelo director das obras
tigo os chefes de conservação, cabos e cantoneiros apresen- publicas, sendo em ordem de serviço mencionado o facto
tarão as suas nomeações ao juiz de direito cm expediente ou factos que a motivaram.
ou aos juizes municipaes, que lhes deferirão juramento
de bem e fielmente cumprirem os deveres do seu cargo. CAPITULO IV
§ 2.° O pessoal ajuramentado poderá usar armas, pren-
der os delinquentes em flagrante delito, reclamar a pre- Instrucções sobre o modo de executar o s trabalhos
sença das autoridades administrativas ou judiciaes e o au- de cunservação
xilio da força publica, segundo as suas attribuições.
Art. 37.° As penas disciplinares applicaveis aos chefes Art. 47.° Para manter o pavimento em bom estado deve
de conservação são : 0 cantoneiro :
1 A d m o e s t a ç ã o verbal; 1.° Conservá-lo limpo de poeira e cle lama, removendo
2.° Censura em ordem de serviço; aquella com a vassoura e esta com o rodo ou, se está
3.° Multa em desconto no salario; muito fluida, tambem com a vassoura, fazendo d'esta uso
4.° Suspensão; com cuidado para não desagregar as pedras.
õ.° Demissão. 2.° Pôr em montes sobre as bermas a poeira o lama que
A pena de demissão só será applicada pelo governador tirar da estrada, sc puder servir para saibro nos concer-
da provincia, sobre proposta do director das obras pu- tos ou para regularizar as bermas, dcitando-a em caso
contrario nos terrenos vizinhos, se os proprietarios o con-
blicas.
sentirem, ou removendo a para vasadouros.
Art. 38.° As penas disciplinares applicaveis aos cabos
de cantoneiros são: 3.° Percorrer por occasião das chuvas abundantes toda a
1Admoestação; estrada, armado com a vassoura e picareta, para dar saida
2.° Multa em desconto no salario; pronta a todas as aguas represadas, deitando com a pri-
3.° Baixa de classe; meira a agua fóra das covas ou depressões, e scrvindo-se
4.° Demissão. da segunda para desobstruir as saidas por onde a agua
Art. 39.° A admoestação será applicada por faltas le- passe e, sendo preciso, abrir sangrias especiaes.
ves. A multa em desconto no salario pela reincidência 4.° Conservar as valietas desobstruídas, limpando os de-
em falta leve pela qual já tenha sido applicada a pena de positos que nellas se formem. O seu perfil normal deve
admoestação, ou pelo commettimento de falta a que deva ser restabelecido -quando for preciso, alinhando-se as ares-
corresponder pena mais severa que a de admoestação. tas com o cordel e nivelanclo-se o fundo com cruzetas.
A baixa de classe será imposta aos cabos que, por falta de 5.° Fazer no principio da estação seca e da estação
competencia, não desempenhem convenientemente os de- das chuvas uma limpeza geral das valietas.
veres do seu cargo, e aos que tiverem sido multados, por 6.° Conservar a regularidade da superfície dos taludes,
duas vezes, por a elles faltarem por desleixo. A demis- enchendo as depressões e sulcos, que se formem, com
são será dada aos que reincidirem em faltas pelas quaes terra, que se baterá com a pá, conservando sempre livres
lhes tenha sido dada baixa de classe e aos que faltarem as saidas das aguas, arrancando as ervas más e reno-
ao respeito aos seus superiores, devendo, no caso do ha- vando as plantações que secarem.
ver offensas eorporaes, ser entregues ao poder judicial. 7.° Conservar as bermas, quando não forem mais altas
Art. 40.° O cantoneiro que se ausentar do seu posto fi- que o pavimento, bem concordadas com elle, com inclina-
cará sujeito ao desconto de um dia cle salario pela pri- ção transversal, limpas de ervas, e superfície lisa, para
meira vez, e tres dias pela segunda, e, se reincidir, po- o que devem logo desfazcr-se as impressões das rodas o
derá ser clespedido. dos pés que acciclentalmente passem nas bermas, encher
1
Art. 41.° O cantoneiro que durante o serviço não tiver as covas ou deitar terra a mais, tendo o cuidado, neste
.Fevereiro 27 66 1905
ultimo caso, cle picar primeiro o sitio onde se tem de dei- sentido; empregar somente o saibro no final cia operação,
tar a terra e, depois cle deitada, bater com o maço. quando a passagem do cylindro já não produzir movimento
S.° Fazer as cortadoras nas bermas mais altas que o na superfície, e apenas na quantidade precisa para ligar
pavimento em nivel igual ou inferior aos bordos cVelle, a pedra; não cessar a acção do cylindro sem que esteja
com inclinação sufficiente, perfil regular, e conservá-las completamente feita a ligação dos materiaes.
desobstruídas. Art. 51.° Quando a espessura do empedrado estiver
9." Revestir as arestas exteriores das bermas, nas ex- excessivamente diminuída, ou a estrada estiver de todo
tensões em que as estradas passem em aterro, cle leivas, arruinada e precisar o pavimento feito de novo em certa
que serão collocadas cotn uma pequena inclinação de fóra extensão, levanta-se inteiramente toda a pedra existente,
para dentro, dispondo de espaço a espaço pequenas re- que, convenientemente limpa e escolhida, se aproveita no-
gueiras cle forma semi-circular de 0"',2õ de diâmetro no vamente, regulariza-se a caixa, espalha-se a pedra por ca-
sentido da maior inclinação dos taludes. Estas regueiras madas, comprime-se com o cylindro e ensaibra-se do mesmo
devem igualmente ser revestidas com leivas e terminar modo que se pratica na construcção do pavimento.
nas bermas por pequenas gargantas, ás quaes a disposi- Art. 52.° Nas applicações de material convém, em
ção do revestimento das arestas conduzirá as aguas plu- quanto o macadam não estiver ligado, e a fim de apres-
viaes. sar a ligação, estabelecer travessanhos nas bermas, com
10.° Abrir, sempre que seja possivel, nas porções de montes de pedra, para obrigar o transito a seguir pela
estrada cm escavação, pequc-nas valias parallelas ás ares- parte empedrada, e fazer com que a circulação se faça in-
tas dos taludes, a fim de desviar cVestes as aguas plu- distinctamente por todo o leito, havendo para isso o cui-
viacs. dado de fazer desapparecer os vestigios dos carros, para
11." Arrancar e raspar a ferro com cuidado as vegeta- que não sigam os trilhos uns dos outros.
ções que se formem nas juntas de obras de arte. Art. 53.° Nas reparações extraordinarias e nas grandes
Art. 48." Nos pequenos concertos devem observar-se reparações convém, para a perfeição e homogeneidade do
os seguintes preceitos : trabalho, que elle seja feito de uma vez em toda a largura
1." Limpar primeiro bem da poeira e da lama a depres- da estrada Quando, porem, a estrada for de grande tran-
são que se quer encher. sito, far-se-ha em metade da largura por cada vez.
2." Picar o pavimento, especialmente nos bordos da de- A extensão em comprimento a empedrar de cada vez
pressão, mas somente na profundidade de O"1,04 a 0 m ,05. é tambem dependente de maior ou menor transito. Não
3.° Lançar a pedra com cuidado, a mais grossa no cen- deve, em regra, ser superior a 200 metros, principalmente
tro e a mais meuda nos bordos, conchegando-a com o nas declividades mais fortes, a fim de evitar um esforço
maço. extraordinario de tracção.
4." Fazer estas operações cm pequenes espaços que não Art. 54.° Completo o empedramento, serão seguidamente
tenham mais do 2 a 0 metros de comprimento e 1 a 2 limpas e regularizadas as bermas e valietas.
metros de largura. Art. 55.° A pedra a empregar em todas as reparações
5." Fazê-las, em regra, em tempo húmido, mas, ha- deve ser bem limpa de materias estranhas, dura o mais
vendo necessidade dc as fazer em tempo sêco, fazer uso possivel, britada em dimensões proximamente uniformes e
da rega e bater os materiaes com o maço até que tenham de forma angulosa. As suas dimensões devem ser com-
feito presa. As pancadas com o maço devem ser primei- prehendidas entre 0,04 e 0,06.
ramente com pouca forca e successivamente mais fortes, Art. 56.° O saibro deve ser só na quantidade precisa
devendo começar-se a bater dos bordos para o centro. para a ligação da pedra; a proporção deve ser aproxi-
(>." Não fazer esses concertos a seguir em uma certã madamente um terço do volume cia pedra.
extensão cle estrada, mas começar pelos pontos onde as
depressões sejam mais fundas e mais numerosas, e seguir
successivamente pelos pontos onde a estrada esteja menos CAPITULO V
deteriorada.
Disposições relativas á policia das estradas
7." Não fazer os concertos cm seguida uns aos outros
no mesmo alinhamento, mas uns da direita e outros cla I
esquerda, para que os vehiculos não sigam um trilho e
desgastem mais um lado da estrada. Obrigações dos transeuntes e de outros, em relação
á policia das estradas
8." Não abandonar os concertos emquanto a pedra não
ligar, repondo com o ancinho as pedras deslocadas pelas Art. 57.° É prohibido :
rodas dos vehiculos e pelos pés dos animaes, regando, se 1.° Cavar, fazer buracos ou cravar qualquer objecto na
for preciso e possivel, conchegando as pedras com o maço. via publica, ou desfazer qualquer parte da calçada ou ma-
Art. -19." Quando houver motivo para julgar que em cadam ;
alguma porção de estrada a espessura do empedrado está 2.° Conduzir quaesquer objectos arrastando-os pelo solo
diminuta, ou quando o director o julgar conveniente, e, e descarregá-los deitando-os cle alto;
em lodo o caso, por determinação (Pelle, observar-sc-ha 3." Encostar ou prender qualquer cousa aos candieiros
esta espessura por meio de pequenas cortadoras no pavi- e ás arvores do terreno publico, subir áquelles ou a estas,
mento. varejar as arvores, quebrar-lhes alguma vergontea, ou de-
§ unico. Se por esta sondagem se demonstrar que a es- teriorá-las por qualquer forma;
pessura do empedrado, que. deve ser dc 0"',2õ, está dimi- 4." Ter ou conservar na via publica vehiculos desenga-
nuída alem do limite conveniente c deve ser reforçada, o tados, mato, estrumes, pedras, lenha, madeira ou quaes-
director determinará a espessura da camada (le pedra que quer outros objectos, não estando esses objectos em acto
deve ser applicada. de carga, descarga ou conducção;
Art. í>0." Para fazer esta applicação devcr-se-ha: 5.° Ter animaes domésticos divagando na via publica;
Limpar o pavimento cle poeira ou de lama e picá-lo nos 6.° Limpar vasilhas, vehiculos ou animaes, partir lenha,
bordos, ou, se for pceciso, cm toda a superfície, na pro- fazer fogueiras na via publica; em summa, pejá-la por
fundidade de O"1,04 a0"',0õ ; espalhar por igual a pedra, que qualquer forma, ou praticar nella quaesquer trabalhos ou
deve ser limpa de materias estranhas, e passar em seguida operações, ou fazer d'ella usos differentes cPaquelles para
o cylindro. começando por comprimir as margens por pas- que é destinada;
sagens sticcessivas com elle successivamente mais carre- 7." Lançar nas valietas, ou sobre o pavimento das es-
gado, percorrendo sempre as mesmas zonas no mesmo tradas, aguas ou quaesquer despejos líquidos ou solidos;
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8.° Ter nas paredes exteriores dos andares terreos, so- I Art. 66.° A chapa de rasto nas rodas de qualquer ve-
bre a via publica, quaesquer objectos que fiquem salien- hieulo deverá ser lisa, sem relevo de pregos ou outro, nem
tes em relação ao plano da parede; chanfros ou entalhes.
9.° Ter, sobre qualquer parte que deite sobre a via pu- § unico. A largura do rasto para vehiculos de carga e
blica, sem resguardo, vasos, caixotes ou quaesquer outros para vehiculos de conducção de pessoas, tirados por mais
objectos; de dois animaes, não sendo carruagens de luxo, não será
10.° Assentar na via publica, sem licença do Governo, inferior a 0"',07. Para as carruagens de luxo e outros ve-
quaesquer construcções ou abrigos, moveis, candieiros, hiculos de conducção de pessoas, tirados por um ou dois
postes, balanças automaticas ou semelhantes, e estabele- animaes, a largura do rasto não será inferior a O111,045.
cer á superfície, no ar ou no sub-solo, tubos ou fios conduc- Art. 67.° E prohibido jungir a par mais de dois animaes
tores de fluidos ou outros quaesquer. bovinos, ou engatar a par mais cle tres animaes de outra
Art. 58.° Quem tiver sujado a via publica com quaes- especie em qualquer vehiculo.
quer detritos provenientes de cargas ou descargas c obri- Art. 68.° Os trens de luxo e os carros de transporte de
gado a limpar convenientemente o logar onde taes servi- passageiros ou mercadorias, tirados por cavallos ou mua-
ços se fizeram. res, ou automóveis, velocipedes ou qualquer vehiculo, não
Art. 59.° Qualquer animal domestico solto na via pu- poderão transitar de noite nas estradas sem, pelo menos,
blica, ou objecto ali demorado, sem ser em acto de carga, uma lanterna accesa.
descarga ou conducção, será considerado como perdido e § 1.° Em um dos vidros da frente ou lado externo da
removido para logar conveniente. lanterna dos carros de transporte de passageiros ou de
§ 1.° Se for conhecido o dono, ou elle apparecer no mercadorias estará escrito, e bem visivel, o respectivo nu-
prazo de tres dias, ser-lhe-ha entregue o animal ou objecto, mero de policia.
pagando elle as despesas feitas e a multa correspondente, § 2.° Nos carros de bois as lanternas poderão ser substi-
se não preferir abandoná-lo. tuídas por campainhas que toquem constantemente.
§ 2.° Se o dono não for conhecido, ou não se apresen- Art. 69.° Os cocheiros, carroceiros e carreiros são obri-
tar no prazo de tres dias, será o animal ou objecto apre- gados a guiar os respectivos vehiculos do seguinte modo:
sentado á autoridade administrativa da parochia onde ti- O cocheiro do logar que lhe for proprio no vehiculo;
ver sido encontrado, para esta autoridade proceder nos O carroceiro, ao lado ou adeante cia carroça, condu-
termos dos artigos 408.° ou 415.° do Codigo Civil. zindo o gado pela arreata á distancia maxima de l m , 5 ;
Art. 60.° Ninguém poderá apascentar quaesquer ani- O carreiro, a pó, na frente do carro, á distancia de
maes sobre os taludes, valietas ou bermas, nem sobre es- 1 " ' , 5 .
tas conduzir quaesquer vehiculos. Art. 70.° Ninguém, guiando ou conduzindo vehiculos,
Art. 61.° Não é permittido atravessar as estradas fóra póde deixá-los abandonados na via publica.
das serventias estabelecidas sem que para isso haja licença, § 1.° Os carros cle transporte de passageiros ou merca-
a qual só póde ser concedida em casos especiaes, e im- dorias, que houverem de estar parados na via publica
pondo-se ao pretendente a responsabilidade por quaesquer para largarem ou receberem pessoas ou cargas, só pode-
estragos. rão demorar-se o tempo necessário para esse fim e deve-
Art. 62.° As empresas de transportes de passageiros ou rão ser collocados do modo por que menos embaracem o
mercadorias pelas estradas ordinarias são consideradas, transito.
para todos os effeitos da lei civil e commercial, como com- § 2.° Os conductores cle carros cle transporte, quando
missarios de transportes, recoveiros ou alquiiadores, e são tenham de dar descanso ou comida ao gado, ou precisem
responsáveis por perdas e damnos, quer elles resultem da parar na estrada, são obrigados a collocar os carros a um
inobservância das leis e regulamentos, quer da inhabili- dos lados da estrada, deixando o máximo caminho livre
dade ou incúria dos seus empregados e agentes. entre o carro e o outro lado da estrada.
§ unico. Se occorrer accidente de que resultem offensas Art. 71.° E prohibido que os carros, quer de passagei-
corporaes, ferimentos ou morte, serão punidos segundo a ros, quer cle mercadorias, sigam a par nas estradas, e bem
respectiva culpabilidade, nos termos do Codigo Penal: assim que sigam enfileirados no mesmo trilho, sem guar-
1.° Aquelles que involuntariamente commetterem ou fo- darem a distancia de 4 metros, pelo menos.
rem causas d'esses crimes pela sua impericia, inconside- Art. 72.° Quando dois vehiculos transitarem no mesmo
ração, negligencia, falta de destreza ou inobservância das sentido, o da frente, sendo de menor andamento, terá obri-
leis e regulamentos; gação de dar passagem ao outro, quariclo lhe seja pedido,
2.° Aquelles que voluntariamente commetterem ou forem desviando-se para o lado esquerdo.
causa dos referidos crimes. Art. 73.° Sempre que nas estradas se encontrem quaes-
Art. 63.° Nas administrações dos concelhos haverá um quer vehiculos caminhando em sentido opposto, deverá cada
livro onde será aberto o registo de todos os carros de um d'elles desviar-se para o seu lado esquerdo, clando-se
transporte, quer de passageiros, quer de mercadorias, per- assim reciprocamente a direita.
tencentes ao respectivo concelho. Cada carro terá inscrito § unico. Quando se encontrarem vehiculos transitando
na sua parte externa, de modo bem visivel, o concelho a cm sentido opposto em estrada ou parte da estrada tão
que pertence e o numero de policia. estreita que não possam cruzar-se, recuará um d'e)les nos
Art. 64.° Nos escritorios das empresas ou companhias termos seguintes:
de transporte de passageiros haverá tambem um livro, for- 1.° Sendo o caminho em declive, o que estiver mais
necido pelos empresários e rubricado pelo administrador abaixo;
do concelho respectivo, no qual os passageiros poderão 2." Em caminho plano, o que estiver mais proximo do
inscrever quaesquer queixas, ou estas sejam contra co- logar onde o cruzamento for possivel e, sendo a distancia
cheiros ou conductores de vehiculos, ou concernentes a igual, o que for mais leve;
transgressões dos regulamentos policiaes. 3." Sendo iguaes todas as circunstancias, recuará o
§ unico. As empresas ou companhias são obrigadas a que transitar do norte para sul, ou do nascente para o
patentear á respectiva autoridade administrativa o aos em- poente.
pregados da conservação o livro de que trata este artigo, Art. 74.° Aos conductores de carros de qualquer espe-
todas as vezes que o reclamem. cie é prohibido:
Art. 65.° E prohibido aos conductores de diligencia con- 1.° Dar volta com elles dentro das guardas de qualquer
duzir um numero de passageiros maior do que o da res- ' obra de arte;
pectiva lotação. I 2.° Travá-los com travões de telha ou prendendo uma
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roda; é, porem, obrigatorio em todos os cairos de eixo publicas ou algum dos seus delegados, marquem os alinha-
fixo o travão que possa ser manobrado pelo cocheiro; mentos e dêem as cotas de nivel;
3." Carregar os carros cle transporte com ramos, ma- 7.° A não fazer escavações em uma zona igual á altura
deiras ou outros quaesquer objectos por forma que as pon- vertical do aterro, quando este se eleve a mais de 3 me-
tas arrastem sobre a via publica, e bem assim levar a tros do terreno natural.
rastos qualquer objecto preso a elles. Art. 85.° Pelas restricções prescritas no artigo ante-
Art. 75." Nas estradas, dentro das povoações e junto ás cedente não teem os proprietarios direito a indemnização,
pontes, ou sobre estas, ó prohibido lançar a galope os ani- e igualmente o não teem quando o Governo lhes negar ou
maes, quer montados, quer atrelados a vehiculos. revogar as licenças a que o mesmo artigo se refere.
Art. 76.° Os conductores cle animaes devem conduzi-los Art. 86.° As arvores que existirem no espaço em que,
pela arreata e é lhes prohibido trazer mais de tres caval- segundo o artigo 84.°, não é permittido fazer plantações
gaduras a par, transitar com recuas de mais de cinco, poderão ser mandadas cortar e arrancar, pagando-se pre-
conduzir uma récua a par da outra, ou em seguida a ou- viamente ao respectivo proprietario o valor d'aquellas que
tra com intcryallo inferior a 4 metros. já existissem ao tempo da construcção da estrada e não
Art. 77.° E prohibido o transito cle gado, cavalgadu- tivessem sido expropriadas.
ras de sella ou clc carga e vehiculos pelas bermas das es- § 1.° As que, porem, nelle nascerem ou forem planta-
tradas. das posteriormente serão cortadas e arrancadas sem in-
Art. 78.° É prohibido prender cavalgaduras ou outros demnização alguma.
animaes na via publica ou deixá-los ahi peados. § 2.° Quando houver arvores que estendam os ramos
sobre o leito de estradas poderão ser cortados pelos em-
II pregados das obras publicas, se o dono das arvores, sendo
avisado, o não fizer dentro de tres dias, os ramos que ul-
Direitos e obrigações dos proprietarios confinantes
com as estradas em relação á policia (1'ellas trapassem o plano vertical que passe pela linha limite da
zona da estrada.
Art. 79." Não poderá ser autorizada a pesquisa cle § 3.° Os edificios que forem construídos e as obras que
aguas sob o pavimento das vias publicas. forem feitas, sem a devida autorização, no espaço em que,
Art. 80.° Quando os proprietarios tiverem necessidade segundo o artigo 84.°, isso não é permittido, serão manda-
de fazer passar aguas cle um para outro lado de uma es- das demolir pelo respectivo administrador do concelho á
trada, só o poderão fazer em canos soterrados, construídos custa cPaquelles que as tiverem mandado fazer.
á sua custa com a devida segurança, se para isso lhes for Art. 87." Aos proprietarios dos terrenos confinantes com
concedida licença pelo Governo. as estradas publicas poderá ser concedida pelo Governo a
Art. 81." Os proprietarios cle predios confinantes com occupação do terreno dos taludes, obrigando-se elles a
as estradas não poderão dirigir para estas os canos, regos construir cm logar dos mesmo taludes muros de sustenta-
ou valias de dcsaguamento, e são obrigados a desviar as ção do aterro, e pagando 0 yalor do terreno de que por
aguas, fazondo para esse fim os necessarios canos, regos esse facto se apropriarem.
ou valias e conservando-os sempre dcsobstruidos. Art. 88." Aos proprietarios dos terrenos confinantes com
Art. 82." Os proprietarios de terrenos confinantes com as estradas será permittido:
as estradas são obrigados a conservar os vallados. 1." Edificar sobre os muros de viaducto e muros de
§ 1." Os vallados devem ter o talude conveniente para supporte, se a edificação não prejudicar estas obras de
que as terras não desabem, evitando-se assim que vão en- arte e o requerente pagar metade do custo dos muros so-
tulhar as valietas e canos, e impedir a pronta saida das bre que pretender edificar, ficando alem d'isso obrigado a
aguas. custear por metade as despesas de conservação clos mes-
§ 2." Nos vallados que os respectivos proprietarios.não mos muros;
conservarem serão feitas á sua custa, por ordem dos res- 2." A construcção de serventias na3 suas propriedades
pectivos administradores cle concelho, as obras que neces- para as estradas, devendo elles cobrir as valietas nos lo-
sarias forem para sua conservação. gares das serventias e estabelecer estas solidamente.
Art. 83." Os proprietarios ou possuidores das fazendas Art. 89." Os proprietarios dos predios confinantes com
c terrenos abertos, confinantes com as estradas, podem ve- estradas são obrigados :
dar essas fazendas ou terrenos, mediante licença e auto- 1." A demolir em um prazo razoavel, que lhes será in-
rização do Governo. dicado pelo director das obras publicas, e depois de inti-
Art. 84." Os proprietarios dos predios confinantes com mados, as edificações que ameacem ruina e desabamento
as estradas publicas são tambem obrigados: sobre os leitos das estradas;
1 A não edificar nem plantar arvoredo em uma faixa 2." A remover das estradas, no prazo que lhes for mar-
de terreno de O"1,50 cle largura, medida a partir da linha cado, todos os entulhos e materiaes que as obstruirem,
quo, nos termos do artigo 4.", limita a zona oocupada pela por effeito de desabamento ou demolição de qualquer edi-
estrada, sem quo para isso tenham licença do director das ficação ou construcção.
obras publicas; Se assim o não cumprirem, será a demolição ou remoção
2." A não edilicar sobre os muros de viaducto ou de feita á custa dos proprietarios pelos empregados das obras
supporte, sem licença expressa, por escrito, do director publicas.
das obras publicas. Art. 90.° Nas frontarias dos pavimentos terreos sobre
3." A submetter á approvação do director das obras a via publica não é permitido ter:
publicas, nos termos do regulamento da metropole de G Grades com bojo nas janelas;
de, junho de 1895, o projecto cias obras que pretenderem Janelas ou portas abrindo para fóra:
executar ; Balcões saindo das hombreiras ;
4." A não construir alpendres, balcões ou passadiços, Candieiros exteriores a altura inferior a 2 m ,5 acima do
nem aqueductos sobre as estradas publicas, sem licença pavimento da estrada.
do director das obras publicas; § unico. Póde ser permittida a armação de toldos du-
5." A não fazer sobre os leitos do transito publico de- rante o tempo em que o sol der no predio, devendo a lar-
positos de materiaes sem licença expressa do director das gura delles não exceder a do passeio, se o houver, ou
obras publicas; 1"',5 não o havendo, e a altura minima, desde o pavimento
0." A não construir na ruas, que fizerem parto da3 es- ató á orla inferior da sanefa, não ser inferior a 2 metros.
tradas, edificações urbanas sem que o director das obras Art. 91." Nos predios urbanos que se constituirem junto
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ás estradas a altura da edificação será regulada pelos se- § 6.° A concessão ou denegação das licenças será com-
guintes preceitos: municada ao requerente por intermedio do chefe de con-
1.° Quando a largura da estrada ou rua que d'ella faça servação.
parte for inferior a 5 metros, a altura dos edificios não Art. 94." Quando as licenças possam ser concedidas, o
será superior a 12 metros ; director das obras publicas enviará aos requerentes, jun-
2.° Quando essa largura ficar comprehendida entre 5 e tamente com as communicações a que se refei-e o artigo
7 metros a altura dos edificios não será superior a 15 anterior, uma guia para pagamento da importancia dos
metros; emolumentos que forem devidos e que entrarão no cofre
3.° Quando a dita largura for superior a 7 metros a al- da receita eventual.
tura dos edificios não será superior a 20 metros. Art. 95.° Logo que os proprietarios, aos quaes tenha
§ 1.° Estas alturas serão medidas no meio da fachada, sido enviada a guia mencionada no artigo anterior, provem
desde a calçada até a parte superior da cornija. ter entrado com a respectiva quantia no cofre da receita
§ 2.° Acima da cornija e no plano da parede da fa- eventual da recebedoria do concelho em que estiver situada
chada não poderá ser elevada nenhuma construcção, ex- a propriedade, ser-lhe-hão entregues os diplomas das li-
cepto os acroterios e seus accessorios. cenças, acompanhados cle uma copia da planta que lhes
§ 3.° Estes preceitos não se applicam aos templos, aos disser respeito.
edificios destinados para serviço publico, nem aos monu- Art. 96.° O director das obras publicas deverá fazer
mentos, quer sejam construídos pelo Governo, quer pelas registar na repartição a seu cargo os diplomas das licen-
camaras municipaes. ças concedidas, e determinará que no terreno sejam mar-
Art. 92.° Em todos os predios que de novo se construí- cados os alinhamentos e as cotas de nivel necessarias para
rem, ou nos já construídos que soffrerem obras de grande a construcção autorizada.
reparação, as aguas pluviaes serão recebidas em algero- § 1.° Entre a aresta exterior da berma cla estrada e a
ses ou calhas nos telhados e d'ahi conduzidas até o rés da linha da construcção autorizada deverá ficar uma faixa de
via publica. Onde houver passeio, a canalização será pro- 1 metro de largura, pelo menos, quando isso não fique em
longada por baixo d'este até desaguar na valleta. desacordo com o alinhamento de outras construcções já
§ unico. Nos predios onde haja canalização já feita nos ali existentes.
telhados, com goteiras ou gargulas para esgoto das aguas § 2.° Quando, na fixação do alinhamento para a cons-
pluviaes, serão destruídas as goteiras c completada a ca- trucção ou reconstrucção dos predios, os proprietarios fo-
nalização até a valleta. rem obrigados a recuar, serão indemnizados do terreno
que perderem.
§ 3." Se, pelo contrario, em resultado clo alinhamento
CAPITULO V I
dado, os proprietarios forem obrigados a avançar sobre
Disposições relativas á s licenças para obras o terreno publico a sua construcção, devem pagar o ter-
junto das estradas reno que adquirirem.
§ 4." Estas indemnizações serão liquidadas nos termos
Art. 93.° É da competencia do director das obras pu- das leis de expropriação.
blicas da provincia a concessão de licenças para plantações § 5.° Quando se trate de construcção cle um predio que
ou cortes de arvores, edificações, vedações e outras obras tenha uma frente para estrada real, ou para rua que d'ella
particulares de qualquer natureza junto das estradas faça parte, e outra frente para rua de povoação que não
reaes. faça parte de tal estrada, ou para estrada municipal, de-
§ 1.° Quando haja opposição de terceiro á concessão da verão os alinhamentos e cotas dc nivel ser determinados
licença requerida, ou se offereça alguma duvida ao seu de- pelo director das obras publicas e pela camara municipal,
ferimento, deverá o funccionario acima referido submetter cada um na parte sobre que tiver jurisdição.
o respectivo requerimento á deliberação do governo da § 6." A approvação do projecto, tanto dentro como fóra
provincia, que ouvirá o conselho technico de obras pu- das povoações, dependerá cio director das obras publicas,
blieao. sem prejuizo das faculdades conferidas ás camaras muni-
§ 2.° Os requerimentos solicitando estas licenças, feitos cipaes pelo Codigo Administrativo.
em papel sellado, indicarão com precisão e clareza a na- Art. 97.° Em frente das casas de novo construídas será
tureza e importancia da obra, plantação ou corte de arvo- calçada, á custa dos proprietarios, a berma e a faixa dc
res a emprehender e o local onde deva realizar-se, e se- terreno entre esta e a construcção. Os proprietarios deve-
rão entregues na direcção das obras publicas, directamente rão tambem cobrir a valleta nos logares de serventias e
ou por intermedio do chefe de conservação dentro de cuja estabelecer estas solidamente segundo as indicações do di-
secção aquelles trabalhos tenham de ser effectuados. rector cias obras publicas.
§ 3.° O director das obras publicas mandará levantar, Art. 98." O director das obras publicas jxxlerá permit-
sempre que o julgue necessário, pelos empregados que ser- tir a occupação temporaria cle uma parte da via publica
virem ás suas ordens, as plantas dos terrenos em que de- • com deposito de materiaes destinados á execução da obra
vam affectuar-se as obras, plantações ou cortes de arvores, autorizada, quando o interessado não tenha terreno pro-
em harmonia com as indicações dos proprietarios, relati- prio que para esse fim possa ser aproveitado.
vas ás obras ou aos logares escolhidos para a plantação Art. 99.° Nas licenças para construcção de obras junto
das arvores, ou aos pontos occupados pelas que se pre- á via publica, o director das obras publicas determinará
tender cortar. o prazo máximo dentro do qual a obra deverá ficar con-
§ 4.° A disposição do paragrapho anterior não dispensa cluida, tendo em attenção as condições que facilitem ou
a apresentação, por parte do requerente, do projecto em difficultem a construcção. Bem assim determinará o tempo
duplicado e devidamente sellado, quando se trate de obras que possa durar a occupação dc parte cia via publica com
ou construcção que, alem da licença, careça para a sua deposito de materiaes destinados á construcção autorizada
execução da approvação do respectivo projecto. quando essa occupação tiver sido permittida.
§ 5." O proprietario não será obrigado a pagar ao em- Art. 100.° A abertura de canos através das estradas
pregado que proceder ao levantamento das plantas a que para a conducção de aguas de um para outro predio o a
se refere o § 3.° Apenas correrão por sua conta os sala- passagem cPessas aguas pelas valietas das estradas, com o
rios do pessoal jornaleiro que houver de auxiliar o refe- mesmo fim, só poderão ser permittidas aos que forem se-
rido empregado e os sellos que devam ser appostos nas nhorios dos predios de onde a agua sair c d'aquelle para
plantas que hajam de. ficar juntas aos processos de licença. • onde a agua entrar, ou aos que se mostrarem para isso
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devidamente autorizados pelos senhorios d'essas proprie- § 2.° Serão tambem concedidas pelo director das obras
dades. publicas as licenças para reedificações de construcções já
Art. 101.° Quando qualquer proprietario obtiver auto- existentes, ou para obras exteriores de reparação para o
rização para construir cano ou aqueducto, collocá-lo-ha á lado cla via publica.
profundidade e construi-lo-ha com a capacidade e solidez Art. 111." Serão concedidas pelo director das obras pu-
que o director das obras publicas julgar necessário para blicas, nos termos que forem de justiça, as licenças para
assegurar a sua conservação. construcção de serventias requeridas pelos proprietarios
Deverá tambem o mesmo funccionario determinar a confinantes com as estradas.
qualidade dos materiaes que deverão ser empregados. Art. 112." Pelas licenças a que se referem os dois arti-
Art. 102." Quando for concedida licença para construir gos anteriores não será exigido emolumento algum.
alpendre, balcão, passadiço ou aqueducto sobre estrada pu- Art. 113." O director das obras publicas, por si e pelos
blica, o director das obras publicas fixará na própria li- seus subordinados, fiscalizará as construcções ou quaes-
cença a altura a que deva ficar em relação ao leito cia quer serviços executados pelos proprietarios confinantes
estrada. com as estradas e para cuja execução tenha sido conce-
Art. 103." Quando qualquer proprietario tenha obtido dida a necessaria licença.
autorização para construir muros de vedação, ou para Art. 114.° Quando pela execução de qualquer obra au-
substituir taludes de aterros ou trincheiras por muros de torizada se causar algum damno á via publica, será esta,
supporte, o director das obras publicas ' fará assentar os logo que seja concluida a obra, restituída ao estado ante-
alicerces em terreno resistente, dar aos muros as dimen- rior á custa d'aquelle que tiver usado da licença.
sões necessarias para assegurar a sua estabilidade, e em- Art. 115." Se clas obras que se fizerem em algum pre-
pregar os materiaes que mais apropriados forem. dio resultar entulho que tenha de ser lançado de alto, será
Art. 104." A occupação dos taludes, substituindo-os por lançado por meio de um conductor fechado.
muros cle supporte, e a edificação sobre os muros de via- Art. 116." Nas licenças para edificações e plantações
ducto só poderá ser permittida aos proprietarios dos junto ás estradas poderão ser impostas, alem das condi-
terrenos confinantes. ções expressas n'este regulamento, quaesquer outras que
íj unico. Sobre. os muros de supporte construídos cm em casos especiaes se torne necessário estabelecer.
substituição cios taludes, se a estrada for construida em Art. 117." Os que obtiverem licença para construção de
aterro, poderão ser levantados muros de guarda de altura obras junto á via publica ficam em geral obrigados a obser-
não inferior a 0"',8 nem superior a l"',õ. var todos os preceitos que pelo director das obras publi-
Art. 105." Quando os proprietarios, tendo obtido licença cas lhes forem impostos, e a seguir todas as indicações que
para edificar sobro muros cle viaducto, ou para substituir por elle forem feitas para evitar o estrago das estradas, e,
taludes por muros de supporte, houverem por esse facto em geral, o prejuizo dos legitimos interesses publicos ou
de pagar metade do custo dos muros de viaducto, ou o particulares.
valor do terreno de que se apropriarem pela substitui- Art. 118," A concessão cle licenças para construcções
ção dos taludes, esse pagamento deverá preceder a occu- junto á via publica não isenta os que as tiverem- obtido
pação dos muros dc viaducto ou do terreno dos taludes. da obrigação cle repararem, nos termos do Codigo Civil,
Art. 10G." As licenças para plantações de arvoredo, qualquer damno que directa ou indirectamente possa resul-
edificações, vedações e outras obras particulares cle qual- tar ao Estado ou á propriedade particular da execução
quer natureza só podem ser concedidas aos quo tiverem cias obras ou trabalhos a que taes licenças se refiram.
a propriedade, ou, polo menos, a posse presumida dos § unico. Quando os que tiverem obtido as licenças re-
predios cm que taes obras tenham de ser effectuadas. cusarem sujeitar-se a este preceito, o director fará cessar
Art. 107." Quando seja concedida licença para planta- desde logo a continuação dos trabalhos, e, se tanto for ne-
ção de arvores na orla das estradas, será condição d'essa cessário, levantará o competente auto para se tornar ef-
licença que, aquelle que a obtiver não terá direito á pro- fectiva a responsabilidade civil que o infractor possa ter
priedade cPcssas arvores, nem a indemnização alguma, contrahido pelos seus actos.
quando ellas hajam cle ser arrancadas, por ordem do Go- Art. 119." Os emolumentos devidos por licenças serão
verno, para melhorar a estrada, para assentar carris nas entregues pelos individuos que os deverem e mediante
bermas, ou para outro qualquer fim do utilidade, publica. guia, passada pelo director das obras publicas, no cofre da
Art. ÍOS." Quando, para a execução de qualquer obra receita eventual da recebedoria do concelho respectivo.
para que tenha sido concedida licença a algum proprieta- Art. 120." A concessão de licenças para obras junto á
rio, for necessário remover alguma ou algumas arvores da via publica não presumo nos que as obtiverem direitos
estrada, não sc procederá ao sou córte ou arranque sem cle, propriedade sobre os predios em que as obras tenham
autorização do director das obras publicas. dc ser feitas, nem dispensa outros actos ou formalidades
Art. 10',!." O director das obras publicas não consentirá que devam preceder, perante quaesquer autoridades ou
que os proprietarios dos predios confinantes com as estra- corporações officiaes, a execução dos trabalhos, nem po-
das publicas laçam edificações, construcções, plantações derá, tão pouco, ser allcgada para contestar a opposição
ou quaesquer outras obras, sem licença do Governo ou fundada em direitos de propriedade ou cie legitima posse
autorização sua, nos termos d'cstc regulamento; c para que por parte â& terceiros se possa apresentar ao uso da
execução dVsta prescrição solicitará, quando for preciso, licença concedida. Quando se levante qualquer duvida no
a intervenção da autoridade administrativa e cios tribu- sentido indicado o director das obras publicas dará parte
naes. ao Governo, deixando inteiramente livre ás autoridades
A r t . 1 1 0 . " O s p r o p r i e t a r i o s q u e , p o r e f f e i t o cle e x p r o - competentes a apreciação das questões levantadas.
p r i a ç ã o ou p o r c a u s a d a s o b r a s d e c o n s t r u c ç ã o ou a l a r g a -
m e n t o d a s e s t r a d a s ou d a s r u a s q u e d ' c l l a s f a ç a m p a r t e ,
forem terçados a construcções e obras p a r a vedação dos CAPITULO VII
s e u s p r e d i o s ou r e c o n s t r u c ç ã o d e f r o n t a r i a s d e c a s a s , n ã o
Disposições penaes
são obrigados a r e q u e r e r licença, m a s d e v e m p e d i r auto-
r i z a ç ã o ao d i r e c t o r d a s o b r a s publicas, e o n i m u n i c a n d o - l h c Art. 121.° As dcsobediencias, injurias, offensas corporaes
a o b r a ipie p r e t e n d e r e m f a z e r . c reaistencia aos empregados ajuramentados no serviço da
1." O d i r e c t o r d a s o b r a s p u b l i c a s v e r i f i c a r á a n c c e s - i conservação e policia das estradas serão punidas com as
s i d a d e d a o b r a e a s s u a s c o n d i ç õ e s e a u t o r i z a r á a e o n s t r u c - í penas que, o Codigo Penal impõe aos que commetterem
Ção d e m o d o q u e n à o s e j a p r e j u d i c a d a a e s t r a d a . I qualquer cVaquelles crimes contra agentes cia autoridade.
{
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§ unico. Se estes empregados forem accusados de algum este regulamento, lhes não possa ser permittida, ou a fi-
crime, a sua condemnaçao ou absolvição nào prejudicará zerem sem a devida licença, serão intimados para a de-
o direito que o Governo tem de lhes applicar as correc- molir dentro do prazo que para esse fim lhes for mar-
ções disciplinares nos termos das leis especiaes e regula- cado.
mentos. § unico. Se não cumprirem, será o trabalho feito á
Art. 122.° Aquelles que, sem justa causa, se oppuserem custa d'elles pelos empregados das obras publicas.
por qualquer modo : Art. 128.° As despesas que os empregados do Governo
1.° A que dos seus terrenos se tirem pedras e terra fizerem com trabalhos de demolição, remoção ou outros a
para as obras das estradas, e se façam para isso as explo- que os proprietarios são obrigados nos termos cVeste re-
rações e escavações necessarias ; gulamento, e quo não executarem nos prazos mareados,
2.° A que os engenheiros entrem nas suas propriedades serão cobradas administrativamente, servindo de base a
para fazerem os estudos e trabalhos que lhes forem neces- conta formulada na direcção das obras publicas.
sarios, e os que destruírem ou deslocarem as balisas e si- Art. 129.° Aquelle que cortar ou destruir qualquer ar-
naes por elles collocados; vore plantada em logar publico ou estrada, ou a mutilar
3.° A que das suas propriedades se lhes occupe a parte ou daninificar de modo que a faça perecer, será condem-
que for necessaria para obras ou para construir a habita- nado na prisão de tres a trinta clias e multa até 20;>000
ção dos que fiscalizarem a conservação das estradas e d'ella réis.
forem encarregados; § unico. Se for mais do que uma arvore, a pena será
4. u A supportar as servidões de agua e quaesquer ou- multiplicada pelo numero das arvores destruídas, eomtanto
tras na direcção e extensão conveniente; que não exceda o máximo da prisão correccional e multa
5.° Serão correccionalmente obrigados a desistir da sua correspondente.
opposição e condemnados na pena de tres até trinta dias Art. 130.° Serão punidos nos termos dos artigos 406.°
de prisão e no dobro do máximo por cada reincidência; a 485.° do Codigo Penal os gerentes das empresas c os
Art. 123.° Aquelles que praticarem, sem licença, quas- arrematantes ou empreiteiros do trabalhos do viação ordi-
quer acto, que nos termos d'este regulamento d'ella de- naria por quaesquer prejuízos que d'elles resultem, sem-
penda, ou praticarem qualquer trangressào a este regula- pre que esses trabalhos não tenham sido devidamente au-
mento serão punidos com a multa de 1$000 a 20j>000 torizados.
réis e prisão de tres a trinta dias. Art. 131." Serão punidos com as penas dos artigos
§ unico. Estas penas serão julgadas correccionalmente. 4G6." e seguintes até 485.°, inclusive, do Codigo Penal
Art. 124.° Aos transgressores do regulamento é facul- todos, os individuos que por quaesquer meios impedirem
tativo pagar desde logo a multa em que incorrerem, evi- ou tentarem impedir a execução dos trabalhos autorizados
tando assim a policia correccional. pelo Governo, e aquelles que destruírem ou de qualquer
§ 1.° Querendo o multado usar d'esta faculdade, o chefe modo damnificarem, praticando qualquer dos factos incri-
de conservação enviará o auto ao director, que determi- minados nos citados artigos, os trabalhos e obras feitas
nará a importancia da multa e fará passar a competente ou em construcção, arvores, ferramentas e quaesquer cou-
guia para pagamento. sas que pertençam ao Estado ou aos empreiteiros.
§ 2.° Se o transgressor não realizar o pagamento no
prazo de tres dias, a contar d'aquelle em que lhe for en-
CAPITULO VIII
tregue a guia, será enviado o respectivo auto ao delegado
do procurador da Coroa e Fazenda em expediente. Disposições yeraes
Art. 125.° Pelo pagamento das multas estabelecidas
neste regulamento serão responsáveis: o pae pelo filho Art. 132." Os autos lavrados pelo pessoal ajuramentado
menor, o marido pela mulher, o amo pelo criado, o tutor terão força legal em juízo até prova plena em contrario,
pelo tutelado, o administrador pelo senhorio, o patrão pelo servindo de corpo de delicto quando pelo Ministerio Pu-
serviçal e, finalmante, todos os chefes do familia pelos blico ou pelo contraventor nào for requerido auto espe-
seus familiares ou suboi'dinados na conformidade do dis- cial.
posto nos artigos 2379.° a 2381.° do Codigo Civil. Art. 133." Não podem ser embargadas as obras e tra-
Art. 126.° As multas impostas aos trangressores das balhos de reparação das estradas, executados em virtude
disposições d'este regulamento entram na receita geral do de projectos approvados pelo Governo e sobre terrenos
Estado e devem ser cobradas nas recebedorias da comarca publicos ou particulares para esse fim expropriados ou ce-
por meio de guias passadas pelos escrivães dos processos, didos.
em cumprimento de sentenças dos juizes, quando forem Art. 134." Nas questões que os particulares, as muni-
impostas em juizo correccional, ou pelo director das obras cipalidades, associações, empresas ou companhias quise-
publicas quando forem pagas, de pronto, voluntariamente rem intentar contra o Estado a respeito da construcção,
pelos transgressores que pretendam evitar a policia cor- conservação e policia das estradas publicas, não poderão
reccional. ser citados os engenheiros do governo nem outro qual-
§ 1.° No ultimo dia de cada mez deve o director das quer funccionario ou empregado das obras publicas, mas
obras publicas remetter á repartição superior de fazenda unicamente será citado o delegado do procurador da co-
da provincia, uma nota das multas cobradas judicialmente, roa e fazenda para com elle correr a demanda.
se lhes constar, e das pagas por espontaneidade do mul- Art. 135. u Os empregados publicos, do qualquer ordem
tado, com a declaração do nome d'este, da transgressão, ou graduação que sejam, não são responsáveis pelas per-
da importancia da multa, e da data da entrada na recebe- das c damnos que causem no desempenho das obrigações
doria, para ser remettida á Inspecção Geral de Fazenda que lhe são impostas pela lei, excepto se excederem ou
a fim de se fiscalizar a sua escrituração. não cumprirem de algum modo as disposições da mesma
§ 2." Outrosim devem os mesmos funccionarios enviar lei.
ao governo da provincia uma nota dos autos remettidos Art. 136.° Sc os ditos empregados, excedendo as suas
para juizo, com a declaração do nome do delinquente, da attribuições legaes, praticarem actos de que resultem para
transgressão e da data da remessa, a fim de que possam outrem perdas e damnos, serão responsáveis do mesmo
ser tomadas as providencias convenientes para o regular modo que os simples cidadãos.
andamento dos respectivos processos. Art. 137." O Governo, os empresários ou arrematantes
Art. 127.° Independentemente das penas a que ficam do quaesquer obras dc viação ordinaria são responsá-
sujeitos, aquelles que fizerem qualquer obra que, segundo veis :
.Fevereiro 27 72 1905
1." Nos termos das leis de expropriação por utilidade municados á corporação municipal respectiva, a qual po-
publica e do decreto de 31 cle dezembro de 1864, pela derá no prazo de trinta dias reclamar e propor quaesquer
indemnização das servidões temporarias ou permanentes; alterações. As reclamações das corporações municipaes,
2." Pela indemnização que nos termos do direito civil instruídas com o parecer do conselho technico cle obras
for devida aos proprietarios, rendeiros ou colonos por per- publicas, e com todos os mais documentos que lhe forem
das e damnos directamente causados nos bens cle raiz, nos relativos, serão enviadas ao Governo, o qual, ouvindo a
moveis o nos semoventes, durante a execução das ditas commissão superior technica dc obras publicas do ultra-
obras. mar, resolverá definitivamente e sem recurso.
Art. 138.° Os directores e os fiscaes de quaesquer tra- Art. 142.° Nos projectos que se fizerem para execução
balhos de viação ordinaria, c bem assim os empresários dos planos ordenados pelo artigo antecedente, alem das
c arrematantes d'estcs trabalhos teem obrigação, na parte indispensaveis condições de luz, ventilação e abasteci-
que lhes for applicavel, dc observar escrupulosamente os mento de aguas, attencler-se-ha ao seguinte :
preceitos do decreto dc 31 dc dezembro de 1864, os re- 1.° Ao melhor systema de deposito, desinfecção, esgoto,
gulamentos dc serviço, as clausulas e condições geraes de despejo ou remoção cle liquiclos e solidos;
empreitadas, as especiaes dos respectivos contratos, c de 2." Á drenagem do solo, quando for paludoso ou carre-
tomar todas as precauções para evitar quanto possivel o gado de substancias organicas:
perigo das pessoas empregadas nos referidos trabalhos e 3." Ao systema de esgoto geral, encanamentos de aguas
os damnos e prejuízos dos predios confinantes, dos seus e tubagens de illuminação ;
proprietarios ou rendeiros; e são responsáveis por quaes- 4.° Á largura das novas ruas, que não deve ser infe-
quer damnos ou prejuízos que causarem ás propriedades rior a 15 metres, nem a sua declividade inferior a 7 por
alheias ou ás pessoas, quando se verificar que voluntaria- cento;
mente deixaram de observar ou de fazer observar os ditos 5." Aos encanamentos interiores que conduzam aos ca-
preceitos, regulamentos c clausulas e as regras communs nos dc esgoto as aguas dos telhados;
e seguidas na praxe para obviar a taes inconvenientes. 6.° Ao chanfrado dos ângulos ou esquinas;
Art. 139." Independentemente da responsabilidade ci- 7.° A altura das edificações determinada pela largura
vil, que c do Governo ou das empresas e dos arrematan- das ruas e segundo regras geraes elaboradas pela com-
tes clc quaesquer obras cle viação ordinaria, nos casos de missão a que se refere o artigo antecedente.
indemnização por servidões temporarias ou permanentes Art. 143.° São declaradas de utilidade publica e urgente
ou por perdas c damnos directamente causados nos bens todas as expropriações necessarias para inteira execução
de raiz, nos moveis e nos semoventes durante a execução dos planos ordenados pelos artigos antecedentes, obser-
clas ditas obras, os delegados do Governo e os clas empre- vando-se no processo cPestas expropriações as leis em
sas e arrematantes cpte dirigem os trabalhos teem a res- vigor.
ponsabilidade. criminal ou como autores ou cúmplices cle Art. 144.° Logo que sejam approvados os planos de edi-
factos criminosos, ou por occultarem c3scs factos, ou por ficações e melhoramentos, nos termos dos artigos antece-
não promoverem os processos para serem verificados e dentes, ás condições d'esses planos ficam sujeitas as novas
punidos. edificações, as reedificações, abertura de ruas, praças e
Art. 140." Os pleitos para liquidar a indemnização, que jardins.
for devida por expropriações, servidões e damnos ou pre- § unico. Depois de feito e approvado qualquer d'esses
juizos á propriedade, cm resultado da construcção ou ex- planos, o governo da provincia, ouvido o conselho technico
ploração clas estradas publicas c as questões sobre domí- de obras publicas, poderá approvar, por partes, os pro-
nio, pertencem aos tribunaes civis. jectos definitivos para a sua execução.
Art. 145.° O governador da provincia, ouvidas as corpo-
rações municipaes e a. junta de saude da provincia, regu-
TITULO II lará o modo cle fiscalizar a execução dos preceitos de hy-
giene no interior dos edificios publicos ou particulares.
Disposições relativas ás ruas e edificações no interior Art. 146." Todos os proprietarios que depois de appro-
das cidades, villas e povoações vado o plano de melhoramentos pretendam construir edi-
ficios novos, ou reconstruir os antigos que por qualquer
CAPITULO IX causa ou motivo foram demolidos, ficam obrigados a obser-
var as disposições d'este decreto e do regulamento a que
Art. 114." O governador da provincia de Cabo Verde no- se refere o artigo antecedente.
meará uma commissão composta do director das obras pu- Art. 147.° É prohibido acrescentar novos andares nas
blicas, dc um vogal proposto pelas corporações municipaes edificações existentes ou sobre ellas fazer qualquer outra
da provincia c. do respectivo delegado de saude, a qual construcção, quando cfesse facto resulte ficar o edificio
será incumbida de organizar um plano geral dos melhora- com altura superior á que for fixada nas regras a que se
mentos de cada uma das cidades, villas c povoações da refere o n.° 7." do artigo 142.°
provincia, attendendo nelle ao das ruas, praças, jardins e Art. 148." Os proprietarios que pretenderem edificar,
edificações existentes, e á construcção c abertura cle no- reedificar, ou de qualquer modo alterar as suas edificações
vas ruas, praças, jardins c edificações, com as condições são obrigados a submetter á approvação do director das
dc hygiene, decoração, commodo alojamento, e livre tran- obras publicas ou de quem o represente, o respectivo pro-
sito do publico. Esta commissão terá ás suas ordens os jecto.
necessarios empregados technicos. § 1.° Não se comprehendem neste artigo os simples
S 1 •" A commissão encarregada da organização d'estes concertos e reparos para conservação dos predios.
planos, logo que tenha concluido qualquer delles, enviá- § 2.° Da decisão do director das obras publicas sobre
lo-ba ao governador da provincia com uma memoria des- os projectos que, em virtude cPeste artigo, lhe forem sub-
critiva. mettidos podem os interessados interpor recurso para o
i; 2." O governador da provincia apresentará ao conse- governador da provincia.
lho technico dc obras publicas o plano c memoria para ser Art. 149." A direccão das obras publicas compete fixar
approvado, e para serem fixadas c reguladas as condições os alinhamentos c dar as cotas de nivel necessarias para
da sua execução. a construcção de novos predios ou para a reconstrucção
§ 3." O plano e os projectos para a sua execução se- dos actuaes.
rão, depois de approvados pelo conselho technico, com- Art. 150.° Quando na fixaçâo do alinhamento para a re-
1905 73 Fevereiro 27
construcção dos predios actuaes os proprietarios forem Art. 154.° Todas as disposições d'este titulo são applica-
obrigados a recuar, serão indemnizados do terreno que veis a quaesquer sociedades, companhias, empresas ou
perderem, e esta indemização será liquidada nos termos associações e instituições do qualquer denominação e na-
das leis de expropriação por utilidade publica. tureza que pretendam edificar ou reedificar, ou possuam
§ 1.° Se, pelo. contrario, em resultado do alinhamento ou venham a possuir quaesquer edificações ou terrenos,
dado, os proprietarios forem obrigados a avançar sobre a confinando com as vias publicas existentes ou com as que
via publica a sua construcção, devem pagar o terreno que dc futuro sc abrirem.
adquirirem nos termos d'este artigo. Art. 15õ.° As disposições d'este titulo não revogam nem
§ 2.® Ás corporações municipaes cia provincia pertence alteram as attribuições que, pelo Codigo Administrativo,
pagar e receber as indemnizações a que se refere este leis e regulamentos de administração publica pertençam
artigo e seu § 1.°; e são ellas partes legitimas nos ajus- ás camaras municipaes, excepto na parte .cm que se op-
tes amigaveis ou nos processos judiciaes permittidos e or- puserem aos artigos antecedentes.
denados nas leis de expropriação por propriedade pu- Art. 156.° Os proprietarios que deixarem de cumprir
blica. alguma das obrigações designadas neste titulo incorrerão
Art. 151.° Os proprietarios de terrenos que confinem na multa de 20^000 réis a 200$000 réis, imposta no juizo
com as vias publicas existentes são obrigados a construir correcional.
edificações nesses terrenos, segundo os projectos que fo- Art. 157.° As despesas feitas com as demolições a que
rem approvados, devendo começar as obras no prazo de se refere o artigo 152.° serão cobradas administrativa-
dois annos, a contar da intimação que para esse fim lhes mente pelo processo das contribuições publicas, servindo-
deve ser feita pela corporação municipal respectiva. lhe de base a conta formulada pelas corporações munici-
§ 1.° Se os proprietarios, no caso d'este artigo, não paes.
começarem as obras no prazo fixado, ou responderem á Art. 158.° O producto das multas em que os proprieta-
intimação declarando que não podem ou não querem edi- rios forem condemnados pertence aos cofres municipaes.
ficar, serão os terrenos avaliados por ajuste amigavel ou Art. 159.° Os processos para approvação de projectos
processo judicial, nos termos das leis geraes de expropria- de edificações, para dar alinhamentos e cotas de nivel e
ção, e vendidos em hasta publica a quem por elles mais para concessão do licenças clc quaesquer edificações, se-
der e se obrigar a começar a construcção no prazo de um rão gratuitos.
anno, a contar da data da arrematação. O preço da ar- Art. 160." O governador da provincia de Oabo Verde
rematação, qualquer que seja, será entregue ao expro- submetterá á approvação do Governo um regulamento es-
priado. pecial contendo todas as providencias indispensaveis á
§ 2.° Se o arrematante dentro do anno não começar a execução d'este titulo e estabelecendo a fiscalização que
construir, ou, começando, se não continuar por modo que deve ser exercida pelos empregados das corporações mu-
num prazo razoavel possa concluir, proceder-se-ha contra nipaes e pelos da direcção das obras publicas.
elle nos termos do § 1.° E assim successivamente a res- Paço, em 4 de fevereiro de 1905. = Manoel Antonio
peito dos outros arrematantes. Moreira Júnior.
D. tio G. n.° 37, do lõ de fevereiro dc 1005.
§ 3.° Se em qualquer das vendas em hasta publica não
comparecer licitante que arremate, a corporação munici-
pal pagará o preço em que o terreno tiver sido avaliado,
e mandará construir por sua conta, vendendo depois em Tendo-se reconhecido haverem cessado as circunstancias
hasta publica o predio feito. que determinaram com a elevação da equivalência da moeda
§ 4.° Proceder-se-ha na forma d'este artigo e seus pa- o aumento do preço das franquias clas correspondências
ragraphos contra os proprietarios de construcções come- expedidas do ultramar para os paises estrangeiros;
çadas e suspensas. Neste caso, depois da vistoria, a cor- Convindo auxiliar o desenvolvimento das relações pos-
poração municipal fixará o prazo que for razoavel para a taes entre as provincias ultramarinas e os outros paises:
conclusão das obras. liei por bem decretar quo, a começar no 1.° de julho
§ 5.° Para os effeitos d'este artigo são considerados edi- do corrente anno, a franquia das correspondências expe-
ficações os jardins vedados do lado da rua por muros ou didas das provincias ultramarinas com destino aos paises
gradeamentos apropriados. estrangeiros o respectivas colonias, possessões ou protec-
Art. 152.° Todos os proprietarios de edificações que torados, com excepção d'aquelles para onde a franquia ó
ameacem ruina são obrigados a demoli-las no prazo fixado actualmente mais reduzida, seja fixada pela fórma que
pela corporação municipal respectiva. Se os proprietarios segue:
não obedecerem á intimação que para esse fim lhes deve
ser feita pelos empregados da camara, ordenará esta que,
Em CaliO Yertle, Guiné, S. Thomé e Principe, Angola
sem mais aviso nem processo, aquellas edificações sejam e Moçambique
demolidas á custa dos proprietarios, requisitando á direc-
ção das obras publicas um empregado technico para diri- Cartas, cada 15 grammas ou fracção de 15
gir o trabalho de demolição. grammas 50 réis
§ 1.° Para ordenar a intimação de demolição no caso Cartões postaes 50 »
d este artigo se deve previamente proceder a vistoria, á Bilhetes postaes simples 20 »
qual assistirá sempre o director das obras publicas ou Bilhetes postaes cle resposta paga 40 »
quem o represente. Jornaes, cada 50 grammas ou fracção de 50
§ 2.° Das decisões das corporações municipaes, toma- grammas 10 »
das em virtude d'este artigo, haverá recurso para o go- Impressos, cada 50 grammas ou fracção de
vernador da provincia, que o resolverá definitivamente, 50 grammas 10 »
ouvido o conselho technico de obras publicas. Amostras:
Art. 153.° E prohibido a todos os proprietarios quo cons- Até 100 grammas 20 »
truam novas edificações ou reconstruam as antigas, por Cada 50 grammas alem das 1*00 10 »
qualquer causa e motivo demolidas, alterar, e por qual- Manuscritos:
quer forma modificar o projecto approvado, sair do alinha- Até 250 grammas 50 »
mento ou não guardar as cotas de nivel. Se assim o fize- Cada 50 grammas alem das 250 10 »
rem, contra elles se procederá pelo modo proscrito no Premio de registo 50 »
artigo antecedente. Avisos de recepção, cada um 50 i>
.Fevereiro 27 74 1905
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço, zareth pede a annullação da concessão, que lhe foi feita
em 4 de fevereiro de 1905. = REI. —José Luciano rie por alvará de 14 de janeiro de 1891, de um caminho de
Castro = Antonio Augusto Pereira de Miranda —José Ma- ferro de via reduzida com tracção a vapor entre Alcobaça
ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral = Manoel e a Praia da Nazareth, e bem assim a restituição do de-
Affonso de Espregueira = Sebastião Custodio de Sousa Tel- posito da quantia de 1:800;$000 réis que fez na Caixa
les—Manoel Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Geral de Depositos: hei por bem determinar, conforman-
Villaça = Eduardo José Coelho. do-me com o parecer do Conselho Superior de Obras Pu-
D. do G. n.° 38, de 16 de fevereiro do 1905. blicas, que fique sem effeito a referida concessão e que á
mencionada parceria seja permittido levantar o citado de-
posito.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das
Com fundamento no que se estabelece no § 6.° do ar- Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha en-
tigo 25.° da lei de 13 de maio de 1896, no decreto com tendido e faça executar. Paço, em 4 de feveroiro de
força de lei de 19 de outubro de 1901, na lei de 31 de 1905. = REI. = Eduardo José Coelho.
março de 1902 e do preceituado no artigo 32.°, § 1.°, da D. do G. n.° 38, de 10 de fevereiro do 1005.
lei da receita e despesa do Estado para o exercicio de
1904-1905, datada de 24 de novembro do anno lindo : hei
por bem determinar, tendo ouvido o Conselho de Minis-
tros, que no Ministerio da Fazenda, devidamente regis- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
tado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, seja
aberto a favor do Ministerio da Guerra um credito espe- Direcção Geral do U l t r a m a r
cial pela quantia de 81:171$995 réis por conta dos fundos
provenientes da remissão do serviço militar, com applica- i." Repartição
ção ao pagamento das despesas liquidadas constantes do
mappa junto, que baixa assinado pelo Ministro e Secre- l . a Sccçao
tario de Estado dos Negocios da Guerra, e faz parte do
presente decreto; devendo os respectivos documentos de Suscitando-se duvidas sobre se os administradores das
a a
despesa ser classificados no capitulo 6.° da despesa ex- 4. e 5. circunscrições das terras da Coroa no districto
traordinaria do Ministerio da Guerra do indicado exerci- de Lourenço Marques estão comprehendidos na designa-
cio de 1904-1905. ção geneiica de funccionarios, a que se refere o artigo 1.°
O Tribunal de Contas declarou achar este credito nos do decreto de 28 de dezembro de 1903: manda Sua Ma-
termos de ser decretado. jestade El-Rei declarar, pela Secretaria de Estado dos
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros Negocios da Marinha e Ultramar, que os referidos admi-
e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti- nistradores são incluídos na alludida designação.
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço, O que se communica ao governador geral da provincia
era 4 de fevereiro de 1905. = REI. = José Luciano de de Moçambique para seu conhecimento e devidos effei-
Castro = Antonio Augusto Pereira de Miranda — José Ma- tos.
ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral — Manoel Paço, em 6 de fevereiro de 1905. —Manoel Antonio
Affonso de Espregueira= Sebastião Custodio de Sousa Tel- Moreira Júnior.
D . do G. n.° 37, do 15 do fevereiro de 1905.
les = Manoel Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo
Villaça=Eduardo José Coelho.
Mappa da distribuição do credito de 81 ;171$995 réis, autorizado por de- MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
creto da presente data para as despesas liquidadas no exercicio de
1904—1905 por conta dos fundos da remissão do serviço militar Direcção Geral da Agricultura
á construcção do lanço da estrada real n.° 25, Vianna do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Castello a Castro Laboreiro, comprehendido entre Arcos 11 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe-
e o Alto dos Murilhões, e autorizar o referido funccionario reira de Miranda.
D. do Cl. n.° 37, de 15 dc fevereiro de 1905.
a despender, no corrente anno economico, a quantia de
2:000$000 réis.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios 2.a Repartição
das Obras Publicas, Commercio e Industria, assim o te-
nham entendido e foçam executar. Paço, em 9 de feve- Hei por bem autorizar, nos termos do artigo 45.° da
reiro de 1 9 0 5 . = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira = carta de lei de 24 de novembro de 1904, a Camara Mu-
Eduardo José Coelho. nicipal do concelho de Villa Nova de Constancia a que
D. do Cr. n.° 8<1, dc 11 dc fevereiro de 190.5.
dentro da metade da parte disponivel do seu fundo de
viação applique 253$200 róis a obras da canalização de
esgotos e outras de saneamento, orçadas em 80$450 réis,
C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o a que se refere a sua representação de 14 de maio ulti-
mo, visto que são urgentes e, segundo as informações offi-
Conselho (le Administração ciaes, não podem actualmente ser custeadas pelas receitas
ordinarias do concelho.
Sita Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
e orçamento de 28 do mês lindo, da variante entre os Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
perfis 0 e 34, alem clo kilometro 3 da linha do Valle do 11 de fevereiro cle 1 9 0 5 . — REI. — Antonio Augusto Pe-
Tamcga —lanço de Livração a Amarante— com a exten- reira de Miranda.
D. do G. n.° 37, de 15 de fevereiro de 1905.
são cio 4:760 metros, elaborado em harmonia com as indi-
cações do parecer do Conselho Superior de Obras Publi-
cas e Minas, de 1 de dezembro cio anno findo: lia por
bem approvar o referido projecto e orçamento, na impor- liei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
tancia de 81:120^490 réis. n.° 2.°, e 57.° do Codigo Administrativo, a Camara Muni-
Paço, cm 9 de fevereiro de 1905. — Eduardo José Coe- cipal do concelho de Alcacer do Sal a criar um partido
lho. municipal de veterinario com a dotação de 300$000 róis.
D. do G d." 31, dc 11 dc fevereiro do 1905
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
11 de fevereiro de 1 9 0 5 , = REI. = Antonio Augusto Pe-
reira de Miranda.
Direcção Geral das Obras Publicas e Minas D. do G. n.° 37, de 15 de fevereiro de 1905.
Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 cle abril de 1896 Hei por bem fixar, nos termos do artigo 438.° do Co-
o dos n.°8 1.° c 2.° cio decreto de 24 de setembro de 1898: digo Administrativo, em 400^000 réis annuaes a dotação
hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Supe- do partido medico municipal que se acha vago no conce-
rior cle Obras Publicas e Minas, que o director das obras lho de Mação.
publicas do districto de Leiria faça proceder á construc- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
ção do lanço unico da estrada de ligação das povoações de Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Barreira e Azóia, e autorizar o referido funccionario a des- 11 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe-
pender no actual anno economico a quantia de 1:000$000 reira de Miranda.
réis. D. do G. n.° 37, de 15 de fevereiro do 1905.
fevereiro cle 1886 foi novamente posta em vigor por uma de 9 de fevereiro e 20 de abril, sendo certo que os arti-
ulterior deliberação de 18 de outubro de 1893; que a gos 283.° e 284.° do Codigo do Processo Civil determinam
mesma prescrição tem pois de começar outra vez a con- que as excepções não produzam a extincção da obrigação,
tar-se, e como os effeitos da interrupção da prescrição ó dão apenas logar a absolvição da instancia, o que não
inutilizar para ella todo o tempo decorrido antes, e a re- obsta á proposição de outra acção, não sendo idêntico o
corrente apresentou a sua reclamação em sessão plena da objecto, porque a primeira reclamação foi da deliberação
camara a 23 de fevereiro de 1898, isto é, duzentos e cin- de 26 de outubro cle 1893, e esta é da deliberação de 24
coenta e sete dias depois da publicação da resolução cVeste de fevereiro de 1886; e nem a decisão do Ministerio do
Supremo Tribunal, que foi feita em 10 de junho de 1897, Reino que suspendeu a deliberação de 9 dc fevereiro e
segue-se que a prescrição não chegou a completar-se; 20 de abril, recommendando á camara que pagasse ape-
Mostra-se responder a camara reclamada que oppõe : nas aos professores cujo direito tivesse sido reconhecido
1.° A excepção de prescrição, porque os artigos 288.° pelos tribunaes, podia importar decisão sobre a faculdade
e 299.° do Codigo Administrativo de 17 de julho de 1886, da recorrente fazer valer os seus direitos perante os mes-
em vigor ao tempo em que foi tomada a deliberação, es- mos tribunaes a que tal decisão competia;
tabeleceu para a prescrição o prazo de dois annos ; as Considerando que procede a excepção da prescrição al-
deliberações de 9 de fevereiro e 20 de abril cle 1893, que legada pela recorrida quando mesmo devesse ter applica-
revogaram aquella primeira deliberação, não a interrom- ção ao caso dos autos a doutrina do artigo 552.° e seguin-
peram, pois não póde interromper-se o que está concluido. tes do Codigo Civil, e que portanto tivesse interrompido
A deliberação posterior de 26 de outubro de 1893 que a prescrição, o reconhecimento expresso feito pela recor-
determinou a suspensão do pagamento começado a fazer á rida do direito da recorrente nos termos do n.° 4.° do
recorrente foi ordenada pelo Governo como autoridade mesmo artigo tinha-se dado depois, e que por certo a não
tutelar (officio de 15 de outubro de 1893); interrompeu a reclamação anterior, desde que a recorrida
2.° O caso julgado por haver identidade cle pessoas, foi absolvida da instancia (n.° 2.° do mesmo artigo), como
objecto e causa de pedir, nos termos do artigo 2:503.° do a própria recorrida allegou a fl. . . . , e desde que não foi
Codigo Civil entre a presente reclamação e a que foi a interrompida passou o tempo mais que necessário para
final julgada por este Supremo Tribunal em 1897 não ha ella se verificar, pois que todo elle deve ser contestado
differença; desde a nova deliberação da recorrida cle 26 de outubro
3.° lllegitimidade da reclamada, por haver o decreto de de 1893 até a apresentação da reclamação de fl. . . . em
1892 passado para o Governo todo o serviço relativo á s sessão plena da mesma camara recorrida em 23 de feve-
instrucção primaria; reiro de 1898;
Mostra-se responder a recorrente que emquanto á pres- Considerando que se não procedesse a excepção de pres-
crição nada mau tem do que reproduzir o que já alle- crição ainda assim não podia a recorrente obter provi-
gou, e emquanto ao caso julgado não se deu: 1.°, porque mento, porquanto a camara recorrida é tutelada pelo
não ha identidade de objecto, porque a presente raclama- Governo e tinha que cumprir, como cumpriu, as suas de-
ção vem da deliberação tomada em 24 de fevereiro de terminações ;
1886, ao passo que a que foi julgada por este Supremo Considerando que só perante o Governo a recorrente
Tribunal por deereto de 10 de abril cle 1897 vinha da podia requerer o levantamento da ordem dada á camara,
deliberação tomada em sessão de 26 de outubro de 1893 ; a fim d'esta poder satisfazer á recorrente o pagamento dos
2.°, porque aquella resolução, produzindo pelo seu funda- seus honorários em divida pelo tempo em que esteve sus-
mento de incompetência do processo apenas a absolvição pensa do exercicio do seu emprego se a prescrição sc não
da instancia, não podia importar caso julgado, e contesta tivesse dado pela negligencia da mesma recorrente:
a iilegitimidade da recorida, porque a própria recorrida a Piei por bem, conformando me com a mesma consulta,
reconheceu parte legitima no seu despacho a fl. 7 d'estes negar provimento no recurso, e confirmar a sentença re-
autos, e porque a transferencia do serviço para o Governo corrida para todos os offeitos.
não isentou a camara do pagamento do que devia; O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Mostra-se que o auditor administrativo, conhecendo do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
recurso, negou provimento, e da sua sentença o presente 11 de fevereiro de 1905. = REI. — Antonio Augusto Pe-
recurso; reira de Miranda.
D. do G. n.° 37, de 15 de fevereiro de 1905.
Mostra-se seguir o processo seus termos, e continuado
o processo ao advogado da recorrida, não minutou, com
o fundamento de que a recorrente não tinha respondido
primeiro, e protestou por nova vista para depois;
Hei por bem autorizar á Junta de Parochia da freguesia
Mostra-se decidir em conferencia o tribunal não conce- de Cabril, no concelho de Montalegre, a criação do tres
der nova vista nem á recorrida nem á recorrente (accor- logares de guardas campestres remunerados somente com
dão de 7 de dezembro de 1898 que transitou em julgadoj, a parte que lhes competir na arrecadação das multas im-
conformando se o Ministerio Publico com a sentença re- postas por sua diligencia.
corrida a fl. 5 4 : O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
O que tudo visto e ponderado; Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Considerando que a competencia dos tribunaes do con- 11 de fevereiro de 1905. = RRI. = Antonio Augusto Pe-
tencioso para conhecer da questão ó incontestável (Codigo reira de Miranda.
Administrativo e decreto de 26 de fevereiro de 1890); D. do G. n.° 37, de 15 de fevereiro de 1905.
Considerando que sobre a legitimidade das partes ne-
nhuma duvida póde haver nem em relação á recorrente,
nem em relação á recorrida, com relação ao tempo pelo
qual durou o licenceamento, estando então a instrucção MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
primaria a cargo da recorrida;
Considerando que a excepção de caso julgado não pro- Direcção Geral das Contribuições Directas
cede, pois que este Supremo Tribunal, na sua resolução
de 1897, apenas julgou incompetente o processo seguido 2. a Repartição
na primeira reclamação contra a deliberação da camara,
de 26 de outubro de 1893, tomada em virtude de uma Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
deliberação do Governo sobre as deliberações da recorrida Administrativo acêrca do recurso n.° 12:326, em que ó
.Fevereiro 27 78 1905
recorrente João Mauricio Goulart, e recorrido o conselho Mostra se concordar o Ministerio Publico com a resposta
da Direcção Geral das Contribuições Directas, e de que do Conselho da Direcção Geral das Contribuições Di-
foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio Telles rectas ;
Pereira de Vasconcellos Pimentel: Considerando que a annullação das collectas requerida
Mostra-se que o recorrente reclamou contra a collecta pelo recorrente tem fundamento na lei de 10 de abril de
de contribuição industrial que lhe foi distribuida no anno 1875, artigo 2.°, regulamento de 27 de dezembro de 1888
de 1903; e decreto de 25 de julho de 1894, artigo 5.°, n.° 14.°;
Mostra-se que o recorrente reclamou com o fundamento Considerando que a isenção da collecta de contribui-
no artigo 5.°, n.° 6.°, do regulamento de 16 de julho de ção industrial para as officinas, dependencia de estabele-
1896, quo isenta dc contribuição industrial os pescadores; cimentos commerciaes é anterior ao regulamento de 16 de
Mostra-se ter sido desattendido o recurso, e d'esta re- julho de 1896, como se vê da legislação citada:
solução o presente recurso; Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
Mostra-se que o recorrente, sendo capitão do lugre Ju- dar provimento no recurso, revogar o despacho recorrido
lia 1.°, declarou pertencer a uma companhia de pesca, e e julgar procedente a reclamação do recorrente.
portanto isento de contribuição; O Ministro e Secretario de. Estado dos Negocios da Fa-,
Mostra-sc juntar-se no processo certidão da capitania zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
do porto, em que declara que o recorrente se matriculou 11 de fevereiro de 1905. = REI. — Manoel Affonso de
como capitão de navios de longo curso: Espergueira.
D . do G. n.° 37, de 15 de fevereiro de 1905.
O que tudo visto, e a resposta do Ministerio publico;
Considerando que a matriz em que se acha inscrito o
recorrente foi baseada na certidão da capitania do porto;
Considerando que em face d'esta o recorrente está ma-
triculado como capitão de navios de longo curso, e assim
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
não lhe póde aproveitar a isenção concedida pela lei aos
pescadores:
Direcção Geral da Agricultura
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
negar provimento no recurso, e confirmar o accordão re-
Repartição dos Serviços Agronomicos
corrido. Tendo em consideração o disposto no § 5.° da base 6. a
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- da carta de lei de 14 de julho de 1899, e no artigo 154.°
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em do decreto de 17 de dezembro de 1903, que organizou os
11 de fevereiro de 190Õ. = REI. = Manoel Affonso de serviços da fiscalização technica dos productos agricolas
Espregueira. alimentares;
1). do Cr. n.° 37, de 15 do fevereiro de 1005.
Attendendo ao que me representaram os fabricantes de
pão da cidade de Portalegre;
Tendo ouvido o governador civil e a Camara Munici-
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- pal de Portalegre, nos termos da lei e do regulamento
ministrativo acêrca do recurso n.° 12:367, em que ó re- acima citados; e
corrente Joaquim Pestana dos Santos, Sobrinho, por si e Considerando que a população d'aquella cidade é supe-
como herdeiro cle seu tio Joaquim Pestana dos Santos, e rior a oito mil habitantes:
recorrido o Conselho da Direcção Geral das Contribuições Hei por bem decretar o seguinte:
Directas, e cle que foi relator o Conselheiro, vogal effec- Artigo 1.° O numero de padarias na area comprehen-
tivo, Antonio Telles Pereira de Vasconcellos Pimentel: dida pelas duas freguesias que constituem a cidade de
Mostra-se que o recorrente Joaquim Pestana dos San Portalegre não poderá ser superior a oito, sem prejuizo
tos, Sobrinho, por si e como herdeiro de seu tio, reclamou clas que existirem a mais, devidamente autorizadas á data
extraordinariamente para o Conselho da Direcção Geral da publicação d'este decreto.
clas Contribuições Directas pedindo a annullação das con- Art. 2." As padarias subsistentes e as que venham a
tribuições industriaes que desde 1886 a 1901 foram lança- estabelecer-se nos termos d'este diploma ficam sujeitas ao
das á officina de refinação de açúcar na Rua Vasco da disposto no decreto de 17 de dezembro de 1903, devendo
Gama n. os 78 a 80, actualmente na Rua Vinte e Quatro as actuaes requerer á Direcção Geral da Agricultura, no
de Julho n.°5 486 a 488; prazo de trinta dias, a contar da data da publicação do
Mostra se allegar o recorrente que a sua officina é uma presente diploma, a inspecção official a que se refere o ar-
dependencia do seu principal estabelecimento, que é sito tigo 135.° do mesmo decreto.
no 2." bairro, e classificado com mercearia e na officina O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das
nunca vendeu nem refinou açúcar para particulares, mas Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha en-
só para abastecer o seu principal estabelecimento como tendido e faça executar. Paço, em 11 cle fevereiro de
demonstram as informações officiaes; 1 9 0 5 . = REI. = Eduardo José Coelho.
Mostra-se ser ouvida a Procuradoria Geral da Coroa D. do G. n.° 38, do 16 de fevereiro do 1905.
(documento de il. 16);
Mostra-se que, fundado na resposta da Procuradoria Ge-
ral da Coroa, decidiu o Ministro por despacho de 17 cle
abril do 1903 attender o pedido para clepois de 1896 para Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
cá, porque o contrario daria retro-actividade ao artigo 5.°
n." 14." do regulamento de 16 de julho de 1896, em que Repartição de Obras Publicas
sc fundou o accordão de 23 cle janeiro de 1901;
Mostr; i-se que do despacho ministerial, que só attendeu Propondo o director das obras publicas do districto de
o recorrente em parte, vem o presente recurso; Leiria que para a construcção do lanço unico da estrada
Mostra-sc ser ouvido o Conselho da Direcção Geral das de serviço de Amor á estação de Leiria seja declarada a
Contribuições Directas que respondeu a fl. 12 declarando urgencia da expropriação de uma parcela de terreno per-
quo sobre o primitivo recurso nào foi ouvido, nem a Di- tencente a José Pereira Carvide, da Gandara dos Olivaes,
recção Geral, que salvo o devido respeito pelo despacho constituida por 1:586 metros quadrados de lavradio, 65
ministerial, considera menos exacta a doutrina expendida metros quadrados de parte de uma eira, e 170 metros qua-
a fl. 16; drados de parte de uma casa;
1905 79 F e v e r e i r o '24
Considerando que esta expropriação se acha compre- Que finalmente das importancias que teem de ser lança-
hendida nas disposições da lei de 17 de setembro de das na columna d, cobrança dos 5 por cento, a escritura-
1857: ção nas tabellas 5 se faça sob a inscrição de: «Eundo ge-
Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con- ral de quotas», mas em especial com as duas seguintes
selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de uti- divisões: — importancia de 5 por cento abatida nos rendi-
lidade publica e urgente, nos termos da lei de 23 de ju- mentos dos conventos de religiosas supprimidos, e impor-
lho de 1850 e 8 de junho de 1859, a expropriação do tancia de 5 por cento abatida no imposto districtal—, par-
mencionado terreno, correspondente á parcela n.° 64°, mar- celas estas subsidiarias das compensações determinadas
cada na planta parcelar que baixa com o presente decre- para o dito fundo geral de quotas.
to, assinada pelo Ministro e Secretario de Estado dos-Ne- Deve advertir-se que a columna a com relação á conta
gocios das Obras Publicas, Commercio e Industria. dos rendimentos dos conventos cle religiosas supprimidos
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- tem de subdividir-se em tantas quantos forem esses ren-
nha entendido e faça executar. Paço, em 11 de fevereiro dimentos, de harmonia com os preceitos em vigor; e que
de 1905. — REI. = Eáuarclo José Coelho. o encerramento das ditas contas na referida data de 31
D. do Cf. n.° 40, de IS de fevereiro de 1005. de dezembro, quando constem em especial do livro 10,
serão saldadas, processando-se em triplicado resumo mo-
delo n.° 2, para. debito das contas novas e creditos das an-
teriores, de conformidade com o que pela presente porta-
ria fica determinado a semelhante respeito.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA Paço, aos 15 de fevereiro cle 1 9 0 5 . = Manoel Affonso
de Espregueira.
D . do O. n.° 39, de 17 dc fevcroiro de 1905,
D i r e c ç ã o Geral da Contabilidade Publica
\
.Fevereiro 27 80 1905
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em por decreto de 31 de dezembro de 1902 e sendo urgente,
18 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe- para restabelecimento da normalidade do regime monetá-
reira de Miranda. rio e fiduciário d'aquelle dominio, dar completa cxe -tição
D. do G. n.° 12, de 21 dc fevereiro de 1005. ao decreto cle 22 cle dezembro do 1895 que autorizou o
Governo a remodelar o regime monetário e fiduciário das
provincias ultramarinas, hei por bem decretar o seguinte:
Vistas as informações officiaes : hei por bem determinar Artigo 1.° Logo que o cofre geral do Estado da India
que o numero dos zeladores municipaes do concelho do receber as 250:000 rupias de prata, que constituem o
Crato, cujo quadro foi fixado por decreto de 25 de maio resto da emissão, autorizada pelo decreto de 31 de de-
de 1900, seja reduzido a oito, sendo os restantes, cujos zembro de 1902, e 25:000 recunhadas com as do antigo
empregos se acham ainda vagos, substituidos no mesmo cunho retiradas da circulação, mandará o governador ge-
quadro por seis guardas campestres sem mais remunera- ral proceder á troca das notas dc fazenda, em circulação
ção que a estabelecida no artigo 448.° do Codigo Admi- no mesmo Estado, em harmonia com as instrucções que
nistrativo. serão transmitticlas pela Inspecção Geral cle Fazenda do
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Ultramar.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em § 1.° O prazo para a troca clas notas de fazenda pela
18 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe- nova moeda de prata, a que se refere este artigo, termi-
reira de Miranda. nará em 30 de setembro cle 1905 podendo o governador
D. do G. n.° 42, dc 21 de fevereiro de 1904. geral prorogá-lo até 31 cle dezembro seguinte se assim
for julgado indispensavel.
§ 2.° Findo o prazo a que se refere o paragraplio an-
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 1 7 7 . ° e tecedente, cessará e fica prohibida para todos os effeitos
179.° n.° 2.° do Codigo Administrativo, a Junta de Paro- a circulação das notas de fazenda do Estado da India.
chia da freguesia de S. Pedro de Este, do concelho de § 3.° A maneira que forem sendo trocadas por moeda
Braga, a contrahir ao juro annual máximo de 6 por cento as notas de fazenda serão ellas cancelladas, procedendo-
um emprestimo da quantia de 390$000 réis, amortizavel em se depois á sua inutilização na presença dos clavicularios
treze annuidades pelo producto da derrama sobre os seus do cofre geral, do que se lavrará o competente auto com
parochianos ató o limite fixado no artigo 190.° do citado especificação dos respectivos números e valores enviando-
codigo, a fim de applicar o referido emprestimo ás obras-de se copia á Inspecção Geral de Fazenda do Ultramar.
reparação urgente cla igreja parochial da mesma freguesia. Art. 2.° As rupias de prata do antigo cunho, que exis-
O Ministro e Secretario de Estados clos Negocios do tam nos cofres do Estado da India e que se achem cer-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em ceadas, e, por isso, retiradas da circulação, serão remet-
18 de fevereiro de 1905. = REI. —Antonio Augusto Pe- tidas ao Ministerio da Marinha e Ultramar, a fim de serem
reira de Miranda. recunhadas e reforçarem a disponibilidade de moeda para
D. do G. n.° 42, dc 21 de fevereiro de 1''05. completar a troca das notas de fazenda, mandadas retirar
da circulação pelo presente decreto.
Art. 3.° Fica expressamente prohibida, não somente no
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA Estado da India mas tambem em todos os territorios ul-
tramarinos, qualquer nova emissão de notas de fazenda,
sem previa autorização do Governo da metropole, conce-
Direcção Geral da Estatistica e dos Proprios
dida em diploma regio, sob proposta fundamentada dos
Nacionaes
respectivos governadores.
a Art. 4.° Dentro do prazo estabelecido no artigo 1.° do
2. Repartição
presente decreto, sem faculdade de prorogação, o gover-
1." S e c ç ã o nador geral da "provincia de Moçambique mandará pro-
ceder á troca das notas de fazenda ainda existentes na
Attendendo ao que me representou a Camara Municipal provincia, seguindo-se a sua inutilização nos termos do §
do concelho de Santo Tirso, pedindo a suppressão do di- 3.° do mesmo artigo, cessando para todos os effeitos o seu
reito de portagem da ponte sobre o rio Ave, do logar da curso legal em 30 de setembro de 1905.
Trofa, freguesia de Bougado, do referido concelho, por Art. 5.° Fica revogada a legislação em contrario.
isso que o seu rendimento no anno economico findo de O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
1903 a 1904 não attingiu a quantia de 500;)000 réis: hei rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça executar.
por bem, conformando-me com as informações prestadas Paço, em 18 de fevereiro de 1905. = REI. = Manoel An-
pela Direcção Geral da Estatistica e dos Proprios Nacio- tonio Moreira Júnior.
naes, e usando da autorização contida na lei de 2 de agosto D. do Cí. n.° 43, de 22 de fevereiro de 1ÍI05.
de 1899, abolir o imposto de portagem na referida ponte.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
18 de fevereiro de 1 9 0 5 . = R F I . = Manoel Affonso de Es- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
pregueira.
D. do G. n.° 42, de 21 de fevereiro do 1005.
Tribunal Superior do Contencioso
Technico Aduaneiro
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR Sendo-me presente a consulta do Tribunal Superior do
Contencioso Technico Aduaneiro, datada de 6 do corrente
Direcção Geral do Ultramar mês de fevereiro, acêrca da classificação de estampas de
a papel com relevos e arrendados, e conformando-me com o
2. Repartição parecer do dito tribunal, que declara as referidas estam-
2.° Secção
pas omissas na pauta cle importação: hei por bem,, nos
termos do n.° 6.° do artigo 1.° do decreto n.° 1, datado
Estando concluida a cunhagem das 300:000 rupias de 27 de setembro de 1894, determinar que as estampas
destinadas á circulação do Estado da India, autorizada de papel com relevos e arrendados sejam tributadas com
0
Fevereiro 18 82 1005
o direito de 500 róis cada kilogramma, e que seja oppor- Ministerio dos Negocios da Fazenda seja aberto a favor
tunamente inserido na puuta geral das alfandegas o se- do Ministerio des Negocios do Reino um credito especial,
guinte dizer: devidamente registado na Direcção Geral da Contabilidade
Publica, cla quantia cie 1:849$345 réis, somma das impor-
Papel em obra não especificado ou não mencio- tancias que, pelas verbas de diversos capitulos e artigos
nado no indice cla pauta, kilogramma 500 réis das respectivas autorizações de despesa foram liquidadas
e não pagas nos exercicios de 1902—1903 e 1903-1904,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- e que, por existirem em sobras são transferidas para a ta-
zenda assim o tenba entendido e faça executar. Paço, em bella da distribuição da despesa do referido Ministerio do
18 de fevereiro cle 11)05. = REI. = Manoel Affonso de Reino, no exercicio de 1904-1905, na conformidade do
Espregueira. mappa junto, que fnz parte do presente decreto e baixa
D. do G. n.° 14, de 23 do fevereiro do 1006. assinado pelo Ministro e Secretario de Estado dos Ne-
gocios do Reino, a fim de se poder effectuar o pagamento
das alludidas despesas.
O Tribunal de Contas declarou achar se este credito
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO nos termos legaes de ser decretado.
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de
3.a Repartição da Direcção Geral Ministros, e os Ministros e Secretarios de Estado de todas
da Contabilidade Publica as Repartições assim o tenham entendido e façam execu-
tar. Paço, em 18 cle fevereiro cle 1905. = REI. = José
Com fundamento nos artigos 57.° e 58 0 do regulamento Luciano de Castro = Antonio Augusto Pereira de Miran-
geral da contabilidade publica de 31 de agosto de 1881, da — José Ma,ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cahval=
e em harmonia com as disposições do artigo 32.° § 1.° da Manoel Affonso de Espregueira —Sebastião Custodio de
carta cle lei de 24 de novembro cle 1904: hei por bem, Sousa TeVvs — Manoel Antonio Moreira Júnior — Antonio
tendo ouvido o Conselho de Ministros, determinar que no Eduardo Villaça = Eduardo José Coelho.
Mappa dos creditos autorizados, correspondentes a despesas liquidadas e não pagas nos exercicios de 1902-1903 e i908-i90í,
que por existirem em sobras são transferidas por deceto d'esta data para o exercicio de 1904-1905
Capitulo»
e arLÍKos Importancias Somma
das respectivas Exercicios o desig-naçSo das despesas por por
tabeliãs ai tigos exercicios
Exercicio de 1902-1903
Instrucção secundaria — material e diversas despesas 57â000 57$000
Exercicio (lo 1903-1904
10.»-41." instrucção superior — material e diversas despesas... 1:665$660
1-1."-48." Jubilados — vencimentos
15.»-50.» Diversas despesas — despesas eventuaes 60^000 1:792$345
1:849$345
MINISTERIO DOS NEGOCIOS D& GUERRA O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito nos
termos de ser decretado.
5.a Repartição da Direcção Geral O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
da Contabilidade Publica e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti-
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
Com fundamento 110 disposto no artigo 25.°, § 6.°, da lei em 18 de fevereiro cle 1905. = REI. = José Luciano de
de 13 de maio de 1*90, no artigo 1.° do deereto com força Castro — Antonio Augusto Pereira d>• Miranda .= José Ma-
de lei de li' de outubro cle 19(M, na lei de 31 de março ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral= Manoel Affonso
de 1902 e nos termos do preceituado lio artigo 32.°, § 1.°, de Espregueira = S bastião Custodio de S"usa Tdles =
da lei da receita e despesa do Estado para o exercicio de Manoel Antonio Moreira. Júnior = Antonio Eduardo Villa-
1904-1905, datada cle 24 de novembro do anno findo: hei ça = Eduardo José Coelho.
por bem determinar, tendo ouvido o Conselho de Ministros, D. do G. n.° 48, de 2S de fevereiro de 1905.
que no Ministerio da Fazenda, devidamente registado na
Direcção Geral da Contabilidade Publica, seja aberto a fa-
vor do Ministerio da Guerra, por conta dos fundos prove-
nientes da remissão do serviço militar, um credito espe- Repartição do Gabinete
cial pela quantia de 98:91 2£0l55 réis, com applicação no
exercicio de 19114-191 >5 ao pagamento da despesa que se Sendo necessário harmonizar as provas especiaes exi-
liquidar com a acquisição dc machinas e respectivas ins- gidas para a promoção aos postos de general de brigí>da
tallações na nova fabrica de. material de guerra em Braço e de major, e elevar o rigor cla sua. aprecação;
de Prata: devendo os respectivos documentos de despesa Attendendo a que os exercicios, que constituem as pro-
ser classificados no capitulo 1 1 conta da despeza extraor- vas praticas, devem ser aproveitados para desenvolver a
dinaria do Ministerio da Guerra relativa ao sobredito exer- instrucção d is tropas das differentes armas, segundo as
cicio de 1904-1905. prescrições regulamentares:
1905 83 Fevereiro '24
Hei por bem, usando da autorização concedida pelo quartel general da divisão ou brigada a que estiverem
artigo 107.° da carta de lei de 12 de junho de 1901, appro- subordinadas.
var e mandar pôr em execução os regulamentos para as § 3.° Para o fim indicado no paragrapho anterior serão
provas especiaes de aptidão para a promoção aos postos cle postos á disposição dos candidatos um major de brigada,
general de brigada e de major, que fazem parte d'este capitão do serviço do estado maior, e tres ajudantes de
decreto, e baixam assinados pelo Ministro e Secretario de campo, sendo dois tenentes do mesmo serviço.
Estado dos Negocios da Guerra. Art. 7.° Os themas, tanto para a prova escrita como
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o tenha pratica, que sobrarem depois clc tirados á sorte pelo can-
entendido e faça executar. Paço, em 18 cle fevereiro de didato, serão devolvidos á Secretaria da Guerra.
1905. = R E I . —Sebastião Custodio de Sousa Telles. Art. 8.° No dia e local designados, e na presença do
jury, o candidato assume o commando da brigada mista e
passa a executar o exercicio definido no thema.
Regulamento para as provas especiaes de aptidão para a promoção § 1.° O exercicio termina quando for ordenado pelo
ao posto de general de brigada presidente do jury.
§ 2.° Sobre o exercicio de tactica applicada, o candi-
Artigo 1.° As provas especiaes, exigidas para a promo- dato fará um relatorio, conforme o estabelecido no artigo
ção dos coronéis ao posto de general de brigada, serão tres: 33.° do regulamento para a instrucção dos corpos das dif-
escrita, pratica e oral, e realizar se-hão em tres clias. ferentes armas, o qual será entregue ao jury no prazo
Art. 2.° O jury, para avaliar estas provas, será composto cle dois dias depois cla execução do mesmo exercicio.
de cinco generaes provenientes das differentes armas e do Art. 9.° O commando da brigada mista será confiado
serviço do estado maior, servindo o mais graduado ou an- a um dos commandantes clas brigadas de infantaria, e o das
tigo de presidente e o mais moderno de secretario. forças que representarem o inimigo a um coronel de qual-
Art. 3.° Os themas necessarios para as provas escrita quer arma, pertencentes á divisão em cuja area se reali-
e pratica serão elaborados pela Direcção Geral do Serviço zar o exercicio e nomeados pelo respectivo quartel gene-
do Estado Maior e submettidos áa pprovaçâo do Ministro ral.
da Guerra. § 1.° No dia do exercicio, os officiaes de que trata este
§ unico. Os themas devem ser simples e bem definidos; artigo deverão reunir as forças do seu commando no local
e os que forem tirados á sorte pelos candidatos não se re e hora designados pelo presidente do jury. O comman-
petirâo durante os tres annos seguintes. dante cla brigada entregará o seu commando ao coronel
Art. 4.° Nas épocas determinadas pela Secretaria da candidato, seguindo depois o exercicio acompanhado pelo
Guerra serão admittidos ás provas os coronéis das difte- estado maior cla brigada, sem intervir na sua direcção e
rentes armas e do antigo corpo do estado maior, a quem execução, mas observando a maneira como se realizam
venha a pertencer promoção nos st-us respectivos quadros todas as operações e movimentos para depois llies fazer a
e que satisfaçam ás condições exigidas na lei em vigor. critica.
Art. 5.° A prova escrita consiste na resolução, sobre § 2.° Terminado o exercicio, o commandante da brigada
a carta do estado maior, de um problema de acção du- retoma o commando, cumprindo as ordens que superior-
pla para uma brigada mista, composta cle quatro bata- mente lhe tenham sido dadas.
lhões de infantaria, dois esquadrões de cavallaria, duas § 3.° A critica do commandante da brigada será feita
baterias de artilharia e dos correspondentes serviços acces- por escrito e enviada, dentro dos tres clias seguintes, aos
sorios, tendo a força inimiga a composição que for indi- commandantes e officiaes superiores clas diversas unidades
cada no thema. e chefes de serviço da brigada e ao commandante clas
§ 1.° O problema será de combate, combinado com forças que representam o inimigo, os quaes communicado
qualquer das situações de marcha ou estacionamento. aos officiaes seus subordinados a parte que lhes interessar.
§ 2° Cada candidato tirará á sorte um thema, entre dois Art. 10.° A prova ornl consiste no interrogatorio, feito
que lhe furem apresentados pelo jury, e que no proprio dia pelo jury ao candidato, a respeito da resolução do pro-
devem ter sido recebidos da Secretaria da Guerra. blema sobre a carta e do relatorio do exercicio no campo,
§ 3.° O problema deve ser resolvido conforme o dis e terá logar tres dias, pelo menos, depois da prova pra-
posto no § 3.° do artigo 25.° do regulamento para n ins- tica.
trucção dos corpos das differentes armas de 9 de novem- § 1.° O interrogatório sobre a resolução do problema
bro cle 1899; e no exercicio de combate devem mencio- na carta será feito por dois vogaes do jury e sobre o
nar-se as phases, segundo o estabelecido no § 4 0 do relatorio do exercicio por outros dois, durando quinze a
mesmo artigo. vinte minutos por Cada vogal.
§ 4.° Para a resolução do problema são concedidas oito § 2.° O interrogatório versará sobre a justificação das
horas, podendo os candidatos consultar os regulamentos soluções adoptadas e clas ordens dadas pelo candidato,
tácticos e o de serviço em campanha. quer na prova escrita, quer na pratica.
Art. 6.° A prova pratica, consiste em um exercicio de Art. 11.° Sobre cada prova, os membros do jury de-
tactica applicada, com inimigo representado, para uma vem dar, por escrito, voto justificado, e o resultado será
brigada mista cle composição analoga á indicada no ar- decidido pm' maioria.
tigo 5.° A força que representar o inimigo será composta § 1.° Se a maioria de votos, na prova pratica, for des-
por um batalhão de infantaria, dois pelotões cle cavallaria favorável ao cancbdato, este fica inhibido cle concorrer á
e uma secção de artilharia. prova oral e considera-se desfavorável o resultado final
§ 1.° Os themas serão de combate combinado com qual- clas provas.
quer das situações de marcha ou estacionamento e serão § 2 ° Para o resultado final ser favoravel, é preciso ter
acompanhados das cartas do terreno em que se devem esta classificação na prova pratica e, pelo menos, em uma
realizar os exercicios. clas outras duas.
§ 2.° Tres dias, pelo menos, antes da realização do § 3." Se, por doença cu outro motivo justificado, o can-
exercicio, cada candidato tira á sorte, na presença do didato não puder concluir uma prova, poderá repeti-la uma
jury, um thema, entre dois, que nesse dia devem ter vez, marcando o presidente do jury outro dia, desde que
sido enviados pela Secretaria da Guerra, procedendo de- tenha cessado o motivo da interrupção.
pois ao reconhecimento do terreno e preparação do exer- § 4." Para cada candidato se fará um termo do resul-
cicio, e solicitando, opportunamente, a expedição das or- tado cle cada prova, assinado por todos os membros do
dens necessarias ás diversas unidades, por intermedio do ! j u l T "
.Fevereiro 27 84 1905
Art. 12.° Os termos das provas, a prova escrita e o § 4.° Para a resolução do problema são concedidas seis
relatorio sobre a prova pratica serão enviados á Secreta- horas, podendo os candidatos consultar os regulamentos
ria da Guerra para serem presentes ao Ministro ; o qual, tácticos e o de serviço em campanha.
consultando tambem o relatorio sobre a visita e trabalhos Art. 5.° A prova pratica consiste em um exercicio de
a que o candidato assistiu nas escolas praticas e as suas tactica applicada, de dupla acção, para ser executado, nos
informações, a partir do posto de major, decidirá se elle deve clois partidos, com as mesmas unidades, que, para as diffe-
ou não ser promovido, quando por antiguidade lhe perten- rentes armas e antigo corpo do estado maior, foram desi-
cer. Na segunda hypothese não póde haver reclamação, gnadas no artigo 4.°
mas podc-se declarar em ordem do exercito, a pedido do § 1.° Cada thema para esta prova será acompanhado
interessado, os motivos que determinaram a preterição. de duas cartas da zona em que se realizar o exercicio,
Art. 13.° O presente regulamento começará a vigorar devendo o thema e as cartas ter a mesma numeração.
um anno depois da sua publicação, como se estabelece no A zona de terreno designada na carta deve estar em re-
artigo 114.° da carta de lei de 12 de junho cle 1901, e lação com o desenvolvimento do exercicio.
só serão admittidos ás provas exigidas pelo regulamento § 2,° Tres dias, pelo menos, antes da reabzação do exer-
anterior os officiaes tirocinados ou em tirocinio, na data cicio, cada grupo de dois candidatos deverá tirar á sorte
cVcste regulamento, e aquelles que tiverem vaga para a um numero, entre os de dois themas, recebendo as duas
promoção ao posto immediato. cartas correspondentes ao thema cla mesma numeração,
Paço, cm 18 de fevereiro de 1905. = Sebastião Custo- para poderem reconhecer o terreno onde se ha de reali-
dio de Sousa Telles. zar o exercicio.
Art. (5.° No dia e local designados, e na presença do jury,
Regulamento para as provas especiaes de aptidão para a promoção os dois candidatos do mesmo grupo recebem do presidente
ao posto de major o thema escrito correspondente ao numero da caçta que
lhes foi entregue, o qual até esse momento deve ter sido
Artigo 1 A s provas especiaes, exigidas para a promo- conservado fechado em sobrescrito; e, tomando o com-
ção dos capitães ao posto de major, serão tres: escrita, mando clas forças, passam a executar o exercicio designado
•pratica o oral, e realizar-se hão emnotresthema.
clias.
Art. 2." Os jurys para avaliar estas provas serão cons- § 1,° O presidente do jury dá aos candidatos as indica-
tituídos, para os capitães de cada uma das armas e do ções necessarias para definir o problema e ligar a acção
antigo corpo do estado maior: pelo respectivo director dos partidos oppostos.
geral, presidente, por dois coronéis e dois tenentes eoro- § 2.° Os candidatos teem meia hora para combinar en-
neis, servindo cle secretario o mais moderno e havendo tre si as disposições principaes e dar as instrucções con-
um coronel ou tcnente-coronel como supplente. venientes aos officiaes que fazem parte das forças sob as
§ l." Os jurys devem elaborar os themas necessarios suas ordena.
para as provas escrita e pratica, que serão submettidos § 3.° No fim do exercicio devem executar-se, sob o
á approvação do Ministro da Guerra. commando dos candidatos, algumas evoluções em ordem
§ 2.° Os themas devem ser simples e bem definidos, e unida, terminando quando for ordenado pelo presidente do
os que forem tirados á sorte pelos candidatos não se re-
petirão durante um anno. § 4.° Sobre o exercicio de tactica applicada, cada can-
Art. 3.° Nas épocas determinadas pela Secretaria da didato fará um relatorio, conforme o estabelecido no ar-
Guerra serão admittidos ás provas os capitães a quem tigo 33.° do regulamento para a instrucção dos corpos das
venha a pertencer promoção nos seus respectivos quadros differentes armas, o qual será entregue ao jury no prazo
o que satisfaçam ;is condições exigidas na lei em vigor. de dois dias depois da execução do mesmo exercicio.
§ unico. Dos trabalhos e exercicios em que os capitães Art. 7.° Quando houver um só candidato a dar as pro-
tomarem parte, ou a que assistirem nas escolas praticas, vas, um dos partidos será commandado por um capitão da
devem fazer relatorios que, depois cle informados pelos mesma arma ou serviço do estado maior.
commandantes das escolas, serão enviados para a Secre- Art. 8.° Os commandantes das forças, que tomam parte
taria da Guerra. no exercicio, devem reuni-las no local e hora designados
Art. 4.° A prova escrita consiste na resolução, sobre a pelo presidente do jury e entregá-las aos capitães candi-
carta do estado maior, de um problema clc acção dupla, datos; seguindo depois o exercicio, sem intervir na sua
de combale combinado com qualquer das situações de execução e direcção, mas observando a maneira como são
marcha ou estacionamento, para as seguintes unidades: executados todos os movimentos para lhes fazer a critica
Um batalhão, para os capitães cle infantaria; perante os officiaes d'essas forças.
Um grupo de esquadrões, para os capitães de cavallaria; § 1." Terminado o exercicio, os commandantes das for-
Um grupo de baterias, para os capitães dc artilharia; ças retomam os seus commandos e regulam o regresso a
Um batalhão de infantaria ou de sapadores, para os ca- quarteis.
pitães clc engenharia; § 2." A critica dos commandantes das forças será oral
Um destacamento constituido por um batalhão dc in- e feita dentro dos tres dias seguintes ao exercicio.
fantaria, uma bateria de artilharia e um esquadrão dc ca- Art. 9.° A prova oral consiste no interrogatório, feito
vallaria, para os capitães do antigo corpo do estado maior. pelo jury, sobre a resolução do problema na carta e sobre
§ 1." As unidades indicadas para as differentes armas o relatorio do exercicio no campo, tendo logar tres dias,
poderão ser isoladas ou em combinação com fracções cle pelo menos, depois da prova pratica.
outra. § 1.° O interrogatório sobre a resolução do problema
§ 2." A prova escrita será igual para os candidatos de na carta será feito ao candidato por dois vogaes do jury
cada arma ou antigo corpo do estado maior que a presta- e sobre o relatorio do exercicio pelos outros dois, de-
rem no mesmo dia, o o thema tirado á sorte pelo candi- vendo durar dez a quinze minutos por cada vogal.
dato mais antigo, entre dois apresentados pelo jury. ij 2.° O interrogatório versará sobre a justificação das
g 3." O problema deve ser resolvido conforme o dis soluções adoptadas e das ordens dadas pelo candidato,
posto no § 3.° do artigo 25.° do regulamento para a ins- quer na prova escrita, quer na pratica.
trucção dos corpos das differentes armas, de 9 de novem- Art. 10.° Sobre cada prova os membros do jury devem
bro de 189Í»; e no exercicio de combate serão menciona- dar, por escrito, voto justificado c o resultado será de-
das as phases, segundo o estabelecido no § 4." do mesmo cidido por maioria.
artigo. § 1.° Sendo desfavorável a maioria dos votos da prova
1905 85 F e v e r e i r o '24
pratica, o candidato fica inhibido de concorrer á prova latão e das cavilhas de madeira exigidos pelo regulamento
oral, considerando-se igualmente desfavorável o resultado de 24 dc dezembro de 1902.
final das provas. Paço, em 24 de fevereiro cle 1905. = Antonio Au-
§ 2.° Para o resultado final ser favoravel, é preciso ter gusto Pereira de Miranda.
esta classificação na prova pratica e pelo menos em uma D. do G. n.° 10, do 25 do fcveroiro de 1905.
das outras.
§ 3.° Se, por doença ou outro motivo justificado, o can-
didato não puder concluir uma prova, poderá repeti-la uma
vez, marcando o presidente do jury outro dia, desde que MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
tenha cessado o motivo da interrupção.
§ 4." Para cada candidato sc fará um termo do resul- Direcção Geral da Thesouraria
tado de cada prova, assinado por todos os membros do
Repartição Central
Art. 11.° Os termos das provas, a prova escrita e o re-
latorio sobre a prova pratica serão enviados á Secretaria Devendo ser apresentadas no Ministerio da Fazenda
da Guerra para serem presentes ao Ministro, o qual, con- ató as duas horas da tarde do proximo dia 27 do corrente
sultando tambem o relatorio sobro os trabalhos a que mês de fevereiro as propostas para a operação autorizada
o candidato assistiu na escola pratica e as suas informa- pela lei de 7-de setembro de 1899 com applicação ás obras
ções, decidirá se elle deve ou não ser promovido, quando da l . a secção do plano geral para melhoramentos do porto
por antiguidade lhe pertencer. Na segunda hypothese não de Lourenço Marques e á construcção do caminho de ferro
póde haver reclamação, mas pode-se declarar em ordem da Swazilandia em virtude do decreto com força do lei de
do exercito, a pedido do candidato, os motivos que deter 15 de julho de 1903: ha por bem Sua Majestade El-Rei
minaram a preterição. derminar que as ditas propostas sejam abertas, rubrica-
Art. 12.° O presente regulamento começará a vigorar das e lidas publicamente em voz alta perante uma com-
um anno depois da sua publicação, como se estabelece no missão composta do secretario geral do referido Ministe-
artigo 114." da carta de lei de 12 de junho cle 1901, e rio, que será o presidente, e dos chefes da Repartição do
só serão admittidos ás provas exigidas pelo regulamento Gabinete do Ministro e da 2. a Repartição da Direcção
anterior os officiaes tirocinados ou em tirocinio, na data Geral da Thesouraria, a fim de que lavrado o competente
d'este regulamento, e aquelles que tiverem vaga para a auto possa este ser presente ao Governo para resolver
promoção ao posto immediato. como entender conveniente.
Paço, em 18 cle fevereiro de 1905. = Sebastião Custo- Paço, em 24 de fevereiro de 1905. = Manoel Affonso
dio de Sousa Telles. de Espregueira.
D. do G. n.° Õ8, do 13 do março do 1905. D. do G. n.° d6, de 25 de fevereiro de 1905.
3.° De descrever os processos de fiscalização a que de- Nos batalhões e grupos isolados o commandante será
vem ser officialmente submettidas essas materias primas substituído pelo official immediato em graduação e antigui-
e artigos, de modo a que os proprios industriaes os pos- dade que faça parte d'essas unidades.
sam ensaiar nas suas fabricas ou officinas antes de faze- 6.° O tenente coronel é substituído pelo official que lhe
rem entrega nua estações officiaes dos productos que hou- seguir em graduação e antiguidade, presente na sede do
verem manufacturado; regimento, o qual não accumulará essas funcções com
4.° De indicar os apparelhos e mais material que deva quaesquer outras, excepto as do commando de grupo nos
ser adquirido pelo Ministerio da Guerra para que as ex- corpos de artilharia.
periencias preceituadas possam ser realizadas com a devida Quando o corpo tiver unidade separada, cujo comman-
precisão scientifica, e bem assim de elaborar um projecto dante seja mais graduado ou antigo que o official que
c orçamento de laboratorio de analyses para funccionar exercer as funcções de tenente-coronel, toda a correspon-
junto do deposito de fardamentos; dencia para aquelle official será assinada pelo comman-
o." De codificar em um só diploma toda a legislação dante do corpo.
civil e militar que tenha applicação aos contratos cle for- 7.° Os majores, nas sedes dos regimentos, serão substi-
necimentos cle materiaes e objectos de tocla a especie, de tuidos pelos officiaes graduados e antigos ali presentes.
modo a poder sor facilmente consultada pelos executores Os officiaes que desempenharem as funcções de major
ou fiscaes dos mesmos contratos; accumularão estas apenas com as de directores ou profes-
6.° De elaborar um caderno de encargos que possa ser- sores da escola regimental e de directores das carreiras
vir de typo para todos os fornecimentos, alem dos farda- de tiro, devendo os capitães ser incluídos nas escalas dos
mentos, que hajam de ser feitos para os differentes servi- officiaes superiores.
ços dependentes cla administração militar; 8.° O capitão é substituído no commando pelo subal-
7.° Fixar os padrões das materias primas ou artigos terno mais antigo ou mais graduado da companhia, es-
manufacturados que não existam ou não estejam superior- quadrão ou bateria, e só na falta d'estes pelo subalterno
mente approvados; mais graduado ou mais antigo cio respectivo regimento ou
8.° De formular quaesquer outros trabalhos que se tor- do batalhão, ou grupo, quando estes estejam separados.
nem necessarios para que o serviço da administração mi Paço, em 24 de fevereiro do 1905. = Sebastião Custo-
litar seja organizado em condições de melhor assegurar os dio de Sousa Telles.
interesses da Kazenda Nacional. D. do G. n.° 58, de 13 de março de 11)05.
9 do corrente mês de fevereiro de 1905, com as seguin- mente, á exploração publica a nova linha da Companhia
tes clausulas: ! Carris de Fei ro de Lisboa, serviria por tracção electrica,
1." Lugo que dos respectivos balanços mensaes conste entre a Rua do Ouro e o Largo de Santo Andre, ficando
que as obrigações em circulação representam a importan- a empresa exploradora obrigada:
cia fixada no artigo 43.° dos estatutos da companhia, to- 1.° A ter um simileiro-agiilheiro na esquina da Rua
dos os titulos d'esta natureza existentes em caixa, cuja Augusta para a Rua da Conceição;
emissão esteja autorizada, mas não estejam negociados, 2.° A ter quatro sinaleiros: um junto á esquina da
serão inutilizados, ou, quando não convenha proceder por Travessa do Almada para o Largo da Madalena; outro
esta forma, será reforçado o capital realizado, fazendo os na Rua do Limoeiro, junto á Rua de S. Tiago; outro na
accionistas da companhia novas entradas por conta das Rua do Infante D. Henrique, em frente do Beco de Santa
acções emittidas, por modo que entre "este capital e as Helena; e outro, finalmente, na Rua do Infante D. Hen-
obrigações em circulação se mantenha sempre a propor- rique, em frente da Travessa de S. Thomé;
ção exigida no artigo 43.° dos estatutos, cuja execu- 3.° A proteger as linhas telegraphicas e telephonieas e
ção muito especialmente se recommenda á mesma com em todos os pontos onde ellas atravessem a linha de trac-
panhia. ção electrica.
2. a Que nos termos da carta de lei de 29 de julho de Paço, em 27 de fevereiro de 1905. — Eduardo José
1899 a companhia fica obrigada a pagar o imposto de Coelho.
rendimento de todas as obrigações que emittir, devendo D. do G. n.° 19, de 1 de março d 1905.
no texto de cada titulo posto em circulação ser inscrita a
declaração de que os juros e os coupons ficam sujeitos,
em qualquer hypothese, ao pagamento do imposto de ren-
dimento. MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
3. a Que esta autorização não importa, por parte do Go-
verno, nenhuma nova concessão ou privilegio concedido á Direcção Geral de A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e Civil
companhia, nem prorogação de prazo da anterior e pri-
mitiva concessão. 2.a Repartição
Paço, em 25 de janeiro de 1 9 0 5 . = Eduardo José Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
Coelho. n.° 2.°, 57.° e 11<S.° do Codigo Administrativo, a Camara
D. do G. n.° -18, de 28 de fevereiro de 1905. Municipal do concelho da Horta a criar um partido cli-
nico, dotado com 360£Í000 réis annuaes, cuja area será
constituida somente pelas freguesias das Flamengas, Praia
do Almoxarife, Pedro Miguel e Ribeirinha.
C a m i n h o s de F e r r o do E s t a d o O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Roino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Conselho de Administração 27 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe-
reira de Miranda.
D. do G. n.° 50, do 2 de março do 1905.
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto,
datado de 16 de dezembro ultimo, de uma variante entre
os kilometros 21.374,69 e 30.734,61 do projecto primiti-
vo, apresentado pela Companhia Nacional de Caminhos de Hei por bem fixar em oito o numero de guardas cam-
Ferro, concessionaria da construcção do caminho de ferro pestres do concelho do Nordeste, sem outra remuneração
de Mirandella a Bragança: ha por bem, conformando-se alem da estabelecida no artigo 448.° do Codigo Adminis-
com o parecer do Cunselho Superior de Obras Publicas e trativo.
Minas, de 16 do corrente, approvar o referido projecto de O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
variante e bem assim determinar que na sua execução se Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
tenham em vista as indicações do citado parecer. 27 de fevereiro de 1905. = REI. = Antonio Augusto Pe-
Paço, em 25 de fevereiro de 1905. = Eduardo José reira de Miranda.
Coelho. D. do G. n.° 50, de 2 de março de 1905.
D . do G. n.° 49, de 1 de março do 1905.
2,a Repartição
Inspecção Geral dos Telegraphos
e Industrias Eléctricas Attendendo ao que me representou a mesa gerente da
Santa Casa da Misericordia dc Viseu ;
Sua Majestade EI Rei, conformando-se com o parecer da Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo
commissão nomeada por portaria de 25 de fevereiro dc ; 438." do Codigo Administrativo:
1905: ha por bem autorizar que seja aberta, provisoria- I Hei por bem approvar a remodelação por ella proposta
. F e v e r e i r o 27 88 1905
cio quadro dos empregados do hospital da mesma Santa recorrente Caetano Francisco Xavier Gracias e recorrido
Casa, nos termos constantes do mappa que baixa assinado o governador geral do Estado da India Portuguesa, e de
pelo Ministro e Secretario do Estácio dos Negocios do Rei- que foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio
no, ficando assim alterado, na parte respectiva, o quadro Telles Pereira de Vasconcellos Pimentek
approvado por despacho de 14 de agosto de 1899. Mostra-se que o recorrente foi demittido do logar de
Outrosim hei por bem conceder a autorização solicitadá delegado de saude no concelho de Praganã-Nagar-Avely,
pela mesma Santa Casa para criar um logar de capellão re- por portaria n.° 41 de 29 de janeiro de 1901;
gente do Asylo Anjo da Caridade e Viscondessa de S. Cae- Mostra-se que a referida portaria tomou como funda-
tano, por ella administrado, com o vencimento annual de mento para a demissão do recorrente o não ter este sa-
200,5000 reis. tisfeito pela ambulancia a seu cargo, com a prontidão que
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Reino o caso requeria, uma receita do medico da canhoneira
assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 27 de Bengo, para acudir ao commandante, victima de um de-
fevereiro cle 1905. = REI. = Antonio Augusto Pereiro de sastre, faltando aos deveres profissionaes;
Miranda. Mostra-se que o recorrente, logo que chegou ao seu co-
nhecimento a referida portaria que o demittiu, requereu
Mappa «los empregados do Hospital da Santa Casa ao recorrido a revogação da portaria, allegando que as
da Misericordia dc Viseu e respectivos vencimentos, informações dadas contra elle não são exactas, pois que,
a que se r e f e r e o decreto d'esta data recebendo uma receita que demandava agua destillada ou
U m clinico d i r e c t o r do h o s p i t a l 400&000 filtrada, que não tinha, por lhe não ter sido pelas estações
Q u a t r o clínicos d i r e c t o r e s i!as e n f e r m a r i a s ( c a d a u m ) . . 200J1000 competentes fornecido um filtro, apesar de requisitado,
D o i s cli»ico3 do b a n c o ( c a d a u m ) 2 0 0 # 0 0 0 devolvera a receita e que voltando para ser aviada com
S e c r e t a r i o do h o s p i t a l e i n s p e c t o r liscal L 216JÍ000
Capellão ) (c,)
| 14W000
agua potavel foi immediatamente satisfeita e tudo levaria
Um a m a n u e n s e da secretaria e capellão a j u d a n t e lSOjSOOO cinco minutos;
U m p h a r m a c e u t i c o d i r e c t o r (ò) 360,5000 Mostra-se que o requerimento do recorrente foi indefe-
U m a j u d a n t e do p h a r m a c e u t i c o d i r e c t o r (c) 22511000 rido e cVeste despacho e da portaria, o recurso;
Um p r a t i c a n t e do p h a r m a c i a (c) 150,^000
Um despenseiro 180$0U0
Mostra-se que o recorrente não foi ouvido sobre o pro-
cedimento de que foi accusado;
(ei) É um só e m p r e g a d o , com a o b r i g a ç ã o d e d i z e r m i s s a d i a r i a Mostra-se que o processo seguiu seus termos regula-
n a c a p e l l a do h o s p i t a l por i n t e n ç ã o d e J ;sé G u e d e s d a S i l v a .
(ò) T e m m a i s , como g r a t i f i c a ç ã o , 10 p o r c e n t o d a i m p o r t a n c i a
res :
dos m e d i c a m e n t o s p r e p a r a d o s e v e n d i d o s n a p h a r m a c i a . . O que tudo visto e ponderado e a resposta do Ministe-
(<:) T e m m a i s u m a g r a t i f i c a ç ã o d e 5 p o r c e n t o d a i m p o r t a n c i a rio Publico;
dos m e d i c a m e n t o s p r e p a r a d o s e v e n d i d o s n a p h a r m a c i a . Considerando quo não foi cumprido o disposto no ar-
Paço, em 27 de fevereiro de 1905. = Antonio Augusto tigo 43.° do decreto de 24 de dezembro de 1885, que, se
Pereira dc Miranda. manda ouvir o funccionario antes de ser suspenso, com
D. tio Cl. n.° 50, dc dc março dc 1005. maioria de razão elle deveria ser ouvido antes de ser de-
mittido, circunstancia esta que annulla a portaria de que
se recorreu:
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA darlieiprovimento por bem, conformando-me com a mesma consulta,
no recurso, e revogar a portaria e des-
Direcção Geral de Obras Publicas e Minas pacho de que se recorreu, para todos os effeitos.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
Repartição tle Obras Publicas rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
tar. Paço, em 27 de fevereiro de 1905. == REI. = Manoel
Nos termos do artigo 3.° cla lei de 23 dc abril de 1896 Antonio Moreira Júnior.
o (los n. os 1.° c, 2.° do decreto cle 24 de setembro cle 1898: D. do Ci. 11.» 52, dc i dc março de 1005.
hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Supe-
rior das Obras Publicas e Minas, que o director das obras
publicas do districto do Castello Branco faça proceder á
construcção do lanço de estrada real n.° 52, Foz da Ri- Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
beira de Covellos á fronteira, por Malpica, comprehen- Administrativo acêrca do recurso n.° 11:967, em que é
hcndido entro Ribeira de Farropenha e a Portela cle Mal- recorrente Albano de Mendonça, e recoiTÍclos o Conselho
pica, e autorizar o referido funccionario a despender no cor- de Provincia de Moçambique e a Commissão Municipal de
rente anno economico, com a execução doa respectivos Lourenço Marques, e de que foi relator o Conselheiro, vo-
trabalhos, a quantia dc 1:000/5000 róis. gal effectivo, Eduardo José Segurado:
O Ministro o Secretario clc Estado dos Negocios da Fa- Mostra-se que o presente recurso vem do accordão do f
zenda c o Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios Conselho cle Provincia de Moçambique, proferido em 3
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- dc junho de 1903, pelo qual foi o recorrente desattendido
nham entendido c façam executar. Paço, em 27 de feve- no seu recurso contra as deliberações da Commissão Mu-
reiro de 1905. ..- R f í í . — Manoel Afonso de Espregueira — nicipal do concelho de Lourenço Marques, pelas quaes foi
Eduardo José Coelho. suspenso por quinze dias em 23 de janeiro de 1901, e de-
D. do Ci. li." 51, dc S dc março dc 1005. mittido em 14 de agosto do mesmo anno, do logar de
amanuense cla secretaria cla camara municipal d'aquelle
concelho, sendo esta demissão confirmada por accordão
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR do Conselho Administrativo em 7 cle outubro do mesmo
anno;
Direcção Geral do Ultramar Mostra-se que a suspensão que o recorrente soffreu
foi-lhe dada com o fundamento de ter faltado quatro dias
l.'1 Repartição á repartição, e que fôra demittido por mau procedimento
1." S e c ç ã o
no exercicio clas suas funcções, desprezando o serviço e
desrespeitando a lei e os seus superiores, segundo infor-
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal mou o presidente cla referida commissão, quando pediu ao
Administrativo acêrca do recurso n.° 11:428, cm que é Conselho Administrativo que confirmasse a exoneração
1905 89 Fevereiro 27
dada ao recorrente pela citada deliberação • de 14 de Classificação dos concelhos a que se refere o decreto da presente data,
agosto; organizada nos termos
Mostra-se que na sessão da Commissão Municipal em do decreto n.° 1 de 24 de dezembro de 1901
que resolveu demittir o recorrente não se discutiu nem
se falou do modo como elle desempenhava os deveres do Districto (le Beja
seu cargo, apenas se tomou como motivo da sua exonera-
ção o facto cTelle fazer parte da firma Mendonça & C.:L, Concelho dc l . a ordem-Beja.
motivo esse que o conselho administrativo desprezou, fa- Concelho cle 2. a ordem-Serpa.
zendo obra porem pelas accusações que o presidente, sem
autorização da Commissão Municipal, expôs ao conselho Ferreira do Alemtejo.
contra o recorrente; a
Concelhos de 3. ordem {
Mostra-se que o recorrente allega e prova não ter sido
Odemira.
ouvido sobre a sua suspensão, nem sobre os motivos que
determinaram a sua demissão; ; Aljustrel.
Mostra-se que, desde fl. 24 a fl. 68, existem documen- Almodovar.
tos, juntos pelo recorrente, que provam a sua capacidade Alvito.
e zêlo pelos serviços que teem estado a seu cargo como a Barrancos.
Concelhos de 4. ordem Castro Verde.
empregado da alludida camara, tendo sido por vezes gra-
tificado pelo bem que desempenhou esses serviços, e que Cuba.
nunca soffreu qualquer castigo ou reprehensão, tudo an- Ourique.
teriormente á suspensão de que recorre; . Vidigueira.
Mostra-se que o conselho recorrido sustenta o seu ac-
cordão com a informação a fl. 135, em que se apontam Districto de Castello Branco
algumas faltas praticadas pelo recorrente que podem me-
recer castigo, mas nunca o de demissão, attendendo a que ^ ,, , . , . ( Castello Branco.
anteriormente á suspensão procedera sempre de forma que Concelhos de 1 / ordem j QqyJHjSj
nunca mereceu castigo, mas gratificações pelo seu bom í Certã.
procedimento, e tambem se deve attender á má vontade Concelhos de 2. a ordem < Fundão.
que parece ter havido contra elle nas accusações que lhe (Idanha-a-Nova.
foram feitas:
Concelho de 3. a ordem-Penamacor.
O que visto e a resposta do Ministerio Publico;
Considerando que se acha consignado no Codigo Admi- Belmonte.
nistrativo o salutar principio de eterna justiça: «ninguém Oleiros.
póde ser condemnado sem ser ouvido»; Concelhos de 4. a ordem ( Proença-a-Nova.
Considerando que os autos provam sem contestação que Villa de Rei.
o recorrente não foi ouvido sobre os motivos da sua sus- Villa Velha de Rodam.
pensão, nem sobre os que realmente determinaram a sua
demissão do logar de amanuense que exercia na secreta- Districto do Porto
ria da Camara Municipal do concelho de Lourenço Mar-
ques; 1.° bairro.
Considerando que, ainda quando se provasse que o re- 2.° bairro.
corrente praticava alguma das faltas de que é arguido, ! Villa Nova de Gaia.
não lhe podia ser applicavel a pena de demissão, em vista Amarante.
do seu bom procedimento anterior, que consta do pro- Bouças.
cesso : Gondomar.
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, Maia.
conceder provimento no recurso, revogando o accordão Concelhos de 2. a ordem (Marco de Canavezes.
recorrido para os devidos effeitos. Penafiel.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- Povoa de Varzim.
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- Santo Tirso.
tar. Paço, em 27 de fevereiro de 1905. = R E I . = : I f a - Villa do Conde.
nOel Antonio Moreira Júnior
( Baião.
D. do Ci. ii. 0 52, de á de março do 11)05.
Concelhos dc 3. a ordem I Felgueiras.
( Paredes.
Lousada.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
Direcção Geral das Contribuições Directas
Í Paços de Ferreira.
Vallongo.
pender os mais indispensaveis grangeios da vinha. É esta, que os armazens geraes de álcool e aguardente teem sobre
sem duvida, uma das causas que motivaram a actual de- os de vinhos, basta considerar que uin d'estes estabeleci-
pressão de preços, que os proprios viticultores promove- mentos, podendo alojar, por exemplo, 5:000 pipas cle
ram com uma offerta anciosa e precipitada. aguardente de 78°, ó como se recolhesse as 30:000 a
O nosso commercio de vinhos de pasto, geralmente po- 35:000 pipas de vinho que produziram essa aguardente; e
bre de capital, abastecendo sobretudo o consumo interno, se, em vez de aguardente, alojasse 5:000 pipas de álcool
que prefere vinhos novos, dispondo de um mercado ex- de 96°, seria como se armazenasse as 45:000 a 50:000
terno restricto e incerto, por effeito de uma concorrência pipas de vinho productoras d'esse álcool: ora é obvio que,
cada vez mais vigorosa, não póde supportar os encargos para depositar em natureza taes quantidades de vinho,
de um empate considerável de valores, nem facilmente a seria indispensavel construir armazens seis a dez vezes
isso se aventura, com receio de que sobrevenha um súbito maiores, que teriam importado em muitas vezes o custo
retrahimeiito na exportação. do primeiro armazem. Por outro lado a despesa de trans-
Nestas eondições, o estabelecimento de armazens geraes porte e trafego tambem seria para o vinho outras tan-
de álcool e aguardente vinicos ó o meio que se offereee tas vezes maior que para o álcool ou aguardente.
mais fácil e pronto para auxiliai1 a modificação cVeste es- Pareceu-me por isto que, para iniciar o uso d'esta insti-
tado de cousas. tuição e dos respectivos ivarrants, concorrendo para atte-
A viticultura encontrará nestes estabelecimentos o me- nuar os effeitos cla crise vinicola, convinha começar pelas
lhor meio de graduar a venda da sua producção e de a mercadorias que mais solida base representam para o cre-
demorar á espera de mais remuneradora collocação. O dito e para a armazenagem.
commercio poderá supportar melhor o encargo dos empa- E natural que a applicação dos armazens geraes á agri-
tes que tiver de fazer, podendo mobilizar uma grande cultura dê logar a um grande numero cle pequenas ope-
parte do valor das reservas que constituir, obtendo todas rações, que os estabelecimentos de credito não desejariam
as vantagens dos armazens geraes, bem conhecidas, sobre fazer, pelo rcceio cle sc verem obrigados, repetidas vezes
a economia da circulação, a garantia do credito e a esta- e por insignificantes quantias, a protestar warrants c a
bilidade commercial. seguir os processos de liquidação.
Recorrendo a esta instituição, é ainda intuito do Go- Julguei, por isso, conveniente interpor, entre os estabe-
verno auxiliar a realização do disposto no decreto de 14 lecimentos de credito e os armazens geraes, uma estação
de janeiro ultimo, em cujo relatorio, expondo largamente que concentrasse as operações de credito e promovesse o
a situação vinicola do país, claramente me referi já aos desconto dos warrants, dispensando aquelles estabeleci-
armazens geraes, na justificação do disposto no § 2.° do mentos do incommodo e perda de tempo que lhes re-
artigo 1.° d'aquelle decreto, que me permitte agora asse- sultaria dos processos de liquidação dos mesmos ivarrants,
gurar melhor o êxito des mesmos armazens. quando não fossem pagos no prazo competente.
E assim vae o Governo completando o seu plano por A estação, indicada já em leis anteriores, para encargos
medidas connexas, que visam a um fim commum e mutua- semelhantes era o Mercado Central cle Productos Agri-
mente se auxiliam. colas. Recorri, pois, a este estabelecimento official, habili-
Não me deterei, porem, a justificar a criação dos arma- tando-o ao desempenho d'este novo encargo com o aval
zens geraes, que não são já uma novidade na nossa le- do Governo autorizado pelo § 2.° do artigo 1.° do decreto
gislação, como se vê pelo decreto de 20 de setembro de de 14 de janeiro ultimo. Por esta forma os capitalistas
188<S e outms diplomas orgânicos do Mercado Central de que descontarem os warrants nada terão que preoccupar se
Productos Agricolas, pelo titulo XIV do Codigo Commer- com os protestos, processos de liquidação e vendas. O
cial, e pelos decretos de 19 de junho de 1901 e 28 de fe- Mercado Central os fará realizai- e pagará os warrants e
vereiro de 1903, que respectivamente criaram os Arma- demais encargos que onerem as mercadorias vendidas.
zens Geraes Agricolas de Evora e de Beja. O desembolso por parte do fundo posto á ordem do
Seria preferível que estes armazens geraes fossem cria- Mercado Central, quando este haja de pagar utn wnrrant
dos, como industria, por empresas ou associações de ca- protestado, é apenas temporário e por poucos dias, apenas
pitalistas; na falta, porem, da iniciativa particular, esta- os necessarios para a realização da venda do genero res-
belece os o Governo no uso da faculdade que lhe dá a pectivo; só no caso, pouco provável, de o valor realizado
legislação vigente. na venda não chegar para o pagamento do encargo que
. Também seria para desejar que os mesmos armazens pese sobre o warrant respectivo, é que poderia resultar
pudessem desde já alojar vinhos, alem de álcool e aguar- um desembolso definitivo para o referido fundo.
dente ; o vinho é, porem, uma mercadoria de difficil e dis- Para mais segurança, esta ultima eventualidade foi pre-
pendiosa conservação, de qualidades muito diversas, cujo vinida pela limitação imposta aos emprestimos sobre war-
valor, alem de diminuto nos typos communs, é, extrema- rants promovidos pelo Mercado Central, a qual pelo ar-
mente variavel, oscillando, entre nós, do simples a mais tigo 57.° d'este decreto, ó de 50 por ccnto do valor do
do triplo. E, por consequência, um genero que, como pe- álcool ou aguardente, calculado á razão de 2,62 réis por
nhor, pequena confiança inspiraria ao capital, e que, tendo grau e por litro.
de supportar consideráveis encargos de transporte e de Este limite offereee garantia bastante contra a even-
armazenagem, careceria de armazens geraes numerosos, tualidade de perda, porque reduz os emprestimos á equi-
situados nas proprias regiões de producção. valência de um preço 30 por cento inferior ainda aos
Entretanto, no presente projecto de regulamento, re- preços actualmente correntes, que todavia são um minimo
serva o Governo a faculdade de adaptar os armazens ge- raras vezes aUingido. Só poderia recear-se que o capital
raes, de que se trata, a outros generos, entre os quaes não quisesse sair dos lirmtes da garantia do Governo,
certamente figurarão os vinhos. ainda quando o valor do álcool e da aguardente subissem
O álcool e a aguardente teem precisamente as qualida- aos mais elevados preços. Nào é comtudo provável que
des contrarias: conservação fácil e mais barata; maior isto aconteça, visto que, com o maior valor da mercado-
uniformidade de qualidades, o que facilita a armazenagem; ria subirá a solidez da garantia e portanto a confiança
grande valor em pequeno volume; preço mais regular, dos capitalistas.
que, entre nós, tem variado apenas do simples ao duplo; As disposições do presente projecto o do decreto de 14
alem de gozar de um regime commercial que, até certo ( de janeiro ultimo permittem aiuda manter os armazens ge-
ponto, permitte ajuizar antecipadamente a tendeiieia dos raes sem ónus para o Thesouro, visto que as suas despo-
preços. j sas serão custeadas com o producto das proprias receitas
Para reconhecer, em um momento, a enorme vantagem | e clas do Mercado Central, bastando um movimento dc
.Fevereiro 27 92 1905
8:000 pipas de aguardente para que a receita dos arma- Regulamento dos Armazens Geraes Agricolas de Álcool
zens geraes cubra a importancia de todas as suas des- e Aguardente
pesas. E se em annos de preços elevados é possivel que
a viticultura não concorra aos armazens geraes, o com- CAPITULO I
mercio, pelo contrario, terá sempre vantagem em os fre- D o objecto e fins
quentar.
Quanto á sua situação, é evidente que estes estabeleci- Artigo 1.° Nos termos do decreto d'esta data são cria-
mentos devem collocar-se de preferencia nas localidades dos dois armazens geraes agricolas, um em Lisboa e o
para oude sejam menos onerosos os transportes. outro no Porto (fóra das respectivas barreiras fiscaes) ou
Para satisfazer a este requisito havia a escolher en- Villa Nova de Gaia, que se denominarão A r m a z e n s Ge-
tro os centros de producção, nos locaes mais proximos raes de Álcool e Aguardente.
das estações de caminhos cle ferro por onde habitual- A r t . 2.° Os Armazens Geraes, a que se refere o artigo
mente se faz a expedição do álcool e da aguardente, e precedente, teem por fim receber em deposito álcool e aguar-
os centros commerciaes mais proximos das estações de dente de producção nacional e passar conhecimentos de
dostino. deposito e warrants (cautelas de penhor) nas condições
determinadas no titulo s i v do livro li do Codigo Commer-
Os centros de producção do aguardente são muitos e
cial, n a carta de lei de 7 de julho de 1898, no decreto de
obrigariam a criar um grande numero de armazens, para
24 de dezembro de 1901 e neste regulamento.
não estabelecer desigualdades injustas entro as regiões
§ unico. Estes Armazens Geraes poderão t a m b e m en-
productoras ; mas não chegariam p a r a tanto as receitas de
carregar-se, a pedido dos interessados e sob prévio a j u s t e :
que o Governo póde dispor.
1.° Do transporte, transferencia e entrega dos produc-
Os centros commerciaes são, todos o sabem, Lisboa e tos depositados;
Porto. Bem expressivamente o mostra o relatorio que pre- 2.° D e tratar do seguro, tanto das mercadorias deposi-
cede o decreto dc 14 de janeiro ultimo. tadas, como d'aquellas de cujo transporte se e n c a r r e g a r ;
Estas localidades teem ainda, sobre os centros de pro- 3.° D e pesar, medir e envasilhar os productos deposi-
ducção, a vantagem cle mais fácil desconto para os ivar tados.
ranls, c de venda para as mercadorias depositadas, que os A r t . 3.° O Governo poderá, quando j u l g a r conveniente,
depositantes queiram negociar ou a isso se vejam obriga- autorizar o deposito cle outros productos.
dos para solver os seus compromissos.
Emtim todas as entidades interessadas no assunto, a
CAPITULO II
quem consultei, se mostraram concordes em reconhecer,
que 6 licito esperar importantes benefícios da criação do.- Keceyçílo dos productos e entrega dos titulos
armazens geraes. Bom seria, sem duvida, que os armazens A r t . 4.° Os productos darão entrada nos Armazens Ge-
geraes fossem fundados e mantidos por particulares, pro- raes pela ordem por que forem feitos os pedidos, sem ou-
duetores e negociantes, isolados ou associados; mas pre- tra preferencia para qualquer d'estes.
cisamente porque a iniciativa particular os não funda e
§ unico. Nestes Armazens só poderão ser recebidos a
as associações se não formam, é que o Governo os vae
aguardente vinica cle graduação igual ou superior a 50° cen-
estabelecer, convencido da sua utilidade e de que assim
tesimaes e o álcool vinico rectificado, de graduação igual
concorre para melhorar o estado actual cla producção e do
ou superior a 90° centesiroaes, isentos de defeitos que
commercio cle vinhos, sem embargo de os vir a ceder á
os tornem improprios p a r a o consumo ou para a beneficia-
industria particular, mediante autorização p a r l a m e n t a r , se
ção dos vinhos.
aquella sc mostrar habilitada a mantê-los, com vantagem
A r t . 5.° A pessoa que depositar álcool ou aguardente
p a r a o pais e para o Thesouro.
nestes Armazens receberá um boletim de entrada no qual
Taes são, Senhor, as razões que justificam, a meu ver, haverá as seguintes indicações (modelo n.° 1):
as disposições do presente projecto cle decreto, o os moti- 1.° Nome, estado e domicilio do depositante;
vos que me levaram a propô lo ao elevado critério e 2.° Natureza dos productos, sua quantidade e g r a d u a ç ã o ;
approvação de Vossa Majestade. 3.° Logar onde foram a r r u m a d o s ;
Secretaria de Estado dos Negocios das Obras Publicas, 4.° D a t a da entrada.
Commercio e Industria, em 27 de fevereiro de 1905. = § unico. A quantidade do genero depositado não po-
Eduardo José Coelho. derá ser inferior a 1:000 litros nem superior a 150:000
litros.
A r t . 6.° O boletim de entrada só ó titulo de proprie-
Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre- dade emquanto o depositante mão usar d a faculdade que
tario de Estado dos Negocios clas Obras Publicas, Com- lhe é conferida pelo artigo 8.° d'este regulamento.
mercio e Industria; tendo em vista as disposições do Co- A r t . 7.° Os boletins de entrada terão a assinatura do
digo Commercial e dos decretos cle 21 de junho de 1900 director, autenticada pelo sêllo branco do Armazem, serão
e 24 de dezembro dc 1901, c usando da faculdade conce- numerados e extrahidos de livretes com talões.
dida ao Governo pela carta do lei dc 1 cle julho de 1903: § 1.° As indicações dos boletins de entrada serão trans-
hei por bem determinar quo sejam criados dois armazens critas nos respectivos talões, que o director rubricará.
geraes agricolas, principalmente destinados a aguardente § 2.° Cada boletim de entrada, bem como cada um dos
o álcool vinieos dc producção nacional, sendo um em Lis- titulos, a que sc refere o artigo 8.°, não poderá respeitar
boa c outro no Porto ou Villa Nova de Gaia, e approvar a mais de u m a especie ou graduação do producto.
o respectivo regulamento, que, fazendo parte integrante A r t . 8.° A pessoa que depositar productos nos A r m a -
cVestc decreto, baixa assinado pelo mesmo Ministro c Se- zens Geraes de Álcool e Aguardente tem a faculdade de
cretario de Estado. requisitar a entrega dc um conhecimento dc deposito e
Os .Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios warrant annexo.
Ecclesiasticos e de Justiça, da Fazenda e clas Obras Pu- § 1." A Administração não poderá recusar, sob o pre-
blicas, Commercio e Industria assim o tenham entendido texto de prova dc direito cle propriedade, os titulos a que
c façam executar. Paço, em 27 de fevereiro de 1 9 0 5 . — se refere este artigo, bastando que o requisitante seja o
K E l . —- José Maria de Alpoim de Cerqueira Borges Ca- j apresentante dos productos ou seu mandatario; mas poderá
bral — Manoel Affonso de Espregueira = Eduardo José j exigir que a assinatura do requisitante seja reconhecida
Coelho. | por um notário.
1905 93 Fevereiro 27
§ 2.° P a r a os effeitos d'este regulamento e do Codigo § 1.° O endosso produzirá os seguintes effeitos:
Commercial o documento denominado loarrant é própria 1.° Senclo dos dois titulos, transferirá a propriedade dos
e juridicamente a cautela de penhor a que sc refere o § 1.° generos depositados;
do artigo 408.° do mesmo codigo. 2.° Sendo só do warrant, conferirá ao endossado o di-
§ i3.° O conhecimento-ioarrant póde ser passado em nome reito de penhor sobre o genero depositado;
do depositante ou de um terceiro por elle indicado. 3. n Senclo só do conhecimento cle deposito, transferirá
§ 4.° Os conhecimentos de deposito e os warrants, pas a propriedade do genero depositado, com resalva dos di-
sados pelos Armazens Geraes, de que t r a t a este diploma, reitos do portador do warrant.
são isentos do imposto de sêllo. § 2.° O loarrant, alem de conferir ao endossado o di-
A r t . 9.° As requisições dos conhecimentos de deposito reito de penhor sobre o genero depositado, poder-lhe-ha
e warrants annexos serão dirigidas á Administração e redi- servir tambem para reforçar o activo do seu credito.
gidas conforme o modelo n.° 2. § 3.° O endosso cio conhecimento cle deposito será clo
§ unico. Quando a requisição se referir ao fracciona- teor seguinte:
mento cle que t r a t a o artigo 10.° deverá nella ser indi- «Seja entregue a . . . (nome por extenso da firma com-
cado, de modo preciso e claro, a quantidade de genero mercial ou do individuo) ou á sua ordem. (Data e a assi-
de cada lote, a qual não poderá ser inferior a 1:000 litros natura)».
(modelo 3).
S 4.° O endosso do warrant será do teor seguinte:
A r t . 10.° O portador do conhecimento-loarrant tem o di-
«F. . . . entrega este warrant a B. . . . como garantia
reito de requisitar a sua divisão em tantos titulos quantos
da importancia cle . . . (por extenso e cm algarismos,), p a r a
os lotes em que desejar que seja dividido o seu deposito,
liquidar em . . . (data e assinatt ra)».
em substituição do primitivo titulo, que será annullado.
A r t . 15.° O primeiro endosso do warrant será registado
A r t . 11.° Os conhecimentos-warrants terão números de
no Armazem Geral, o neste titulo será feito o seguinte lan-
ordem, serão extrahidos cle livretes, tambem numerados,
çamento :
com talões e enunciarão (modelo 4 ) :
1.° O noine e domicilio do depositante; «Visto e transcrito no livro de registo n.° . . . a fl. . . .
2.° A data e o numero de entrada no A r m a z e m ; fica debitado por . . . réis. D a t a e assinaturas do director
3.° A natureza do producto, sua quantidade e graduação; e do chefe de armazem, c indicar se-ha a somma total,
devida pela armazenagem e outras despesas que sobrecar-
4.° A importancia do seguro.
reguem os productos.
A r t . 12.° A entrega de novos titulos, por se haverem
perdido os primitivos, será feita em virtude de sentença, § unico. No conhecimento de deposito lançar-se-ha tam-
passada em julgado e proferida em processo que justifique bem a nota da importancia por que tiver sido feito o pri-
o extravio, a requerimento do interessado, depois cle cum- meiro endosso do warrant.
pridas, á sua custa, as seguintes formalidades por parte A r t . 16.° O portador dos dois titulos, conhecimento de
da Administração do Armazem Geral : deposito e warrant, poderá levantar o genero depositado.
1.° Inserir no Diario do Governo e em dois jornaes, A r t . 17.° O portador do conhecimento de deposito, se-
dos mais lidos na sede do Armazem, annuncios indicando o parado do loarrant, poderá retirar o genero depositado
numero do conhecimento do deposito ou clo ivarram per- antes do vencimento e pagamento do credito garantido pelo
dido, os productos a que se refere e o nome da pessoa a warrant, depositando no Armazem Geral a importancia
quem tinha sido passado. caucionada pelo mesmo genero.
E s t e s annuncios deverão ser feitos por tres vezes e com A r t . 18.° A importancia depositada será entregue ao
intervallo de cinco dias. portador clo warrant contra a entrega d'este.
2.° Affixar editaes com as mesmas indicações ás portas A r t . 19.° Tratando -se cle productos homogéneos, o nor-
do Tribunal do Commercio e do Armazem Geral. tador do respectivo conhecimento de deposito, separado
§ 1.° Não havendo quem reclame no prazo cle trinta do warrant, póde, sob proposta e responsabilidade do di-
dias, a contar do ultimo annuncio, o juiz do Tribunal do rector, e com autorização da Administração, retirar uma
Commercio da circunscrição do A r m a z e m Geral, ouvido o parte dos productos, depositaudo quantia sufficiente para
Ministerio Publico, proferirá sentença autorizando a Ad- conservar a mesma garantia ao portador clo warrant.
ministração do Armazem a mandar passar novo titulo com Art. 20.° O portador de um warrant, não pago na data
ou sem caução ou fiança por determinado prazo, e em se- do seu vencimento, póde fazê-lo protestar, como as letras,
guida a referida Administração publicará, nos mesmos e proceder á venda do penhor nos termos d'cste regula-
jornaes, aviso de que fica sem effeito o titulo perdido. mento.
§ 2.° A Administração do Armazem m a n d a r á affixar os § unico. O endossante que jkigar ao portador fica subro-
editaes a que se refere o n.° 2.° em todos os logares oncle gado nos direitos d'este, e poderá fazer proceder á venda
julgar conveniente, alem d'aquelles que ficam determi- do penhor nos termos referidos.
nados. Art. 21.° Os credores do portador do warrant não po-
§ 3.° Só terá competencia p a r a ordenar a entrega de dem penhorar ou arrestar os respectivos productos, mas
novos titulos o tribunal a que se refere o § 1.° d'este ar- podem penhorar o proprio warrant.
tigo. A r t . 22.° A nenhum dos membros da Administração e
§ 4.° Depois de feita a entrega do novo titulo, nos ter- empregados dos Armazens é permittido, por si ou por in-
mos do § 1.° d'cste artigo, não será permittido recurso terposta pessoa, depositar productos nos mesmos Arma-
contra a Administração do A r m a z e m G e r a l ; mas os inte- zens ou fazer quaesquer operações sobre os productos de-
ressados poderão promover acção contra os que dolosa- positados ou respectivos ivarrants.
mente hajam allegado a perda do titulo, e indevidamente Art. 23.° Feito o protesto do warrant, se este não for
tenham usado dos direitos conferidos pelo novo titulo, pago no prazo de dez clias, a contar da data do protesto,
quer seja o conhecimento de deposito, quer seja o war- o portador do warrant protestado poderá pedir a venda
rant. em leilão dos productos depositados.
A r t . 13.° Os conhecimentos de deposito e os varrants Este pedido, feito por escrito, será enviado á Administra-
terão as assinaturas do director e do chefe de armazem ção com o warrant vencido e o protesto.
autenticadas pelo sêllo branco do Armazem. A r t . 24.° A Administração, logo que rcceba o pedido a
A r t . 14.° Os conhecimentos de deposito e os warrants que se refere o artigo 23.°, e verifique que o protesto foi
são transmissíveis j u n t a ou separadamente, por endosso, feito em termos, mandará proceder ao leilão nas condi-
com a data do dia em que for feito. ções referidas no capitulo III d'este regulamento.
Faversiro 27 94 1905
Vs por conto a cargo do vendedor, mas o minimo da cor- Art. 57.° P a r a os effeitos do artigo anterior o Governo
retagem não poderá ser inferior a lj$í000 réis. dará aval á Commissão Directora do Mercado Central de
A r t . 53." Para promover o seguro dos productos depo- Productos Agricolas no Banco de Portugal, na Caixa Ge-
sitados cobrarão os Armazens Geraes 5 por cento dos ral de Depositos ou em qualquer outro estabelecimento
premios pagos ás companhias seguradoras. de credito pela quantia de 15:000$000 réis
Art. 54." Toda a receita proveniente do disposto neste Art. 58.° Os roarrants endossados á Commissão Directora
capitulo, excepto a corretagem, dará entrada mensalmente do Mercado Central de Productos Agricolas servirão a esta
na thesouraria clo Mercado Central de Productos Agricolas para reforçar o credito de que trata o artigo precedente.
como receita do mesmo Mercado, ao cjual compete o pa- Art. 59.° E m harmonia com o disposto no artigo 2.°
gamento das respectivas despesas. do decreto de 14 de janeiro de 1905, as quantias cobra-
das em conta do fundo do fomento agricola, darão entrada
CAPITULO VIII em qualquer dos estabelecimentos de credito de que trata
o artigo antecedente até a importancia do aval.
Disposições geraes
Art. 60.° Os materiaes que for necessário importar para a
Art. 55.° Para todos os effeitos de administração e fis- installação dos Armazens de que trata este diploma ficam
calização os Armazens Geraes serão considerados depen- isentos dos direitos de importação.
dencias do Mercado Central de Productos Agricolas. A r t . 61.° O Governo, sobre proposta do Conselho do
Art. Õ6.° A Commissão Directora do Mercado Central Mercado Central de Productos Agricolas, ou ouvindo o
de Productos Agricolas poderá emprestar sobre os war- mesmo Conselho, poderá decretar quaesquer modificações
rants passados pelos Armazens Geraes de que trata este neste diploma que forem aconselhadas pela experiencia.
diploma até a quantia de 50 por cento do valor, calcu- Art. 62.° Fica revogada a legislação em contrario.
lado á razão de 2,G2 por grau e por litro, clo álcool ou da Paço, em 27 de fevereiro de I90ò. — Eduardo José
aguardente depositados nos mesmos Armazens Geraes. Coelho.
MODELO N.° 1
ARMAZEM fiERAL AGRICOLA DE ÁLCOOL E AGfARDEME ARMAZEM GERAL AGRICOLA DE ÁLCOOL E AGUARDENTE
Boletim de entrada
Boletim de entrada
TALÃO
Registo no Livro (le Armazem R e g i s t o no Livro de Armazem
Lio. Armazem n.° . Liv. . . . Armazem n.° . . .
Fl. Secção n.° . . . ca ;a> Fl. . . . Secção n.° . . .
Em . . . de . . . de 1 9 . . . deram entrada os seguintes ca== D) Em . . . de . . . de 1 9 . . . deram entrada os sesuintes productos
productos á ordem do Sr. . . . , de profissão . . . , resi- c a S £33 á ordem do Sr. . . . , de profissão . . . , residente em . . .
dente em . . .
ca
N ú m e r o s , ospneies o m a r c a s N a t u r e z a o peso ou volume < a _ a) N ú m e r o s , ospecíes e m a r c a a Natureiua e poso ou v o l u m e
dos volumes dos productos ca — 'cx> dos v o l u m e s dos p r o d u c t o s
cC£D>
c a ^ 'a>
c a ca
ca a>
MODELO N.° 2
ARMAZEM GERAL AGRICOLA DE ÁLCOOL E AGUARDENTE Conferi a entrada no Livro de Armaem.
. . . de . . . cie 1 9 . . .
REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS
O Fiel,
N.° ... F...
Requisito a entrega do conhecimento de deposito e warrant annexo, referen-
tes aos productos abaixo designados que depositei sob o n.° . . . , e registados no
Livro de Armazem n.° . . . , a fl. . . .
Conferi os productos e verifiquei que estão de-
vidamente escriturados no Livro de Armazem.
Numorojs, ospceica o m a r c a s dos v o l u m e s N a t u r e z a c peso ou v o l u m e dos productos . . . de . . . de 1 9 . . .
O C h e f e de A r m a z e m ,
F...
MODELO N.° 3
ARMAZEM GERAL AGRICOLA DE ÁLCOOL E AGUARDENTE Conferi os registos respectivos.
D I Y i S l O EM I O T E S
N.° . . . . . . de . . . de 1 9 . . .
F...
Números, cspecies e marcas N a t u r e z a e peso ou volumo
dos v o l u m e s dos productos
Lote de . . . de 1 9 . . .
N ú m e r o s , espocies e m a r c a s N a t u r e z a e peso ou v o l u m e
dos v o l u m e s dos p r o d u c t o s
O Direotor,
F...
O Chefe de A r m a z e m ,
F...
3.° L o t e
. . . de . . . de 1 9 . . .
O Fiel,
F...
L o t e
Fiz os c o m p e t e n t e s registos.
de . . . de 1 9 . . .
O Chefe de Armazem,
de . . . de 1 9 . . .
F...
(Assinatura) (Profissão) (Domicilio)
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IZ 0.II9J9A0,J
S061 86
1905 99 Fevereiro 27
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA technica nos termos do artigo 10.° do regulamento de 24
de dezembro de 1902, ficando o concessionario obrigado
Direcção Geral da Contabilidade Publica a o disposto nos citados diplomas e mais ás seguintes con-
dições geraes e especiaes:
2.a Repartição 1. a E n t r a r n a Caixa Geral de Depositos, no prazo d e
trinta dias, a contar da data d'este alvará, com a quantia
Com fundamento nos artigos 57." e 58.° do regula- de 5O3OOO réis, importancia da caução definitiva arbi-
mento geral da contabilidade publica de 31 de agosto de trada;
1881 e em harmonia com as disposições do § 1.° do ar- 2. a Não poderá ter em deposito substancias explosivas
tigo 32.° da carta de lei de 24 de novembro de 1 9 0 4 : ou artifícios de qualquer especie;
hei por bem, guardadas as prescrições do § 9.° do ar- 3. 3 Só poderá começar a laborar e funccionar depois de
tigo 1.° da carta de lei de 30 de junho de 1891 e as do ter permissão dada por escrito pelo administrador do con-
artigo 1.° do decreto n.° 2, de 15 de dezembro de 1S94, celho ou bairro, precedendo auto de vistoria feita pelo
tendo ouvido o Conselho de Ministros, determinar que no inspector de serviço de artilharia ou por delegado seu a
Ministerio dos Negocios da Fazenda seja aberto um cre- requerimento do interessado;
dito especial, devidamente registado na Direcção Geral da 4. a Não effectuar a cessão ou transferencia sem previa
Contabilidade Publica, a favor do mesmo Ministerio, para autorização do Governo;
serviço proprio que constitue a terceira p a r t e da tabella da 5. a Acceitar a visita ordinaria ou extraordinaria do offi-
distribuição da despesa do exercicio de 1904-1905, pela cial de artilharia inspector ou do seu delegado e bem as-
quantia de 831$755 réis, por transferencia das sobras da sim a do engenheiro chefe da circunscrição dos Serviços
verba que no exercicio de 1902-1903 se achava consi- Technicos da Industria, permittindo-lhe que examine as
gnada no capitulo 10.°, artigo 64.°, para vencimentos do condições da installação, verifique a producção da fabrica
pessoal do corpo da fiscalização dos impostos, a fim de e proceda ás pesquisas que lhe forem superiormente orde-
serem pagas nos termos regulamentares as despesas liqui- nadas ;
dadas que ficaram em divida, devendo a referida quantia 6. a Não effectuar trabalho nocturno.
ser para esse fim addicionada á verba do capitulo 10.°, Pelo que mando ás autoridades, tribunaes, funcciona-
artigo 61.°, da tabella actual. rios e mais pessoas a quem o conhecimento d'este meu
O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito nos alvará competir que o cumpram e guardem e o façam
termos legaes de ser decretado. cumprir e guardar tão inteiramente como nelle se contém.
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de Não pagou direitos de mercê por os não dever.
Ministros, e os Ministros e Secretarios de Estado de to- E , por firmeza do que dito é, lhe mandei passar o pre-
das as Repartições, assim o tenham entendido e façam sente alvará, o qual vae por mim assinado e sellado com
executar. Paço, em 27 de fevereiro de 1905. = R E I . = o sêllo das armas reaes e com o de verba.
José Luciano de Castro — Antonio Augusto Pereira de Dado no Paço, em 27 de fevereiro de 1905. = E L -
Miranda = José Maria de Alpoim de Cerqueira Borges R E I . — Antonio Augusto Pereira de Miranda.
Cabral — Manoel Affonso de Espregueira — Sebastião Cus- D . do G . n.° 73, do 31 d e m a r ç o d e 1S05.
todio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior —
Eduardo José Coelho.
D . do G. n.° 63, de 18 d e m a r ç o d e 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA tremoz, Meda, Mirandella, Monção, Óbidos, Olhão, P a r e -
des de Coura e Ponte da Barca, e o da affixação das r e s -
Direcção Geral dos Negocios de Justiça pectivas relações nos cle A r m a m a r , Guimarães e Setubal,
observando-se nos actos subsequentes prazos analogos aos
a estabelecidos no quadro annexo ao citado decreto.
2, Repartição
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do Reino
Sua Majestade El-Rei, attendendo ás representações assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 2 cle
quo lho foram dirigidas sobre a necessidade de se alterar março de 1905. = R E I . — Antonio Augusto Pereira de Mi-
a legislação vigente acêrca de avarias, de se reformar o randa.
T>. do G . n.° 52, do -1 dc m a r ç o do 1905.
j u r y commercial, e dc sc estabelecer um processo rápido
e economico para a cobrança das pequenas dividas com-
merciaes, e convindo ponderar as garantias que se pos-
sam estabelecer cm favor dos arreudatarios ou inquilinos
do estabelecimentos commerciaes: lia por bem nomear MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS COMMERCIO, E INDUSTRIA
uma commissão, constituida por Abel de Matos Abreu,
juiz da l. : i vara commercial de L i s b o a ; Jose Adolfo de Caminhos de Ferro do Estado
Mello e Sousa, presidente da Associação Commercial dc
Lisboa; Conselheiro José Carlos de Carvalho Pessoa, vice- Conselho de Administração
presidente da mesma associação; João Catanlio dc Mene-
zes, advogado; José Pinheiro dc Mello, presidente da Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto
a
Associação Commercial dos Lojistas do L i s b o a ; Manoel e orçamento do 1.° lanço da 2. secção da linha f e r r e a da
José do Andrade, Elisio Santos e Luis Eugénio Leitão, Regua por Villa Real a Chaves, comprehendido entre a
negociantes e proprietarios; Conselheiro Pedro de Araujo, estação cle Villa Real c o ribeiro de Varges, elaborado pela
presidente da Associação Commercial do Porto; Ezequiel Direcção do Minho e Douro com data de 13 de fevereiro
Vieira do Castro, presidente do Centro Commercial do ultimo:
P o r t o ; Conselheiro Ernesto Dricsel Schrõter, capitalista, H a por bem, conformando-se com o parecer do Conse-
c Augusto Victor dos Santos, advogado, commissão que, lho Superior de Obras Publicas e Minas, d'esta data, ap-
escolhendo entre si presidente e secretario, estudará os provar o referido projecto e orçamento, n a importancia de
indicados assuntos com a sua reconhecida competencia e 135:079,'?000 réis, e bem assim ordenar a sua immediata
zêlo, e proporá ao Governo as providencias que, a tal execução.
respeito, mais acertadas sc lhe figurem. Paço, em 2 dc março de 1905. —Eduardo José Coelho.
Paço, em 1 de março do 1905. = José Maria de Al- D . do Ci. n.° 52, de 4 de m a r ç o de 1905.
poim de Cerqueira Borges Cabral.
D . do G . n.° 50, do 2 clo março do 1905.
imagem e altar de Nossa Senhora da Boa Morte, tudo r e n t e mês o prazo da conclusão das operações clo recen-
nos precisos termos consignados na acta da sessão da so- seamento eleitoral dos concelhos dc Beja, G u a r d a e Lousã,'
bredita confraria de 25 de dezembro de 1904. observando-se nos actos subsequentes prazos analogos aos
Paço, em 3 de março de 190Õ. = Antonio Augusto Pe- estabelecidos no quadro annexo ao mesmo decreto.
reira de Miranda. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
D . do G. n.° 53, do 0 de março do 100Õ. Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
9 dc março de 1905.== R E I . — Antonio Augusto Pereira
cle Miranda.
D . do G. 11." 57, do 11 de m a r ç o do 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS Dá FAZENDA
Inspecção Geral dos Impostos
Tendo fallecido o presidente e a maioria dos vogaes cla
Tendo-se verificado que os nomes de algumas especia- commissão criada pelo decreto clc 28 de abril de 1882 p a r a
lidades pharmaceuticas publicados nas listas de 10 de execução cla carta de lei de 27 cFcsse mês, a fim de se
agosto de 1903 a 31 de dezembro dc 1904 teem sido al- erigir, por subscrição publica, um monumento á memoria
terados, e novos preparados, não comprehendidos nas clo Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e
mesmas listas, lançados no m e r c a d o ; e sendo certo que Mello, Ministro de El-Rei D . José I : hei por bem nomear
especialidade pharmaceutica não é o producto mencio- presidente cla mesma commissão o Conselheiro de Estado
nado na lista, mas aquelle que é comprehendido na defi- Francisco Antonio da Veiga Beirão, e completá-la com os
nição dada no artigo 147." do regulamento de 27 de no- vogaes: Alfredo da Cunha, Augusto José cla Cunha, Car-
vembro de 1902 e no artigo 9.° das instrucções de 10 de los F e r r e i r a dos Santos Silva, Conde da Azarujinha, Conde
agosto de 1903, pois que a lista ó meramente um auxi- de Porto Covo cla Bandeira, E d u a r d o Coelho, Francisco
liar do pessoal da fiscalização, ao qual, nos termos do ar- Joaquim F e r r e i r a do Amaral, José Adolfo de Aiello e
tigo 10.° das mencionadas instrucções, compete fiscalizar Sousa, José Augusto Moreira dc Almeida, José Pinheiro
o pagamento do imposto, assim Sua Majestade El-Rei o lia de Mello, José Ribeiro da Cunha, Luis Eugénio Leitão,
por bem mandar communicar aos interessados, pela Ins- Mário Pinheiro Chagas, Sebastião de Magalhães Lima e
pecção Geral dos Impostos, para os effeitos convenientes. Simão de Gusmão Correia Arouca, p a r a que, j u n t a m e n t e
Paço, em 3 de março de 1905. = Manoel Affonso de com o presidente e vereadores da Camara Municipal chi
Espregueira. Lisboa e com os vogaes nomeados pelo citado deereto,
D . do G. n.° 57, do 11 de m a r ç o do 1005. ainda existentes,' Conde de Cabral, Marquês d'Avila o de
Bolama, Antonio Manoel cla Cunha Belem, Conde clc Mes-
quita, Augusto Fuschini, E m y g d i o Julio N a v a r r o , J o s é
Maria dos Santos, Antonio Leite Cardoso Pereira dc Mello
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO Júnior, E d u a r d o F e r r e i r a Pinto Basto, Francisco dos Reis
Stromp, José Agostinho Pereira e Sousa, José Francisco
Direcção Geral da Instrucção Publica da Silva, Conde de Valenças e Polycarpo José Lopes dos
Anjos, tomem a seu cargo promover a dita subscrição pu-
4.a Repartição blica pela forma que j u l g a r e m mais conveniente e acer-
tada.
Tendo quasi todos os estudantes do 1.°, 2.°, 3.° e 4.°
anno da Escola Medico-Cirurgica de Lisboa faltado ás res- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
pectivas aulas nos dias 10, 11 e 13 de fevereiro ultimo, Reino assim o tenha entendido e faça exccutar. Paço, em
pelo que foram sujeitos ás penas do artigo 18.° do decreto 9 de março de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira
de 30 de outubro de 1 8 5 6 ; de Miranda.
D . do G. n.° 57, do 11 d c m a r ç o d e 1905.
Havendo os alumnos do 5.° anno e outros da mesma es-
cola incorrido na pena de censura verbal, imposta pelo
edital do director da escola, datado de 25 de fevereiro do
corrente a n n o ; 2.a Repartição
Ponderando quanto detrimento causaria a muitas fami-
lias a applicação da indicada lei disciplinar; Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.
Conformando-me com o parecer do director da referida n.° 2.°, 57.° e 118.° do Codigo Administrativo, a Camara
escola; Municipal do concelho de Fornos de Algodres a desdo-
Tendo ouvido o Conselho de E s t a d o ; e brar em dois o seu partido medico, actualmente vago,
Usando da faculdade que me confere o § 8.° do ar- com a dotação annual de 320;)000 réis cada um, sondo a
tigo 74.° da Carta Constitucional da Monarchia: area dc um d'elles constituida pelas freguesias de Algo-
Hei por bem decretar amnistia para ao referidas penas, dres, Casal Vasco, Maceira, Matança, Iníias, Queiriz e
determinando que não sejam contadas as faltas dadas pe- Sobral Piohorro, e a do outro pelas freguesias de Cortiço,
los alumnos desde o indicado dia 10, inclusive, até o dia Figueiró, Fornos, Fuinhas, Juncaes, Muxagata, Villa Chã
10 do corrente mês. e Villa Ruiva.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Eeino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
9 de março de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira 9 de março de 1905. = R E I . : — Antonio Augusto Pereira
de Miranda. de Miranda.
D . do G. u." 50, dc 10 do m a r ç o dc 1905. D . do (í. 11."57, dc 11 clo m a r ç o dc 1905.
Direcção Geral de Administração Politica e Civil Attendendo ao que me representou a Camara Municipal
do concelho de Braga ; vistas as informações officiaes e o
l.a Repartição disposto no artigo 127." do Codigo Administrativo: hei por
bem determinar que o quadro dapolicia municipal do mesmo
Hei por bem prorogar, nos termos do § 1.° do artigo 38.° concelho, a que sc referem os decretos dc 3 dc abril dc
do decreto de 8 dc agosto de 1901, até o dia 18 do cor- 1896 e 3 de outubro dc 1902, seja acrescentado com vinte
Março lt> 102 19C5
taes as situações de actividade, inactividade e disponibili- A r t . 19.° O Ministro tem sempre o direito de m a n d a r
dade, as quaes se acham reguladas pelos artigos 1.° a 10.°inspeccionar por um facultativo o mestre ou g u a r d a que
do decreto de 28 de dezembro de 1899, que determina os houver requerido licença por motivo de doença.
preceitos relativos a situações, licenças, doenças e penali- § unico. T e m igual direito o director geral da agricul-
dades do pessoal do Ministerio das Obras Publicas. tura.
Art. 10.° São considerados em situação de actividade Art. 20.° A s licenças a que se refere o artigo antece-
dente serão concedidas pela forma s e g u i n t e :
todos os mestres e g u a r d a s que se encontram em serviço
activo nas matas nacionaes ou cuja ausencia por doença 1.° A t é quinze dias, seguidos ou não, em cada anno,
pelo dir-ector geral da a g r i c u l t u r a ;
ou por qualquer outro motivo não importe m u d a n ç a n a si-
tuação de actividade, nos termos dos artigos 24.° e 26.° 2.° Até cento e oitenta dias, seguidos ou não, pelo Mi-
d'este regulamento. nistro.
A r t . 11.° A situação de inactividade comprehende: A r t . 21.° As licenças por doença serão concedidas com
1.° Os mestres e guardas suspensos do exercicio dos os vencimentos de categoria e exercicio até sessenta dias,
seus cargos por disposições disciplinares: seguidos ou não, salvo o disposto no § unico d'este ar-
tigo, e d'ahi até cento e oitenta dias, só com o de cate-
2.° Os mestres e g u a r d a s pronunciados por qualquer
crime, emquanto subsistir o respectivo despacho de pro- goria.
nuncia ; § unico. A licença requerida com o fundamento de
uso de banhos de m a r ou thermas, mudança de a r ou
3.° Os mestres e g u a r d a s cuja doença exceda o limite
designado no artigo 26.° d'este diploma. uso de aguas medicinaes, devidamente comprovado por
attestado do medico, só poderá ser concedido com o ven-
A r t . 12.° Os mestres e guardas n a situação de activi-
dade perceberão os vencimentos designados n a respectiva cimento de categoria e de exercicio ató trinta dias.
organização de serviços. A r t . 22.° Nos casos de doença, ou de licença por mo-
Art. 13.° Os mestres e guardas n a situação de inacti- tivo de doença, serão sempre supprimidas quaesquer gra-
vidade, nos casos dos n. o s 1.° e 2.° do artigo 11.°, serão
tificações que por lei façam parte dos vencimentos dos mes-
privados da totalidade dos seus vencimentos. tres e guardas, ou que lhes houverem sido legalmente au-
torizadas por despacho ministerial.
A r t . 14.° Os mestres e guardas nos casos do n.° 2.° do
artigo 11.°, quando sejam despronunciados ou absolvidos, A r t . 23. 0 As licenças que não sejam por motivo de
serão passados á situação de actividade, sendo-lhes abona-
doença só poderão ser concedidas ató noventa dias, se-
dos os vencimentos que deixarem de receber. guidas ou não, sem vencimento algum, sendo sempre
revogáveis, quando as necessidades do serviço o exi-
A r t . 15.° Os mestres e g u a r d a s na situação de inactivi-
dade nos casos do n.° 3.° do artigo 11.° percebei-ão ven-jam.
cimentos nos termos seguintes: A r t . 24.° As licenças a que se refere o artigo antece-
1 N o s primeiros seis meses de inactividade, dois ter-
dente serão concedidas:
ços dos vencimentos de categoria, ou a totalidade d'esse 1.° A t é quinze dias, seguidos ou não, em cada anno,
vencimento se a doença tiver resultado de accidente gravepelos directores g e r a e s ;
devidamente comprovado, occorrido no serviço ou por mo- 2.° A t é noventa dias, seguidos ou não, pelo Minis-
tivo de serviço; tro.
2.° Findos os primeiros seis meses de inactividade será § unico. E m casos urgentes, e por motivo justificado,
ordenada inspecção medica por tres facultativos, e pro- poderão os silvicultores conceder até tres dias de licença
ceder-se-ha pela forma designada em o numero s e g u i n t e ;
com vencimento aos mestres e guardas que a pedirem,
3.° Verificada a impossibilidade de reassumir o seu car-
nos termos do artigo 36.° do decreto de 2 5 de novembro
go, continuará o mestre ou guarda na mesma situação por de 1886, nao devendo as licenças nestas condições exce-
mais tres meses, findos os quaes será aposentado, se esti-
der a quinze dias por anno.
ver nas condições de o ser, ou exonerado no caso con- A r t . 25.° Nenhuma licença, quer seja por doença, quer
trario. não, poderá ser concedida pelo director geral em conti-
§ 1.° Quando porem o mestre ou g u a r d a tiver direito a
nuação da que houver sido concedida pelo Ministro.
reforma e nào for aposentado naqueíle prazo, perceberá A r t . 26.° O mestre ou guarda que adoecer enviará desde
dois terços do vencimento de categoria, ou a totalidade logo p a r t e . d e doente ao seu superior immediato, justifi-
d'esse vencimento, nos termos do n.° I.° d'este artigo, cando assim a ausencia do serviço durante tres dias; fin-
emquanto não lhe seja concedida a aposentação. dos estes, se a doença se prolongar, terá que enviar no
§ 2." O mestre ou guarda n a situação de inactividade quarto dia attestado medico p a r a justificar a ausencia até
por motivo de doença será sujeito a inspecção medica sem-trinta dias, e pela mesma forma justificará consecutiva-
pre que o Ministro o ordene. mente a ausencia com attestados medicos mensaes, até
§ 3.° N a applicação d'este artigo aos mestres e guar-cento e oitenta dias.
das que, nomeados antes da reforma de 29 de outubro de § 1.° O mestre ou g u a r d a que estiver com p a r t e de
1891, não tenham sido promovidos de classe, e cujos ven- doente por mais de cento e oitenta dias, seguidos ou não,
cimentos antes d a q u e l l a lei não se desdobravam em cate-
no periodo de um anno, será logo passado á situação de
goria e exercicio, é considerada vencimento de exercicio inactividade.
a quinta p a r t e do vencimento total (§ 2.° do artigo 8.° do
§ 2.° D u r a n t e o periodo da doença, ainda que seja de
decreto de 28 de dezembro de 1899 sobre licenças, etc.). tres dias, fica o guarda ou mestre sujeito a ser inspeccio-
A r t . 16.° O mestre ou g u a r d a na situação de inactivi-
nado no seu domicilio por um facultativo mandado pelo
dade por doença, que requeira passagem á actividade, director geral ou silvicultor.
terá necessariamente de ser inspeccionado pela forma de- A r t . 27.° Os mestres ou guardas com p a r t e dc doente
signada em o n.° 2.° do artigo l õ . ° ou com licença por doença, salvo o caso do § unico do
A r t . 17.° Não poderão ser promovidos os mestres e artigo 18.° d'este regulamento, não poderão transferir a
guardas n a situação de inactividade. sua residencia para fóra do domicilio official sem previa
autorização do director geral, quando a não tenham obtido
Licenças e doenças do Ministro no acto da concessão da licença.
Art. 28.° Os mestres e g u a r d a s com parte de doente
A r t . 18.° A s licenças com vencimento aos mestres e que necessitarem sair de sua casa em passeios de conva-
guardas florestaes só poderão ser concedidas por motivo lescença deverão participá-lo ao seu superior immediato,
de doença comprovada por attestado medico. p a r a o effeito das inspecções medicas.
Março lt> 104 19C5
A r t . 47.° Nos termos do artigo 142.° do decreto de 24 onde tenha sido praticado, ou nas suas proximidades, e
de dezembro de 1901 e § 3.° do artigo 261.° do regula- que possa ter sido empregado para praticar o delicto ou
mento do regime florestal, os mestres e guardas são com- servir para o descobrimento do delinquente.
petentes p a r a requisitarem das autoridades civis e mi- Art. 56.° O mestre ou guarda apprehenderá igualmente
litares o auxilio cle que possam carecer para o bom de- o gado que for encontrado dentro da mata e desacompa-
sempenho da policia a seu cargo e da manutenção cla nhado, procedendo no demais na conformidade dos arti-
ordem. gos 71.° e 77." do decreto dc 24 de dezembro de 1901.
A r t . 48.° Nos termos dos artigos 39.° do decreto de 24 Art. 57.° Na conformidade do que se acha disposto re-
dezembro de 1901 e 262.° do regulamento do regime flo lativamente aos autos, os mestres e guardas remetterão
restai, a prescrição por contravenção e delictos não póde aos silvicultores ou seus delegados os autos no proprio dia
ser invocada* no processo administrativo senão depois de em que os concluírem, ou no dia seguinte ; mas, sc o auto
passados trezentos e sessenta e cinco dias, contados desde não ficar concluso no proprio dia em que se tiver verifi-
a conclusão do auto pelo mestre ou guarda. cado o delicto, farão immediatamente ao silvicultor uma
A r t . 49.° Nos termos do artigo 264.° do regulamento do participação do occorrido, isto'nos termos do artigo 263."
regime florestal, os mestres e guardas não podem ser de- do regulamento.
mandados nem civil nem criminalmente, por factos rela- § unico. Os autos levantados pelos mestres e g u a r d a s
tivos ás funcções dos seus cargos, sem autorização previa florestaes farão fé cm juizo até prova plena em contra-
do Governo, pelo Ministro das Obras Publicas, Commer- rio.
cio e Industria, nem tão pouco sao responsáveis pelas con- A r t . 58.° Os mestres e g u a r d a s que não estiverem en-
sequências do uso legitimo das armas que lhes são con- carregados de algum serviço especial que os dispense de
fiadas p a r a protecção dos interesses da F a z e n d a e para fazer a fiscalização e a policia da sua area responderão
defesa própria. pelas irregularidades praticadas pelos subalternos ás suas
CAPITULO VI ordens, sempre que d'ellas não h a j a m dado, sem embargo
das penalidades que competirem aos mesmos subalternos,
Das obrigações dos mestres e guardas como agentes
immediamente p a r t e aos seus superiores.
da policia r u r a l
bordinados aos respectivos regentes ou mestres, com os A r t . 76." O g u a r d a tem rigorosa obrigação de conser-
quaes se corresponderão directamente. var sempre em estado de limpeza a casa e mobilia nella
A r t . 64.° Os guardas usarão em serviço o fardamento existente, fornecondo-lhe o E s t a d o os materiaes necessa-
proprio e armamento, que lhes será fornecido pelo Estado. sarios para a caiação, pequenas reparações e pintura.
§ unico. O fardamento será feito á custa dos guardas, A r t . 11." O g u a r d a que habitar casa p e r t e n c e n t e ao
mas o E s t a d o adeantará uma parte ou a totalidade da sua Estado não podará, sem autorização especial, fazer modi-
importancia, que será descontada do respectivo venci- ficação alguma na sua distribuição interior.
mento em prestações mensaes não superiores a doze. A r t . 78.° Será permittido ao guarda construir, j u n t o da
A r t . 65.° Os guardas são obrigados a vigiar de dia e casa, estabulo, c a v a l l a r i a , possilga, etc., comtanto que
de noite a area florestal a seu cargo, devendo permanecer semelhantes annexos sejam feitos segundo os projectos ap-
dentro d'ella constantemente, e a desempenhar os serviços provados pelo silvicultor.
culturaes que lhes forem ordenados, taes como pequenas A r t . 79." No caso de transferencia de um g u a r d a será
sementeiras, plantações, poda de arvores, serviços de lim- sempre enviada ao novo chefe u m a copia d a folha do res-
peza. pectivo cadastro.
A r t . 66.° Os guardas só poderão abandonar o seu can- Art. 80." Ao g u a r d a transferido será marcado um prazo,
tão nos casos seguintes : não superior a quinze dias, p a r a se apresentar no novo
1." Quando por qualquer superior forem mandados fa posto, segundo a distancia a que este se encontrar.
zer serviço fóra cUelíe; A r t . 81.° O guarda transferido deverá entregar ao que
2." Quando por qualquer dos guardas vizinhos for re- o substituir o martelo, caderneta, fita e mais objectos
clamado urgentemente o seu auxilio; pertencentes ao serviço da mata ou area a seu cargo.
3." Quando tiverem obtido licença; A r t . 82.° A contar do dia em que lhe for notificada a
4.° E m caso de doença, dando logo parte ao seu supe- transferencia ou a demissão, o g u a r d a não poderá colher,
rior immediato, a fim de serem sem demora substituídos sem licença do respectivo silvicultor, os generos semeados
no serviço. nos terrenos da mata que esteja usufruindo.
A r t . 67." Os guardas vigiarão cuidadosamente a conser- A r t . 83.° O valor dos frutos pendentes será repartido
vação d' s marcos, valias, vallndos, pontes, estradas, bar- entre o g u a r d a substituído e o seu substituto, em partes
reiras, estacadas, postes e taboletas da area florestal a proporcionaes ao de meses em que um e outro usufruir o
seu cargo. terreno, durante o periodo que mediar entre a sementeira
A r t . 68." Nos dias cm que for permittida a extracção e a colheita.
dc productos da mata, vigiarão constantemente os cami- § unico. A repartição cTesse valor entre os dois g u a r -
nhos que os carros ou cargas devem seguir, examinando das, e a maneira de indemnizar o g u a r d a substituído, será
se levam a d i a , cepa, arbustos ou cabos. Encontrando regulada pelo silvicultor sobre informação do regente.
quaesquer cVesses productos deverão apprehendê-los, con- A r t . 84." O guarda substituído nunca poderá receber
siderando-os como furtados, e levantando o respectivo auto. como indemnização um valor menor do que o das semen-
A r t . 60.° Oada g u a r d a ó obrigado a trazer sempre com- tes empregadas sommado com o do trabalho cultural que
sigo a caderneta florestal. tenha frito.
§ unico. Nessa caderneta deverá o g u a r d a inscrever dia A r t . 85.° Serão encarregados da ronda a cavallo no pi-
a dia: nhal de Leiria ató oito guardas escolhidos, de qualquer
1." Um extracto dos autos de delicto ou transgressão classe, nomeados pelo director geral da agricultura, sobre
que levantar, indicando ahi o numero do respectivo im- proposta do respectivo silvicultor.
presso ;
2." Uma nota das arvores que encontrar a r r a n c a d a s ; CAPITULO VIII
3." As entregas que lizer de productos florestaes, com
a autorização competente; Dos guardas a u x i l i a r e s
4." As datas clo começo e do fim dos cortes e o nome
Attribuições e prerogativas communs aos g u a r d a s auxiliares
dos empregados que os fizeram ou assistiram a elles; a o s e r v i ç o do K s t a d o ,
5." Uma indicação de quaesquer outros factos occorri- d e c o r p o r a ç õ e s a d m i n i s t r a t i v a s , ou d e p a r t i c u l a r e s
dos na area a seu cargo, mencionando sempre a data em
que dYlles haja tido noticia. A r t . 86." Nos termos do n.° 9.° do artigo 19.° do de-
A r t . 70." Os guardas são responsáveis pelos estragos, creto de 24 de dezembro dc 1901, pertence aos g u a r d a s
damnos, abusos e delictos de que não fizerem participação, florestaes auxiliares ajuramentados desempenhar, nas ma-
ficando sujeitos em tal caso ás indemnizações e ás multas tas do Estado, das corporações administrativas e dos par-
dos delinquentes. ticulares, serviços idênticos aos guardas florestaes do qua-
A r t . 7 l . " A cada g u a r d a será concedido por mês 1,5 dro.
esterio de lenha, ficando porem por sua conta as despe- A r t . 87.° Nos termos do artigo 271.° do regulamento
sas dc conducção o de factura. do regime florestal, os guardas florestaes auxiliares, logo
A r t . 72." Será concedida a qualquer guarda floi-estal que lhes seja passado o respectivo diploma, em face do
casa para habitar. qual devem ser ajuramentados, terão o mesmo caracter
Art. 73." Quando a casa pertencer ao Estado, o guarda de agentes da forç.a publica e de empregados de policia
terá direito a cultivar ató 1 hectare de terreno da mata, rural que os guardas florestaes ao serviço do Estado, tendo
adjacente A referida morada, quando seja possivel. como estes competencia para exercer a policia em toda e
A r t . 74." Se a casa não pertencer ao Estado, mas for area onde desempenham as suas funcções, o direito a porte
por este alugada, o guarda poderá r e q u e r e r até 1 hectare de a r m a , requisitar o auxilio das autoridades, e demais
dc terreno para cultura, na area da mata onde fizer ser- attribuições e prerogativas consignadas no capitulo v d'este
viço, se o houver disponivel. regulamento.
§ unico. Em tal caso, a concessão vigorará apenas por CAPITULO I X
um anno, ao fim do qual poderá ser renovada, sendo-lhe
novamente cedida mediante licença registada. Dos guardas auxiliares especialmente ao serviço do Estado
A r t . 75." Na occasião de dar ao guarda posse da casa,
Vencimentos, situações, licenças e penalidades
o regente lavrará um auto dc entrega, no qual se mencio-
n a r á o estado em que ella se encontra, a mobilia e mais A r t . 88.° Os guardas florestaes auxiliares, sendo consi-
objectos nella existentes e os terrenos que d'ella dependam. derados como jornaleiros, perceberão o vencimento diario
1905 107 Março 15
de 320 réis, sem a exclusão dos dias feriados ou santifi- Dos deveres dos g u a r d a s auxiliares
em serviço de p a r t i c u l a r e s
cados, tendo, como os guardas do quadro, obrigação de p a r a com o s i l v i c u l t o r e n c a r r e g a d o do r e g i m e
exercer a policia na area a seu cai - go em todos os dias do e seus agentes
anno.
Art. 89.° As situações que cabem aos guardas flores- A r t . 99.° Aos guardas florestaes auxiliares em serviço
taes auxiliares em serviço do Estado são actividade e in- de particulares pertence, alem do determinado neste regu-
actividade, com as seguintes restricções: lamento para os guardas do quadro sobre os seus deveres
1.° O guarda auxiliar que estiver doente por mais de como agentes da força publica, ou como auxiliares dos
sessenta dias passará á situação de inactividade sem ven- serviços culturaes e de exploração:
cimento ; 1. J O mais rigoroso respeito aos empregados florestaes
encarregados da fiscalização do regime;
2.° O guarda auxiliar que estiver doente por mais de
cento e oitenta dias será exonerado. 2.° Enviar ao silvicultor encarregado do regime, men-
Art 90.° As licenças com vencimento aos guardas au salmente ou nos prazos que pelo mesmo lhe forem deter-
xiliares em serviço do Estado só poderão ser concedidas minados, uma nota dos dias em que tenham estado ausen-
por motivo de doença, comprovada por attestado medico, tes do serviço e respectivas causas, um extracto dos factos
na conformidade do artigo 20.° e subsequentes d'este de- mais importantes registados na sua caderneta, taes como:
creto, sendo com vencimento por inteiro até trinta dias, e fogos, sementeiras e cortes, exceptuando os autos de no-
as de mais de trinta até sessenta dias com metade do ven- ticia ou participação de delictos, os quaes tem de commu-
cimento. nicar nos prazos e pela fórma estabelecida neste regula-
mento. Para os effeitos d'este artigo os guardas auxiliares
§ unico. As licenças por quaesquer outros motivos só corresponder-se-hão offícialmente com o pessoal dos servi-
podem ser concedidas sem vencimento, nos termos dos ar- ços florestaes a que estiverem subordinados.
tigos 23.° e 24.° d'este regulamento. § 2." O silvicultor encarregado do regime fornecerá
Art. 91.° São applicaveis aos guardas auxiliares em aos guardas auxiliares sobrescritos, impressos, cadernetas,
serviço do Estado as penas preceituadas por este decreto livros de autos de marca, craveiras e exemplares de ta-
para os guardas do quadro. bellas de Pressler para calculo de cubagens.
§ 3.° O fardamento dos guardas auxiliares distinguir-
CAPITULO X se-ha do usado pelos guardas do quadro no emblema do
kepi, no qual serão substituídas as letras M. N. pelas G.
Dos guardas a u x i l i a r e s especialmente ao s e r v i ç o F. A. (guaida florestal auxiliar), que substituirão tambem
de particulares
no lado direito da gola o emblema da corneta.
Obrigações, dependencias e licenças A r t . 100.° A falta de cumprimento dos deveres do seu
cargo, depois de devidamente advertidos, ou o desres-
Art. 92.° Aos guardas florestaes auxiliares cumpro a peito aos empregados silvícolas, importa para os guardas
mais completa obediencia aos donos das propriedades, per- florestaes auxiliares, de que trata este capitulo, a pena de
tencendo-lhes, alem da policia, vigiar e auxiliar todos os tra- demissão.
balhos de arborização ou de exploração de matas de que Paço, em 9 de março de 1905. = Eduardo José Coelho.
forem encarregados.
Art. 93.° O fardamento dos guardas auxiliares será em
regra por elles pago, devendo porem o proprietario adean-
MODELO A
tar a sua importancia, que descontará no respectivo ven-
cimento em prestações mensaes em numero não inferior a Concelho de . . . Comarca de . . .
doze. Freguesia de .. . Mata de . . .
Art. 94.° Não é permittido aos guardas auxiliares o uso
de arma caçadeira sem autorização do respectivo proprie- Participação de delicto ou transgressão
tario. do regulamento florestal
Art. 95.° Quando um guarda florestal auxiliar não cum-
prir com os seus deveres p a r a com o proprietario, este O abaixo assinado (a) . . . , florestal, residente em . . .,
pedirá a sua exoneração e substituição, sendo o pedido participa, para os devidos effeitos, o seguinte:
devidamente fundamentado. Que no dia . . . de . . . de . . . , ás . . . horas da . . . ,
A r t . 96.° As licenças que os guardas auxiliares obtive- achando-se revestido com o distinctivo do seu cargo, no
rem dos proprietarios, deixando por esse effeito de percor- local de . . ., da mata de . . . , freguesia de . . . , concelho
rer a area a seu cargo, serão registadas na caderneta e de . . . , comarca de . . . (b) . . .
rubricadas pelo proprietario ou seu representante, para o (c) . . . , de de . . .
illibar de qualquer responsabilidade que lhe pudesse caber
nesses dias por falta da devida vigilancia. Estas licenças O (a) . . . , {d)
não poderão exceder a quinze dias.
Art. 97.° No caso do proprietario querer, por motivo (a) Mestre ou guarda.
(b) D e v e aqui rieclarar-se :
justificado, conceder ao guarda licença de mais de quinze 1." U facto incriminado, com todas as circunstancias da trans-
ató sessenta dias, deverá participá-lo ao silvicultor encar- gressão, indicando-se se foi ou nào presenceado pelo mestre ou
regado do regime, pai'a seu conhecimento, indicando quem guarda.
o fica substituindo. 2.° Se foi apprehendido algum instrumento de delicto, ou algum
objecto que possa servir para o descobrimento do criminoso.
A r t . 98.° No caso de ausencia por doença esta será íJ.° O nome, estado, profissão e residencia do transgressor, se for
igualmente registada na caderneta e rubricada pelo pro- conhecido.
prietario ou seu representante, podendo este propor a subs- 4.° As pessoas das quaes se suspeitar, quando for desconhecido
tituição temporaria do guarda por outro ajuramentado, o transgressor.
5.° O artigo ou artigos da lei, decreto, ou regulamento infringi-
quando a impossibilidade de serviço se prolongue por dos.
mais de sessenta dias. 6.° Qual o valor aproximado do damno causado.
§ unico. Quando a impossibilidade de serviço se pro- 7.° O nome, estado, profissão e residencia de até tres testemu-
longar alem de cento e oitenta dias, o guarda será exo- nhas, havendo-as, que presenceassem o facto, ou d'elle ouvissem
falar.
neiado e substituído por outro guarda auxiliar ajura- (c) Local e data.
mentado. (d) Nome do mestre ou guarda.
Março lt> 108 19C5
MODELO C (verso)
Por cada v i s i t a :
Notificação do delicto Durante o dia 2^000
Durante a noite 3 £000
Por cada visita de differentes doentes
O transgressor (a) . . . é accusado de, no dia . . . de . . . pertencentes ámesmafamilia,na mesma
de . . ., ás . . . horas da . . . , no local de . . -, mata casa e na mesma occasião :
de . . ., freguesia de . . ., concelho de . . . , ter transgre- Os honorários indicados no n.° 1 para
dido o artigo . . . clo regulamento da policia das matas, o primeiro doente.
D e cada um dos outros 11000
devendo ser condemnado a pagar, segundo o artigo . . . Por cada consulta verbal em casa do me-
do mesmo regulamento: dico :
Durante o dia 11000
De multa minima .. Durante a noite - g - 11500
De indemnização do damno causado $ •.. Por cada consulta por escrito 5^000
Por uma conferencia, a cada um dos fa- 2£500
Total .771777 cultativos 20,3000
Por cada operação de pequena cirurgia, 51000
exceptuando applicações de grandes
O Silvicultor, apparelhos 5 $000 200000
F... Pela applicação de grandes apparelhos 20^000 60^000
Por cada operação sobre a pelle (inci-
sões, suturas, anaplastias tegumenta-
Certidão da intimação res, etc.) õjSOOO 30|000
Por cada operação sobre os vasos (laquea-
ções, etc.), sobre 03 tendões, musculos,
Certifico que hoje, de cle no local aponevroses e synoviaes (tenotomia e
dc . . ., intimei a (a) . o mandado retro, deixando-lhe myotomia, synoviotomia e synovecto-
copia cVelle, e (b) . . . mia, etc.) ou sobre os nervos (neuroto-
O Guarda, mia, neurectomia, etc.) 20^000 200$000
10 Por cada operação sobre os ossos, carti-
F... lagens ou articulações (osteotomia,
chondrotomia, rcssccções, trepanações,
(a) Nome, estad>, profissão e residencia do transgressor. etc.) 20,2000 200<$!00..
(b) Sc o trangressor souber escrever deve declarar sc «assi- 11 Por cada operação mntilante (amputa-
nando eommigo» ; se nào souber escrever declara se : «o não assina ções, desarticulações) 20.1000 200jS 000
por não saber», devendo r.est.e ultimo caso a intimação ser feita na 12 Por cada operação de cirurgia especial
presença dc duas testemunhas, que assinarão, 3e souberem escrever. cm qualqner dos apparelhos da econo-
mia, incluindo as operações obstétri-
Paço, em 9 de março do 1905. = Eduardo José Coelho. 13 cas 20:5000 500*5000
Os honorários dos serviços medicos pres-
D . do G. n.° 58, de 13 de m a r ç o do 1005. tados fora das povoações serão au-
mentados por cada kilometro de dis-
tancia :
Durante o dia 1^500
Durante a noite 2:3500
MINISTÉRIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR 14 Pelos serviços medicos prestados a bordo\
de navios fundeados em localidades)
Direcção Geral do U l t r a m a r de onde o regresso se não possa fazer' Os honorários que pre-
no mesmo dia quando o transporte viamente se combi-
seja fluvial ou maritimo, ou quando o
5.a Repartição medico tenha de ficar junto do doente
por um ou mais dias
Attendendo á proposta da j u n t a de saúde da provincia 15 Por cada attestado medico 1;S000
de Moçambique para ser modificada a tabella dos honorá-
rios medieo-eirurgieos ora vigor naquella provincia, appro-
vada por decreto de 25 de novembro cle 1874, o tendo Observações
ouvido a Junta Consultiva do U l t r a m a r : hei por bem decre-
a
tar o seguinte: 1. São consideradas operações de pequena cirurgia as queveem
descritas no tratado dc pequena cirurgia do Dr. P. Chavasse;
Artigo 1." Os honorários medicos dos facultativos do 2." Nas operações em que sejam necessarios medicos ajudantcB,
quadro dc saude da provincia dc Moçambique são os que receberá cada um d'clles um terço dos honorários a que o operador
1905 109 Março 15
tiver direito pelo acto operatorio, não devendo em nenhum caso a pectores da fiscalização e trafego, criado um logar de sub-
somma d'essas importancias exceder aquella que, em virtude do inspector e ampliado o quadro dos escriturários.
mesmo acto operatorio, for paga ao operador na conformidade da
respectiva tabella; O regulamento citado prescreve que o logar cle chefe
3. a Para os effeitos d'esta tabella considera-se dia o tempo de- da secção de expediente e contabilidade no serviço de
corrido desde as seis horas da manhã ás nove horas da noite. tracção e officinas seja desempenhado por um conductor
de obras publicas, com o fim cíc aproveitar as suas habi-
Secretaria cle Estado dos Negocios da Marinha e Ul-
litações-teclmicas. Os raros conductores habilitados na es-
t r a m a r , em 9 cle março de 1905. = Manoel Antonio Mo-
pecialidade encontram boas collocações na industria parti-
reira Júnior. cular, não tendo pois sido possivel prover aquelle logar
D . do G. n.° 59, de 14 do mavço de 1905.
em boas condições. E como as suas funcções são essen-
cialmente administrativas, sobrelevando a todas em impor-
tancia a escrituração e contabilidade, é mais racional equi-
3. a Repartição p a r a r o referido cargo ao dc chefe de secção dos outros
serviços e especialmente dos armazens geraes, pela appli-
Tendo a experiencia demonstrado a impossibilidade cle cação no seu provimento das regras do artigo 40.° do re-
continuar a arrecadação e guarda dos fundos cla Direcção gulamento de 16 cle novembro de 1899 e do decreto de
dos Telegraphos da Zambezia a cargo do respectivo di 12 dc outubro de 1901.
rector, pela ausencia quasi permanente da sede da direc A situação dos guarclas-freios, pelo que respeita á re-
ção a que o mesmo director é obrigado por effeito de ins- forma, é analoga á dos conductores e revisores de bilhetes
pecção aos serviços das diversas estações c outros a seu quando não ascendem á classe de conductores, o que suc-
cargo como são os da direcção da montagem das linhas cede a alguns clos actuaes, faltos cle habilitações, embora
telegraphicas e fiscalização d'estas; com boa folha de serviços.
Tendo ouvido a J u n t a Consultiva clo Ultramar e o Con- Justo é pois deferir os seus pedidos, tornando-lhes ex-
selho de Ministros; o tensivo o principio applicado por decreto de 24 clc dezem-
Usando da faculdade concedida ao Governo pelo § 1.° bro de 1903 á reforma dos conductores, attendendo assim
do artigo 15.° do Acto Addicional á Carta Constitucional ao árduo serviço que desempenham.
da Monarchia de 5 de julho de 1 8 5 2 : Taes são, Senhor, as principaes disposições do presente
Hei por bem decretar o seguinte : projecto de decreto, quo espero merecerá a approvação de
E criado na Direccão dos Telegraphos cla Zambezia o Vossa Majestade.
cargo do chefe cla pagadoria o contabilidade, com o venci
Secretaria de Estado dos Negocios das Obras Publi-
mento de 900$000 réis, sendo 450^000 réis de categoria,
cas, Commercio e Industria, em 9 cle março dc 1 9 0 5 . =
350$000 réis cle exercicio e 100$000 réis p a r a falhas,
Eduardo José Coelho.
competindo a este funccionario receber todos os rendimen-
tos da rede telegraphica da Zambezia, e bem assim quaes-
quer outras importancias que tiverem cle ser arrecadadas
Attendendo ao que mc representou o Ministro e Secre-
no cofre da direcção, o qual fica a seu cargo, pelo que
tario de Estado cios Negocios das Obras Publicas, Com-
terá de caucionar-se nos termos cla secção 2. a clo capi-
mercio e I n d u s t r i a : hei por bem, nos termos do artigo 9."
tulo v i u do regulamento cle 3 de outubro cle 1901, e bem
do regulamento approvado por decreto de 16 dc novembro
assim o dever de responder por todo o serviço de conta-
de 1899, decretar o seguinte:
bilidade, de effectuar todos os pagamentos que haja a rea-
lizar pela mesma direcção e de executar quaesquer ordens Artigo 1.° Os quadros e vencimentos do pessoal admi-
elativas aos serviços que superiormente lhe forem com- nistrativo clas direcções dos caminhos de ferro do E s t a d o
mettidos. serão regulados pela tabella annexa ao presente decreto,
que substituirá para todos os effeitos a tabella a n n e x a ao
O Ministro c Secretario de Estado dos Negocios da decreto dc 24 dc dezembro de 1903.
Marinha e Ultramar assim o tenha entendido c faça exe- A r t . 2.° O logar de sub-chefe de serviço do movimento
cutar. Paço, em 9 dc março clc 1905. — R E I . ~ Manoel será provido nos termos dos artigos 53.° e 110.° do regu-
Antonio Moreira Júnior. lamento de 1G dc novembro dc 1899.
D . do G. n.° GO, de 15 do março de 1905.
A r t . 3.° O logar de chefe do secção de expediente e
contabilidade do serviço de tracção e officinas será provido
nos termos do artigo 40.° clo regulamento de 16 de no-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E vembro de 1899, ou nos termos do artigo 9.° do decreto
de 10 de outubro de 1902, quando se não consiga pro-
Caminhos d e Ferro do Estado vê-lo por concurso.
A r t . 4.° Os logares cle sub-inspectores da fiscalização e
Conselho de Administração trafego serão providos nos tormos do artigo 39.° do regu-
lamento de 16 de novembro de 1899, ficando estes em-
Senhor. — A revisão dos quadros do pessoal adminis- pregados com direito a concorrer, j u n t a m e n t e com os das
trativo das direcções de exploração dos caminhos de ferro categorias enumeradas no mesmo artigo, ás vagas cle ins-
do Estado, facultada pelo artigo 9." do regulamento de pectores.
16 de novembro de 1899, é tornada indispensavel pela A r t . 5." O vencimento dos guardas-freios è fixado, para
proxima abertura dc novos troços do linha e por neces- os effeitos da aposentação, na quantia de 24$000 réis
sidades do serviço que se impõem á consideração clo Go- mensaes, a cpial servirá dc base á determinação da res-
verno. pectiva quota e pensão, a que se referem os artigos
No proximo anno economico devem-se abrir os troços 10.°, 27.°, 28." c 29.° do regulamento dc 31 de janeiro
de T a v i r a a Villa Real, de Estremoz a Villa Viçosa, cle de 1901.
Setubal á margem do Sarlo, da Regua a Villa Real. N a s A r t . 6." A execução dos artigos 1.°, 2.°, 3.° c 4.° clo
linlias em exploração a cuidadosa revisão dos quadros dc presente decreto fica dependente do prévio cumprimento
estações e de comboios mostra a indispensabilidade de al- fias disposições do artigo 9.° do regulamento de 16 eh; no-
gumas ampliações, para regular desempenho do terviço vembro di-. 1899.
sem fadiga excessiva do pessoal. A extensão crescente das O mesmo Ministro e Secretario dc Estado assim o to-
linhas torna inadiavel a criação do logar de sub-chefe do j nha entendido o faça executar. Paço, em 9 dc março de
movimento e exige que seja aumentado o numero cle ins- ' 1 9 0 5 . = R E I .-—-Eduardo José Coelho.
Março lt> 110 19C5
Tabella dos quadros e vencimentos mensaes dos empregados administrativos Os vencimentos e ajudas de custo dos thesoureiros e pagadores
s e r | o regulados pelo decreto de 24 de outubro de 1901.
das direcções dos Caminhos de Ferro do Estado A"os chefes das estações de superior importancia terão abonadas
gratificações, não superiores a 603O00 réis annuaes, devidamente
incluídas no orçamento.
Voneimento Numero
P a ç o , e m 9 d e m a r ç o d e 1 9 0 5 . — Eduardo José Coelho.
Designação 0 O
2 í: D . do G . n.° G8, d e 24 d e m a r ç o d e 1905.
Categoria Exercicio "3 S a0
« ^
Abonos p o r d e s l o c a ç õ e s
Chefe do movimento — 13500 réis por dia, até dez dias por mês. D i r e c ç ã o G e r a l d e S a u d e e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a
Sul) chefe do movimento — 3 3200 réis por dia, até dez dias por
mês. 2. a Repartição
Inspectores do fiscalização — 13000 réis por dia, até dez dias por
mês. S u a M a j e s t a d e El-Rei, a t t e n d e n d o ao que lhe represen-
Inspectores e sub-inspectores do movimento e inspectores dos te-
legraphos : 5 réis por kilometro, até 106000 réis por mês. t o u a Irmandade de Santo Antonio, Almas e Senhora da
Empregados do movimento, fiuendo temporariamente serviço, até S a u d e , d e C o v a s d e B a r r o s o , d o c o n c e l h o d e B o t i c a s ;
trinta dias, fóra da residencia habitual, 200 réis por dia. V i s t a s as i n f o r m a ç õ e s officiaes e o disposto no a r t i g o 2 5 3 . ° ,
Empregados da fiscalização em serviço de balanços, I3OOO réis n . ° 2 . ° , d o C o d i g o A d m i n i s t r a t i v o :
por dia.
H a p o r b e m conceder-lhe a autorização q u e solicita p a r a
Revisores de bilhetes e conductores de comboios, 2 réis por kilo-
acceitar u m terreno que lhe é offerecido gratuitamente
metro.
Chefes de machinistas e de officinas: a participação nos abonos p e l o R e v e r e n d o a b b a d e d a m e s m a f r e g u e s i a , M a n o e l J o a -
a machinistas, por percursos, horas de serviço e economias, que for q u i m B a p t i s t a V i e i r a d a C r u z , p a r a a c o n s t r u c ç ã o d e u m
fixado em instrucções especiaes.
1905 111 Março 15
asylo instituido por Manoel José Pires Labanco B r a g a , no MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
testamento com que este bemfeitor falleceu.
Paço, em 10 de março de 1905. = Antonio Augusto Caminhos de Ferro do Estado
Pereira ãe Miranda.
D . do G. n . ° 58, de 13 d e m a r ç o de 1905.
Conselho de Administração
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR do taboleiro metallico p a r a a ponte sobre o rio de Almar-
gem, no lanço de T a v i r a a Cacella do prolongamento de
Direcção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos F a r o a Villa Real de Santo Antonio, elaborado pela firma
Cardoso D a r g e n t & C. a , cem data de 13 de fevereiro
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto ultimo: lia por bem, conformando se com o parecer do
do caminho de f e r r o de Lourenço Marques á fronteira da Conselho Superior de Obras Publicas e Minas, d'esta
Swazilandia, datado de 30 de novembro de 1 9 0 4 : lia por data, approvar o referido projecto, devendo n a sua exe-
bem, conformando-se com o parecer da commissão superior cução, serem tidas em conta as indicações do referido pa-
technica de obras publicas do ultramar, approvar o refe- recer.
rido projecto, e bem assim determinar que na sua exe- Paço, em 11 de março de 1 9 0 5 . — Eduardo José Coelho.
cução sejam attendidas as indicações do mencionado pare- D . do G. n.° GO, d e 15 d e m a r ç o de 1905.
cer.
Paço, em 10 de março de 1905. = Manoel Antonio
Moreira Júnior.
D . do G. n.° 70, d e 28 de m a r ç o de 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Direcção Geral da Marinha Direcção Geral de Administração Politica e Civil
pela Secretaria de Estado dos Negocios da Marinha e Ul- rigorosamente os preceitos do presente decreto serão im-
t r a m a r , mandar declarar aos governadores das provincias mediatamente suspensos pelos respectivos delegados do
ultramarinas e do districto autonomo cle Timor que os thesouro, podando ser propostos p a r a demissão e proces-
empregados da fiscalização aduaneira não podem ser no- sados na conformidade clas leis, em harmonia com os pre-
meados para serviço algum estranho ao da mesma fiscali- ceitos do artigo 13.° do regulamento geral da administra-
zação, devendo ser annulladas as nomeações que porven- ção da Fazenda, quando se reconheça haverem procedido
tura hajam siclo feitas contra esta disposição. com dolo ou prevaricado no andamento do serviço.
Paço, cm 15 de março cle 1905. = Manoel Anto A r t . 4.° Fica porem expressamente prohibido aos dele-
Moreira Júnior. gados do thesouro intervir n a formação, i n t e r r o m p e r ou
D . do G . 11." Cf), dc 22 d c m a r ç o de 1905
adiar o andamento dos processos executivos, sob pena de
exoneração da sua commissão ou demissão do seu empre-
go, em harmonia com o disposto no artigo 118.° do citado
regulamento de administração d a F a z e n d a .
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA § unico. E s t a disposição não desobriga os mesmos dele-
gados de representarem superiormente sobre o que j u l g a -
Secretaria Geral rem conveniente p a r a o bom andamento do serviço de que
se trata, no sentido dos interesses da F a z e n d a e da ordem
Convindo suscitar a rigorosa observancia do artigo 36.° publica, para superiormente se darem as providencias que
do regulamento geral da administração da F a z e n d a Pu- forem necessarias.
blica cle 4 de janeiro de 1870, modificando e simplificando Art. 5.° Os processos pendentes em 31 de março cor-
o expediente dos seus preceitos emquanto não se procede rente serão todos numerados seguidamente por ordem al-
á revisão geral do mesmo r e g u l a m e n t o : hei por bem de- fabética dos nomes dos devedores, devendo essa numera-
terminar o seguinte para ser executado a partir de 1 de ção continuar nos processos que successivamente se forem
abril cle 1905: instaurando.
Artigo 1.° As relações dos conhecimentos que, pelas § 1.° Nos processos que de novo se instaurarem nos
respectivas certidões, teem de ser relaxados, para sc pro- termos do presente decreto designai'-se-ha alem da sua nu-
ceder executivamente contra os devedores ao Estado, de- meração de ordem geral o numero e anno da relação do
vem ser numeradas seguidamente e continuarão a ser pro- relaxe em que estiverem inscritos.
cessadas em duplicado pelos recebedores dos concelhos e § 2.° Na relação do relaxe deve fazer-se referencia ao
bairros, conforme o artigo 30." do regulamento de admi- numero de ordem geral que ficar competindo a cada pro-
nistração da Fazenda Publica de 4 de janeiro de 1870, cesso, e á data em que for instaurado o processo.
mas a sua entrega aos escrivães de fazenda effectuar-se-ha A r t . 6.° Se qualquer recebedor omittir nas relações p a r a
como segue:
relaxe algum ou alguns documentos de cobrança, ou dei-
a) Dentro de sessenta dias improrogaveis depois de x a r de enviar em devido tempo essas relações ao escrivão
findo o prazo p a r a a cobrança á boca clo cofre quanto aos de fazenda, o mesmo escrivão, logo que conheça da omis-
conhecimentos das contribuições dc repartição e lançamento são ou falta, incluirá na tabella de cobrança no mês cor-
c. dc todos os demais rendimentos não comprehendidos na rente a importancia dos mesmos documentos, não podendo
alínea seguinte, contando-sc o prazo depois de encerrado o recebedor haver essas quantias dos contribuintes deve-
o cofre p a r a o pagamento da collecta de cada prestação dores senão pelos meios ordinarios.
em que estiver facultado o p a g a m e n t o ; § unico. Os escrivães de fazenda ficam responsáveis,
l>) Dentro de quinze dias improrogaveis depois de fin- nos termos do artigo 3.° d'este decreto, pela falta clo cum-
dos os prazos para o pagamento e sem dependencia de primento da disposição que lhes respeita do presente ar-
qualquer aviso quanto aos conhecimentos de contribuição tigo.
cle registo por titulo gratuito, emolumentos das Secretarias
A r t . 7.° Pelas direcções geraes do Ministerio da F a -
de Estado, sellos de diplomas, quotas para a Caixa de Apo-
zenda serão dadas as demais instrucções necessarias p a r a
sentação o prestações cle direitos cle mercê que não tenham
a inteira execução d'este decreto, devendo as mesmas di-
de. sor descontadas nos vencimentos dos devedores, e quanto
recções enviar á Secretaria Geral copias d'essas instruc-
a quaesquer outros p a r a que semelhantemente esteja de-
ções, p a r a serem tomadas em consideração quando tiver
terminado ou venha a dctermiiiar-se processo especial do
dc proceder-se á revisão do regulamento geral de admi-
pagamento.
nistração da F a z e n d a .
Art. 2." Conferidas as relações pelos escrivães de fa-
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da F a -
zenda, remetterão estes directamente uma no principio de
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, aos
cada mês ao delegado cio thesouro do respectivo districto
16 de março de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
c promoverão desde logo o andamento dos processos exe-
pregueira.
cutivos independentemente clc autorização previa do refe- D . do G. n.° G3, do 18 de m a r ç o de 1905.
rido delegado, quer as execuções tenham dc correr pe-
rante os mesmos escrivães quer perante os juízes dc dis-
trictos fiscaes, mas seguindo sempre os preceitos do regu-
lamento clas execuções fiscaes e mais disposições em vigor
Nos termos clo decreto de 14 de agosto de 1893 e do
sobro o assunto.
§ 2.° do artigo 6.° clo regulamento approvado por decreto
§ 1." Cs escrivães de fazenda enviarão sempre aos de- cle 8 de outubro de 1900: hei por bem determinar q u e ,
legados do thesouro cm seguida a cada semestre, nos dias no dia 25 de maio proximo futuro, se proceda, por p a r t e
15 de fevereiro c 15 de julho, uma nota indicando o an- dos juristas, á eleição cle dois membros da J u n t a do Cre-
damento e estado dc todos os processos intentados com re- dito Publico e seus respectivos substitutos, devendo a actual
ferencia ás relações enviadas durante o mesmo semestre e j u n t a dirigir os actos preparatorios da m e s m a eleição, em
nos anteriores. Esta nota será negativa quando não hou- conformidade com o disposto no n.° 3." cio artigo 6.° do
ver processo a mencionar. referido regulamento.
t; "2." A fiscalização do serviço das execuções por parte
O Ministro c Secretario de Estado dos Negocios da F a -
dos delegados do ihesouro veriticar-se-ha em face d'esta
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
nota e das relações, das quaes se organizará o indice por
16 de març.o de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
meio de verbetes.
pregueira.
Art. n . ° Os escrivães dc fazenda que não cumprirem D . do Cr. n.° 03, d e IS de m a r ç o do 1905.
1905 113 Março 15
hendida nas disposições do artigo 2.° da carta de lei de Sendo-me presente a consulta do S u p r e m o T r i b u n a l Ad-
17 de setembro de 1 8 5 7 : ministrativo acêrca do recurso n.° 12:341, em que é re-
H e i por bem, conformando-me com o parecer do Con- corrente o Bacharel Alberto Augusto Gomes de Almeida,
selho Superior de Obras e Minas, datado de 2 do corrente e recorridos a Camara Municipal do concelho de Macieira
mês, declarar de utilidade publica e urgente, nos termos de Cambra e o Bacharel Augusto Correia do A m a r a l ; e
das leis de 2 3 de julho de 1850 e 8 de j u n h o 1859, a de que foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, E d u a r d o
mencionada expropriação, marcada na planta parcelar José S e g u r a d o :
que baixa com o presente decreto assinada pelo Ministro Mostra-se que o presente recurso vem da sentença do
e Secretario de Estado dos Negocios das Obras Publicas, auditor administrativo do districto de Aveiro, que desat-
Commercio e Industria. tendeu a reclamação do actual recorrente contra a deli-
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- beração da Camara Municipal do concelho de Macieira de
nha entendido e faça executar. Paço, em 16 de março de Cambra, tomada em sessão de 31 de maio de 1902, pela
1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. qual foi nomeado o recorrido, em concurso, medico do
D . do G. n.° 63, d e 18 d e m a r ç o de 1905. partido municipal, com preterição do mesmo recorrente, e
allega:
— que a camara preferiu indevidamente o nomeado pelo
facto de estar servindo interinamente aquelle logar, o de
Propondo a Administração dos Caminhos de F e r r o do
sub-delegado de saude, e ter-se offerecido p a r a desempe-
Estado que, para a construcção de um túnel 110 lanço da
n h a r gratuitamente por um anno as funcções do referido
linha ferrea da estação de Setubal ao caes d'esta cidade,
logar, quando a preferencia devia ser dada ao recorrente,
seja declarada a urgencia da expropriação por utilidade
que apresentava classificações scientificas e literarias mais
publica do sub-solo de uma casa na Rua do F o r t e , fre-
distinctas clo que as do recorrido; e
guesia de S. Sebastião, concelho de Setubal, districto de
Lisboa, pertencente a Alexandre Magno de Campos e sua — que á sessão em que a camara tomou a deliberação
mulher Maria E d u a r d o de Carrilho; reclamada assistiu um vereador irmão do facultativo no-
meado, o que é contrario ao que está preceituado no ar-
Considerando que esta expropriação se acha compre-
tigo 26.° do Codigo Administrativo:
hendida nas disposições do artigo 2.° da carta de lei de
17 de setembro de 1857: O que visto e o parecer do Ministerio Publico;
Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con- Considerando que por successivos decretos sobre con-
selho Superior de Obras Publicas e Minas, datado de 2 sulta d'este tribunal se firmou a doutrina de que p a r a es-
do corrente mês, declarar de utilidade publica o urgente, tes concursos não ha marcados na lei motivos de prefe-
nos termos das leis de 2 3 de julho de Í 8 5 0 e 8 de junho rencia ;
de 1859, a mencionada expropriação, marcada na planta Considerando que tanto o recorrente como o recorrido
parcelar que baixa com o presente decreto assinada pelo tinham sido admittidos legalmente ao concurso e que, por-
Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios das Obras tanto, a camara estava no seu direito de escolher entre os
Publicas, Commercio e Industria. dois concorrentes aquelle que mais confiança lhe inspi-
rasse ;
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
nha entendido e faça executar. Paço, em 16 de março de Considerando que comquanto o artigo 26.° do Codigo
1905. = R E I . —Eduardo José Coelho. Administrativo diga que os vogaes dos corpos administra-
tivos não podem assistir ás sessões em que se t r a t a r de
D . do G. 11.* 63, do 18 de março do 1905.
negocios que digam respeito a pessoas com quem tenham
parentesco por consanguinidade ou affinidade ató o 3.° g r a u
da linha recta ou transversal, contado segundo o direito
civil, comtudo acrescenta ou á parte das sessões em que
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO se t r a t a r de negocios naquelles termos, portanto admitte
que o vogal nas referidas circunstancias assista ás sessões,
Direcção Geral de Administração Politica e Civil comtanto que não tome p a r t e nos assuntos de que está
inhibido pelo citado artigo, é o que significa a disjun-
i.a Repartição tiva— ou;
Considerando que, como se vê da certidão a fl. 63, o
Attendendo ao que mo representou o governador civil
vogal irmão do nomeado não tomou parte na resolução
do districto de S a n t a r e m : liei por bem prorogar até o dia
d'essa nomeação:
31 do corrente mês o prazo da conclusão das operações
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
do recenseamento eleitoral do concelho de Coruche, ficando
negar provimento no recurso, confirmando a sentença re-
assim modificado, nesta parte somente, o decreto de 10
corrida.
tambem do corrente mês.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
O Ministro e Secretario dc E s t a d o dos Negocios do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Reino assim o tenha entendido o faça executar. Paço, em 16 de março de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira
16 dc março de 1905. = R E I . —Antonio Augusto Pereira de Miranda.
de Miranda. D. do G. n.° 64, d e 20 d e m a r ç o d e 1905.
D . do O. ii. 0 Gd, do 20 do m a r ç o de 1905.
a urgencia da expropriação de uma parcela de terreno, ás corporações administrativas a que respeitarem, mediante
pertencente a Albino Nunes Cordeiro, constituido por recibo passado nos termos preceituados no artigo 2.°; e
15r"" 2 ,88 de quintal: os duplicados remetter se-hão, acompanhados das relações
Considerando que esta expropriação se acha compre- nominaes estabelecidas nas organizações respectivas, aos
hendida nas disposições da lei de 17 de outubro de 1857 : presidentes das mesmas corporações, ficando os triplicados
Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con- em poder da mencionada Repartição de Contabilidade, que
selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de os archivará devidamente.
utilidade publica e urgente, nos termos da lei de 23 de A r t . 5.° A s quantias levantadas dos cofres publicos nos
julho de 1850, e 8 de j u n h o de 1859, a expropriação do termos dos artigos 2.° e 4.° d'este decreto serão deposita-
mencionado terreno, correspondente á parcela n.° 17, das, no prazo máximo de vinte e quatro horas, n a Caixa
marcada na planta parcelar que baixa com o presente Geral de Depositos, conformo as leis vigentes.
decreto assinada pelo Ministro e Secretario de Estado dos A r t . 6.° A 9. a Repartição da Direcção Geral da Conta-
Negocios das Obras Publicas, Commercio e Industria. bilidade Publica enviará a cada corporação administrativa
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- das caixas uma nota mensal dos documentos a que se re-
nha entendido e faça executar. Paço, em 16 de março de fere o artigo 2.° e cujo pagamento tenha sido ordenado
de 1905. = R E I . =Eduardo José Coelho. pela mesma repartição no mês immediatamente anterior.
Estas notas indicarão, por districtos e serviços que tive-
D . do G. n.° Gá, de 20 de m a r ç o de 1005.
rem processado os referidos documentos, a importancia de
cada um d'elles, para que possam ser passados, em pre-
sença das mesmas notas, os competentes recibos, que se-
9. a Repartição da Direcção Geral guidamente deverão cobrar-se, e sirvam tambem de ele-
da Contabilidade Publica mento fiscal da escrituração das corporações administra-
tivas.
Convindo simplificar o processo estabelecido para a co- § unico. A hypothese de não ter sido ordenado paga-
brança e arrecadação na Caixa Geral de Depositos clas mento algum não desobriga da declaração de tal facto.
receitas de diversas proveniências destinadas aos fundos Art. 7.° Os secretarios cla j u n t a e da commissão admi-
pertencentes á Caixa de Reformas, Subsidios e Pensões nistrativas das caixas terão a seu cargo a escrituração es-
do Pessoal dos Serviços de Obras Publicas, organizada pecial das quantias por elles levantadas e da sua applica-
por decreto de 11 de dezembro dc 1902, e á Caixa de ção ; e os respectivos presidentes serão solidários na res-
Reformas e Soccorros do Pessoal Jornaleiro dos Serviços ponsabilidade de quaesquer irregularidades que a mesma
Telegrapho-Postaes, organizada por decreto de 23 de j a - escrituração apresente, quando nào dêem por escrito co-
neiro ultimo, simplificação que a pratica tem aconselhado nhecimento d'ellas superiormente dentro do prazo de tres
no sentido de tornar mais facilmente fiscalizáveis a co- dias a contar cla data em que tiveram logar.
brança e escrituração das referidas receitas e mais pronto A r t . 8.° A liquidação dos encargos clas caixas de que
o seu deposito á ordem das respectivas corporações admi- se t r a t a , a pagar aos interessados ou seus herdeiros, s e r á
nistrativas ; e feita nos termos preceituados na organização approvada
Usando cla autorização concedida ao Governo pelos ar- por decreto de 11 cle dezembro de 1 9 0 2 ; bein como a es-
tigos 45.° e 48.° do decreto cle 24 dezembro de 1901 e crituração de taes despesas deverá regular-se pelas nor-
67.° do citado decreto de 11 cle dezembro de 1902: mas indicadas na mesma organização, considerando-se os
Hei por bem determinar que, a começar de 1 de abril pagamentos assim effectuados em conta cla Caixa Geral
do corrente anno, se observe o seguinte: de Depositos pelos respectivos fundos á disposição das
Artigo 1." A importancia das quotas, jóias, multas e competentes corporações administrativas. Os recibos com-
dos descontos de vencimento ou salario por motivo de provativos d'esses pagamentos serão enviados separada-
doença e faltas não justificadas, cobrada por meio de de- mente, em relação a cada uma clas contas de deposito
ducções effectuadas nas folhas cle pagamento ao pessoal e (correspondentes a cada Caixa de Reformas), como trans-
destinada á receita das caixas de que trata o presente ferencia de fundos p a r a as Caixas Centraes do Ministe-
decreto, sorá inscrita nas mesmas folhas em columna es- rio da Fazenda, a fim de que esta estação official os re-
pecial sob a epigraphe unica de Caixas cle Reformas do metta á corporação administrativa a que respeitarem e
Ministerio das Obras Publicas. tenha logar o indispensavel abono á Caixa Geral de De-
A r t . 2.° As quantias provenientes de quaesquer recei- positos.
tas que não tenham por origem a applicação de multas ou A r t . 9.° Ficam revogadas as disposições em contrario.
a satisfação de encargos com que contribuem os associa- Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios da
dos serão processadas pelas estações competentes, em do- F a z e n d a e das Obras Publicas, Commercio e I n d u s t r i a
cumento apropriado, directamente a favor da j u n t a ou assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 1 6
commissão administrativa interessada, e o seu pagamento de março de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espre-
só poderá realizar-se mediante recibo passado respectiva- gueira = Eduardo José Coelho.
mente pelos presidentes ou seus legitimos substitutos e D . do G. n . ° Cl, do 20 de março de 1905.
pelos secretarios. '
A r t . 3.° As Caixas Centraes do Ministerio da F a z e n d a
e as Repartições de F a z e n d a Districtaes escriturarão os
descontos a que se refere o artigo 1.° simplesmente como MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
operação de thesouraria e indistinctamente sob a rubrica
geral Caixas de Reformas do Ministerio das Obras Pu- Direcção Geral do Ultramar
blicas.
Art. 4.° A 9. a Repartição cla Direcção Geral da Con- 3, a Repartição
tabilidade Publica organizará mensalmente, em triplicado,
um documento ou relação para cada uma d'cstas institui- Sendo indispensavel alterar as taxas de sellos e mais
ções, no qual se descrevam por districtos as sommas des- formulas de franquia postaes no ultramar, em harmonia
contadas nos vencimentos do pessoal e destinadas ás mes- com o que dispõe o decreto de 4 de fevereiro ultimo, cuja
n a s . Os originaes d'estes documentos ou relações serão execução deve começar em vigor no dia 1 de julho proxi-
e.iviados á Direcção Geral da Thesouraria do Ministerio mo f u t u r o :
da Fazenda, a fim das suas importancias serem entregues Hei por bem determinar que sejam supprimidos do dc-
Março lt> 116 19C5
creto de 24 de abril de 1902, que criou a actual emissão, querimento. Nas descrições nSo se deverá fazer referencia
os sellos e mais formulas cle franquia postaes das taxas a pesos ou a medidas que não sejam as do systema legal
quo seguem indicadas, com relação a cada provincia ul- de pesos e medidas nem intercalar figuras explicativas.
tramarina e districto autonomo de T i m o r : A s descrições serão escritas legivelmente, á mão ou á
E m Cabo Verde, Guiné, S. Thomé e Principe, Angola, machina, lithographadas ou impressas, com tinta escura e
Congo, Moçambique, Inhambane, Zambezia e Lourenço inalteravel.
Marques — os sellos postaes da t a x a do 65 réis, os bilhe- As descrições deverão ser feitas em folhas dc papel
tes postaes simples de 25 réis e os de resposta paga de forte e branco, do formato de 3 3 centímetros dc altura
25 - j - 2 5 réis, bem como os cartões postaes de 65 r é i s ; por 22 centímetros de largura, com uma margem de 4
No Estado da India — os sellos postaes da taxa de 2 l /$ centímetros do lado esquerdo, e um espaço em branco de
tangas, os bilhetes postaes simples de 1 tanga e os de 4 centímetros no alto de cada folha. P o r baixo d'cssa mar-
resposta p a g a de 1 -f- 1 tangas, bem como os cartões pos- gem, na primeira pagina, deverá mencionar-se o nome do
taes de 2 7a tangas ; inventor, e a epigraphe ou titulo que synthetiza o objecto
N a provincia de Macau — os sellos postaes da t a x a de do invento.
12 avos cla p a t a c a ; Se houver muitas folhas deverão estas formar um ca-
E no districto autonomo de Timor — os sellos postaes derno, sem que do seu modo de ligação resulte qualquer
da t a x a de 12 avos da pataca, os bilhetes postaes simples difficuldade para a leitura.
de 5 avos e os de resposta paga cle 5 -j- 5 avos, bem como Todas as folhas das descrições deverão ser selladas com
os cartões postaes cle 12 avos da pataca. uma estampilha fiscal da t a x a de 100 réis, collada no alto
O prazo para a troca dos valores retirados da circula- e á direita de cada folha, e devidamente inutilizada com
ção será de tres meses, a contar da data cla publicação a assinatura do requerente e a data.
do presente decreto nos respectivos Boletins Officiaes. A ultima folha da3 descrições d e v e r á ser d a t a d a e assi-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- nada pelo requerente.
rinha c Ultramar assim o tenha entendido e faça executar. 2." Dos desenhos, em duplicado, que sejam necessarios
Paço, em 16 de março de 1905. = R E I . —Manoel An- p a r a a perfeita intelligencia da descrição.
tonio Moreira Júnior. Os desenhos serão feitos em folhas de 33 centímetros
D . do G. 11.° GC, dc 22 de mai-ço do 1805. de altura sobre 21 ou 42 centímetros de l a r g u r a .
Os dois exemplares deverão ser idênticos e das mesmas
dimensões. U m d'elles será em papel forte, branco e liso,
com traços perfeitamente pretos, sem côres nem aguarella,
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA cle forma a poder ser nitidamente reproduzido, em tama-
nho reduzido, pela photographia; deve ser entregue sem
D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a dobras nem fracturas desfavoráveis á reproducção pho-
tographica. O outro exemplar deverá ser feito como o
Repartição da Propriedade Industrial primeiro, ou em papel tela transparente, e póde ser do-
brado.
Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre- Cada folha de desenhos será esquadrada com u m traço
tario cle Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com- preto simples, distanciado 2 centímetros dos bordos do
mercio e Industria, e em harmonia com o preceituado no papel.
artigo 236." cla carta cle lei de 21 cle maio cle 1896: hei
E permittido apresentar os desenhos em mais de uma
por bem approvar o ordenar que sejam executadas as dis-
folha.
posições regulamentares para serviço da propriedade in-
O tamanho das figuras deverá ser o sufficiente p a r a que
dustrial que fazem parte cl'este decreto e com elle baixam
uma reproducção photographica, feita com reducção linear
assinadas pelo referido Ministro e Secretario de Estado.
a dois terços, permitta que se tome facilmente conheci-
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o tenha mento dos detalhes. O n u m e r o de figuras não deve exce-
entendido e faça executar. Paço, em 16 cle março cle der o das necessidades reaes, e evitar-se-ha quanto possi-
1905. = R E I . — Eduardo Josú Coelho. vel a perda de espaço.
As diversas figuras serão separadas por espaços suffi-
cientes p a r a se destacarem umas das outras, e numeradas,
Disposições regulamentares para serviço da propriedade industrial segundo as suas posições, seguidamente, e independente-
mente do numero de folhas.
Artigo 1.° O requerimento p a r a a obtenção cle uma pa- As figuras, as letras, os algarismos ou quaesquer outras
tente cle invenção deverá ser feito cm papel sellado da indicações serão dispostas de modo que possam ser lidas
taxa de 100 réis, redigido na lingua portuguesa, e indi- no sentido da altura do papel. As diversas partes das figu-
cando : ras só deverão ter sinaes de referencia quando, para a
a) O nome do inventor ou proprietario clo invento e a comprehensão clo invento, seja necessário que a descrição
sua nacionalidade, proiissão c residencia; faça referencia á representação cla parte de que se t r a t a r .
b) A epigraphe ou o titulo que synthetiza o objecto do Esses sinaes de referencia serão de typo simples e legível,
invento; e executados com traços pretos.
c) As revindicações do que é considerado novo pelo Nas folhas de desenhos não se admittem legendas, nem
inventor. menções explicativas.
d) O país onde tiver sido depositado o primeiro pedido Quando se designar a escala, deverá esta ser desenhada,
de patente e a data em que foi cffectuado esse deposito, e não indicada por escrito.
se o requerente pretender revinclicar o direito de priori- Cada folha dos desenhos terá o nome do inventor, o
dade. numero total das folhas, o numero de ordem de cada fo-
§ 1.° Este requerimento deverá ser acompanhado dos lha, e a assinatura do inventor ou a do seu procurador. De-
documentos seguintes : verá ser sellada com uma estampilha fiscal da taxa de
1.° Da descrição, em duplicado, escrita em português, e 100 réis, collada no alto e á direita de cada folha, e devi-
redigida correctamente, tão breve quanto possivel, clo ob- damente inutilizada com a assinatura do requerente e a
jecto do invento. A descrição deve terminar pelas revindi- d a t a ; todas estas indicações e formalidades serão executa-
cações do que é considerado novo pelo inventor, e estas das fóra das figuras, e quanto possivel nas margens su-
devem ser, textualmente, identicas ás mencionadas no re- perior e inferior de cada folha.
1905 117 Março 15
d) O numero do registo da recompensa figurada ou a sidir, ou onde tiver o seu principal estabelecimento in-
que se faça referencia na marca. dustrial ou commercial.
§ 1." E s t e requerimento deverá ser acompanhado dos § 1.° Quando for requerida em Portugal a concessão de
seguintes documentos: uin registo cle marca invocando-se o direito de prioridade
1.° Um exemplar da marca collado no canto inferior es- de que trata este artigo, deverá o peticionário indicar no
querdo do requerimento; requerimento a data em que foi feito o pedido de registo,
2.° Procuração, devidamente reconhecida ou legalizada, ou o deposito cla marca no país de origem.
a favor de quem requerer o registo, quando este não for § 2." O direito de prioridade será, nesse caso, averbado
o proprietario da m a r c a ou um agente de marcas e pa- por apostilla, no titulo respectivo.
tentes ; A r t . 20.° Quando no pedido de registo se fizer referen-
3." Documento justificativo do pagamento da t a x a de cia ao facto da marca ter sido anteriormente usada em
2$500 réis, feito pela forma preceituada no § 2.° do ar- productos que figuraram em exposições nacionaes ou in-
tigo 1.°; ternacionaes, officiaes ou officialmente reconhecidas, terá
4.° Documento por onde prove que póde usar da firma o peticionário que apresentar, alem dos documentos men-
ou do nome do individuo inscrito n a marca, quando não cionados no artigo 15 °, documento comprovativo da sua
seja o da pessoa ou entidade que pede o registo; allegação, e de justificar que o pedido foi apresentado den-
5.° Documento que prove ter a devida autorização para tro clo prazo de seis meses, contado da data da abertura
representar na marca nomes, retratos ou quaesquer refe- das mesmas exposições.
rencias a chefcs de E s t a d o , a membros de familias rei- A r t . 21.° Quando o pedido for de modificação ou alte-
nantes ou a outros individuos; e o direito a usar de armas ração de marca j á registada, terá o proprietario d'esta de
ou dos brasões r e p r e s e n t a d o s ; apresentar os documentos e a matriz a que se refere o
G.° Documento que prove ter direito ao uso de conde- artigo 15.°, e de designar no pedido os elementos essen-
corações, de medalhas ou de quaesquer outras distincções, ciaes que caracterizam aquellas modificações ou altera-
quando a ellas houver referencia na marca, e o seu re- ções.
gisto não seja obrigatorio, nos termos da carta de lei de A r t . 22.° Os pedidos de renovação de registo de m a r c a
21 dc maio de 189(3; devem ser apresentados durante o ultimo anno da vigên-
7.° Documcnto que prove ter direito á exploração do cia do registo e serão acompanhados :
monopolio ou do privilegio, quando a marca contenha essa 1.° Do titulo de r e g i s t o ;
indicação; 2.° Do documento justificativo do pagamento da taxa
8.° Documcnto que prove pertencer ao requerente a de 23000 réis, feito pela fórma preceituada no § 2.° do ar-
propriedade rústica ou urbana, ou ter o direito de fazer a tigo 1.°
ella referencia, quando na marca houver o nome, ou § unico. A renovação do registo será lançada, por apos-
indicação d'cssa propriedade. tilla, no titulo original.
§ 2.° O requerimento deverá ser acompanhado de u m a A r t . 23.° A transmissão ou cessão da propriedade de
matriz para a reproducção t y p o g r a p h i a da marca. As ma- uma marca de fabrica ou de commercio será averbada, por
trizes deverão ser dc uma só poça dc forma rectangular, apostilla, no titulo original e deve ser pedida em requeri-
e poderão sor de madeira, de zinco ou de qualquer ou- mento, que será acompanhado:
tra substancia própria para a tiragem com typo ordinario a) Do titulo de registo ;
de impressão. As matrizes não poderão ter nenhuma das l>) Do documcnto justificativo clo pagamento da taxa de
dimensões superíiciacs inferiores a 15 millimetros, nem su- 2j$000 róis, feito pela forma que se acha preceituada no
periores a 100 millimetros, e a sua espessura deverá ser § 2." do artigo 1.°;
dc 24 millimetros. c) Do documento onde conste a ferma ou modo como
§ 3.° Quando o requerente for estrangeiro não resi- foi feita a transmissão.
dente em Portugal, terá de apresentar documento compro- A r t . 24.° A apresentação de requerimento, que nao seja
vativo dc. estar a marca registada ou depositada no país feito pelo proprio, deverá ser acompanhado de procura-
dc origem. ção.
A r t . 16.° No mesmo requerimento não poderá ser soli- § 1.° Os agentes de marcas e patentes serão dispensa-
citado mais de um registo de marca, nem o registo de dos cle apresentar procuração, quando não seja p a r a acto
marca para mais cle uma classe cle productos. que envolva desistencia cle direitos. A Repartição da Pro-
A r t . 17.° A requerimento da pessoa ou entidade a fa- priedade Industrial poderá porem exigir-lhes que com-
vor dc quem for podido o registo do uma marca, ou do provem as suas qualidades de mandatarios.
seu procurador, scr-lhc-ha passado um certificado de de- § 2.° A s procurações deverão ser legalizadas da se-
posito (modelo n.° 4 annexo a este decreto). guinte f o r m a :
§ unico. E permittido ao requerente do pedido de re- «) A procuração dos individuos residentes no conti-
gisto da marca, ou ao seu procurador, rubricarem o livro nente do reino, nas ilhas adjacentes ou nas possessões ul-
de entradas dos pedidos de registos, no local' correspon- tramarinas, deve ter a assinatura reconhecida por um
dente ao registo da entrada do seu pedido. notário da localidade, e a d'este reconhecida por um notá-
Art. 18." O titulo dc registo dc marca será do modelo rio de L i s b o a ;
n.° 5 annexo a este decreto, e terá a assinatura do chefe &) A dos individuos residentes no estrangeiro deve ter
da Repartição da Propriedade Industrial autenticada com a assinatura reconhecida pelo agente consular português,
o sêllo cm branco da mesma repartição. e a assinatura d'este legalizada no Ministerio dos Nego-
§ unico. A data do titulo será a do despacho que con- cios Estrangeiros.
cedeu o respectivo registo. § 3.° Os documentos de uma administração estrangeira
A r t . 19." Quem tiver feito regularmente nalgum país encarregada do serviço da Propriedade Industrial, relativos
da Unido para a protecção da. propriedade industrial o a actos da sua competencia, não carecem de ser legaliza-
pedido de registo ou o deposito dc uma marca industrial dos, quando a apresentação for feita p a r a um acto admi-
ou commercial, gozará, na concessão clo registo em Portu- nistrativo. A Repartição cla Propriedade Industrial poderá
gal c sob reserva dos direitos de terceiro, do direito de porem exigir uma versão autentica d'esses documentos p a r a
prioridade, se apresentar o seu pedido na Repartição da a lingua portuguesa ou francesa.
Propriedade Industrial durante o prazo de quatro meses, A r t . 25.° 'As disposições d'este decreto entrarão em
contado da data da apresentação do pedido ou do deposito vigor em 1 de junho cle 1905.
no país da União a que o peticionário pertencer, onde re- § unico. As patentes de invenção vigentes na data de
1905 119 Março 16
(MODELO N.° 3)
e n t r a r em vigor este decreto, são applicaveis as disposições
dos § § 3.°, 4.° e 5.°' do artigo 13.°
A r t . 26.° Os pedidos de renovação de registo ou t r a n s -
ferencia das m a r c a s registadas a n t e r i o r m e n t e a 1 de j u - PORTUGAL
nho de 1905 deverão ser a c o m p a n h a d o s das respectivas
matrizes p a r a a reproducção t y p o g r a p h i a .
§ unico. Os titulos de registo de m a r c a s expedidos an- MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
t e r i o r m e n t e a 1 de j u n h o de 1 9 0 5 quando, em v i r t u d e Repartição da Propriedade Industrial
clas disposições d ' e s t e decreto, t e n h a m de d a r e n t r a d a n a
Repartição da P r o p r i e d a d e I n d u s t r i a l , serão trocados pelos
titulos do modelo n.° 5 a n n e x o a este decreto. CERTIFICADO DE PAGAMENTO DE TAXA
P a ç o , em 16 de m a r ç o de 1 9 0 5 . — Eduardo José Coelho. Patente de invenção n.° ...
(MODELO N.° 1) Inventor .. .
Objecto do invento . . .
P a g o u a t a x a de . . . réis, em . . . d e . . . de 1 9 0 .
PORTUGAL c o r r e s p o n d e n t e a . . . annos, desde . . . de . . . de 1 9 0 .
até . . . de . . . de 1 9 0 . . .
MINISTÉRIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA R e p a r t i ç ã o d a P r o p r i e d a d e I n d u s t r i a l , em . . . de .
de 1 9 0 . . .
Repartição da Propriedade Industrial O E n g e n h e i r o Chefe d a R e p a r t i ç ã o ,
F...
CERTIFICADO DE DEPOSITO DE PEDIDO DE PATENTE
DE INVENÇÃO (MODELO N.° 4)
E m . . . de . . . de 1 9 0 . . . foi a p r e s e n t a d o n e s t a reparti-
ção, por F . . o pedido de p a t e n t e de invenção p a r a
Repartição da P r o p r i e d a d e I n d u s t r i a l , em . . . d e PORTUGAL
de 1 9 0 . . . .
O E n g e n h e i r o Chefe d a R e p a r t i ç ã o , ' MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO
F...
Repartição da Propriedade Industrial
(MODELO N.° 2) _____ (Logar o n d e deve aer
impressa a marca).
CERTIFICADO DE DEPOSITO DE PEDIDO
DE REGISTO DE MARCA
PORTUGAL
E m . . . de . . . de 1 9 0 . . . foi a p r e s e n t a d o n e s t a re-
MISTÉRIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA partição, p o r F . . ., o pedido de registo de m a r c a a c i m a
i m p r e s s a p a r a a classe . . . .
Repartição da Propriedade Industrial Repartição da P r o p r i e d a d e I n d u s t r i a l , em . . . d e . . .
de 1 9 0 . . . .
TITULO DE PATENTE DE INTENÇÃO O E n g e n h e i r o Chefe da R e p a r t i ç ã o ,
S e m g a r a n t i a do G o y e r n o F. . .
N.° ...
N.° . . . da classe . . . (MODELO N.° 5)
2,a Repartição
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS
Attendendo ao que me representou o competente gover-
Direcção Geral dos Negocios Commerciaes nador civil: hei por bem prorogar, até ao fim do corrente
e Consulares mês, o prazo designado no decreto de 18 de fevereiro ul-
1:1 Repartição timo, p a r a conclusão das operações do receriseamento elei-
toral do concelho de Bragança.
Sendo os reconhecimentos de assinaturas e os vistos nas O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
declarações de carga os actos consulares mais frequentes Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
c que em grande numero se praticam nos consulados, actos 20 cle março cle 1905. = R E I . == Antonio Augusto Pereira
estes designados nos n. PS 42 e 48 da tabella de emolu- de Miranda.
D . do G. n.° 65, d e 21 do m a r ç o de 1905.
mentos, com as verbas respectivas de 1^500 e 2$2õ0
réis, e não existindo estampilhas fiscaes com estas t a x a s :
manda Sua Majestade El-Rei pela Secretaria de Estado
dos Negocios Estrangeiros, tendo em vista o disposto no
artigo 59.° do decreto com força dc lei de 24 de dezem- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
bro de 1901 o o artigo 2.° do decreto de 24 de dezembro
do 1903, que ás estampilhas estabelecidas pelo § 9." do Direcção Geral do Ultramar
artigo 283.° do regulamento consular approvado por aquelle
ultimo decreto sc addicionem as dos valores de 1$Õ00 e 3.a Repartição
2$250 réis, a fim de que a cobrança dos emolumentos con-
sulares por aquelles actos possa effectuar-se mais facil- Sua Majestade El-Rei ha por bem determinar, pela Se-
mente. cretaria de Estado dos Negocios da Marinha e U l t r a m a r ,
Paço, cm 17 de março de 1905. —Antonio Eduardo que os sellos postaes ultramarinos retirados da circulação
Villac/x. por decreto de 16 do corrente mês sejam, p a r a voltarem
D . do Cí. n.° 10S, do 13 do m a i o de 1905.
a circular com os dos typos em vigor, nos termos do ar-
tigo 3.° do decreto de 2 4 de abril cle 1902, sobretaxados
do seguinte m o d o :
Os sellos de Cabo V e r d e , Guiné, S. Thomé e Principe,
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO Angola, Congo, Moçambique, I n h a m b a n e , Zambezia e
Lourenço Marques, da taxa de 65 réis com a sobretaxa
Direcção Geral da Instrucção publica de 50 réis;
4." Repartição Os sellos do Estado da India, da taxa de 2 d/a tangas
com a sobretaxa cle 2 tangas ; e
Tendo o benemcrito cidadão Antonio Maria da Costa Os sellos da provincia de Macau e do districto auto-
construido, a expensas suas, casa para a conveniente ins- nomo de Timor, da t a x a cle 12 avos da pataca com a so-
tallação das escolas officiaes primarias dc Chacim, no con- bretaxa cle 10 avos.
celho do Macedo de Cavalleiros, e havendo o mesmo be- Outrosim determina o mesmo Augusto Senhor que se-
nemcrito doador offerecido o respectivo e conveniente jam inutilizados:
mobiliario escolar: Os bilhetes postaes simples e de resposta paga das ta-
Manda Sua Majestade El-Rei que seja publicamente xas clc 25 réis e 25 + 25 réis, bem como os cartões pos-
louvado o benemérito doador Antonio Maria da Costa, que laes cla taxa cle 65 réis cla actual emissão, nas provincias
tão nobremente protege c comprehende a diífusão da ins- de Cabo Verde, Guiné, S. Thomé e Principe, Angola e
trucção popular. Moçambique;
Paço, cm 18 do março de 1905. — Antonio Augusto Pe- Os bilhetes postaes simples e de resposta paga das ta-
reira de Miranda. xas de 1 tanga e 1 -f- 1 tangas, bem como os cartões pos-
D . do G. 11." 1'9, do 27 dc m a r ç o do 1905. taes da taxa cle 2 tangas da actual emissão, no E s t a d o
da India e
Os bilhetes postaes simples e de resposta p a g a das ta-
3.:l Repartição xas de 5 avos e 5 -(- 5 avos, b e m como os cartões postaes
da taxa de 12 avos da pataca da actual emissão, no dis-
Ponderando a conveniencia dc ser revisto o regime do tricto autonomo de Timor.
ensino secundário, estabelecido por carta de lei de 28 di Paço, em 20 de março de 1 9 0 5 . = = Manoel Antonio Mo-
maio de 1896, decreto dc 22 dc dezembro dc 1894 e dc reira Júnior.
14 cle agosto clo 1895, a fim de ser modificado conforme D , do G. n.° 70, dc 28 d e m a r ç o dc 1S03.
1905 121 Março 15
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO de Lourenço Marques, com sede na cidade de Lourenço
Marques.
Direcção Geral de Administração Politica e Civil A r t . 2.° Os serviços de estudos e construcção das obras
do porto de Lourenço Marques serão exercidos por uma
l. a Repartição direcção denominada Direcção das Obras do Porto de
Lourenço Marques, que será organizada em diploma es-
Hei por bem prorogar, nos termos clo artigo 38.°, § 1.°, pecial.
do decreto de 8 de agosto de 1901, até o dia 31 do cor- E s t a direcção é temporaria e d u r a r á emquanto a impor-
rente mês, o prazo da conclusão das operações do recen- tancia das obras em execução aconselhar a sua existencia.
seamento eleitoral do concelho de Oeiras e o da affixação A r t . 3.° Os serviços cla Direcção dos Caminhos de F e r r o
das relações respectivas ao do concelho de Cantanhede, de Lourenço Marques, emquanto d u r a r a construcção do
observando-se nos actos subsequentes prazos analogos aos caminho dc ferro da Swazilandia, serão distribuidos por
estabelecidos no citado decreto. duas divisões, a s a b e r :
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Reino 1. a Divisão—-Serviços de exploração.
assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 2 3 de 2. a Divisão — Serviços de construcção.
março cle 1 9 0 5 . = R E L = .áJi<omo Augusto Pereira de Mi- § unico. Os serviços da l . a D i v i s ã o — e x p l o r a ç ã o — se-
randa. rão regulados pela legislação em vigor.
D . do G. n.° 69, de 27 d e março do 1005. A r t . 4.° O pessoal da Direcção dos Caminhos de F e r r o
de Lourenço Marques será composto:
1.° Pelos quadros do pessoal da exploração nos termos
clo artigo 8.° do deereto com força de lei de 20 do setem-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA bro de 1904.
2.° Pelo quadro temporário destinado á construcção,
Administração Geral das Alfandegas variavel segundo as exigencias cle serviço.
§ 1.° A nomeação do pessoal do quadro temporário da
2,a Repartição Direcção dos Caminhos cle F e r r o cle Lourenço M a r q u e s
será feita ou contratada pelo Ministerio da Marinha e Ul-
Manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria dc Es- t r a m a r , ficando o engenheiro director autorizado a fazer
tado dos Negocios da Fazenda, ouvida a Administração as propostas que entender mais convenientes quanto á sua
Geral das Alfandegas, que ao commandante clo posto fis- nomeação ou substituição.
cal do Entroncamento, pertencente á companhia da cir- § 2.° E m caso de urgencia de serviço, p a r a prover a
cunscrição do sul da guarda fiscal, seja dada competencia qualquer v a c a t u r a ou para attender a alguma necessidade
para instruir os processos por delicto de contrabando, de de serviço superiormente ordenado, poderá o engenheiro
descaminho de direitos e transgressão dos regulamentos fis- director requisitar ao governador a nomeação provisoria
caes, de que trata o artigo 41.° clo decreto n.° 2 de 27 de de funccionarios que o mesmo director julgue competen-
setembro cle 1894. tes.
Paço, em 23 de março de 1905. = Manoel Affonso de § 3.° Terão preferencia no preenchimento de vagas
Espregueira. do quadro cla exploração os individuos clo quadro tempo-
D . do G. n . ° 69, de 27 de m a r ç o do 1905. rário da construcção que pelas suas habilitações conve-
nham ao serviço e que pelo seu comportamento se tenham
tornado dignos de tal preferencia.
A r t . 5.° E criada uma commissão denominada Com-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULRTAMAR missão clo Caminho de F e r r o da Swazilandia e Porto cle
Lourenço Marques, constituida pelo governador geral da
Direcção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos provincia clo Moçambique, presidente, pelo governador do
districto de Lourenço Marques, vice-presidente, pelo pro-
Sendo conveniente regular os serviços da exploração do curador da Coroa e Fazenda, e na sua falta pelo delegado,
caminho de ferro cle Lourenço Marques ao Transvaal e pelo inspector de fazenda, pelo director da alfandega,
os cla construcção e f u t u r a exploração do caminho de pelo capitão do porto, pelo director das obras publicas da
ferro de Lourenço Marques â fronteira da Swazilandia, cle provincia, pelo director dos caminhos de ferro dc Lou-
modo a estabelecer entre elles uma ligação bem intima, renço Marques, pelo director das obras do porto de Lou-
como é cla maior conveniencia, dadas as circunstancias es renço Marques e por um empregado cios quadros da Di-
peciaes das duas linhas ferreas, com uma mesma estação recção dos Caminhos de F e r r o de Lourenço Marques, es-
terminus e perto de 10 kilometros dc linha c o m m u m ; colhido pelo respectivo director, que servirá de secretario
Sendo conveniente dar o maior incremento e unidade á sem voto.
execução das obras do porto Lourenço Marques e estabe- Esta commissão existirá emquanto durar a construcção
lecer entre estes serviços e os do caminho de ferro a in- clo caminho de ferro da Swazilandia e clo porto cle Lou-
dispensavel facilidade e harmonia de relações; renço Marques e a ella incumbe:
Senilo necessário regular o disposto na carta dc lei de 1.° Approvar variantes ou modificações aos projectos
7 de setembro cle 1899 e no deereto com força de lei de de traçado ou obras j á approvadas pelo Governo, desde
15 de julho de 1903 ; que d'alii resulte vantagem para a construcção ou explo-
Tenclo ouvido a J u n t a Consultiva do Ultramar e o Con- ração e que não h a j a aumento cle despesa;
selho de Ministros; 2." Deliberar, em cada caso, sobre a escolha do systema
Usando da faculdade concedida pelo § 1.° do artigo 15.° a adoptar para a construcção;
do 1.° Acto Addicional á Carta Constitucional da Monar- 3.° Contratar obras ou fornecimentos de materiaes, que
chia : devam ser adquiridos em Africa, de importancia compre-
Hei por bem decretar o seguinte: hendida entre 500^000 e 60:000 f >000 réis.
Artigo 1 O s serviços da exploração clo caminho de E s t e s contratos serão celebrados mediante concurso pu-
ferro cle Lourenço Marques ao Transvaal e os da cons- blico, excepto quando h a j a motivo de urgencia, e não te-
trucção e exploração do caminho de ferro de Lourenço nham apparecido concorrentes ou não convenham os pre-
Mr.rques á fronteira da Swazilandia serão exercidos por ços offerecidos;
u m a direcção denominada Direcção dos Caminhos de F e r r o 4.° F i x a r os prazos p a r a os concursos compatíveis com
Março lt> 122 19C5
o grau de urgencia das obras ou fornecimentos, sem que regulamentos em vigor no caminho de ferro de L o u r e n ç o
taes prazos possam ser inferiores a quinze dias, a contar Marques;
da data da publicação do annuncio no Boletim Official; 12.° Passar guia p a r a o governo do districto aos em-
5.° Deliberar sobre a abertura á exploração publica dos pregados do quadro temporário que deixarem de ser ne-
troços construidos; cessarios ou não convenham ao serviço do caminho de ferro,
G.° Approvar os regulamentos do serviço interno que a lim de terem o destino conveniente;
forem propostos pelos engenheiros directores; 13.° Contratar obras e fornecimentos de materiaes, que
7." Tomar conhecimento de todos os assuntos e occor- devam ser adquiridos em Africa, de valor inferior a réis
rencias relativos á construcção do caminho de ferro da 5006000.
Swazilandia e ás obras do porto de Lourenço M a r q u e s ; Art. 9.° O director das obras do porto de Lourenço
8.° D a r parecer fundamentado nos assuntos sobre que Marques terá, em relação aos serviços a seu cargo, as attri-
for mandada ouvir pelo G o v e r n o ; buições e obrigações correspondentes ás fixadas no artigo
9.° Deliberar, dentro dos limites estabelecidos nas attri- anterior para o director dos caminhos de ferro de Lou-
buições anteriores, sobre os assuntos que excedam a com- renço Marques.
petencia dos engenheiros directores. A r t . 10.° O Governo promulgará os regulamentos neces-
A r t . 6.° As quantias applicaveis, nos termos do decreto sarios p a r a a execução do presente decreto.
com força dc lei de 15 de julho de 1903, á construcção § unico. Os serviços relativos á administração, conta-
do caminho de ferro da Swazilandia e ás obras do porto bilidade e fiscalização da fazenda ficam sujeitos, n a p a r t e
cle Lourenço Marques, quer arrecadadas na provincia, não contrariada pelo presente decreto, ás prescrições do
quer remettidas da metropole, clarão entrada no cofre ge- decreto de 14 de setembro de 1900 e regulamento de 3
ral da provincia e serão consideradas como deposito á or- de outubro de 1901.
dem da Commissão do Caminho de F e r r o da Swazilandia A r t . 11.° Fica revogada a legislação em contrario.
e Porto de Lourenço Marques e não poderão ter outra O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
applicação. Marinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe-
Art. 7." A Commissão do Caminho de F e r r o da Swa- cutar. Paço, em 28 de março de 1905. = R E I . =Ma-
zilandia e Porto cle Lourenço Marques reunirá, pelo me- noei Antonio Moreira Júnior.
nos, uma vez por mês e extraordinariamente sempre que D . do G. n.° 71, de 29 de m a r ç o de 1905.
houver assunto urgente, por deliberação do seu presidente
ou a pedido dos engenheiros directores.
A r t . 8." Ao director dos caminhos de ferro de Lourenço
Marques, alem dos serviços cla sua competencia segundo Convindo regular os serviços da construcção clo cami-
nho de ferro de Lourenço Marques á fronteira da Swa-
a legislação em vigor, compete mais:
zilandia, autorizada por decreto com força de lei de 15 de
1." Proceder á construcção e dirigir a exploração do
julho cle 1903, e nos termos do decreto com força de lei
caminho de ferro de Lourenço Marques á fronteira da
cle 28 de março de 1905, ha por bem Sua Majestade
Swazilandia, tudo nos termos do presente decreto e dos
El-Rei determinar o seguinte:
diplomas que forem promulgados;
2." Fiscalizar os serviços cla construcção de modo que Artigo 1.° Na construcção do caminho de ferro de Lou-
tudo obedeça ás condições dos respectivos projectos e con- renço Marques á fronteira da Swazilandia adoptar-se-hão
tratos ; as condições technicas que constam do projecto superior-
3.° E x e c u t a r todas as ordens dadas pelo Governo por mente approvado.
intermedio da Direcção dos Caminhos de Ferro Ultramari- A r t . 2.° Na construcção empregar-se-ha de preferencia
nos e dar a esta conhecimento, por meio de correspondencia o trabalho por partidos de operarios, cujo chefe seja inte-
directa, de todos os assuntos que a possam interessar re- ressado na economia que resultar sobre os preços-bases,
lativos aos serviços cla construcção, incluindo informações por tarefas ou por empreitadas, recorrendo-se ao trabalho
sobre o pessoal e copias, na parte respectiva, das actas cla a jornal só quando não pucler ser applicado qualquer dos
Commissão clo Caminho de F e r r o da Swazilandia e Porto outros systemas.
dc Lourenço Marques ; A r t . 3.° E m tudo que não for contrariado por esta por-
A remessa da copia das actas será effectuada pelo pri- taria e pelo decreto de 28 de março de 1905, applicar-se-
meiro paquete que partir após cada sessão; hão as instrucções e clausulas para a adjudicação das
4.° Promover a execução do todas as deliberações da obras publica» e fornecimentos de materiaes nas provin-
«Commissão» e que digam respeito aos serviços a seu cias ultramarinas.
cargo; A r t . 4.° A Direcção dos Caminhos de F e r r o de Lou-
5.° Relatar todos os assuntos que devam ser submetti- renço Marques deve requisitar á Direcção dos Caminhos
dos á deliberação cla commissão e prestar todas as infor- cle F e r r o Ultramarinos, no Ministerio da Marinha e Ultra-
mações pedidas por esta commissão. mar, os materiaes, ferramentas, utensílios, obras de arte
0." Organizar c submetter á approvação superior os re- metallicas, materiaes fixo e circulante e quaesquer objec-
gulamentos dos serviços a seu c a r g o ; tos que devam ser adquiridos fóra da Africa, enviando
7." Solicitar a reunião da commissão sempre que care- com a precisa antecedencia todos os elementos necessarios
cer das suas deliberações para proseguir nos serviços a para a mesma direcção prover opportunamente ao seu for-
seu cargo; necimento.
8.° Prestar todas as informações ordenadas pelo gover- A r t . 5.° A Direcção dos Caminhos de F e r r o de Lou-
nador ; renço Marques requisitará os incligenas de que necessitar
9.° Distribuir o pessoal dos quadros de construcção e p a r a a construcção e demais serviços a seu cargo, segundo
de exploração por qualquer das duas divisões de ser- o disposto no artigo 35.° do regulamento do trabalho dos
viços, conforme as necessidades ou conveniências; indígenas de 9 de novembro de 1 8 9 9 ; podendo porem
10." Propor as alterações que julgar convenientes nos admittir ao trabalho, quando isso convenha, os indígenas
quadros e na organização geral dos serviços da cons- que voluntariamente venham offerecer-se por si ou por
trucção ; via de algum intermediário, tudo nos termos do citado
11.° E x e r c e r sobre todo o pessoal a competencia disci- regulamento.
plinar equivalente, á do director dc obras publicas da pro- 1.° Cada indigena vencerá diariamente u m a ração de 1
vincia de Moçambique, com o qual ó equiparado; isto sem a 1 '/a litro de arroz ou o equivalente em farinha, que lhe
prejuizo da competencia especial que lhe competir pelos será distribuido em duas rações diarias e j á devidamente
1905 123 Março 15
cozinhado. A quantidade da ração diaria, mesmo entre A r t . 6.° P a r a garantir a ordem e a disciplina entre o
aquelles limites, será fixada e só poderá ser a l t e r a d a por pessoal em trabalho, poderá a Direcção cios Caminhos de
ordem do engenheiro-director. F e r r o de Lourenço Marques requisitar ao governador a
A ração será em todos os casos igual para todos os in- permanencia cle forças devidamente armadas e comman-
dígenas trabalhadores, voluntários ou não, em cada brigada dadas, ás quaes será confiado o serviço de policia dos
de trabalho. acampamentos de trabalho.
Os indígenas operarios poderão receber a ração em ge- Art. 7.° A Direcção cios Caminhos de F e r r o de Lou-
neros ou dinheiro. renço Marques providenciará p a r a que nos locaes de tra-
O salario do indigena trabalhador será fixado até um balho não faltem os viveres necessarios para alimentação
máximo de 300 réis por dia util de trabalho, e os dias do pessoal empregado na construcção, podendo p a r a isso
uteis de trabalho só se contarão desde a apresentação dos empregar alguns cios seguintes meios:
mesmos indígenas nos locaes do trabalho. 1.° T r a n s p o r t a r gratuitamente p a r a os locaes dc traba-
O salario dos indígenas, operarios e capatazes, será fi- lho os viveres que o pessoal adquira em Lourenço Mar-
xado conforme as aptidões dos mesmos indígenas. ques para seu exclusivo consumo;
2.° A ração será distribuída diariamente, quando cozi- 2.° Conceder, mediante concurso autorizado c appro-
nhada ou em g e n e r o ; o equivalente da ração em dinheiro vado pela Commissão do Caminho cle F e r r o da Swazilan-
só será distribuido no fim de cada mês ; dia, o privilegio de venda nos locaes de trabalho a quem
3.° Os indígenas requisitados em harmonia com o dis- apresentar proposta mais vantajosa sobre os preços cios
posto no artigo 5.° serão pagos só ao findar de cada con- viveres necessarios á alimentação do pessoal;
trato, podendo porem receber abonos até um máximo de 3." Estabelecer armazens cle venda cios referidos vive-
50 por cento dos salarios j á vencidos, quando h a j a justos res por conta do Estado e pelo seu custo nos locaes, to-
motivos para assim se proceder. mando a diz'ecção todas as providencias para evitar a sua
Os indígenas voluntários poderão receber mensalmente. deterioração, isto na falta de concorrentes á concessão de
4.° Tanto aos indígenas enviados p a r a o trabalho em que trata o numero anterior.
satisfação de requisições nos termos do artigo 5.° como A r t . 8.° A Direcção dos Caminhos de F e r r o de Lou-
aos que se apresentarem voluntários ao trabalho, será feito renço Marques poderá a j u s t a r com individuos idoneos,
o pagamento a um por um pelo respectivo pagador e em como chefes de partidos ou capatazes, a execução de tra-
presença de, pelo menos, mais dois funccionarios, lavran- balho por unidade, fornecendo-lhes material, ferramentas,
do-se de cada pagamento um auto por aquelles individuos operarios e trabalhadores indigenas de entre os recruta-
assinado, em que se mencione- os nomes dos indigenas, dos nas condições do artigo 5.°, desde que os preços da
quantias que lhes foram pagas, periodo de tempo a que unidade sejam inferiores aos da serie approvada pelo Go-
se referem e quaesquer occorrencias, como reclamações, verno.
etc., que h a j a m tido logar. As condições geraes a que taes contratos ou ajustes
5.° Os indigenas doentes só vencerão, nos dias em que deverão satisfazer serão, alem das technicns impostas
não trabalharem, a ração ou a sua equivalência em di- pelas circunstancias especiaes do trabalho, as s e g u i n t e s :
nheiro, e poderão ser despedidos ou mandados apresentar 1. a O capataz cora o seu partido só e x e c u t a r á o traba-
ao chefe do concelho ou circunscrição a que pertencerem, lho que lhe for determinado pelo pessoal incumbido da
depois de liquidados os seus vencimentos, em harmonia direcção e fiscalização da o b r a ;
com o n.° 4.° anterior. Os indigenas desligados do serviço 2. a Poderão ser fornecidos ao capataz, pelo preço do or-
nestas condições terão direito a transporte para o concelho çamento, os materiaes de que carecer, mediante requisi-
da sua proveniência, quando impossibilitados de caminhar ção visada pelo chefe cle secção da construcção. A im-
por si proprios. portancia d'estes materiaes será debitada ao capataz o de-
E s t a s disposições applicam-se tambem aos indigenas vo- duzida nos pagamentos que lhe forem devidos pelo tra-
luntários ; a estes, porem, não será dado transporte alem balho executado e liquidado mensalmente;
de 50 kilometros do local em que se encontrarem, e só 3. 3 Poderão ser fornecidas ao capataz as ferramentas
transporte por terra ou via fluvial. de que carecer, mediante requisição visada polo chefo de
Os indigenas, que não produzirem o trabalho compativel secção cla construcção. E s t e s capatazes ou chefes cle par-
com as suas aptidões e robustez, serão mandados apresen- tidos ficam responsáveis pela f e r r a m e n t a e mais artigos
tar ao chefe do concelho da sua proveniência, dizendo a que lhe sejam entregues, podendo ser-lhes exigida fiança
respectiva guia os motivos de tal procedimento, e ficando ou outra garantia, quando isso se j u l g u e necessário. A
o pagamento dos dias cle salario em divida a taes indige- importancia total d'estas ferramentas será, em todo o caso,
nas a cargo d'aquelle chefe, a quem a respectiva pagado- debitada e deduzida em prestações não inferiores a 5 por
ria enviará os mesmos salarios. cento das quantias que mensalmente forem liquidadas pelo
6.° Todos os indígenas são obrigados ao trabalho de trabalho executado, cessando a obrigação da garantia
dez horas por dia, com excepção dos que por indicação acima indicada quando pelas deducções mensaes o capa-
medica o não devam ser. taz tenha em deposito quantia igual ao valor da ferra-
7.° Os indigenas recrutados pelos chefes dos concelhos menta fornecida. As quantias deduzidas serão restituídas
serão mandados apresentar no local que pela Direcção dos ao capataz mediante a entrega das ferramentas devida-
Caminhos cle F e r r o cle Lourenço Marques for indicado, mente reparadas, feita no prazo de oito clias a contar
devidamente commandados por um capataz por cada 50 d'aquelle em que tiver suspendido o trabalho, salvo a parte
indigenas, pelo menos, o qual será portador de guias e correspondente á depreciação que tiverem soífrido e que
de relações nominaes indicando os régulos e povoações constituirá receita a amortizar o respectivo custo ;
a que pertencem. 4. a Em todas as verbas que o capataz houver a cobrar
Aos chefes de concelho que recrutem pessoal opera- pelas liquidações mensaes será descontada a importancia
rio nos termos d'este artigo, poderão ser abonadas gra- das rações e férias do pessoal indigena do seu partido;
tificações arbitradas pela Commissão do Caminho de 5. a O salario de todo o pessoal indigena será fixado
F e r r o da Swazilandia, mediante proposta do engenheiro pelo chefe da secção da construcção, de acordo com o
director clos caminhos de ferro de Lourenço Marques. capataz e nos limites indicados no artigo 5.°
8.° Todas as disposições clo regulamento do trabalho No caso do capataz se não c o n f i r m a r com os salarios
dos indigenas, cle 9 de novembro cle 1899, são applicaveis arbitrados pelo chefe cle secção da construcção, poderá
ans indígenas que trabalharem na construcção do caminho recorrer para o director dos caminhos de ferro cle Lou-
de ferro da Swazilandia. renço Marques, que resolverá em ultima instancia;
Março lt> 124 19C5
numero de autographos de pessoas reaes e de notabilida- i que se reconheça t e r e m sido observadas as formalidades
des portuguesas e e s t r a n g e i r a s : lia por bem louvar o doa- legaes, bem como se j u n t a r ã o hs conclusões cios advoga-
dor, Commendador Guilherme João Carlos Henriques, o dos de uma e outra p a r t e se porventura as apresentarem
quo se communica ao referido funccionario para seu co para esse fim.
iihecimento e devidos effeitos. § 9.° Se o juiz, pela discussão da causa, entender que
Paço, cm 28 de março de 1905.— Antonio Augusto Pe- o processo necessita de mais esclarecimentos que se pos-
reira de Miranda. sam obter por exame ou vistoria, m a n d a r á , por despacho,
D . do G. 11.° 73, do 31 dc março do 1905. se proceda a essas diligencias.
§ 10.° A discussão da causa só poderá ser adiada se
no dia para ella designado faltar alguma testemunha de
que a parte não prescinda, ou se o reu apresentar novos
MINISTERIO DOS NEGOCIOS Dá MARINHA E ULTRAMAR documentos pertinentes á causa, cujo exame, quando re-
querido pelo autor, lhe será facultado no cartorio por cinco
Direcção Geral do Ultramar dias. Não haverá segundo adiamento sem acordo expresso
das partes.
l . a Repartição § 11.° A sentença será proferida n a audiência de dis-
2.a Secção cussão, ou no prazo de oito dias.
§ 12.° D'esta sentença, sendo proferida pelos juizes mu-
Attendendo ao que, a pedido da Associação Commercial nicipal ou popular, se as partes não tiverem prescindido
de Lourenço Marques, propôs o governador geral da pro- de recurso, cabem os recursos estabelecidos no regimento
vincia do Moçambique, sobre a necessidade de se estabe- da administração de justiça nas provincias ultramarinas,
lecer um processo especial, breve e summario, para a co- approvado por decreto cle 20 cle fevereiro de 1 8 9 4 ; e se
brança das pequenas dividas commerciaes; e for proferida pelo j u i z cle direito cabe aggravo de peti-
Considerando a conveniencia de simplificar disposições ção para a Relação clo districto, o qual subirá sempre nos
de processo civil em ordem a estabelecer tambem formu- proprios autos. A Relação conhecerá não só do fundo da
las rapidas e simples para demandas de pouco v a l o r ; questão, mas tambem da nullidade do processo e da sen-
Tendo em vista as disposições do projecto de lei ulti- tença, nos termos do artigo 1019.°, § unico, do Codigo
mamente apresentado á Camara dos Senhores Deputados do Processo Civil. Do accordão da Iielação não cabe re-
sobre idêntico assunto com respeito ao continente do r e i n o ; curso.
Tendo ouvido a J u n t a Consultiva do Ultramar e o Con- § 13.° A certidão da sentença, com transito em julgado,
selho de Ministros; e usando da faculdade conferida pelo será a base da respectiva execução.
§ 1.° clo artigo 15.° clo 1.° Acto Addicional à Carta Cons- § 14.° Nos incidentes das causas observar-se-hão as
titucional cla Monarchia: disposições do Codigo do Processo Civil, não podendo
Hei por bom decretar o seguinte: dar-se mais cle tres testemunhas a cada facto, nem senclo
Artigo 1.° Nas acções de valor não excedente a 500/5000 os processos continuados com vista aos advogados.
róis, para as quaes o Codigo do Processo Civil não esta- § 15.° Quando o valor da causa deva ser determinado
belece processo especial, observar-se-ha o seguinte: por arbitramento, nos termos do artigo 314." do Codigo
§ 1." Serão apresentados com a petição articulada da do Processo Civil, os louvados darão o seu laudo no prazo
acção todos os documentos que a elevam instruir, bem de tres dias, a contar do j u r a m e n t o , para o que, d u r a n t e
como serão desde logo apontadas as testemunhas para esse prazo, terão o direito de examinar o processo no car-
prova clo allegado, não sendo admittidas mais de tres a torio.
cada facto, nem podendo o autor j u n t a r depois mais do- § 16.° No incidente cle falsidade, os prazos a que se
cumentos. referem os artigos 336.°, § 2.°, e 339.° do Codigo do
§ 2.° Distribuída a acção, será o reu citado para, na Processo Civil são de uma audiência, a contar da inti-
primeira audiência depois cle accusada a citação, impugnar mação ou da accusação da citação, quando h a j a logar a
o podido o apresentar documentos e rol de testemunhas, ella.
não podendo ser admittidas mais que as indicadas no pa- A r t . 2.° E s t e processo é applicavel ás acções commer-
ragrapho antecedente. ciaes de valor não excedente a 500^000 réis e para as
§ 3.° A citação será accusada na primeira audiência, quaes o Codigo do Processo Commercial não estabeleceu
e, decorrido o prazo marcado no § 2. u , será facultado ás processo especial, resolvendo porem o juiz de direito as
partes, por oito clias, o exame do processo no cartorio. questões sem intervenção de jury.
§ 4.° Satisfeitas as diligencias a que se' referem os ar- A r t . 3." Fica revogada a legislação em contrario.
tigos 205." o .'598.0 clo Codigo clo Processo Civil, quando O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
h a j a m cle realizar-se, o juiz designará, dentro de cinco rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
clias, dia para a inquirição das testemunhas que devam tar. Paço, em 28 cle março de 1905. = R E I . = Manoel
depor perante elle e para a discussão da causa. Antonio Moreira Júnior.
§ 5." Na audiência clo discussão serão lidos os articu- D . do tí. n.° 80, de 8 de a b r i l d e 1905.
Artigo 1.° Os escrivães dos julgados municipaes do dis- Nos termos do artigo 3." da lei de 2 3 de abril de 1896
tricto militar de Tete, da provincia de Moçambique, po- e dos artigos 1.° e 2.° do decreto de 24 cle setembro de
derão, n a area de cada um dos mesmos julgados, celebrar 1 8 9 8 : hei per bem determinar, tendo ouvido o Conselho
todos os actos do tabelliouato. Superior de Obras Publicas c Minas, que o director das
A r t . 2.° P a r a as futuras nomeações de escrivães dos obras do districto de Aveiro faça proceder á construcção
julgados municipaes de que t r a t a o artigo antecedente exi- do troço da estrada districtal n.° 83, Gouveia pela ponte
gir se-ha documento comprovativo de approvação em con- sobre o Rio Paiva a Castro Daire, á estrada real n.° 4 0
curso de habilitação para os officios de tabellião de notas ô á estrada real n.° 44, comprehendido e n t r e Arouca e
nas provincias ultramarinas. Alvarenga, e autorizar o referido director a despender, no
A r t . 3.° Fica revogada a legislação em contrario. corrente anno economico, a quantia de 1:000^000 réis.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- O Ministro e Secretario de Estado cios Negocios da Fa-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- zenda e o Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios
t a r . Paço, em 28 de março de 1905. = R E I . —Manoel das Obras Publicas Commercio e Industria assim o te-
Antonio Moreira Júnior. nham entendido e façam executar. Paço, em 30 clc março
D . do G. n.° 80, do 8 de abril de 1905. de 1905. = R E I . = Manoel Affonso cle Espregueira =
Eduardo José Coelho.
D . do G. n.» SI, do 13 de abril de 1905.
nha ferrea da Beira Baixa no 1.° semestre do anno eco- i camaras municipaes, no artigo 9.° exige expressamente
nomico de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 . que os requerimentos dos concorrentes sejam escritos e
Paço, em 31 de março de 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho. assinados por elles proprios, sendo a letra e assinaturas
D . do O. n.° 75, de 3 do abril d e 1905. devidamente reconhecidas;
Considerando que, conforme prescreve o § unico do
n.° 5.° do citado artigo, não podem ser admittidos aos con-
cursos os individuos que não satisfaçam á referida con-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO dição ;
Considerando que o recorrente, como os autos provam
pirecção Geral de Saude e Beneficencia Publica sem contestação, está incurso no citado § unico do n.° 5.°,
porquanto o seu requerimento apenas tem reconhecida a
assinatura, não o estando a l e t r a :
2.a Repartição
O mesmo tribunal consulta em favor da denegação de
provimento a este r e c u r s o ;
Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe represen-
Mas:
tou a Confraria clo Santissimo Sacramento da freguesia
Considerando que, nos termos no artigo 61.°, § unico,
de F r e i x o de Cima, do concelho de A m a r a n t e ;
do Codigo Administrativo, só podem reclamar contenciosa-
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo
mente contra as deliberações municipaes o Ministerio Pu-
253.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo:
blico e as pessoas cujos direitos oífender o deliberado ;
Hei por bem autorizá-la a desviar dos seus fundos a
Considerando que as funcções do Ministerio Publico
quantia dc 200$000 róis p a r a auxiliar as obras de que ca-
perante os tribunaes do Contencioso Administrativo na
rece a igreja parochial cla mesma freguesia.
l . a instancia não competem ao administrador do concelho,
Paço, em 31 cle março cle 1905. = Antonio Augusto Pe-
mas sim ao secretario geral do governo civil do respectivo
reira de Miranda.
D. do O. n.° 70, dc 1 de a b r i l do 1905. districto, como ó expresso nos artigos 303.° e 329.° do
citado codigo ;
Considerando que, portanto, e pois que a legitimidade
das partes é requisito substancial cle qualquer processo,
Direcção Geral de Administração Politica e Civil como j á dispunha a lei cle 22 cle dezembro de 1761, de-
veria o auditor administrativo do districto da G u a r d a abster-
l.a Repartição se de conhecer da reclamação do administrador do conce-
lho cle Celorico da Beira, como determina o artigo 27.°,
Sendo-me presente a consulta clo Supremo Tribunal Ad- § unico, do regulamento de 27 de julho cle 1901, com re-
ministrativo acêrca clo recurso n.° 11:944, em que é re- ferencia ao artigo 283.°, n.° 2.°, do Codigo do Processo
corrente Antonio Maria cle Sousa Andrade, e recorrido o Civil:
auditor administrativo clo districto cla Guarda, e de que H e i por bem conceder provimento ao presente recurso,
foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Eduardo José revogando a sentençs clo mesmo auditor e annullando todo
Segurado: o processado, em razão da illegitimidade do reclamante
«Mostra se que o presente recurso vem interposto pelo na l . a instancia.
recorrente da sentença do auditor administrativo clo dis O Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios do
tricto cla Guarda, que attcndeu a reclamação clo adminis- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
trador do concelho cle Celorico cla Beira, contra a delibe- 31 cle março de 1905.— R E I . = = Antonio Augusto Pereira
ração da camara do mesmo concelho, tomada em sessão de Miranda.
dc 24 clo maio cle 1901, pela qual admittiu os dois únicos D . do G. n . ° 77, de 5 de a b r i l de 1005.
anno economico corrente, visto o § 1." do artigo 28.° do mas especies differentes das que foram admittidas pelas
contrato de 29 de novembro de 1883 se referir ao pro- portarias de 13 de dezembro de 1867 e de 1 de fevereiro
ducto liquido annual e não ao semestral. de 1883, quando sejam resistentes e secas: ha por bem
O que se communica ao director fiscal de exploração de Sua Majestade El-Rei ordenar, pelo Ministerio das Obras
caminhos de ferro para os effeitos devidos Publicas Commercio e I n d u s t r i a :
Paço, em 31 de março de 1905. = Eduardo José Coelho. 1.° Que sejam autorizadas para o fabrico das medidas
D . do G. n.° 77, dc 5 dc a b r i l de 1905. toleradas p a r a secos as madeiras de mogno, vinhatico, ce-
dro, murta, platano e eucalypto, alem das autorizadas por
diplomas anteriores;
D i r e c ç ã o Geral do C o m m e r c i o e Industria 2.° Que só sejam aferidas estas medidas quando as ma-
deiras com que forem fabricadas estejam sufficientemente
Repartição do Trabalho Industrial sêcas.
Não havendo inconveniente em se adoptar na construc- Paço, em 3 1 de março de 1905. = Eduardo José Coelho.
ção das medidas toleradas para secos madeiras de algu- D . do G . n.° 77, d c 5 dc a b r i l do 1905.
ABRIL
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO reiro ultimo, u m a representação assinada por muitos dos
parochianos da freguesia de Refoios do Lima, queixan-
Direcção Geral cle Administração Politica e Civil do-se da falta de cemiterio publico na parochia e da g r a n d e
demora e indifferença da respectiva j u n t a em assunto tão
l . a Repartição importante, indicavam um terreno que julgavam muito
bom e preferível a todos, qual era um olival proximo da
Attendendo ao que me representou o governador civil igreja parochial, e que p a r a a construcção ser feita nesse
do districto de A n g r a do Heroismo: hei por bem deter- local otfereciam algumas pessoas auxilio pecuniário;
minar que o commissario da policia especial de repressão Mostra-se que o governador civil ordenou que a repre-
da emigração clandestina dos districtos de A n g r a do He- sentação fosse presente ao delegado de saude clo districto,
roismo e da Horta seja substituido nas suas faltas e impe- para que j u n t a m e n t e com o sub-delegado cle saude no
dimentos nos termos clo § unico clo artigo 5.° do decreto concelho de Ponte de L i m a , procedessem a vistoria do
orgânico de 3 de outubro de 1903, ficando assim revo- terreno indicado; e que, sendo o terreno vistoriado, fôra
gado o de 30 cle junho de 1904. julgado nas condições de servir para o cemiterio da fre-
O Ministro e Secretario cle Estado clos Negocios do guesia ;
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Mostra-se que em seguida o governador civil mandara
1 clc abril do 1905. — HEI. = Antonio Augusto Pereira remetter o auto de vistoria á j u n t a cle parochia para que
de Miranda. se instaurasse o processo preciso clc conformidade com as
D . ilo G . n.° 77, do 5 do a b r i l do 1005. instrucções mandadas adoptar pela circular do Ministerio
do Reino de 16 de dezembro de 1890, e que a j u n t a de
parochia, em sessão de 21 de fevereiro, com o fundamento
Z. a Repartição de que a indicação do terreno para cemiterio é um acto
da mesa administrativa das j u n t a s de parochia, artigo 176.°,
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 177.° e n.° 26, clo Codigo Administrativo, e de que ninguém póde
179.", n.° 2.", do Codigo Administrativo, a J u n t a de Pa- a ellas substituir-se sempre que as referidas juntas se nào
rochia cla freguesia de Cctte, no concelho de Paredes, a recusem a fazer essa escolha, a qual pelo que toca á sua
contrahir, ao juro annual máximo cle 5 por cento, um em- freguesia j â tinha sido feita em sessão de 7 cle novembro
prestimo cla quantia de 700->000 réis, amortizavel em dez de 1901 ; resolvera manter essa escolha emquanto se lhe
annuidades pelo producto da derrama, autorizada no ar- não mostrasse que esses terrenos foram julgados impró-
tigo 190." do citado codigo, a fim de ser exclusivamente prios p a r a o fim a que eram destinados, e mandou que
applicada ;i construcção do cemiterio parochial da mesma se officiasse nesse sentido ao administrador do concelho
freguesia. para subir ao conhecimento do governador civil; e autori-
Ò Ministro o Secretario cle Estado do^ Negocios do zou o presidente para interpor recurso das ordens ou des-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Faço, em pachos de qualquer autoridade oífensivos clas attribuições
1 do abril de 1905. = R E I . — Antonio Augusto Pereira de da j u n t a cle parochia ;
Miranda. Mostra-se que o governador civil mandou de novo ad-
1). do G . n.° 77, do 5 do a b r i l do 1905.
vertir a j u n t a de que lhe cumpria fazer instaurar e seguir
o competente processo para estabelecimento do cemiterio
Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica parochial no terreno indicado por muitos dos parochianos,
e que fôra approvado pelas autoridades sanitarias, sob
a pena de se proceder a tal respeito nos termos do ar-
l, Ropartlção
tigo 430.° do Codigo Administrativo;
Sendo me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- D'estes despachos clo governador civil é que r e c o r r e
ministrativo, acêrca do recurso n.° 12:2*0, em que ó re- Antonio Joaquim Cerqueira de Sonsa, proprietario clo ter-
corrente Antonio Joaquim Cerqueira de Sousa, dc Refoios reno de olival indicado para o cemiterio, com os funda-
do Linri, e recorrido o governador civil clo districto de mentos de que o recorrido procedera com manifesta incom-
Vianna do Castello, e de. que foi relator o Conselheiro, petência e excesso cle poder, com offensa da lei e offensa
vogal extraordinário, Frederico de Abreu e G o u v e i a : dos direitos da j u n t a cle parochia e d'elle recorrente, por-
Mostra se que, tendo sido levada perante o governador quanto ás juntas de parochia ó que compete a escolha do
civil clo districto de M a n n a clo Castello, 110 mês de feve- terreno para cemiterio, que essa cscolha j á estava feita, e
1906 131 Abril 1
q u e , quando esse não servisse, elle r e c o r r e n t e offere- a s estações competentes f o r a m estas a c o r d e s em que a li-
c e r a g r a t u i t a m e n t e outro t e r r e n o que deve s e r v i r p a r a o cença podia ser concedida sem i n c o n v e n i e n t e ;
cemiterio, sendo o seu t e r r e n o do olival um predio de es Mostra-se que a firma r e c o r r e n t e A l v a r e z & A l v a r e z e
t i m a e de muito valor pelo seu r e n d i m e n t o ; e por estes differentes e m p r e g a d o s seus e Antonio F r a n c i s c o Mouri-
f u n d a m e u t o s pedia a suspensão i m m e d i a t a dos despachos nho e outros v i e r a m r e c l a m a r contra a concessão d a li-
r e c o r r i d o s , e atinai a sua r e v o g a ç ã o ; cença ;
P o r accordão de 10 de agosto ultimo foi concedida a Mostra-se que, segundo os p a r e c e r e s do delegado d e
suspensão, attento o fim a que era destinado o t e r r e n o , e, s a u d e e do engenheiro chefe da 3." c i r c u n s c r i ç ã o indus-
sendo em seguida ouvido o g o v e r n a d o r civil, allega este trial, se v ê a falta de r a z ã o que assiste aos r e c o r r e n t e s ;
q u e a j u n t a de parochia tinha effe c ti v ã m e n t e escolhido o Mostra-se que p o r despacho clo g o v e r n a d o r civil cle L i s -
t e r r e n o designado em 1901 p a r a edificação do cemiterio, boa foi concedida a licença sob condição indicada pelo de-
m a s que deixara p a s s a r o largo p r a z o de oito annos sem legado d e saude e engenheiro chefe da 3 . a circunscrição
organizar o respectivo p r o c e s s o ; que o facto de t e r sido industrial a fl. 22 e 26 dos a u t o s ;
escolhido um t e r r e n o não obsta a que depois se escolha Mostra-se que este despacho foi intimado á r e c o r r e n t e
o u t r o quando seja mais vantajoso e apropriado, e que a A l v a r e z & A l v a r e z a 20 de s e t e m b r o dc 1904, e o re-
circunstancia de ser o novo terreno de que se t r a t a indi- curso p o r ella interposto deu e n t r a d a a 2 0 d e o u t u b r o ul-
cado por g r a n d e p a r t e dos parochianos e h a v e r offereci- timo ;
m e n t o de valioso auxilio pecuniário p a r a a edificação do Mostra-se que Antonio F r a n c i s c o Mourinho não foi inti-
cemiterio neste local são circunstancias que muito deviam mado por não ser encontrado no seu domicilio;
influir n a e s c o l h a ; que a j u n t a de parochia atinai accei- Mostra-se que este r e c o r r e n t e limitou o seu r e c u r s o a
t a r a a indicação e m a n d a r a organizar a planta e orça- pedir explicação do despacho em relação ao c u m p r i m e n t o
mento, como se via de documentos que offerecia e que v e e m das condições e a l t u r a das chaminés, e pediu a suspensão
no p r o c e s s o ; que sendo obrigação sua fazer construir os do despacho r e c o r r i d o ;
cemiterios parochiaes que a i n d a f a l t a v a m tinha p a r a isso Mostra se que o tribunal por accordão de 16 de novem-
de e m p r e g a r os meios que as leis lhes f a c u l t a v a m , e en- bro ultimo indeferiu o pedido d a suspensão e m a n d o u se-
t r e esses o da di-po<içào do artigo 435.° do Codigo Admi- guir os termos r e g u l a r e s ;
nistrativo, se fosse preciso r e c o r r e r a esse meio, não ha- Mostra-se r e s p o n d e r e m os r e c o r r e n t e s a fl. 53, a recor-
vendo portanto no seu procedimento incompetência, ex- rida a fl. 59, o g o v e r n a d o r civil recorrido a fl. 62 e o Mi-
cesso de poder ou offensa de direitos; nisterio Publico a fl. 6 4 :
O que tudo visto e ouvido o Ministerio P u b l i c o : O que tudo visto e p o n d e r a d o :
Considerando que o g o v e r n a d o r civil nos despachos re- Considerando que o recurso interposto p e l a firma Alva-
cebidos não fez a escolha de local p a r a cemiterio, mas rez & A l v a r e z não p r o s e g u e por ser interposto fóra do
apenas ordenou á j u n t a que organizasse processo legal prazo marcado na l e i ;
p a r a a construcção do cemiterio, enviando-lhe a represen- Considerando que o r e c u r s o interposto p o r Antonio
tação dos parochianos e o auto da vistoria feita ao t e r F r a n c i s c o Mourinho, que não póde ser intimado, é res-
reno; tricto a aclarações do despacho que d'ellas não c a r e c e ;
Considerando que a j u n t a de parochia nesse processo Considerando que se o despacho r e c o r r i d o necessitasse
podia allegar quanto entendesse, convicta em relação a ser aclarado b a s t a v a o officio do g o v e r n a d o r civil de fl. 62;
esse local e aos outros escolhidos a n t e r i o r m e n t e ou ao que Considerando que as respostas do delegado de s a u d e e
u l t i m a m e n t e foi offerecido g r a t u i t a m e n t e pelo r e c o r r e n t e ; do e n g e n h e i r o se completam, e q u e o delegado de s a u d e
Considerando que neste processo apenas se trata da es- se r e f e r e e x p r e s s a m e n t e ás condições da primeira licença
colha de t e r r e n o , o que não é da competencia d ' e s t e tri- p a r a a criação da fabrica P r o m i t t e n t e e constantes do al-
bunal, e que o g o v e r n a d o r civil nos-despachos recorridos v a r á de licença j u n t o aos a u t o s :
não offendeu disposição a l g u m a de lei n e m atacou direi- H e i p o r b e m , conformando m e com a m e s m a consulta,
tos alguns, tendo o r e c o r r e n t e á sua disposição os r e c u r n e g a r provimento no recurso, e confirmar o despacho re-
sos legaes quando se lhes quiser f a z e r e x p r o p r i a ç ã o do corrido p a r a todos os effeitos.
terreno, visto que o não cede v o l u n t a r i a m e n t e ; O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios do
Considerando que a j u n t a de parochia nào só não re- Reino assim o t e n h a entendido e f a ç a e x e c u t a r . Paço, em
corre dos despachos do g o v e r n a d o r civil, m a s antes se con- 1 de abril de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira
formou com elles como se vê dos documentos de fl. 27 e de Mirandd.
3 0 do p r o c e s s o : D . do G. n.° 78, de (i do abril de 1005.
H e i por bem, conformando-me com a r e f e r i d a consulta,
n e g a r provimento no recurso.
O Ministro e S e c r e t a r i o d e E s t a d o dos Negocios do
Reino assim o t e n h a entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
1 de abril de 1905. = R E I . = Antonio Augusto Pereira
de Miranda. Inspecção Geral de Fazenda do Ultramar
D . do G. n.° 78, de 6 de abril do 1!)05.
T o m a n d o em consideração a portaria do G o v e r n a d o r
G e r a l da provincia de Moçambique, de 18 do mês findo,
Sendo-me presente a consulta do S u p r e m o T r i b u n a l p e l a qual foi r e d u z i d a p r o v i s o r i a m e n t e a 2 p o r cento a
Administrativo, acêrca do recurso n.° 12:382, em que são contribuição de registo por titulo oneroso no districto de
r e c o r r e n t e s Antonio Francisco Mourinho e a F i r m a Alva- Lourenço Marques;
rez & Alvarez, e recorridos o g o v e r n a d o r civil do dis- T e n d o ouvido a J u n t a Consultiva do U I t r a m a r e o Con-
tricto de Lisboa e a firma Ramires & Commandita, e de selho de M i n i s t r o s ;
que foi relator o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio U s a n d o da faculdade do § 1.° do artigo 15.° do
Telles P e r e i r a de Vasconcellos P i m e n t e l ; 1.° Acto Addicional á C a r t a Constitucional cla Monar-
Mostra-se que a firma r e c o r r i d a Ramires & Comman- chia:
dita r e q u e r e u licença p a r a alargamento da sua fabrica de- Hei por bem d e c r e t a r o s e g u i n t e :
nominada Promittente, estabelecida n a R u a 24 de J u l h o A r t i g o 1." E a p p r o v a d a a p o r t a r i a do G o v e r n a d o r Ge-
d esta cidade de Lisboa ; ral da provincia de Moçambique, n.° 219, de 18 de m a r ç o
Mostra-se que seguido o processo preliminar e ouvidaB i ultimo, pela qual foi r e d u z i d a a 2 por cento, no dis-
Abril 24 132 1905
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JOSTIÇA Pedindo a Companhia do Caminho cle F e r r o do Mon-
dego, concessionaria do caminho de ferro de Coimbra a
Arganil, que para construcção da variante de Coimbra do
4." Repartição da Direcção Geral mencionado caminho de ferro, approvada por despacho de
da Contabilidade Publica 24 de fevereiro de 1891, seja declarada a urgencia de ex-
propriação de uma parcela de terreno, com a area de
Coin fundamento no artigo 36.° da carta de lei de 24 de l:07 9 m 2 ,75, de que são proprietários os herdeiros de Au-
novembro de 1904, guardadas as prescrições do § 9.° do gusto dos Santos, e que fica situada na freguesia de
artigo 1.° da carta de lei de 30 de junho de 1891 e as do S. Cbristovam, do concelho e districto de Coimbra; e
artigo 1.° do decreto n.° 2 de 15 de dezembro de 1894: considerando que esta expropriação se acha comprehen-
hei por bem, tendo ouvido o Conselho de Ministros, de- dida nas disposições da lei de 17 de setembro de 1 8 5 7 :
terminar que no Ministerio dos Negocios da Fazenda seja hei por bem, conformando-me com o parecer do Conselho
aberto, a favor do Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos Superior de Obras Publicas c Minas, declarar de utilidade
e de Justiça, um credito especial da quantia de réis publica e urgente, nos termos das leis de 23 de julho de
19:665s§>156, devidamente registado na Direcção Geral da 1850 e de 8 de junho de 1859, a expropriação da men-
Contabilidade Publica, para pagamento de despesas da
cionada parcela de terreno, marcada na planta que baixa
Cadeia Penitenciaria Central de Lisboa, no exercicio de
com o presente decreto assinada pelo Ministro e Secreta-
1904-1905, devendo a importancia d'este credito ser ad-
rio de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Commer-
dicionada á verba inscrita no capitulo 7.° do artigo 19.°
cio e Industria.
da tabella da distribuição da despesa do referido Ministe-
rio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça, no dito exer- O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o tenha
cicio. entendido e faça executar. Paço, em 1 de abril de 1 9 0 5 . =
R E I . = Eduardo José Coelho.
O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito nos D . do Ci. li." 83, dc 12 dc a b r i l do 1905.
termos de ser decretado.
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de
Ministros e os Ministros e Secretarios de Estado dos Ne-
gocios de todas as Repartições assim o tenham entendido
e façam executar. Paço, em 1 de abril de 1 9 0 5 . = R E I . = C a m i n h o s de Ferro do E s t a d o
José Luciano de Castro = Antonio Augusto Pereira de
Miranda —José Maria de Alpoim de Cerqueira Borges Conselho de Administração
Cabral = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião Cus-
todio de"Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior = Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto
Antonio Eduardo Villaça = Eduardo José Coelho. e orçamento do apeadeiro dos Arcos, na linha de Estre-
moz a Villa Viçosa, elaborado pela Direcção do Sul e
D . do G. n.° 81, de 10 d e abril do 1905.
Sueste, com data de 13 de fevereiro do corrente anno:
I l a por bem, conformando-se com o parecer elo Conse-
lho Superior de Obras Publicas e Minas, dc 31 de março
ultimo, approvar o referido projecto e orçamento na im-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA portancia de 5:300^000 réis.
Paço, em 2 de abril cle 1905. =--- Eduardo José Coelho.
Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
D . do Cl. n.° 8", de 11 dc a b r i l do 1905.
í.a Repartição
Sendo-me p r e s e n t e a consulta do S u p r e m o Tribunal T e n d o em g r a n d e apreço os altos serviços p r e s t a d o s á
Administrativo acêrca do recurso n.° 11:794, em que é sciencia e ao ensino publico pelo director da secção zoo-
recorrente o D r . Tiago Augusto de Almeida, e recorridos logica do Museu Nacional dc Lisboa, o lente, j u b i l a d o cla
a C a m a r a Municipal do concelho de Vianna do Castello e E s c o l a Polytechnica dc Lisboa, J o s é Vic< nte Harbosa clu
o D r . L u i s Lopes de Faria ; e de que foi relator o Con- Bocage, Ministro e Secretario cie E s t a d o honorário, P a r
selheiro de E s t a d o , vogal effectivo, Ernesto Rodolfo H i n t z e do Reino, do meu Conselho e do de E s t a d o ;
Ribeiro: Conformando-me com a proposta feita pelo conselho d a
Mostra-se que em concurso aberto p a r a o provimento dita e s c o l a :
de um partido medico nomeou a C a m a r a Municipal re- Hei por bem d e t e r m i n a r que, como reconhecimento dos
corrida o concorrente, segundo recorrido, D r . L o p e s de alludidos serviços, a referida secção zoologica do M u s e u
Faria: Nacional de Lisboa se denomine Museu J o s é Vicente B a r -
Mostra-se que contra essa deliberação reclamou o re- bosa du Bocage.
corrente, allegando ter melhores habilitações scientificas e O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios do
dever portanto ser preferido ; Reino assim o t e n h a entendido e faca e x e c u t a r . P a ç o , em
Mostra-se que por sentença de 3 0 de agosto de 1902 10 de abril de 19U5. = R E 1. == Antunio Augusto Pereira
negou o j u i z de direito respectivo provimento no recurso, de Miranda.
D . do G. n.° 85, de l i do a b r i l do 1905.
fundando-se p a r a isso :
— em que o r e c o r r e n t e não instruirá o seu r e q u e r i -
mento de concurso com certidão de idade, como exige o
decreto de 27 cle dezembro de 1 8 9 2 ;
•— em que o documento autentico de perfilhação, que MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
olle adduzira, que está no processo, e em que se men-
ciona a data do seu nascimento, não suppria aquella exi- Direcção Geral dos Negocios de Justiça
gencia l e g a l ;
— e em que as camaras municipaes t e e m a faculdade 2.a Repartição
de escolherem livremente os facultativos municipaes d e n -
t r e os concorrentes legalmente habilitados; A t t e n d e n d o ao que m e r e p r e s e n t o u a C a m a r a Municipal
Mostra-se que d'esta sentença vem o p r e s e n t e recurso : do concelho de Goes, c o m a r c a cle A r g a n i l ; e
O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis- T o m a n d o em consideração as informações que me f o r a m
terio P u b l i c o ; presentes:
Considerando que, comquanto o artigo 2.°, n.° 1.°, do H e i por bera, nos termos do § 1.° clo artigo 4.° clo de-
referido decreto m a n d e j u n t a r ao requerimento de cada creto de 15 de setembro de 1892, t r a n s f e r i r para o j u i z
concorrente certidão de idade, certo é que, mostrando de direito cla referida comarca o j u l g a m e n t o das contra-
q u a l q u e r cFelles por doeumento official, como no presente venções e t r a n s g r e s s õ e s cle p o s t u r a s , que, segundo o dis-
caso, que é de maior idade, e assim satisfaz á condição posto no principio do citado decreto, compete aos respec-
legal, não deve por esse simples facto ser excluído, como tivos j u i z e s de paz.
o § 1.° do mesmo artigo bem e v i d e n c i a ; O Ministro e S e c r e t a r i o cle E s t a d o dos Negocios Eccle-
Considerando todavia que se não póde tolher ás cama- siasticos e de J u s t i ç a assim o t e n h a entendido e faça exe-
r a s municipaes o direito de nomearem os concorrentes que c u t a r . Paço, em 10 cle abril de 1905.== R E I . = José Ma-
lhes m e r e ç a m preferencia, uma vez que h a j a m cumprido ria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral.
os preceitos legaes do concurso, e tenham assim condi-
D. do G. n.° 85, de 11 do abril do 1905.
ções de p r o v i m e n t o :
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta,
n e g a r provimento no recurso p a r a os devidos effeitos.
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço,
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
em 10 de abril de 1905. = R E I . = Antonio Augusto
Pereira de Miranda.
Conselho Superior do Serviço Technico
D . do G. n.° 81, de 13 d e a b r i l de 1905. Aduaneiro
E m conformidade do d e c r e t o datado de 6 de fevereiro
de 1 9 0 2 : hei por b e m a p p r o v a r a tabella de valores mi-
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 177.° e nimos p a r a a c o b r a n ç a dos direitos ad valorem sobro os
179.°, n.° 2 clo Codigo Administrativo, a J u n t a de Pa- generos de exportação nacional, a qual ha de vigorar no
rochia da freguesia de Sobrad«llo da Goma., no concelho | segundo t r i m e s t r e do c o r r e n t e anno do 1905, e baixa as-
Abril 10 136 190b
s i n a d a pelo M i n i s t r o e S e c r e t a r i o cle E s t a d o d o s N e g o c i o s
Unidades Valores
da Fazenda.
O m e s m o M i n i s t r o e S e c r e t a r i o d e E s t a d o cios N e g o c i o s Linho e similares
da F a z e n d a assim o tenha entendido e faça executar. Paço, Grossarias em peça Kilogr. £150
e m 10 d e a b r i l d e 1 9 0 5 . = = - R E I . = Manoel Affonso cle Es- Linho em tecidos » £350
pregueira. Lonas para velas ." » £400
Tabella a que se refere o decreto supra Obra de, tecidos diversos de linho, com excep-
ção de sacaria » £600
»
Sacaria £010
Unidades Valores
CLASSE 4.»
CLASSE 2." Substancias alimenticia»
Materias primas para as artes Farinaceos
e industrias Arroz descascado Kilogr. £050
»
Batatas £015
Animaes » A tl o U
Kilogr. Biscoito e bolacha ÍP
Azeite de peixe » #080
Desperdícios de coiros e pelles. £006 Bolacha ordinaria, de marinheiro.. »
$020 Féculas » #080
Desperdícios de lã #030
#400 Legumes secos »
Desperdícios de seda #100
Lã ein ruma por lavar Massas alimentícias
Là em rama lavada #150 Generos chamados coloniaes
Pelles ein bruto, verdes #180
Pelles em bruto, sêeas #250 Açúcar areado Kilogr.
« #150
Pelles cortidas #600 Açúcar não especificado #060
Pelles em retalhos Pescarias
Ra»pas do pelles ou coiros Kilogr. #030
U500 Amêijoas
Seda em casulos Uma #160
155000 Lagostas
Sementes de bicho de seda Kilogr. #040
#260 Outros mariscos, excepto ostras »
Tripas sêeas #025
Peixe fresco e com sal, atum
Tripas salgadas » #020
Peixe fresco e com sal, cliicliarro e carapau
Peixe fresco e eom sal, lampreia » #080
Vegetaes » #300
Peixe fresco e com sal, salmão »
Baga. de sabugueiro Kilogr. #050 Peixe fresco e com sal, sardinha #025
Barrotes Metro #020 Peixe de outras especies não mencionadas,
Follias de madeira para marcenaria fresco, sêco e com sal » #040
Folhas de madeira, não especificadas #200
Frutos c sementes para destillaçâo Kilogr. #120 Diversas
Madeira ein bruto, de pinho (• m roros). . . #002,5 Alfarroba Kilogr. #010
» #060
Madeira em bruto, não especificada Allios
Oleo de amêndoas doces • Amêndoas com casca » #070
Oleo clc purgueira #160 Amêndoas em meolo » jrOiO
Ripas, fasquias o boana Metro cub 1#200 Ananazes Um #300
Sementes oleosas Kilogr. #040 Atum em conserva (incluindo as taras de fo-
Tabuado Metro #020 lha de Flandres) Kilogr. #090
#005 »
Travessas dè madeira Kilogr. Banha e unfo #250
Vigas, vigotas, longrinas e paus para postes Carne fresca e preparada »
» #030
telegraphicos Castanhas verdes e sêeas, »
Cebolas #010
Mineraes Conserva de azeitonas em salmoira Kilogr. #030
Kilogr. #080 Conserva de legumes e hortaliças » #040
Aguas mineraes
#001 cm massa » #080
Cal em pedra Conserva de tomates em salmoira » #040
Cal em pó
#002 Doce sêco e de calda » #250
Pedras de cantaria
Figos secos » #030
Metaes Frutas nào mencionadas, verdes » #015
»
Frutas não mencionadas, sècas #080
Chumbo em barra Kilogr. #060
#200 Hortaliças e legumes verdes, nào menciona-
Cobre batido e laminado dos » #050
Cobre ligado com zinco e outras ligas analo Lampreia em conserva (incluindo as taras de
giw #120 » #450
folha de Flandres)
Sucata de ferro #003 Milheiro 1#500
Laranjas
Limões M ojtnnn
F r o d u o t o s chimicos Maçãs Kilogr. #020
»
Borra de vinho Kilogr. #040 Manteiga #500
Chloreto de mercurio. #900 Mel « ípUOO
•XORfl
Sal commum #001 Ovos Milheiro 10#000
Sarro dc vinho #150 Peixeem conserva,nào especificado (incluindo
as taras de folha de Flandres) Kilogr. #140
»
Diversas Queijos #300
Cera em bruto Kilogr. Salmão em conserva (incluiudo as taras de
» folha de Flandres) » #550
Cera preparada #650
Residuos de açúcar #010 Sardinha e carapau em conserva (incluindo as
taras de folha de Flandres) » #090
Tomates » #020
CLASSE 3.' »
Touciuho » #250
Uvas #040
Pios, tecidos, feltros c respectivas obras
CLASSE 5.»
Soda
P i o torcido Kilogr. 8,1000 Apparelhos, instrumentos, machinas c uten-
Rsima, pêlo e trama 53000 sílios empregados na sciencia, nas artes,
na industria e na agricultura; «armas,
Algod5o embarcações e vehiculos
Fio Kilogr. #400
Obvus de tecidos diversos de algodão Apparelhos, instrumentos, machinas
#480 e utensílios
Tecidos de algodão, crus #400
Tecidos tintos e estampados, em peça #550 Caracteres e ornatos de imprensa Kilogr.
1905
137 Abril 10
dições que lhes são f a c u l t a d a s pelos decretos das suas con- ção fixa á valenciana, simples, allegando a r e f e r i d a socie-
cessões. dade no seu r e q u e r i m e n t o , ser esse logar improprio p a r a
Paço, em 10 de abril dc 1905. = Mano d Antonio Mo- o mencionado fim, e tendo sido ouvida a Commissão C e n -
reira Júnior. tral de P e s c a r i a s : m a n d a Sua M a j e s t a d e E l - R e i annullar
D . do G. n.°91, de 24 do abril dc 190.">. a p o r t a r i a acima mencionada e restituir á r e q u e r e n t e o
deposito que fez na C a i x a G e r a l de Depositos e Institui-
ções de P r e v i d e n c i a .
Paço, em 11 de abril de 1905. — Manoel Antonio Mo-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA reira Júnior.
D . do G. n.° 85, d e 14 d e a b r i l d e 1905.
Direcção Geral da Contabilidade Publica
2.a Repartição
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Com f u n d a m e n t o na c a r t a de lei de 14 de maio de 1902,
que autorizou a conversão da divida e x t e r n a , e no § 1.° Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
do artigo 32.° da de 2 4 de n o v e m b r o de 1 9 0 4 : hei por
b e m , tendo ouvido o Conselho de Ministros, e g u a r d a d a s Repartição de Obras Publicas
as proscrições do § 9.° do artigo 1.° d a carta de lei de
3 0 de j u n h o de 1 8 9 1 e do artigo 1.° do decreto n.° 2 de P r o p o n d o o director das obras publicas do districto de
de 15 de d e z e m b r o de 1894, d e t e r m i n a r que no Ministe- L e i r i a que, p a r a a construcção do lanço da e s t r a d a dis-
rio dos Negocios d a F a z e n d a seja a b e r t o u m credito es- trictal n.° 12(i, Batalha á estação de S a n t a r e m , compre-
pecial, devidamente registado n a Direcção G e r a l da Con- hendido e n t r e B a t a l h a e Porto de Mós, seja d e c l a r a d a a
tabilidade Publica, a favor do mesmo Ministerio, pela im- urgencia dc e x p r o p r i a ç ã o de u m a porção de t e r r e n o de
portancia de 1 5 : 0 0 0 ^ 0 0 0 réis, destinada ao p a g a m e n t o de s e m e a d u r a medindo 6 9 1 m , 5 0 e duas oliveiras p e r t e n c e n t e s
despesas extraordinarias da divida publica f u n d a d a , de- á Baronesa de Valle da M a t a da villa da B a t a l h a ;
vendo para esse fim a r e f e r i d a importancia ser addicionada Considerando que estas expropriações se a c h a m com-
ao capitulo 3.° da tabella da despesa e x t r a o r d i n a r i a do p r e h e n d i d a s nas disposições da lei de 17 de outubro de
Ministerio da F a z e n d a do exercicio de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 . 1857:
O T r i b u n a l de Contas declarou achar-se este credito nos H e i p o r b e m , conformando-me com o p a r e c e r do Con-
termos legaes de ser d e c r e t a d o . selho S u p e r i o r de O b r a s P u b l i c a s e Minas, declarar de uti-
O Conselheiro de Estado, P r e s i d e n t e do Conselho de lidade publica e u r g e n t e , nos termos cla lei de 2 3 de julho
Ministros, e os Ministros e Secretarios de E s t a d o dos Ne- de 1850 e 8 de j u n h o de 1859, a e x p r o p r i a ç ã o do m e n -
gocios de todas as Repartições, assim o t e n h a m entendido cionado t e r r e n o e oliveiras, correspondente á parcela
e façam e x e c u t a r . Paço, em 10 de abril de 1 9 0 5 . = n.° 41, m a r c a d a n a planta parcelar que b a i x a com o p r e -
R E I . = José Luciano de Castro — Antonio Augusto Pereira sente decreto assinada pelo Ministro e S e c r e t a r i o de E s -
de Miranda —José Maria de Alpoim de Cerqueira Borges tado dos Negocios das O b r a s Publicas, Commercio e I n -
Cabral = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião Cus- dustria.
todio de Sousa Telles—Manoel Antonio Moreira Júnior= O mesmo Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o assim o te-
Antonio Eduardo Villaça —Eduardo José Coelho. nha entendido e f a ç a e x e c u t a r . Paço, em 11 de abril de
D . do G. n.° 107, do 12 de m a i o d e 1905. 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
D . do G. n.° 85, d e 14 d e a b r i l d e 1905.
gico desde o dia 3 de abril, sem prejuizo de ulteriores in- por unico critério p a r a esta resolução as informações p a r -
vestigações ; ticulares, q u e obteve, sobre o seu anterior procedi-
— que os t r i n t a e oito alumnos excluídos temporaria- mento ;
m e n t e t e e m ingresso no seminario nas condições com que Considerando que, reconhecendo a falta ou improcedên-
tinham sido admittidos, e que os vinte e quatro alumnos cia dos f u n d a m e n t o s , em que se firmaram as suas anterio-
excluídos p e r p e t u a m e n t e f r e q u e n t a r ã o as aulas como ex- res resoluções, o R e v e r e n d o Bispo, em sua ultima provisão
ternos. de 19 de m a r ç o findo, m a n d o u a b r i r as aulas do semina-
E depois de examinados e b e m ponderados todos os ci- rio, admittindo a f r e q u e n t á - l a s todos os alumnos expulsos,
tados d o c u m e n t o s : p e r p e t u a e t e m p o r a r i a m e n t e , excluindo apenas do i n t e r n a t o
Considerando que, segundo o artigo 10.° da lei de 28 os primeiros, seih prejuizo das investigações a que man-
de abril de 1845, pertence aos prelados diocesanos a admi- dou proceder p a r a serem punidos os que o devessem s e r ;
nistração economica e a direcção disciplinar dos semina- Considerando que, restabelecida, como está, a ordem e
rios com sujeição á inspecção do G o v e r n o ; a legalidade no seminario de B r a g a n ç a , em v i r t u d e da
Considerando qne no cumprimento d'esta disposição de- r e c e n t e provisão do R e v e r e n d o Bispo, c u m p r e evitar a re-
vom os mesmos prelados p r o c e d e r , no que respeita aquel- petição de actos, que tolerados ou acceitos sem protesto,
les assuntos, de acordo com o G o v e r n o , submettendo á poderiam ser invocados como precedentes contra o e x e r -
sua apreciação as providencias que j u l g a r e m convenientes cicio dos direitos do E s t a d o no que respeita ao regime
ou necessarias p a r a o bom regime economico e disciplinar dos s e m i n a r i o s :
dos referidos institutos; H a por bem S u a M a j e s t a d e EI Rei m a n d a r declarar ao
Considerando que aquella disposição está em p e r f e i t a R e v e r e n d o Bispo de B r a g a n ç a :
concordancia com os preceitos d a citada lei n a p a r t e em 1.° Q u e as aulas do seminario não podem ser e n c e r r a -
que sujeitam á approvação do G o v e r n o a escolha dos com- das sem acordo ou assentimento do Governo, ou sem que
pêndios e a nomeação dos p r o f e s s o r e s e e m p r e g a d o s dos n a falta d ' e s t e se lhe dê i m m e d i a t a m e n t e conhecimento da
mencionados institutos; resolução que d e t e r m i n a r o e n c e r r a m e n t o ;
Considerando que a organização do ensino nos semina- 2.° Q u e as resoluções que coridemnarem os alumnos ás
rios tem sido estatuída ou a p p r o v a d a por decretos e por- penas d e exclusão p e r p e t u a ou t e m p o r a r i a devem ser pro-
tarias emanados do Ministerio da J u s t i ç a ; cedidas das competentes investigações e da audiência dos
Considerando que nas providencias c o n c e r n e n t e s , tanto delinquentes, e participadas i m m e d i a t a m e n t e ao Governo
á administração economica como á disciplina dos semina- a fim de que sobre a applicação d'essas penas possa e x e r -
rios, os ditos prelados d e s e m p e n h a m as attribuições que, cer o seu direito de i n s p e c ç ã o ;
em virtude d a disposição do artigo 10.° d a citada lei, lhes 3.° Q u e não ha disposição legal que autorize os reito-
c o m p e t e m como directores ou reitores dos referidos insti- r e s dos seminarios a p e r d o a r as penas de exclusão p e r -
tutos ; p e t u a ou t e m p o r a r i a que tiverem applicado aos seus alum-
Considerando que, sendo s u b o r d i n a d a a competencia nos.
disciplinar dos prelados á inspecção do G o v e r n o , póde O mesmo A u g u s t o S e n h o r e s p e r a que de f u t u r o o Re-
este, no uso do seu direito, d e c l a r a r insubsistentes as re- verendo Bispo, c u j a boa fé e sinceras intenções de bem
soluções p r o f e r i d a s sobre este assunto, que estejam em servir a I g r e j a e o E s t a d o se não devem p ô r em duvida,
d e s h a r m o n i a com as mencionadas disposições legaes, mor- se c o n f o r m a r á com estes preceitos, d a n d o o exemplo da
m e n t e quando as j u l g u e inconvenientes ou contrarias aos obediencia e respeito ás leis e procedendo por forma a evi-
interesses clo E s t a d o ; tar a p e r t u r b a ç ã o das boas r e l a ç õ e s que devem existir
Considerando que o R e v e r e n d o Bispo, encerrando o se- entre o G o v e r n o e os que dirigem os institutos diocesanos
minario por acto e deliberação p r ó p r i a , e condemnando de- de ensino ecclesiastico.
pois por uma resolução, que denominou sentença, ás p e - P a ç o , em 15 de abril de 1 9 0 5 . = . J o s é Maria de Alpoim
nas de exclusão p e r p e t u a e t e m p o r a r i a os alumnos do Cerqueira Borges Cabral.
mesmo seminario, em vista dos lamentaveis acontecimen- D . do Ci. n.° 88, de 18 de a b r i l de 1905.
tos ali occorridos, d e v e r i a ter dado i m m e d i a t a m e n t e co-
nhecimento ao Governo d estas resoluções p a r a as apre-
ciar no exercicio do seu direito ;
Considerando que a condemnação dos suppostos reus, MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
f u n d a d a apenas em ser conforme ao direito e á consciên-
cia do R e v e r e n d o Prelado, como na sentença se declara, Caminhos d e Ferro do Estado
não poderia m a n t c r - s e , porque «semelhante modo de proce-
d e r , como diametralmente opposto ás leis do reino, n u n c a Conselho de Administração
foi nelle admittido ou tolerado, antes repetidas vezes co-
S u a M a j e s t a d e El-Rei, a quem foi p r e s e n t e o projecto
hibido e reprovado, por conter era si uma b e m conhecida
e orçamento do 2.° lanço da l . a secção d a linha f e r r e a do
violência qual a dc iinpor-se e sentir q u a l q u e r uma ou mais
Pocinho a Miranda, comprehendido e n t r e Moncorvo e C a r -
p e n a s , sem se haver instituido processo legitimo, sem ser
viçaes, com data cle 12 clo c o r r e n t e m ê s :
ouvido e considerado o reu com sua defesa, que por direito
natural divino e humano lhe ó outorgado, sem ser conven- H a por b e m , conformando-se com o p a r e c e r do Conse-
cido e sem ouvir a sentença final da sua condemnação, lho Superior dc O b r a s Publicas e Minas de G do c o r r e n t e ,
sem o que sc não póde nem deve r e p u t a r r e u » ; a p p r o v a r o referido projecto e respectivo orçamento, n a
importancia de 1 5 1 : 2 8 9 ^ 0 0 0 réis.
Considerando quo dos documentos existentes nesta se-
Paço, em 15 de abril de 1905. — Eduardo José Coelho.
c r e t a r i a sc mostra que nas diligencias administrativas c
T). do O. n.° 88, d e IS de nbrii (lo 1905.
judiciaes a que «e procedeu se não a p u r o u quaes foram
os responsáveis dos lamentaveis acontecimentos dc que se
trata ;
Considerando que no seu officio de 17 (le fevereiro ul- Direcção Geral d e Obras Publicas e Minas
timo roconhcceu o Reverendo Bispo que, a p e s a r clc todos
os esforços, que fez, para verificar quaes foram esses res-
Repartição dos Caminhos de Ferro
ponsáveis, não póde descobrir a verdade, e qne foi por isso
quo se viu obrigado a expulsar vinte e quatro alumnos Sua M a j e s t a d e E l - R e i , a quem foi p r e s e n t e o requeri-
pc.rpetuaménto c trinta c oito t e m p o r a r i a m e n t e , tomando mento tíotn d a t a dc t l de j a n e i r o ultimo, em que F r e d c -
1905 141 Abril 10
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
2.° — Substituir os § § 5.°, 0.°, 7.°, 9.° e 10.° do ar- 4 . ° — S u b s t i t u i r o artigo 14.° pelo s e g u i n t e :
tigo 6.° pelos seguintes, e addicionar-lhe o § 11.° abaixo A r t i g o 14.° O disposto no artigo 9.° é somente appli-
indicado: cavel, até nova o r d e m , ás publicações periódicas dirigidas
§ 5.° Os bilhetes postaes d e v e r ã o circular a b e r t o s , sem p a r a localidades onde funccionem estações telegrapho-pos-
c o b e r t u r a de q u a l q u e r e s p e c i e ; não s e r á permittido ligar- taes.
se lhes papel algum p a r a a u g m e n t a r o espaço destinado ás
communicações escriptas ou objectos de q u a l q u e r n a t u r e z a , 5 . ° — S u b s t i t u i r as alineas d) c g) do § 5.° do artigo
salvo: 22.° pelas s e g u i n t e s :
a) A estampilha do imposto do Bêllo que legalize re- d) Os preços m a n u s c r i p t o s ou emendados á mão nas co-
cibo de valores devidos, passado nos mesmos bilhetes, na tações ou preços c o r r e n t e s de bolsa ou de m e r c a d o , nos
intelligencia dc que o correio é absolutamente e s t r a n h o á catalogos, prospectos e avisos diversos.
fiscalização d'esse i m p o s t o ; g) Nas provas t o p o g r a p h i c a s ou lithographicas, as an-
b) Q u a e s q u e r objectos sem valor, quando n a p a r t e dos notações ou e m e n d a s que se refiram ao texto ou á f o r m a
referidos bilhetes r e s e r v a d a ao texto n a d a e s t e j a escripto da o b r a , assim como as indicações relativas ás m e s m a s
ou impresso por q u a l q u e r processo. provas, taes c o m o : Imprima-se, Feitas as emendas pncle
Q tí.° Os bilhetes postaes que não estiverem nas con- imprimir, Mande novas provas, e igualmente as e m e n d a s
dições dos p a r a g r a p h o s antecedentes serão considerados dos erros t y p o g r a p h i a s nos impressos, embora não s e j a m
como c a r t a s . Os bilhetes postaes destinados a circular provas.
nos Açores que forem encontrados nos receptáculos de
correspondências do continente do reino, ou do districto 6 . ° — S u b s t i t u i r o § 3." do artigo 2õ.° pelo s e g u i n t e :
do F u n c h a l , serão porteados no dobro da f r a n q u i a cor- § 3.° A s a m o s t r a s que tiverem qualquer indicação ma-
r e s p o n d e n t e a bilhetes postaes. nuscripta não especificada no § 2.° serão consideradas como
§ 7.° Os bilhetes postaes destinados á circulação no cartas.
continente do reino e nas ilhas a d j a c e n t e s , com endereço
p a r a paises estrangeiros, consideram-se devidamente f r a n - 7 . ° — S u b s t i t u i r o artigo 32.° pelo s e g u i n t e :
queados quando a franquia p a r a esses paises for igual á Artigo 32.° E permittido a g r u p a r n a m e s m a r e m e s s a
dos mesmos bdhetes postaes ou quando t e n h a m affixados, j o r n a e s , impressos, manuscriptos e a m o s t r a s sob as seguin-
ao lado do sêllo estampado, os que forem necessarios p a r a tes c o n d i ç õ e s :
complemento da f r a n q u i a competente. E m caso contrario
serão taes bilhetes postaes considerados como i n s u f i c i e n - 8.° — Acrescentar ao artigo 42.° um novo p a r a g r a p h o do
t e m e n t e franquiados. teor s e g u i n t e :
§ 9.° Os bilhetes postaes de que t r a t a o p a r a g r a p h o 8.° § o.° T a m b e m serão recebidos em mão nas estações pos-
poderão ter impressas na f r e n t e , ou no reverso, v i n h e t a s taes e isentos de f r a n q u i a os periodicos que, nos t e r m o s
ou q u a e s q u e r illustraçõcs, u m a vez que estas não p r e j u - da lei, devem ser remettidos ao delegado do p r o c u r a d o r
diquem a clareza do endereço n e m a competente affixa regio da comarca ou districto criminal e ao respectivo pro-
ção dos sellos de f r a n q u i a e dos carimbos do correio. c u r a d o r regio pelos editores ou na sua falta pelos admi-
E s t e s bilhetes poderão ser r e s g u a r d a d o s em envoltorios n i s t r a d o r e s ou donos dos estabelecimentos em que os mes-
cuja perfeita t r a n s p a r ê n c i a permitta a fácil verificação dos mos periodicos tenham sido impressos.
mesmos bilhetes, e a p r e - e n t e m u m a a b e r t u r a que deixe a a) A e n t r e g a d'estes periodicos deve realizar-se n a es-
descoberto o sêllo de franquia para ser inutilizado com a tação postal mais proxima do local em que são impressos,
m a r c a do dia competente. Os referidos envoltorios não de- nos proprios dias da sua publicação ou no dià seguinte,
verão ter indicação alguma impressa ou m a n u s c r i p t a ; no quando esta t e n h a logar á noite;
caso contrario serão os bilhetes pc staes considerados como b) Os e x e m p l a r e s dos periodicos devem a p r e s e n t a r - s c
cartas não f r a n q u e a d a s convenientemente s o b r e s c r i p t a d o s ;
§ iO.° Os bilhrtes postaes simples ou de resposta p a g a , c) A e n t r e g a d'estes periodicos s e r á comprovada por
de industria particular, destinados a circular no interior meio de recibo lançado n u m livro ou caderno fornecido c
do país, poderão, quando satisfaçam ás condições do § 8.°, a p r e s e n t a d o pelo p o r t a d o r dos e x e m p l a r e s do periodico,
t e r a f r e n t e dividida em d u a s partes iguaes, por meio de contendo j á escriptas o nome do r e m e t t e n t e , m a g i s t r a d o a
u m traço perpendicular á maior das suas dimensões, fi- quem é feita a remessa, quantidade dos e x e m p l a r e s remet-
cando a parte esquerda r e s e r v a d a para a correspondencia tidos, titulo ou designação do periodico, n u m e r o dc ordem
e a direita para o endereço do destinatário. O r e v e r s o d ' e s t e e a d a t a em que é feita a sua publicação;
dos mesmos bilhetes s e r á exclusivamente applicado á im- d) O e n c a r r e g a d o do serviço da estação que r e c e b e r os
10
Abril 10 146 190b
periodicos conferirá estes com as declarações do recibo e, modelo 48, e estas nas c a r t a s de aviso 4 4 , d e v e n d o previa-
verificada a sua exactidão, datá-lo-ha e a s s i g n a r á p o r ex- mente e s c r e v e r se sobre os sellos de porteado, em c a r a c -
t e n s o , eutregando-o era seguida ao a p r e s e n t a n t e . teres b e m visíveis, a p a l a v r a — reetrpedírfa. Não serão po-
rem a c o m p a n h a d a s da f a c t u r a 4 8 as que forem reexpr-clidas
9 . ° — A c r e s c e n t a r ao a r t i g o 64.° o seguinte p a r a g r a - ou devolvidas pelas estações c e n t r a e s de Li.sboa e Porto.
pho: § 4.° O talão d a f a c t u r a 4 8 ficará em poder d a estação
§ unico. Os avisos de recepção devem ser devolvidos que a formulou até lhe serem remettidos os sellos p a r a
pela primeira mala posterior á e n t r e g a dos objectos a que complemento do seu deposito, e a estação d e s t i n a t a r i a , de-
disserem respeito. pois de applicar a m a r c a do dia n a f a c t u r a recebida, en-
viá-la-ha á Direcção G e r a l , pela 5. a Repartição, com ats
10.°— S u b s t i t u i r o artigo 67.°, e x c e p t u a n d o o seu § unico, formalidades do registo, procedendo em seguida nos ter-
pelo s e g u i n t e : mos dos artigos 75.° a 77.°
A r t . (J7.° As correspondências não f r a n q u e a d a s ou in- § õ.° Nas f a c t u r a s 4 8 relativas a correspondências não
s u f i c i e n t e m e n t e f r a n q u e a d a s serão e x p e d i d a s nos saccos ou f r a n q u e a d a s ou com f r a n q u i a insufficiente, r e e x p e d i d a s ou
maços de correspondências registadas, salvo as que torem devolvidas p a r a o estrangeiro pelas estações do continente,
expedidas pelas estações c e n t r a e s dos correios de Lisboa deve mencionar-se, alem d a estação de destino, a reparti-
e P o r t o ou ás m e s m a s destinadas. ção a m b u l a n t e ou a secção da estação central dos correios
de Lisboa ou Porto p a r a onde as correspondências f o r e m
1 1 . ° — E l i m i n a r o § unico do artigo 68.° e a c r e s c e n t a r : r e m e t t i d a s . A ambulancia ou secção postal d a r á o devido
à) Os s a c c o s - ^ S . R . — s e r ã o p e r f e i t a m e n t e fechados por seguimento ás correspondências e applicará a m a r c a do
meio de lacre e terão um rotulo em que se leia o nome da dia nas f a c t u r a s 48, rernettendo-as em seguida á Direcção
estação expedidora, o da d e s t i n a t a r i a , e bem assim em G e r a l , 5. a R e p a r t i r ã o .
caracteres bem visíveis a palavra — ri-gisto; § 6.° A s f a c t u r a s 48 relativas a correspondencia? reex-
b) Os envoltorios ou sobrescriptos de modelo especial — pedidas ou devolvidas p a r a o e s t r a n g e i r o pela estações do
M. R . — p e r f e i t a m e n t e fechados, terão na f r e n t e , indepen F u n c h a l , A n g r a , H o r t a e Ponta Delgada serão visadas
d e n t e m e n t c da affix >çào bem legivel da respectiva m a r c a pelos chefes das m e s m a s estações e por elles r e m e t t i d a s
de dia, escriptos a tinta o nome da estação de procedencia, á Direcção Geral pela f r m a indicada no § 4.° A s ou-
o da destinataria, bem como o do concelho a que esta per- tras estações das ilhas da M a d e i r a e Açores quando ti-
tença, quando case nome for c o m m u m a maia de u m a es- v e r e m c o r r e s p o n d ê n c i a s a r e e x p e d i r ou devolver p a r a o
tação. estrangeiro remettê-las-hão, a c o m p a n h a d a s d a f a c t u r a 48
e com as formalidades do registo, ao chefe da estação da
1 2 . ° — A c r e s c e n t a r ao artigo 70.° o novo p a r a g r a p h o se- capital do districto, o qual d a r á o devido seguimento ás
guinte : correspondências e depois de visar e applicar a m a r c a d o
§ f).° N a escripturação das cartas de aviso dos mode- dia na f a c t u r a 4 8 a r e m e t t e r á á Direcção G e r a l pela fornia
los 4-1 e 50 é prohibido o e m p r e g o de lápis v u l g a r . acima indicada.
§ 7.° Os lieis, c h e f t s e e n c a r r e g a d o s de estação, logo
13.° — Acrescentar ao artigo 71.° a alinea s e g u i n t e : que recebam da Direcção Geral os sellos do porteado p a r a
e) Na falta d'estas cartas de aviso proceder-se-ha como complemento do seu deposito, r e m e t t e r ã o para a s e c r e t a -
d e t e r m i n a o artigo 80.° ria dos serviços telegrapho-postaes do respectivo districto
os talões das f a c t u r a s 4 8 , onde licarão archivados.
1 4 . " — S u b s t i t u i r no artigo 79." o § unico por § 1.° e
a c r e s c e n t a r o seguinte : 1 7 . ° — A c r e s c e n t a r ao § unico do artigo 121.° um pe-
§ 2.° No caso de ter sido feito termo de falta de registo, ríodo assim concebido :
o qual posteriormente h a j a sido recebido, d e v e r á do facto « E m q u a n t o , p o r e m , a e m p r e s a da publicação não pro-
dar-Ko participação ás repartições a que o referido termo ceder em conformidade da participação que lhe for diri-
liouver sido enviado, indicando como e de onde esse re- gida, o correio expedirá p a r a a n'ova m o r a d a do destina-
gisto foi recebido. tário os j o r n a e s que p a r a elle r e c e b e r , sem carência de os
devolver á r e f e r i d a empresa. P a r a este fim eserever-se-ha
1 5 . " — S u b s t i t u i r os §§ 1.° e 2.° do artigo 108.° pelos nos sobreditos j o r n a e s , cm c a r a c t e r e s bem visíveis, a se-
seguintes: guinte nota d e v i d a m e n t e r u b r i c a d a peio e m p r e g a d o com-
§ 1." E m Lisboa o no P o r t o a 2. a secção da estação p e t e n t e : Serviço de assignaturas—Franqueada».
central enviará ao licl-chofe da l . a secção as corresponden-
cia» com a marca T , indicando nas mesmas o n u m e r o do 18.° — Acrescentar ao n.° 7.° do artigo 130.° as pala-
carteiro incumbido da sua distribuição, cumprindo aos re- v r a s : «cartões postaes», cm seguida á p a l a v r a : «cartas»,
feridos tieis d a r e x e c u ç ã o ao disposto nos artigos 76." e depois do n.° 9.° o n.° 10.° do teor s e g u i n t e :
e 77.° 1U.° As correspondências que, embora f r a n q u e a d a s
§ 2.° Nas estacões das outras capitaes de districto com- como cartas, se tornem suspeitas de conter qualquer dos
pete aos respectivos tieis d a r execução ao disposto nos ar- objectos designados no n.° ti. 0 , assim como as amostras in-
tigos citados no p a r a g r a p h o a n t e r i o r . cluídas em sobrescriptos collados, e m b o r a tenham os can-
§ 3.° Os lieis e os chefes ou e n c a r r e g a d o s de estação tos cortados».
tomarão diariamente contas aos carteiros e distribuidores
das importancias e sellos do porteado que tiverem sido 19.° — Substituir o artigo 135.°, e x c e p t u a n d o o seu
debitados aos mesmos no dia anterior. § unico, pelo s e g u i n t e :
A r t i g o 135.° As correspondências originarias do con-
lii. n — No artigo 120.°, a seguir ás palavras «devolvi tinente do reino e das ilhas a d j a c e n t e s , seja qual for o seu
das SHin perda de tempo á estação de procedencia» acres destino, que a p r e s e n t a r e m indícios de estar nas condi-
ccntar «declarando por escripto no verso das mesmas o yões dos n." s 6.° e 10.'° do artigo 130.°, serão retidas nas
motivo da devolução», o substituir os § § 3.° e 4.° pelos estações em que forem e n c o n t r a d a s e remettidas iinme-
seguintes : diata e directamente ao chefe do serviço dos refugos pos-
§ o." As correspondências não f r a n q u e a d a s ou insuffi taes, a fim de set em no mesmo serviço a b e r t a s sem serem
cientemente f r a n q u e a d a s , reexpedida* ou devolvi las á es lidas, ficando apprehendidos a favor do E s t a d o os objectos
tayào do procedencia, serão mencionadas em facturas, que ellas c o n t e n h a m , quando forem da n a t u r e z a aos de..
1905 147 Abril 10
3 0 o — A r t i g o 289.°, a c r e s c e n t a r á p a l a v r a «Funchal»
signados no referido n.° 6.° E s t a s correspondências, fe-
chadas em seguida em sobrescriptog especiaes, onde se men- as s e g u i n t e s : « A n g r a , H o r t a e P o n t a Delgada».
cionem as disposições que aucturizarara a a p p r e h e n s ã o ,
serão enviadas aos remettentes, quando reconhecidos, e 33.° — A r t i g o 291.°, substituir as p a l a v r a s «o fiel dos
consideradas refugo no caso contrario. Q u a n d o os objectos serviços t e l e g r a p h , - p o s t a e s do F u n c h a l » pelas s e g u i n t e s :
encontrados nas correspondências não t i v e r e m valor a l g u m , «os fieis dos serviços t e l e g r a p h o - p o s t a e s do F u n c h a l , An-
serão estas, assim corno os referidos objectos, enviados g r a , H o r t a e P o n t a D e l g a d a » .
aos remettentes pela f o r m a que fica indicada.
34.° — A r t i g o 296.°, acrescentar á palavra «Funchal»
20.° — No artigo 156.° a seguir ás p a l a v r a s : «na qual as seguintes: « A n g r a , H o r t a e P o n t a D e l g a d a » .
serão devidamente descriptasD, a c r e s c e n t a r : «ficando um
duplicado da m e s m a guia archivado n a estação remet- 3 5 . ° — S u b s t i t u i r o artigo 299.° pelo s e g u i n t e :
tentes. Artigo 299.° A s i m p o r t a n c i a s a c o b r a r por direitos de
importação com que as e n c o m m e n d a s e s t e j a m o n e r a d a s
21.° — A c r e s c e n t a r ao artigo 158.° o s e g u i n t e : serão s e m p r e indicadas no respectivo endereço a tinta en-
carnada, em algarismos e por extenso, sendo esta decla-
§ unico. Logo que as e s t a . õ e s que tiverem remettido
ração d e v i d a m e n t e r u b r i c a d a .
ao serviço de refugos correspondências não franqueadas,
ou com franquia im-ufficientc, receberem da Direcção Ge- § 1.° Q u a n d o estas encommendas forem r e o x p e d i d a s de
ral os sellos de porteado p a r a complemento do seu depo- Lisboa, P o r t o , F u n c h a l , A n g r a , H o r t a ou P o n t a D e l g a d a ,
sito, r e m e t t e r à o os duplicados das guias 5 5 á s e c r e t a r i a serão as r e f e r i d a s quantias indicadas t a m b e m n a carta de
dos serviços telegrapho postaes do respectivo districto, onde aviso, modelo 4 4 .
ficarão archivados. § 2.° Q u a n d o as sobreditas importancias forem c o b r a d a s
fóra de Lisboa, P o r t o , Funchal, A n g r a , H o r t a ou P o n t a
22.° — No final do artigo 192.° a c r e s c e n t a r ás p a l a v r a s Delgada, serão convertidas em a
vales de serviço emittidos
a
«a que respeita a m e s m a c o b r a n ç a » , as s e g u i n t e s : «col- a favor dos fieis chefes das 6. ou 5 . secções de Lisboa ou
la»do-sô immediatamente os recibos d ' e s t e s vales ás res- Porto ou dos fieis dos serviços t e l e g r a p h o postaes do F u n -
pectivas requisições», e addicionar um novo p a r a g r a p h o chal, A n g r a , H o r t a e Ponta D e l g a d a , c o n f o r m e o caso.
do teor s e g u i n t e : Nestes vales e respectivos taiões escrever-se-ha a tinta
§ 4.° Cada objecto sujeito a cobrança dá logar a u m a • ncamada as palavras « E n c o m m e n d a s postaes — Bilhetes
liquidação em separado, nào podendo em um só vale in-
cluir-se quantias cobradas por mais de um objecto sujeito
a cobrança. 3 6 . ° — S u b s t i t u i r o artigo 303.° e respectivos p a r a g r a -
phos pelo s e g u i n t e :
A r t i g o 303.° P a r a a liquidação dos impostos directos
2 3 ° — A c r e s c e n t a r ao artigo 207.° o s e g u i n t e : «e o
camararios especiaes ás ilhas dos Açores, os fieis das es-
recibo do vale será immediatamente collado á respectiva
tações nas capitaes de districto a p r e s e n t a r ã o as encom-
requisição».
mendas aos funccionarios aduaneiros que p r e s t a r e m ser-
viço junto ás m e s m a s estações e os chefes das outras es-
24.° — No artigo 230.°, a seguir ás p a l a v r a s : «feita a
tações telegrapho-postaes avisarão a alfandega local p a r a
deducção do premio e sellos competentes», a c r e s c e n t a r as
ordenar a c o m p a r ê n c i a n a respectiva estação do e m p r e -
s e g u i n t e s : «não podendo incluir se em cada vale as quan-
gado a d u a n e i r o , a fim de s e r e m contados os referidos di-
tias cobradas por mais de uma e n c o m m e n d a s
reitos. E s t e serviço será d e s e m p e n h a d o no prazo m á x i m o
0 de t r e s dias, a contar do dia da chegada das e n c o m m e n d a s .
2 i . — A r t i g o 251.°, a c r e s c e n t a r ás palavras «Lisboa,
Porto e Funchal» as s e g u i n t e s : «Angra, H o r t a e P o n t a § 1.° Os e m p r e g a d o s aduaneiros e n t r e g a r ã o aos fieis ou
D e l g a d a » , e eliminar o § unico. chefes das estações, p a r a constituir os débitos cVei-tes, os
competentes bilhetes de despacho, conservando em seu
26." — Artigo 2 6 2 eliminar o segundo periodo. poder os respectivos talões.
§ 2.° P a r a a fiscalização e e n t r e g a na a l f a n d e g a do pro-
2 7 . ° — - A r t i g o 266.°, acrescentar no § 2.° o s e g u i n t e : ducto d'estes impostos proceder se-ha de f ó r m a analoga
« A n g r a , H o r t a e Ponta D e l g a d a » . ao que se acha disposto no artigo 291.°
8 P o r t o e pelos doe concelhos, serão feitas m e d i a n t e r e - 1 lhe s e j a declarado se o vale que t o m o u foi p a g o . P a r a
quisições formuladas em duplicado, salvo as requisitadas \ este fim d e v e r á p r e e n c h e r u m impresso modelo n.° 10, no
por particulares. O duplicado da requisição, depois de vi- qual affixará um sêllo da t a x a de 2 5 réis, que s e r á inuti-
sado pelo recebedor do b a i r r o ou concelho, será r e m e t t i d o lizado coin a m a r c a do dia da estação do destino no acto
ao respectivo chefe dos serviços t e l e g r a p h o - p o s t a e s . d a devolução. E s t e modelo s e r á dirigido ao e n c a r r e g a d o
do p a g a m e n t o de vales ou ao chefe d a 5 . a R e p a r t i ç ã o da
4 1 . ° — S u b s t i t u i r a alinea c) do artigo 400.° pela se- Direcção G e r a l dos Correios e T e l e g r a p h o s , se se t r a t a r
guinte : de vales pagaveis nas capitaes dos disirictos administrati-
c) A importancia da estampilha fiscal c o r r e s p o n d e n t e á vos. Q u a l q u e r d'estes funccionarios, p r e e n c h e n d o os dize-
quantia por que for emittido o vale, segundo a r e s p e c t i v a res do referido impresso, devolvê-Io-ha á estação de ori-
t a b e l l a — e s t a m p i l h a que, affixada n a p a r t e do valo desti- g e m .
nada á a s s i g n a t u r a do e n c a r r e g a d o dá emissão de f o r m a a
não encobrir o n u m e r o do vale, n e m o n o m e da estação 47.° — S u b s t i t u i r no começo do artigo 427.° as pala-
emissora, s e r á d e v i d a m e n t e inutilizada pelo mesmo en- v r a s : «Os talões dos vales» pelas s e g u i n t e s : «Os talões
carregado. dos livros de vales n . o s 6, 7, 8 e 9».
Açores.
Mappa dos districtos de juizo de paz, a que se refere Barnçal.
Cadafaz.
o decreto d'esta data Cortiço da Serra.
Forno Telheiro.
Districto judicial da Relação do Porto /Jejua.
Celorico da Beira. \Lageosa.
Districto administrativo da Guarda M«çat do Chão.
Minhocal.
R« pa.
Denominação e sede dos districtos Ratoeira.
do paz F r e g u e s i a s do que so compõem Valle de Azares.
Vellosa.
Vide Entre Vinhas.
Linhares.
Comarca de Almeida Carrapichana.
Linhares (Mesquitella.
Almeida. Prados.
Aldeia Nova. Salgueiraes.
Azinhal.
Juiiça. Comarca de F i g u e i r a de C a s t e l l o Rodrigo
Almeida , Malpartida. 'Castello Rodrigo.
Naves. Figueira de Castello Rodrigo... Figueira de Castello Rodrigo.
Rio Sêco. Villar de Amargo.
Valle de Coelhos.
Valle de La Mula. Eacalhão.
VValle Verde. Escalhão.
Mata de Lobos.
Castello Mendo. Colmeal.
Ade. Villar Torpim.
Amoreira. Villar Torpim
Reigada.
Cabreira. Cinco Villas.
Freixo.
Li omil. Almofala.
Castello Mendo. Mesquitella. Almofala. Esearigo.
[MiuBella. Vermiosa.
Mido.
Monte Porobolço. /Algodres.
(Parada. \Freixeda, do Torrão.
Peva. Freixeda do '1'orrào 'Quinta.
Porto do Ovelha, Penha.
tíemmras. 'Valle do Afousiulic.
Abril U Í150 1905
/Marmeleiro.
Comaroa de Fornos de Algodres I Adão.
Fornos de Algodres. íAlbardo.
Algodres. Marmeleiro. /Carvalhal Meão.
Casal Vasco. IMonte Margarida.
Cortiço. I Pêaa.
Figueiró da Granja. \ Villa Fernando.
Fuinhas.
I Inflas. /Jarmello (S. Miguel).
Jarmello (S. Pedro).
Fornos de Algodres. < Juncaes.
Maceira. 1 Arrifana.
Matança. Jarmello. (Castanheira.
iVJuxagata. 1 Gonçalo Bocas.
Queiriz. I Pousade.
Sobral. \ Rochoso.
Villa Chã.
^ Villa Ruiva. Gonçalo.
/ Cban de Tavares.
I Autas.
iMaseco. Gonçalo
Cban de Tavares (S. João da Fresta.
Travanca.
I Varzea.
I Villa Cova do Covello. !
Benespera.
Ooaaaroa (le Qouveia Famalicão.
Manteigas João Antão.
/Gouveia (S. Julião). Ramella.
I lie uveia (ti. P«-dro). Seixo Amarello.
1 Aldeias.
Gouveia /Mangualde da Serra. Comarca Valhelhas.
de Meda
Valle de Amoreiras.
Moimenta da Serra. I Vela.
Meda.
S Paio. I A* eloso.
Vinhó. Manteigas
iFoute Longa.(S. Pedro).
Manteigas
JL' nfrroiva. (Santa Maria).
Mello. Meda. Sameiro.de Gatos.
MOuteiro
Pisueiró da Serra.
ÍPoço do Canto.
Folgozinbo.
Mallo. I Prova.
Aleixo da Serra.
\'abaes \Ranhados.
Villa Cortês.
j Marialva.
I Barreira.
Villa Nova de Tazem. iGateira.
Cativellos iCarvnlh il.
Villa Nova de Tazem Lagarinhos.
Marialva. . ^Cafctt ição.
Paços da Serra. ICoriecndH.
| Pae Penella.
Arcozello. j Rabaçal,
Cabra. i Valle de Ladrõet
Arcozello . Nespereira.
Km Torto. I
I Penedono.
Villa Franca da Serra. Antas.
Comaroa d a G u a r d a
Guarda (Sé).
Guarda (a. Vicente).
Aldeia do Bispo.
Penedono ,
ÍGranja.
Ourozinho.
Souto.
Comarca de P i n h e l
AJvendre.
lavadoude. Pinbel.
asai de Cinza. Azevo.
Jrujeira. Bi ga hal.
Hia. Cidadelhe.
'ernào Joannes. Ki vedosa.
'ncainhas. Palia.
Guarda ,
ÍMeios,
a izarella.
r'anoias.
Pinbel. Pe: ei ro.
Santa Eufeiiiia.
Sorvai.
t^ero Soares, Soropires.
Porcas, Valle Bom.
t^orco. Valle de Madeira.
Santa Anua. Vascoveiro.
Trinta.
Vide Monte.
Alverca.
Villa Garci i.
Í Avellâs da Ribeira.
B uça Cova.
Cerejo.
Kooauisuue. Freixedas . Ervas Tenras,
Sobral da Serra. t ovoa de El-Rei.
Villa Cortês, | Frtixediis.
( A t a l a i a e C.irvalhal.
<Guuveih6.
/Lamegal.
1905
161 Abril 24
D e n o m i n a ç ã o e Fede d o s d i s t r i c t o s F r e g u e s i a s de q u e se c o m p õ e m
D e n o m i n a ç ã o e s e d e dos d i s t r i c t o s Freguesias de que se compõem de paz
de p a z
Í
Foios. Mós.
Villa Nova de Fozcoa
Aldeia Velha. Forcalhos.
Lageosa.
Muxagata.
! Santo Amaro.
Valle de Espinho.
Seixo do Côa. Santa Comba.
Santa Comba. Almendra
C«rdfira.
Rapoula de Côa. Castello Melhor.
Seixo de Côa . Valle das Éguas. ! Chans.
Valle Longo. /Freixo de Numão.
Villa do Touro. [Cedovim.
lCusroias.
Villar Mainr. jHorta.
Aldeia da Ponto. Freixo de Numão. /Muiça.
\ldeia da Ribeira. jNuuião.
Villar Miior líadnmallos. ISebudelhe.
Í Kismulla.
I Seixas.
\ Touya.
I
Rebolos».
S 'i telba. Paço, em 24 de abril de 1!>05. =^Jusê Maria de Al-
poim de Cerqueira Borges Cabral.
Sortelha.
Nave
Bendadt.
Í
Aguas Bellas.
Í
O Conselheiro de E s t a d o , P r e s i d e n t e do Conselho d e
Terrenho Ministros, o os Ministros e Secretarios de E s t a d o de to-
das as Repartições assim o t e n h a m entendido e façaím exe-
c u t a r . P a ç o , em 24 de abril do 1905. — R E i . — Joté Lu-
' eiaJUi de Caatru Antonio Augw-to 1'ertira dt iJirun u=»
Castanheira.
Guilheiro.
Tui'r«
Mnreira
Selmd'do
Rebolero.
Palbaes.
liie
deTerw*ibo.
Ha
Rei.
Serra.
Abril 10 152 190b
José Maria de Alpoim de Cerqueira Borges Cabral = Ma- Telles=Manoel Antonio Moreira Júnior—Antonio Eduardo
noel Affonso de Espregueira — Sebastião Custodio de Sousa Villaça = Eduardo José Coelho.
Capitulos Capitulos
c artigos Importancia Somma e artigos
da» E x e r c i c i o s c d e s i g n a ç ã o da d e s p e s a por artigo» por exercicios da tabella
respectivas d e 1904-1905
tabellas
Exercicio de 1902-1903
Exercicio de 1903-1904
6:3855850
2. a 2.3 Repartição
Construirá a officina no sitio das C ô r t e s :
tf) Dividirá a casa destinada ao fabrico das polvoras cm S u a Majestade El-Rei, a t t e n d e n d o ao q u e lhe represen-
d u a s officinas por um m u r o forte, sondo pelo menos u m tou a C o n f r a r i a do Santissimo S a c r a m e n t o da f r e g u e s i a
dos restantes menos fraco ; de Arraiollos, do districto de E v o r a ;
b) Construirá um paiol com duas divisões, u m a p a r a Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo 253.°,
g u a r d a das polvoras e outra para a r m a z e n a g e m dc artifí- n.° 2.°, do Codigo A d m i n i s t r a t i v o :
cios ; H a por bem autorizá-la a acceitar a transacção q u e lhe
e) O paiol, officina pyrotechnica e polvoraria serão dis- p r o p u s e r a m Julio Cesar G a r c i a d e M a g a l h ã e s , D . M a r i a
tanciadas convenientemente ou separadas por comoros d e d a Gloria F a r t o d e Magalhães 6 D . M a r i a A n n a da Glo-
terra. r i a da Costa, acêrca d e p a r t e dos b e n s q u e á •obrfedità
1905 153 Abril "28
o perfil 568 do segundo lanço da 1. a secção e o perfil 25 autorizar a J u n t a Geral do Districto de Ponta Delgada a
do primeiro lanço da 2." secção da linha de Ponte de Sor, criar tres logares de guardas para o serviço da respectiva
effectuada com o fim de reduzir o volume das terraplena- estação de saude, com a dotação annual de 150,$000 réis
gens e aumentar a extensão do patamar da estação de cada" um, que será paga pela junta, visto o disposto no ar-
Arraiolos: ha por bem, conformando-se com a informação tigo 2Gfí.° do regulamento geral dos serviços de saude e
da Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, ap- beneficencia publica.
provar a referida variante, devendo ser reduzida no orça- O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios do Reino
mento da linha a quantia de 6:554i5000 róis, importancia assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 4 de
da economia a que a variante dá logar. maio de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
Paço, em 4 de maio de 1905. = D. João de Alarcão D . do G . n.° 103, do 8 de m a i o dc 1905.
2." Secção
Passou-se por despacho de 10 de abril do corrente 4.° Participar ao snb-delegado de saude, quando tiver
anno. conhecimento de que no mercado, nas lojas, nos restau-
( L o g a r do sêllo de verba). rants e boteis das Caldas de Monchique se expõe á venda
N.° 1:246. — Pagou de sêllo de v e r b a a quantia de generos ou comidas de n a t u r e z a suspeita, a fim d'aquelle
funccionario pioceder em conformidade com o regulamento
105000 réis.
de s a u d e ;
Li.-boa, Receita E v n t u a l , 24 de abril de 1905. =
5." Providenciar sobre a installação e isolamento de
O Escrivão, W. S. li. de Oliveira = O Recebedor, C.
quaesquer doenças contagiosas ou asquerosas;
Real. tí.° D a r consultas medicas diarias em gabinete apro-
Pagou 23j{í595 réis de emolumentos e addicionaes, verba priado do estabelecimento, a horas fixas;
n.° 707 de 24 de abril de 1905. = Arthur dos Murtyres 7.° E n c h e r um livro estatístico com todos os doentes
Ventura. que fizerem uso das a g u a s ;
Emygdio Cardoso o fez. 8.° Prescrever no bilhete de admissão quaes as appli-
D . do G . n.° 103, do 8 d c m a i o d e 1305. cações therapeuticas de que os doentes devem fazer u s o ;
9.° F a z e r o serviço clinico do Hospital das Caldas de
Monchique examinando os pobres admittidos, prescreven-
do-lhes o tratamento e assistindo-lhes em todas as doen-
Tendo sido presente a Sua Majestade El-Rei o reque- ças agudas ou chronicas, durante a sua permanencia no
rimento em que João Bentes Castel-Branco pede a appro- hospital;
vação do novo regulamento para o estabelecimento hydro- 10.° Solicitar dos frequentadores informações sobre os
tlierapieo das Caldas de Monchique, situado na freguesia resultados obtidos do tratamento, e relatar os casos mais
e concelho de Monchique, di.-tricto de Faro, e tendo sido notáveis;
ouvidos o Conselho Superior de libras Publicas e Minas 11.° Fazer a requisição dos medicamentos e vigiar a
e o Conselho Superior de Hygiene Publica, nos termos dos boa conservayào do gabinete pharmaceutico, emquanto o
decretos com forya de lei de 30 de setembro de 18^2 e de movimento não permittir a criação de um logar de phar-
5 de julho de 18'.)4, que regulara o aproveitamento das maceutico ;
nascentes de aguas minero-medicinaes e a exploração de 12.° F a z e r todo o serviço clinico do estabelecimento e
estabelecimentos annexo-: ha por bem o mesmo Augusto seus annexos, quando seja chamado.
Senhor, conformando-se com os pareceres d'aq nellas cor- A r t . 6.° Quando qualquer doente trouxer escritas pelo
porações, approvar o regulamento que, por copia, acom- seu medico assistento as indicações sobre as applicações
panha a presente portaria, ficando o concessionario obri- therapeuticas que deve usar, serão ellas respeitadas.
gado a tê-lo patente no seu estabelecimento hydrothera- Art. 7.° Os serviços clínicos serão prestados n a coufor-
pico. midade com a seguinte tabella de p r e ç o s :
Paço, em 6 de maio de 1905. = D. João de Alarcão Primeira consulta (de admissão) no escritorio, a horas
Vtlasques Sarmento Osorio. regulamentares:
P a r a a l . a e 2. a classe, 1£000 réis;
Para a 3. a classe, 5 0 0 r é i s ;
P a r a pobres, grátis.
Regulamento das Caldas de Monchique Estas consultas dão direito a quaesquer indicações ul-
teriores sobre o uso das aguas thermaes e sem aquellas
CAPITULO i ninguém poderá-fazer uso therapeutico d'estas.
Visitas medicas no estabelecimento, 500 réis ;
N a t u r e z a e flns
Visitas medicas fóra do estabelecimento, 1$000 réis.
Artigo 1.° O Estabelecimento Hydrologico das O*. Idas
de Monchique destina-se a tratar differentes enfermidades, CAPITULO III
empregando principalmente como agentes therapeuticos
as aguas thermaes e frias, a boa alimentação bygienica, Da administração
0 ar puro e a gymnastica.
Art. 2.° O estabelecimento está aberto officialmente de A r t . 8.° O administrador do estabelecimento auxilia e
1 de maio a 30 de setembro, mas póde receber doentes substitue o director na parte administrativa.
em qualquer epoca do anno. A r t . 9.° Ao administrador compete particularmente:
1.° Fiscalizar a manutenção de todos os moveis, uten-
sílios e immoveis, em boas condições de asseio, a conser-
CAPITULO II vação e a r r a n j o ;
2.° Vigiar os trabalhadores e empregados para que
Serviço medico
cumpram os seus deveres e conservem o estabelecimento
Art. 3 o O medico director terá a seu cargo todo o ser em rigoroso asseio;
viço dc therapeutica e hygiene nas Caldas de Monchi- 3.° Tomar o ponto, elaborar as folhas dos vencimentos
que. e fazer os pagamentos aos trabalhadores e emprega-
A r t . 4." Quando as exigencias do serviço assim o re- dos ;
clamem poderá fazer-se substituir por medico habilitado 4.° F a z e r toda a escrituração auxiliar e a corresponden-
nas escolas do reiuo, dando parte d'esta o corrência ao cia do expediente;
medico inspector das aguas mineraes, e de quem seja o 5. u Arrecadar todas as receitas, prestando cor.tas ao di-
medico que o substituiu. rector quando este as p e d i r ;
Art. ô.° Fica a cargo do director como medico: 6 0 Vender as senhas de banhos e mais applicações the-
I o Elaborar e mandar affixar tabellas com os horarios rapeuticas e effectuar as locações cle aposentos e mobílias
dos serviços de banhos, consultas e quaesquer applicações pelos preços fixados ;
therapeuticas em uso no estabelecimento; 7.° Manter o director ao corrente de todas as occorren-
2.° Dirigir ou executar elle mesmo as applicações the- cias do estabelecimento;
rapeuticas ; 8.° Zelar p- r todos os interesses do estabelecimento,
3." Organizar e dirigir todos os serviços de limpeza e fazendo cumprir todas as ordens do director e este regu-
desinfecção lamento.
Maio ií7 158 1905
A r t . 11.° Os serviços de banhos serão feitos na confor- A r t . 21.° Os serviços de banhos e applicações hydro-
midade das tabellas que a n n u a l m e n t e se elaborarem, enti e t h e r a p i c a s é feito por tres enfermeiros e tres enfermei-
as cinco horas da m a n h ã e as quatro d a t a r d e . ras.
A r t . 12." Os banhos de l . a classe serão dados nas ti- A r t . 22.° P e r t e n c e aos enfermeiros e e n f e r m e i r a s :
nas de S. João, destinadas tres p a r a homens e tres p a r a 1.° D a r as applicações h y d r i c a s ás pessoas do seu sexo
m u l h e r e s , e n a piscina de S a n t a T e r e s a . que se a p r e s e n t a r e m munidas das r e s p e c t i v a s senhas, na
A r t . 13. 0 Os banhos de 2. a classe e as applicações hy- conformidade das indicações do bilhete de admissão aos
drotherapicas serão dadas no C o r r e d o r da S a u d a d e . banhos medicinaes.
§ unico. Nestes banhos a agua é d o r m e n t e e os sexos 2.° Recolher as senhas e i n s c r e v e r nos respectivos bi-
serão separados por horas de serviço. iketes de admissão as applicações do dia.
A r t . 14.° Os banhos de 3 . a classe e a pobres serão da- 3.° Avisar o banhista da h o r a de saida, q u a n d o aquelle
dos na piscina da P a n c a d a . se demore, e p r e s t a r lhe q u a e s q u e r serviços de que ca-
§ 1." E s t e s banhos são em a g u a c o r r e n t e , mas a pis- reça para tomar b a n h o .
cina recebe simultaneamente muitas pessoas. 4.° Conduzir p a r a d e n t r o do b a n h o os impossibilitados,
§ 2.° Uma tabella de serviço s e p a r a r á por horas os po- tratando-os s e m p r e com carinho.
b r e s dos contribuintes e os homens das m u l h e r e s . 5." Prohibir a e n t r a d a a pessoas a d u l t a s simultanea-
Art. 15." Não 6 pcrmittido a f r e q u e n t a d o r algum f a z e r mente na m e s m a tina. E x c e p t u a i n - s e as m ã e s e a m a s com
uso therapeutico das aguas sem consultar previamente o as crianças de colo que tiverem s e n h a .
medico do estabelecimento e r e c e b e r d'elle O bilhete de 6.° Não se a f a s t a r das tinas d u r a n t e as h o r a s de serviço
admissão com todas as indicações, n a conformidade d'este dos b a n h o s .
regulamento. 7.° V a r r e r e l a v a r todos os dias as casas do b a n h o e
A r t . 1(5." Q u a l q u e r pessoa poderá c o m p r a r bilhete de de, abafo, a seu cargo, e limpar as p a r e d e s e os moveis
lavagem para banho hygienieo, m a s á m e s m a pessoa não que as g u a r n e c e r e m .
serão concedidas mais de tres lavagens sem que p a g u e o 8." D e s p e j a r e lavar escrupulosamente cada tina logo
bilhete de admissão. que acabe de servir, enchendo-a de novo p a r a o banhista
A r t . 17." Os banhos de todas as classes são alimenta seguinte.
dos com a g u a s da m e s m a n a t u r e z a , e por isso a escolha 9.° P r e - t a r d i a r i a m e n t e conta, na administração, de to-
da classe p e r t e n c e exclusivamente ao banhista. das as senhas recebidas d u r a n t e o dia.
Art. 18." Os bilhetes p a r a u m a classe de banhos po
dem servir para as classes superiores, dando-os em nu-
m e r o sulliciente p a r a p e r f a z e r o preço respectivo. CAPITULO V
§ unico. Os das classes superiores só servem para as Côs alojamentos
interiores, sendo divididos e rubricados ein c a d a parte
pelo administrador. A r t . 23.° Os f r e q u e n t a d o r e s das Caldas de Monchique
'Art. 10." Os banhoB e mais applicações h y d r i c a s serão poderão alojar se em quartos mobilados, chalets ou hotéis
dados pela ordem da chegada dos banhistas. da e m p r e s a .
§ 1." Os banhistas que, depois de se terem a p r e s e n t a A r t . 24.° A locação dos quartos e chalets mobilados
do, se a u s e n t a r e m , não comparecendo quando chegar a não se faz por tempo interior a vinte dias.
sua altura, passarão p a r a o fim da escala. A r t . 25." As pessoas que d e s e j e m a r r e n d a r quartos ou
§ 2." E m cada classe h a v e r á u m a tina p a r t i c u l a r m e n t e chalets mobilados deverão requisitá-los v e r b a l m e n t e , ou
estinada a dar os banhos com as horas fixadas. por escrito, ao administrador, m a r c a n d o o dia a p r o x i m a -
A r t . 20." Os preços dos banhos e mais applicações the- do em que desejam tomar posse e o tempo da h cação.
rapciitieas usados no estabelecimento são, p a r a q u e m to- A r t . 2G.° O a d m i n i s t r a d o r , não tendo compromisso an-
mar dez ou mais s e n h a s , os s e g u i n t e s : terior, r e s p o n d e r á annuindo, e avisará, com a possivel
antecipação, m a r c a n d o o dia certo em que vaga o aloja-
Por cada pulverização $050 mento.
P o r cada banho de 3. a classe $050 A r t . 27.° Nos m e s e s de j u n h o , j u l h o e agosto os loca-
Por cada banho dc 2. a classe $100 tários dos quartos ficam responsáveis pelos dias (inferiores
Por cada banho de l . a classe $200 a vinte) que mediarem e n t r e a saida do anterior locatario
Por cada duche, a ilusão ou banho frio $200 e o que tiverem marcado para a locação.
P o r cada enfaixamento ou compressa simples . . . $300 Art. 28 0 A importancia da locação será p a g a a d e a n -
P o r cada banho aquecido artificialmente $300 tada no acto de tomar posse das chaves.
P o r cada duche escocesa ;^300 Art. 29.° O locatario que se quiser d e m o r a r alem do
P o r cada banho dc vapor $500 tempo da sua locação d e v e r á avisar com dez dias de an-
P o r cada enfaixamento compacto $500 tecipação, pelo menos, não podendo p e r m a n e c e r por mais
Cataplasmas medicinaes $500 tempo senão no caso de condescendencia do novo locata-
P o r cada banho e hora fixada, a l e m do preço da rio a quem o quarto esLiver prmnetlido.
classe $200 A r t . 30." (>s preços das locações dos q u a r t o s e chalets
P o r cada applicação no domicilio, alem do preço mobilados estarão fixados em tabellas p a t e n t e s no escritó-
da classe, nos quartos do estabelecimento . . . . $250 rio da administração,
1905 159 Maio 10
Cadeira de varas ou maoliila de 5 de abril ultimo pela commissão technica dos Metho-
dos chimico analyticos.
T r a n s p o r t e ao corredor á060
As primeiras são correcções e esclarecimentos que a ex-
Dito ao banho £100
Passeio periencia mostrou serem necessarios ás instrucções officiaes
de 31 de agosto de 1901.
Liteira A commissão approvou tambem o modelo de boletim a
T r a n s p o r t e ao corredor £080
adoptar nas analyses dos vinhos.
P a r a banho, ida e volta . álCg Estas deliberações carecem de ser officialmente sanecio-
P a r a passeio, a hora #2u0 nadas e publicadas, no interesse dos serviços dos laborato-
tios do Estado.
R o u p a s de b a n h o Emfim ainda a commissão entendeu emittir voto, de
Porro de tina «5070 todo o ponto justificado, sobre a conveniencia de se adop-
Chambre turco iJUtiO tarem medidas aferidas para as analyses volumétricas, e
Lençol turco £050 chamar a attenção para que nos laboratorios se façam de-
D i t o dc linho £0á0
Dito de algodiio #030 terminações de volume nessas analyses em condições nor-
T o a l h a turca £030 maes e comparaveis.
Luva £»20 Como na Allemanha ha repartições officiaes para afila-
Thermomet.ro #( ; 20 mento de pipetas, buretas e balões marcados, indica-se
Casaco de abafo, de b o r r a c h a $060
que taes utensílios sejam adquiridos lá, e que todos os la-
E s t á conforme — R e p a r t i ç ã o de Minas, em 6 de maio boratorios as possuam.
de 1905.== O Engenheiro Chefe da l . a Secção servindo Deus guarde a V. E x . a Porto, 7 de maio de 1904.—
de Chefe da Repartição de Minas, Paulo Raymundo Dias 111.™10 e E x . m o Sr. Conselheiro Director Geral da Agricul-
(le Almeida. t u r a . = 0 Presidente da Commissão, A. J. Ferreira da
D . do G . n . ° 106, de 11 d e m a i o do 1905. Silva.
y. Se n tem um valor positivo, e não existe acido tar- I I I — i nalyse chimica I V — Determinações
3,75 (20—e) sumularia complementares
tarico livre, 100 cc de vinho conteem c — de
P e s o e s p e c i 6 c o 15°/15° . . . | Polarização ...
acido tartarieo combinado com as terras alcalinas».
4. a No n.° 106 — Acido sulfúrico (gessagem), onde se Em 100«
lê « . . . doseia-se o acido sulfurico sobre 100 cc de vi- 3
Álcool c Açúcar reduetor gr.
nho . . . » deve ler-se « . . . doseia-se o acido sulfurico so- Álcool gr. Glycerina »
bre 50 cc de vinho . . . » Extracto » Tanino »
õ. a No n.° 1 3 5 — Bases para a apreciação dos vinhos N 1 T o t a l em FPSO-i „ /Total
portugueses : -g J T o t a l em C*H<K)6 »
I Livre
o ) Volátil em C2fP02 »
a) Addicione-se á base I I — Álcool — o periodo se- ^ ( F i x a em OH^OC » / C o m b . com a p o t a s s a . . . .
guinte : Cinzas a
I Comb. com a s t e r r a s a l c a -
«Nos vinhos verdascos genuinos a força alcoolica desce
até 5° C.» A c i d o salicylico . . . . linas
álcool Materia corante.
b)' Nas bases I I I ,' X I V e X V onde se lê e x t r a c t o deve
, álcool em p e s o Apreciação
ler-se — - — ; — ^ —
e x t r a c t o seco
c) Addicione-se á base V I I I — Somma álcool-acido, o
seguinte periodo:
E n s a i o da m a t e r i a c o r a n t e
«Entende-se por somma alcool-acido a somma da força
alcoolica expressa em centimetros cúbicos de álcool por E n s a i o com o a l ú m e n e o c a r b o - i Lacca . . .
100 cc de vinho e da força acida total computada em gram- n a t o d e sodio j Filtratum . ..
mas de acido sulfurico monohydratado por litro de vinho. E n s a i o com o s u b a c e t a t o d e i Precipitado . ..
chumbo ( Filtratum . . .
d) Na base X I onde se lê «for inferior a 5,5», leia-se T-, . ,, ( Soluto e t h e r e o . . .
«for superior a 5,5». E n s a i o com o e t h e r JSo]uto etheroo.ammoniacal . ..
E n s a i o com o álcool a m y l i c o e a m m o n i a . . .
E n s a i o com o r e a g e n t e m e r c u r i c o ( B e l l i e i í ) . . .
N a i n s t r u c ç ã o p a r a a n a l y s e <los v i n a g r e s
Ensaios diversos
1. a No n.° 32 — Cobre, onde se lê «que contenha mais
de 0,0001 gr. de cobre por 100 cc », deve ler-se «que con-
tenha mais de 0,015 gr. (15 milligrammas) de cobre por
litro». . . . de . . . de 1 9 . . .
2. a No n.° 33, onde se lê «4 grammas de acido acético O Director do L a b o r a t o r i o ,
por 100 cc », deve ler-se «5 grammas de acido acético por
F...
100 cí » (Decreto de 17 de dezembro de 1903, artigo 52.°,
§ unico). III
Na i n s t r u c ç ã o p a r a a n a l y s e d o s a z e i t e s
A commissão dos methodos chimico-analyticos emitte o
a
1 . No n.° 8 — Ácidos livres (indice ou numero de aci- voto:
dez), onde se lê «2. v. 0,0282», leia-se « . . . u X 0 , 5 6 4 » . 1.° De que haja em cada laboratorio official de analy-
2. a No n.° 19 — Reacção de Baudoim — MiViau, onde ses de generos alimenticios uma collecção de medidas vo-
se lê «usando de uma gota de soluto d'este ultimo em ál- lumétricas: pipetas (chupetas), buretas (galhetas) e balões
cool (a 2 por cento) e 10CC de acido chlorhydrico, iun- marcados, rigorosamente graduados, aferidos nas reparti-
tando . . .», deverá ler-se «usando de duas gotas do so- ções officiaes da Allemanha;
luto a 1 por cento d'este ultimo em álcool a 95° C. e 10 2.° Que as analyses volumétricas sejam feitas nas con-
a 15 cc de acido chlorhydrico de densidade 1,19, juntan- dições normaes, á temperatura de 15° C., ou, quando isto
do . . . » não possa ser, os analystas usem as devidas correcções de
II volume.
Lisboa, sala das sessões da commissão dos methodos
A Commissão propõe tambem que seja adoptado como chimico-analyticos, em 5 de abril de 1904. = Antonio
modelo de boletim, a que se referem (no n.° 5) as instruc- Joaquim Ferreira da Silva. — Francisco José de Sousa Go-
ções officiaes de 31 de agosto de 1901, o seguinte: mes = Achilles Alfredo da Silveira Machado — Luiz Re-
bello da Silva = B. C. Cincinnato da Costa — José Joa-
LABORATORIO CHIMICO . . . quim dos Santos = Amando Arthur de Seabra = Dr. Iíugo
Masibaum = Dr. Otto Klein.
B o l e t i m , «le a n a l y s e ...
D . do G. n.° 138, de 20 de j u n h o do lOOõ.
Vinho ...
suas delegações, pelas quaes se effectuar o despacho de vembro ultimo, a que dentro da metade da parte dispo-
exportação, de que se trata, seja concedido a todas as va- nivel do seu fundo de viação applique a quantia de réis
silhas, qualquer que seja o seu peso, drawback, de uma 1:000$000 ao reforço das verbas do seu orçamento ordi-
forma proporcional ao que é concedido pelo n.° 11.° da nario respectivo ás obras de saneamento cVaquella villa,
portaria de 23 de outubro de 1883, observadas todas as de reparação de caminhos viccinaes e edificios do conce-
prescrições que este diploma determina. lho, e cle abastecimento de aguas.
Paço, em 10 dc maio de 1905.— Manoel Affonso de O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Espregueira. Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
D . do G. n.° 109, dc 15 do m a i o de 1 9 0 ' . 11 de maio de 1905. = R E I . = iícfecÉ?,cfo José Coelho.
D . do G. n.° 109, d e 15 d e maio de 1905.
Considerando que, conforme do processo consta, não Mostra-se que o recorrido reclamou p a r a o auditor ad-
militam razões de preferencia a favor do recorrente, mas ministrativo com os fundamentos constantes de íl.. .;
sim a favor do recorrido, porquanto este teve mais largo Mostra se que o administrador do concelho deu parte
serviço administrativo e de categoria superior ao do re- para o poder judicial do procedimento do secretario em
corrente ; relação á recusa dos requerimentos, taxando o procedi-
Considerando que a camara recorrida, nomeando o re- mento de desobedienci i; mas a Relação do Porto mandou
corrido seu secretario, não violou iei ou qualquer regula- archivar o processo por não haver crime a p u n i r ;
mento de administração publica: Mostra-se que o auditor, ouvidas as partes e inquiridas
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, as testemunhas, attendeu a reclamação do recorrido pela
negar provimento no recurso, confirmando a sentença re- sentença de fi. 162 ;
corrido. Mostra se que a camara, pela pessoa do seu presidente,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do recorreu da sentença do auditor (requerimento de íl. .1 7 1);
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Mostra-se minutar a camara a fl. 177, reflectindo o que
11 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. expôs nas suas allegações feitas perante a auditoria, acres-
D . do CV. n.° 109, de 15 do m a i o d e 1905.
centando que o recorrido devia ter acceitado de bom grado
a suspensão dos trinta dias, o que não fez com prejuizo
proprio, pois que a camara o havia j á suspendido por mais
sessenta dias, não usando de outro meio por ser violento,
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- e dever reservar-se para o ultimo extremo !!
ministrativo acêrca do recurso n.° 12:309, em que é re- Mostra se responder o recorrido a fl. 183 e alleg-ir :
corrente Antonio José da Silva Guimarães, n a qualidade — que a resolução da camara foi por tal forma injusta
de presidente da Camara Municipal do concelho de Oli- que foi logo suspensa pelo auditor, e que em virtude dVsta
veira de Azemeis, e recorrido Agostinho Nunes da Silva, suspensão a camara suspendeu o recorrido por sessenta
secretario da mesma camara, e de que foi relator o Con- dias;
selheiro, vogal effectivo, Antonio Telles Pereira de Vas- — que a camara se desorientou ameaçando o recorrido
concellos P i m e n t e l : e os tribunaes, e não sustenta na sua minuta a sua deli-
Mostra-se que o recorrido, Agostinho Nunes da Silva, beração ;
ó o secretario da Camara Municipal do concelho de Oli- — que offendeu o artigo 25.°, n.° 2.°, do Codigo Admi-
veira de Azemeis devidamente e n c a r t a d o ; nistrativo ; e
Mostra-se que em sessão de 7 de janeiro de 1904 o ve- — que no dia 5 de janeiro o recorrido não era obrigado
reador Bernardino fez uma accusação em plena c a m a r a ao a entregar os requerimentos ao administrador para a re-
recorrido, em primeiro logar, que este tivera mau proce- visão do recenseamento eleitoral, pois que a lei marca o
dimento para com o administrador do concelho, por se re- dia 16 de janeiro para se dar começo aos trabalhos de re-
cusar no dia õ do referido mês a entregar os requerimen- visão do recenseamento;
tos que tivesse para a revisão do recenseamento, o esta Mostra-se responder o Ministerio Publico a fl. 185 t\,
exigencia era feita com prazo de horas, marcado pelo ad- que se conforma com alguns dos fundamentos da sentença
ministrador; alem d'isto o vereador aecusou o recorrido recorrida, e promove a sua confirmação.
de desleixo, porque os recursos das actas eram mandados O que tudo visto e p o n d e r a d o ;
com atraso para a administração do concelho, e ainda por Considerando que a camara, votando nominalmente a
não ter affixado os éditos avisando os mancebos chamados propo.-ta de suspensão do recorrido por trinta dias, oífen-
ao serviço como supplentes, e pela falta de cumprimento deu o artigo 25.°, n.° 2.", do Codigo Administrativo;
das deliberações da camara não enviando ás redacções dos Considerando que o administrador do concelho tanto
jornaes publicados na villa os resumos das actas, e falta comprehendeu que não era da competencia da camara
de respeito da camara, pois que havia dito que «isso lá castigar o secretario por não ter satisfeito a sua exigen-
pelo couto anda tudo torto», e com um gesto ofFensivo; cia em relação a serviços a que a mesma camara é estra-
Mostra se que esta inesperada accusação collocou o se- nha, que deu parte para o judicial, onde o processo foi
cretario, que estava presente, na necessidade de se defen- mandado archivar por falta de criminalidade no acto de
der e disse: «Que era verdade ter no dia 5 do mesmo mês que foi accusado o secretario ;
de janeiro recusado entregar ao administrador do concelho Considerando que em relação a outras faltas de que o
os requerimentos por este exigidos até as duas horas e secretario foi accusado na sessão de 7 de janeiro não es-
meia da tarde, porque estava convencido de que não lhe tão provadas nos autos, mas ao contrario, e portanto des-
assistia a obrigação de cumprir, quando ainda estava eol- cabida a suspensão:
leccionando os referidos requerimentos, o nunca por des- Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
considerar a autoridade nem a pessoa que a representava, negar provimento no recurso e confirmar a sentença re-
e não tendo começado as operações da revisão do recen- corrida para todos os effeitos.
seamento; emquanto ás copias das actas as tem apresen- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocies do
tado no prazo, e quanto aos avisos aos recrutas e entrega Reino assim o tenha entendido e faca executar. Paço, em 11
dos requerimentos para o serviço do recenseamento elei- maio dc 1905. = R E I . — Eduardo José Coelho.
toral lhe parecia não ser da competencia da camara a to-
V. do G. n.° 109, de 15 dc maio dc IM.",.
mar lhe contas; que emquanto aos resumos das actas para
os jornaes só se não fez da ultima sessão por se metter de
permeio um dia santificado; e finalmente emquanto ás pa-
lavras: «isso lá pelo couto anda tudo torto», não se lem- Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
bra de ter dito semelhante frase, e que tem tido sempre Administrativo acêrca do recurso n.° 12:370, em que é
e tem pela camara toda a consideração que lhe é de- recorrente Antonio José da Silva Guimarães, na quali-
vida» ; dade de presidente da Camara Municipal do concelho de
Mostra-se ser proposta a suspensão por trinta dias, á Oliveira de Azemeis, e recorrido Agostinho Nunes da
qual se oppôs o presidente, dizendo que bastava uma cen- Silva, secretario da mesma camara, e de que foi relator
sura, e o vereador Pereira Villar votava por uma satisfa- o Conselheiro, vogal effectivo, Antonio Telles Pereira <ie
ção, pois que eram amigos do secretario, e sempre se ti- Vasconcellos Pimentel:
nham dado bem com elle; e assim foi votada nominalmente Mostra-se que cm sessão camararia dc 27 d" janeiro
a suspensão pela maioria dos vereadores presentes; i de 1904 o recorrente arguiu o recorrido dc ter, depois
Maio ií7 164 1905
de suspenso pela camara, entrado na secretaria da pela segunda vez, desmentindo o que consta da acta j u n t a
mesma camara a pedir ao secretario interino lhe pas- a fl. 4 ;
sasse uma certidão da acta da sessão em que elle re- Mostra-se responder o Ministerio Publico a fl. 113 v.}
corrido havia sido suspenso, pois que d'ella necessitava, e concordar com a sentença recorrida, promovendo a con-
e a havia requerido, e que o prazo para recorrer estava firmação d'ella por alguns dos seus fundamentos.
a lindar, impondo a lei a elle secretario uma multa de O que tudo visto e ponderado;
50$000 réis a 100$000 réis, não passando a certidão, o Considerando que os factos allegados pela recorrente e
que fizera com que o secretario intimidado passasse a em que fundamentou a suspensão do recorrido por sessenta
certidão notada pelo recorrido, e que alem d'isto abando- dias não estão provados nos autos, e na sua simplicidade
nara o serviço da camara para ir assistir a uma audiência não podem mesmo ser considerados como desleixo ou mau
do tribunal, o que muitas vezes tinha feito sem licença do comportamento do recorrido nos termos do artigo 447.°
presidente; do Codigo Administrativo;
Como esta accusação fosse feita na presença do secre- Considerando que o facto de estar suspenso o recorrido
tario, este respondeu: que tendo de instruir um recurso não o inhibia de entrar na secretaria da camara e pedir
com a certidão que havia requerido, e estando a findar o uma certidão que havia requerido para instruir um re-
prazo, fôra á secretaria da camara pedir ao secretario lhe curso, não sendo verdade que por quaesquer meios me-
passasse a referida certidão, fazendo-lhe favor prevenin- nos regulares e delicados conseguisse do secretario interino
do-o de que a lei lho impunha uma multa; que em rela- a certidão, como este mesmo declarou a fl. . . . e debaixo
ção á saida da secretaria sem licença para ir ao tribunal de j u r a m e n t o ;
que ó na mesma casa, foi para pedir ao D r . Bento o Co- Considerando que o ter o secretario saído da secretaria
digo Administrativo; que a pedido d'este lhe tinha em- para ir ao tribunal judicial, que é dentro do mesmo edifi-
prestado, e não tinha sido restituído, e não gastara nesta cio, pedir ao D r . Bento o Codigo Administrativo, gastando
diligencia cinco minutos; quatro ou cinco minutos, não constitue desleixo pelo" ser-
Mostra-se que o recorrente, não se dando por satisfeito viço publico;
com a resposta do recorrido, apresentou á camara a se- Considerando que o ter o secretario recorrido de uma
guinte proposta: «a camara considerando que os factos de deliberação da camara que affectava a sua dignidade, não
que agora é accusado o Sr. secretario representam des- constitue desobediencia, falta de respeito pela camara ou
consideração pela camara, desprezo pela deliberação que o mau procedimento :
suspendeu, e falta de cumprimento dos seus deveres, ou Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
seja mau comportamento ou desleixo, resolve suspendê-lo negar provimento no recurso, e confirmar a sentença re-
novamente por sessenta dias a contar d'este momento» ; corrida para todos os effeitos.
Mostra-se que o secretario recorrido reclamou para o O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
auditor administrativo com os fundamentos da sua petição Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
de fl. 2 ; 11 de maio de 1905. = R E I . — Eduardo José Coelho.
Mostra-se que o auditor suspendeu a deliberação da ca- D . do G. n.° 109, de 15 d e m a i o d e 1905.
mara, e abriu a audiência contraditória entre as partes,
e f. ram inquiridas as testemunhas por estas offerecidas;
Mostra-se que o auditor administrativo attendeu a re-
clamação, c da sua sentença de fl. 93 v. a fl. 98 v. vem MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
o presente recurso com os fundamentos constantes da pe-
tição e minuta de fl. 100 a 104; Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
Mostra-se tomar como fundamento do recurso, a recor-
rente, o mau comportamento do recorrido e desleixo pelo 2, a Repartição
serviço publico, nos termos do artigo 447.° do Codigo
Administrativo; Hei por bem approvar o regulamento, que me foi pre-
Mostra-se allegar o recorrido a fl. 111: sente, para a administração dos expostos e das crianças
— (pio a recorre:.ie tem vexado e oífendido o recorrido abandonadas e desvalidas do districto de Coimbra, o qual
por questão de odio politico; com este decreto baixa assinado pelo Ministro e Secreta-
— que o suspendeu simplesmente por ter sido atten- rio de Estado dos Negocios do Reino, que assim o tenha
dida a reclamação do recorrido pelo auditor, e ser por entendido e faça executar.
este suspensa a deliberação da recorrente, e tanto que, Paço, em 11 de maio de 1905.— REI.= Eduardo José
agora j á o ameaça com a demissão; Coelho.
— que á falta de argumentos a recorrente na sua mi-
nuta só se occupa dc dizer cousas feias e deprimentes Regulamento para a administração dos expostos e das crianças
para o recorrido; abandonadas e desvalidas do districto de Coimbra
— que os motivos da segunda suspensão allegados pela
recorrente são: TITULO I
o ter o recorrido entrado na secretaria da camara
depois dc suspenso, a pedir uma certidão e o ter deixado Da organização do hospicio
a secretaria para ir para o tribunal judicial, e a falta de CAPITULO I
respeito pela camara por haver recorrido de uma delibe-
ração da mesma camara que. o suspendeu; Artigo 1.° Na capital do districto continuará a funccio-
—- que é triste haver uma corporação administrativa nar o hospicio do districto de Coimbra, destinado a pres-
que assim se deixe desvairar pelos odios politicos, e que tar ás crianças necessitadas os soccorros designados no
estes luteis factos não os póde provar a recorrente; decreto de 5 de janeiro de 1888 c no presente regula-
— que o recorrido, alem de abonar o seu procedimento mento.
com os depoimentos das testemunhas que offereceu, pro- Art. 2." A acção beneficente do hospicio exerce-se:
vou que não saiu da secretaria sem licença do presidente, 1." Pela admissão a soccorro dos expostos e das crian-
c que sem falar do ridículo dos motivos da suspensão, ças abandonadas e desvalidas;
pede a attenção do tribunal para os depoimentos das teste- 2.° Pela concessão de subsidios.
munhas da recorrente e do recorrido na parte em que re- A r t . 3." Á commissão districtal compete a nomeação
ferem o que se passou na sessão em que este foi suspenso dos empregados do hospicio, a inspecção superior dos ser-
1905 165 Maio 10
viços, providenciar nos casos que não estejam regulamen- ò) Um relatorio de tudo que tiver occorrido de notável
tados, e dar as instrucções precisas para a execução de nos serviços do hospicio, acompanhado dos mappas que
todas as determinações legaes, concernentes á criação das j u l g a r necessarios;
crianças desamparadas. c) Proposta das providencias, que r e p u t a r convenientes
§ 1.° O provimento dos empregados será feito por meio para a boa administração do estabelecimento a seu cargo.
de concurso, excepto para o caso preceituado no § unico
do artigo 6.°, precedendo em ambos os casos autorização CAPITULO IV
do Governo. D o oflicial do r e g i s t o e do a m a n u e n s e
§ 2.° As condições do concurso, que será documental,
são elaboradas, afora o que ficar prescrito neste regula- A r t . 9.° Ao official do registo i n c u m b e :
rmente, pela commissão districtal. 1.° Lançar os termos da entrada e saida das crianças
e fazer o restante serviço de escrituração e contabilidade ;
CAPITULO II 2.° Autorizar a entrada das crianças, n a falta do direc-
tor, conforme os termos d'este r e g u l a m e n t o ;
D o s e m p r e g a d o s e a u x i l i a r e s (lo h o s p i c i o
3." T e r em boa guarda e arrecadação, sob sua respon-
b
A r t . 4. Os empregados do hospicio e seus respectivos sabilidade, todos os livros e mais papeis do archivo;
vencimentos são: 4.° Passar certidões dos documentos existentes no ar-
chivo, depois de obtido despacho do d i r e c t o r ;
U m director 360#000
5.° Residir no hospicio e permanecer na secretaria, du-
Um official de registo 30C$000
rante o tempo marcado pelo director.
Um amanuense 2005000
A r t . 10.° O amanuense é encarregado de collocar ao
U m thesoureiro 240^000
pescoço das crianças o sêllo que, pela classe e numero cle
U m a regente 72^000
ordem, lhes pertencer, na forma estabelecida no artigo 34.°,
§ unico. O director do hospicio tem um substituto re- logo depois de feito o registo respectivo, e, alem d'isto, de
munerado nos termos do artigo 7.° coadjuvar o official do registo e de o substituir nas suas
A r t . 5.° Alem dos empregados h a v e r á os seguintes au- faltas e impedimentos.
xiliares : CAPITULO V
Uma enfermeira;
Do t h e s o u r e i r o
U m a ama cle sêco;
Amas de leite em numero sufficiente; A r t . 11.° Ao thesoureiro do hospicio i n c u m b e :
Duas criadas; 1 P r e s t a r a caução arbitrada pela commissão distric-
U m criado p a r a serviço e x t e r n o ; tal, antes de entrar em exercicio;
Uma lavandeira. 2.° Arrecadar toda a receita do hospicio, mediante co-
§ unico. O director contrata, suspende e despede estes nhecimentos em duplicado, assinados pelo presidente da
auxiliares. commissão districtal e subscritos pelo secretario, os quaes
CAPITULO III
o thesoureiro tambem assinará, depois de cobrados;
3.° Satisfazer todas as ordens de pagamento que lhe
Do d i r e c t o r apresentarem, assinadas pela maioria dos membros da
A r t . G.° O logar de director do hospicio e o de substi- commissão districtal, pela forma que lhe for determinada,
tuto do director serão pi-ovidos em medicos de reconhe- cobrando os recibos competentes.
cida probidade e competencia. O thesoureiro do hospicio que satisfizer qualquer ordem
§ unico. Vagando o logar de director é nelle provido, de pagamento que não esteja na forma legal será respon-
por promoção, o substituto do director. sável pela quantia indevidamente paga.
A r t . 7.° No impedimento do director vencerá o seu 4.° Apresentar á commissão districtal annualmente, e
substituto, durante o tempo que servir, uma gratificação todas as mais vezes que lhe for ordenado, a conta cla re-
correspondente ao ordenado do director. ceita recebida e dos pagamentos effectuados.
A r t . 8.° Ao director c u m p r e :
1.° Visitar diariamente o hospicio, conservando-se nelle CAPITULO VI
o tempo necessário, conforme as exigencias do serviço;
Da regente e da e n f e r m e i r a
2.° Autorizar a entrada e saida das crianças;
3.° Regular e dirigir o serviço dos empregados e auxi- A r t . 12.° A regente e a enfermeira deverão saber ler
liares do hospicio e propor a suspensão e demissão d'aquel- e escrever, c^ter bom comportamento moral e religioso.
les, quando commetterem faltas que mereçam estas p e n a s ; A r t . 13.° A regente compete:
4 . ° Vigiar e fiscalizar o serviço da criação de todas as 1.° Receber as crianças que forem admittidas no hos-
crianças soccorridas pelo hospicio, e applicar as penas au- picio, tomando nota da entrada segundo os termos das
torizadas por este regulamento; guias que as acompanham, e fazê-las depois conduzir á
5.° E x e r c e r as funcções de clinico do hospicio e velar igreja para serem baptizadas, se o não tiverem sido antes
pelas condições hygienicas d'este estabelecimento; da admissão;
6.° E n v i a r á commissão districtal nos primeiros dias de 2.° Vigiar pelo bom tratamento das crianças e pelo
cada mês, com relação ao anterior, os balancetes da re- comportamento da enfermeira, clas amas, criadas e criado,
ceita e despesa e os mappas da existencia e movimento devendo participar immediatamente ao director quaesquer
dos expostos e das crianças abandonadas e desvalidas; faltas que comettam;
7.° Apresentar á commissão districtal, em outubro de 3.° E n t r e g a r as crianças com os respectivos enxovaes
cada anno, um projecto de orçamento da despesa do hos- ás amas externas, paes ou p a r e n t e s que lhe forem indi-
picio, para o anno futuro immediato, com relação a todo cados pelo director, notando a entrega no livro cuja es-
o serviço dos expostos, das crianças abandonadas e des- crituração lhe incumbe;
validas e das pessoas subsidiadas; 4.° Conservar em bom asseio a casa do hospicio e cui-
8.° Apresentar á commissão districtal, em abril de cada dar da economia domestica da mesma;
anno: õ.° Requisitar dos fornecedores as quantidades de ge-
a) Uma relação dos expostos, das crianças abandonadas neros necessarios p a r a alimentar a população do estabe-
e desvalidas, seu destino e mortalidade no anno civil an- lecimento, verificando a exactidão dos pesos e medidas e
terior ; a sua boa qualidade, na occasião de os r e c e b e r ;
Maio ií7 166 1905
6.° F a z e r no fim de cada mês as folhas dos generos 2.° Pela mudança de condições dos paes dos soccorridos,
adquiridos no mercado publico, do combustivel e das ou d'estes, que importe a desnecessidade da prestação de
despesas m e u d a s ; soccorro;
7." Conservar debaixo da sua guarda e responsabilidade 3.° Quando completem sete annos de idade, salvo o dis-
todas as roupas, alfaias e mobilia pertencentes ao hospi- posto no artigo 47.°, § unico, n.° 2.°
cio, as quaes serão devidamente inventariadas ; A r t . 22.° Os expostos poderão ser apresentados no hos-
8." F a z e r ao director as requisições que j u l g a r neces- picio, com os objectos que lhes pertençam, a qualquer
sarias, tanto em relação ao material como ao pessoal do hora, e as crianças abandonadas e desvalidas, a não cor-
hospicio. rerem risco de vida, somente desde as nove horas da ma-
A r t . 1 4 ° A enfermeira incumbe cuidar dos doentes, nhã até as quatro da tarde.
que estiverem no hospicio, coadjuvar a regente e substi- A r t . 23.° P a r a que os expostos possam ser recebidos
tui-la rias suas faltas e impedimentos. no hospicio, devem ir acompanhados de guia, em dupli-
Art. 15.° A regente e a enfermeira são obrigadas a re- cado, da autoridade administrativa ou policial, na qual ex-
sidir no hospicio, de onde não podem sair sem licença do pressamente se declare o seguinte:
director. 1.° Nome, morada e estado de quem encontrou a criança ;
C A P I T U L O VII 2.° Dia, hora e local em que foi e n c o n t r a d a ;
3.° Que. foi baptizada, se appareceu fóra clo concelho de
D a s a m a s (le l e i t e , c r i a d o s e l a v a n d e i r a Coimbra, nome que lhe foi posto, igreja e dia em que teve
A r t . 1G.° As amas internas são obrigadas: logar o baptismo;
1." A tratar com o máximo desvelo as crianças de que 4.° Designação do sexo e de qualquer deformidade ou
forem e n c a r r e g a d a s ; sinal externo que distinga a criança;
2.° A trazê-las no melhor estado de limpeza e cle asseio ; õ.° Quaesquer escritos que a acompanhem, individua-
3." A desempi nliar no hospicio o serviço que lhes for ção e cores dos vestidos e roupas com que foi encon-
ordenado pela regente e que seja compativel com a sua trada ;
principal missão. 6.° Nome, estado e morada da pessoa que conduzir a
Art. 17." As criadas o amas estão subordinadas á re- criança, e numero de kilometros a percorrer ató o hos-
gente o sem previa licença d'esta não poderão ausentar-se picio.
clo hospicio. § unico. Quando o exposto seja encontrado cle noite na
Art. 18.° (.) criado e a lavandeira, no exercicio da sua cidade de Coimbra, póde ser logo admittido no hospicio
profissão, cumprem os deveres que lhes forem designados pelo official clo registo, se vier acompanhado por um
pelo di eM;c>v. guarda da policia civil, passando este uma guia proviso-
CAPITULO VIII
ria, quo será substituída pela definitiva no prazo de vinte
e quatro horas.
Do a r c h i v o A r t . 2-!.° O official do registo depois cle examinar e
Art. 19.° No archivo deverá haver livros para o registo conferir todos os objectos mencionados na guia e entre-
da admissão d i s crianças; para o registo da entrega das gues pela conductora, lavrará, no livro proprio, termo em
mesmas ás p -ssoas designadas neste regulamento; p a r a o que sejam exaradas todas as circunstancias constantes da
registo de attestados e outros documentos que provem a guia, bem como a idade apparente da criança e qualquer
identidade das crianças admittidas lio hospicio e da pes- outro indicio que possa interessar.
soa a p r e s e n t a n t e ; para as contas correntes com as amas A r t . 25.° D ' e s t e termo extrahirá o official do registo
c subsidiadas e com o cofre clo hospicio; para os inventa- copia autentica, que o director remetterá sem demora á
rios dos moveis pertencentes ao estabelecimento e para os commissão districtal, para ser transcrita no livro a esse
restantes serviços. fim destinado e archivada.
§ unico. A escrituração e contabilidade serão feitas em Art. 2G.° A admissão definitiva das crianças abando-
harmonia com as disposições legaes e as do presente re- nadas c desvalidas tem logar mediante deliberação da
gulamento. commissão districtal sobre requerimento dirigido ao respec-
tivo presidente, acompanhado dc attestados do parocho,
TITULO II junta de parochia, regedor e escrivão de. fazenda, e de
Da admissão das crianças informação circunstanciada cla camara municipal c admi-
nistrador clo concelho, de modo que se mostre que a
A r t . 20." São admittidos no hospicio districtal, até aos criança ficava desamparada, não se realizando a admissão.
seto annos de idade: § 1." D'estas informações deverá constar o seguinte:
1." As crianças nascidas de paes incógnitos, que as 1.° Nome, estado, profissão e residencia do r e q u e r e n t e ,
desampararam (e.rpostosj ; e relação de parentesco ou outra em que se ache com a
2." Os filhos de pessoas miseráveis que por morte, pri- criança;
são, degredo, avançada idade ou molestia grave de seus 2.° Nome. idade, profissão e residencia dos paes d'esta,
paes não puderem ser alimentados por elles, ou não tive- se forem vivos, seus rendimentos ou salarios e contribui-
rem parentes que os alimentem (crianças desvalidas) ; ções que pagam ao Estado ;
.">." Os filhos de paes conhecidos quo desappareceram, 3.° Nome, idade, sexo, naturalidade e situação da
nào deixando quem velasse por elles (crianças abandona- criança;
das). 4.° Se a criança tem parentes que, nos termos da lei
t? unico. Os filhos de pessoas miseráveis, que não tive- civil, lhe devam alimentos e possam prestar-lh'os, quaes
rem profissão, ou que habitualmente se embriaguem, men- elles sejam, suas circunstancias e rendimentos.
diguem, ou exerçam mesteres vergonhosos, são conside- § 2." Quando a admissão for requerida por motivo de
rados como abandonados moralmente c poderão, a requi- doença grave dos paes, deverá juntar-se attestado j u r a d o
sição da autoridade administrativa, ser equiparados aos passado pelo facultativo municipal respectivo.
abandonados, a quo se refere este regulamento, quando § o." Se a admissão for solicitada por prisão demorada
os paes consentirem. ou degredo dos paes, deverá o requerente apresentar do-
Art. 21." (Yssa o direito a soccorro: cumento cla autoridade judicial, com que prove a con-
1." Quando os paes, parentes, corporações dc benefi- demnação.
cencia, ou outras pessoas idóneas tomem os soccorridos a § 4.° Se o pedido de admissão disser respeito a alguma
seu cargo; criança moralmente abandonada (artigo 20.°, § unico),
167 Maio 10
1905
isto é nascida e mantida em meio familiar perigoso p a r a que as criem, excepto se o seu estado de saude ou conve-
o seu desenvolvimento physico e moral, deverá o reque- niencia importante do serviço exigir a sua conservação
rimento vir acompanhado de um auto administrativo que temporaria no hospicio.
demonstre cabalmente, com prova testemunhal idónea, os A r t . 36.° Aquellas mulheres que p r e t e n d e r e m ser amas
vicios, ou profissão vergonhosa dos paes e o consenti- do hospicio apresentar-se-hão ao director d e s t e estabele-
mento d'estes p a r a a internação d a criança. cimento munidas dos seguintes d o c u m e n t o s :
A r t . 27.° Nos casos urgentes," attestados pelo parocho, 1.° Attestado do parocho, pelo qual se prove o seu es-
regedor ou facultativo, conforme o caso requeira, o direc- tado, idade, profissão o residencia, que teem aptidão mo-
tor do hospicio é autorizado a conceder a admissão pro- ral e vivem em razoaveis condições;
visoria das crianças abandonadas ou desvalidas, quando 2.° Declaração da idade do filho e, quando fallecido,
venham acompanhadas de guia, em duplicado, do admi- do obito.
nistrador do concelho, ou do commissario cie policia, com § unico. E s t e s documentos serão passados cm h a r m o n i a
as informações designadas nos paragraphos do artigo an- com os modelos que para esse fim os parochos requisita-
tecedente. rão ao director do hospicio.
§ unico. A autoridade que passar esta guia lavrará A r t . 37.° Apresentados os documentos a que se r e f e r e
auto, que dentro de tres dias enviará á commissão districtal, o artigo anterior, as candidatas a amas do hospicio serão
de onde constem os esclarecimentos determinados no ar- examinadas pelo director do estabelecimento, que decidirá
tigo anterior, a fim d'esta deliberar sobre a admissão. da sua aptidão physica, podendo, para obter os esclareci-
A r t . 28.° As crianças que vierem acompanhadas de mentos que julgar convenientes, solicitá-los das autorida-
guia em duplicado do administrador dos hospitaes da uni- des administrativas, policiaes, sanitarias ou outras.
versidade podem ser admittidas provisoriamente no hos- A r t . 38.° H a v e r á no hospicio um livro de matricula,
picio, emquanto as mães permanecerem no hospital impe- para nelle se inscreverem todas as pessoas que pretende-
didas de as alimentar. rem encarregar-se da criação de crianças, designando-se
Art. 29.° O official do registo lavrará, em livros espe- o nome, naturalidade, residencia, estado, condição e modo
ciaes, termos de admissão das crianças abandonadas ou de vida das pretendentes.
desvalidas, nos quaes se observarão as disposições appli- A r t . 39.° As crianças serão distribuídas, com a possivel
caveis do artigo 24.° igualdade, pelas amas externas, preferindo-se as dos con-
A r t . 30.° O director dará logo conhecimento á com- celhos onde a experiencia tenha mostrado que são mais
missão districtal das admissões provisorias que houver bem tratadas. O director do hospicio fará avisar as amas
feito. por intermedio do respectivo parocho, quando tenham de
Art. 31.° Os duplicados das guias, com as notas de vir tomar conta de alguma criança.
estar cumprido o seu fim, serão entregues aos portadores, § unico. Serão principalmente preferidas, das amas ex-
que as restituirão ao funccionario de quem as receberam. ternas, as que tiverem passado algum tempo da gravidez
A r t . 32.° A mulher que conduzir a criança ao hospicio, nos hospitaes da Universidade e ali tiverem tido o parto.
e que deve ser apta para a amamentar, quando de tal A r t . 40.° Serão entregues as crianças ás amas com todo
precise, pagar se-ha a conducção á razão de 20 réis por o enxoval com que entraram no hospicio e, na falta d'este,
kilometro de caminho percorrido até a entrega. com vestuario apropriado.
A r t . 33.° Quando os parentes que possam e devam ali- § 1.° No livro competente, sob o termo dc admissão, o
mentar as crianças se recusarem a fazê-lo, poderão estas official do registo lançará nota da entrega, contendo o
ser recebidas no hospicio, somente durante o tampo ne- nome da ama, o numero da medalha e a referencia á conta
cessário para haverem os alimentos, estando nas condições corrente dos salarios que ha de vencer,
d'eate regulamento. § 2.° Notas analogas serão tomadas sempre que as
crianças recolham ao hospicio, mudem de ama, sejam en-
TITULO III
tregues aos paes, a parentes ou a instituições de benefi-
Da criação das crianças cencia, fallcçam ou terminem a criação em poder das
amas.
Art. 34.° Logo que uma criança esteja admittida e la- § 3.° O termo da criação, o fallecimento e a entrega
vrado o respectivo termo, proceder-se-ha pela forma se- das crianças será communicado pelo director do hospicio,
guinte : sem demora, á commissão districtal, para ser o facto com-
1." Ser-lhe-lia collocado ao pescoço um sêllo de chumbo, petentemente registado no livro respectivo, quando se re-
suspenso por um cordão resistente, de linho, disposto de fira a expostos.
modo que não constranja a criança nem possa tirar-se § 4.° S e m p r e que alguma criança for dada para criação
pela cabeça. externa, o director do hospicio fará avisar o administra-
O sêllo fixará solidamente as pontas da cordão e terá dor do concelho, a j u n t a de parochia e o facultativo mu-
impressa no anverso uma legenda com o nome do hospicio, nicipal p a r a que vigiem a criação, conforme determinam
a letra E, A ou D, conforme for exposta, abandonada ou os artigos 3õ.°, 3G.° e 38.° do decreto de õ de janeiro de
desvalida, o numero de ordem e a data da admissão; e no 1888.
reverso : Expostos — Abandonados — Desvalidos. A r t . 41.° As amas externas são obrigadas:
2." E m seguida será entregue a criança á regente do 1.° A apresentar as crianças immediatamente, aos re-
estabelecimento, que lançará no livro proprio a nota da gedores e aos presidentes das juntas de parochia, para po-
sua entrada e a confiará a uma das amas internas, até que rem o visto nas guias e fiscalizarem a criação.
possa ser posta em criação externa. 2.° A alimentá-las, vesti-las e cuidar d'ellas como se fos-
3." Se da guia de admissão não constar que foi bapti- sem seus proprios filhos.
zada, cumpre á regente fazê-la conduzir á igreja parochial, 3.° A levá-las a vaccinar e a apresentá-las cm qualquer
•a fim da receber o baptismo, não deixando de se Ília dar local que lhes for indicado pela competente autoridade.
o nome indicado em algum escrito que a acompanho. 4.° A não mudarem de residencia, sem o participarem
4.° V r eri!icando-se que a criança não foi vaccinada con- ao director do hospicio.
tra a variola, pratiea-se a vaecinaçSo, sc a criança tiver a õ. 0 A tratar as crianças nas suas enfermidades com ca-
idade conveniente, e deixa-se ficar no hospicio até com- rinho e amor maternal, observando rigorosamente as pres-
pleta evolução das pústulas vaccinaes. crições do medico do partido, e a apresentá-las ao direc-
Art. 35. 0 Cumprido o disposto no artigo antecedente, as tor do hospicio, quando a doença seja grave ou muito de-
crianças serão immediatamente confiadas a amas externas, morada.
Maio ií7 168 1905
6.° A participar immediatamente ao regedor da fregue- ou quando, salvo caso de impedimento provado, desobede-
sia o fallecimento da criança, para este cortar o cordão çam ás ordens que competentemente lhes sejam dadas.
do sêllo, que será remettido pelo administrador ao direc- § 1.° Nos casos dos n.° 5 1.°, 2.° e 3.° serão despedidas
tor do hospicio, e a declarar ao mesmo regedor, para ser as amas.
exarada no titulo de criação, a data do obito, o qual será § 2.° A ama que abandonar a criação de alguma criança,
communicado logo pelo respectivo parocho ao director do entregando-a a outrem, perderá todos os vencimentos que
hospicio. ao tempo haja para receber, alem de incorrer na respon-
7.° A concorrer pessoalmente com a criança, e munida sabilidade criminal que lhe cabe pelo artigo 347.° do Co-
do competente titulo, aos actos de pagamento, ao hospicio digo Penal.
por ordem do director, ás revistas que forem determina- § 3.° A ama que apresentar a criança com o cordão do
das, e a cumprir todas as mais condições expressas no ti- sêllo partido, não tendo procedido como determina o n.° 8.°,
tulo e neste regulamento. § unico do artigo 41.°, poderá ser ordenada a entrega im-
§ unico. Exceptuam se os casos de impedimento das mediata d'esta, perdendo os vencimentos a que tiver di-
amas e de doença das crianças. No primeiro caso podem reito.
as amas fazer-se representar por pessoa idónea, indicada T I T U L O IV
pelo parocho no attestado com que se deve justificar o Do destino dos expostos e das crianças abandonadas
impedimento, no segundo deve a doença da criança ser
e desvalidas
comprovada por attestado medico.
8." A conservar permanentemente nas crianças as me- A r t . 47.° Logo que os expostos perfaçam sete annos,
dalhas que antes da entrega lhes são lançadas ao pescoço. serão postos á disposição da magistratura a quem a lei
§ unico. Quando lhes parecer que o cordão está pro- administrativa incumbir d'esse mester, nos termos do ar-
ximo a quebrar, deverão trazer as crianças ao hospicio tigo 285.° do Codigo Civil.
para lhes ser posto outro, e quando quebre por aconteci- § unico. Emquanto se não regulamentar e tornar pra-
mento imprevisto apresentar-se hão logo ao regedor com tica a execução d'este artigo do Codigo Civil, observar-
duas testemunhas idóneas e presenciaes do facto, haven- se-ha o seguinte :
do-as, e, na falta d'estas, com duas pessoas de reconhe- 1.° Quando os expostos forem entregues no hospicio
cida probidade que certifiquem a identidade da criança, proximo ao termo da criação, cumpre ao director dar-lhes
para que, verificado que seja não existir fraude ou subs- o rumo de vida que lhes for mais vantajoso, tendo em
tituição do exposfo, lhes passe attestação jurada do facto vista o disposto no artigo 43.° do decreto de 5 de janeiro
e da identidade da criança, indicando alguns sinaes parti- de 1888. O director communicará á junta de parochia e
culares d'ella, a fim de não haver duvida alguma na collo- ao administrador do concelho e camara municipal do do-
cação do novo cordão e medalha. micilio dos menores, o seu nome e os das pessoas a quem
• A cumprir em relação aos expostos, ás crianças ficam encarregados.
abandonadas c ás desvalidas, o preceituado no n.° ?>." do 2." Quando os expostos entregues no hospicio forem
i? unico do artigo 47.° idiotas, cegos, surdos-mudos ou tiverem outro defeito
Art. 42.° Fallecendo alguma ama, o parocho ou o pre- physico ou moral que os inhabilite para o trabalho, serão
sidente da j u n t a de parochia o communicará logo ao di- sustentados pelo hospicio e collocados, sempre que seja
rector do hospicio, que providenciará para que a criança possivel, em estabelecimento adequado á sua molestia.
s e j a recolhida sem demora ao estabelecimento. 3.° Quando as amas os não entregarem antes de com-
>5 1 N e s t e caso a conductora apresentará guia, cm du- pletarem sete annos, ficarão obrigadas a sustentá los e
plicado, do administrador do concelho e receberá remune- educá-los, sem direito a remuneração alguma, salvos os
ração da conducção, na razão de 20 réis por kilometro casos especificados no numero anterior, porque nestes não
d e caminho percorrido na vinda. subsiste aquella obrigação. Logo que algum exposto ter-
v; 2." Sc a ama fallecida deixar viuvo, poderá a criança mine a criação, ficando em poder da ama, o official do
ser confiada a este, apresentando attestado do parocho registo consignará o facto no livro competente, sob o
q u e abone a sua competencia e tendo a criança mais dc termo de admissão e o director participa lo-ha á commis-
dois annos do idade. são districtal, a fim de ser mencionado no livro respectivo,
Art. 43.° As amas externas vencerão por mês, até um e commnnicá-lo-ha igualmente á camara municipal, admi-
anno de idade da criança, 3 ,$000 réis e depois d'esta idade nistrador do concelho c j u n t a de parochia respectivos,
1 ;V)00 reis. declarando o domicilio dos menores, o seu nome e o da
Art. 41." As amas externas receberão adcantada, no acto pessoa a quem ficam encarregados.
da entrega da criança, a importancia do primeiro mês da Art. 48.° Averiguando-se em qualquer epoca da criação
criação e um titulo conforme o modelo em uso. que o exposto nasceu em concelho estranho ao districto de
* unico. Se a criança fallecer ou for entregue volunta- Coimbra, a commissão districtal solicitará á camara muni-
riamente pela ama, antes de terminado o primeiro mês da cipal respectiva a acceitação immediata do exposto e a
criação, ou a ama levará outra, descontando-se-lhe o de- indemnização das despesas feitas. Havendo contestação,
vido, ou restituirá em dinheiro o saldo que não venceu. será esta resolvida pelo S u p r e m o Tribunal Administrativo.
Art. 4T>.° As amas teem direito a um subsidio de tran- Art. 49.° Sabendo-se quem são os paes dos expostos,
sito, dc 30 réis por kilometro na vinda, quando forem por declaração dos mesmos paes ou por investigação da
mandadas trazer as crianças ao hospicio para serem entre- autoridade, e estando estes em condições de os receber,
gu"s ás familias. ser-lhes-hão entregues, sem prejuizo da responsabilidade
Art. 4<i." Tanto as amas externas como as internas, que lhes possa caber pelo facto da exposição.
pe lem ser despedidas ou punidas com descontos noa seus § 1.° Os paes ou parentes que voluntariamente venham
vencimentos ou privadas d'elles, por decisão do director reclamar algum exposto deverão requerer a sua entrega
do hospicio, conforme a gravidade das faltas, nos seguin- ao director do hospicio, especificando no requerimento a
tes casos : qualidade em que se apresentam e todos os sinaes ou in-
1." Quando as suas aptidões physieas ou moraes se dicações necessarias para se estabelecer a identidade da
tornem impróprias para a boa criação da criança ; criança; e, outrosim, deverão justificar a s u a p r ó p r i a com
2." Quando se averigue que vivem em commum com testemunhas idóneas.
pessoas atacadas de molestia contagiosa; § 2.° A mãe coagida pelas autoridadas a tomar conta
•"'." Quando maltratem as crianças ; de seu filho apresentar-se ha, para esse fim, ao director
-1." Quando faltem ás obrigações que lhes são impostas, do hospicio munida de guia, em duplicado, passada pela
1905 169 Maio 10
autoridade administrativa ou judicial que a obrigou, e n a menos de um anno de idade, nascidas no territorio do dis-
qual se contenham os esclarecimentos precisos p a r a se tricto.
reconhecer a criança. 1.° Aos paes casados impossibilitados de adquirir meios
§ 3.° A pessoa a quem dever ser entregue o exposto, de subsistencia p a r a si e sua familia, por doença, ou por
é obrigada a indemnizar o hospicio da despesa feita com outro motivo de força m a i o r ;
a sua criação, excepto provando que é pobre, por attes- 2.° Ao pae viuvo, á mãe viuva ou abandonada pelo ma-
tado do seu parocho e do escrivão de fazenda, e em caso rido, aos avós, parentes ou pessoas caritativas que hajam
de recusa será compellida por acção competente com in- tomado a seu cargo as crianças e que estiverem nos casos
tervenção do Ministerio Publico, nos termos do alvará de do numero a n t e r i o r ;
18 de outubro de 1806 e artigo 3.°, § unico, do decreto de 3.° Aos paes de familia numerosa com mais de cinco
5 de janeiro de 1888. filhos, quando provem que n e n h u m d'estes póde ganhar
A r t . 50.° Reconhecida a identidade das pessoas, o di- salario e que o dos paes seja notoriamente insufficiente;
rector f a r á lavrar no livro respectivo, pelo official do re- 4." Ás mães de gemeos, embora tenham saude e possam
gisto e p e r a n t e testemunhas, um auto publico da entrega, trabalhar ;
em que fique exarado que a pessoa realmente verificou 5.° Ás mulheres que tiverem o seu p a r t o no hospital,
que o exposto é o proprio e, sendo pae, mãe ou parente, ainda que sejam validas e ás amas internas do hospicio,
que o reconhece por seu filho ou p a r e n t e e se obriga a emquanto exercerem este cargo ;
tratá-lo como tal e a apresentá-lo a qualquer autoridade, 6.° Ás mães naturaes que se encontrem nas condições
quando esta o requisite. dos n.° 5 1.°, 3.°, 4.° e 5.° d'este artigo.
§ unico. Do auto extrahirá o official do registo u m a § unico. A nenhum individuo será concedido subsidio
copia autentica que o director remctterá, sem demora, á de lactação, exceptuando as amas internas do hospicio,
commissão districtal p a r a ser transcrita no livro proprio sem provar que é muito pobre, que não é mal compor-
e archivada, conforme determina o § 3.° do artigo 40.° tado, que, sendo pae ou mãe, não cria filhos alheios e a
d'este regulamento. existencia da criança.
A r t . 51.° As crianças abandonadas ó applicavel o dis- A r t . 56.° A commissão districtal votará annualmente
posto nos artigos anteriores d'este titulo e ás desvalidas, a quantia destinada a subsidios de lactação, a qual, de-
admittidas definitivamente, são somente applicaveis os ar- pois cle approvado o orçamento, será distribuída pelos con-
tigos 47.° e 50.°, participando o director a entrega á com- celhos do districto, tendo em vista a sua população, me-
missão districtal. dia dos nascimentos, condições proprias e recursos de be-
Art. 52.° E m caso de admissão de abandonados ou neficencia local.
desvalidos por causas de duração temporaria, logo que A r t . 57.° A importancia do subsidio pecuniário conce-
estas cessem, a autoridade administrativa que tiver pro- dido a cada agraciada será fixada, n a occasião do despa-
movido a admissão, obrigará a mãe, pae ou p a r e n t e a cho, segundo as suas circunstancias, conforme algum dos
quem o encargo competir, a apresentar-se no hospicio p a r a typos seguintes:
os receber, passando-lhes guia, cm duplicado, onde se de- Subsidio ordinario, 1$000 réis.
signem o fim da apresentação e os esclarecimentos neces- Subsidio medio, 1^500 réis.
sarios para se estremar a criança. Subsidio máximo, 2$500 reis.
§ unico. Applicar-se-ha tambem neste caso, quando se § unico. O subsidio máximo somente poderá ser conce-
trate de crianças abandonadas, o disposto no artigo 40.°, dido quando a mãe agraciada não possa amamentar, sendo
§ 3.°, e quando sejam desvalidas, lavrará o official do re- a impossibilidade verificada pelo director clo hospicio, ou
gisto um auto da entrega, analogo ao mencionado no ar- quando a criança seja orfã cle m ã e ; em ambos os casos,
tigo Õ0.°, que o director tem logo dc participar á com- com a obrigação de contratar ama em condições proprias
missão districtal. para a criação.
Art. 53.° A respeito das crianças desvalidas admittidas A r t . 58.° O subsidio de lactação principia desde o facto
provisoriamente em virtude dc requisição do administrador que o motivou e termina findos doze meses cle idade d a
dos hospitaes da Universidade observar-se-ha o seguinte: criança, ou mais seisi meses, quando esta tenha doença
1.° Logo que a mãe tenha alta, o administrador dos provada com attestado j u r a d o do meclico municipal.
hospitaes da Universidade a f a r á acompanhar ao hospi § unico. Antes de terminar este prazo de tempo cessa
cio, munida de guia em duplicado, a fim de receber a o subsidio cle lactação, desaparecendo qualquer clas con-
criança que lhe p e r t e n c e ; dições que o justificaram, morrendo a criança, ou sendo
2.° Se a mãe fallecer, ou se inutilizar physica ou mo- esta recebida no hospicio como desvalida, emquanto for
ralmente emquanto durar a admissão provisoria, o admi- amamentada no estabelecimento.
nistrador dos hospitaes participará o facto ao director do Art. 59.° As pessoas que pretenderem subsidios de lac-
hospicio e este requisitará do administrador do concelho tação apresentarão á commissão districtal, antes que a
de onde for natural a criança que organize sem demora criança completo tres meses de idade, salvo o fallecimento
o processo necessário para a sua admissão definitiva, ou cla mãe, directamente ou por meio da autoridade admi-
a faça solicitar da commissão districtal pelos parentes a nistrativa, o seu requerimento acompanhado de docu-
quem competir, quando estes não possam, na forma da mentos que assegurem a existsncia dos motivos que ade-
lei, sustentá-la. gam.
A r t . 54." Os duplicados das guias a que sc referem os As condições geraes, especificadas no § unico do ar-
artigos 49.°, § 2.°, 52.° e 53.°, n.° 1.°, serão restituidos tigo 55.°, demonstram-se:
ás pessoas interessadas, com a nota de sc ter effectuado 1.° Por certidão cle idade da criança, extrahida do re-
a entrega, para que os apresentem ao funccionario que os gisto parochial ou do registo civil e indicação exacta da
houver passado. sua m o r a d a ;
TITULO V 2.° Por attestado com o nome, filiação, idade aproxi-
mada, estado, residencia, profissão, salario medio, com-
Da concessão de subsidios portamento moral c civil da pessoa que requer, e decla-
CAPITULO I ração de que não cria filhos alheios — sendo a mãe —
passados pelo parocho, regedor, camara municipal e com-
Subsidios de lactação
missario de policia para os individuos residentes em Coim-
Art. 55.° A commissão districtal póde, ouvido o director bra ou administrador do concelho respectivo p a r a os do
do hospicio, conceder subsidio para lactação a crianças, de J restante territorio do districto;
Maio ií7 170 1905
pectivos, quer para as amas externas, quer para as pes- minado, serão devolvidas á commissão districtal no dia de-
soas subsidiadas com subsidio de lactação. cimo quinto depois de aberto.
§ 1.° Nas folhas das amas far-se-hão os descontos com- § unico. No fim das folhas virá indicada a quantia re-
pstentes que resultarem, ou da entrega adeantada do pri- cebida pela camara p a r a o pagamento, a despendida real-
meiro mês da criação (artigo 44.° e seu paragrapho) ou mente e o saldo, se o h o u v e r ; este termo será escrito pelo
de multas impostas pelo director do hospicio, nos termos secretario da camara, assinado por elle e pelo presidente.
do artigo,40.° Na mesma folha o medico certificará ter feito a inspecção
§ 2.° As mulheres subsidiadas contar-se-ha na folha, no e o resultado d'ella.
fim do trimestre em que foram agraciadas, a quantia cor- A r t . 81.° Nenhum pagamento de subsidio de parturição
respondente a todo o tempo decorrido desde o nascimento será feito á interessada ou a quem legalmente a repre-
da criança até essa data. sentar (artigo 77.°, § 1.°) pelo thesoureiro da camara res-
§ 3." Se alguma criança for internada no hospicio como pectiva, senão depois dc lhe ser apresentado, com o titulo,
desvalida, sendo filha de mulher subsidiada, descontar-se- attestado do medico, do parocho ou do regedor, prece-
ha á mãe, na folha, a quantia correspondente ao tempo dendo informação idónea, com que a agraciada prove
em que foi amamentada no estabelecimento, conforme o ter-se conservado dc cama, sem trabalhar, durante os dez
artigo 58.°, § unico. dias consecutivos ao parto.
§ 4.° Ás mães agraciadas com subsidio de lactação que § unico. A falta de apresentação d'esto attestado den-
houverem j á recebido o de puerperalidade será descon- tro do prazo de vinte dias, contados do nascimento da
tada na folha a importancia d'este, pela forma designada criança, importa a annullação do subsidio.
tio artigo 72.°, § 2.° A r t . 82." Semelhantemente nenhum subsidio de puer-
§ õ.° As amas ou subsidiadas p a r a lactação que não peralidade será pago pêlo thesoureiro da camara compe-
comparecerem no prazo de quinze dias depois de aberto o tente, sem que junto com o titulo lhe seja entregue um
pagamento serão inclnidas addicionalmente na folha se- attestado do parocho ou do regedor, devidamente infor-
guinte. Se faltarem, porem, novamente ao primeiro paga- mados. em que se certifique, embora seja fallecida a criança,
mento que se efiéctnar, depois de addicionadas uma vez, que a subsidiada, durante os quarenta dias que se segui-
não entrarão mais em folha sem o requererem á commis- ram ao parto, não executou nenhum trabalho penoso ou
são districtal. que exija esforço physico considerável.
Art- 75.° Os pagamentos serão feitos aos trimestres, na A r t . 83.° São applicaveis ao pagamento dos subsidios
casa da camara municipal do concelho onde as amas e sub- de parturição c de puerperalidade os preceitos geraes d'cste
sidiadas para lactação tiverem a sua residencia, á vista do capitulo.
titulo respectivo, pelo thesoureiro do municipio, com a as- Art. 84.° A quantia que restar dos pagamentos, ou por-
sistência do presidente e secretario da camara e do me- que sobejou, ou porque algumas das pessoas interessadas
dico do partido, em dias previamente annunciados pela ca- se não apresentaram a receber, entrará, por deposito, no
mara, por intermedio dos parochos. cofre do municipio.
A r t . 76.° A commissão districtal fornecerá a cada ca- § unico. D'esta quantia passará o thesoureiro da c a m a r a
mara os fundos necessarios para os pagamentos ás amas recibo, que virá junto com as folhas, e d 'ella não poderá
o pessoas subsidiadas pela forma que julgar, mais conve- dispor senão por ordem da commissão districtal.
niente.
Art. 77.° Nenhum pagamento será feito senão A pro CAPITULO 1 r
pria pessoa interessada, depois de verificado pelo medico P a r a os s e r v i ç o s i n t e r n o s
municipal o bom tratamento da criança e que esta con-
serva o cordão da medalha inteiro, sem emenda nem co- A r t . 85.° Todas as despesas dos vencimentos do pes-
bertura e, sendo subsidiada, sem que prove tambem com soal e dos serviços internos do hospicio, conducçõcs de
attestado do parocho, que subsistem as condições em que crianças e primeiros meses adeantados de criação, serão
o subsidio lhes foi concedido e que tem ama, no caso do processadas mensalmente na secretaria do hospicio, con-
§ unico do artigo 57." forme a lei administrativa, em folhas visadas pelo direc-
§ 1.° Quando as amas ou subsidiadas estiverem impe- tor, que este r e m c t t e r á em duplicado á commissão distric-
didas de comparecer ao acto do pagamento, deverão justi- tal, para ser autorizado o .seu pagamento.
ficar o impedimento enviando a criança e o seu titulo por A r t . 8(5.0 O pagamento das folhas, depois do legal-
pessoa idónea, que apresentará o attestado a que se refere mente autorizado, será feito na secretaria do hospicio, pelo
o artigo 41.", n.° 7.", § unico, ou procuração legal. seu thesoureiro, que cobrará dos interessados os compe-
§ 2.° Quando a criança não puder ser levada ao logar tentes recibos.
do pagamento, por doença (pie não pennitta o seu trans- § unico. A commissão districtal providenciará pela fórma
porte, a ama apresentará attestado do facultativo munici- que julgar mais adequada, de, modo (pie possa ser reali-
pal que prove o impedimento. zado prontamente o pagamento dos generos adquiridos
Art. 78." As quantias que forem pagas serão notadas diariamente no mercado, do combustivel para cozinha, das
pelo secretario da camara nos respectivos titulos, desig- despesas meudas, dos salarios a jornaleiros e operarios,
nando a data da entrega. Na folha, junto da respectiva das condiicçòes de crianças e adeantamentos dos primei-
verba, se lançará a nota do pagamento, ou na casa das ros meses de criação externa.
observações, a de não ser feito e o motivo. A r t . 87." Os duplicados das folhas, depois de pagas, se-
Art. 79.° Quando as amas ou pessoas subsidiadas figu- rão devolvidos pela commissão districtal ao director do
rarem nas folhas com o vencimento de tres ou mais meses hospicio, para ficarem archivados nesta repartição.
por inteiro, por se ignorar na secretaria do hospicio o fal- A r t . 88." As folhas dc despesa do expediente da admi-
lecimento da criança antes de findo o trimestre, far-se-ha nistração superior do hospicio serão processadas na secre-
apenas o pagamento da quantia correspondente ao tempo taria da commissão districtal e o seu pag;\ment>> realizado
decorrido até o dia do obito designado na certidão, traean na fórma legal pelo thesoureiro do hospicio.
do-se a verba da folha, indicando por cima a que efíécti-
vamente se pagou c, na casa das observações, a razão da ! TITULO VII
differença. i
Art. 80." As folhas, acompanhadas de todos os docu- Fiscalização
mentos qne serviram para se fazer o pagamento e dos ti- Art. 89." O director do hospicio, a (piem cumpre fisca-
tulos e medalhas das pessoas cujo vencimento tenha ter- lizar o modo por que são tratadas as crianças soccorridas,
Maio ií7 172 1905
para averiguar, fazer cessar ou punir quaesquer irregu- 1.° Ás autoridades administrativas judiciaes e militares,
laridades commettidas em qualquer dos serviços incumbi- para serviço de recrutamento, quando officialmente os pe-
dos ao hospicio, e ainda para evitar frequencia de expo- direm ;
sições, poderá requisitar o auxilio ou a intervenção dos 2.° Ás pessoas que requererem a entrega dos expostos
funccionarios publicos a quem legalmente competir pres- como seus parentes;
tar-lh'os. 3.° Aos expostos, quando requeiram certidão do que a
Art. 90.° A fiscalização auxiliar permanente no local seu respeito constar nos livros do hospicio.
da criação das crianças cabe á j u n t a de parochia, aos fa- § 2.° Alem dos casos mencionados nos números 1.° e
cultativos municipaes, aos administradores dos concelhos 2.° somente ó permittido ao director do hospicio, quando
e aos regedores, que darão logo conta de qualquer falta alguem lli'o solicite, informar se um exposto é vivo ou
observada ao director do hospicio: morto.
1.° P a r a assegurar o conhecimento regular do estado A r t . 9õ.° Quando aconteça não professarem a religião
de saude das crianças e do tratamento que recebem das do Estado as pessoas que solicitam.soccorros, serão trans-
amas externas o director do hospicio enviará, no fim de feridas as funcções que incumbem as parocho por este
cada semestre, aos presidentes das juntas de parochia regulamento, para o official do registo civil ou para as
mappas contendo os nomes, estados e residencias das autoridades administrativas, consoante os casos.
amas, o nome das crianças e casas em branco sufficientes Art. 96.° Serão passados gratuitamente pelos funccio-
para nellas inscreverem as informações respectivas, que, narios a quem competir todos os attestados exigidos por
depois de preenchidas aquellas, lhe serão devolvidos; este regulamento.
2.° Ao director do hospicio incumbe promover, sempre Art. 97.° Quando as crianças soccorridas pelo hospicio
que o j u l g a r conveniente, que os facultativos municipaes venham a ser contempladas com haveres, doações ou le-
emprehendam visitas ás crianças soceorridas pela com- gados, ou quando aos mesmos se chegue a conhecer pa-
missão districtal na area dos seus respectivos partidos, e rentes que, nos termos do Codigo Civil, lhes devam ali-
lhe deem, o mais brevemente possivel, conta do resultado mentos e lh'os possam prestar, cumpre á commissão dis-
das suas inspecções, nos termos do artigo 68.°, n.° 8.°, do trictal intentar o procedimento judicial competente, ou
decreto de 24 de dezembro de 1901; promover as necessarias diligencias para que sejam inten-
3.° Se durante a revista medica, por occasião dos paga- tadas, nos casos em que não deva ser parte.
mentos, ou em qualquer epoca, o facultativo municipal Art. 98.° O director do hospicio participará aos dele-
achar qualquer criança mal tratada, ou alguma ama que gados do procurador regio das respectivas comarcas todos
considere imprópria para criar, nos termos do artigo 46.°, os crimes de abandono ou exposição de que tenha conhe-
dará immediatamente conhecimento do facto ao adminis- cimento pela admissão das crianças.
trador do concelho, que logo fará intimar a ama para se A r t . 99.° No caso de extravio ou destruição de algum
apresentar com a criança no hospicio. titulo de ama ou pessoa subsidiada, o director do hospicio
A r t . 91.° Quando ao director do hospicio constar, por é autorizado a mandar-lhe passar outro novo, tendo bem
qualquer modo, que alguma pessoa subsidiada está criando visivel a n o t a : 2.° titulo por extravio do 1."
filhos alheios, ou que soífreram mudança as condições em A r t . 100.° Serão conservados em uso os modelos dos
que foi agraciada, fará inquirir da verdade do facto, e, se livros e impressos, actualmente adoptados para os servi-
a arguição for verdadeira, procederá em conformidade ços do hospicio, fazendo-se-lhes apenas as modificações
com o artigo 58.", § unico, d'este regulamento. necessarias para os harmonizar com o presente regula-
mento.
TITULO VIII A r t . 101.° Os fornecimentos para o hospicio serão fei-
tos com as formalidades e nos termos do artigo 427.° e
Disposições geraes
seus paragraphos do Codigo Administrativo.
Art. 92." O official de registo terá, alem do seu venci- Art. 102.° Ficam revogadas as disposições do regula-
mento pecuniário, casa de habitação para si e sua familia mento para o hospicio, de 26 de novembro de 1884, as-
no edificio annexo ao hospicio, onde é obrigado a residir; sim como as de outros quaesquer que recaírem nas ma-
c a regente terá para si tratamento nas suas doenças e terias que este regulamento abrange.
moradia, completa no estabelecimento, em que sc compre- A r t . 103.° Este regulamento começa a ter vigor no dia
hende roupa, excluindo a de vestir, e alimentação. que for designado pela commissão districtal, em circular
Art. 93." Os vencimentos dos auxiliares serão ajusta- enviada aos funccionarios que teem intervenção na execu-
dos pelo director que os contrata, comtanto que a somma ção dos serviços de- soccorros prestados pelo hospicio.
de todi s não exceda a verba autorizada em orçamento Paço,- em 11 de maio de VòÔo.—Eduardo José Coelho.
para esse effeito.
§ 1." Alem do salario estipulado, o criado terá direito D . do G. n.° 109, do 15 do maio de 1905.
vidamente registado na Direcção Geral da Contabilidade 5.° Promover e vigiar a educação do pessoal da mari-
Publica, a favor do inesino Ministerio, pela quantia de nha mercante;
740j5Í000 réis, por transferencia da verba que na tabella 6.° Dispensar á população maritima o possivel auxilio
de 1903-1904 se achava consignada no capitulo 14.°, ar- moral e material;
tigo 78.°, secção l . a , para pagamento das despesas das 7.° Estudar os problemas da marinha de guerra que
commissões districtaes de estatistica, para idêntico capi- dizem respeito á protecção do commercio maritimo e á
tulo, artigo e secção da tabella da distribuição da despesa defesa nacional;
ordinaria do mesmo Ministerio para o exercicio de 1 9 0 4 - 8.° E s t u d a r a formação das reservas navaes com os ele-
1905, a fim de serem satisfeitas, nos termos regulamen- mentos que podem fornecer a marinha de commercio e a
tares, as despesas liquidadas e não pagas no exercicio de marinha de recreio nacionaes;
1903-1904. 9.° Promover junto dos poderes publicos a adopção de
O Tributai de Contas declarou achar-se este credito nos todas as medidas que possam concorrer para a prosperi-
termos legaes de ser decretado. dade do commercio maritimo, navegação e pescarias;
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de 10.° Estudar os problemas da emigração e colonização
Ministros, e os Ministros e Secretarios de Estado de todas nacionaes, fazendo activa propaganda pelas soluções que
as Repartições, assim o tenham entendido e façam execu- mais convenham aos interesses da nação e ao progresso
tar. Paço, em 11 de maio de 1 9 0 5 . = R E I . • = José Luciano da marinha portuguesa;
de Castro = Eduardo José Coelho—-Arthur Pinto de Mi- 11.° Estudar o problema maritimo nas suas relações
randa Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Se- com todos os outros problemas nacionaes, empenhando-se
bastião Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Mo- junto do país e dos poderes publicos pela realização pra-
reira Júnior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de tica das soluções que melhor possam convir ao seu desen-
Alarcão Velasques Sarmento Osorio. volvimento ;
D . do G. 11.° n o , d e 10 de m a i o de 1905.
12.° Cooperar com o Estado na solução de todos os
problemas que digam respeito ao progresso maritimo na-
cional, dando parecer sobre os assuntos em que for con-
sultada, e encarregando-se de qualquer missão, em har-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR monia com seus fins, que lhe seja proposta pelo Governo
Português;
Direcção èteral da Marinha 13.° Concorrer para o estreitamento das relações marí-
timas do país com o estrangeiro, por um continuo desen-
3.a Repartição volvimento das suas relações com as associações marítimas
do estrangeiro, e por uma representação effectiva em to-
Tendo a Liga Naval Portuguesa solicitado approvação dos os congressos e conferencias marítimas de importan-
para novos estatutos por ella elaborados e submettidos cia ;
á apreciação do Governo, pelos quaes aquella agremiação 14.° Desempenhar-se das missões da representação ma-
pretende reger-se em substituição dos que lhe foram ap- ritima nacional nos differentes pontos do país, franqueando
provados por decreto de 24 de dezembro de 1902: hei as suas sedes aos officiaes das marinhas estrangeiras de
por bem approvar e mandar pôr em execução os estatu- guerra e commercio, e ainda aos yachtmen e touristes que
tos da mencionada Liga, que baixam assinados pelo Mi- os visitem;
nistro e Secretario de Estado dos Negocios da Marinha e 15.° Despertar e incitar, por meio de activa propagan-
Ultramar. da, o interesse publico, pela causa da nossa expansão ma-
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- ritima e colonial;
nha entendido e faça executar. Paço, em 11 de maio 16.° Promover a realização de exposições e certames
de 1905. — R E I . = Manoel Antonio Moreira Júnior. publicos de caracter maritimo;
17.° Constituir, logo que os seus recursos e meios de
acção lh'o permittam, um Registo Maritimo Nacional, em
Estatutos da Liga Naval Portuguesa a que se refere o decreto que sejam inscritos e classificados os navios portugueses,
d'esta data e em que venham a centralizar-se todos os serviços ne-
cessarios á organização, protecção e progresso da marinha
CAPITULO I mercante nacional, no país e no estrangeiro.
N a t u r e z a e fins d a L i g a Naval P o r t u g u e s a
CAPITULO II
Artigo 1.° A Liga Naval Portuguesa é uma associação Constituição d a Liga Naval
civil que tem por fim promover, por todos meios licitos
e possiveis, sob a alta protecção de Sua Majestade El-Rei, Art. 3.° A Liga Naval Portuguesa compõe-se de socios
seu presidente, o engrandecimento do poder maritimo na- fundadores,"ordinarios, correspondentes e honorários, e de
cional, em todas as suas diversas manifestações. associações adherentes, agrupados em assembleias regio-
Art. 2.° Para a realização dos seus fins, a Liga Naval naes e locaes, conforme o disposto no capitulo v e i x
Portuguesa occupar-se-ha dos seguintes assuntos: d'estes estatutos.
1.° Estudar todas as questões relativas ao desenvolvi- Art. 4.° São socios fundadores todos os que se inscre-
mento do commercio maritimo, da marinha de commercio, veram como taes na sessão de 23 da maio de 1900, em
das pescarias, da marinha de guerra e da marinha de re- que se estabeleceram as bases para a formação da Liga.
creio ; Art. 5.° São socios ordinarios todos os individuos na-
2.° Promover e animar a iniciativa particular para to- cionaes ou estrangeiros que, desejando concorrer para o
das as empresas nacionaes que, na metropole ou nas co- patriotico objectivo da Liga, solicitem dos seus conselhos
lonias, possam favorecer a expansão do commercio mari- ou juntas locaes a admissão como socios.
timo, da marinha mercante e das industrias halieuticas § unico. Os conselhos e j u n t a s locaes da Liga são os
nacionaes; competentes para resolver sobre a admissão de socios or-
3.° Desenvolver a construcção naval portuguesa; dinarios.
4.° Estudar e promover a promulgação de disposições Art. 6.° São socios correspondentes os individuos nacio-
legaes que os seus trabalhos indiquem indispensaveis ou naes ou estrangeiros que sejam encarregados pelo conse-
convenientes para a realização do objectivo da L i g a ; lho ge.al da representação da Liga em qualquer ponto do
Maio ií7 174 1905
país ou do estrangeiro, em que ella não tenha outra re- § unico. E s t e s socios poderão gozar de todos os direi-
presentação. tos dos socios contribuintes, quando se filiem no centro
A r t . 7.° "Podem ser socios honorários os individuos na- regional de Lisboa, nos termos do n.° 1.° do artigo 9.°
cionaes ou estrangeiros que tiverem prestado relevantes A r t . 15.° Só os socios contribuintes nacionaes teem o
serviços á Liga Naval, ou a quem esta julgue conveniente direito cle votar nas assembleias cia Liga, e o de ser elei-
conferir este honroso titulo, como manifestação de consi- tos p a r a os seus corpos gerentes.
deração ou reconhecimento. unico. Por excepção, nas j u n t a s locaes podem os so-
§ unico. Os socios só podem ser admittidos em votação cios adherentes ser eleitores, e quando não haja numero
por escrutínio secreto, pela assembleia geral, sob proposta sufficiente de socios contribuintes para constituir a j u n t a
cio conselho geral da Liga. local serão tambem elegíveis.
Art. 8." Como associações adherentes comprehendem-se A r t . 16.° Os socios de nacionalidade estrangeira podem
todas as que adhcrirem á obra da Liga, declarando que ser eleitores quando estejam no gozo dos seus direitos ci-
desejam contribuir para a realização dos seus íins, nos vis, mas nunca poderão fazer parte dos corpos g e r e n t e s
termos do capitulo iv cfestes estatutos. da Liga Naval, podendo comtudo ser aggregádos a qual-
quer das secções de que tratam os artigos 32." e 33.°
C A P I T U L O 111 d'estes estatutos.
Art. 17." Os thesoureiros dos conselhos regionaes ou jun-
S o c i o s d a L i g a >'aval, s e u s d i r e i t o s e d e v e r e s
tas locaes poderão mandar cobrar por empregado afiançado
Art. 9.° Os socios fundadores e ordinarios agrupar-se ou pelo correio, ás residencias dos socios, as quotas respec-
hão em duas categorias, pela fórma seguinte: tivas, ficando expressamente entendido que esta facilidade
1.a Socios contribuintes, papando para o cofre do con- não exonera os socios da obrigação do pagamento pontual
selho regional ou junta, local em que estejam filiados das quotas, nem das consequências das faltas d'esse paga-
uma quota mensal, não inferior a Õ00 réis, que será fixada mento, quando não tenha sido feito por aquelles meios.
pela respectiva assembleia regional ou local, depois de § unico. Os socios que deixarem de satisfazer o paga-
constituida nos termos d'estes estatutos; mento das suas quotas, por não lhes serem apresentados
2." Socios adherentes, pagando a quota annual de 1$000 os recibos em devido tempo, darão, querendo, conheci-
réis, em prestações seniestraes de 500 réis ou trimestraes mento ao thesoureiro, ou directamente, ou em carta diri-
dc 250 réis. gida á sede do conselho ou j u n t a a que pertençam.
A r t . 10." E permittido a qualquer socio pagar a sua Art. 18.° Os socios que forem admittidos até o dia 20
quota annual por uma só vez, no principio de cada anno. cle qualquer mês ficam obrigados ao pagamento da quota
Art. 11." Os socios adherentes teem os seguintes di- referente a esse mês.
reitos : A r t . 19." O socio que transitar de contribuinte para
1." Enviar ás assembleias da Liga, ou, nos intervallos adherente fica obrigado ao pagamento da quota, como
cfcstas, em cartas dirigidas aos conselhos ou juntas lo- contribuinte, do mês em que solicitou tal transferencia, e
caes, quaesquer ideias que julguem de vantagem para a á quota, como adherente, do trimestre a que ella disser
solução dos problemas que a Liga se propõe resolver; respeito. Semelhantemente, o socio que passar de adhe-
2." Pedir aos conselhos c j u n t a s locaes da Liga quaes- rente a contribuinte pagará a quota do trimestre respec-
quer informações dc que necessitem, sobro assuntos rela- tivo e a do mês em que se effectue a passagem.
tivos ao commercio maritimo, ou á marinha mercante, A r t . 20.° Os socios contribuintes que se ausentarem
pescarias ou marinha de recreio ; para fóra do reino por tempo superior a quatro meses
3." Tomar parte em todos os congressos, conferencias, podem deixar de satisfazer as quotas durante a sua au-
festivaes ou excursões promovidas pela Liga, sujeitando-se sencia, se assim o participarem, por escrito, para a sede
ás condições que o conselho geral estabeleça para a sua do conselho ou j u n t a a que pertençam. Não fazendo tal
admissão ; participação e atrasaudo-se no pagamento das suas quo-
4." Solicitar a protecção da Liga junto dos poderes pu- tas ficam incursos nas penalidades estabelecidas no ar-
blicos, para a resolução dc quaesquer assuntos que tenham tigo seguinte.
connexação com o fim dVsta instituição; A r t . 21." A falta cle pagamento de tres quotas con-
5." Gozar da reducção de 20 por cento no preço de secutivas tira o direito ao recebimento do Boletim e de
quaesquer publicações que a Liga ponha á venda de sua outras publicações da Liga, bem como o de fazer parte
conta. ou votar em qualquer assembleia da Liga. E a de quatro
Art. 12." Aos socios contribuintes caberão, alem de to- quotas, quando o socio tenha sido previamente avisado
dos os direitos especificados nos quatro primeiros núme- por carta registada e com aviso de recepção, dará logar
ros do artigo anterior para os socios adherentes, mais os á eliminação de socio por deliberação do conselho ou j u n t a
seguintes: a que pertença. Os socios adherentes que não satisfizerem
1." Assistir a todas as assembleias do conselho ou j u n t a dois trimestres incorrerão em igual penalidade.
a que. pertencem e á assembleia geral da Liga, tomando A r t . 22.° O socio que perder os seus direitos por falta
parto na discussão ; de pagamento de quotas poderá readquiri-los pagando
2." F r e q u e n t a r as salas de leitura, palestra ou jogos, as quotas em divida; mas será definitivamente eliminado
annexas ás installações dos conselhos e juntas locaes, em quando se repita aquella circunstancia.
qualquer ponto do país; A r t . 23." 0 socio contribuinte que frequentar a sede de
3." Uectber um exemplar do Boletim da L i g a ; um conselho ou j u n t a local em que não esteja filiado como
4." Ueceber um exemplar da Revista Maritima que a socio, por espaço superior a trinta dias, deverá pagar as
Liga se propõe f u n d a r ; suas quotas ao cofre d'esse conselho, cujo secretario fará
5." Gozar da reducção de 30 por cento no preço de a respectiva communicação para o do conselho ou junta
quaesquer publicações não especificadas nos dois números em que se dê aquella filiação.
anteriores, (pie a Liga ponha á venda de sua conta. A r t . 24.° Aos socios contribuintes e adherentes será
A r t . 13." Picam exceptuados das determinações dos distribuido pelo conselho ou j u n t a a que pertençam, alem
dois artigos anteriores os livros da biblioteca da L i g a Na- do bilhete de identidade a que se refere, o § 3." do artigo
val iá em publicação. 50.°, um diploma, cujo custo não excederá 1.#000 réis.
Art. 14." Aos socios correspondentes cabe o direito § unico. O typo e o custo d'este diploma serão fixados
unico do receber, sem o pagamento de qualquer quota, as j polo conselho ou j u n t a , que d'elle enviarão um modelo
publicações da Liga Naval I para ser registado pelo conselho geral.
1905 175 Maio 10
A r t . 25.° A todos os socios cabe o dever de trabalhar sem prejuizo da independencia que devem ter aquellas
pela prosperidade da Liga, e era especial pela propaganda juntas.
de que trata o artigo 2.°, esforçando se por trazer novas A r t . 2 9 A s j u n t a s locaes conipÕem-se dc sete mem-
adhesões á Liga Naval Portuguesa. bros, todos eleitos pela respectiva assembleia local, que,
A r t . 26.° I m p o r t a e determina a p e r d a do titulo e qua- depois de tomarem posse, escolhem entre si um presi-
lidade de socio, e a consequente eliminação da respectiva dente, um secretario e um thesoureiro e os seus substitutos
classe: eventuaes.
1.° A declinação d'essc titulo e qualidade, quando o § unico. Sempre que seja possivel, deve e n t r a r na com-
declinante se ache quite das suas obrigações p a r a com a posição das juntas locaes do país o presidente da camara
Liga; municipal, o capitão do porto e o chefe dos serviços hy-
2.° A perda dos direitos civis e politicos; draulicos.
3.° A falta de pontual pagamento das quotas sociaes, A r t . 30.° Os conselhos regionaes compõem-se de doze
nos termos do artigo 2 1 . ° ; membros eleitos pela respectiva assembleia regional, que,
4.° A exclusão. depois de tomarem posse, escolhem entre si um presi-
§ 1.° Exceptuando o caso de exclusão, a perda do titulo dente, dois vice-presideutes, um primeiro secretario, um
e qualidade de socio resulta dos proprios factos que a de- segundo secretario e um thesoureiro c os seus substitutos
terminam, e torna-se effectiva pela simples verificação eventuaes.
d'elles pelo conselho ou j u n t a que admittiu o socio. § unico. Sempre que seja possivel, devem e n t r a r na
§ 2.° I m p o r t a e determina a expulsão : composição dos conselhos regionaes do país o presidente
1.° A injuria publica á nação portuguesa e a pratica de da camara municipal, o capitão do porto, o chefe dos ser-
ideias e actos attentatorios da sua integridade e indepen- viços hydraulicos e os presidentes das associações com-
dencia s o b e r a n a ; merciaes e industriaes da localidade.
2.° A injuria publica á L i g a Naval e a pratica de actos A r t . 31.° O conselho geral da Liga tem a seguinte com-
que p e r t u r b e m a ordem, o decoro e o caracter legal da posição :
Liga, ou o regular exercicio e autoridade dos seus corpos Um presidente, eleito pela forma abaixo indicada ;
gerentes e r e p r e s e n t a n t e s ; Um primeiro secretario, que será o secretario perpetuo
3.° A inobservância repetida, prolongada ou violenta da Liga Naval, como tal proclamado n a sessão inaugural
dos estatutos, regulamentos e resoluções sociaes. de 23 de maio de 1900 ;
§ 3.° A exclusão é proferida pelo conselho regional ou U m segundo secretario, de escolha do conselho;
junta local a que pertença o socio, mas quando não seja Um thesoureiro, tambem escolhido pelo conselho;
admittida por unanimidade de votos será commettida á res- Dois representantes de eada um dos conselhos regio-
pectiva assembleia regional ou local. naes, senclo um d'elles o respectivo presidente e o outro
§ 4.° Todas as deliberações relativas a p e r d a do titulo um socio residente em Lisboa, em quem o conselho dele-
c qualidade de socio que h a j a m de ser tomadas por quaes- gue esta missão de o representar no conselho geral.
quer dos corpos sociaes, sê-lo-hão em sessão e votação se- § 1.° A eleição do presidente recairá num socio resi-
creta d'esses corpos. dente em Lisboa e será feita pelos representantes dos
conselhos regionaes, em votação, por escrutinio secreto,
CAPITULO IV
sendo valida por um anno.
Collectividades adlierentes § 2.° Os delegados dos conselhos regionaes serão no-
meados por um anno, e do mesmo modo o secretario e o
Art. 27.° Consideram-se como collectividades adheren-
thesoureiro escolhidos pelo conselho.
tes as associações, sociedades commerciaes e empresas
§ 3.° Quando por qualquer circunstancia os conselhos
coloniaes ou de navegação que declararem que adherem á
regionaes não tiverem representação no conselho geral, a
obra da Liga, contribuindo com a quotização annual de
presidencia d'esto conselho nomeará provisoriamente um
6$000 réis para a realização dos objectivos d'esta.
delegado por cada conselho, sendo esta nomeação valida
§ unico. Cada collectividade adherentc tem collectiva- até que o conselho respectivo communique quaes devem
mente os direitos de um socio contribuinte da Liga, que ser os seus legitimos representantes.
são exercidos pelo seu presidente.
§ 4.° No acto da sua constituição, o conselho escolherá
sempre os substitutos eventuaes do presidente e dos se-
CAPITULO V cretarios.
C o r p o s g e r e n t e s (la L i g a N a v a l
Art. 32.° O conselho geral divide-se em oito secções
consultivas, que deverão tratar respectivamente dos seguin-
A r t . 28.° A acção da Liga no continente do reino e tes assuntos:
ilhas adjacentes é realizada pelos seguintes corpos ge- 1.° Pescarias;
rentes : 2.° Marinha m e r c a n t e ;
a) Um conselho geral, com sede em Lisboa; 3.° Marinha de recreio;
b) Conselhos regionaes, nas sedes dos departamentos 4.° Marinha dc g u e r r a ;
maritimos do continente e ilhas adjacentes e nos princi- õ.° Obras e serviços dos portos;
paes centros da nossa actividade commercial maritima, nas 6.° E x p a n s ã o commercial;
colonias e estrangeiro; 7.° E x p a n s ã o colonial; emigração;
e) Juntas locaes, nas localidades, fóra das sedes dos con- 8.° Propaganda maritima.
selhos regionaes do país ou do estrangeiro, em que haja § unico. Cada uma das secções dc que t r a t a este ar-
elementos sufficientes para a sua constituição. tigo a g g r e g a r á a si os socios que especialmente se occu-
§ 1.° O conselho regional oceupa-se dos assuntos que pem dos respectivos assuntos.
interessam aos trabalhos e acção da Liga em g e r a l ; e os Art. 33.° Cada um dos conselhos regionaes dividir-
conselhos regionaes o as juntas locaes, dos assuntos que se-ha em tres secções, que deverão tratar dos seguintes
interessam aos trabalhos e acção da Liga nas respectivas assuntos :
regiões ou localidades. 1." Marinha mercante, pescarias, educação c constitui-
§ 2." O conselho geral subordinará a cada conselho re- ção do pessoal da marinha m e r c a n t e ;
gional as juntas locaes estabelecidas numa determinada 2.° Marinha cle recreio ;
região, por fornia a subdividir harmonicamente, por agru- 3.° Obras e serviços dos portos, construcção naval e
pamentos regionaes, o esforço collectivo da L i g a ; mas isto propaganda maritima.
Maio ií7 176 1905
§ unico. A estas secções se applica doutrina igual á caes, e empenhar-se, de acordo com o conselho geral, pelo
estabelecida no § unico do artigo precedente. desenvolvimento da obra da L i g a no país e no estrangeiro. •
A r t . 34.° Os conselhos e j u n t a s reunirão, por convoca- Art. 42.° P a r a regularização das despesas de expediente
ção dos seus presidentes, quando os trabalhos da Liga do conselho, h a v e r á na secretaria geral um livro que terá
assim o exijam. por titulo «Caixa cle despesas meudas da secretaria do
A r t . 35." Os conselhos e j u n t a s só podem funccionar conselho geral da L i g a Naval P o r t u g u e s a » , no qual serão
com um numero de membros não inferior a dois quintos. lançadas diariamente e por epigraphes todas as despesas
§ 1.° No conselho geral, para os effeitos da contagem, meudas da dita secretaria. Este livro será paginado e ru-
não são considerados os presidentes dos conselhos regio- bricado pelo primeiro secretario, e conterá termos de aber-
naes, com excepção do de Lisboa. tura e de encerramento assinados pelo mesmo secretario.
§ 2.° A segunda convocação será regular o funcciona- O empregado que escriturar este livro declarará por
mento com qualquer numero de membros. extenso no fim de cada mês a totalidade da despesa res-
A r t . 36.° Os conselhos e juntas da L i g a poderão re- peitante a cada epigraphe, e preencherá por essa occa-
presentar, livremente, sob sua responsabilidade, perante sião e para cada epigraphe um documento que apresen-
os poderes publicos, ou j u n t o das autoridades locaes, so- t a r á ao thesoureiro devidamente conferido e visado.
bre os assuntos maritimos das respectivas circunscrições. A r t . 43.° O thesoureiro do conselho geral superinten-
§ 1.° As j u n t a s farão seguir as suas representações di- derá na escrituração do mesmo conselho, segundo as pra-
rigidas ao poder contrai, por intermedio do conselho ge- xes da contabilidade commercial.
ral. A r t . 44.° A representação legal da L i g a Naval reside
§ 2.° E m quaesquer circunstancias, os conselhos e jun- no presidente do conselho geral.
tas poderão solicitar do conselho geral o exercicio da acção A r t . 45." Só o conselho geral póde dirigir-se aos pode-
da Liga j u n t o dos poderes publicos, na defesa dos seus res publicos, ou a qualquer instituição em nome da^Liga
interesses. Naval. Os conselhos regionaes e juntas locaes só podem
Art. 37.° Dentro das normas d'estes estatutos os con- fazê-lo em seu proprio nome, nos termos do artigo 36.°
selhos e j u n t a s elaborarão os regulamentos necessarios A r t . 46.° No exercicio das suas funcções pertence a
para o funccionamento dos seus serviços. cada conselho regional ou j u n t a local:
Art. 38." Os conselhos regionaes e j u n t a s locaes cons- 1.° T r a t a r de todas as questões marítimas que interes-
tituir -se-hâo no mês de janeiro, logo após as respectivas sem á respectiva região ou localidade;
eleições, e o conselho geral installar-se-ha no dia 1 de 2.° E l a b o r a r annualmente um relatorio dos trabalhos da
março, com os delegados dos conselhos eleitos em janeiro. respectiva região ou localidade, que será enviado ao con-
selho regional;
CAPITULO VI 3.° Angariar os meios precisos p a r a a realização dos
melhoramentos que a Liga se propõe effectuar;
A t t r i b u i ç õ e s e e x p e d i e n t e dos c o n s e l h o s e j u n t a s
4.° E l a b o r a r e fazer cumprir o plano de trabalhos da
A r t . 39.° No exercicio das suas funcções pertence ao sua região ou localidade;
conselho g e r a l : 5.° Admittir os individuos que queiram contribuir p a r a
1.° Unir, em acção commum apreciavel, os esforços de os fins da L i g a ;
todos os conselhos e juntas da L i g a ; 6.° Promover e auxiliar conferencias e prelecções, e
2.° Elaborar e fazer cumprir o plano de trabalhos da promover a publicação de trabalhos em harmonia com os
Liga; fins patrioticos da L i g a ;
3.° Estabelecer as relações geraes da L i g a ; 7.° Organizar, conservar e m a n t e r , sendo possivel, u m a
4.° Promover a realização de congressos maritimos, nos biblioteca e salas de leitura, p a r a estudo e trabalho dos
termos do capitulo X; respectivos socios;
5.° Dirigir a publicação do Boletim ou Revista Mari- 8.° Organizar e promover excursões de estudo e diver-
tima da Lú/a; sões educativas que concorram p a r a melhorar e fortalecer
(i." Receber o subsidio que a carta de lei de 12 de ju- a educação civica nacional, e auxiliar a diffusão e o aper-
nho de 1901 concedo á Liga Naval, e resolver sobre a feiçoamento dos conhecimentos coloniaes maritimos;
sua applicação, segundo os planos da L i g a ; 9.° Auxiliar com as suas informações, consultas e in-
7." Angariar os meios precisos para a realização dos fluencia os poderes publicos, as escolas e as diversas cor-
melhoramentos que a Liga se propõe effectuar; porações e associações nacionaes da respectiva região ou
8.° T r a t a r clc todas as questões que interessem collec- localidade;
tivamente á L i g a ; 10.° Propor e offerecer á consideração dos poderes pu-
9." Elaborar annualmente um relatorio dos trabalhos blicos, por intermedio do conselho geral, quaesquer obser-
da Liga, referido a 31 de dezembro, o qual será presente vações, exposições, projectos, pareceres ou votos da sua
ao Governo por intermedio da Direcção Geral da Marinha. competencia.
Art. 40.° O expediente do conselho ó dividido pelos A r t . 47.° O expediente dos conselhos e j u n t a s locaes
dois secretarios a que se refere o artigo 31.°, pela forma será dividido pelos secretarios, pela forma que os mesmos
seguinte: conselhos ou j u n t a s entenderem ser mais conveniente ao
a) Ao secretario perpetuo, ou a quem suas vezes fizer, serviço.
cabem as relações da Liga com o estrangeiro, os conse- Art. 48.° Do mesmo modo, o serviço da sua thesoura-
lhos regionaes e as j u n t a s locaes, bem como a direcção ria será regulado pelos conselhos ou j u n t a s , de forma a
clas publicações cla L i g a ; evitar quaesquer reclamações, e a dar pleno cumprimento
h) Ao segundo secretario cabe a redacção das actas do ás disposições dos presentes estatutos.
conselho e da assembleia geral, as relações do conselho A r t . 49.° O conselho geral fixará a norma de proceder
com o seu thesoureiro e as suas oito secções, e ainda a em quaesquer casos não fixados nestes estatutos.
cooperação na direcção das publicações da Liga.
A r t . 41." Quando o secretario perpetuo não puder ter CAPITULO VII
a seu cargo o expediente a quo se refere o artigo ante-
rior, o conselho nomeará quem deve substitui-lo proviso- Installações da l i g a Naval
riamente, mas ainda neste caso poderá o mesmo secreta- A r t . Õ0.° Os conselhos regionaes e j u n t a s locaes terão
rio assistir, com voto consultivo, não só ás reuniões do installações proprias, sustentadas pelas contribuições dos
conselho geral, mas ás de todos os conselhos e juntas lo- socios inscritos nos seus registos.
1905 177 Maio 11
§ 1.° P a r a este fim, os socios da L i g a serão inscritos em Art. 59.° Constituem receita privativa dos difterentes
registos organizados pelos conselhos e j u n t a s , por forma a conselhos regionaes e j u n t a s locaes:
constituirem agrupamentos distinctos, embora relacionados 1.° O producto das quotas dos socios respectivos;
intimamente entre si e com o conselho geral. 2.° O producto das contribuições das associações adhe-
§ 2.° Os socios contribuintes inscritos no registo de rentes ;
qualquer conselho ou j u n t a podem utilizar-se, como socios 3.° Quaesquer donativos ou legados feitos em especial
da Liga, das installações de todos os outros conselhos ou a um determinado conselho ou j u n t a ;
j u n t a s , em condições iguaes ás dos outros associados, me- 4.° Quaesquer receitas que os conselhos ou j u n t a s pos-
diante a apresentação do seu bilhete de identidade. sam angariar p a r a a realização dos seus objectivos.
§ 3.° Os conselhis e j u n t a s locaes fixarão como enten- § 1.° E s t a s receitas serão recebidas c administradas pe-
derem o typo dos seus bilhetes de identidade, que serão los conselhos ou j u n t a s , a cujos thesoureiros ficarão debi-
sempre assinados por um dos seus secretarios, enviando a tadas.
todos os outros conselhos e juntas um modelo para servir § 2.° Nenhuma thesouraria regional ou local p o d e r á re-
de base á verificação de identidade dos socios que visitem ceber ou pagar contas que não sejam devidamente ru-
as suas installações. bricadas pelo secretario do conselho ou j u n t a respectiva,
A r t . 51.° O conselho geral funcciona no edificio em que depois de autorizado o seu pagamento em sessão do mesmo
estiver installado o conselho regional de Lisboa. conselho ou j u n t a , devendo aquella rubrica cobrir uma
Art. 52.° E m cada conselho ou j u n t a haverá uma se- declaração do numero da acta em que tenha sido e x a r a d a
cretaria pela qual se fará todo o seu expediente. a autorização de pagamento.
§ unico. A direcção d'estas secretarias pertence exclu- Art. 60.° As contas cle todas as thesourarias da Liga
sivamente aos respectivos secretarios dos conselhos ou serão invariavelmente fechadas em 31 de dezembro.
juntas. A r t . 61.° A s assembleias regionaes e locaes elegerão
Art. Õ3.° Annexas ás secretarias estabelecer-se-hão as annualmente, com os respectivos conselhos ou juntas, com-
thesourariaa, sob a direcção dos thesoureiros respectivos. missões fiscaes de tres membros, que mensalmente exa-
A r t . 54. 0 Aos conselhos e j u n t a s é concedida plena li- minarão os livros e a escrita do respectivo conselho ou
berdade de contratar, dentro dos limites dos seus recur- junta local, e apresentarão ató o dia l 5 cle janeiro de cada
sos, o pessoal preciso para o serviço das respectivas se- anno o seu parecer sobre a exactidão das contas que te-
cretarias e thesourarias. nham de ser presentes á assembleia regional ou local res-
A r t . 55.° E m todas as secretarias deve haver um re- pectiva.
gisto de socios do respectivo conselho ou j u n t a e um re- § unico. Todos os conselhos regionaes ou j u n t a s locaes
gisto das embarcações que estejam habilitadas a usar os enviarão ao conselho geral, logo que o possam fazer, um
distinctivos da Liga Naval. resumo das suas contas para ser publicado no Boletim da
A r t . 56.° E m todas as thesourarias deve haver um li- Liga.
vro de quotas dos socios e um livro de conta caixa, alem A r t . 62.0 No fim de cada mês se fará uma conta de re-
dos outros livros necessarios para o respectivo expediente, ceita e despesa do conselho geral, e, depois cle approvada
todos devidamente escriturados. pelo conselho, será esta conta publicada com o iioletnn da
A r t . 57.° Os conselhos e juntas estabelecerão nos seus Liga e enviada por copia ao Ministro da Marinha e Ultra-
regulamentos todos os detalhes do serviço das secretarias mar, como esclarecimento da applicação das receitas cla
e thesourarias respectivas. Liga.
CAPITULO IX
CAPITULO.VIII
Assembleias da Liga
F u n d o s da Liga Naval, sua a d m i n i s t r a ç ã o e fiscalização
A r t . 63.° P a r a os fins e nas épocas mencionadas nos
A r t . 58.° Constituem receita geral da Liga N a v a l : artigos ao deante, os socios da Liga reunem-se em assem-
1.° O subsidio que a Liga recebe do Estado, nos termos bleias, as quaes podem ser, respectivamente: locaes, re-
da respectiva lei •, gionaes e geral.
2.° Quaesquer donativos ou legados feitos generica- A r t . 64.° Teem direito a . f a z e r parte das assembleias
mente á L i g a ; locaes os socios contribuintes em gozo effectivo dos seus
3.° O producto da inscrição de congressistas e o da direitos, que estejam inscritos nos registos das respectivas
venda de publicações da L i g a ; juntas ' locaes; das assembleias regionaes, os nas mesmas
4.° Quaesquer receitas que o conselho geraFpossa an- circunstancias, inscritos nos registos dos conselhos regio-
gariar. naes ; e da assembleia geral, os socios nas mesmas circuns-
§ 1.° Estas receitas são recebidas e administradas pelo tancias, inscritos em todas as sub-divisões da Liga.
conselho geral da L i g a Naval, a cuja thesouraria ficarão § unico. P a r a as assembleias locaes fica entendido, nos
debitadas, e terão exclusiva applicação aos fins de que tra- termos do § unico do artigo 15.°, que tambem podem fa-
tam os artigos 2.° e 39.° d'estes estatutos, ficando qual- zer parte d'ellas os socios adherentes.
quer outro emprego á responsabilidade pessoal de quem o A r t . 65.° Todas as convocações das assembleias da
ordenar, ou de quem o fizer, sem autorização. Liga são feitas pelos presidentes das respectivas j u n t a s
§ 2.° As applicações de fundos do conselho geral in- locaes, conselhos regionaes ou conselho geral, por meio de
cumbem ao mesmo conselho, que não poderá autorizar des- avisos publicados nos jornaes das localidades, os quaes
pesas sem que se verifique: para a assembleia geral serão feitos por intermedio dos
a) Que para ellas ha dinheiro em cofre; conselhos regionaes e j u n t a s locaes.
b) Que d'ellas não resultarão embaraços financeiros no § 1.° A primeira convocação de qualquer das assem-
fim do anno a que digam respeito. bleias da Liga será feita cora a antecedencia de vinte dias,
§ 3.° As despesas são pagas pelo thesoureiro, mediante pelo menos, antes do dia marcado p a r a a reunião; para a
ordem de pagamento assinada pelo presidente e secreta- segunda convocação, no caso de não ter havido numero
rio, em harmonia com as declarações da acta da sessão do na primeira reunião, a antecedencia será, pelo menos, d -
conselho em que for autorizado o pagamento. Da ordem cinco dias.
de pagamento ticará talão. I § 2.° As assembleias podem funccionar legalmente, á
§ 4.° Os fundos do conselho estarão depositados num primeira convocação, com um terço do numeio total cie •
estabelecimento de credito, á ordem do mesmo conselho. socios que nellas tenham o direito de votar.
12
Maio ií7 178 1905
§ 3.° Na segunda convocação, as assembleias podem o presidente declara aberta a sessão, e inicia e dirige os
funccionar com qualquer numero de socios. trabalhos pela ordem seguinte:
§ 4." E permittida a delegação de voto de um socio 1) Expediente:
noutro que tenha assento na mesma assembleia, mediante a) Communicações do conselho ou j u n t a , e resoluções
carta assinada pelo dclegante, que assim o declare ex- respectivas; quando se entenda que ha logar e urgencia
pressamente, sendo a assinatura conhecida pela mesa da para ser t o m a d a ;
respectiva assembleia, á qual a carta será apresentada b) Leitura e votação da acta anterior, quando a h a j a ,
pelo menos quarenta e oito horas antes da marcada p a r a a ou quando não tenha sido ainda approvada;
reunião. c) L e i t u r a ou menção da correspondencia que importe
§ 5." As mesas das assembleias são compostas dos ao caracter cla sessão;
presidentes e secretarios dos respectivos conselhos ou d) Admissão ou expulsão de socios.
juntas. 2) Antes da ordem do dia:
§ 6." Os presidentes das assembleias dirigirão os tra- a) Propostas e pequenas communicações avulsas, p a r a
balhos segundo os preceitos estabelecidos nos respectivos serem tomadas em consideração, ou para serem submetti-
regulamentos, dentro das prescrições dos presentes es- das á deliberação da assembleia, noutra sessão.
tatutos. 3) Ordem do dia :
§ 7." E m todas as assembleias da Liga, como em to- a) Communicações scientificas, previamente inscritas,
das as sessões dos seus corpos gerentes, são absoluta- ou discussão e resolução de propostas ou pareceres pen-
mente prohibidas as discussões sobre assuntos religiosos ou dentes, segundo o caracter da sessão e a respectiva con-
politicos. vocação cPella;
§ 8." Haverá livros do actas para cada assembleia, os b) Explicações, quando tenha havido pedido para ellas,
quaes serão rubricados nas suas folhas pelo secretario da no decurso da sessão, e quaesquer annuncios da mesa.
primeira assembleia c u j a acta for inscrita nelle. § 1.° Não póde exceder de meia hora o tempo desti-
A r t . 00," As assembleias locaes e regionaes podem ter nado á parte denominada: antes da ordem do dia.
reuniões ordinarias e extraordinarias. § 2.° Se, decorrida meia hora, depois da fixada n a
§ 1." As reuniões ordinarias são obrigatórias, no mês convocação, não se acharem preenchidas as condições de
de janeiro, p u r a : constituição da respectiva sessão, deixa esta de realizar-se,
a) A presentação e discussão do parecer da respectiva e quando, tendo cle proceder-se a deliberação, se não
commissão revisora de contas, relativo ao anno ante- achar presente o numero de socios exigido para este acto,
rior ; é immediatamente encerrada a mesma sessão.
b) Eleição dos corpos gerentes p a r a o novo a n n o ; A r t . 70.° Todos os socios que façam parte de uma as-
c) Qualquer outro assunto, dos que sào da competen- sembleia ou sessão podem usar cla palavra, pedindo-a, e
cia da Liga, que tenha sido dado para ordem do dia. obtendo-a, sobre os assuntos pendentes, ou para fazer
í} 2." As reuniões extraordinarias podem ser convo- propostas e communicações, secundo a ordem dos traba-
cadas em qualquer occasião, nas seguintes circunstan- lhos, excepto quando a sessão for destinada somente a
cias : determinadas communicações, a conferencias, ou actos so-
a) Quando a respectiva j u n t a ou conselho assim o en- lemnes.
tenda necessário ; 1) Sobre cada parte da ordem do dia, submettida á
b) Quando os respectivos socios, cm numero não infe- discussão, abre a mesa. uma inscrição geral para uso da
rior a vinte, em documcnto por todos assinado, assim o palavra, pela ordem do pedido d'ella.
requeiram ao respectivo presidente, indicando o assunto 2) A ordem dc inscrição só póde ser interrompida: pela
para que desejam a convocação, e comproiuettendo-se a mesa, p a r a quaesquer advertências ou informações; pelo
comparecer em numero real de socios presentes não infe- relator do parecer em discussão, havendo-o, e p a r a apre-
rior á maioria dos signatarios. sentação cle requerimento sobre essa discussão, que não
§ li." Se, reunida a assembleia assim requerida, se ve- será fundamentado, devendo ser logo submettido a votação
rificar que a ultima condição indicada na alinca b) do pa- de admissão, seguindo-se-lhe, quando approvada esta ul-
ragrapho procedente não sc realiza, o presidente poderá tima, a deliberação definitiva, acto continuo.
levantar immediatamente a sessão, dando os trabalhos por 3) Quando entenda conveniente, e em qualquer altura
terminados. de uma discussão, o presidente póde regular ou reformar
tj f." Nas convocações para as reuniões extraordinarias a inscrição por ordem de contra e a favor do parecer ou
será sempre indicada a ordem do dia, c só dos assuntos proposta pendente, exigindo dos inscritos que s°. declarem
assim indicados se poderá tratar. neste sentido, e concedendo então, alternadamente, a pa-
A r t . 07. 0 A assembleia geral da Liga reúne quando o lavra por esta ordem.
conselho geral a convocar, e para os fins indicados nos 4) Nenhum socio pode fazer uso da palavra sem que
respectivos avisos. lh'a tenha concedido o presidente, nem insistir em usar
tf 1." As reuniões cla assembleia geral da Liga serão, cPella, não lhe tendo sido concedida, ou tendo-Jhe sido re-
em geral, realizadas em Lisboa. tirada.
í; 2.° São assuntos da competencia exclusiva cla assem- 5) Todos os oradores devem falar de pé e dirigir-se ao
bleia g e r a l : presidente, não sendo permittido diálogos contra outros
a) A votação de propostas para socios honorários da socios, nem da parte cVestes interrupções ou interpella-
Liga Naval Portuguesa; ções aos oradores.
b) A discu.-sâo e votação da reforma dos estatutos; 0) Nào póde usar-se da palavra mais de duas vezes n a
e) A decisão da dissolução da Liga. mesma discussão, podendo porem fazer-se uso cl'ella, p a r a
Art. OS." A assembleia geral cla Liga póde ainda reunir simples explicações, no fim da sessão. O relator dc qual-
a pedido de socios contribuintes em numero não inferior quer parecer póde usar da palavra mais das duas vezes
a cem, quando se reali/.ein condições analogas ás estabe- de direito geral.
lecidas na .-dntea />) do § '.'." do artigo 0 0 . d e v e n d o pro- 7) E absolutamente, prohibido, e deve ser cohibido imme-
ceder-se, (bulas circunstancias identicas, como fica precei- diatamente pelo presidente, usar de actos, frases, palavras
tuado no tj .">." do mesmo artigo. ou alltisões que importem injuria, olfendam o caracter e a
Art. 09." Em qualquer assembleia ordinaria da Liga, dignidade da assembleia ou da sociedade, ou perturbem a
quando ate meia hora depois da lixada na convocação se boa ordem, gravidade e legalidade clas discussões.
achem preenchidas as condições da constituição respectiva, 8) O presidente advertirá os oradores quando sc afas-
1905 179 Maio 10
tem do assunto em discussão, ou dos principios e normas nas de quaesquer communicações da mesa que ella consi-
regulares d'ella, e retirar-lhes-ha a palavra quando o jul- derar convenientes ou urgentes.
gar conveniente â boa ordem, gravidade e legalidade da A r t . 72.° Sempre que Sua Majestade El-Rei, o Prin-
sessão, usando, em casos urgentes, dos ipeios mais legaes cipe Real, Sua Alteza o Senhor Infante D . Affonso, ou
necessarios para manter a própria autoridade e o decoro Sua Alteza o Senhor Infante D. Manoel assistirem a uma
da Liga. sessão da L i g a Naval, o presidente, ou quem suas vezes
Art. 71.° Nas assembleias da Liga nenhuma proposta fizer, convidá-lo-ha a assumir a presidencia da sessão, pas-
póde ser votada na mesma sessão em que for apresentada, sando a dirigir, em seu nomo e á sua ordem, os trabalhos.
e sem que sobre ella tenha recaido parecer da secção § unico. L o mesmo modo se procederá p a r a com qual-
competente, previamente distribuido sempre que seja pos- quer outro membro da familia do Chefe do Estado.
sivel. A r t . 73.° Os Chefes de Estado estrangeiros, os presi-
§ 1.° E x c e p t u a m - s e : dentes dos corpos legislativos, os Ministros e Conselheiros
a) As de votos de sentimento por fallecimento ou de- de Estado, os Ministros representantes de Estados estran-
sastre de qualquer socio; geiros, e os altos dignitários da I g r e j a serão convidados
b) As de voto de louvor, felicitação ou congratulação a tomar logar especial na assembleia, quando assistam a
por serviços relevantes ou por acontecimentos faustos á qualquer sessão.
sciencia, á patria ou á sociedade, sob o aspecto ou em re- CAPITULO X
lação com os fins e caracter d'esta ultima ;
Congressos maritimos
c) As propostas ou requerimentos apresentados durante
uma discussão, quando evidentemente importem a ella e A r t . 74.° A assembleia geral da Liga Naval Portuguesa
ao assunto pendente; reunirá, em congresso maritimo, sob a presidencia de Sua
d) As propostas do conselho ou junta, que considerem Majestade El-Rei, na epoca e localidade que forem annun-
urgentes; ciadas, quando o mutuo consenso dos conselhos do conti-
a) Os pareceres o as propostas, devidamente relatados, nente do reino o j u l g a r conveniente, o Sua Majestade o
das secções que tiverem sido indicadas na respectiva or- autorizar.
dem do dia. Art. 7õ.° Ao conselho geral, coadjuvado pelo conselho
§ 2.° Qualquer socio póde antecipadamente entregar na da região onde o congresso haja de reunir, pertence a or-
secretaria quaesquer propostas para serem submettidas ganização de todos os seus trabalhos.
opportunamente á assembleia a que importar o assunto Art. 76 ° P a r a o congresso maritimo, os conselhos e
d'ellas, a fim de que a direcção, enviando-as â secção j u n t a s da Liga convidarão todas as individualidades inte-
competente, requisite o necessário parecer. ressadas no desenvolvimento do commercio maritimo, das
§ 3.° Admittida qualquer proposta ou apresentado qual- colonias e da marinha nacional.
quer parecer á deliberação da assembleia competente, ha- § 1.° Estes convites serão feitos por circulares, com
verá sobre esses documentos uma só discussão e votação, uma antecedencia nunca inferior a tres meses.
abrindo-se a primeira e recaindo a segunda sobre cada § 2." Nestas circulares dcsignar-se-hão as condições de
conclusão ou artigo d'esse parecer ou proposta. admissão ao congresso dos individuos que não forem socios
§ 4.° A discussão de qualquer proposta que tenha obtido da Liga, nos termos dos artigos seguintes.
parecer de qualquer secção póde versar sobro os dois do- Art. 77.° Considerar-se-hão nos congressos duas espe-
cumentos, mas a votação recairá somente sobre as conclu- cies de congressistas: effectivos e adherentes.
sões do parecer ou sobre as modificações, substituições, § 1,° Poderão ser congressistas effectivos os Ministros
alterações e eliminações propostas durante a discussão e que tenham gerido as pastas da Marinha, Fazenda e Obras
não prejudicadas. Publicas ; os membros das commissões de marinha das duas
a) Quando u rejeição do parecer não prejudicar a re- casas de Parlamento; os funccionarios civis e militares do
solução da proposta, uma commissão ad huc, nomeada na Ministerio da Marinha e Ultramar e suas dependencias;
mesma sessão pela mesa, formulará um novo parecer para officiaes da armada e da marinha m e r c a n t e ; lentes das es-
ser discutido e votado noutra sessão. colas superiores; representantes da Academia Real das
§ 5.° As propostas de questão previa, adiamento, emenda, Sciencias, do Instituto de Coimbra e das associações da
adclitamento ou substituições parciaes, apresentadas du- imprensa; os directores cle j o r n a e s ou revistas especiaes;
rante a discussão de qualquer proposta ou parecer, en- os corpos gerentes da Sociedade cle Geographia de Lisboa
tram cumulativamente em discussão com os documentos a e das associações scientificas, maritimas, commerciaes, in-
que se referem, salvo contendo, importando ou consti- dustriaes, agricolas e coloniaes; bancos, companhias cole-
tuindo assunto inteiramente novo, porque, nesse caso, a niacs o empresas de navegação ou pescarias nacionaes;
mesa não poderá admitti-las senão sob a forma de pro- negociantes, industriaes e agricultores coloniaes; proprie-
postas independentes, para seguirem os tramites regulares. tarios ou capitães de embarcações de commercio ou yachts,
a) As propostas de questão previa, adiamento ou emenda e os autores cle trabalhos sobre assuntos a discutir no con-
são votadas antes de todas as mais apresentadas no de- gresso.
curso da mesma discussão, incluindo aquella ou a parte § 2.° Poderão ser congressistas adherentes todos os in-
d'aquella sobre que incidam. dividuos que não tenham os requisitos precisos para a ad-
b) Os additamentos só podem ser votados depois de missão como congressistas effectivos.
approvado o texto primitivo, e quando não fiquem preju- A r t . 78.° Os congressistas effectivos terão o direito dc :
dicados pela própria votação. 1." Tomar parte, discutindo e votando, cm todas as
c) Segundo for approvado ou rejeitado o texto primi- sessões do congresso;
tivo, serão ou não consideradas como prejudicadas nas 2.° Receber um exemplar impresso das memorias apre-
substituições. sentadas, do-, pareceres submettidos á discussão, das actas
§ (j.° Pertence á mesa classificar as propostas. e do relatorio final do congresso.
§ 7.° Não será admittida proposta, communicação, voto A r t . 79.° Aos congressistas adherentes caberão apenas
ou discussão sobro assunto que não seja da competencia os direitos estabelecidos no n." 2 ° do artigo anterior, o o
ou attribuições privativas da assembleia. dc assistir ás i-essões do congresso.
§ 8.° Quando a sessão for especialmente destinada a Art. 80.° Tanto os eongre.-sistas effectivos como os adhe-
actos solemnes e conferencias, não lia logar para leitura rentes pagarão u m a quota de inscrição dc 2-viOO réis.
de acta e correspondencia, nem para apresentação de pro- § unico. Esta quota será apenas dc l$í;00 ré;., p a r a os
postas ou discussão de outros assuntos, com excepção ape- socios contribuintes da Liga Naval.
Maio ií7 180 1905
Art. 81.° A presidencia do congresso pertence a Sua A r t . 89.° Se assim convier ao seu serviço o conselho
Majestade El-Rei, como presidente da Liga Naval, e a geral pederá publicar j u n t a m e n t e o Boletim com a Revista
vice-presidencia a Sua Alteza Real o Principe D. Luis Maritima, sob o titulo gcnerico de Boletim Maritimo.
Filipe e a Suas Altezas Serenissimas os Senhores Infan- A r t . 90.° Quaesquer outras publicações da Liga que,
tes D . Affonso e I). Manoel, como vice-presidentes da por decisão dos conselhos ou j u n t a s , venham a fazer-se
L i g a Naval. serão regidas por disposições especiaes.
§ 1.° Com previa autorização de Sua Majestade a pre- A r t . 91.° De todas a3 publicações da L i g a Naval se-
sidencia das sessões poderá ser entregue a portugueses rão enviados vinte exemplares á Direcção Geral da Ma-
illustres pela sua posição social ou comprovado mereci- rinha.
mento pessoal. CAPITULO XIII
§ 2.° Para vice-presidentes das sessões poderão ser
convidados altos funccionarios do Estado, representantes M i s s õ e s (le p r o p a g a n d a
das associações marítimas, agricolas, industriaes, commer- A r t . 92.° O conselho geral poderá organizar missões de
ciaes e ofíiciaes-generaes ou superiores da a r m a d a . propaganda, que por todo o país vão preparando o desen-
A r t . 82." De todas as sessões clo congresso se lavrarão, volvimento cla obra que a Liga Naval se propõe realizar.
sobre os extractos tachygraphicos, actas, que serão assina- Art. 93.° E s t a s missões compor-se-hão sempre de um
das pelo presidente c secretario da mesa. chefe de missão, que r e c e b e r á um diploma de apresenta-
§ unico. Estas actas, com o relatorio final do congresso, ção, assinado pelo presidente e pelo secretario do conselho
serão publicadas num livro, que será distribuido aos con- geral, e pelo pessoal que elle possa a g g r e g a r a si ^ a r a a
gressistas, nos termos dos artigos 78.° c 79.° realização dos objectivos que lhe sejam designados, dentro
A r t . 83. 0 Quaesquer direitos ou deveres especiaes dos cla verba que o conselho destinar para tal fim.
congressistas, o programma das sessões c todas as outras A r t . 94." As missões de propaganda c o m p e t i r á :
questões relativas ao congresso serão fixadas num regu- 1.° Procurar desenvolver o interesse publico por tudo
lamento especial, para cada congresso, que será elaborado o que diz respeito ao futuro maritimo do p a í s ;
e publicado com a antecedencia precisa. 2.° Por meio de conferencias, artigos, etc , procurar o
desenvolvimento das pescarias e da marinha mercante, e
o progresso da marinha de g u e r r a , nos termos convenien-
CAPITULO XI
tes á defesa do p a í s ;
Bibliotecas, escolas e outros estabelecimentos 3.° Animar todas as iniciativas de caracter maritimo,
(la L i g a Naval solicitando p a r a ellas, quando seja necessário, o apoio do
conselho geral da L i g a ;
A r t . 84.° Por iniciativa dos conselhos ou j u n t a s , e em 4." L e v a r ao conhecimento do conselho geral quaes-
harmonia com as decisões clo conselho geral, a Liga Na- quer factos que possam interessar a acção da L i g a ;
val criará bibliotecas, asylos, escolas, grémios de sport 5.° Criar, nos termos d'estes estatutos, j u n t a s locaes da
náutico e outras instituições necessarias a seus fins. L i g a no litoral, e ao longo das vias fluviaes do p a í s ;
§ unico. A criação cVestas dependencias da Liga far-se- 6." Criar escolas regionaes de pescaria, cooperativas de
lia sempre cle commum acordo entre o conselho geral e o pescadores, etc., e todas as instituições que possam favo-
conselho ou j u n t a da localidade em que devam ser esta- recer os grandes objectivos da L i g a ;
belecidas. 7.° Incitar por tocla a parte o patriotismo nacional, em
A r t . 85." Os regulamentos de quaesquer d e s t a s instal- prol das empresas marítimas e coloniaes.
lações serão elaborados pelos conselhos ou j u n t a s a que Art. 95.° A s missões de propaganda installarão com-
pertencerem, mas só entrarão cm vigor depois de appro- missões defensoras das pescarias, com as attribuições se-
vados pelo conselho geral da Liga e sanccionados pelo guintes :
Governo. 1.° Zelar pelo rigoroso cumprimento de todas as dispo-
sições legaes destinadas a impedir o despovoamento das
CAPITULO XII
aguas marítimas e fluviaes;
Publicação da Liga Naval 2.° Promover a adopção de todos os meios indicados
pela piscicultura, para o conveniente repovoamento das
Art. 8G.'" A Liga Naval publicará um Boletim, desti- aguas, ein especial, nos rios e lagoas, em que seja cle
nado a elucidar os seus associados sobre todos os traba- êxito seguro o seu e m p r e g o ;
lhos realizados. 3.° E s t u d a r as condições da fauna e da flora aquatica
§ 1." A publicação d'este Boletim será, tanto quanto a seu c a r g o ;
possivel, mensal. 4.° Interessar o povo pelas pescarias, promovendo o
§ 2." A direcção da publicação cVestc Boletim pertence desenvolvimento da pesca sportiva.
aos secretarios clo conselho geral. § 1.° Estas commissões serão subordinadas por grupos
Art. 87." Logo (pie os seus recursos lh'o permittam. a ás juntas locaes cla Liga, cuja sede lhes sejam proximas,
Liga Naval criará tambem unia Revista Maritima Purtu- c por intermedio cVellas tratarão de todos os assuntos que
c/iiesa, nos moldes das melhores que se publicam no es- lhe, disserem respeito.
trangeiro. § 2." Os membros d'csias commissões serão sempre so-
§ unico. A publicação d'esta Revista f a r s e - h a sob a di- cios da Liga Naval, filiados na j u n t a local a que a com-
recção do conselho geral, sendo a redacção entregue, por missão for subordinada, mas o producto das suas quotas
contrato especial, a (piem o mesmo conselho j u l g a r com- não entrará no cofre da j u n t a , ficando em poder da com-
petente para assumi-la. missão, para despesas de expediente e outras eventuaes,
A r t . 8,S." A redacção do Boletim c Revista cla Liga ins- de que, a commissão prestará contas annuaes, referidas a
tallar-se-ha na edificio do conselho geral, que contratará o 31 de dezembro, á j u n t a local a que pertencem.
pessoal preciso para a reducção e distribuição d'estas pu- § 3." A nomeação clas commissões defensaras das pes-
blicações. carias será feita por um anno, mas as j u n t a s locaes a que
>? unico. Ao chefe da redacção, ou redactor principal estiverem subordinadas poderão prolongar, tanto quanto
das publicações da Liga, incumbirá todo o expediente re- quiserem o sou mandato.
lativo á sua publicação, á sua troca com as publicações Art. 9(3." As missões dc propaganda funccionarão como
congeneres do estrangeiro, o á sua expedição para os so- escolas inoveis, devendo para isso o conselho geral con-
cios da Liga, pais e estrangeiro. ccdcr-lhes o material c a dotação necessaria.
1905 181 Maio 10
artigo 9.° do regulamento de 22 de junho de 1898, em Obras Publicas e Minas, reconhecendo aliás a excquibili"
vigor naquella provincia; dade de passagem do esteiro de Marateca proximo da sua
Mostra-se que os mesmos recorrentes, interessados no foz, manifesta graves apprehensões acêrca das maiores
inventario de Sebastião José Barbosa Vasconcellos, recla- despesas cle conservação a que dará logar essa parte da
maram contra a dita liquidação perante o juizo de direito obra e da possivel elevação do seu custo bastante acima
da comarca de Sotavento, com o fundamento de que, não da importancia do orçamento, e opina pela passagem
tendo a lei effeito retroactivo (Carta Constitucional ar- longe da foz, a fim de evitar os inconvenientes aponta-
tigo 145.°, § 2.°, Codigo Civil, artigo S.°), devia a contri- dos, á custa de alguns kilometros de alongamento ;
buição ser liquidada em conformidade com o artigo 4.° do Considerando que qualquer solução que se adopte deve
regulamento da contribuição de registo approvado por ser subordinada á disposição da lei de 1 de julho de 19U3,
portaria regia de 25 cle agosto de 1880, que estava em que deu Setubal por origem á linha do Sado, a fim de
vigor em Cabo Verde ao tempo da abertura da herança; chamar áquelle porto o movimento commercial que pelas
e como fossem desattendidos, recorreram para a J u n t a suas condições lhe deva p e r t e n c e r ;
Consultiva do Ultramar, que ó tribunal competente, em Considerando que esse preceito não deixa de ser obser-
vista do disposto nos artigos 50.° e 63.° do regulamento vado se a linha do Sado aproveitar, á saida de Setubal,
approvado por decreto de 22 de junho de 1898. para economia da construcção e exploração, uma pequena
Attendendo a que o artigo 15.° d'este regulamento de- parte do actual ramal, do qual bifurque sem reversão na
termina que a contribuição de i®gisto seja liquidada pela direcção do Sado para ir atravessar o esteiro em local que
legislação em vigor ao tempo e:n que se effectuar a liqui- evite os inconvenientes apontados pelo Conselho Superior
dação, acrescendo á taxa principal os impostos addi- de Obras Publicas e Minas;
cionaes devidos ã data em que for feito o pagamento, e Considerando, porem, que essa directriz não deve de
portanto procedeu legalmente o escrivão de fazenda, cal- modo algum prejudicar os legitimos interesses de Setu-
culando a contribuição de registo conforme as taxas esta- bal, quer por aumento do custo dos transportes resultante
belecidas no artigo 9.° do regulamento em vigor. de maior percurso, quer por baldeação ou reversão num
Attendendo a que no regulamento de 25 cle agosto de ponto intermedio da linha ;
1880 se não encontrava disposição alguma em contrario, Considerando que os requisitos enumerados podem
mas antes o seu artigo 12.° estatuia que a contribuição de ser satisfeitos por uma directriz da linha do Sado que,
registo por titulo gratuito seria sempre regulada pela le- saindo da estação principal em Setubal, aproveite até
gislação vigente ao tempo em que se eífcctuasse o paga- Palmella o ramal e ali se inflicta na direcção dc Alcacer,
mento : tendo, alem da ligação directa para Setubal, outra para
Hei por bem, conformando-me com a mencionada con- Lisboa ;
sulta, negar provimento ao recurso e mandar que sub- Considerando que o pequeno alongamento resultante
sista a sentença recorrida. para Setubal será compensado, adoptando-se para o effeito
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da da applicação das tarifas a distancia que resultaria do tra-
Marinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe- çado mais directo estudado pela foz do Marateca, e que
cutar. Paço, em 11 de maio de 1905. = R E I . = Manoel as baldeações podem igualmente ser evitadas e a rapidez
Antonio Moreira Júnior. de transporte assegurada mediante carruagens directas e
D. do G. n.° 115, de 22 de maio de 1005. commodas correspondências, fáceis de assegurai 1 , entre a
bifurcação e a estação principal em Setubal;
Considerando quanto urge começar a construcção de uma
linha de tanta importancia para. o desenvolvimento da re-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DÃ FAZENDA gião que é destinada a servir;
Visto o parecer citado do Conselho Superior de Obras
Inspecção Geral dos Impostos Publicas e Minas, e conformando-se com a proposta da
Administração dos Caminhos de F e r r o do Estado cle 3 do
Sua Majestade El-Rei, a quem foram presentes por corrente:
certidão os autos de corpo de delicto instaurados na co-
H a por bem determinar que, pela Direcção dos Cami-
marca competente, e em que o fiscal de 2. 3 classe do
nhos de Ferro do Sul e Sueste, seja elaborada, com a
corpo da fiscalização dos impostos José Joaquim Pereira
maior rapidez possivel, uma variante do primeiro troço da
da Costa é arguido do crime de offensas corporaes na
linha do Sado pela estação de Palmella á de Palma.
pessoa de José de F r e i t a s :
H a ainda por bem o mesmo Augusto Senhor determi-
H a por bem conceder, nos termos do n.° 1.° do ar-
nar que a adopção d'essa variante, caso os resultados do
tigo 10.° do decreto n.° 3 de 24 de dezembro de 1901, a
estudo correspondam ás previsões feitas, em nada preju-
necessaria autorização para o proseguimento cio respectivo
dique o movimento da cidade e porto dc .Setubal, deven-
processo.
do-se fazer em Palmella o posto de bifurcação sem rever-
Paço, em 12 de maio de 1 9 0 5 . = ilfo?2oeZ Affonso cle Es-
pregueira. são e contar a distancia dc applicação á estação principal
D . do Cr. n.° 109, de 15 d e maio de 1905.
da linha do Sado, em Setubal, pela que resultaria do tra-
çado mais curto, e organizar se o serviço dc exploração
cle modo que evite incommodos e perdas de tempo ao trafego
de ou para aquella cidade.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Paço, em 13 de maio dc 1905. — D. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
D . do G. n . " 111, de 17 de m a i o do l!l< 5.
C a m i n h o s à e F e r r o do E s t a d o
Conselho de Administração
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto Direcção Geral das Obras Publicas e Minas
e orçamento do 3.° lanço da linha do Sado, comprehen-
dido entre a Fonte de Santa Catarina e a estação do Pi- Repartição de Obras Publicas
nheiro : Propondo o director das obra3 publicas do districto de
Considerando que, no seu parecer de 27 de abril ul- Viseu que, para a construcção do lanço da estrada de
timo acerca do referido projecto, o Conselho Superior de serviço da Foz do Thedo a Moimenta da Beira, compre-
Maio ií7 184 1905
hendido entre a F o z do Thedo o Santo Adrião, seja de-! Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenham
clarada a urgencia da expropriação de uma parcela de entendido e façam executar. Paço, em 13 de maio de
mato, com a superfície de 5:VJ08m2,70, pertencente aos 1905. = REI . ----Manoel Affonso de Espregueira = D. João
herdeiros do Visconde de Valmor, situada na freguesia de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
da Folgosa, do concelho de A r m a m a r : D . do G. n.° 113, de 19 de n a i o de 1905.
Considerando que esta expropriação se acha compre-
hendida nas disposições da lei cle 17 de outubro de 1857:
Hei por bem, conformando-me com o parecer clo Con-
selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 de abril de 1896
utilidade publica e urgente, nos termos da lei cle 23 de e dos n.° 5 1.° e 2.° do decreto do 24 de setembro de 1 8 9 8 :
julho cle 1850 c 8 do junho cle 1859, a expropriação do hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Superior
mencionado terreno correspondente á parcela n.° 1, mar- de Obras Publicas a Minas, que o director clas obras pu-
cada na planta parcelar que baixa com o presente de- blicas clo districto de Aveiro faça proceder á construcção
creto assinada pelo Ministro e Secretario de Estado dos do lanço da estrada de ligação da estrada districtal n.° 73,
Negocios das Obras Publicas Commercio e Industria. Mira a Poiares, no sitio clas Vendas da Pedreira com a
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o tenha estrada real n.° 10, Coimbra ao Porto, comprehendido en-
entendido e faça executar. Paço, em 13 dc maio de 1905. = tre as Vendas da Pedreira e a estrada municipal clas Ven-
R E I . - D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. das da Pedreira e a estrada municipal para Arcos, e auto-
rizar o referido funccionario a despender no corrente anno
D. do G. n . ° 21 a, des 2» d e nullo elo2fl().v.
economico a quantia de 1:000$000 réis.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
Nos termos do artigo 3.° cla lei de 23 dc abril de 1896 das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenham
e dos n. o s 1.° e 2." clo decreto de 24 de setembro de entendido e façam executar. Paço, em 13 de maio de
1898 : 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira = D. João
Hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Su- de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
perior de Obras Publicas e Minas, que o director das obras D . do G. n.° l i s , de 19 d e m a i o de 1905.
publicas clo districto de Beja faça proceder á construcção
clo lanço cla estrada real n.° 17, Beja a Faro, comprehen-
dido entre o Casal de Aldegueiro e o ribeiro do Vastão,
e autorizar o referido funccionario a despender no corrente C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o
anno economico a quantia dc 1:000/5000 réis.
O Ministro e Secretario clc Estado dos Negocios da Fa- Conselho de Administração
zenda e o Ministro e Sccretrio clo Estado dos Negocios
clas Obras Publicas, Commercio o Industria assim o te- Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o ante-pro=-
nham entendido e façam executar. Paço, em 13 de maio de jecto do 2.° lanço da 2. a secção da linha de Ponte de Sor,
190f>. RKI. = Manoel Affonso dc Espregueira=D. João com data cle 24 de setembro de 1903, cla herdade do Po-
de Alarcão Velasqucs Sarmento Osorio. cinho a Mora, e bem assim a variante de 18 cle março do
D . do Ci. li." II», do. 1!) do maio de 11105. corrente anno, entre os perfis 615 e 863 do mesmo ante-
projecto, mandada elaborar por despacho de 13 cle janeiro
ultimo:
Ha por bem, conforniando-se com o parecer do Conse-
Nos termos do artigo 3.° da lei cle 23 de abril de 1896 lho Superior cle Obras Publicas e Minas, de 11 do cor-
s
c dos n." 1.° e 2." do decreto dc 24 de setembro de 1898: rente, approvar o referido ante-projecto e respectiva va-
hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Superior riante, e determinar que se proceda sem demora á elabo-
dc Obras Publicas e Minas, que o director clas Obras Pu- ração do respectivo projecto definitivo.
blicas do districto de Beja faça proceder á construcção Paço, em 15 de maio de 1905. = D. João de Alarcão
do lanço da estrada districtal n.° 165, Alvallade a Alça- Velasques Sarmento Osorio.
ria Ruiva, comprehendido entre barranco das Milhoras e 1). do Ci. n.° 111, de 17 de maio do 1905.
Aljustrel, e autorizar o referido funccionario a despender
no corrente anno economico a quantia de 1:000;>000 réis.
O Ministro c Secretario de Estado dos Negocios da
Fazenda, c o Ministro c Secretario dc Estado dos Nego- PRESIDENCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
cios das Obras Publicas, Commercio c Industria assim o
tenham entendido e façam executar. Paço, em 13 de maio Senhor. — Foram bastante reduzidas ein 1904 as co-
dc 1905. = R E I . — Manoel Affonso de Espregueira — lheitas cle cereaes panificaveis, mormente de trigo e de
1). João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. centeio, o primeiro cios quaes constitue o pão da parte
I ) . do^íi. n.° 11'), de 1<J de maio de 1005.
mais abastada da população em todo o país, emquanto
que o segundo é o principal alimento do operario e do
pobre nas provincias de Trás-os-Montes c Beira, bem
como no alto Alemtejo, concorrendo ainda com a cevada,
Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 dc abril de 1896 a aveia e o milho para o arraçoamento do gado.
e dos n." s 1." e 2.° do decreto do 24 de setembro dc 1898 : Prevê a carta de lei de 14 de julho de 1899 os casos
liei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Supe- de escassez de trigo e milho no reino, provendo os meios
rior de Obras Publicas e Minas, que o director das obras de permittir a importação cle qualquer cPesses cereaes,
publicas do districto de Coimbra faça proceder á cons- quando falte no país ou os seus preços sejam elevados, e
trucção do ramal de, Midões á Ponte dc Atalhada, da es- assim j á no corrente anno cerealífero o Governo permit-
trada districtal n." 100, Tabua á Catraia do Marrão, e au- tiu, por mais de uma vez, mas precisamente dentro dos
torizar o referido funccionario a despender no actual anno termos da referida lei, o abastecimento dc trigo exotico,
economico a quantia de 1:000 ; >000 réis. por se ter rcconhec clo insufficiente o nacional.
O Ministro o Secretario dc Estado dos Negocios da Fa- ! Com respeito a centeio é que a lei não previu o caso
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios ' de escassez nem o de elevação de preço. A pauta geral
1905 185 Maio 10
das alfandegas deixou fiear este cereal comprehendido no maio de 1 9 0 5 . = R E I . = Jose Z?íc«'««o de Castro=Eduardo
artigo 32o. 0 dos cereaes não especificados, com o direito José Coelho = Arthur Pinto de Miranda Montenegro = Ma-
de 16 réis por kilogramma, mas occasiões ha, como suc- noel A ffonso de Espregueira = Sebastião Custodio cle Sousa
cede presentemente, em que, mercê da elevação dos pre- Telles—Manoel Antonio Moreira Júnior—Antonio Eduardo
ços nos paises estrangeiros, dos fretes, ou ainda do agio Villaça—D. João cle Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
do ouro, o centeio exotico não póde, com tal direito, ser D . dn G. n.° 112, de 18 do m a i o do 1905.
importado e vendido no reino, senão por preço superior
ao normal.
E m outros annos, quando as demais culturas cerealife-
ras tivessem sido regulares, e em que, não faltando o tra MINISTERIO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS
balho, as classes operarias pudessem occorrer melhor com
o seu saiario á própria alimentação, não se tornaria a falta Direcção Geral dos Negocios C o m m e r c i a e s
de centeio em tão temerosa crise de subsistencia; infeliz- e Consulares
mente não é esse o caso: as outras colheitas cerealíferas
foram exíguas tambem e os preços dos respectivos cereaes 1.a Repartição
são igualmente elevados, acrescendo ainda a circunstancia
de que as provincias que necessitam de centeio não pro O Conselho Federal Suisso, em 10 do corrente, com-
duzem milho, nem por isso mesmo as suas populações es- municou a esta Secretaria de Estado a adhesão de Cey-
tão habituadas a consumir pão d'este cereal, que é pecu- lão á convenção para a protecção da propriedade indus-
liar dos districtos mais húmidos e frescos do litoral. trial, de 20 de março de 1883, modificada pelo acto addi-
Nestas condições de escassez de pão e de trabalho; cional, de 14 de dezembro de 1900; e a da Nova-Zelandia
tendo em attenção as instantes reclamações das auctorida- ao mesmo acto addicional.
des administrativas; sendo indispensavel fazer cessar esta O que se faz publico para os devidos effeitos.
causa do mal-estar das populações menoo favorecidas, e Direcção Geral dos Negocios Commerciaes e Consula-
havendo-se averiguado que não é possivel, no estado actual res, em 17 dc maio de 1905. = Eduardo Montufar Bar-
dos mercados estrangeires, fazer baixar entre nós o preço reiros.
D . do G. n.° l l õ , de 22 do maio do 11)05.
do centeio até ao normal, mantendo o direito de 16 réis
por kilogramma, resolveu o Governo apresentar ao Parla-
mento uma proposta de lei, reduzindo o mesmo direito
por curto prazo de tempo.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Essa proposta de lei foi, a breve trecho, convertida,
com pequena modificação, em projecto de lei, que prompta- Direcção Geral da Instrucção Publica
mente foi votado pela Camara dos Senhores Deputados,
a qual lhe reconheceu a urgencia, e tinha j â sido enviada 2." Repartição
á C a m a r a dos Dignos Pares do Reino, e por esta remet-
tida á respectiva commissão de agricultura, quando sobre- Tendo chegado ao conhecimento de Sua Majestade El-
veio o recente adiamento das Côrtes Geraes. Rei as numerosas reclamações de individuos que, não
No entanto a necessidade de acudir á referida crise ali- tendo habilitação legal para o magisterio, pretendem ins-
menticia é cada dia mais urgente e imperiosa, motivo por crever-se como professores particulares de instrucção pri-
que o Governo tem a honra de submetter á sabia apre- maria, nos termos do artigo 103.° do decreto n." 8 de 24
ciação de Vossa Majestade o presente projecto de decreto, de dezembro cle 1901, allegando que, por motivos cle força
o qual é idêntico ao projecto de lei que j á teve a sancção maior, não requereram a inscrição no prazo determinado
da Camara dos Senhores Deputados, esperando que elle pelo artigo 368.° do regulamento de 19 de setembro de
merecerá, por todas estas considerações, a regia approva- 1902;
ção. Considerando que o referido prazo para a inscrição de
Secretaria de Estado dos Negocios das Obras Publicas, professores de ensino primario particular, naquellas condi-
Commercio e Industria, 17 de maio de 1905. = José Lu- ções, tem sido prorogado suecessivamente por varios pe-
ciano de Castro = Eduardo José Coelho = Arthur IJintode ríodos ; mas
Miranda Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Ponderando a necessidade de terminar essas concessões
Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Mo- extraordinarias por meio de um diploma generico e pu-
reira Júnior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de blico, porque, alem de outras razões de caracter pedagó-
Alarcão Velasques Sarmento Osorio. gico, podem suscitar duvidas, por demasiadamente tar-
dias, quaesquer declarações attinentes a dispensar da
prova dc habilitação para o magisterio os professores par-
Tendo em consideração o que mo representaram o Pre- ticulares comprehendidos no citado artigo 103.° do de-
sidente do Conselho de Ministros e os Ministros e Secre- creto n." 8 de 24 dc dezembro de 1901 ; e
tarios de Estado de todas as Repartições: hei por bom de- Solido conveniente conciliar quanto possivel as vanta-
cretar o seguinte: gens do ensino publico com o interesse particular dos in-
Artigo 1.° A contar da data da publicação d'este di- dividuos que não requereram a inscrição na epoca com-
ploma, o qual terá effeito immediato em todo o continente petente por causas alheias á sua vontade e naturalmente
do reino, até 20 de junho do corrente anno, o centeio es- confiados nas successivas prorogações do prazo regula-
trangeiro que for importado pelas alfandegas do mesmo mentar :
continente pagará somente o direito de importação de 8 Determina o mesmo Augusto Senhor que se conceda a
réis por kilogramma. inscrição de professores particulares de ensino primario,
Art. 2.° Depois de 20 de junho do corrente anno, o nos termos do artigo 103." do decreto n.° 8 cle 24 dc, de-
centeio estrangeiro continuará a pagar o actual direito de zembro de 1901, a todos os interessados que a requere-
importação de 16 réis por kilogramma, nos termos da rem até o dia 30 dc setembro proximo futuro, improro-
respectiva pauta em vigor, o qual, por effeito do artigo gavelmente, devendo apresentar as provas determinadas
precedente, fica suspenso até á mesma data inclusive. pelo § 1." do artigo 3G8." do regulamento de 19 de setem-
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros bro de 1902.
e Secretarios de Estado de todas as Repartições assim jS Paço, em 17 cle maio dc 1905.— Eduardo José Corlho.
o tenham entendido e façam executar. Paço, em 17 cle 1' D. do G. u." Ill), dl! il) de m a r ; , , cje :9<>.".
Maio ií7 186 1905
MINISTERIO DAS OBRAS PDBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA cle Idanha-a-Nova, 60 por cento nos de Belmonte, Olei-
ros, Villa de Rei e Villa Velha de Rodam, e 65 por cento
D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a no cla Covilhã sobre as ditas contribuições, nem a 60 por
cento sobre a decima de juros e 45 por cento sobre os
Repartição do Commercio ordenados dos empregados publicos no concelho de Cas-
tello Branco, a 50 por cento sobre a decima de juros e
Tendo sido presente a Sua Majestade El-Rei um reque- 30 por cento sobre os outros rendimentos no da Covilhã,
rimento em que as Associações de soccorros mutuos Pro- e a 75 por cento sobre os ordenados dos referidos empre-
gresso Humanitario, com sede em Lisboa, e José Lou- gados no de Oleiros.
renço de Carvalho, com sede no concelho de Almada, O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios clo
devidamente representadas pelas respectivas direcções, so- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
licitam autorização para se fundirem, passando o activo e 18 de maio cle 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
passivo da Associação de Soccorros Mutuos José Lourenço D . do G. n.° 115, do 22 do m a t o do 1905.
de Carvalho para a Associação de Soccorros Mutuos Pro-
gresso Humanitario, bem como os respectivos socios, fi-
cando estes com iguaes direitos e deveres aos d'esta ulti- Ilei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
ma associação, que continuará a reger-se pelos estatutos n.° 2.°, 57.° e 118.° do Codigo Administrativo, a Camara
approvados por alvará de 12 de outubro de 1904: Municipal do concelho de Santarem a diminuir a dotação
Ha por bem o mesmo Augusto Senhor autorizar a fusão de 400)5000 róis do seu partido medico, actualmente vago,
das mesmas associações, nos termos requeridos. na freguesia de Santa Iria em 100$000 réis, a fim de ser
Paço, em 17 de maio de 1905. = D . João de Alarcão criado e dotado com esta somma na freguesia de Alcanhões
VeMasques Sarmento Osorio. um outro partido medico, e bem assim a proceder vnos
D . do G. n.° 119, de 2G do m a i o d e 1905. termos legaes a concurso para provimento dos referidos
empregos.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
18 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
D . do G. n.° 115, de 22 de m a i o de 1905.
D i r e c ç ã o G e r a l d a E s t a t i s t i c a e dos P r o p r i o s
Nacionaes
Repartição Central Hei por bem autorizar, nos termos do artigo 45.° da
carta de lei de 24 de novembro ultimo, a Camara Munici-
Tendo, por decreto de 16 dc agosto de 1888, sido con pal do concelho de Avis a que dentro da metade da parte
cedido provisoriamente á Parochia do Santissimo Coração clisponivel cio seu fundo de viação applique 532$6J0 róis
de Jesus o patco e casas annexas do supprimido Convento ás obras cle abastecimento de aguas na freguesia de Santa
de Santa Marta de Lisboa para ali serem estabelecidas Margarida de Aldeia Velha, 194$940 réis ás de reparação
escolas primarias e a residencia do parocho e seu coadju- da ponte do Rodeio, 38:>000 réis á do caminho vieeinal de
tor; não tendo sido dado inteiro cumprimento ás disposi- Avis a Santo Antonio e 89^000 réis á de caminho vieeinal
ções do dito decreto, e sendo necessário applicar os refe- do Ribeiro dos Gallegos, visto serem urgentes e não se po-
ridos bens ao alargamento do hospital estabelecido no derem custear actualmente pelas receitas ordinarias do
edificio do mesmo convento: hei por bem revogar a men- concelho.
cionada concessão e mandar que os ditos bens revertam O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
á posse da Fazenda Nacional o sejam entregues á admi- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
nistração geral do Hospital dc S. José dc Lisboa para os 18 cle maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
applicar ao alargamento do hospital de molestias especiaes D . do G. n.° 115, de 22 de m a i o do 1905.
já estabelecido no edificio do referido convento suppri-
mido.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 177.° e
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, 18 179.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo, a J u n t a cle Pa-
de maio de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espre- rochia cia freguesia cle Retorta, no concelho de Villa do
gueira. Conde, a cortiahir ao j u r o annual de 5 por cento um em-
D . do G. n.° 111, dc 20 dc maio dc 190.").
prestimo da quantia de 200$000 réis, amortizavel em clez
annuidadcs pelo producto da derrama autorizada no arti-
go 190." do citado codigo, a fim de ser applicado exclusi-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO vamente á construcção cio cemiterio parochial da mesma
freguesia.
Direcção Geral de A d m i n i s t r a ç ã o Politica e Civil O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
2.:i Repartição 18 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
D. do G. n.° 115, de 22 de maio de 1905.
liei por bem autorizar, nos termos applicaveis dos ar-
tigos 55.", n.° 3.°, 56.°, n.° o.", 57.° c 456." do Codigo
Administrativo, as percentagens sobre as contribuições e
rendimentos designados 110 artigo 68.°, n." s 1.° e 2.°, cio MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
mesmo codigo votadas para o anno de 1906 pelas Cama-
ras Municipaes dos concelhos de Leiria, Pedrogam Gran- D i r e c ç ã o G e r a l da C o n t a b i l i d a d e P u b l i c a
de, Ancião e Figueiró dos Vinhos, respectivamente na
2.a Repartição
importancia de 40, 52, 55 e 60 por cento, e bem assim
as votadas pelas Camaras Municipaes dos concelhos do Com fundamento nos artigos 14.° e 32.°, § 1.°, da carta
districto dc Castello Branco, abaixo declarados, e que não de lei de 24 de novembro de 1904: hei por bem, tendo
poderão exceder a : 45 por cento no concelho dc Castello ouvido o Conselho de Ministros, determinar que no Mi-
Branco, 52 por cento no do Penamacor, 55 por cento no nisterio dos Negocios da Fazenda, guardadas as prescri-
1905 187 Maio 10
ções do § 9.° do artigo 1.° da carta de lei de 30 de junho cle 1898 : hei por bem determinar, conformando-me com
de 1891 e do artigo 1.° do decreto n.° 2 cle 15 de dezem- o parecer' do Conselho Superior de Obras Publicas e Mi-
bro cle 1894, seja aberto um credito especial, devidamente nas, que o director clas obras do districto de Faro faça
registado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, a proceder â construcção do lanço dc estrada de ligação da
favor do mesmo Ministerio, para «Encargos geraes», con- estrada districtal n.° 19-1 com a estrada districtal n.° 193,
signados na primeira parte da respectiva tabella da dis- comprehendido entre Cachopo e Casa Nova, e autorizar o
tribuição da despesa no exercicio de 1904-1905, pela referido funccionario a despender no corrente anno eco-
quantia de 390:000^000 réis a addicionar ao capitulo 3.°, nomico com a execução dos respectivos trabalhos até a
artigo 20.°, secção l . a quantia de 500;>000 réis.
O Tribunal de Contas declarou achar se este credito O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
nos termos legaes. zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
Ministros, e os Ministros e Secretarios cle Estado dos Ne- nham entendido e façam executar. Paço, em 18 de maio
gocios de todas as Repartições assim o tenham entendido de 1905. —Manoel Affonso de Espregueira — D. João cle
e façam executar. Paço, em 18 de maio de 1905. = R E I . = Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
José Luciano de Castro — Eduardo José Coelho = Arthur D . do G. n.° 115, de 22 do m a i o do 1905.
Pinto de Miranda Montenegro = Manoel Ajfonso de Espre-
gueira—Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel An-
tonio Moreira Júnior=Antonio Eduardo Villaça—D. João
de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. Nos termos do artigo 3.° da carta de lei de 23 de abril
D . do G. n.° 115, de 22 do maio de 1905. de 1896 e dos n. os 1.° e 2.° do decreto de 24 de setembro
de 1 8 9 8 : hei por bem determinar, tendo ouvido o Conse-
lho Superior de Obras Publicas e Minas, que o director
das obras publicas do districto de Portalegre faça proce-
Administração Geral das Alfandegas der á construcção clo lauço da estrada districtal n.° 137,
Almeirim pela estação de Santa Eulalia a Campo Maior
l, a Repartição e á estrada real n.° 70, comprehendidos entre Fronteira
e Portela dos Bufos, e autorizar o referido funccionario a
Tendo-se reconhecido que cla execução do artigo 10.° despender no corrente anno economico a quantia dc réis
do decreto de 6 de fevereiro de 1904, que regula o des- 500^000.
pacho cle gado suino existente na nova area focal anne-
xada á cidade de Lisboa, podem resultar graves inconve- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da F a -
nientes, tanto para o fisco como para a saude publica, zenda e o Ministro e'Secretario cle Estado dos Negocios
visto cpie as rezes que se despacham nos termos do men- das Obras Publicas, Commercio o Industria assim o te-
cionado artigo não são tributadas com exactidão rigorosa, nham entendido e façam executar. Paço, em 18 cle maio
nem o seu estado sanitario devidamente reconhecido: cle 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira —
D. João de Alarcão Velasques .Sarmento Osorio.
Considerando que sobre estes dois pontos cle subida im-
portancia emittiu o seu parecer a Administração Geral D . do G. n.° 115, de 22 de m a i o de 1905.
clas Alfandegas, fundando-se em considerações larga-
mente desenvolvidas, chegando á conclusão de que é in-
dispensavel restabelecer o que foi preceituado pelo ar-
tigo 14.° do decreto cle 21 de novembro de 1903; MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Considerando que, sendo ouvida sobre o assumpto a Ca-
mara Municipal cle Lisboa, foi tambem ella cle parecer Direcção Geral da Instrucção Publica
que, no interesse fiscal e da saude publica, a unica reso-
lução plausível seria tornar extensiva á nova area a obri- 2.a Repartição
gação legal, que para todo o resto da cidade existe, de só
poderem entrar no consumo as rezes suinas que sejam Convindo regulamentar o artigo 51.° do decreto n.° 8
abatidas no actual matadouro municipal: cle 24 de dezembro de 1901, e o artigo 153.° do decreto
Hei por bem determinar que, pelas razões de ordem de 19 de setembro de 1902;
fiscal e sanitaria que ficam indicadas, e nos termos do § Conformando-me com o parecer do Conselho Superior
unico do artigo 3.° do decreto n.° 1 de 27 de setembro de Instrucção Publica:
de 1894, se dê immediata e rigorosa execução ao disposto Hei por bem approvar o regulamento que faz parte in-
no artigo 14.° do decreto de 21 de novembro de 1903, tegrante d'este decreto e segue assinado pelo Ministro e
cessando a permissão contida no artigo 10.° do decreto de Secretario de Estado dos Negocios do Reino.
6 de fevereiro de 1904. O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios clo
Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios da Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Fazenda e das Obras Publicas, Commercio e Industria 18 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
assim o tenham entendido e façam executar. Paço, 18 de
maio de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira =
D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. Regulamento para a concessão de premios a professores
D . do G. n.° 115, do 22 d e maio de 1905.
de instrucção primaria
Artigo 1." Os premios pecuniários conferidos pelo Go-
verno em virtude do artigo 51.° do decreto n." 8 dc 24
de dezembro de 1901 serão concedidos annualmente, pre-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
cedendo proposta dos inspectores das circunscrições e voto
afirmativo do Conselho Superior de Instrucção Publica, a
Direcção Geral de Obras P u b l i c a s e Minas
professores de instrucção primaria com provimento defi-
Repartição de Obras Publicas nitivo.
Art. 2.° Os premios são destinados a galardoar o me-
Nos termos clo artigo 3.° do decreto de 23 de abril de recimento do professor por distinctos serviços prestados no
1896 e dos n." s 1.° e 2.° do decreto dc 24 de setembro exercicio do magisterio, na direcção e regime interno da
Maio ií7 188 1905
escola, na descoberta de novos methodos c processos de en- A r t . 9.° Nas propostas que se refiram a professores de
sino ou no aperfeiçoamento dos j á existentes e no desem- escolas centraes o merecimento e serviço de cada um de-
penho de commissões que tenham por fim aperfeiçoar a verá ser apreciado independentemente cle qualquer outro
educação e instrucção dos alumnos. professor pertencente á mesma escola.
Art. 3.° É elemento indispensavel para a apreciação dos Art. 10.° Para a concessão dos premios de que trata
serviços distinctos o conhecimento directo, por parte da este regulamento não são permittidos requerimentos de
inspecção, do numero de alumnos matriculados, da fre- professores, nem d'estes podetn ser exigidos quaesquer
quencia media d'estes, do seu aproveitamento nas diversas documentos para fundamentar as propostas dos funcciona-
classes, do resultado, no fim do anno lectivo, da sua habi- rios da inspecção.
litação nas passagens dc classe e nos exames finaes e ainda Art. 11.° Pelo que respeita aos professores das escolas
o conhecimento directo da proficuidade das innovações ou annexas ás normaes e de habilitação para o magisterio, as
aperfeiçoamentos dos methodos e processos de ensino. propostas serão formuladas e enviadas á Direcção Geral
Art. 4." Dão direito á concessão de premio : da Instrucção Publica pelos directores das referidas esco-
1." A regencia de uma escola ou classe frequentada em las, em conformidade com os preceitos que ficam indicados
media por trinta alumnos, o mínimo, e que d'estes, dois para os funccionarios da inspecção do ensino primario.
terços, pelo monos, tenham obtido passagem de classe ou Paço, em 18 de maio de 1905. = Eduardo José Coelho.
approvação nos exames do 1.° ou do 2.° g r a u ; D . do G. n.° 110, d c 23 do m a i o do 1905.
2." O zêlo c dedicação no ensino, na educação e pro-
gresso dos alumnos, na applicação de meios efficazes para
manter o respeito e conciliar a effeição dos alumnos den-
tro c fóra da escola; Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
3." A direcção do uma escola central; exercida por
modo tão distincto que na escola tudo revele superioridade 2.a Repartição
de ensino, proficuidade de methodo, excellencia dc disci-
plina e superintendencia activa c valiosa tanto na orga- Attendendo ao que me representou a mesa da Irman-
nização e escrituração da escola como na fiscalização e dade cla Santa Casa da Misericordia da villa de A r g a n i l ;
desempenho das obrigações do pessoal docente; Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo
4." A invenção ou aperfeiçoamento de methodos o pro- 438.° do Codigo Administrativo:
cessos de ensino ; Hei por bem approvar os novos quadros dos emprega-
5." Outros serviços distinctos prestados no decurso do dos da mesma Santa Casa e do seu hospital, que baixam
anno lectivo. assinados peio Ministro e Secretario de Estado dos Ne-
Art. 5." Hão considerados serviços distinctos : gocios do Iicino, que assim o tenha entendido e faça exe-
a) A acquisição dc donativos para a construcção ou re- cutar. Paço, em 18 dc maio de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo
paração do edificio escolar ou para compra de quadros, José Coelho.
estampas c utensílios de ensino de valor superior á impor-
tancia pecuniaria do premio;
Quadros dos empregados da Irmandade da Santa Casa da Misericordia
o) O estabelecimento e organização da biblioteca ou e Hospital da villa de Arganil
museu estiolar, quando o valor dc ambos ou de cada um
seja superior á importancia pecuniaria do premio; Quadro n.° 1
c) A leccionação gratuita de adultos em cursos noctur-
U m medico p r i v a t i v o , com o o r d e n a d o a n n u a l de 240|>000
nos ou dominicaes sem prejuizo do horário official, quando U m capellão, com 130,£000
previamente autorizada pelo inspector c devidamente fis- U m a m a n u e n s e c fiscal, com 120^000
calizada ;
d) O exercicio com distincção superior de qualquer ou- Quadro n.° 2
tro serviço ou commissão importante dc caracter escolar. U m enfermeiro, com o o r d e n a d o a n n u a l de S6$400
Art. (>." Os sub-inspectores nos circulos escolares e os Uma enfermeira 48$000
Um criado de e n f e r m a r i a 24$000
inspectores nas sedes das suas circunscrições reunirão os U m a c r i a d a dc e n f e r m a r i a 18£000
elementos dc apreciação colhidos na inspecção directa ás U m cozinheiro 48$000
escolas, de forma que as propostas para premio possam Um g u a r d a da mata e hortelão 48$000
ser remettidas á Direcção Geral da Instrucção Publica U m g u a r d a - p o r t ã o , com d i r e i t o a v e s t u a r i o
pelos inspecti res até o dia 30 de novembro de cada anno. Quadro n.° S
Art. 7." As propostas serão organizadas ein separado
Um anda<ior, com o o r d e n a d o annual d e 15,^000
para cada um dos professores, conterão uma minuciosa Dois mordomos d a S e n h o r a da Conceição, a 5 ^ 0 0 0 réis 10S000
apreciação dos serviços do professor indicado para premio U m e n c a r r e g a d o do relogio cia Misericordia 4^800
e serão acompanhadas de um mappa com a. nota de ma-
tricula dos alumnos na escola, sua frequencia media, seu Paço, em 18 de maio de 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho.
aproveitamento nas diversas classes e resultados dos exa- D. do G. n.° 117, do 2-1 d e m a i o do 1905.
mes.
§ unico. A nota a que se refere este artigo será orga-
nizada em vista dos mappas e documentos existentes em
poder dos sub-inspectores e elaborada sob a hnmediata MINISTERIO DOS NEGOCIOS Dá GUERRA
responsabilidade dos respectivos funccionarios.
Art. Os inspectores reunirão as propostas enviadas 5. a R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l
pelos sub inspectores e informarão cm separado acêrca cle da Contabilidade Publica
cada proposta, declarando sempre os motivos da sua accei-
tação ou rejeição no parcccr que enviarem á Direccão Nos termos dos artigos 57.° o 58.° do regulamento ge-
Geral. ral da contabilidade publica de 31 cle agosto de 1881, e
g unico. Quando os elementos que lhes forem forneci- conforme o preceituado no artigo 32.°, § 1.°, da carta de
dos não sejam suHicientcs para formarem juizo seguro para lei da receita e despesa do Estado para o exercicio de
fundamento do seu parecer, deverão os inspectores visitar 1904-1905, datada de 24 cle novembro do anno findo:
as escolas dos professores propostos e inteirar-se das cir- hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho de Mi-
cunstancias que os reeommendam. nistros, que no Ministerio- da Fazenda, devidamente re-
1905 189 Maio 10
gistado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, seja O T r i b u n a l de Contas declarou achar este credito nos
aberto a favor do Ministerio da G u e r r a , um credito espe- termos de ser decretado.
cial pela quantia de 19:605$450 réis, somma das importan-
cias que por conta das verbas autorizadas em diversos capi- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
tulos e artigos da tabella das despesas ordinarias e extraor- e Secretarios cle Estado dos Negocios dc todas as Repar-
dinarias do sobredito Ministerio da G u e r r a foram liquidadas tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
e não pagas nos exercicios de 1 9 0 2 - 1 9 0 3 e 1 9 0 3 - 1 9 0 4 ; em 18 de maio cle 1905. = R E I . = José Luciano de Cas-
devendo as referidas sommas, para se effectuar o seu pa- tro—Eduardo José Coelho —Arthur Pinto de Miranda
gamento no exercicio de 1904Í-1905, serem distribuídas Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira =Sebastião
pelos capitulos e artigos indicados no mappa junto, que Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Ju-
baixa assinado pelo Ministro e Secretario de E s t a d o dos nior —Antonio Ed,uardo Villaça = D. João de Alarcão Ve-
Negocios da G u e r r a e faz p a r t e do presente decreto. lasques Sarmento Osorio.
das sobras dos creditos autorizados para despesas do Ministerio da Guerra, relativas aos exercicios de 1902-1903 e 1903-190Í,
que por decreto d'esta data são transferidas para o exercicio de 1904-1905
1902-1903
1903-1904
12.° Despesas diversas dos serviços dás differentes a r m a s . . . 1:099£000 5.° 12."
1:099^000
Despesa"~_extraordinaria
19:605^450
Com fundamento no que se estabelece no artigo 25.", respectivos documentos de despesa ser classificados no
§ tí.°, da lei de 13 de maio de 189(5, do artigo 154.°, § 4.°, capitulo 8.° da despesa extraordinaria do Ministerio da
do regulamento clos serviços do recrutamento do exercito G u e r r a do referido exercicio de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 .
de 24 de dezembro de 1901, e conforme o preceituado no O Tribunal dc Contas declarou achar este credito nos
artigo 32.°, § 1.°, da lei da receita e despesa do Estado termos clc ser decretado.
para o exercicio de 1904-1905, datada de 24 de novem- G Presidente clo Conselho de Ministros e os Ministros
bro do anno findo : hei por bem determinar, tendo ouvido c Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar-
o Conselho de Ministros, que no Ministerio da Fazenda, tições assim o tenham entendido e façam executar, f a ç o ,
devidamente registado na Direccão Geral da Contabilidade cm 18 de maio de 1905. = R E I . = José Luciano de
publica, seja aberto a favor do Ministerio da Guerra, por Castro — Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de, Mi-
conta dos fundos provenientes cla remissão do serviço mi- randa Montenegro = Manoel Affonso ele Esprerjueira — Se-
litar, um credito especial pela quantia de 10:000:>000 réis, bastiào Custodio de Sousa Telles-- -Manoel Antonio Moreira
a addicionar á importancia de 25:000:S0U0 réis autorizada •Júnior — Antonio Eduardo Villaça = D. João -le Alai cão
por decreto de 17 de outubro cle 1904 para applicar á Velasques Sarmento Osorio.
despesa com os serviços do recrutamento ; devendo os D. lio O . D.» 110, d o Jfí (1(1 m a i o d o 1905.
190 1905
Maio ií7
Com fundamento na lei de 30 cle junho de 1903 e con- O Tribunal de Contas declarou achar este credito nos
forme o preceituado no artigo 32.°, § 1.°, da lei da receita termos de ser decretado.
e desposado Estado para o exercicio de 1904-1905, da- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
tada dc 24 de novembro do anno lindo: hei por bem de- e Secretarios cle Estado dos Negocios de todas as Repar-
terminar, tendo ouvido o Conselho de Ministros, que no tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
Ministerio da Fazenda, devidamente registado na Direc- em 18 de maio de 1905. = R E I . = José Luciano de Cas-
ção Geral da Contabilidade Publica, seja aberto a favor tro—Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda
do Ministerio da Guerra um credito especial pela quantia Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira —Sebastião
de 9:429$293 reis, por conta da 2. a serie do emprestimo Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú-
de 4.500:0005000 réis, autorizado pela referida lei de 30 nior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão
de junho dc 19u3, para ser applicado no indicado exerci- Velasques Sarmento Osorio.
cio ao pagamento das despesas constantes do mappa junto,
que baixa assinado pelo Ministro e Secretario de Estado
dos Negocios da Guerra e faz parte do presente decreto ; Mappa da distribuição do credito de 84:322$348 réis,
devendo os respectivos documentos de despesa ser incluí- autorizado por decreto da presente data para as despesas liquidadas
dos no capitulo 10.° na conta da despesa extraordinaria no exercicio de 1904-1905,
do Ministerio da Guerra relativa ao sobredito exercicio de por conta dos fundos provenientes da remissão do serviço militar
1904-1905.
O Tribunal dc Contas declarou achar este credito nos
termos de ser decretado.
O Presidente do Conselho do Ministros e os Ministros
e Secretarios dc Estado dos Negocios de todas as Reparti-
T e r c e i r a p r e s t a ç ã o do c u s t o d a s 14:400 g r a n a d a s com
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço, bala 30:194^240
em 18 de maio do 1905. = R E I . =José Luciano de Cas- T r a n s p o r t e e s e g u r o m a r i t i m o cio d i t o m a t e r i a s 873£240
tro— Eduardo José Coelho—-Arthur Pinto de Miranda P r i m e i r a p r e s t a ç ã o p a r a p a g a m e n t o da d e s p e s a com
Monteueqro — M uioel Affonso de Espregueira — Sebastião a t r a n s f o r m a ç ã o dos r e p a r o s d e a r t i l h a r i a de c o s t a 13:8G6|GOO
D e s p e s a s com as e x p e r i ê n c i a s f e i t a s com a b a t e r i a
Custodio de 8w>m Telles — Manoel Antonio Moreira, Jú- automovel de obuses 1:3881268
nior — Antonio Eduardo VilUtca — D. João de Alarcão Ve- P a r a a c q u i s i ç ã o de 2.000:000 d e c a i x a s p a r a c a r t u c h o s
lasques Sarmento Osorio. e de i g u a l n u m e r o d c b a l a s 38:000^000
84:322,5348
Mappa, (la distribuição do credito de 9:429|293 réis
Paço, 1S do maio cle 1 9 0 5 . = Sebastião Custodio de Sousa
autorizado por decreto da presente data para as despesas liquidadas
Telles.
no exercicio de 190M905 D . do G. n.° 119, de 20 de m a i o do 19C5.
por conta do emprestimo de 4,500:000$000 réis
I)e*igna^;lo d a d e s p e s a Importancia
MINISTÉRIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
4. a R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l
V e n c i m e n t o s e x t r a o r d i n á r i o s a officiaes e o p e r á r i o s em
c o m m i s s ã o no o-trriiigeiro a s s i s t i n d o ao f a b r i c o d a s da Contabilidade Publica
b a t e i ias de ai f i l h a r i a de c a m p a n h a 2:989J>530
D e s p e s a f e i t a p e l o A r s e n a l do E x e r c i t o com a e s c o l h a Com fundamento nos artigos 57.° e 58.° do regulamento
dc m a t e r i a l (le a r t i l h a r i a d c c a m p a n h a a a d o p t a r no geral da contabilidade publica de 31 de agosto cle 1881 e
exerci t.o 6:439^763
em harmonia com as disposições do § 1.° do artigo 32.°
9: Í29.i293 da carta cle lei de 24 de novembro de 1904: hei por bem,
tendo ouvido o Conselho de Ministros, determinar que no
Paço, em 18 do maio de 1905. = Sebastião Custodio de Ministerio dos Negocios da Fazenda seja aberto, u favor
Sousa Telles. do Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça, um
D . do G. n.° 11!). do 20 dc maio dc 1905. credito especial, devidamente registado na Direcção Geral
da Contabilidade Publica, da quantia de 760i>105 réis,
somma das importancias que, pelas verbas do capitulo 7.°,
artigo 2 3 . A , das respectivas autorizações de despesa, fo-
Com fundamento no que se estabelece no artigo 25.", ram liquidadas e não pagas nos exercicios de 18!í9-1900,
§ G.°, da lei de 13 de maio de 1896, no decreto com 1900-1901 e 1901-1902, e que, por existirem sobras, são
força de lei de 19 de outubro dc 1901, na lei cle 31 de transferidas para a tabella da distribuição da despesa do
março do 1902 e do preceituado no artigo 3 2 . § 1.°, da referido Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça
lei da receita e desposa do Estado para o exercicio de no exercicio dc 1904-1905, conforme o mappa junto, que
190-1-1905, datada de 24 de novembro do anno findo: faz parte do presente decreto e baixa assinado pelo Minis-
hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho de Mi- tro e Secretario de Estado dos Negocios Ecclesiasticos e
nistros, que no Miui.-terio da Fazenda, devidamente re- de Justiça.
gistado na Direcção Geral da Contabilidade Publica, seja O Tribunal cle Contas julgou este credito nos termos de
aberto a favor do Ministerio da Guerra, por conta dos ser decretado.
fundos provenientes da remissão do serviço militar, um O Conselheiro de Estado, Presidente cio Conselho cle
credito especial pela quantia de S4:322;>348 réis, com ap- Ministros e os Ministros e Secretarios de Estados de todas
plicação no exercicio dc 1904-1905 ao pagamento das as Repartições assim o tenham entendido e façam execu-
despi1.-as constantes do mappa junto, que baixa assinado tar. Paço, em 18 de maio de 1905. = R E I . — José Lu-
pelo Ministro c Secretario dc Estado dos Negocios da ciano de Castro — Eduardo José Coelho — Arthur Pinto
guerra e faz parte do presente decreto; devendo os res- de Miranda Montenegro = Manoel Afonso de Espreguei-
pectivos documentos de despesa ser classificados no capi- ra = Sebastião Custodio de Sousa Telles = AL moei Antonio
tulo ti." na conta da despesa extraordinaria do Ministerio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de
Guerra relativa ao sobredito exercicio de 1904-1905. Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
1905 191 Maio 10
Mappa das sobras dos creditos autorizados para despesas do Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça,
relativas aos exercicios de 1899-1900, 1900-1901
e 1901-1902, que, por decreto d'esta data, passam para o exercicio de 1904-1905
Tabella
de 1904-1003
o ote
Exercicios .5 Designação da despesa Importancias
d «s
760^105
Paço, em 18 cle maio de 1905. = Arthur Pinto de Miranda Montenegro. D . do G. n.° 121, de 29 de maio de 1905.
Com fundamento no artigo 8.° da carta de lei de 24 cle MINISTERIO M S OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
novembro de 1904 e nos termos do § 1." clo artigo 32.°
da mesma lei: liei por bem, tendo ouvido o Conselho de 9. a R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l
Ministros, determinar que no Ministerio dos Negocios da da Contabilidade Publica
Fazenda seja aberto, a favor do Ministerio dos Negocios
Ecclesiasticos e de Justiça, um credito especial, devida-
mente registado na Direcção Geral da Contabilidade Pu- Nos termos do artigo 50.° clo regulamento geral da con-
blica, cla quantia de 10:690.3002 réis, para pagamento do tabilidade publica de 31 de agosto de 1881 e em confor-
aumento da terça p.irte mais do seu ordenado a magistra- midado com o n.° 4.° clo artigo 25.° da carta de lei de 24
dos judiciaes e do Ministerio Publico, devendo a quantia de novembro de 1 9 0 4 : hei por bem, tendo ouvido o Con-
mencionada ser addicionada ás verbas inscritas na tabella selho de Ministros, determinar que dentro dos capitulos,
da distribuição da despesa do Ministerio dos Negocios Ec- em seguida designados, da tabella da distribuição da des-
clesiasticos c de Justiça para o exercicio cle 1904-1905, pesa ordinaria do Ministerio das Obras Publicas, Com-
conforme o mappa junto, que faz parte do presente decreto mercio e Industria, relativa ao exercicio corrente, sc
e baixa assinado pelo Ministro e Secretario de Estado clos effectuem as seguintes transferencias de v e r b a s :
Negocios Ecclesiasticos e de Justiça.
O Tribunal cle Contas julgou este credito nos termos de Capitulo 2.°
ser decretado.
O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de Do artigo 12.° para o artigo 5.° 2.000$000
Ministros e os Ministros e Secretarios de Pastado de to-
das as Repartições assim o tenham entendido c façam exe- Capitulo 5.°
cutar. Paço, em 18 de maio de 1905. = R E I . = José Lu-
ciano de Castro = Eduardo José Coelho —Arthur Pinto de Do artigo 46.° para o artigo 50.°. . 8003000
Miranda Montenegro—Manoel Affonso de Espregueira = Do artigo 52.° para o artigo 50.°. . 1003000
Sebastião Custodio de Sousa Telles—Manoel Antonio Mo- Do artigo 54.° para o artigo 5 0 . ° . . 600,>000 , F.nnAOOO
reira Júnior = Antonio Eduardo Villaça —D. João de
Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar-
Mappa a que se refere o decreto da data de hoje tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
em 18 dc maio de 1905. = R E I . = José Luciano de Cas-
tro — Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda
Capítulos
Secções
O
^ Designação da despesa Importancias Montenegro — Manoel Affonso de Espregueira — Sebastião
Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Jú-
nior—Antonio Eduardo Villaça=B. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
6.° Ministerio Publico
D . do Ci. n.° 132, de 12 de j u n h o dc 1905.
14° í." A u m e n t o da t e r ç a p a r t e do
o r d e n a d o ao p r o c u r a d o r
» g t r a l da Coroa e F a z e n d a
e a dois a j u d a n t e s 1:2791564
2." Aumento d a t e r ç a p a r t e do Direcção Geral dos Correios e Telegraphos
ordenado ao p r o c u r a d o r
regio ymto da Relação
de L i s b o a 400^000 3.a Repartição
1:679$5G4
10." E x e r c i c i o s lindos
Convindo substituir o typo do sêllo de franquia da taxa
35.° » de 75 réis actualmente em circulação: ha por bem Sua
A u m e n t o da t e r ç a p a r t e do o r d e n a d o
Majestade El-Rei, pela Secretaria de Estado cios Negocios
a m a g i s t r a d o s j u d i c i a e s e do Minis -
9:0105488 das Obras Publicas, Commercio e Industria, determinar
10:690^052 que sejam emittidos novos sellos d a q u e l l a taxa, os quaes
serão de côr dc terra de Ca>xel sobre papel amarello, tendo
Paço, em 18 de maio de 1905. —Arthur Pinto de Mi- |I a vermelho os algarismos indicativos da taxa.
randa Montenegro. D . do g. n.° 121, de 29 de maio de 1905. || E m harmonia com o disposto no § 6." do artigo 383.°
Maio ií7 192 1905
do regulamento para o serviço dos correios, approvado uma, a fim de com o rendimento d'estas satisfazer aquelle
por decreto de 14 de junho de 1902, poderão continuar a encargo e para applicar o remanescente á reforma das al-
ser utilizados para a franquia de correspondências os sel- faias e capellas da citada confraria.
los da taxa de 75 réis do actual typo, até que fiquem es- Paço, em 24 de maio de 1905. = Eduardo José Coelho.
gotados os que existire n nesta data. D . do G . n.° 120, do 27 de m a i o de 1905.
Paço, em 19 de maio de 1905. = D. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
D . lio O. n.° 119, do 21! do maio de 1905.
N.° 2 ta ® (B ^
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Tabella demonstrativa, por concelhos, do numero de recenseados "f =
para o serviço militar no anno de 4905 I ô ê êa a
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G roarnad o l a
11 73 73 445
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A r rTaiiaogl oo s .do C a c e m . 120 1 119 ]Rio Mníor 124 2 122
I Vl,,i)temor-o-Novo.. . . 2)2 •15 197 \ Santarem (Gallega 67 2 65
1 Evora 278 12 266 T o m a Novas 420 6 414
<11. d n n d o ln8 3 105 Villa N o v a d a Bar-
\ Evora
1 R.-guengosdeMonsaraz 106 3 103 quinha 56 - 56
I Mourão 55 55
1 >70
1:889 19
I V i a n n a do A l e m t e j o . . 59 1 58
\ Portel 96 1 95
/Alvito 37 37
2:162 6h 2:096
I Vidigueira 90 — 90
lenha 80 1 79
Villa Nova de Fozcoa il03 6 197
I vicura 236 11 222
Meda 141 4 137
! Barrancos 39 — 39
F.° d e C a s t e l l o R o d r i g o 175 <i 166 Beja.
' \ F e r r e i r a do A l e m t e j o . 108 1 107
\ g u i a r da Beira 99 1 98
142 288
Beja 430
françoso 205 205
6 220
f Serpa 226
Pinhel 186 2 181
12 Guarda . I Aliui-trel 85 o 82
\ Almeida 188 2 186
234
^Odemira 235 1
Fornos de Algodres .. 131 1 130
Celoriio da Beira. . . . 197 197 17
Q-uai d a 447 8 439
Gouveia 292 8 284 Aljezur 51 51
Ceia 464 8 456 Monchique 175 1 174
Silves 425 14 411
2:728 49 2:679
Villa N o v a d e Porti-
Faio
mão 165 5 160
I Villa R e a l 534 2 532
7 167
Lagoa 174
Alijó 268 4 264
5 188
Lagoa 193
S a n t a Murta de Pena-
V i l l a do B i s p o 64 - 64
Villa Real guião 165 1 164
13 <
( Sabrosa
Mesào F r i o
178
108
262
4
6
4
174
102
258
Povoa de Varzim . . .
2:813
304
200
28
2:613
276
P easroc od adeR C
e ga un aa v e s e s . V i l l a do C o n d e 290 12 278
M 475 6 469
Maia 247 4 243
Porto . B.iião 429 7 422
Paços de F e m ira . . 164 9 155
18 Porto. 7 277
2:419 34 2:3*5 Paredes 284
Vallongo 159 4 155
299 8 291 Gondomar 419 4 415
S PeHvo do S u l 175 3 172 1." b a i r r o ( o r i e n t a l ) . 819 40 779
P e n a l v a do C a s t e l l o . 182 13 165»
Í
2:686 108 2:578
131 2 129
812 22 790
14 Viseu 3S7 3 384
265 2 263
I
211 5 206 Montalegre 768 246 522
438 21 417
152 25 127
199 2 197
3'.'2 3 3*9
167 2 165
11* 11* I Villa Real 2' 8 3 205
VouzclL 99 1 98
3: 1 19 *l 3:03* 147 2 145
Oliveira de F r a d e s . .
108 2 106
Viseu 19
(M S aunrgeu a. l.d e 210 - 210 Chave»
; Coimbra . , Boticas
I Pt
N e lnl ea lsl a . 104 104
Tondella Valprissos
Celorico
Villa 1 o udcea dBea sAt go u. . a. r. 270 5 265
Carregal Braga.
Pombal 400 400 C
Rai bb ee icreai rde
a s dPee n B
a asto.. 201 2 202
Santa Comba D ã o . . .
Figueiró dos V i n h o s . . 99 99 VI i n ç a
, Muitagua 2:613 291 2:322
Lei Ancião 148 1 147 M íiiliin df UaBto . . .
Pedrogam G r a n d e . . . . 184 3 181
15 Alvaiazere 131 131
| Fafe 363 39 324
.' B r a g a . .
' (Guimarães. 726 48 678
Certã 255 10 245
C a s t e l l o B r a n c o . l'rm>ii<;aa-Nova 140 6 134
20
(Villa dc Rei 72 5 67
1 Felgueiras. 276 17 259
1
i t F e r r e i r a do Z e z e r e . . . 130 3 127 Porto L o u s a d a .• 237 9 228
\Santarem Villa N o v a de Ourem 307 7 3o0 Am<iiante., 441 13 428
I Thomar 353 5 318 Penafiel . • . 400 9 391
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55 256 5 251
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247 3 244
Fronteira 2 41
43 551 6 546
Monforte 55
56 1 157 1 156
63
Campo M a i o r . . . . 66 3 265 1 264
57
Sousel 57 - 27 Funchal \CP oa rmt oa r aS adnet oL o b o s 39 1 38
\ Elvas 1
186
187 | SFaunntc' hAanl n a 160 1 159
[ SMaancthai cCo r u z 214 4 210
S
P o n\ t ai e edo
m e Sol 140 6 134
Estremoz . . . 197 3 191
80 2 78
i P o r t o Moniz
B iba 70 1 69
Evora j Villa V i ç o s a 76 3 73 29 2:080
2:109
[Alandroal... lol 9 92
2:426 64 "27362
Secretaria de Estado dos Negocios da Guerra, em 25 de
/Aveiro. Mealhada . 114 3 111 maio de 1905. ==U Director Gerai, José Honorato de Men-
donça, general de brigada.
D. do G. n.» 128, de 30 de maio da 1905.
O l i v e i r a do H o s p i t a l . 350 9 341
23 Tábua 248 2 246
Penacova 233 1 232
Coimbra 613 6 607
Poiares 96 - 96
\ Coimbra. Argauil 244 5 239
G ies 143 — 143
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E D E JUSTIÇA
Condeixa 146 2 144
M i r m i d a do C o r v o . . .
L"usà
164 4 160
123
Direoç&o Geral dos Negocios de Justiça
124 1
Pampilhosa 163 5 158
2:63* 38 2:60n
2,1 Repartição
Attendendo ao que me representou a Camara Municipal tratos de territorio que pela sua qualidade são suscepti-
do concelho da Horta, e tomando em consideração as in- veis de larga producção agricola, se prestam valiosamente
formações que me foram presentes: liei por bem, nos ter- á criação de gado, e são, pelas suas condições climatéri-
mos do § 1.° do decreto de l õ de setembro de 1892, cas, aptos para nelles se installar e desenvolver uma in-
transferir para o juiz de direito da comarca do mesmo tensa colonização europeia.
titulo o julgamento das contravenções e transgressões de As producções tropicaes, as dos climas temperados, sem
posturas, que, segundo o disposto no principio do citado esquecer que no sopé da Chella o algodão póde obter-se
artigo, compete aos respectivos juizes cle paz. em magnificas condições de qualidade e preço, são na ver-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios Eccle- dade promessas sufficientemente fundamentadas e que per-
siasticos e de Justiça assim o tenha entendido e faça exe- mittem apreciar quanto o citado caminho de ferro, remo-
cutar. Paço, em 25 de maio de 190Õ. = R E I . = Arthur vendo as difficuldades do trajecto na zona baixa do litoral,
Pinto de Miranda Montenegro. póde valorizar certas zonas especiaes d'esse trajecto, e
D . do G. n.° 12-1, do 2 d e j u n h o do 1900.
depois, transposta a Chella, insufflar vida intensa nas ma-
gnificas regiões que apenas aguardam para a sua valori-
zação o estabelecimento de communicações fáceis e eco-
nomicas entre ellas e o litoral.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Politicamente, é obvio que este caminho de ferro, como
via de penetração, atravessando regiões ainda mais longin-
Direcção Geral de Obras Publicas e Minas quas do interior de Angola, completará a obra civilizadora
que a linha de Ambaca iniciou e o futuro caminho de
Repartição de Caminhos de Ferro ferro do Lobito á fronteira leste da provincia se propõe
desenvolver.
Sua Majestade El-Rei a quem foi presente um requeri- As riquezas j á mais ou menos completamente demons-
mento dc José Pedro de Matos, concessionario da linha tradas dos territorios do planalto de Mossamedes man-
ferrea de Portalegre e ramal de Avis, pedindo autorização teem-se num estado latente, porque ao seu aproveitamento
para traspassar a concessão d'esta linha e ramal á Compa- se teem opposto a difficuldade e carestia dos transportes
gníe des Chemins de F e r Portugais d'Estremoz à Porta- entre esse planalto e o litoral.
legre et Castello de V i d e : ba por bem, conformando-se A historia do districto de Mossamedes accusa a exis-
com o parecer da Procuradoria Geral da Coroa e Fazenda tencia de varias tentativas para a construcção do caminho
de 19 do corrente, conceder a autorização solicitada, com de ferro entre o respectivo porto e a base da Chella, en-
as seguintes condições : tão orientada tambem no sentido do seu prolongamento
1. a A companhia satisfará ao disposto no artigo 110.° do para o interior por Caconda e Bihé; infelizmente a fata-
Codigo Commercial; lidade, traduzida numa constante falta de recursos, tem
2. a A companhia submetterá á approvação superior pela obstado a que tal emprehendimento tenha tido, ao menos,
repartição competente os respectivos estatutos; começo de execução, com grave prejuizo de desenvolvi-
3." No novo contrato a celebrar com a companhia ficará mento agricola da região ao sul da provincia de Angola.
explicitamente estipulado: Varias são pois as vantagens d'aquelle caminho de ferro,
a) Que o traspasse da concessão é limitado exclusiva- economicas, politicas e estratégicas como auxiliar valioso
mente aos direitos e obrigações pertencentes ao concessio- de operações militares pelas facilidades e commodidades
nario cm virtude do referido contrato de 9 de dezembro que proporciona aos transportes de pessoal, material e
de 1903, sem que da approvação dos novos estatutos se abastecimento de toda a especie. Será garantia de que el-
deem ou reconheçam por forma alguma á companhia quaes- las se realizarão sem obstaculos excessivos na concentra-
quer novos direitos, se modifique qualquer clausula do con- ção de forças no theatro da guerra e em condições taes
trato ou se prescinda de qualquer garantia nelle e nas leis que assegurem o seu completo êxito.
assegurada ao Governo; Convicto da indispensabilidade de realizar urgentemente
ò) Que com respeito ás obrigações que a companhia ve- um tão util melhoramento, apresentou o Governo ao Par-
nha a emittir bem como a quaesquer compromissos que lamento, na actual sessão legislativa, uma proposta de lei
ella tome para com terceiros, nenhuma responsabilidade solicitando autorização para contrahir um emprestimo até
advirá ao Governo, o qual fica apenas obrigado ao que 1.500:0005000 réis para a construcção de um caminho de
consta do primitivo contrato de concessão e não prescinde ferro com via dc 0" 1 ,60, desde o porto de Mossamedes até
de nenhuma das garantias quo lhe estão asseguradas; ao planalto da Chella.
4. a No prazo de sessenta dias a contar d'esta data a Assaz se justifica a verba citada pelo exame dos orça-
companhia deverá satisfazer ao indicado nas condições I a mentos j á anteriormente feitos com referencia ao estabe-
e 2. a , apresentando no mesmo prazo declaração por escrito lecimento de uma linha com 1 metro de largura de via,
dc que se conforma plenamente com as prescrições cons- sendo porem certo que o caracter regional d'este caminho
tantes da condição 3. a de ferro se coaduna com a largura de 0 r a ,60, sufficiente
Paço, em 2G de maio de 1905. = D. João de Alarcão por muitos annos para o trafego, embora relativamente
Velasques Sarmento Osorio. importante, que a elle deve afluir.
n . do Ci. 11." 122, do .10 (111 m a i o do 1005.
Teve aquella proposta parecer favoravel das commis-
sões de fazenda e do ultramar da Camara dos Senhores
Deputados, mas o adiamento das Côrtes, impedindo que o
Parlamento se pronunciasse a tal respeito, e produzindo
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR na realização do caminho de ferro delongas de que pode-
riam advir graves inconvenientes, justifica o projecto de
D i r e c ç ã o dos C a m i n h o s d e F e r r o U l t r a m a r i n o s decreto que tenho a honra de submetter á apreciação de
Vossa Majestade.
Senhor. — A construcção de um caminho de ferro li- Paço, cm 27 de maio de 1 9 0 5 . = Manoel Antonio Mo-
gando O porto dc Mossamedes com o planalto da Chella, reira Júnior.
na provincia de Angola, é um utilíssimo emprehendimento
que exuberantemente se recommenda, seja qual for o ponto Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre-
(le vista sob que se considere. tario de Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar ;
Sabido c que. no planalto dc Mossamedes ba enormes tendo ouvido o Conselho de Ministros e a Junta Consul-
LOUõ 197 Maio - 7
tiva do Ultramar, e usando da faculdade concedida pelo ção a Amarante, seja declarada a urgencia da expropria-
artigo 15.° do acto addicional á Carta Constitucional de 5 ção por utilidade publica de vinte o uma parcelas de ter-
de julho de 1852: hei por bem decretar o seguinte : reno, todas situadas no concelho de Marco de Canavezes,
Artigo 1.° E o Governo autorizado a despender até a districto do Porto, as cinco primeiras com os n.° 8 1 a 5
quantia de 1.500:000$000 réis com a construcção de um na freguesia de Santa Eulalia, respectivamente com 123 in -,0,
-caminho de ferro com via de 0 m ,60, desde o porto de Mos- 287 n ' 2 ,0, 1:302"' 2 ,0, 2:180" l 2 ,0 e 545 m 2 ,0, pertencentes a
samedes ao planalto da Chella, na provincia de Angola. D. Maria Candida Pinto Brandão Aguiar, e as restantes na
Art. 2.° As despesas que forem sendo necessarias para freguesia de Santo Isidoro, pertencentes as n.° 5 22, 23
a construcção do caminho de ferro designado no artigo e 24, com 207 ra2 ,0, l:776 r a 2 ,0 e 130 m 2 ,0, a Bernardo Pinto
precedente serão pagas por xneio de creditos abertos no Babo, e as n. os 39, 41, 43, 46, 47, 48, 53, 54, 59, 60,
Ministerio da Fazenda em favor do Ministerio da Marinha 61, 65 e 68, com 375» ,2 ,0, l:025 r a 2 ,0, 26í n , 2 ,0, l:494 n , â ,0,
e Ultramar. l:067' n 2 ,0, 687 lll2 ,0, 173 m 2 ,0, 417'" 2 ,0, 108' n2 ,0, 829" l2 ,0,
Art. 3.° P a r a compensação á metropole dos encargos 799 m 2 ,0, 560" l2 ,0 e 730 ra2 ,0, a Serafim Machado;
de que trata o artigo antecedente, será descrita no orça- Considerando que estas expropriações se acham com-
mento da provincia de Angola, a contar do exercicio de prehendidas nas disposições do artigo 2.° da carta de lei
1905-1906, uma verba não inferior a 100:000^000 réis, de 17 de setembro de 1857:
que por intermedio da Inspecção Geral de Fazenda e Ul- Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con-
tramar será entregue no Ministerio da Fazenda, em cada selho Superior cle Obras Publicas e Minas, com data de
anno,-de conta da mesma provincia, até a extinção dos 18 do corrente, declarar de utilidade publica e urgente,
referidos encargos. nos termos das leis de 23 de julho de 1850 e 8 de junho
Art. 4.° As receitas liquidas da exploração do caminho de 1859, as mencionadas expropriações marcadas nas plan-
dc ferro serão da mesma forma descritas no orçamento tas parcelares que baixam com o presente decreto assi-
da provincia dc Angola, constituindo receita da dita pro- nadas pelo Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
vincia. das Obras Publicas, Commercio e Industria.
Art. 5.° A construcção e exploração do caminho de O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
ferro será feita por conta do Estado e subordinada ao res- nha entendido e faça executar. Paço, em 27 dc maio de
pectivo projecto approvado pelo Governo. 1905. — R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sarmento
Art. 6." Fica revogada a legislação em contrario. Osorio.
D . do U. n.° 122, de 30 dc maio dc 1305.
Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios
da Fazenda e dos Negocios da Marinha e Ultramar assim
o tenham entendido e façam executar. Paço, em 27 de
maio de 1905.— REI. = Manoel Affonso de Espregueira =
Manoel Antonio Moreira Júnior. MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
D . cio G. n.° 122, do 30 do m a i o do 1905.
Direcção Geral de A d m i n i s t r a ç ã o Politica e Civil
l. a Repartição
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
Hei por bem fixar, nos termos da carta cle lei cle 12 cle
Direcção Geral da Thesouraria junho de 1901, o vencimento annual do commissario do
corpo de policia civil do districto do Funchal em 600^000
Repartição Central réis, e respectivamente em 700 réis, 600 róis e 500 róis
diarios o dos chefes de esquadra, cabos de secção e guar-
Mostrando a experiencia que os empregados em ser- das do mesmo corpo.
viço na Agencia Financial do Rio cle Janeiro são compe- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
tentes para supprir as faltas dos que por impedimento Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
temporário não podem exercer as respectivas funcções: 27 de maio de 1905. = R E I . — Eduardo José Coelho.
hei por bem, modificando os artigos 48.° e 49.° do regu-
D . do G. n.° 123, do 31 dc maio de 1005.
lamento de 27 de julho de 1901, determinar que o encar-
regado da referida agencia seja substituído nos seus im-
pedimentos pelo secretario da mesma agencia, e que as
funcções d'este, emquanto durarem esses impedimentos, Hei por bem prorogar, nos termos do artigo 38.°, § 1.",
sejam exercidas peio empregado em serviço na repartição do decreto de 8 de agosto de 1901, até o dia 15 do pro-
de que se trata, que para esse fim for proposto de acordo ximo mês de agosto o prazo da organização do livro do
com a Legação de Portugal no Rio de Janeiro. recenseamento eleitoral do concelho de Oliveira de Aze-
Os Ministros e Secretarios de Estado dos Negocios da meis, observando-se nos actos subsequentes prazos analo-
Fazenda e dos Estrangeiros assim o tenham entendido e gos aos estabelecidos no quadro annexo ao mesmo decreto.
façam executar. Paço, 27 cle maio dc 1905. = R E I . = O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios do
Manoel Affonso de Espregueira — Antonio Eduardo Vil- Reino assim o tenha entendido c faça executar. Paço, em
la? a. 27 cle maio dc 1905. = R E I . — E d u a r d o José Coelho.
D, do CT. ii.<l do 30 de maio dc 100."».
D . do G . u.° 123, do 31 de maio do 1305.
annual de 300#000 réis, caria um d elles, tendo a respec- Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
tiva s e d e : dois na capital do concelho; o tercei o na fre- n.° 3.", e 6-S 0 do ()• digo Administrativo, as f u m a r a s Mu-
guesia de Santa Eulalia de Besteiros, e o quarto na «le nicipaes dos eoncellv s de Aljustrel, Almodovar, Alvito,
(bailas de Sabugosa, para o serviço clinico d e s t a e das Beja, Castro Verde, Cuba, Moura, Odemira, Ourique,
freguet-ias do Parada dc Gonta, Lobão, Lageosa, Fer- Serpa e Vidigueira a cobrarem para a sua gerencia no
reirós, Sabugosa e S. Miguel do Outeiro. anno de 1906 as percentagens autorizadas p a r a o corrente
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do por decreto de 25 de julho ultimo.
Reino assim o tenha entendido c faça executar. Paco, em O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
27 de maio de 1 'JOÕ. = R E I . = Eduardo José Coelho. Reino assim o tenha entendido e faça executar. P«ço, em
27 de maio de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
D . do G. u.° 123, do 31 d e m a i o de 1905.
D . do G. n.° 133, de 31 d e m a i o d e 1905.
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55. Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
n 0 1.°, 57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a Camara n.° 3.°, 68.°, n.° 1.°, e 456.° clo Codigo Administrativo e
Municipal do concelho de Angra do Heroismo a contrahir nos da carta de lei de 9 de julho de 1903, as C a m a r a s
ao j u r o annual máximo dc 6 por c« nto, um emprestimo de Municipaes dos concelhos de Aguiar da Beira, Almeida,
20:000)5000 réis, amortizavel em trinta annuidades, ne- Ceia, Celorico cla B-ir^, Fornos de Algodres, Gouveia,
nhuma das quaes exceda a 1:414,->0S0 réis, a fim de ser Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e
applicado em 12:000f5>000 róis, ao pagamento de seus dé- Villa Nova de Fozcoa a cobrarem p a i a a sua gerencia no
bitos até o fim do anno de 1904, em 7:000)$0n0 réis, á proximo anno as percentagens approvadas para o corrente
conclusão das obras no novo matadouro e em 1:000-3000 pelo decreto de 16 de j u n h o de 1 í'04.
réis, ás do cemiterio denominado cle Nossa Senhora da O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Conceição, com a clausula porem que nenhuma quantia Keino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
poderá ser applicada a qualquer debito liquidado com 27 cle maio de 1 ^ 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
desvio dos preceitos legaes, cuja observancia foi suscitada
D . do G . n.° 123, do 81 d e m a i o d e 1905.
na portaria de 16 de julho de 1«98.
O Ministro e S- cretario de Estado dos Negocios do
Reino asBÍm o tenha entendido e faça executar. Paço, em
27 de maio de 1905. =-= R E I . ~ Eduardo José Coelho. Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°, n.° 3.°,
T>. do Ci. ti." 128, do 31 d» maio de 1905. e 6 8 . n . ° 3 1.° e 2.°, do Codigo Administrativo, a C a m a r a
Municipal do concelho de Castello de Paiva a cobrar para
a sua gerencia no anno de 1906 as percentagens de 60 por
cento votadas na respectiva sessão de 6 de abril ultimo.
Hei por bem declarar de utilidade publica urgente, nos O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
termos da c a r t a cle lei de 11 de maio de 1872, a expro Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
priaç.ão requerida pela Camara Municipal clo concelho de il de maio cle 1905. — R E I . — Eduardo José Coelho.
Viseu, de S40 n>2 ,30 de terreno de quintal e horta de Ber- V , do G. n.° 133, d e 31 do m a i o de 1905.
nardo Simão Telles, 155 m -,80 clc terreno de casa e quin-
ta! dos herdeiros de João Ribeiro Nogueira F e r r ã o , 2t)2'" â ,40
de terreno de casa o quintal dos herdeiros de Eduardo
Pessanha Vilhegas do Casal, e 12 metros quadrados de Attendendo ao que me representou a Camara Municipal
terreno de pateo de Manoel Pereira de Figueiredo, que do concelho de Aveiro: hei por bem autorizá-la a contrahir,
são necessarios para o prolongamento da rua antigamente ao juro annual de 6 por cento com a m o r t i z a ç ã o em trinta
denominada do Commercio e boje do Presidente Luis Fer- annuidades, nenhuma clas quaes exceda a 2:167$978 réis,
reira, na dita cidade, e bom assim a de 1:510 metro» qua- o emprestimo de 30:000?$000 réis approvado por decreto
drados de terreno clo casa, pateo, quintal e ruínas de um de 4 de fevereiro ultimo, o qual fica assim modificado
forno, pertencente a Albino .lo.-é das Neves, 408 metros nesta parte somente.
quadrados cle terreno de quintal, pertencente a Manoel O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
do Almeida Figueiredo, e 310 metros quadrados de ter- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
reno dc quintal e horta, pertencente a Bernardo Simão 27 de maio de 1 9u5. = R E I . = Eduardo José Coelho.
Telles, que são necessarios para ampliação da Praça Doi.- D . do 6 . n . ° 12J, de 81 dc maio do 1905.
de Maio, da mesma cidade, tudo na fórma das plantas
que com este decreto baixam competentemente autenti-
cadas.
O Ministro e Secretario do Estado dos Negocios do Nos termos do artigo 438.°, § 1.°, do Codigo Adminis-
Reino assim o tenha entendi lo e faça executar. Paço, em trativo: hei por bem lixar na quantia de 270^000 réis a
27 dc maio dc 1 ',105. — R E I . - - - Eduardo José Coelho. dotação annual do partido medico que se acha vago no
concelho dc Ponta do Sol, e a u t o r i / a r se proceda nos ter-
D. do Ci. 11." l'J3, do :ll dc- maio do ÍUOÕ.
mos legaes a concurso para o respectivo provimento.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
27 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Cielho.
liei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
D . do G . n.° 123, dc 31 do m a i o do 1905.
n.° 3.", o 68." do Codigo Administrativo, a Camara Mu-
nicipal do concelho de Evora a cobrar as percentagens de
55,8 por cento para a sua gerencia no anno clo 1906.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios clo Sendo-me presente a Consulta do Supremo Tribunal
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Administrativo a érea do recurso n.° 10:-í88, em que são
27 dc maio de 1905. = R E I . = Eduardo J,,sé Coelho. recorrentes a Camara Municipal do concelho do Fundão
r>. do o . i i > : í , si fl,. im,;,. e o Dr. Pedro Celestino de Campos Paes do Amaral, e
i w:> 199 Ai ai o -J7
recorrido o auditor administrativo do districto de Castello camara recorrente cumprido as disposições dos artigos,
Branco, e de que foi relator o Conselheiro de Estado, vo- 56." e 123.", únicos applicaveis no caso p e n d e n t e ;
gal effectivo, Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro: — que semelhantemente haviam sido alteradas, em
Mostra-se que, em maio de 1*97, declarou o secretario lSi'4-, as condições do partido que tinha a sua sede no
geral do G - v e r n o Civil do districto de Castello Branco, Fundão, estabelecendo se por nova fórma o partido da
nos termos dos artigos 329 u , n.° 2.°, e 31.", n.° 5.°, do Capinha, não foram ouvidos os quarenta maiores contri-
Codigo Administrativo, perante o juiz recorrido, contra buintes, a deliberação foi executada, o partido provido, e
as deliberações tomadas pela camara recorrente em ses- o Ministério Publico não r e c l a m a r a ;
sões de 8 de janeiro e 8 de maio d'aqitelle anno, expondo Mostra se que por sentença cle 10 dc março de 1898,
e instruindo com documentos: julgou o auditor recorrido procedente a reclamação o au
— que, em sessão de 8 de janeiro resolvera a recor- nullou as referidas deliberações cle 8 cle janeiro o 8 do
rente ampliar a area do partido medico da Capinha, com- maio de 1897, fundando-se em q u e :
prehendendo nella a parte oriental da villa do F u n d ã o e — o partido medico da Capinha foi criado e posto a
as freguesias de Valverde, Fatella, Pero Viseu, Capinha, concurso nas condições deliberadas pela recorrente em
Salgueiro, Quitans e E s c a r i g o ; transferir para a villa a ses.-ões cle 28 cle julho, 8 de setembro e 17 de dezembro
sede do partido, que estava na Capinha, igualar os dois de 1894;
partidos do Fundão, applicanclo-lhes a mesma tabella; — essas condições foram essencialmente alteradas na
— que semelhante deliberação, aumentando a dotação sessão de 8 cle janeiro de 1897 :
do partido e alterando as suas condições organicas, im- — qininto á sede do partido que da Capinha passou
portava a criação de um novo partido, carecendo, por- para o F u n d ã o ;
tanto, de approvação do Governo por meio cle decreto in- — quanto á sua area territorial, porque se lhe acres-
tegralmente publicado na Folha Official, e de previa con- centou a freguesia de Valverde e a villa do F u n d ã o ;
sulta dos quarenta maiores contribuintes, conforme os ar- — quanto aos proventos porque aumentou e melhorou
tigos 55. n , n.° 2.°, e 57. 0 e § 1.° do citado Codigo, appro- a esfera cle acção clinica, e d'ahi resultou cessarem al-
vação e audiência que se não haviam realizado; guns dos encargos e advirem novas vantagens proíissio
— que, por isso, sendo tal deliberação enviada ao Go- na e s ;
verno, este, em officio do Ministerio do Reino de 2 3 de — o proprio segundo recorrente reconhecera que a ta-
março de 18H7, se recusara a t o m a - d'ella «onhecimento: bella e condições do seu partido eram inferiores ás do ou
que, sem embargo de tal recusa, e pretextando lapso de tro partido, j á existente no Fundão, quando em 1895 pe-
tempo, s e g u n l o o artigo 56.°, §§ 1.° e 2.° do mesmo Co dira que fossem igualados, a camara recorrente, em sessão
digo, resolveu o recorrente na referida sessão de 8 de de 11 de maio, a i^s > se recusou então; o que mais prova
maio, manter e executar a sua anterior resolução; que a equiparação agora deliberada dos dois partidos im-
— cpte tal pretexto era inadmissível, por só serem ap- portava para o da Capinha larga melhoria cle vantagens r.
plicaveis os §§ 1.° e 2.° do artigo 56.° ás deliberações proventos;
nelle especificadas entre as quaes as referentes á o organi- — assim, e dadas aquellas fundamentaes alterações, foi
zação ou dotação de serviços e fixação de despesas», e verdadeiramente um partido novo qne se criou, como em
não ás designadas no artigo 55.°, n." 2.° «criação de em- caso analogo julgou o accordâo do Supremo Tribunal Ad -
pregos e aumento de dotação dos legalmente existent-sv ; ministrativo de ^4 de março cle 18112;
— que nullas eram conseguintemente as duas delibera- — portanto estava a reclamada deliberação de 8 de j a -
ções da r e c o r r e n t e ; neiro comprehendida no artigo 55.°, n.° 2.", do Codigo
Mostra-se que invocando o artigo 337.° do Codigo Ad- Administrativo e sujeita ao artigo 57.°, § 2.°, não va-
ministrativo promoveu o Ministerio Publico a suspensão lendo comegiiintemente á recorrente o lapso de tempo do
das deliberações, ao que o recorrido deferiu em despacho artigo 56. n , § I p a r a a relevar da infracção cle lei e
de 31 de maio de 1897, que foi confirmado por accordão desobediência á resolução tutelar que praticou;
d'este Supremo Tribunal de 23 de junho de 1*97; Mostra-se que d'essa sentença vem o presente r e c u r s o :
Mostra-se que seguindo o processo os seus termos, con- O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis-
testou a recorrente, juntando os documentos: terio Publico:
.•—- que não aumentara a dotação do partido da Capinha, Considerando que as camaras municipaes teem certa-
porque a tabella era e continuava a ser a mesma no Fun- mento pelo artigo 51.°, n.° 20.°, do Codigo Administra-
dão ou na Capinha; tivo, a faculdade de regulamentar os serviços muniej
— que no tocante á alteração das condições do partido, paes ;
era isso da sua competencia, j á porque o artigo 51. Considerando que tambem pelo artigo 56.", li." l. u , lhes
n.° 20, lhe attribue o regulamento dos serviços munici- compete deliberar sobre organização cm dotação de servi-
paes, e nestes estão os serviços medicos; já porque, fa- ços e fixaçâo de despesas, e aa suas deliberações se tor-
lando o artigo 127.° do «melhoramento das vantagens dos nam executórias independentemente de approvação do
partidos», e referindo-se o artigo 126 0 á «alteração das Governo quanto aos municipios de 1." ordem, ou das com-
vantagens com que forem providos os partidos», só ás ca- missões districtaes, quanto aos de 2. a ordem, quando de-
maras municipaes compete deliberar em taes assuntos; corrido o prazo a que se referem os §§ 1.° e 2." do mes-
— e que a alteração feita não representava a criação mo artigo ;
cle um novo partido, pois que o artigo 126. 0 d stingiiia Considerando, porem, que sempre que no regulamento,
entre a alteração de vencimentos e vantagens e a extinc- organização e dotação dc serviços municipaes h a j a criação
ção de um partido, e que portanto chflerente era alterar de empregos ou aumento de dotação dos legalmente cria-
um partido, quaesquer que fossem as alterações, e extin- dos, não são as respectivas deliberações executórias, ou o~
gui lo e criar outro; municipios sejam de I." ou de 2. a ordem, sem especial
Mostra se que, por seu seu lado, contesta o segundo re- approvação do Governo em decreto intetrralniente publi-
corrente; cado na Folha < 'fficial; sendo previa e impreterível for-
— que a deliberação de 8 de janeiro não estabelecera malidade a cumprir o ouvir-se os quarenta maiores con-
tabella mais vantajosa, não aumentara o ordenado do par tribuintes do concelho, como o artigo 57." e seus paragra-
tido, não representara a criarão de um partido novo, não phos explicitamente preceituam;
estava sujeita ao preceito do artigo 55.° do Codigo Admi- Considerando que tanto a retribuição fixa como os pro-
nistrativo ; ventos auferidos pela respectiva tabella do vencimentos
— que a deliberação de X de maio era legal por ter a constituem a dotação de um partido medico; que não po-
Maio L'V 1905
dem as camaras demittir os facultativos de partido, alte- corrente o Reverendo José Maria de Moura Villas Boas,
r a r os vencimentos e as vantagens do seu provimento, ou parocho da freguesia do Bairro e recorrida a J u n t a de Pa-
extinguir os partidos, sem primeiro os ouvir (Codigo Ad- rochia do Bairro, e de que foi relator o Conselheiro de Es-
ministrativo, artigo 12(5.°), e só podem aumentar os ven- tado, vogal'effectivo, Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro:
cimentos ou melhorar as vantagens dos partidos em bene- Mostra-se que perante o auditor administrativo de B r a g a
ficio dos providos, como exige o artigo 123.°, observando reclamou o recorrente contra as deliberações tomadas pela
as demais disposições clo mesmo codigo, e abrindo novo recorrida nas sessões de 2 de janeiro e 18 de agosto de
concurso; 1902, allegando:
Considerando que evidente c, pois, que não podia a ca- — que era nulla a primeira deliberação respeitante a
mara recorrente melhorar as vantagens do partido em que realizarein-se as sessões da j u n t a em casa do vogal F r u -
o segundo recorrente fôra provido, e portanto aumentar- tuoso de Araujo, porque, não podendo este votar em as-
lhc a dotação sem previa approvação clo Governo em de- sunto que o interessava, e sendo contrario o voto do re-
ereto publicado n a Folha Official, nào havendo para isso corrente, não houvera maioria para tal sq d e l i b e r a r ;
lapso de tempo que a recorrente possa i n v o c a r ; — que era nulla a outra deliberação que alterara os dias
Considerando que não só preteriu a lecorrento essa das sessões, porque não haviam os vogaes da j u n t a sido
condição imposta por lei á validade da sua deliberação de convocados p a r a tal fim, e só para a alteração das horas
8 dc janeiro de 1897, mas sendo-lhe communicado o offi- das sessões.
cio do Ministerio do Keino de 23 de março de 1897, em Mostra-se que o auditor, em sentença de 28 de j a n e i r o
que se declara que por inobservância clas formalidades le- de 1904, julgando legitimas as partes, em vista dos arti-
gaes, sc recusava o Governo a tomar conhecimento de gos 33.°, § 2.°, 61.°, § unico, 186.°, § unico, 419.°,
tal deliberação, apesar d'isso, e não só com infracção da 421.° e 422.° clo Codigo Administrativo, desattendeu a
lei, mas com menosprezo da autoridade tutelar, resolveu primeira reclamação, porque não tendo o vogal Frdtuoso
a recorrente, cm sessão de 8 de maio do mesmo anno, interesse no assunto, pois que offerecera a sua casa sem
executar a deliberação não approvada, o que determinou remuneração alguma, bem podia votar, como votou, fa-
o officio do Ministerio do Keino cle 22 cPesse mês publi- zendo vencimento, com o outro vogal, c o n t r a ' o recor-
cado no Annuario, vol. IX, pag. 419 : rente ; e
Hei por bem, conformando me com a referida consulta, Attendendo a segunda reclamação, pelo fundamento al-
negar provimento no recurso para todos os devidos effeitos. legado ; e assim condemnou as p a r t e s por igual nas custas
O Ministro c Secretario dc E s t a d o dos Negocios do e sellos do processo;
.Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Mostra se que d'essa sentença só o recorrente interpôs
27 dc maio dc 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho. recurso para o Supremo Tribunal Administrativo, susten-
D . ilo Ci. n.° 123, (lo :il clo maio do 1905.
tando a nullidade da primeira deliberação contra que re-
clamara.
O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis-
terio Publico:
Sendo-me presente a consulta clo Supremo Tribunal Considerando que pelo artigo 166.°, § unico, do Codigo
Administrativo acêrca do recurso n.° 10:923, cm que é re- Administrativo, é ao administrador do concelho que compete
corrente José cla Silva Rocha, e recorrida a Camara Mu- resolver as duvidas que se levantarem acêrca da casa onde
nicipal clo concelho de Bouças, e de que foi relator o devam celebrar-se as sessões da j u n t a quando esta não tenha
Conselheiro de Estado, vogal effectivo, E r n e s t o Rodolpho casa própria p a r a isso:
Hintze Ribeiro: Hei por bem, conformando-me com a referida consulta,
Mostra-se que em sessão dc 23 de junho de 1898 ne- rejeitar o recurso interposto para todos os devidos effeitos.
gou a recorrida licença ao recorrente p a r a abrir postos O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
em um predio seu confinante com o caminho publico, fun- Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
dando-so cm que o terreno pertencia a uma capella, e era 27 de maio de 1 9 0 5 . = R E I . —Eduardo José Coelho.
parochial;
D . do Ci. n.° 123, de 31 de m a i o dc 1905.
Mostra-sc quo, reclamando contra essa deliberação, jun-
tou o recorrente documentos para mostrar cpie o terreno
era municipal e não parochial;
Mostra-sc que, por sentença de 28 dc janeiro de 1899, Sondo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
se julgou incompetente o respectivo auditor administrativo Administrativo acerca do recurso n.° 12:248, em que é
para o julgamento cla questão, por esta versar sobre, titu- recorrente o Bacharel Abilio Augusto da Maia e Costa, e
los de propriedade; recorridos a Camara Municipal do concelho de Vouzella
Mostra-se que d'esta sentença vem o presente recurso. c o D r . Alvaro de Mello Cardoso, e de que foi relator o
O que tudo visto c ponderado, ouvido que foi o Minis- Conselheiro, vogal effectivo, Antonio Telles P e r e i r a de
terio Publico: Vasconcellos P i m e n t e l :
Considerando que, eífectivanienle, não pertence ao con- Mostra-se que tendo ficado vago um dos partidos me-
tencioso administrativo julgamento de pleitos sobre pro- dicos no concelho de Vouzella, do districto de Viseu, a
priedade ou posse cle terrenos (Codigo Administrativo, ar- camara municipal abriu concurso para o seu provimento,
tigo 321)."), sendo quo no tocante a direitos de propriedade tendo deliberado não dividir o concelho em areas diffe-
são os corpos administrativos considerados como simples rentes ;
particulares (Codigo Civil, artigo 37."):
Mostra-se que concorreram tres medicos, e que a ca-
liei por bem, conformando-me com a referida consulta, mara sc reunira em sessão, para examinar os documen-
negar provimento no recurso para toclos os devidos effeitos. tos, e admittiu ao concurso todos os tres concorren-
O Ministro e Secretario dc Estado dos Negocios do tes ;
Reino assim o tenha entendido c faca executar. Paço, em
Mostra-se que a camara recorrida nomeou, precedendo
27 de maio de 1905. = R E I . Eduardo José Coelho.
as formalidades legaes, o recorrido D r . Alvaro de Mello
1>. (lo (i. n." 12:). dc 31 do maio dc 1005.
Cardoso;
Mostra-se que os dois concorrentes se não acharam
aggravados com o procedimento da camara, mas reclamou
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- contra as deliberações da camara o recorrente, que é um
ministrativo acerca do recurso 11." 12:229, em que <5 re- cidadão recenseado no concelho e nelle residente;
ltiOò Maio -'T
Mostra-se que a reclamação uão foi attendida pelo au- j ouvir o recorrente em presença dos artigos 40.° e seus
ditor administrativo, e da sentença d'este o presente re- números, 66.° e seus números, 51.°, n.° 17.°, 81.°, n.° 10.°,
curso baseado nos seguintes f u n d a m e n t o s : 447.°, § unico do citado codigo, nem a recorrida podia
1.° Que a camara abriu concurso, sem previamente tomar tal deliberação e executá-la em vista dos artigos 51
designar a area em que o- medico tinha que exercer a n.° 17.° e 447.°, § unico do mesmo codigo:
sua clinica; Mostra-se que em contrario argumentou a recorrida:
2.° Que a letra do concorrente provido não foi reco- — que somente respeitara e dera execução á delibera-
nhecida, e só o foi a assinatura d'este feita no requeri- ção tomada pela commissão districtal;
mento ; •— e que esta tinha competencia para reduzir qualquer
3.° Q,ue o attestado de bom comportamento foi passado verba do orçamento, segundo o artigo 94.° do referido
pela Camara de Vouzella c pelo administrador do conce- codigo;
lho, quando devia ser pela Camara do Porto e adminis- Mostra-se que o auditor, em sentença de 11 de julho de
trador do bairro; 1904, indeferiu a reclamação"por e n t e n d e r :
Mostra-se seguir o processo seus termos e responder o — que as commissões districtaes teem pelo artigo 94."
Ministerio Publico a fl. 111 ; do Codigo Administrativo a faculdade de reduzir qual-
O que tudo visto e ponderado e a resposta do Ministe- quer despesa nos orçamentos das camaras municipaes,
rio Publico: que estas são competentes pelo artigo 51.°, n.° 17.°, d'esse
Considerando que do processo consta que a camara codigo, para deliberar sobre a dotação dos empregos, não
recorrida deliberou não dividir o concelho de Vouzella sendo necessário que os empregados providos sejam ouvi-
em differentes areas, e que o partido medico não foi de dos sobre a reducção da dotação;
novo criado, e assim não procede o primeiro fundamento — que portanto a recorrida, cumprindo a indicação da
do recurso; commissão districtal, não infringira a l e i ;
Considerando que o requerimento do recorrido, para Mostra-se que d'essa sentença vem o presente r e c u r s o ;
ser admittido ao concurso, foi escrito e assinado pelo pro O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis-
prio recorrido, e assim reconhecida a assinatura, como terio Publico :
está, reconhecida está a letra com que o requerimento Considerando que os aferidores de pesos e medidas são
foi escrito; empregados municipaes, conforme se preceituou no regu-
Considerando que dos autos consta que o Vecorrido lamento de 29 de dezembro de 1860, e nos ultimos di-
tem a sua residencia em Vouzella, e o facto de ir ao plomas referentes a esse serviço;
Porto fazer o exame de formatura não significa que te- Considerando que só por decreto publicado na Folha
nha a sua residencia no P o r t o ; Official podem ser alterados os quadros dos empregados
Considerando que os fundamentos da sentença recor- municipaes, quer quanto ao numero ou categoria, quer
rida estão de acordo com a prova dos autos e principios quanto ao vencimento d'esses empregados:
jurídicos: Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta, dar provimento no recurso para os devidos effeitos.
negar provimento no recurso e confirmar a sentença re- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
corrida pelos seus factos e legaes fundamentos. Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do em 27 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em D. do G . n . ' 128, dc 31 do maio do 1905.
27 de maio de 1905. = R E I . —Eduardo José Coelho.
D. do G n.° 123, do 31 dc maio de 1305.
— que pelo artigo 50.°, n.° 10.°, do Codigo Adminis- — que porem, sem autorização superior, foi emendado
trativo lhe compete deliberar sobre licenças para edifica- o annuncio do concurso, declarando-se que era para um
ções j u n t o das ruas e lugares publicos, fixando o alinha- logar de amanuense sem designação especial e com o ven-
mento, dando as cotas de nivel, cedendo e adquirindo para cimento de 2«'< 0000 réis;
isso os terrenos necessarios; — que o reclamante, contando se lhe fazia justiça, fôra
— que o recorrido se limitara a pedir licença para cons- a esse concurso; mas que concorrendo tambem Martinho
t r u i r , no seu predio, uma escada e varanda, sem especifi- •José Peres Pereira, que era apenas segundo fiscal dos im-
car as condições da construcção, nem indicar sequer um postos, sobrinho elo vice-presidente da camara, em exerci-
plano da obra, por onde se pudesse apreciar da sua van- cio, fôra este o provido com offensa de todo o direito.
tagem ou inconveniência; Mostra-se que contestou a recorrente, allegando:
— que tão pouco esclareceu o recorrido a sua preten- — que o recorrido nunca fôra primeiro amanuense da
são no requerimento em que deduzira a sua reclamação, fiscalização dos impostos;
sendo esta inepta e nulla, nos termos do artigo 8 o do re- — que fôra, sim, nomeado por concurso primeiro escri-
gulamento de 27 de julho de 1901 e do artigo 180.° do turário em 8 de maio ele lilOl com 1440000 réis, e no-
Codigo do Processo Civil; meado o F e r n a n d e s segundo escriturário com 1080000
O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis- réis ;
terio Publico: — que pelo decreto de 23 de julho de 1902 fôra esta-
Considerando que a questão não ó de propriedade ou de belecido o quadro da fiscalização, comprehendendo dois
posse do terreno, como no processo se discutiu, nem que amanuenses, um com 1800000 réis e outro com 1500''00
o fosse seriam os tribunaes do contencioso administrativo réis, e nelle foram respectivamente providos o recorrido e
competentes para a resolver; mas t-im cle uma constiuc- o Fernandes, mas ambos como amanuenses, sem designa-
ção sujeita á approvação da respectiva camara municipal; ção de primeiro e segundo;
Considerando que, effectivamente, nem o pedido de li- — que no decreto de 1 cle julho de 1903 é que se es-
cença feito á recorrente, nem a reclamação apresentada tabeleceu houvesse um primeiro amanuense com 2000000
ao auditor se expressou em termos que servissem a uma réis e dois com 1*00000 réis;
j u s t a apreciação: — que effectivamente pedira a recorrente autorização e
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta, abrira concurso p a r a um logar de amanuense com 1800000
rejeitar o recurso interposto, sa vo ao recorrido a fazer róis;
valer, em termos competentes, o que for de seu direito. — mas quo, reconhecendo houvera nisso engano, com-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do municara ao governador civil do districto que a autoriza-
Reino assim o tenha entendido c faça executar. Paço, em ção, concedida para o provimeotò de um logar ele ama-
27 cle maio de 1905.- = R E I . = Eduardo José Coelho. nuense, seria para um amanuense com 2000000 réis, e
L). d" Cí. n.° 120, da 31 d» maço do IBOõ.
não com 1*00000 r é i s ;
— e que não tendo havido opposição superior, provêra
assim, em concurso, o segundo r e c o r r e n t e ;
—• que o decreto autoriz; va outra cousa, pois que, ficando
Sondo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad do'8 amanuenses com 181)0000 réis, mantinha o recor-
ininistrativo acêrca do recurso n.° 12:363, em que são rido o logar que tinha com esse vencimento, e passava o
recorrentes a Camara Municipal do concelho de Setubal e Fernandes a receber esse vencimento, em vez de 1500000
Martinho José Feres Pereira, e recorrido Raul F e r r e i r a de róis; e que portanto o logar novo, p a r a que havia de se
Mesquita, o de que foi relator o Conselheiro cle Estado, abrir concurso, era o de primeiro amanuense, com róis
vogal effectivo, Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro : 2000000, em que foi provido o segundo r e c o r r e n t e ;
Mostra-so quo, perante o auditor administrativo de Lis- M"Stra se que por sentem.a de 8 de agosto de 1904
boa, reclamou o recorrido a annullação do concurso e de- deferiu o auditor â reclamação, fundando-se em que dos
liberação da recorrente, referentes ao provimento do se- documentos juntos ao processo se v i a :
gundo recorrente no logar de amanuense da fiscalização — que a recorrente fôra autorizada a prover em con-
dos impostos naquelle concelho, allegando e instruindo curso um logar de a m a n u e n s e ;
com documentos: — que nessa conformidade abrira concurso, por annun-
-•-(pio em sessão do 8 dc maio dc 1901 fôra o recla- cios na Folha Official, declarando que o vencimento era
mante nomeado, em concurso, primeiro escriturário da re- de 1800000 réis, o que mostrava ser esse logar de se-
ferida fiscalização de impostos com o vencimento annual gundo a m a n u e n s e ;
de 1440000 réis, sendo então nomeado segundo escriturá- — que depois annuuciara o concurso p a r a um logar de
rio Guilherme Maria F e r n a n d e s com o vencimento de amanuense com 2OO0OdO róis, e por conseguinte para o
1080000 réis; logar de primeiro a m a n u e n s e ;
— que, remodelando o decreto de 23 de julho de 1902 — mas que para esta alteração do concurso não fôra
essa fiscalização, passou o reclamante a primeiro ama- autorizada, tendo apenas participado que se havia enga-
nuense com o vencimento dc 1800000 róis, e o segundo nado no pedido cle autor zaçâo ;
escriturário a segundo amanuense com o de 15O0OOO réis; O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis-
—-que por decreto de 30 de junho ele 1903 fôra reor- terio Publico:
ganizado o quadro d a q u e l l c sorviço, comprehendendo uni Considerando que ó doutrina estabelecida e confirmada
primeiro amanuense com o vencimento de 2000000 réis, e em succeSMvos diplomas officiaes que não podem as ca-
dois segundos amanuenses com o de 1800000 róis; maras municipaes abrir concurso para provimento de em-
— que assim só havia a prover um logar de segundo pregos municipaes sem previa e oxpressa autorização do
amanuense criado a mais, collocando-se respectivamente o Ministerio do Reino, e isto, ou se trato cle empregos vagos
reclamante e o referido Fernandes nos logares mantidos ou de novos empregos, emboia eptes sejam criados por
de primeiro o de segundo amanuense; lei ou d e c r e t o : — decreto ele 10 de janeiro cle 1895, ar-
— que, reconhecendo isso, deliberou a recorrente, em tigo 1.° § 1.°; portaria de 29 de maio de 18;)7; decreto
sessão do 15 de julho de 1H03, pedir autorização para pôr de 13 de janeiro de 1898, artigo 4.", § unico; officios do
a concurso um logar do segundo amanuense com o venci- Ministerio do Reino de llt de agosto de 18H5, de 13 de
mento do 1 8(>$0t>0 róis, e, obtida a autorização, se abriu ' maio de 1897, de 4 de março de 1*98, de 15 de maio,
0 concurso no Diario do Governo n.° 3 186 e 187, de 24 e 23 de agosto e 1 de setembro cle 1900 e ele 15 de julho
2 5 de agosto seguintes: de 1902 (publicados no Annuario, vol. 8.°, pag. 466,
1906 20S Maio 27
vol. 9.°, pag. 413, vol. 10.°, pag. 501, vol. 13.°, pag. 436 alguma, tendo apenas um escritorio que serve para cen-
e 448 e vol. 14.", pag. 799); traliz;>r o serviço dn direcção do estabelecimento; já por-
Considerando que, para execução do referido decreto de que a sua industria se t xplora e se exerce em Africa,
30 de junho de 1903, a recorrente pediu autorização, que onde paga a sua contribuição;
lhe foi concedida, e abriu concurso para provimento de Mostra se que ouvido o delegado do thesouro informa
um logar, designadamente, de segundo amanuense da fis- este que a companhia recorrente ó uma sociedade anony-
calização dos impostos municipaes, com o vencimento de ma, com o capital desembolsado de 1:350 contos, com a
180&000 róis; sua sede em Lisboa, tendo por objecto, segundo os seus
Considerando que assim foi assente e reconhecido que estatutos, publicados no Diario do Governo n.° 125, de 5
esse era o logar a preencher, por virtude da remodelação de junho de 1900, commercio de conta própria e de ter-
de serviço feita por aquelle decreto; ceiros na metropole e nas colonias portuguesas, especial-
Considerando que não podia, portanto, a mesma ca mente em Angola, podendo tambem estabelecer negocios
mara municipal abrir outro concurso para o logar de pri nas colonias estrangeiras vizinhas de Angola, comprar,
meiro amanuense, a que no mesmo decreto correspondia vender, exportar e reexportar mercadorias de negocio e
o vencimento de 200$000 réis, sem nova e expressa au productos coloniaes para onde lhe convier; conceder cre-
torizaçâo do Ministerio do Reino, autorização que os do ditos em conta corrente aos negociantes de Africa; fazer
cumentos juntos ao processo mostram que nunca lhe foi adeantamentos sobre generos em viagem, em consignação
dada; ou nos armazens da Alfandega de Lisboa, contra conheci-
Considerando que, se engano houvesse na abertura do mentos e apólices de seguros; exercer a industria banca-
primeiro concurso, como a recorrente pretende, maior ria no reino e na Africa Occidental Portuguesa, depois de
razão séria para não abrir outro e diverso concurso, sem decretada para ali a liberdade b a n c a r i a ;
que superiormente fosse isso averiguado e declaradamente Mostra se que o conselho recorrido negou provimento na
consentido. reclamação por ter sido feita a inscrição da recorrente,
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta, nos precisos termos do regulamento de 16 de julho de
negar provimento no recurso para os devidos effeitos. 1896;
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do O que visto e o parecer do Ministerio Publico:
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, Considerando que, segundo se vê da informação do de-
em 27 de maio de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. legado do thesouro, a industria collectada ó exercida em
D. do G. n.° 123, do 31 do m a i o do 190ó.
grande parte no continente do reino e por isso está sujeita
á contribuição industrial nos ternics do artigo 1." do re-
gulamento em v i g o r ;
Considerando que a recorrente allega mas não prova
que paga contribuição industrial em Africa Portuguesa;
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 177." e
179.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo, a Junta de Pa- Considerando que havia por consequência fundamento
rochia da freguesia de Idanha-a-Nova, no concelho do para a inscrição da recorrente, não se dando portanto a
mesmo nome, a contrahir um emprestimo de 3:000$000 hypothese do n.° 2." do artigo 219.° do mesmo regula-
réis amortizavel em vinte armuidades, nenhuma excedente mento no qual ó permittido o recurso extraordinario:
a 286$000 róis, garantidas peio producto da derrama de Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
10 por cento autorizada no artigo 190.° do citado codigo, negar provimento no recurso, mantendo p a r a todos os
a fim de ser exclusivamente applicado ás obras urgentes effeitos o accordão recorrido.
de reparação e conservação da igreja parochial da mesma O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
freguesia. zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
27 de maio de 1905. = R E I . — Manoel Affonso de Es
O Ministro e Secretario de Estado d is Negocios do
f regueira.
Reino a*sitn o tenha entendido e faça executar. Paço, em O . cio Ci. n . ° 123, do 31 do maio de 1905.
27 de maio de 1905. = R E I . — Eduardo José Codho.
D . do G. n.° 123, de 31 de maio do 1905.
negar provimento no recurso, mantendo para todos os ef- Direcção Geral das Obras Publicas e Minas
feitos o accordão recorrido.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- Repartição de Obras Publicas
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
27 dc maio de J 9 0 5 . = R E I . — Manoel Affonso de Espre- Nos termos da lei cle 23 de abril de 1896, e dos n. os 1.®
gueira. e 2.° do decreto de 24 de setembro de 1 8 9 8 : hei por
D . do G . n.° 123, de 31 de maio de 1905. 3em determinar, tendo ouvido o Conselho Superior de
Obras Publicas e Minas, que o director das obras publi-
cas do districto de Vianna do Castello faça proceder á
construcção do lanço da estrada districtal n.° 7, Povoa de
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR Varzim, pela ponte sobre o rio Neiva, a Vianna do Cas-
tello e a Barca, do Porto, comprehendido entre Alminhas
Inspecção Geral de F a z e n d a do U l t r a m a r da Barroca e Vianna do Castello, e autorizar o referido
funccionario a despender no corrente anno economico a
2,a Secção quantia de 1:0000000 réis.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
Convindo melhorar o serviço das execuções fiscaes e zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
administrativas na provincia da Guiné; das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
Tendo ouvido a J u n t a Consultiva do Ultramar e o nham entendido e façam executar. Paço, em 27 de maio
Conselho de Ministros; de 1905. = HEI. = Manoel Affonso de Espregueira —
E usando da faculdade concedida pelo § 1.° do ar- jD. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
tigo 15.° do Acto Addicional á Carta Constitucional da D . do G. n.° 123, de 31 de m a i o d e 1905.
Monarchia, de 5 de julho de 1852 :
Hei por bem decretar o seguinte:
Artigo 1.° E applicado á provincia da Guiné o regula-
mento das execuções fiscaes e administrativas vigente na pro- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
vincia dc Cabo Verde por virtude dos decretos de 19 de
julho de 1900 e 14 de maio de 1902, salvas as especiali- D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r
dades consignadas no presente decreto.
Art. 2.° O numero de officiaes de diligencias a que se l. a Repartição
refere o artigo 0.° do mencionado regulamento de 19 de
julho dc 1900 é fixado para a provincia da Guiné pela 1." SecçíSo
seguinte forma: um para o concelho de Bolama, outro
para o de Bissau e o terceiro para o de Cacheu. Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal
A r t . o.° Os avisos aos devedores ou collectados, a que Administrativo acêrca do recurso n.° 11:912, em que é
se refere o § 1.° do artigo 8." do citado regulamento, se- recorrente Francisco de Sousa Ranto, de Nagoá, do con-
rão enviados para terem o destino legal: na area do con- celho de Bardez, e recorridos Caetano Alvaro Antonio da
celho de Bolama ao administrador do mesmo concelho e Graça e Costa e Joaquim Manoel da Cunha, de Arporá,
aos commandantes militares de Buba e Cacine; na do e de que foi relator o Conselheiro de Estado, vogal effec-
concelho de Bissau aos commandantes de Bissau e de tivo, Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro:
G e b a ; e na do Cacheu aos commandantes de Cacheu e Mostra-se que, perante a commissão municipal de Bar-
Farim. dez, reclamaram em 1901 Antonio de Sousa e outros pa-
Art. 4." Fica revogada a legislação cm contrario. rochianos de Nagoá, contra a deliberação que a commis-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- são parochial da freguesia de Nagoá tomara quanto a
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu covatos, arguindo de nulla essa deliberação por haver sido
tar. Paço, em 27 dc maio de 1905. = R E I . = Manoel tomada em sessão a que só assistiram tres vogaes, decla-
Antonio Moreira Júnior. rando-se um vencido, faltanclo-se assim ao disposto nos
D . do O. 11." 123, dl- 31 de maio do 1905 artigos 100.°, 101.° e 112.° do Codigo Administrativo de
1842, applicaveis por virtude do artigo 333.° do mesmo
codigo;
Mostra-se qne a commissão municipal deferiu á recla-
M I N I S T E R I O D A S O B R A S P U B L I C A S , C O M M E R C I O E I N D U S T R I A mação, annullando a deliberação recorrida por não ter sido
tomada com tres votos conformes;
C a m i n h o s de F e r r o do E s t a d o Mostra se que d'essa decisão recorreu Caetano Alvaro
da Graça e Costa, cle Nagoá, para o Conselho da Provin-
Conselho de Administração cia, e este em accordão de 30 de dezembro de 1901, dis-
cordando aliás dos fundamentos da resolução municipal,
Sua Majestade El-Rei, a quem foram presentes os pro- todavia anullou afinal a deliberação da commissão paro-
jectos, apresentados pela Companhia Nacional de Cami- chial por se não ter convocado para a respectiva sessão o
nhos dc Ferro, do Viaducto de Remisquedo, das Pontes vogal do biennio anterior em substituição cle um effectivo
dc Tcrvcnças e Rebordãos no segundo lanço da 2. a sec- que fallecêra;
ção do caminho de ferro dc Mirandella a Bragança e bem Mostra-se que em sessão de 6 de abril do 1902, reunida
assim o de uma passagem superior para um caminho pu- a commissão parochial do Nagoá, novamente deliberou
blico que em Mirandella atravessa aquella linha: ha por elevar as taxas clas covas;
bom, conformando-se com o parecer do Conselho. Superior Mostra-se que contra essa deliberação reclamaram ainda
dc Obras Publicas c Minas, com data, dc 18 do corrente, Francisco cle Sousa Ranto e Joaquim Floriano Mendes,
c cm vista da informação prestada nesta data pela Admi- allegando serem suspeitos dois doa vogaes doliberantcs,
nistração dos Caminhos dc Ferro do Estado, approvar os Sebastião Mário Viegas e Joaquim Manoel da Cunha, por
referidos projectos. terem sido partes no processo em que se proferira o accor-
Paço, cm 27 de maio de 1905. = D. João de Alarcão dão provincial de 30 de dezembro de 1901, c não se ha-
Velasques Sarmento Osorio. ver convocado para a deliberação o vogal Mendes, que
11. do l). Tl." 123. dc ;:l do inaiu dc CO.l. fôra substituído sem motivo justificado:
íwr. 2(i5 Maio 27
Mostra-se que, tendo a commissão municipal annullado cursos Aduaneiros, a qual não deu provimento no recurso,
aquella deliberação, recorreram os actuaes recorridos para em virtude do que recorreu João José de Azevedo para o
o Conselho Provincial que, em accordão de 6 de dezembro Conselho cla Provincia;
de 1902, lhes deu provimento mantendo e approvando Mostra-se que o Conselho da Provincia não se julgou
afinal a deliberação da commissão parochial de 6 de abril, competente para conhecer de semelhante recurso, em face
por entender que os vogaes deliberantes arguidos cio sus- do artigo 34.° do decreto de 16 cle abril cle 1892, e do ac-
peitos, não haviam sido partes no processo anterior, em cordão do Conselho da Provincia vem o presente recurso;
que recorrente fôra o Costa e recorrida a commissão mu- Mostra-se seguir o processo seus termos regulares e
nicipal ; que nem quando fossem recorrentes seriam por responder o Ministerio Publico, fl. 136, conformando-se
isso suspeitos, pois que aos vogaes da commissão paro- com os fundamentos do accordão recorrido ;
chial permitte a lei recorrerem das deliberações em que O que tudo visto e ponderado:
ficarem vencidos; que emfim o vogal effectivo Mendes Considerando que, nos termos do artigo 34.° do decreto
fôra regularmente convocado, e pois não comparecendo de 16 de abril de 1892, das decisões da Commissão de Re-
justificada fôra a sua substituição; cursos Aduaneiros sobre condemnação de descaminho de
Mostra-se que d'este accordão vem o presente recurso direitos, por apprehensões de contrabando, não ha recurso
em que se procura sustentar que elle foi proferido contra para o Conselho da Provincia;
direito, violando-se os artigos 285.° e 287.° do Codigo Considerando que nos casos clo artigo 40.° do mesmo
Administrativo de 1842; decreto, que são difterentes, é que julga em primeira ins-
O que tudo visto e ponderado, ouvido que foi o Minis- tancia a commissão e em segunda o Conselho da Provin-
terio Publico: cia ;
Considerando que em assunto de deliberação generica, Considerando que na h) 7 pothese dos autos não se dá
parochial, podem os moradores da freguesia usar ou não caso algum dos referidos no artigo 40.° do decreto de 16
do seu direito, reclamando ou não, e recorrendo ou não de abril de 1892, mas o que se deu foi descaminho de di-
para as instancias competentes, como quiserem, e assim reitos e apprehensão de contrabando, sujeito (artigo 34.°)
apresentando-se, ou não, como interessados no respectivo ao julgamento pelo administrador aduaneiro, com recurso
processo; para a commissão, sendo incompetente o Conselho da Pro-
Considerando que não tendo os actuaes recorrentes, vincia, para onde a lei não admitte recurso :
como a fl. 69 v. e 70 reconhecem, procuração a advo- Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
gado no processo do recurso que foi interposto para o negar provimento no recurso e confirmar o accordão re-
Conselho Provincial do Estado da India, pelos actuaes re- corrido para todos os effeitos.
corridos, e sendo esse recurso contra a resolução da com- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
missão municipal, foi esta considerada como recorrida, e rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça exe-
não foram ouvidos os recorrentes, que, não acompanhando cutar. Paço, em 27 de maio de 1905. = R E I . = Manoel
aquelle recurso como era seu direito, se não mostraram Antonio Moreira Júnior.
nelle interessados; pelo que não houve' infracção do ar- T). do G. n.° 121, de 2 de j u n h o de I90õ.
tigo 285. n do Codigo Administrativo de 1 8 4 2 ;
Considerando que tão pouco procede a arguida infrac-
ção do artigo 287.° do mesmo codigo, pois que o accordão
recorrido é explicito quanto ao objecto da contestação, MINISTERIO DAS OBRAS PDBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
aos nomes e qualidades das partes, ás allegações e aos
fundamentos em que se baseia o julgamento; D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a
Considerando que igualmente improcedentes são as ra-
zões do actual recurso no que respeita á deliberação paro- Repartição da Propriedade Industrial
chial de Nagoá de 6 de abril de 1902, como no accordão
recorrido se evidencia: Titulo de patente de introducção de nova
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta, industria n.° 40
negar provimento no recurso, para todos os devidos
effeitos. E u El-Rei faço saber aos que este meu alvará de pa-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- tente de introducção de nova industria virem que, atten-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- dendo ao que me foi representado por Carlos Gomes
tar. Paço, em 27 de maio de 1905. = REI. = Manoel português, negociante, residente ein Lisboa, pedindo pa-
Antonio Moreira Júnior. tente cle introducção de nova industria para o a Fabrico de
D . (Io G. 11." 121, dr 2 de j u n h o ' d e lílOft. croutes extrahidas de todo o genero de coiros e pelles» •
Visto o decreto de 30 de setembro de 1892 e o decreto
regulamentar de 19 de junho de 1901 ;
2.a Repartição Visto o parecer do Conselho Superior do Commercio e
Industria;
2." S e c ç ã o Considerando estarem preenchidas todas as formalidades
que as leis exigem:
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Hei por bem conceder ao dito Carlos Gomes patente
Administrativo acêrca do recurso n.° 12:396, cujo recor- de introducção de nova industria p a r a o «Fabrico de
rente é João José de Aze vedo e recorrido o Conselho da çroutes extrahidas de todo o genero de coiros e pelles»
Provincia de Cabo Verde, e de que foi relator o Conse- pelo prazo de seis annos, contados a partir da data d'este
lheiro, vogal effectivo, Antonio Telles Pereira de Vascon- alvará, ficando o concessionario obrigado ao disposto nos
cellos Pimentel: citados diplomas e mais ás seguintes condições geraes e
Mostra se que o recorrente João José de Azevedo e An- especiaes:
tonio Ramos foram condemnados pelo administrador do 1. a E n t r a r na Caixa Geral de Depositos, no prazo de
circulo aduaneiro de Cabo Verde, solidariamente, em multa, sessenta dias, a contar da data cPeste alvará, com a quan-
por descaminho de direito dos tabacos, folha apprehendida tia de 5:000,-5000 réis, importancia da caução definitiva
na Ilha B r a v a ; arbitrada;
Mostra-se que do despacho do administrador aduaneiro 2. a Estabelecer a industria para o «Fabrico de croutes
recorreu João José de Azevedo para a Commissão de Re- extrahidas de todo o genero de coiros e pelles» no prazo
Maio ií7 206 1905
de ura anno, contado da data d'este alvará, para um rido seja incluida a seguinte estrada assim denominada:
miniiuo de produ ção annual obrigada de 50:000 kilo- «Sitio do Picoto, na Rua Nova de Santo Antonio, pelo
grammas de cmutes do vitella e bezerro, e 30:000 kilo- Cruzeiro de S. Pedro de Azurem, ao sitio do Pinheiro
grammas de croutes de B o l a ; (E. O. n.° 17)».
3. a Participar á Repa> tição da Propriedade Industrial O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria, Keino e o Ministro e Secretario de E-tado dos Negocios
quinze dias, pelo menos, antes de expirar o prazo para o das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
estabelecimento da nova industria, quaes são os locaes nham entendido e façam executar. Paço, em 27 de maio
onde se acham installadas as fabricas e officinas, a fim de de 1905. = R E I . — Eduardo José Coelho — D. João de
o engenheiro chefe da respectiva circunscrição dos servi Alarcão Vtlasques Sarmento Osorio.
ços technicos da industria poder proceder á devida ins- D . do G. n.° 124, de 2 d e j u n h o d e 1905.
pecção ;
4." Não effectuar a cessão ou transferencia da patente,
parcial ou totalmente, sem previa autorização do Go
verno; Attendendo ao que me representou a Camara Munici-
5." Acceitar a visita ordinaria ou extraordinaria do en- pal do concelho de Albergaria-a Velha, do districto de
genheiro chefe da circunscrição dos serviços technicos da Aveiro, e havendo se aberto o inquerito e instaurado o
industria, permittindo lhe que examine as condições da processo indicado no decreto de 3 de novembro de 1882:
installação, verifique a producção da fabrica e proceda ás hei por bem determinar, conformando-me com o parecer
pesquisas que lhe forem superiormente ordenadas. do Conselho Superior de Obras Publicas e Minas, que no
Pelo que mando ás autoridades, tribunaes, funcciona- numero das estradas municipaes do districto referido, çeja
rios e mais pessoas a quem o conhecimento d'e»te meu incluida a S'guinte estrada asa m denominada: a Logar
alvará competir que o cumpram e guardem e o façam da Ribeira, proximidades do logar de Valle ao logar da
cumprir e guardar tão inteiramente como nelle se con- Telhadella».
tém. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Não pagou direitos de mercê por os nào dever. Reino e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
E , por firmeza do que dito ó, lhe mandei passar o pre- das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
sente alvará, o qual vae por mim assinado e sellado com nham entendido e façam executar. Paço em 27 de maio
o sêllo das armas reaes e com o de verba. de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho =x X). João de
Dado no Paço, em 27 de maio de 1 9 0 5 . = E L - R E I . = Alarcào Velasques Sarmento Osorio.
D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. D . do G. n.° 124, de 8 de j u n h o de 1S05.
Hei por bem, conformando-me com a referida consulta, hei por bem approvar as alterações na classificação dos
rejeitar para todos os effeitos o recurso interposto. concelhos constantes da relação j u n t a ao pivsente decreto
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da F a e que d'elle faz parte, assinada pelo Ministro e Secreta-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço. em rio de Estado dos Negocios da Fazenda.
27 de maio de 1905. = R E I . — Manuel Affonso de Espre- O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
gueira. nha entendido e faça executar. Paço, em 27 de maio de
D . do G. n.° 125, do S d e j u u h o do 1905. 1905.— R E I . — Manoel Affonso de Espregueira.
Administração Geral das Alfandegas Classificação dos concelhos a que se refere o decreto da presente data,
organizado nos termos
Sendo de reconhecida necessidade adquirir na Beirã do decreto n.° l, do 24 de dezembro de 1901
uma parcela de terreno para construcção de um edificio
destinado a habitação do pessoal aduaneiro em serviço na Districto de Yisen
respectiva delegação, para o que se torna urgente a ex-
a
propriação de 4:700 metros quadrados, que, no indicado Concelho de l . ordem . . . - V i s e u .
sitio, pertencem a Laureano F e r n a n d e s ;
Considerando que esta expropriação se acha compre- /Castro Daire,
hendida nas disposições da lei de 17 de setembro de 1857 : i Lamego.
a
Hei por bem, conformando me com o parecer do Con- Concelhos de 2. ordem . . /Mangualde.
selho Superior de Obras Publicas e Minas, declaríir de jSinfães.
utilidade publica e urgente, nos termos das leis de 23 de (Tondella.
julho de 1850 e de 8 de junho de 1859, a expropriação
da mencionada parcela de terreno, marcada na planta que Armamar.
baixa com o presente decreto assinada pelo Ministro e Se- Carregal do Sal.
cretario de Estado dos Negocios da Fazenda. Moimenta da Beira.
Nellas
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
Resende.
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
27 cle maio de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espre- !
gueira. Santa Comba Dão.
D. do G. n . ° 12ii, do 6 d e j u n h o d e 1905. S. João da Pesqueira.
Satam.
do decreto acima citado, nos t e m o s indicados no mesmo Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria um
paragrapho». credito especial da quantia de 1:273$330 réis, somma de
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- importancias que pelas verbas de diversos capítulos e ar-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em tigos das respectivas autorizações de despesa foram liqui-
27 de maio de J 905. = R E I . = Manoel Affonso de Espre- dadas e ficaram em divida no exercicio cle 1 9 0 3 - 1 9 0 4 e
queira. com que, por existirem em sobras, são reforçadas, con-
n. (lo O. n.° 1.12, de 12 do junho (IR umã. forme a tabella j u n t a que baixa assinada pelo Ministro e
Secretario de Estado dos Negocios das Obras Publicas,
Commercio e Industria, as verbas dos correspondentes ca-
pitulos e artigos da tabella da distribuição da despesa or-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
dinaria do segundo cios referidos Ministerios, no exercicio
9. a R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l de 1904-1905, a fim dc poder effectuar-se o pagamento
da Contabilidade Publica das alludidas importancias.
O Tribunal de Contas julgou este credito nos termos de
Com fundamento nos artigos 57.° e 58.° do regulamento ser decretado.
geral da contabilidade publica de 31 de agosto de 1881 e O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
em harmonia com as disposições do § 1.° do artigo 32.° e Secretarn s de Estado dos Negocios de todas as Repar-
da carta de lei cle 24 de novembro do anno proximo lindo : tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
hei por bem, guardadas as prescrições do § 9.° do ar- em 27 cle maio de 1905. = R E Í . = «/os« Luciano de Cas-
tigo 1.° da carta cle lei cle 30 de junho de 1891 e as cio tro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda
artigo 1." do decreto n.° 2 de 15 de dezembro de 1894 e Montenegro— Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
tendo ouvido o Conselho cle Ministros, determinar que no Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú-
Ministerio da Fazenda e devidamente registado na Direc- nior — Antonio Eduardo Villaça—D. João de Alarcão Ve-
ção Geral da Contabilidade Publica seja aberto a favor do lasques Sarmento Osorio.
Tabella das importancias dos creditos autorizados correspondentes a despesas do Ministerio das Obras Publicas,
Commercio e Industria, liquidadas e não pagas no exercicio de 1903-1904,
e que, por existirem em sobras, são transferidas, por decreto d'esta data, para o exercicio de 1904-1905
Cla-silicação Classificação
!gundo a tabella Importancias segundo a tabella
do exercicio do exercicio
(le 1903-1110.1 de 1901-1905
D e s i g n a ç ã o das d e s p e s a s
E m harmonia com as disposições especialmente precei- O Tribunal de Contas julgou este credito nos termos de
tuadas na alinea a) do § 1." do artigo 27.° da carta de ser decretado.
lei dc 21 de novembro ultimo com referencia á utilização O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
das receitas cobradas pelos serviços hydraulicos: hei por e Secretarios de Estado dos Negocios dc todas as Repar-
bem, nos termos do § 1.° do artigo 32.° da citada carta tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
de lei e guardadas as prescrições do § 9.° do artigo 1." em 27 de maio cle 1905. = R E I . = José Luciano de Cas-
da carta de lei de 30 cle junho de 1891 e as do artigo 1.° tro ----- Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda
do decreto n.° 2, cle 15 de dezembro de 1894, tendo ou- Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
vido o Conselho de Ministros, determinar que seja aberto Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Jú-
no Ministerio da Fazenda o devidamente registado na Di- nior — Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão
recção Geral da Contabilidade Publica um credito especial Velasques Sarmento Osorio.
da quantia de 4:632£>147 réis a favor do Ministerio das D . do G. n.° 132, do 12 de j u n h o de 1905.
Obras Publicas, Commercio e Industria, a fim de occor-
rer ao pagamento de despesas dos mesmos serviços hy-
draulicos, devendo essa quantia ser addicionada á verba
descrita na secção l . a do artigo 14.° do capitulo 2.° da Com fundamento nos artigos 57.° e 58.° do regulamento
tabella da distribuição da despesa ordinaria do segundo geral da contabilidade publica de 31 de agosto de 1881 e
dos referidos Ministerios para o exercicio corrente cle em harmonia com as disposições do § 1.° do artigo 32.°
1904-1905. da carta de lei de 24 de novembro do anno proximo findo:
1905 209 Maio 10
hei por bem, guardadas as prescrições do § 9.° do arti- capitulos e artigos da tabella da distribuição da despesa or-
go 1.° da carta de lei de 30 d e j u n h o de 1891 e as do arti- dinaria do segundo dos referidos Ministerios, no exercicio
go 1.° do decreto n.° 2 de 15 de dezembro de 1894 e do actual anno economico de 1904-1905, a fim de poder
tendo ouvido o Conselho de Ministros, determinar que no effectuar-se o pagamento das alludidas importancias.
Ministerio da Fazenda e devidamente registado na Direc- O Tribunal de Contas julgou este credito nos termos de
ção Geral da Contabilidade Publica seja aberto a favor do ser decretado.
Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria um O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros e
credito especial da quantia de 606$265 réis, somma de Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti-
importancias que pelas verbas de diversos capitulos e ar- ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
tigos das respectivas autorizações de despesa foram liquida- em 27 de maio de 1905, = R E I . = José Luciano de Cas-
das e ficaram por pagar nos exercicios de 1902-1903 e tro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda
1903-1904 e com que, por existirem em sobras, são refor- Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
çadas, conforme a tabella j u n t a que baixa assinada pelo Mi- Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú-
nistro e Secretario de Estado dos Negocios das Obras Publi- nior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão Ve-
cas, Commercio e Industria, as verbas dos correspondentes lasques Sarmento Osorio.
Tabella das importancias dos creditos autorizados correspondentes a despesas do Ministerio das Obras Publicas,
Commercio e Industria, liquidadas e não pagas nos exercicios de 1902-1903 e 1903-1904
e que, por existirem em sobras, são transferidas, por decreto d'esta data, para o exercicio de 1904-1905
Classificação Classificação
segundo a t a b e l l a Importancias segundo a tabella
do respectivo do exercicio
exercicio do 190-1-1905
Designação das d e s p e s a s
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IO Por Por Por Por a
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secções artigos capitulos exercicios o*
O.
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O 02 O < l/l
Exercicio de 1902-1903
2.° 7.° 1.» Pagadores 350000 2.° 7.° 1.»
2." 3." Pessoal a d d i d o 40 $000 2.» 12° 3.»
2.° 1 3 . ° 1.» Conservação e policia de e s t r a d a s . . . 370180 2.° 13.° 1.»
1120180
1120180
»
Exercicio de 1903-1904
2." 4.o 2.» A j u d a s de custo e d e s p e s a s de t r a n s p o r t e aos en
g e n h e i r o s d a secção de o b r a s p u b l i c a s 1090575 2.° 4.° 2.'
2." 4.° 7.» A j u d a s de custo e d e s p e s a s de t r a n s p o r t e aos eon
due.tores d a secção de o b r a s p u b l i c a s 931-120
2020995
2.° 4.° 1.'
3.» 25.° 1." Serviço telegraphico nacional e i n t e r n a c i o n a l . . 20700 3.° 25.° 1.»
220350
6060265
Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe repre- Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o requeri-
sentou a Irmandade da Santa Casa da Misericordia e Hos- mento em que José Vicente Cansado pede a concessão clo
pital de Santarem ; local denominado Senhora da Conceição, no districto ma-
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo ritimo da capitania do porto de Tavira, para a explora-
253.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo: ção da pesca da sardinha por meio de uma armação fixa
H a por bem autorizá-la a desviar do fundo dos seus á valenciana simples; tendo em vista o disposto no regu-
capitaes distrac.tados até a quantia de 4:0000000 réis para lamento geral da pesca da sardinha nas costas de Portu-
extincção do passivo da sobredita Santa Casa e Hospital. gal, approvado por decreto de 14 de maio de 1903, o mais
Paço, em 29 de maio de 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho, j legislação em vigor: lia por bem conceder ao referido José
D. do Q. n.° 123, de í 1 de maio de 1905. I
Vicente Cansado o local que pede, determinado pelas dis-
14
Maio ií7 210 1905
tancias angulares seguintes: Pyramide do Cabeço a Ca- da tarifa especial n.° 13 de pequena velocidade de 25 de
cella 31" 5l>', < 'acella ao Forte da Conceição 51° 40', Forte novembro cle 1903 para transportes de cortiça feitos nas
da (Jonceição á igreja de Santa Maria de Tavira, 26" 46', condicões da mesma t a r i f a :
Forte da Conceição ao l J ico de S. Miguel 39° 10'; o pelos
enfiamentos: canto leste do armazem do meio do arraial
da armação Abobora por uma casa na encosta, casa do Percursos
Sua Majestade El-Rei, considerando quanto importa Na concessão d'esta reducção deverão ser observadas as
prestar o possivel auxilio á industria corticeira e facilitar seguintes prescrições:
a obtenção de trabalho aos que nella se empregam; 1.° A reducção recae tão somente sobre os preços do
Considerando que, sem prejuizo do estudo minucioso de transporte propriamente dito, com exclusão das despesas
providencias de caracter permanente com o fim de abrir accessorias;
novos mercados aos productos da agricultura e industria 2 0 São excluídos da concessão a cortiça virgem e as
nacional e desenvolver a sua exportação, póde o deve ser aparas e residuos de fabricação;
promovido na presente occasião o affluxo cle cortiças para 3.° O transporte será pago integralmente nos termos da
laboração ás fabricas; tarifa.
Considerando que a taxa de transporte das cortiças nos O consignatário que provar, por conhecimento d a al-
caminhos de ferro é elemento muito secundário do seu fandega ou por documento de venda, ter exportado direc-
preço, em que não influirá sensivelmente a reducção de tamente ou vendido a casas exportadoras, até 31 de outu-
tarifas, constituindo pois esta, cm regra, um sacriiieio im- bro proximo, determinada quantidade de cortiça manufac-
profícuo das receitas do Estado destinadas ao desenvolvi- turada em quadros ou em rolhas, terá direito ao reembolso
mento da viação accelerada; da quantia correspondente á reducção acima fixada sobre
Considerando, porem, que a reducção temporaria dos iguai peso de cortiça manufacturada que tiver recebido
preços cle transporte nas linhas do sul e sueste, concedida pelos caminhos de ferro, ou sobre cortiça em bruto ou em
em determinadas condições, pode fazer aílluir, na pre- prancha, até o triplo do peso de cortiça manufacturada
sente occasião, maior quantidade de cortiça ás fabricas e cuja exportação ou venda tiver demonstrado;
assegurar trabalho aos operarios; 4.° Os reembolsos a que se refere a condição prece-
Considerando que a realização d'esse proposito não deve dente serão liquidados e pagos pela Administração dos Ca-
importar o sacriiieio das receitas do fundo especial dos ca- minhos de Ferro do Estado, constituindo porem encargo
minhos de ferro do Estado; do artigo 66.", secção l . a , da tabella cle distribuição de
Visto o parecer do Conselho de Administração dos mes- despesa do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e
mos caminhos de ferro com data de 25 do corrente: Industria.
l i a por bem determinar que durante os meses de junho, Paço, em 30 de maio de 1905. = D. João de Alarcão
julho e agosto proximos seja concedida nos caminhos de Velasques de Sarmento Osorio.
ferro do sul e sueste a seguinte reducção sobre os preços D . do G. n.» 123, do SI d e rafito do l!)0f>.
JUNHO
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA 7.a Repartição da Direcção Geral
da Contabilidade Publica
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos
Com fundamento na base 3. a da carta de lei de 7 de
setembro de 1899, na alínea c) do artigo 1.° do decreto
$,a Repartição de 15 de julho de 1903 e nas disposições do artigo 32.°,
§ 1.°, cla carta de lei de 24 de novembro de 1904: hei por
1." Divisíto bem, tendo ouvido o Conselho de Ministros e guardadas
as prescrições do § 9.° do artigo 1.° da carta cle lei de 30
Ha por bem Sua Majestade El-Rei ordenar, pela Se- cle junho de 1801 e do artigo 1.° do decreto n.° 2 de 15
cretaria de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com- de dezembro de 1894, determinar que no Ministerio dos
mercio e Industria, que os sellos de franquia da taxa de Negocios cla F a z e n d a seja aberto um credito especial da
50 réis passem a ser cle côr azul oriental. importancia de 200:000^000 réis, a favor do Ministerio
E m harmonia com o disposto no § 6.° do artigo 383.° da Marinha e Ultramar, Direcção Geral do Ultramar, e
do regulamento para o serviço dos correios, approvado por devidamente registado na Direcção Geral da Contabilidade
decreto de 14 de junho de 1902, continuam a ser admit- Publica, parte clo producto clo emprestimo cmittido nos
tidos para franquear as correspondências os sellos da re- termos do decreto cle 16 de março de 1905, destinado a
ferida taxa actualmente em circulação, até se esgotar os satisfazer a despesa com as obras da l . a secção do plano
que existem. geral para melhoramentos do porto cle Lourenço Marques
Paço, em 2 de junho dc 1905. — D. João de Alarcão e construcção clo caminho cle ferro da Swazilandia, de-
Velasques Sarmento Osorio. vendo a mesma despesa ser classificada na despesa extra-
D . <lo Cr. n.° 130, cio 5 do j u n h o dn 1905. ordinaria do exercicio de 1904-1905 nos seguintes termos :
«Capitulo 4.° Despesas com a construcção do caminho
de ferro de Swazilandia, 200:000-5000 réis».
O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA M f f l H A E ULTRAMAR nos termos legaes de ser decretado.
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
Direcção Geral da Marinha e Secretarios cle Estado dos Negocios dc todas as Reparti-
ções assim o tenham entendido o façam executar. Paço, em
5.'1 Repartição 2 d e j u n h o de 1 9 0 5 . = R E I —José Luciano de Castro =
Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda Montene-
1." Secção
qro = Manod Affonso de Espregueira —Sebastião Custodio
de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Júnior = Anto-
Achando-se j á definitivamente resolvido e adoptado o
nio Eduardo Villaça — D. João de Alarcão Velasques Sar-
texto do artigo 9.° das «Regras para evitar abalroamen-
mento Osorio.
tos no mar», que estava omisso e dependente de acordo D . do G. n.° 140, do 23 do j u n h o do 1905.
e resolução das nações marítimas: ha por bem Sua Ma-
jestade El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negocios
da Marinha e Ultramar, nomear uma commissão composta
do capitão de mar e guerra Antonio de Azevedo e Vas-
concellos, capitães-tenentes João do Canto e Castro Silva M I N I S T E R I O D A S O B R A S P U B L I C A S , C O M M E R C I O E I N D U S T R I A
Antunes e Augusto Ramos da Costa e primeiro tenente
Francisco Aníbal Oliver, servindo o primeiro de presidente Inspecção Geral dos Telegraphos
e o ultimo de secretario, encarregada de proceder á tra- e Industrias Eléctricas
ducção do texto das referidas regras officialmente adoptado
pelo Governo Britannico ; devendo apresentar no mais curto Sua Majestade El-Rei, conformando-se com o parecer da
prazo de tempo possivel o resultado dos seus trabalhos. commissão nomeada por portaria de 31 de maio clo 1905:
Paço, 2 d e j u n h o de 1905. = Manoel Antonio More,ira ha por bem autorizar que seja aberta provisoriamente á
Júnior. exploração publica a nova linha da Companhia Carris de
1). do G. n.° 128, do 7 do j u n h o dc 1985. Ferro cle Lisboa, servida por tracção electrica, entre o
Junho 5 212 1905
ccdcnte a 44$600 réis, e todas garantidas pelo producto O Ministro e" Secretario dc Estado dos Negocios do
da derrama autorizada no artigo 190.° do citado codigo, | Reino assim o tenha entendido e faça executar._Paço, em
a fim cle ser applicado unicamente ás obras cle construc- 5 d e j u n h o dc 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
ção clo cemiterio parochial cla mesma freguesia. D . do Ci. n.° 121), dc S do j u n h o d c lílOã.
Acordo provisorio entre a Colonia do Cabo da Boa Esperança Provisional Agreement between tlie Colony of tlic Cap of Good Hope
e a provincia de Moçambique and the province of Mozambique
O Director Geral dos Correios da Colonia clo Cabo da The Postmaster General of the Colony of the Cap of
Boa Esperança e o Director dos Correios cla provincia de Good Iíope and the Postmaster General of the provincc
Moçambique, desejando promover maiores facilidades do of Mozambique being desirous of promoting greater faci-
que actualmente existem nas relações postaes entre os di- litie tlian at present exist for the transaction of Postal
tos paises, teem, de commum acordo e sob ratificação dos business between their respective countries, have agreed,
seus respectivos Governos, concordado nos seguintes arti- subject to ratification by their respective Governments,
gos provisorios : to the following provisional articles:
ARTIGO I ARTICLE I
E m virtude do disposto no artigo 21.° da Convenção In view of the provisions of article 21 of the Principal
Principal da União Postal Universal, que não restringe o Convention of the Universal Postal Union, which does not
poder de celebrar tratados com o fim cle reduzir as taxas restrict the making of agreements witli a view to the
ou estabelecer relações mais intimas, fica entendido que establishment of more restricted Unions and the reclu-
a provincia cle Moçambique adhere á Convenção Postal ctions of postage rates or any otlier improvement in Postal
Sul-Africana. relations, it is agreed tliat the province of Mozambique
adheres to the South African Postal Union Convention.
ARTIGO II ARTICLE II
Comtudo o artigo 7.° da citada Convenção, nas suas Article 7, however, of the said Convention shall be con-
applicações entre os dois paises, será considerado como sidered by the two countries, as amended in the sen,se
modificado no sentido dos bilhetes postaes de industria par- that postcarcls of private manufacture are to be admitted
ticular serem admittidos na circulação entre os respecti- for circulation between the respective territorios; anel that
vos territorios, e dos bilhetes postaés illustrados poderem illustrated postcards may have on the side of the address
ter clo lado do endereço um espaço reservado a ser escrito. a reserved space for correspondence.
Como excepção ao disposto no artigo 14.° fica conven- As an exeeption to the Provisions of Article 14 it is
cionado que a correspondencia official devidamente auten- agreed that official correspondence duiy franked by the un-
ticada pelos funccionarios abaixo mencionados será expe- dermentioned Offieers shall be forwarded from one country
dida cle um dos paises para o outro franca de porte, quando to the other frec of eharge whcther posted in the Cape
depositada na Colonia clo Cabo ou na provincia clo Moçam- Colony or in the province of Mozambique:
bique :
Sua Excellencia o Alto Commissario da Africa do Sul PIis Excellency the High Commissioner for British South
Inglesa; Africa;
Sua Excellencia o Governador da Colonia do Cabo; His Excellency the Governor of the Cap Colony;
Sua Excellencia o Governador geral da provincia de IIis Excellency the Governor General of Mozambique
Moçambique c seus Governadores districtaes; and his Lieutenant Govcrnors;
Ministros de Estado ; Ministers of State ;
Juizes clo3 tribunaes; Judges of the Supreme and High Courts ;
Chefes das repartições do Governo ; Heads of Goverment Departments ;
Officiaes commandando as tropas de cada pais, c The General Offieers Commanding the Troops in citlicr
country, anel
Representantes consulares britannicos e portugueses re- The British and Portuguese Consular representativos
sidindo respectivamente na provincia de Moçambique e stationed respectively in the province of Mozambique and
Colonia do Cabo. the Cape Colony.
ARTIGO III A R T I C L E III
Os portes de transmissão das correspondências por terra The charges for the conveyance of postal articles by
ou mar (incluindo encommendas postaes) são fixados, nos land or sea (including pareels) are fixod, ind accordance
termos do artigo 4.° da citada Convenção, como segue: witli article 4 of the alluded Convention, as follows :
a) Pelas correspondências recebidas uo Cabo cla Boa Es- a) For correspondence posted in Cape Colony and
perança e destinadas á provincia de Moçambique: addrcssed to the provincc of Mozambique :
Junho 5 214 1905
ARTIGO V ARTICLE V
Fica entendido que as encommendas procedentes de It is agreed tliat parcels originating in either of the two
qualquer dos dois paises e destinadas ao outro poderão countries anel addressed to the other may be delayed in
deixar de transitar, nas eonduceões marítimas, pelos na- transit when the steamer available demands special rates
vios que exigirem as taxas e premios especiaes por estes and fees for sucli conveyance.
transportes.
ARTIGO VI ARTICLE VI
Eni virtude do preceituado no artigo 43.° da Conven- In view of the provisions of article 4 3 of the South
ção Postal Sul-AlYicana que permitte determinar as condi- African Postal Union Convention which allows the making
ções de permutação de encommendas através de um país of agreements for the exchange of parcels between the
da União, entre os paises da União e os paises estrangei- countries of the Union and foreign countries through the
ros, iica estabelecido que a taxa de transito de uma en- intermediary of the countries of the Union, it is agreed
commcnda, qualquer (pie seja o seu peso, até 5 kilogram- tliat the transit charges to be paid to the province of Mo-
mas, passando peia provincia de Moçambique, e em seu zambique for a pareci, of whatever weight not exceeding
favor, é (le 50 c (5 cl) competindo á Colonia do Cabo pro- 5 kilogrammes, when passing through the said province,
ceder, segundo o seu regime aduaneiro, á contagem dos shall be 50 c (5 d) the Colony of the Cape of Good Hopo
respectivos direitos e impostos nas encommendas d'ella pro- ac-ting in accordance with her Customs liegulations respe-
cedentes ou a ella dirigidas. cting the duties and taxes on parcels originating in or
addressed to that Colony.
Ficam por isso sem applicação reciproca os artigos 57.°, Articles 57, 58, 59 and part of article 61 regarding
58.", 5!'.", o a p a r t e respeitante a direitos aduaneiros, do customs dues are therefore eonoidered reciprocally inap-
artigo 61." plieable.
A taxa citada não comprehende o premio por declara- T h e above mentioned rate does not include the fees for
ção de valor (pie possa vir a ser estabelecido. declaration of value, which may in future be established.
Os direitos de transito pelas encommendas dirigidas The transit charges 011 parcels addressed to other over-
a outros paises ultramarinos através da Colonia do Cabo sea countries through the intermediary of the Cape Co-
serão os premios normaes, pagaveis aos paises de transit > lony shall be the normal rates payable to transit countries
e ao país de destino, addioionados ao transito a pagar á and the countries of dostination in addition to the rates
Colonia do Cabo pelo transito terrestre e serviço mari- payable to the Cape Colony for its land and sea services.
timo. E m taes encommendas expedidas, via clo Reino Unido On sueli parces circulating via the United Kingdom 011
ou Madeira a Colonia do Cabo, terá direito pelos seus Madeira the Cape Colony shall retain for its land and
serviços terrestre e maritimo aos abaixo mencionados pre- sea services the undermentioned rates :
mios :
Por cada encommenda não excedendo 1 kilogramma, l /i,; F o r eacli parcel not cxcccding 1 kilogramme, '/',;
Por cada encommenda de 1 a 3 kilogrammas, Viu; For eaeh pareci between l and 3 kilograinmos, ' / m ;
P o r cada encommenda clc 3 a 5 kilogrammas, -/%. F o r eacli parcel between 3 and 5 kilogramines, -/->.
ARTIGO IX ARTICLE IX
Na organização dos portes de encommendas expedidas I n the rates of postage for parcels despatehcd to a coun-
para um país estranho á União Sul-Africana por interme- try not in the South African Union through the inierme-
dio de um dos paises contratantes, poderá ser incluida diary of one of the contracting countries, there can be in-
uma quantia para despesas do transito maritimo, quando cluded a sum for the expenses of sea transit, when there
o haja, entre os dois paises da União. is any, between the two countries of the Union.
ARTIGO X ARTICLE X
E m todos os casos não previstos no presente acordo In ali cases unforeseen in the present agreement cr
ou nos de duvida, recorrer-se-ha, como legislação subsi- where a doubt exists, recoursu shall be made, as subsi-
diaria, á Convenção Postal Universal e respectivo regula- diary legislation, to the Universal Postal Union Conven-
mento que estiverem em uso ao tempo, referentes a en- tion and respective Regulations whieh may at the time
commendas postaes. be in force, regarding postal parcels.
ARTIGO XI ARTICLE XI
P a r a os effeitos do artigo 83.° da Convenção Postal Witli reference to article 83 of the South African Postal
Sul-Africana fica estabelecido que o premio a abonar por Union Convention it is agreed that lhe commission to bc
qualquer dos dois paises signatarios cVeste acordo pela to- paid by eaeh of the two countries parties to this agree-
talidade dos valores per cada um emittidos a pagar no ou- ment, for the totai value of Money Orders issuecl by eaeh
tro será de J/2 °/o. upon the other, shall be 'l/-2 %.
neste acordo, serão p a g a s por meio de saques á vista em in this a g r e e m e n t shall b e effected b y m e a n s of sight
dinheiro inglês esterlino. d r a f t s e x p r e s s e d in British sterling m o n e y .
ARTIGO XV ARTICLE XV
E s t e acordo será posto em execução desde 1 de outubro T h i s a g r e e m e n t shall t a k e effect from the l s t day of
de 1904 e, depois de ratificado pelos respectivos Governos, October 1904 and a f t e r ratification b y the respectivo Go-
v i g o r a r á por um periodo indefinido, mas cada p a r t e con- v e r n m e n t s shall remain in force for an indefinite period
t r a t a n t e tem o direito de o denunciar, avisando com u m b u t each of the contracting p a r t i e s shall h a v e the r i g k t
anno cle antecedencia a o u t r a p a r t e c o n t r a t a n t e . to w i t h d r a w t h e r e f r o m on giving one y e a r s notice to t h e
other p a r t y .
Assinado n a cidade do Cabo, aos 9 dias de agosto de Signed at C a p e T o w n this 9 th day of A u g u s t 1904.
1904.
Ben Duff\ Director G e r a l dos Correios interino d a Juvenal Elvas Floriaão Santa Barbara, Postmaster
Colonia do Cabo da Boa E s p e r a n ç a . G e n e r a l of t h e province of M o z a m b i q u e .
D. do G. n.° 132, do 12 do junho de 1905.
Acordo provisorio entre a Colonia do Natal e a provincia Provisional Agreement between the Colony of Natal and the province
de Moçambique of Mozambique
ARTIGO I ARTICLE I
E acordado que a provincia de Moçambique adhere á I t is a g r e e d that t h e province of Mozambique a d h e r e s
Convenção Postal S u l - A f r i c a n a . to the South A f r i c a n Postal Convention.
ARTIGO II ARTICLE II
Como esclarecimento ao artigo 14." da Convenção fica Article 14 of the Convention is r e a d as signifiying t h a t
combinado que as cartas e bilhetes postaes officiaes das Official L e t t e r s and P o s t c a r d s e m a n a t i n g from Civil or
repartições civis ou militares cle q u a l q u e r país da União, Military D e p a r t m e n t s of any country of the Union, w h e n
quando devidamente autenticados sob as condições regu- duly f r a n k e d u n d e r the conditions r e g u l a t i n g the f r a n k i n g
l a m e n t a r e s de franquia, dc correspondencia official no país of official correspondence in the country of posting, a n d
dc origem, o quando depositados no país a que essa re- w h e n posted to the country to which such D e p a r t m e n t be-
partição pertença, serão transmittidos p a r a qualquer ponto, longs, shall be t r a n s m i t t e d to any place within the U n i o n
dentro da União, francos cle qualquer porte. f r e e of a n y c h a r g e for postage.
F i c a tambem estabelecido que as autoridades abaixo I t is also a g r e e d t h a t the u n d e r m e n t i o n e d officers of
mencionadas terão o privilegio de f r a n q u i a r c a r t a s e bi- G o v e r n m e n t shall h a v e the privilege of f r a n k i n g L e t t e r s
lhetes postaes, tanto no Natal como na provincia de Mo- and P o s t c a r d s , w h e t h e r in Natal or the province of Mo-
çambique : zambique :
S u a s Excellcncias os G o v e r n a d o r e s do Natal c Moçam- T h e i r Excellencies the G o v e r n o r s of Natal a n d Mozam-
bique e os G o v e r n a d o r e s dos districtos da provincia de bique and the L i e u t e n a n t G o v e r n o r of M o z a m b i q u e ;
Moçambique;
Ministros dc E s t a d o ; Ministers of S t a t e ;
J u i z e s do S u p r e m o T r i b u n a l ; S u p r e m e Court J u d g e s ;
Secretarios e thesoureiros coloniaes o chefes das Repar- Colonial Secretaries and T r e a s u r e r s , a n d H e a d s of De-
tições de Justiça, de Negocios I n d í g e n a s , de T e r r a s , cle Mi- p a r t m e n t s of L a w , Native Affairs, L a n d s , Mines, a n d
nas e dos Caminhos de F e r r o ; Railways;
O official e o m m a n d a n d o as tropas cm qualquer dos dois T h e G e n e r a l Officer commanding troops in either coun-
paises; try ;
Os representantes consulares de q u a l q u e r dos dois pai- T h e Consular R e p r e s e n t a t i v e of either c o u n t r y stationed
ses estacionados no outro. in the other c o u n t r y .
ARTIGO V ARTICLE V
F i c a e n t e n d i d o q u e q u a l q u e r d a s p a r t e s c o n t r a t a n t e s con- I t is a g r e e d t h a t e i t h e r of t h e p a r t i e s to t h i s a g r e e m c n t
cederá o transito de encommendas dirigidas de paises fóra shall a r r a n g e f o r t h e t r a n s i t of p a r c e l s a d d r e s s e d f r o m
da União á outra p a r t e c o n t r a t a n t e . c o u n t r i e s o u t of t h e U n i o n to t h e o t h e r p a r t y .
A t a x a de transito a favor da provincia de Moçambique, T h e t r a n s i t c h a r g e to b e p a i d to t h e p r o v i n c e of Mo-
por u m a e n c o m m e n d a , qualquer que seja o seu peso, até z a m b i q u e for a p a r c e l of w h a t e v e r w e i g h t n o t e x c e e d i n g
5 k i l o g r a m m a s , é d e 5 0 c. (5 d . ) e a s o m m a d a s t a x a s d e 5 k i l o g r a m m e s shall b e 5 0 c. (5 d . ) a n t h e c o m b i n e d t r a n s i t
t r a n s i t o e e n t r e g a a f a v o r d a m e s m a p r o v i n c i a é d e 7 5 c. a n d d e l i v e r y c h a r g e s to b e p a i d to the s a m e P r o v i n c e s h a l l
(7ysd.). b e 7 5 c. (7 y> d.).
A t a x a d e t r a n s i t o p a g a v e l ao N a t a l p o r t a e s e n c o m m e n - T h e t r a n s i t c h a r g e p a y a b l e to N a t a l u p o n s u c h p a r c e l s
d a s é d e 1 f r . e 5 0 c. (1 s. e 3 d.), a l e m do t r a n s i t o m a - shall b e 1 f r . 5 0 c. ( s a y 1 s. 3 d . ) in a d d i t i o n to t h e s e a
r i t i m o a p a g a r p e l o N a t a l ao p a í s d e d e s t i n o . r a t e p a y a b l e b y N a t a l f o r c o n v e y a n c e to t h e c o u n t r y of
delivery.
ARTIGO VI ARTICLE VI
E m todos os casos n ã o p r e v i s t o s n a C o n v e n ç ã o P o s t a l I n a n y c a s e n o t p r o v i d e d for in t h e S o u t h A f r i c a n P o s -
S u l - A f r i c a n a ou no p r e s e n t e a c o r d o r e c o r r e r - s e - h a ás dis- t a l U n i o n C o n v e n t i o n or in tliis a g r e e m e n t , t h e p r o v i s i o n s
p o s i ç õ e s d a C o n v e n ç ã o P o s t a l U n i v e r s a l r e f e r e n t e s a en- of t h e U n i v e r s a l P o s t a l C o n v e n t i o n shall b e a p p l i e d to
commendas. Parcels.
ARTIGO VII ARTICLE VII
F i c a estabelecido que o premio a abonar por qualquer I t is a g r e e d t h a t i/-> °/o shall b e p a y a b l e u p o n t h e a m o u n t
d o s dois p a i s e s s i g n a t a r i o s d ' e s t e a c o r d o p e l a t o t a l i d a d e of M o n e y O r d e r s i s s u e d in t h e t e r r i t o r y of o n e of t h e p a r -
dos valores por c a d a u m emittidos a p a g a r no outro ties to this a g r e e m e n t for p a y m e n t in t h e t e r r i t o r y of t h e
s e r á Ya «/o. other party.
ARTIGO VIII ARTICLE VIII
Os avisos de vales pagavcis na provincia de Moçambi- A d v i c e s of M o n e y O r d e r s to b e p a i d in t h e p r o v i n c c of
q u e s e r ã o r e m e t t i d o s e x c l u s i v a m e n t e á R e p a r t i ç ã o S u p e - M o z a m b i q u e shall i n v a r i a b l y b e a d d r e s s e d to t h e G e n e r a l
r i o r d o s C o r r e i o s d a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e , e m L o u - P o s t Office of t h e p r o v i n c e , a t L o u r e n ç o M a r q u e s .
renço Marques.
ARTIGO I X ARTICLE IX
F i c a e n t e n d i d o q u e n u n c a h a v e r á m o t i v o de p a g a m e n t o I t is u n d e r s t o o d t h a t u n d e r n o c i r c u m s t a n c e s will a n y
p o r i n d e m n i z a ç ã o sob q u a l q u e r p r e t e x t o , e x c e p t o o dis- i n d e m j i i t y or c o m p e n s a t i o n b e p a i d e i t h e r b y t h e G o v e r n -
p o s t o n o a r t i g o 2 3 . " d a C o n v e n ç ã o P o s t a l S u l - A f r i c a n a , m e n t of P o r t u g a l or t h e G o v e r n m e n t of t h e C o l o n y of N a -
q u e r pelo G o v e r n o d e P o r t u g a l , q u e r p e i a A d m i n i s t r a ç ã o tal e x c e p t as p r o v i d e d u n d e r a r t i c l e 2 3 of t h e S o u t h A f r i -
do Natal. can Postal Convention.
ARTIGO X ARTICLE X
E s t e a c o r d o s e r á posto e m e x e c u ç ã o d e s d e 1 d e o u t u b r o T h i s a g r e e m e n t shall t a k e effec.t f r o m t h e l s t d a y of
de 1 9 0 4 e, d e p o i s d c r a t i f i c a d o pelos r e s p e c t i v o s G o v e r - O c t o b r e 1 9 0 4 a n d , a f t e r r a t i f i c a t i o n b y t h e r e s p e c t i v e Go-
Junlio 5 218 190Õ
nos, v i g o r a r á por u m periodo indefinido, m a s cada p a r t e v e r n m e n t s , shall remain in force for an indeíinite period,
c o n t r a t a n t e tem o direito de o denunciar, avisando com b u t each of the contracting p a r t i e s shall have the right
u m anno de antecedencia a outra p a r t e c o n t r a t a n t e . to w i t h d r a w t h c r e f r o m on giving one y e a r ' s notice to the
other p a r t y .
2 2 de j u l h o de 1904. 22 J u l y 1904.
C. Maxwell Hibberã, D i r e c t o r G e r a l dos Correios do Juvenal Elvas Floriaão Santa Barbara, D i r e c t o r dos
Natal. Correios da provincia de Moçambique.
D. do a . n.° 132, do 12 dcjunho de 1U05.
T e n d o sido assinado, aos 18 de j u l h o de 1904, um acordo postal entre a provincia de Moçambique e a Colonia
do T r a n s v a a l , hei por bein, usando da autorização conferida pelo § unico do artigo 1.° da lei de 7 de j u l h o de 1898,
a p p r o v a r o dito acordo, que vae j u n t o ao p r e s e n t e decreto e d'elle fica f a z e n d o p a r t e .
Os Ministros e Secretarios de E s t a d o dos Negocios da Marinha e U i t r a m a r e dos Negocios E s t r a n g e i r o s assim o
t e n h a m entendido e f a ç a m e x e c u t a r . Paço, aos 5 de j u n h o de 190Õ. = R E I . =•— Manoel Antonio Moreira Júnior =
Antonio Eãuarão Villaca.
Acordo provisorio entro a Colonia do Transvaal e a provincia Provisional agreement between the Colony of Transvaal and the province
de Moçambique of Mozambique
ARTIGO. I ARTICLE I
E acordado que a provincia de Moçambique adliere á I t is a g r e e d t h a t the province of M o z a m b i q u e adheres
Convenção P o s t a l Sul-Africana. to the South Á f r i c a n P o s t a l Convention.
ARTIGO II ARTICLE II
Como esclarecimento ao artigo 14.° da Convenção fica Article 14 of the Convention is read as signifying that
combinado que as cartas e bilhetes postaes officiaes das Official L e t t e r s and Postcards e m a n a t i n g f r o m Civil or
repartições civis ou militares de qualquer país da União, Military D e p a r t m e n t s of any country of the Union, w h e n
quando d e v i d a m e n t e autenticados sob as condições regula- dilly frankecl imder the conditions regulating the f r a n k i n g
m e n t a r e s de f r a n q u i a de correspondencia official no país of official correspondence in the country of posting, and
de origem e quando depositados no país a que essa Re- when posted in the country to which such D e p a r t m e n t
partição p e r t e n ç a , serão transmittidos p a r a qualquer ponto belongs, shall be t r a n s m i t t e d to any place within the / Union
d e n t r o da União, francos de qualquer porte. free of any charge for postage.
F i c a t a m b e m estabelecido que as autoridades abaixo I t is also a g r e e d that the u n d e r m e n t i o n e d oíficers of
mencionadas terão o privilegio de f r a n q u i a r cartas e bilhe- G o v e r n m e n t shall have the privilege of f r a n k i n g L e t t e r s
tes postaes, tanto no T r a n s v a a l como na provincia de Mo- and P o s t c a r d s , w h e t h e r in the T r a n s v a a l or t h e province
çambique : of M o z a m b i q u e :
S . Ex.' 1 o Alto Commissario da Africa do Sul Inglesa His E x c e l l e n c y the Iligli Commissioner for British South
c S. Ex. ; , s os G o v e r n a d o r e s geraes e districtaes do T r a n s - Africa and Their Excellencies the G o v e r n o r s and Lieute-
vaal e da provincia de M o ç a m b i q u e ; n a n t - G o v e r n o r s of the T r a n s v a a l and M o z a m b i q u e ;
Ministros do E s t a d o ; Ministors of State ;
J u i z e s do S u p r e m o T r i b u n a l ; Higli C o u r t J u d g e s ;
Secretarios e thesoureiros coloniaes e chefes das Re- Colonial Secretaries ancl T r e a s u r e r s , anel H e a d s of De-
partições de Justiça, de Negocios I n d í g e n a s , de T e r r a s , de p a r t m e n t s of L a w , Native Affairs, L a n d s , Mines, and llail-
Minas e dos Caminhos cle F e r r o ; ways;
O official c o m m a n d a n d o as tropas em qualquer dos dois T h e G e n e r a l Oííicer commanding troops in either coun-
paises; try ;
Os r e p r e s e n t a n t e s consulares de qualquer dos dois paises T h e Consular representative of either country stationed
estacionados no outro. in the other c o u n t r y .
ARTIGO III ARTICLE III
1'ortcs (las correspondências líatcs of postage
Os portes cle transmissão das correspondências (incluindo T h e c h a r g e s for the conveyance of postal artieles (inclu-
encommendas postaes) são fixados, nos termos do artigo 4.° cling parcels) are fixed in accordance to article 4 of t h e
da dita Convenção, como s e g u e : alluded Convention, as follows :
a) Pelas correspondências recebidas no T r a n s v a a l e des- a) F o r correspondence posted in T r a n s v a a l Colony and
tinadas á provincia de Moçambique : a d d r e s s e d to t h e ' p r o v i n c e of Mozambique :
1. Cartas, 1 dinheiro por cada onça; 1. L e t t e r s , 1 p e n n y per 7-2 o u n c e ;
2. Bilhetes postaes simples, y á dinheiro ; 2. Single postcards, '/-> p e n n y ;
<">. Bilhetes postaes de resposta p a g a , 1 d i n h e i r o ; Reply paid postcards, 1 p e n n y ;
4. J ornaes, V-' dinheiro por cada 4 o n ç a s ; 4. Newspapcrs, 7 i p e n n y p e r 4 ounces ;
h. Impressos, y 2 dinheiro por cada 2 o n ç a s ; 5. Printed m a t t e r , '/-j p e n n y p e r 2 o u n c e s ;
ti. Manuscritos, i / i dinheiro por cada 2 o n ç a s ; 6. Commercial p a p e r s , ' / i p e n n y per 2 o u n c e s ;
7. Amostras, 1 dinheiro pelas primeiras 4 onças e '/-.. di- 7. Samples, 1 p e n n y for the first 4 ounces a n d i j i p e n n y
nheiro por cada 2 onças a mais ; 1'or e v e r y additional 2 o u n c e s ;
8. E n c o m m e n d a s , 4 dinheiros por 8 ouças e 2 dinhei- 8. Parcels, 4 pence for 8 ounces and 2 pence for.every
ros por cada 4 onças a mais ou sua fracção ató I I libras. additional 4 ounces or fraction thereof up to 11 lbs.
1905 219 Junlio VI
b) P e l a s c o r r e s p o n d ê n c i a s r e c e b i d a s n a p r o v i n c i a de Mo- b) F o r c o r r e s p o n d e n c e p o s t e d in t h e p r o v i n c e of Mo-
ç a m b i q u e e d e s t i n a d a s á colonia do T r a n s v a a l : z a m b i q u e anel a d d r e s s e d to t h e C o l o n y of T r a n s v a a l :
1. C a r t a s , 2 5 réis c a d a 1 5 g r a m m a s ou f r a c ç ã o ; 1. L e t t e r s , 2 5 réis p e r 1 5 g r a m m e s or f r a c t i o n t h e r e o f ;
2. Bilhetes postaes simples, 10 r é i s ; 2. Singlw p o s t c a r d s , 1 0 r ó i s ;
3. Bilhetes postaes de resposta paga, 20 réis; 3. Reply paid postcards, 20 réis;
4. J o r n a e s , 1 0 r é i s c a d a 5 0 g r a m m a s ou f r a c ç ã o ; 4 . N e w s p a p e r s , 1 0 r é i s p e r 5 0 g r a m m e s or f r a c t i o n
thereof;
5 . I m p r e s s o s , 1 5 r ó i s c a d a 5 0 g r a m m a s ou f r a c ç ã o ; 5. P r i n t e d m a t t e r , 15 r é i s p e r 5 0 g r a m m e s or f r a c t i o n
thereof;
6. M a n u s c r i t o s , 10 r é i s c a d a 5 0 g r a m m a s c o m o p o r t e (i. C o m m e r c i a l p a p e r s , 10 róis p e r 5 0 g r a m m e s w i t h a
minimo de 30 réis; m i n i m u m of 3 0 r é i s ;
7. A m o s t r a s , 1 0 r ó i s c a d a 5 0 g r a m m a s com p o r t e mi- 7. S a m p l e s , 1 0 réis p e r 5 0 g r a m m e s w i t h a m i n i m u m
nimo de 20 r é i s ; of 2 0 r ó i s ;
8. E n c o m m e n d a s , p o r v o l u m e a t é 1 k i l o g r a m m a 4 0 0 r é i s , 8 . P a r c e l s , p e r p a c k a g e u p to 1 k i l o g r a m m e 4 0 0 r é i s ,
a t ó 3 k i l o g r a m m a s 6 0 0 róis, a t é 5 k i l o g r a m m a s 8 0 0 r e i s . u p to 3 k i l o g r a m m e s 6 0 0 r é i s , u p to 5 k i l o g r a m m e s 8 0 0
réis.
ARTIGO IV ARTICLE IV
P i c a c o n c o r d a d o q u e as e n c o m m e n d a s t r a n s i t a n d o p e l a I t is a g r e e d t h a t p a r c e l s p a s s i n g t h r o u g h or a d d r e s s e d
p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e ou a ella d e s t i n a d a s , e q u e utili- to M o z a m b i q u e , for w h i c h c o n v e y a n c e b y sea is r e q n i r e d ,
z e m d e via m a r i t i m a , p o d e r ã o ficar d e m o r a d a s á e s p e r a de m a y b e d e l a y e d until a s t e a m e r is a v a i l a b l e f o r t h e i r s e a
v a p o r e s q u e e x i g e m só as t a x a s o r d i n a r i a s . carriage at ordinary rates.
ARTIGO V ARTICLE V
F i c a e n t e n d i d o q u e q u a l q u e r d a s p a r t e s c o n t r a t a n t e s con- I t is a g r e e d t h a t e i t h e r of t h e p a r t i e s to t h i s a g r e e m e n t
c e d e r á o t r a n s i t o d e e n c o m m e n d a s d i r i g i d a s d e paises f ó r a shall a r r a n g e f o r t h e t r a n s i t of p a r c e l s a d d r e s s e d f r o m
d a U n i ã o á o u t r a p a r t o c o n t r a t a n t e . A t a x a d e t r a n s i t o a c o u n t r i e s o u t of t h e Union to t h e o t h e r p a r t y . T h e t r a n s i t
f a v o r d a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e p o r u m a e n c o m m e n d a , c h a r g e to b e p a i d to t h e p r o v i n c e of M o z a m b i q u e f o r a
q u a l q u e r q u e s e j a o s e u peso, a t é 5 k i l o g r a m m a s , é de 5 0 c. p a r c e l of w h a t e v e r w e i g h t n o t e x c e e d i n g 5 k i l o g r a m m e s
(5 d) e a s o m m a clas t a x a s d e t r a n s i t o e e n t r e g a a f a v o r shall b e 5 0 c. (5 d) a n d t h e c o m b i n e d t r a n s i t a n d d e l i v e r y
d a m e s m a p r o v i n c i a é de 7 5 c (7 d). A t a x a d e t r a n s i t o c h a r g e s to b e p a i d to t h e s a m e p r o v i n c c shall b e 7 5 c.
i
ou t e r m i n a l p a g á v e l ao T r a n s v a a l p o r t a e s e n c o m m e n d a s (7 j-> d). T h e t r a n s i t c h a r g e o r t e r m i n a l c h a r g e p a y a b l e to
é d e 1 f r . 5 0 c. ( 1 s. 3 d . ) U m p r e m i o d e 6 p e n c e é c o b r a d o t h e T r a n s v a a l u p o n such p a r c e l s shall bo 1 f r . 5 0 c.
d o s d e s t i n a t á r i o s p e l a e n t r e g a cle c a d a c u c o m m e n d a n o ( s a y 1 s. 3 d . ) . A d e l i v e r y f e e of s i x p e n c e p e r p a r c e l is
Transvaal. c o l l e c t e d f r o m a d d r e s s e e s in t h e T r a n s v a a l .
ARTIGO VI ARTICLE VI
E m todos os c a s o s n ã o p r e v i s t o s n a C o n v e n ç ã o P o s t a l I n a n y c a s e n o t p r o v i d e d f o r in t h e S o u t h A f r i c a n P o s t a l
S u l - A f r i c a n a ou no p r e s e n t e a c o r d o r e c o r r e r - s e - h a á s dis- U n i o n C o n v e n t i o n o r in this a g r e e m e n t , t h e p r o v i s i o n s of
posições d a C o n v e n ç ã o P o s t a l U n i v e r s a l r e f e r e n t e a en- t h e U n i v e r s a l P o s t a l C o n v e n t i o n shall be a p p l i e d to P a r c e l s .
commendas.
ARTIGO VJI ARTICLE VII
F i c a estabelecido que o premio a abonar por qualquer I t is a g r e e d t h a t '/-i u /o shall be p a y a b l e u p o n t h e a m o u n t
dos dois p a i s e s s i g n a t a r i o s d ' e s t e a c o r d o , p e l a t o t a l i d a d e of M o n e y O r d e r s i s s u e d in t h e t e r r i t o r y of o n e of t h e p a r -
dos v a l o r e s p o r c a d a u m e m i t t i d o s a p a g a r no o u t r o , s e r á ties to t h i s a g r e e m e n t for p a y m e n t in t h e t e r r i t o r y of t h e
d e Va 7 o . other party.
ARTIGO VIII ARTICLE VIII
Os a v i s o s d e v a l e s p a g a v e i s n a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i - A d v i c e s of M o n e y O r d e r s to b e p a i d in t h e p r o v i n c e of
que serão remettidos exclusivamente á Repartição Supe- M o z a m b i q u e shall i u v a r i a b l y be a d d r e s s e d to t h e G e n e r a l
r i o r dos C o r r e i o s d a p r o v i n c i a de M o ç a m b i q u e , e m L o u - P o s t Oílice of t h e p r o v i n c e , a t L o u r e n ç o M a r q u e s .
renço Marques.
ARTIGO IX ARTICLE IX
F i c a e n t e n d i d o q u e n u n c a h a v e r á motivo d e p a g a m e n t o I t is u n d e r s t o o d t h a t u n d e r no c i r c u m s t a n c e s will a n y
p o r i n d e m n i z a ç ã o sob q u a l q u e r p r e t e x t o , e x c e p t o o dis- i n d e r n n i t y or c o m p e n s a t i o n be p a i d e i t h e r b y t h e G o v e r n -
posto no artigo 23.° da Convenção Postal Sul-Africana, m e n t of P o r t u g a l o r t h e G o v e r n m e n t of t h e C o l o n y of
q u e r pelo G o v e r n o d e P o r t u g a l , q u e r p e l a a d m i n i s t r a ç ã o T r a n s v a a l , e x c e p t as p r o v i d e d u n d e r article 2 3 of t h e
do T r a n s v a a l . South African Postal Convention.
ARTIGO X ARTICLE X
E s t e a c o r d o s e r á posto em e x e c u ç ã o d e s d e 1 de o u t u b r o T h i s a g r e e m e n t shall t a k e e f f e c t f r o m t h e l s t d a y of
d c 1 9 0 4 e, d e p o i s d e r a t i f i c a d o pelos r e s p e c t i v o s G o v e r n o s , O c t o b e r 1904 and, a f t e r ratification b y the respective Go-
v i g o r a r á p o r u m p e r i o d o i n d e f i n i d o , m a s c a d a p a r t e cou- v o r n m e n t s , shall r e i n a i n in f o r c e for a n i n d e f i n í t e p e r i o d ,
t r a t a u t e t e m o direito d e o d e n u n c i a r , a v i s a n d o c o m u m b u t e a e h of t h e c o n t r a c t i n g p a r t i e s shall h a v e t h e r i g h t
anno de antecedencia a outra p a r t e contratante. to w i t h d r a w t h e r e f r o m on g i v i n g o n e y e a r ' s n o t i c e to t h e
other party.
18 d e j u l h o de 1 9 0 4 . 18 J u l y 1 9 0 4 .
Juvenal Elvas Flor tado Santa Barbara, D i r e c t o r dos J. Frank Brown, Postmaster General Transvaal.
C o r r e i o s cla p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e .
T e n d o sido a s s i n a d o aos 2 6 d e j u l h o d e 1 9 0 4 u m a c o r d o p o s t a l e n t r e a p r o v i n c i a d e M o ç a m b i q u e e a C o l o n i a
do Rio O r a n g e , hei p o r b e m , u s a n d o d a a u t o r i z a ç ã o c o n f e r i d a p e l o § u n i c o do a r t i g o 1.° d a lei de 7 de j u l h o d e
1 8 9 8 , a p p r o v a r o dito a c o r d o , q u e v a e j u n t o ao p r e s e n t e d e c r e t o e d'elle fica f a z e n d o p a r t e .
O s M i n i s t r o s e S e c r e t a r i o s cle Estácio d o s N e g o c i o s d a M a r i n h a e U l t r a m a r e d o s N e g o c i o s E s t r a n g e i r o s a s s i m o
t e n h a m e n t e n d i d o e f a ç a m e x e c u t a r . P a ç o , a o s 5 d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = R E I . = Manoel Antonio Moreira Júnior —
Antonio Eduardo Villaca.
Acordo provisorio entre a Colonia do Rio Orange e a provincia Provisional agreement between the Colony of the Orange River Colony
de Moçambique and the province of Mozambique
ARTIGO I ARTICLE I
É acordado que a provincia de Moçambique adhere á I t is a g r e e d t h a t t h e p r o v i n c e of M o z a m b i q u e adheres
Convenção Postal Sul-Africana. to t h e S o u t h A f r i c a n P o s t a l C o n v e n t i o n .
ARTIGO II ARTICLE II
C o m o e s c l a r e c i m e n t o do a r t i g o 14.° d a C o n v e n ç ã o fica A r t i c l e 1 4 of t h e C o n v e n t i o n is r e a d as s i g n i f y i n g t h a t
c o m b i n a d o q u e a c o r r e s p o n d e n c i a official d a s r e p a r t i ç õ e s Official C o r r e s p o n d e n c e e m a n a t i n g f r o m Civil or M i l i t a r y
civis ou m i l i t a r e s d e q u a l q u e r p a í s d a U n i ã o , q u a n d o d e - D s p a r t m e n t s of a n y c o u n t r y of t h e U n i o n , w h e n d u l y
v i d a m e n t e autenticada sob as condições r e g u l a m e n t a r e s de f r a n k e d u n d e r t h e c o n d i t i o n s r e g u l a t i n g t h e f r a n k i n g of
f r a n q u i a d e c o r r e s p o n d e n c i a official n o p a í s d e o r i g e m , e official c o r r e s p o n d e n c e in t h e c o u n t r y of p o s t i n g , a n d w h e n
quando depositada no país a que essa repartição p e r t e n ç a , p o s t e d in t h e c o u n t r y to w h i c h s u c h D e p a r t m e n t b e l o n g s ,
será transmitticla p a r a q u a l q u e r ponto, dentro d a União, s h a l l b e t r a n s m i t t e c l to a n y p l a c e w i t h i n t h e U n i o n f r e e of
franca de qualquer porte. a n y charge for postage.
F i c a t a m b e m e s t a b e l e c i d o q u e as a u t o r i d a d e s a b a i x o I t is a l s o a g r e e d t h a t t h e u n d e r m e n t i o n e d officers of
mencionadas terão o privilegio de franquiar corresponden- G o v e r n m e n t shall h a v e t h e p r i v i l e g e of f r a n k i n g c o r r e s -
cia, t a n t o n a Colonia do Rio O r a n g e c o m o n a p r o v i n c i a p o n d e n c e , w h e t h e r in t h e O r a n g e R i v e r C o l o n y or t h e p r o -
de M o ç a m b i q u e : v i n c e of M o z a m b i q u e :
S u a E x c e l l e n c i a o alto c o m m i s s a r i o d a A f r i c a S u l I n - H i s E x c e l l e n c y t h e H i g h C o m m i s s i o n e r for B r i t i s h S o u t h
g l e s a e S u a s E x c e l l e n c i a s os G o v e r n a d o r e s g e r a e s c dis- Africa and Their Excellencies the Governors and Lieute-
t r i c t a e s d a Colonia do Rio O r a n g e o cla p r o v i n c i a d e M o - n a n t G o v e r n o r s of the O r a n g e R i v e r C o l o n y a n d M o z a m -
çambique ; bique ;
M i n i s t r o s de E s t a d o ; M i n i s t e r s of S t a t e ;
J u i z e s do S u p r e m o T r i b u n a l ; High Court J u d g e s ;
Secretarios e thesoureiros coloniaes, e chefes das Re- Colonial S e c r e t a r i e s a n d T r e a s u r e r s , ancl H e a d s of D e -
p a r t i ç õ e s d e J u s t i ç a , de N e g o c i o s I n d i g e n a s , de T e r r a s , d e p a r t m e n t s of L a w , N a t i v e A f f a i r s , L a n d s , M i n e s , a n d
Minas e dos Caminhos de F e r r o ; Railways;
O official c o m m a n c l a n d o as t r o p a s em q u a l q u e r dos dois T h e G e n e r a l Officier c o m m a n d i n g t r o o p s in e i t h e r c o u n -
paises ; try;
O s r e p r e s e n t a n t e s c o n s u l a r e s d e q u a l q u e r dos dois p a i s e s T h e C o n s u l a r r e p r e s e n t a t i v o of e i t h e r c o u n t r y s t a t i o n e d
e s t a c i o n a d o s no o u t r o , q u a n d o d i r i g i d a a f u n c c i o n a r i o s p u - in t h e o t h e r c o u n t r y , w h e n a d d e r e s s e d to official p e r s o n s .
blicos.
ARTIGO III ARTICLE III
ARTIGO VI ARTICLE VI
E m todos os casos não previstos na Convenção Postal I n any case not provided for in the South A f r i c a n P o s t a l
Sul-Africana ou no p r e s e n t e acordo recorrer-se-ha ás dis- Convention or in this a g r e e m e n t , t h e provisions of t h e Uni-
posições da Convenção Postal Universal r e f e r e n t e s a en- versal P o s t a l Convention shall be applied to parcels.
commendas.
ARTIGO VII ARTICLE VII
F i c a estabelecido que o premio a a b o n a r p o r q u a l q u e r I t is a g r e e d that °/o shall be p a y a b l e upon the
dos dois paises signatarios d'este acordo pela totalidade a m o i m t of Money O r d e r s issued in t h e t e r r i t o r y of one of
dos valores por c a d a um emittidos a p a g a r no outro s e r á the parties to this a g r e e m e n t for p a y m e n t in t e r r i t o r y of
de y â «/o- the other p a r t y .
ARTIGO VIII ARTICLE VIII
Os avisos de vales pagaveis n a provincia de Moçambi- Advices of Money orders to be paid in the province of
que serão remettidos exclusivamente á R e p a r t i ç ã o Supe- Mozambique shall invariably be a d d r e s s e d to t h e G e n e r a l
rior dos Correios da provincia de Moçambique, em Lou- P o s t Office of the province, at L o u r e n ç o M a r q u e s .
renço M a r q u e s .
ARTIGO IX ARTICLE IX
F i c a entendido que n u n c a h a v e r á motivo de p a g a m e n t o I t is understood t h a t u n d e r no circumstances will any
por indemnização sob qualquer p r e t e x t o , excepto o dis- indemnity or compensation be paid either by the G o v e r -
posto no artigo 23.° da Convenção Postal Sul A f r i c a n a , n m e n t of P o r t u g a l or the G o v e r n m e n t of the O r a n g e River
quer pelo Governo de Portugal, quer pela administração Colony except as provided u n d e r article 2 3 of the South
da Colonia do Rio O r a n g e . A f r i c a n P o s t a l Convention.
ARTIGO X ARTICLE X
E s t e acordo será posto em execução desde 1 de outubro T h i s a g r e e m e n t shall t a k e effect f r o m t h e l s t day of
de 1 9 0 4 e, depois de ratificado pelos respectivos Gover- October 1 9 0 4 and, a f t e r ratification by the respective Go-
nos, v i g o r a r á por um periodo indefinido, mas cada p a r t e v e r n m e n t s , shall remain in force for an indefinite period,
contratante tem o direito-de o denunciar, avisando com u m b u t eaeh of the c o n t r a c t i n g parties shall have the r i g h t
anno de antecedencia a o u t r a p a r t e c o n t r a t a n t e . to w i t h d r a w t h e r e f r o m on giving one y e a r ' s notice to t h e
other p a r t y .
Jnvenal Elvas Floriado Santa Barbara, Director dos David George Anosi Falk, P o s t m a s t e r G e n e r a l O r a n g e
Correios da provincia de Moçambique. River Colony.
David George Anosi Falk, Director G e r a l dos Correios Juvenal Elvas Floriado Santa Barbara, Director dos
da Colonia do Rio O r a n g e . Correios da provincia de M o ç a m b i q u e .
D. do G. n.° 132, dc 12 de junho do 1905.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Os mesmos Ministros e Secretarios de E s t a d o assim o
tenham entendido e façam e x e c u t a r . Paço, em 5 de j u n h o
Direcção Geral da Agricultura de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira =
D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Repartição dos Serviços Agronomicos
T e n d o em consideração o disposto no artigo 13.° do de- Regulamento a que se refere o decreto d'esta data
creto com força de lei de 14 cle j a n e i r o de 1 9 0 5 : hei por
bem a p p r o v a r , p a r a completa execução do referido decre- Despacho de vinhos para consumo
to, o regulamento que, fazendo parte i n t e g r a n t e d'este di-
ploma, b a i x a assinado pelos Ministros e Secretarios de Artigo 1.° O despacho de vinhos nacionaes, destinados
E s t a d o dos Negocios cla F a z e n d a e clas O b r a s Publicas, ao consumo de Lisboa, effectuar-se-ha, sem restricção de
Commercio e I n d u s t r i a . quantidade ou qualidade, pelas delegações aduaneiras do
Junho .0 255 1905
h a j a do s e r e f f e e t u a d o f ó r a do r e s p e c t i v o e s t a b e l e c i m e n t o n o c o n t r a t o p r i m i t i v o d e c o n c e s s ã o q u a e s os t e r r e n o s q u e
da companhia, a respectiva direcção assim o participará á p o d e r ã o ser v e n d i d o s n e s t a s c o n d i ç õ e s .
Direcção G e r a l da Agricultura, por intermedio da Inspec- A r t . 3 6 . ° N o caso e m q u e u m t e r r e n o ou edificio do
ç ã o , i n d i c a n d o - l h e o n o m e d o i n d i v i d u o ou e m p r e s a a q u e m E s t a d o seja requerido por mais de u m a companhia, abrir-se-
v a e i n c u m b i r o c o n c e r t o , o local o n d e e s t e s e r á feito e o h a c o n c u r s o e n t r e ellas, s e n d o a b a s e p a r a a l i c i t a ç ã o d e d u -
t e m p o q u e j u l g a n e c e s s á r i o p a r a a s u a r e a l i z a ç ã o , po- zida da avaliação feita nos t e r m o s dos artigos 32.° e 33.°
d e n d o e m s e g u i d a f a z e r a e x p e d i ç ã o dos o b j e c t o s , s e a A r t . 37.° Quando a companhia não c u m p r i r as clausulas
p a r t i c i p a ç ã o for d a d a e m d o c u m e n t o r e g i s t a d o , ou e s p e r a r do c o n t r a t o e a s d i s p o s i ç õ e s d o d e c r e t o d e 1 4 d e j a n e i r o
a resposta a esse documento p a r a fazer depois a m e s m a d e 1 9 0 5 , ou as d ' e s t e r e g u l a m e n t o , n e m u t i l i z a r p a r a o
expedição. fim a q u e são d e s t i n a d o s os edificios e t e r r e n o s c e d i d o s
§ 1.° A I n s p e c ç ã o a c c u s a r á a r e c e p ç ã o d o aviso a t e m p o r a r i a m e n t e pelo E s t a d o , ou q u a n d o l i q u i d a r a n t e s d e
q u e allude este artigo e a sua r e m e s s a p a r a a Direcção findo o p r a z o d a c o n c e s s ã o , os m e s m o s edificios e t e r r e n o s ,
Geral da Agricultura, e lançará no inventario a compe- quer no continente, quer no u l t r a m a r , r e v e r t e r ã o p a r a a
t e n t e n o t a , p r o c e d e n d o s e m e l h a n t e m e n t e logo q u e t e n h a posse do E s t a d o , s e m d i r e i t o a q u a l q u e r i n d e m n i z a ç ã o
c o m m u n i c a ç ã o d o r e g r e s s o dos m e s m o s o b j e c t o s á c o m p a - pelas bemfeitorias realizadas.
n h i a , c o n f o r m e a e s t a c u m p r e p a r t i c i p a r logo q u e os r e -
ceba. Premios
§ 2.° Q u a n d o , e x p i r a d o o p r a z o n e c e s s á r i o p a r a o con-
c e r t o e o t e m p o i n d i s p e n s a v e l p a r a a r e c e p ç ã o do aviso de A r t . 3 8 . ° A s c o m p a n h i a s v i n í c o l a s , a s a d e g a s s o c i a e s ou
regresso dos mesmos objectos, a I n s p e c ç ã o não houver re- q u a e s q u e r o u t r o s p r o d u c t o r e s ou n e g o c i a n t e s q u e q u e i r a m
c e b i d o o r e f e r i d o a v i s o , d e v e r á i n q u i r i r d a s c a u s a s d a de- t e r d i r e i t o aos p r e m i o s p a r a v i n h o s d e p a s t o d e t y p o s r e -
m o r a e p r o c e d e r c o n f o r m e s e j a c o n v e n i e n t e p a r a se e v i t a r g i o n a e s e m a r c a s r e g i s t a d a s , a q u e se r e f e r e m os nv os 1 . °
ou r e p r i m i r q u a l q u e r a b u s o . e 3 . ° d o a r t i g o 2 . ° do d e c r e t o d e 1 4 d e j a n e i r o d e 1 9 0 5 ,
Art. 29.° Quando alguns dos materiaes e machinismos terão de a p r e s e n t a r no M e r c a d o C e n t r a l de P r o d u c t o s A g r i -
d e q u e t r a t a m os a r t i g o s a n t e c e d e n t e s e s t e j a m d e t e r i o r a - colas :
d o s e i n ú t e i s p a r a o fim a q u e se d e s t i n a v a m , a c o m p a n h i a 1 . ° U m a d e c l a r a ç ã o d e q u a e s as r e g i õ e s p r o d u c t o r a s e m
a que p e r t e n ç a m assim o c o m m u n i c a r á á D i r e c ç ã o G e r a l q u e e x e r c e m a sua acção, e de qual a procedencia do vi-
d a A g r i c u l t u r a , a q u a l p e r m i t t i r á a s u a s a i d a p a r a qual- nho que prepondera nos typos p a r a que p r e t e n d e m pre-
q u e r a p p l i c a ç ã o s e c u n d a r i a d e q u e s e j a m s u s c e p t i v e i s , ou mio, q u a n d o t e n h a m lotação;
p a r a v e n d a , logo q u e p e l a A d m i n i s t r a ç ã o G e r a l d a s A l f a n - 2.° T r e s g a r r a f a s , l a c r a d a s e c a r i m b a d a s , d e 7 decili-
d e g a s for r e c o n h e c i d o q u e os r e f e r i d o s o b j e c t o s se e n c o n - tros cada u m a , com o vinho da m a r c a p a r a que p r e t e n d e -
t r a m sem valor p a r a direitos. rem premio;
A r t . 30.° Os descaminhos por applicação diversa d a q u e l l a 3.° U m c e r t i f i c a d o do r e g i s t o d e m a r c a e d e z e x e m p l a -
p a r a q u e foi a u t o r i z a d a a i m p o r t a ç ã o , s e m p a g a m e n t o de res da mesma marca.
d i r e i t o s , dos m a t e r i a e s e m a c h i n i s m o s , s e r ã o p u n i d o s n o s § unico. A declaração d e v e r á indicar a sede da com-
t e r m o s d a l e g i s l a ç ã o e m v i g o r , salvo o d i s p o s t o n o a r t i g o p a n h i a ou a d e g a social, ou a r e s i d e n c i a d o p r o d u c t o r ou
precedente. n e g o c i a n t e , e o local d a s a d e g a s ou a r m a z e n s .
C e d e n c i a de edifioios e t e r r e n o s A r t . 39.° O direito a premio começará a contar-se vinte
d i a s d e p o i s d e a p r e s e n t a d a a d e c l a r a ç ã o a q u e se r e f e r e o
A r t . 3 1 . ° O direito d e o p ç ã o c o n s i g n a d o n o n . ° 7 . ° do a r t i g o a n t e c e d e n t e , se o v i n h o e s t i v e r n a s c o n d i ç õ e s d e o
a r t i g o 2.° do d e c r e t o d e 1 4 d e j a n e i r o d e 1 9 0 5 e a c e d e n - merecer.
cia dos edificios e t e r r e n o s a q u e se a l l u d e n o a r t i g o 3.° do A r t . 4 0 . ° P a r a e x a m i n a r os v i n h o s a p r e s e n t a d o s c o m a
mesmo decreto serão solicitados pelas companhias com as d e c l a r a ç ã o a q u e s e r e f e r e o n . ° 1.° d o a r t i g o 3 8 . ° h a -
formalidades prescritas nos artigos anteriores p a r a isenção v e r á u m a commissão presidida pelo inspector das A d e g a s
de c o n t r i b u i ç õ e s e d e d i r e i t o s d e i m p o r t a ç ã o d e m a t e r i a l e S o c i a e s , d a qual f a r ã o p a r t e o l e n t e d a c a d e i r a d e t e c h n o -
machinismos. logia r u r a l n o I n s t i t u t o d e A g r o n o m i a e V e t e r i n a r i a , o
A r t . 3 2 . ° O s edificios e t e r r e n o s p o r v e n t u r a e x i s t e n - d i r e c t o r do L a b o r a t o r i o d e A n a l y s e s C h i m i c o F i s c a e s , o
tes e disponiveis nas sedes das companhias serão, antes director das Missões Oenotechnicas e mais tres vogaes
d e c o n c e d i d o s , a v a l i a d o s p o r dois p e r i t o s , s e n d o u m no- nomeados, respectivamente, pelas Associações C o m m e r -
m e a d o p e l a c o m p a n h i a r e q u e r e n t e e o o u t r o pelo G o v e r n o . ciaes de Lisboa e Porto e pela Real Associação Central
§ u n i c o . N o caso de n ã o c h e g a r e m os p e r i t o s a a c o r d o so- da Agricultura Portuguesa.
bro a avaliação, será nomeado, para desempate, u m ter- A r t . 41.° Compete á commissão:
ceiro p e r i t o pelo j u i z d e d i r e i t o d a r e s p e c t i v a c o m a r c a . 1.° C o l l e c c i o n a r os p a d r õ e s t y p o s dos v i n h o s r e g i o n a e s ;
A r t . 3 3 . ° O s edificios e t e r r e n o s do E s t a d o n a s colonias 2 . ° C l a s s i f i c a r a s a m o s t r a s dos v i n h o s ;
p o r t u g u e s a s s e r ã o a v a l i a d o s p o r dois p e r i t o s , s e n d o u m 3.° J u l g a r se as a m o s t r a s d e v i n h o a p r e s e n t a d a s p e l o s
n o m e a d o pelo g o v e r n a d o r do d i s t r i c t o e o o u t r o p e l a com- i n t e r e s s a d o s estão n o caso de s e r c o n s i d e r a d a s d e t y p o s
panhia requerente. regionaes, nos termos d'este regulamento, e m a n d a r f a z e r
§ u n i c o . E m caso d e d i v e r g e n c i a , p r o c e d e r - s e - h a p e l a os r e s p e c t i v o s r e g i s t o s .
f o r m a i n d i c a d a n o § u n i c o do a r t i g o p r e c e d e n t e . 4 . ° R e s o l v e r as c o n t e s t a ç õ e s .
A r t . 34.° O s t e r r e n o s o edificios r e q u e r i d o s p e l a s c o m - § 1.° P a r a a a n a l y s e d o s v i n h o s a c o m m i s s ã o d e v e r á
p a n h i a s só p o d e r ã o ser c e d i d o s g r a t u i t a m e n t e , p o r p r a z o s r e c o r r e r aos l a b o r a t o r i o s officiaes.
r e n o v á v e i s não s u p e r i o r e s a t r e s a n n o s , e m q u a n t o a s m e s - § 2.° A c o m m i s s ã o só f u n c c i o n a r á e s t a n d o p r e s e n t e s ,
m a s c o m p a n h i a s não d i s t r i b u í r e m d i v i d e n d o s u p e r i o r a 6 p e l o m e n o s , t r e s d o s s e u s m e m b r o s , e as s u a s d e c i s õ e s
p o r c e n t o , ficarão sujeitos á r e n d a a n n u a l d e 3 p o r c e n t o serão tomadas por maioria de votos.
do v a l o r d a a v a l i a ç ã o , q u a n d o o d i v i d e n d o a n n u a l d i s t r i - § 3.° D a s decisões d a c o m m i s s ã o c a b e r e c u r s o p a r a o
buido estiver comprehendido entre 6 e 8 por cento, e á Ministro das O b r a s Publicas, Commercio e I n d u s t r i a , que
r e n d a do 5 p o r c e n t o , t a m b e m do v a l o r d a a v a l i a ç ã o , q u a n d o ouvirá o Conselho Superior de Agricultura.
o d i v i d e n d o a n n u a l e x c e d e r 8 por c e n t o . A r t . 4 2 . ° A C o m m i s s ã o c o m m u n i c a r á á D i r e c ç ã o do
A r t . 35.° A c o m p a n h i a c o n c e s s i o n a r i a , p a s s a d o s v i n t e M e r c a d o C e n t r a l de P r o d u c t o s A g r i c o l a s as s u a s d e c i -
a n n o s de e x i s t e n c i a c o m m e r c i a l , p o d e r á a d q u i r i r os edifi- sões n o p r a z o m á x i m o d e q u i n z e d i a s , a c o n t a r d a d a t a
cios e t e r r e n o s , ou p a r t e d'elles, pelo p r e ç o d a a v a l i a ç ã o e m q u e lhe f o r e m e n v i a d a s as a m o s t r a s d o s v i n h o s e r e s p e c -
1
f e i t a nos t e r m o s dos a r t i g o s 3 2 . ° e 33.°, e s t i p u l a n d o - s e tivas declarações.
1905 225 Junho 5
A r t . 4 3 . ° A D i r e c ç ã o d o M e r c a d o , logo q u e r e c e b a a q u e r r e c l a m a ç õ e s ao M i n i s t r o d a s O b r a s P u b l i c a s , C o m -
c o m m u n i c a ç ã o de q u e o d e c l a r a n t e e s t á n a s c o n d i ç õ e s de mercio e Industria, por intermedio da Direcção Geral da
poder r e c e b e r premio pelos seus vinhos, fará a respectiva Agricultura.
i n s c r i ç ã o n u m livro de r e g i s t o e s p e c i a l , e d ' e s t a d a r á co- § u n i c o . O C o n s e l h o S u p e r i o r d e A g r i c u l t u r a s e r á ou-
n h e c i m e n t o ao i n t e r e s s a d o e á D i r e c ç ã o d a F i s c a l i z a ç ã o v i d o s o b r e a s r e c l a m a ç õ e s a q u e se r e f e r e e s t e a r t i g o .
p a r a os effeitos d ' e s t e r e g u l a m e n t o . A r t . 5 2 . ° A i m p o r t a n c i a d o s p r e m i o s q u e n ã o for co-
A r t . 4 4 . ° A F i s c a l i z a ç ã o dos p r o d u c t o s a g r i c o l a s en- b r a d a a t é o dia 3 0 de a b r i l f i c a r á f a z e n d o p a r t e do f u n d o
v i a r á á D i r e c ç ã o do M e r c a d o a s c o p i a s dos boletins d a s cle f o m e n t o a g r i c o l a .
a n a l y s e s dos v i n h o s d e t y p o r e g i o n a l e m a r c a r e g i s t a d a d e A r t . 5 3 . ° P a g o s os p r e m i o s a q u e se r e f e r e m os a r t i -
q u e t i v e r colhido a m o s t r a s , e b e m a s s i m as a m o s t r a s dos g o s 5 1 . ° c 5 2 . ° cVeste r e g u l a m e n t o , 5 0 p o r c e n t o do r e -
m e s m o s v i n h o s q u e p o r a q u e l l a D i r e c ç ã o l h e f o r e m re- m a n e s c e n t e d a i m p o r t a n c i a a q u e a l l u d e o § 1.° clo a r -
quisitadas. tigo 12.° t a m b e m cVeste r e g u l a m e n t o s e r ã o e s c r i t u r a d o s
A r t . 4 5 . ° A s a m o s t r a s , a q u e se r e f e r e o a r t i g o a n t e c e - n a C a i x a G e r a ) d e D e p o s i t o s , e m c o n t a do f u n d o do fo-
d e n t e , s e r ã o m a n d a d a s a n a l y s a r p e l a D i r e c ç ã o clo M e r c a d o m e n t o a g r i c o l a , e os 5 0 por c e n t o r e s t a n t e s d a r ã o e n t r a d a
p a r a c o n f r o n t a ç ã o c o m os t y p o s d e v i n h o r e g i s t a d o s . n o c o f r e c o m p e t e n t e do E s t a d o c o m o r e c e i t a e v e n t u a l .
§ 1.° N o c a s o de se v e r i f i c a r q u e n ã o h a c o n c o r d a n c i a A r t . 54.° As companhias que quiserem usar da facul-
entre o vinho d a amostra colhida c o typo registado, será d a d e c o n c e d i d a n o n . ° 8.° do a r t i g o 2.° clo d e c r e t o d e 1 4
a d i v e r g e n c i a c o m m i m i c a d a ao i n t e r e s s a d o , q u e p o d e r á de j a n e i r o d e 1 9 0 5 , p a r a o e s t a b e l e c i m e n t o d e A r m a z e n s
c o n t e s t á - l a n o p r a z o d e q u i n z e dias, a c o n t a r d a d a t a do G e r a e s , t e r ã o d e s u b m e t t e r á a p p r o v a ç ã o d o G o v e r n o os
registo postal da communicação. respectivos regulamentos.
§ 2.° A s a n a l y s e s d e r e c u r s o s e r ã o e x e c u t a d a s e m la- A r t . 5 5 . ° P a r a o f u n c c i o n a m e n t o d a s a g e n c i a s a q u e se
b o r a t o r i o official d i f f e r e n t e d ' a q u e l l e o n d e t i v e r sido f e i t a r e f e r e o a r t i g o 8.° do d e c r e t o cle 14 cle j a n e i r o de 1 9 0 5 ,
a analyse que deu logar á contestação, á escolha da a D i r e c ç ã o clo M e r c a d o C e n t r a l s u b m c t t e r á á a p p r o v a ç ã o
parte interessada. do G o v e r n o i n s t r u c ç õ e s e s p e c i a e s .
A r t . 4 6 . p N o caso de n ã o h a v e r c o n t e s t a ç ã o , ou q u a n d o A r t . 5 6 . ° Pelo q u e r e s p e i t a ao e x p e d i e n t e a d u a n e i r o , e s t e
esta não for j u l g a d a procedente, perderá o interessado r e g u l a m e n t o e n t r a r á e m v i g o r t r i n t a dias d e p o i s d a s u a
d i r e i t o a p r e m i o d u r a n t e u m a n n o p e l a p r i m e i r a vez, e p u b l i c a ç ã o no Diario do Governo.
d u r a n t e dois a n n o s n o c a s o de r e i n c i d ê n c i a . A r t . 5 7 . ° O G o v e r n o , o u v i n d o as e s t a ç õ e s c o m p e t e n t e s ,
A r t . 47.° P a r a comprovar a identidade dos vinhos em f a r á as a l t e r a ç õ e s n e s t e r e g u l a m e n t o q u e p e l a e x p e r i e n c i a
r e l a ç ã o aos t y p o s r e g i o n a e s e m a r c a s r e g i s t a d a s , conce- julgar necessarias.
d e r - s e - h a a t o l e r a n c i a p a r a m a i s ou p a r a m e n o s , n a s p e r - P a ç o , e m 5 j u n h o d e 1 9 0 5 . = Manoel Affonso de Espre-
c e n t a g e n s d e t e r m i n a d a s p e l a s a n a l y s e s , q u e for s u p e r i o r - gueira = D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
m e n t e a u t o r i z a d a s o b r e p r o p o s t a cla C o m m i s s ã o t e c h n i c a D. do G. n.° 133, do 11 dejunho de 1D05.
dos m e t h o d o s c h i m i c o - a n a l y t i c o s .
A r t . 4 8 . ° D a i m p o r t a n c i a a q u e se r e f e r e o § 1.° do
a r t i g o 12.° d ' e s t e r e g u l a m e n t o , 5 0 p o r c e n t o s e r ã o d i s t r i -
b u i d o s pelos i n d i v i d u o s , c o m direito a p r e m i o e p r o p o r -
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
c i o n a l m e n t e ás q u a n t i d a d e s cle v i n h o de p a s t o de t y p o r e - Direcção Geral dos Negocios de Justiça
gional e m a r c a registada que t e n h a m despachado p a r a
c o n s u m o e m L i s b o a a t é q u e o a u m e n t o n o d e s p a c h o dos l . a Repartição
v i n h o s d e q u e t r a t a o n . ° 1.° d o a r t i g o 1.° do d e c r e t o d e
14 de janeiro de 1905 attinja 200:000 hectolitros. U s a n d o d a a u t o r i z a ç ã o c o n c e d i d a ao G o v e r n o pelo a r -
§ 1.° Q u a n d o o r e f e r i d o a u m e n t o e x c e d a a 2 0 0 : 0 0 0 t i g o 1.° d a c a r t a d e lei d e 2 1 d e s e t e m b r o d e 1 8 9 7 , e to-
h e c t o l i t r o s , c o n t i n u a r ã o a s e r d e s t i n a d o s aos m e n c i o n a d o s m a n d o e m c o n s i d e r a ç ã o as i n f o r m a ç õ e s q u e m e f o r a m
p r e m i o s a p e n a s os 5 0 p o r c e n t o da r e c e i t a c o r r e s p o n d e n t e presentes:
a esses 2 0 0 : 0 0 0 hectolitros. H e i p o r b e m d e c r e t a r q u e os d i s t r i c t o s d e j u i z o d e p a z
§ 2 . ° A d i s t r i b u i ç ã o dos 5 0 p o r c e n t o a q u e se r e f e r e n a s c o m a r c a s do d i s t r i c t o a d m i n i s t r a t i v o a b a i x o d e s i g n a d o
este artigo será feita, mediante rateio, n a proporção das s e j a m fixados nos t e r m o s do m a p p a a d j u n t o , q u e f a z p a r t e
q u a n t i d a d e s d e v i n h o s d e p a s t o de t y p o s r e g i o n a e s e m a r - i n t e g r a n t e d ' e s t e d e c r e t o e v a e a s s i n a d o pelo M i n i s t r o e
c a s r e g i s t a d a s q u e t e n h a m sido i n t r o d u z i d o s n a c i d a d e d e S e c r e t a r i o d e E s t a d o clos N e g o c i o s E c c l e s i a s t i c o s o d e
L i s b o a , d u r a n t e o a n n o , pelos d i v e r s o s f o r n e c e d o r e s . Justiça.
§ 3.° O s p r e m i o s c o n c e d i d o s n o s t e r m o s d ' e s t c a r - O mesmo Ministro o Secretario de E s t a d o assim o tenha
tigo n ã o p o d e r ã o e x c e d e r a 1 $ 6 0 0 r é i s p o r h e c t o l i t r o de entendido e faça executar. Paço, em 5 d e j u n h o de 1 9 0 5 . =
v i n h o d e p a s t o d e t y p o r e g i o n a l e m a r c a r e g i s t a d a des- R E I . = Arthur Pinto de Miranda Montenegro.
pachado p a r a consumo n a cidade de Lisboa durante o
anno. Mappa a que se refere o decreto d'esta data
A r t . 49.° Os restantes 5 0 por cento da importancia a Districto administrativo do Funclial
q u e se r e f e r e o c i t a d o § 1.° do a r t i g o 12.° s e r ã o d e s t i n a -
dos a f a z e r f a c e a o s p r e m i o s d e e x p o r t a ç ã o d e v i n h o s d e Denominação
pasto de typos regionaes e marcas registadas, n a razão e sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem
de 2 5 0 r é i s p o r c a d a h e c t o l i t r o , a t ó o limite de 8 0 : 0 0 0
h e c t o l i t r o s p o r a n n o p a r a c a d a c o m p a n h i a ou o u t r a s enti-
d a d e s e x p o r t a d o r a s , n o s t e r m o s do n . ° 3.° e § unico do
Comarca do F u n c h a l
a r t i g o 2.° do d e c r e t o d e 1 4 d e j a n e i r o d e 1 9 0 5 .
A r t . 5 0 . ° A e n t r e g a dos p r e m i o s r e f e r e n t e s a c a d a Camara de Lobos Camara de Lobos.
a n n o s e r á f e i t a n o a n n o s e g u i n t e d e s d e o dia 1 5 de m a r ç o
Campanario Campanario.
a t é ao dia 3 0 d e a b r i l . Quinta Grande.
A r t . 51.° Ató 15 de fevereiro de cada anno a Direcção
do M e r c a d o C e n t r a l m a n d a r á p u b l i c a r n o Diario do Go- Estreito da Camara de Lobos.. Curral das Freiras.
verno o m a p p a d a d i s t r i b u i ç ã o dos p r e m i o s , ou do s e u r a - Estreito da Camara de Lobos.
teio, q u a n d o o houver, p a r a conhecimento dos interessados,
q u e , a t é o f i m do m e s m o m ê s , p o d e r ã o a p r e s e n t a r q u a e s - Funchal (Santa Maria Maior).. Funchal (Santa Maria Maior).
S. Gonçalo.
15
J u n h o .0 226 1905
Agua de Peua.
Machico (Caniçal.
Machico.
S e n d o - m e p r e s e n t e a c o n s u l t a do S u p r e m o T r i b u n a l
Porto da Cruz. Porto' da Cruz. A d m i n i s t r a t i v o a c ê r c a do r e c u r s o n . ° 1 2 : 4 2 9 , em q u e ó
r e c o r r e n t e a C o m m u n i d a d e da A l d e i a M o r o m b i m - o - P e q u e -
Gaula. 1
Santa Cruz < Santa Cruz. no, e r e c o r r i d o s L o u r e n ç o do R o s a r i o M a r q u e s , d e C a n -
(Santo Antonio da Serra. doiim, e D . A n n a P e r p e t u a de S o u s a , v i u v a d e T e o f i l o d a
G r a ç a C a r d o s o , p o r si e c o m o c a b e ç a d e c a s a l , d e M a p u -
Comaroa de S. Vicente
ç á , e d e q u e foi r e l a t o r o C o n s e l h e i r o d e E s t a d o , v o g a l
Achadas da Cruz. effectivo, J u l i o M a r q u e s d e V i l h e n a :
Porto Moniz.
ÍPorto Moniz.
Ribeira da Janela.
Seixal.
ISanfAnna.
M o s t r a - s e q u e os r e c o r r i d o s r e q u e r e r a m ao a d m i n i s t r a -
dor das Communidades das Ilhas (India Portuguesa) que
se f i z e s s e a l i q u i d a ç ã o d o s p r e j u i z o s q u e l h e s r e s u l t a r a m
da f a l t a d e r e g a d a v a n g a n a n a s u a v a r z e a Q u e d é a - M o l -
Sant'Auna | Faial.
(S. Roque do Faial. l a c a c h ó - A g o r , p o r p a r t e da C o m m u n i d a d e d e M o r o m b i m - o -
P e q u e n o , ou clo s e u r e g a d o r , p o r m e i o d e v i s t o r i a q u e ,
Arco de S. Jorge. d e f e r i d a , se e f f e c t u o u ; e s e g u i d o s toclos os t e r m o s c o n s -
S. Jorge
S. Jorge. t a n t e s do m e s m o p r o c e s s o o a d m i n i s t r a d o r c o n d e m n o u a
Boa Ventura. m e s m a c o m m u n i d a d e a i n d e m n i z a r os r e q u e r e n t e s n a i m -
Ponta Delgada p o r t a n c i a de 3 0 3 r u p i a s , l i q u i d a d a n e s s a v i s t o r i a ;
Ponta Delgada.
M o s t r a - s e q u e d ' e s t a decisão r e c o r r e u a r e c o r r e n t e p a r a
S. Vicente . . . . S. Vicente. o C o n s e l h o d a P r o v i n c i a , p o r v e r s a r a q u e s t ã o s o b r e dis-
tribuição das a g u a s ;
P a ç o , c m 5 do j u n h o d e 1 9 0 5 . = Arthur Pinto de Mi- M o s t r a - s e q u e o C o n s e l h o d a P r o v i n c i a se j u l g o u i n c o m -
randa Montenegro. p e t e n t e p o r se t r a t a r da v e r i f i c a ç ã o e l i q u i d a ç ã o d e in-
D. do G. n.° 133, do 14 de junho do 1S05. demnizações, hypotheses expressamente exceptuadas no
n.° 3.° do a r t i g o 1 8 5 . ° do r e g u l a m e n t o d e 3 0 de o u t u b r o
de 1 8 8 6 ; -
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR M o s t r a - s e q u e cVeste a c c o r d ã o , p r o f e r i d o e m 2 3 d e a b r i l
de"; 1 9 0 4 , v e m o p r e s e n t e r e c u r s o , e m q u e se s u s t e n t a lar-
D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r g a m e n t e o direito da r e c o r r e n t e :
O q u e visto e o p a r e c e r cio M i n i s t e r i o P u b l i c o ;
l. a Repartição
Considerando que o objecto da questão é p u r a m e n t e
1." Sccçao d e d i r e i t o civil, p o r q u e se t r a t a d e direitos e m e r g e n t e s
cle u m c o n t r a t o , e e s t á p o r isso f ó r a d a c o m p e t e n c i a do
S e n d o - m e p r e s e n t e a consulta do S u p r e m o T r i b u n a l A d - c o n t e n c i o s o a d m i n i s t r a t i v o ( C o d i g o A d m i n i s t r a t i v o , a r t i g o
m i n i s t r a t i v o a c ê r c a do r e c u r s o n.° 1 2 : 4 0 1 , c m q u e é r e - 3 2 6 . ° ) :
25
1905 Junho '.>
Boliqueime. Boliqueime.
Almansil.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA Loulé
Loulé (S. Clemente).
Loulé (S. Sebastião).
Direcção Geral dos Negocios de Justiça Querença.
Ameixial.
l , a Repartição Salir
'Salir.
U s a n d o d a a u t o r i z a ç ã o c o n c e d i d a ao G o v e r n o p e l o a r - Comarca de Monohique
tigo 1.° d a c a r t a d e lei d e 2 1 d e s e t e m b r o d e 1 8 9 7 , e Alferce.
t o m a n d o e m c o n s i d e r a ç ã o a s i n f o r m a ç õ e s q u e m e fo-
ram presentes:
H e i p o r b e m d e c r e t a r q u e os d i s t r i c t o s d e j u i z d e
Í
Marmelete.
Comaroa Monchique.
de Olhão
p a z n a s c o m a r c a s d o s d i s t r i c t o s a d m i n i s t r a t i v o s a b a i x o de-
s i g n a d a s s e j a m f i x a d o s n o s t e r m o s do m a p p a a d j u n t o , q u e Fuzeta Fuzeta.
f a z p a r t e i n t e g r a n t e d ' e s t e d e c r e t o e v a e a s s i n a d o pelo
Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios Ecclesias- Moncarapacho. Moncarapacho.
ticos e d e J u s t i ç a . Quelfes.
O m e s m o Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o assim o te- Olhão Olhão.
nha entendido e faça executar. Paço, em 5 de j u n h o de Pechão.
1 9 0 5 . = R E I . = 4 r í 7 m r Pinto de Miranda Montenegro.
Comarca de S i l v e s
[Alcantarilha.
Mappa dos districtos de juizo de paz a que se refere o decreto Alcantarilha (Algoz.
d'esta data (Pera.
Silves Silves.
Comarca de Tavira
Comarca de Albufeira
Cachopo Cachopo.
(Albufeira.
Albufeira Guia.
Tavira (Santa Maria do Castello) Ç ^ ^ a n t a Maria do Castello).
Paderne I Paderne.
Luz.
d o Bis
Comarca de F a r o Tavira (Sanflago) P°"
(Tavira (SantTago).
Alportel S. Brás de Alportel.
Comarca de V i l l a N o v a de P o r t i m ã o
Estoi. Alvor.
Estoi...
Santa Barbara de Nexe.
Í
S Conceição.
Faro (S. Pedro.
Faro (Sé).
Alcoutim.
Mexilhoeira Grande.
Comarca de Villa R eVilla Nova
a l de S a nde
t o Portimão.
j Alcoutim.
Pereiro.
Antonio
Comarca de L a g o s
(Azinhal.
'Aljezur. Castro Marim < Castro Marim.
Aljezur . jBordeira. [Odeleite.
Odeseixe.
Giões.
Bensafrim. Martim Longo. Martim Longo.
Lagos
Cacella.
Villa Real de Santo Antonio.
Denominação Pretarouca.
e sedeVlon districtos de paz Freguesias de que se compõem
Magueija. Magueija.
Penude.
Penajoia.
C o m a r c a de A r m a m a r Penajoia Samodães.
(Avões.
Aricera.
Í
Armamar. Dalvares.
Í
Gouviães.
Armamar Tarouca. Tarouca.
Varzea da Serra.
Valdigem.
Santa Cruz de Lumiares.
Fontello
S. Martinho das Chãs.
SantTago.
Cimbres.
S. Romão.
Valdigem ;
Í Parada do Bispo.
Figueira.
Sande.
C o m a r c a de M a n g u a l d e
\Tões. "
I Fontello.
Granja Nova. Canas de Senhorim.
Salzedas. <Salzedas.
Queimada. Canas de Senhorim. Carvalhal Redondo.
Villa Chã de Cangueiros.
(Queimadella.
Castello de Penalva.
Goujoim. Castello de Penalva. Germil.
S. Cosmado , S. Cosmado. Real.
Í
Almofala.
Castro Daire. Espinho.
Mezio. Mangualde. Mangualde.
Monteiras. Mesquitella.
Moura Morta. Quintella de Azurara.
Picão.
S. Joaninlio. Nellas.
Ermida. Nellas. Senhorim.
Mamouros.
S
Santar.
Mões. Santar. Villar Sêco.
Molledo.
Ribolhos. Abrunhosa Velha.
Alva. Cunha Alta.
SantTago de Cassurrães. Freixiosa.
(Cabril. Povoa de Cervães.
Parada ^Esther. (SantTago de Cassurrães.
/Parada de Esther.
C o m a r c a de M o i m e n t a d a B e i r a
Gafanhào.
Í Pepim.
Pinheiro. Caria.
Í
Reriz.
Caria.
Villa Cova á Coelheira.
I Touro.
Pendilhe.
Í
Cepões. Quintella.
Britiande , Rua.
Varzea de Abrunhaes. Fonte Arcada.
Ferreirim. Segões.
Tabosa.
Cambres. Cambres.
Ferreiros. Escurquella.
Ferreirim.
Almacave. Fonte Arcada.
Lamego (Sé). Lamego (Sé). Freixinho.
Villa Nova do Souto de El-Rei. Macieira.
Moimenta da Beira Faia.
(Lazarim. 'Pera Velha.
ÍLalim. Aldeia de Naeomba.
Lazarim /Mclcões. Areozello.
iMeijinhos. Baldos.
Bicorne. Cabaços.
Moimenta da Beira.
Nagosa.
Villar.
Ariz.
Paradinha.
25
1905 Junho '.>
Denominação Denominação
e sede dos districtos de paz Freguesias dc que sc compõem g sedo dos districtos dc paz Freguesias de que se compõem
I Arnas.
I Bezelga. Comaroa de S . J o ã o da P e s q u e i r a
lCunha e Tabosa das Arnas.
lG-ranjal. Casaes do Douro.
Sernancelhe. /Penso. Castanheiro.
jSarzeda. Ervedosa (Ervedosa do Douro.
/Seixo. Sarzedioho.
[ Sernancelhe. Soutello do Douro.
\ Villa da Ponte.
Nagozello.
Comarca de Oliveira de F r a d e s Pereiros.
S. João da Pesqueira. S. João da Pesqueira.
(Area. (Valle de Figueira.
Arca jVarzeellas. [ Villarouco.
(Destriz.
/ Castainço.
/Oliveira de Frades. [Espinhosa.
ISeito. iParedes da Beira.
IS. Vicente. jPenella da Beira.
Oliveira de Frades. (Povoa de Penella.
JSejães. Trevões
I Pinheiro. JRiodades.
[.Reigoso. /Trevões.
I Vallongo dos Azeites.
(Arcozello das Maias. VVarzeas.
Arcozello das Maias <Ribeiradio.
[ S. João da Serra.
Comarca de S. P e d r o do Sul
I
Comarca de R e s e n d e Candal,
Carvalhaes.
[Anreade. Carvalhaes. Bordonhos.
I Carquere. Baiões.
Resende (S. Gcns). (Felgueiras.
/Resende. Covas do Rio.
[S. Romão de Aregos. Covas do Rio < Covello de Paivó.
fS. Martinho das Moutas.
Freig-ii.
Meiomães. Manhouce.
S. Cipriano (Villa Nova) Ovadas. Santa Cruz da Trapa.
Panchorra. Santa Cruz da Trapa (Calvario) S. Christovam de Lafões.
S. Cipriano. Serrazes.
Valladares.
Barrô.
Feirão. S. Pedro do Sul.
S. Martinho de Mouros (Feira Paus. S. Pedro do Sul
Nova) Varzea.
S. João de Fontoura.
S. Martinho de Mouros. Sul Sul.
Figueiredo de Alva.
Comarca de S a n t a Comba Dão Pindello.
Villa Maior Pinho.
Cabana3 S. Felix.
j Cabanas. Villa Maior.
I
ICurrellos.
Currellos |Papisios. Comarca de S a t a m
Parada.
(Aguas Boas e Forles.
Espinho. Ferreira de Aves , ' Ferreira de Aves.
Espinho Palia.
Tresoi.
Decermillo.
Almaça. Romãs.
Cercosa. Romãs Silva de Baixo.
Marmeleira j Cortegaça. Silva de Cima.
Marmeleira. Villa Longa.
Oliveira do Conde.
Oliveira do Conde (S. Miguel de Villa Boa.
Sobral.
Villa da Igreja . ) Mioma.
i j Villa da Igreja.
(Couto de Mosteiro. (Rio de Moinhos.
10 voa.
Santa Comba Dão
) Santa Comba Dão.
(Vimieiro. (Albaes.
I Villa Nova de Paiva. l Fraguas.
Pinheiro dc Azere. jQueiriga.
S. João de Areias 'Villa Nova dc Paiva.
S. João de Areias.
Junho .0 230 1905
Denominação Denominação
e aede doa districtos de paz Freguesias de que se compõem e sedo dos districtos de paz Freguesias de que se compõem
Comarca de S i n f ã e s Comarca de V i s e u
(Cepões.
Alhões. Cepões . <<^oia.
Ferreiros de Tendaes
Fomellos.
Í Bustello.
Ferreiros de Tendaes.
Gralheira.
Oliveira do Douro.
Franco
Í
(Barreiros.
Cavernães.
Povolide.
S. Pedro de France.
Santos Evos.
Ramires.
t Fomellos. Ribafeita . I Bodiosa.
' Moimenta. . Calde.
Nespereira Travanca. I(Ribafeita.
Nespereira.
Fail.
S. Tiago de Peães. Silgueiros. . < Silgueiros.
S. Tiago de 1'eães
S. Christovain de Nogueira. (Villa Châ de Sá.
Boaldeia.
Sinfães
Sinfães.
Tendaes.
Torredeita.
(Couto de Baixo.
Couto de Cima.
Farminhão.
Espadanedo.
Tarouquella. Souzello.
Tarouquella. ÍS. Cipriano.
Torredeita.
Vil de Souto.
ÍCbavães.
JOrgens.
IS. Salvador.
\ Viseu (Occidental).
Fragozella.
Ranhados.
Tabuaço.
Granjinha.
/Adorigo.
Barcos.
Longa.
Desejosa.
Paradella.
G-ranja
Sendim. do Tédo.
Pereiro.
Pinheiros.
Santa Leocadia.
Viseu — Oriental
Í Rio de Loba.
S. João de Lourosa.
Viseu (Oriental).
Comarca de V o u z e l l a
Tabuaço.
Tavora. I Alcofra.
Alcofra .
Valença do Douro. ' i Campia.
Valle de Figueira.
I Cambra.
Cambra. • Carvalhal de Vertnilhas.
Comaroa de Tondella Paçós de Vilharigues.
Fataunços.
Ganas (Canas de SabugoBa. T-, . ) Figueiredo das Donas.
j Sabugosa. Fatauu os
* | Queira.
(Barreiros. S. Miguel do Mato.
Castellões Castellões. Fornello do Monte.
1 Guardao.
(Sauta Eulalia de Besteiros. Vouzella. Ventosa.
Vouzella.
Lobào Lageosa.
(Lobão.
I Paço, e m 5 d e j u n h o de 1 9 0 5 . — Arthur Pinto de Mi-
Dardavaz. randa Montenegro.
Ferreirós.
Í
D. do G. 11." 130, do 17 de junho de 1905.
Mouraz.
Tonda.
á C a r t a Constitucional da Monarchia de 5 de julho de importancia das suas licenças; assim entende-se que p a r a
1 8 5 2 : hei p o i \ b e m d e c r e t a r o s e g u i n t e : estes individuos os termos d ' e s s e prazo são 15 de j a n e i r o
A r t i g o 1.° E approvado o regulamento da concessão dc cm 15 cle j a n e i r o e 15 de julho, segundo as licenças forem
licenças p a r a estabelecimentos industriaes e commerciaes a n n u a e s ou s e m c s t r a e s . P a s s a d o este p r a z o só poderão ter
e exercicio de c e r t a s profissões nos territorios de Manica mais um mês de m o r a com o a u m e n t o cle 2 por cento so-
e Sofala sob a administração da Companhia de Moçam- bre a importancia cla licença.
bique, que faz p a r t e i n t e g r a n t e d e s t e deereto e baixa as- Art. A s licenças p a i a carros de carga ou de passa-
sinado pelo Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios geiros serão tiradas antes dos c a r r o s s e r e m postos em cir-
da M a r i n h a e U l t r a m a r . culação e p a r a este fim não se torna necessário requeri-
A r t . 2.° F i c a r e v o g a d a a legislação em contrario. mento algum.
O mesmo Ministro e Secretario de E s t a d o assim o te- A r t . 7.° Findos que sejam os prazos p a r a a c o b r a n ç a
nha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em 5 de j u n h o cle voluntaria das dividas seguir-se-hão os t r a m i t e s p r e s c r i t o s
1900. = R E I . = Manoel Antonio Moreira Júnior. pelo r e g u l a m e n t o p a r a as execuçõcs fiscaes administrati-
vas ein vigor no territorio, c o r r e n d o depois o processo
pelo juizo d'essas execuções.
Regulamento da concessão de licenças para estabelecimentos Art.. 8.° Os individuos a quem se r e f e r e o artigo 1.° e
Industriaes e commerciaes e exercicio de'certas profissões nos territorios seus p a r a g r a p h o s , e que, sem possuírem licença, e m b o r a
de Manica e Sofala a h a j a m requerido, começarem o exercicio da actividade
sob a administração da Companliia de Moçambique em q u a l q u e r das classes das tabellas de licenças, ficarão
sujeitos a multa na importancia cle 5 0 por cento cla licen-
A r t i g o 1.° O individuo que p r e t e n d e r commercial', ou ça, sem comtudo poder e x c e d e r essa multa a quantia de
e x e r c e r dentro do territorio administrado pela Companhia 90')000 réis, e a immediata suspensão do exercicio de tal
de Moçambique q u a l q u e r clas profissões mencionadas nas commercio ou i n d u s t r i a a t é que t e n h a m pago a r e s p e c t i v a
tabellas em vigor no mesmo territorio, d e v e r á r e q u e r e r a licença, caso esta lhes seja concedida pelo g o v e r n a d o r do
respectiva licença ao g o v e r n a d o r da companhia, entre- territorio, se a licença for p a r a a Beira, e nas circunscri-
g a n d o o r e q u e r i m e n t o na Direcção dos Serviços Urbanos, ções, pelo chefe respectivo.
se a licença sc referir á Beira, e na sede da circunscrição As multas de que t r a t a este artigo serão impostas n a
respectiva se for p a r a q u a l q u e r outro ponto do territorio. Beira pelo director dos serviços u r b a n o s e nas circuns-
§ 1." No requerimento mencionar-se h a : crições pelo respectivo chefe, d e v e n d o p r e v i a m e n t e la-
a) Nome, idade, estado e nacionalidade do r e q u e r e n t e ; vrar-se um auto da t r a n s g r e s s ã o p e r a n t e t e s t e m u n h a s ocu-
b) R u a e n u m e r o do talhão ou localidade onde deseja lares da m e s m a t r a n s g r e s s ã o e intimado o c o n t r a v e n t o r ao
f a z e r uso da licença; pagamento da multa no prazo de cinco dias, findos os quaes,
c) N a t u r e z a do seu commercio, profissão, etc., confor- sem que se tenha, realizado tal p a g a m e n t o , será o processo
m e as classes de licenças das tabellas em vigor. remettido ao juizo das execuções fiscaes administrativas,
§ 2.° S e a licença se r e f e r i r á Beira, o director dos ser- por onde c o r r e r á a execução.
viços urbanos, assim que o r e q u e r i m e n t o der e n t r a d a na E s t e s processos serão no p r a z o de q u a r e n t a e oito ho-
sua repartição, i n f o r m a r á sobre a classe e ordem de li- ras a p r e s e n t a d o s ao inspector, p a r a que, nos termos do ar-
cença que lhe p a r e c e r competir ao requerente; e trans- tigo 10. 0 e seus p a r a g r a p h o s do r e g u l a m e n t o p a r a as exe-
m i t i r á em seguida o r e q u e r i m e n t o ao g o v e r n a d o r do ter- cuções fiscaes administrativas, autorize o procedimento
ritorio ; se a licença for para q u a l q u e r outro ponto do executivo, seguindo-se os demais termos do mesmo r e g u -
territorio, o chefe cla circunscrição resolverá sobre o re- lamento.
querimento como j u l g a r conveniente. E m ambos os casos A r t . 9.° Q u a l q u e r individuo que, tendo licença p a r a de-
não poderá nunca o interessado começar o exercicio do terminado exercicio de commercio, industria ou profissão,
ramo de commercio, industria ou profissão para quo tenha realize outro differente cVaquelle a que lhe dá direito a
r e q u e r i d o e obtido licença sem ter satisfeito previamente licença que possue, ficará sujeito á multa estabelecida no
os encargos d'esta. artigo 8.°, calculada com relação á t a x a da tabella corres-
A r t . 2.° As disposições do artigo 1.° e dos seu» para- pondente ao exercicio da nova profissão, industria ou com-
graphos serão applicadas mesmo quando os interessados mercio, o qual será logo interrompido até que sc mostre
t e n h a m tirado licenças no anno precedente e uão desejem paga a importancia da licença que for devida, seguindo-se
m u d a r de classificação. Neste caso os requerimentos de- depois o processo administrativo prescrito no artigo 8.°
verão ser apresentados com antecedencia não menor dc A r t . 10.° As multas constantes dos artigos 8." o 9.° são
quinze dias, p a r a que os respectivos despachos possam i n d e p e n d e n t e s das disposições reguladoras clas proprias li-
sor dados antes de e x p i r a r o prazo de validade das licen- cenças, entendendo-se que o pagamento da licença é in-
ças anteriores. dependente do pagamento da multa pelos cuntravcntores.
A r t . 3.° As licenças podem ser annuaes, de 1 do ja- A r t . 1 1 O s carros (le carga ou clo passageiros que fo-
neiro a 31 de dezembro, ou semestraos, de 1 de j a n e i r o rem encontrados sem licença serão apprehendidos, e só
a 3 0 d e j u n h o c de ] de j u l h o a 31 de dezembro. poderão ser restituídos aos donos quando estes os re-
S? unico. Quando um ramo de commercio, industria, clamarem dentro do prazo de quinze dias na Direcção dos
profissão, etc., começai' a excrcer-se no decorrer de um Serviços Urbanos ou nas sedes das circunscrições, confor-
semestre, a licença respectiva c o r r e s p o n d e r á ao periodo me o caso, e pagarem no acto da reclamação a licença de-
que f a l t a r p a r a concluir o semestre, cornado por numero vida e a multa de 50 por cento sobre a importancia da
inteiro de meses, incluindo o mês de começo e mais o se- mesma licença.
m e s t r e ou anno seguinte á escolha do interessado. § 1 Q u a n d o os carros de carga ou passageiros, em-
A r t . 4.° As t a x a s clas licenças por semestres serão bora munidos (le licenças, não t r a g a m p r e g a d a a respectiva
iguaes a m e t a d e da importancia das licenças annuaes e chapa annual, serão apprehendidos até que sc m o s t r e p a g a
mais õ por cento ; as clas licenças passadas no decorrer a multa, a qual será na importancia de 25 por cento cla
de um semestre pagarão a t a x a annual ou semestral au- t a x a annual da licença.
mentada da quota parte relativa aos meses que faltarem § 2.° Se os carros a p p r e h e n d i d o s não forem reclamados
p a r a a conclusão do semestre, incluindo o mês em que fo- dentro do prazo de quinze dias, ou se, sendo o, não forem
r e m tiradas. pagas dentro do mesmo prazo as respectivas licenças o
A r t . n.° Os individuos a que se refere o artigo 2.° teem multa, como competir, serão os mesmos carros postos á
quinze dias p a r a e n t r a r voluntariamente em cofre com a venda, em h a s t a publica. No caso de falta de licença, e
Junho .0 232 1905
se o maior preço offerecido cobrir a importancia da li- em harmonia com as disposições do § 1.° do artigo 32.°
cença a n n u a l devida e mais 50 por cento d'essa impor- da c a r t a de lei de 2 4 do n o v e m b r o de 1904 : hei por b e m ,
tancia, scrào os carros vendidos. Se a p r a ç a não cobrir a tendo ouvido o Conselho de Ministros, d e t e r m i n a r que,
importancia total, os carros serão retidos como p r o p r i e d a d e no Ministerio dos Negocios da F a z e n d a seja aberto, a fa-
da companhia, procedendo se pela m e s m a forma com res- vor do Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de J u s t i -
peito aos carros que, tendo licença annual, não t r a g a m pre- ça, um credito especial d e v i d a m e n t e registado n a D i r e c -
g a d a a chapa indicativa da licença, os quaes não serão ção G e r a l de Contabilidade P u b l i c a , da q u a n t i a de réis
sujeitos á v e n d a em p r a ç a , m a s serão retidos. 2:5(31$881, s o m m a das importancias q u e pelas v e r b a s dos
A r t . 12.° Todos os individuos que d e s e j e m exercer diversos capítulos e artigos das respectivas autorizações de
commercio ou industria a m b u l a n t e deverão t i r a r prévia- despesa foram liquidadas c não p a g a s no exercicio de
m e n t e a respectiva licença n a Direcção dos Serviços Ur- 1 9 0 3 - 1 9 0 4 , e que, por existirem sobras, são t r a n s f e r i d a s
banos, se o negocio for p a r a a Beira, e nas circunscri- p a r a a tabella da distribuição da despesa do referido Mi-
ções nas respectivas sedes, c aos que não satisfizerem a nisterio dos Negocios Ecclesiasticos e de J u s t i ç a no exer-
esta disposição será levantado o auto do t r a n s g r e s s ã o e cicio de 1 9 0 1 - 1 9 0 5 , conforme o m a p p a j u n t o , que íaz
este enviado ao poder judicial, por onde c o r r e r á o pro- p a r t e do p r e s e n t e decreto e b a i x a assinado pelo Ministro
cesso respectivo e onde s e r á imposta ao t r a n s g r e s s o r a e Secretario de E s t a d o dos Negocios Ecclesiasticos e de
p e n a dc quinze a trinta dias de cadeia, pena esta que fi- Justiça.
c a r á sem effeito se o t r a n s g r e s s o r se prontificar a p a g a r
a respectiva licença a u m e n t a d a de 50 por cento, alem das O T r i b u n a l de Contas declarou achar-se este credito nos
custas e sellos do processo, t e r m o s legaes de ser d e c r e t a d o .
O commercíante ou industrial ambulante d e v e r á s e m p r e O Conselheiro de E s t a d o , P r e s i d e n t e do Conselho de
t r a z e r comsigo a respectiva licença e apresentá-la-ha a Ministros e os Ministros e Secretarios de E s t a d o de todas
qualquer das autoridades fiscaes ou policiaes toda a vez as r e p a r t i ç õ e s assim o t e n h a m entendido e f a ç a m execu-
que lh'a exigirem. t a r . P a ç o em 5 dc j u n h o de 1 9 0 5 . = R E I . = José Luciano
A r t . 13." As licenças p a r a leilões, espectaculos publi- cle Castro — Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Mi-
cos, etc., que podem ser t i r a d a s por dia ou por mês se- randa Montenegro — Manoel Affonso de Espregueira — Se-
gundo as tabellas o indicarem, serão pagas com a devida bastião Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Mo-
antecedencia n a Direcção dos Serviços U r b a n o s ou nas reira Júnior — Antonio Eduardo Villaça=D. João de
sedes das circunscrições, conforme o local a que se desti- Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
n a r e m , podendo na Beira ser t a m b e m depositada previa-
m e n t e a respectiva importancia no commissariado da po-
licia civil no caso especial de não liavcr tempo do inte-
ressado r e c o r r e r á Direcção dos Serviços U r b a n o s . Mappa das sobras dos creditos autorizados para despesas do Ministerio
Aos contraventores será intimada por qualquer das au- dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça, relativos ao exercicio de
toridades policiaes ou fiscaes a immediata suspensão do 1903-1904, que por decreto d'esta data passam para o exercicio de
leilão, espectáculo, etc., ficando alem d'isto sujeitos á pena 190Í-I905.
estabelecida no artigo 8.° d'este r e g u l a m e n t o .
P a ç o , cm 5 de j u n h o de 1905. — Manoel Antonio Mo- Tabella. Tabella
reira Júnior, de 1003-190-1 do 190-1-1905
D. do G. n.° 130, de IV do junho dc 1905.
á Designação da despesa Importancia d
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2, a Repartição
a.™ S e c ç ã o 2.» 4° Diocfses do Reino 1591984 2.° 4.°
3." 8." Supremo Tribunal de Justiça.. 427^774 8.» 8.»
10." 29.° Exercicios fiados 1:974£123 10.° 3b.0
A t t e n d e n d o ao quo me representou o g o v e r n a d o r geral
da provincia de A n g o l a ; 2:5614881
Considerando que de ha muito a povoação de Catum-
bella é um dos mais importantes centros commerciaes do
districto dc Benguella e que o decreto com força de lei P a ç o , em 5 de junho de 1905.= Arthur Pinto de Mi-
de 26 de novembro de 1903, dando-lhe administração randa Montenegro.
D. do G. n.° 196, dc 1 de setembro de 1D05.
municipal independente, m o s t r a que a r e f e r i d a povoação
tem recursos e v i d a p r ó p r i a ;
T e n d o ouvido a J u n t a Consultiva do U l t r a m a r :
Piei por b e m elevar á categoria cle villa a povoação de -
Catumbella, do districto do Benguella, da provincia do An- . MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
gola.
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
Marinha c U l t r a m a r assim o t e n h a entendido e faça exe
cutar. Paço, cm 5 dc j u n h o de 1905. = R E I . = 3fanoel
Antonio Moreira Júnior.
Repartição de Obras Publicas
1). do G. n.° 139, de !!1 do junho do 1905.
Nos termos do artigo 3.° da c a r t a de lei de 2 3 de abril
de 1896 e dos artigos 1." e 2.° do decreto de 24 cle se-
tembro de 1 8 9 8 : hei por bem determinar, conformando-me
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA com o p a r e c e r do Conselho S u p e r i o r de O b r a s Publicas e
Minas, que o engenheiro director das obras publicas do
4. ' Repartição da Direcção Geral districto de Lisboa (3. a direcção) faça p r o c e d e r á cons-
da Contabilidade Publica trucção do lanço unico da estrada de ligação e n t r e a al-
deia dc Paio P i r e s e o porto do E s t a l e i r o , ficando auto-
Com f u n d a m e n t o nos artigos 57.° e 58." do regulamento rizado a despender com esses trabalhos no actual anno
geral da contabilidade publica de 31 de agosto dc 1881 e economico até a quantia de 500,->000 róis.
o
1905 25 o Junho '.>
accusação feita ao reclamante a n t e s da demissão d'este, b a d a s quando assim c o n v e n h a aos interessados, sendo os
vendo-se dos autos (certidão de fl. 16) que o r e c l a m a n t e a v e r b a m e n t o s transmissíveis nos termos legaes.
foi demittido no dia l o de n o v e m b r o cle 1902, conside- O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da F a -
rando-se a defesa insufficiente (certidão de fl. 10 v.), sem z e n d a assim o t e n h a entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
que p a r a s u p p r i r essa falta se tivesse ouvido uma unica 10 de j u n h o de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espre-
t e s t e m u n h a das offerecidas por elle ; e começando a in- gueira.
quirição das testemunhas da syndicancia só no dia 5 cle D. do G. n.° 133, do 14 do junho de 1005.
d e z e m b r o seguinte (certidão cle fl. 26 v.), sendo certo,
alem d'isso, que sobre o c o m p o r t a m e n t o moral das teste-
m u n h a s da syndicancia depõem as testemunhas inquiridas
l e g a l m e n t e a fl. 9 1 v . , 9 2 . 9 3 v. e 9 4 dos autos, por for- MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
m a a tirar-lhe todo o valor, se algum tivesse o depoimento
feito de u m modo illegal p e r a n t e o p r e s i d e n t e da camara, Direcção Geral de Obras P u b l i c a s e Minas
a q u e m a lei não dá competencia p a r a isso (depoimento a
fl. 2 5 e seguintes signanter o de fl. 32 da terceira teste- Repartição de Caminhos de Ferro
m u n h a , , filho da s e g u n d a , de q u e m se diz que depôs o
m e s m o que a a n t e c e d e n t e ) ; Sua Majestade E l - R e i , conformando-se com o p a r e c e r
do Conselho de T a r i f a s , datado de 9 do c o r r e n t e m ê s : lia
— que a c a m a r a r e c l a m a d a poderia ter-se feito repre- por bem o r d e n a r que na exploração da l . a secção do ca-
sentar em juizo nos t e r m o s legaes, precedendo delibera- minho de f e r r o de Mirandella a Bragança s e j a m applica-
ção constante da certidão j u n t a aos autos, mas deixou
das as tarifas g e r a l e de despesas accessorias de g r a n d e e
c o r r e r o processo sem usar cVesse direito, não havendo
pequena velocidade em vigor n a linha cle F o z - T u a a Mi-
n e m constando dos autos qualquer prova a apreciar a não
randella.
ser a que legalmente foi produzida pelo r e c l a m a n t e , que
Paço, em 10 de j u n h o de 1905. = João de Alarcão Ve-
provou, pelo depoimento u n a n i m e das testemunhas, que
lasques Sarmento Osorio.
t e v e s e m p r e bom comportamento e era bom e m p r e g a d o ; D. do G. n.° 133, de 11 do junho do 1905.
e assim não existindo no processo prova alguma legal,
de onde resulte a existencia c o m p r o v a d a de erro cle offi-
cio, desleixo ou m a u procedimento por p a r t e cio recla-
m a n t e como zelador ou g u a r d a c a m p e s t r e do concelho de MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Montemor-o-Velho;
— que finalmente, segundo o que fica exposto, a Ca- D i r e c ç ã o G e r a l d e S a u d e e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a
m a r a Municipal de Montemor-o-Velho," violou manifesta-
m e n t e o disposto no artigo 447.° do Codigo Administra- l. a Repartição
tivo, e assim incorreu n a multa imposta pelo artigo 409.°
do m e s m o Codigo na importancia de 5 0 $ 0 0 0 a 2 0 0 ^ 0 0 0 A t t e n d e n d o ao que me r e p r e s e n t o u a C a m a r a Munici-
réis; pal do concelho da H o r t a e á informação respectiva do
Mostra-se que d ' e s t a sentença vem o recurso, impug- competente g o v e r n a d o r c i v i l : hei por b e m d e c l a r a r nullo
n a n d o a r e c o r r e n t e os f u n d a m e n t o s da m e s m a sentença : e de n e n h u m effeito o estabelecido nos decretos cle 19 de
O que visto e o p a r e c e r do Ministerio Publico ; outubro de 1904, um dos quaes lixou o quadro do pessoal
Considerando que não se prova a existencia cle qual- p a r a que a Estação acle S a u d e da H o r t a pudesse ser consi-
quer facto, que nos termos do artigo 447.° do Codigo A d - d e r a d a como cle l . classe, e outro nomeou o facultativo
ministrativo podia justificar a demissão do r e c o r r i d o ; E d u i n o Rocha p a r a o logar de g u a r d a - m o r da m e s m a E s -
tação de S a u d e .
Considerando que o auditor não tem competencia p a r a
impor á c a m a r a recorrente a multa a que se refere o O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
n.° 1.° do artigo 409.° do mesmo Codigo', como tem sido j u l - Reino assim o t e n h a entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
g a d o por este S u p r e m o T r i b u n a l em casos i d ê n t i c o s : 10 de j u n h o de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
H e i por bem, conformando-me com a m e s m a consulta, D. do G. n.° 131, de 15 de junho dc 1905.
n e g a r provimento no recurso, confirmando a sentença re-
corrida em todas as suas partes, com excepção cVaquella
em que é comminada a multa á c a m a r a r e c o r r e n t e .
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Reino assim o t e n h a entendido e f a ç a e x e c u t a r . Paço,
em 10 de j u n h o de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho. 9. a R e p a r t i ç ã o da D i r e c ç ã o G e r a l
da C o n t a b i l i d a d e P u b l i c a
D. do G. n.° 133, do 14 do junho do 1905.
Nos termos do artigo 50.'' do r e g u l a m e n t o g e r a l da con-
tabilidade publica de 3 1 de agosto de 1881 e n a confor-
midade do n.° 4.° do artigo 25.° da carta de lei de 2 4 de
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA novembro do anno p a s s a d o : hei por b e m , tendo ouvido o
Conselho de Ministros, d e t e r m i n a r que, dentro dos capítu-
los em seguida designados da tabella da distribuição d a
Direcção Geral da Thesouraria
despesa ordinaria do Ministerio das O b r a s P u b l i c a s , Com-
mercio e Industria, p a r a o exercicio c o r r e n t e , se effectuem
l . a Repartição as seguintes t r a n s f e r e n c i a s :
T e n d o os p o r t a d o r e s dos titulos provisorios do empres- CAPITULO IV
timo de 3 p o r cento de 1905 a faculdade dc pedirem obri- Do artigo 34.° p a r a o artigo 27.° 1:200;)000
gações nominativas conforme ficou a j u s t a d o no contrato
celebrado com o Banco Lisboa & A ç o r e s em 10 de m a r ç o CAPITULO V
do corrente a n n o : hei por b e m d e t e r m i n a r de acordo com Do artigo 55.° p a r a o artigo 51.° 800^000
a J u n t a do Credito Publico que as obrigações a emittir
p a r a r e p r e s e n t a ç ã o do referido emprestimo em virtude do CAPITULO VI
decreto cie 16 do citado mês de m a r ç o possam ser aver- Do a r t i g o 60.° p a r a o artigo HL" Ò00$000
Junho .0 236 1905
Alvará de licença n.° 33 cia e falta de communicações fáceis, allegaclas pelos sup-
p l i c a n t e s ; mas que é inconveniente que estes c o n c o r r a m
E u E l - R e i faço s a b e r aos que este m e u a l v a r á v i r e m p a r a as despesas feitas com o serviço de e x a m e s :
que, attendendo ao que m e foi r e p r e s e n t a d o por José de D e t e r m i n a Sua M a j e s t a d e E l - R e i que, no actual anno
Oliveira M e i r a , m o r a d o r n a R u a de S . D a m a s o , em Gui- lectivo, h a j a e x a m e s de admissão á 5 . a classe e e x a m e s de
m a r ã e s , pedindo licença p a r a estabelecer no local denomi- saida do curso g e r a l dos lyceus na escola municipal se-
nado S e r r a d e S . Miguel o Angelo, limites cia freguesia cundaria cle Chaves.
de Vermil, concelho de G u i m a r ã e s , districto de B r a g a , E s t e s exames serão p a r a todos os effeitos considerados
u m paiol p a r a deposito de d y n a m i t e ou outras substancias como feitos no L y c e u Nacional de Villa R e a l , em cujos li-
explosivas; vros de secretaria serão lavrados os respectivos t e r m o s , e
V i s t a a lei de 24 de mai.o de 1902 e o decreto regula- os j u r y s serão nomeados pelo G o v e r n o e constituídos por
m e n t a r de 24 de d e z e m b r o de 1 9 0 2 ; professores dos lyceus, presidindo aos de saida do curso
Visto o p a r e c e r d a commissão dos explosivos ; geral um lente de escola superior.
Considerando estarem preenchidas todas as formalidades P a ç o , em 12 de j u n h o de 1905. = Eduardo José Coelho.
que as leis e x i g e m :
D. do G. 11." 133, de 11 de junho dc 1905.
H e i por bem conceder ao dito J o s é de Oliveira Meira a
licença p a r a a installação de u m paiol p a r a deposito de
d y n a m i t e ou o u t r a s substancias explosivas, ficando o con-
cessionario obrigado ao disposto nos citados diplomas e
m a i s ás seguintes condições g e r a e s e especiaes: MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
1. a E n t r a r n a C a i x a G e r a l de Depositos, no p r a z o de
trinta dias, a c o n t a r da d a t a d'este alvará, com a quantia C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o
de 50;$000 réis, i m p o r t a n c i a da caução definitiva arbi-
trada ; Conselho de Administração
2. a O paiol s e r á construido .como v e m descrito no pro-
j e c t o e protegido por u m pára-raios, ficando tudo de H a v e n d o a Companhia Nacional cle Caminhos de F e r r o
acordo com o disposto nos artigos 76.° a 79.° do regula- proposto qcte as quatro estações de 4 . a classe, p r e v i s t a s
m e n t o de 24 de dezembro cle 1902. O concessionario no no projecto cia 2 . a secção da linha f e r r e a de Mirandella a
acondicionamento das substancias explosivas cumprirá o B r a g a n ç a , s e j a m substituídas p o r d u a s estações de 4 . a
d e t e r m i n a d o nos artigos 155.° a 162.° do mesmo regula- classe, S e n d a s e S a n t a C o m b a , e t r e s apeadeiros, Salsas,
mento ; Sortes e M o s c a : h a por b e m S u a M a j e s t a d e El-Rei, con
3 . a Só p o d e r á começar a l a b o r a r e funccionar depois de formando-se com o p a r e c e r do Conselho S u p e r i o r de
ter permissão dada por escrito pelo administrador do con- O b r a s P u b l i c a s e Minas de 16 de fevereiro, a p p r o v a r a
celho ou bairro, p r e c e d e n d o auto de vistoria feita pelo ins- m e s m a proposta.
p e c t o r de serviço cle a r t i l h a r i a ou por delegado seu a re- Paço, em 12 de j u n h o de 1905. ==• D. João de Alarcão
q u e r i m e n t o do interessado ; Velasques de Sarmento Osoçio.
4 . a Não effectuar a cessão ou transferencia sem p r e v i a D. do G. n.° 133, do 11 de junho dc 1905.
a u t o r i z a ç ã o do G o v e r n o ;
5 . a A c c e i t a r a visita ordinaria ou extraordinaria do offi-
cial de artilharia, inspector ou do seu delegado, e b e m as-
sim a do engenheiro chefe da circunscrição dos serviços MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
technicos da industria, permittindo-lhe que examine as
condições da installação, verifique a producção da fabrica
Direcção Geral de Saude e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a
e p r o c e d a ás pesquisas que lhe forem superiormente orde-
nadas ;
2.a Repartição
6. a Não effectuar trabalho nocturno.
Pelo que, mando ás autoridades, tribunaes, funcciona-
S u a M a j e s t a d e El-Rei, a t t e n d e n d o ao que lhe r e p r e s e n -
rios e mais pessoas a quem o conhecimento d'este m e u al-
tou a C o n f r a r i a de S . J o ã o B a p t i s t a de Vil de Moinhos,
v a r á competir, que o c u m p r a m e g u a r d e m e o façam cum-
da freguesia de S . Salvador, do concelho e districto de Vi-
p r i r e g u a r d a r tão inteiramente como nelle se contém.
seu, pedindo autorização p a r a dos seus fundos applicar a
Não pagou direitos de m e r c ê por os não dever. quantia de 2 5 5 $ 2 0 0 réis ás obras que p r e t e n d e realizar n a
E por firmeza do que dito é, lhe mandei passar o pre- sua c a p e l l a ;
sente alvará, o qual v a e por mim assinado e sellado com
Visto a informação do competente g o v e r n a d o r civil e o
o sêllo das a r m a s reaes e com o de v e r b a .
disposto no artigo 253.° n.° 2.° do Codigo A d m i n i s t r a t i v o :
D a d o no Paço, em 10 de j u n h o de 1 9 0 5 . = E L - R E I . =
H a por b e m conceder a p e d i d a autorização.
Eduardo José Coelho.
D. do G. n.° 173, de de agosto de 190:"». Paço, em 12 de j u n h o cle 1905. — Eduardo José Coelho.
D. do G. n.° 131, de 15 do junho do 1905.
D i r e c ç ã o Geral da Instrucção P u b l i c a
S u a Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe r e p r e s e n -
3,a Repartição tou a I r m a n d a d e de S. R o q u e , e r e c t a n a freguesia de
S. P e d r o de A g u r e i , do concelho de Guimarães, pedindo
T e n d o em attenção o que r e p r e s e n t a m os paes e encar- autorização p a r a dos seus f u n d o s applicar a quantia de
regados de alguns alumnos que, no actual anno lectivo, 5 8 ^ 0 0 0 réis ás obras de que u r g e n t e m e n t e carece , o altar
f r e q u e n t a m particularmente em Chaves a 4. a e 5 . a classes do p a d r o e i r o ; e
do ensino s e c u n d á r i o ; Visto a informação do c o m p e t e n t e g o v e r n a d o r civil e o
Considerando que n a escola municipal secundaria de disposto no artigo 253.° n.° 2." cio Codigo A d m i n i s t r a t i v o :
Chaves não funccionaram as classes 4. a e 5 . a ; que a zona H a por bem conceder a pedida autorização.
servida por esta escola pertence ao districto de Villa Real, Paço, ein 12 de j u n h o de 1905. = Eduardo José Coelho.
que t e m lyceu; que são precedentes as razões da distan- D. do c;. n.° 131, de 15 de junho do 1005.
Junho .0 238 1905
3,a Repartição
Comarca de Moura
Districto judicial da Relação de Lisboa
(Amarelleja.
Districto administrativo de Beja Amaretleja. Estrella.
Povoa.
Denominação
o sedo dos districtos do paz Freguezias do quo se compõem Barrancos . Barrancos.
Í
Casevel.
Selmes. Messejana.
Vidigueira. Messejana.
Comaroa de Ferreira
Villa de
doFrades.
Alemtejo
Conceição.
I Alfundiio. Ourique . . Ourique.
[Ferreira e Villas Boas.
(Ferreira dos Cavalleiros. Garvão.
Ferreira do Alemtejo {Odivellas. Garvão Santa Luzia.
( Peroguarda.
SantfAnna da Serra.
S. João de Negrilhos.
25
1905 Junho '.>
Comarca de Serpa
Aldeia Nova. H e i p o r b e m a u t o r i z a r , n o s t e r m o s do a r t i g o 4 5 . ° d a
Aldeia Nova Villa Verde de Ficalho. c a r t a d e lei d e 2 4 d e n o v e m b r o u l t i m o , a C a m a r a M u n i -
Brinches. Brinches. cipal do c o n c e l h o de P o v o a d e L a n h o s o a q u e d e n t r o d a
m e t a d e da p a r t e disponivel do seu f u n d o de viação appli-
Sant'Anna. q u e 3 0 0 $ 0 0 0 r é i s e m o b r a s d e r e p a r a ç ã o de c a m i n h o s vi-
Santo Antonio Velbo. c i n a e s , 4 0 0 $ 0 0 0 r é i s n a s d e c o n s e r v a ç ã o dos r e s p e c t i v o s
Santa Iria.
Serpa S. Brás. P a ç o s m u n i c i p a e s e 1 : 7 0 0 $ 0 0 0 r é i s á s do a b a s t e c i m e n t o
Serpa (Salvador). d e a g u a s e s a n e a m e n t o d a m e s m a villa, visto q u e s ã o u r -
Serpa (Santa Maria). g e n t e s e n ã o se p o d e m c u s t e a r a c t u a l m e n t e p e l a s r e c e i t a s
o r d i n a r i a s do r e f e r i d o c o n c e l h o .
Pias e Ourada.
Pias. Valle de Vargo. O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
Reino a s s i m o t e n h a e n t e n d i d o e f a ç a e x e c u t a r . P a ç o , e m
1 9 d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = R E I . — Eduardo José Coelho.
Paço, em 19 de j u n h o d e 1 9 0 5 . = Arthur Pinto de D . do G. n.° 110, do 23 de j u n h o do 1905.
Miranda Montenegro.
D . do G . n.° 139, d e 21 de j u n h o de 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO Hei por b e m a p p r o v a r , nos termos dos a r t i g o s 55.°,
n . ° 3.°, e 6 8 . ° , n . ° 1.°, do C o d i g o A d m i n i s t r a t i v o , as p e r -
Direcção Geral de Administração Politica e Civil c e n t a g e n s v o t a d a s p e l a s c a m a r a s m u n i c i p a e s d o s c o n c e -
lhos do A l a n d r o a l , A r r a i o l o s e R e d o n d o p a r a a s u a ge-
2, a Repartição rencia no anno de 1906, e que não p o d e r ã o e x c e d e r a
6 0 por cento no primeiro e a 5 5 por cento no s e g u n d o e
H e i p o r b e m a u t o r i z a r , n o s t e r m o s d o a r t i g o 4 5 . ° d a no t e r c e i r o dos r e f e r i d o s c o n c e l h o s .
c a r t a d e lei d e 2 4 d e n o v e m b r o u l t i m o , a C a m a r a M u n i - O M i n i s t r o e S e c r e t a r i o d e E s t a d o d o s N e g o c i o s do
cipal do c o n c e l h o da C e r t ã a q u e d e n t r o d a m e t a d e d a Reino a s s i m o t e n h a e n t e n d i d o e f a ç a e x e c u t a r . P a ç o , e m
p a r t e d i s p o n í v e l d o seu f u n d o d e v i a ç ã o a p p l i q u e a q u a n - 19 d e j u n h o de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
tia d e 5 0 0 $ 0 0 0 r é i s ás o b r a s d e s u b s t i t u i ç ã o do t a b o l e i r o , D. do G. n.° 110, de 23 do j u n h o de JíiO:,.
q u e se a c h a e m r u i n a , d a p o n t e d a r i b e i r a d a C e r t ã , q u e
liga a f r e g u e s i a de S e r n a c h e do B o m j a r d i m c o m a d c P a
lliaes, visto q u e são u r g e n t e s e n ã o se p o d e m a c t u a l m e n t e
c u s t e a r n a s u a t o t a l i d a d e p e l a s r e c e i t a s o r d i n a r i a s do m e s - Hei por b e m autorizar nos termos dos artigos 81.°,
mo concelho. 1.°, n . ° 1 3 . ° , e 1 2 7 . ° , 1,°, do C o d i g o A d m i n i s t r a -
if;
Junho .0 242 1905
Sendo-me p r e s e n t e a consulta do S u p r e m o T r i b u n a l
Administrativo acêrca do recurso n.° 12:241, em que é
MINISTERIO DAS OBRAS PDBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA r e c o r r e n t e A t m á C h o n d r u Naique D e u x e n c a r , de R i b a n -
d a r , e recorrido o conselho de provincia do E s t a d o da
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos I n d i a P o r t u g u e s a , e de que foi relator o Conselheiro de
E s t a d o , vogal effectivo, E d u a r d o J o s é S e g u r a d o :
Repartição Mostra-se que o r e c o r r e n t e allega ser senhor e possui-
dor de u m a m o r a d a de casas n a f r e g u e s i a de R i b a n d a r ,
1." IMvisSo concelho das I l h a s , e lhe foi intimado um despacho in-
competentemente dado pelo administrador d'aquelle conce-
Convindo m u d a r o typo dos sellos e mais formulas de lho, p a r a que no prazo de seis meses saisse d a r e f e r i d a
f r a n q u i a destinadas a serem vendidas nos districtos aço- casa, a r e q u e r i m e n t o de J o s é M a r i a Victor Telles, attri-
reanos : ha por bom Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria buindo ao r e c o r r e n t e a qualidade de m u n d c a r , pois que,
dc E s t a d o dos Negocios das O b r a s Publicas, Commercio conforme o que dispõe o artigo 284.° do Codigo Adminis-
o Industria, d e t e r m i n a r o s e g u i n t e : trativo de 1842, em vigor no u l t r a m a r , as questões sobre
1." Que os ditos sellos e mais formulas de f r a n q u i a te- titulos de propriedade ou de posse p e r t e n c e m ás j u s t i ç a s
nham um typo uniforme para todos os districtos açoreanos, ordinarias;
devendo a legenda actual, indicativa de c a d a um distric- — que, tendo recorrido d'esse despacho p a r a o conselho
tos, ser substituída pela p a l a v r a «Açores»; de provincia, lhe foi d e n e g a d o provimento, motivo por que
2." Q,uc no angulo superior e s q u e r d o seja indicada a r e c o r r e p a r a este tribunal, insistindo em que as a u t o r i d a -
taxa r e s p e c t i v a ; des administrativas não t e e m competencia p a r a conhece-
3.° Q:ue tenham a l e t r a A. no angulo superior direito, e r e m de questões como da de que se t r a t a ;
nos ângulos inferiores a letra II. do lado esquerdo e as Mostra se que, sendo ouvido o Conselho de P r o v i n c i a do
letras P. 1). do lado direito; E s t a d o da India, expõe o s e g u i n t e :
4." Que tanto a indicação da t a x a como as letras que — que por decreto de 24 de agosto de 1901, são r e g u -
designam os tres districtos açoreanos sejam de côr ver- ladas naquelle E s t a d o as relações jurídicas e n t r e os pro-
melha para as taxas dc 2 ' / j reis, 10 róis, 20 róis, 75 róis prietarios dos predios rústicos e os respectivos m u n d c a r e s ,
e 500 réis, e pretas para as taxas de 5 róis, 25 róis, 50 e todas as questões suscitadas e n t r e uns e outros, in-
róis, 100 réis, 200 róis e 300 réis. cluindo as que se refiram ao p a g a m e n t o da indemnização,
Outrosim determina o mesmo Augusto Senhor que, em sendo decididas e m a n d a d a s e x e c u t a r pelo administrador
harmonia com o disposto no § 6.° do artigo 383.° do re- do concelho, com recurso p a r a aquelle tribunal, artigo 10. 0
gulamento para o serviço dos correios, approvado por de- do citado d e c r e t o ;
creto de 14 de j u n h o de. 1902, continuem a ser admittidos — que o r e c o r r e n t e devia ter j u n t a d o documentos q u e
25
1905 Junho '.>
Ancas.
dos districtos de juizo de paz a que se refere o decreto d'esta data Ois do Bairro.
S. Lourenço do Bairro Sangalhos.
Districto judicial da Relação do Porto S. Lourenço do Bairro.
Villarinho do Bairro.
Districto administrativo de Aveiro
Comaroa de Arouca
Denominação
o sede dos districtos do paz Freguesias de que se compõom Alvarenga.
Comarca de Agueda
Alvarenga.
Í Canelas.
Espiunca.
Janarde.
Í
(Aguada de Baixo.
Aguada de Cima. Arouca..
Aguada de Cima
Bellasaima.
Barro.
Arouca.
I Agueda. Burgo.
[Castanheira do Vouga. Cabreiros.
1 Espinhei. Fermedo.
Moldes.
JFermentellos. Santa Eulalia.
Agueda. O is da Ribeira. Escariz.
Recardães. Fermedo.
Segadães. Mansores.
Travassô. Rossas. S. Miguel do Mato.
Chave.
/ Cedrim. Rossas.
I Couto de Esteves. Tropeço.
Vparadella. Urrô.
Sever do Vouga /Pessegueiro. ComarcaVarzea.
de Aveiro
jRocas do Vouga.
(Sever do Vouga.
\ Talhadas. Aveiro (Senhora
v
da Gloria)... jAvejro (Senhora da Gloria).
' (Aveiro (Vera Cruz).
Lamas do Vouga.
Cacia
(Esgueira.
Vallongo
Eírol.
Eixo. JEÍXO.
! (Requeixo.
Macieira de Alcova.
Macinhata do Vouga.
Trofa.
Préstimo.
Vallongo.
Junho .0 244 1905
Denominação Denominação
e sede dos districtos do paz Freguesias de quo se compõem i sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem
Aradas. Arões.
Nariz. Castellões.
Oliveirinha. Cepellos , Cepellos.
Palhaça. Junqueira.
H e i p o r b e m d e t e r m i n a r , e m v i s t a do d i s p o s t o n o a r t i g o
5 0 . ° do r e g u l a m e n t o g e r a l d a c o n t a b i l i d a d e p u b l i c a , e Denominação
Freguoaias de que se compõem
o sede dos districtos de paz
t e n d o s i d o o u v i d o o C o n s e l h o d e M i n i s t r o s , q u e n o or-
ç a m e n t o d a d e s p e s a o r d i n a r i a dos r e f e r i d o s s e r v i ç o s flo-
r e s t a e s e a q u i c o l a s , r e l a t i v o ao e x e r c i c i o d e 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , Encisia.
s e j a t r a n s f e r i d a p a r a a s e c ç ã o 2 . a d o a r t i g o 1.° d o capi- Pombal.
t u l o u n i c o a q u a n t i a d e 2 0 7 ^ 0 0 0 r é i s ; p a r a a s e c ç ã o l . a Villarcihos. Santa Justa.
do a r t i g o 5.° a i m p o r t a n c i a d e 3 7 3 $ 0 0 0 réis, e p a r a a Villarelhos.
Villares da Villariça.
s e c ç ã o 2 . a do m e s m o a r t i g o a i m p o r t a n c i a de 9 0 0 $ 0 0 0
r é i s , p r o v e n i e n t e s d a s s o b r a s e x i s t e n t e s , s e n d o : n a sec-
ção l . a d o a r t i g o l . u a i m p o r t a n c i a d e 1 2 1 $ 0 0 0 r é i s ; n a Comarca de B r a g a n ç a
secção 3.a do artigo 2.° a importancia d e 4 1 4 $ 0 0 0 r é i s ;
n a s e c ç ã o l . a do a r t i g o 3.° a i m p o r t a n c i a d e 6 6 5 $ 0 0 0 / Avelleda.
[Babe.
r é i s ; n a s e c ç ã o 2 . a d o a r t i g o 4.° a i m p o r t a n c i a d e r é i s IBaçal.
1 6 0 $ 0 0 0 , e n a secção 3.a do m e s m o artigo a importancia de jDeilão.
Babe.
120$000 réis. \Gimonde.
I Milhão.
O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios das
[Rio de Onor.
O b r a s P u b l i c a s , C o m m e r c i o e I n d u s t r i a a s s i m o t e n h a en- \S. Julião de Palacios.
t e n d i d o e f a ç a e x e c u t a r . P a ç o , a o s 1 9 d e j u n h o de
1 9 0 5 . = R E I . = D. Jcão cle Alarcão Velasques Sarmento Alfaião.
Bragança (Santa Maria).
Osorio,
D. do G. n.° 144, de 1 dc julho do 1005.
Bragança (Sé).
CaBtro de Avellãs.
Bragança (Santa Maria). Donai.
Gostei.
Meixedo.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JOSTIÇA Samil.
Í ' Calvelke.
Direcção Geral dos Negocios d e Justiça Coelhoso.
Izeda.
Izeda
2. a Repartição Macedo do Mato.
Paradinha Nova.
Serapicos.
U s a n d o d a a u t o r i z a ç ã o c o n c e d i d a ao G o v e r n o pelo a r -
tigo 1.° d a c a r t a de lei d e 2 1 d e s e t e m b r o d e 1 8 9 7 , to- Grijó de Parada.
m a n d o e m c o n s i d e r a ç ã o as i n f o r m a ç õ e s q u e m e f o r a m p r e - Outeiro.
s e n t e s : h e i p o r b e m d e c r e t a r q u e os d i s t r i c t o s d o s j u i z e s Outeiro. Parada.
Quintanilha.
de p a z n a s c o m a r c a s d o d i s t r i c t o a b a i x o d e s i g n a d o s e j a m
Rio Frio.
fixadas n o s t e r m o s do m a p p a a d j u n t o , q u e f a z p a r t e i n t e -
g r a n t e d'este decreto e v a e assinado pelo Ministro e Se- Carragosa.
c r e t a r i o d e E s t a d o dos N e g o c i o s E c c l e s i a s t i c o s e d e J u s - Castrellos.
tiça. Eepinhosella.
Paramio. França.
O m e s m o M i n i s t r o e S e c r e t a r i o d e E s t a d o dos N e g o c i o s Gondezende.
E c c l e s i a s t i c o s e de J u s t i ç a a s s i m o t e n h a e n t e n d i d o e f a ç a Paramio.
e x e c u t a r . P a ç o , e m 19 d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = R E I . = Ar- Rabal.
thur Pinto de Miranda Montenegro.
Carrazedo.
Failde.
Mós de Rebordãos.
dos districtos de juizo de paz a que se refere o decreto Rebordãos
Nogueira.
d'esta data Rebordãos.
S. Pedro de Serracenos.
Sortes.
Districto judicial da Relação do Porto Zoio.
Districto administrativo de Bragança
/Pinella.
iPombares.
lQuintella de Lampaças.
Denominação
o sede doa districtos dc pa» I^reçacsiaa de que se compõem Valle de Nogueira. (Rebordainhos,
] Santa Comba de Roças.
I Salsas.
\ Sendas.
Comarca de A l f a n d e g a da F ó
/Alfandega da Fé. Comarca de Carrazeda de A n c i ã e s
I Agrobom.
lCerejaes. 'Amedo.
iFerradosa. Belver.
Alfandega da Fé
\Gouveia. lCarrazeda de Anciães,
j Sendim da Serra. Samorinha.
(Valverde. Carrazeda de Anciães /Mogo de Malta.
\ Valle Pereiro. Pereiros.
Pinhal do Norte.
[Gebeliui. Pombal.
J Sambade. Zedes.
Sambade.
jSoeima.
(Valles. Castanheiro.
Lavandeira.
/Parada. Linhares.
jSaldonha. Linhares Marzagão.
Villar Chão. j Sendim da Ribeira Param bos.
(Villar Chão. Iíiba Longa.
Junho 19 246 190Ò
Í
Castellãos. Fradisella.
Cortiços. Guide.
Torre de D. Chama .
Grijó.
Macedo de Cavalleiros. Lamas de Podenee.
Macedo de Cavalleiros.
Podenee.
Sezulfe. S. Pedro Velho.
Valle Bemfeito. Comaroa deTorre de D. Chama.
Mogadouro
Valle de Prados. Valle de Gouvinhas.
\ Villar do Monte. Bemposta.
Valle de Salgueiro.
Brunhosinho.
Valle de Telhas.
Lagoa. Peredo de Bemposta.
Lombo. Thó.
Moraes. Bemposta . Travanca.
Moraes Peredo. Urrós.
Talhas. Ventosello.
Talhinhas. Villa de Ala.
Villa dos Sinos.
/Bagueixe.
I Chacim. / Bruço.
] Olmos. [Castello Branco,
Vinhas . < Sakellas. lEstevaes.
(
Santa Combinba.
Valle da Porca.
Vinhas.
Castello Branco.
/Meirinhos.
\ Valle do Porco.
j Valverde.
[Villar do Rei.
Comarca de Miranda do Douro \ Villarinho dos Gallegos.
Azinhoso.
........
S Cicouro e Constantim.
Iffanes.
Paradella.
Povoa.
Brunhoso.
Castro Vicente.
Figueira.
iMogadouro.
Mogadouro.
S. Martinho de Angueira. ^Paradella.
Duas Igrejas. Remondes.
Genizio. Soutello.
Í Malhadas.
Miranda do Douro.
Silva.
Athenor.
Valle da Madre.
\Variz.
Castanheira.
Macedo do Peso.
Í
Penas Roias.
Í Palaçoulo.
Picote.
Sendim.
Villa Chã.
Comaroa de Mirandella
S. Martinho do Peso
Saldanha.
Sampaio.
Sanhoane.
S. Martinho do Peso.
Travanca.
Comarca de Moncorvo
[ Abambres.
I Alvites. Adeganha.
Mascarenhas
| Avautos.
íCabanellas.
ICedães.
Cedainhos.
Cardanha.
Í Cardanha.
Estevaes.
Junqueira.
I
Mascarenhas.
Í
Carviçaes.
Murias.
Romeu. Car/içaes,
Denominação Denominação
e sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem e sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem
Urros
(Monçorvo.
Maçores.
Peredo doB Castelhanos.
Vinhaes
1 Sobreiro de Baixo.
Soeira.
"Travanca.
Valle das Fontes.
Urros. Valle de Janeiro.
Villa Verde.
Villar de Ossos.
, Vinhaes.
Comarca de V i l l a F l o r
Í
Bemlhevae. randa Montenegro. D . i o G . n.° U 6 , de 4 de JULHO do IDOS.
Valle Fréchoso .
Í Seixo de Manhoses.
d e 2 4 d e n o v e m b r o de 1 9 0 4 : hei p o r b e m , t e n d o o u v i d o
o Conselho de Ministros, d e t e r m i n a r que dentro dos mes-
m o s c a p i t u l o s d a t a b e l l a d a s d e s p e s a s o r d i n a r i a s d o Mi-
Villa Flor I Val torno.
Freixiel. n i s t e r i o d a G u e r r a , r e l a t i v a ao e x e r c i c i o d e 1 9 0 4 - 1 9 0 5 ,
se e í f e c t u e m as s e g u i n t e s t r a n s f e r e n c i a s , d e v i d a m e n t e r e -
Í
Comarca de V i m i o s o
Lodões.
Argosello.
Nabo.
gistadas n a Direcção Geral da Contabilidade Publica.
réis.
C a p i t u l o 2.° — D o a r t i g o 3.° p a r a o a r t i g o 4.°, 180f$í000
O P r e s i d e n t e d o C o n s e l h o d e M i n i s t r o s e os M i n i s t r o s e
S e c r e t a r i o s d e E s t a d o d o s N e g o c i o s cle t o d a s a s R e p a r t i ç õ e s
I Angueira. assim o t e n h a m entendido e f a ç a m executar. Paço, em 19
lAvellanoso. d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = R E I . = José Luciano de Castro =
iCaçarelhos.
jCampo de Viboras. Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda Montene-
Vimioso \ Pinello. gro = Manoel Affonso de Espregueira => Sebastião Custodio
lUva. de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Júnior = An-
[Valle de Frades. tonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão Velasques
Villar Sêco.
IVimiof-o. Sarmento Osorio. D. DO G. n.° us. de 4 DE juiimdc ÍUUS.
Comarca de V i n h a e s
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
Agrochão. Direcção Geral do Ultramar
Penhas Juntas.
Í Cellas.
Edrosa.
Ervedosa.
Ousilhão.
Nunes.
Penhas
Villar
Villa Boa
dos
Juntas.
de
Peregrinos.
Ousilhão.
l . a Repartição
3." SecçSo
T o m a n d o e m c o n s i d e r a ç ã o o q u e lhe foi r e p r e s e n t a d o
p e l o r e v e r e n d o b i s p o d a d i o c e s e d e M a c a u , a c ê r c a cla n c -
Junho .0 248 1905
m u t u o de 5 4 0 $ 0 0 0 réis, não tendo sido collectado o de- dos annos anteriores, deixando assim de c u m p r i r o dis-
v e d o r H a r r y Wilson por não ter a c a m a r a municipal en- posto no artigo 22.° do regulamento de 2 5 de j u l h o de
viado á repartição de f a z e n d a as relações annuaes dos 1 8 8 1 ;
manifestos cios annos anteriores, deixando assim cle cum- Mostra-se que, tendo os referidos d e v e d o r e s sido eollec-
p r i r o disposto no artigo 22.° do regulamento de 25 de tados n a m a t r i z d e contribuição de j u r o s do anno de
j u l h o de 1 8 8 1 ; 1902 p e l a importancia das contribuições a n n u a e s corres-
Mostra-se que, t e n d o o r e f e r i d o H a r r y W i l s o n sido p o n d e n t e s aos annos anteriores, desde a d a t a indicada no
collectado na matriz da contribuição de j u r o s do anno de manifesto, a viuva do citado Diógenes da Silva Rosado
1902 pela importancia das contribuições annuaes corres- reclamou no p r a z o legal, p e r a n t e a j u n t a fiscal de ma-
pondentes aos annos anteriores d e s d e a d a t a indicada no trizes, com o f u n d a m e n t o d a divida e s t a r extincta desde
manifesto, reclamou no p r a z o legal, p e r a n t e a j u n t a fiscal 12 de j u n h o de 1895, e que a j u n t a attendeu a reclama-
de matrizes, com o f u n d a m e n t o da divida e s t a r extincta ção ;
desde 17 de m a r ç o de 1896, e que a j u n t a attencleu á re- Mostra-se que, da decisão da j u n t a fiscal das m a t r i z e s
clamação ; r e c o r r e u o escrivão de f a z e n d a p a r a o conselho de pro-
Mostra-se que da decisão da j u n t a fiscal das m a t r i z e s vincia, a fim cle serem mantidas as contribuições relativas
r e c o r r e u o escrivão de f a z e n d a p a r a o conselho de pro- ao periodo de tempo por que durou o m u t u o ou desde 1 3
vincia, a fim de serem m a n t i d a s as contribuições relativas de setembro de 1881 até 16 de agosto de 1893 pela to-
ao perioclo de tempo por que durou o m u t u o , ou d e s d e 2 talidade do capital e desde esta d a t a até 12 de j u n h o de
de novembro de 1 8 9 5 a 17 de m a r ç o de 1 8 9 6 ; 1 8 9 5 pelo capital de 1 : 4 0 0 0 0 0 0 r é i s ;
Mostra-se que o p r e s i d e n t e da j u n t a fiscal de m a t r i z e s Mostra-se que o p r e s i d e n t e cia j u n t a fiscal de m a t r i z e s
impugnou a competencia do escrivão de f a z e n d a p a r a re- impugnou a competencia do escrivão de f a z e n d a p a r a r e -
c o r r e r , por ser vogal deliberante da j u n t a , mas o conselho c o r r e r , por ser vogal deliberante da j u n t a , mas o conselho
de provincia f u n d a d o no § unico do artigo 75.° do regu- de provincia, f u n d a d o no § unico do artigo 75.° do regu-
lamento de 2 de agosto de 1902 conheceu do recurso, lamento de 2 de agosto de 1902, conheceu do recurso ne-
negando-lhe provimento e confirmando a decisão r e c o r r i d a gando-lhe provimento e confirmando a decisão r e c o r r i d a
p o r accordão de 7 de novembro de 1 9 0 4 ; por accordão cle 7 de novembro de 1 9 0 4 ;
Mostra-se que d'este accordão r e c o r r e u p a r a a J u n t a Mostra-se que d ' e s t e accordão r e c o r r e u p a r a a J u n t a
Consultiva do U l t r a m a r o inspector de f a z e n d a de Mo- Consultiva do U l t r a m a r o inspector de f a z e n d a de Mo-
çambique, a fim de serem m a n t i d a s as collectas pelo tempo çambique, a fim de serem mantidas as collectas pelo t e m p o
da duração do m u t u o , e nos termos clo artigo 3.° do de- da duração do m u t u o , e, nos t e r m o s do artigo 3.° do de-
creto de 27 de dezembro de 1898 o conselho de provin- creto de 27 de d e z e m b r o de 1898, o conselho de provin-
cia informou serem infundadas as allegações do recor- cia informou s e r e m i n f u n d a d a s as allegações do r e c o r r e n t e ;
rente ; Considerando que a matriz de 1902 devia t e r sido or-
Considerando que a matriz de 1902 devia ter sido or- g a n i z a d a em conformidade com o r e g u l a m e n t o de 2 5 de
ganizada em conformidade com o regulamento de 25 de julho de 1881, visto q u e o de 2 de agosto cle 1 9 0 2 só co-
julho de 1 8 8 1 visto que o d e 2 de agosto cle 1902 só co- meçou a v i g o r a r e m 1 9 0 3 ;
meçou a v i g o r a r em 1 9 0 3 ; A t t e n d e n d o a não h a v e r no referido r e g u l a m e n t o de 2 5
A t t e n d e n d o a não h a v e r no referido r e g u l a m e n t o de 25 de j u l h o de 1881 disposição -alguma que autorize a inclu-
de j u l h o cle 1 8 8 1 disposição a l g u m a que autorize a inclu- são n a m a t r i z de c a d a anno da contribuição de juro"s cor-
são na m a t r i z de cacla anno de contribuição de j u r o s cor- r e s p o n d e n t e s a annos a n t e r i o r e s ;
r e s p o n d e n t e s a annos a n t e r i o r e s ; ; A t t e n d e n d o a que na provincia de M o ç a m b i q u e não está
A t t e n d e n d o a que na provincia de Moçambique não está em vigor o r e g u l a m e n t o provisorio p a r a o lançamento e
em vigor o regulamento provisorio p a r a o lançamento e cobrança da contribuição de decima de j u r o s , d e c r e t a d o
cobrança da contribuição da decima de j u r o s d e c r e t a d a p a r a o reino em 1887, e se o estivesse, a collecta d e v e r i a
p a r a o reino em 1887, e se o estivesse a collecta deveria ter sido l a n ç a d a em dobro por todo o tempo, decorrido
ter sido lançada em dobro por todo o tempo decorrido desde que existiu o m u t u o até a d a t a em que o manifesto
desde que existiu o m u t u o até a d a t a em que o manifesto fosse c a n c e l l a d o :
fosse cancellado: H e i por b e m , conformando-me com a m e n c i o n a d a con-
H e i por b e m , conformando-me com a m e n c i o n a d a con- sulta, n e g a r provimento ao recurso e confirmar o acorda»
sulta n e g a r provimento ao recurso o confirmar o accordão r e c o r r i d o .
recorrido. O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios c?à
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da Ma- M a r i n h a e U l t r a m a r assim o t e n h a entendido e f a ç a exs-
r i n h a e U l t r a m a r assim o t e n h a entendido e faça execu- c u t a r . P a ç o , em 19 de j u n h o de 1905. = R E I . = Manoel
t a r . Paço, em 19 de j u n h o de 1905. = R E I . = Manoel Antonio Moreira Júnior.
Antonio Moreira Júnior. D . do G. n.° 148, de 6 do julho do 1905.
D . do G. n.° H 8 , do 0 do julho do 1905
Condeixa-a-Nova. A r t . 2 . ° N o s t e r m o s do a r t i g o 2 . ° do d e c r e t o d e 9 d e
, Lousã. j u n h o d e 1 9 0 4 o d i r e i t o do t r i g o i m p o r t a d o p o r v i r t u d e
I M i r a n d a do C o r v o , d'este decreto é de 20 réis por kilogramma.
Concelhos de 3.a ordem.
i Penacova. Os Ministros e Secretarios de E s t a d o dos Negocios da
Penella. F a z e n d a e das Obras Publicas, Commercio e Industria
Tábua. assim o t e n h a m entendido e f a ç a m e x e c u t a r . Paço, em 19
Goes. d e j u n h o de 1 9 0 5 . — R E I . = Manoel Affonso de Espre-
Mira. gueira— D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Concelhos d e 4 . a ordem. Pampilhosa. D. do G. n.° 153, de 12 do junho de 1905.
Poiares.
Districto da Guarda
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
a
C o n c e l h o de l . ordem. -Guarda.
Ceia. Direcção Geral d aInstrucção Publica
Gouveia.
Concelhos de 2.a ordem. Pinhel. 4, a Repartição
Sabugal.
S u a M a j e s t a d e E l - R e i , a t t e n d e n d o ao q u e l h e foi r e p r e -
Trancoso.
s e n t a d o p e l o d i r e c t o r do C u r s o S u p e r i o r d e L e t r a s , d e
Almeida.
Lisboa, o qual p r e t e n d e que, p a r a facilidade de nomen-
Celorico d a B e i r a .
c l a t u r a , a d e n o m i n a ç ã o d o s c u r s o s c o n s t a n t e s d o s § § 1.°
F i g u e i r a de Castello Ro-
Concelhos de 3.a ordem. e 4 . ° do a r t i g o 6.° do d e c r e t o n . ° 5 , d e 2 4 d e d e z e m b r o
drigo.
de 1901, seja respectivamente, a de «curso geral» e a de
Meda.
«curso diplomatico»: ha por b e m determinar que sejam
Villa N o v a de F o z c o a .
adoptadas as determinações referidas.
Aguiar da Beira.
P a ç o , e m 2 0 do j u n h o d e ídOò.= Eduardo José Coelho.
Concelhos de 4.a ordem. F o r n o s de Algodres.
Manteigas. D. do G. n.° 141, de 26 de junho do 1905.
Concelho de l . a
ordem.... -Leiria. MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
(Alcobaça
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos
Concelhos de 2.a o r d e m . Caldas da Rainha.
Pombal. í . a Repartição
Alvaiazere.
Ancião. 1." B i v i s a o
F i g u e i r ó dos V i n h o s .
Concelhos do 3.a o r d e m . Óbidos. E m o b s e r v a n c i a do d i s p o s t o n o n . ° 2.° do a r t i g o 6 1 . ° d a
Pedrogam Grande. o r g a n i z a ç ã o dos s e r v i ç o s dos t e l e g r a p h o s , c o r r e i o s e fisca-
Peniche. lização das industrias electricas, a p p r o v a d a por decreto
Porto de Mós. c o m f o r ç a d e lei de 2 4 d e d e z e m b r o d e 1 9 0 1 , e e m h a r -
a Batalha. m o n i a c o m as d i s p o s i ç õ e s do r e g u l a m e n t o p a r a o s e r v i ç o
C o n c e l h o s de 4 . o r d e m . dos correios de 14 de j u n h o de 1902: m a n d a S u a Majes-
Pederneira.
t a d e E l - R e i , p e l a S e c r e t a r i a d c E s t a d o dos N e g o c i o s d a s
P a ç o , e m 19 d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = Manoel Affonso de Obras Publicas, Commercio e Industria, que seja appro-
Espregueira. v a d a a a d j u n t a t a b e l l a dos f u n c c i o n a r i o s e m a i s e n t i d a d e s
D. do G. 11.» 155, do U dc julho do 1905. do r e i n o e ilhas a d j a c e n t e s a u t o r i z a d o s a e x p e d i r , e p a r a
q u e m , c o r r e s p o n d ê n c i a s officiaes p e l o c o r r e i o .
P a ç o , e m 2 0 d e j u n h o d e 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
MINISTERIO DAS OBRAS PDBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Direoção Geral d a A gr i cultura Tabella designativa das repartições, autoridades e funccionarios
aos quaes é concedida a faculdade de expedir e receber correspondencia
Repartição dos Serviços Agronomicos official, e limites d'esta faculdade
Repartições, autoridades e funccionarios Entidades a que podem
A t t e n d e n d o ao d i s p o s t o n o a r t i g o 1.° do d e c r e t o de 9 q u e podem e x p e d i r ser dirigidas correspondências
d c j u n h o d c 1 9 0 4 ; h a v e n d o - s e v e r i f i c a d o , com r e l a ç ã o ao c o r r e s p o n d ê n c i a official officiaes
d i s t r i c t o do F u n c h a l , a h y p o t h e s e p r e v i s t a no a r t i g o 6 8 . °
do r e g u l a m e n t o de 2 5 d c j u l h o d e 1 8 9 9 , e t e n d o ouvido o Chefe do Estado e Famila Real A todas as repartições, autorida-
C o n s e l h o S u p e r i o r de A g r i c u l t u r a : h e i p o r b e m d e c r e t a r des e funccionarios.
Casa Real:
o seguinte: Mordomia Idem.
A r t i g o 1.° É a u t o r i z a d a a i m p o r t a ç ã o dc 1 . 0 0 0 : 0 0 0 de Vedoria Idem.
k i l o g r a m m a s d e t r i g o exotico p a r a c o n s u m o n o d i s t r i c t o do Administração Idem.
F u n c h a l , a t é o fim do a c t u a l a n n o c e r e a l í f e r o , c o m p r c - Secretaria Idem.
l i e n d e n d o - s c n e s t a q u a n t i d a d o o t r i g o q u e t e n h a sido j á Inspecção dos Reaes Palacios. Idem.
Camara dos Dignos Pares :
d e s p a c h a d o por v i r t u d e do d e s p a c h o d e 17 do c o r r e n t e Presidencia Idem.
m e s de j u n h o . Secretaria Idem.
§ u n i c o . O r a t e i o , pelos n e g o c i a n t e s e f a b r i c a n t e s m a t r i - Camara dos Senhores Deputados:
c u l a d o s , do trigo a q u e se r e f e r e este a r t i g o , s e r á r e g u l a d o Presidencia Idem.
Secretaria Idem.
pela tabella em vigor. Ministros de Estado effectivos.. Idem.
25
1905 Junho '.>
Ministerio dos Negocios do Reino Reitores dos lyceus do continente Á Secretaria de Estado dos Ne-
e ilhas adjacentes. gocios do Reino, diversas au-
Secretaria Geral. A todas as repartições, funccio- toridades e aos chefes de fa-
narios e autoridades. milia as relações de aprovei-
Directores geraes Idem. tamento e procedimento dos
Chefes de repartição do Minis- Idem. respectivos alumnos.
terio. Directores das escolas munici- A Secretaria de Estado dos Ne-
Supremo Tribunal Administra- Idem. paes secundarias. gocios do Reino e diversas au-
tivo. toridades.
Governadores civis Idem. Inspector da Academia Real de Idem.
Camaras municipaes Idem. Bellas Artes e da Academia
Administradores de concelhos e Idem. Portuense de Bellas Artes.
dos bairros de Lisboa e Porto Inspectores de instrucção prima- Ao Ministerio do Reino, 3.' Re-
Regedores de parochia Idem. ria das tres circunscrições es- partição da Direcção Geral de
Juizo de Instrucção Criminal... Idem e os avisos aos particula- colares de Lisboa, Porto e Contabilidade Publica, gover-
res que tenham de comparecer Coimbra. nadores civis, parochos, admi-
em juizo. nistradores de concelho, dele-
Commandante do corpo de poli- A todas as repartições, funccio- gados do thesouro, delegados
cia civil. narios e autoridades. e sub-delegados de saude, pro-
Commissario geral, commissa- Idem. fessores officiaes, professores
rios, chefes e empregados de dos lyceus nomeados para ju-
policia judiciaria de qualquer rys de exumes, director daa
districto. construcções escolares e sub-
Commissario, chefes e agentes Idem. inspectores de instrucção pri-
da policia especial da repres- maria.
são da emigração clandestina Sub-inspectores de instrucção Idem e inspectores de instrucção
Auditores administrativos Idem. primaria. , primaria.
Commandante das guardas mu- Idem. Directores das escolas normaes A Direcção Geral de Insfrucção
nicipaes, da guarda municipal Publica, diversas autoridades
de Lisboa e do Porto. e estabelecimentos officiaes de
Commandante do corpo de bom- Idem. ensino.
beiros municipaes. Director das construcções esco- Aos fiscaes geraes das construc-
Inspector geral dos serviços sa- Idem. lares. ções escolares, fiscaes locaes,
nitarios do reino. diversas autoridades e corpo-
Chefes de circunscrições sanita- Idem. rações administrativas.
rias maritimas. Fiscaes geraes e locaes das cons- Idem e ao director das construc-
Chefes das estações de s a u d e . . . Idem. trucções escolares. , ções escolares.
Inspector do Lazareto de Lis- Idem. Inspectores sanitarios escolares As diversas autoridades em geral.
boa Imprensa Nacional A todas as repartições, funccio-
Director do Real Iustituto Bac- Idem. narios e autoridades, e aos par-
teriologico de Lisboa. ticulares os exemplares do Dia-
Director do posto de desinfecção Idem e a particulares residentes rio do Governo e os boletins
publica de Lisboa. em Lisboa. officiaes publicados pelas Se-
Director dos serviços demoles- A todas as repartições, funccio- cretarias de Estado, para os
tias inficiosas do Porto. narios o autoridades. destinatários residentes no
Medico chefe do laboratorio de Idem. continente do reino e ilhas
bacteorologia do Porto. adjacentes e bem assim os des-
Chimico chefe do laboratorio do Idem. tinados ás provincias ultrama-
Instituto Central de Hygiene rinas portuguesas, tendo em
de Lisboa. vista o que dispõe a aliuea b)
do § 6.° do artigo 3.° do regu-
Delegados e sub delegados de Idem. lamento para os serviços dos
saude. , correios.
Medico inspector de aguas mine- Idem.
raes. Autoridades civis superiores por- As autoridades civis superiores
Hospital Real de S. José Idem. tuguesas da fronteira. espanholas da fronteira.
Provedorias das misericórdias.. Idem.
Recolhimentos da capital Idem.
Asylo de Mendicidade Idem. Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça
Asylo D. Maria Pia Idem.
Hospitaes da Universidade Idem.
Hospital das Caldas Idem. Secretaria Geral A todas as repartições, funccio
Asylo Municipal de Lisboa . . . . Idem. narios e autoridades.
Reitor da Universidade de Coim- Idem. Directores geraes Idem.
bra. Chefes de repartição do Minis- Idem.
Directores das Escolas Medico- Idem. terio.
Cirúrgicas de Lisboa, Porto e Cardeal Patriarcha Idem.
Funchal. Arcebispos Idem.
Directores das Escolas de Phar- Idem. Bispos Idem
macia de Lisboa e Porto. Inspecção Geral do Registo Pa- Idem.
Director da Escola Polytechnica Idem. rochial.
de Lisboa. Supremo Tribunal de Justiça .. Idem.
Director da Academia Polyte- Idem. Procuradoria Geral da Coroa e Idem.
chnica do Porto. Fazenda.
Director do Curso Superior de Idem. Presidências das Relações de Idem.
Letras. Lisboa, Porto e Açores.
Director do Real Observatorio Idem. Procuradorias Regias junto das Idem.
Astronomico de Lisboa. Relações de Lisboa, Porto e
Directores dos observatorios as- As direcções dos observatórios Açores.
tronomieos, meteorologicos e astronomicos e meteorologicos, Juizes de direito das comarcas Idem.
magnéticos de Lisboa, Porto e do continente e ilhas adjacen-
Coimbra. tes.
Director do serviço meteorolo- Idem, ao Ministerio do Reino, Juizes de direito dos tribunaes Idem.
gico dos Açores. chefes de serviço dos observa- commerciaes de LisboaePorto.
torios dos Açores e diversas Delegados dos procuradores re- Idem.
autoridades. gios.
Director do Instituto de Ophtal- A todas as repartições, funccio- Curadores geraes dos orfãos de Idem.
mologia. , narios e autoridades. Lisboa e Porto.
Secretario geral da Academia As Secretarias de Estado e esta- Conservadores privativos do re- Idem.
Real das Sciencias de Lisboa. belecimentos officiaes de ins- gisto predial.
trucção, Juizes municipaes Idem.
254 1905
Presidente do conselho disci- A todas as repartições, funccio- Directores das Alfandegas , Aos chefes de delegações depos-
plinar da magistratura judi- narios e autoridades. tos aduaneiros, auditores do
cial. Tribunal Superior do Conten-
Presidente do supremo conselho Idem. cioso Fiscal, auditores dos tri-
da magistratura do Ministerio bunaes do contencioso fiscal
Publico. de 1.» instancia, commandan-
Presidente do conselho discipli- Idem. tes das forças da guarda fis-
nar dos officiaes de justiça. cal, chefes de repartição da
Presidente do conselho superior Idem. administração geral, inspector
do notariado. do serviço technico das al-
Presidentes dos conselhos me- Idem. fandegas e autoridades judi-
dico-legaes de Lisboa, Porto ciaes, policiaes, sanitarias e
e Coimbra. municipaes.
Directores das morgues de Lis- Idem. Chefes de delegação Aos directores das alfandegas,
boa, Porto e Coimbra. de postos aduaneiros, auditor
Directores das penitenciarias de Idem. do Tribunal Superior do Con-
Lisboa, Porto e Coimbra tencioso Fiscal, auditores dos
Directores das cadeias civis de Idem. tribunaes do contencioso fis-
Lisboa e Porto. cal de 1." instancia e comman-
Directores das casas de deten- Idem. dantes das forças da guarda
ção e correcção de Lisboa, do fiscal.
districto do Porto, e para me- Chefes de postos aduaneiros.... Idem e chefes de delegações.
nores do sexo feminino. Auditor do Tribunal Superior do Aos chefes de repartição da ad-
Presidente da commissão admi- Idem. Contencioso Fiscal. ministração geral, inspector
nistrativa e director da Colo- geral do Serviço Technico das
nia Agricola de Villa Fer- Alfandegas, directores das al-
nando. fandegas, chefes de delega-
Presidente da commissão do pa- Idem. ções, de postos aduaneiros, au-
tronato. ditores dos tribunaes do con-
Juizes de paz Aos juizes de direito e delega- tencioso fiscal de 1." instan-
dos do procurador regio. cia, commandante das forças
Secretarios dos tribunaes com- Ao procurador regio da respec- da guarda fiscal e autoridades
merciaes de Lisboa e Porto. tiva relação. judiciaes, policiaes, sanitarias
Sub-delegados cios procuradores Ao respectivo delegado do pro- e municipaes.
régios nos julgados munici- curador regio e ao procurador Auditores dos Tribunaes do Con- Idem e auditor do Tribunal Su-
paes. regio junto da respectiva re- tencioso Fiscal de 1." Instancia perior do Contencioso Fiscal.
lação. Inspector geral do serviço te- Aos directores das alfandegas e
Secretarios das Relações de Lis- Aos juizes de direito, escrivães chnico das alfandegas. auditores dos tribunaes do
boa, Porto e Açores. cle direito, Procuradoria Geral contencioso fiscal.
da Coroa, presidente da res Commandantes das forças da A todas as repartições, funccio-
pectiva relação, procuradores guarda fisoJ. narios e autoridades.
régios e aos escrivães de fa Delegado do Thesouro Idem.
zenda os mappas mensaes de Escrivães de fazenda Idein.
contribuição de registo. Recebedores dos concelhcs e Ao Tribunal de Contas, Direcção
Escrivães de direito Aos secretarios das relações, se- bairros. Geral dos Correios e Telegra-
cretario do Supremo Tribunal phos, escrivães de fazenda, de-
de Justiça e encarregados do legados do thesouro, recebe-
registo criminal. dores, agencias do Banco de
Encarregados do registo crimi- Aos juizes e escrivães de direito Portugal como caixa geral do
nal. e aos delegados do procurador Thesouro, e aos contribuintes
regio. os avisos antes da abertura
Directores dos postos antliropo- Ao director geral dos negocios dos cofres e depoÍB de encer-
metricos cle Lisboa e Porto. de justiça, procuradores ré- rados.
gios, directores das peniten- Agencias do Banco de Portugal Direcção Geral da Thesouraria
ciarias, juizes de direito e de- como caixa geral do Thesouro do Ministerio da Fazenda, Di-
legados do procurador regio. recção Geral dos Correios e
Parochos das freguesias do con- Aos prelados, administradores de Telegraphos, escrivães de fa-
tinente e ilhas. concelhos, curador geral dos zenda, delegados do thesouro
orfàos, escrivães de fazenda, e recebedores.
presidentes das commissões de Inspecção Geral do Thesouro . . A todas as repartições, funccio-
recenseamento, juizes de di- narios e autoridades.
reito, parochos, inspectores e Inspecção Geral dos Impostos. . Idem.
sub-inspectores de instrucção Inspectores superiores e inspec- Idem.
primaria. tores dos impostos.
Junta da Bulla da Santa Cru- A todas as repartições, funccio- Encarregados das secções e do Idem.
zaria. narios e autoridades. serviço volante de impostos.
Presidentes doa Cabidos das Sés Idem. Encarregados dos concelhos.... Aos inspectores dos districtos e
Cathedraes. aos encarregados das secções
Autoridades judiciaes portugue- As autoridades judiciaes de Es- , e concelhos.
sas. panha. Autoridades civis superiores por- As autoridades civis superiores
tuguesas da fronteira. espanholas da fronteira.
Ministerio dos Negocios da Fazenda Conselho superior do cadastro A todas as repartições, funccio-
predial. narios e autoridades.
Secretaria Gerat A todas as repartições, funccio- Commissões avaliadoras dos pre- Ao Conselho Superior do Cadas-
narios e autoridades. dios urbanos. tro Predial, ao delegado do
Directores geraes e chefes das Idem. thesouro e aos escrivães de
repartições do Ministerio. fazenda dos respectivos con-
Chefes das repartições de conta- Idem. celhos.
bilidade uos diversos Ministe- Casa da Moeda e Papel Sellado. A todas as repartições, funccio-
rios. narios e autoridades.
Direcção Geral de Contabili- Idem e aos particulares os exem-
dade. plares do orçamento e das con-
tas geraes do Estado. Ministerio dos Negocios da Guerra
Tribunal de Contas A todas as repartições, funccio-
narios e autoridades. Director geral e chefes de repar- A todas as repartições, funccio-
Junta do Credito Publico Idem. tição da direcção geral. narios o autoridades.
Caixa Geral dc Depositos e Ins- Idem. Chefe do gabinete e ajudante de Idem.
tituições de Previdencia. campo do ministro.
Administração Geral das Alfan- Idetn. Commandantes das divisões mi- Idem.
degas. litares territoriaes.
25
1905 Junho '.>
Commandantes das brigadas.... A todas as repartições, funeeio Directores geraes e chefes de A todas as repartições, funccio-
narios e autoridades. repartição do Ministerio. narios e autoridades.
Officiaes dos estados maiores das Idem. Majoria General da Armada . .. Idem.
divisões e brigadas. Inspecção Geral de Fazenda do Idem.
Governador do campo entrinchei- Idem. Ultramar.
rado de Lisboa e officiaes do Direcção dos Caminhos de Ferro Idem.
respectivo estado maior. Ultramarinos.
Commandantes dos sectores de Idem. ' Presidente da Commissão Cen- Idem.
defesa. tral de Pescarias.
Commandantes do serviço de tor- Idem. Commandante do corpo de ma- Idem.
pedos. rinheiros.
Generaes inspectores e officiaes Idem. Chefes dos departamentos mari- Idem.
do respectivo estado maior. timos.
Comma ndantes militares dos Aç/o - Idem. Inspecção do Serviço de Soccor- Idem.
res e Madeira. ros a Naufragos.
Governadores das praças de guer- Idem. Commandante da Escola Pratica Idem.
ra e respectivos majores de de Artilharia Naval.
praça. Commandante da esquadrilha fis- Idem.
Presidente e secretario do supre- Idem. cal da costa.
mo conselho de justiça militar. Commandante da lancha Rio Mi- Idem.
Presidentes, auditores, promoto- Idem. nho.
res, defensores e secretarios Commandantes das escolas de Idem.
dos conselhos de guerra terri- alumnos marinheiros.
toriaes. Commandante da Escola Pratica Idem.
Officiaes da policia judiciaria.. . Idem. de Torpedos e Electricidade.
Presidentes e secretarios do con- Idem. Capitães de portos Idem.
selho superior de promoções e Delegados maritimos Idem.
das diversas commissões mili- Commandantes dos navios esco- Ao director geral de marinhii.
tares. las de marinheiros.
Directores, chefes do estado maior Idem. Director da Cordoaria Nacional Idem.
e chefe das repartições das di- Director do Hospital da Marinha. Idem.
recções geraes do serviço do Commandantes das divisões na- Idem e ao chefe do estado maior
estado maior e das demais ar- vaes. general.
mas. Commandantes das estações na- Idem.
Inspector, sub inspector e chefe Idem. vaes.
de serviço da inspecção geral Commandantes dos navios soltos Idem.
dos telegraphos militares. Commandantes dos navios depo- Idem.
Director do deposito de material liem. sitos.
de guerra. Chefes de faroes Aos chefes dos departamentos
Inspectores do serviço de saude Idem maritimos.
Inspectores de engenharia e ar- Idem. 5." Repartição da Direcção Ge- A todas as repartições, funccio-
tilharia. ral de Marinha. narios e autoridades e aos par-
Directores dos estabelecimentos Idem. ticulares os avisos relativos ao
fabris. serviço de faroes.
Chefes das secções de material Idem. Encarregado do deposito de car- A todas as repartições, funccio-
de guerra. tas e instrumentos náuticos. narios e autoridades.
Caserneiros Idem. Deposito de praças do ultramar Idem.
Commandantes, immediatos e of- Idem. Conselhos de guerra de marinha Idem.
ficiaes de inspecção dos diver- Hospital Colonial Idem.
sos corpos de tropas. Escola de Medicina Tropical. .. Idem.
Commandantes das companhias Idem.
de reformados. Ministerio dos Negocios Estrangeiros
Commandantes de quaesquer for- Idem.
ças em marcha ou destacados. Secretaria Geral A todas as repartições, funccio-
Commandantes dos districtos de Idem. narios e autoridades.
recrutamento e reserva. Directores geraes e chefes de re- Idem.
Chefes dos serviçjs de recruta- Idem. partição do Ministerio.
mento de animaes e vehiculos. Autoridades judiciaes de Espa- As autoridades judiciaes de Por-
Director da manutenção militar Idem. nha. , tugal.
Chefe do serviço de transportes. Idem. Autoridades superiores civis e As autoridades superiores civis
Chefe da secção de fardamento.. Idem. militares espanholas da fron- e militares portuguesas da
Chefe da agencia militar Idem. teira. fronteira.
Escola do Exercito Idem.
Real Collegio Militar A todas as repartições, funcciona- Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria
rios, autoridades e aos chefes
de familia as relações de apro- Secretaria Geral. A todas as repartições, funccio-
veitamento e procedimento dos narios e autoridades.
respectivos alumnos. Directores geraes, directores de Idem.
Escolas praticas de engenharia, A todas as repartições, funccio- serviço e chefes de repartição.
artilharia, cavallaria e infan- narios e autoridades, Direcção Geral dos Correios e
taria. Telegraphos e suas dependen- Idem e a particulares.
Director da carreira de tiro de Idem. cias.
Lisboa. Inspecção Geral dos Telegraphos Idem, idem.
Commandantes do presidio mi- Idem. e Industrias Eléctricas e suas
litar, do deposito disciplinar dependencias.
e das casas de reclusão. 3.° Repartição da Direcção Ge- A todas as repartições, funccio-
Directores dos hospitaes milita- Idem. ral de Obras Publicas. narios e autoridades e aos con-
res. cessionarios de minas e aguas
Commandante do hospital de in- Idem. medicinaes.
validos militares. Presidente e Secretario do Con- A todas as repartições, funccio-
Director gerente e fiscal do go- Idem. selho Superior de Obra3 Pu- narios e autoridades.
verno junto da cooperativa blicas e Minas.
militar. Conselho de Administração dos Idem.
Autoridades militares superio- Às autoridades militares supe- Caminhos de Ferro do Estado.
res portuguesas da fronteira. riores espanholas da fronteira. Engenheiros inspectores geraes A todas as repartições, funccio-
e inspectores- narios e autoridades.
Ministério dos Negocios da Marinha e Ultramar Presidente da commissão do ser- Idem.
viço geologico.
Secretaria Ge.'al A todas as repartições, funccio- Presidente do conselho] dos me- Idem.
narios e autoridades. lhoramentos sanitarios.
Junho .0 256 1905
Chefes de circunscrição dos me- A todas as repartições, funccio- Syndicatos agricolas Ao Ministerio das Obras Publi-
lhoramentos sanitarios. narios e autoridades. cas, Commercio e Industria,
Presidente do conselho dos mo- Idem. as copias autenticas das escri-
numentos nacionaes, e vogaes turas da sua constituição, apre-
technicos da commissão execu- sentadas nos termos regula-
tiva do mesmo conselho. , mentares.
Director da fiscalização dos ca- Idem. Adegas sociaes A Direcção Geral de Agricultura,
-niinhos de ferro. inspectores das adegas sociaes
Presidente e secretario da com- A Direcção Geral das Obras Pu- e agronomos dos respectivos
missão de verificação de resis- blicas, Direcção de Obras Pu- , districtos.
tência de pontes e construcções blicas e de Serviços Especiaes, Inspectores das regiões agronó- A Direcção Geral de Agricul-
metallicas. e diversos funccionarios. micas do norte, centro e sul. tura e repartições, funcciona-
Engenheiros directores de obras As autoridades, Direcção Geral rios e autoridades da sua de-
publicas, de serviços fluviaes das Obras Publicas e Minas, pendencia, administrativas, ju-
e maritimos e de obras espe- 9." Repartição da Direcção diciaes e fiscaes.
ciaes. Geral de Contabilidade Pu- Inspectores dos serviços chimico- Idem.
blica, e funccionarios depen- agricolas.
dentes da direcção e caminhos Inspector das epiphytias Idem.
, de ferro. Inspectores das regiões pecuarias Idem.
Engenheiros chefes de secção de As autoridades, director e func- do norte e sul.
obras publicas, serviços flu- cionarios da direcção. Inspector dos serviços florestaes Idem.
viaes e maritimos e de obras Inspector geral dos vinhos e
especiaes. azeites. Idem.
Architectos As autoridades, direcções de Inspector technico das farinhas
obras publicas e funccionarios e do pão. Idem.
da direcção que servem sob as Inspector extraordinario dos ser-
suas ordens. viços de fiscalização e auten- Idem.
Conductores dc obras publicas, Idem. ticação de adubos.
chefes de secção e chefes de Inspector dos serviços da fiscali- Idem.
trabalhos. zação da venda e transporte
Apontadores de obras publicas, Idem. de adubos.
servindo de chefes de traba- Inspector das estações agricolas Idem.
lhos ou á testa de partidos. de destillação.
Chefes de conservação dc estra- As autoridades superiores hierar- Inspector dos serviços aquicolas. Idem.
das e de serviços fluviaes e ma- chieas e pessoal sob as suas Directores das estações de fo- Idem.
ritimos. , ordens. mento agricola.
Cantoneiros de estradas, rios e As autoridades e chefes de con- Director da estação agronomica Idem.
valias. servação. de Lisboa.
Pagadores de obras publicas.... Ao chefe da 9." Repartição da D ctores dos laboratórios chi- Idem
Direcção Geral de Contabili- mico agricolas do Porto e
dade Publica, direcção das Evora.
obras publicas onde serve e Director do laboratorio geral de Idem.
seus funcionários, pagadores, analyses chimico-fiscaes.
empreiteiros e fornecedores. Director dos serviços de sanidade Idem.
Engenheii03-ehefes de circuns- As autoridades, chefe da Reparti- pceuaria de Lisboa.
crições mineiras. ção de Minas, concessionarios Director das missões oenotech- Idem.
de minas e aguas medicinaes nieas.
e funccionarios. Director dos serviços da carta Idem.
Engenheiros, chefes de secção ou Idem. agricola.
zonfs mineiras. Director dos serviços agrolo- Idem.
Conductores de minas,em serviço As autoridades, chefes de cir- gicos.
nas circunscrições mineiras, e cunscrição mineira e diversos D.rector do Instituto de Agrono- Idem. .
fiscalização da lavra das pe- funccionarios. mia e Veterinaria.
dreiras. D i-(ctor da Escola Nacional de Idem.
Director dos serviços chimicos e A Direcção Geral de Obras Pu- Agricultura.
metallurgicos, de pesquisa, ex- blicas e Minas. Director da escola de Regentes Idem.
ploração e fiscalização de aguas. Agricolas Moraes Soares.
Inspector da lavra das pedreiras As diversas autoridades e func- Director da Escola Pratica de Idem.
no districto de Lisboa. cionarios. Agricultura da Lousada.
Director do Museu Ethnologico A todas as repartições, funccio- Director da Escola Profissional Idem.
Português. narios e autoridades. Agricola de Faro.
Direcção Geral do Commercio e Idem e ás associações de classe, Director da Coudelaria Nacional Idem.
Industria. commerciaes, industriaes e Director da Estação Zootechnica Idem.
agricolas, associações de soc- Nacional.
corros mutuos, e os estatutos Director da Escola Profissional Idem.
devolvidos aos installadores Agricola de Alter do Chão.
dos syndicatos agricolas, nos Director da Escola Agricola do Idem.
termos regulamentares. Rio Ave.
Directores dos institutos indus- A todas as repartições, funccio- Presidente da Commissão Te- Idem.
triaes e commerciaes. narios e autoridades. chnica dos Methodos Chimico-
Directores das escolas indus- Idem. Analyticos.
triaes e de desenho industrial. Presidente do conselho do Mer- Idem.
Diruetoros dos museus indus- Idem. cado Central dos Productos
triaes e commerciaes de Lisboa Agricolas e da commissão di-
e Porto. rectora.
Inspector do ensino elementar Idem. Presidentes das delegações do Idem.
industrial e commercial. Mercado Central dos Produc-
Engenheiros chefes das circuns- Idem e aos directores ou geren- Agricolas.
crições dos serviços technicos tes das fabricas. Presidentes das administrações Idem.
da industria. dos armazens geraes agrico-
Encarregados do serviço da 5." Aos directores ou gerentes das las.
secção industrial. fabricas. Presidentes dos conselhos dis- Idem.
Os syndico* das camaras de cor- A qualquer repartição depen- trictaes de agricultura.
retores de qualquer das bolsas dente dos Ministerios das Presidente da Commissão Geral Idem.
ou quem cs substitua. , Obras Publicas e da Fazenda. de Cultura de Tabaco no
Associações de soccorros mutuos A Direcção Geral do Commercio Douro.
e Industria, e ás mais autori- Intendentes de pecuaria e auxi- Idem.
dades administrativas do dis- liares.
tricto em que tenham a sua Delegados de sanidade pecuaria Idem,
sede. de Lisboa.
1905 25Y Junho 26
ao respeito devido á religião, leis e estilos do reino, que 1.° São nomeados p a r a compor, n a p r e s e n t e epoca, os
as municipalidades m a n t e n h a m n a decorosa celebração j u r y s d e e x a m e s de instrucção s e c u n d a r i a , r e q u e r i d o s pe-
d a q u e l l a solemnidade o cuidado que por direito lhes com- los alumnos do periodo transitorio, nos lyceus do c o u t i '
pete, sem prejuizo q u e r da j u r i s d i ç ã o ecclesiastica dos n e n t e do reino, os lentes e professores m e n c i o n a d o s n a r e -
prelados, quer das attribuições da autoridade administra lação a n n e x a , que faz p a r t e d'esta p o r t a r i a .
tiva em m a t e r i a de policia, como se advertiu na p o r t a r i a 2.° O serviço dos e x a m e s não dispensa os lentes e pro-
de 23 de maio de 1854 e no despacho de 25 de abril de fessores do serviço dos estabelecimentos a que p e r t e n c e m .
1893, publicado no Annuario da D i r e c ç ã o Geral de Admi- § unico. D e v e p o r e m o b s e r v a r se o p r e c e i t u a d o nos
nistração Politica e Civil: § § 1.° e 2.° do artigo 51. 0 do r e g u l a m e n t o de 14 de agosto
O mesmo Augusto S e n h o r assim o m a n d a d e c l a r a r p a r a de 1895.
conhecimento das c a m a r a s municipaes, cujas omissões 3.° Se por q u a l q u e r motivo de f o r ç a maior, legal e j u s -
neste assunto devem pois as estações t u t e l a r e s s u p p r i r nos tificado, faltar algum dos lentes ou professores nomeados,
termos legaes. o reitor do lyceu onde se der a falta p r o v i d e n c i a r á p a r a
Paço, em 26 de j u n h o de 1 9 0 5 . — Eduardo José Coelho. que não h a j a i n t e r r u p ç ã o , c h a m a n d o professor que r e ú n a
D. do G. n.° 142, de 27 de junho de 1905.
as condições, e dando logo p a r t e ao G o v e r n o .
4.° Aos reitores dos lyceus incumbe vigiar e fiscalizar
o serviço dos e x a m e s por modo que s e j a m fielmente c u m -
p r i d a s as disposições legaes e r e g u l a m e n t o s em vigor.
Direcção Geral d aInstrucção Publica P a ç o , em 26 de j u n h o de 1905 = Eduardo José Coelho.
D. do G. n.° 142, de 27 de junho de 1905.
3. a Repartição
Sua M a j e s t a d e E l - R e i , tendo em vista o disposto nos
artigos 63.°, § unico, e 180.° e seus p a r a g r a p h o s do re-
gulamento de 14 de agosto de 1 8 9 5 : h a p o r bem deter-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
minar o seguinte:
Direcção Geral dos Negocios d e Justiça
1.° São nomeados p a r a presidentes dos j u r y s de ins-
t r u c ç ã o secundaria dos e x a m e s de saida do curso g e r a l e
do curso complementar, n a p r e s e n t e epoca e nos lyceus
2, a Repartição
do continente do reino, os lentes de instrucção superior
T e n d o u m a longa pratica d e m o n s t r a d o a n e c e s s i d a d e
designados n a relação a n n e x a á presente p o r t a r i a ; nas
de se p r o c e d e r á revisão d a actual tabella dos emolumen-
ilhas o reitor ó o p r e s i d e n t e ;
tos e salarios judiciaes, de modo a t o r n a r as suas v e r b a s
2.° O j u r y de qualquer dos e x a m e s de saida constitue-se mais proporcionadas e equitativas, e a h a r m o n i z a r as suas
com os professores da respectiva classe; disposições com as alterações que teem sofirido a organi-
3.° Se om algum lyceu do continente do reino ou das zação dos serviços judiciaes e os actos de processo a q u e
ilhas se reconhecer que um j u r y não é bastante p a r a os r e s p e i t a m : ha por bem S u a M a j e s t a d e EI Rei, pela Secre-
e x a m e s ficarem concluídos no p r a z o legal, os reitores da- taria de E s t a d o dos Negocios Ecclesiasiicos e de J u s t i ç a ,
rão d'isso immediato conhecimento á Direcção Geral de nomear u m a commissão composta do Conselheiro Antonio
Instrucção Publica, p a r a serem adoptadas as necessarias Carlos Cardoso Pinto Osorio, juiz conselheiro do S u p r e m o
providencias; T r i b u n a l de J u s t i ç a ; B a c h a r e i s F r a n c i s c o A u g u s t o das
4." Os e x a m e s começarão no dia marcado nos editaes Neves e Castro e Manoel Alves da Silva, J u i z e s de 2 . a
das reitorias, o b s e r v a d a s as prescrições do r e g u l a m e n t o e i n s t a n c i a ; Conselheiro J o a q u i m F e r r e i r a de Pina Callado
as instrucções que f o r a m dadas aos reitores em officios- e B a c h a r e l Antonio F e r r e i r a A u g u s t o , j u i z e s de direito
circulares da Direcção G e r a l da I n s t r u c ç ã o Publica dc de l . a i n s t a n c i a ; Bacharel J o ã o Alfredo A n t u n e s de Ma-
24 de maio de 1900 e 30 cle maio de 1 9 0 2 ; cedo Santos, delegado do p r o c u r a d o r r e g i o ; B a c h a r e i s
5." Os presidentes dos j u r y s vencerão a gratificação e A l b e r t o Cardoso de Menezes e J o s é Maria Vilhena B a r -
abonos que lhes estão estabelecidos na lei e regulamento bosa de Magalhães, advogados ; José Heliodoro dos R e i s
da instrucção secundaria. e Sousa, contador, e L u i s M a r i a de F r e i t a s , escrivão de
Paço, em 26 de j u n h o de 1 9 0 5 . = E d u a r ã o José Coelho. direito, servindo o primeiro de p r e s i d e n t e e o ultimo de
D. do G. n.° 112, de 27 do junho do 1905. secretario, p a r a proceder a essa revisão, confiando o m e s -
mo A u g u s t o S e n h o r do reconhecido zêlo, m u i t a illustração
e p r o v a d a intelligencia dos nomeados o bom e b r e v e de-
sempenho d'este encargo.
Nos termos da p o r t a r i a de 12 do corrente, Sua Majes- Paço, em 26 de j u n h o de 1905. = Arthur Pinto de Mi-
t a d e El-Rei ha por b e m d e t e r m i n a r : randa Montenegro.
1.° Q u e o j u r y dos e x a m e s de saida do curso geral do D. do G. n.° 142, de 27 de junho do 1905.
L y c e u de Chaves, na p r e s e n t e epoca, s e j a constituido pelo
lente de instrucção superior e pelos professores de ins-
trucção secundaria designados n a relação a n n e x a a esta
portaria; MINISTERIO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS
2." O presidente e os vogaes d'este j u r y vencerão os
abonos o gratificações que estão estabelecidos na lei e re- Direcção Geral dos Negocios Commerciaes
gulamentos dc instrucção secundaria. e Consulares
Paço, cm 26 de j u n h o de 1 9 0 5 . = E d u a r d o José Coelho.
L>. do G. n.° 1 42, do 27 de junho de 1905. l . a Repartição
P o r nota de 15 do corrente, communicou a esta Secre-
taria de E s t a d o o Conselho F e d e r a l Suisso a adhesao, a
S u a M a j e s t a d e El-Rei, tendo em vista as propostas que p a r t i r de 1 de j u l h o proximo f u t u r o , da colonia italiana
lhe foram presentes, na conformidade do disposto no § 5.° do E r y t t r e a ao accordo de W a s h i n g t o n de 15 de j u n h o d e
do decreto de 26 de outubro de 1888 : ba por bem deter- 1897, relativo ao serviço de vales do correio, limitado
minar o seguinte: p o r e m ás estações postaes de A s m a r a , A s s a b , C h e r e n e
25
1905 Junho '.>
M a s s u a h e á de À g o r d a t no que diz respeito ás suas re- 6 por cento, pago aos s e m e s t r e s , nos dias 1 de janeiro e
lações com o S u d ã o E g y p e i o . 1 de j u l h o de cada anno, sendo o capital reembolsável ao
O que se faz publico p a r a os devidos effeitos. p a r por meio de s o r t e i o ;
D i r e c ç ã o G e r a l dos Negocios C o m m e r c i a e s e Consula- Visto o balanço da m e s m a c o m p a n h i a , referido ao dia
res, em 2 6 de junho de 1 9 0 5 . = Eduardo Montufar Bar- 31 de maio findo, fechado em 14 d e j u n h o c o r r e n t e ;
reiros. Visto o disposto nos artigos 42.° e 43.° dos seus esta-
D. do G. n.° 145, do 3 do julho do 1905. tutos, approvados por a l v a r á dc 2 de j u l h o de 1891 :
H a por bem autorizar a nova emissão p e d i d a de 1 0 : 0 0 0
obrigações, em harmonia com o p r o g r a m m a que acompa-
nhou o officio do g o v e r n a d o r da r e f e r i d a companhia de 14
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA de j u n h o corrente, com as seguintes c l a u s u l a s :
1. a Logo que dos respectivos balanços m e n s a e s conste
D i r e c ç ã o G e r a l da C o n t a b i l i d a d e P u b l i c a que as obrigações em circulação r e p r e s e n t e m a i m p o r t a n -
cia fixada no artigo 43.° dos estatutos da companhia, to-
2,a Repartição dos os titulos d'esta n a t u r e z a existentes em c a i x a , c u j a
emissão esteja autorizada, mas não e s t e j a m negociados,
Não tendo sido ainda votado pelo P a r l a m e n t o o projecto serão inutilizados, ou, quando não c o n v e n h a p r o c e d e r p o r
de lei fixando as receitas e despesas do E s t a d o no exer- esta forma, será reforçado o capital realizado, f a z e n d o os
cicio de 1 9 0 5 - 1 9 0 6 : m a n d a S u a M a j e s t a d e El-Rei, pela accionistas da companhia novas e n t r a d a s , por conta das
Direcção Geral da Contabilidade Publica, declarar a todas acções emittidas, por modo que entre este capital e as
as estações onde se a r r e c a d a m e escrituram receitas ou obrigações em circulação se m a n t e n h a s e m p r e a propor-
f u n d o s do E s t a d o , se o r d e n a m ou realizam despesas ou ção exigida no artigo 43.° dos estatutos, c u j a exccução
fazem pagamentos de conta do Thesouro, que, nos termos muito especialmente se r e c o m m e n d a á m e s m a c o m p a n h i a ;
do artigo 7.° da lei de 3 de abril de 1896, continuam pro-
2 . a Q u e , nos termos da carta de lei de 29 de j u l h o de
visoriamente em vigor, até resolução das Côrtes, e a da-
1899, a companhia fica obrigada a p a g a r o imposto de ren-
tar de 1 de julho de 1905 inclusive, todas as disposições
dimento de todas as obrigações q u e emittir, devendo no
da lei de 2 4 de novembro de 1904, que autorizou a co-
texto de cada titulo posto em circulação ser inscrita a decla-
b r a n ç a dos rendimentos e recursos do E s t a d o no exercicio
ração cle que os j u r o s e os coupons ficam sujeitos, em qual-
de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 e fixou as despesas do mesmo exercicio,
quer hypothese, ao p a g a m e n t o do imposto de r e n d i m e n t o ;
devendo nestes termos continuar a realizar-se a cobrança
do imposto addicional estabelecido no artigo 2.° da lei de 3 . a Q u e esta autorização não i m p o r t a , por p a r t e clo
25 d e j u n h o de 1898, declarado de execução p e r m a n e n t e Governo, n e n h u m a nova concessão ou privilegio concedido
pela lei de 5 de julho de 1900. á companhia, n e m p r o r o g a ç ã o de p r a z o da anterior e pri-
mitiva concessão.
Paço, aos 27 de j u n h o de 1905. — Manoel Affonso de
P a ç o , em 28 de j u n h o de 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão
Espregueira.
D. do G. n.° 143, do 28 dejunho de 1905. Velasques Sarmento Osorio.
O. do G. n.° 141, de 1 de julho de 1905.
Mappa das sobras dos creditos autorizados para despesas do Ministerio da Guerra, relativas aos exercicios de 1902-1903 e 1903—1904
que, por decreto d'esta data, são transferidas para o exercicio de 1904-1905
1902-1903
7.° - 1 5 . ° Companhias e estabelecimentos de saude 1:938^900
1:938^900 1:938$900 7.°-15."
1903-1904
5.» - 1 1 . ° 1791250
179$250 5.»-11.°
7."-18.° Despesas dos diversos estabelecimentos de saude 145^900
1451,900 7.° - 1 8 . °
8.°-21.» Despesas dos diversos estabelecimentos de instrucção 436$600
436^600 8.°-21.°
10.°-26.° 7 $000
7^000 10.°-26.°
12.°-31." 2100000 12.° - 3 1 . °
12.° - 32.° Lenha e luzes para os corpos de guarda, etc 12$000 12.° - 32.»
12.°-33.° Obras em quarteis 87£760 12.°-33.°
12.° - 34.° 384^630 12.»-34.°
12° -37.° 111$800 806S190 12.°-37.°
1:574,39 40
3:5131840
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA commissão m o s t r a r ã o nos trabalhos de q u e se t r a t a o seu
costumado zêlo e aptidão.
P a ç o , aos 3 de julho de 1905. = Manoel Affonso de
D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a
Espregueira.
D. do G. n.° 147, de 5 de julho de 1905.
Repartição do Trabalho Industrial
' Agueda 623|070 -5- 5970300 -0- -0- 1:2200370 180900 20 1:7500106 2:9890376
Albergaria-a-Velha . 2200000 -.0- 5080000 -5- -0- 7285000 -0- 20 1:5090413 2:2375413
Anadia 740^000 -0- 7260200 -0- -0- 1:4660200 -0- 20 2:0950426 3:5610626
Arouca 2450495 -5- 3350650 -5- -0- 5810145 -0- 20 1:3880200 1:9695345
Aveiro 6480140 -0- 1:2300000 510290 -0- 1:9290430 -0- 20 4:6755573 6:6050003
Castello de Paiva . . . 1300000 -0- 2580900 ~0- -0- 3885900 -0- 20 6000573 9895473
Espinho 365027 "0- 1650600 -0" -0- 2025227 -0- 15 6175415 8190642
Estarreja 3125000 -5- 6550750 2000570 -0- 1:1685320 -0- 20 3:9175140 5:0855460
Aveiro Feira 617047S 100000 1:2435000 -0- -0- 1:S705478 -0- 20 2:9350406 4:SO50S84
Ílhavo 1301000 -:3- 4300000 -0- -0- 5600000 -0- 20 1:5080547 2:0685547
Macieira de Cambra. 1710880 -0- 1570000 -0- -0- 3280880 -0- 20 6380566 9670446
Mealhada 180|000 -0- 3430000 520203 -0- 5750203 -0- 20 1:2890100 1:86,40303
Oliveira de Azemeis 5970670 -0- 8500000 1:1275851 -0- 2:5750521 -0- 20 2:3215540 - 4:8975061
Oliveira do Bairro . . 1890590 -0- 3840700 -0- -0- 5745290 -0- 20 1:2120493 1:7865783
Ovar 2900100 -0- 4880100 2850309 -0- 1:0630509 -0- 19,1 2:7380653 3:8020162
Sever do Vouga . . . . 1495000 2950000 -0- -0- 4445000 -0- 20 6380200 1:0820200
-0- tss>
\ Vagos 1680295 ~0- 3400000 -0- -0- 5085295 -s>- 20 1:1190600 1:6270895 <3>
Oi
5:4490345 100000 9 : 0 0 8 á> 2 0 0 1:7170223 -0- 36:1810768 180900 30:9550951 47:1590619
Aljustrel 2560500 -0- 3390000 840740 0 6805240 -0- 18,1 1:2370183 1:9175423
Almodovar 2235600 485000 2335000 -0- 125500 5170100 -0- 16,2 1:2150630 1:7325730
Alvito 2365684 -0- 1640000 -0- -0- 4005684 -0- ' 15 7785930 1:1790614
Barrancos 1770500 -0- 1170000 -0- 2940500 -0- 15 3860390 6805890
Beja 2975000 -0- 1:6720160 3175404 825500 2:3690064 -0- 16,7 4:8530258 7:2220322
Castro Verde 3600000 -5- 3210000 -0- -0- 6810000 300000 15 8950035 1:6065035
Cuba 2380500 -0- 3890000 -0- -0- 6270500 -0- 15 1:3365720 1:91540220
Beja... Ferreira do Alemtejo 1500100 -0- 4160000 -0- 145900 5815300 -.0- 15 1:7060710 2:2885010
Mertola 1945000 -0- 6920SOO -0- 255800 9125600 -0- 20 1:9770986 2:8905586
Moura 5755340 540000 9045000 -0- 210660 1:5550000 -0- 16 2:6600331 4:2155331
Odemira 1800000 450000 4730000 540480 120300 7640780 -0- 20 2:8270473 3:5920253
Ourique 1600000 -0- 3355S00 750195 -0 5700995 -0- 17,5 1:2900142 1:8615137
Serpa 4960160 -0- 7925000 -0- 410000 1:3290160 -0- 15 2:3575200 3:6865360
Vidigueira 5910500 900000 7300500 - i - 130750 1:4250750 -0- 15 1:4630880 2:8890630
Amares 1005000 -0- 1470500 -0- -0- 2475500 -0- 20 1:7520526 2:0000026
Barcellos 5370000 -0- 1:5810200 -0- -0- 2:1180200 -0- 20 6:4420786 8:5605986
Braga 4600000 1000000 3:2440000 1:0130063 3970051 5:2140114 7390300 19,8 12:5490539 18:5020953
Cabeceiras de Basto 3000000 -0- 2260000 560727 -0- 5820727 2520000 20 2:0120960 2:847*687
Celorico de Basto.. 1390740 -0- 6080000 -0- 1230260 8710000 -0- 20 2:6900160 3:5610160
Esposende 2845000 -0- 8890000 -0- -0- 1:1735000 -0- 20 1:7230886 2:8960886
Braga . Fafe 3000000 -0- 8800500 -0" -0- 1:1800500 -0- 19,6 3:6880107 4:8680607
Guimarães 5325500 -0- 2:6500000 -0- 3:1820500 3440400 16,9 9:0450899 12:5720799
Povoa de Lanhoso . 2250000 -0- 6860000 -0- 400000 9510000 20 2:3590173 3 : 3 3 0 0 ! 73
Terras do Bouro . . . 1100000 -5- 1140000 -0- 220000 2460000 -0- 20 1:0850253 1:3310253
Vieira 2203000 -0- 5585000 -0- -0- 7780000 -0- 20 2:1110080 2:8890080 o«c-
Ov
Villa Nova de Famalicão 420,5000 1:8215000 -5- -5- 2:2415500 - f - 20 3:8205933 6:0245336
Villa Verde 4145500 185000 1:0705000 -5- -5- 1:5025500 1785800 20 3:9025206 5:5835506
Albufeira 2510500 -0- 3360200 -0- -0- 5870700 -0- 15 9590975 1:5470675
-0- -0-
Alcoutim 2530900 -0- 3080600 -0- 5620500 20 7480833 1:3110333
Aljezur 1070000 2640000 -0- 190000 3900000 -- 00 -- 20 5900680 9800680
Castro Marim 1580000 -0- 2610100 -0- -0- 4190100 17 7860080 1:2050180
-0- -0- 15
Faro 3820262 1:1700400 -0- 1:5520662 60300 3:5020985 5:1510947
-0- 7660000 19,5 1:7690742 2:5350742
Lagoa 2000000 -0- 5660000 -0- -.0- -0-
Lagos 2680173 5120400 -0- -0- 7800573 -0- 15 2:0300915 2:8110488
1900000 9660000 -0- 1:1560000 -0- 15,9 3:1950231 4:3510231
Far© Loulé - 0 -
15
Monchique 1780000 - 0 - 3360000 -0- -0- 5140000 -0- 8120215 1:3260215
Olhão 4190600 - 0 - 1:1250000 770683 400000 1:6620283 -0- 15 2:2830840 3:9460123
3770850 7880000 -0- 1:3250387 -0- 18,2 3:1540156 4:4790543
Silves - 0 - 1590537
2790250 - 0 - 1:0670600 480000 1:3940850 -0- 19 3:5210301 4:9160151
Tavira -0-
950900 -0- 2780400 -.0- 3740300 -0- 20 7320406 1:1060706
Villa do Bispo -0- -0-
2310533 8680000 -0- 1:0990533 15 1:6830875 2:7830408
Villa Nova de Portimão . -0-
1970000 3120000 -0- 5090000 -0- 15 l:170âl00 1:6790100
Villa Real de Santo Antonio. -0- -0-
Alcobaça 3640263 -0- 1:2670745 -0- -0- 1:6320008 2010600 20 4:1970506 6:0310114
-0-
Alvaiázere 2120240 -0-
2540000 -0- 4660240 840000 20 1:0610613 1:6110853
Ancião 3050285 -0- 4370000 -0- -0-* 7420285 -0 - 20 1:4550313 2:1970598
Batalha. 600000 -0-
1770500 510694 -0- 2890194 -0 - 16,8 6390760 9280954
Caldas da R a i n l i a . . . 3170510 -0- 1:3020800 -0- -0- 1:6200310 -0 - 17,3 2:7510228 4:3710538
Figueiró dos Vinlios. 1430475 -í>- 2470000 -0- -S- 3900475 í -0 - 20 8950530 1:2860005
1:960®865 20 5:3345900 ' 7:2955765
5895165 -5- 2:1355766 3:697,5556
1:561$790 20
Óbidos 2305790 -5- 15 9685235 1:4585972
1025737 -5- 4905737
Pederneira 5955500 20 1:2495886 1:8455386
Pedrogam Grande 1915500 5305000 19,5 1:3085405 1:8385405
Peniche 405000 -5- 1:0505000 20 3:0785986 4:1285986
Pombal 2605000 -5- 5675'.91 20 1:4495900 2:016i>991
Porto de Mós 1865091 -5-
515694 11:8965495 2855600 26:5275028 38:7095123
3:0035056 -5-
Transporte — Ri- 2:0980308 68.5000 S:33907OO - í > - 2010000 10:7070008 8330350 15:9300849 27:4710207
.Marco de Canavezes 4400000 1:7345000 - 0 - 370500 2:2110500 840000 20 2:3490493 4:6440993
Paços de Ferreira 1800000 5980500 - 5 - 455000 8230500 - 0 -
20 1:0090780 1:8335280
Paredes 5420295 1:1875000 1625689 420350 1:9345334 - 0 - 20 1:4840260 3:4180594
Penafiel 5850000 - 0 - 2:5500000 -5- 680250 3:2030250 - 0 - 20 4:6980100 7:9015350
Porto 1:7570580 - 0 - (a) 9:2190940 1:2225810 -5- 12:2000330 105500 15 86:4160835 98:6270665
Porto. Povoa do Varzim 2750000 600000 1:0880000 - 0 - 1200000 1:5430000 - 0 - 20 2:7990380 4:3425380
Santo Tirso 5105000 1:2200000 -5- 1270000 1:8570000 2100000 20 4:2395186 6:3060186
Vallongo 1200000 5440000 - 0 - 6640000 20 1:2240786 1:8880786
Villa do Conde 3000000 260000 1:5800000 965000 2:0025000 1645650 20 3:5695873 5:7365523
1:1355000 1445000 3:8520500 5:1310500 630000 15 11:8630785 17:0580285
Villa Nova de Gaia
7:9430183 2985000 31:9135640 1:3830499 7370100 42:2770422 1:3650500 135:5860327 179:2290249
Arcos de Valle de Vez 3000000 -0- 1:1320400 1:4320400 17,2 4:1040441 5:53B0S41
Caminha 3000000 - 0 - 4230400 970330 1550760 9760490 20 1:8590740 2:8365230
Melgaço 2100000 - 0 - 4590000 -5- 6690000 20 1:8920713 2:5615713
Monção 4140000 - 0 - 6940000 1575927 1:2650927 -5- 20 2:9295140 4:1950067
Paredes de Coura 1800000 -5- 6770000 - 0 - 8570000 20 1:3160566 2:1735566
Vianna do Castello / Ponte da Barca 2500000 - 0 -
3180000 51091.9 6190919 20 1.-92I0-Í2O 2:54)0139
Ponte do Lima 3600000 505000 9900000 800264 1:4800264 - 0 - 20 4:9940820 6:4755084
- 0 -
Valença 4000000 - 0 - 7140000 130540 1:1275540 - 0 - 20 2:3270740 3:4550280
Vianna do Castello. . . 1:0025000 555000 2:1505000 885094 3:2955094 17$ 5 500 19,7 9:192i611 12:6660205
Villa Nova da Cerveira 1200000 - 0 - 2540400 3745400 20 1:1170013 1:4910413
:5365000 1055000 7:8120200 4750534 1690300 12:0985034 1780500 31:6565004 43:9320535
(a) Para completar a quantia de 96:000^000 réis, mandada entregar no fundo da instrucção primaria por decreto de 19 de julho de 1892.
(ò) Verba fixada por despacho ministerial de 26 de abril de 1904, nos termos do decreto de 1 de agosto de 1903, e com a deducção autorizada por despacho, tambem ministerial, de 27 de julho de 1900.
l. a Repartição •
A t t e n d e n d o ao q u e m e r e p r e s e n t o u a c o m m i s s ã o a d m i -
n i s t r a t i v a do A s y l o P e d r o V e r d i a l , do P e s o d a R e g u a ; e
V i s t a s a s i n f o r m a ç õ e s officiaes e o d i s p o s t o n o a r t i g o U s a n d o d a a u t o r i z a ç ã o c o n c e d i d a ao G o v e r n o pelo a r -
4 3 8 . ° do C o d i g o A d m i n i s t r a t i v o : t i g o 1.° d a c a r t a d e lei d e 2 1 d e s e t e m b r o d e 1 8 9 7 , e to-
H e i por bem approvar o quadro dos e m p r e g a d o s exter- mando em consideração as informações que m e foram pre-
n o s do s o b r e d i t o a s y l o , o q u a l fica c o n s t i t u i d o p o r u m fa- s e n t e s : h e i p o r b e m d e c r e t a r q u e os d i s t r i c t o s d e j u i z o s
c u l t a t i v o , u m capellão e u m e s c r i t u r á r i o , os dois p r i m e i r o s cle p a z d a s c o m a r c a s do d i s t r i c t o a d m i n i s t r a t i v o a b a i x o d e -
c o m o v e n c i m e n t o a n n u a l de lOO.jíOOO r é i s c a d a u m e o s i g n a d o s e j a m fixados n o s t e r m o s do m a p p a a d j u n t o , q u e
t e r c e i r o com o d e 80$000 réis. f a z p a r t e i n t e g r a n t e d ' e s t e d e c r e t o e v a e a s s i n a d o p e ! o Mi-
n i s t r o e S e c r e t a r i o d e E s t a d o dos N e g o c i o s E c c l e s i a s t i c o s
O M i n i s t r o e S e c r e t a r i o cle E s t a d o d o s N e g o c i o s do R e i n o
e de Justiça, que assim o tenha entendido e faça executar.
assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em 4 de
j u l h o d e 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho. Paço, em 4 d e j u l h o de 1905. = R E I . — Arthur Pinto
de Miranda Montenegro.
D. do G. n.° 150, de 8 dejulho de 1905.
M a n i q u e do I n t e n d e n t e .
Peral.
Julho 4 276 1905
Denominação Denominação
e sede dos districtos de pa/. Freguesias do que se compõem Freguesias de que se compõem
e sedo dos districtos de paz
Coruche.
Erra.
Í Pernes.
Vaqueiros.
Í
Mato.
S. Torquato. Santarem (Marvilla)
Couço.
Couço. Peso.
Santa Justa. Santa Iria da Ribeira de Santarem.
Comaroa Santarem
de Thomar (Marvilla).
Santarem (S. Nicolau).
Comarca da G o l l e g ã Areias.
Santarem (S. Salvador). v
Azinhaga. Azinhaga.
Atalaia.
Areias.
Í
Chãos.
Valle de Santarem.
Pias.
Vai-zea.
(Asseiceira.
Barquinha. Asseiceira • Beberriqueira.
Barquinha Paio de Pelle. (Paialvo.
Tancos.
ÍBeco.
Chamusca. Beco . . (Dornas.
Chouto. (Paio Mendes.
Chamusca Pinheiro Grande.
Ulme. Alviobeira.
Casaes
Casaes.
Valle de Cavallos.
Gollegã Bezelga.
Gollegã. Commenda. Carregueiros.
Sabacheira.
Comaroa de Mação
Aguas Bellas.
/Aboboreira. Ferreira do Zezere. Ferreira do Zezere.
I Amendoa. Igreja Nova.
IBelver.
(Cardigos. Junceira.
Mação. /Carvoeiro, Olalhas . Olalhas.
j Envendos. Serra.
ÍEsteval.
I Mação. Madalena.
IPenascoso. Thomar.
Thomar.
S. João da Ribeira.
/Arruda dos Pisões
l Azambujeira.
/Marmeleira.
( Monsanto.
Parceiros da Igreja.
IOuteiro da Cortiçada. Zibreira.
Assentiz.
Í
IS. João da Ribeira. Chancellaria.
Paço ,
Olaia.
Comaroa de S a n t a r e m iPaeo.
I '
Broqueira.
I Abrãa. Lapas.
i Alcanede. Pedrogam.
Alcanede (Amiães do Baixo.
I Azóia de Cima. Torres Novas v(Sauta Maria) . . fôibeira ® r a n c % , , ,
' \Torres Novas (Salvador).
(Tremês. Torres Novas (Santa Maria).
I Torres Novas (SantTago).
f Aclieto. Torres Novas (S. Pedro).
I Alcanhões.
1 Azóia de Baixo. Comarca de Villa N o v a de Ourem
AloíMihõe* (Pombalinho.
1 Povoa dos Gallegos. (Formigues (S. Viceúte).
|S. Vicente do lV.nl. NÍainlM * Freixianda.
1 V••!!.< d-. KÍÍ--M.-M I Rio de ("'oiro»
1905 277 Junlio VI
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal hei por bem determinar, conformando-me com o parecer
Administrativo acerca do recurso n.° 12:470, cujo recor- do Conselho Superior de Obras Publicas e Minas, que o
rente é Caetano Marques de Amorim, e recorrido o Mi- i director das obras publicas do districto de Vianna do
nistro e Secretario de Estado dos Negocios da Marinha Castello faça proceder á construcção do lanço da estrada
e Ultramar, e de que foi relator o Conselheiro, vogal districtal n.° 1, Caminha pela Portela de Alvito a Mon-
effectivo, Eduardo José Segurado: ção e Melgaço, comprehendido entre Cachamundinho e
Mostra-se quo o presente recurso vem interposto da Fulão, e autorizar o mesmo funccionario a despender, no
portaria de 11 de novembro cle 1904, expedida pela Se- corrente anno economico, a quantia de 1:000$000 réis.
cretaria de Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar, O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
que transferiu o recorrente do logar de chefe de secção Fazenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Nego-
cle agrimensura da provincia de Moçambique para o logar cios das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o
de chefe da Repartição Technica da Direcção das Obras tenham entendido e façam executar. Paço, em 4 de julho
Publicas da mesma provincia : de 1905. = R E l . — Manoel Affonso de Espregueira —
O que visto e a resposta do Ministerio Publico; D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Considerando que o Supremo Tribunal Administrativo D. do G. 11.° 100, de 20 dejulho de 1905.
não tem competencia para conhecer da materia d'este re-
curso, em vista do que está preceituado no n.° 6.° do ar-
tigo 352." do Codigo Administrativo:
Attendendo ao que me representou a Camara Municipal
Piei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
do concelho do Alandroal, e tendo-se aberto o inquerito
rejeitar o recurso por iIlegalmente interposto.
e instaurado o processo indicado no decreto de 3 de no-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
vembro de 1882: hei por bem determinar, conformando-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
me com o parecer do Conselho Superioi; de Obras Publi-
tar. Paço, em 4 dejulho de 1905. = REI. = Manoel An-
cas e Minas, que no numero das estradas municipaes de
tonio Moreira Júnior.
D. do ei. n.° í.iíi, de 15 dejulho de 1905.
2. a classe do districto de Evora seja incluida a seguinte
estrada:
Canto da Estalagem, na Praça do Principe da Beira, a
Fonte do Telheiro (estrada districtal n.° 174), suburbios
MINISTÉRIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA da villa do Alandroal.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Direcção Geral das Obras Publicas e Minas Reino e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
Repartição de Obras Publicas nham entendido c façam executar. Paço, em 4 de julho
Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 de abril de 1896 cle 1905. =•—; REI. =— Eduardo José Coelho —D. João de
e dos n.°8 1.° e 2.° do decreto do 24 de setembro de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
1898: hei por bein determinar, tendo ouvido o Conselho D. do G. n.° 100, de 20 dejulho de 1905.
Superior cle Obras Publicas e Minas, que o director das
obras publicas do districto de Santarem faça proceder á
construcção do lanço da estrada real n.° 68, Santarem a
Evora, comprehendido entre Coruche e Monte da Barca, Propondo o conselheiro director das obras publicas do
e autorizar o mesmo funccionario a despender, no corrente districto do Porto que para a construcção do lanço da es-
anno economico, a quantia de 2:000$000 róis. trada districtal n.° 39, Penafiel a Silvares, comprehen-
dido entre Meixedo e Silvares, seja declarada a urgencia
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
da expropriação de tres parcelas de terreno, assim desi-
Fazenda e o Ministro e Secretario do Estado dos Nego-
gnadas: 1:839 metros quadrados de terreno lavradio de
cios das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o
l . a classe; 1:152 metros quadrados tambem de terreno la-
tenham entendido e façam executar. Paço, em 4 de ju-
vradio de l . a classe, e 3:226 metros quadrados de terreno
lho dc 1905. - - REI. = Manoel Affonso de Espregueira —
lavradio de 2. a e 3. a classes, mato e pinhal, das quaes é
D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
proprietario o Dr. Manoel Elisiário Ribeiro Peixoto.
D. do Cl. n.° 157, dc 17 de julho de 1905.
Considerando que estas expropriações se acham com-
prehendidas nas disposições da lei de 17 de setembro de
Nos termos cio artigo 3." da lei de 23 de abril de 1896 1857.
e dos n. us 1.° e 2.° do decreto de 24 de setembro de 1898: Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con-
hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Supe- selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de
rior de Obras Publicas o Minas, que o director das obras utilidade publica e urgente, nos termos da lei de 23 de
publicas do districto dc Santarem faça proceder á cons- julho de 1850 e 8 de junho de 1859 a expropriação osdos
trucção do lanço da estrada districtal n.° 132, Salvaterra mencionados terrenos, que constituem as parcelas n. 8,
do Magos a Mora, comprehendido entre a herdade dos 11 e 13 marcadas nas plantas parcelares que baixam com
Gallegos c Santo Antonio do Couço, c autorizar o mesmo o presente decreto assinadas pelo Ministro e Secretario de
funccionario a despender, no corrente anno economico, a Estado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e
quantia dc l:000 f >000 róis. Industria.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
zenda o o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios nha entendido e faça executar. Paço, em 4 de julho de
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenham 1905. = R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sarmento
entendido e façam executar. Paço, em 4 dejulho de 1 9 0 5 . = Osorio.
D. do G. n.° 171, do 5 de agosto do 1905.
REI. = Manoel Affonso de Espregueira —D. João de Alar-
cão Velasques Sarmento Osorio.
I). do o . n.° 157, de 17 dejulho de 1905.
Propondo o director das obras publicas do districto de
Portalegre que, para a construcção do lanço da estrada
Nos termos do artigo 3.° da lei dc 23 de abril de 1896 districtal n.° 135, Aldeia Gallega a Ponte de Sor, com-
e dos n."s 1." o 2." do decreto dc 24 dc setembro de 1898: prehendido entre Montargil e a Herdade do Rasquete, seja
1905 279 JllltlO 5
declarada a urgencia da expropriação por utilidade pu- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO BEINO
blica de 750 metros quadrados dc terreno de lavradio,
com t{-es oliveiras, pertencente a Domingos Nunes;
Direcção Geral de S a u d e e B e n e f i c e n c i a Publica
Considerando que esta expropriação se acha comprehen-
dida nas disposições da lei de 17 de setembro de 1857 : l. a Repartição
Hei por bem, conformando me com o parecer do Con-
selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de
utilidade publica e urgente, nos termos da lei de 23 de A l v a i à cle l i c e n ç a n . » 3 5
julho de 1850 e 8 de junho de 1859, a expropriação do
mencionado terreno, que constitue a parcela n.° 20, no Eu El-Rei faço saber aos que este meu alvará cle licença
respectivo projecto, marcada na planta parcelar que baixa virem que, attendendo ao que me foi representado por
com o presente decreto assinada pelo Ministro e Secreta- José Gonçalves Campos, do logar do Monte da Venda,
rio de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com- da freguesia Sant'Agões concelho de Villa do Conde, dis-
mercio e Industria. tricto do Porto, pedindo licença para estabelecer no logar
do Monte de Castro, freguesia cle Sant'Agões, concelho
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- do Villa do Conde, districto do Porto, um paiol para de-
nha entendido e faça executar. Paço, em 4 cle julho de posito de dynamite, nos termos do artigo 12.° do regula-
1905. = REI. =D. João de Alarcão Velasques /Sarmento mento cle 24 de dezembro cle 1902:
Osorio.
D. do Ci. n.° HW, de -20 de julho de 1U05. Vista a lei de 24 dc maio de 1902 c o decreto regula-
mentar de 24 de dezembro dc 1902;
Visto o parecer da commissão dos explosivos ;
Considerando estarem preenchidas todas as formalida-
D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a des que as leis exigem:
Hei por bem conceder ao dito José Gonçalves Campos
Repartição do Ensino Industrial e Commercial a licença para a installação clo um paiol para deposito de
dynamite, conforme o projecto apresentado-, ficando o con-
Estando a Escola de Desenho Industrial Victorino Da- cessionario obrigado ao disposto nos citados diplomas c mais
masio, em Torres Novas, nas condições previstas no ar- ás seguintes condições:
tigo 2.°, § 1.° do decreto cle 24 de dezembro de 1901, e 1." Entrar na Caixa Geral de Depositos, 110 prazo cle
usando cla faculdade conferida ao meu Governo, nos ter- trinta dias, a contar da data cVeste alvará, jom a quantia
mos do citado artigo: bei por bem transferir a mesma de 100,->000 róis, importancia da caução definitiva arbi-
Escola de Desenho Industrial Victorino Datnasio, da sua trada.
antiga sede para a cidade de Lagos, no districto de 2. a O muro de alvenaria projectado cm volta do paiol
Faro. será substituído por um espaldão de terra com 2"',50 de
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das altura.
Obras Publicas, Commercio c Industria, assim o tenha 3. a Só poderá começar a laborar e funccionar depois dc
entendido e faça executar. Paço, em 4 dejulho de 1905.— ter permissão dada por escrito pelo administrador do con-
REI. = D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. celho ou bairro, precedendo auto de vistoria feita pelo ins-
pector do serviço dc artilharia ou por delegado seu, a
V. do Ci. li." 1GG, do L'7 d e j u l h o clo 1905.
requerimento clo interessado.
4. a Não effectuar a cessão ou transferencia sem previa
autorização do Governo.
5. a Acceitar a visita ordinaria ou extraordinaria do offi-
Direcção Geral das Obras P u b l i c a s e Minas cial de artilharia inspector ou do seu delegado, c bem
assim a do engenheiro chefe cla circunscrição dos serviços
Repartição do Obras Publicas technicos da industria, permittindo-lhe (pio examine as
condições da installação, verifique a producção da fabrica
Propondo o Conselheiro Director clas Obras Publicas do e proceda ás pesquisas cpie lhe forem superiormente orde-
districto clo Porto que, para a construcção do lanço da nadas.
estrada districtal n.° 39, Penafiel a Silvares, comprehen-
G.a Não effectuar trabalho nocturno.
dido entre Meinedo e Silvares, seja declarada a urgencia
Pelo que mando ás autoridades, tribunaes, funcciona-
da expropriação de quatro parcelas clc terreno assim de-
rios e mais pessoas a quem o conhecimento d'esíe meu
signadas : 1:054 metros quadrados de lavradio cle l . a classe
alvará competir, quo o cumpram e guardem e o façam
e mato, 170 metros quadrados de uma represa e 1:374
cumprir e guardar tão inteiramente como nelle se contém.
metros quadrados dc lavradio de 1." c 2, a classe, das quaes
é proprietario Antero Augusto da Silva Moreira; Não pagou direitos de mercê por os não dever.
E, por firmeza do que dito é, lhe mandei passar o pre-
Considerando que estas expropriações se acham com-
sente alvará, o qual vae por mim assinado e atilado com
prehendidas nas disposições da lei de 17 de setembro de
o sêllo das armas reaes e com o de verba.
1857:
Daclo no paço, em 4 dejulho de 1905. = EL-REI. =
Hei por bem, conformando-me com o parecer do Conse- Eduardo José Coelho.
lho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar cle uti- V. do G. n." 180, de 12 dc agosto dc 100.',.
lidade publica e urgente, nos termos da lei de 23 dejulho
de 1850 e 8 de junho de 1859, a expropriação das men-
cionadas parcelas de terreno, marcadas nas plantas par-
cellares com os n. os 7, 9 e 10, que baixam com o pre- Direcção Geral da I n s t r u c ç ã o P u b l i c a
sente decreto assinadas pelo Ministro e Secretario de Es-
tado doa Negocios das Obras Publicas Commercio e In- 1." Repartição
dustria.
O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te- Tendo-se apresentado inconvenientes á execução do pre-
nha entendido c faça executar. Paço, em 4 de julho de ceituado no artigo 230.° do regulamento de 19 de setem-
1905. == REI. = D. João de Alarcão Velasques Sarmento bro (le 1902, que respeita ao diploma dos alumnos das
Osorio. escolas normaes e de habilitação para o magisterio pri-
I'. il <1. 11 0 I.j0, do «>. do julho dc i.«)-,. mario :
Julho 11 280 1905
Usando da autorização conferida pelo artigo 120.° do provisoriamente á exploração publica a luz electrica da
decreto n.° 8 de 24 de dezembro de 1901; referida villa.
Conformando-me com a proposta da Direcção Geral de Paço, em 5 de julho de 1905. = D. João de Alarcão
Instrucção Publica: Velasquts Sarmento Osorio.
PIci por bem decretar o seguinte: D . do G. u.° 100, de 20 de julho de 1905.
Í
A r g a d e Baixo.
Districto administrativo de Vianna do Castello Orbacem. A r g a de Cima.
A r g a d e S. J o ã o .
Denominação Gondar.
e sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem Òrbacem.
S. L o u r e n ç o d a M o n t a r i a .
Lanhellas.
Villar de Mouros.
A r c o s d e V a l l e d e Vez (O S a l v a d o r ) Comaroa de Melgaço
l Castro Laboreiro.
Castro Laboreiro
/ L a m a s de Mouro.
! Christoval.
A r c o s d e V a l l e d e V e z (S. P a i o ) .
Azere.
Couto.
Giella.
Í Fiães.
P ahsasvoi sã.e s .
/IC
Gonrioriz.
Guilhadezes. ! Prado.'°
G
C aubi lrhe ai rfoo.n e h e . (Remoães.
P
Caacr rôa. l c o v a .
Parada.
•Sá. j Alvoredo.
Cabreiro . ,Tabaçô e Santar.
jSantos Cosme e Damião. 1 Couço,
Penso
/Sistello. j G-avc.
Villcla. [ Penso.
J u l h o 11 282 iííOÒ
Denominação Denominação
Froguetias de que se compõem e sede doa districtos de paz Freguesias de que ao coropõi-m
e aede dos districtos do paz
Cubalhão. Aziaa,
Paderue. Britello.
S. P a i o . , Parada. E n t r e A m b o s os R i o s .
I Rouças. Ermida.
E n t r e A m b o s os K i o s (S. Mi- G e r m i l .
[S. P a i o d e M e l g a ç o .
guel) Lindoso.
T o u v e d o (S. S a l v a d o r ) .
Comaroa de Monção V i l l a C b â (S. T i a g o ) .
\ V i l l a C h ã (S. J o â o ) .
Barbeita. In -
Í
Bravaes.
Longos Valles.
Ponte da Barea
Í Lavradas.
Oleiros.
Longos Valles. Paço Vedro de Magalhães.
BL eo lrldae. l l o . Ponte da Barca.
jSainpriz.
IMC ao m r ebi reaz.e s .
(L
P a pr aedl laa.. Comarca de [ TPonte
o u v e d odo(S.Lima
Lourenço).
\ V i l l a N o v a d e Muliia.
ISMaagzoe. d o .
Monçà Beira).
I
T rount çeã. o .
M
Í
Pinheiros. Gandara.
Troporiz. Beiral Gemieira.
(Troviscoso. Gondufe.
S a n t a Cruz.
I Abbedim.
I Anhões. Barrio.
Í
lBarroças e Tayas. Brandara.
Pia . / Lara. Calheiros.
] Luzio. Cepões.
Pias. Calheiros
.Labruja.
\ Portela. jLabrujó.
I Refojos de L i m a .
Merufe. I Rendufe.
Podame. \ V i l l a r do M o n t e .
Timgil.
R i b a d e Mouro. I
Tangil. : Boalhosa.
I Fornellos.
Badim. ] Queijada.
Fornellos
Ceivães. • jRebordões (Santa Maria)
Messegàes. I R e b o r d õ e B (S. S a l v a d o r ) .
Valladares. ' Serdedello.
Sá.
Segude.
Valladares.
Annaes.
Í
Comarca de P a r e d e s de Coura
Freixo.
Í
Bieo.
Bieo ( I g r e j a ) .
Ardegào.
Calvello.
Castanheira, Freixo.
Christello. Friastellas.
Parada. Gaifar.
Moreira
Resende. Mato.
Vascões. Sandiães.
Ferreira. Villar das Almas.
P a r e d e s de Coura.
Formariz. Arcos.
Insalde. Bertiandos.
Linhares. Cabração.
Mozellos. Esturàoa.
Padornello.
P a r e d e s de Coura. P o n t e do L i m a . Moreira de Lima.
Porreiras. Sá.
R u b i à e s (Costa) Agua Longa. Santa Comba.
Cossourado. i Area.
Coura. I Arcozello.
Cuuba. 1 Correlhã.
Infesta. /Feitosa.
Rubiãea. J P o n t e do L i m a .
Rumarigàes. V i c t o r i n o dos P i ã e s I Ribeira.
Comarca de P o n t e da B a r c a I Seara.
Cabaços.
j Boivães. Facha.
Í
I Crasto. Fojo Lobaí.
i C u i d e de V i l l a V e r d e . Comarca Navio.
de Valença
Crasto , JGrovellas. Poiares.
\ Nogueira. /Cerdai.
I Ruivos. \ Fontoura.
[ V a d e (S. P e i r o ) . Cordal.
)VSiicl tvoar i(nSoa ndtaas M Daorni a )s
\ V . i d e (S. T h o m é ) . jVS i lcvt oa r i(S.
n o Jdos
u l i ãPo i)à. e s .
190» 2è3 Julho 11
Í
Anha.
Ânba. Fazenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço,
em 11 de julho de 1905. = REI. = Manoel Affonso dc
Castello do Neiva. Espregueira.
Neiva
D a r q u e(S.
. Romão). D. do ti. n.° 156, do 15 do julho de 1905.
Mazarefes.
Darque. Sub-Portela.
Villa F r a n c a .
Villa F r i a .
I
Amonde. 1.* Secção
Lanhezes.
Meixedo. Attendendo ao que me representou o governador gerai
Lanhezes Montaria.
da provincia de Moçambique sobre a necessidade dc em
Lourenço Marques, onde presentemente funcciona o con-
selho de g uerra territorial, ser incumbida a substituição do
Nogueira de S. Cláudio. juiz de direito, na sua falta ou impedimento, ao respectivo
T o r r e (S. Salvador). juiz auditor, em vez de estar a cargo do conservador do
Villa Mou.
Villar de Murteda. registo predial como substituto nato do mesmo juiz de di-
Portuzello reito ; e
Meadella.
Í
Considerando a conveniencia de idêntica substituição re-
cair nos juizes auditores dos conselhos de guerra territo-
riaes nas comarcas das sedes das provincias onde estes
Vianna do Castello (Santa Ma- Outeiro. funccionam;
ria Maior) Perre. Tendo ouvido a Junta Consultiva do Ultramar e o Con-
Portuzello. selho de Ministros;
Serreleis. Usando da autorização concedida ao Governo pelo § 1.°
Cardiellos. do artigo 15." do 1.° Acto Addicional á Carta Cons-
Affife.
Areosa. titucional da Monarchia:
Capareiros .
Carreço. Hei por bem decretar o seguinte:
V. do Cast. (N. S. do Monserrate). Artigo 1." Os substitutos natos dos juizes de direito das
V. do Cast. (Santa Maria Maior). comarcas dc Lourenço Marques, Loanda c ilhas.de Goa,
Capareiros.
nas faltas ou impedimentos dVstcs, serão os juizes audi-
Paço, em 11 dejulho de Carvoeiro.
1905. = Arthur Pinto de Mi-
'Mujães. tores dos conselhos dc guerra territoriaes das respectivas
randa Montenegro.
Í
PD.o rdo
t e G.
l a n.®
Suzã.
15(1, dc 1 õ de julho dc 1!)05.
Villa de Punhe.
I provincias.
J u l h o 11 284 1905
Art. 2.° Fica por esta fórma alterado o artigo 25.° do partições, assim o tenham entendido e façam executar.
regimento dc administração do justiça nas provincias ul- Paço, cm 11 de julho de 1 9 0 5 . = REI. = José Luciano de
tramarinas, approvado por decreto dc 20 dc fevereiro de Castro = Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Mi-
1894, e revogada a legislação cm contrario. randa Montem gr o — Manoel Affonso de Espregueira = Se-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- bastião Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Mo-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça executar. reira Júnior — Antonio Eduardo Villuça = D. João de
Paço, em 11 de julho de 1905. = REI. — Manoel Antonio Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Moreira Júnior. D. do G. n.° 15!), de 19 dejulho de 1905.
D. lio G. n.° 157, de 17 de jullio de 1905.
tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço, requeiram seguir determinado plano de arborização ou cx-
em 11 dejulho de 1905. = B E I . = José Luciano de Cas ' ploração superiormente approvado, alem das demais obri-
tro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda gações,indicadas no capitulo vi d'estas instrucções;
Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião 3.° E / l e simples policia florestal quando os terrenos se
Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Ju- encontram nos casos do numero precedente e os respecti-
m'or = Antonio Eduardo Villaça=D. João cle Alarcão vos proprietarios se não obrigam a determinado plano de
Velasques Sarmento Osorio. ' arborização ou exploração, mas somente ás demais obriga-
0
D. doG.n. 159, de i9 de juiiio do ia*». çõcs consignadas no capitulo VI d'estas instrucções.
CAPITULO II
tas, para que sejam modificados os planos da exploração restal, se optam pela expropriação ou se preferem arbori-
ou do ordenamento (art. 247.° do R.j; zar os seus terrenos, na conformidade do plano definitivo
8." Tomar conhecimento sobre a troca, venda ou afora- de arborização decretado. Para esse fim, o plano de ar-
mento de quaesquer terrenos ou matas dos particulares borização achar-se-ha patente, durante aquelle prazo, nas
(§ unico do art. 247.° do R.); administrações dos concelhos onde forem situados os ter-
9.° Proceder ao reconhecimento geral dos terrenos ou renos.
matas, cujos proprietarios requeiram a sujeição ao sim- Art. 15.° Antes de promulgado o decreto determinando
pies regime de policia florestal (art. 253.° do R.); o plano definitivo, é elaborado um ante-projecto (art. 12.°
10. 0 Passar certificados cle arborização aos proprietarios do R.) o qual se achará patente e sujeito a reclamação
que os requisitarem para isenção da contribuição predial nas respectivas administrações de concelho emquanto se
(art. 255." clo R.); proceder ao inquerito, cujos tramites se acham determina-
1 1 I n f o r m a r sobre a nomeação dos guardas auxiliares dos no capitulo iv do R. Este inquerito, tornado publico
destinados ás inatas dos particulares, quando propostos por meio de editaes (art. os 18.° e 19.° do R.) e por annun-
pelos proprietarios (art. 211." do R.); cios publicados nos jornaes da localidade (art. os 20.° e 21.°
12.° Exercer sobre os guardas auxiliares a devida vigi- do R.), tem por fim ouvir sobre os ante projectos de ar-
lancia e propor a sua demissão quando não cumpram os seus borização as reclamações dos interessados as quaes, quando
deveres ou faltem ao respeito aos empregados silvícolas justas, serão attendidas no plano definitivo, a que se re-
(art. 100." do P.); fere o artigo antecedente.
13." Dar o devido andamento aos autos de transgressão Art. 16.° As declarações dos particulares são reduzidas
remettidos pelos guardas auxiliares, nos termos dos cap. 08 a auto nas respectivas administrações do concelho (§ 2.°
vil e v i u clo D. do art. 28.° e art. 241.° do R.).
CAPITULO III Art. 17.° Quando um proprietario declare compromet-
ter-se á arborização dos seus terrenos no prazo e condi-
Preceitos geraes
ções indicadas no plano definitivo e falte ao seu compro-
Art. 8.° Os deeretos de submissão ao regime florestal são misso, será ouvida a secção florestal do Conselho Superior
promulgados pelo Ministerio clas Obras Publicas, mediante de Agricultura, e, conforme as circunstancias, applicadas
consulta do Conselho Superior de Agricultura (§ 5.° do as multas do art. 279.° do R., ou decretada a expro-
art. 4." do R.), e não deverão abranger mais que uin pe- priação (art. 242.° do R.).
rimetro. Art. 18.° A substituição da arborização por culturas
Art. 9." O processo a seguir na expropriação dos ter- agricolas, em socalcos, ou por outros meios de conserva-
renos ou inatas sujeitos ao regime florestal c o da legisla- ção do solo, poderá, no entanto, ser autorizada por de-
ção geral para expropriações por utilidade publica, na con- creto, em determinadas condições e circunstancias, quando
formidade do disposto nos art."s 51." a 54.° do R., sendo os proprietarios assim o requeiram e nisso não haja incon-
ouvido o Conselho Superior dc Agricultura em substitui- veniente, sendo porem previamente ouvido o Conselho
ção do Conselho Superior de Obras Publicas e Minas Superior de Agricultura (art. 243.° do R.).
(§ 5." clo art. 4." e art.05 242." e 243.° do R.). Art. 19.° Quando os trabalhos de que trata o artigo an-
Art. 10." A sujeição ao regime florestal, quer obriga- tecedente deixem de preencher o fim a que tiverem sido
torio, quer facultativo, implica a demarcação das proprie- destinados, o proprietario será intimado a fazer as devidas
dades a elle sujeitas no prazo de seis meses, a contar da reparações, incorrendo, quando não as execute, na pena
data do deereto dc submissão, (art.08 35.° e 38.° do R.), de multa ou expropriação, precedendo consulta do Conse-
sendo o sou estudo gratuitamente feito pelo Estado. lho Superior de Agricultura (§ 2.° do art. 243.° e art.
Quando a demarcação não seja feita no referido prazo por 280.° do R.).
culpa ou falta dos proprietarios, o Governo procederá á Art. 20.° O Governo poderá auxiliar os proprietarios
demarcação por conta dos proprietarios. sujeitos ao regime florestal parcial, fornecendo-lhes se-
Art. 11." No caso de sujeição obrigatória ao regime flo- mentes e plantas e pessoal para dirigir os trabalhos (art.
restal dos terrenos ou matas dos particulares comprehen- 254.° do R.).
didos em uni perimetro de arborização, os seus proprie-
CAPITULO V
tarios podem optar pela expropriação (art. 34." clo D. e
§ 2.° do art. 4.° do R.). Das obrigações impostas pelo regime florestal parcial aos pro-
Art. 12." A sujeição voluntaria a qualquer dos regi- prietarios (las inatas comprehendidas em um perimetro cuja
mes póde ser requerida por um só proprietario ou por submissão ao regiuie florestal tenha sido reconhecida de uti-
lidade publica.
grupos do proprietarios para esse fim constituídos em gré-
mios ou associações (art. 30." do D. e art."s 249." e 253.° Art. 21.° Identicamente ao disposto no art. 14.° os pro-
do R.). prietarios de matas sujeitas ao regime florestal, por se
As condições para a inclusão no regime florestal dos acharem comprehendidas nos perímetros florestaes, deve-
terrenos ou matas dos grémios ou associações, bem como rão declarar no prazo de trinta dias (§§ 1.° e 2.° do
para a sua exclusão do mesmo regime, acham-se prescri- art. 241.° do R.) se optam pela expropriação, ou se pre-
tas nos art. os 2-19.°, 250." e 253.'° clo R. ferem explorar as suas matas por conta própria, conforme
Art. 13." Tanto a sujeição ao regime florestal como a o plano de exploração decretado.
exclusão d'esse mesmo regime é sempre feita por decreto Art. 22.° Nas matas dos particulares, a que se refere o
(art.08 32." c 33." do D.). artigo precedente, a sujeição a um plano de ordenamento ó
facultativa (§ unico do art. 36.° do D. en.° 3.° do art. 177.°
C A P I T U L O IV do R.), devendo no entanto haver um plano de explora-
ção superiormente approvado (§ 1." do art. 245.° do R.).
Das obrigações impostas pelo regime llorcstal parcial nos ter-
renos comprehendidos nos perímetros cuja arborização seja Tanto o plano de ordenamento como o de exploração,
declarada de utilidade publica. na falta d'aquelle, serão sempre organizados, quanto pos-
sivel, no interesse dos proprietarios (§ 2.° do art. 245.°
Art. 14." Declarada a utilidade publica do revestimento do R. e 36.° do D.).
llorcstal dos terrenos comprehendidos em um perimetro § 1.° Por ordenamento entende-se: o methodo ou con-
(art. 33." do 11.\ os seus proprietarios deverão declarar no junto de preceitos a seguir no tratamento e exploração da
prazo de 30 dias (§ 1." do art. 24l." do U.i, a contar da pu- mata. Todo e qualquer ordenamento deve determinar o
blicação do respectivo deereto de inclusão no regime flo- regime, modo de tratamento e o genero de explorabi-
1905 287 Julho 11
liclade adequados á obtenção dos productos que mais cor- cultura florestal pela agricola, sem a previa autorização a
respondam ao interesse do proprietario e, bem assim, a que se refere o art. 243.° e seus §§ do R.
ordem a observar nos cortes e o numero de explorações Art. 23.° Os cortes extraordinarios, fóra clos permittidos
a realizar successivamente, para assegurar um rendimento nos planos de exploração on nos de ordenamento, só pode-
constante. rão ser realizados com autorização do silvieultor chefe do
A palavra regime é aqui empregada para exprimir, de regime, quando não haja inconveniente, na conformidade
uma forma generica, o methodo de cultura ou de explo- do art. 246.° do R.
ração adoptado. Assim é que se diz: esta mata está su- § 1.° Para os effeitos do preceituado neste artigo, não
jeita ao regime de alto fuste ou ao regime de talhadia. é considerado extraordinario o corte de arvores que os
No regime de alto fuste a regeneração faz se por se- proprietarios necessitem abater para as suas obras antes
menteira espontanea ou artificial, no regime de talhadia cu depois de realizado o corte annual ou periodico, deter-
pela rebentação das toucas das arvores abatidas. minado pelo plano de ordenamento ou de exploração, que,
§ 2.° Por plano de exploração entende-se a simples de- como preceitua o regulamento, deve sempre ser feito no
terminação do modo por que se pretende aproveitar uma seu maior interesse, podendo ser por elles proposto. O nu-
mata: mero de arvores assim cortadas será, porem, registado na
1.° Quando esta seja constituida por pinheiros ou outras caderneta do guarda e as respectivas dimensões no livro
essencias de alto fuste, isto é, arvoredo que não rebenta de autos de marca, para que nos futuros cortes se possa
de touça, será necessário dizer-se que a exploração terá tomar em consideração o seu volume, sendo d'elles dedu-
logar em cortes rasos successivos seguidos de regenera- zido. O volume d'estes cortes não poderá, comtudo, exce-
ção natural (espontanea); ou artificial (sementeira ou plan- der a 20 % do corte annual ou periodico, aliás serão con-
tação) ; ou em cortes de jardinagem, explorando se annual- siderados extraordinarios, devendo nesse caso ser pedida
mente aqui e ali parte do arvoredo; ao silvieultor encarregado do regime florestal a autoriza-
2.° Quando as matas sejam constituídas por essencias ção previa de que trata o presente artigo.
proprias para talhadia, deverá indicar-se a marcha dos § 2.° O guarda auxiliar indicará sempre nas participa-
cortes e a rotação adoptada, isto é, se o aproveitamento ções que periodicamente tem de enviar ao silvieultor so-
do arvoredo tem de ser feito todos os 10 ou 12 annos, ou bre as occorrencias policiaes dadas na propriedade o nu-
em períodos mais longos, quando tambem seja para pro- mero de arvores que assim hajam sido cortadas.
ducção de madeira; § 3.° Relativamente aos cortes ordinarios, que são os
3.° Assim é que no país se coadunam com o regime previstos pelo plano de ordenamento ou de exploração, a
florestal os methodos de exploração geralmente adoptados. sua marcação poderá ser feita pelo guarda florestal auxi-
No norte do país, onde a propriedade é muito dividida, liar, conforme as ordens do proprietario e em obediencia
ncha-sc mais adoptado para os pinhaes o methodo de jar- ao plano de exploração, não se podendo, porem, realizar
dinagem. • o seu corte senão 20 dias depois de prévio aviso feito pelo
O proprietario explora unicamente ali as arvores que guarda auxiliar ao silvieultor, a fim de que este possa ve-
attingem as dimensões de que necessita para qualquer rificar, por si ou por algum seu delegado, se foram obser-
obra, ou as que são pedidas pelo commercio, conservando vadas as determinações do ordenamento.
sempre as arvores precisas para assegurar a regeneração § 4.° Será sempre preferível, era vista do exposto no pa-
espontanea do pinhal, e cultivando simultaneamente o tojo, ragrapho anterior e no interesse dos proprietarios, que estes
que deve servir de cama ao seu gado e de estrume aos ou seus feitores mandem avisar o silvieultor com a mesma
seus campos. Nestas matas não ha ordenamento, no ver- antecedência acima indicada, do dia que destinam para ter
dadeiro sentido da palavra, mas sim um methodo ou plano logar o auto de marca, a fim de que o mesmo funccionario
de exploração. assista ou se faça representar no acto da marcação do ar-
No sul do pais, o pinhal explora-se, nas propriedades voredo, podendo assim julgar de pronto se nelle se obser-
proximas dos grandes centros, por meio de cortes para vam as determinações do plano de exploração e autorizar
fachina e aproveitamento de ramas para mutano. desde logo o respectivo corte.
As matas sujeitas a este regime costumam ser dividi- § 5.° O auto de marca tem por fim conhecer o numero
das em differentes folhas, por forma que o corte de rama de arvores a cortar e avaliar o seu volume, habilitando o
só se effectue, em cada uma, em períodos regulares. Exe- proprietario a saber o que vende e a julgar do respec-
cutam-se, deixando ao pinheiro um determinado numero tivo valor. Substitue-se assim, com vantagem para o pro-
de rodas na ponta, e eliminando duas, tres ou mais rodas prietario, a tão fallivel avaliação a olho por um processo
(as primeiras de baixo), conforme o corte é por períodos de que não dá logar a equívocos. Entende-se por auto de
tres, quatro, ou mais annos, períodos estes que são, sobre- marca a apposição nas arvores a abater de um sinal vi-
tudo, determinados pela superfície da propriedade. sível, impresso em regra por um martelo, que póde ter as
Na occasião do corte da rama exploram-se conjunta- iniciaes do proprietario, fazendo-se simultaneamente a ins-
mente alguns pinheiros de maior idade e outros que seja crição por categorias do seu numero e diâmetro, bem como
necessário eliminar para desbaste do pinhal. Este methodo, da altura media do povoamento em um impresso apropriado.
que é prejudicial para o bom desenvolvimento do pi- O martelo, que deve ser confiado ao guarda auxiliar e
nheiro, coaduna-se, no entanto, com o regime florestal, de cujo uso este é responsável para com o proprietario e
por não contrariar a regeneração espontanea. o silvieultor, serve para se poder verificar se o compra-
Nas talhadias de castanho é tambem entre nós usada a dor só abateu as arvores que lhe foram vendidas e para
exploração periodica para arco ou madeira, obedecendo, marcar as madeiras extrahidas das matas ou nellas exis-
portanto, estas duas explorações a um plano de rotação tentes, a fim de, em caso de furto, melhor se comprovar
que se coaduna com o regime florestal. a sua proveniência.
Nas de carvalho c mais usada a exploração para casca, Art. 24.° E permittido aos proprietarios propor os pla-
em períodos de 10 a 12 annos em geral, exploração esta nos de ordenamento ou os de exploração, quando não pre-
que se conforma ainda com o regime florestal. firam que estes sejam feitos pelos empregados florestaes do
Portanto, o regime florestal obrigatorio, em pouco ou Estado, sendo-lhes ainda permittido propor em qualquer
quasi nada vem contrariar os methodos de exploração ge- epoca a modificação dos mesmos planos (art 08 245 0 24G 0
ralmente adoptados, e oppor-se-ha unicamente aos cortes e 247.° do R.). ''
rasos geraes ou ao arranque de touças, quando estas ex- Art. 25.° Nas matas de superfície inferior a 10 hectares
plorações não sejam seguidas de sementeira ou plantações (art. 248.° do R.) o plano dc exploração, por mais simples
immedíatas, ou quando sejam praticadas para substituir a que seja, nunca deixará de fixar o numero mínimo de ar-
J u l h o 11 288 1905
vores ou de touças, que deverão existir por hectare para j •Direcção Geral da Agricultura, por intermedio do silvicul-
garantir sempre o revestimento florestal efficaz do terreno tor chefe do regime, no prazo de 30 dias, a contar da data
e a regeneração da mata. do contrato, para em todo o t e m p G s e conhecer da respon-
sabilidade de cada ura, visto que pelo facto de mudarem de
CAPITULO VI possuidor, não deixam aquellas propriedades de ficar sujei-
tas ao referido regime (§ unico do art. 247.° do R.), não
Do regime florestal facultativo podendo sair cTelle sem decreto que assim o autorize, nos
Art. 26." Conforme o art. 29.° do D. e 253.° do R. termos do art. 2õ0.° do R.
podem sujeitar-se ao regime florestal parcial facultativo § 1." A falta de cumprimento d'esta disposição importa
ou ao simples regime de policia florestal os terrenos a cou- para o proprietario, que faça a transacção, a multa de
tar, ou a arborizar, ou já em via de revestimento, não com- 5^000 a 20;5>000 róis ou pena de prisão até um mês (art.
prehendidos no perimetro de arborização, bem como as 278." do R.).
matas de um ou mais particulares, quando assim o requei- § 2.° Quando se trate unicamente de troca, aforamento
ram ao Governo. ou venda cle parte de uma propriedade, deverá a participa-
Art. 27.° Quando os proprietarios requeiram a submis- ção ser acompanhada de uma planta d'esse terreno ou
são ao regime florestal parcial facultativo, são obrigados mata, a cuja demarcação se deverá proceder, a fim de
a seguir os planos de arborização c exploração por elles delimitar a area cle responsabilidade de cada um.
propostos, logo que estes hajam sido decretados; os mes- Art. 3ô.° O corte de arvores praticado em contrario ao
mos planos poderão tambem ser gratuitamente feitos pelo determinado nos planos de ordenamento ou de exploração,
pessoal florestal nos termos do § 5." do art. 253.° e art. o não arborizar os terrenos nos prazos ou pela fórma de-
245.° do R. terminada nos respectivos planos, ou a falta de execução
os
Art. 28.° Os requerimentos serão enviados á Direcção dos trabalhos culturaes importara, nos termos dos art.
Geral da Agricultura por intermedio clo chefe do regime, 279.°, 280.° e 281.° do R., as multas de U 0 0 0 a 20$000
acompanhados da planta, bem como do plano de arboriza- réis ou pena de prisão até um mês, quando os contraven-
ção ou de exploração, quando estes não sejam feitos pelo torcs não incorram na de expropriação ou exclusão do re-
pessoal florestal. gime, segundo as suas matas estejam submettidas ao re-
§ unico. No caso de não possuírem a planta, esta poderá gime parcial obrigatorio ou ao facultativo.
ser levantada polo pessoal do Estado, pagando os proprie- Art. 3G.° Os proprietarios de matas ou terrenos apenas
tarios as respectivas ajudas clc custo o fornecendo os jor- sujeitos ao simples regime de policia florestal teem a unica
naleiros precisos para auxiliar o trabalho cle levantamento. obrigação de conservar arborizadas as suas matas, ou de
Art. 29." O Governo poderá auxiliar os proprietarios su- arborizar os seus terrenos pela fórma fixada pelo decreto
jeitos ao regime florestal facultativo, fornecendo-ihcs semen- dc sujeição ao regime, a fim cle justificarem as vantagens
tes e plantas dos viveiros do Estado c pessoal para dirigir quo auferem da policia florestal.
os respectivos trabalhos (art. 251." do R.). Art. 37.° É commum a todos os particulares sujeitos
Art. 30." Os proprietarios que requeiram simplesmente ao regime florestal a obrigação de tomar o encargo de
a submissão dos seus terrenos ou matas ao regime de po- ter um guarda florestal auxiliar por cada 500 hectares
licia florestal são dispensados de seguir determinados pla- arborizados em planície ou 300 ein serras e de lhe pagar
nos dc arborização ou exploração, podendo arborizar os o seu vencimento, dando-lhe alojamento, lenha e um hec-
seus terrenos ou explorar as suas matas pela forma que tare de terreno para semeadura, se o tiver disponivel, e
julguem mais conveniente, comtanto que realizem o reves- sendo o numero cle guardas fixado pela Direcção Geral da
timento do mesmo terreno c conservem as suas matas, a Agricultura (art. 252.° do R.).
fim de justificarem o eoutamento e a respectiva policia. § 1.° Como os proprietarios, na conformidade do art.
§ 1." Os cortes rasos não seguidos de regeneração im- 277.° do R., podem propor para guardas auxiliares os in-
mediata são contrários ao regime dc policia florestal, cons- dividuos que lhes aprouver, comtanto que satisfaçam aos
tituindo, por isso, contravenção dos preceitos do mesmo requisitos exigidos pelo § unico do art. 270.° do R., as
regime. obrigações a que se refere o art. 2 5 2 . d e lhes dar um
§ 2." Os requerimentos serão enviados á Direcção Ge- hectare clc terreno de semeadura, alojamento, e lenha de-
ral da Agricultura por intermedio do silvicultor chefe do pendem do contrato particular que com elles fizerem, sendo
regime, que procederá ao reconhecimento geral; nelles porem indispensavel que os guardas aufiram vantagens
deverá, porem, declarar-se, quando se tratar dc arbo- que lhes permittam andar limpos e devidamente fardados,
rização, o periodo de tempo no qual esta deverá reali- e um a relativa independencia paí'a bem desempenhar o
zar-se. seu cargo.
Art. 31.° As sementes e as plantas serão fornecidas pelo § 2.° No caso, porem, dos proprietarios pagarem somente
custo da producção, não sendo, porem, dado pessoal para subsidio cle guarda, isto é, quando a policia das suas ma-
auxiliar os respectivos trabalhos (§ 1.° do art. 254.°). tas seja feita por um guarda florestal auxiliar, ou do qua-
Art. 32." A submissão de qualquer terreno ou mata ao dro, ao serviço directo do Estado, já por estarem proxi-
regime, florestal parcial facultativo ou ao cle simples poli mos cle uma propriedade nacional, ou dentro de um peri-
cia ó dependente de decreto, não podendo ser excluídas metro florestal, deverão pagar ao Estado a quota parte do
do regime sem outro decreto que revogue o primeiro. vencimento cVaquelle guarda que corresponda á superfí-
Art. 33." O facto dc uma mata estar sujeita ao regime cie cla sua propriedade.
florestal facultativo não impede a sua submissão ao re- Esta quota parte, do vencimento dará mensalmente, ou
gime obrigatorio, sc um dia vier a ser incluida num peri- nos periodos que se combinar, entrada, por meio de guias,
metro de arborização por utilidade publica. na C a i x a Geral de Depositos, ou suas delegações, em
conta do «Fundo Especial dos Serviços Florestaes e Aqui-
CAPITULO VII eolas» (§ unico do art. 251." do R.).
§ 3.° O mesmo suceederá quando, longe dos períme-
l)e alguns encargos e obrigações geraes aos proprietarios
(le terrenos ou matas tros do regime, os proprietarios cle pequenas superfícies
sujeitas no regime florestal parcial de terrenos ou matas submettidas ao regime florestal, se
reunirem para ter tim guarda auxiliar, sendo este pago
A r t . 3 4 . ° T o d o s o s p r o p r i e t a r i o s dc. m a t a s o u t e r r e n o s pelo Estado, o qual cobrará de cada particular a parte do
s u j e i t o s _ao r e g i m e f l o r e s t a l ( p i e v e n d e r e m , t r o c a r e m >>u ' vencimento do guarda que lhe competir.
A f o r a v u n o s s ' ' i i s t e r r e n o - * or. m a t a s d o v o r à o p a r t i c i p á - l o á § 4." N o ea«o dc g r é m i o ou a s s o c i a ç ã o este pagará di-
1905 289 Julho 12
rectamente ao guarda os vencimentos por que o tenha Art. 41.° Para a execução do determinado no artigo an-
contratado, nos termos do § 1.° tecedente cumpre aos proprietarios declarar, nos seus re-
Art. 38.° Alem d'estes cncargos ou obrigações, só de- querimentos de inclusão ao regime florestal, quaes os usos
riva directamente do regime florestal para os proprieta- e servidões que affectam as suas matas, para os effeitos dos
rios a despesa da demarcação e do pstudo de delimitação, art. 03 212.°, 213.° e 214.° do regulamento, e bem assim
quando este ultimo nào seja feito no prazo de seis meses quaes as disposições policiaes que desejam ver estabele-
a contar da data do decreto cle submissão ao regime flo- cidas, isto é, se querem reservar o direito da caça, pas-
restal (art.08 39.° e 40.° o g unico do art. 251.° do R.). tagem, etc. (art. 276.° do R. e seus §§).
Art. 42.° Quando a prohibição seja de caça, podendo
CAPITULO VIII succeder que os caçadores nao sejam da localidade e igno-
Vantagens qne adveem aos particulares pela sujeição ao regime
rem, por esse motivo, que o exercicio venatorio é reservado
florestal (las suas matas ou dos seus terrenos que desejem ar- na propriedade, serão collocadas taboletas com letreiros vi-
borizar. síveis indicando a prohibição de caçar, pelo menos lios qua-
tro pontos cardeaes e de distancia a distancia, nos pontos
Art. 39.° As vantagens que auferem os proprietarios intermedios, por fórma que os postos se avistem de um
pela sujeição ao regime florestal são as seguintes: ao outro.
1.° Policia florestal privativa, com as regalias expostas
no capitulo IX, no regulamento de P. e nos cap. os VI a v i u § 1.° Semelhantemente se procederá se a prohibição
inclusive do D . ; for de pesca.
§ 2.° Se os sinaes indicativos da prohibição de caça
2.° Pessoal habilitado para o levantamento da planta,
ou de pesca forem por qualquer forma destruídos, o pro-
mediante pequeno dispêndio, e estudo gratuito cia demar-
prietario deverá mandá-los repor dentro de oito dias.
cação das propriedades;
3.° Direito de coutamrnto sobre os pastos, caça, pesca; Art. 43.° A fiscalização da execução da policia florestal
nos terrenos e matas dos particulares está confiada ao chefe
4." Concessão gratuita cle sementes, plantas e pessoal
do regime florestal, a quem pertence, com o auxilio dos
para dirigir os trabalhos quando os seus terrenos estejam
regentes silvícolas seus subordinados, fiscalizar o modo
sujeitos ao regime parcial e pelo seu custo quando sujeitos
por que é exercida pelos guardas florestaes auxiliares em
ao de simples policia;
serviço dos particulares, ou mesmo pelos guardas do qua-
õ.° Isenção durante 20 annos de contribuição predial
dro (art. 276." do R. e § 3.° do art. 277.° do R.).
dos terrenos de superfície superior a um hectare que lu-
rem sujeitos a cultura florestal (art.08 2;Y..° e 256.° cio R.); Art. 44.° Pertence ao chefe do regime florestal, a quem
serão remettidos pelos guardas os autos de transgressão por
6.° Faculdade de poder propôr o plano cle arborização ou
elles levantados, ou as devidas participações (§ 2.° do art.
de exploração, quando não prefiram que sejam gratuita-
27 1 d o R.), proceder na conformidade clo determinado nos
mente feitos pelo pessoal florestal, devendo o mesmo plano
capítulos vi e vil da L., nada tendo os particulares de in-
ser sempre elaborado sob o ponto cle vista, do maior inte-
tervir no processo cle delictos, quando interessem a boa
resse clo proprietario, que poderá propor a sua modifica-
manutenção do regime florestal, e só podendo interceder
ção em qualquer epoca, comtanto que se não prejudique o
junto do silvieultor chefe d'aquelle regime, quando o do-
fim do regime, isto ê, o revestimento florestal cio terreno,
licto apenas affecte os seus interesses e não vá de en-
ou a conservação do seu revestimento arboreo ;
contro ás leis geraes de caca e pesca, ou aos regulamen-
7.° Reverter a favor dos proprietarios o producto das
tos cle policia e regime florestal.
multas, das indemnizações e das licenças cio caça, pasta-
gem e qualquer outra receita, não tendo nenhum encargo
CAPITULO X
com os processos de policia, por isso que os autos de noti-
cia ou transgressão são directamente enviados pelo guarda Dos guardas florestaes auxiliares ao serviço dos particulares
florestal auxiliar ao chefe do regime, a quem pertence clar- Art. 45.° A nomeação dos guardas florestaes auxiliares
Ihes o devido andamento; para o serviço de particulares pertence á Direcção Geral
8.° Restringir, sem maior gravame para os povos, os usos da Agricultura, por proposta do silvieultor chefe do re-
e servidões que affeotam os terrenos ou matas, procurando gime florestal, nos termos dos art. os 25.° do D. e 1.° do P.
resgatá-los por meio de indemnizações, ou limitá-los a uma § unico. Os guardas florestaes auxiliares podem, no on-
parte da mata, sem prejuizo das leis geraes e em confor- tanto, na conformidade clo art. 277.° do R., ser indicados
midade com o § 1.° cio art. 276." e a r t > 268.° e 212.° do R.
pelos proprietarios ao chefe do regime florestal.
§ unico. Iguaes vantagens são concedidas aos proprie- Art. 46.° Quando os proprietarios não tenham nenhum
tarios de matas ou terrenos, comprehendidos ou não nos guarda a propor, ou prefiram que seja escolhido peia
perímetros sujeitos ao regime florestal, que sc reunam em Direcção Geral da Agricultura, esta nomeará um dos
grémios ou associações por escritura publica, em que se concorrentes a guarda florestal auxiliar, com pratica do
declare o nome dc cada um, o clo grémio ou associação, serviço. Nesse caso, os proprietarios abonar-lhes-hao o
bem como o seu fim o as condições em que admittem novos vencimento de 320 réis diarios.
associados, nos termos dos art. os 249.°, 2õ0.° e 251.° do R.
Art. 47.° As demais obrigações e deveres dos guardas
auxiliares em serviço dos particulares acham-se determi-
CAPITULO IX
nados no regulamento do serviço de policia florestal de 9
Da applicação e fiscalização do regime florestal parcial de março de 1905.
Art. 40.° Decretada a submissão ao regime florestal de Paço, 11 de julho de 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão Ve-
um terreno ou mata particular, tornar-se-lião publicas, por lasques Sarmento Osorio.
D. (lo Ci. n.° 101, do 21 do jullio do l!)0f,.
meio de editaes mandados affixar pela Direcção Geral da
Agricultura (§ 1.° do art. 27tí.° e art. 208. 0 clo R.), as
disposições policiaes em vigor no referido terreno ou mata,
cujos limites, alem dos marcos, deverão tornar-se eviden- MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
tes por meio de valia, fosso, postes indicativos de eouta-
Direcção Geral de S a u d e e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a
mento quando o haja, avincado, vallaclo, sebes naturaes
ou artifieiaes, aeeiro exterior e outros meios. 2.a Repartição
§ unico. Para maior publicidade, estes editaes deverão
ser lidos pelos parochos das freguesias circunvizinhas á Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe represen-
missa conventual. tou a Commissão Administrativa do Hospital de Santo
V.)
Julho 11 290 1905
Antonio da villa do Penamacor do districto de Castello Ernesto Julio cle Carvalho e Vasconcellos, chefe da 3. a
Branco; Secção da 2. a Repartição da Direcção Geral do Ultramar,
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo 253.°, de no mais breve prazo que lhe seja possivel estudar este
n.° 2.°, do Codigo Administrativo : assunto e propor ao Governo o conjunto cle providencias
Ha por bem autorizá-la a vender as inscrições de as- que tenha por mais ajustadas á consecução d'aquelle fim.
sentamento que se acham averbadas áquelie estabeleci- O mesmo Augusto Senhor confia da illustração e zêlo
mento de caridade, do valor nominal de 9:050^000 réis, da commissão que esta se desempenhará cabalmente de
devendo o producto da venda ser exclusivamente appli- tão importante trabalho, 110 qual convém que tenha em
cado á construcção de um novo hospital. vista conciliar, em justa medida, os alludidos interesses
Paço, em 12 de julho de 1905. = Eduardo José Coelho. com as necessidades indeclináveis do recrutamento mili-
II. do G. n.° 15(i, do 15 do julho do 1905.
tar, da Fazenda Publica e da effectiva responsabilidade
dos criminosos.
Paço, em 14 de julho de 1 9 0 5 . — E d u a r d o José Coelho.
D. do G. n.° 157, de 17 dejulho de 1905.
Sua Majestade El-Rei, em vista do que lhe ponderou a
mesa da Irmandade da Santa Casa da Misericordia de Vi-
seu, em representação de 15 de março ultimo : ha por
bem determinar que o governador civil d'aquelle districto Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
faça constar á sobredita mesa, a fim de que esta possa
dar immediata execução ao decreto de 27 de fevereiro do 2, a Repartição
corrente anno, que approvou o novo quadro do serviço
clinico do hospital da mesma Santa Casa, que não carece Sendo presente a Sua Majestade El-Rei o alvará do
de ser convocada a assembleia geral dos irmãos da men- governador civil do districto de Portalegre, datado de 20
cionada irmandade para alterar o artigo 77.° do seu com- cle julho de 1904, que approvou os estatutos da Irmandade
promisso, approvado por alvará do Governo Civil do mesmo de Nossa Senhora da Penha e S. Miguel da freguesia de
districto, de 4 de fevereiro de 1899, e consequentemente S. João Baptista, do concelho cle Castello de Vide;
o artigo 7." do regulamento clo hospital, cle 26 de setem- Vistas as informações officiaes e considerando que nos
bro do mesmo anno, na parte em que se impõem ao di- mesmos estatutos se encontram disposições incompatíveis
rector clinico a obrigação de residencia permanente dentro com as leis do reino e a conveniencia publica:
do cdilicio clo mesmo hospital ou em dependencia que Ha o mesmo Augusto Senhor por bem determinar que
junto cfcste se construa, pois que tendo-se baseado o so- fique sem effeito a sobredita approvação.
bredito decreto de 27 de fevereiro do presente anno, prin- Paço, em 14 dejulho de 1905 . = Eduardo José Coelho.
cipalmente nas razões constantes da acta cla sessão cla re-
D. do G. n.° 157, de 17 de julho de 1905.
ferida mesa, de 14 de dezembro de 1904, onde se mostra
que nunca foi possivel dar execução ao mencionado ar-
tigo 77.° do compromisso, ficou este modificado pelo ci-
tado diploma e, portanto, dispensado o director clinico cla Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lhe represen-
residencia permanente. tou a Veneravel Ordem Terceira de S. Francisco da villa
Paço, cm 14 de julho de 1905. = Eduardo José Coelho. de Ponte do Lima;
D. do (!. n.° 15G, de lõ dejulho do 1905.
Vistas as informações officiaes c o disposto no artigo
253.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo:
Ha por bem autorizá-la a levantar dos seus fundos a
quantia de 1:000$000 róis, a fim de com ella occorrer ás
Direcção Geral de Administração Politica e Civil despesas a fazer com as obras de segurança e reparação
de que carece a sua igreja, devendo a sobredita quantia
l . a Repartição ser amortizada no prazo máximo de dez annos por meio
cle prestações anuuaes de 100(5000 róis cada uma.
Tendo subido ao Governo diversas representações soli- Paço, em 14 de julho de 1905 .—Eduardo José Coelho.
citando a expedição de providencias adequadas á modi- D. do G. n.° 157, de 17 dejulho de 1905.
ficação das disposições em vigor acêrca de passaportes, por
maneira que se facilite a saida do reino aos nacionaes
nelle domiciliados, ou que a este regressem com intenção
apenas de residencia temporaria, como importa ao apro- D i r e c ç ã o G e r a l d e A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e C i v i l
veitamento dos progressos nos meios de communicação e
transporte e á garantia cle multíplices interesses cle incon- 2.a Repartição
testável legitimidade, justamente attendidos noutras nações
cultas: ba Sua Majestade El-Rei por bem encarregar uma Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente, por certi-
commissão da qual serão: presidente, o Par clo Reino Con dão, o auto de corpo de delicto indirecto, levantado no
selheiro Francisco Joaquim Ferreira do Amaral, Ministro juizo cle direito da comarca das Caldas da Rainha, contra
de Estado Honorário e presidente cla Sociedade de Geo- o regedor de parochia da freguesia de Santa Maria de
graphia de Lisboa; secretario, o Conde de Penha Garcia, Óbidos, Innocencio de Sobreiro, arguido de haver attes-
Deputado da Nação; e vogaes, o Conselheiro Pedro Maria tado falsamente a pobreza de José Manata Ribeiro e An-
da Fonseca Araujo, Par do Reino e presidente da Asso- tonio Manata Ribeiro, que por isso foram alliviados de
ciação Commercial do Porto, o Conselheiro Ernesto Drie- custas num processo criminal;
sel Schroter, presidente cla Associação Commercial de Considerando que da mesma certidão não consta que
Lisboa, o Racharei Manoel Mousinho dc Albuquerque de em auto de corpo de delicto de facto permanente se fi-
Mascarenhas Gaivão, commissario da policia especial de zesse exame directo no documento expedido pelo dito re-
repressão da emigração clandestina no Ministerio do Reino; gedor ;
o Conselheiro João dc Sousa Calvet de Magalhães, chefe Considerando que, ainda quando não houvesse esta
de Repartição da Administração Geral das Alfandegas; o omissão, e no attestado se affirnie, como se allega na pe-
a
major Candido Augusto da Cunha Vianna, chefe da 2. tição inicial, que. os mencionados individuos são pobres,
Repartição do Ministerio da Guerra e o capitão cle fragata tendo de ganhar a vida pelo seu trabalho, essa affirmação
1905 291 Julho 18
não importa a de indigência ou absoluta falta de meios para a exploração da pesca da sardinha por meio de uma
proprios de subsistencia; armação fixa á valenciana, solicitado em tempo compe-
Considerando que dos depoimentos das testemunhas tente a renovação annual da licença, nem conservado lan-
inquiridas no auto de corpo de delicto resulta que os so çada a armação no periodo de tempo determinado;
breditos José e Antonio Ribeiro não possuem bens em Considerando que as infracções apontadas são causas
valor total excedente a 99^000 réis o primeiro e a 116#100 da caducidade do local concedido, como ó expresso no ar-
r ó i s o segundo, aliás onerados, alem de outros encargos, tigo 59 0 do regulamento geral da pesca da sardinha nas
com a pensão de 100 réis semanaes em favor da mãe dos costas de Portugal, approvado por decreto de 14 de maio
mesmos possuidores; cle 1903 :
Considerando que em taes circunstancias são em ver- Ha por bem Sua Majestade El-Rei confirmar a caduci-
dade pobres, no sentido de terem cle grangear pelo tra- dade do local Estrella, na Costa da Galé, que ficava en-
balho a sua subsistencia, como se diz haver attestado o tre os locaes Liberdade II e Guia, no districto maritimo
arguido: da capitania clo porto cle Setubal, não sendo posto em
Ha por bem denegar a licença exigida no artigo 431.° praça, para que o espaço por elle deixado sirva para me-
do Codigo Administrativo para o seguimento do respectivo lhorar as condições cias actuaes armações, quando d'isso
processo. careçam por alterações nos fundos, que naquella zona da
Paço, em 17 dejulho cle 1905 .—Eduardo José Coelho. costa offerecem notáveis variantes.
D. do O. n.° 153, do 19 dejulljo de 1905.
O que, pela Secretaria cle Estado dos Negocios da Ma-
rinha e Ultramar, se communica ao Conselheiro Director
Geral da Marinha, para seu conhecimento e devidos effei-
tos.
Sua Majestade El-Rei, a quem foram presentes, por Paço, em 17 dejulho de 1905. = Manoel Antonio Mo-
certidão, os autos cle corpo cle delicto, levantados no o.° reira Júnior.
districto criminal do Porto, em que o administrador do D. do G. n.° 161, de 21 dejulho de 1905.
concelho de Bouças, Augusto Bianchi, e o guarda n.° 4fíõ
do corpo da policia civil daquella cidade são arguidos por
José Guilherme Pacheco, Heitor Henrique de Azevedo de Não tendo Francisco Augusto de Assis, concessionario
Araujo e Gama e Alvaro de Azevedo Araujo e Gama de do local, situado na Costa da Galé, da armação Esperan-
terem abusado contra elles da sua autoridade em 23 de ça, para a exploração da pesca da sardinha por meio cle
abril ultimo, e tambem aquelles em que no referido juizo uma armação á valenciana, solicitado em tempo compe-
e ao dito magistrado se attribuiu haver commettido na tente a renovação annual da licença, nem conservado lan-
mesma data igual abuso contra Américo de Lemos Pa- çada a armação 110 periodo de tempo determinado;
checo :
Considerando que as infracções apontadas são causas da
Considerando que dos primeiros autos não consta que a caducidade do local concedido, como é expresso no artigo
captura dos sobreditos individuos fosse ordenada pelo ad- 59.° do regulamento geral de pesca da sardinha nas cos-
ministrador do concelho, e antes o contrario se mostra tas cle Portugal, approvado por decreto de 14 de maio cle
não só pelas informações e investigações officiaes, mas 1903:
tambem pela participação clo proprio captor, limitando se
Ha por bem Sua Majestade El-Rei confirmar a ca-
aquelle magistrado a enviá-los, coino lhe cumpria, ao com-
ducidade do local Esperança, na Costa da Galé, no dis-
petente juizo erimin.d, sem que portanto praticasse no
tricto maritimo da capitania do porto de Setubal, não sendo
exercicio das suas funcções qualquer acto que seja incri-
posto em praça, visto não guardar as distancias regula-
minavel;
mentares ás armações vizinhas, tendo existido até ha pouco
Considerando que os mesmos individuos foram por seus pela tolerancia concedida pelo artigo 159.° do regulamento
criminosos desmandos capturados em flagrante delicto, nos de 14 de inaio de 1903.
termos dos artigos 51." e 52.° do regulamento cle 21 de
O que, pela Secretaria de Estado dos Negocios da Ma-
dezembro cle 1876, como se vê da alludida participação,
rinha e Ultramar, se communica ao Conselheiro Director
confirmada nas referidas investigações pelos depoimentos
Geral da Marinha, para seu conhecimento e devidos ef-
de testemunhas presenciacs ;
feitos.
Considerando, quanto aos segundos autos, que das tes-
Paço, em 17 dejulho de 1905. = Manoel Antonio Mo-
temunhas nellas inquiridas, umas não deram razão alguma
reira Júnior.
de sciencia para imputar ao administrador do concelho D. do G. n.° 101, do 21 dejulho do 1905.
qualquer ordem de captura contra Américo de Lemos Pa-
checo, e as outras manifestam apenas uma suspeita ou
convicção, o que em direito não importa nem póde sup-
prir para os effeitos criminaes a demonstração do facto ar- Direcção dos Caminlios de Ferro Ultramarinos
guido, cuja supposição é aliás refutada pelas investiga-
Convindo providenciar sobre a construcção do caminho
ções que offi<!Íalinente se fizeram a tal respeito:
de ferro de Mossamedes, mandada executar por decreto
Ha o mesmo Augusto Senhor por bem denegar a li-
de 27 de maio de 1905: ha por bem Sua Majestade El-
cença exigida no artigo 431.° clo Codigo Administrativo
Rei determinar o seguinte:
para o seguimento dos respectivos processos.
Artigo l.° A construcção do caminho de ferro de Mos-
Paço, em 17 cle julho de 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho.
samedes fica a cargo da direcção dos caminhos de ferro
D. do G. u." 161, de 21 dejulho de 1905. de Loanda, criada por decreto de 3 de setembro de 1903,
sendo-lhe extensivas as disposições applicaveis do referido
decreto e da portaria regia da mesma data.
Ait. 2." O pessoal empregado nos serviços do caminho
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR de ferro de Mossamedes será tirado do quadro temporário
Direcção Geral da Marinha da direcção dos caminhos cle ferro de Loanda, que para
esse fim será aumentado com o seguinte pessoal:
a 1 engenheiro;
3, Repartição
4 conductores;
Não tendo a firma Galambas & Pessoa, concessionaria 1 chefe de armazens;
do local, situado na Costa da Galé, da armação Estrella, j 1 pagador.
Julho 11 292 1905
Art. 3.° Para o pessoal empregado nos trabalhos do e apreciar o modo como tem sido executado o contrato
caminho de ferro de Mossamedes serão reduzidas a me- de arrendamento da Fabrica da Marinha Grande, perten-
tade as ajudas de custo lixadas na tabella do artigo 16.° cente ao Kstado, seja substituído, por urgencia e conve-
da portaria de 3 cle setembro de 1903. niencia do serviço, pelo capitão de engenheiros Antonio
§ unico. São mantidas as ajudas de custo fixadas aos Rodrigues Nogueira.
funccionarios nomeados para o caminho de ferro de Mos- Paço, em 20 de julho de 1905. — Manoel Affonso de
samedes cm data anterior á d'esta portaria, emquanto se Espregueira.
D. do G. u.° 101, de 21 de julho de 1905.
conservarem sem interrupção no serviço do mesmo cami-
nho cle ferro.
Paço, em 18 dc julho de 1905. = Manoel Antonio Mo-
reira Júnior.
D. do G. u.° 1G0, de 20 cle julho de 1905. MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Caminhos d eFerro do Estado
Conselho de Administração
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos de regulamento d esta data, para a admissão e instrucção
dos guardas-freios nos caminhos de feiro do Estado: ha
4. a Repartição por bem approvar o referido regulamento, que baixa assi-
nado pelo Conselheiro Presidente do Conselho de Adminis-
1.* Divisão tração dos Caminhos de Ferro do Estado.
Paço, em 20 dejulho de 1 9 0 5 . = / ) . João de Alarcão
Manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Es- Velasques Sarmento Osorio.
tado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e In-
dustria, que, nos termos do n.° 2.° do § 6.° do artigo 3.°
do regulamento em vigor para o serviço dos correios, se-
jam consideradas officiaes para todos os effeitos as corres-
Regulamento da admissão de instrucção dos guardas-freios
pondências que a commissão executiva encarregada de Artigo 1.° Os guardas-freios serão escolhidos, nos ter :
promover a erecção do um monumento ao Marquês cle mos do artigo 61.° do regulamento geral das Direcções
Pombal haja dc expedir por intermedio do correio, du- dos Caminhos de Ferro do Estado, approvado por decreto
rante o prazo de um anno, a contar da presente data, de 1G de novembro cle 1899, entre os agulheiros, carre-
devendo taes correspondências conter no endereço a le- gadores, praticantes do movimento e assentadores, ou en-
genda respectiva estampada por meio cle carimbo ou im- tre individuos estranhos ao serviço dos mesmos caminhos
pressão typographia e transitar abertas pelo correio. de ferro, que tenham baixa sem nota do serviço militar.
Paço, em 18 de julho cle 1905. —-= D. João cle Alarcão Art. 2.° Os candidatos a guardas-freios, a que se refere
Velasques Sarmento Osorio. o artigo 1.°, serão sujeitos á pratica e devidamente ins-
D. do Ci. n.° do 22 de julho do 1905.
truidos antes da sua nomeação como guardas-freios effec-
tivos.
Art. 3.° Cada uma das direcções fixará em 31 de de-
Direcção Geral d e Obras Publicas e Minas zembro de cada anno o numero de individuos a admittir
á instrucção, em vista da promoção provável durante o
Repartição de Obras Publicas anno e do numero de individuos habilitados no anno an-
terior c ainda por nomear. Esta admissão será feita por
Sua Majestade El-Rei, a (piem foi presente, o processo concurso entre os individuos indicados no artigo 1.°
de concurso publico a que se procedeu no dia 9 dc maio § unico. Os individuos estranhos ao serviço serão ad-
ultimo, 110 Ministerio das Obras Publicas, Commercio e mittidos ao concurso somente quando não haja numero
Industria, para adjudicação da empreitada geral de cons- sufficiente de candidatos clas outras categorias.
trucção da ponte da Leziria, 110 lanço comprehendido en- Art. 4.° Para ser admittido ao concurso é preciso:
tro Castro Marini c Villa Real de Santo Antonio, da es- 1 N ã o ter menos de dezoito nem mais de vinte e oito
trada real n.° 192 — Mertola a Villa Real de Santo An- annos;
tonio —, conformando-se com o parecer do Conselho Su- 2.° Ter sufficiente robustez comprovada pela junta me-
perior de Obras Publicas e Minas; ba por bem deter- dica ;
minar : 3.° Saber ler, escrever e contar correntemente, o que
1.° Q.uo seja annullado o referido concurso; será comprovado por prova pratica perante um inspector
2." Q.uo opportunamcnte seja aberto novo concurso para designado pelo chefe do movimento;
a adjudicação da mencionada, empreitada. 4 ° Ter pelo menos uin anno de bom serviço como agu-
Paço, em 19 de julho de 1905. = /). João de Alarcão lheiro, carregador, praticante ou assentador.
Velasques Sarmento Osorio. § 1.° Os candidatos estranhos ao serviço, alem de sa-
n . do Ci. n.° 101, dc 21 do julho de 1905. tisfazerem ás prescrições cios n. os 1.°, 2.° e 3.°, deverão
provar :
1.° Que são portugueses;
2.° Que não teem responsabilidade criminal;
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA 3.° Que cumpriram a lei do recrutamento na parte que
lhes for applicavel.
Secretaria Geral § 2.° Sào motivo de preferencia o comportamento
exemplar, os bons serviços prestados, e, em igualdade
Sua Majestade El-Rei ha por bem determinar pelo Mi- das demais circunstancias, a antiguidade no serviço.
nisterio da Fazenda, ouvido o das Obras Publicas, que o Art. 5." Os concorrentes preferidos serão considera-
Conselheiro Jose Maria de Oliveira Simões, chefe da Re- dos praticantes cle guardas-freios e serão devidamente ins-
partição do Trabalho Industrial, nomeado pela portaria de truidos :
3 do corrente para a commissão incumbida de examinar 1 P e l a pratica durante dois meses no serviço dos
1905 293 Julho 22
comboios, no primeiro mês nas guaritas acompanhados por MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
guardas freios effectivos, e no segundo nos fourgons na com-
panhia dos conductores; Direcção Geral da Agricultura
2.° Pela frequencia subsequente, por tempo não supe-
rior a dois meses, de uma escola regida por um empre- Repartição dos Serviços Agvonoraicos
gado escolhido pelo chefe do movimento, onde serão ins-
truidos acêrca dos regulamentos de policia e exploração, Senhor. — Nos annos de 1893 a 1895, tendo já diminuido
na parte applicavel, de circulação na via unica, de sinaes, extraordinariamente a exportação dos nossos vinhos de
de conductores e guardas-freios, com a pratica da respec- pasto e de vinhos neutros ou dc lotação, por effeito clo re-
tiva escrituração e de horarios e da technulogia elementar nascimento da viticultura francesa, e havendo a phylloxera
de caminhos de ferro, no que interessa ao bom desempe- assolado as principaes regiões productoras d'aquelles vi-
nho das respectivas funcções e ao conhecimento das linhas nhos, viam-se os nossos viticultores assoberbados por uma
e seu material. crise temerosa, que, clo mesmo trecho em que lhes reduzia
Art. 6.° Durante o periodo de instrucção os pratican- a producção c a exportação, lhes criava um concorrente
tes cle guarda-freio receberão o jornal correspondente á insuperável, o vinho artificial de passa, de açúcar e cle
sua categoria e os praticautes e os individuos estranhos baga, não permittindo para a escassa colheita a compensa-
ao serviço o subsidio de 300 réis por dia, e, alem d'esse ção da melhoria de preço.
salario ou subsidio, o abono de 1 real por kilometro, em- A essa concorrência dos vinhos artificiaes, cujo fabrico
quanto andarem praticando nos comboios. nào era prohibido, alliava-se a dos vinhos adulterados ou
Art. 7.° Durante a frequencia da escola os praticantes falsificados, para a repressão dos quaes se mostravam in-
serão empregados, fóra das horas de instrucção, de prefe- suficientes os meios cle que dispunham as autoridades sa-
rencia como faroleiros e engatadores ou como carrega- nitarias d'esse tempo, resultando d'ahi as naturaes recla-
dores. mações dos interessados, productores e consumidores, e a
Art. 8.° Findo o periodo da instrucção os praticantes necessidade de estudar o assunto e adoptar as providen-
cle guardas-freios serão examinados por um jury composto cias mais convenientes.
do chefe do movimento e de dois inspectores, e classifica- Attendendo a essa necessidade nomeou o Governo em
dos por ordem numérica em vista das provas prestadas o 1894 uma commissão composta de technicos e homens
dos seus antecedentes. competentes e illustrados, a qual, estudando cuidadosa-
Art. 9.° Os candidatos approvados e classificados serão mente a questão, apresentou, em curto prazo, um justifi-
considerados guardas-freios auxiliares e voltarão á sua si- cado e bem elaborado relatorio e o projecto que serviu de
tuação anterior ou farão serviço de engatadores ou faro- base ao decreto assinado cm 1 cle setembro clo mesmo
leiros nas estações que lhes forem designadas, ou serão anno, que organizou o serviço da fiscalização dos vinhos e
empregados como carregadores, faroleiros ou engatadores azeites a cargo clo Ministerio das Obras Publicas, Com-
quando haja vaga, se são estranhos ao caminho de ferro, mercio e Industria, cujo regulamento foi outorgado em 10
sendo chamados ao serviço como guardas-freios e nomea- de maio de 1895.
dos effectivos pela ordem cle classificação. Por esses diplomas, de natureza dictatorial, foram im-
Art. 10.° As direcções organizarão sem demora, de postas penas severas ás transgressões que importassem o
commum acordo, o programma da instrucção em que se fabrico, venda ou transporte dc vinhos ou azeites falsifica-
designarão minuciosamente os conhecimentos thcoricos e dos, adulterados ou corruptos; mas pcrmittia-se ainda o
práticos que hão cle ser ministrados aos praticantes de fabrico, venda, expedição c transporte dos vinhos artifi-
guardas-freios. ciaes, de bagaço, cle açúcar, de passa c de mosto concen-
Art. 11.° As direcções poderão, caso soja necessário, trado, comtanto que fossem vendidos e circulassem sempre
effectuar a admissão e instrucção clo primeiro grupo de sob a respectiva designação, indicativa da materia prima
praticantes de guardas-freios antes de 31 de dezembro de que provinham, como aliás a esse tempo era permittido
proximo futuro, sendo admittidos a concorrer os guardas- tambem na legislação de outros paises.
freios auxiliares. Entretanto, o receio de que a concorrência de taes vi-
Lisboa, 20 de julho de 1905. = O Presidente do Con- nhos, genericamente denominados artificiaes, prejudicasse
selho de Administração, Antonio Augusto Pereira de Mi- ainda a venda do verdadeiro vinho, e que a fiscalização
randa. não lograsse ser sufficientemente efficaz para evitar que
D . do a . n.° 160, dc 31 do jullio dc lílOõ. se vendessem como vinho natural ou com este viessem a
ser lotados, levou algumas associações e diversas corpora-
ções administrativas a representar contra a sua fabricação
e até contra a venda de agua-pc; para o que tambem
MINISTERIO DOS NEGOCIOS D á MARINHA E ULTRAMAR concorreram os factos de ter sido muito escassa a colheita de
1893, dc ser baixo o direito das passas cle uva, e de ler
tomado grande desenvolvimento a fabricação cios referi-
Direcção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos
dos vinhos artificiaes.
Ainda o Governo attendeu a essas reclamações, prohi-
Sua Majestade El-Rei, attendendo ás informações do go-
bindo, por decreto dictatorial dc 23 de agosto de 1895, a
vernador geral da provincia dc Moçambique: ha por bem
titulo de experiencia e provisoriamente, segundo diz o
determinar que o n.° 1.° da portaria de 22 de novembro
respectivo relatorio, o fabrico c venda dos vinhos de ba-
de 1904 fique tendo a seguinte redacção:
gaço, de açúcar, cle passa e de mosto concentrado, quer
1.° As indemnizações que a administração do caminho simples, quer lotados, e bem assim o da agua-pé, que não
de ferro de Lourenço Marques haja de pagar por perdas fosse para consumo exclusivo do proprio productor c dos
ou avarias de mercadorias de valor, especificadas na clau- seus serviçaes.
sula n.° 9 do livro de tarifas do caminho de ferro do Lou-
Todos estes decretos com força de lei tiveram em vista
renço Marques e não seguradas, não poderão exceder dez
occorrer á insufficiencia da fiscalização sanitaria dos vi-
libras por cada volume, ficando a fixação da referida in-
nhos c azeites, anteriormente exercida apenas pelos func-
demnização ao arbitrio da administração do caminho de
cionarios de saude publica dependentes do Ministerio do
ferro.
líeino e por algumas camaras municipaes, conforme as
Paço, em 21 dejulho de 1905. = Manoel Antonio Mo- suas posturas, e attendiam não só ás conveniências dos
reira Júnior. consumidores, mas ainda ao fim cle salvaguardar os inte-
D. do Cl. u. n 181, do 14 dc nfosto dc 190."<.
J u l h o 11 294 1905
resses cla agricultura, protegendo-a contra os falsificado- da agricultura nacional, sem novos encargos para o The-
res. souro. No uso d'essa faculdade, foi outorgada pelo Ministe-
Por decreto cle 30 de julho de 1896 foi estabelecida rio das Obras Publicas, em 17 de dezembro de 1903, a
tambem a fiscalização dos vinagres, baseada nas disposi- «Organização
r") s dos Serviços
s cle Fiscalização
a Technica dos
ções dos artigos 251.° e 456.° do Codigo Penal, ficando Productos Agricolas e de Sanidade Pecuaria», em que
tambem a cargo clo Ministerio das Obras Publicas, pela ao mesmo tempo foram modificadas e codificadas as di-
Inspecção dos Vinhos e Azeites. versas organizações de serviços de fiscalização, não obs-
A carta de lei de 21 de maio de 1896 e o seu regula- tante os referidos serviços continuarem a constituir tres
mento cle 30 de julho do mesmo anno estabeleceram tam- ramos especiaes e independentes: um a cargo cla Inspec-
bem para o leite uma certa fiscalização, que devia ser ção Geral dos Vinhos e Azeites, outro cla Inspecção Ge-
exercida pelo comprador; mas por tal forma que, na rea- ral dos Cereaes e o terceiro clas Direcções dos Serviços
lidade, apenas vinha a utilizar ás frutuarias e fabricas de cle Sanidade Pecuaria, nas cidades cle Lisboa e Porto, e
lacticinios. dos intendentes de pecuaria nos diversos districtos do
Os clamores e queixas contra a má qualidade das fari- reino.
nhas de trigo e do pão em 1897 e 1898, coincidindo com Ha, porem, a notar, nessa organização de 1903, duas
a carestia do mesmo cereal, resultante da escassez da co- circunstancias importantes, que constituem as principaes
lheita c das más condições do commercio externo por mo- causas da necessidade da nova reforma dos serviços que
tivo cla baixa clo cambio e cla guerra entre os Estados Uni- tenho a honra de propor a Vossa Majestade no presente
dos e a Espanha, levaram aincla o Governo a decretar, projecto de organização, sendo:
pelo Ministerio das Obras Publicas, cm 9 cle dezembro de 1.° A fiscalização technica dos productos agricola-*, a
1898, o primeiro regulamento da fiscalização sanitaria das cargo do Ministerio das Obras Publicas ficou sendo ape-
farinhas e clo pão. nas exercida na producção, armazenagem, conservação,
No anno seguinte, as cartas de lei de 14 e de 26 deju- transporte e vencia por grosso, e:.u todo o reino; emquanto
lho autorizavam o Governo, a primeira a organizar a fis- que a fiscalização dos mesmo generos na venda a retalho
calização das fabricas cle moagem matriculadas c padarias, ficava pertencendo exclusivamente á Inspecção Geral cios
e consequentemente a dos cereaes, farinhas e pão, e a se- Serviços Sanitarios clo Reino, a qual não deixou de exer-
gunda, na sua base 7. a , a adoptar as providencias conve- cer cumulativamente a fiscalização na venda por grosso,
nientes para tornar efficazes e ampliar os serviços da fis- na producção e demais circunstancias dos productos, nos
calização cios vinhos e seus derivados, azeites, cerveja e termos clo respectivo regulamento, que não fôra alterado,
outras bebidas alcoolicas e refrigerantes, leites e lactici- subsistindo, portanto, uma duplicação de serviços;
nios, podendo rever os diplomas, então em vigor, relativos 2.° O § o." do artigo 259.° determina que: qualquer
ao fabrico e commercio d'csses productos. aumento de despesa, proveniente da execução d'essa orga-
Effectivamente, por virtude cl'essas cluas cartas cle lei nização, que não seja compensado pelo aumento de receita
foram outorgados em 1899: o regulamento de 26 de ju resultante da fiscalização dos generos agricolas e cla sani-
lho, para o commercio dos trigos c dos productos da sua dade pecuaria, tique dependente de confirmação legislativa,
farinação c panificação; o regulamento cle 1 de setembro, devendo o Governo apresentar ás Côrtes o projecto dc ta-
para a fiscalização cla venda das farinhas e pão; o regula- bella dos vencimentos do pessoal que nào estivessem deter-
mento de 23 de dezembro, para a fiscalização dos vinhos minados já na legislação vigente, e não podendo ser feita
o seus derivados, azeites, cerveja c outras bebidas alcoo- qualquer nomeação sem que tivesse sido approvada aquella
licas e refrigerantes; o regulamento da mesma data, para a tabella.
fiscalização na venda do leite c lacticínios; alem dos regu- Ora, comquanto o Governo inserisse no orçamento e fos-
lamentos relativos á importação clo milho no continente e sem approvadas pelas Côrtes as verbas necessarias para
nas ilhas adjacentes c ao regime da importação do trigo custear as despesas dos serviços, incluindo vencimento
nas mesmas ilhas. do pessoal, não submetteu á approvação do Parlamento a
Antes de serem criadas no Ministerio das Obras Publi- tabella d'esses vencimentos, resultando d'ahi a imperfeita
cas as fiscalizações sobre, os generos agricolas de origem execução do decreto.
vegetal e a dos leites e lacticinios, competia já ao mesmo *
* *
Ministerio, pelas intendências de pecuaria, a fiscalização da
sanidade pecuaria, desde o decreto cle 21 cle junho de Por effeito do § unico clo artigo 1.° da referida organi-
1859, regulado pelo clc 12 de março de 1862, em que ha- zação de 1903, foi, logo em seguida á sua. publicação, sus-
viam sido esboçados os serviços hygienico c sanitario dos penso o serviço de fiscalização na vencia a retalho por
animaes. Estes serviços foram depois ampliados successi- parte clo Ministerio das Obras Publicas, continuando uni-
vamente por effeito da carta de lei de 7 dc abril de 1876 camente a cargo cla Inspecção Geral dos Serviços Sanita-
e seu regulamento de 28 (le fevereiro do 1877, portaria rios clo Reino.
de 28 de outubro dc 1886, decreto orgânico cle 16 de. de- Com esta cessação do serviço parece ter coincidido a
z e m b r o do mesmo anno, decreto cle 7 cle fevereiro cle 1889, diminuição no abastecimento cle vinhos em Lisboa, quando
p o r t a r i a de 24 de abril de 1891, decretos orgânicos dos a baixa do preço do vinho deveria ter sido motivo efíica-
serviços agricolas de 29 dc outubro dc 1891, n.° 4 de 1 eissinio para aumentar o consumo na mesma cidade, e,
de dezembro de 1892, e dc 28 cle dezembro do 1899, e portanto, para o incremento do despacho nas barreiras e
finalmente pelo regulamento dos serviços de sanidade pe- clo correspondente imposto de consumo. O certo é que os
cuaria da cidade de Lisboa de 14 cle setembro de 1900 e prejuízos soffridos pelos negociantes que fornecem os vi-
decreto com força dc lei do 24 de dezembro dc, 1901. nhos para a venda a retalho na capital os levaram a re-
líefundida, pois, em recentes datas, 1899, 1900 e 1901, clamar, pedindo se tornasse mais intensiva a fiscalização,
encontrava-se a legislação, relativa aos serviços de fiscali- e outro tanto fez a Administração Geral das Alfandegas,
zação cle, productos agricolas e á sanidade c hygiene dos cm mais de um officio dirigido ao Ministerio das Obras
gados, distribuída por varios diplomas, o os respectivos Publicas, por ver decair a receita do imposto de consumo.
serviços a cargo de direcções especiaes e especializadas, A estas reclamações teem-se suecedido muitas outras,
conforme as suas competências teelmicas. quer na imprensa, quer no Parlamento, quer ainda por
A carta de lei de 1 de julho de 1903 autorizou, porem, parte dos agricultores e das suas associações, pedindo a
o Governo a introduzir na legislação reguladora dos pro- reintegração d'aquella fiscalização, na venda a retalho, na
ductos agricolas do pais as modificações reclamadas pela organização dos serviços fiscaes dependentes do Ministerio
experiencia dos factos, dc forma a proteger os interesses j das Obras Publicas, e mais do que isso, a exclusiva exe-
1905 295 Julho 22
cução de todo o serviço, no que respeita aos generos agri- para consumo na capital nos tres annos de 1893 a 1895,
colas, pelo mesmo Ministerio, no qual se reconhece com- immediatamente anteriores á acção effectiva dos serviços
petencia especial mais adequada. da mencionada fiscalização, orçava apenas por 60:916 pi-
É para satisfazer a tão reiterados clamores que o ar- pas. Logo no primeiro anno da fiscalização, 1896, o aumento
tigo 2." do projecto incumbe ao Ministerio das Obras Pu- dos mesmos vinhos importados em Lisboa attingiu cêrca
blicas os serviços de que trata o artigo 1.°, entre os quaes de 7:500 pipas c ao cabo cle seis annos o aumento me-
se designam os da fiscalização dos generos agrícolas ali- dio annual elevava-se já a 12:495 pipas».
mentares, e que o artigo 16.° estabelece que a referida A contraprova, temo-la já tambem: ó o resultado da
fiscalização se exerça tambem na venda a retalho dos suspensão da fiscalização na venda a retalho, em seguida
mesmos generos. á publicação do decreto de 17 de dezembro de 1903, que
# motivou as reclamações dos negociantes que abastecem
* # de vinhos o mercado de Lisboa, e as da Administração
Pela exposição, feita no primeiro trecho cVeste relatorio, Geral das Alfandegas, o qual já acima expus a Vossa Ma-
sobre a já vasta legislação do Ministerio das Obras Pu- jestade, no segundo trecho d'este relatorio.
blicas acêrca da fiscalização dos generos agricolas alimen-
tares, se vê quanta attenção teem merecido a este verda-
*- *
deii-o ministerio do fomento agricola, industrial e commer-
cial não só os interesses da lavoura, da industria e do As vantagens que resultam para a agricultura, para o
commercio, no que respeita á pureza e genuinidade dos consumidor e para o commercio licito e honesto, da con-
principaes generos alimenticios, mas ainda os do publico servação e desenvolvimento dos serviços de fiscalização
consumidor, sob o ponto de vista das condições hygieni- dos generos agricolas neste Ministerio, vem ainda juntar-sc
cas e de salubridade dos mesmos productos. o proveito que d'elles colhe o Thesouro.
Este Ministerio, que dispõe de laboratorios chimicos Effectivamente, sem considerar o beneficio, que póde
competentes para a analyse das amostras cle productos advir para o Estado, do aumento da riqueza publica pelo
agricolas colhidas pela respectiva fiscalização, de pessoal desenvolvimento da producção e melhor valorização dos
technico, educado nas suas escolas superiores e praticas productos, consequência lógica e natural do incremento do
de agricultura e constituido pelos agronomos e regentes consumo, e bem assim a maior receita clo real de agua no
agricolas dos respectivos quadros officiaes, bem como do Porto e demais terras do reino, basta-nos attender ao re-
pessoal das missões oenotechnicas, é certamente o mais sultado, já evidente e verificado, obtido nos direitos de
competente para exercer a inspecção dos mesmos generos, consumo dos vinhos despachados para abastecimento da
desde a sua producção até a sua venda para consumo. capital, para reconhecer, sem a menor duvida, quanto as
EfFectivamente, em uma fiscalização bem entendida e despesas com este serviço são reproductivas, ou impor-
convenientemente organizada, não importa somente repri- tante é a receita que d'ellas dimana.
mir a fraude, o desleixo e a ignorancia: é necessário cuidar Um consumo annual de mais ou do menos 10:000 a
tambem, com zêlo e acerto, com dedicação e interesse, 12:500 pipas de vinho om Lisboa representa, com effeito,
por uma forma educativa, cle instruir, onde lia a ignoran 187:000)5000 a 234:000^000 réis tambem a mais ou a
cia; de incitar, onde se dá o desleixo; de aconselhar e menos para o Thesouro: a mais, quando se exercer uma
reconduzir ao bom caminho, ás boas praticas, onde se fiscalização capaz de evitar ou de restringir os desdobra-
commette a fraude. mentos e outras adulterações dos vinhos; amenos, quando
Ê esta a forma mais digna, mais proveitosa, mais justa cessa a mesma fiscalização. Ora, deve-se notar que nunca
e nobre, por que se póde e deve exercer uma fiscalização, o referido serviço fiscal, só na parte que se refere a vi-
seja do que for, e muito especialmente quando se trata dc nhos, seus derivados e azeites, cervejas e refrigerantes,
productos da nossa primeira industria e dos generos mais custou um decimo, sequer, da receita que produziu annual-
importantes da alimentação publica. mente.
Essa fiscalização, executada por tal forma e attingindo É obvio que o resultado será tanto mais importante,
o máximo effeito util, só a póde exercer o Ministerio das e tanto maior a receita para o Thesouro, quanto mais se
Obras Publicas; só o seu pessoal tem a competencia e a aperfeiçoar e desenvolver o serviço cia fiscalização, au-
capacidade sufficiente e especial, indispensaveis para a de- mentando-lhe a dotação até um justo limite.
sempenhar cabalmente.
D'este parecer foram tambem as secções agronomica e *
pecuaria clo Conselho Superior de Agricultura, que nas * #
suas consultas aconselharam que a fiscalização dos generos A fim de poder modificar a organização dos serviços
agricolas alimenticios fosse exercida total e exclusivamente da fiscalização dos generos agricolas, por forma a melho-
pelo Ministerio das Obras Publicas. rá-los e desenvolve los sem aumento de despesa para o
Estado, foram abrangidos no presente projecto os serviços
* do Mercado Central de Productos Agricolas, os quaes, nos
* * termos do artigo 6.° da parto I e do titulo in da parte u i
A prova da efficacia do serviço fiscal exercido por este do decreto de 24 de dezembro de 1901, são comprehen-
Ministerio está nos resultados por elle obtidos em Lisboa didos, juntamente com os serviços de fiscalização de pro-
com relação aos vinhos despachados para consumo. Basta ductos agricolas, em um mesmo grupo de serviços agro-
citar o que, baseando-se em dados estatisticos de todo o nomicos, sob a designação cle Serviços cle Fomento Agri-
ponto fidedignos, já expôs a Vossa Majestade o meu illus- colo-Commercial, os quaes, conforme a definição clo refe-
trc antecessor no relatorio que precede o decreto de fo- rido artigo 6.°, teem por fim promover e auxiliar a venda,
mento vinícola de 14 cle janeiro do corrente anno: commercio c consumo dos productos agrícolas.
«Para ver que estes cálculos não são chimericos, bas- Esse resultado não só é alcançado pelo presente pro-
tará observar o que se tem passado com respeito ao des- jecto de organização, mas até excedido; porque, alem do
pacho de vinho para consumo de Lisboa depois que se se obter uma economia considerável no conjunto das des-
iniciou, pelo Ministerio das Obras Publicas, a fiscalização pesas, se consegue tambem uma receita importante.
na venda clo referido genero, e por effeito da mesma fis- Comparando a despesa total, que actualmente resulta-
calização. ria cia somma dos vencimentos effectivos do pessoal do
«Com effeito, a quantidade media annual dos vinhos Mercado Central de Productos Agricolas (sem contar o
communs até 15° e engarrafados, submettidos a despacho pessoal addido), dos do pessoal da fiscalização dos adubos
Julho 11 296 1905
e das outras fiscalizações, suppondo estas já completamente já em 1904 a cpiantia de 9:784(5755 réis, podendo, por-
montadas conforme a sua organização de 17 de dezembro tanto, calcular-se em 10:000^000 réis, números redondos.
de 1903, com a despesa que deverá resultar da execução No Porto, podemos calcular, pelo seguro, que attingirá
do projecto junto, nota-se uma economia de cêrca de cêrca de metade d'essa quantia, porque o despacho da
4:000$000 réis, sem comtudo entrar em linha de conta carne em 1894 já ali era o seguinte:
com o respectivo aumento de receita.
Como já frisei, o referido decreto orgânico de 17 de Vaca e vitela 15:143 kilogrammas
dezembro de 1903 não está ainda em perfeita execução; Carneiro 35:689 »
mas as verbas d'estes serviços descritas no orçamento de Porco 898:565 »
1904-1905 sommadas com a despesa da fiscalização dos Total... 949:397 »
adubos e a do Mercado Central, sem contar as do pessoal
addido, dão ainda uma differença maior, de cêrca de Em 1899 havia-se já reduzido a entrada da carne de
10:000$000 réis a mais sobre a despesa calculada pelo vaca ou vitela pelas barreiras clo Porto a algumas cen-
projecto. tenas de kilogrammas apenas, mas aumentava a de car-
neiro e porco, de sorte que o intendente de pecuaria do
respectivo districto calculava já o despacho de carnes para
Iía ainda a considerar e demonstrar em abono do pro- consumo em 1.000:000 kilogrammas ; comquanto hoje deva
jecto, ou pelo menos das suas vantagens economicas, sob ser maior, pelo alargamento da cidade e aumento da sua
o ponto de vista dos interesses do Thesouro, que, alem de população, pode-se calcular, com segurança, que o imposto
produzir a economia acima indicada, garantirá uma im- sanitario renderá no Porto cêrca cle 5:000^000 réis.
portante receita, por tal forma que os serviços cla fiscali- Quanto á quota fiscal de matricula annual das vacas, re-
zação dos generos agricolas, longe de serem onerosos para gulando estas em Lisboa por 3:000, deverá attingir cêrca
o Estado, são realmente mais do que gratuitos, são repro- de 1:500$000 réis, e no Porto talvez um terço d'essa quantii.
ductivos e rendosos, como accidentalmente tonho já asse- Cs demais serviços cle fomento commercial de productos
verado neste relatorio. agricolas, isto é, os do Mercado Central, tambem produ-
O decreto n.° 4 de 1 de dezembro de 1892 determinou zem já uma receita que chega a contrabalançar as suas
que a fiscalização sanitaria nas delegações e postos adua- despesas, mormente nos annos de maior importação de
neiros de Lisboa, que competia á Camara Municipal da trigo exotico, regulando em media por cêrca de 25:000^000
mesma cidade, passasse para o Ministerio das Obras Pu- réis; mas por effeito do disposto no presente projecto, no
blicas, ficando o Estado desonerado do subsidio que pa- que respeita á importação de milho e centeio exoticos com
gava á mesma camara, nos termos cla portaria de 9 de
reducção cle direitos, essa media elevar-se-ha provavel-
abril de 1883, e que constituíssem receita clo Estado a quota
mente a cêrca cle 35.000^000 réis.
de 5 réis em kilogramma de carnes e as demais quotas
Recapitulando, temos, pois, a seguinte receita, que pa-
que, pelo exame sanitario, eram obradas pelos emprega-
dos municipaes nas referidas delegações e postos fiscaes, gará generosamente não só as despesas da fiscalização,
sendo cobradas como os demais direitos de consumo pelos mas ainda as dos demais serviços cle fomento commercial
empregados aduaneiros cVessas delegações e postos. de productos agricolas, excedendo umas e outras em cêrca
de 240:000^0UÕ réis:
O artigo 221.° do decreto de 17 cle dezembro de 1903
dispunha que continuasse a ser cobrado nas delegações e Aumento de receita do direito de consumo
postos aduaneiros o imposto sanitario, destinado a fazer sobre vinho 234:000^000
face á despesa do serviço dc sanidade pecuniária de Lis- Imposto sanitario sobre carnes em Lisboa e
boa e Porto, e o mesmo dispõe o artigo 220.° clo presente Porto 15:000^(000
projecto, que mais claramente manda cobrar tambem na Quota fiscal de matricula das vacas em Lis-
cicladc clo Porto o referido imposto. boa e Porto 2:000&000
Alem cVeste imposto sanitario, outra receita importante Receita do Mercado Central de Productos
ba ainda a cobrar por effeito da fiscalização de sanidade Agricolas 35:000^000
pecuaria nas cidades de Lisboa e Porto, como determina
o artigo 221.° do projecto, sendo a de 500 réis por cacla Total 286:0005000
vaca leiteira matriculada, devendo o pagamento ser feito
em dezembro de cacla anno. Esta quota fiscal havia já siclo
criada pelo decreto de 17 de dezembro de 1903, artigo 222.°, * *
mas não foi posta em execução. Na parte que respeita propriamente ao modo por que
Alguma receita póde aclvir tambem ao Estado da co- devem ser feitos os serviços da fiscalização, e aos pro-
brança das multas, nos termos do artigo 312.° do projecto, ductos e estabelecimentos fiscalizados, foram feitas tam-
bem como dc outras procedências no mesmo determinadas, bem algumas modificações no decreto de 17 de dezembro
as quaes não tomarei em linha de conta, por serem mais de 1903, para aperfeiçoamento e maior efficacia do ser-
contingentes. viço. Entretanto, na sua maior parte, a contextura do pro-
Outra receita, por certo a mais importante de todas, é jecto é idêntica á do referido decreto, tendo me apenas
a que resulta da fiscalização dos vinhos na cidade de Lis- preoccupado com a ideia de melhorar os serviços e não
boa, sobretudo por se tornar extensiva á venda a retalho, com o prurido de fazer um trabalho completamente novo
promovendo o aumento do imposto cle consumo na mesma na forma, alterando, artigo por artigo, tudo o que existia,
cidade, c ainda a que poderá provir da fiscalização dos ainda que estivesse bem feito e fosse o fruto da pratica
vinhos no Porto e nas demais terras do reino. de muitos annos.
Já está demonstrado, pela estatistica clo imposto de con- Uma alteração essencial é a da forma do processo.
sumo, que o despacho cle vinhos para a capital cresceu Pelo decreto de 17 de dezembro de 1903, quando, em
rapidamente pari- jmssu com o desenvolvimento clo ser- resultado da prova ou da analyse, summaria, o producto
viço da fiscalização, a ponto de em seis annos orçar o seu seja considerado suspeito, será obrigatoria nova visita im-
aumento por 12:500 pipas, dando um beneficio para o mediata ao estabelecimento, a fim de sellar os comparti-
Estado, na receita do direito de consumo, de cêrca de mentos ou recipientes que ainda contenham o referido pro-
234:000;>000 réis. ducto, o qual ficará em sequestro. Só depois da segunda
O imposto sanitario cobrado no despacho das carnes de analyse, ou analyse definitiva do producto suspeito, é la-
carneiro, vitela e porco tem crescido em Lisboa e attingiu vrado o auto de transgressão e remettido ao poder judicial
1905 297 Julho 22
com o resultado da mesma analyse, se o interessado não ii reneia muito prejudicial á agricultura, especialmente á in-
interpôs recurso para o Conselho Superior de Agi ioultura dustria da manteiga de vaca, o que deu origem a recla-
ou não é attendido. mações cios productores d'este lacticínio, durante os ultimos
Este processo não é consentâneo com as praxes jurídi- annos.
cas do processo criminal, e por isso é modificado no pre- Já por este Ministerio, ha um anno, se pretendeu atten-
sente projecto, por forma que a direcção do serviço deixa der a essas reclamações, chegando a ser presente ás pri-
de ter intervenção judicial para resolver se o processo ha meiras secções reunidas dos Conselhos Superiores da
de seguir ou não para juizo, ficando sempre obrigado a Agricultura e do Commercio e Industria um projecto de
dar conhecimento e entregar o processo ao Ministerio Pu- decreto, limitando o numero das fabricas de margarina
blico, logo que, em resultado da prova ou da analyse sum- ou manteiga artificial, regulando a composição e fabrico
maria, o producto seja considerado suspeito de falsificação, d'este producto, e sujeitando-o á fiscalização technica clo
adulteração ou corrupção ; c o mesmo Ministerio, se pela mesmo Ministerio.
analyse definitiva e demais provas de processo verificar a É, pois, para satisfazer a essas justas reclamações que
existencia dos elementos essencialmente constitutivos da no presente projecto se limita o numero das fabricas de
infracção punivel, promoverá no prazo improrogavel de margarina e cle oleo-margarina ao das que actualmente
tres dias que o corpo de delicto se julgue legalmente existem em laboração, nao podendo, contudo, as primei-
constituido e subsistente, podendo entretanto promover ras ser substituídas por outras, quando se extingam, e para
quaesquer exames e investigações, quando os entenda ne- o mesmo fim se adoptam providencias mais consentâneas,
cessarios para melhor esclarecimento da verdade. Se o de harmonia com a legislação já em vigor em outros pai-
accusado na audiência do julgamento for absolvido, com o zes, para que a fiscalização seja efíicaz e a concorrência
fundamento de que não tinha conhecimento da alteração, da margarina com a manteiga seja quanto possivel leal e
da viciação ou da falsificação do respectivo producto agri- a descoberto, sem engano nem illusão para o comprador.
cola, •) processo seguirá contra quem, pela discussão, se
mostrar que ó culpado. É obrigatorio o recurso para o
tribunal superior hierarchico da sentença absolutória, e * *
facultativo o da sentença que julgar procedente a accu-
sação. Taes são, Senhor, as considerações e os motivos em
que se funda o presente projecto de organização dos ser-
*
viços de fomento commercial dos productos agricolas,
* #
que tenho a honra de submetter ao esclarecido critério
Outra alteração consiste na eliminação das disposições e approvação de Vossa Majestade.
technicas contidas no decreto de 17 de dezembro de 1903, Secretaria cle Estado dos Negocios das Obras Publicas,
relativas ás condições de normalidade dos productos fisca- Commercio e Industria, em 22 de julho de 1905. = D. João
lizados, ás substancias cuja presença deva ser prohibida de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
nos mesmos productos, aos limites cle quantidade das subs-
tancias que possam ser toleradas, ás quantidades das amos-
tras necessarias para as analyses, e aos preceitos techni- Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre-
cos que devam ser seguidos na colheita cPessas amostras tario de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com-
e na realização das analyses. Essas disposições, nos ter mercio e Industria;
mos do artigo 34.° e seus paragraphos do projecto, de- Tendo em consideração o disposto na carta de lei cle 1
verão ser propostas pela Commissão technica dos me- cle julho de 1903 e no artigo 23.° do decreto de 17 dc
thodos chimicos-analyticos, e submettidas á approvação dezembro clo mesmo anno; c
superior, continuando, entretanto, em vigor as actuaes, Tendo ouvido as estações competentes:
emquanto não sejam approvadas as novas instrucções te- Hei por bem approvar a < 'rganização cios Serviços cle
chnicas. Fomento Commercial dos Productos Agricolas, cujo di-
Justifica-se esta modificação principalmente pelo pro- ploma, fazendo parte integrante cVestc decreto, baixa as-
gresso constante da sciencia e da industria, que frequen- sinado pelo Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
temente inventam ou descobrem novos processos analyti das Obras Publicas, Commercio e Industria
cos, ou novas substancias que possam ser introduzidas nos Os Ministros e Secretarios dc Estado dos Negocios do
productos alimenticios, quer adulterando-os, quer no sen- Reino, Ecclesiasticos e de Justiça, da Fazenda, da Guer-
tido de os conservar mais ou menos licitamente. ra, da Marinha e Ultramar e das Obras Publicas, Com-
mercio e Industria assim o tenham entendido e façam exe-
*
cutar. Paço, em 22 dejulho de 1905. = REI. = Eduardo
-* *
José Coelho —Arthur Pinto de Miranda Montenegro =
Satisfazendo a reclamação dos fabricantes cle bolacha e Manoel, Affonso de Espregueira = Sebastião Custodio de
biscoito, para que fossem matriculados e admittidos no ra- Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Júnior — D. João
teio clo trigo exotico, e tendo sido ouvidas as estações de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
competentes, que foram de parecer favoravel, são pelo pre-
sente projecto admittidos ao referido rateio os mesmos fa-
bricantes, e sujeitos á fiscalização os seus productos e fa- Organização dos Serviços de Fomento Commercial
bricas, o que não implica c antes cabe perfeitamente nas dos Productos Agricolas
disposições e no espirito da carta de lei de 14 cle julho
de 1899, cpie estabelece o regime clo commercio de ce- Artigo 1.° Os Serviços cle Fomento Commercial dos
reaes. Productos Agricolas comprehendem :
#
1.° Os serviços do Mercado Central cle Productos Agri-
colas e suas dependencias;
Ha ainda outra modificação muito importante no que 2." Os serviços de fiscalização dos productos agricolas
respeita ao fabrico e venda dos productos que imitam a alimentares e dos adubos agricolas.
manteiga e a que no decreto de 17 de dezembro cle 1903 Art. 2." Os serviços a que se refere o artigo anterior
se dá o nome generico de manteiga artificial. E tes pro- competem ao Ministerio das Obras Publicas, Commercio
ductos, cuja fabricação tem tido grande desenvolvimento e Industria, pela Direcção gera! da Agricultura, e ficarão
no país, não obstante serem principalmente constituídos respectivamente a cargo da Direcção <lo Mercado ('entrai
por materias primas exóticas, estão fazendo uma concor- | e da Direcção da Fiscalização dos Productos Agricolas,
Julho 11 298 1905
para serem por estas desempenhados em harmonia com os Art. 8.° Haverá para os serviços do Mercado as se-
preceitos d este diploma. guintes installações:
§ 1.° Continua cm vigor a Fiscalização Sanitaria de- 1.a Armazens para deposito, manutenção e manipulação
pendente du Ministerio do Reino. de mercadorias, providos de material de carga, descarga
§ 2.° A Direcção da Fiscalização dos Productos Agri e pesagem;
colas e a Inspecção doa Serviços Sanitarios clo Reino in- 2. a Casa de recepção e classificação de amostras;
formar-sc-hão reciprocamente, pela forma cjue entre si 3. a Mostruário de typos de mercadorias e cie productos
combinarem, acêrca das infracções encontradas e dos es- de consumo, que convenha tornar conhecidos dos produc-
tabelecimentos que mensalmente hajam inspeccionado. tores nacionaes;
Art. 3." Haverá um Conselho do Fomento Commercial 4. a As demais dependencias necessarias para as opera-
dos Productos Agricolas, com as attribuições definidas no ções e serviços do Mercado.
presente diploma, o qual substituirá o Conselho do Mer- § 1.° O Governo porá á disposição do Mercado Central
cado Central cle Productos Agricolas. de Productos Agricolas os edificios publicos que possa
dispensar para a installação dos serviços a que se refere
Serviços do Mercado Central de Productos Agricolas este artigo.
e suas dependencias § 2° Continuam na posse do Mercado os actuaes ar-
mazens de vinhos e azeites e de cereaes e o edificio onde
Art. 4.° Os serviços do Mercado Central cle Productos está installado o Armazem Geral Agricola de Evora.
Agricolas teem por fim auxiliar, promover e facilitar o de- Art. 9.° Nos armazens onde se effectuarem transac-
senvolvimento do commercio cios productos agricolas na- ções sobre generos sujeitos a impostos aduaneiros func-
cionaes ou nacionalizados, e bem assim o dos productos cionar^ uma delegação da alfandega, á qual competirá
subsidiários para a industria agricola. exclusivamente a cobrança dos impostos aduaneiros á saida
§ unico. O Governo poderá autorizar que se façam, por dos armazens, sem intervenção de qualquer especie nos
intermedio do Mercado Central de Productos Agricolas, serviços do Mercado Central de Productos Agricolas.
transacções sobre mercadorias estrangeiras, quando o jul- § unico. Esta disposição abrange o actual armazem de
gar conveniente. vinhos e azeites no edificio do Mercado.
Art. õ.° O Mercado Central cle Productos Agricolas po- Art. 10.° Cumpre ao Mercado Central de Productos
derá realizar ou promover as seguintes operações: Agricolas promover a fundação de armazens geraes agri-
1.° Compra e venda de mercadorias, á vista, por amos- colas e casas cle vendas publicas com os direitos e van-
tras, ou por typos certos e definidos, nas condições clo re- tagens estabelecidos no decreto de 27 de fevereiro de
gulamento ; 190Õ.
2." Depositos em regime de armazem geral; Art. 11.° As organizações dos armazens geraes agrico-
3." Operações cle circulação e transito das mercadorias las e casas de vendas publicas serão fixadas nos respecti-
no país; vos dccrctos.
4.° Operações de exportação e reexportação. Art. 12.° Haverá na secretaria tres secções, ás quaes
§ 1.° Os serviços do Mercado eomprehendem tambem: competirão, em especial, os seguintes serviços:
1.° A parte, respectiva nos serviços clo regime dos ce- 1.a Secção. Todos os serviços relativos a cereaes e le-
reaes, conformo o disposto na carta, dc lei de 14 dejulho gumes e a quaesquer outros generos agricolas alimenta-
cle 1*99 o seus decretos regulamentares; res, excepto líquidos, e a importação de sementes para
2." Os serviços de importação e distribuição de semen- cultura;
tes ; 2.'1 Secção. Todos os serviços relativos a líquidos alimen-
3." O serviço de informações sobre producção, con- tares, como vinho, álcool, aguardente, vinagre e azeite;
sumo e commercio cle generos agricolas no país e no estran- 3. a Secção. Todos os serviços relativos a cortiça, nos
geiro ; termos clo § 3.° da base 12. a da carta de lei de 26 deju-
4." Os serviços cle propaganda commercial e de agen- lho cle 1899.
cias e depositos de generos agricolas, nos termos do de- § unico. Os serviços a que se refere o artigo 5.° e seus
creto de 14 dc janeiro de 1 90õ ; §§ 1.° e 2.° serão distribuidos pelas tres secções conforme o
:>." Os d emais serviços que lhe forem determinados pelo regulamento dispuser, e, no caso de omissão, segundo as
Governo. determinações da Direcção, de harmonia com a especiali-
§ 2." O Mercado Contrai fará a estatistica da producção dade dc cada secção e as conveniências do serviço.
o da importação e consumo dos cereaes no país. Art. 13.° Para os serviços clo Mercado haverá, alem
§ 3." O disposto neste diploma e no decreto clo 10 de das delegações constituídas pelas commissões executivas
novembro de 185)5), com respeito á importação e fiscali- dos conselhos districtaes de agricultura nas capitaes dos
zação do milho exotico, é applicavel ao centeio nas mes- districtos e das delegações especiaes nos districtos insula-
mas condições. res, as demais delegações que forem necessarias nos con-
g 4." Quando haja reducção de direito do m lho ou do selhos administrativos, nos termos que o regulamento pres-
centeio por elfeito cia escassez d'estes cereaes, a sua im- crever.
portação far-se-ha no continente do reino, mediante a apre- § 1.° Nos concelhos onde venham a ser criadas cama-
sentação (le guia passada pelo Mercado Central ou suas ras de agricultura, serão estas as delegações do Mercado
delegações, com recibo de ter sido paga a taxa de { /í real Central.
por kilogramma de cereal a importar, igual á que teem § 2.° Continuam as delegações das ilhas adjacentes com
pago e continuam pagando os importadores dc trigo exo- a actual constituição e respectivo pessoal.
tico. § 3.° A escripturação do Mercado Central continua a ser
Art. ()." As operações a que se refere o artigo ante- inspeccionada pelo chefe da 9. a Repartição da Contabili-
rior serão eíYeetuadas por intermedio dc corretores, nos dade Publica, nos termos do artigo 102.° da parte III do
termos do regulamento. decreto de 24 de dezembro de 1901.
ij unico. A corretagem maxima que os corretores po- Art. 14." Os lavradores e cultivadores que quiserem
derão cobrar será de 2 por cento, applicada nas condições importar sementes de cereaes e legumes para cultura, pa-
que o regulamento determinar. I gando somente o direito estabelecido no artigo 78.° da
Art. 7." As quantias a cobrar por armazenagem, tra- pauta geral das alfandegas, deverão requisitá-las, com a
fego o agencia, serão as das tarifas vigentes ou as que o devida antecedencia, ao Mercado Central de Productos
respectivo regulamento venha a fixar. Agricolas, depositando a importancia total das despesas a
316
1905 Julho 2'2
effectuar para a sua acquisição, ou dando fiador idoneo do artigo 4 1 d a parte v do deereto dc 24 de dezembro de
por aquella importancia. 1901, que reorganizou os serviços agricolas, e o n." 3." do
§ unico. As sementes de cereaes e legumes importadas artigo 15.° :l'este diploma, a fiscalização effectuar se ha
nas condições d'este artigo serão especialmente fiscalizadas nos locaes designados genericamente no artigo anterior e
pela Direcção clo Mercado Central de Productos Agrico- especialmente nos matadouros, talhos, salcliicharias, vaca-
las, por intermedio das suas delegações e dos agronomos rias, frutuarias e outras fabricas dc lacticinios, de mar-
districtaes, e não poderão ter outra applicação que não garina, e de oieo-margarina, cavalariças, estábulos e ou-
seja a sementeira. tros alojamentos clo animaes, officinas cle ferrai-, mercados
e feiras de gados, bebedouros, esquartejadouros c fabricas
de adubos animaes.
Serviços de Fiscalização dos Productos Agricolas
§ 1.° A fiscalização relativa aos serviços geraes cle hy-
Art. 15." Os serviços de fiscalização dos productos agri- giene e policia sanitaria dos gados será feita em confor-
colas alimentares e dos adubos agricolas dividem-se nos midade com o disposto no decreto de 24 cle dezembro cle
seguintes grupos: 1901, e no regulamento geral de saude pecuaria, cle 7 de
1.° Da fiscalização das bebidas e oleos alimentares, com- fevereiro de 1889.
prehendendo : § 2.° Os serviços de estatistica nosologiea e necrolo-
a) A dos vinhos, gica veterinárias serão executados nos termos do artigo 55.°
b) A dos vinagres, da parte v clo decreto de 24 cle dezembro de 1901.
c) A do álcool, das aguardentes, das bebidas alcoolicas § 3.° Os serviços a que se refere este artigo e os seus
e dos refrigerantes, §§ 1.° e 2.° incumbem: em Lisboa, á Direcção cla Fis-
d) A das cervejas, calização dos Productos Agricolas; no resto do respectivo
e) A dos azeites e outros oleos alimentares, districto, ao intendente de pecuaria; nos districtos or.de
/ ) A da marca oíficial da genuinidade de productos haja delegações, ás mesmas delegações, e nos restantes
agricolas, e os respectivos serviços, bem como os da con- districtos aos intendentes de pecuaria.
cessão dos respectivos certificados e dos da força alcoolica Art. 18.° Para os serviços a que se referem os artigos
dos vinhos, ou do seu typo; 1.5.°, 16. 0 e 17.°, a Direcção cia Fiscalização dos Produc-
2.° Da fiscalização dos cereaes, seus derivados, pensos tos Agricolas terá delegações no Porto, Coimbra, Miran-
e adubos, comprehendendo: della e Faro.
a) A dos cereaes, das fabricas de moagem e seus de- § unico. O Governo poderá estabelecer laboratorios para
positos e dos productos fabricados, analyses chimico-fiseaes em Coimbra, Mirandella e Faro,
b) A do fabrico e venda do pão, clas massas alimentí- comtanto que não exceda, na sua installação e custeio, as
cias, da bolacha e biscoito, respectivas verbas orçaincntaes.
c) A dos residuos industriaes proprios para alimento do Art. 19.° A todas as autoridades e agentes administrati-
gado e a dos pensos manufacturados, vos, fiscaes e policiaes, camaras municipaes, agronomos
d) A do trigo, milho e centeio importados, e a revisão das districtaes, intendentes de pecuaria, delegados e sub-de-
tabellas para o rateio clo trigo, quer nacional quer exotico, legados de saude e veterinarios municipaes incumbe au-
e) A fiscalização dos adubos agricolas; xiliar, em harmonia com o disposto neste diploma, dentro
3.° Da fiscalização da sanidade pecuaria e dos produc- da area clas suas jurisdições ou circunscrições, os serviços
tos de origem animal, comprehendendo: de fiscalização dos productos agricolas.
a) A dos alojamentos dos animaes, § 1.° Aos delegados e sub-delegados de saude incumbe
b) A do estado sanitario cios animaes, especialmente desempenhar os serviços de fiscalização
c) A dos productos de origem animal. dos productos agricolas alimentares, de que trata este
§ 1 A fiscalização poderá exercer-se ainda sobre ou- diploma, fóra das sedes cla Direccão dos mesmos serviços
tros productos alimentares agricolas quando o Governo o e das suas delegações, sem embargo da acção que ahi
julgar conveniente. possam exercer as referidas estações fiscaes e o chefe da
§ 2.° A concessão da marca official da genuinidade de fiscalização movei, directamente ou por intermedio do res-
productos agricolas, bem como dos respectivos certificados pectivo pessoal.
e dos da força alcoolica dos vinhos, ou do seu typo, será § 2.° As amostras dos productos agricolas alimentares
gratuita. a que se refere este diploma, que por virtude c: nos termos
Art. 16.° A fiscalização dos productos agricolas de que do paragrapho precedente forem colhidas pelos delegados
trata o artigo anterior será exercida em todo o reino, nus e sub-delegados de saude, serão remettidas á Direcção da
logares de producção, cle fabrico ou preparação, de venda Fiscalização dos Productos Agricolas ou sua delegação
e nos armazens, alfandegados ou não, quer os generos fis- mais proxima, de harmonia com o disposto no artigo 21.",
calizados se destinem á exportação ou para consumo no seguindo-se os tramites e. processos determinados no mesmo
país, devendo ainda exercer-se cm transito, e nas estações artigo e seus paragraphos e nos artigos 22." a 3o. 0
dos caminhos de ferro, a bordo, nas alfandegas e suas de- § H.° Nas sedes cla Direcção e das suas delegações a
legações. fiscalização de que trata este diploma compete ás mesmas
§ 1.° Esta fiscalização verificará ainda as condições estações, salvo o auxilio que lhes possam prestar as enti-
technicus e sanitarias de certos estabelecimentos e as cle dades a que se refere este artigo.
laboração de algumas industrias, conforme o disposto neste
regulamento. Colheita e analyse das amostras
§ 2.° A fiscalização e colheita de amostras a que se re-
fere a base 20. a da carta de lei de 7 de maio de 1902 re- Art. 20.° Os fiscaes recolherão amostras dos productos
lativa ao regime administrativo, aduaneiro e fiscal das be- agricolas alimentares de que trata este diploma, quando
bidas alcoolicas e fermentadas nas provincias portuguesas assim o entenderem ou lhes tenha sido determinado, a
de Africa, c o artigo 179.° do respectivo regulamento fim de se verificar se os mesmos productos estão incursos
provisorio approvado por decreto de 10 de outubro de em qualquer das suas disposições prohibitivas.
1902, passam a ser feitas, nos termos d'este diploma, pelo § 1." I)c cacla um dos productos levantar-sc-hão tres
pessoal da Fiscalização dos Productos Agricolas. amostras, devidamente autenticadas, das quaes duas serão
Art. 17.° No que respeita aos serviços especiaes de hy- entregues pelo fiscal na direcção ou delegação respectiva
giene pecuaria, de sanidade dos gados e aos de fiscalização e a restante ficará em poder do dono do estabelecimento
dos productos de origem animal, a que se refere o n.° 2.° ou de quem o representar.
Julho 11 300 1905
§ 2. 6 Poder-se-ha juntar ás amostras qualquer substan- sificação, adulteração ou corrupção, a Direcção da Fisca-
cia que sirva para a sua conservação, empregando-a em lização ou as delegações darão immediato conhecimento
quantidade perfeitamente determinada, conforme as ins- aos agentes clo Ministerio Publico, a quem enviarão, com
trucções a que se refere o artigo 34.° d'estc regulamento. os resultados da analyse, a segunda amostra e as demais
Art. 21.° A pessoa que assinar a declaração, ou o dono provas provenientes das investigações fiscaes, ou adminis-
do estabelecimento, em cuja posse fica a amostra a que se trativas, para que procedam de harmonia com a lei.
refere o artigo antecedente, considera-se, nos termos das Art. 24.° Nos casos previstos no artigo precedente pro-
leis vigentes, como fiel depositário. ceder-se-ha immediatamente a nova visita ao estabeleci-
§ 1.° As amostras a que se refere o § 1.° clo artigo 20.° mento, a fim de sellar os compartimentos, recipientes, cai-
serão acondicionadas em vasilhas cle vidro ou louça conve- xas, sacos ou vasilhas que ainda possam conter o referido
nientemente fechadas ou em simples envolucros de papel producto, o qual ficará em sequestro.
nos casos especiaes, lacradas e rubricadas pelo interessado § unico. A inobservância do disposto nos artigos 23.°
ou por quem o represente, e pelo fiscal, devendo o docu- e 24.° será punida com suspensão ou demissão do funccio-
mento da colheita das amostras conter as seguintes in- nario infractor, conforme o grau de responsabilidade.
dicações : Art. 25.° Se pelo resultado da analyse definitiva e de-
1." O nome clo producto; mais provas de processo se verificar a existencia dos ele-
2. a O nome ou firma do possuidor; mentos essencialmente constitutivos da infracção punivel,
3. a A natureza e local do estabelecimento ; 0 Ministerio Publico promoverá, no prazo improrogavel
4. a A qualidade e quantidade da substancia conser- de tres dias, que o corpo de delicto se julgue legalmente
vadora, nos casos especiaes em que esta seja empregada; constituido e subsistente.
5. a A marca ou qualquer sinal por que se distingam Art. 26.° O Ministerio Publico poderá promover quaes-
os recipientes, caixas, sacos ou vasilhas de onde for ex- quer exames e investigações quando o entenda necessário
trahida; para melhor esclarecimento da verdade.
6. a A clata em que a amostra for colhida; Art. 27.° O juiz de direito deferirá, no prazo de quatro
7. a O nome do empregado; dias, as promoções do Ministerio Publico.
8. a O numero de registo da direcção ou delegação res- Art. 28." E obrigatoria, por parte do Ministerio Pu-
pectiva, sempre que o producto dc entrada na secretaria, blico, a interposição clo recurso competente para o tribu-
antes de ser enviado ao laboratorio. nal superior hierarchico do despacho do juiz de direito
§ 2.° No mesmo documento deverá ficar exarada a de- que julgar improcedente o corpo de delicto.
claração a que se refere este artigo. Art. 29.° Constituido o corpo de delicto, o Ministerio
§ 3.° A quantidade de cada amostra para o effeito do Publico promoverá os termos posteriores do julgamento,
artigo 20.° será a determinada nas instrucções a que se observando-se a ordem legal do processo applicavel á in-
refere o artigo 34.° d'este regulamento. fracção punida pela lei.
§ 4.° Quando os productos agricolas alimentares sejam Art. 30.° Do despacho que designar dia para julga-
encerrados em recipientes fechados, cle capacidade inferior mento não ha recurso.
á exigida para a amostra, tomar-se-hão tantos recipientes Art. 31.° Se o accusado, na audiência do julgamento,
fechados quantos sejam necessarios para perfazer o volume for absolvido, com o fundamento de que não tinha conhe-
ou o peso exigido para a amostra. cimento da alteração, cla viciação, ou da falsificação, do
§ 5." Os compartimentos, vasilhas, caixas ou recipientes producto agricola armazenado, exportado, ou exposto á
dos productos suspeitos serão vedados e sellados por modo venda para consumo, o processo seguirá contra quem, pela
seguro e expedito. discussão, se mostrar que é culpado na alteração ou falsi-
§ G.° As amostras serão enviadas á sede dos serviços ficação clo producto agricola alimentício.
da Fiscalização ou das suas competentes delegações, que as Art. 32.° E obrigatorio o recurso para o tribunal supe-
remetterão aos laboratorios dependentes da Direcção Geral rior hierarchico cia sentença absolutória.
da Agricultura, os quaes, alem dos trabalhos para que § unico. E facultativo o recurso da sentença que jul-
hajam sido especialmente criados, só poderão realizar as gar procedente a accusação e não fizer a devida applica-
analyses chimico-fiscaes necessarias para a fiscalização de ção da lei, por não considerar devidamente as circuns-
que trata este diploma. tancias aggravantes e attenuantes, ou por qualquer
§ 7." As amostras a que se refere o paragrapho ante- outro motivo legal. Em qualquer das liypotheses d'este
cedente poderão ainda ser enviadas a qualquer outro la- artigo o recurso será sempre minutado na primeira ins-
boratorio chimico competentemente autorizado pelo Minis- tancia.
terio das Obras Publicas. Art. 33.° Os processos instaurados pelas infracções pre-
§ 8.° As amostras de productos que devam ser submet- vistas neste decreto consideram-se especialmente recom-
tidas a uma analyse bacteriológica minuciosa serão envia- mcndados para todos os effeitos, devendo o respectivo de-
das, no todo ou em parte, aos laboratorios bacteriologico» legado de procuradoria enviar no dia 1 de cada mês ao
dependentes da Direcção Geral da Agricultura, ou qual- procurador regio um mappa demonstrativo do estado dos
quer outro competentemente autorizado pelo Ministerio processos pendentes.
das Obras Publicas. Art. 34.° Os methodos e processos analyticos serão uni-
§ 9.° As amostras deverão ser remettidas ao laboratorio formes em todos os laboratorios officiaes, conforme as ins-
sem designação da pessoa a quem pertencem ou indicação trucções technicas que forem superiormente approvadas.
de procedencia. § 1.° Nos termos do artigo 69.° da parte 111 do decreto
Art. 22." Uma das amostras será submettida, no prazo com força cle lei de 24 de dezembro de 1901, os methodos
de vinte quatro horas, a uma prova ou analyse summaria, o processos analyticos serão propostos pela commissão te-
conforme as instrucções a quo sc refere o artigo 34.° chnica permanente a que se refere o mesmo artigo, e bem
d'este regulamento, analyse que servirá para verificar se assim as condições de normalidade dos productos, as subs-
o producto deve ou não ser considerado suspeito dc falsifi- tancias cuja presença na composição dos mesmos productos
cação, adulteração ou deterioração. deva ser prohibida, os limites de quantidade das substan-
§ unico. O resultado da analyse será communicado cias toleradas, as quantidades das amostras necessarias
confidencialmente á Direcção da Fiscalização ou delegação para as analyses, a natureza e quantidade das substancias
respectiva para os effeitos dos artigos seguintes. que possam ser addicionadas ás referidas amostras e os
Art. 23.° Quando, em resultado da prova ou da ana- preceitos technicos que devam ser seguidos na colheita
lyse summaria, o producto seja considerado suspeito de fal- 1 das amostras e na realização das analyses.
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1905 Julho 2'2
§ 2.° As instrucções e os methodos e processos analy- I 2.° Pela segunda vez, a multa de 4ái000 réis;
ticos que forem superiormente approvados poderão ser | 3.° Por cada uma das vezes seguintes, a multa de réis
modificados pelo Ministerio das Obras Publicas, Com- 20;5>000 e prisão até um mês.
mercio e Industria, mediante proposta ou consulta da ' § 1.° As multas marcadas nos n. os 1.° e 2.° d'este ar-
Commissão technica dos methodos chimico-analyticos, nos I tigo serão impostas pela direcção e delegações respec-
termos do artigo 70.° da parte III do referido decreto, tivas.
sempre que a experiencia, a conveniencia do serviço § 2.° Sempre que os transgressores não deem entrada
e os progressos realizados nos processos de analyse assim no cofre competente, dentro clo prazo que lhes tiver sido
o aconselhem. marcado, com a importancia das multas a que se refere o
Art. 35.° O Governo poderá modificar e alterar o pre- paragrapho precedente, será levantado o auto de contra-
sente diploma, sempre que a conveniencia do serviço e o venção pelos agentes dos serviços da fiscalização.
progresso da sciencia assim o aconselhe, ouvidas as secções § 3.° Nos casos do paragrapho anterior, ou quando a
competentes do Conselho Superior de Agricultura, com- penalidade a applicar for a indicada no n.° 3.° d'este ar-
tanto que não seja excedida a despesa prevista no orçamento. tigo, o auto de contravenção será enviado: em Lisboa, ao
juiz de instrucção criminal, e no resto do país aos agentes
Transgressões, apprehensOes e penalidades do Ministerio Publico, para estes procederem de harmonia
com a lei.
Art. 36.° Os transgressores serão capturados pelos agen- § 4.° As multas que forem applicadas por transgressões
tes da fiscalização ou pelos agentes da segurança publica do disposto neste regulamento darão entrada na Caixa Ge-
quando forem encontrados em flagrante delicto de falsifi- ral de Depositos, á ordem do Ministerio das Obras Pu-
cação, ou a requisição de qualquer pessoa que tenha pre- blicas, Commercio e Industria, a fim clc que seja, mediante
senceado e possa testemunhar a fraude. requisições documentadas pela Direcção da Fiscalização,
§ 1.° Os transgressores capturados serão, acompanha- abonada metade das referidas multas aos fiscaes que hou-
dos do competente auto, remettidos para juizo, perante o verem colhido as amostras dos productos ou autuado os
qual, nos termos legaes respectivos, poderão obter a do transgressores.
vida fiança. § 5.° Quando, por virtude de indicação de pessoa es-
§ 2.° O auto a que se refere o paragrapho precedente tranha ao serviço, seja reconhecida qualquer fraude a que
fará fé em juizo até prova plena em contrario. haja cle applicar-se multa nos termos d'este diploma, essa
Art. 37.° Na repressão das transgressões do disposto pessoa terá direito á metade da mesma multa, que deixará
neste regulamento observar-se-ha o seguinte: de ser abonada aos fiscaes.
1.° Serão punidos com as penas definidas no artigo 456.* § 6." A metade remanescente das referidas multas será,
do Codigo Penal : no fim de cada anno economico, repartida conforme o
«) Os individuos que enganarem o comprador sobre a preceituado no § unico do artigo 312.° d'este diploma.
natureza do genero vendido, quer vendendo uin genero Art. 40.° Os productos avariados ou deteriorados pode-
por outro, quer extrahindo-lhe ou substituindo-lhe qual- rão ser convenientemente beneficiados, transformados ou
quer dos seus constituintes; desnaturados, conforme o seu estado, por conta de seus do-
b) Os que enganarem o comprador vendendo-lhe ge- nos, aos quaes ficarão pertencendo, nesse caso.
neros de que trata este regulamento, falsificados, adulte- Art. 4 1 ° Os productos que forem apprehendidos e os
rados ou alterados ei im alguma substancia, não nociva á que os possuidores não quiserem tratar, transformar ou
saude, para lhe aumentar o peso ou volume. desnaturar por sua conta poderão ser, quando economica-
2.° Serão punidos com as penas definidas no artigo 251." mente aproveitáveis, tratados, transformados ou desnatu-
do Codigo Penal: rados por conta do Estado, e a importancia da venda cl'es-
a) Aquelles que de qualquer modo falsificarem, adulte- tes productos, liquida das despesas feitas, salvos os ca-
rarem ou alterarem os generos de que trata este regula- sos especiaes previstos neste regulamento, será repartida
mento, introduzindo lhes, com qualquer fim, substancias conforme o preceituado nos §§ 4.° e n.° clo artigo 39.°
nocivas á saude; Art. O tratamento, transformação e desnaturação
b) Aquelles que venderem generos corruptos. dos productos apprehendidos serão feitos conforme a maior
3.° Serão punidos com as penas definidas no artigo 39." conveniencia do serviço, e as indicações do laboratorio
(Veste regulamento aquelles que expedirem, venderem respectivo.
ou puserem á venda generos avariados. Art. 43.° Quando a Direcção da Fiscalização julgar
§ unico. As instrucções a que se refere o artigo 34." que na venda dos productos não houve intuito de fraude,
d'este diploma definirão, para os effeitos da applicação ou que o producto se deteriorou por qualquer causa acci-
d'este artigo, quaes as falsificações, adulterações ou alte- dental, estranha á vontnde ou intervenção do dono, po-
rações dos generos agricolas alimentares que devam con- derá, com voto unanime dos seus membros, mandar benefi-
siderar-se não nocivas ou nocivas á saude. ciar o producto provisoriamente apprehendido, sem appli-
Art. 38.° Serão punidos coin as penas definidas no ar- cação clc qualquer outra pena, ou inandá-lo inutilizar, sem
tigo 188.° do Codigo Penal os transgressores do disposto por isso dar direito a qualquer indemnização.
neste regulamento, no que se refere ao estado, constitui- § unico. Quando se verificarem os casos previstos neste
ção, fabrico, expedição, apresentação á venda, armazena- artigo, a direcção participá-lo-ha á Direcção Geral da
gem dos productos agricolas, e ás substancias cuja venda Agricultura.
ou existencia seja prohibida nos logares de armazenagem
ou venda dos referidos productos, salvo os casos compre- Disposições especiaes relativas a vinhos
hendidos no artigo 37.° d'este regulamento.
§ unico. Comprehendem-se nas disposições d'este ar- Art. 44.° Não se poderá fabricar, expedir, vender ou
tigo as infracções das ordens intimadf-.s pela Direcção da pôr á venda, sob a denominação de vinho, um producto
Fiscalização ou suas delegações, quando não lhes competir que não seja derivado da uva fresca por meio de fermen-
pena diversa por effeito d'este regulamento. tação alcoolica ou de outros processos teehnologicos corren-
Art. 39.° As infracções do presente regulamento, não tes, complementares ou especiaes, lícitos.
comprehendidas nos n. cs 1.° e 2.° do artigo 37 0 e no ar § 1.° São comprehendidos nos termos d'este artigo:
tigo 38.° do mesmo diploma, serão applicadas as seguin- 1.° Os vinhos do Porto s cla Madeira;
tes penas: 2.° Os vinhos abafados, isto é, aquelles em que a fer-
1.° Pela primeira vez, a multa de 2^000 réis; mentação tenha sido interrompida ou evitada pela addição
J u l h o 11 302 1905
de álcool, pela sulfuração ou por qualquer outro processo § 2.° No caso do paragrapho antecedente, o agente to-
que lhes nào altere a composição chimica; mará nota da quantidade cle liquido retirado da vencia, e
3.° Os vinhos espumosos o os gazosos. o dono do armazem assinará termo obrigando-se, se o
§ 2." Reconhecendo-se de futuro a existencia de outros vinho for destinado a tratamento, a não dispor d'elle sem
processos dc vinificação geralmente adoptados em certas que por nova inspecção se verifique a efficacia d'este, e
regiões vitícolas e nào attcndidos no § 1.°, poderá u Go- sendo o vinho destinado a transformação noutro producto,
verno, ouvidas as estações competentes, e com voto do a realizar esta transformação.
Conselho Superior do Agricultura, declará-los compre- Art. 5õ.° São consideradas avariados os vinhos em princi-
hendidos nas disposições d'este artigo. pio de deterioração e os que, nào sendo falsificados, adul-
Art. 45.° Não ó permittida a fabricação de vinho de terados, ou corruptos, não satisfaçam, comtudo, ás condi-
passa, de bagaço, de açúcar ou de mosto concentrado, ções de normalidade, nos termos das instrucções technicas
salvo o disposto no capitulo IV do decreto de 14 de -.unho a que se refere o artigo 34.° d'este regulamento.
de 1901.
§ unico. Estes vinhos serão considerados falsificados Disposições especiaes relativas a vinagres
para a applicação da penalidade.
Art. 40." Não é permittida a venda da agna-pê (pro- Art. 56.° Não se poderá fabricar, expedir, vender ou
ducto da fermentação do bagaço de uva com a agua) e o pôr á venda, sob a denominação de vinagre, um producto
seu fabrico só será permittido ao viticultor. que nào seja o da acetificação do vinho.
Art. 47." Não é permittida a venda dos bagaços de uvas, § unico. O limite minimo para a força acética do vina-
setn que se tenham feito previamente secar ou salgar. gre será o determinado pelas instrucções a que se refere
Art. 48.° E expressamente prohibido o fabrico de vi- o artigo 34.° d'este regulamento.
nho dentro das barreiras das cidades de Lisboa ou Porto, Art. Õ7.° Serão considerados avariados os vinagres que
a nào ser com a uva produzida nas propriedades situadas contenham quaesquer agentes ou productos de decompo-
na area que as ditas barreiras abranjam, salvo o disposto sição ou alteração, os que, não sendo falsificados ou adul-
no artigo 19." terados, tiverem acidez inferior á determinada nas instruc-
§ unico. Continua cm vigor o disposto nos artigos 16.IJ ções a que se refere o artigo 34.° ou não satisfizerem ás
e 17." e seus paragraphos do decreto de 21 de novembro de condições de normalidade que forem determinadas nas
1D03, salvo o disposto no decreto de li de fevereiro de 1904. mesmas instrucções.
Art. 49." E facultado aos respectivos cultivadores, que Art. 58.° As fábricas cle conservas alimentícias poderão
hajam requerido licença para vinificarem uvas da sua importar e empregar no fabrico dos vinagres destinados
própria producção local no Porto, o vinificarem tambem ás mesmas conservas o a c i d o acético puro, pagando porem
uvas importadas de fóra das respectivas barreiras, para o direito dc importação de 13 por cento ad valorem, esta-
lotar com aquellas, mas em quantidade não superior á da belecido no artigo 148." da pauta dos direitos cle impor-
sua producção intramuros, pagando o imposto correlativo tação, nos termos do n.° 1.° da base 5. a da carta de lei
á totalidade das uvas vindicadas. de' 26 de julho de 1899.
Art. f>0.° Para os effeitos do pagamento clo imposto a § unico. Os donos das mesmas fabricas, ou seus repre-
producção do vinho dentro de barreiras será avaliada na sentantes, lavrarão termo cle responsabilidade, na occasião
proporção de 10 kilogrammas cle vinho por cada 15 kilo- do respectivo despacho, obrigando-se a não dar ao acido
grammas de, uvas. importado differente applicação d'aquella que este decreto
Art. õl." Quem fabricar vinho dentro das barreiras das autoriza, sob pena da lei por falsa declaração e descami-
cidades de Lisboa o Porto com uva não produzida dentro nho de direitos.
das mesmas barreiras, salvo o disposto 110 artigo 49.°, Art. 59.° Não se poderá expedir, vender ou pôr á venda,
ou o fabricar com uvas produzidas dentro das barreiras, sob qualquer denominação, o acido acético ou pyrolenhoso
mas sem a devida licença, será punido nos termos da não desnaturados, sem que se possa fazer prova, com o
acclaração 4." clo artigo 17.° do decreto cle 21 de novem- respectivo documento de despacho aduaneiro, que foram
bro de 1903. pagos os respectivos direitos cle importação, conforme
Art. í)2." Nas adegas, armazens ou locaes destinados ao o disposto na base 5. a da carta de lei de 26 de julho
fabrico ou á venda de vinhos por atacado, permanente, de 1899.
periodica ou accidcntalmente, e nos armazens ou locaes
contíguos aquelles, quando pertencentes ao mesmo indivi- Disposições especiaes relativas a alcooes, aguardentes
duo ou a sociedade ou firma dc que este faça parte ou e bebidas aleoolicas
em que elle tenha interesse, é expressamente prohibido
ter em deposito ou a outro titulo, seja qual for a quanti- Art. 60.° Só se poderá expedir, vender ou pôr á venda:
dade, as substancias que possam servir para falsificar, 1 S o b a designação generica de álcool vinico, o pro-
adulterar ou alterar os vinhos, e que forem designadas ducto rectificado da destillação do vinho, da agua-pé, do
nas instrucções a que se refere o artigo 34." bagaço de uva, ou da borra de vinho;
Art. f)3." As substancias encontradas nos casos expressos 2.° Sob a designação de aguardente vinica, o producto
no artigo antecedente serão sempre apprehendidas, e repu- da destillação clo vinho, da agua-pé, do bagaço, ou da
tados suspeitos os vinhos que existam naquelle» armazens borra; devendo essa designação ser acompanhada do nome
ou locaes, sendo relaxado ao poder judicial o delinquente da materia prima de que proceda a aguardente, nos ter-
por effeito do disposto no artigo 1!SS.° do Codigo Penal. mos da alinea d) do n.° 2.° do artigo 50.° do decreto cle
Art. fi4." Oonsideram-se vinhos corruptos os vinhos tol- 14 cle junho de 1901 ;
dados, gord s, azedos, chocos, podres, azues e os que ma- 3." Sob a designação de álcool industrial} o álcool rec-
nifestem quaesquer outros defeitos ou doenças que os tificado, quer importado, quer obtido nas respectivas fá-
tornem imputáveis. bricas nacionaes, proveniente de quaesquer substancias
t; 1." Ao dono do armazém ou adega será licito, por saccharificaveis e alcoolizáveis, excepto as derivadas da
occasião da visita fiscal, e autos dVsta começar, fazer ao uva, e o qual poderá ser ou deixar de ser qualificado pela
agente da autoridade declarações sobre ,'t existencia de indicação da materia prima de que proceda, nos termos
qualquer das d. enças previstas neste artigo relativas aos da alinea a) do mencionado numero c artigo;
vinhos contidos em quaesquer vasilhas, e iiesta hypothese 4.° Sob a designação cle álcool desnaturado, aquelle a
esses v i n h o s serão isentos dc apprehensão se o seu exame que tenham sido addicionadas substancias desnaturantcs,
condisser com as declarações. em harmonia com o disposto no citado decreto, podendo
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ser qualificado pela indicação da materia prima, pela do dos Productos Agricolas, poderá fazê-lo, promovendo,
meio de desnaturação, ou pela da applicação para cujo comtudo, a lotação cios azeites de forma que a percenta-
fim foi desnaturado, nos termos da aíinea b) do referido gem cle aciclos livres não seja superior á que esteja deter-
numero e artigo; minada.
5.° Sob a designação de agnardenU>• agricola, a que, Art. 68." Nos logares cle producção, armazens c depo-
não tendo graduação superior a 60° centesimaes, seja pro- sitos cle azeite para uso alimentar não ó permittido ter ou-
veniente da destillaçâo de outros productos da agricultura, tra qualquer qualidade cle oleo.
devendo essa designação ser acompanhada do nome espe- Art. 69.° Quando os azeites tenham mais de 5 por
cifico do producto de que proceda a aguardente, nos ter- cento de acidez deverão as respectivas vasilhas ter, cm
mos da alinea e) do citado numero e artigo; caracteres bem visíveis, a seguinte indicação : — azeite
6.° Sob a designação de aguardente colonial, a que pro- para luzes ou usos industriaes.
ceda das colonias, devendo ser especificada pela indica- Art. 70." O oleo que for extraindo, mecanicamente ou
ção da materia prima respectiva, como aguardente de por meio de dissolventes, do bagaço cle azeitona só poderá
cana, ou pela sua designação especial e vulgar, como ser expedido, vendido ou posto á venda com a designação
rhum, andaia, cachaça, nos termos da alinea / ) do refe- cle oleo cle bagaço cle azeitona.
rido numero e artigo; Art. 71.° Para os effeitos clo artigo precedente conside-
7.° Sob quaesquer outras designações, osalcooes, aguar- ra se bagaço cle azeitona o resíduo cla fabricação do azeite,
dentes, ou outras bebidas alcoolicas a que, por sua qua- depois de soffrer fermentação, ou quando já se lhe não
lidade, fabrico e procedencia, competirem as respectivas possa extrahir azeite senão por meio cle remoeclura ou cle
designações. dissolventes.
Art. 61.° Para os effeitos do disposto neste capitulo Art. 72.° Q.ualquer outro oleo só poderá ser expedido,
entende-se por bebidas alcoolicas aquellas cuja força al- vendido ou posto á venda sob a designação de oleo da
coolica provém de um álcool, ou de uma aguardente, que substancia ou genero cle que provier.
haja sido empregado como uma das materias primas do Art. 73.° As vasilhas contendo o oleo de bagaço, ou
seu fabrico. qualquer outro oleo vegetal ou animal e mineral, terão
Art. 62.° As instrucções technicas a que se refere o ar- inscrita, em caracteres bem visiveis, a respectiva indica-
tigo 34 ° determinarão os casos em que os productos al- ção : oleo de bagaço, oleo d,? algodão, oleo de me.ndobi, oleo de
coolicos de que tratam os artigos precedentes, bem como gergelim, oleo de peixe, oleo mineral, etc., conforme a sua
quaesquer outras bebidas do mesmo genero e os refrige- origem.
rantes, devam ser considerados corruptos e avariados, alem Art. 74." As instrucções a que se refere o artigo 34-.°
do mais que lhes possa respeitar nos termos do § unico do determinarão os casos em que os azeites e os oleos ali-
artigo 37.° mentares devem ser considerados avariados ou corruptos,
Art. 63." Quando pela Fiscalização for descoberta al- alem clo mais que lhes possa respeitar nos termos do §
guma transgressão do disposto no titulo III do decreto unico do artigo 37.°
de 14 dejunho de 1901, será pela mesma communicado
o facto á competente autoridade aduaneira ou fiscal, a fim Revisão das tabellas para o rateio e fiscalização
de proceder como for conveniente. do trigo exotico importado
Art. 64." Nos casos previstos no artigo precedente a
Direcção remetterá á referida autoridade o respectivo Art. 75.° O rateio do trigo, quer nacional, quer exo-
auto de transgressão, quando haja sido levantado, ou a tico, será feito segundo as tabellas actualmente em vigor,
sua copia authentica bem como um duplicado do boletim emquanto se não proceder a nova revisão, podendo com-
da analyse, quando haja. tudo as mesmas tabellas soffrer as alterações que resultem
da admissão de novas fabricas á matricula, ou da elimina-
Disposições especiaes relativas a cervejas
ção, nos termos cVeste regulamento, de fabricas já ma-
triculadas.
Art.'65.° Não se poderá fabricar, expedir, vender ou § 1." Será organizada, com applicação ao anno cerealí-
pôr á venda, sob a denominação de cerveja, um producto fero de 190Õ a 1906, e nos annos seguintes, por forma
que não seja fabricado exclusivamente de malte de ce- analoga á adoptada para o fabrico de massas, uma tabella
vada, lupulo, fermento e agua potavel. para o rateio cle trigo destinado ás fabricas de bolacha e
Art. 66.° Para os effeitos da applicação das penalida- biscoito, que para esse effeito venham a matricular-se.
des as cervejas anormaes ou mal fabricadas serão consi- § 2." Os actuaes fabricantes de bolacha e biscoito que
deradas como avariadas. não produzam as farinhas necessarias para o seu fabrico
§ unico. As instrucções a que se refere o artigo 34." poderão ser tambem matriculados, sob a condição cle, no
d'este diploma indicarão as condições em quo as cervejas prazo cle dois annos, terem a funccionar apparelhos cle
devam considerar-se avariadas, anormaes ou mal fabri- moagem com a força productiva sufficiente para a farina-
cadas, alem do mais que lhes possa respeitar nos termos cão do trigo que venha a caber-lhes no rateio.
do § unico do artigo 37.° Art. 76.° Quando for superiormente ordenada a revi-
são das tabellas para o rateio, deverá ter-se em vista:
Disposições especiaes relativas a azeites 1.° Em relação ás fabricas já matriculadas, a laboração
effectiva e a sua força productiva;
Art. 67.° Não se poderá fabricar, expedir, vender ou 2." Em relação ás novas fabricas a matricular e para o
pôr á venda, sob a denominação de azeite, um producto primeiro anno de laboração, a sua força productiva multi-
que não seja o oleo natural cla azeitona, obtido pelos pro- plicada pela relação entre a laboração e a forca productiva
cessos exclusivamente mecânicos. clas já existentes;
§ 1.° Os azeites para consumo alimentar não deverão 3.° Em relação aos negociantes actualmente matricula-
ter mais do que Õ por cento de ácidos livres, computada dos para o rateio do trigo na Ilha da Madeira, as suas
esta acidez em acido oleico, devendo-se diminuir este li- importações nos ultimos tres annos e a força productiva
mite á proporção que o fabrico se for aperfeiçoando. das fabricas não matriculadas a que costumam fornecer
§ 2.° Quando por condições especiaes da colheita seja trigo.
necessário alterar o limite estabelecido no paragrapho an- § 1.° A Direcção dos Serviços cla Fiscalização proce-
tecedente, a Direcção da Fiscalização, cle acordo com o derá ao exame directo e ás experiências que. julgar c o u v e
parecer favoravel do Conselho do Fomento Commercial nieiites para obter as indicações a que se refere este artigo.
Julho 11 304 1905
§ 2.° Serão publicados no Diario do Governo os ele- da matricula de alguma ou algumas das fabricas, quando
mentos que tiverem servido para a revisão das tabellas se prove, por meio de inquerito, feito pelo Mercado Cen-
com a exposição, tão completa quanto possivel, dos metho- tral de Productos Agricolas, que incorreram nessa penali-
dos empregados para a determinação d'esses elementos, dade.
as percentagens que respeitem a cada fabricante ou nego- Art. 82.° Os fabricantes matriculados para o fabrico
ciante e bem assim o processo seguido para as lixar, ha- de massas, bolachas ou biscoitos, para poderem importar
vendo sempre recurso para o Conselho Superior de Agri- trigo exotico, deverão apresentar na secretaria dos ser-
cultura. viços cla Fiscalização a certidão a que se refere o n.° 1.°
§ 3.° Sempre que este regulamento se referir a fabricas do artigo 42.° do regulamento de 26 de julho de 1899, a
julgar-se-hão comprehendidos os moinhos e as azenhas, fim de ser visada pelo chefe da secção respectiva, sem o
excepto quando entre umas e outras se fizer expressa dis- que não lhes será permittida a importação.
tincção. Art. 83.° Quando, por motivo cle sinistro, de repa-
Art. 77.° O fabricante ou o negociante que se oppuser a rações ou por circunstancia considerada de força maior,
que se effectuc a inspecção directa necessaria para o cum- verificada pela Direcção, uma fabrica não possa por algum
primento clas disposições do artigo antecedente será elimi- tempo laborar, o respectivo fabricante poderá, se assim
nado da respectiva matrícula no anno cerealífero seguinte lhe convier, continuar o exercicio cla sua industria na fa-
áquelle em que essa inspecção se não puder realizar, com- brica ou fabricas de outros fabricantes matriculados, ob-
petindo á Fiscalização levantar auto cle contravenção. tendo para isso licença previa cio Governo.
§ unico. O auto a que se refere este artigo será re- § 1.° Para alcançar essa licença, o interessado fará re-
mettido á Direcção Geral da Agricultura, a qual, depois querimento, que, depois cle informado pela Direcção Geral
de ouvido o Conselho clo Fomento Commercial dos Pro- da Agricultura, será deferido ove indeferido pelo Ministro,
ductos Agricolas, o submetterá á resolução clo respectivo como for do justiça.
Ministro. § 2.° A licença a que se refere este artigo não poderá
Art. 78.° Os fabricantes matriculados que importarem ser dada por prazo superior a dois annos.
trigos exoticos serão obrigados a fariná-los.
§ 1." Os fabricantes devem participar á Direcção a Fiscalização do milho exotico importado
epoca em que começarão a moagem do trigo exotico que
tiverem importado, a fim cle se verificar a existencia Art. 84.° A fiscalização verificará se o milho impor-
d'esse trigo na fabrica c o cumprimento clo disposto neste tado no continente, com reducção de direito, é vendido
artigo. nos mercados pelos preços normaes e bem assim se tem
outro destino que não seja a alimentação publica.
§ 2." Para a execução, na Ilha da Madeira, do disposto
neste regulamento, o agronomo clo districto clo Funchal § l. u Quando por effeito cla fiscalização se prove que não
desempenhará as funcções de delegado da Direcção cla são cumpridas por alguem ou algures as disposições do
Fiscalização dos Productos Agricolas emquanto não seja n.u 1.° clo artigo 4.° clo regulamento para a importação do
criada a respectiva delegação. milho exotico, de 16 cle novembro de 1899, ou as do ar-
tigo 7." clo mesmo diploma, será levantado auto para se
Art. 79.° Os negociantes matriculados como importado
verificar a contravenção.
res de trigo exotico na Ilha da Madeira não poderão ven-
der, ceder ou entregar, por qualquer forma ou pretexto, § 2.° As transgressões a que se refere o paragrapho
nem directa, nem indirectamente, e quer entre si, quer aos precedente serão applicadas, nos termos do artigo 486.°
fabricantes de farinha tambem matriculados, o trigo exo- do Codigo Penal, as seguintes penas :
tico que individualmente lhes tenha cabido no rateio. 1.° Prisão até um mês ;
§ unico. Só ó permittido aos mesmos negociantes ven- 2.° Multa até 20;?000 réis.
der o trigo exotico, que lhes couber no rateio, para sor § 3.° Aos possuidores cle milho, importado nos termos
moido nas fabricas, moinhos ou azenhas nào matriculados do citado regulamento, que lhe derem destino differente
ou fariná-lo por sua conta nas mesmas fabricas ou aze- da alimentação publica, serão applicadas, alem das pe-
nhas; não podendo vendê-lo, cedê-lo ou entregá-lo ás fa- nalidades indicadas no § 2.°, aquellas em que possam in-
bricas matriculadas nem mesmo quando façam parte das correr pela legislação aduaneira.
respectivas firmas sociaes. § 4.° Independentemente da penalidade que lhes possa
Art. 80.° Os fabricantes de farinha que negociarem, caber pelo disposto nos §§ 2.° e 3.° d'este artigo, não se-
cederem ou não farinarem parte ou toda a quota que lhes rão os transgressores admittidos ao concurso de que trata
pertencer no rateio do trigo exotico e os que não cumpri- o artigo n.° clo regulamento a que se refere o § 1.°
rem o prescrito no § 1." do artigo 78.° serão considera Art. 85-° A fiscalização pelo que respeita ao destino
cios contraventores, cumprindo ao pessoal cla Fiscalização dado ao milho importado com reducção de direitos, nos
levantar auto para se verificar a contravenção, seguin- termos clo regulamento de 16 de novembro de 1899, nos
do-se o disposto no § unico clo artigo 77." Aço res e na Ilha da Madeira, será feita pelos funcciona-
rios incumbidos da fiscalização dos impostos de fabrico
§ unico. A penalidade applicavel a estas contravenções
e consumo nos districtos insulares, devendo para isso ser-
será a eliminação da matricula por um ou dois annos.
lhes dadas as instrucções necessarias pela Inspecção Ge-
Art. 81.° Os fabricantes de farinhas qne desejem ma-
ral (los Impostos, de acordo com a Direcção da Fiscali-
tricular-se para os effeitos da carta de lei dc 14 de julho
zação dos productos agricolas.
do 1899 deverão requerc-lo á Direcção Geral cla Agricul-
tura desde 15 cle janeiro ató 31 de maio de cada anno,
fazendo acompanhar o requerimento cla indicação da força Fiscalização dos cereaes, das fabricas de moagem
e dos seus productos
productiva da fabrica, bem como da sua planta e descri-
ção. Art. 86.° Os cereaes panificaveis a que se refere este
§ 1.° Nenhuma fabrica será matriculada som despacho regulamento são:
do Ministro, e sem previa inspecção, nos termos do § 1.° 1.° O trigo ; -
do artigo 7G.° 2.° O mílho;
§ 2.° Consideram-se matriculados, para a acquisição dos 3.° O centeio.
trigos nacionaes c importação dos trigos exoticos, to !os os Art. 87.° E prohibido vender, expedir, expor á venda
fabricantes enumerados nas tabellas em vigor, quer para o ou ter em deposito, para o fabrico de farinhas destinadas
continente, quer para a Ilha da Madeira. á panificação, cereaes avariados, corruptos, falsificados,
§ 3.° O disposto no § 2.° não prejudica a eliminação adulterados ou alterados.
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Art. 88.° São considerados avariados: as misturas de farinhas d'estes generos, ou em que entrem
1.° Os cereaes atacados pela traça, gorgulho ou outro farinhas de outras sementes, ou ainda quaesquer substan-
qualquer parasita animal que os destrua total ou parcial- cias estranhas ao genero de que a farinha tenha o nome.
mente, quando apresentem mais de 10 por cento de grãos § 1.° Nas farinhas destinadas á panificação não são ad-
furados ou destruídos; mittidas outras impurezas alem das que possam provir do
2.° Os que, tendo fungão, apresentem o cheiro carac- cereal respectivo, depois de regularmente limpo. Essas
terístico a peixe sêco e os que contenham mais de 5 por impurezas não devem em caso algum exceder a 1 por
cento de grãos affectados por outras cryptogamicas; cento.
3.° Os que contenham mais de 10 por cento de bagos § 2.° Não ó permittida nas farinhas a existencia de qual-
chochos; quer percentagem de substancias estranhas e anormaes,
4.° Os que tenham adquirido cheiro ou sabor estranho nocivas á saude,
que os torne improprios para a farinaçao. § 3.° Tambem não é permittido vender, expedir, expor
Art. 89.° São considerados falsificados, adulterados ou á venda ou ter em deposito, como farinha simples de qual-
alterados com substancias não nocivas á saude os cereaes quer typo commercial, ou legal, as lotações de farinhas
a que tenham sido misturados outros cereaes ou qualquer de diversos typos e preços, e bem assim a farinha de di-
outra substancia innocua seja qual for a percentagem. verso typo ou preço.
Art. 90.° São considerados falsificados, adulterados ou § 4.° As farinhas de trigo dos differentes typos não po-
alterados com substancias nocivas á saude os cereaes a derão ser conservadas nos depositos das fabricas, vendi-
que tenham sido misturadas sementes ou outras substan- das, expostas á venda, facturadas ou expedidas por qual-
cias nocivas em qualquer percentagem. quer forma de transporte, sem a respectiva marca, a qual
Art. 91.° São considerados corruptos os cereaes que será indelevelmente apposta nas sacas, barricas ou outros
se achem em fermentação ou putrefação, os que tenham envolucros em que se achem contidas.
mofo ou estejam ardidos e aquelles em que appareça o § 5.° As fabricas poderão usar as suas respectivas mar-
esporão ou a cravagem. cas commerciaes desde que participem á Direcção dos Ser-
Art. 92.° Os fabricantes de farinhas, massas alimentí- viços da Fiscalização a equivalência entre essas marcas e
cias e bolachas, que moerem diversos cereaes, legumes e as officiaes n.° 1, n.° 2 e n.° 3.
quaesquer outros generos ou substancias ou as emprega- § 6.° As sacas, barris e outros envolucros, em que seja
rem na confecção das massas ou bolacha, deverão decla- contida a farinha expedida ou vendida pelas fabricas, se-
rar por escrito á Direcção da Fiscalização todas as especies rão convenientemente sellados, por forma que o respec-
de grãos ou substancias que moam ou tencionem moer, que tivo conteúdo não possa ser substituído nem adulterado
addioionam ou tencionam addicionar ás sêmolas e farinhas sem que d'isso haja vestígios.
empregadas nas referidas massas e bolachas. § 7.° Quando na posse do comprador ou revendedor se-
§ unico. Os fabricantes de farinhas, massas alimentí- jam encontradas farinhas adulteradas ou falsificadas, sem
cias e bolacha, devidamente matriculados,' não poderão que haja vestígios de abertura dos envolucros ou rotura
preparar farinhas mistas em cuja composição entrem dos sellos, será responsável o respectivo fabricante.
as farinhas de trigo, devendo, em relação ás farinhas Art. 95.° Entender-se-ba:
d'este cereal, produzir os typos estabelecidos no artigo 1.° Por farinha em rama, o producto integral da moagem
52.° do decreto de 26 de julho de 1899 e seus paragra- do trigo, do centeio ou do milho, depois de previamente
phos, e vendê-los pelos preços marcados no mesmo artigo limpo de terra, pedras, bagos chochos e sementes estra-
e seus paragraphos, e podendo tambem produzir as fari- nhas, e detritos cle qualquer natureza improprios do ce-
nhas para usos industriaes nos termos do n.° 6.° do real regularmente limpo, devendo apresentar composição
artigo 95.° e os pensos manufacturados provenientes da chimica igual á dos cereaes da mesma natureza, do mesmo
moagem de cereaes ou legumes, e especificados nos n.° 5 1." anno e de proveniência igual ou idêntica ;
e 3.° do artigo 103.° d'este regulamento. 2.° Por farinha peneirada, a farinha em rama, depois de
Art. 93.° Os fabricantes de farinhas, massas alimentí- separada dos envolucros do cereal e dos fragmentos clo
cias, ou bolacha, a que se refere o § unico do artigo 92.° mesmo;
deverão enviar á Direcção dos Serviços da Fiscalização 3.° Por farinha de trigo de primeira qualidade, o conjunto
amostras em duplicado de todos os seus typos legaes e das farinhas mais alvas e mais isentas de fragmentos dos
commerciaes de farinhas, massas alimentícias, ou bolacha, envolucros do trigo, apuradas na moagem graduada e me-
do seu fabrico. thodica d'este, e em quantidade igual a 20 por cento clo
§ 1.° As amostras serão contidas em frascos da capa- peso do cereal limpo, devendo apresentar a côr branca ou
cidade de 5 decilitros, cheios, hermeticamente fechados, levemente amarellada, isenta de reflexos azulados e de
lacrados e com rotulos contendo as indicações a que se pontuações pretas ou amarellas (farinhas 'picadas);
referem as condições l . a a 7. a do § 1.° do artigo 21.° 4.° Por farinha de trigo cle segunda qualidade, o conjunto
d'este regulamento. das farinhas mais alvas e mais isentas de fragmentos dos
§ 2.° Quando, por qualquer circumstancia, os fabrican- envolucros, depois de separados os 20 por cento para a 1 , a
tes mudem o typo das suas farinhas, deverão enviar no- qualidade, apuradas na moagem graduada e methodica
vas amostras á mesma Direcção. d'este cereal e em quantidade igual a 40 por cento do peso
§ 3.° Se as amostras de farinha de trigo enviadas pe- do cereal limpo, devendo apresentar côr branca mais ou
los fabricantes não corresponderem ás extracções indica- menos amarellada, e podendo ter pequeníssimas pontua-
das no artigo 52.° do regulamento de 26 dejulho de 1899, ções amarelladas provenientes da pulverização dos envo-
seguir-se-ha o preceituado no artigo 54.° do mesmo regu- lucros ;
lamento. 5.° Por farinha de trigo de terceira qualidade, o rema-
§ 4.° Se por effeito da fiscalização se provar que os fa- nescente das farinhas apuradas na moagem graduada e me-
bricantes de farinhas não cumpriram as prescrições d'este thodica d'este cereal, depois de separadas as farinhas de
artigo e seu § 2.°, será levantado auto de contravenção, l. a e 2. a qualidade, e em quantidade variavel entre 12 e
ficando os mesmos fabricantes incursos nas penalidades 18 por cento do peso do trigo limpo, conforme o peso do
impostas no § unico do artigo 57.° do regulamento de 26 hectolitro do cereal moido, apresentando a côr amarellada,
de julho de 1899. mais ou menos carregada, mas nunca a azul ou pardacenta,
Art. 94.° E prohibido vender, expedir, expor á venda e as pontuações características devidas aos fragmentos dos
ou ter em deposito, com o nome de farinha de trigo, de envolucros;
centeio, de milho, ou de qualquer outro cereal ou legume, 6.° Por farinhas para usos industriaes, as farinhas va-
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riaveis com a exigencia de cada industria, não podencK, ou ter em deposito residuos industriaes para alimento do
ser produzidas nas fabricas de moagem matriculadas, gado e pensos manufacturados, que se encontrem avaria-
sem previa autorização da Direcção da Fiscalização, em dos, corruptos, falsificados, adulterados ou alterados.
cuja sede serão depositadas amostras, em duplicado, dos Art. 103.° Os residuos industriaes proprios para alimento
respectivos typos de farinha, cuja composição os seus fa- do gado e os pensos manufacturados a que se refere o ar-
bricantes se obrigam a manter emquanto não renovarem tigo precedente são os seguintes:
a amostra depositada. 1.° As farinhas em rama de cereaes panificaveis ou
§ unico. Estas farinhas serão sempre acondicionadas não, ou de outras sementes alimentares, ou da mistura de
em taras caracteristicamente diversas das adoptadas para umas e outras, produzidas em fabricas, moinhos ou aze-
as farinhas panificaveis, e não poderão sei1 armazenadas ou nhas não matriculados, e destinadas á alimentação dos ani-
postas á venda nos mesmos locaes em que se encontrem maes ;
as panificaveis. 2.° Os bagaços industriaes de mendobi, de linhaça, de
Art. 96." São farinhas normaes: as que, pelo aspecto coconote, de coco, ou de outros fructos ou sementes, das
physico c pela analyse chimica, apresentam os caracteres fabricas de oleos comestiveis;
e limites dc composição da classe ou do typo a que per- 3.° As cabecinhas, as semeas superfinas, finas e farelos
tençam, ou sob cuja designação sejam apresentadas á das fabricas de moagem. Os residuos alimentares das fa-
venda. bricas de açúcar, das de destillação, das de cerveja e de
Art. 97.° São consideradas farinhas avariadas: outras industrias.
1.° As que não obedecem a alguma das condições de § 1.° Estes productos devem ser sempre apresentados
normalidade proprias da farinha do respectivo typo, quan- com a designação que lhes pertença pela sua origem e ter
do as differonças apresentadas não importem corrupção, o aspecto normal característico; nao ter cheiro estranho;
falsificação ou alteração; não apresentar sinaes de fermentação ou decomposição
2.° As que contenham quaesquer acaridios, insectos ou anormal; não conter mais de 5 por cento de residuo mine-
outros animaloulos, os seus germes ou detritos, quando da ral fixo, nem ammonia livre; nem germes de bolores, de
sua presença não tenha ainda resultado corrupção; podridões ou de plantas parasitarias, ou farinhas de se-
3.° As que contenham humidade em percentagens su- mentes caracteristicamente nocivas aos animaes, ou ani-
periores aos limites determinados nas instrucções techni- malculos e seus germes.
ca* superiormente approvadas ; § 2." As guias, facturas ou quaesquer titulos e conhe-
4." As provenientes do cereaes atacados do doenças pro- cimentos de venda por grosso devem indicar a percenta-
duzidas por quaesquer fungos, bactérias ou plantas cryp- gem minima de azote total, de materia gorda, e de subs-
t.ognmieas, cuja presença seja denunciada pelo aspecto tancias amylaceas.
physico das farinhas, pelo exame ao microseopio ou pela Art. 104. u Os residuos industriaes proprios para penso
analyse; do gado e os pensos manufacturados são considerados ava-
:")." As farinhas provenientes do cereaes etn que exista riados quando a sua composição não satisfaz ás condições
a negrinha, a ervinha, o joio e a ervilliaca, c denunciada dc normalidade, arbitradas no § 1.° do artigo antecedente,
a sua presença pelo microseopio ou pela analyse. uma vez que as differenças accusadas não importem cor-
Art. 98." São consideradas falsificadas, adulteradas ou rupção ou falsificação.
alteradas com substancias não nocivas á saude as farinhas Art. 10õ.° São considerados falsificados, adulterados ou
que conteem qualquer substancia innocua estranha ao ce- alterados com substancias não nocivas á saude os residuos
real de que a farinha provém, seja qual for a quantidade industriaes proprios para alimento do gado e os pensos
ou natureza dVssa substancia, e as que teem mais de 16 manufacturados que conteem qualquer substancia innocua
por cento de agua total cm peso. estranha, que possa influir na qualidade, no peso, ou no vo-
Art. 99." São consideradas falsificadas, adulteradas ou lume d'esses residuos.
alteradas com substancias nocivas á saude as farinhas que Art. 106.° São considerados falsificados, adulterados ou
conteem : alterados com substancias nocivas á saude os residuos in-
1." Sulfato de. cobre; dustriaes proprios para alimento do gado e os pensos ma-
2." Alúmen; nufacturados que conteem:
3." Qualquer outra substancia nociva á saude. 1.° Bagaço de purgueira;
Art. 100." São consideradas corruptas as farinhas que 2.° Bagaço de ricino;
estão em decomposição, ou apresentam sinaes de bolor, de 3.° Qualquer outra materia venenosa ou nociva á saude.
baíio ou de pulrelácção, as que conteem cravagem ou es- Art. 107." São considerados corruptos os residuos in-
pnrào de centeio, ou detritos orgânicos de aspecto repug- dustriaes proprios para alimento do gado e os pensos ma-
nante, quer communiqueni ou não as suas qualidades ás nufacturados que se. acham em decomposição, ou apresen-
farinhas, e as provenientes de cereaes deteriorados, logo tam sinaes de bolor, dc bafio, ou de putrefacção; os que
que apresentem os sinaes característicos d'estas altera- conteem germes de cravagem ou esporão, ou de qualquer
ções. outro parasita.
Art. 101." As farinhas que contenham mistura, ou este-
jam simplesmente avariadas, mas que não sejam nociva" Fiscalização do fabrico e venda do píío, das mnssas alimenticia!),
á saude, poderão ser vendidas, expostas á venda, factura- da bolacha e biscoito
das, ou expedidas, por qualquer forma de viação ou trans-
porte, com a designção respectiva de farinha mista cle ..., Art. 108.° As padarias devem ter os seguintes compar-
o farinha avariada, a qual será indelevelmente apposta timentos :
nas sacas, barricas ou outros envolucros em que se achem 1." Amassaria;
contidas. 2.° Casa de fornos;
§ 1." As farinhas avariadas não poderão ser conserva- 3.° Casa de venda;
das, nem postas á venda, senão em depositos, armazens 4.° Deposito de farinha ;
ou outros estabelecimentos distinctos d'aquelles onde se- 5.° Deposito de combustivel.
jam vendidas ou manipuladas as farinhas puras e sãs, e § 1.° A amassaria o a casa dos fornos podem ser no
nunca deverão sor applicadas na panificação. mesmo compartimento.
§ 2.° A designação de farinha minta juntar-se ha a dos § 2.° Haverá, para serviço do p"ssoal, retretes e uri-
cereaes de que, provenham as farinhas simples misturadas. noes, cm numero sufficiente, completamente independentes
Art. 102." E prohibido vender, expedir, expor á venda , dos compartimentos enumerados.
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Art. 109.° É prohibido destinar os compartimentos indi- seados, ou em carros apropriados a esse fim e convenien-
cados no artigo anterior a qualquer fim diverso do que lhe temente limpos e resguardados. Os operarios que o trans-
é especialmente destinado. portarem andarão vestidos com o asseio devido.
§ 1.° Quando os operarios hajam de comer nas pada- Art. 121.° É prohibido aos patrões ou donos de padarias
rias, deverá haver um compartimento destinado a refei- conservar em serviço qualquer empregado doente ou sus-
tório, sendo permittido, neste caso, preparar a comida nos peito cle doença.
fornos. § unico. Para os effeitos d'este artigo, o pessoal das pa-
§ 2.° Os dormitorios, quando os haja, devem ser intei- darias será inspeccionado pelo medico delegado da Direc-
ramente independentes, bem illuminados e arejados. ção da Fiscalisação.
Art. 110.° As amassarias serão installadas em comparti- Art. 122.° Os operarios, emquanto estiverem nos traba-
mentos bem illuminados e ventilados, e dispostas de modo lhos de manipulação de massas ou de fermentos, devem
que se possam conservar nas melhores condições de asseio. ter a cabeça e o tronco convenientemente resguarda-
§ 1.° Os tectos e paredes das amassarias, bem como das dos.
casas de fornos e de venda, dos depositos de farinha e de Art. 123.° E prohibido o emprego de aguas de poços ou
combustivel, dos corredores, etc., serão estucados, junta- de cisternas no fabrico de pão, excepto sc a povoação oucle
dos a oleo (tres demaos), ou caiados uma vez, pelo menos, for estabelecida a padaria não tiver abastecimento especial
em cada semestre. As paredes a que estejam encostadas de- agua.
as masseiras devem ser revestidas de azulejo ou de qual- Art. 124.° Os proprietarios de padarias não poderão ins-
quer substancia cle fácil lavagem e desinfecção, pelo me- tallar ou conservar nellas vacarias, cavallariças, estábulos,
nos em todo o comprimento das referidas masseiras e corteihos, capoeiras, coelheiras, pombaes ou outros aloja-
desde a linha de encosto até 1 metro de altura acima da mentos similares.
mesma linha. Art. 12ô.° As padarias ficam sujeitas a licença, pastada
§ 2.° O pavimento das amassarias será feito de mate- pela Direcção Geral cla Agricultura, precedendo parecer
rial que permitta lavagem fácil e completa desinfecção. favoravel cla Direcção da Fiscalização.
Art. 111." Os fornos devem ser construídos e funccionar Art. 126.° Se, durante um mês, cessar a laboração de
por forma que á massa sujeita á cozedura se não juntem qualquer padaria, será cassada a respectiva licença, salvo
substancias diversas das que entraram no seu fabrico. caso cle força maior, devidamente comprovado.
Art. 1 12.° Nas amassarias ou casas de fomos haverá um Art. 127.° Todas as padarias que requeiram licença de-
lavatorio fixo para uso do respectivo pessoal. verão estar estabelecidas de modo que possam fabricar
Art. 113.° O deposito de farinhas deve ser estabelecido por dia, pelo menos, 400 kilogrammas de pão.
em compartimento bem seco e ventilado. Art. l28." OS donos de padarias que desejem licença
Art. 111.0 As retretes e urinocs devem ser collocados deverão requerer á Direcção Geral da Agricultura inspec-
fóra clas officinas e depositos, e serão providos cle agua ção official ás mesmas padarias, para o effeito das obras
para lavagem, satisfazendo, alem d'isso, ás condições hy- cle que possam carecer, nos termos d'este regulamento.
gienicas cle esgoto, luz e ventilação. § 1.° A referida Direcção Geral mandará proceder ao
Art. 115.° As padarias, utensílios e pessoal de serviço exame directo ás padarias para averiguar se satisfazem
ficam obrigados á mais escrupulosa limpeza e asseio. ao preceituado neste regulamento, indicando-se aos reque-
§ 1.° Entende-se por utensílios toclos os objectos indis- rentes, em vista cVesse exame, as obras que teem de man-
pensaveis ao fabrico e transporte do pão, e á conducção da dar executar, ou se o estabelecimento respectivo não
farinha dentro do respectivo estabelecimento. póde satisfazer ás condições impostas no mesmo regula-
§ 2.° O pessoal comprehende os amassadores, forneiros mento.
e moços de padeiro. § 2." E permittido aos donos das padarias mudarem os
Art. 116.° As masseiras, bem como os amassadores me- estabelecimentos para outros locaes, devendo requerer a
cânicos e outros apparelhos cle panificação, os taboleiros, precisa licença á Direcção Geral da Agricultura, que pro-
prateleiras, caixas de fermentos e os demais utensílios cederá segundo o disposto no § 1.° cVeste artigo.
destinados a conter a massa, os fermentos ou o pão aca- § 3.° As obras que forem indicadas, em harmonia com
bado cle cozer, devem ser feitos de material que não com- o § 1 c V e s t e artigo, deverão estar concluídas no prazo
munique á massa, substancias estranhas e que facilmente marcado pela Fiscalização, salvo caso de força maior.
possa ser desinfectado. § 4.° A licença somente será concedida depois cle se
Art. 117.° Dentro das amassarias devem estar somente averiguar que a padaria satisfaz ao preceituado neste re-
os utensílios necessarios para o fabrico do pão. gulamento.
Art. 118.° Os taboleiros, prateleiras, mantas, tendaes e § 5.° As padarias que não requererem a inspecção de
cabazes ou carros cle transporte de pão não poderão ser que trata este artigo não obterão licença para funccionar,
utilizados para outro fim, emquanto forem utensílios de ou ser-lhe-ha retirada, se a tiverem já.
padaria. Art. 129.° Serão concedidas licenças provisorias ás
§ 1.° As caixas ou recipientes do sal e dos fermentos padarias que, por motivo de força maior, devidamente
deverão ser collocados em logar apropriado e conveniente- comprovado, nào possam satisfazer a uma parte dos pre-
mente resguardados. ceitos do presente regulamento, sem prejuizo, porem,
§ 2.° O balcão e os mostradores devem ser superior- dos que sejam considerados fundamentaes, em relação á
mente revestidos de material que não communique ao pão hygiene.
substancias estranhas e que facilmente possa ser desinfec- Art. 130.° 0 prazo de licença provisoria será indicado
tado. Quando sejam feitos de madeira, não poderá esta ser pela Direcção cla Fiscalização, tendo em vista as condições
pintada na parte que houver de estar em contacto com cla localidade c as circunstancias especiaes que, por mo-
o pão. tivo de força maior, concorram nas padarias.
Art. 119.° Os depositos para agua devem ser de mate- Art. 131.° Será cassada a licença provisoria á padaria
rial que não possa communicar á agua mau gosto ou in- que for condemnada por qualquer transgressão clo presente
quiná-la de substancias prejudiciaes á saude. Os depositos regulamento.
serão convenientemente tapados. Art. 132.° As licenças provisorias somente serão, conce-
§ unico. As torneiras dos depositos devem tambem ser didas depois das padarias executarem as obras que, por
de material que não altere as qualidades da agua. ,erem realizaveis no prazo de tres meses, tenham sido in-
Art. 120." O transporto de pão será feito em cabazes dicadas pela Direcção da Fiscalização.
perfeitamente limpos, e cobertos com panos brancos e as- Art, 133.° Os depositos das farinhas devem ter a capa-
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cidade para armazenar, pelo menos, a quantidade de fari- especial, podendo estender-se successivamente, no todo ou
nha sufficiente para o fabrico de oito dias, segundo a força em parte, ás diversas localidades do país, quando assim
de laboração que na respectiva licença for marcada á pa- seja determinado por ordem superior ou a requisição das
daria. respectivas autoridades administrativas por intermedio da
§ unico. Em circumstancias anormaes, as padarias se- Direcção Geral da Agricultura.
rão obrigadas a fabricar diariamente a quantidade de pão Art. 141.° Os preços do pão de familia e do pão de uso
que lhes for intimada pela respectiva autoridade adminis- commum não poderão exceder, respectivamente, 90 e 80
trativa, para attender ás necessidades do consumo publico, réis por kilogramma.
sempre que essa quantidade não exceda a sua capacidade § 1.° Em Lisboa todas as padarias serão obrigadas a
de laboração. Serão cassadas as respectivas licenças aos produzir os dois typos de pão, em harmonia com o dis-
fabricantes que não cumprirem essa intimação, salvo quando, posto nos n. 0s 2.° e 3.° do artigo 134." d'este diploma.
por causas independentes da sua vontade, não disponham § 2.° Os typos de pão com os pesos de 500 a 1:000
de farinha ou de pessoal para o fabrico do pão. grammas terão, respectivamente, as marcas, bem visíveis,
Art. 134 0 Para os effeitos do presente regulamento será de 0 0 e X .
o pão classificado dentro dos seguintes typos: Art. 142.° As padarias poderão fabricar outras qualida-
1.° Pão superfino, de luxo, ou pequeno, sendo o pão de des de pão, de peso inferior a 400 grammas, chamado
peso inferior a 400 grammas, de qualquer fórma, fabri- superfino, pão de luxo ou pão pequeno, que será vendido
cado exclusivamente com farinha do typo de primeira qua- sem sujeição ás disposições do artigo 141.°
lidade ; § 1.° O pão das qualidades indicadas neste artigo não
2." Pão dc familia, sendo o pão de 500 grammas fabri- poderá exceder em cada padaria 20 por cento da totali-
cado com farinha de primeira qualidade ou com a resul- dade do produzido nessa padaria, e deve ser fabricado ex-
tante do lote das de primeira e segunda qualidade; clusivamente com farinha de 1." qualidade.
3.° Pão de uso commum, sendo o pão de 1:000 gram- § 2.° Para o effeito de entre si distribuírem a percen-
mas fabricado com farinha não inferior ao typo de ter- tagem do pão de peso inferior a 400 grammas, poderá a
ceira qualidade; Direcção da Fiscalização autorizar a reunião em grupos de
4." Pão de centeio, sendo o pão fabricado com a farinha duas ou tres padarias, quando assim o requeiram, uma vez
d'este cercal, depois de peneirada, e convenientemente que não seja prejudicado o preceito estabelecido no § 1.°
manipulado; d'este artigo.
5.° Pão de milho ou broa, sendo o pão fabricado com Art. 143.° O pão feito com farinhas mistas, ou pela mis-
farinha de milho peneirada e convenientemente manipu- tura de farinhas de diversos generos, será vendido, exposto
lado ; á venda ou expedido com o nome de páo de mistura, se-
6.° Pão de mistura, sendo o pão fabricado com a mis- gundo a designação dos generos dc que provierem as fa-
tura de farinhas peneiradas de trigo e centeio, de trigo rinhas.
e milho, o de centeio e milho, convenientemente mani- Art. 144.° Em todas as padarias haverá uma balança
pulado. fixa para pesar todo o pão de familia e o de uso commum,
Art. 135.° Será considerado pão de composição c fabrico no acto da venda.
normal o que, dentro da respectiva classe, se apresentar § unico. Quem vender, expedir ou tiver á venda pão
com sinaes de perfeita manipulação quanto ao aspecto e tendo menos de 6 por ccnto do peso correspondente ao
dureza da côdea, á côr, esponjosidade e aroma do moolo, respectivo typo incorrerá nas penalidades comminadas no
o cuja composição estiver comprehendida nos limites arbi- artigo 39.° d'este regulamento.
trados á sua ciasse. Art. 145.° O numero de padarias não poderá ser supe-
Art. 136.° Será considerado pão avariado: rior em Lisboa a 250, no Porto a 115, na villa de Ma-
1." O que não obedecer a alguma das condições de nor- tozinhos a 11, em Setubal a 18, em Coimbra a 10 e em
malidade arbitradas ao pão do respectivo typo, quando Portalegre a 8, sem prejuizo das que existissem a mais,
as diíferenças apresentadas não importem corrupção ou devidamente autorizadas, no dia 1 de abvil dc 1899 em
falsificação e aquelle que na sua composição sc afastar clos Lisboa c Porto, no dia 10 dejunho de 1903 em Matozi-
limites fixados pelas instrucções a que se refere o artigo nhos, no dia 24 de agosto de 1904 em Setubal, no dia 7
34." d'este diploma ; de dezembro de 1904 em Coimbra, e no dia 11 de feve-
2." O pão fabricado com farinhas avariadas e com agua reiro de 1905 em Portalegre.
não potavel, ou (pie apresente fragmentos de massa não Art. 146.° O Governo, a requerimento dos interessados
leveda e ainda o que estiver imperfeitamente cozido; e ouvido o governador civil do districto e a camara mu-
3.° O pão com mais de 38 por cento de agua para o nicipal do concelho, poderá limitar o numero de padarias
pão de trigo, e com mais (le 42 por cento de agua para o nas povoações r de mais de 8:000 habitantes.
de centeio, de milho ou de mistura. Art. 147.° È prohibido vender, expedir, expor á venda
Art. 137." Será considerado pão falsificado1, adulterado ou ou ter em deposito, com o nome de massas alimentícias,
alterado com substancia não nociva á saude o que conti- os productos que não provenham cla hydratação, amassa-
ver alguma substancia innocua, estranha á composição dura, moldagem e enxugo das sêmolas de trigo.
normal da farinha, fermento, sal e agua potavel empre- § unico. Quando na fabricação das massas alimentícias
gados no seu fabrico corrente. entrem outras farinhas que não sejam as do trigo, ou outros
Art. 138. 0 Será considerado pão falsificado, adulterado productos que lhes alterem a composição ou o aspecto, de-
ou alterado com substancia nociva á saude o que contiver verá indicar-se sempre o cereal ou producto que lhes tenha
alguma das substancias designadas no artigo 99.° d'eate sido addicionado, mencionando-se nos rotulos dos envolu-
regulamento. cros ou recipientes que as contenham, de tal forma que esta
Art. 139." E considerado pão corrupto o que estiver em designação seja inevitavelmente vista pelos compradores.
decomposição organica, ou com bolores ou bafio ; o que Art. 148.° Considcram-se como normaes as massas ali-
tiver sido fabricado com farinhas com mofo ou ardidas, ou mentícias que, pelo aspecto physieo e analyse chimica,
de qualquer modo corruptas ; o que contiver animalculos apresentam os caracteres e limites de composição do typo
ou seus detritos, ou fragmentos de productos orgânicos es- a que pertençam ou sob cuja designação sejam apresenta-
tranhos ás farinhas. das á venda.
Art. 140.° As disposições dos artigos 108.° a 133." são Art. 149.° Serão consideradas massas alimentícias ava-
applicaveis ás cidades de Lisboa, Coimbra, Portalegre, Se- riadas :
tubal e villa de Matozinhos, salvo o disposto na legislação a) As que não satisfaçam alguma das condições de nor •
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malidade proprias do typo respectivo, quando as differen- gânicos de aspecto repugnante, quer communiquem ou
ça» apresentadas não importem falsificação, adulteração ou não as suas qualidades ao piroducto, e os provenientes de
corrupção; farinhas deterioradas, logo que apresentem os sinaes ca-
b) As que contenham quaesquer insectos ou animalcu- racterísticos d'essas alterações.
los, os seus germes ou detritos, quando da sua presença Art. 158.° São considerados falsificados, adulterados ou
não tenha resultado ainda a corrupção; alterados com substancias não nocivas â saude as bolachas
c) As que contenham humidade cuja percentagem seja e biscoitos que contiverem qualquer substancia innocua
superior aos limites determinados; estranha ás indicadas nas declarações a que se refere o ar-
d) As que tenham sido atacadas por doenças produzi- tigo 153.° seja qual for a quantidade ou natureza cVessa
das por quaesquer fungos, bactérias ou plantas cryptoga- substancia.
micas, cuja presença seja denunciada pelo seu aspecto Art. 159.° São considerados falsificados, adulterados ou
physico, pelo exame ao microseopio ou pela analyse. alterados com substancias nocivas á saude as bolachas e
Art. Io0.° Serão consideradas falsificadas, adulteradas biscoitos que conteem qualquer substancia nociva á saude,
ou alteradas com substancias não nocivas á saude as mas- ou qualquer substancia caracteristicamente toxica.
sas alimentícias que contenham qualquer substancia inno-
cua, diíferente da semola do trigo, seja qual for a quanti-
dade ou natureza d'essa substancia c as que contenham Alojamentos dc animaes nas cidades de Lisboa e Porto
mais de 15 por cento de agua total em peso. Condições p a r a a construcção e Installação
§ unico. Nas massas alimentícias especiaes a que sc re- dos alojamentos
fere o § unico do artigo 147.°, consideram-se substancias
estranhas, para os effeitos d'este artigo, todas as que não Art. 160.° Para a construcção de qualquer cavallariça,
estiverem enumeradas nos rotulos dos envolucros ou reci estalagem de recolha de solipedes, vacaria ou estabulo, nas
pientes que as contenham. cidades de Lisboa e Porto, é obrigatoria a previa autori-
Art. 151.° Serão consideradas falsificadas, adulteradas ou zação da respectiva camara municipal.
alteradas com substancias nocivas á saude as massas alímen- Art. 161.° Os pedidos de licença para construcção ou
ticias que contenham qualquer substancia nociva á saude. installação da alojamentos de animaes serão dirigidos á
Art. 152.° Serão consideradas corruptas as massas ali- competente camara municipal, acompanhados do projecto
mentícias que estejam em decomposição, ou apresentem em triplicado (planta, alçado e cortes). Um dos exempla-
sinaes de bolor, bafio ou de putrefacção, as que contenham res do projecto será enviado pela camara á Direcção da
detritos orgânicos de aspecto repugnante, que lhes com- Fiscalização, que o devolverá com a sua informação á
muniquem ou não as suas qualidades, e ainda as que fo- mesma camara, dentro do prazo de quinze dias.
ram fabricadas com sêmolas provenientes de trigos dete- Art. 162.° A camara municipal despachará os pedidos
riorados, quando apresentem sinaes evidentes da respec- a quo se refere o artigo precedente, sempre em harmonia
tiva deterioração. com a informação da Direcção da Fiscalização, no que res-
Art. 153.° Os fabricantes de bolacha e biscoito deverão peita á hygiene dos alojamentos.
declarar por escrito á Direcção da Fiscalização todas as Art. 163.° Os alojamentos pecuários a que se refere o
especies de formulas que empreguem, bem como quaes artigo 160.° devem satisfazer ás seguintes condições:
as substancias gordas, açucaradas, aromaticas e outras ; os 1 A distancia da fachada aos predios fronteiros será,
fermentos naturaes ou artificiaes ou os pós que os substi- pelo menos, de metade da altura do mais alto d'esses pre-
tuam ; e toclas as substancias que juntam á farinha para a dios, não sendo nunca inferior a 7 metros;
sua laboração fabril corrente. A Fiscalização conservará 2.° O pavimento dos alojamentos, bem como dos pateos
reservadas estas declarações, requisitando amostras aos interiores, se os houver, será revestido de substancia com-
fabricantes de bolacha quando entenda conveniente veri pacta e lisa, e, quando de materiaes justapostos, terão es-
ficar a innocuidade d'aquelles productos e prohibindo o em- tes as juntas convenientemente tomadas, havendo o declive
prego dos que sejam nocivos á saude. miiiimo cle 2 por cento, de modo que todos os líquidos
Art. 154.° Os fabricantes de bolacha e biscoito deverão corram para as calhas, e d'estas para os ralos de esgoto.
enviar á Direcção da Fiscalização amostras em dupli- O pavimento dos alojamentos estará, pelo menos, superior
cado de todos os seus typos de productos, fornecendo aos 0 m , 10 ao nível do solo adjacente;
agentes fiscaes em serviço as amostras que por estes lhes 3.° As calhas, de substancia compacta c lisa, terão, pelo
forem requisitadas. menos, 0 m ,20 de largura e 0"',08 de profundidade ao cen-
Art. 155.° Serão considerados como bolachas e biscoi- tro, sendo a sua superfície aproximadamente semi-cylin-
tos normaes: os que pelo aspecto physico e pela analyse drica;
chimica apresentem os caracteres e limites de composição 4.° Os ralos, com sifão hydraulico, communicarão com
do typo a que pertençam, e sob cuja designação sejam o systema de esgoto da cidade e serão, quando possivel,
apresentados á venda. collocados fóra do edificio ;
Art. 156. Serão considerados bolachas e biscoitos ava- 5.° O pé direito será, pelo menos, de tres metros;
riados : 6.° Os tectos serão rebocados, estucados e caiados, ou
1.° Os quo não obedecem a alguma das condições de protegidos por qualquer substancia de fácil desinfecção;
normalidade proprias da bolacha do respectivo typo, quando e, havendo pavimento superior, serão construídos com ma-
as differenças apresentadas não importem corrupção, fal- teriaes compactos, como tejolo, cimento e ferro, e de su-
sificação, adulteração ou alteração; perfície lisa de fácil desinfecção;
2." Os que contenham quaesquer insectos ou animalcu- 7." As paredes serão revestidas de azulejo, ou qualquer
los, os seus germes ou detritos, quando da sua presença inducto de fácil desinfecção; ou estucadas e caiadas, ou
não tenha ainda resultado corrupção; pintadas, devendo nestes ultimos casos ter um revesti-
3.° Os que estejam atacados por quaesquer fungos, bac- mento (lambris) dc qualquer dos materiaes primeiramente
térias ou plantas cryptogamicas, cuja presença seja denun- indicados, ate l m ,75 cle altura a partir do solo. As arestas
ciada pelo aspecto physico, pelo exame mieroscopico ou e ângulos serão substituidos por superfícies arredondadas
pela analyse, não implicando porem decomposição ou pu- de ligação;
trefacção. 8.° Para cada animal haverá, pelo menos : cubagem de
Art. 157.° Serão considerados corruptos as bolachas e 30 metros cúbicos, ventilação capaz de renovar 20 metros
biscoitos que estejam em decomposição, ou apresentem cúbicos dc ar por hora, e superjicie illuminante de 0"'-,30.
sinaes de bolor, de bafio ou de putrefacção, ou detritos or- A entrada clo ar para a renova ção far-se-ha á altura mi-
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nima de 1™,75 do solo, e de forma que a direcção das cor- j que permitta fácil desinfecção, quando haja moradia sobre
rentes seja para o tecto; 0 alojamento ;
9.° A largura do pesebre, ou logar occupado por cada 6." Terem os pesebres largura não inferior a l m , 2 0 e
animal, não será inferior a l m ,õO, excepto nas estalagens comprimento não inferior a 2 metros, não incluindo man-
de recolha, onde o minimo será de 1 metro; gedoura ; nas estalagens de recolha, porem, a largura mi-
10.° O comprimento do pesebre, não comprehendendo a nima dos pesebres poderá ser de 1 metro.
mangedoura, será, o minimo, de 2"', 10; § unico. Nas vacarias é obrigatorio o immediato esta-
11.° A largura das coxias, ou corredores de serviço, não belecimento da leitaria e da casa de lavagem de vasilhame
será de menos de 1"',Õ0, quando no alojamento haja uma em compartimentos separados.
só tila de animaes ou duas tilas com mangedouras cen- Art. 167.° Para estas adaptações o pessoal da Fiscali-
traes, e de 1"',80 quando haja duas tilas de mangedouras zação inspeccionará todos os alojamentos de auimaes nas
oppostas; cidades de Lisboa e Porto e intimará os respectivos donos
12.° As mangedouras terão a largura minima de O"1,40, para que façam as obras indispensaveis, seguindo-se, com
e serão feitas de materiaes compactos e lisos, ou revesti- relação aos projectos, o que está preceituado nos arti-
das de substancia que permitta fácil desinfecção ; gos 161.° e 162.°
13." Os bebedouros, de ferro esmaltado ou de qualquer Art. 168.° Só poderão continuar em exploração os alo-
outra substancia de fácil desinfecção, deverão ter somente jamentos qne estejam em harmonia com os termos cVeste
capacidade para abeberar um animal; regulamento.
14.° Os estrumes serão recolhidos numa fossa movei,
estanque, convenientemente coberta, forrada de substancia C o n d i ç õ e s de f u n c c i o n a m e n t o c o m m u n s
de fácil desinfecção, de capacidade proporcional á lotação a t o d o s os a l o j a m e n t o s
do alojamento e assente num plano superior ao do solo; Art. 169.° Os estrumes não poderão ser conservados nos
a remoção do estrume recolhido na fossa movei far-se-ha alojamentos cle gado por mais de vinte e quatro horas,
todos os dias; sendo todos os dias retirados para o campo, ou recolhidos
15.° A moradia dos tratadores será em compartimento na fossa movei a que se refere o n.° 14.° do artigo 163.°
separado e de ventilação directa, podendo communicar § unico. As fossas inoveis serão lavadas em seguida á
com o alojamento por meio de porta ou janela; remoção dos estrumes.
11).0 As latrinas e urinoes deverão ser collocados fóra Art. 170.° camas do gado serão todos os dias reno-
dos alojamentos do gado e das officinas annexas, e serão vadas.
providos de sifão hydraulico, satisfazendo alem d'isto ás Art. 171.° O pavimento e os lambris serão conveniente-
condições geraes de esgoto, luz e ventillaçâo. mente lavados, pelo menos, uma vez por dia.
Art. 104.° Quando a csUdagem tambem der recolha aos Art. 172." J s paredes e tectos, quando mettidos a cal,
donos, conductores do gado ou quaesquer outras pessoas, serão caiados, pelo menos, uma vez de tres em tres me-
haverá para este fim um alojamento independente. ses, c quando pintados a oleo, ou por qualquer outra forma
Art. 165.° As vacarias, destinadas especialmente ao alo- revestidos, serão reparados sempre que a Fiscalização o
jamento de vacas cm exploração lactigena, e onde se faça julgue necessário.
a venda de leite a copo, satisfarão mais ás seguintes con- Art. 173.° Os pavimentos serão conservados sem solu-
dições : ções cle continuidade no seu revestimento, e sem desni-
1.° As paredes serão revestidas até a altura de 2 me- velamentos que importem retenção de liquidos.
tros, em toda a sua extensão, de azulejo ou qualquer in- - Art. 174." Os ral<,s dos canos estarão sempre collocados
ducto de desinfecção fácil, substituindo-se os ângulos e no seu logar, calados os sifões e desobstruídos os respec-
arestas por superfícies arredondadas de ligação; tivos canos de esgoto e de ventilação.
2." Os tectos serão revestidos como as paredes, ou caia- Art. 175.° A alimentação do gado será constituida por
dos, ou estucados a liso; forragens e rações cm bom estado de conservação e isen-
3.° O alojamento das vacas, embora communique por tas de materias nocivas á economia animal.
porta com as casas destinadas á lavagem, arrecadação do Art. 176.° A agua para abeberar o gado será de boa
vasilhame, e á venda do leite e lacticinios, será isolado qualidade.
cVestas por uma parede dc espessura não inferior a O"1,20; Art. 177.° O gado será mantido no conveniente estado
4." A casa de lavagem do vasilhame terá o pavimento de limpeza.
nos termos prescritos no n.° 2." do artigo 1G3.°, e as pare- Art. 178." E prohibida, nos alojamentos, a existencia
des serão revestidas como se preceitua no n.° 7.° do mesmo de camas, leitos ou tarimbas para dormida, permanente ou
artigo, devendo o lambris ter a altura minima de l n i ,õ0. temporaria, dos tratadores ou de quaesquer outras pessoas.
Art. 179.° A porta de communicação entre a leitaria e
Condições a que devem s a t i s f a z e r os a c t u a e s o alojamento das vacas deverá ter mola ou outra disposi-
alojamentos
ção que. a obrigue a fechar-se automaticamente, devendo
Art. 166.° Os actuaes alojamentos de gado poderão con- tudo estar sempre livre cle qualquer obstáculo que impeça
tinuar a existir desde que satisfaçam ás seguintes condi- que ella se feche naturalmente.
ções : Art. 180." Os alojamentos cle gado não poderão ser
1.° Não terem o seu pavimento abaixo do nivel da rua; cumulativamente utilizados para qualquer outro fim de que
2." Proporcionai', por cabeça, cubagem não inferior a 20 resulte prejuizo para a saude publica ou pecuaria.
metros cúbicos; haver nelles disposições (pie determinem Art. 181.° Quando haja de estabelecer-se baias mo-
uma renovação de ar, pelo menos, de 15 metros cúbicos veis, serão estas installadas por forma que se desar-
por hora, e superjicie illuminante dc O'"2,10 por animal; mem automaticamente, sempre que os animaes sobre ellas
3.° listarem separados das construcções vizinhas por mu- caiam.
ros massiços, dc espessura não inferior a 0 m ,50, excepto Art. 182.° É prohibida nos alojamentos a permanencia
quando estes sejam construídos de cantaria, ou de tejolo cle animal atacado cle doença transmissível.
e cimento ;
4." Satisfazerem ás condições de pavimento, paredes e
Fisealizaçito do eslado sanitario dos animaes
esgoto a que se referem os n. os 2.", 3.°, 4.° e 7.° do ar-
tigo 163."; Art. 183.° Todo o equídeo ou bovideo, qualquer que
5." Terem o tecto forrado em toda a sua extensão, ou seja o fim a que se d e f i n e , não poderá apresentar-se pu-
convenientemente protegido por substancia compacta e lisa 1 blicamente em estado inferior ao de meia nutrição, nem
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com feridas ou contusões que o tornem repugnante â vista Art. 195.° Quem tiver as mãos feridas, ou affectadas
ou improprio para o serviço que se lhe exija. de qualquer doença cutanea, não poderá executar o orde-
Art. 184.° As vacas leiteiras serão inspeccionadas, re- nhamento das vacas.
senhadas e matriculadas pelos veterinarios da Fiscalização Art. 196.° Os vaqueiros e vendedores de leite serão
e serão tuberculinizadas, quando os mesmos veterinarios matriculados na Direccão da Fiscalização, para o que apre-
julguem conveniente. sentarão attestado do sub-delegado de saude que prove não
Art. 185.° As vacas, depois de matriculadas, serão ap- soffrerem cle molestia transmissível.
plicadas nas orelhas marcas metallicas, com os respectivos
números. Fiscalização das carnes e outros productos
§ unico. Cada vaca leiteira não poderá estar em va- de origem animal
caria urbana mais de sete meses consecutivos, a não ser
que seja regularmente empregada na venda ambulante do Art. 197.° São dispensadas de exame sanitario e imposto
leite. Entre cada dois períodos de estabulação urbana, não correspondente, e podem, por conseguinte, entrar na ci-
deverá mediar um periodo inferior a dois meses. dade por qualquer posto de despacho 'iduaneiro, as por-
Art. 186. 0 Toda a vaca que, no exame de matricula, ções cle carne fumada ou fresca e de banha cle peso in-
ou nos exames feitos nas vacarias ou estábulos, for con ferior a 5 kilogrammas, um só cabrito ou cordeiro, e até
siderada como suspeita de tuberculosa será immediata- duas peças cle caça meucla.
mente internada no Hospital veterinario, para os effeitos § unico. Não se cobrará imposto sanitario pelo exame
do disposto no regulamento geral de saude pecuaria, neste da caça.
diploma e nas instrucções especiaes. Art. 198.° Constituem motivos cle rejeição total das car-
Art. 187.° Todo o animal que for considerado pelos ve- nes sobre que recae a fiscalização:
terinarios da Fiscalização como atacado de doença con- 1.° A idade muito nova em que foram jnortos os ani-
tagiosa será, caso o dono com tal se confirme, imme- maes (menos dc um mês para os suinos, caprinos e ovi-
diatamente removido para um esquartejadouro; e, no caso nos e menos cle clois meses para os bovinos);
em que o proprietario se opponha, será internado, acto 2.° A hectisia, a cachexia e a hydrohemia;
continuo, no Hospital veterinario, devendo, em qualquer 3.° A morte natural;
das hypotheses, applicar-se o prescrito no regulamento 4.° O excesso de sangue permeando as carnes;
geral de saude pecuaria, no que respeita á desinfecção do 5.° Os envenenamentos;
alojamento e ao sequestro dos animaes que tenham coha- 6.° O estado febril e o cheiro repugnante, proveniente
bitado com os atacados. quer de certos medicamentos (ether, ammoniaco, etc.),
Art. 188.° Todo o animal que for considerado pelos ve quer de alterações fermentativas (pútrida, lactica, etc.);
terinarios da Fiscalização suspeito de doença contagiosa 7.° A actinomycose;
será, sem perda de tempo, sequestrado no Hospital vete- 8.° A infecção pyohemica;
rinario, applicando-se ao respectivo alojamento as medidas 9.° A infecção septicemica;
indicadas no regulamento geral cle saude pecuaria. 10.° A cliathese cancerosa;
Art. 189.° Nas localidades em que não haja hospital 11.° A icterícia;
veterinario, os sequestros dos animaes suspeitos serão fei- 12." A cysticercose bovina e porcina;
tos em alojamentos propostos pelos donos dos mesmos 13.° A trichinose;
animaes com approvação do competente veterinario. 14.° A distomatose ;
Art. 190.° < >s animaes enviados para o Hospital veteri- 15.° Quaesquer outras doenças, contagiosas;
nario serão acompanhados cle uma guia, passada pelo ve- 16.° As alterações devida» a bolores, quando estes ti-
terinario da Fiscalização, na qual se fará a indicação do verem penetrado profundamente nas carnes;
motivo que tiver determinado o internamento, bem como 17.° A rancidez;
a resenha ou o numero de matricula do animal. 18.° As falsificações das carnes preparadas ou de banhas,
Art. 191.° A malleinização dos equideos e a tuberculi quer resultem da junção dc materias corantes nocivas, quer
nização dos bovideos, em Lisboa, serão feitas no Hospital de nutras substancias tambem prejudiciaes á saude, ou que,
veterinario, competindo ao director clo mesmo hospital en- sendo impróprias do fabrico normal d'aquelles productos,
viar á Direcção da Fiscalização ou a quem competir, no concorram para, lhes aumentar o peso ou volume.
prazo de sete dias, uma nota dos resultados das mallei- Art. 199.° As carnes e x a m i n a d a s nas alfandegas e suas
nizaçÕes ou tuberculinizações feitas. delegações ou postos e a p p r o v a d a s para c o n s u m o serão
§ unico. Nas localidades onde não haja hospital veteri- d e v i d a m e n t e m a r c a d a s , em h a r m o n i a com as respectivas
nario, a malleinização e a tuberculinização serão feitas em instrucções especiaes, fazendo-sc em seguida o despacho
alojamentos escolhidos nos termos do artigo 189." a l f a n d e g a rio.
Art. 192.° Os proprietarios de equideos e bovideos teem Art. 20(>." Sempre que aos fiscaes se tome suspeita
o direito de mandar proceder á malleinização ou tubercu- a pureza, cle qualquer producto cle natureza animal sujeito
linização do seu gado, nos respectivos alojamentos, por á sua inspecção, procederão nos termos dos artigos 20.°
qualquer veterinario, dando previamente conhecimento á e seguintes d'este regulamento.
Direcção da Fiscalização, á <telegação ou ao intendente Art. 201." As carnes reputadas avariadas, corruptas,
de pecuaria do districto, a quem competir, do dia e hora falsificadas ou adulteradas serão inutilizadas na presença
da operação, a fim d'esta ser assistida por um veterinario clo dono ou sou representante, sob a direcção do respec-
da Fiscalização ou pelo intendente, o qual receberá por tivo fiscal, e confiadas á responsabilidade da delegação ou
cada sessão a que assista a quantia cle 2-5000 réis, não posto duaneiro, a fim de serem convenientemente res-
sendo o numero de animaes superior a dez, e 1;)()00 réis guardadas em caixas estanques, e opportunamcnte man-
por cada dezena ou fracção a mais. dadas remover para os esquartejadoiiros pelos chefes das
§ unico. As sessões nào serão menos de duas nem mais delegações.
de tres. § unico. Quando os productos rejeitados possam, sem
Art. 193.° Os tratadores cle animaes atacados de doen- inconveniente, aproveitar-sc cm uso meramente industrial,
ças contagiosas serão desinfectados, bem como todo o seu permittir-se-ha ao dono o dar-lhes esse outro destino, sendo
vestuario e os utensílios cle que se tenham servido. os productos convenientemente desnaturados por sua conta,
Art. 194.° As pessoas enfermas ou convalescentes de] s o b a d i r e c c ã o do fiscal.
doenças transmissíveis não poderão ser empregadas nas Art. 202.° Se o despachante ou dono se não conformar
vacarias e estábulos. com a rejeição imposta pelo fiscal, tem direito cle recurso
J u l h o 22 S12 1905
para uma junta cle peritos, nomeada pela Direcção, em calização, os fiscaes deverão proceder de modo que, sendo
Lisboa, ou pelo chefe da Delegação, no Porto. o exame sufficientemente elucidativo, se evite, quanto pos-
§ 1.° Para os effeitos cVeste artigo, o dono ou despa- sivel, prejuizo para o dono.
chante cla carne apresentará immediatamente, por escrito, § 1.° No exame das carnes, principalmente das frescas,
ao fiscal a declaração de recurso. recorrer-se-ha, sempre que se possa, ao emprego do mi-
§ 2.° O requerimento do interessado, bem como a de- croscopio.
claração clo technico, motivando a rejeição, serão entre- § 2.° O exame dos animaes mortos e das grandes peças,
gues ao chefe da delegação ou posto aduaneiro, qne os como presuntos, cabeças, toucinhos e outras, será indivi-
remetterá á Direcção, em Lisboa, ou ao chefe da Delega- dual.
ção, no Porto. § 3.° A obseravçâo das carnes ensacadas far-se-ha por
§ 3.° Concluido o novo exame, de que não haverá re- otes, devendo, porem, ser feita em cada peça logo que
curso, cumprir-se-hão as disposições do artigo 199.°, se a em alguma se encontre motivo de rejeição.
rejeição não subsistir, ou do artigo 201.°, se houver sido § 4.° A inspecção das banhas far-se ha em todas as va-
confirmada. silhas.
§ 4.° Toda a despesa que este processo occasionar, Art. 208.° Os veterinarios preencherão diariamente os
coniprehendendo-se a importancia de transportes e os mappas que lhes forem fornecidos e semanalmente os
emolumentos da guarda fiscal, corre por conta do recla- enviarão á Direcção ou Delegação respectiva.
mante. § unico. Para o preenchimento d'estes mappas, os fis-
§ 5.° Qwando da demora necessaria para a reunião da caes requisitarão os precisos elementos aos competentes
junta a que se refere este artigo possa resultar prejuizo chefes aduaneiros.
para o dono da carne, poderá este, ou o seu represen- Art. 209.° Sao considerados avariados as carnes e ou-
tante, recorrer para a Direcção, em Lisboa, ou para a tros productos animaes de que trata este capitulo, quando
Delegação, no Porto, que resolverá definitivamente. tenham soffrido qualquer modificação, por effeito do meio,
Art. 203.° O serviço de fiscalização nos estabelecimen- do tempo, ou de quaesquer causas fortuitas, que os tornem
tos de fabrico ou preparação de carnes e nos de venda menos proprios para a alimentação do homem.
d'estas ou de animaes mortos, pertencentes a especies ali- Art. 210.° São considerados falsificados, alterados ou
mentares, será feito na cidade de Lisboa pelos veterina- adulterados com substancia não nociva á saude as carnes
rios da Fiscalização e nas demais terras do reino pelos e outros productos animaes de que trata este capitulo,
respectivos veterinarios das delegações, ou pelos inten- quando lhes tenha sido addicionada qualquer substancia
dentes de pecuaria a quem competir. estranha, innocua, para lhes aumentar o peso ou o volume,
§ 1.° Neste serviço o fiscal será acompanhado por um ou para encobrir qualquer avaria, deterioração, alteração,
agente cla autoridade, quando o repute necessário. ou defeito, com excepção, nos productos manufacturados,
§ 2.° Quando os fiscaes encontrarem productos nocivos clas substancias technologicamente adoptadas no seu fa-
ou improprios para a alimentação, proceder-se-ha analoga brico, preparação ou conservação.
mente ao preceituado nos artigos 201.° e 202.° Art. 211.° São considerados falsificados, adulterados ou
Art. 204.° Nas épocas de chacina a Direcção Geral da alterados com substancias nocivas á saude as carnes e ou-
Agricultura poderá destacar, para auxiliarem os serviços tros productos animaes de que trata este capitulo, quando
da Fiscalização nos pontos onde a mesma chacina tenha lhes tenham sido addicionados agentes preservadores ou
mais importancia, veterinarios do respectivo quadro e os antisepticos illicitos, taes como: acido borico, acido sahcy-
auxiliares necessarios, a fim de procederem á fiscalização lico, aldehyde formico, sulfitos, ou qualquer outra subs-
dos suideos abatidos nos mesmos pontos. tancia mais ou menos toxica.
Art. 205.° Cumpre ao pessoal da Fiscalização e bem Art. 212.° São considerados corruptos as carnes e outros
assim á autoridade administrativa, por si ou por indicação productos animaes de que trata este capitulo, quando se
do mesmo pessoal, apprehender, nas cidades de Lisboa e encontrem em estado de putrefacçâo, sejam provenientes
Porto, as peças de carne ou animaes mortos das especies de animaes nas condições expressas nos n. os 1.° a 16.° do
alimentares que forem encontrados em transito ou á venda, artigo 198.° d'este regulamento, e bem assim os que accu-
e que, devendo ter soffrido exame sanitario, não apresen- sem cheiro anormal e desagradavel.
tem as marcas a que allude o artigo 199.°
§ 1." As carnes ou animaes apprehendidos, quando Fiscalização dos productos animaes improprios
aproveitáveis, serão mandados para os estabelecimentos para a alimentação puhlica
c
de beneficencia; os que estiverem nos casos do artigo 201. Art. 213.° Os equídeos, bovideos e suideos, que morram
serão remettidos para os esquartejadouros, sob responsa nas cidades de Lisboa e Porto, não poderão ser removidos
bilidadc do apprehensor. dos respectivos alojamentos sem que primeiro sejam obser-
§ 2.° A Fiscalização ou a autoridade administrativa vados por um veterinario, que será chamado dentro de oito
cobrarão do dono dos productos apprehendidos a importan- horas após a morte do animal.
cia da despesa que este processo motivar, sem prejuizo do § 1.° D'esta observação passará o veterinario um attes-
disposto no artigo 251.° do Codigo Penal, nos casos em tado, que entregará ao proprietario do animal ou ao seu
quo este seja applicavel. representante.
Art. 206.° Para complemento indispensavel de uma ri- § 2.° E prohibida a utilização, como alimento, das car-
gorosa fiscalização de sanidade pecuaria, não poderão exis- nes, visceras e banhas dos animaes mortos ou abatidos por
tir, dentro das arcas fiscaes de Lisboa e Porto, animaes motivo de doença.
clas especies ovina e caprina sem a competente licença Art. 214.° A remoção dos cadaveres far-se-ha para local
alfandegaria, á somelhança do que se pratica com a espe- determinado ou autorizado superiormente para tal fim.
cie bovina. Art. 215.° A Direcção da Fiscalização poderá contra-
§ unico. As licenças a que se refere este artigo não po- tar com os donos das fabricas de adubos, nas cidades de
derão ser concedidas som previa communicação á Direc- Lisboa e Porto, a remoção dos cadaveres, sujeitando-se
ção da Fiscalização dos Productos Agricolas, a fim de se os mesmos donos a fazer essa remoção em carros apro-
verificar sc os locaes e alojamentos destinados aos referi- priados, cujo numero e modelo lhes serão indicados pela
dos animaes estào nas devidas condições, e se proceder referida Direcção.
posteriormente á competente fiscalização de sanidade pe- § 1.° Não poderão as fabricas de adubos receber cada-
cuaria. ver algum sem que seja acompanhado do attestado a que
Art. 207.° Na observação dos productos sujeitos á fis- se refere o § 1.° do artigo 213.°
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§ 2.° Nos contratos a que se refere este artigo será Art. 226.° As contravenções do que se preceitua neste
estipulada a quantia que os donos das fabricas poderão co- titulo, para as quaes não sejam comminadas, no Codigo
brar pela remoção de cada cadaver, quantia que nunca de- Penal ou neste regulamento, penas especiaes, serão consi-
verá exceder 1$000 réis. deradas como desobediencia á autoridade c punidas nos
§ 3.° As fabricas pagarão por cada attestado de veteri- termos do artigo 388.° do mesmo codigo.
nario a quantia de 500 réis; e quando não haja contratos
serão 03 attestados pagos pelos donos dos animaes. Fiscalização dos leites e lacticínios
Art. 216.° E permittido aos donos dos animaes vivos ou
mortos fazer a sua remoção em qualquer vehiculo, sendo Divisão dos serviços
neste caso obrigados a proceder á desinfecção immediata
do mesmo vehiculo na fabrica, pagando-lhe por esta ope- Art. 227.° A fiscalização a que se refere este capitulo
ração a quantia de 700 réis. comprehende:
§ unico. A desinfecção d'estes vehiculos, bem como dos 1.° A fiscalização do leite de vaca;
carros de que trata o artigo 215.°, far-se-ha segundo as 2.° A fiscalização do leite de cabra e ovelha;
instrucções dadas pela Fiscalização, não podendo elles 3.° A fiscalização clo leite desnatado, concentrado, es-
sair das fabricas sem que estejam convenientemente de- terilizado e seco, e das bebidas produzidas de leite por
sinfectados. fermentações especiaes ou por processos technicos;
Art. 217.° Qualquer animal vivo que entre na fabrica para 4.° A fiscalização da manteiga;
ser morto, só o será depois de inspeccionado por um vete- 5.° A fiscalização dos queijos;
rinario official, que diariamente fará a respectiva visita. 6.° A fiscalização das fabricas de margarina e oleo-mar-
§ unico. Nenhum animal vivo será recebido nas fabri- garina.
cas de adubos, para ahi ser morto, sem que haja conheci- § unico. Os serviços de que trata este artigo compe-
mento do alojamento de onde elle veio. tem: na cidade de Lisboa e seus suburbios á Direcção
Art. 218.° Os despojos animaes entrados em Lisboa: da Fiscalização dos Productos Agricolas, na cidade do Porto
coiros, chifres, unhas, pêlos ou crinas, qualquer que seja e seus suburbios á delegação respectiva, e no resto do reino
a sua proveniência, serão rigorosamente desinfectados, se aos agronomos districtaes e ás delegações de que trata o
não se provar que veem de país ou região em que não artigo 283.°
tenha grassado qualquer doença contagiosa nos ultimos Disposições especiaes relativas a leites
quatro meses.
Art. 219.° Dos esquartejadouros, ou fabricas de adubos, Art. 228.° Não se poderá expedir, vender ou pôr á
não poderão sair productos animaes susceptiveis de serem venda, sob a simples denominação de leite, qualquer pro-
desviados para a preparação de alimentos e para consumo ducto que não seja o leite de vaca puro e completo, isto
publico; e bem assim os despojos animaes que não tenham é, sem o addicionamento de outras substancias e sem a
sido convenientemente desinfectados. subtracção de qualquer das partes que entram na compo-
sição normal d'este liquido.
Disposições geraes relativas á fiscalização dos animaes § 1." O leite que não for de vaca (o de cabra, ovelha,
e seus productos etc.), o que for desnatado, parcial ou totalmente, e as
misturas do leite desnatado com o leite completo, devem
Art. 220.° Nas delegações e postos aduaneiros de Lis- trazer nas respectivas vasilhas em que são expedidos ou
boa continuará a ser cobrado o actual imposto sanitario, postos á venda a competente indicação, em caracteres bem
destinado a fazer face á despesa do serviço de fiscaliza- visíveis e indeleveis, devendo alem d'isso o vendedor in-
ção, passando a ser cobrado o referido imposto tambem formar verbalmente o comprador, no acto da venda, sobre
na cidade do Porto, pela mesma forma que o é na capital. a natureza do leite vendido.
Art. 221.° Por cada vaca leiteira matriculada nas ci- § 2.° O leite concentrado, o leite esterilizado e as be-
dades de Lisboa e Porto, pagará o respectivo dono, no bidas produzidas de leite por fermentações especiaes ou
mês de dezembro de cada anno, a quota de 500 réis, outros processos technicos (kefir, koumis) devem trazer,
que será recolhida nos cofres da receita publica. nos receptáculos em que são expedidos, ou postos á venda,
Art. 222.° Por cada vaca leiteira que for encontrada alem da denominação consagrada pelo uso, a designação
sem matricula pagará o respectivo dono a multa de réis especial do leite de que são derivados.
2$000, que terá o destino consignado nos § § 4 . ° , 5.° e 6.° Art. 229.° As facturas, notas de expedição, conheci-
do artigo 39.° d'este regulamento. mentos e todos os documentos de circulação de leite e lac-
Art. 223.° Os donos ou individuos em cuja posse esti- ticínios devem conter as respectivas indicações, conforme
verem animaes bovinos, equinos ou muares pagarão por o disposto neste decreto, no que respeita á natureza clo
cada tuberculinização ou malleinização feita no Hospital producto.
veterinario a quantia de 500 réis, que entrará nos cofres Art. 2 3 0 . O s recipientes em que se faz a expedição,
da receita publica. a armazenagem e a medição do leite, ou dos derivados,
Art. 224.° Os donos dos equideos e bovideos apresen- não devem ser de cobre, latão, zinco, liga contendo chumbo,
tados no hospital veterinario com guia dos veterinarios da ou louça vidrada com esmalte plumbifero. Os recipientes
Fiscalização, como suspeitos de terem doença contagiosa, em que o leite se expõe á venda devem ser munidos de
pagarão, respectivamente, durante o tempo que ali esti- tampas.
verem, as quantias de 400 e 300 réis por dia, satisfa- Art. 231.° Os locaes em que se effectuam a armazena-
zendo adeantadamente quinze pensões. gem e a venda do leite devem ser limpos, arejados e
§ 1.° Quando se não confirmar a suspeita de doença sufficientemente distantes de dormitorios e de quartos de
contagiosa, far-se-ha a restituição das quantias a que se doentes.
refere este artigo. Art. 232.° É prohibido ás pessoas que soffrem de doen-
§ 2.° Q.uando os donos se recusarem ao pagamento das ças contagiosas, e ás que as tratarem, o dedicar-se á ma-
pensões a que se refere este artigo, serào estas cobradas nipulação do leite.
executivamente, como dividas á Fazenda Nacional, per- § unico. Quando eventualmente o julguem necessário,
dendo, neste caso, os mesmos donos o direito á restituição a Direcção, as delegações e os agronomos districtaes no
consignada no paragrapho precedente. resto do país poderão requisitar aos delegados e sub-dele-
Art. 225.° Por qualquer attestado que os veterinarios gados de saude que procedam ás visitas sanitarias indispen-
hajam de passar receberão a quantia de 500 réis. saveis para evitar as transgressões clo disposto neste artigo.
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Art. 233.° É prohibido servir-se dos recipientes empre- § 2.° Exceptuam-se do disposto no paragrapho prece-
gados no transporte e medição do leite, em qualquer ou- dente as cooperativas de consumo que não façam opera-
tro uso. ções de commercio.
Art. 234.° Para a conservação do leite só podem ser § 3.° As fabricas de preparação de margarina para con-
empregados os methodos da refrigeração, da fervura e da sumo alimentar só poderão adquirir e ter em deposito a
past.orização, sendo expressamente prohibido o uso dos manteiga destinada ao fabrico da margarina, nos termos
ácidos borico e salicylico e seus sáes, do bicarbonato de do artigo 24tí.°, não lhes sendo, porem, permittido expe-
sodio, do formol e de quaesquer outros productos chimi- dir ou vender manteiga, quer directamente, quer por in-
cos preservadores. terposta pessoa ou entidade.
Art. 235.° São considerados leites avariados os que não Art. 239.° Todo o armazem, fabrica, loja, ou qualquer
obedecem a alguma das condições de normalidade proprias outro local, onde se conserve, produza, receba ou venda
do respectivo typo, quando as differenças apresentadas margarina ou oleo-margarina, deverá apresentar no seu
não importem corrupção, falsificação ou alteração.
frontispício, bem como em qualquer outra face livre do
Art. 236.° Serão considerados corruptos:
edificio, um dístico ou taboleta contendo, em caracteres
1.° Os leites azedos e os coalhados; de trinta centímetros de altura, pelo menos, a respectiva
2.° Os leites viscosos, filamentosos e aquosos; designação de «armazem, fabrica, venda, etc., de marga-
3.° Os leites amargos; rina, ou de oleo-margarina d .
4.° Os leites de côr anormal, azul, vermelha ou ama- § 1.° No commercio ou venda por grosso da margarina
rella, devida a vicios ou doenças do leite; e da oleo-margarina, quer produzidas quer importadas no
5.° O colostro, isto é, o leite de animaes depois de cujo pais, os barris, caixas, ou outros recipientes e envolucros
parto não tenham decorrido, pelo menos, dez dias; que os contiverem, indicarão sempre, em caracteres bem
6." Os leites provenientes de animaes atacados de febre visíveis, alem da designação do genero, o nome e ende-
aphtosa, tuberculose, varíola, icterícia, carbunculos bac-
reço do fabricante.
terico e bacteridico, mammite, metrite séptica, dysente-
ria, pyohemia, septicemia, intoxicações, febre vitular, raiva § 2.° Na venda a retalho, a margarina e a oleo-marga-
e qualquer outra doença séptica ou contagiosa; ou de ani- rina devem ser entregues ao comprador contidas em en-
maes que estejam em periodo de reacção febril; volucros com a respectiva designação de margarina ou de
7." O leite cle animaes medicamentados. oleo-margarina, e o nome e endereço do vendedor, ou do
estabelecimento.
§ 3.° Na venda a retalho, a margarina e a oleo-marga-
Disposições especiaes relativas a manteiga,
margarina e oleo-margarina rina só podem ser apresentadas nos recipientes a que se
refere o § 1.° d'este artigo, com as indicações nelle pres-
Art. 237.° É prohibido designar, expedir, expor á ven- critas, entendendo-se, para os effeitos legaes, na falta d e s -
da, ou vender, importar ou exportar, sob a denominação sas designações, que o genero exposto é manteiga, ou se
de manteiga, com ou sem qualificativo, qualquer producto pretende vender como tal.
butyroso que não seja extrahido exclusivamente do leite § 4.° Nas contas, facturas e conhecimentos, e nas no-
de vaca, ou da respectiva nata, ou de ambos, quer tenha tas de expedição, senhas de remessa e cartas de porte dos
ou não sal, ou substancia corante, salvo o disposto no pa- caminhos de ferro, contratos de venda e de entrega e ou-
ragrapho seguinte. tros documentos relativos á venda, expedição, transporte
§ 1.° As manteigas provenientes do leite de outros ani- e entrega da margarina ou da oleo-margarina, o genero
maes só poderão ser designadas, expedidas, expostas á deve ser expressamente designado como margarina ou
venda ou vendidas, importadas ou exportadas, com a res- oleo-margarina, conforme o caso. A falta de tal designa-
pectiva declaração escrita, impressa ou gravada, em ca- ção significará, para os effeitos legaes, que o genero é man-
racteres bem visíveis, nos envolucros ou vasilhas, indi- teiga, ou se pretende vender como tal.
cando a especie dc animal de cujo leite tiverem sido ex- Art. 240.° E prohibido produzir, importar, expedir,
trahidas, como, por exemplo, manteiga de ovelha. Alem vender, conduzir, ter em deposito ou á venda quaesquer
d'isso o vendedor deverá informar verbalmente o compra- imitações da manteiga, que não tenham por base ou prin-
dor sobre a natureza da manteiga vendida. cipal materia, prima a oleo-margarina e não satisfaçam ás
§ 2.° As outras substancias butyrosas alimentares, que condições de fabrico, acondicionamento, designação e venda
apresentam o aspecto da manteiga e são preparadas para determinados neste diploma.
o mesmo uso d'esta, não podem ser importadas ou expor- Art. 241.° Na fabricação da oleo-margarina só serão
tadas, expedidas, expostas á venda ou vendidas, senão admittidos os processos aperfeiçoados de extracção, tendo
com a designação de margarina, escrita, impressa ou gra- em vista a mais perfeita separação da oleo-margarina e da
vada, em caracteres bem visíveis, maiores e mais salien- estearina e o maior asseio em todas as operações do fa-
tes quo quaesquer outros, nos respectivos envolucros, re- brico e acondicionamento.
cipientes ou vasilhas, onde se não encontrará, sob qual- Art. 242.° Só é admittido como materia prima no fabrico
quer pretexto, a palavra manteiga. da oleo-margarina o sebo fresco dos bovideos, proveniente
§ 3.° Ás substancias butyrosas ou margarina, a que se dos matadouros publicos, que satisfaça completamente aos
refere o paragrapho precedente, não poderão, em caso al- preceitos d'este diploma e respectivos regulamentos e ins-
gum, ser addicionadas materias corantes. trucções, salvo o disposto no artigo seguinte.
Art. 238." E prohibido a quem fabrica ou prepara man- Art. 243.° Não ó permittido produzir, importar, expedir,
teiga, quer seja de leite de vaca ou de qualquer outro ani- vender, conduzir, ter em deposito ou á venda oleo-mar-
mal, o fabricar, vender, ou reter, ou deixar fabricar, ven- garina que não contenha 10 por cento de oleo de gerge-
der ou reter por outrem, nos seus estabelecimentos, offi- lim, com tolerancia de 1 por cento a mais ou a menos.
cinas, armazens e outros locaes, quaesquer quantidades de Art. 244.° As fabricas de margarina e de oleo marga-
margarina ou de oleo-margarina, quer sejam simples, quer rina estão sujeitas á Fiscalização dos Productos Agricolas,
misturadas com outras substancias. nos termos d'este decreto e dos seus regulamentos e ins-
§ 1." O disposto neste artigo é applicavel aos vende- trucções que forem outorgados, e não poderão laborar,
dores a retalho, commissarios, negociantes, consignatarios, a contar do nonagésimo dia posterior á publicação d'este
possuidores de depositos, entrepostos ou armazens geraes, diploma, sem que os respectivos donos tenham submettido
que importem ou exportem, tenham em retem ou depo- á approvação superior, pelo Ministerio das Obras Publi-
sito, comprem ou vendam manteiga. cas, Commercio e Industria, os planos das suas installações
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e os processos de fabricação que adoptam, e obtido as com- e Industria, pela Direcção Geral da Agricultura, comtanto
petentes licenças. que sejam observados os preceitos do § 1." do presente
§ 1.° Ás licenças a que se refere este artigo serão pas- artigo.
sadas e registadas pela Direcção Geral da Agricultura. § 4.° Não é permittido criar novas fabricas de margarina
§ 2.° E concedido o prazo de cento e oitenta dias para em substituição das que venham a fechar ou a extinguir-se.
a completa execução do disposto.nos §§ 2.° e 3.° do ar- Art. 248.° As fabricas de margarina e as de oleo-mar-
tigo 237.°, no artigo 238.° e seus §§ 1.° e 3.°, no artigo garina continuam e passam respectivamente a estar su-
239.° e seus paragraphos, nos artigos 240.° e 243.°, e no jeitas aos competentes impostos e bem assim á fiscaliza-
§ 1.° do artigo 246.°; devendo os interessados observar ção dos Ministerios do Reino, nos termos do regulamento
o disposto na legislação actual, durante o mesmo prazo, cle 21 de outubro de 1863, e da Fazenda e das Obras Pu-
emquanto não hajam adoptado as prescrições dos referi- blicas, Commercio e Industria, nos termos da legislação
dos paragraphos ou artigos. vigente, salvo o disposto no presente decreto.
Art. 245.° Os fabricantes de margarina e de oleo-mar- Art. 249.° As fabricas de oleo-margarina e as de mar-
garina deverão requerer annualmente a competente vis- garina, que não satisfaçam ao preceituado neste diploma,
toria pelo Ministerio das Obras Publicas, Commercio e ficam sujeitas ás penalidades impostas no mesmo, que se-
Industria, sendo a primeira vez no prazo de trinta dias, jam applicaveis, no que respeita á constituição, conserva-
contados da data da publicação d'este diploma, a fim cle ção, venda e expedição dos respectivos productos, e a se-
cada um obter a renovação da respectiva licença. rem encerradas por um ou mais annos, e ató definitiva-
§ 1.° As vistorias a que se refere este artigo serão mente, no caso de reincidências, quando a transgressão
feitas dentro do prazo de trinta dias, contados da entrega implique alteração clo disposto nas respectivas licenças e
dos requerimentos e demais documentos de que trata o nos artigos 24L° a 247.° e 251.° d'este diploma.
presente artigo, e as licenças serão passadas nos trinta Art. 250.° No que interesse a Fazenda Nacional as fa-
dias seguintes, se se tiver verificado que as fabricas estão bricas de margarina continuam sujeitas á legislação vi-
em ordem com os preceitos d'este diploma. gente, quer para os fins da sua habilitação, quer no que
§ 2.° As fabricas cujas installações, processos de fabrico respeite ás transgressões em materia fiscal.
e productos não estejam em harmonia com o preceituado § unico. Para os effeitos do artigo precedente a desig-
neste : diploma e cujos donos ou gerentes, depois de inti- nação de fabrica de margarina é idêntica á de fabrica de
mados pela Fiscalização, não fizerem as modificações que manteiga artificial.
lhes sejam indicadas, serão encerradas. Art, 2 5 1 A s fabricas de oleo-margarina e as de marga-
Art. 246.° Ás fabricas actualmente existentes, nos ter- rina não poderão produzir manteiga natural, e as primei-
mos da legislação vigente, destinadas ao fabrico de imitações ras não poderão produzir margarina nem as segundas oleo-
de manteiga, só serão passadas novas licenças e permit- margarina.
tida a laboração quando se destinem ao fabrico de marga- § unico. Reciprocamente, não é permittido ás fabricas
rina tendo exclusivamente por base ou principal materia e outros estabelecimentos onde se produza manteiga natu-
prima a oleo-margarina, produzida e constituida nos termos ral o fabricar oleo-margarina ou margarina.
d'este decreto, como materias primas complementares a Art. 252.° E permittido ás fabricas de margarina o trans-
manteiga natural, o leite e oleo de mendobi, como desna- formarem-se em fabricas de manteiga, queijo, leite con-
turantes ou reveladores o oleo de gergelim e a fécula ou densado, leite sêco, ou qualquer outro lacticínio, comtanto
amido, e como conservador o sal marinho refinado. que cessem por completo de preparar margarina.
§ 1.° A composição da margarina poderá apenas variar § 1.° As fabricas que utilizarem o disposto neste artigo
dentro dos seguintes limites: serão isentas de toda e qualquer contribuição geral ou mu-
1.° Oleo-margarina, contendo 10 por cento cle oleo de nicipal, durante o periodo de dez annos, a contar do prin-
gergelim, limite minimo, 50 por cento; cipio do anno seguinte áquelle em que realizarem a sua
2.° Manteiga de vaca, limite máximo, 10 por cento; transformação.
3.° Oleo de gergelim, comprehendendo o da oleo-mar- § 2.° Quando o dono de uma fabrica de margarina pre-
garina, 10 a 20 por cento; tenda transformá-la em fabrica de lacticinios, deverá par-
4.° Fécula de batata ou amido de milho, deshydratados, ticipá-lo á Direcção Geral da Agricultura, para os devidos
0,2 a 0,5 por cento ; effeitos, e procederá á transformação, depois de ter ces-
5.° Sal marinho refinado, limite máximo, 8 por cento; sado por completo a preparação de margarina.
6.° Agua, limite máximo, 14 por cento. § 3.° Verificada a transformação da fabrica, o Ministe-
§ 2.° O leite que for empregado no fabrico da marga- rio das Obras Publicas assim o communicará ao do Reino
rina poderá ser desnatado ou não, mas deverá encon- e ao da Fazenda, pela Direcção Geral da Agricultura,
trar se em perfeito estado cle conservação e alibilidade, para os effeitos do § 1.°
nos termos do presente diploma e das respectivas instruc- Art. 253.° Para os effeitos do disposto no n.° 3.° do ar-
ções teohnicas. tigo 37.° d'este regulamento consideram-se avariadas as
§ 3.° A percentagem de oleo de gergelim acima de 10 manteigas, a margarina e a oleo-margarina que não sa-
até 20 póde ser substituída por oleo de mendobi. tisfaçam a alguma das condições de normalidade proprias
Art. 247.° E limitado o numero das fabricas de marga- do respectivo typo, quando as differenças apresentadas
rina e de oleo-margarina ao das que estejam legalmente não importem corrupção, falsificação ou alteração.
matriculadas e em laboração na data da publicação d'este Art. 254.° As instrucções a que se refere o artigo 34.°
decreto. definirão as condições em que devem considerar-se falsifi-
§ 1.° Não é permittido ás fabricas de margarina a que cadas, adulteradas ou alteradas e corruptas as manteigas,
se refere este artigo o ampliarem a sua producção. a margarina e a oleo-margarina.
§ 2.° A Direcção, por si ou pelos seus delegados, pro-
Disposições especiaes relativas a queijos
cederá á inspecção directa clas fabricas, a fim de determi-
nar a sua capacidade de producção e a laboração effec- Art. 255.° E prohibido expedir, vender ou pôr á venda,
tiva para os effeitos do disposto no paragrapho prece- com o simples nome de queijo, qualquer producto d'esta
dente. natureza que contenha substancias estranhas ao leite, ex-
§ 3.° As fabricas de margarina, já existentes nos ter- ceptuando o sal, o coalho de origem animal ou vegetal,
mos legaes, poderão aperfeiçoar os seus processos de fa e substancia corante inoffensiva, de origem vegetal.
brico a substituir os seus apparelhos e machinas, mediante Art. 256.° Sob a designação de queijo artificial será
autorização do Ministerio das Obras Publicas, Commercio permittida a venda, expedição ou exposição de queijo cm
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que se encontrem substancias gordas alimentares não pro 1.° Dar parecer, quando superiormente ordenado, sobre
venientes do leite; mas esta designação deverá ser exa- todos os assumptos da sua competencia;
rada por escrito ou impressa em caracteres bem visíveis 2.° Regular a forma das transacções sobre mercadorias
nos respectivos queijos, seus envolucros e caixas. estrangeiras, nos termos clo § unico do artigo 4.° d'este
Art. 257.° Para os effeitos do disposto no n.° 3.° do ar- diploma;
tigo 37.° d'este regulamento, serão considerados avariados 3.° Fixar os typos das mercadorias a cotar no Mer-
os queijos cuja composição não satisfaça a alguma das con- cado ;
dições de normalidade proprias do respectivo typo, quando 4.° Arbitrar a caução que, nos termos d'este diploma,
as differenças apresentadas não importem corrupção, falsi- teem de prestar os funccionarios;
ficação ou alteração. 5.° Abrir concursos para a nomeação dos funccionarios
Art. 258.° Serão considerados corruptos: dos Serviços do Fomento Commercial dos Productos Agri-
1.° Os queijos atacados por parasitas animaes de qual- colas, organizar os respectivos programmas, fazer a clas-
quer natureza ; sificação dos candidatos conforme o seu merito e formular
2.° Os queijos com cheiro ou sabor a bafio; as listas de antiguidade;
3.° Os queijos cm manifesto estado de decomposição 6.° Propor, pela Direcção Geral cia Agricultura, os re-
pútrida. gulamentos e instrucções de todos os serviços do Mercado
Colheita e analyse das amostras Central e da Fiscalização, para serem submettidos á appro-
vação superior;
Art. 259.° A fiscalização technica do leite posto á venda 7.° Calcular em cada anno cerealífero a quantidade total
abrange o exame prévio, a analyse definitiva das amostras de trigo preciso para consumo, devendo discriminar a parte
suspeitas e eventualmente a prova no estabulo. destinada ao fabrico de pão e a destinada ao fabrico de
§ 1.° O exame prévio será effectuado conforme as ins massas alimentícias e de bolacha e biscoito;
trucções technicas especiaes. 8.° Averiguar, por intermedio do Mercado Central e
§ 2.° Se o leite, em face do resultado do exame prévio, suas delegações, se ha trigo para vender e a relação entre
parecer suspeito de avariado, corrupto, falsificado, adulte- os preços de venda e os da tabella official; se ha trigo
rado ou alterado, proceder-se-ha á colheita das amostras ou farinhas sufficientes para as necessidades do consu-
de harmonia com o preceituado nos artigos 20.° e seguin- mo, e se a quantidade de trigo cuja importação tenha
tes d'este diploma. sido autorizada para cada anno cerealífero chega ou não
§ 3." Levantando-se, pelo exame prévio, suspeição acêrca para as necessidades da alimentação publica durante esse
de um leite e conformando-se o interessado com o resultado anno;
d'este exame, o leite poderá ser immediatamente inutilizado
9." Informar acêrca das reclamações que tenham sido
para o consumo, ficando assim, pela primeira vez, isento
apresentadas pelos fabricantes de farinhas contra o modo
das penalidades applicaveis comminadas neste regulamento.
como tiverem sido feitos os rateios de trigo nacional;
§ 4.° Se a analyse chimica confirmar a suspeição e o 10.° Organizar, para os effeitos da fixaçâo do direito de
vendedor allegar que a composição anormal do leite é de- importação sobre o trigo exotico, um serviço de informa-
vida ás condições dos animaes que o forneceram, proce- ção a fim de obter os preços correntes dos trigos molla-
dor-se-ha á prova no estabulo, conforme as instrucções res nos mercados de Nova York, Buenos Ayres, Odessa,
technicas especiaes. e quaesquer outros designados pelo Governo, tendo em
§ 5.° Independentemente do caso do § 2.° os agentes vista os respectivos pesos por hectolitro, e calcular a
encarregados da fiscalização em Lisboa e no Porto e seus somma das despesas que sobrecarregam o preço dos tri-
suburbios poderão colher amostras de leite, ainda que appa- gos, desde a carga naquelles mercados até á descarga em
rentemcnte normal, para serem analysadas nos laborato- Lisboa;
rios competentes.
11.° Desempenhar todos os demais serviços que, por
Art. 260.° Todas as pessoas que conduzirem, expedi- virtude das disposições do decreto de 21 de junho de 1900,
rem, oxpuserem á venda ou venderem leite ou lacticínios, competiam ao Conselho do Mercado Central de Productos
por grosso, são obrigadas a ceder aos agentes encarrega- Agricolas;
dos da fiscalização amostras dos mesmos productos, nos
12.° Finalmente, propor todos os alvitres que julgar
termos dos artigos 20.° e seguintes d'este regulamento.
convenientes para melhorar os serviços do Fomento Com-
Art. 2H1.° A apreciação dos resultados das analyses dos mercial dos Productos Agricolas.
productos dc que trata este capitulo far-se-ha conforme os
Art. 265. 0 O Conselho clo Fomento Commercial dos
preceitos estabelecidos nas instrucções a que se refere o
Productos Agricolas terá a seguinte constituição:
artigo 34.°
1.° O Inspector Geral dos Serviços Technicos Aduanei-
Fiscalização dos adubos agricolas
ros;
Art. 262.° Continua provisoriamente em vigor o regu- 2.° O Inspector Geral dos Serviços Sanitarios do Reino;
lamento da fiscalização dos adubos agricolas, approvado 3.° Os vogaes da Direcção do Mercado Central de Pro-
por dccreto de 9 de dezembro de 1898, na parte que ductos Agricolas;
não fica alterada pelo presente diploma. 4.° Os vogaes da Direcção da Fiscalização dos Produ-
§ unico. O Conselho do Fomento Commercial dos Pro- ctos Agricolas;
ductos Agricolas apresentará no mais curto prazo de tempo 5.° O presidente da Direcção da Real Associação Cen-
possivel o projecto de regulamento que deva substituir tral da Agricultura Portuguesa;
aquelle a que sc refere este artigo. 6.° Os presidentes das Direcções da Associação Com-
Art. 2()3.° A fiscalização dos adubos agricolas será feita mercial de Lisboa e da do Porto;
pelo pessoal da Fiscalização dos Productos Agricolas, nos 7.° O presidente da Commissão Technica dos Metho-
termos da parte applicavel d'este diploma. dos Chimico-analyticos;
8.° O inspector das Companhias Vinícolas;
9.° O director da Manutenção Militar.
Pessoal dos Serviços do Fomento Commercial
§ unico. O presidente será nomeado pelo Governo, so-
dos Productos Agricolas
bre proposta do Conselho, e escolhido entre os seus mem-
Conselho do Fomento Commercial dos Productos Agricolas bros, e o secretario será o do Mercado Central.
Art. 266.° O expediente dos serviços da secretaria do
Art. 264.° O Conselho do Fomento Commercial dos Pro- Conselho do Fomento Commercial dos Productos Agri-
ductos Agricolas terá as seguintes attribuições: colas ficará a cargo do secretario do Mercado Central.
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1905 Julho 2'2
2 fiscaes de l . a classe, Art. 286.° As juntas geraes dos districtos insulares au-
4 fiscaes de 2. a classe, tonomos e as camaras municipaes dos concelhos de l. a or-
5 fiscaes de 3. a classe; dem poderão estabelecer laboratorios para analyses chi-
4.° Para a Delegação de Coimbra: mico-fiscaes a fim de auxiliar os serviços de que trata este
1 chefe e 1 sub-chefe de delegação, sendo um agro- diploma nos respectivos districtos e concelhos, comtanto
nomo e um veterinario dos quadros da Direcção Geral da que hajam inserido nos seus orçamentos as verbas indis-
Agricultura, em serviço cuja sede seja nessa cidade, pensaveis para o custeio e pessoal d'esses laboratorios,
1 escriturário, cuja inspecção competirá ao inspector dos serviços chi-
1 servente, mico-agricolas.
1 fiscal de l . a classe, Art. 287.° Á Direcção dos Serviços de Fiscalização dos
2 fiscaes de 2. a classe, Productos Agricolas compete:
3 fiscaes de 3. a classe; 1.° Serviços idênticos aos enumerados no artigo 271.°;
5.° Para as delegações de Mirandella e Faro: 2.° Mandar levantar autos pelas transgressões do regu-
Cada uma: lamento e enviá-los aos agentes do Ministerio Publico.
1 chefe e 1 sub-chefe de delegação, sendo um agro- § unico. A cada um dos membros da Direcção compete
nomo e um veterinario dos quadros da Direcção Geral da em especial a superintendencia dos serviços do respectivo
Agricultura, em serviço c.uja sede seja respectivamente em grupo.
Mirandella e Faro, Art. 288.° Competem ao secretario os serviços de re
1 escriturário, cepção e registo da correspondencia, sua distribuição pe-
1 servente, las secções cla secretaria, redacção das actas das sessões
1 fiscal de l . a classe, da Direccão, e os demais serviços que esta lhe ordenar.
1 fiscal de 2. a classe, Art. 289.° Compete aos chefes de secção da secretaria,
2 fiscaes de 3. a classe. alem do serviço proprio dos seus cargos, o desempenhar
§ unico. A Direcção da Fiscalização poderá conceder e os demais serviços que lhes sejam ordenados pelos respec-
retirar a quaesquer agentes fiscaes diploma que os autorize tivos directores.
a accumular o serviço d'esta Fiscalização, de acordo com Art. 290.° Compete aos chefes de serviço externo:
a autoridade superior a quem os mesmos fiscaes estejam 1." Fiscalizar os serviços externos dos respectivos gru-
subordinados. pos e desempenhar os demais serviços que lhes forem de-
Art. 283.° As juntas geraes dos districtos insulares au- terminados pelos seus directores;
tonomos poderão criar delegações fiscaes para execução 2." Coadjuvar os respectivos directores nos seus servi-
do disposto neste diploma, nos respectivos districtos, ficando ços e substitui-los nos seus legaes impedimentos.
as mesmas delegações subordinadas á Direcção da Fisca- § unico. Ao chefe da fiscalização movei incumbe o di-
lização. rigir, nos districtos administrativos, excepto o de Lisboa
§ 1." As delegações fiscaes a que se refere este artigo e aquelles onde haja delegações, os serviços que lhe se-
não poderão ser mais do que uma por cacla districto au- jam ordenados pela Direcção, auxiliado pelos fiscaes que
tonomo, e as suas despesas, incluindo os vencimentos do existam nos mesmos districtos por effeito do disposto no
pessoal, ficarão a cargo das respectivas juntas geraes. § unico do artigo 282.° e no artigo 2Ho.°, OU pelos fi.-caes
a a a
§ 2." O pessoal de cada delegação poderá ser analogo cle l. , 2. ou 3. classe que, para esse fim, forem designa-
ao designado no n.° 5.° do artigo precedente, que não de- dos pela mesma Direcção.
verá ser excedido em numero, nem categorias, pelo da Art. 291.° Aos fiscaes compete:
mesma delegação. A colheita do amostras e demais serviços externos, pre-
Art. 284." Para execução do serviço da fiscalização das vistos neste regulamento, que superiormente lhes forem
carnes, nas delegações e postos aduaneiros clas cidades determinados.
de Lisboa e Porto, haverá dez veterinarios, competindo § 1." Os fiscaes de qualquer das classes deverão alter-
sete á primeira o tres á ultima d'estas cidades. nar-se no serviço, de modo que não fiscalizem na mesma
§ 1." Alem dos sete veterinarios a que se refere este area durante mais de tres meses em cada anno.
artigo, continuarão a servir na fiscalização das carnes, na § 2.° Aos medicos contratados compete verificar o es-
cidade de Lisboa, os fiscaes sanitarios addidos que transi- tado sanitario do pessoal empregado no fabrico e venda
taram da camara municipal da mesma cidade para o Mi- do pão e demais serviços, de sua competencia, que lhes
nisterio das Obras Publicas. sejam determinados.
§ 2." Continuarão a servir, como auxiliares da fiscali- § 3.° O medico mais antigo no serviço desempenhará
zação das carnes, cm Lisboa, os antigos moços cobrado- tambem as funcções de chefe dos serviços medico fiscaes.
res que transitaram da camara municipal da mesma cidade Art. 292.° Compete aos chefes de delegação:
para o Ministerio das Obras Publicas, nos termos do de- 1.° Dirigir os serviços na area das suas delegações, em
creto n.u 4 cle 1 de dezembro de 1892. harmonia com os preceitos d'este regulamento e as ordens
§ 3." Não poderão ser admittidos novos auxiliares da cla Direcção;
fiscalização das carnes, alem dos actualmente existentes, 2.° Corresponder-se com as diversas autoridades mili-
senão como jornaleiros, nos precisos termos do § 2." do tares e civis, dentro da area da sua delegação, em objecto
artigo 64." do decreto de 14 de setembro de 1900, nas de serviço.
vagas que occorrerem, e dentro dos limites da respectiva Art. 293.° Compete aos veterinarios a que se refere o
verba orçamental. o artigo 284.°:
Art. 28õ." Nos termos da legislação vigente, as camaras 1.° Visitar e inspeccionar:
municipaes, e as camaras de agricultura que venham a ser a) As feiras e mercados de animaes,
criadas, poderão propor á Direcção os fiscaes que julgarem b) Os matadouros, açougues c salchicharias,
indispensaveis para auxiliar o cumprimento do disposto c) As carnes frescas ou sêeas, por qualquer forma pre-
neste regulamento, incluindo nos respectivos orçamentos paradas, destinadas ao consumo publico,
as verbas necessarias para remuneração cVesse pessoal. d) As cavallariças, cocheiras, estábulos, abegoarias, pocil-
§ unico. Os fiscaes a quem se refere este artigo ficarão gas, ovis, canis, pombaes, capoeiras, coelheiras, e as jaulas
subordinados á Direcção da Fiscalização, a qual lhes pas- e quaesquer alojamentos de animaes, nos jardins zoologi-
sará os respectivos diplomas de admissão ao serviço e lh'os cos, ou nos circos equestres e curros de praças de touros,
poderá retirar quando não desempenhem cabalmente os e) As vacarias e os estabelecimentos dc fabrico ou pre-
respectivos cargos. paração de lacticínios, de margarina e de oleo-margarina,
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/') As officinas de ferrar e as estalagens de recolha de Art. 295. 0 O chefe da l . a secção da secretaria e o chefe
animaes, de serviço externo do 1.° grupo da Fiscalização, quando
g) Os esquartejadouros e fabricas de adubos animaes, não liaja agronomos do quadro disponiveis, serão admitti-
h) Os armazens, lojas de venda, praças e mercados de dos nos termos do § unico do artigo 294.°
forragens, Art. 296.° O chefe da 2. a secção da secretaria, e o chefe
i) As fontes, tanques e quaesquer bebedouros publicos de serviço externo do 2.° grupo da Fiscalização, quando
destinados aos animaes; não haja agronomos ou engenheiros disponiveis nos res-
2.° Prestar os auxilios clínicos que lhes sejam recla- pectivos quadros, serão admittidos nos termos do § unico
mados pelos particulares ou por qualquer autoridade, me- do artigo 294.°
diante a respectiva retribuição; Art. 297.° O chefe da 3. a secção da secretaria e o chefe
3.° Informar e responder ás consultas que lhes forem de serviço externo do 3.° grupo da Fiscalização, quando
dirigidas por quaesquer autoridades acêrca de assuntos não haja veterinarios do quadro disponiveis, serão admit-
para que o curso de veterinario dê competencia especial; tidos nos termos do § unico do artigo 294.°
4.° Fazer o serviço nas delegações ou postos aduanei- Art. 298.° O logar de guarda livros será provido por
ros, quando lhes seja ordenado pela Direcção; contrato, mediante concurso.
5.° Servir de peritos e fazer parte de qualquer junta Art. 299.° O logar de thesoureiro será desempenhado
para que sejam nomeados pela Direcção em Lisboa, e pelo por um pagador do Ministerio das Obras Publicas, Com-
chefe da Delegação no Porto ; mercio e Industria.
6.° Preencher semanalmente um boletim em que dará Art. 300.° Os logares de fiscaes de l . a e 2." classe se-
conta de todo o serviço executado na semana anterior; rão providos: um terço por antiguidade e dois terços me-
7.° Cumprir' todas as ordens que em serviço lhes fo- diante concurso, nos termos dos n. os 1.° e 2.° do artigo
rem dadas pelo director do 3.° grupo em Lisboa, ou pelo 11.° da parte vil do decreto de 24 de dezembro de 19ul
chefe da Delegação no Porto ; que organizou os serviços agricolas.
8.° Visitar immediatamente os locaes onde, official ou § unico. Os logares de fiscaes de 3. a classe, os de fieis
extra-officialmente, lhes conste que existe doença conta- de armazens e os de escriturários serão providos mediante
giosa ou suspeita, e, verificando-se a sua existencia, infor- concurso, nos termos designados neste artigo.
mar logo o director do 3.° grupo, e fazer cumprir as pres- Art. 301.° Os logares de veterinarios, a quem ae re-
crições do regulamento geral de saude pecuaria que sejam fere o artigo 284.°, serão preenchidos: seis por veterina-
applicaveis ao caso de quo se trate; rios de 3. a classe do quadro, e quatro, mediante concurso,
9.° Providenciar de pronto, no caso de doenças con- por individuos habilitados com a carta do respectivo curso
tagiosas, para que se faça completa desinfecção dos aloja- do Instituto de Agronomia e Veterinaria.
mentos em que for reconhecida a existencia de taes doen- Art. 302.° Os logares de medicos serão providos, me-
ças, bem como a desinfecção de todos os utensilios encon- diante contrato e por prazo não excedente a tres annos,
trados nesses alojamentos; em individuos habilitados com carta do curso respectivo
10.° Promover o sequestro dos animaes que hajam coha- pelas escolas de medicina de Lisboa, Coimbra ou Porto.
bitado com o animal atacado de doença contagiosa e as pro- Art. 303.° Os logares de continuo e de guarda de ar-
videncias convenientes com respeito aos tratadores e ou- mazens serão providos por concurso entre os serventes.
tros individuos que hajam estado junto do mesmo animal; Art. 304.° Para serventes serão nomeados individuos
11.° Informar a Direcção em Lisboa, e o chefe da De- aptos para empregos publicos, que saibam ler e escrever,
legação no Porto, e bem assim a respectiva autoridade, e com menos de trinta e cinco annos de idade, devendo
da existencia dos focos de infecção que possam prejudicar ser preferidos os soldados da reserva que tenham servido
a saude dos animaes, aconselhando ao mesmo tempo aos no effectivo com bom comportamento.
interessados os necessarios processos de desinfecção; Art. 305.° Um diploma especial regulará as condições
12.° Inspeccionar nas delegações ou postos aduaneiros do concurso a que se referem os artigos anteriores.
os animaes e os productos de origem animal, nos termos Art. 306.° Os vencimentos do pessoal dos Serviços de
d'este diploma, mandando applicar as respectivas marcas Fomento Commercial dos Productos Agricolas, as ajudas
na carne observada; de custo e gratificações respectivas, serão os constantes
13.° Apresentar-se e demorar-se nas delegações ou pos- da tabella annexa e ficarão sujeitos ás prescrições da lei
tos aduaneiros que lhes tenham sido distribuidos, durante geral.
as horas que superiormente lhes forem indicadas, não de- Art. 307.° Em caso algum qualquer funccionario dos Ser-
vendo ser nunca mais de cinco por dia para os fiscaes viços de Fomento Commercial dos Productos Agricolas po-
que, pelo decreto n.° 4 de 1 de dezembro de 1892, transi- derá receber mais do que uma das gratificações especiaes
taram da camara municipal para o Ministerio das Obras inscritas na tabella a que se refere o artigo precedente,
Publicas ; embora accumule os serviços respectivos.
14.° Alternar, nas manhãs dos dias santificados, nas Art. 308.° São applicaveis ao pessoal do Fomento Com-
delegações ou postos aduaneiros em que o serviço nos de- mercial dos Productos Agricolas os preceitos relativos ás
mais dias seja feito por dois fiscaes; situações, licenças, doenças e penalidades approvadas por
15.° Dirigir a desnaturação e a inutilização dos produc- decreto de 28 de dezembro de 1899.
tos rejeitados como improprios ou nocivos á saude publica, § 1.° Aos guardas do armazens e serventes 6 tambem
na parte que lhes respeita. applicavel o disposto no § unico do artigo 83.° do decreto
orgânico dos serviços agricolas de 28 de dezembro de 1899.
Nomeações, promoções e penalidades § 2.° As faltas clo pessoal ao serviço, não sendo justifi-
cadas, importam o abatimento do vencimento correspon-
Art. 294.° Os logares de secretario, de chefes de sec- dente aos dias em que tiver faltado.
ção e de chefe de armazens do Mercado Central serão § 3.° Ao pessoal que accumule outros serviços com os
desempenhados por agronomos, quer do quadro, quando de que trata este diploma, tambem será descontado o ven-
este diploma assim o exija e os haja disponíveis, quer cimento de exercicio e gratificações pelos dias em que fal-
admittidos nos termos do paragrapho seguinte. tar por motivo d'aquelles serviços.
§ unico. Se os não houver disponíveis serão aquelles loga- § 4.° As Direcções dos serviços remetterão todos os me-
res preenchidos por concurso entre individuos habilitados i ses á Direcção Geral da Agricultura um mappa das faltas
com as cartas dos cursos exigidos para terem ingresso no ao serviço, justificadas e não justificadas, que o pessoal
respectivo quadro. J tiver dado.
Julho 11 320 1905
Disposições geraes nheiro adjunto da Inspecção Geral dos Cereaes ficam fa-
zendo parte da Direcção da Fiscalização dos Productos
Art. 309.° É expressamente prohibido ao pessoal dos Agricolas, competindo a este o dirigir os serviços do pri-
quadros dos Serviços de Fomento Commercial dos Pro- meiro grupo e áquelle o presidir á Direcção e dirigir os
ductos Agricolas, sob pena de demissão, negociarem sobre serviços do segundo grupo da Fiscalização.
generos agricolas alimentares ou adubos agricolas. § í . ° As vagas que se derem serão preenchidas nos
• § unico. Exceptua-se da disposição d'este artigo a venda termos do artigo 280.° d'este decreto.
dos generos de producção própria e a compra de generos § 2.° O referido inspector conservará a sua actual de-
necessarios para consumo ou para os fins designados no signação.
artigo 1.° do decreto de 14 de junho de 1901. Art. 317.° O director do terceiro grupo da Fiscalização
Art. 310.° Quando accidentalmente os Serviços de Fo- dos Productos Agricolas não poderá accumular as suas func-
mento Commercial dos Productos Agricolas exigirem o ções com as de director da Estação Zootechnica Nacional
auxilio de trabalhadores, serão estes admittidos a jornal. e dos seus annexos.
Art. 311.° As admissões do pessoal a que se refere o ar- Art. 318.° Uma commissão composta do Director Geral
tigo precedente far-se-hâo sempre por tempo fixo e limitado, da Agricultura, que será o presidente, dos vogaes da Di-
sob proposta da Direcção e informação favoravel do Con- recção do Mercado Central de Productos Agricolas, dos
selho do Fomento Commercial dos Productos Agricolas. da Direcção da Fiscalização e do chefe da 9. a Repartição
§ unico. Estas admissões serão sempre especialmente da Contabilidade Publica, formulará uma lista de todo o
justificadas no respectivo boletim. pessoal actualmente empregado nos serviços a que se re-
Art. 312.° Todas as quantias cobradas, sob qualquer fere este diploma, indicando para cada individuo:
titulo, e que não tenham applicação especial determinada 1.° A data da respectiva nomeação e disposição legal
neste diploma ou na lei vigente, darão entrada na Caixa em que se fundou;
Geral de Depositos, â ordem do Ministerio das Obras 2." A totalidade dos vencimentos que, sob qualquer ti-
Publicas, Commercio e Industria. tulo, actualmente recebe cada individuo, data dos despa-
§ unico. No fim de cada anno economico a somma das chos que os determinaram, e disposições legaes em que
quantias arrecadadas será dividida pela seguinte maneira: estes se fundamentaram;
50 por cento constituirão receita do Estado; 25 por cento 3.° O tempo effectivo de serviço prestado por cada um
constituirão receita para o Fundo do Fomento Agricola, dos funccionarios a que se refere este artigo, indicando
criado por decreto de 14 de janeiro de 1905; e os 25 por a especie de serviço prestado.
cento restantes serão distribuidos pelo pessoal, a titulo de Art. 319.° Sob forma confidencial, a commissão a que
emolumentos, conforme as instrucções regulamentares de- se refere o artigo precedente informará o Governo, pela
terminarem. Direcção Geral da Agricultura, acêrca da idoneidade e
Disposições transitórias assiduidade de cada um dos funccionarios, da conveniencia
ou inconveniência de continuarem no serviço, e dos loga-
Art. 313.° As Direcções apresentarão, no mais curto res que podercão respectivamente desempenhar no primeiro
prazo dc tempo possivel, os projectos de instrucções regu- cVestes casos.
lamentares para execução d'este diploma, a fim de serem Art. 320.° Recebidas as informações a que se referem
apreciadas pelo Conselho do Fomento Commercial dos Pro os dois artigos precedentes, o Governo distribuirá pelos
duetos Agricolas, o qual informará antes de o Governo as differentes logares dos quadros o pessoal que for julgado
approvar. idoneo.
Art. 314.° A Commissão technica dos methodos chimico- Art. 321.° O pessoal actualmente em exercicio nos ser-
analyticos procederá, com a possivel brevidade, á elabo- viços de que trata este diploma e que, nos seus termos,
ração do projecto de instrucções technicas a que se re- continue nos mesmos serviços, perceberá os seus actuaes
ferem o artigo 34.° e seus paragraphos do presente di- vencimentos, se estes forem superiores aos fixados na ta-
ploma, remettendo-o á Direcção Geral da Agricultura. bella annexa a este diploma.
§ unico. Emquanto não forem publicadas as instru- § unico. O pessoal que não for julgado idoneo será dis-
cções a que se refere este artigo, applicar-se-hão as dispo pensado clo serviço, considerando-se addidos, com os ven-
siçõcs actualmente em vigor. cimentos a que tiverem direito, os funccionarios que ti-
Art. 315.° Continuam a constituir a Direcção do Mer- verem sido nomeados nos termos legaes.
cado Central de Productos Agricolas os actuaes membros Art. 322.° Se o pessoal apurado, nos termos dos artigos
da commissão directora do mesmo Mercado, devendo as anteriores, não for sufficiente para preencher os quadros
vagas que occorrerem ser preenchidas pela forma deter- estabelecidos no presente diploma, poderão estes comple-
minada no artigo 267.° d'este diploma. tar-se com individuos idoneos livremente escolhidos pelo
§ unico. Ao Inspector Geral dos Vinhos e Azeites serão Governo para as primeiras nomeações.
conservados a sua actual designação e os! vencimentos que, Art. 323.° Fica revogada a legislação em contrario.
nesta qualidade, lhe competem pela legislação em vigor. Paço, em 22 de julho de 1905. = D. João de Alarcão
Art. 316.° O Inspector Geral dos Cereaes e o enge- Velasques Sarmento Osorio.
1905 3 21 J U ]J 1 0 22
Medico (contratado) chefe dos serviços medico -fiscaes - * - 300*000 200*000 2*000
- * - - * - 300|000 - * - 1*500
F i e i s dos a r m a z e n s do M e r c a d o C e n t r a l 360*000 60*000 - * - - * - - * -
Coatinuos, g u a r d a s dos a r m a z e n s e e s c r i t u r á r i o d a D e l e g a ç ã o d o
Porto 3001000 - * - - * - -*-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS D i FAZENDA dores ou detentores punidos com a multa de ÍO^OOO róis,
a qual, no caso de reincidência, poderá ser elevada até
Tribunal Superior do Contencioso Fiscal o máximo fixado no artigo 13.° do decreto n.° 2 de 27
de setembro de 1894.
Tendo-se suscitado duvidas sobre a penalidade applica- Art. 2.° Ficam assim interpretadas as disposições dos
vel nos casos de se encontrarem expostos á venda ou em correspondentes artigos dos citados decretos de 2 4 de
circulação lenços de tecido de seda ou de lã puros ou mis- agosto e 30 de novembro de 1904.
tos, de manufactura nacional, e sem o competente sêllo O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
fiscal estabelecido pelos decretos de 24 de agosto e 30 de Fazenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço,
novembro de 1904; e em 22 de julho de 1905. = REI. —Manoel Affonso de
Tendo ouvido o Tribunal Superior do Contencioso Fis- Espregueira.
P . do G. n.° 181, de 23 do j u l h o do 1905.
cal:
Hei por bem, nos termos do § unico do artigo 3.° do
decreto n.° 1 de 27 de setembro de 1894, decretar o se-
guinte : Conselho Superior do Serviço Technico
Artigo 1.° Os lenços de tecido do seda ou de lã puros Aduaneiro
ou mistos que forem encontrados expostos á venda ou em
circulação sem o competente sêllo fiscal, e que por exame Em conformidade do decreto datado de 6 de fevereiro
de peritos forem reconhecidos como de manufactura na- de 1902: hei por bem approvar a tabella de valores mi-
cional, serão julgados em transgressão, e os seus possui- nimos para a cobrança dos direitos ad valorem sobre os
21
Julho 22
322 1905
Vegetaes Pescarias
B a g a de sabugueiro Kili.gr. $050 Amêijoas Kilogr. £030
Barrotes Metro £020 Lagostas Uma £160
F o l h a s de madeira para marcenaria » £350 Outros mariscos, excepto ostras Kilogr. £040
F o l h a s de madeira, nào especificadas . . . . Metro £200 Peixe fresco e com sal, atum » £025
F r u t o s e sementes para destillação Kilogr. £120 Peixe fresco e com sal, chichnrro e c a r a p a u » £020
Madeira em bruto, de pinho (em toros).. . . » £002,5 Peixe fresco e eom sal, l a m p r e i a u £080
Madeira ein bruto, não especificada o £008 Peixe fresco e com sal, salmão II £300
Oleo de amêndoas doces a £800 Peixe fresco e com sal, sardinha D £025
Oleo de p u r g u e i r a » £160 Peixe de outras especies não mencionadas,
Ripas, fasquias e boaua Metro cub. 11200 fresco, sêco e com sal » £040
Sementes oleosas Kilogr. £0-10
Tabuado Metro £020 Diversas
T r a v e s s a s de madeira Kilogr. £005 Alfarroba Kilogr.
»
Vigas, vigot is, longrinas e paus para postes Alhos
telegraphicos » £008 Amêndoas eom casca n
Amêndoas em meolo il
Mineraes Ananases Um
Aguas mineraes . . . Kilogr. £080 Atum em conBerva (incluindo as t a r a s de fo-
l h a de Flandres) Kilogr.
Cal em pedra » £001
Cal em pó » £008 Banha e unto
P e d r a s de cantaria » £002 Carne f r e s c a e p r e p a r a d a
Castanhas verdes e sêcas
Metaes Cebolas
Conserva de azeitonas em salmoira
Chutnbi em b a r r a Kilogr. £060 Conserva de legumes e hortaliças
C j b r e batido e laminado » £200 r, , , , ( em massa
Cobre ligado com zinco e outras ligas analo- Conserva de tomates j ^ m l m o i n
gas » £120 Doce sêco e de calda
S u c a t a de ferro £003 Figos sêeos
F r u t a s não mencionadas, verdes
Productos chimioos F r u t a s não mencionadas, sêcas
Hortaliças e legumes verdes, não mencionados
Borra de vinho Kilogr. £040 L a m p r e i a em conserva (incluindo as t a r a s de
Chloreto de mercurio. » £900 folha de Flandres)
Sal commum D £001 Laranjas Milheiro
S a n o de vinho 1) £150 Limões
Maçãs
Diversas Manteiga
Cera em bruto Kilogr. £600 Mel
Cera p r e p a r a d a » £650 Ovos
Residuos de aguçar u £010 Peixe em conserva, não especificado (incluindo
as t a r a s de folha de Flandres) Kilogr
Queijos
C L A S S E 3.» Salmão em conserva (incluindo as t a r a s de
folha de F l a n d r e s )
Fiou, tecidos, feltros o respectivas obras S a r d i n h a e carapau em conserva (incluindo
Seda as t a r a s de folha de F l a n d r e s )
Tomates
Fio torcido Kilogr. 8 £000 Toucinho
l l a m a , pêlo e t r a m a . 5£000 Uvas
316
1905 Julho 2'2
C L A S S E 6.«
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Manufacturas diversas
Direcção Geral de Administração Politica e Civil
Obras de materias animaes
L u v a s de pelliea Par 2. a Repartição
Obras de materias vegetaes diversas Hei por bem declarar de utilidade publica urgente, nos
termos da carta de lei de 11 de maio de 1872, a expro-
M a d e i r a o r d i n a r i a simplesmente a p p a r e l h a d a Kilogr. £025 priação, requerida pela competente camara municipal, de
Vasilhame novo 25 metros quadrados de terreno com parte de um "barra-
cão, pertencente a Eduardo Antonio Marques, e que ó
! necessário para alargamento da Rua da Barreta, da villa
Vasilhame usado
Diversa de Barcellos, na forma das plantas que com este decreto
Obra de esparto £100 baixam competentemente autenticadas.
Obra de palma £240
Obra de vime
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Palitos de m a d e i r a Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Cestos vazios p a r a aterro
Obras de materias mineraes 22 de julho de 1905. = REI. = Eduardo José Coelho.
D . do G. n.° 105, do 2G do j u l h o do 1905.
Azulejos Kilogr. £020
L o u çy a de b a r r o . . . . i ''
a £100
| Ordinarn » £010
Telhas M £005
Tejolos » £005 Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°,
Vidro em obra O £100 n.° 1.°, 57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a Camara
Municipal do concelho de Mangualde a contrahir ao juro
Obras de metaes annual máximo de 6 por cento um emprestimo da quan-
tia de 25:920)5000 róis, amortizavel em trinta annuida-
Aço em obra de cutelaria Kilogr. £350
Chumbo de munição . ..., 0 £090
des, nenhuma excedente a 1:873$132 réis, garantidas
Chumbo em tubos w £080 quanto ao capital de 8:000f$>000 réis pelo fundo de viação
Cobre e l i e a de cobre em obra i) £380 do mesmo concelho, e no resto pelo producto dos addi-
F e r r o em obra, forjado em vigamentos e ar cionaes ás contribuições directas do Estado, a fim de
mações p a r a telhados a £060 applicar aquelles 8:000$000 réis ao pagamento das obras
F e r r o em obra, fundido em g r e l h a s , tubos e
columnas » £030 de viação arrematadas por José Pereira, das Contenças,
F e r r o em obra diversa » £080 e á construcção de estradas municipaes de 2. 3 ordem;
P r e g a d u r a de ferro it £040 3:208$669 réis á completa amortização do emprestimo de
8:010$000 réis, de que é credora a Companhia Geral do
Papel e obras de typographia, Credito Predial Português, e 1:000^000 réis á do con-
lithographia, pintura, eto. trahido com a Santa Casa da Misericordia de Viseu;
Impressos avulsos Kilogr. £400 6:211$331 réis ás obras de abastecimento de aguas;
Livros e impressos » £250 3:000$000 réis nas de conclusão clo respectivo hospital;
P a p e l de embrulho u £060 3:000->000 réis ás de ampliação do cemiterio e reparações
P a p e l de outras qualidades D £160 da cadeia, matadouro e praças municipaes, e 1:500$000 réis
á compra de terreno para um mercado e abertura de uma
Diversas rua entre o Terreiro do Rocio e o Largo da Carvalha.
B a r r e t e s e bonés Um £100 O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Par 1£200
Botas \> 1£000 Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Í
D £280 22 dejulho de 1905. = REI. =-• Eduardo José Coelho.
» £160
Calçado » £220
D . do G . n.° 1C5, d e 2G da julho do 1805.
D £600
Botas lona » £400
Cera om Alpargatas Kilogr. £700 Attendendo ao que me representou a Camara Munici •
Chapeus Sapatos de ourelos Um £700 pai do concelho de Espinho acêrca da responsabilidade
Chapeus Sapatos de t r a n ç a » 1 £600
Chapeus Sapatos de outras qua- » £700 que, nos termos da carta cle lei de 17 dc agosto cle 1899
Chapeus lidades » £200 e do acordo approvado pela commissão districtal de Aveiro
/.Tamancos
velas
de
de ochuva
outras
pêlo
u t r a sdeou
qualidades,
seda,
sol para finos
ohomem
rdinarios..
Julho 11 324 1905
em 12 de abril ultimo, lhe compete no emprestimo n.° 130, •— que as deliberações camararias, depois de confirma-
contrahido pela Gamara Municipal do concelho cla Feira das pela tutela, só podem ser arguidas de illegaes, e d'isso
com a Companhia Geral do Credito Predial Português; não dava prova o reclamante;
Vistas as informações officiaes: — que a nomeação foi feita em concurso com todas as
Hei por bem autorizáda, nos termos dos artigos 55.°, formalidades legaes, tendo o reclamado satisfeito a todas
n.° 1.°, 57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a contra- as condições exigidas na lei, o que não é contestado :
tar com a mesma companhia, para solver aquella respon- O que visto e a resposta do M i n i s t e r i o Publico;
sabilidade, um emprestimo, amortizavel em trinta annui- Considerando que a deliberação de 10 de abril, confir-
dades garantidas pelo rendimento do Mercado Municipal mada pela tutela de que se recorre, não offendeu direitos
de Espinho, ató a quantia de 4:860^000 réis ao juro annual individuaes do recorrente, nem havendo no processo prova
máximo do õ por cento, alem da correspondente commis- de que o recorrente esteja recenseado na area das func-
são. ções da Camara Municipal do concelho de Cabeceiras de
O Ministro e Secretario de Estado cios Negocios do Basto, não é portanto elle parte legitima para reclamar
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em contra aquella deliberação, nos termos dos artigos 61.°,
22 dejulho de 1905. = REI. = Eduardo José Coelho. § unico, e 421.° do Codigo Administrativo;
D . do G. n.° 105, de 26 d e j u l h o do 1905.
Considerando que não foram violadas as condições do
concurso, nem isso se allega;
Considerando que o recorrido instruiu o seu requeri-
mento, apresentado em devido tempo com todos os docu-
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.", mentos exigidos pelo decreto de 24 de dezembro de 1902,
n.° 2.°, 57.°, 118.° e 119.° do Codigo Administrativo, a artigo 2.°, n.°3 1." e 2.°;
Camara Municipal do concelho de Meda a criar com a do- Considerando que nenhuma lei ou regulamento de ad-
tação clc 300/5íÒ00 réis annuaes um partido medico cuja ministração publica marca preferencias para estas nomea-
area, dentro cla qual fica obrigado a residir o respectivo ções, quando para mais aproveitam ao recorrido as dispo-
serventuário, será constituida pelas freguesias de Aveloso, sições do citado artigo 84.° do regulamento orgânico do
Prova, Pae Penella, Casteição, Valle de Ladrões, Carva- instituto de que se trata:
lhal, Rabaçal, Marialva e Coriscada. Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do negar provimento no recurso, confirmando a sentença re-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em corrida.
22 cle julho de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
D . do Ci. n.° 105, do 20 d e j u l h o do 1905.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
22 dejulho de 1 9 0 5 . = R E I . = £duaráo José Coelho.
D . do G. n.° 165, de 26 de julho de 1905,
estabelecer o quartel de uma companhia da guarda muni- j 6.° Enviar mensalmente á Direcção cios Caminhos cle
cipal do Porto, não deu a esse edificio aquella applicação, : Ferro Ultramarinos e ao Governo da Provincia uma nota
mas o distrahiu para uso diverso clo que lhe fôra desti- do estado dos trabalhos, expondo concisamente os assuntos
nado, e por falta dos reparos necessarios para a conser- tratados com a companhia e as decisões tomadas em vir-
vação deixou aumentar as ruinas dos ditos edificios; bem tude das attribuições que lhe forem conferidas.
assim que a Irmandade de Nossa Senhora do Rosario e 7.° Enviar no fim cle cada semestre á Direcção dos Ca-
S. Domingos de Gusmão, á qual pelo mesmo decreto foi minhos cle Ferro Ultramarinos e ao Governo da Provin-
concedida outra parte do edificio clo referido convento cia um relatorio sobre os serviços do semestre findo, ex
com a igreja, cêrca, aguas e mais dependencias para pondo todas as circunstancias que possam esclarecer as
ahi estabelecer um hospital, alem das escolas que a dita questões relativas ao caminho de ferro.
irmandade já administrava, tambem não cumpriu essas Art. 3.° O pessoal da direcção fiscal clo Caminho de
condições nem procedeu aos reparos necessarios para con- Ferro de Benguella, será provisoriamente constituido da
servação dos edificios: hei por bem revogar as supramen- seguinte forma:
cionadas concessões, e mandar, nos termos do dito de-
Um engenlieiro-director da fiscalização;
creto de 11 cle janeiro de 1896, que todos os bens nelle
Dois conductores;
indicados voltem immediatamente á posse da Fazenda Na-
Dois apontadores de l . a classe;
cional para lhes dar o destino que for conveniente, sem
Dois apontadores de 2. a classe;
que as referidas corporações tenham direito a indemniza-
ção alguma. Um amanuense;
Um continuo.
O Ministro e Secretario de Estado cios Negocios da Fa- Art. 4." A nomeação do pessoal da direcção fiscal do
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em Caminho de Ferro de Benguella será feita em conformi-
22 de julho cle 1 9 0 5 . = R E I . = Manoel Affonso de Espre- dade das disposições do plano de organização dos serviços
gueira. de obras publicas, commercio e industria, na Direcção
D . do G. n.° 1G5, de 2G dejulho tlc 1005. Geral do Ultramar e nas provincias ultramarinas, appro-
vado por decreto de 20 de agosto dc 1892, aproveitando-
llie as vantagens concedidas pelo artigo 11.° do referido
plano.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR § unico. Em caso cle urgencia, para prover a qualquer
vacatura, ou para attender a qualquer necessidade dc ser-
7.a Repartição da Direcção Geral viço superiormente 'ordenado, poclerá o Governo da Pro-
da Contabilidade Publica vincia nomear, provisoriamente, mediante requisição do
engenheiro-director da fiscalização, os individuos que o
Convindo regular as disposições em vigor relativas á mesmo director julgue competentes.
fiscalização do caminho de ferro de Benguella, estabele- Art. 5.° A constituição do quadro do pessoal será mo-
cida pela portaria de 18 de fevereiro de 1903, nos ter- dificada á medida que as necessidades clo serviço o forem
mos do artigo 24.° do contrato approvado por decreto de exigindo, devendo o engenheiro-director propor e funda-
28 de novembro cle 1 9 0 2 ; mentai' as modificações que so tornem necessarias.
Tendo ouvido a Junta Consultiva do Ultramar e o Con- Art. 6.° O pessoal da direcção fiscal desempenhará os
selho de Ministros; serviços da sua competencia que superiormente lhe forem
Usando da faculdade concedida pelo § 1.° do artigo incumbidos e será obrigado a trabalhar, alem do tempo
lõ.° do 1.° Acto Addicional á Carta Constitucional da normal, sempre que, por exigencias de serviço, o enge-
Monarchia: nheiro-director assim o determine, sem direito a qualquer
Hei por bem decretar o seguinte: gratificação especial.
Artigo 1.° E mantida a direcção fiscal do caminho de Art. 7.° Os vencimentos clo pessoal da direcção fiscal
ferro de Benguella, estabelecida pela portaria de 18 de serão regulados pela tabella seguinte:
fevereiro de_ 1903.
Art. 2.° A Direcção Fiscal do Caminho de Ferro de
Benguella incumbe: Ajuda Ajuda
dc custo
Categoria Exercicio de custo
1.° Fiscalizar os serviços da construcção e exploração permanente diaria
do caminho de ferro de Benguella, cle modo que tudo
obedeça ás condições do respectivo contrato, e em harmo- E n g e n h e i r o - d i r e c t o r . . . . 7 2 0 5 0 0 0 2 : 4 0 0 1 0 0 0 1 : 0 8 0 5 0 0 0 35000
nia com os regulamentos que forem superiormente appro- E n g e n h e i r o - a d j u n t o . . . . 7 2 0 * 5 0 0 0 2 : 1 6 0 5 0 0 0 9 0 0 5 0 0 0 2,5500
vados ; Conductor de l.a classe.. 3605000 1:2005000 3605000 1,3000
a
2.° Executar todas as ordens emanadas da Direcção C o n d u c t o r d e 2 , c l a s s e . . 3 0 0 jiOOO 7 2 0 5 0 0 0 2 8 8 5 0 0 0 ,5800
3005000 1805000 5500
dos Caminhos de Ferro Ultramarinos, correspondendo-se AA pp oo nn tt aa dd oo rr dd ec 2.1."11 cc ll aa ss ss ee .. .. 22 40 00 (^50000 00 2 1 0 5 0 0 0 1805000 £500
directamente com ella, emquanto durar a construcção do A m a n u e n s e d e l . a c l a s s e 240.51 0 0 1 8 0 5 0 0 0 1 S 0 5 0 0 0 -5-
caminho de ferro, e dando-lhe conhecimento cle todos os A m a n u e n s e cle 2.'1 c l a s s e 180,-5000 180,-5000 1 8 0 5 0 0 0
assuntos relativos aos serviços da fiscalização, podendo 219,5000
lhe attribuições analogas ás do engenheiro-director das Conselho de Ministros, determinar que no Ministerio dos
obras publicas da provincia, ao qual é equiparado. Negocios da Fazenda seja aberto um credito especial, de-
Art. 10.° No exercicio das suas attribuições, a direcção vidamente registado na Direcção Geral da Contabilidade
fiscal do caminho de ferro de Benguella regular-se-ha pe- Publica, pela importancia de 83:504$000 réis, que será
las disposições legaes relativas aos caminhos de ferro da inscrita na tabella da distribuição da despesa extraordina-
metropole e em especial pelos regulamentos de 31 cle de- ria do mesmo Ministerio que provisoriamente vigora no
zembro cle 1864 e 11 de abril de 1868, 15 de março de exercicio de 1905-1906, onde constituirá o capitulo 3.°
1888 e 7 de setembro de 1899, assim como pelo que lhe sob a epigraphe «Despesas nos termos do artigo 19.°,
for applicavel das disposições relativas ao serviço de obras § unico, alinea a), da carta de lei de 12 de junho de
publicas cla provincia. 1901».
Art. 11.° A direcção fiscal do caminho de ferro cle Ben- O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito
guella terá a sua sede provisoria em Benguella e será ins- nos termos de ser decretado.
tallada em edificio clo Estado, ou alugado pelo Estado, fi- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
cando o Governo autorizado a transferida para onde as e Secretarios de Estado dos Negocios das differentes Re-
circunstancias vierem a indicar. partições assim o tenham entendido e façam executar.
Art. 12.° Ficam revogadas as portarias de 18 cle feve- Paço, em 22 dejulho de 1905. = REI. = José Luciano
reiro de 1903 e de 27 de janeiro de 1905. de Castro — Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Mi-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios cla Ma- randa Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira =
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Mo-
tar. Paço, cm 22 de julho de 1905. = REI. = Manoel reira Júnior — Antonio Eduardo Villaça = D. João de
Antonio Moreira Júnior. Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
r>. do a . n.° 100, de 27 d e j u l h o do 1905.
D . do G. n.° 167, de 28 d e j u l h o de 1905.
Por provincias:
Receitas :
DiíTcrenças
Cabo V e r d e 375:050,5000 1905-1900 1904-1905 110
Guiné 251:940(8000 orçamento
S. T h o m é e P r i n c i p e 689:9505000
Angola 1.549:1015000 Receita:
Moçambique 5.633:542,5600
Cabo Verde 375:050,5000 409:500,5000 34:4500000
India 948:204^000
Macau 709:9905400 Guiné 251:910,5000 246:5400000 + 5:400,5000
Timor 88:9555000 S. Thomé e Principe 089:950,5000 O86:SOO0OOO + 3:150,5000
10.246:7335000 1.5-19:1010000 1.756:2000000 - 207:0990000
R e c e i t a s a c o b r a r n a m e t r o p o l e por Moçambique 5.633:5420000 4.47S:S92,5000 + 1.154:650(51)00
conta das p r o v i n c i a s u l t r a m a r i - 94S:204,50110 972:140,5000 - 23:9300000
nas 100:0015000
709:990,5400 789:8280000 - 79:837,5600
Total 10.346:734,5000 88:955(5000 94:7900000 5:8350000
-
Despesas:
10.240:733,5000 9.134:0900600 + 812:012()400
Receitas a cobrar na metropole... 100:001 £000 110:854(5000 - 10:853,5000
Ordinaria Extraordinaria
Cabo V e r d e 371:100^011 12:6005000 10.340:731(5000 9. ."45:511(5000 + 8O1:18904OO
Guine 234:2865296 33:100|000 P .
S. T h o m é e P r i n c i p e 365:1735980 86:185.5200 Ordinaria:
Angola 2.289:9675875 46:8805000 Cabo Verde 371:100(5011 318:683,-5802 + 22:1160209
+
Moçambique 3.817:2625584 1.278:3885800
234:280(5296 216:580,5281 17:7000015
India 1.100:0835307 12:0335000
Macau 432:658^734 42:5755000 S. Thomé o Principe 365:173(5980 345:0550909 + 19:5180071
Timor 201:5105935 1:500|000 2.289:907,5875 2.452:711,5315 - 102:743,5440
Administração na metropole e des- 3.817:262,5584 3.505:8110502 + 311:4510022
+
p e s a s d i v e r s a s por conta das pro-
1.100:0830307 1.072:6570954 27:4250353
vincias u l t r a m a r i n a s 381:6835010
432:658,5734 403:7320597 + 28:9200137
9.193:7565732 1.513:262(5000 201:540,5935 195.3830135 + 6:1570500
10:707X085732 " Administração na metropole e des-
pesas diversas 381:6830010 448:4580550 — 06:7750510
gir ao computo exacto de toda a despesa que effectiva e Uma outra providencia, e esta de subido valor, é pro-
realmente se está fazendo na nossa administração do ul- posta pelo Governo a Vossa Majestade.
tramar, c para que a descrição de todos os encargos seja Respeita ao serviço de contabilidade do caminho de
a expressão da verdade. ferro cle Lourenço Marques, e consta do artigo 29.° do ad-
Attendeu-se igualmente a varias propostas dos go- junto projecto de decreto. Competindo a fiscalização de
vernadores das provincias ultramarinas relativas á reor- todo o serviço de contabilidade, tanto da receita como de
ganização de differentes serviços das provincias que elles despesa das provincias ultramarinas, ás repartições supe-
administram, propostas que não podiam deixar de ser to- riores de fazenda, e sendo claras e terminantes as dispo-
madas em consideração; mas foram tambem eliminadas sições
s do regulamento
o da administração
* de fazenda e
todas as despesas que sem prejuizo da administração ul- contabilidade do ultramar de 3 de outubro de 1901, "que
tramarina podiam ser supprimidas, de forma que os diffe- revogaram todas as disposições vigentes sobre o mesmo
rentes ramos do serviço publico respectivo não fossem pre- assunto, e que competiam a differentes entidades, em
judicados no seu regular funccionamento, e a despesa com Lourenço Marques a administração do caminho de ferro
os mesmos excedesse o menos possivel a receita do ultra- continuou como cfantes, escapando a gerencia de seus di-
mar. nheiros á necessaria inspecção legal, e não se executando
assim as terminantes disposições do diploma citado.
Pela primeira vez se organizou em separado para o Por esta forma, continuou a administração a regular-se
exercicio corrente o orçamento das receitas e despesas do inteiramente pela portaria do commissario regio de 21
fundo especial destinado pela carta de lei de 17 de a gosto de junho de 1897, em que lhe fôra permittido entregar
de 1899 e decreto com força de lei de 28 de novembro apenas no primeiro dia util de cada mês, em relação ao
de 1902 á construcção do caminho dc ferro de Malange, mês anterior, o duodécimo da receita sobre as despesas
orçamento que acompanha o da provincia de Angola. ordinarias inscritas no orçamento.
Vae igualmente junta ao mesmo orçamento uma conta No exercicio de 1902-1903, a receita bruta d'este cami-
geral da receita e despesa d'estc fundo especial, desde 1 nho de ferro tinha sido de 997:3540332 réis. A adminis-
dc julho dc 1900. tração entregou no cofre geral da provincia, por conta d a -
A mesma conta apresenta o movimento dc entrada e quella somma, 572:443,$681 réis, ficando em seu poder
saida dc fundos effectuado tanto na metropole, quanto á 424:9100651 réis, isto é, mais 39:1720651 réis do que a
arrecadação na Caixa Cerai de Depositos, desde então verba inscrita na tabella d'aquelle anno, que era de réis
até 28 de fevereiro ultimo, como na provincia de Angola, 385:7380000. No exercicio .de 1903-1904 o resultado foi
desde a mesma data até 31 dc outubro de 1904, data a que o seguinte:
sc referem as ultimas contas recebidas na Inspecção Geral
dc Fazenda do UItramar e por onde se vê que na totali- Receita bruta 1.231:1030454
dade as receitas arrecadadas importam em 2.110:944^732 Entregue no cofre geral pela administração 509:1670028
réis c as despesas effectuadas, em 753:5500343 réis, com-
prehendendo o movimento resultante da transferencia de Saldo em poder da administração 721:9360426
180:000,.5000 réis dos fundos arrecadados 11a Caixa Geral
dos Depositos para o cofre da provincia, sendo o saldo Despesas previstas na tabella de 1903-1904 428:5060700
existente na metropole de 272:7050228 réis e respondendo Excesso sobre a verba autorizada 293:4290726
a provincia dc Angola pela quantia de 1.084:6890161 réis,
que constituo o saldo da sua conta. Dos dois exercicios indicados apenas figura nas con-
tas da fazenda a entrada de 1.081:6100709 réis de receita
liquida, não constando das mesmas contas cousa alguma
No projecto dc decreto que tenho a honra de apresen- sobre a importancia de qualquer despesa paga em relação
tar a Vossa Majestade foi tambem introduzida uma pro- ao caminho de ferro, da qual a direcção não prestava con-
videncia muito importante. E a que. se refere á remode- tas. Era pois inadiavel e urgente a necessidade de regu-
lação dos vencimentos dos capitães dos portos do ultramar larizar este estado cle cousas, sendo cle toclo o ponto util
e seus delegados. Passam a constituir receita publica a e procluctivo o diminuto aumento de despesa que para isto
quasi totalidade dos emolumentos cobrados nas capitanias, se torna preciso em relação ao pessoal do quadro da re-
ostabcleccndo-se vencimentos certos c equitativos aos seus partição superior de fazenda da provincia de Moçambique.
funccionarios, que até hoje teem sido remunerados com
uma desigualdade manifesta.
Alem dos vencimentos correspondentes ás suas paten- Passarei agora a apresentar a Vossa Majestade algumas
tes e ao commando dc navios cm serviço no uitramar, fi- considerações que me suggerem especialmente os capitu-
xou-sc para os officiaes da armada que desempenhem estes los relativos ás receitas e ás despesas.
cargos, uma percentagem graduada em relação á impor-
tancia dos mesmos cargos, ao trabalho e responsabilidade
Receitas
que elles impõem, ao clima e ás condições economicas de
vida nas provincias onde sc exercem, servindo de base Em geral, são estas calculadas em conformidade com
para a sua fixação os vencimentos de soldo, gratificação os preceitos que regulam o serviço da contabilidade pu-
e subsidio dc embarque que competem aos differentes pos- blica, proeedendo-se á sua avaliação pelas cobranças rea-
tos. lizadas 110 ultimo anno economico ou pelo termo medio do
A totalidade da receita prevista nas respectivas tabel- producto liquido dos tres annos antecedentes em relação
las provincines é de 32:f>It!;5149 réis, fendo sorvido de aos rendimentos que, por sua natureza muito variavel, não
base a este calculo a arrecadação elfectuada nas diversas possam ser orçados pela receita effectiva de um anno cor-
capitanias cm 1S99, segundo os dados existentes na Direc- rente. Esta regra tem excepções que circunstancias de
ção Geral do Ultramar, sondo dc presumir que a cobrança occasião justificam, mas não houve motivos ou razões que
a realizar im exercicio corrente exceda a previsão, pelo impedissem cle seguir á risca os preceitos legaes.
aumento scnsivel que sc nota actualmente no movimento Do quadro comprovativo atrás exposto verifica-se que,
dos portos cm relação áquella cifra. Como a importancia para o corrente exercicio, as receitas avaliadas excedem
total dos aumentos c dc 17:7200X50 réis, resulta d'csta as clo exercicio anterior cm 801:1890400 réis. Não ha
medida uma. differença a favor do listado, minima, de j exagero nesta avaliação, que, alem cle obedecer ás dispo-
14:7860299 réis. I sições prescritas no regulamento de contabilidade, tambem
316
1905 Julho 2'2
teve em vista todas as indicações relativas á cobrança dos pas de toda a receita cobrada nos ultimos tres annos em
rendimentos publicos, quer enviadas pelos governadores cada um dos districtos c concelhos daquella provincia, que
das provincias, quer fornecidas pelos respectivos inspecto- foram este anno organizados pela primeira vez e acompa-
res de fazenda. nham o orçamento da mesma provincia.
Ha porem a notar que na totalidade de 9.545:5440600 As dividas activas, provenientes, na sua quasi totalidade,
réis apresentada nos quadros atrás descritos como receita de impostos directos, existentes no ultramar, relativas a to-
calculada para o exercicio de 1904-1905, se comprehende dos os exercicios, ascendem á somma de 1.157:5030043 réis,
(nas receitas extraordinarias da provincia de Angola) a conforme consta do mappa n.° 5, sendo 433:2940685 réis
quantia cle 402:0000000 réis, destinada a fazer face á des- da provincia de Angola, onde desde longa data, se tem
pesa do caminho cle ferro de Malange, autorizada, em ci- accentuado, é certo, uma imperdoável falta cle zêlo por
fra igual, no artigo 5.° da respectiva tabella cla mesma parte dos empregados de fazenda no cumprimento dos
provincia, receita esta que foi eliminada no mappa geral seus deveres, defeito porem que o Governo de Vossa Ma-
relativo ao exercicio corrente de 1905-1906, porque, como jestade espera será corrigido.
fica atrás clito, a receita e a despesa cVaquelle caminho de
ferro passaram a ser descritas em orçamento separado, D e s p e s a
visto esta ultima constituir encargo exclusivo do compe-
tente fundo especial, ficando portanto aquella totalidade Apresentam as despesas propostas para 1905-1906 o
reduzida a 9.143:5440600 réis. aumento de 781:9040427 réis, comparadas com as que fo-
Da mesma forma temos que considerar que, compre- ram autorizadas para 1904-1905 pelo decreto com força
hendenclo-se na totalidade de 10.346:7340000 réis clas re- de lei de 20 de setembro de 1904, sendo na despesa ordi-
ceitas calculadas para o exercicio corrente, como receita naria 204:0750327 réis, e na extraordinaria 577:8290100
extraordinaria da provincia de Moçambique, a quantia de réis, como consta do quadro atrás descrito.
850:0000000 réis destinada a fazer face no mesmo periodo O aumento na despesa ordinaria é devido á inserção das
ás despesas do caminho de ferro da Swazilandia e aos me- verbas de 100:0000000 réis na tabella da provincia cle An-
lhoramentos da l . a secção das obras do porto de Lourenço gola para os encargos do caminho de ferro de Mossame-
Marques, por conta do emprestimo de 2.000:0000000 cle des á Chella, e de 100:8960294 réis na cle Moçambique,
réis, visto que nas receitas do exercicio anterior não se juros e amortização do emprestimo de 2.000:0000000 réis
comprehende quantia alguma de tal proveniência, fica para melhoramentos clo porto de Lourenço Marques e ca-
assim aquella importancia reduzida á quantia de réis minho de ferro da Swazilandia. Se abatermos aquellas
9.496:7340000, que é na realidade o que se calcula pro- duas verbas, que sommam 200:8960294 réis, das respec-
duzirão as receitas propriamente ditas destinadas aos en- tivas importancias orçamentaes, e compararmos os restos,
cargos geraes do ultramar. o aumento na despesa ordinaria para o corrente exercicio
Confrontando agora estas duas importancias temos: é apenas de 3:1790033 réis.
Na despesa extraordinaria o aumento de 577:8290100
Receitas de 1904-1905, excluido o rendi- réis é devido principalmente a ter sido elevada a verba cle
mento do caminho de ferro de Malange 9.143:5440600 600:0000000 réis, que figurava na tabella extraordinaria cla
Receitas de 1905-1906, excluída a parte provincia de Moçambique para 1904-1905, a 1.150:0000000
do emprestimo de 2.000:0000000 de réis, que no corrente exei-cicio se conta applicar aos melho-
réis destinado ao caminho cle ferro da ramentos do porto de Lourenço Marques e á construcção
Swazilandia e melhoramentos na l . a do caminho de ferro da Swazilandia.
secção do porto de Lourenço Marques 9.496:7340000 São estas as principaes alterações dignas de menção,
Aumento de receita em 1905-1906 353:1890400 tanto na despesa ordinaria, como na extraordinaria.
Comparando as cobranças realizadas no ultramar nas O movimento cle fundos effectuado na metropole por
tres ultimas gerencias com as avaliações das receitas au- conta das provincias ultramarinas na gerencia clo anno
torizadas pelos decretos com força de lei de 8 de agosto economico de 1903-1904 foi o seguinte:
de 1901, 19 de junho de 1902 e 21 de novembro de
1903, com exclusão ainda dos rendimentos destinados para
o caminho de ferro de Malange, que são escriturados em Receita
separado, obtem-se o seguinte resultado:
R e c e i t a s c o b r a d a s p o r conta d a s
AvaliaçHo provincias u l t r a m a r i n a s e e n t r a -
das Keceitaa cobradas das no B a n c o de P o r t u g a l no D e -
Gerencias receitas segundo nas
gerencias posito do U l t r a m a r 87:913*374
as tabellas
T r a n s f e r e n c i a s d e f u n d o s das pro-
vincias u l t r a m a r i n a s e n t r a d a s no
mesmo Deposito 1.078.989*776
1901-1902 7.513:784*519 6.384:288^267 1.166:903*150
1902-1903 7.783:302*180 7.772:996*746
1903-1904 8.563:756^800 8.632:130*072
D i f f e r e n ç a contra a a v a l i a ç ã o . . . 1.071:428*414
Despesa ordinaria e extraordinaria
paga na metropole . . . 698:376*372
A differença para menos (1.071:4280414 réis), entre a 456:544*780
avaliação clas receitas nas tres gerencias e as cobranças 1.154:921*152
no mesmo periodo, corresponde a uma percentagem de Saldo 11:981*998
4 y 2 por cento, que ficou por cobrar e que passou a consti-
tuir divida activa do Estado para ser arrecadada segundo
os preceitos dos regulamentos em vigor. A comparação das receitas com as despesas de todas
Merecem ser examinados com attenção, por serem docu- as provincias ultramarinas para o corrente exercicio apre-
mentos muito elucidativos para o estudo das condições senta um excesso de despesa de 360:2840732 réis, que
economicas e financeiras da provincia de Angola, os map- será saldado pelas sobras da despesa autorizada nas ta-
Julho 11 330 1905
bellas, que conto não seja excedida pela despesa paga, E, tendo o cofre geral cla India concorrido durante o re-
e com os excessos da receita cobrada sobre a mesma des- ferido periodo com a quantia cle 44:000 libras, equivalen-
pesa paga. tes (ao par) a 198:0000000 réis para pagamento cla
A demorada crise qne tem atravessado a provincia de garantia cios referidos juros, vê-se que foram insuficientes
Angola é evidentemente a causa do desequilíbrio orçamen- as sobras para effectuar aquelle pagamento, tendo de re-
tal, visto que o deficit que apresenta o orçamento d'aquclla correr aos fundos dos depositos, o que claramente demons-
provincia para o corrente exercicio é de 787:74(30875 réis. tra a necessidade do encargo inscrito no orçamento da
Nas anteriores gerencias, os dejicits daquella provincia, provincia, para auxilio do pagamento cla garantia de ju-
na sua quasi totalidade, foram cobertos com os excessos de ros á companhia constructora do caminho cle ferro de Mor-
receita cobrada e sobras de despesa dc outras provincias mugão, ser cle futuro apenas a differença entre a avalia-
ultramarinas, o que sé provisoriamente sc póde admittir. ção clas suas receitas e a previsão clas despesas, o que
Do documento junto ao presente relatorio sob o n.° 1 a provincia poderá pagar sem difficuldade"5 equilibrando
constam todos os supprimentos feitos á provincia de An- assim o seu orçamento, e continuando a differença para
gola para as suas despesas ordinarias desde maio de 1902 completo pagamento do mesmo encargo a ser paga pelo
a 30 de junho de 1905, com designação dos cofres de onde orçamento geral do Estado, pela verba destinada ás des-
teem saido, e que teem sido registados na Inspecção Geral pesas geraes das provincias ultramarinas.
de Fazenda clo Ultramar na importancia cle 2.173:0470032 Ficam assim expostos e justificados os motivos e as ra-
réis, alem cle toda a despesa com a campanha dos Cuanha- zoes fundamentaes que presidiram á organização do or-
mas, que foi paga pela metropole por credito especial. çamento, que tenho a honra cle propôr á approvação de
Juntando áquella importante somma o debito da pro- Vossa Majestade.
vincia ao fundo do caminho clc ferro cle Malange, na quan- Senhor! Nos termos clo artigo 202.° clo regulamento
tia dc 1 084:08901(11 réis, e o dc 125:2190375 réis a di- geral cla administração de fazenda e contabilidade clo-' ul-
versos depositos, verilica-se que a importancia total com tramar de 3 de outubro cle 1901, o governo contava
que sc tem feito supprimentos á mesma provincia naquelle apresentar o trabalho presente ao exame e discussão clo
periodo sobe á somma cle 3.382:9550568 réis, alem clas Poder Legislativo, pois estava quasi pronto na occasião
receitas cobradas na provincia, qne não são inferiores a em que foi decretado o adiamento clas suas sessões; mas
5.000:0000000 réis, e da despesa paga na metropole pelo a necessidade de providenciar para que a administração
deposito do ultramar cle conta da provincia, de qne o das provincias ultramarinas não soffra transtorno nem in-
mesmo deposito não foi reembolsado. terrupção nos seus variados serviços e visto haver findado
Do documento n.° 2 constam da mesma fórma os suppri- o anno economico de 1904-1905, leva-me a solicitar de
mentos feitos ao districto autonomo dc Timor pelo cofre Vossa Majestade que o presente projecto de decreto seja
de Macau e pelo deposito do uitramar na metropole, desde approvado no uso do § 1.° clo artigo 15. 0 do acto addicio-
julho de 1901 a 30 de junho dc 1905, na importancia cle nal de 1852, o que é cle reconhecida vantagem para a
410:5850529 réis, existindo ainda no districto importantes nossa gerencia financeira do ultramar.
dividas a pagar, respectivas áquellas gerencias. Devo finalmente assegurar a Vossa Majestade que se
O Estado da índia apresenta o deficit de 163:9120307 empregaram todas as possiveis diligencias e o mais des-
réis, resultanto tio encargo inscrito na tabella da despesa velado empenho em obter que este orçamento descrevesse
do mesmo Estado, de 240:0000000 réis para auxilio do com a maxima precisão e verdade todas as.receitas e des-
pagamento da quantia de 73:000 libras que constituem a pesas do ultramar, seja para que o pessoal executivo não
garantia de juro á companhia constructora clo caminho de possa encontrar a menor difficuldade em cumprir os seus
ferro de Mormugão. preceitos no exercicio das funcções respectivas, seja para
Sem esto encargo, com que os recursos provinciacs não o conhecimento do contribuinte c do pais em geral.
podem, as receitas ordinarias da India chegam para as E tambem, principalmente, no intuito cle evitar que,
suas despesas ordinarias c extraordinarias, como o - de- salvo justas causas e fundamentos occorrentes de natu-
monstra o quadro seguinte : reza especial, quaesquer pretextos, acobertados com a falta
de previsão cle encargos existentes ou com o argumento
da urgencia cle serviços novos, não venham reclamar des-
Despesas pagas
na pesas novas por autorizações extraordinarias e exceden-
Receitas cobradas provincia tes aos limites fixados nesta lei annual da receita e des-
na o metropole
Kxorcieios provincia excluídos Di florem; as pesa ultramarina.
o motropolo OR pagamentos
do juros Taes são os motivos por que o governo tem a honra de
do caminho de ferro
submetter ao esclarecida exame cle Vossa Majestade os
adjuntos projectos cle decreto e orçamento, solicitando
1901-190 2 899:117*001 818:5265301 80:591*300 para elles a sua approvação.
1 9 0 2 - 1 no;) 921:619*565 878:609*122 4 3 : 0 1 0 â 4 13
1903-190 1 921:894*828 864:107*941 57:786*887 Secretaria «le Estado dos Negocios da Marinha e Ultra-
mar, em 22 dejulho de 1905. —Manoel Antonio Moreira
2.742:631*994 2.561:243*364 181:388*630
Júnior.
316
1905 Julho 2'2
N.° 1
Nota dos
s u p p r i m e n t o s f e i t o s á p r o v i n c i a cle A u j r o l a pela, m e t r o p o l e
o u cle sua, o r i g e m , p e l o s c o f r e s clo u l t r a m i i r
pa.i*a d e s p e s a s g e r a e s now a n n o s e c o u o m i c o s a b a i x o d e s i g n a d o s
Annos Meses
1901-1902
100:0001000
1902 Maio . . . D a provincia de S. T h o m é 100:0000000
1902-1905
Julho D a provincia de S. T h o m é 120:0000000
Agosto . . . Idem 100:0000000
Setembro.. Idem 100:0000000
Outubro . . Idem 100:000^000
1902 Novembro. 100:0005000
Idem
Novembro. D a provincia de Cabo V e r d e 40:0000000
Dezembro. Idem 50:0005000
Dezembro. D a metropole 50:0000000
Fevereiro . Idem 50:000)5000
1903 Fevereiro. Da provincia de S. Thomé 50:0000000
Março D a provincia de Macau 30:0005000
790:0000000
1905-1904
Julho... . D a provincia de S. T h o m é 94:071 $831
Agosto . . D a metropole 100:0000000
Agosto . . D a provincia de Cabo Verde 57:0000000
Agosto . . D a provincia de S. T h o m é 43:0005000
Setembro D a metropole 50:0000000
Setembro D a provincia de S. T h o m é 15:0000000
1903 | Outubro . D a metropole 25:8930380
Outubro . D a provincia de S. T h o m é 20:0000000
Outubro . Da provincia de Macau 25:2140115
Novembro Da provincia de S. T h o m é 20:0000000
Dezembro Idem 20:0005000
Dezembro 40:0(100000
Idem
Janeiro . . 120:0000000
D a metropole
Janeiro . . 80:0000000
Idem :
Março.... 50:0(100000
Idem
1904 Março.... 20:0000000
D a provincia de S. T h o m é 20:0005000
Abril Idem
Maio 20:0000000
Idem 820:1790326
1904-1905
Resumo
N.° 2
190J-1902
D o M i n i s t e r i o cla M a r i n h a e U l t r a m a r p o r p a g a m e n t o s e f f e c t u a d o s n a m e t r o p o l e , d e c o n t a do d i s t r i c t o 18:0460355
D a provincia dc M a c a u :
I m p o r t a n c i a do s u b s i d i o p a g o n e s t e a n n o , p o r e f f e i t o do d e t e r m i n a d o no d e c r e t o cle 15 d e o u t u b r o
de 1890, a r t i g o 3.°, q u e e s t a b e l e c e u o e n c a r g o a n n u a l p a r a o c o f r e d e M a c a u , d c 6 0 : 0 0 0 p a t a c a s :
e q u i v a l ê n c i a em r é i s em T i m o r a 540 r é i s p o r p a t a c a 32:4000000
I m p o r t a n c i a s i g u a l m e n t e t r a n s f e r i d a s clo m e s m o c o f r e p a r a f a z e r f a c e a o deficit d o d i s t r i c t o :
150:000 p a t a c a s a 540 r é i s 81:0000000
131:4460355
1902-1905
D o M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r , p a g a m e n t o s e f f e c t u a d o s n a m e t r o p o l e d e c o n t a clo d i s t r i c t o . . . 15:7520706
D a provincia de M a c a u :
I m p o r t a n c i a do s u b s i d i o a n n u a l , s e g u n d o o d e t e r m i n a d o n o d e c r e t o d e 1 5 d e o u t u b r o d e 1896,
a r t i g o 3." 32:4000000
I m p o r t a n c i a s i g u a l m e n t e t r a n s f e r i d a s do c o f r e d e M a c a u , p a r a f a z e r f a c e ao deficit do d i s t r i c t o :
8 0 : 0 0 0 p a t a c a s a 540 r é i s 43:2000000
91:3520700
1904-190S
D o M i n i s t e r i o d a M a r i n h a e U l t r a m a r , p a g a m e n t o s e f f e c t u a d o s n a m e t r o p o l e d e c o n t a do d i s t r i c t o 25:4990645
D a p r o v i n c i a de M a c a u :
I m p o r t a n c i a do s u b s i d i o a n n u a l , s e g u n d o o d e t e r m i n a d o n o d e c r e t o de 15 d e o u t u b r o d c 1896 a r -
tigo 32:4000000
I m p o r t a n c i a s i g u a l m e n t e t r a n s f e r i d a s do c o f r e d a p r o v i n c i a de M a c a u , p a r a f a z e r f a c e ao deficit
do d i s t r i c t o , 62:900 p a t a c a s a 540 r é i s 33:8580000
91:7570645
1904-1905
Do Ministerio d a Marinha e U l t r a m a r :
P a g a m e n t o e t l e c t u a d o n a m e t r o p o l e , d c c o n t a do d i s t r i c t o ( a t é o u t u b r o d e 1904) 4:2280823
D a p r o v i n c i a dc M a c a u :
I m p o r t a n c i a do s u b s i d i o a n n u a l , s e g u n d o o d e t e r m i n a d o n o d e c r e t o d e 1 5 d e o u t u b r o d e 1896,
a r t i g o 3." 32:4000000
I m p o r t a n c i a s i g u a l m e n t e t r a n s f e r i d a s d o c o f r e d a p r o v i n c i a d e M a c a u , p a r a f a z e r f a c e ao deficit
do d i s t r i c t o , 1 1 0 : 0 0 0 p a t a c a s a 540 r é i s 59:4000000
96:0280823
Attendendo ao que me representou o Ministro e Secre- Art. 2.° Os impostos e mais rendimentos constantes do
tario de Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar; referido mappa continuam a ser cobrados no exercicio de
Usando da faculdade concedida ao Governo pelo § 1.° 1905-1906 como receita do ultramar, em conformidade
do artigo 15.° do Primeiro Acto Addicional á Carta Cons- das disposições que regulam ou vierem a regular a res-
titucional cla Monarchia; e pectiva cobrança; e o seu producto será applicado ás des-
Tendo ouvido a Junta Consultiva clo Ultramar e o Con- pesas autorizadas por lei.
selho de Ministros: § 1.° Os rendimentos relativos ao fundo especial destinado
Hei por bem decretar o seguinte: á construcção do caminho de ferro de Malange, na provin-
cia de Angola, serão cobrados e applicados em harmonia
CAPITULO I com as prescrições da carta de lei de 17 de agosto de
1899 e da lei de 28 de novembro de 1902, sendo porem
Da receita publica
escriturados, como receita geral do Estado, nofimde cada
Artigo 1.° A receita das provincias ultramarinas e do anno economico, por importancias iguaes ás das despesas
districto autonomo de Timor ó avaliada para o corrente que se fizerem no caminho de ferro, nos termos do arti-
exercicio em 10.340:734^000 réis, conforme o mappajunto, go 11.° do presente decreto.
que faz parte clo presente decreto, a saber: A escrituração desenvolvida d'este fundo especial será
feita nos termos do titulo vil, capitulo unico da parte I do
Impostos directos 3.387:836 ; >400 regulamento de 3 de outubro de 1901, obscrvando-se to-
Impostos indirectos 3.413:535f>000 dos os preceitos ali igualmente estabelecidos quanto á sua
Proprios c diversos rendimentos 2.538:969 ; >000 cobrança, arrecadação e applicação.
Compensação de despesa 52:392,->G00 § 2.° Todos os impostos serão pagos pelos contribuintes
9.392:733;>000 em moeda corrente.
lleceitas a cobrar na metropole por conta Art. 3.° Continuam igualmente a cobrar-se no exercicio
das provincias ultramarinas 100:001^000 de 1905-1906 os rendimentos das provincias ultramarinas
e districto autonomo de Timor que não tenham sido arre-
9.492:734,-5000 cadados até 3 0 dc junho de 1905, qualquer que seja o
Receita extraordinaria 854:000)5000 exercicio a que pertencerem, applicando-se do mesmo modo
o seu producto ás despesas autorizadas por lei.
10.346:734;)000 Art. 4.° Todos os impostos ou rendimentos de qualquer
316
1905 Julho 2'2
natureza que de futuro forem cobrados nas circunscrições, Administração militar 3.400:1100390
commandos ou postos militares ou outras estações officiaes Administração de marinha 574:7070425
das provincias ultramarinas e districto autonomo de Timor, Encargos geraes 403:6100189
e bem assim os saldos dos mesmos impostos por cobranças Diversas despesas 496:0640660
effectuadas que á data da publicação do presente decreto Exercicios findos 22:5000000
existam ali em poder ou á responsabilidade de quaesquer Capitulo addicional (garantia de juro do
funccionarios, darão entrada nos cofres da Fazenda e cons- Caminho de Ferro de Mormugão). . . 240:0000000
tituirão receita do Estado, devidamente descrita nas con- Administração na metropole e clespesas
tas, conforme as regras e preceitos do regulamento geral diversas por conta das provincias ultra-
de fazenda e contabilidade cle 3 de outubro de 1901; não marinas 381:6830010
podendo ser distrahida qualquer importancia para despe-
sas que não estejam autorizadas pelas tabellas que vigo- 9.193:7560732
rarem ou por diplomas legaes promulgados posteriormente Despesas extraordinarias 1.513:2620000
á publicação d'este decreto. 10.707:0180732
§ 1.° Os inspectores de fazenda proporão á approvação
dos respectivos governadores as instrucções necessarias
Art. 9.° As despesas das provincias ultramarinas e dis-
para a inteira execução do que fica disposto, instrucções
tricto autonomo de Timor e os quadros das diversas re-
que serão publicadas no Boletim Official de cada provincia
partições, inscritos para o exercicio de 1905-1906 nas
ou districto autonomo, juntamente com a portaria que as
tabellas annexas a este decreto, bem como os vencimen-
approvar.
tos correspondentes, são approvados considerando-se como
§ 2.° Continuam pertencendo aos diversos empregados se fossem estabelecidos por leis especiaes.
publicos militares ou civis os emolumentos ou percentagens
Art. 10.° A contar do principio do corrente exercicio
legalmente estabelecidos.
de 1905-1906 nenhuma despesa de qualquer ordem ou
§ 3.° Os impostos e rendimentos de que trata este ar-
natureza, ordinaria ou extraordinaria, poderá ser ordenada
tigo serão escriturados na contabilidade sob a epigraphe
e paga nas provincias ultramarinas, desde que a sua im-
Rendimentos a que se refere o artigo 4.° do decreto de 22
portancia não esteja incluida nas tabellas da despesa ap-
dejulho de 1905. provadas pelo presente decreto ou venha a ser decretada
Art. 5.° Passam a constituir receita do Estado, desde a no decorrer do mesmo exercicio.
data da publicação do presente decreto em cada uma das
Art. 11.° Alem dos preceitos estabelecidos no titulo v n ,
provincias ultramarinas e no districto autonomo de Timor,
capitulo unico, do regulamento de 3 de outubro de 1901,
os emolumentos de qualquer natureza, que pelos regula-
a que a Direcção dos Caminhos de Ferro de Loanda tem
mentos ou outras disposições ali em vigor pertencerem
de satisfazer na parte relativa ás despesas do Caminho de
aos respectivos capitães dos portos, delegados maritimos e
Ferro de Malange, que teem de ser suppridas pelo res-
mais pessoal das capitanias e suas delegações. pectivo fundo especial, a mesma direcção fará organizar
§ 1.° Exceptuam-se unicamente os emolumentos cobra- e remetterá á Repartição Superior de Fazenda da provin-
dos pelas vistorias e amarrações, que continuam a ser re- cia de Angola, até 31 do mês de julho de cada anno, uma
cebidos por quem o devam ser, nos termos da legislação conta, devidamente classificada, de toda a despesa que se
actualmente em vigor. fizer, durante o anno economico que tiver findado, na cons-
§ 2.° As tabellas e outras disposições, embora provin- trucção do referido caminho de ferro, para ser incluida
ciaes, reguladoras da cobrança de emolumentos do porto nas contas da provincia em artigo addicional á tabella da
ou outros que actualmente sejam percebidos pelos capitães despesa extraordinaria, escriturando-se, como receita ex-
dos portos e mais empregados das capitanias e suas dele- traordinaria, importancia igual sob a epigraphe precei-
gações só poderão ser alteradas pelo Governo da metro- tuada no artigo 160.° d'aquelle regulamento.
pole, não sendo permittida isenção ou dispensa alguma do
Art. 12.° Junto á repartição de expediente sinico de
pagamento de emolumentos, que nã,o tenha fundamento em
Macau é criada uma escola de habilitação para interpretes
lei expressa.
sinologos e para o estudo da lingua sinica, escrita e dia-
Art. 6.° Os emolumentos a que se refere o artigo 5.°
lecto cantonenses, para habilitação dos funccionarios pu-
continuam a ser cobrados nas capitanias dos portos e suas blicos da referida provincia, que pretendam obtê-Ia.
delegações, sendo periodicamente entregues nos cofres da
Art. 13.° O quadro da repartição do expediente sinico
Fazenda.
da provincia de Macau estabelecido pelo decreto de 2 de
§ unico. A Inspecção Geral de Fazenda do Ultramar
novembro de 1885 é alterado pela forma descrita na ta-
organizará as instrucções que devem ser observadas com bella de despesa da referida provincia que faz parte do
respeito á arrecadação, escrituração e fiscalização d'estepresente decreto.
rendimento do Estado.
Art. 7." São considerados de execução permanente Art. 14.° Aos interpretes traductores da repartição de
como se aqui fossem transcritos, os artigos 4.°, 5.°, 6.°,expediente sinico de Macau, que tenham mais de vinte e
cinco annos de serviço effectivo como interpretes, será
7.° e seus paragraphos, do decreto com força de lei de 21 de
novembro de 1903. abonado, durante o tempo da effectividade do serviço, a
titulo de gratificação por diuturnidade de serviço, o au-
CAPITULO II mento de 12,5 por cento sobre os seus vencimentos cle
Da despesa publica categoria e exercicio por cada periodo de cinco annos de
serviço effectivo que contarem alem d'aquelle tempo, não
Art. 8.° São fixadas as despesas ordinarias e extraor-
podendo, porem, o aumento total ir alem de 50 por cento
dinarias das provincias ultramarinas e do districto auto-
d'aquelles vencimentos.
nomo de Timor, para o exercicio de 1905-1906, na quantia
de 10.707:0180732 réis, conforme o mappa junto, que faz Art. 15.° O Governo publicará o regulamento necessá-
parte do presente decreto, a saber: rio para a organização dos serviços da repartição do ex-
pediente sinico de Macau.
Despesa ordinaria: Art. 16.° Ás praças de pret europeias a que se refere
Governo e administração geral 2.430:1800662 o artigo 46.° e aos mancebos comprehendidos nas disposi-
Administração de fazenda 737:8490600 ções do artigo 55.° do decreto com força de lei de 14 de
Administação de justiça 210:2630000 novembro de 1901 que, tendo terminado o tempo do ser-
Administração ecclesiastica 296:7870796 viço militar obrigatorio no ultramar, quiserem contrahir
Julho 11 334 1905
nova obrigaçao de serviço, estando nas condições legaes, § 4.° Os patrões-mores em Angola, quando não sejam
será abonado, por cada periodo de dois annos, novo pre- do quadro auxiliar do serviço naval, terão, alem do ven-
mio de alistamento, em harmonia com a tabella n.° 1 do cimento annual de categoria de 300$000 réis, o vencimento
referido decreto. de exercicio que a cada um está fixado nas tabellas que fa-
Art. 17.° Os capitães dos portos do ultramar, quando zem parte d'este decreto. Sendo porem estes logares exer-
em exercicio, vencem como commandantes dos navios cidos por praças de pret da armada ao serviço da provin-
fóra dos portos do continente e mais os seguintes aumen- cia, receberão, alem dos vencimentos correspondentes ás
tos sobre a totalidade d'esses vencimentos, tendo igual- suas graduações, uma gratificação correspondente á diffe-
mente direito a habitação por conta do Estado : rença entre esses vencimentos e a totalidade respectiva-
mente mencionada na mesma tabella.
Em Cabo Verde, Estado da India e Ma- Art. 22.° Os restantes officiaes da armada que servirem
cau 10 por cento nas capitanias dos portos ou nas officinas do Estado, nas
Em Angola 15 por cento provincias ultramarinas e districto autonomo de Timor,
Na Guiné, S. Thomé e Timor 20 por cento terão os vencimentos de officiaes embarcados fóra dos por-
No districto de Moçambique e no Chinde 25 por cento tos do continente e mais as gratificações especiaes que
Em Lourenço Marques 35 por cento lhes forem fixadas nas tabellas de despesa das respectivas
provincias, se outros vencimentos lhes não forem ahi es-
§ 1.° Continuam a ser exercidas pelo commandante do pecialmente designados.
navio estacionado em Dilly as funcções de capitão dos Art. 23.° Os escrivães das capitanias dos portos conti-
portos do districto autonomo de Timor, recebendo pelo nuarão a perceber os seus actuaes vencimentos de cate-
cofre do districto por este encargo uma gratificação cor- goria, competindo mais a cada um a gratificação de exer-
respondente á quantia necessaria para perfazer a totali- cicio que lhes é fixada nas tabellas que fazem parte in-
dade de vencimentos fixados para o capitão do porto de tegrante do presente decreto.
S. Thomé e Principe, quando de igual patente. Art. 24.° Os quadros do restante pessoal das capitanias
§ 2.° O logar cle capitão dos portos da provincia da dos portos do ultramar e suas delegações e bem assim os
Guiné será exercido pelo official da armada commandante respectivos vencimentos são os fixados nas tabellas que
mais antigo dos navios da provincia, o qual, alem dos fazem parte integrante do presente decreto.
vencimentos que nesta qualidade lhe pertencem, receberá Art. 25.° Na provincia de Angola é fixado em séte o
a gratificação que no paragrapho antecedente fica estabe- numero cle apontadores de l. a classe das obras publicas
lecida para o capitão dos portos de Timor. e em onze o dos apontadores de 2. a classe; e na de Mo-
§ 3.° Na falta, ausencia ou impedimento dos capitães çambique em seis os de l. a classe e em tres os de 2. a
dos portos, as suas funcções, quando nas localidades sédes classe, os quaes ficam constituindo quadros especiaes nas
das capitanias não haja outro official da armada ao serviço respectivas direcções.
da provincia, serão exercidas pelo director cla alfandega § unico. Os apontadores d'estes quadros, quando em
local, percebendo por este serviço a gratificação mensal de trabalhos de campo, teem direito á ajuda de custo ordina-
2O*5>OO0 réis. Em Macau, a substituição será feita pelo ria diaria, de 600 réis os de l . a classe e de 500 róis os
funccionario nomeado pelo governador para esse fim, e que de 2. a olasse.
perceberá a mesma gratificação. Art. 26.° Quando, por effeito de trabalhos de campo,
Art. 18.° Os capitães dos portos do ultramar teem a os conductores ou apontadores das obras publicas das
seu cargo a direcção dos postos ou observatorios meteoro- provincias de Angola e Moçambique tenham de permane-
logicos que existirem na sede das respectivas capitanias, cer fóra da sede da direcção ou da secção a que perten-
com direito a uma remuneração especial de 120$000 róis cerem, em qualquer districto das mesmas provincias, alem
annuaes. dos quinze dias fixados, como limite máximo para o abono
Art. 19.° Para coadjuvar o capitão do porto de Lou- da ajuda de custo para os conductores, no artigo 14.° do
renço Marques haverá ao serviço cla provincia de Moçam- decreto de 20 de agosto de 1892, poderá o mesmo abono
bique um primeiro ou segundo tenente da armada, na ser-lhes feito extraordinariamente em relação á totalidade
qualidade cle seu adjunto, que perceberá pelo cofre da dos dias em que eífectivamente estejam nesses trabalhos.
provincia os vencimentos de commandante de navio fóra Art. 27.° O abono extraordinario da ajuda de custo aos
cios portos clo continente e mais 50 por cento sobre esses conductores e apontadores só póde ter logar depois de ava-
vencimentos. _ liados superiormente os seus trabalhos em face dos rela-
Art. 20.° E extincto o logar cle adjunto do capitão do torios circunstanciados que sobre os serviços prestados os
porto clo Macau, criado pelo artigo 13.° cla lei cle 20 cle directores e chefes de secções das obras publicas teem de
setembro cle 1904. formular, não podendo nunca ter logar sem precedencia
Art. 21.° Continuam existindo os seguintes delegados de despacho especial do governador geral da respectiva
maritimos: provincia, cumprida aquella formalidade.
Na provincia de Cabo Verde — na Praia; § unico. Para o effeito do abono das ajudas de custo
Na de S. Thomé e Principe — no Principe; ordinarias e extraordinarias só se consideram trabalhos
Na de Moçambique —• em Inhampura, em Inhambane e de campo os que tiverem sido feitos a mais de 10 kilo-
em Quelimane. metros da residencia official dos conductores ou aponta-
§ 1.° Estes logares serão desempenhados por officiaes dores.
subalternos cla armada ou officiaes do quadro auxiliar, os Art. 28.° O commando da esquadrilha do districto da
quaes perceberão os seus vencimentos como officiaes de Zambezia passa a ser exercido pelo official mais graduado
guarnição em navios fóra dos portos do continente e mais em serviço na mesma esquadrilha.
o aumento que a cada um está designado nas tabellas de § 1.° O governador do mesmo districto, embora seja
despesa que fazem parte cVeste decreto. official da armada, não exercerá o mesmo commando,
§ 2." O commandante cla esquadrilha clo Limpopo con- percebendo apenas os vencimentos que lhe são fixados na
tinua a desempenhar as funcções de delegado maritimo em tabella de despesa da mesma provincia, que faz parte do
Inhampura, recebendo por tal serviço a gratificação espe- presente decreto.
cial cle 240;>000 réis annuaes. § 2.° As disposições d'este artigo não são applicaveis
§ 3." Os actuaes delegados maritimos de Inhambane e ao actual governador do districto da Zambezia, que conti-
Quelimane perceberão o vencimento de categoria de réis nuará exercendo o commando da esquadrilha, não podendo
GOO.íiOOO e o cle exercicio de 400;>000 réis. comtudo ser abonado pela provincia, ou pela armada, de
316
1905 Julho 2'2
vencimentos superiores aos que actualmente está rece- hendem os magistrados judiciaes, os agentes do Ministe-
bendo. rio Publico e os conservadores, com respeito aos quaes o
Art. 29.° O serviço da contabilidade dos caminhos de abono dos seus vencimentos é regulado pelas disposições
ferro de Lourenço Marques iica exclusivamente a cargo do regimento de justiça cle 20 de fevereiro de 1894.
da Repartição Superior de Fazenda da provincia de Mo- Art 32.° Continuam em viijor, como se fossem aqui
çambique. transcritos, os artigos 16.°, 17.°, 19.°, 20.° e seus para-
§ 1.° Para os effeitos d'este artigo funccionará junto á graphos da lei de 21 de novembro de 1903.
direcção dos referidos caminhos de ferro uma secção es-
pecial d'aquella repartição, que em tudo fica subordinada
Disposições diversas
ao inspector de fazenda da mesma provincia, a qual será
composta pelo seguinte pessoal do quadro da mesma re- Art. 33.° São applicaveis aos funccionarios do quadro
partição : interno das alfandegas que constituem o circulo aduaneiro
Um escriturário de l . a classe, chefe; da Africa Oriental as disposições dos n. os 1.° e 3.° do
Um escriturário de 2. a classe, sub-chefe; § 3.°, e dos §§ 4.°, 5.° e 6.° do artigo 49.° da organização
Dois primeiros aspirantes; aduaneira das provincias de Angola e S. Thomé e Prin-
Um segundo aspirante. cipe, approvada por decreto de 25 de outubro de 1899, e
Faz tambem parte d'esta secção um pagador que igual- referidas á situação de inactividade dos funccionarios adua-
mente fica subordinado ao inspector de fazenda. neiros.
§ 2.° Os vencimentos d'este pessoal são os que lhe Art. 34.° O movimento de entrada e saida de fundos
são fixados na tabella da despesa ordinaria da mencionada dos cofres da Fazenda por operações de thesouraria só se
provincia. realiza em presença dos competentes recibos, modelo 11,
§ 3.° O pagador deverá prestar a caução que nos ter- e dos titulos, modelo 3, do regulamento cle fazenda cle 3
mos legaes lhe seja fixada. de outubro de 1901, processados nas repartições superio-
§ 4.° O inspector de fazenda formulará instrucções es- res de fazenda ou nas repartições de fazenda subalternas,
peciaes reguladoras clo serviço d'esta secção, definindo nos termos do artigo 133.° do mesmo regulamento, em
claramente as relações que ella deve ter com a Direcção vista das guias, requisições ou precatorios dirigidos ás
dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques, as quaes mesmas repartições pelas estações civis ou militares das
submetterá no mais curto prazo á approvação do governa- respectivas provincias, que tenham do effectuar quaesquer
dor geral da provincia. depositos ,ou levantamentos d'aquelles cofres.
Art. 30.° O abono do soldo ou ordenado dos funcciona- § 1 A s guias, requisições ou precatorios são applica-
rios civis ou militares, nomeados no reino para o desem- veis os preceitos legaes estabelecidos para semelhantes do-
penho de qualquer cargo ou commissão de serviço no ul- cumentos no citado regulamento o no da Caixa Geral dc
tramar, começará a ser-lhes feito desde o dia da sua par- Depositos approvado por decreto de 23 dejunho de 1897,
tida para o ultramar, se á data da nomeação se acharem devendo ter-se em attenção as disposições relativas ao pa-
no reino ; achando-se no ultramar, aquelle abono será feito gamento do imposto do sêllo devido pelos levantamentos
depois da publicação do respectivo diploma da sua nomea- que se effectuarem.
ção no Boletim Official da provincia e desde a data da sua § 2.° As guias, requisições ou precatorios que não sa-
posse, se residirem nas provincias onde tenham de exer- tisfizerem a todos os requisitos estabelecidos nos mesmos
cer os cargos ou commissão de serviço; se, porem, á data diplomas não serão acceites, sendo devolvidos á estação
da nomeação, residirem em provincia differente, teem di- official que tiver expedido taes documentos, para serem
reito ao mesmo abono desde o dia da sua partida, que legalizados.
comtudo fica dependente de ordem especial do Governo, Art. 35.° As quantias applicaveis nos termos dos de-
alem do abono de passagem para a provincia para onde cretos de 13 e 28 de novembro de 1902 á construcção do
forem despachados. Caminho de Ferro de Malange, quer arrecadadas na pro-
Art. 31.° No caso de promoção, o abono do soldo ou or- vincia, quer remettidas da metropole, darão entrada no
denado da nova categoria será regulado pela seguinte cofre geral da provincia, sendo consideradas como depo-
forma: sito á ordem da Commissão do Caminho de Ferro de Ma-
a) Se os funccionarios se acharem na provincia para lange, e não poderão ter outra applicação.
onde são promovidos, teem direito ao novo vencimento § unico. As requisições cle fundos devem ser sempre
desde o dia da publicação do respectivo diploma no Bole- assinadas pelo engenheiro director e por dois vogaes da
tim Official ou na ordem á força armada, sendo militares. Commissão do Caminho de Ferro de Malange.
b) Se a promoção se realizar para provincia differente Art. 36.° Continuam em vigor, como se fossem aqui
d'aquella onde os funccionarios se acharem, o novo venci- transcritos, o artigo 14.° clo decreto com força de lei de
mento de categoria só lhes é devido desde a data do em- 24 de agosto de 1901, o artigo 21.° clo de 19 dejunho
barque; salvo se, por determinação do Governo, deverem de 1902, os artigos 21.°, 25.° a 33.° inclusive, e todos
ahi continuar a fazer serviço, caso em que o abono será os seus respectivos paragraphos, os artigos 35.° a 37.°
regulado pela alinea a)- e 39." a 48.° inclusive e seus paragraphos do decreto de
c) Se a promoção tiver logar achando-se os funcciona- 21 de novembro de 1903 e os artigos 16.° a 21.° do de
rios no reino, teem direito ao novo vencimento de catego- 20 cle setembro de 1904.
ria ou soldo desde a data da publicação do respectivo di- Art. 37.° O presente decreto será publicado no primeiro
ploma no Boletim Official da provincia para onde forem Boletim Official de cada provincia e districto autonomo
promovidos, mas nunca antes do dia do seu embarque, de Timor em seguida á sua recepção.
quando pertençam á classe civil; Art. 38.° Fica revogada a legislação em contrario.
cl) Se forem officiaes do exercito do reino ou da ar-
mada que já estejam ao serviço do ultramar, o abono do O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
soldo correspondente á nova patente ser-lhes-ha feito desde rinha-e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
a data das respectivas ordens do exercito ou cla armada. tar. Paço, em 22 de julho de 1905. = REI. ~ Manoel
§ unico. Nas disposições d'este artigo não se compre- Antonio Moreira Júnior.
Julho 11 336 1905
RECEITA
Cabo Verde 131:600^000 224:7000000 18:6000000 1500000 375:0500000 -6- 375:0500000 116:4110970 52:3-140540 18:6950000
Guiné 101:0500000 144:1650000 0:5950000 1300000 251:9400000 251:9400000 38:1880000 35:4690600 7:0360000
S. Thomé e Principe 275:7000000 393:2000000 20:8500000 2000000 689:9500000 689:9500000 101:9060000 50:1070500 20:5660500
Angola 430:1500000 1.034:4510000 76:2000000 7:5000000 5000000 1.549:1010000 -0- 1.549:1010000 423:6290500 175:8680000 59:1950500
Moçambique 1.293:2000000 1.223:0000000 2.232:7000000 34-6420600 850:0000000 5:633:5420600 -4- 5.633:5420600 1.452:5340080 309:5680800 46:4460000
India 490:5700000 290:8100000 158:5740000 2:2500000 -â- 948.-2040000 -t- 948:2040000 187:4130822 79:2660000 41:6120000
Macau 644:3900400 43:1790000 15:0150000 7:4000000 709:9900400 709:9900400 73:1340810 18:0320160 8:3800000
Timor 14:8700000 00:0300000 10:4350000 1200000 3:5000000 83:9550000 88:9550000 30:9020480 17:1330QOO 8:3320000
100:0010000 100:0010000
S o m m a . . . . 3.387:8360400 3.413:5350000 2.538:9690000 52:3920600 854:0000000 10.246:7330000 100:0010000 10.346:7340000 2.430:1800662 737:8490600 210:2630000
Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar, em 22 de julho de 1905. = Manoel Antonio Moreira Júnior.
1905 337 Julho 2 2
14:874,5166 107:353,5985 21:3710810 18:8810540 19:5620000 1:6000000 -0- -0- 371:1000011 12:6000000 3S3:7OO0O11 8:6500011
4:0010000 110:5320596 23:4840100 3:8630000 11:0120000 7000000 -i- -0- 234:2860296 33:1000000 267:3860296 15:4400296
7:827,5500 134:2980065 16:5310200 12:1480215 21:1290000 6000000 -è- -0- 365:1730980 80:1850200 451:3590180 238:5900820 -.5-
98:992^390 1.068:1950940 119:5290425 158:9170120 178:6400000 7:0000000 2.289:9670875 46:8SO0OOO 2:336:8470875 787:7460875
65:3540865 1.263:3260390 323:3950730 157:6360718 190:0000000 9:0000000 -6- 3.817:2620584 1.278:3880800 5.095:0510384 537:8910216 -0-
76:5890160 398:7440490 11:9580000 27:16801S5 35:3310700 2:0000000 240:0000000 1.100:0830307 12:0330000 1:112:1100307 263:9120307
18:8140880 210:2760284 50:9760860 20:5570460 31:6860280 8000000 -0- -0- 432:6580734 42:5750000 475:2330731 234:7560606
10:3330835 107:3770640 7:4600300 4:4380000 8:7030080 8000000 -0- 201:5400935 1:5000000 203:0100935 111:0850935
381:6830010 381:6830010 381:6830010 281:6820010
290:7870786 3.4OO:11O03!'O 574:7070425 403:6100189 496:0040060 22:5000000 240:0000000 381:6830010 9.193:7560732 1.513:2620000 10.707:0180732 1.011:2380702 1.371:5230434
360:284 J1739
22
Julho 11 338 1905
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA • designado sejam fixados nos termos do mappa adjunto,
que faz parte integrante d'este decreto e vae assinado pelo
a Ministro e Secretario de Estado dos Negocios Ecclesiasti-
5. Repartição da Direcção Geral
da Contabilidade Publica cos e de Justiça, que assim o tenha entendido e faça exe-
cutar.
Com fundamento no que se estabelece no artigo 25.", Paço, em 22 de julho de 1905. = R E I . = Arthur Pinto
§ 6.", da lei de 13 cle maio cle 1896, no decreto com força de Miranda Montenegro.
de lei de 19 cle outubro de 1901, na lei clo 31 de março
de 1902 e do preceituado no artigo 32.°, § 1.°, cla lei da re- Districto judicial da Relação do Porto
ceita c despesa do Estado para o exercicio de 1904-190:),
datada cle 24 de novembro do anno findo: liei por bem Districto administrativo de Coimbra
determinar, tendo ouvido o Conselho de Ministros, que no
Ministerio da Fazenda, devidamente registado na Direc- Denominação
ção Geral da Contabilidade Publica, seja aberto a favor e sede dos districtos (le paz Freguesias de que so compõem
Ançã . (Ançã.
2:0000432
' (Portunhos.
Cadima.
Paço, em 22 de julho de 1905. = Sebastião Custodio Cadima Tocha.
de Sousa Telles.
D . do Cl. n.° 1G8, de 29 de julho de 190.1. Cantanhede.
Cantanhede .
!
MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA Cordinha.
Febres Ourentà.
Direcção Geral dos Negocios de Justiça Outil.
Porcariça.
i Bolho.
Covões.
í." Repartição Sepins ' j(M
F eubr tr e ds .e .
f SepiDs.
Usando da autorização concedida ao Governo pelo ar-
tigo 1.'' da carta de lei dc 21 dc setembro de 1897 e to- Comaroa de Coimbra
mando em consideração as informações que me foram pre-
sentes : hei por bem decretar que os districtos de juizos j c e i,. a (Almalaguez.
a < Ceira.
de paz das comarcas do districto administrativo abaixo [Castello Viegas.
316
1905 Julho 2'2
Denominação Denoioinaçao
F r e g u e s i a s de quo se compõem e sedo dos districtos de paz F r e g u e s i a s de que so compõem
3 sede dos districtos de paz.
Í Arzilla.
S. Martinho do Bispo.
Ribeira de F r a d e s . Oliveira do Hospital
/Bobadella.
[Lagares.
iLagiosa.
tLagos d a Beira.
/Meruge.
Comaroa de ^Taveiro.
C ondeixa-a-Nova iNogueira do Cravo.
lOlivoira do Hospital.
I S. P a i o (S. Pelagio).
Anobra. \ T r a v a n c a de L a g o s .
Í
Bellide.
Bendafé. Alvoco das V a r z e a s .
Í
P e n a l v a de Alva.
P e n a l v a de A l v a . S. Sebastião da F e i r a .
S. Gião.
Comaroa de P e n a c o v a
Condeixa-a-Nova.
Condeixa-a-Velha. j Carvalho.
Ega I F i g u e i r a de Lorvão.
Furadouro. IFriumes. •'' •
Penacova.
Sebal G r a n d e . \ Lorvão.
Villa Sêca. I Penacova.
Zambujal. ! Sazes de Lorvão.
Comaroa da Figueira da Foz ( P o i a r e s (Santo A n d r é ) .
Lavos Lavos.
I Buarcos. ) P o i a r e s (S. Miguel).
F i g u e i r a d a Foy. ^ Poiares .
Villa Verde.
Alhadas. S a n t a Maria de A r r i f a n a .
S. J o s é das L a v e g a d a s .
m» • {Ferreira-a-Nova.
Maiorca
Maiorca.
Oliveira de Cunhado.
Paião.., Paião. Paradella.
S. P e d r o d e A l v a . S. Paio de F a r i n h a P o d r e .
Brenha. S. P e d r o de Alva.
Quiaios Quiaios Travanca.
S Foz de Arouce.
Lousã. Penella. Í de F i g u e i r a s P o d r e s ) .
I Villarinho.
Serpins.
Espinhal.
. Penelia ( S a n t a E u f e m i a ) .
Lamas. . JPenella (S. Miguel).
Miranda do Corvo. M i r a n d a do Corvo-
f Podentes.
Comarca' R ade
b a çSoure
al.
Rio de Vide.
Semide Semide. Degracias.
Alíarellos
Comaroa de Montemor-o-Velho
j Alfarellos.
Samuel
Í Pombalinho.
j Ty aj pn jeisa. jja;nija-
*"»«*»
Soure I Soure.
Julho 11 340 1905
ÍGesteira.
G r a n j a do Ulmeiro.
C o m a r c a Villa
d e TNáobvua a de Anços.
Júnior.
tulo XI do regulamento de 14 de maio de 1903, com as § unico. A conservação no mar das armações de sardi-
alterações constantes dos artigos seguintes. nha, a que se refere a ultima p a r t e cVeste artigo, deverá
Art. 6.° A base da licitação será a importancia de 5 ser requerida ao Governo no mês de janeiro de cada anno,
por cento da media annual dos productos da pesca nos ul- o qual resolverá, ouvidas as estações competentes.
timos cinco annos de exploração, segundo as estatisticas Art. 14.° Na temporada da pesca do atum o chefe do
officiaes, das duas armações entre as quaes estiver o lo- departamento poderá permittir ás armações de sardinha,
cal a arrematar. que não estão comprehendidas no disposto no § 1.° do ar-
§ unico. No caso de alguma d'estas armações não ter tigo 161.° do regulamento de 14 de maio de 1903, con-
cinco annos de exploração, o Governo, ouvidas as esta- servar no mar os seus ferros o acamar os arames, quando
ções competentes, resolverá do modo mais equitativo qual não resulto prejuizo para a pesca com outros apparelhos.
deve ser a base da licitação. Art. 15.° Fica por esta forma ampliado e modificado na
A r t . 7." Na adjudicação terão preferencia em igualdade parte respectiva o regulamento em vigor, approvado por
de preço os individuos ou sociedades que não explorem decreto de 14 de maio de 1903.
j á locaes para a pesca da sardinha. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma-
Art. 8.° A arrematação, depois de approvada pelo Go- rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu-
verno, confere ao arrematante direitos e obrigações iguaes tar. Paço, em 22 de julho de 1905. = R E I . = Manoel
aos consignados na regulamentação em vigor para os ou- Antonio Moreira Júnior.
tros concessionarios. D . do G. n.° l(i»,Sdc 31 do j u l h o clo 1006.
A rescisão da subscrição relativa a um posto principal carregado com muitos encargos diversos aconselham essa
importa a dos postos supplementares correspondentes. medida, sem que o espirito cla liberalidade e gentileza de
Em qualquer hypothesç, as sommas pagas pela instal- Portugal possam sequer soffrer o minimo abalo nas suas
lação primitiva e pelas modificações d e s t a ou por mu- tradições do passado;
dança de residencia não serão restituídas. — que, finalmente, dos antigos formaes de concessões
§ unico. O Governo poderá modificar como entender de accas e diplomas modernos, e ainda de differentes pe-
conveniente, em relação a qualquer rede, os prazos fixados ças officiaes se vê nitidamente que os dessaiados são a
neste artigo. imagem do feudalismo tanto nas honras, como nos interes-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negócios das ses e encargos, e por isso como acto de calculada prudên-
Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha en- cia deve ir-se a pouco e pouco fazendo desapparecer por
tendido e faça executar. Paço, cm 22 de julho de 1 9 0 5 . = : obsoleta essa legislação, simplificando em poucos precei-
R E I . — D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. tos a faculdade de conceder accas e o direito clo exigi-
D . do G. n.° 170, do 1 de agosto ile 1905.
las ;
Mostra-se que do referido despacho vem o presente re-
curso, em que o recorrente allega: ^
— que em tempos muito remotos e muito anteriores á
MINISTÉRIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR cessão da provincia de Pondá á Coroa Portuguesa, o an-
tigo dominante d'essa provincia havia estabelecido em fa-
D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r vor do motto clo suamy ou pagode da prelazia dos brah-
manes smartas da India, urna pensão ou acca da impor-
l , a Repartição tancia annual de 114 rupias, 12 tangas e 2 róis, qual foi
sempre recebida pelo suamy ou prelado;
1." SecçSo — que, transferida a provincia para o clominio portu-
guês, o vice rei d'este Estado, e depois o Governo cen-
Sendo-me presente a consulta do Supremo Tribunal Ad- tral, coiuprometteram-se a conservar e manter os usos e
ministrativo acêrca do recurso n.° 11:907, em que é re- costumes dos hindus e a continuar as pensões que o an-
corrente X r y Purnananda Saravoty, suamy dos hindus tigo dominante pagava aos mercenários, accadares, e ou-
brahmanes smartas, e recorrido o governador gera! do Es- tros pensionistas, como se póde ver no edital de 5 de ju-
tado da India, de que foi relator o Conselheiro de Estado, nho cle 17(33 e bandos de G de agosto e 12 de setembro
vogal effectivo, Julio Marques de Vilhena: do mesmo anno, confirmados pela carta regia de 15 de
Mostra-se que tendo o recorrente suamy dos hindus janeiro de 1774;
brahmanes smartas, morador em Queulá de Pondá, apre- — que em consequência d'isto a prelazia dos brahma-
sentado perante o inspector de fazenda do Estado da In- nes smartas continuou a receber a supradita pensão do
dia, a carta de sentença expedida pelo juizo de direito da Thesouro do Estado, sendo esta paga aos suamys em to-
comarca das Ilhas, o pela qual se mostrava habilitado dos os annos sem a mais pequena interrupção, sendo o ul-
como legitimo successor do fallecido suamy, X r y Atma- timo a recebê-la o suamy Xry Atmananda Savaroty, fal-
nanda Saravoty, pedindo por isso lhe fosse passado o com- lecido em 24 de dezembro de 1898;
petente alvará a fim de receber a acca, que era paga ao — que a este suamy succedeu como tal o recorrente,
seu antecessor; foi este pedido indeferido pelo governador devidamente eleito e investido segundo o rito da sua reli-
geral por despacho de 20 de setembro de l l J 0 2 ; gião, habilitando-se judicialmente como legitimo successor
Mostra-se que os fundamentos do despacho recorrido se do fallecido para exercer as respectivas funcções, perce-
encontram no parecer da Procuradoria Geral da Coroa e ber os rendimentos dos bens da prelazia, e bem assim a
Fazenda d'aquelie Estado com data de 28 de junho do mencionada acca ou pensão a cargo da Fazenda Publica;
mesmo anno, e são os seguintes: — que não obstante esta decisão judicial proferida eni
— que ao deferimento do pedido se oppõe o disposto no presença de prova documental e testemunhal apurada com
artigo 6.° do decreto dos dessaiados de 15 de dezembro intervenção, audiência e convencimento do representante
de 1880, e artigo 13.° do regulamento provincial de 22 de cla Fazenda Publica, decisão que contém verdade juridica,
outubro de 1890 que determinam que as accas ou pensões o procurador cla corôa e fazenda aconselha exactamente
de qualquer natureza a cargo da Fazenda Publica somente o inverso do que se diz na sentença, que não póde ser re-
se transmittem aos descendentes legitimos em linha recta vogada nem desrespeitada por ninguém;
dos actuaes accadares por concessão especial clo Governo — que o mesmo funccionario annullou cle uni lado, por
sobre habilitação judicial dos legitimos successores, preva- meio clc uni simples parecer, uma sentença que só tribu-
lecendo sempre o direito cle primogenitura e de varonia; naes superiores na hierarchia judicial teriam competencia
— que o requerente não provou aquella qualidade nem e jurisdição para annullar: e de outro lado, impõe se ao
sob esse ponto de vista a sentença judiciai o habilitou, não recorrente uma condição absolutamente impossível, como
tendo por isso direito a pedir alvará de inscrição da mercê a de provar que este é descendente legitimo em linha
do seu antecessor, embora seja prelado e esteja no gozo recta do suamy ou prelado quo o precedeu;
das demais prerogativas inherentes áquelle cargo; — que as diversas classes cm que se acham divididas
— que é j á antiga de mais e sem razão de ser na actua- e subdivididas as castas que constituem n grande raça hindú,
lidade a instituição das accas ou pensões da Fazenda, de- tem cada uma á testa da sun communidade ou congrega-
vendo terminar para esta tão pesado encargo, dispensan- ção um ministro supremo chamado suamy ou prelado, que
do se dos serviços que lhe possam ser prestados pelos acca- tem a seu cargo o governo espiritual d'ella;
dares, considerando a pensão j á dada por tão dilatados — que assim a classe brahnianc sinarta que professa a
annos como paga dos serviços que recebem cl'esses primi- doutrina de Smiriti, isto é, dos códigos revelados cla re-
tivos aecadares; ligião hindú, tem o seu suamy com residencia em Queulá,
— que está no animo de todos que estas mercês devem sendo o mesmo eleito dentro da própria classe pelo suamy
terminar sem que os usos e costumes dos hindus ou pes- em exercicio na assembleia, e de acordo cmn a con-
soas a quem foram concedidas sejam offendidos, porque gregação, para seu st.n-eessor ou xixio, depois de ins-
nem affectam a sua religião, nem implicam com principios truído nas xasirns (tratados de religião, li th urgia e precei-
relativos á constituição das suas familias; tos sagrados), e sendo tambem na occasião da eleição in-
- q u e se tem entendido na India que ellas precisam vestido na ordem ou grau dc saniás que significa a re-
acabar, porque as condições do thesouro provincial sobre- nuncia dc todos os bens mundanos e affeições t e r r e n a s ;
Julho L'9 344 1905
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- Nos termos do artigo 3.° da lei dc 23 de abril de 1896
os
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça executar. e dos n. 1.° e 2.° do decreto de 24 dc setembro de 1898:
Paço, em 22 d e j u l h o de 1905. = R E I . — Manoel Antonio hei por bem determinar, tendo ouvido o Conselho Supe-
Moreira Júnior. rior de Obras Publicas e Minas, qne o director das obras
D . do G. u . 0 172, de 3 do agosto de 11)05. publicas do districto de Beja faça proceder á construcção
do lanço da estrada districtal n.° 184, Mourão á Umbria
da Coutada e a Povoa, comprehendido entre a Courella do
Caetano e a Umbria da Coutada, e autorizar o referido
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA funccionario a despender no corrente anno economico a
quantia de 1:000$000 réis.
Direcção Geral das Obras Publicas e Minas O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
Fazenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Nego-
Repartição de Obras Publicas cios das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o
tenham entendido e façam executar. Paço, em 22 de j u -
Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 de abril de 1896 lho de 190Õ.= ~KEI.= Manoel Affonso de Espregueira —
e dos n. o s 1.° e 2." do decreto de 24 de setembro de 1898: D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
hei por bem determinar, tendo ouvido o extincto Conselho D . do G. n . ° 171, dc 5 d e agosto de 1005.
Superior de Obras Publicas e Minas, que o director das
Obras Publicas do districto de Santarem faça proceder á
construcção do lanço da estrada districtal n.° 135, Aldeia
Gallega a Ponte de Sor, comprehendido entre Coruche e 9.3 R e p a r t i ç ã o da D i r e c ç ã o G e r a l
Villa Nova de E r r a , e autorizar o mesmo funccionario a da Contabilidade P u b l i c a
despender no corrente anno economico a quantia de réis
1:0000000. Nos termos do artigo 50.° do regulamento geral da con-
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- tabilidade publica de 31 de agosto de 1881 e na confor-
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios midade do n.° 4.° do artigo 25.° da carta de lei de 24 de
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- novembro do anno passado: hei por bem, tendo ouvido o
nham entendido e façam executar. Paço, em 22 de ju- Conselho de Ministros, determinar que no capitulo 2." da
lho de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Espregueira = tabella da distribuição da despesa ordinaria do Ministerio
D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. das Obras Publicas, Commercio e Industria, relativa ao
exercicio de 1904-1905, se effectuem as seguintes trans-
D . do G. n.° 174, do íj de agosto de 1905.
ferencias de verbas para os artigos 4.° e 5.° :
Artigo 4.°:
Nos termos do artigo 3.° da lei de 23 de abril de 1896, Do artigo 6.° 650,5000
3
e dos n.° 1.° e 2.° do decreto de 24 de setembro de 1898 : Do artigo 7.° 800$000
hei por bem determinar ; tendo ouvido o Conselho Superior Do artigo 9.° 3003000 1:750£000
M O D E L O N.° 52 M O D E L O N.° 53
S e r v i ç o dc p e r m u t a ç ã o d e f u n d o s Serviço de p e r m u t a ç ã o de fundos
E s t a ç ã o postal de . . .
Requisição do vale (a) . . . n.° . . .
O abaixo assinado, (a) . . , do vale (b) . . . n.° . . . da
quantia de . . . , emittido na estação de . . . em . . . de . . . Vale na importancia de réis . . .
de 1 9 . . . , p a r a ser pago em . . . a residente em . . . ,
declara que, tendo (c) . . . o mesmo vale, pretende que Importancia por extenso . . .
elle seja (d) . . . a favor de . . r e s i d e n t e em . . ., e pa-
Pagavel em (b) . . .
gavel em . . .
A quem deve ser pago . . .
O («) ...
Sêllo F. .. Nome do r e m e t t e n t e . . .
Conforme a requisição. ,, em . . . de . . . de 1 9 . . .
O Encarregado da emissão dos vales,
F...
A s s i n a t u r a do r e m e t t e n t e ,
M O D E L O N.» 54
Pagou de premio
Réis
(a) Designação do vale. (j®) (c) Designação do vale. (í) Designação do vale.
(b) Quantia em alga- ^ ( j ) Q u a n t i a em alga-
( / ) Quantia em algarismo.
rismo. <§§> rismo.
(c) Quantia por extenso. (®) (g) Quantia por extenso. (/.') Quantia por extenso.
(d) Localidade onde de- (l) Localidade onde de-
(h) Localidade onde deve
ve effectuar-se o p a g a - <|S ve effectuar-se o p a g a -
mento. v®) ciíectuar-se o p a g a m e n t o . mento.
1905 o 49 J u l h o 22
Numero
Pague-se á ordem do S r . . . . , valor rece- do valo
Daía Quantias
Onde deve ser
Observações
ou pago
bido em dinheiro . . . . em . . . de . . . de 1 9 . . . recibo
o
OS
Assinatura do endossante ...
®
(D
Tí
. . . , em . . . de . . . de 1 9 . . .
Recebi a quantia retro mencionada, . . ."em
Q . . de . . . de 1 9 . . .
D Confere. O Encarregado da emissão,
O
W3 F. . . F...
o!
P4
• r-l Assinatura da pessoa a quem
O o vale é pago . . . Recebi a*importancia supra, em . . . de . . . de 19.
fct
M O D E L O N.° 56
O ... O ..
O ...
F... F... F...
COMPANflJá DE JíOÇAMBIfiDE
COMPANHIA DE MOÇAMBIQUE
Governo do territorio de Manica e Sofala
Governo do territorio de Manica e Sofala
P e r m u t a ç ã o de f u n d o s
em de . . . de 1 9 . .
M O D E L O N.° 58
COMPANHIA DE MOÇAMBIQUE
Data
do p a g a m e n t o
Importancias ObservaçCes (Verso do modelo n.° 60)
das emissões dos v a l e s
Mês Dia
O abaixo assinado declara que o vale ...,
a que se refere o pedido de aviso de emissão,
foi emittido sob o n.° . . . em . . . de . . . de
1 9 . . . pela quantia de ...
(a) Classificação dos vales.
(b) Repartição p a r a onde é e n v i a d a .
Indicações relativas ao destinatário
Nome ...
M O D E L O N.« 59
Morada ...
COMPANHIA DE MOÇAMBIQUE
W
tf Localidade do pagamento ...
Governo do territorio de Manica e Sofala tf
O
w Nome do tomador . . .
D e c l a r a ç ã o p a r a s u b s t i t u i r o r e c i b o do v a l e e x t r a v i a d o o
Q
o Estação postal de . . . , em . . . de . . . de 1 9 . . .
Declaro quo (a) . . . entregou nesta estação, em . . . o
M "d fl
de . . . de 1 9 . . ., a importancia de róis . . . p a r a a emissão t- mg
tf ÉL§ o
de um vale (ò) . . . , n.° . . . , a favor de (c) . . ., residente £ '
cc O 09 $
o u,
em . . ., e pagavel em . . . ica O(í O go .
O O ~ TJ-HH
2» o ® O Encarregado da emissão,
em de . . . de 19. .2 ca ">
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Marca do dia da estação. T3 .2
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O E n o a r r e g a d o d a e m i s s S o do v a l e , -Td
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F. . . a> Marca do dia d a estação onde
Sh
S-i o vale foi emittido
cã S a
o
£j
®
(a) Nome do remettente.
(b) Classificação do vale.
o
<1
(c) Nome do deatinatario.
1905 3 5 1 Julho 22
M O D E L O N.° 61
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMERCIO E INDUSTRIA 4. a Não effectuar a cessão ou transferencia da patente,
parcial ou totalmente, sem previa autorização do Go-
Direoção Geral d o Commercio e Industria verno ;
5. a Acceitar a visita ordinaria ou extraordinaria do en-
Repartição da Propriedade Industrial genheiro chefe da circunscrição dos serviços technicos da
industria, permittindo-lhe que examine a s condições d a
2." S e c ç ã o installação, verifique a producção da fabrica e proceda ás
pesquisas que lhe forem superiormente ordenadas.
P a t e n t e d e i n t r o d u c ç ã o 'de n o v a i n d u s t r i a n.* 4 1 Pelo que mando ás autoridades, tribunaes, funcciona-
rios e mais pessoas a quem o conhecimento d'este meu
E u El-Rei faço saber, aos que este meu alvará de pa- alvará competir, que o cumpram e guardem e o façam
tente de introducção de nova industria virem, que, atten- cumprir e guardar tão inteiramente como nelle se contém.
dendo ao que me foi representado pela sociedade commer- Nào pagou direitos de mercê por os não dever.
cial Maya, Dessa, Monteiro em eommandita, com sede no E , por firmeza do que dito é, lhe mandei passar o pre-
Porto, pedindo patente de introducção de nova industria sente alvará, o qual vae por mim assinado e sellado com
para o «fabrico de pennas para escrever, de aço ou de o sêllo das armas reaes e com o de verba.
outros quaesquer metaes» ; Dado no Paço, aos 22 d e j u l h o de 1 9 0 5 . = E L - R E I . =
Visto o decreto de 30 de setembro de 1892 e o decreto D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
regulamentar de 19 de junho de 1 9 0 1 ; D . do G. n.° 17!), de 11 de agosto de 1905.
Visto o parecer do Conselho Superior do Commercio e
Industria;
^ C o n s i d e r a n d o estarem preenchidasjjtodas as formalidades
q u e | a s leis e x i g e m : Repartição do Trabalho Industrial
Hei por bem conceder^ á dita sociedade commercial
Maya, Dessa, Monteiro em eommandita patente de intro- Attendendo ao que me representou a C a m a r a Municipal
ducção de nova industria para o a fabrico de pennas para de Coimbra, pedindo a criação de um tribunal de árbitros
escrever, de aço ou de outros quaesquer metaes», pelo avindores, e fundando-me no disposto na carta de lei de
prazo de dez annos, contados a partir da data d'este al- 14 de agosto de 1889: hei por bem decretar o seguinte:
vará, ficando o concessionario obrigado ao disposto nos ci- Artigo 1.° Será criado em Coimbra um tribunal de ár-
tados diplomas e mais á s seguintes condições geraes e bitros avindores, cuja circunscrição abrangerá a area do
especiaes: mesmo municipio.
1. a E n t r a r n a Caixa Geral de Depositos no prazo de § unico. O processo regular-se-ha pelas disposições dos
sessenta dias, a contar da data d'este alvará, com a quan- decretos de 19 de março de 1891 e o de 14 de abril de 1891.
tia de 5:000$000 réis, importancia d a caução definitiva A r t . 2.° Ficam sujeitas á jurisdição do referido tribu-
arbitrada; nal as industrias exercidas na mencionada circunscrição,
2. a Estabelecer a industria da fabricação de pennas devendo os patrões, operarios ou empregados constituir
para escrever, de aço ou de outros quaesquer metaes, no collegios especiaes para a eleição dos vogaes do tribunal,
prazo d e um anno, contado da data d'este alvará, para em harmonia com o regulamento p a r a o recenseamento e
um minimo de producção de 10.000:000 de p e n n a s ; eleição dos collegios para constituição dos tribunaes de
3. a Participar á Repartição d a Propriedade Industrial árbitros avindores, approvado por decreto de 19 de março
do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria, de 1891.
quinze dias, pelo menos, antes de expirar o prazo para o Art. 3.° O numero dos vogaes do tribunal será de dez,
estabelecimento da nova industria, quaes são os locaes O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das
onde se achamjinstalladas as fabricas e officinas, afimde Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha en-
o engenheiro chefe da respectiva circunscrição dos servi- tendido e faça executar. Paço, em 22 d e j u l h o de 1 9 0 5 . = :
ços technicos d a industria poder proceder á devida ins- R E I . — D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
pecção ; D . do G. n.° ISO, de 13 de ago«to de 1905.
Julho 22 352 1905
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
D i r e c ç ã o Geral do U l t r a m a r Direcção Geral dos Correios e Telegraphos
cluidas na referida designação «capsulas», devendo porem de pano azul nos portos da Europa, durante os meses
as escorvas para armas de caça ser consideradas como mais quentes de verão : lia por bem Sua Majestade El-
artifícios pyrotechnicos. Rei ordenai' que, nos serviços de bordo, quartel do corpo
Paço, em 27 d e j u l h o de 1905. — Eduardo José Coelho. de marinheiros e nas visitas a navios nacionaes ou estran-
D . do G. n.° 1<37, do 28 do julho de 180r..
geiros, se faça uso do uniforme n.° 7, quando for supe-
riormente determinado; e bem assim que seja esse o uni-
formo adoptado nas colonias, nas occasiões previstas no
n.° 10 da tabella dos uniformes, sendo igualmente per-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA mittido o seu uso em todos os estabelecimentos de mari-
nha.
Direcção Geral do Commercio e Industria O que, pela Secretaria dc Estado dos Negocios da Ma-
rinha e Ultramar, se communica ao Major General da
Repartição do Commercio Armada para seu conhecimento e devidos effeitos.
Sendo indispensavel tornar effectiva a disposição do Paço, em 28 d e j u l h o de 1905. = Manoel Antonio Mo-
artigo 3.° clo decreto cle 2 de outubro de 1896 e da lei reira Júnior.
D. do Cl. n.° 169, do 31 d e j u l h o de 1903.
de 1 de agosto de 1899, que fixaram o numero minimo
de socios com que as associações de soccorros mutuos po-
dem constituir-se e funccionar;
Achando-se preceituado nos citados artigo c lei que o 3. a Repartição
numero minimo de socios cle que se trata varia com a ca- Sua Majestade El-Rei ha por bem ordenar que a com-
tegoria do concelho em que as associações teem a sua missão nomeada por portaria n.° 29 de 2 de maio cle
sede, o que implica a ideia cle que essas associações de- 1904, composta do capitão cle fragata José da Cunha Lima,
vem ser, até certo ponto, privativas clo respectivo conce- commandante da corveta Estcfanici, e clos capitães-tenen-
lho, não podendo portanto ter succursaes noutros conce- tes da armada D. Bernardo A n t o n i o da Costa e Sousa de
lhos : Macedo, actual commandante da canhoneira Vouga., e An-
Manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Estado tonio Torquato Borja de Araujo, commandante cla corveta
dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e Industria: Duque de Palmella, para elaborar o regulamento das Es-
1." Que o pedido de approvação de estatutos de uma colas de Alumnos Marinheiros, e dissolvida por portaria
nova associação de soccorros mutuos deve ser acompa- n.° 65, cle 22 de agosto de 1904, reúna novamente, a fim
nhado d e : de rever, alterar e melhorar o mencionado regulamento,
a) Uma lista cle todos os socios fundadores, designando aproveitando os novos elementos que um anno mais cle
o nome, idade, estado, profissão e residencia de cada um pratica e de estudo tenham aconselhado. '
d'elles; O que, pela Secretaria de Estado dos Negocios d<i Ma-
b) Documento comprovativo de ter sido verificado, por rinha e Ultramar, se communica ao Conselheiro Director
exame medico, que nenhum dos socios fundadores padece Geral da Marinha para seu conhecimento e devidos effei-
do molestia chroniea, como preceitua o artigo 9.° do de- tos.
creto cle 2 de outubro de 1896.
Paço, em 28 de julho de 1905. = Manoel Antonio Mo-
2.° Que as assinaturas dos socios fundadores no exem- veira Júnior.
plar do projecto do estatutos cle que trata a alinea a) do D . do G. n.° 109, de 31 do julho do 1005.
artigo 12.° do citado decreto sejam reconhecidas por no-
tário ou abonadas como verdadeiras pelo parocho cla res-
pectiva freguesia, cuja assinatura, neste caso, será reco-
nhecida por notário. Sua Majestade El-Rei, attendendo ao que lho represen-
taram Eduardo Berenguer e Jaime Christino do Sequeira
3.° Que não podem ser approvados os estatutos dc as-
e Brito: ha por bem conceder licença por tres annos para
sociações de soccorros mutuos em que se autorize a cria-
os mencionados individuos rocegarem a bahia clo Funchal,
ção de succursaes ou delegações noutros concelhos.
entre a ponta Garajáo e a da Cruz, a fim cle retirarem do
4.° Que as novas associações de soccorros mutuos ficam
fundo clo mar todos os objectos considerados abandonados
obrigadas a dentro de quatro meses, contados cla data da
ou perdidos, sujeitando se os requerentes á legislação por-
approvação dos estatutos, apresentarem na Direcção Geral
tuguesa que rege o assunto, o designadamente o Codigo
do Commercio e Industria documentos comprovativos de
Commercial de 28 de junho de 1888, artigo 676." e se-
terem em effectividade o numero legal cle socios com quo-
guintes, e ás disposições do decreto cle 17 cle setembro cle
tas pagas em dia, devendo, na falta dc cumprimento d'estc
1885, applicaveis, especialmente as contidas no artigo 348.°
preceito, ser retirada a approvação a esses estatutos.
e seus paragraphos. E s t a licença tem de ser requerida
5.° Que as disposições d'es ta portaria teem applicação anno a anno, para o apuramento annual d'estas disposi-
a todos os processos pendentes para approvação de esta- ções. E m todas as duvidas c pleitos quo se originarem
tutos de associações de soccorros mutuos. por effeito d'esta concessão, quer respeitem á occupação
O que se communica ao Conselheiro Director Geral clo e propriedade dos objectos encontrados, quer ao destino e
Commercio e Industria para seu conhecimento e devidos partilha do producto dos mesmos, quando sejam vendidos
effeitos. em hasta publica, se submetterão os referidos Eduardo
Paço, em 28 d e j u l h o de 1905. = D. Ji.ão de Alarcão Berenguer e Jaime Christino de Sequeira e Brito á de-
Velasques Sarmento Osorio. cisão e julgamento dos tribunaes portugueses e ao esta-
r>. do O. 11." 1CS, ile 29 do julho dc 1905.
tuído nas leis do país, sem direito a outros recursos quo
não sejam os permittidos por estas.
Os apparelhos empregados não poderão fazer estorvo á
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR navegação nem ser prejudiciaes ao desenvolvimento c
criação da fauna maritima, devendo ser presentes na Di-
Direcção Geral da Marinha recção Geral cla Marinha uma planta e descrição cios mes-
i." Repartição mos apparelhos, a fim dc se reconhecer se satisfazem a
essas condições.
Tendo se reconhecido quanto é incommodo para os offi- O que, pela Secretaria de Estado cios Negocios da Ma-
ciaes das diversas classes da armada o uso do uniformo rinha e Ultramar, se communica ao Conselheiro Director
Julho L'9 354 1905
AGOSTO
MINISTERIO M S OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Considerando que foram recentemente matriculadas no-
vas fabricas de moagem e que algumas j á matriculadas
Direcção Geral d a Agricultura foram eliminadas da respectiva matricula:
H a por bem Sua Majestade El-Rei approvar a tabella
Repartição dos Serviços Agronomicos de rateio dos trigos nacional e exotico, j u n t a a esta por-
taria e que d'ella faz parte integrante, afimde que te-
Tendo em vista o disposto no artigo 75.° da organiza- nha execução no actual anno cerealifero.
ção dos serviços do fomento commercial dos productos
agricolas approvada por decreto de 22 de julho do cor- Paço, em 1 de agosto de 1905. — D. João de Alarcão
rente anno; Velasques Sarmento Osorio.
o -o Domicilios
Porcen-
b : Fabricantes tagens
«J T3 Domicilios
s g Fabricantes
Ti
Administrativo, sem que adduzisse defesa que escuse taes p r e s t i m o de 550$00Q réis, amortizavel em v i n t e a n n u i d a -
desmandos : des pelo p r o d u c t o d a d e r r a m a a q u e se r e f e r e o artigo
l i e i por bem, conformando-me com a consulta da P r o - 190.° do citado codigo, a fim cle ser applicado ás o b r a s
c u r a d o r i a Geral da Coroa e F a z e n d a , dissolver a C a m a r a do cemiterio parochial da m e s m a f r e g u e s i a .
Municipal do concelho de Chaves, o r d e n a r se p r o c e d a á O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
eleição de outra c a m a r a d e n t r o do prazo legal, e incumbir Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
a gerencia municipal do mesmo concelho, até que e n t r e m 5 de agosto de 1 9 0 5 . = K E I . Eduardo José Coelho.
em exercicio os novos eleitos, a uma commissão composta D . do G . n.° 170, d e 8 do agosto do 1905.
dos vogaes effectivos:
Anibal de Sousa P i n t o de B a r r o s .
Francisco Marcelino de F o n t o u r a . MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
José Casimiro M a r t i n s .
Francisco José C h a v e s .
Direcção Geral dos Negocios de Justiça
Alfredo A u g u s t o P e r e i r a .
J o à o G o m e s de Moraes S a r m e n t o .
José Maria Ribeiro de Almeida.
Josó T h o m a s de Magalhães. U s a n d o d a autorização concedida ao G o v e r n o pelo a r -
Albano J o s é de Moraes. tigo 1.® d a c a r t a de lei cle 21 de s e t e m b r o de 1 8 9 7 ; e
T o m a n d o em consideração as informações que m e f o r a m
E dos substitutos : presentes:
Antonio José Dias P e r e i r a . Hei por bem d e c r e t a r que os districtos dos j u i z e s de
Carlos Alberto Rodrigues Á g u i a . paz nas comarcas clo districto administrativo abaixo de-
Josó Joaquim Fontes. signado s e j a m fixados nos termos do m a p p a a d j u n t o , que
Francisco Jo.sé T e i x e i r a . faz p a r t e i n t e g r a n t e d'este decreto, e vae assinado pelo
Josó Manoel T a v a r e s . Ministro e Secretario de Estada dos Negocios Ecclesiasti-
A l f r e d o José P e r e i r a . cos e de J u s t i ç a , que assim o t e n h a entendido e faça exe-
Antonio Pão de A r a u j o . cutar. Paço, em 5 de agosto de 1 9 0 5 . = K E I . = Arthur
Abel A u g u f t o Rodrigues. Pinto de Miranda Montenegro.
Antonio Vaz de Carvalho.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios clo Districto judicial da Relação do Porto
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em
5 de agosto de 1905 = R E I = Eduardo José• Co lho. Districto administrativo de Villa Keal
D. ilo G. li." 17'i, ilo 8 ilo a g o - t o de l!)0õ.
Denominação
c sede dos ui.-tricto» do paz F r e g u e s i a s de q u e se comp5em
Amieiro.
S. Mamede de R i b a T u a . Castedo.
l i e i por bem a u t o r i z a r , nos termos dos artigos 177.° IH. Mamede de R i b a T u a .
e 179.°, n.H 2.°, do Código Administrativo, a J u n t a de I v
I
Ardâos.
mesma freguesia.
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
5 dc agosto dc 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. Boticas .
Beça.
D . do G. n.° 170, de s do agosto de 1003. Bobadella.
Codeçoso.
Curros.
[ Alturas.
iCer ledo.
(Covas.
F i ã e s do T a m e g a .
I Couto
G r a n j ade
Villar.
Pinho.
. Dornellas.
Sapiàos.
392
1905 Agostoad
Deuominação Denominação F r e g u e s i a s d e q u e se c o m p õ e m
e s e d e dos districtos d e p a z F r e g u e s i a s de que se eou,põem e sede dos districtos d e puz
Reigoso.
Comarca de C h a v e s Salto,
Cabril.. "j V e n d a Nova.
Cella. (Villa d a Ponte.
Chaves. I
Curalha. I Cambezea.
Eiras. I Contim.
Nogueira d a Montanha. lCovellães.
| O u t e i r o Sêco. |Fervidc-lJas.
JRedondello. /Mourilhe.
Cambezes.
Chaves Samaiões. (Outeiro.
Sanjurge. j P i t õ e s das J u n i a s .
Snnto E s t e v a m de Paiões. ISeselhe.
S. Juliao de Montenegro. I Tourem.
S. P e d r o de Agostem. \ Viade.
Soutello.
Valle de A n t a . Jchã.
Villar de Nantes. I Donões.
lMeixedo.
/Bustello. /Montalegre.
Montalegre \ M o n j a le.
[Calvão.
lCouto do E r v e d e d o . jNegrões.
Ervededo . ( S e a r a Velha. [ Padornellos.
jSouteliinho da R a i a . 1 Padroso.
/Villarelho dã R a i a .
\ Viilela Séca. I Cervos.
I Gralhas.
/ Anelhe. )Meixide.
Arcossó. Villar de P e r d i z e s , . (Sai raquinlios.
Loivos. ISolveira.
Mo-eiras. [ V i l l a r de P e r d i z e s (Santo André).
Oura. \ Villar d e P e r d i z e s (S. Miguel).
Loivos , / P o v o a de Agrações.
S a n t a Leocadia. Comarca de Murça
Selhariz. J Candedo.
v illarinho das Parariheiras Candedo. / Sobreira.
Villas Boas.
\ Viilela do T a m e g a . iCavva.
Fiolhoso {Ftolhoso.
A g u a s Frias. Villnres.
Bobadella de Monforte.
Cimo de Villa. Jou . . . Jou.
Lama de Arcos. Murça.
Mairos. Murça. Vallongo.
yOucidrc.s.
Mairos . ' Pavadellíí de Monforte. Nonra.
Roriz. Noura .
Palheiros.
Sanfins.
S. Vicente. Comarca de P e s o d a R e g u a
Travancas. Covellinhas.
Tronco.
»
Bilhó.
fcpanhó.
(Pardtlhas.
Lobrigos.
Í
I
Lobrigos (S. J o ã o B a p t i s t a ) .
Lobrigos (S. Miguel).
Sanhuane.
(Godiin.
Peso da R e g u a .
Peso da R i g u a .
/ Athei.
,, ,. , „ . 1 Mondim de Basto. Sediellos
Mondim de B a s t o Paradança. Sediellos.
C o m a r c a de V a l p a ç o s
(Villar de Ferreiros.
Agua R e v e z .
C o m a r c a de M o n t a l e g r e Crinavezes.
Crasto.
[Cabril. Ilio T o r t o .
Agua R e v e z . . . S a n t a Maria de Emercs.,
I Covello do Gerez,
r. l T /Ferral. S. P ' dro dc Veiga do Lila.
Cah 11
' Fiàes !o Rio. VuHes.
Curadelia. V e i g a do L i l a .
Pondras.
Agosto -"J 360 1905
DonomiiiiK.iio Denominação
o sede «loa cliIrictos de F r e g u e s i a s do que se con-pôcm o sede dos districtos do paz F r e g u e s i a s de que se compõem
Mondrões.
argeriz. ,r . „ 1 P a r a d a de Cunhos.
Mondroes < ppna
Carrazedo Montenegro.
Í Carrazedo Montenegro.
Curros.
Padrella.
S. João de Corveira.
Í
I Villa Marim.
I
Lamares.
Mouçós.
S. T h o m é do Castello.
I Valle de N o g u e i r a s .
Celleiros.
Sarapicos. n , l G o u v ã e s do Douro.
Lebução Tazem. Provezende <Provezmde.
/Alvarellios. S. Cbristovam do Douro.
(Barreiros.
iBouçoães. (Passos.
(Fiães. 1 Sabrosa.
' \ Lebução. Sabrosa . tS. Martinho dc Anta.
j S a u t a Valha. I Souto Maior.
[Sonim. \ Villarinho de S. Romão.
\Tinliella. I
Valpaços I Ervões. ( P a r a d a do P i n h ã o .
I Fornos do P i n h a l . T o r r e do P i u h ã o . , | s . L o u r e n ç o de l i i b a Pinhão.
1 Friòes. ( T o r r e do Pinhão.
' jPossaeos.
. (Sanfins. '(Villa R e a l (S. Dinis).
S a n t T a g o da Ribeira de Alhaiiz. Villa R e a l • jVilla R e a l ( S . P e d r o ) .
Í
C o m a r c a de V i l l a P o u c a de A g u i a r
/ Valpaços.
Biagado.
í Vassal.
B o r n e s de Aguiar.
Paço, em 5 de agosto de 1905. = Arthur
randa Montenegro.
Pinto de Mi-
I
'A
Pensai vos.
Valloura.
l v a d de
Vrêa i a . Bornes.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Cnnedo. Direcção Geral de Administração Politica e Civil
Ribeira de P e n a . R i b e i r a de Pi-na (Salvador).
R i b e i r a de P e n a (Santa Marinha)
Santo Aleixo de Alem T a m e g a .
l . a Repartição
Afonsim. Hei por bem designar, nos termos do artigo 38.°, § 1.°,
Gouvâes da Serra. do decreto de 8 de agosto de 1901, o dia 15 do co2-rente
S a n t a M a r t a da Montanha. mês p a r a o encerramento do recenseamento eleitoral do
Villa P o u c a de A g u i a r
Soutello de A g u i a r .
Tellões. concelho de Mertola.
Villa P o u c a de A g u i a r . O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Alfarella de J a l l e s . 5 de agosto de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo Joné Coelho.
V r ê a de Jalles Tresminas.
Vrêa de Jalles. 1). do G. n.° 177, de 0 de agosto de 1905.
C o m a r c a de Villa R e a l
tremo da villa de Matozinhos, na parte opposta á corrente O administrador do concelho informa, a fl. 22 o 23,
do vento dominante e j u n t o ao ribeiro do Prado, e foi es- que o local encolhido, ficando entre a estrada de Carca-
colhido, como o nriis adequado, por uma commissão com- vellos ao Carv.dhido e a cla circumvallação, nem está tão
posta de doia vereadores da sua antecessora, do mostre afastado que lhe nào clêem accesso commodo, nem affecta
de obras do municipio e do facultativo do partido munici- por modo algum qualquer d'essas vias dc communica-
pal, o sub-delegado de saude de então; ção ; que situado no extremo da povoação, não fica tão
— que embora o local escolhido esteja situado numa distante que se torne incommodo p a r a quem tiver do
pequeníssima parte do grande areal, que é de nível infe- f r e q u e n t a r o matadouro, nem póde este dar má vizi-
rior ao restante, é certo que ficará elevado, bem como o nhança aos moradores, e acrescenta que, circunvizinho
tem de ser a rua e os poucos terrenos circunvizinhos á de fabricas de varios generos e armazens cle vinhos,
altura cl'aquella planície do Prado, íicando o local bas- nào se salienta por qualquer inconveniente que faça
tante superior ao ribeiro, como é conveniente ás edificações, .damno a esses estabelecimentos, ou á população traba-
como ao publico, e indispensavel ao matadouro; lhadora, que será a unica a procurar um bairro j á ac-
— que as condições hygienicas da sua construcção, segundo centnadamente fabril e commercial, alem cle que, estando
a analyse da planta e do projecto, annullam a qualidade em posição opposta á corrente do vento dominante, re-
de insalubre e até de mal cheirosa, que podem ter esta- pelle toda a possibilidade de propagação infectante sobro
belecimentos d'esta ordem, mercê a farta ventilação, a a povoação.
completa impermeabilidade dos pavimentos, a lavagem a E por ultimo indica as cluas circunstancias, que reputa
jorros cle agua, acompanhada da desinfecção, os perfeitos muito attendiveis, de ficar tangente a um ribeiro, e em
e impermeáveis esgotos de lavagens para o ribeiro no iso- terreno cle municipio, evitando-se assim expropriações
lamento das immundicies em fossa especial, as quaes, de- com toclas as despesas, demoras e embaraços, que lhes
pois de desinfectadas, utilizarão á agricultura; são inherentes, sobretudo levantando-se descabida oppo-
— que não prejudicara o valor dos terrenos vizinhos mais sição, como a dos reclamantes.
do que o prejudicara o gazometro que lhe fica quasi con- O delegado de saude declara a fl. 25 v c 2G, que vis-
tíguo e as fabricas cle conserva de peixe, cla fundição de toriou j u n t a m e n t e com o engenheiro secretario da dele-
sebo, dispersas pelo areal, mas não se entendendo tal des- gação o local escolhido para o matadouro, e affirnia que
valorização senão para edificios de vivendas luxuosas, e não reúne em absoluto todas as ojnclições que seriam p a r a
tanto que, á medida que se multiplicam os armazens e fa- desejar, a fim cl'este estabelecimento ficar em condições
bricas, os terrenos vão subindo de p r e ç o ; irreprehensiveis, sendo preferível um terreno mais elevado
— que fica á margem cle uma via a rua como ó indispen- e distante cle edificios destinados a habitação ou depositos
savel, e em terreno da camara, o que se torna mais eco- commerciaes, parecendo-lhe todavia que não haverá in-
nomico ; mas como era mester attender ao grande incre- conveniente na approvação do terreno escolhido, havendo
mento da população e o terreno era demasiado num sen- agua em abundancia, sendo todos os líquidos da lavagem
tido e escasso noutro, a fim de se poder, de futuro, pro- conduzidos em canalização cle grés p a r a o mar, como a
ceder, como se acha descrito no projecto e declarado em camara resolveu j á em sessão de 10 de dezembro de 190o,
planta, á sua ampliação, combinou-se a troca de terreno cle que tem extracto na delegação.
com o proprietario vizinho, o Conselheiro João Eduardo Ouvida a commissão districtal, por força clo disposto no
cle Brito e Cunha, que, sendo um dos mais importantes artigo 13.° do citado decreto de 1863, e 40.°, n.° 9.°, do
proprietarios cle terrenos d a q u e l l e local, senão o maior, Codigo Administrativo, consultou favoravelmente, satisfa-
não receou a apregoada desvalorização cios mesmos; zendo-se ás condições indicadas pelo delegado cle saude,
E finalmente que é a sua opinião (d'ella camara) que ut fl. 26 v.
bem scientes toclos os habitantes da villa cle Matozinhos, E o engenheiro inspector da l . a circunscrição industrial
pela larga polemica travada pelos tres jornaes cla locali- deu idêntico parecer a fl. 27 ao da commissão districtal,
dade, da inanidade dos argumentos que os reclamantes acrescentando ainda que o matadouro não influirá na des-
antes d'ella apresentaram, as autoridades competentes, il- valorização dos edificios e terrenos vizinhos, em que abun-
luminadas pela sciencia, farol mais límpido clo que o que dam armazens de vinhos, fabricas de sebo, conservas e
os orientou a elles, apreciarão com toda a justiça a questão. outras, que não teem modificado as condições de salubri-
O sub-delegado de saude do concelho, na sua resposta dade nem depreciado o valor dos terrenos.
de fl. 20 v, 21 e 22, é, como o seu antecessor, de parecer E por fim o governador civil, conformanclo-se com o
favoravel á construcção do matadouro no local referido, parecer cla commissão districtal, concedeu pelo despacho
tendo-se na devida consideração a impermeabilidade do cle fl. 28 a requerida licença, com a condição de na cons-
solo e ventilação do edificio; a boa drenagem dos esgotos trucção clo edificio se observarem os preceitos indicados
e a ventilação da fossa, para que as fermentações se fa- p e h s sub delegado cle saude, delegado de saude e enge-
çam perfeitamente ao a r atmospherico. nheiro da circunscrição industrial.
E acrescenta que, cm seu conceito, a posição topogra- D'este despacho é que vem o presente recurso interposto
a
phica do terreno foi tão bem escolhida que obedece a pela firma Menéres & C. , dc; cuja interposição foi inti-
todos os preceitos aconselhados pela hygiene, pois que mada a recorrida Camara Municipal de Bouças, que se não
fica á m a r g e m de uma rua, na parte opposta ao vento fez representar, como os autos negativamente demonstram.
dominante e contíguo, pelo lado clo sul, a um ribeiro de Na minuta do recurso, fl. 39 a 42, conclue-se pedindo
nivel inferior, que assim facilita os esgotos, evitando a provimento no mesmo, porque as disposições do decreto
inquinação das aguas potáveis. citado de 1863 não permittiam ao governador civil conce-
Parecem-lhe injustificados os invocados receios pela der a impugnada licença para a construcção clo matadouro,
segurança publica com a conducção do gado para o ma- por causa do mau cheiro d'este, em sitio tão proximo de
tadouro, pela facilidade de evitá-los, attenta a situação casas de habitação, cle que distam apenas 40 metros.
do local; como injustificados reputa os allegados funda- O que tudo visto, devidamente ponderado, c ouvido que
mentos da desvalorização dos terrenos e edificações vi- foi o Ministerio Publico; o
z i n h a s — armazens de vinhos, fabricas cle gaz de illumi- Considerando que o recurso c legitimo, foi interposto
nação e outros j á atrás referidos. cm tempo util e legitimas são as partes, citado decreto,
E invoca ainda o que está acontecendo eom os cemi- artigos 14." e 15.", e outras disposições applicaveis;
terios, morgues e outros estabelecimentos insalubres, Considerando que o processo segue os seus tramites rc~
cujo numero se vae reduzindo em virtude clos preceitos ji guiares, devendo por isso conhecerão do merecimento do
hygienicos modernos. iI recurso;
Agosto 5 364 1906
C o n s i d e i anelo q u e o dito d e c r e t o divide e m tres c l a s s e s MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
os e s t a b e l e c i m e n t o s insalubres, i n c o m m o d o s ou p e r i g o s o s ,
c o n f o r m e o m a i o r o u m e n o r g r a u d e i n s a l u b r i d a d e , p e r i gao Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
ou i n c o m m o d o q u o p o s s a m causar, c o m p r e h e n d e n d o n a 2 . ,
( q u e t e m p o r e p i g r a p h e « e s t a b e l e c i m e n t o s , cujo afasta- Repartição de Obras Publicas
m e n t o d a s h a b i t a ç õ e s n ã o é r i g o r o s a m e n t e n e c e s s á r i o , fi-
c a n d o a s c o n d i ç õ e s d a licença d e p e n d e n t e s d o m o d o p o r Nos t e r m o s do artigo 3.° da lei de 2 3 de abril de 1 8 9 6
q u e s e e x e c u t a r a m a s o p e r a ç õ e s d a escala d a s u a labora- e dos n. o s 1.° e 2.° do decreto de 24 de s e t e m b r o de 1 8 9 8 :
ção e d a i m p o r t a n c i a d a s h a b i t a ç õ e s c i r c u n v i z i n h a s ) » , os hei por bem d e t e r m i n a r , tendo ouvido o Conselho S u p e -
m a t a d o u r o s , por c a u s a d o m a u cheiro e p e r i g o cle f u g i r e m rior de O b r a s P u b l i c a s e Minas, que o director das obras
os a n i m a e s ; publicas do districto de Viseu faça p r o c e d e r á construc-
Considerando que pelo artigo 2.°, § 2.°, é muito ex- ção do lanço d a e s t r a d a de serviço da e s t r a d a real n.° 4 3 ,
pressamente permittida p r o x i m o das habitações a funda- p o r Nesprido ás proximidades da E n c o b e r t a , n a e s t r a d a
ção dos estabelecimentos da mencionada classe, e conse- districtal n.° 88, comprehendido e n t r e a p o n t e de F a g i l d e
q u e n t e m e n t e matadouros com as condições que foram e Nesprido, c autorizar o referido funccionario a d e s p e n d e r
d e t e r m i n a d a s p a r a que da sua laboração não r e s u l t e pre- no actual anno economico a q u a n t i a cle 1 : 0 0 0 $ 0 0 0 réis.
juizo ou incommodo ás p r o p r i e d a d e s ou habitantes vizi- O Ministro e S e c r e t a r i o dc E s t a d o dos Negocios da F a -
nhos ; z e n d a e o Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios
Considerando que á concessão d a i m p u g n a d a licença das O b r a s P u b l i c a s , Commercio e I n d u s t r i a assim o te-
foram f a v o r a v e i s os p a r e c e r e s do administrador do con- n h a m entendido o façam e x e c u t a r . Paço, em 5 de agosto
celho, cle dois sub-delegados de s a u d e (o actual e o seu de 1905. = R E I . —Manoel Affonso de Espregueira —
antecessor), do delegado de saude e engenheiro secreta- D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
rio da delegação, do engenheiro inspector da circunscri- D . do G. n.° 17S, de 10 do agosto de 1306.
ção industrial, da commissão districtal que substituiu os
antigos tribunaes administrativos, isto c, cle todas as en-
tidades officiaes, technicas ou não, por lei c h a m a d a s a
emittir opinião sobre o assunto, citado decreto de 1863, A t t e n d e n d o ao que m e representou a C a m a r a Munici-
artigos 9.", 10.°, 12.°, 13.°, 76.°, § 10.°, e 89.° do re- pal do concelho de Castello B r a n c o , do districto clo m e s m o
gulamento de saude e beneficencia publica de 24 dc de- nome, e havendo-se aberto o inquerito e instaurado o pro-
zembro de 1901 e artigo 40.°, n.° 2.°, clo Codigo Admi- cesso indicados no decreto de 3 de n o v e m b r o dc 1 8 8 2 :
nistrativo, indicando os technicos (quo todos vistoria- hei por b e m d e t e r m i n a r , conformando-me com o p a r e c e r
ram o local), as condições a satisfazer para evitar pre- do Conselho Superior de O b r a s Publicas e Minas, que no
juízos e incommodos ás propriedades ou habitantes vizi- numero das e s t r a d a s municipaes cle 2. a classe do districto
nhos ; referido, s e j a m incluídas as e s t r a d a s s e g u i n t e s : e s t r a d a
real n.° 16 (kilometro 85), pelo caminho da Q u i n t a da
Considerando q u e do processo consta que as habitações G r a n j a á e s t r a d a real n.° 57 ; e s t r a d a real n.° 57 (junto á
mais p r o x i m a s (ilhas) distam do local escolhido pelo lado ponte de S. Tiago), pela estação do caminho de ferro, á
norte 4 0 metros, não havendo n e n h u m a habitação impor- estrada real n.° 52, no sitio da C a r a p a l h a .
t a n t e , pois que nas vizinhanças, alem das ilhas, existem
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
só a r m a z e n s o fabricas, como j á ficou relatado, sendo una-
Reino e o Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios
nimes ainda as informações em quo o m a t a d o u r o não in-
das O b r a s Publicas, Commercio e I n d u s t r i a assim o te-
fluirá n a desvalorização clos t e r r e n o s ou edificações proxi-
n h a m entendido e f a ç a m e x e c u t a r . Paço, em 5 de agosto
mas ;
de 1905. - - - R E I . = Eduardo José Coelho —D. João de
Considerando que é digno de ponderação o limitadís- Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
simo numero de reclamantes, 216, sendo a população de
D . do G. n.° 180, de 12 dc agosto do 1005.
Matozinhos, j á em 1890, dc cêrca de 5 : 0 0 0 habitan-
tes, devendo suppor-se que seria muito maior se real-
m e n t e receassem os perigos e incommodos p o r aquelles
allegados;
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
Considerando que o argumento deduzido da portaria de
19 de j u n h o de 1875, citado na minuta da r e c o r r e n t e , se Direcção Geral do Ultramar
não p r e j u d i c a , t a m b e m não favorece a sua p r e t e n s ã o ,
p o r q u e alludindo á classificação dos matadouros na tabella 2. a Repartição
j u n t a ao referido decreto de 1863, quis firmar o princi-
pio, aliás j u s t o c conveniente, cle se não a u t o r i z a r e m ex- 1." Secção
propriações p a r a taes estabelecimentos sem previa licença
p a r a a sua fundação, devendo notar-sc que. reconhece que, Nos termos do artigo 33.° da carta de lei de 27 de
embora só excepcionalmente, se podem os matadouros con- abril de 1901 e da clausula l . a clo contrato de 30 cle no-
sentir mesmo dentro das povoações, tendo-se em vista as v e m b r o do mesmo anno, conformando-me com o p a r e c e r
suas condições; da P r o c u r a d o r i a Geral da Coroa e F a z e n d a : hei por b e m
Considerando, finalmente, que de tudo quanto fica ex- d e c r e t a r o seguinte:
posto so deve concluir que o g o v e r n a d o r civil em logar Artigo 1 S ã o a p p r o v a d a s as alterações, feitas pela
ele violá-las fez exacta e j u s t a applicação das prescrições respectiva assembleia geral, ao § 1.° do artigo 4.°, ao
do falado decreto de 1 8 6 3 : artigo 70.° e ao § unico clo artigo 83.° cios estatutos clo
liei por bem, conto raiando me com a referida consulta, Banco Nacional U l t r a m a r i n o approvados por decreto de
denegar provimento ao recurso, a fim de que subsista a 27 de fevereiro de 1902, que baixam assinadas pelo Mi-
decisão recorrida. nistro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da M a r i n h a
e Ultramar.
O Ministro e Secretario de E s t a d o cios Negocios do
A r t . 2.° A approvação a que se r e f e r e o artigo ante-
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço,
cedente é concedida sem prejuizo do disposto no § unico
cm 5 dc agosto dc 1905.== H E I = Eduardo José Coelho.
do artigo 74.° da c a r t a cle lei de 27 de abril de 1901.
1). do Cl. u . " 17S, de 10 do a - u s t o da lUOõ. : A r t . 3.° F i c a revogada a legislação cm contrario.
1905 365 Agostoad
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da nham entendido e façam executar. Paço, em 5 de agosto
Marinha e Ultramar a&sim o tenha entendido e faça exe- í de 1905.== R E I . = Eduardo José Coelho —D. João de
catar. Paço, em 5 de agosto de 1905. — R E I . = M a n o ei Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Antonio Moreira Júnior. D . do G . n." 18S, d e 17 d e a g o t t o d e 1905.
guesia de Arada, concelho de Ovar, districto de Aveiro, vará competir que o cumpram e guardem e o façam cum-
pedindo licença para estabelecer no logar das Pedras dc prir e guardar tão inteiramente como nelle se contém.
Baixo, da freguesia de Arada, concelho de Ovar, districto Não pagou direitos cle mercê por os não dever.
de Aveiro, - uma officina exclusivamente destinada a pre- E , por firmeza clo que dito é, lhe mandei passar o pre-
parações pyrotechnicas, artifícios de fogo, foguetes ou sente alvará, o qual vae por mim assinado e sellado com
manipulações analogas de corpos explosivos e venda di- o sêllo das armas reaes e com o de verba.
rectamente para consumo dos productos da officina; Dado no Paço, em 5 cle agosto cle 1905. = E L - R E I . =
Vista a lei de 24 de maio de 1902 e o decreto regula- Eduardo José Coelho.
D . do G. E.° 201, de 7 de setembro de 1905.
mentar de 24 de dezembro dc 1902;
Visto o parecer da commissão dos explosivos;
Considerando estarem preenchidas todas as formalidades
que as leis exigem:
Direcção Geral da I n s t r u c ç ã o publica
Hei por bem conceder ao dito Manoel Correia Alves,
a licença para a installação de unia officina exclusiva- í . a Repartição
mente destinada a preparações pyrotechnicas, artifícios de
fogo, foguetes ou manipulações analogas cle corpos expio Tendo sido presente a Sua Majestade El-Rei o requeri-
sivos e para venda directamente para o consumo dos pro- mento em que varios alumnos das Escolas Medico Cirúr-
ductos cla officina, ficando o concessionario obrigado ao gicas de Lisboa e Porto pedem que lhes seja permittida
disposto nos citados diplomas e mais ás seguintes con- em outubro proximo a admissão aos exames em que não
dições geraes e especiaes: obtiveram approvação ou que deixaram de effectuar na
1.'1 E n t r a r na Caixa Geral de Depositos, no prazo de epoca ordinaria, tendo comtudo frequentado regularmente
trinta dias a contar da data d'este alvará, com a quantia de as respectivas cadeiras no anno lectivo findo ; o mesmo
50/5*000 róis, importancia da caução definitiva arbitrada. Augusto Senhor, tendo ouvido os conselhos das duas es-
2." Construirá a officina eom 4 metros por 5 metros colas ; e
deixando-a parcialmente enterrada, 2 metros em media; Conformando-sc eom a favoravel informação prestada
a) Empregará na obra materiaes ligeiros taes como pelo conselho cla Escola Medico-Cirurgica de Lisboa, na
madeiras, enxaimeis ou ripas cobertas com argamassa de qual se mostra com superior e justo critério que cla pre-
cal e areia ou de b a r r o ; tendida concessão, uma vez que ella se não torne exten-
IJ) A distancia ck- 6 metros da officina dos lados de siva ás cadeiras de clinica, só podem resultar vantagens
oeste e sul construirá os convenientes espaldÕes para pro- para os alumnos, sem inconveniente algum para a boa
tecção das casas; administração clo ensino :
r) Será absolutamente prohibido que se aeeenda lume l i a por bem determinar :
nas proximidades cla officina e pelo menos num raio de 1.° Que na Escola Medico-Cirurgica de Lisboa, bem
50 metros; como na do Porto, para a qual militam as mesmas razões,
d) Na cobertura da officina fará uso cle telha não ara- se abra em outubro proximo uma segunda epoca de exa-
mada assento sobre ripado sem forro algum, de modo a mes, aos quaes serão admittidos todos os alumnos que
ficar em telha vã. tendo frequentado regularmente as respectivas cadeiras
3.A SÓ poderá começar a laborar e funccionar depois cle no anno lectivo findo, assim o requererem dentro do prazo
ter permissão dada por escrito pelo administrador do con- que para tal fim lhes tiver sido marcado pelas mesmas es-
celho ou bairro, precedendo auto de vistoria feita pelo ins- colas, com excepção porem dos alumnos das cadeiras de
pector do serviço cle artilharia ou por delegado sou, a re- clinica, relativamente a exames nas mesmas cadeiras;
querimento do interessado. 2.° Quo os referidos exames sejam effectuados em pe-
4. :i Não offectuar a cessão ou transferencia sem previa riodo tão curto quanto possivel, e sem prejuizo clo regular
autorização do Governo. funccionamento das aulas, recebendo os lentes que accumu-
5." Acceitar a visita ordinaria ou extraordinaria do offi- larem o serviço de ensino com o de exames a gratificação
cial cle artilharia inspector ou do seu delegado, e bem as- legal devida pelo segundo ;
sim a do engenheiro chefe da circunscrição dos serviços 3.° Que na conformidade cla referida concessão se re-
technicos da industria, permittindo lhe que examine as gule e execute convenientemente nas ditas escolas o ser-
condições da installação, verifique a producção da fabrica viço de admissão ás matriculas para a frequencia no novo
e proceda ás pesquisas que lhe forem superiormente orde anno lectivo ;
nadas. 4.° Que estas disposições sejam consideradas em cada
ti." Não effectuar trabalho nocturno, sendo-Ihe expres- anno cle execução geral e permanente, emquanto supe-
samente prohibido o ingresso dc noite na officina. riormente não tiver sido tomada deliberação em contrario.
Pelo que mando ás autoridades, tribunaes, funcciona- Paco, em 7 de agosto cle 1 9 0 5 . = Eduardo José Coelho.
rios o mais pessoas a quem o conhecimento cPeste meu al- D . do G. n.° 200, do 6 do setembro do 1905.
l . a Repartição
Usando da autorização conferida ao meu Governo pela lei de 7 d e j u l h o de 1S98, artigo 1.°, § unico: hei por
bem ratificar o Acordo assinado cm Lisboa, em 28 de julho do corrente anno, entre Portugal e o Reino Unido da
Gran-Bretanha e Irlanda, para a permutação directa de encommendas postaes; Acordo que vae junto ao presente
decreto, e d'elle lica fazendo parte.
Os Ministros e Secretarios dc Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar, dos Negocios Estrangeiros e das
Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 10 de agosto de
1905.: ' K E l . -•-- Manoel Anti-ni- Mon ira Jituior — Amonio Eduardo Yillaça = 1). Joào de Alai cào Velasques Sar-
mento Osorio.
1905 367 A g o s t oad
Acordo entre Portugal e o Reino Unido Agreement between Portugai and the United Kingdom
relativo á permutação directa de encommendas postaes respeeting the direct excliange of parcels by parcel post
Os Governos de S u a Majestade o Rei cle Portugal e dos The Governments of IIis Majesty the K i n g of Portugal
Algarves. etc., e cle Sua Majestade o Rei clo Reino Unido and the Algarves, etc., and of His M a j e s t y the K i n g of t h e
da Gran-Bretanha e Irlanda e dos domínios britannieos United Kingclom of G r e a t Britain and Ireland and of the
de alem-mar, Imperador da índia, concordam em desenvol- British Dominions beyond the Seas, E m p e r o r of India,
ver a permutação directa e regular de encommendas pos- agree to facilitate the regular direct exchange of par-
taes entre o Reino Unido e Portugal, comprehendendo as cels between the United Kingdom and Portugal includ-
ilhas dos Açores e cla Madeira, por meio cle um novo ing the Azorcs and Madeira by a new Agreement on the
Acordo, baseado na Convenção cle Washington de 15 de j u - basis of the Parcel Post Convention of Washington of the
nho cle 1897, relativa á permutação cle encommendas pos- 15th of J u n e 1897 and in substitution for the Agreement
taes, Ac rdo que substitue o Acordo assinado em Lisboa which was signed at Lisbon the 2nd day of J u l y 1887
em 2 de julho de 1887, bem como o Acordo assinado em ancl the Agreement signed at Lisbon the 10th day of
Lisboa em 10 cle março cle 1894 e o Acordo assinado em March 1894 and the Agreement signed at Lisbon the
Lisboa em 24 cle marco de 1899 e em Londres em 14 de 24th day of March 1899 and at Lonclon the 14th day of
maio de 1899. March 1899.
Os abaixo assinados, devidamente autorizados para esse T h e undersigned, duly authorised for that purpose,
fim, convieram nas seguintes disposições, as quaes se- have agreed upon the following provisions which shall be
rão geralmente applicaveis não só ás encommendas postaes generally applicable not only to parcels exchanged direct
permutadas directamente entre o Reino Unido e Portu- between the United Kingdom and Portug-al but also to
gal, mas tambem ás encommendas postaes expedidas em parcels sent in transit to or from one of the two countries
transito para ou de um dos dois paises pelo territorio do through the o t h e r :
outro p a í s :
I I
1.° As encommendas postaes podem ser expedidas do I s t . The parcels may be forwarded b y Parcel Post
Reino Unido para Portugal até o peso de onze libras in- from the United Kingdom to Portugal up to the weight
glesas, e cle Portugal para o Reino Unido até o peso cle of eleven pounds English, and from Portugal to the
5 kilogrammas. United Kingdom up to the weight of 5 kilogrammes.
2.° As encommendas postaes assim permutadas podem 2nd. T h e parcels thus exchanged m a y be insured up to
ter declaração de valor até a quantia de 500 francos por the sum of 500 franes.
cacla volume.
3." Fica reservada ás administrações postaes dos dois 3rd. To the Postal Administrations of the two countries
paises a faculdade de fixarem subsequentemente e cle is reserved the power of fixing subsequently by common
commum acordo, se as suas respectivas leis e regula- consent, if their respective laws and regulations permit,
mentos assim o permittirem, as taxas e condições appli- the rates and conditions applicable to parcels insured for
caveis ás encommendas postaes com declaração cle va- suma exceeding 500 franes.
lor excedente á quantia de 500 francos.
II II
1." Cacia uma das duas administrações postaes garante, l s t . The two Post Offices guarantee the right of tran-,
através clo seu territorio, o transito das encommendas ori- sit for parcels over their territory to or from any country
ginarias de ou destinadas a qualquer país com o qual as with which they respectively have Parcel Post communi-
mesmas administrações tenham respectivamente estabele- cation, and they undertake responsibility for transit par-
cido o serviço de encommendas postaes, e assume a de- cels within the limits determined by article x i v below.
vida responsabilidade por esse transito dentro dos limites
marcados no artigo XIV.
2.° Não havendo acordo em contrario entre as admi- 2nd. I n the absence of any arrangement to the contrary
nistrações interessadas, o transporte clas sobreditas enr between the Administrations concerned the conveyance of
commendas eífectuar-se-ha a descoberto. parcels thus exchanged will be effected à découvert.
III III
A franquia das encommendas postaes é obrigatoria. E x - The prepayment of the postage on parcels shall be
ceptuam-se d e s t a disposição as encommendas postaes compulsory, except in the case of re-directed parcels.
reexpedidas.
IV IV
1.° A administração do país de procedencia é obrigada l s t . The Post Office of the country of origin shall pay
a pagar á administração do país de destino a taxa clo to the Post Office of the country of destination the ter-
transporte terrestre d'esta ultima, assim como a taxa do ritorial postage of the latter and also the sea'^postage if
transporte maritimo, se esta ultima tiver tambem a seu the latter office provides for the sea service, calculated in
cargo o transporte por mar. aocordance with the following table:
As referidas taxas são lixadas, conforme a seguinte ta-
bella:
Agosto 10 368 1906
T a x a territorial b r i t a n n i c a - 50 1 00 1 50 British t e r r i t o r i a l p o s t a g e - 50 1 00 1 50
T a x a territorial p o r t u g u e s a - 75 - 75 - 75 Portuguese territorial postage . . - 75 - 75 - 75
Taxa maritima - 50 - 50 - 50 - 50 - 50 - 50
1 75 2 25 2 75 1 75 2 25 2 75
2." A s importancias totaes acima indicadas servem de 2nd. T h e totais thus arrived at shall form the basis for
base p a r a determinar qual a importancia da franquia a determining the sums to be collected from the senders;
cobrar dos remettentes de encommendas postaes; ficando, but in fixing the rates of postage either Administration
todavia, reservada a cada administração a liberdade de shall be at liberty to adopt such approximate amounts as
empregar na fixação cVessa franquia a equivalência mais may be convenient in its own currency.
conveniente na sua moeda corrente.
V V
1.° O premio de seguro pelas encommendas postaes l s t . T h e accounting irr respect of the Insurance fee
com valor declarado é fixado em 25 cêntimos por cada shall be at the rate of 25 centimes for each 300 francs or
300 francos ou fracção de 300 francos, e deve ser divi- fraction thereof and shall be divided in the following
dido da seguinte maneira: manner:
2.° A administração do país de procedencia tem igual- 2nd. The Office of origin is also entitled to collect
mente direito a cobrar do remettente de cada encommenda from the sender of each insured parcel and to retain a
postal com valor declarado um premio dc registo que não registration fee not exceeding 25 centimes.
exceda a 25 cêntimos, o qual reverterá a seu favor.
VI VI
Pelas encommendas postaes procedentes de um dos In the case of parcels originating in or forwarded by
dois paises contratantes ou que por elle transitarem, e one of the two contracting countries and sent in transit
que tenham de ser expedidas em transito pelo outro through the other, the Post Office of the intermediate
país, serão abonadas á administração postal do país inter- country shall be credited by the other Post Office with
mediário, pela administração que lh'as entrega, as quan- the sums due to the former for the conveyance and insu-
tias inherentes ao transporte e premio de seguro de taes rance of such parcels, in accordance witli tables to be mu-
encommendas, cm conformidade com os mappas que mu- tually communicated.
tuamente devem ser transmittidos.
VII VII
A administração postal do país de destino póde cobrar T h e Post Office of the country of destination may levy
do destinatário de encommendas pela distribuição das mes- from the addressees, for the delivery of the parcels and
mas, e para o cumprimento das formalidades de alfan- for the fulfilment of Custom House formalities, a charge
dega, uma taxa, que não deve exceder 25 cêntimos por en- not exceeding 25 centimes for each parcel.
commenda.
VIII VIII
O remettente de uma encommenda postal com valor de- The sender of an insured parcel may obtain an aeknow-
clarado póde obter um aviso de recepção da mesma en- ledgment of delivery on prepayment of a fixed fee not
commenda, pagando previamente uma taxa fixa não ex- exceeding 25 centimes.
cedente a 25 cêntimos.
A mesma taxa é tambem applicavel aos pedidos de in- The same fee may be applied to requests for informa-
formações que, sobre o destino de uma encommenda eom tion about the disposal of an insured parcel made after it
valor declarado, se apresentem depois d e s s a encommen- has been posted, if the sender has not alrcady paid the
da ter sido entregue ao correio, quando o remettente não special fee to obtain an acknowlcdgment of delivery.
tenha pago a taxa especial do aviso dc recepção. As re- T h e whole of this fee is retained by the Administration of
feridas taxas pertencem por inteiro á administração do the country of origin.
pais de procedencia.
IX IX
1." As encommendas são, a pedido dos remettentes, en- l s t . The parcels shall, at the request of the senders, be
tregues por um proprio nos domicilios dos destinatários, dclivered by special messenger immediatelv after arrival
logo depois da sua chegada ao correio do destino. at the office of delivery.
1905 369 A g o s t o 10
E m acto continuo á chegada de uma mala á repartição Irnmediately on the arrival of a mail at the British or
de permutação britannica ou portuguesa deverão as en- Portnguese Office of E x c h a n g e the express parcels con-
commendas p a r a entregar por proprio que ella contiver tained therein shall undergo the necessary Customs exa-
ser submettidas á devida verificação da alfandega e respec- mination and assessment of d u t y in order that they may
tiva contagem de direitos, a fim de poderem ser remet- be forwarded to the place of destination with the least
tidas ao seu destino no mais curto prazo possivel. possible delay.
2.° Por estas encommendas, que devem designar-se com 2nd. On tliese parcels, which shall be síyled «Express
o nome de «Express Parcels» (Encommendas por proprio) Parcels» and shall be m a r k e d as such b y the senders, an
e ter essa designação feita pelos remettentes, deve co- express delivery fee of 5 0 centimes shall be payable by
brar-se dos mesmos remettentes u m a taxa especial de en- the senders, in addition to the postage. This fee shall be
trega por proprio, fixada em 50 cêntimos, alem da fran- credited in the parcell bill to the Post Office of the conn-
quia ordinaria. try of destination.
A referida t a x a especial será abonada á administração
do país de destino da encommenda na competente guia de
remessa.
3.° Se a residencia do destinatário de uma encommenda 3rd. W h e n the residence of the addressee o f a n express
postal p a r a entregar por proprio for distante cla repartição parcel is at a distance from the office of delivery, that
postal respectiva, poderá a mesma repartição cobrar cVesse office m a y collect for the delivery of the parcel a supple-
destinatario, pela entrega da referida encommenda, u m a m e n t a r y charge not exceeding the fee fixed for such cleli-
t a x a addicional não excedente ao preço estabelecido p a r a v e r y according to the inland tariff of the country of des-
a entrega por proprio no seu serviço interno, deduzindo-se tination, less the equivalent of the special fee paid by the
a equivalência da taxa especial paga pelo remettente. sender.
Quando uma encommenda postal para entregar por pro- W h e n an express parcel is addressed to a locality in
prio for destinada a uma localidade em Portugal em que Portugal where there is no Post Office, the addressee
não exista repartição postal, deverá a repartição mais pro- shall be informecl of its arrival at the nearest office b y
xima d'essa localidade enviar por um proprio ao destina- means of a notice cleliverecl by special messenger.
tario um aviso participando-lhe a chegada da mesma en-
commenda.
4.° As diligencias p a r a entregar por proprio u m a en- 4th. Only one attempt shall be made to deliver an ex-
commenda só se empregam uma vez. Sendo infrutiferas press parcel b y a special messenger. A f t e r a fruitless at-
essas diligencias, deixa a encommenda de considerar-se tempt, such a parcel shall cease to be considered as an
como encommenda para entregar por proprio, e a sua dis- express parcel, and its delivery shall take place in the
tribuição realiza-se nas condições das encommendas pos- conditions fixed for ordinary parcels.
taes ordinarias.
5." Se qualquer encommenda para entregar por proprio 5th. If an express parcel shall be redirected to another
tivei; de ser reexpedicla para outro país, antes de feita country before any attempt has been made to deliver it
qualquer diligencia para a entregar naquellas condições, by special messenger, the express delivery fee shall be
deverá abonar-se ao novo país de destino da encommenda credited to the Post Office of the new country of destina-
a t a x a especial da entrega por proprio, caso o mesmo tion provided that this office has consented to undertake
país se encarregue tambem da entrega de encommendas express delivery.
por proprio.
No caso contrario, fica a alludida taxa pertencendo ao Otherwise the fee shall be retained b y the office of the
país do primitivo destino, o que succederá igualmente com first destination; and this shall also be done in the case
respeito ás encommendas caidas em refugo. of undeliverccl parcels.
X X
A s encommendas a que se refere o presente Acordo T h e parcels to which the present A g r e e m e n t applies
não podem ser sujeitas a outra qualquer taxa postal, cannot be subjected to any postal charge other than
alem das indicadas nos differentes artigos do mesmo those contemplated by the different articles of this Agree-
Accordo. ment.
XI XI
E n t r e o director geral dos correios do Reino-Unido cla An agreement for the prepayment of ali charges on
Gran-Bretanha e Irlanda e o director geral dos correios e parcels by the sender m a y be entered into between the
telegraphos de Portugal poderá celebrar-se um Acordo Postmaster General of the Unitecl Kingdom of G r e a t Bri-
relativo ao prévio pagamento cle todas as despesas clas tain and Ireland and the Director General of Posts and
encommendas por parte dos seus remettentes nas seguin- Telegraphs of Portugal on the following b a s i s :
tes bases:
1.° O remettente de u m a encommenda postal póde to- l s t . T h e sender of a parcel m a y take upon himself the
m a r a seu cargo o ppgarnento de todas as despesas com payment of ali charges clue upon it in the country of des-
que a mesma encommenda for onerada no país cle desti- tination provided that he formally notifies his desire to
no, sempre que assim o declare formalmente á repartição the office of posting and u n d e r t a k e s to p a y the charges
de procedencia e se comprometia a pagar as referidas in question on demand.
despesas, quando esse pagamento lhe for reclamado.
2.° Pelas operações relativas a este serviço, póde a re- 2nd. F o r the work involved in this arrangement the
partição de procedencia cobrar em seu favor uma taxa office of posting m a y collect and retain a fee not exceed-
não excedente a 60 cêntimos por cada encommenda. De ing 60 centimes per parcel. I t m a y also collect in
igual forma poderá cobrar acleantadamentc a quantia que aclvance such sums as it considers sufficient to meet the
julgai" necessaria p a r a cobrir as despesas que tenham de charges whieh will become payable.
ser pagas.
24
Agosto -"J 370 1905
XIT XII
Pula reoxpedição das encommendas postaes de um pais F o r the re-direction of parcels from one country to the
para outro, ou pela devolução das encommendas caidas other, as well as for the return of undelivered parcels, a
7
em refugo, deverá cobrar-se dos destinatários ou, con- supplementar} charge on the basis of the rates fixed by
forme o caso, dos remettentes, uma taxa supplementar em a r t i c h s iv and v shall be eollected from the addressees
harmonia com as bases indicadas nos artigos iv e v. or the senders, as the case may be.
XIII XIII
XIV XIV
1.° Salvo o caso de forca maior, quando uma encom- l s t . I n ali cases of loss, abstraction, or damage, except
menda postal se perder, ou soffrer subtracção ou avaria e such as are beyond control, the sender, or, in default or
esta não tiver sido causada por falta ou negligencia do at the request of the sender, the addressee, shall be en-
remettente, ou não provier da própria natureza da encom- titled to an indemnity corresponding with the actual
menda, o remei tente, e na sua falta, ou a seu pedido, amonnt of the loss, abstraction, or damage, unless the
o destinatário tem direito a uma indemnização correspon- damage has arisen from the fault or negligence of the
dente á importancia real da perda ou da subtracção ou sender or from the nature of the article, and provided
avaria, sem que esta indemnização possa exceder, nas ahvays that the indemnity does not exceed, in the case
encommendas ordinarias, a 25 francos, e nas encommen- of an uninsured parcel, 25 francs, and, in the case of an
das com valor declarado, á importancia d'cssc valor. O insured parcel, the suin for which it has been insured.
remettente de uma eneonnnenda perdida ou cujo contendo The sender of a parcel which has been lost, or of whieli
sc destruísse completamente no correio tem igualmente the contents have been complctely destroyecl in the post,
direito á restituição da respectiva franquia. (.) premio de shall also be entitled to the return of the postage. In any
seguro íica, porem, pertencendo sempre ás administrações case the Insurance ice is retained by the Postal Admi-
postaes. nistrations.
2." A obrigação de pagar a indemnização compete á 2nd. The obligation of paying the indemnity shall rest
administração de que depende a repartição expedidora. with the Administration to which the despatching office is
Pica reservado a esta administração o recurso contra a subordinate. To that Administration is reservecl a r e m e d y
administração responsável, isto é, contra a administração against the Administration responsible, that is to say,
em cujo territorio ou serviço sc realizou a perda, subtrac- against the. Administration on the territory or in the service
ção ou avaria. of which the loss, abstraction, or damage took place.
•">." A responsabilidade pertence, emquanto não houver 3rd. Until the oontrary is shown, the responsibility
prova em contrario, á administração que, tendo recebido shall rest with the Administration which, liaving received
a cnconunenda sem contestação, não puder comprovar a the parcel wiíbont making any observation, cannot prove
entrega ao destinatário, nem, quando sc trate dc uma en- its delivery to the addressee, or, in the case of a transit
commenda em transito, a sua transmissão á administra- parcel, its regular transfer to the following Administra-
ção inunediata. tion.
4." () pagamento da indemnização ao remettente ou ao 4th. T h e payment of the indemnity to the sender or
destinatário deve ser feito no mais curto prazo possivel e, addressee ought to take place as soon as possible, and at
o mais tardar, no prazo de um anno, a contar clo dia da the latest within a ycar of the date of the applicatiou.
reclamação. A administração responsável é obrigada a The Administration responsible will be bound to m a k e
satisfazer sem demora á outra administração a importan- good, -without delay, the amonnt of the indemnity paid.
cia da indemnização paga por esta.
;•>." Fica entendido que a reclamação dc indemnização só 5th. It is uudcrstood that no application for an mdem-
póde ser aeceite durante o periodo do um anno, contado nity will be entertained unless made within a vear of the
1905 371 Agostoad
cla entrega cla encommenda no correio ; passado este prazo, posting of the p a r c e l ; a f t e r this term the applicant will
o reclamante não tem direito a indemnização alguma. have no right to any indemnity.
6.° Se a perda, subtracção ou avaria se tiver realizado 6th. If the loss, abstraction, or damage shall have oc-
durante o percurso entre as repartições de permutação curred in course of conveyance between the exehanging
dos dois paises, sem se poder averiguar em qual dos dois offices of the two countries, ancl it shall not be possible
territorios ou serviços se deu esse facto, cada u m a das to ascertain on the territory or in the service of which
duas administrações deve p a g a r metade da indemniza- the loss, abstraction, or damage took place, each Admi-
ção. nistration shall pay half of the indemnity.
7.° A s administrações deixam cle ser responsáveis pe- 7th. T h e Administrations will cease to be responsible
< las encommendas postaes, logo que os interessados as ti- for parcels of which the owners have aceepted delivery.
verem recebido.
XV XV
1.° Nenhuma encommenda poderá ter valor declarado l s t . No parcel m a y be insured for an amount above the
superior ao valor real clo seu conteúdo. real value of its contents.
2.° O remettente de uma encommenda de valor decla- 2nd. I n case the sender of an insured parcel, vvitli in-
rado que, no intuito de commetter fraude, attribuir ao tent to defraud, shall declare the contents to be above
conteúdo da mesma encommenda um valor superior ao seu their real value, he shall lose ali claim to compensation,
valor real, perderá todo o direito á indemnização, inde- ancl the enforcement of this rule shall not prejudice any
pendentemente de qualquer processo judicial a que possa legal proceedings admitted by the law of the country of
dar logar a lei clo país cle procedencia. origin.
XVI XVI
O custo dos receptáculos empregados na permutação de The cost of the receptacles in which parcel mails are
encommendas postaes entre os dois paises é pago pelas exchanged between the two countries shall be sliared
duas administrações em p a r t e s iguaes. equally between the two Administrations.
XVII XVII
1.° A legislação interna tanto clo Reino Unido como de l s t . The internai legislation of both the United Kingdom
Portugal continua a ser applicada em tudo o que não se ancl Portugal shall remain applicable as regareis everything
achar previsto nas estipulações contidas no presente not provided for by the stipulations contained in the pre-
Acordo. sent Agreement.
2.° As duas administrações devem communicar entre si 2nd. T h e Administrations shall communicate to each
opportunamente as disposições das suas leis ou regula- other from time to time the provisions of their laws or re-
mentos, applicaveis ao transporte de volumes como en- gulations applicable to the conveyance of parcels b y Parcel
commendas postaes. Post.
XVIII XVIII
As duas administrações indicam as repartições ou loca- The two Postal Administrations shall indicate the offi-
lidades autorizadas para a permutação internacional cle ces or localities which tliey admit to the international ex-
encommendas postaes; regulam o modo cle transmissão change of parcels, they shall regulate the mocle of trans-
d'essas encommendas e adoptam todas as medidas regu- mission of these parcels, and fix ali other measures of de-
lamentares necessarias para a devida execução do pi e- tail and order necessary for ensuring the performance of
sente Acordo. the present Agreement.
XIX XIX
A administração postal do Reino Unido e a adminis- T h e Postal Administration of the United Kingdom and
tração postal de Portugal poderão, cle futuro, se os seus the Postal Administration of Portugal m a y hereafter, if
respectivos regulamentos o permittirem, estabelecer, cle their respective regulations permit, arrange by common
commum acordo, um serviço relativo á entrega cle encom- consent for the introduction of a system of trade charges
mendas sujeitas a cobrança. on delivery.
XX XX
•
A administração postal cle cada um dos paises contra- T h e Postal Administration of each of the contracting
tantes póde, em circunstancias extraordinarias que justifi- countries has the power in extraordinary circumstances
quem a suspensão da permutação de encommendas, sus- of such a nature as to justify the suspension of the P a r -
pender temporariamente esse serviço no todo ou em parte cel Post Service, to suspend that service temporarily,
com a condição cle assim o participar immediatamente á wliolly or in part, on condition of giving immediate notice
outra administração e pelo telegrapho até, se for preciso. to the other Administration, by telegraph if necessary.
XXI XXI
A administração postal cla Gran-Bretanha e a adminis- T h e Postal Administration of G r e a t Britain and the
tração postal cle Portugal assim como a administração pos- Postal Administration of Portugal as well as the Postal
tal das colonias portuguesas poderão dc commum acordo, Administration of the Portuguese Colonies m a y hereafter,
e re os seus respectivos regulamentos o permittirem, es- if their respective regulations permit, arrange by common
tabelecer, nas bases do presente Acordo, acordos para a consent on the basis of the present A g r e e m e n t for a di-
permutação directa de encommendas postaes e n t r e : rect exehange of Parcel Mails between :
a) Gran-Bretanha e uma colonia p o r t u g u e s a : a) Great Britain and a Portuguese Colony;
A g o s t o -"J 372 1905
trictal diversa da do quadro a que pertence, não tem lo- 7:319:5480 réis, amortizavel em dez annuidades, a fim de
gar os abonos interinos pela correspondente verba da ta- ser applicada á construcção de um lanço de estrada para
bella da distribuição da despesa. ligar aquella villa com a estação do caminho de ferro no
Paço, 12 de agosto de 19QÒ.= Manoel Affonso de Es- ramal para Villa Viçosa.
pregueira. O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
D . do G . n.° 181, do 14 dc agosto dc 1905. Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
17 de agosto do 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
0
D . do G. u 180, do 21 de agosto de 1905.
tro = Eduardo José Coelho —Arthur Pinto de Miranda Mon- lamento cle 16 de julho de 1896, requer a annullação da
tenegro — Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião Cus- collecta que impugna;
todio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior — Mostra-se que o accordão recorrido funda a sua decisão
Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão Velasques no facto de ter sido collectado o recorrente em 1903 pela
Sarmento Osorio. mesma verba da tabella geral das industrias, sem que ti-
] ) . do G. 11." í s e , do 21 do agosto de 1905. vesse reclamado, e tendo até pago a respectiva collecta,
como se vê clo documento a 11. 19, e que assim não póde
ser admittido este recurso extraordinario, pois que o re-
corrente sabia que estava collectado por aquella industria,
Cora fundamento 110 artigo 2." da carta de lei de 1 dc como se prova com o pagamento da respectiva collecta
abril de 1880, e em harmonia com as disposições do ar- em 1903, motivo por que lhe nào aproveita o disposto no
tigo 32.° cla de 24 de novembro de 1904 (receita e des- citado artigo 219.°, n.° 2.°, que somente se refere áquel-
pesa) cm vigor no exercicio de 1905-1906, nos termos do les que são coUectados sem fundamento legal para o ser,
artigo 7.° da carta de lei cle 3 de abril de 1896 e porta- e no caso sujeito havia fundamento, e até tinha tido o as-
ria dc 27 de junho de 190õ : hei por bem, tendo ouvido sentimento clo actual recorrente :
o Conselho de Ministros, determinar que no Ministerio cios O que visto c a resposta do Ministerio Publico ;
Negocios cla Fazenda seja aberto um credito especial pela Considerando que são inteiramente procedentes os fun-
importancia de 22:905$Ô70 réis, devidamente registado na damentos clo accordão recorrido:
Direcção Geral cla Contabilidade Publica, para entrega á Hei por bem, conformando-me com a mesma consulta,
Caixa Geral de Depositos clo debito clo Thesouro para negar provimento no recurso.
com a extincta j u n t a clo deposito publico, da cidade de O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da.Fa-
Lisboa, correspondente aos pagamentos effectuados pela zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
referida Caixa nos annos economicos de 1896-1897 até 17 de agosto de 1905. = R E I . — Manoel Affonso de Es-
1904-1905, devendo a referida quantia ser inscrita em pregueira.
capitulo 4.°, na tabella da distribuição da despesa extraor- D . do G. n.° 18G, de 21 de agosto d e 1905.
dinaria do mesmo Ministerio, que provisoriamente vigora
no exercicio de 1905-1906 sob a r u b r i c a : «Debito do
Thesouro á extincta junta clo deposito publico».
"l. a Repartição
Depositos 14:8795700 Tendo sido prorogadas pela portaria de 27 de junho de
Juros 8:025$970 1905, nos termos do artigo 7.° da lei de 3 de abril de
Somma, réis. . . 22:905;K>70 1896, para o exercicio de 1905-1906, todas as disposições
da carta de lei de 24 de novembro de 1904, e lixando o
§ 2." do artigo 1.° da mencionada lei, nos termos do § 1.°
O Tribunal de Contas declarou aehar-se estre credito do artigo 7." da carta de lei de 17 de maio de 1880, o
nos termos cle ser decretado. contingente da contribuição predial para o referido anno
O Presidente do Conselho cle Ministros, c os Ministros de 1904, sendo portanto esse mesmo contingente o de
c Secretarios cle Estado das differentes Repartições assim 1905 e ordenando a citada lei que a sua repartição seja
o tenham entendido e façam executar. Paço, em 17 cle feita por decreto do Governo;
agosto dc 1905. = REI. = José Luciano d.e Castro —
Considerando que a circunscrição territorial dos distric-
Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda Monte-
tos administrativos não eoffreu modificação alguma poste-
negro = Manoel Affonso de Espregueira —Sebastião Cus-
riormente á repartição do contingente de 1904, por de-
todio de Sousa, Tdles = Manoel, Antonio Moreira Júnior =
creto de 9 cle setembro do mesmo anno:
Antonio Eduardo Villaça — D. João cle Alarcão Velasqiu.s
Hei por bem decretar o seguinte:
Sarmento Osorio.
1). do Ct. n.° IM, <lo. 21 (le agnsto do 1005.
Artigo 1.° O contingente da contribuição predial do
anno civil de 1905, na importancia de 3.107:000^000 róis,
moeda forte, fixado na lei cle 24 de novembro de 1904,
nos termos do artigo 7." e seus paragraphos da carta de
lei de 17 de maio de 1880, será repartido pelos diversos
Direcção Geral das Contribuições Directas
districtos administrativos do continente e ilhas adjacentes,
como indica a tabella annexa a este decreto.
2.:1 Repartição § unico. O rendimento collectavel dos predios urbanos
inscritos na matriz posteriormente ao encerramento das
Sondo-mc presente a consulta do Supremo Tribuna] matrizes prediaes de 1902, por effeito de novas construc-
Administrativo acêrca do recurso n.° 12:466, em que é ções ou acrescentamentos, fica sujeito ao imposto fixo de
recorrente Manoel Martins Gomes Júnior, recorrido o 10 por cento, cuja importancia não entrará no contingente
Conselho da Direcção Gorai das Contribuições Directas, cla contribuição predial, a que se referem os §§ 1." e 3.°
e de que foi relator o Conselheiro, vogal effec tivo, Eduardo clo artigo 7.° da dita lei cle 17 cle maio de 1880. E s t e im-
José Segurado : posto fixo de 10 por cento ficará apenas sujeito aos addi-
Mostra-se que o presente recurso vem do accordão da cionaes lançados pelas camaras municipaes nos termos das
Direcção Geral das Contribuições Directas, que desatten- autorizações legaes e aos addicionaes para instrucção pri-
deu o actual recorrente na reclamação contra a sua ins- maria e imposto do sêllo clo arrendamentos e de conheci-
crição na matriz da contribuição industrial, no anno pro- mentos.
ximo lindo, como negociante ou mercador por grosso de O Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios cla Fa-
carnes para abastecimento da cidade, e allega : que ne- zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
nhuma industria exerce em Lisboa, e que, como por tal 17 de agosto de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
motivo está ao abrigo do 11." 3." do artigo 219.° do regu- pregueira.
1905 375 -Agosto 17
Rendimento collectavel
das
matvi7.es p r e d i a e s Contingentes
segundo o ultimo encerramento da
para a contribuirão predial
Districtos administrativos r e p a r t i d o da contribuição predial
33 704:6895108 2.884:0005000
KUMSTERiO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Fazenda c das Obras Publicas, Commercio e. Industria
assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 17
Direcção Geral da A g r i c u l t o r a de agosto cle 1905. = REI. = Manoel Affonso de Espre-
gueira = D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Repartição dos Serviços Agronomicos D. do o . n.° 187, de 22 do agosto de 1005.
Modificações aos artigos 29,°, 34.°, 40.°, 42.°, 48.° e 50.° e seus para- § 6.° O governador da companhia em Africa tem as
graphos e alíneas dos estatutos da Companhia de Moçambique, appro- mesmas attribuições dos governadores do u l t r a m a r , nos
vados por decreto de 4 dè junho de 1902, votadas pela respectiva termos do § 6.° do artigo 11.° do decreto de 17 de maio
assembleia geral e sancclonadas per decreto d'esta dita: de 1897.
§ 7.° O conselho de administração deverá regular as
Artigo 29.° O conselho póde delegar os seus poderes, attribuições clo referido representante, ao qual, em todo o
no todo ou em parte, p a r a a expedição dos negocios cor- caso, pertencerão todas as funcções quo disserem respeito
rentes, em um administrador, que será o principal gerente ás relações politicas e administrativas com os funcciona-
da companhia, mas a delegação só póde recair em cida- narios superiores do Governo em Africa e o. exercicio das
dão português. Poderá tambem o conselho nomear um attribuições que representarem direitos exclusivos e pri-
administrador português p a r a servir como adjunto ao admi- vativos da soberania do Estado delegados á companhia
nistrador delegado e substituir este n a sua ausencia ou pelos decretos de 11 de fevereiro e 30 de julho de 1891,
impedimento. 22 de dezembro de 1893 e 17 de maio de 1897.
§ 1.° Ao administrador delegado pertencerá sempre, § 8.° Nunca poderão ser exclusivamente cedidas aos
alem das demais attribuições que lhe forem conferidas comités funcções que digam respeito á execução dos
pelo conselho de administração: direitos exclusivos, concessões e usos das attribuições
a) A representação p e r m a n e n t e official da companhia; do Estado, que os mesmos decretos conferem á compa-
b) A correspondencia com o Governo e com o gover- nhia.
nador; § 9.° Fica salva, em todos os casos, a faculdade de fis-
c) A preparação de todos os assuntos que digam res- calização por parte do Governo ou dos seus agentes em
peito a direitos exclusivos, a concessões e ao uso das todos os negocios da companhia.
attribuições soberanas concedidas á companhia, e a exe-
cução das deliberações clo conselho sobre os mesmos as- Artigo 40.° A assembleia geral compõe-se dos accionis-
suntos. tas que possuírem pelo menos duzentas e cincoenta acções.
§ 2.° P o d e r á ser dada ao administrador delegado uma Comtudo os accionistas que, não tendo direito de fazer
remuneração, c u j a importancia será fixada pelo conselho parte da assembleia, possuírem vinte e cinco acções pelo
de administração. menos, poderão fazer-se representar por mandato confe-
§ 3.° O conselho póde tambem delegar em quem qui- rido nos termos do artigo 50.° d'estes estatutos.
ser, administrador ou não, com remuneração ou sem ella, Todos os administradores podem assistir ás assembleias
todos ou parte dos seus poderes, mas unicamente por um geraes e discutir os assuntos que nellas se tratarem, mas
mandato especial e para um determinado assunto. só terão voto nos termos do § 1.° do artigo 50.°
O direito de fazer parte da assembleia geral, directa-
Artigo 34.° Na conformidade do artigo 21.° dos pre- mente ou por mandato, só é reconhecido aos accionistas
sentes estatutos, haverá em Londres e Paris comités com- cujas acções nominativas ou ao portador se acharem res-
postos cle administradores residentes no estrangeiro, que pectivamente registadas ou depositadas com antecedencia
funccionarão isolados ou reunidos, na conformidade das de vinte dias, pelo menos, antes da data fixada p a r a a reu-
regras approvadas pela regia portaria de 14 de março de nião.
1894, que ficam fazendo parte integrante d'estes estatutos O proprietario de acções nominativas receberá uma carta
e vão transcritas em seguida a elles. de convocação.
§ 1.° Cada comité reúne todas as vezes que o seu res- O deposito das acções ao portador será feito nas caixas
pectivo presidente entender necessário. H a v e r á tambem indicadas no artigo 22.° O portador receberá das mencio-
um presidente dos comités reunidos, que será eleito pelos nadas caixas um recibo nominativo, indicando o dia do
administradores residentes no estrangeiro. deposito e a numeração dos titulos, que lhe servirá de bi-
§ 2.° Os comités só poderão constituir-se validamente lhete de admissão.
quando isolados, com a presença de tres membros, pelo
menos, e como comités reunidos, com a presença de qua- Artigo 42.° A assembleia geral ordinaria dos accionis-
tro membros, pelo menos, devendo nestes entrar um ou tas reúne-se em cada anno antes de 1 de novembro n a
mais administradores cle cada um dos comités. sede da companhia. Reune-se alem d'isso extraordinaria-
§ 3.° Dc todos os seus actos darão os comités conheci- mente todas as vezes que o conselho de administração ou
mento ao conselho cle administração dentro do prazo de o conselho fiscal o julguem conveniente ou o requeiram
dez dias uteis, a contar da data das resoluções tomadas, vinte accionistas, cujas acções correspondam á q u a r t a
c no fim de cada mês enviarão ao dito conselho um re- parte do capital emittido, salvo o disposto no artigo 45.°
sumo cle todas as respectivas operações, acompanhado dos
documentos que possam servir para a escrituração e re Artigo 48.° Compete á sssembleia geral ordinaria:
gisto regular cle todas as contas c actos da companhia. 1.° Discutir e approvar ou modificar o balanço e as
§ 4.° A administração geral e completa dos negocios conclusões do relatorio e do parecer do conselho fiscal;
da companhia pertence ao conselho de administração e 2.° J u l g a r as contas da administração;
aos comités reunidos, na conformidade das regras acima 3.° Eleger e substituir livremente, no todo ou em p a r t e ,
mencionadas. a parte electiva do conselho de administração e o conselho
§ 5.° Ao conselho cle administração compete especial- fiscal;
mente a escolha clo governador representante da compa- 4.° Deliberar sobre qualquer outro assunto p a r a que
nhia em Africa, devendo a nomeação ser feita em sessão tenha sido convocada;
do conselho, para a qual tenham sido convidados, em es- 5.° E em geral exercer a soberania da sociedade, em
pecial, a emittir os seus votos, na conformidade do ar- conformidade com a lei e estes estatutos.
tigo 27.° o § õ.° do artigo 26.°, os administradores que § 1.° O relatorio annual do conselho de administração
compõem os comités reunidos. A nomeação do represen- com o balanço, o inventario e o parecer do conselho fis-
tante da companhia em Africa só póde recair em cidadão cal serão impressos e distribuidos com a antecedencia de
português, c só sc torna effectiva depois dc approvada pelo menos quinze dias aos accionistas com voto, cuja re-
pelo Governo. sidencia for conhecida na sede social, onde tambem se
Considera sc approvada a nomeação, se no prazo de entregarão aos accionistas que os pedirem.
trinta dias immediatos á communicação feita ao Governo § 2.° A escrituração e os documentos relativos ás ope-
este não oppuser a sua recusa. rações sociaes terminadas são facultados ao exame dos
1905 377 Agostoad
accionistas d u r a n t e o prazo de quinze dias immediata- O Tribunal de Contas julgou achar-se este credito nos
mente anteriores á data fixada no primeiro annuncio p a r a termos de ser decretado.
a reunião da assembleia geral ordinaria, exceptuando: O Conselheiro de Estado Presidente do Conselho dc Mi-
1.°, os documentos relativos a assuntos internacionaes 9 nistros e os Ministros e Secretarios de Estado dos Nego-
ao exercicio das funcções de soberania delegadas pelo Es- cios de todas as Repartições assim o tenham entendido e
tado á companhia, emquanto o Governo não autorizar o façam executar. Paço, cm 17 de agosto de 1 9 0 5 . = R E I . =
seu e x a m e ; 2.°, os documentos relativos a questões pen- José Luciano de Castro = Eduardo José Coelho — Arthur
dentes nos tribunaes. Pinto de Miranda Montenegro = Manoel Affonso de Espre-
§ 3.° As actas das sessões da assembleia geral serão gueira = Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel
assinadas pela mesa c declararão o numero dos accionistas Antonio Moreira Júnior = Antonio Eduardo Villaça =
presentes e representados e o numero total de votos que D. João cle Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
tiverem, devendo os nomes dos accionistss presentes e re- D. do G. 11.° 201, de 7 de setembro do 1005.
presentados constar da folha de presença por meio das
rubricas respectivas.
Artigo 50. 0 Aos accionistas com direito a entrar na com- Nos termos ds alinea a) do § 4.° clo artigo 1 ° da carta
posição da assembleia geral e aos que possuírem vinte e de lei de 12 de junho de 1901 e do artigo 8.° da carta de
cinco acções pelo menos, na conformidade do artigo 40.°, lei de 2 4 de novembro de 1904, usando da faculdade con-
é permittida a representação por mandato, comtanto que cedida ao Governo no § 1.° do artigo 32.° da referida
o mandatario entre na constituição da assembleia geral carta de lei de 24 de novembro de 1904, g u a r d a d a s as
por direito proprio. A representação do Estado poderá ser prescrições do § 2.° d'este ultimo artigo, do § 9.° do ar-
conferida livremente á pessoa, accionista ou não, que o tigo 1.° da carta de lei de 30 de j u n h o de 1891 e as do
Governo designar. artigo 1.° do decreto n.° 2 de 15 dc dezembro de 1 8 9 4 :
hei por bem, tendo ouvido o Conselho de Ministros, de-
O conselho de administração determinará a forma da
terminar que no Ministerio dos Negocios da F a z e n d a seja
delegação de poderes.
aberto a favor do Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e
§ 1.° Todo o accionista, incluindo o Estado, terá um
cle Justiça um credito especial da quantia de 25:789(5655
voto por cada vinte e cinco acções que possuir, sem que o
réis, devidamente registado na Direcção Geral da Conta-
numero total dos votos de cada um possa exceder o corres-
bilidade Publica, p a r a pagamento do aumento cla terça
pondente á decima parte do capital emittido ou a quinta
parte do ordenado a magistrados judiciaes e clo Ministerio
parte do capital representado n a assembleia, em harmonia
Publico, devendo a quantia mencionada ser addicionada ás
com o preceituado no artigo 183.°, § 3.°, do Codigo Com-
verbas inscritas na tabella da distribuição cla despesa do
mercial.
Ministerio dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça p a r a
§ 2.° As delegações de poderes dos accionistas ausentes o exercicio de 1 9 0 4 - 1 9 0 5 , conforme o mappa junto, que
darão entrada na sede da companhia, em Lisboa, pelo me- faz p a r t e clo presente decreto e baixa assinado pelo Mi-
nos dois dias antes da data fixada para a reunião da as- nistro e Secretario de Estado dos Negocios Ecclesiasticos
sembleia, não sendo contados os votos respectivos áquelles e de Justiça.
que não tenham entrado neste prazo.
§ 3.° E illimitado o numero de mandantes que cada O Tribunal de Contas julgou achar-se este credito nos
mandatario póde representar. termos de ser decretado.
4.° A nenhum accionista póde porem, pela somma to- O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho cle
tal das suas acções e pelas dos mandantes que represente, Ministros, e os Ministros e Secretarios de Estado dos Ne-
contar-se um numero de votos superior á quinta parte dos gocios de todas as Repartições, assim o tenham entendido
que se apurarem na assembleia geral. e façam executar. Paço, em 17 cle agosto de 1 9 0 5 . =
§ 5." Os incapazes, as pessoas moraes e as mulheres R E I . = José Luciano de Castro = Eduardo José Coelho =
casadas serão representadas pelas pessoas a quem essa Arthur Pinto de Miranda Montenegro = Manoel Affonso
• representação incumbe. de Espregueira — Sebastião Custodio de Sousa Telles —Ma-
Paço, em 17 de agosto de 1905. = Manoel Antonio Mo- noel Antonio Moreira Júnior=Antonio Eduardo Villaça —
reira Júnior. D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
D. do G. n.° 105, do 31 de agosto do 1005.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Direcção Geral de S a u d e e Beneficencia P u b l i c a D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a
da freguesia de Varziella, do concelho de Felgueiras, dis- MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
tricto do P o r t o ;
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo Direcção Geral dos Correios e T e l e g r a p h o s
258.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo :
Ha por bem autorizá-la a adquirir por compra, e pelo Subsistindo as mesmas razões que determinaram o de-
preço de 501$500 réis, a propriedade denominada o Campo creto elo 9 de setembro de 1904;
do Passal, a fim de nella ser construido um asylo de ve- E attendendo ao que me representou o Ministro e Se-
lhos e velhas, de conformidade com uma das disposições cretario de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Com-
testamentarias do fallecido João Josó Rodrigues Seara, mercio e Industria:
devendo esta despesa ser paga pela verba cle 300j)000 Hei por bem decretar que para o concurso aos logares
róis que para este fim legou o sobredito Rodrigues Serra cle aspirantes auxiliares do quadro telegrapho postal seja
e pela de 201 $500 réis que generosamente offereceu o fixado como limite minimo cle idade dezaseis annos, e
genro d'aquelle bemfeitor, Fortunato Cardoso da Costa como limite máximo vinte e seis annos incompletos, de-
Guimarães, para auxiliar a dita compra. vendo, para os devidos effeitos, ser prorogado o prazo do
Paço, em 23 de agosto de 1905. = Eduardo José concurso aberto por annuncio publicado 110 Diario do Go-
Coelho. verno n.° 159, cie 19 de julho ultimo.
D . do Cl. n.° 190, do 25 do agosto de 1005. Outrosim ordeno que o disposto no artigo 2.° do citado
decreto de 9 de setembro do anno findo seja applicado
aos alumnos de que trata o artigo 53.° cla organização de
30 dezembro de 1901, que se achem nesta data servindo
Direcção Geral de A d m i n i s t r a ç ã o Politica e Civil como praticantes.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das
2.a Repartição Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha
entendido e faça executar. Paço, em 24 de agosto cle
Hei por bem approvar, nos termos dos artigos 55.°, 1905. = R E I . — D. João de Alarcão Velasques Sarmento
n.° 3.°, 57.° e 68.°, n.° 1.°, do Codigo Administrativo, as Osorio.
percentagens de 60 por cento votadas pela Camara Muni- D . do G. n.° 192, do 2S do agosto de 1905.
autorização concedida ao Governo pela carta de lei de 12 hydraulicos e em harmonia com os §§ 1.° e 2.° do ar-
de junho de 1901, e de conformidade com o disposto nos tigo 32.° do mesmo diploma, em vigor provisoriamente no
§§ 1.° e 2.° do artigo 32.° da carta de lei de 24 de no- exercicio do corrente anno economico de 1905-1906, nos
vembro de 1904: hei por bem, tendo ouvido o Conselho termos do artigo 7.° da carta de lei de 3 de abril de 1896
de Ministros, determinar que no Ministerio da Fazenda e portaria de 27 de junho ultimo: hei por bem, guarda-
seja aberto um credito especial, devidamente registado na das as prescrições do § 9.° do artigo 1.° da carta de lei
Direcção Geral da Contabilidade Publica, a favor do mesmo de 30 de junho de 1891 e as do artigo 1.° do decreto
Ministerio, para despesas do serviço proprio que consti- n.° 2 de 15 de dezembro de 1894, tendo ouvido o Conse-
tuem a terceira parte da respectiva tabella do exercicio ho de Ministros, determinar que seja aberto no Ministe-
de 1904-1905, pela quantia de 8:00Õ$000 réis, que deverá rio da Fazenda e devidamente registado na Direcção Ge-
ser addicionada ao capitulo 12.°, artigo 69.°, da mencio- ral cla Contabilidade Publica, um credito especial da quan-
nada tabella «pessoal das repartições de fazenda dos dis- tia cle 20:000;5>000 réis a favor clo Ministerio das Obras
trictos e concelhos o. Publicas, Commercio e Industria, a fim de occorrer no re-
O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito nos ferido exercicio de 1905-1906 ao pagamento de despesas
termos de ser decretado. com a construcção de novas levadas na ilha da Macieira;
O Presidente clo Conselho de Ministros, e os Ministros devendo essa quantia ser addicionada á verba do artigo 14.°
e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar- do capitulo li da tabella da distribuição da despesa ordina-
tições, assim o tenham entendido e façam executar. Paço, ria do segundo dos mencionados Ministerios e descrita sob
24 cle agosto de 1905. = R E I . == José Luciano de Cas- a epigraphe «Secção i n — N o v a s levadas na Ilha da Ma-
tro = Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda deira».
Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião O Tribunal de Contas julgou este credito nos termos de
Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú- ser decretado.
nior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão Ve- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros e
lasques Sarmento Osorio. Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Reparti-
D . (lo G . n.° 193, d e 29 do agosto d e 1905.
ções assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
em 24 de agosto de 1 9 0 5 . = R E l . = José Luciano de Cas-
tro — Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda
Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú-
nior — Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão
D i r e c ç ã o G e r a l d e S a u d e e B e n e f i c e n c i a P u b l i c a Velasques Sarmento Osorio.
D . do G. n.° 194, de 30 do agosto de 1905.
2.a Repartição
as seguintes transferencias, devidamente registadas na Di- de lei de 26 de fevereiro de 1892, § unico do artigo 7.°
recção Gerai da Contabilidade Publica : e §§ 1." e 2.° cio artigo 32.° da lei de receita e despesa
de 24 de novembro de 1904, em vigor no exercicio de
Capitulo 3 . ° — D o artigo 5.° para o artigo 6.° — réis 1905-1906 nos termos do artigo 7." da carta de lei de 3
1:2000000. de abril de 1896 e portaria de 27 de junho de 1905: hei
Capitulo 8.° — Do artigo 19.° para o artigo 20.° — por bem, guardadas as prescrições do § 9.° do artigo 1.°
5000000 réis. da carta de lei de 30 de junho de 1891 e as do artigo 1.°
Capitulo 10.° — Do artigo 25.° para o artigo 26.° — do decreto n.° 2 de 15 de dezembro de 1894, tendo ou-
600^000 réis. vido o Conselho de Ministros, determinar que no Ministe-
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros e rio dos Negocios da Fazenda seja aberto um credito es-
Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repartições pecial, devidamente registado na Direcção Geral da Con-
assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 24 tabilidade Publica, a favor do mesmo Ministerio para
de agosto de 1905. = R E I . — José Luciano de Castro — «Encargos geraes», primeira parte da vigente tabella da
Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda Monte- distribuição da despesa, pela quantia de 19:7760000 réis,
negro = Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião Cus- somma de diversas importancias que, para indemnizações
todio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú- por compensação de imposto de rendimento, foram liqui-
nior—Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão dadas em exercicios findos pelas competentes verbas e
Velasques Sarmento Osorio. forças dos respectivos artigos e não pagas, pelo que das
correspondentes dotações é transferida concorrente quan-
D . do G. n.° 291, do 7 de setembro dc 1905. tia que reforça a verba do capitulo 4.°, artigo 23.° da ta-
bella que provisoriamente vigora no exercicio de 1 9 0 5 -
1906, conforme o mappa junto que faz parte do presente
decreto, a fim de que o pagamento das referidas quantias
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA possa realizar-se nos termos regulamentados.
Direcção Geral de Obras P u b l i c a s e Minas O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito
nos termos legaes de ser decretado.
Repartição de Obras Publicas O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
e Secretarios de Estado dos Negocios das differentes re-
Attendendo ao que me representou a Camara Munici- partições assim o tenham entendido e façam executar.
pal do concelho de Estremoz, districto de Evora, e ha- Paço, em 26 de agosto de 1905 = R E I . = José Luciano
vendo-se aberto o inquerito e instaurado o processo, indi- de Castro — Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Mi-
cados no decreto de 3 de novembro de 1882: hei por bem randa Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira —
determinar, conformando-me com o parecer do Conselho Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Mo-
Superior cle Obras Publicas e Minas, que no numero das reira Júnior — Antonio Eduardo Villaça = D. João de
estradas municipaes do districto referido seja incluida a Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
estrada seguinte: Villa de Estremoz á estação do caminho
de ferro.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Kappa das importancias dos creditos autorizados para encargos geraes
Reino e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios nos exercicios abaixo mencionados, que, por existirem em sobras, são
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- por decreto d'esta data transferidas para o exercicio de 1 9 0 5 - 1 9 0 6
nham entendido e façam executar. Paço, em 24 de agosto
de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho —D. João de
íiXercicio
Alarcão Velasques Sarmento Osorio. do
Exercicios O 1905-1900
D . do G. n.° 203, do 9 de setembro do 1905. O
a que fcD Importan-
Designação da despesa respeitam cias
a.
os encargos cã <
O
:
pedagógicas e hygienicas, julgamos inadiavel a sua dota- reconhecemos, assinando-llie maior numero de horas de
ção, para que possam melhorar e conservar o seu mobi- lição e equiparando os respectivos professores aos seus
liario e material didáctico. Os ga-tos coin a instrucção collegas. E que o desenho, com a feição que moderna-
nacional nunca são exagerados: o problema consiste tão j mente se lhe dá, longe de contribuir para a g g r a v a r a fa-
somente em obter rendimentos para as despesas com o diga intellectual, deve considerar-se entre os seus mais
ensino e saber administrá-los com critério e largueza de importantes correctivos.
vistas. Não é esta disciplina a unica que ganha com o nosso
Escolher bons professores e retribui-los condignamente, plano cle ensino. As linguas vivas — francesa, inglesa e al-
permittindo-lhes concentrar no exercicio do magisterio to- l e n i ã — s ã o largamente contempladas: as necessidades da
das as suas energias e-actividade — é outra providencia vida moderna, especialmente num país como o nosso, em
c u j a necessidade é geralmente reconhecida e de que, por que os habitantes só podem entender-se com estrangeiros
isso, não nos demoramos em demonstrar a utilidade. E falando linguas estrangeiras, justificam de sobra que lhes
indispensavel mostrar ao professorado que a nação põe hajamos sacrificado o latim, tão largamente contemplado
nelle as suas melhores esperanças de engrandecimento, no regime vigente, em que a nossa especial situação de
que o Estado comprehende os serviços que elle presta país colonial não nos parece haver sido sufficientemente
educando esmeradamente as novas gerações, que são a ponderada. E tempo cle nos corrigirmos. Precisamos de
esperança da Patria. conhecer bem a lingua f r a n c e s a ; os nossos alumnos pas-
11
Com bons professores c bons meios de ensino estão re- sarão a estudá-la durante cinco annos, a partir cla l. classe.
solvidos os mais graves problemas da instrucção secunda- Precisamos cle conhecer a lingua inglesa; os nossos alum-
ria. Tudo é realizavel com estes elementos; se os conse- nos a
passarão a estudá-la durante seis annos, a partir da
guirmos reunir, não ficará apenas na lei qualquer plano 2. classe. De modo algum continuaremos a sacrificar o
de educação, a sua execução será facilitada c tudo poderá inglês ao allemào ; daremos, antes, ao alumno a faculdade
então exigir-se dos institutos do instrucção secundaria. de opção, e para que uma diminuição no trabalho não ve-
Mas, na hora adeantada da civilização, que percorre- nha substituir os verdadeiros motivos de preferencia a
mos, um plano de educação não póde reduzir-se apenas a que elle deve attender, assinamos a qualquer das duas lin-
um plano de ensino. Não basta que o lyceu ensine, é pre- guas o mesmo numero clc horas de aula, na eertesa cle
ciso que e d u q u e ; e, em questões de educação, não é li- que á desigual difficuldade corresponderão clesiguaes exi-
cito conferir preferencias: sacrificar a educação physica gencias nos programmas.
ao desenvolvimento intellectual, menosprezar, por este, a Não se queixem, porem, os defensores cla formosa lin-
educação moral, _ seriam erros assaz graves para a vida da gua latina. Se lhe consagramos quatro annos apenas, re-
nacionalidade. È por isso que entendemos dever inter- servaino-lhe as classes em que os alumnos se encontram
romper o longo silencio dos regulamentos dos lyceus em mais desenvolvidos e por isso mais aptos para a aprende-
materia de educação physica. A fadiga cerebral, qne es- rem e lhe aproveitarem a influencia educativa. Bem sa-
tudos aturados e a longa permanencia nas aulas acarre- bemos que os partidarios do ensino moderno teem no
tam inevitavelmente, tem a sua correcção na gymnastica, nosso plano mais larga satisfação: alem clas linguas vivas,
nos jogos, nos trabalhos manuaes, em que os alumnos tiveram notável desenvolvimento as sciencias physíco-natu-
oceuparão os intervallos das aulas, que era indispensavel raes. E com r a z ã o : o utilitarismo que domina o espirito
tornar mais longos. Depois, o desenvolvimento do orga- moderno, o larguíssimo desenvolvimento que estas scien-
nismo, que estes exercicios provocam, vae exercer bene- cias teem ale/meado dão-lhes direito a um estudo mais
fico influxo na formação moral dos estudantes; e alguns aiurado do cpie o plano actual permittia. Mas, no que
d'elles, como os jogos, teem uma funcção moral educativa estas sciencias teem mais a aproveitar, é na dotação dos
que era forçoso aproveitar. lyceus com verbas para a conservação e desenvolvimento
E m verdade, sc a educação physica deve merecer cons- dos seus gabinetes de estudo experimental.
tantes cuidados, a formação do caracter tem do consti- Resta-nos falar numa alteração importante que propo-
tuir a maxima preoccupação do educador. Neste intuito, mos no plano de. estudos. A. bifurcação dos cursos, a partir
parece-nos conveniente introduzir no nosso regime lyceal cla G.a classe, tem sido tão geralmente e tão insistente-
algumas modificações, cuja pratica nos lyceus estrangei- mente reclamada qne bem podemos affirmar que, cstabe-
ros e nos nossos collegios particulares tem dado exceden- lecendo-a, vamos com a nossa tradição escolar e com a
tes resultados. Referimo-nos particularmente aos estimules opinião mais geral, se não quasi unanime, no nosso país,
ao trabalho dos alumnos e ás relações do lyceu com a fa- neste ponto conforme com a orientação seguida cm paises
milia para lhes conjugar os esforços. Alguma cousa se adeantados, que fazem da multiplicidade dos seus cursos
havia j á feito entre nós neste sentido; parece-nos que o secundários um óptimo processo de aproveitamento de to-
caderno escolar, que propomos, trará, entre outras, esta das as aptidões.
enorme vantagem para a educação moral da mocidade. Taes são os intuitos a que obedeço o nosso plano de es-
Quanto ao piano cle ensino, afigura-se-nos grave im- tudos. Não esqueceremos o pensamento, que nos clomiíiou,
prudência alterar fundamentalmente o da reforma cle de marcar estádios no curso secundário, estabelecendo de-
1895. Não modificamos, por isso, o regime de classe, rivantes para os alumnos que nelle procurem uma instruc-
conservamos as sete classes com as suas tres divisões, ção mais modesta. Aproveitando o ensejo para estabelecer
não pomos de 'lado nenhuma das disciplinas do plano de relações entre o lyceu e a escola de ensino normal prima-
estudos. Alguns pontos, porem, urge modificar. rio, julgamos prestar um enorme serviço ao ensino prima-
Oceupa o primeiro logar a reducção clo trabalho dos rio e, consequentemente, a toda a instrucção nacional. Os
alumnos, quer pela diminuição de materias que sobrecar- tres exames linaes, que propomos, conferem outros tantos
regavam os programmas, quer pela reducção das horas diplomas, dc quo o alumno póde tirar v a n t a g e m : fôra in-
de aula a que os alumnos eram obrigados. A. necessidade justo deixar de mãos vazias, sem uma carreira, sem ele-
do repouso, a introducção da educação physica, a maior j mentos de vida, o alumno que não quisesse ou não pu-
a
importancia que ligamos á educação moral e ainda á edu- ! desse chegar até a 5. classe.
1
cação esthetica, especialmente polo desenho e excursões Para que assim não succedesse, organizámos as secções
escolares, foram outras tantas razões que nos determina- com a possivel homogeneidade, constituindo cada uma um
ram a desembaraçar cle aulas as quintas feiras e limitar a todo orgânico, e denios-lhe a sancção do exame final. Para
quatro as dos outros clias uteis. Não incluimos neste numero as restantes classes estabelecemos a passagem por me-
as aulas de desenho. E nào vae nisto menos consideração dias. E , para de algum modo facilitar os cursos e dar
por esta disciplina, cujas altas funcções educativas aliás . margem ú iniciativa dos alumnos, conferimos o direito dc
Agosto -"J 384 1905
4.° Geographia, historia e philosophia; Igual communicação será feita ao reitor pelo professor de
5.° Mathematica, physica e chimica; gymnastica, se o alumno não frequentar assiduamente os
6.° Sciencias naturaes, physica e chimica; exercicios de educação physica ou nelles se mostrar me-
7.° Desenho e geometria. nos attencioso p a r a com o respectivo professor.
A r t . S.° O lyceu nacional tem 9 professores: 2 do 1.° A r t . 13.° Na sessão ordinaria do conselho de classe que
grupo, 1 do 2.", 1 do 3.°, 1 do 4.°, 2 do 5.°, 1 do 6.° e se realizar em março tira-se para cada disciplina a media
1 do 7." O lyceu central tem 14 professores : 3 do 1.° dos valores nella obtidos ..por cada alumno, n a primeira
grupo, .1 do 2.°, 2 do 3.°, 2 do 4.°, 3 do 5.°, 2 do G.° e epoca sommando os valores em cada disciplina e divi-
1 do 7.° dindo a somma por clois.
§ 1.° O cargo cle reitor de qualquer lyceu, nacional ou § unico. O alumno que em duas disciplinas da classe
central, só póde ser exercido, de futuro, por professores regidas por mais de um professor obtiver media inferior
effectivos dos lyceus ou por professores clo ensino supe- a quatro valores, não póde continuar a frequencia, no ly-
rior. ceu, no resto do anno.
§ 2.° Os professores dos lyceus teem um aumento A r t . l ^ . 0 Num dos primeiros dias uteis posteriores ao
de 50)?000 róis annuaes no seu vencimento de categoria, encerramento das aulas, o conselho de classe procede ao
por cada cinco annos cle bom e effectivo serviço. Os pro- apuramento da frequencia dos alumnos, sommando todos
fessores de desenho são, p a r a todos os effeitos, equipara- os valores em cada disciplina e dividindo a somma por
dos aos restantes professores dos lyceus. A disposição (Teste quatro, para obter a media de disciplina em relação a todo
paragrapho íica dependente de sancção legislativa. o anno lectivo.
A r t . 9.° O numero de alumnos de urna classe não § 1.° Os alumnos de qualquer classe que em duas ou
deve exceder 40 nas tres primeiras classes, 30 nas duas mais disciplinas da classe obtiverem media inferior dez
seguintes e 25 nos cursos complementares. Um excesso valores consideram-se como tendo perdido o anno para
de mais de 10 alumnos em qualquer classe determina o todos os effeitos; os que não estiverem nestas condições
seu desdobramento em turmas ou cursos parallelos. transitam p a r a a classe immediata, se frequentarem qual-
A r t . 10.° O anno escolar conserva a sua actual exten- quer das classes l . a , 2. a , 4. a 011 6. a , e são admittidos a
são, bem como o anno lectivo. exame, se f r e q u e n t a r e m as classes 3. a , 5 . ' ou 7. a
§ unico. São feriados nos lyceus: os domingos e dias § 2." Os alumnos que f r e q u e n t a r e m apenas alguma ou
santificados de guarda, o dia da cominemoração dos fieis algumas disciplinas e obtiverem media annual de dez va-
defuntos, desde o dia 23 de dezembro inclusive até o lores pelo menos, teem direito a exame, se f r e q u e n t a r e m
dia 6 cle janeiro, a segunda e terça feira da quinquagesi- a 5. a ou 7. a classe, e transitam cle classe, se f r e q u e n t a r e m
ma, a quarta feira cle cinza, os clez dias que decorrem as outras.
depois do domingo de Ramos, os dias cle grande gala e A r t . 15.° Todas as medias são calculadas com aproxi-
cle luto nacional. mação até decimas ; nos resultados conta-se por uma uni-
CAPITULO II dade toda a fracção superior a 0,5.
A r t . 16.° Os alumnos que concluírem o curso geral,
Da classificação dos alumnos l . a ou 2. a secção, ou algum dos cursos complementares,
A r t . 11.° P a r a o effeito cla classificação dos alumnos, o com a classificação final de 15 valores pelo menos, rece-
anno lectivo ó dividido cm quatro períodos, durante os berão diploma de distincção na sessão solemne da a b e r t u r a
quaes os professores terão as seguintes reuniões ordina- das aulas.
rias em conselho cle classe: num dos primeiros dias do § unico. A classificação final obtem-se tirando a media
anno lectivo a fim dc os professores se entenderem acêrca dos valores obtidos em cada disciplina.
cios methodos e processos de ensino, escolherem os dias A r t . n . ° As penas disciplinares dos alumnos s ã o :
da semana destinados a lições sobre materia nova, revi- 1. a A reprehensão dada particularmente pelo profes-
sões, trabalhos escritos e práticos, etc., e determinarem sor ;
o tempo cle estudo semanal dc que cada alumno póde dis- 2. a A reprehensão dada pelo professor perante todos os
por em cada disciplina; num dos ultimos clias lectivos de alumnos ;
dezembro, num cios primeiros dias cle março, num dos 3. a A separação de entre os demais alumnos p a r a um
primeiros dias lectivos de maio c num clos primeiros dias logar especial da aula ;
posteriores ao encerramento das aulas, a fim cle tomarem 4. a A ordem cle saida da aula imposta pelo p r o f e s s o r ;
conhecimento cla frequencia dos alumnos e do estado do 5. a A reprehensão dada pelo director na presença de
ensino. todos os alumnos cla classe ;
§ unico. As notas são da exclusiva responsabilidade de 6. a A reprehensão dada pelo reitor e mandada ler cm
cada professor. Cumpre, porem, que todos procurem colher, todas as aulas clo l y c e u ;
nas sessões do conselho cle classe, as informações que os 7. a A reducção do numero cle faltas com que o alumno
possam orientar acêrca da situação escolar de cada alumno. perde o a n n o ;
Esta ó uma das principaes funcções do conselho de classe. 8. a A exclusão da frequencia cle todos os lyceus por
Os professores são obrigados a fornecer, em cada uma tempo determinado, sem perda clo direito de admissão a
das sessões do conselho dc classe, nota da frequencia cle exame como estranho;
cada um dos seus alumnos. 9. a A exclusão cla frequencia de todos os lyceus por
Art. 12." O valor de cada exercicio escolar (habilitação tempo determinado, com perda do direito cle admissão a
literária) será designado numericamente pelos professo- exame, ainda como estranho, em qualquer lyceu, durante
res, de conformidade com a seguinte escala: 0 - 4 , m a u ; o periodo que ella abrange.
5 - 9 , medíocre; 10-14, sufficiente; 1 5 - 1 7 , bom; 18-20, § 1.° A applicação cla pena n.° 4 importa sempre falta
muito bom. O valor do procedimento moral será expresso dc presença.
nos seguintes termos: mau, regular, bom. § 2.° As penas 7, a , 8.° e 9. a só podem ser applicadas
§ unico. Cada nota representa, em cada aula, a opinião pelo conselho escolar mediante votação que conte, pelo
do professor acêrca do aproveitamento literário do alumno menos, clois terços dos votos dos presentes.
durante o periodo a que ella se refere, ou a opinião do A r t . 18.° Todo o alumno é obrigado a ter um caderno
conselho de classe acêrca do seu procedimento na classe. escolar rubricado pelo reitor, em que irão sendo referidos
Logo que o alumno haja tido duas notas suceessivas cle os incidentes cla sua vida academica. No caderno escolar,
mau em procedimento, será este facto communicado ao alem do pae, do tutor e clo medico clo alumno, só podem
reitor, que tomará as providencias que o caso requerer. lançar notas as autoridades académicas c os medicos csco-
190Ú 387 Agosto 29
dos exames singulares o disposto no artigo 24.°; o alumno distincção entre internos e estranhos, que todos serão dis-
que na prova oral obtém dez valores, pelo menos, é appro- tribuidos por ordem alfabética.
vado. § 2.° Nos lyceus onde funccionarem j u r y s parallelos, os
A r t . 29.° Os alumnos estranhos aos lyceus são admit- alumnos estranhos serão primeiro relacionados por ordem
tidos a todos os exames a que se refere o artigo 19.° alfabética, em seguida divididos em igual numero e se-
§ 1.° P a r a sor admittido a exame do cur.-o geral, l . a sec- gundo aquella ordem pelos diversos j u r y s e de novo rela-
ção, o requerimento conterá a designação da naturalidade cionados por ordem alfabética j u n t a m e n t e com os internos.
e filiação do requerente, o bem assim a indicação da loca- § 3.° As pautas indicarão sempre, ao lado de cada
lidade do domicilio. Será acompanhado dos seguintes do- alumno estranho ao lyceu, o instituto de ensino particu-
cumentos : lar, o professor de ensino livre, ou, se o alumno recebeu
1.° Certidão de idade por onde o r e q u e r e n t e prove que o ensino domestico, a pessoa que o declarou habilitado
terá treze iainos completos no dia 31 do d e z e m b r o ; para o exame.
2.° Certidão de approvação no exame de instrucção A r t . 33.° São applicaveis aos exames dos alumnos es-
primaria, do 2.° grau, ou em qualquer dos exames a que tranhos todas as disposições relativas a exames, salvo o
allude o artigo 26.° do decreto de 14 de agosto de 1 8 9 5 ; que só possa entender se com alumnos clo lyceu.
3." Declaração legalmente reconhecida do pae do A r t . 34. Q Os individuos habilitados com um curso se-
alumno, ou de quem legalmente o represente, de que elle cundário feito no estrangeiro, equivalente aos dos ly-
não está matriculado nem perdeu o anno, por qualquer ceus portugueses, e bem assim os individuos habilitados
motivo, em nenhum lyceu, desde 31 de maio; com qualquer curso especial, podem, mediante concessão
4." Attestado j u r a d o e legalmente reconhecido que do Governo, fazer no mesmo anno, em qualquer dos ly-
prove haver o requerente frequentado todas as disciplinas ceus cle Lisboa, Porto ou Coimbra, os t r e s exames do
do curso e achar-se habilitado para o exame. curso lyceal, uma vez que sigam a ordem estabelecida
§ 2.° P a r a ser admittido a exame do curso geral, 2. a sec- para os mesmos exames. São dispensados da apresentação
ção, o requerimento deverá ser instruído com: clo attestado de frequencia e apresentarão o diploma do
1." Certidão de idade por onde o requerente prove que exame anterior, logo que o h a j a m feito.
terá quinze annos completos no dia 31 cle d e z e m b r o ;
2.° Certidão clo approvação no exame da 1." secção; CAPITULO IV
3.° Os documentos a que se referem os n. o s 3.° e 4.°
Dos concursos
do paragrapho antecedente.
§ 3." P a r a ser admittido a exame de qualquer dos cursos A r t . 35.° Nos concursos ao magisterio secundário for-
complomentaros, o requerimento deve ser instruiclo com : mar-se-hão os grupos enumerados no § 2 0 do artigo 7.°
1." Certidão por onde o requerente prove que terá de- § 1.° O programma p a r a as provas cle philosophia nó
zasote annos completos no clia 31 cle dezembro; 4.° grupo é o s e g u i n t e : Conhecimento geral das materias
2.° Certidão dc approvação no exame clo curso geral, do p r o g r a m m a dos lyceus. Conhecimento dos principaes
2. a secção; periodos da historia da philosophia e dos mais importan-
3." Os documentos a que se referem os n.°' 3.° e 4.° tes systemas da philosophia moderna.
do § 1." d'este artigo. § 2.° O p r o g r a m m a p a r a o 7.° grupo é o seguinte:
§ 4." A admissão a exame singular deve ser requerida Desenho.—Perspectiva e sua applicação á representa-
juntando o requerente: ção dos objectos. Execução das diversas especies de de-
1.° Certidão do doze annos completos; senho á vista e geometrico.
2.° Certidão clo approvação em qualquer dos exames Geometria. — Conhecimento da geometria geral e des-
mencionados no n.° 2." clo § 1." cPcste artigo; critiva.
3.° Os documentos a que se referem os n. o s 3.° e 4.° A r t . 36.° Cada concurso abrange tres especies de pro-
do § 1.° d'este artigo. v a s : escritas, oraes e praticas. As provas escritas prece-
§ [)." A falsidade cla declaração a que se refere o n.° 3.° dem as oraes e estas as praticas.
do § 1.° d'este artigo, e bem assim o requerimento p a r a § unico. As provas escritas para o 7.° grupo são:
exame em mais cle um lyceu na mesma epoca, importam 1) Resolução de um problema de geometria. (Sessão de
a nullidade do respectivo exame. duas horas).
A r t . 30." O attestado de frequencia e habilitação a que 2) Execução de uma construcção de geometria descri-
se referem os paragraphos do artigo antecedente, é pas- tiva (perspectiva e determinação de sombras) e applica-
sado pelo director clo instituto que o alumno frequentou, ções de aguarcllas. (Quatro sessões de duas horas cada
se o ensino foi feito cm instituto particular; pelo professor uma).
cle ensino livre, inscrito no lyceu, que o leccionou ; ou 3) Copia de um modelo em relevo clo ornato ou de uma
ainda pelo pae do alumno, ou quem legalmente o repre- figura. Copia de uma paisagem. (Quatro sessões de duas
sente, se o alumno recebeu o ensino domestico. horas cada uma).
A r t . 31.° Os alumnos estranhos aos lyceus pagam as A r t . 37.° As provas oraes em cada grupo constam de
seguintes propinas: tantos interrogatorios quantas as disciplinas do grupo, fei-
1 P a r a qualquer exame do curso geral ou comple- tos na mesma sessão, sobre pontos tirados á sorte com qua-
mentar duas propinas de 4&500 róis e uma do 2^660 réis; renta e oito horas de antecedencia.
2." Por cada exame singular uma propina de 2^660 § 1.° O interrogatorio cle cada disciplina é de t r e s
réis. quartos de hora. No 4.° grupo, o interrogatorio sobre phi-
§ 1 O s addicionaes da legislação cm vigor vão j á com- losophia dura meia hora.
prehendidos nas propinas acima fixadas. § 2.° No interrogatorio sobre cada disciplina, os vogaes
§ 2.° Esta reducção nas propinas fica dependente de clo j u r y , sem perderem de vista a materia do ponto, tra-
sancção legislativa. tarão incidentemente das materias contidas nos program-
A r t . 32.° Os exames dos alumnos estranhos serão fei- mas das disciplinas do grupo, e ainda das disciplinas cla
tos juntamente com os dos internos, perante os mesmos secção. Quanto a estas, terão em vista que os candida-
j u r y s , e em igualdade de condições quanto ao funcciona- tos do 1.°, 2.°, 3.°, o 4.° grupo devem conhecer com se-
mento dos j u r y s , ás provas c ao seu j u l g a m e n t o ; mas o gurança os pontos dos programmas de português, fran-
exame de cada alumno estranho póde durar mais vinte cês, geographia e historia para as tres primeiras c l a - s e s ;
minut"S. e os clo 5.°, 6.° e 7." devem igualmente ter conheci-
§ 1." Na organização das respectivas pautas não haverá mento dos programmas de geographia, sciencias physieas
1905 389 A g o s t oad
e naturaes, mathematica e desenho p a r a as mesmas clas- § 2.° A escolha faz-se por meio de votação nominal
ses. que reúna a maioria de votos dos presentes, repetindo-se
§ 3.° Nos interrogatorios de francês, inglês e allemão as votações ató obter-se esta maioria, e considerando-se
fica expressamente preceituado o uso exclusivo da respec- excluida em cada votação a obra menos votada. O presi-
tiva lingua. dente vota na ultima votação, em caso de empate.
A r t . 38.° Apurados os candidatos admittidos á prova § 3.° O Governo decreta a adopção dos livros escolhi-
pratica, o j u r y reúne novamente para proceder á escolha dos pelos professores dos lyceus, e póde adquirir, por
da disciplina do grupo sobre que ella deve versar e para compra ou por meio de qualquer outro contrato, as obras
a organização dos pontos. adoptadas, mandá-las imprimir, e fornecê-las directamente
A r t . 39.° A prova pratica consta de duas lições de uma pelo custo e por conta do Estado. No proximo anno lec-
hora cada uma, dadas a u m a classe do lyceu, ambas so- tivo consideram-se approvados todos os livros que o hajam
bre o mesmo ponto tirado com vinte e quatro horas de sido em merito absoluto pelas commissões nomeadas p a r a
antecedencia, e da respectiva discussão pedagógica sus- o exame de livros de ensino secundário ou pelo Conselho
tentada com um vogal do j u r y durante tres quartos de Superior da Instrucção Publica, depois da publicação da
hora, fóra da presença dos alumnos. E s t a discussão será lei de 28 de maio d c ' l 8 9 6 .
dirigida de modo a habilitar o j u r y a apreciar os conhe- A r t . 46.° Os professores, depois de escolhidos os livros
cimentos do candidato sobre a pedagogia do ensino secun- pelo processo indicado, não podem admittir quaesquer
dário. outros livros para textos das lições.
§ 1.° A primeira lição é destinada á preparação dos § unico. Ficam salvas as disposições especiaes indicadas
alumnos, a segunda tem por fim principal inquirir do nos p r o g r a m m a s e ainda os casos de edição esgotada ou
aproveitamento d'eiles. outros 'de força maior que o Governo resolverá, sobre
§ 2.° O j u r y determinará e indicará ao candidato a voto affirmativo do conselho escolar.
classe que ha dc assistir á lição, a qual convém que per-
tença ao professor que houver de dirigir a discussão pe- CAPITULO V
dagógica.
Do ensino particulav
§ 3.° No primeiro dia da prova, o vogal do j u r y a
que se refere este artigo preparará os seus alumnos A r t . 47.° Os individuos, corporações ou associações,
com os elementos indispensaveis para elles poderem acom- que pretendam estabelecer ou h a j a m estabelecido cursos,
panhar o candidato na sua exposição, interrogatorio, ex- collegios ou escolas de ensino particular de instrucção se-
periências, etc. cundaria, são dispensados da apresentação do documento
§ 4.° P a r a os candidatos ao 5.° ou 6.° grupo a a que se refere o n.° 3.° do artigo 140.° do decreto de 14
prova pratica consta, alem de duas lições, de exercicios de agosto de 1905, da participação a que se refere o §
práticos no museu, gabinete de physica ou laboratorio unico do artigo 145.°, da remessa das relações a que se
chimico d u r a n t e cêrca de duas horas. referem os n.° 5 3.° e 4." do artigo 155.° Os individuos
Art. 40.° Concluídas as provas praticas de todos os can- que recebem o ensino domestico são dispensados do cum-
didatos a um grupo, o j u r y procede á votação de cada primento das obrigações impostas pelo artigo 165.°
uma pela fórma designada para as provas oraes. O can- § unico. Os directores de estudos dos collegios e os pro-
didato que nesta prova não obtiver a classificação de 10 fessores de ensino livre enviarão aos secretarios dos ly-
valores, pelo menos, será excluído do concurso. ceus, dentro do prazo fixado no artigo 174.° do decreto
A r t . 41.° Concluídas todas as provas, o j u r y procede de 14 de agosto de 1895, nota dos alumnos que propõem
á graduação dos candidatos approvados. O julgamento de para e x a m e ; e ao presidente dos j u r y s , logo que elles
graduação dos candidatos faz-se sommando os valores mé- se constituam, a sua informação acêrca do valor intellec-
dios obtidos nas provas escritas com os obtidos nas pro tual e da habilitação dos seus alumnos. P a r a os effeitos da
vas oraes e os obtidos nas provas praticas e dividindo a fiscalização do ensino e da estatistica, enviarão ao secre-
somma por tres. tario do lyceu, no principio de cada anno, nota dos seus
Art. 42.° Escolhidos os professores dos lyceus, o Go- professores e alumnos, communicando sempre qualquer
verno promoverá o seu aperfeiçoamento, por meio de mis- mudança no pessoal docente.
sões de estudo aos países estrangeiros, conferencias e con-
gressos pedagogicos e por todos os outros meios de cul- C A P I T U L O VI
t u r a de vantagens reconhecidas.
Art. 43." Logo que seja publicado este decreto, serão Periodo transitorio
abertos concursos para as vagas existentes nos lyceus, nos A r t . 48.° Aos alumnos do lyceu que no anno lectivo
termos da legislação vigente. findo houverem perdido o anno por falta de media apenas
Art. 44.° Cessa o regime do livro unico. em uma disciplina, é conferido o direito de transito á
§ unico. Para a approvação de livros de ensino secun- classe immediata, se houverem frequentado qualquer das
dário o Governo ouvirá a commissão a que. se refere o ar- classe3 l . a , 2. a , 4. a e 6." A falta de media em latim não
tigo 28." d a lei de 28 de maio do 189(>, sobre o valor das ó considerada para este effeito nas tres primeiras classes;
obras, e o Conselho Superior da Instrucção Publica, nos os alumnos d'estas classes teem a seu favor mais uma dis-
termos do n 0 9." do artigo 6.° do decreto n.° 3 de 24 ciplina. Aos alumnos da 5." c 7. a classe que estiverem
de dezembro de 1901. nas condições da l . a alinea d'este artigo, é conferido o
A r t . 45.° Depois de organizada e publicada no Diario direito de admissão a exame dc saida no proximo mês dc
do Governo a lista definitiva dos livros approvados, serão outubro.
adquiridos para a biblioteca de cada lyceu dois exempla- A r t . 49." Aos alumnos do lyceu, que houverem sido
res de cada obra approvada, a fim de poderem ser exa- excluídos em qualquer exame dc passagem, no anno esco-
minados pelos respectivos professores; e, decorridos quinze lar findo, apenas em uma disciplina, c conferido o direito
dias depois d'esta acquisição, os professores do quadro de de transito á classe immediata. E applicavel aos alumnos
cada lyceu, reunidos sob a presidencia do reitor, escolhem das tres primeiras classes a segunda alirica do artigo an-
de entre os livros approvados os que julgarem mais pro- tecedente. A doutrina d'este artigo é applicavel aos alum-
prios para o ensino. nos que houverem feito exame de admissão a ciasse, no
§ 1.° A esta sessão assistirá o secretario do lyceu, que anno escolar findo.
lavra acta no livro das actns das sessões do conselho es- A r t . 50.° Aos alumnos do lyceu ou estranho.1; qne, no
colar. anno escolar lindo, houverem tido excluído.; em exame da
Ago»to 31 390 1Ô05
chefe da fiscalização, corno presidente, e de dois inspec- tigo 32.° da mesma lei: hei por bem determinar, tendo
tores da fiscalização, como vogaes, e classificados por or- ouvido o Conselho de Ministros, que no Ministerio da F a -
dem de merito em vista clas provas prestadas e dos seus zenda, devidamente registado na Direcção Geral cla Conta-
antecedentes. bilidade Publica, seja aberto a favor do Ministerio da
A r t . 9.° Os candidatos approvados e classificados se- G u e r r a um credito especial pela quantia de 2:0000000
rão considerados revisores auxiliares e voltarão, emquanto réis, a addicionar á importancia de 8:0000000 róis au-
esperam vaga, ã sua situação anterior, sendo chamados torizada por decreto de 17 de outubro clo dito anno, com
ao serviço e nomeados revisoi-es effectivos pela ordem das applicação ao pagamento cla despesa liquidada a maior
classificações. com os subsidios de marcha e transportes de officiaes e
A r t . 10.° Será organizado sem demora o p r o g r a m m a praças de pret do exercito, empregadas em serviços não
de instrucção, em que detalhadamente serão designados determinados pela exclusiva conveniencia do serviço mi-
os conhecimentos theoricos e práticos que hão de ser dados litar,- devendo os respectivos documentos de despesa ser
aos praticantes de revisores. classificados no capitulo 7.° n a conta da despesa extraor-
Art. 11.° Os sargentos que forem nomeados revisores, dinaria do Ministerio da G u e r r a referida ao sobredito exer-
nos termos clo artigo 112.° do regulamento de 16 de no- cicio cle 1 9 0 4 - 1 9 0 5 .
vembro de 1899, serão obrigados á pratica e á frequen- O Tribunal de Contas declarou achar este credito nos
cia da escola, nos termos do artigo 5.°, dependendo a sua termos de ser decretado.
nomeação definitiva das provas de aptidão que nellas O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
derem. e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repartições
Lisboa, 31 de agosto de 1 9 0 5 . = O Presidente do Con- assim o tenham entendido e façam executar. Paço, em 3 1
selho de Administração,, Antonio Augusto Pereira de Mi- de agosto de 1905. = R E I . = José Luciano de Castro =
randa. Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda Monte-
D . do G. n.° 197, de 2 de setembro de 1905. negro = Manoel Affonso de Espregueira — Sebastião Cus-
todio cle Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior =
Antonio Eduardo Villaça — D. João de Alarcão Velasques
Sarmento Osorio.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO D . do G. n.° 201, do 7 de setembro clo 1905.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS COMMERCIO, E INDUSTRIA Hei por bem acrescentar, nos termos do artigo v 127.°,
§ 1.°, do Codigo Administrativo, o quadro da policia mu-
D i r e c ç ã o G e r a l do C o m m e r c i o e I n d u s t r i a nicipal do concelho de Villa do Conde com dois zelado-
res, cujo oi'denado não excederá a 72$000 réis annuaes.
Repartição de Minas O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
3.» Secçíío 2 de setembro de 1 9 0 5 . = R E I . = ^diía? , rfo José Coelho
D . do G . n . ° 200, de G de s e t e m b r o de 1905.
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o requeri-
mento em que a firma social Menezes, Lopes & C. a , nos
termos do § 2.° do artigo 57.° do regulamento para o
aproveitamento das aguas minero-medicinaes, approvado Hei por bem approvar, nos termos de artigo 55.°,
por decreto de 5 de julho de 1894, pede autorização para n.° 4.°. do Codigo Administrativo, a deliberação da Ca-
transmittir a licença que lho f d concedida por alvará demara Municipal clo concelho de Reguengos de Monsarás,
28 cle agosto de 1897, para explorar a nascente de agua de 22 de maio ultimo, acêrca do contrato com Antonio
Rosado Caeiro para illuminação publica e particular da
minero-medicinal clo Olival dos Curraes do Leitão, situada
no Valle dc Espinho, freguesia e concelho de Villa Flor, mesma villa por meio de electricidade.
districto de Bragança, para a Companhia das Aguas de O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Bem S a u d e : Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
Ha por bem, conformando-se com os pareceres do Cnn- 2 de setembro de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
solho Superior de Obras Publicas e Minas e do Conselho
Superior dc Hygiene Publica, autorizar a transmissão re-
querida. Traslado da escritura do contrato, a que se refere o decreto de l de se-
Paço, em 1 cle setembro dc 1905. = D. João de Alarcão tembro de 1905, para a illuminação a luz c ectrica da villa de Re-
Velasques Sarmento Osorio. guengos (districto de Evora), celebrado entre a Camara Municipal
D . do ei. n." 10», dc 5 dc soleinbro do 1905.
d'este concelho e o Ex.'"° Sr. Antonio Rosado Caeiro, pharmaceutico,
residente nesta villa.
Saibam os que esta escritura virem que no anno do
nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1905, aos
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO 30 dias do mês cle maio, nesta villa de Reguengos, Paços
do Concelho e secretaria da Camara Municipal, onde se
Direcção Geral de Administração Politica e Civil achavam: de uma parte, como primeiro outorgante o Ex. r o 0
Sr. Joaquim Antonio Tapum, actual pre.-idente da dita
2.a Repartição camara, e pela mesma autorizado em sessão de 22 do
corrente para representá-la neste contrato, e de outra
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.°, parte o segundo outorgante, o Sr. Antonio Rosado Caeiro,
n.° 2.", 57.° e 118.° do Codigo Administrativo, a Camara casado, pharmaceutico, maior, morador nesta villa de Re-
Municipal do concelho dos Arcos de Valle de Vez a criar guengos, na Rua de Evora, ambos os outorgantes reco-
um partido medico, dotado com 350$000 réis annuaes, nhecidos, pelos proprios, por mim c pelas testemunhas
para o serviço clinico das freguesias dc Aboim das Clio abaixo nomeadas e no fim assinadas, e estas igualmente
ças, Alvora, Cabreiro, Eiras, Estremoz, Loureda, Mei, do mim, secretario e notário da camara, conhecidas, do
Pa d roso, Portola, Rio de Moinhos, Sá, Sabbodim, S. Cos- que dou f é ; e logo, na minha presença e na das testemu-
me, Senharei, Sistello e Villela, com a clausula cle que o nhas, pelo primeiro outorgante foi dito que, havendo deli-
deliberado pela m e s m a c a m a r a acêrca da freguesia de berado a C a m a r a Municipal de Reguengos (a qual o
Sabbadim e m n e n h u m caso autoriza o medico a residir mesmo representa) em sua sessão cle 4 de abril ultimo
cm q u a l q u e r t e m p o , contra o disposto no artigo 119.° do abrir concurso para a arrematação do fornecimento de
citado codigo, fóra da area clo sobredito partido. energia electrica para a illuminação publica, particular e
O Ministro e Secretario dc Estado dos Negocios do para usos industriaes dentro clo perimetro da villa de Re-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em guengos, o quo foi annunciado por edital de 5 de abril
2 de setembro de 1905. = R E I . = E d u a r d o José Codho. ultimo, afíixado nos logares do estilo, e publicado no
Diario do GoVàrno n. o s 88 e 89, de 18 e 19 do referido
D . do G. u . ' ÍPÓ, de 0 de eetembVo de 1905.
1905 426 Setembro 13
mês de abril, e terminou em o dia 19 de maio c o r r e n t e , seus t e r r e n o s , os fios e cabos conductores da energia elec-
o segundo outorgante, t e n d o depositado provisoriamente trica, solicitando, se tanto for preciso, a declaração d a
no cofre da c a m a r a municipal a quantia de 2 0 0 0 0 0 0 réis, utilidade publica e urgencia das expropriações que p a r a
e satisfeito ás demais condições do mesmo edital, apresen- esse fim sejam necessarias.
tou sua proposta em c a r t a fechada, que foi a b e r t a em § unico. E m todos os casos de e x p r o p r i a ç ã o , q u e r ami-
sessão ordinaria do dia 22 do corrente mês de m a i o ; e gavel q u e r por utilidade publica, as d e s p e s a s com o res-
a p r e c i a d a pela c a m a r a r e f e r i d a a sua proposta, unica a p r e • pectivo processo, e indemnizações a p a g a r , c o r r e r ã o sem-
sentada, deliberou a m e s m a c a m a r a a d j u d i c a r ao segundo p r e p o r conta do concessionario.
outorgante o exclusivo do fornecimento da energia elec-
trica, tanto p a r a illuminação publica como p a r t i c u l a r , e 7.a
p a r a usos industriaes, dentro do p e r i m e t r o d a villa de Re- A c a m a r a p a g a r á ao concessionario a q u a n t i a de róis
guengos, nas seguintes c o n d i ç õ e s : 7 0 5 0 0 a n n u a e s por c a d a l a m p a d a de incandescência p a r a
a illuminação publica, com o poder illuminante do deza-
l.a seis v e l a s ; e 9 0 0 0 0 réis t a m b e m a n n u a e s p o r c a d a lam-
A c a m a r a concede ao concessionario o direito exclusivo p a d a de incandescência com o poder illuminante de trinta
de fornecer a energia electrica necessaria, t a n t o p a r a a il- e d u a s velas.
luminação publica como p a r a a p a r t i c u l a r e p a r a usos in 8.a
dustriaes, dentro do p e r i m e t r o da villa de R e g u e n g o s , po- Q,uando o n u m e r o de l a m p a d a s de illuminação publica
dendo porem q u a l q u e r sociedade ou individuo particular c h e g a r a t r e z e n t a s , o concessionario f a r á o desconto de
adquirir quaesquer machinas que p r o d u z a m e n e r g i a elec- 10 p o r cento n a totalidade do p r e ç o .
trica p a r a suas fabricas ou industrias, comtanto que só
p a r a seus usos exclusivos possa ser applicada. 9.a
§ 1.° O perimetro da villa ó o actualmente beneficiado O preço da energia electrica p a r a edificios publicos e
pela illuminação municipal, e q u a l q u e r outra a r e a p a r a particulares n u n c a p o d e r á ser superior a 18 réis p o r c a d a
onde esta villa t e n d a a desenvolver-se sem solução de con- hecto-watt-hora.
tinuidade superior a 5 0 0 metros.
§ 1.° O preço da illuminação p a r t i c u l a r será feito por
§ 2.° O prazo da concessão será de trinta annos, conta- avenças ou p o r contador. S e n d o por avenças n u n c a o p r e ç o
dos do dia em que no Diario do Governo for publicada a p o d e r á ser superior ao da tabella s e g u i n t e : l a m p a d a s de
escritura do contrato, d e v i d a m e n t e a p p r o v a d a . d e z a z e i s velas, 4 0 réis por noite e l a m p a d a ; l a m p a d a de
§ 3.° F i n d o este p r a z o , p o d e r á a concessão ser reno- dez velas, 3 0 réis p o r noite e l a m p a d a ; l a m p a d a de cinco
v a d a successivamente, s e m p r e pelo p r a z o de mais d e z an- velas, 20 réis por noite e laippada. E por contador a ener-
nos, se nisso concordarem a m b a s as p a r t e s c o n t r a t a n t e s . gia electrica s e r á fornecida a razão de 18 réis p o r c a d a
§ 4.° Considerar-se-ha r e n o v a d a a concessão, nos t e r m o s hecto-watt-hora, comprehendendo-se fóra d ' e s t e preço o
do p a r a g r a p h o antecedente, s e m p r e que q u a l q u e r das par- a l u g u e r do contador, q u e será 6 0 0 réis por m ê s .
tes não previna a outra, noventa dias antes de t e r m i n a r o
§ 2.° Q u a n d o a energia electrica seja fornecida p a r a
prazo da concessão, ou renovação, de que renuncia á pro-
usos industriaes, o p r e ç o , por contador, alem do a l u g u e r
rogação. E s t a p r e v e n ç ã o s e r á s e m p r e feita p o r escrito.
d'este, que será t a m b e m de 6 0 0 róis p o r mês, n u n c a po-
a d e r á ser superior a 16 réis por hecto-watt-hcra.
2.
§ 3.° Ao concessionario será f a c u l t a d a a fiscalização dos
S e r á garantido ao concessionario que dentro do p e r i m e - contadores.
t r o da villa de R e g u e n g o s , c d u r a n t e o p r a z o da conces-
10.a
são, ninguém mais possa estabelecer q u a l q u e r s y s t e m a de
illuminação, salvando o direito de os particulares estabele- T o d a s as demais condições entre o concessionario e o
c e r e m qualquer systema de illuminação p a r a uso exclusivo consumidor serão r e g u l a d a s pela respectiva apólice do
de suas casas, estabelecimentos ou repartições. contrato, segundo o modelo a p p r o v a d o pela c a m a r a .
4
3. a II.
A c a m a r a g a r a n t i r á ao concessionario, p a r a illuminação O concessionario obriga-se a f o r n e c e r d e n t r o d a a r e a
publica das r u a s , o consumo minimo de cento e vinte lam- a b r a n g i d a pela commissão, d u r a n t e o p r a z o da m e s m a , em
p a d a s de incandescência, com o poder illuminante de de- h a r m o n i a com as disposições d'este contrato, e no limite
zaseis velas cada l a m p a d a , e p a r a as p r a ç a s o consumo da força das suas machinas e installações, t o d a a e n e r g i a
minimo de doze l a m p a d a s de incandescência com o poder electrica que lhe for c o m p e t e n t e m e n t e requisitada p a r a a
illuminante de t r i n t a e duas velas cada l a m p a d a . illuminação publica ou particular, p a r a a dos edificios pu-
blicos ou p a r a as illuminações especiaes de que a c a m a r a
4.a necessitar por occasião de q u a e s q u e r festejos, ou por ou-
A s lampadas, braços e columnas p a r a a illuminação tras necessidades imprevistas.
publica serão escolhidas de acordo e n t r e a c a m a r a e o § 1.° P o r illuminação publica entende se a que é ordi-
concessionario, e collocadas e n u m e r a d a s sob indicação n a r i a m e n t e applicada aos arruamentos, largos, p r a ç a s c j a r -
da mesma c a m a r a . dins publicos, urinoes c sentinas municipaes.
5.a § 2.° A illuminação p a r t i c u l a r é a que se destina aos
O concessionario a d q u i r i r á á sua custa todos os appa- serviços privativos e de interesse individual, q u e r domés-
relhos indispensaveis p a r a a producção da energia elec- ticos quer industriaes.
t r i c a ; substituirá as l a m p a d a s gastas, ou cujo poder illu- § 3 0 Edificios publicos são todos aquelles em que func-
m i n a n t e se t o r n e inferior ao estabelecido no artigo 3.° do cionam as repartições ou estabelecimentos d e p e n d e n t e s do
p r e s e n t e contrato, e concorrerá com todas as despesas E s t a d o ou das corporações administrativas, os templos, ou
de montagem e conservação. estabelecimentos de beneficencia e de ensino publico.
6.a 12."
A c a m a r a permittirá o l e v a n t a m e n t o de calçadas p a r a A m o n t a g e m e conservação das l a m p a d a s e outras des-
estabelecimento de conductores e p r e s t a r á todo o auxilio pesas accessorias nos edificios p a r t i c u l a r e s serão feitas
legal ao concessionario no sentido dos proprietarios deixa- pelo concessionário á custa dos donos ou inquilinos d03
r e m collocar no exterior de seus predios, ou através dos J predios res'pec'tívos.
Setembro 2 394 1905
13.1 23. a
D e n t r o ora t r i n t a dias, contados da publicação no Dia- As installações começarão dentro dc seis meses, a con-
rio do Governo da escritura do contrato, d e v i d a m e n t e tar da a p p r o v a ç ã o do projecto, e d e v e m estar concluídas
a p p r o v a d a , d e v e r á o concessionario s u b m e t t e r á a p p r o v a - doze m e s e s depois da approvação, podendo todavia o con-
ção d a c a m a r a o projecto das installações necessarias p a r a cessionario começá-las e conclui-las em menos t e m p o do
o serviço da illuminação publica. que o estabelecido na presente condição.
§ unico. O projecto c o m p r e h e n d e r á uma n o t a explica- § unico. Não podendo o concessionario, por motivo de
tiva das machinas e apparelhos, typos dos cabos e conduc- força maior, concluir os trabalhos de m o n t a g e m e instal-
tores, modo da installação, p a d r ã o e f o r m a das l a m p a d a s , lação no tempo indicado no contrato, p e d i r á á c a m a r a
braços e columnas. prorogação do p r a z o , e e s t a s e r á obrigada a conceder-
14. a ia.
A s installações e m o n t a g e m serão feitas pelos meios 24.a
mais aperfeiçoados, de f o r m a a g a r a n t i r a m a x i m a p u r e z a As l a m p a d a s serão accesas u m a h o r a depois do pôr do
da luz, r e g u l a r i d a d e e s e g u r a n ç a de funccionamento. sol, e a p a g a d a s meia h o r a antes do r o m p e r da m a n h a nos
oito meses de m a r ç o a o u t u b r o ; e nos outro q u a t r o meses
15.a serão accesas meia h o r a depois clo pôr do sol, e a p a g a d a s
A s modificações nos b r a ç o s e columnas das l a m p a d a s , ao r o m p e r da m a n h ã .
quando importem a u m e n t o de despesa, ou a sua substitui- 25.a
ção por p a d r õ e s luxuosos, serão feitas pelo concessionario Os preços p a r a illuminações especiaes serão estipulados
á custa d a c a m a r a , e a esta ficarão p e r t e n c e n d o os objec- de acordo e n t r e o concessionario e a c a m a r a , não podendo
tos substituidos. nunca ser superiores ao da illuminação p u b l i c a d a s des-
16.a pesas, p o r e m , feitas com a m o n t a g e m d'estas illuminações,
Q u a l q u e r alteração, depois de feita a m o n t a g e m , será quando requisitadas pela c a m a r a , correrão p o r conta da
p a g a pela c a m a r a , quando ella a t e n h a exigido. mesma camara.
§ unico. O concessionario p o d e r á , p a r a a collocação de 26.1
lampadas, utilizar os braços e columnas dos candieiros da
O debito da c a m a r a ao concessionario s e r á pago tri-
illuminação publica existente, c e m t a n t o que os não darn-
m e s t r a l m e n t e e d u r a n t e os primeiros quinze dias do m ê s
nifique, nem desloque sem autorização d a c a m a r a .
immediato áquelle em que findar o t r i m e s t r e .
17. a
27,a
E m caso de força m a i o r , como d e s a r r a n j o nos dynamos,
nos motores, etc., a c a m a r a p e r m i t t i r á ao concessionario O a t r a s o dos p a g a m e n t o s sujeita a c a m a r a ao p a g a -
a substituição da luz electrica pela illuminação a petroleo, mento do j u r o de 6 por cento ao anno em favor do con-
p a r a o que lhe cederá os candieiros e s u p p o r t e s actual- cessionario, e pela quantia vencida, não podendo em caso
m e n t e existentes na villa. algum esse atraso ser superior a seis meses.
18. a
A c a m a r a imporá ao concessionario u m a m u l t a de 3 0 ^ 0 0 0 28. a
reis por cada noite em que a luz electrica não for conve- A c a m a r a concederá ao concessionário o direito de tras-
n i e n t e m e n t e substituida pela de p e t r o l e o , salvo em caso p a s s a r a concessão a qualquer e m p r e s a ou individuo, com
dc força maior. todos os encargos e obrigações e x a r a d o s neste contrato,
19. a devendo ter-se em vista sobre este assunto as disposições
A c a m a r a i m p o r á ao concessionario m a i s as m u l t a s se- do Codigo Commercial e m v i g o r , e ser p o r t u g u e s a a maio-
guintes : 200 róis por noite e por c a d a lampada que por ria dos directores da e m p r e s a ou c o m p a n h i a a quem for
incúria ou desleixo manifesto deixar de funccionar conve- feito o traspasse.
n i e n t e m e n t e ; 500 réis por cada dia de d e m o r a p a r a a pin- 29.a
t u r a ou substituição de cada lampada ou braço, depois clo l
P a r a o effeito cl'este contrato, o concessionário particu-
p r a z o fixado pela c a m a r a , prazo que n u n c a p o d e r á ser in-
a r , e m p r e s a ou companhia, p a r a q u e m for t r a n s f e r i d a a
ferior a quatro dias, nem superior a oito dias. concessão, qualquer que seja a sua nacionalidade, ficará
§ unico. A s multas não serão applicadas desde que as sujeito ás leis portuguesas, e, seja qual for o seu domici-
faltas sejam convenientemente justificadas c t e s t e m u n h a -
lio, será considerado domiciliado n e s t a villa, e aqui res-
das. p o n d e r á , podendo ser citado na pessoa d'aquelles q u e
20.» n e s t a villa e x e r c e r e m a direcção superior ou a d m i n i s t r a -
As multas serão encontradas no primeiro p a g a m e n t o ção cla exploração, observando-se s e m p r e o disposto no
que a c a m a r a h o u v e r de f a z e r ao concessionario. Codigo Commercial em vigor sobre este assunto.
21. a 30. a
O concessionario não p o d e r á recusar-se a f o r n e c e r ener- A camara obriga-se:
gia eloctrica a qualquer particular, desde que lhe seja 1.° A não lançar imposto a l g u m sobre o f o r n e c i m e n t o
garantido o consumo d c t r e s meses pelo menos, e o res- cle luz electrica, tanto p a r a a illuminação publica, como
pectivo pagamento, isto d e n t r o das forças das suas ma- para a particular;
chinas. 2.° A solicitar a isenção cle quaesquer direitos sobre
22. a todo o material que for preciso p a r a a installação da luz
A rede será acrea ou s u b t e r r a n e a , á escolha do conces- clcctiea, e quo o concessionário t e n h a cle i m p o r t a r do es-
sionario, desde que os fios conductores sejam providos de trangeiro, não sendo, comtudo, obrigada a indemnização
c o r t a circuitos p a r a evitar os effeitos das c o r r e n t e s anor- no caso de i n d e f e r i m e n t o .
maes. 31. a
§ unico. Sc for a c r e a , os cabos só poderão ser n u s se a O deposito provisorio d e 2 0 0 ^ 0 0 0 réis feito pelo con-
differença do potencial for inferior a trezentos volts, e de- c e s s i o n a r i o n a t h e s o u r a r i a da c a m a r a , p a r a ser a d m i t t i d o
v e m ser collocados dc forma a nao interromper ou p r e j u - ao c o n c u r s o , tornar-se-ha definitivo depois da p u b l i c a ç ã o
dicar o transito publico. I d o teor d ' e s t e contrato n o Diario do Governo, e só po-
1905 395 Setembro 13
d e r á ser levantado com prévio assentimento da Camara, - u m a da t a x a de 10000 réis, outra de 30000 réis, e outra
depois de inaugurada officialmente a illuminação electrica. de 100 réis, devidamente inutilizadas em data de 30 de
maio.'
32. a Segue a c o n t a : emolumento, segundo a tabella judicial
Levantado que seja o deposito definitivo, ficam especial de 30 de j u n h o de 1864, capitulo 1.°, n.° 59.°, 60000
e voluntariamente hypothecadas ao municipio, como cau- réis; sêllo das folhas do livro onde se acha lavrada a es-
ção de garantia ao integral cumprimento d'este coutrato, critura, 10150 r é i s ; tres estampilhas do imposto do sêllo
durante todo o prazo da concessão, as machinas, utensí- do valor retro mencionado, 4 0 1 0 0 réis ; total, 110250 réis.
lios, e em geral todos os moveis adquiridos pelo concessio- L o g a r de dois sellos industriaes no valor de 4 5 0 róis
nario, e destinados á exploração da energia electica, cujo devidos pelo emolumento, e logar de um sêllo de 20 réis
valor actual é de 6:0000000 réis, conforme a avaliação devido pelo recibo, devidamente inutilizados na referida
que lhe foi dada de commum acórdo entre os outorgan- data de 30 de maio. = O Notário, Alexandre Lopes Braz.
tes. E s t á conforme este traslado com a escritura original, a
33. a qual se acha lavrada no livro competente, de fl. 2 a 12,
A totalidade do deposito definitivo reverterá tambem a e a conta a fl. 13.
favor do cofre municipal quando o concessionario, por Reguengos, 3 de junho de 1905. = O Escrivão e T a -
motivos não justificados perante a Camara, deixar de cum- bellião da Camara, Alexandre Lopes Braz.
prir qualquer das condições d'este contrato. Não ha emolumentos por este traslado por ser para a
Camara (n.° 4.° do artigo 109.° do Codigo Administra-
34.1 tivo). — A. L. Braz.
D . do G. n.° 200, d c G do s e t e m b r o de 1905.
Logo que o concessionario tenha as installações concluí-
das e em condições de poderem funccionar, assim o eom-
municará á camara, para esta autorizar a inauguração of-
ficial da illuminação publica por meio da energia electica, Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 177.° c
que será feita no dia que a camara designar. 179.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo, a J u n t a de Paro-
chia de S. Lourenço do Douro, no concelho de Marco de
a Canavezes, a contrahir ao juro annual máximo de 6 por
35.
cento um emprestimo da quantia de 4000000 réis, amor-
Se o Governo de Sua Majestade não approvar este con- tizavel em nove annuidades, a fim de applicar 1260900
trato, ou lhe introduzir modificações que o concessionario róis ás obras de conservação cla igreja parochial e réis
não acceite, ficará este contrato sem effeito, podendo o 2730100 ás de reparação extraordinaria da residencia do
concessionario levantar o seu deposito e a camara reser- parocho da mesma freguesia.
var-se-ha o direito de abrir novo concurso.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Reino
§ unico. Approvado que seja o contrato e acceite pelo assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 2 de
concessionario, tornar-se-ha definitiva esta escritura. setembro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
Pelo segundo outorgante, o E x . m 0 Sr. Antonio Rosado
D . do G. n.° 200, do 6 do s e t e m b r o do 1905.
Caeiro, foi dito que acceitava plenamente o presente con-
trato, nos termos expostos.
E tendo ambos os outorgantes concordado e acceitado
as condições e clausulas aqui mencionadas, obrigando-se
ao seu fiel cumprimento, se deu por effectuado o presente
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
contrato, que para sua inteira validade tem de ser submettido
Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
á approvação do Governo cle Sua Majestade, em obser-
vancia do disposto no artigo 55.°, n.° 4.°, do Codigo Admi-
distrativo em vigor.
2.a Repartição
Assim o disseram, outorgaram e reciprocamente accei- Attendendo ao que me representou a Santa Casa da Mi-
t a r a m , o primeiro outorgante em nome da Camara Muni- sericordia do P o r t o ;
cipal de Reguengos, que representa, e o segundo outor- Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo
gante por si, na minha presença e na das testemunhas idó- 253.°, n.° 2.°, do Codigo Administrativo:
neas, minhas conhecidas, Justino Lourenço Vogado, ama- Hei por bem autorizá-la a contrahir um emprestimo de
nuense, solteiro, maior, e José Pedro dos Santos Vogado, 25:0000000 róis, ao j u r o de 5 a 6 por cento, amortizavel
casado, recebedor do concelho, ambos moradores nesta em dez annos e com exclusiva applicação ao pagamento
villa, os quaes todos vão assinar esta escritura, depois de dos encargos da herança que lhe legou o bemfeitor I). F r a n -
lhes ter sido lida por mim, notário e secretario da cama- cisco de Noronha Menezes e cla respectiva contribuição de
ra, em voz alta, por todos achada conforme. registo, tudo nos precisos termos da deliberação tomada
Adeante vão colladas e devidamente inutilizadas duas pela assembleia geral da mesma Santa Casa em sessão de
estampilhas do imposto do sêllo, sendo uma da taxa de 28 de junho ultimo.
10000 róis devida por esta escritura, e outra da taxa de O Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios do
30000 réis devida pela caução (verba 47. a da tabella do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
sêllo de 24 de maio de 1902). Vão tambem collados e de- 2 de setembro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
vidamente inutilizados um sêllo de 100 réis devido pelo
I). do G. n.° 201, d e 7 d c s e t e m b r o d e 1905.
deposito definitivo de 2000000 róis, e os sellos industriaes
devidos pelo emolumento, contado pela tabella judicial,
nos termos do n.° 17.° do capitulo 2.° da tabella dos emo-
lumentos annexa ao Codigo Administrativo. MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA
E eu, Alexandre Lopes Braz, Secretario e Notário da
Camara, o fiz escrever, subscrevi e a s s i n o . = O Presidente Direcção Geral da Thesouraria
da Camara, Joaquim Antonio Tapum—O Concessionario,
Antonio Rosado Caeiro — As Testemunhas: Justino Lou- l.a Repartição
renço Vogado = José Pedro dos Santos Vogado = 0 Se-
cretario e Notário da Camara, Alexandre Lopes Braz. Tendo a Companhia dos Tabacos de Portugal solicitado
L o g a r de tres estampilhas do imposto do sêllo, sendo | a autorização para serem emittidas obrigações de 4 i /a
Setembro ií 396 1906
por cento em representação do seu emprestimo de réis o presente decreto passar-se-ha a competente obrigação
1.500:000$000 para os Caminhos de F e r r o do Estado, que geral assinada pelo Ministro e Secretario de Estado dos
lhe foi adjudicado nos termos do contrato de 19 de de- Negocios da F a z e n d a , e pelo director geral da Thesoura-
zembro de 1904, applicando-se aos encargos da emissão, ria, a fim de receber o visto do Tribunal de Contas quando
durante o prazo de sessenta annos, a annuidade de réis na mesma obrigação esteja lançada a declaração de con-
79:085$400 fixada no mesmo contrato p a r a obrigações formidade pela J u n t a do Credito Publico, nos termos do
com premios, de cuja emissão a Companhia desiste: hei n.° 6.° do artigo 8 ° do seu regulamento orgânico e do
por bem, ouvida a J u n t a do Credito Publico e a Adminis- artigo 23.° do decreto de 14 de agosto de 1893.
tração dos Caminhos de F e r r o do Estado, determinar o A r t . 11.° Fica permittida a reunião numa só operação
seguinte, usando das autorizações concedidas pelas cartas das emissões autorizadas pelo presente decreto e pelo de
de lei de 14 de julho de 1899 e de 1 d e j u l h o do 1 9 0 3 : 12 de outubro cle 1908, cotlocando-se os titulos, cujo texto
Artigo 1." O Ministro da F a z e n d a f a r á criar e emittir será submettido á approvação do Governo, onde e pela
pela J u n t a do Credito Publico uma serie de 18:175 obri- fórma que for j u l g a d a conveniente, comtanto que não h a j a
gações de 90)5>000 réis cada uma, p a r a realizar a somma despesa alguma para o Thesouro alem da que respeita
de 1 . 5 0 0 : 0 0 0 $ 0 0 0 réis, destinada á construcção de linhas aos titulos definitivos, nem aumento nos encargos annuaes
complementares dos Caminhos de F e r r o do Estado, a obras fixados nos contratos respeitantes ás referidas emissões.
novas nas linha em exploração e á acquisição de material Art. 12.° Pela J u n t a do Credito Publico, Administra-
circulante, com fundamento nas autorizações concedidas ção dos Caminhos de F e r r o do Estado e Direcção Geral
pelas cartas de lei de 14 de julho de 1899 e de 1 de j u -
da Thesouraria serão dadas as instrucções necessarias,
lho dc 1903.
nas épocas convenientes, para a inteira execução d'este
A r t . 2." E s t a s obrigações serão nominativas ou ao por- decreto.
tador e vencerão o j u r o de 4 '/o por cento ao anno a con- Os Ministros e Secretarios de E s t a d o dos Negocios da
tar de 1 de janeiro de 1905, pagavel aos semestres nos F a z e n d a e das Obras Publicas, Commercio e Industria
dias 2 de janeiro e 1 de julho de cada anno, nos cofres assim o t e n h a m entendido e façam executar. Paço, aos 2
do Estado encarregados do serviço da divida publica. de setembro de 1905. = R E I . = Manoel Affonso de Es-
A r t . 3.° As referidas obrigações serão reembolsáveis pregueira—D. João de Alarcão Velasques Sarmento Oso-
no prazo dc sessenta annos, a contar' de 1 de janeiro de rio.
1905, por sorteio ao par ou por compra no mercado abaixo D . do G. n.° 201, do 7 do s e t e m b r o d c 1905.
§ 3.° do decreto com força de lei de 14 d e j u n h o d e 1901, prescrições do § 9.° do artigo 1.° da c a r t a de lei de 3 0
nos t e r m o s do m e s m o p a r a g r a p h o e das instrucções regu- cle j u n h o cle 1 8 9 1 e do artigo 1.° do decreto n.° 2 de 15
l a m e n t a r e s do referido d e c r e t o ; de dezembro de 1894, d e t e r m i n a r q u e no Ministerio dos
T e n d o sido c u m p r i d a s por p a r t e dos interessados as Negocios d a F a z e n d a seja a b e r t o u m credito especial, de-
prescrições do artigo 43." das mesmas i n s t r u c ç õ e s ; vidamente registado n a Direcção G e r a l da Contabilidade
Vistas as disposições do capitulo 2.° do citado decreto Publica, a favor do Ministerio da M a r i n h a e U l t r a m a r ,
e do titulo 2.° das respectivas instrucções regulamenta- D i r e c ç ã o Geral clo U l t r a m a r , pela importancia cle róis
res : 2 0 0 : 0 0 0 0 0 0 0 , destinada a satisfazer despesas com a cons-
Hei por bem conceder á m e s m a sociedade as v a n t a g e n s t r u c ç ã o de um caminho de ferro d e s d e o porto de Mossa-
e isenções a que se r e f e r e o § 3." do artigo 3 ° do de- medes ao planalto cla Chella, d e v e n d o a m e s m a i m p o r t a n -
creto com força de lei de 14 d e j u n h o de 1901, em favor cia ser inscrita na tabella da despesa e x t r a o r d i n a r i a do
da a d e g a social por ella instituida, a qual se d e n o m i n a r á exercicio de 1 9 0 5 - 1 9 0 6 , sob a seguinte r u b r i c a :
A d e g a Social de Leiria, o que tudo determino, nos termos Capitulo 3 . ° — D e s p e s a s com a construcção do c a m i n h o
do citado decreto com força de lei e das respectivas ins- de f e r r o cle Mossamedes — 2 0 0 : 0 0 0 0 0 0 0 réis.
trucções r e g u l a m e n t a r e s , segundo os q u a e s se d e v e r á re- O T r i b u n a l de Contas declarou achar-sc este credito
gular e administrar a referida a d e g a social, e com a ex- nos termos legaes de ser decretado.
p r e s s a clausula de que esta concessão lhe poderá ser re- O P r e s i d e n t e do Conselho de Ministros e os Ministros
t i r a d a quando se desvie dos fins e condições em que lhe e Secretarios de E s t a d o dos Negocios de todas as R e p a r -
é feita ou não c u m p r a e x a c t a m e n t e os preceitos legaes. tições assim o tenham entendido e façam e x e c u t a r . Paço,
Pelo que m a n d o a todos os t r i b u n a e s , autoridades e em 2 de setembro de 1905. = R E I . = José Luciano de
mais pessoas a quem o conhecimento d'este alvará compe- Castro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda
tir, que o c u m p r a m e g u a r d e m e façam cumpir e g u a r d a r Montenegro— Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
tão inteiramente como nelle se contém. Custodio de Sousa Telles — Manoel Antonio Moreira Jú-
Não pagou direitos de m e r c ê por os não d e v e r . nior = Antonio Eduardo Villaça —D. João de Alarcão
E , por firmeza do que dito é, este vae assinado por mim Velasques Sarmento Osorio.
e sellado com o sêllo das a r m a s r e a e s . D . do G. n.° 200, do 13 do Beterabro do 1905.
D a d o no Paço, aos 2 de s e t e m b r o de 1905. = E L -
R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
A l v a r á pelo qual Vossa Majestade ha por bem conce-
d e r á A d e g a Social de L e i r i a as v a n t a g e n s e isenções a MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
que se refere o § 3.° do artigo 3.° do decreto com força
de lei de 14 de j u n h o de 1901. Direcção Geral d o Commercio e Industria
Passou-se por despacho de 25 de agosto de 1905.
D . (lo G. n.° 203, do 0 do s e t e m b r o d e 190Ó. Repartição do Ensino Industrial e Commercial
1." Secçilo
Capítulos
Exercicios
Artigos
1903, são conferidas em relação ao caminho de ferro de a quo Importan-
D e s i g n a ç ã o da despesa respeitam cias
Mossamedes attribuições iguaes ás que t e m p a r a o cami- os encargos o
3 o
nho de f e r r o de Malange, com excepção das q u e constam
- 0 O, s-
do n.° 3.° do artigo 2 . do referido decreto. , O
ei «!
§ unico. Os assuntos relativos aos dois caminhos d e
ferro serão s e m p r e t r a t a d o s i n d e p e n d e n t e m e n t e , com actas, 1901-1902 12." 68." 2 0 0 ^ 0 0 0
relatorios e correspondencia e m separado. V e n c i m e n t o s do pessoai d a s
1902-1903 12." 72.» 4 0 0 ^ 0 0 0 12.° 69."
r e p a r t i ç õ e s de f a z e n d a . .
A r t . 2.° E a p p r o v a d a p a r a t e r applicação á construc- 1903-1904 12.» 08.» 500^000
ção do caminho d e ferro de Mossamedes, e em condições Quotas de c o b r a n ç a dos r e n -
d i m e n t o s publicos 1901-1902 12.» 74.» 1 0 0 0 0 0 0 12.° 71.»
analogas, a serie de preços a p p r o v a d a p o r p o r t a r i a de 10
dc setembro de 1 9 0 3 p a r a a construcção do caminho d e
ferro de Malange. Paço, em 9 d e s e t e m b r o d e 1905. —Manoel Affonso de
O que o mesmo A u g u s t o S e n h o r m a n d a communicar Espregueira.
D . do G. n." 205, de 12 do setembro de 1905.
ao governador geral d a provincia de Angola, p a r a seu co-
nhecimento e devidos effeitos.
Paço, em 7 de setembro de 1 9 0 5 . = Manoel Antonio
Moreira Júnior.
D . do G. n.° 282, de IS do outubro de 1905. Direcção Geral das Contribuições Directas
2. a Repartição
assentaram os documentos de fl. 13 do processo n.° 1, os os cancellamentos; devendo notar-se mais que, ainda que
de fl. 13 a 18 do processo n.° 2, e o de fl. 15 do processo em hypothese diversa, como notou o Ministerio Publico (a
n.°, 3, sendo os lançamentos devidos á omissão dos credo- de não dar o manifestante do manifesto litigioso, annual-
res, de não terem promovido logo, como lhes cumpria, os mente, parte do estado da causa), a multa por essa omis-
cancellamentos dos manifestos; são não ó transmissível aos herdeiros, artigo 27.°, § 5.",
Mostra-se que, ouvidas as estações officiaes competen- do citado regulamento de 1896, senão no caso especial no
tes, foram de parecer, apesar de reconhecerem que as di- mesmo designado:
vidas foram pagas nas épocas j á referidas, isto ó, antes Hei por bem, conformando-me com a dita consulta, dar
dos lançamentos das collectas, que estas deviam subsistir, provimento aos recursos, revogando as decisões recorridas
porque, produzindo collectas, emquanto não são cancella- e declarando nullas e de nenhum effeito as collectas a que
dos os manifestos directos, o seu cancellamento e o paga- ellas dizem respeito.
mento d'aquellas estiveram sempre a cargo dos devedores O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
até a vigência da lei de 18 de agosto de 1887; e com es- zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
tes fundamentos foram as reclamações indeferidas; 9 de setembro de 1 9 0 5 . = R E I . = Manoel Affonso de Es-
E do seu indeferimento veem os presentes recursos, in- pregueira.
D . do G. n.° 206, do 13 de se embro de 1905.
terpostos em tempo util;
E m suas minutas acrescentam, ao que allegaram nas
reclamações, que, incidindo a contribuição sobre os juros
do capital, pago este, não existe materia collectavel que a
justiíique, e por isso não podem ser compellidos a pagá-la, Direcção Geral da Contabilidade Publica
por isso equivaleria a impormos uma pena duríssima que
nenhuma lei autoriza; 2. a Repartição
Nas suas informações o Conselho da Direcção Geral
Com fundamento nas disposições do artigo 32.°, §§ 1.°
das Contribuições Directas reporta-se apenas aos funda-
e 2.°, c do n.° 1.° do artigo 44.° da carta de lei de 24 cle
mentos das decisões recorridas :
novembro de 1904, em vigor no exercicio de 1905-1906
O que tudo visto e ouvido que foi o Ministerio Pu-
nos termos do artigo 7.° da carta de lei de 3 de abril de
blico ;
1896 e portaria de 27 de junho de 1905: liei por bem,
Considerando que todos os representantes da Fazenda
tendo ouvido o Conselho de Ministros e guardadas as
Nacional que intervieram nos processos estão de acordo
prescrições do § 9.° do artigo 1.° da carta de lei de 30
em que as collectas de que se trata foram lançadas de-
de junlio de 1891 e do artigo 1.° do decreto n.° 2 de
pois de pagos pelo devedor os capitaes a que respeitam,
15 de dezembro de 1894, deteiminar que no Ministerio
não podendo por isso ser consideradas como decima de
dos Negocios da Fazenda seja aberto um credito espe-
juros, que j á não existiam, e sim e tão somente como pena
cial da importancia de 54:065,5000 róis, a favor do mes-
pela omissão dos cancellamentos dos manifestos;
mo Ministerio e devidamente registado na Direcção Ge-
Considerando que os recorrentes nunca foram devedo- ral da Contabilidade Publica, para «Encargos geraes»
res d'esses capitaes e siai seu pae, e por isso só a elle, que constituem a primeira parte da respectiva tabella da
como devedor que foi, incumbiria, se vivo fosse, o paga- despesa que provisoriamente vigora no exercicio de 1 9 0 5 -
mento da multa pela sua omissão, visto que a lei, artigo 1906, destinado ao pagamento do bónus a que teem direito
1.°, §§ 18.° e 22.°, da de 19 de junho de 1889, e 7.° do diversos commerciantes que exportaram vinhos nos meses
decreto da mesma data, e 6.°, § 1.°, do regulamento de de janeiro de 1904 a junho de 1905, pela Alfandega clo
3 de junho de 1896, se refere aos devedores; e só ex- Porto, nas condições do artigo 85.° clo decreto de 14 de
cepcionalmente, isto é, nos casos expressamente declara- junho de 1901, devendo a dita quantia ser addicionada á
dos na lei, que do processo não constam, poderia a pena verba do capitulo 4.°, artigo 24.°, da mencionada tabella,
transmittir-so aos seus herdeiros ; onde constituirá a secção 2. a
Considerando que as prescrições precedentemente cita-
das da lei e decreto de 1889 tiveram certamente por íim O Tribunal de Contas declarou achar-se este credito nos
esclarecer duvidas, que a lei de 18 de agosto de 1887 sus- termos de ser decretado.
citou com respeito ao pagamento das contribuições lança- O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros e
das antes da sua vigência, pois que, se assim não fosse, Secretarios de Estado dos Negocios das differentes Re-
feririam o fundamental principio cla não retroactividade partições assim o tenham entendido e façam executar.
das leis, consignado no artigo 145.°, § 2.°, da Carta Cons- Paço, em 9 de setembro de 1905. = R E I . = José Luciano
titucional, 6.° do Codigo Penal e 8.° do Codigo Civil; de Castro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Mi-
randa Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira —Se-
Considerando que a disposição 7. a do alvará de .14 cle
bastião Custodio de Sousa Telles -— Manoel Antonio Mo-
dezembro de 1775, que obrigava os devedores a promover
reira Júnior — Antonio Eduardo Villaça = 1). João de
os cancellamentos dos manifestos dentro clo peremptorio
Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
prazo de vinte dias contínuos, a contar cla data do distrate
das dividas, sob pena do pagamento cla decima por todo o D. do Cl. n.° 207, do do 11 sotomlji-o de 1905.
tempo da omissão, foi profundamente modificada pelo al-
vará de 23 de setembro de 1 799, reduzindo-a ao paga-
mento de uma só e a mais antiga das collectas, averiguado
que fosse que a demora do pagamento era imputável aos MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
agentes fiscaes;
Considerando finalmente que, em taes circunstancias, D i r e c ç ã o G e r a l d e A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e C i v i l
não seria justo nem razoavel que os recorrentes, que não
foram os devedores, fossem compellidos ao pagamento de 2." Repartição
uma multa, proveniente de uma omissão de seu pae, e da
ineuria e desleixo dos funccionarios fiscaes, que deixaram Nos termos do artigo 8.° do decreto de 2 cle marco de
decorrer dezenas de annos sem diligenciarem a cobrança, 1895: hei por bem autorizar a Junta Geral do districto
porque seguramente, se a mais antiga collecta fosse exi- do Funchal a reunir-se extraordinariamente no dia que
gida em devido tempo, os recorrentes, ou seu pae (do for designado pelo respectivo governador civil, a fim cle
processo não póde averiguar-se se foram lançadas antes j que possa deliberar acêrca da approvação de um orça-
ou j á depois da morte d'elle) não deixariam de promover j mento supplementar, e, dentro dos limites da sua compe-
.Setembro fl 400 1905
teneia legal, sobre a fiscalização de productos agricolas e i o serviço publico, com as quotas que lhes competirem, em
subsidios p a r a obras de esgoto e de canalização de a g u a s relação á sua idade, nos t e r m o s da tabella a n n e x a ao de-
potáveis. creto de 14 de outubro de 1886. P a r a este effeito r e g u -
O Ministro e Secreterio de E s t a d o dos Negocios do l a r á a idade que tiverem n a d a t a em que lhes foi ou for
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . P a ç o , em reconhecido o direito de aposentação.
9 de s e t e m b r o dc 1905. = • R E I . == Eduardo José Coelho. § 2.° A importancia das quotas c o r r e s p o n d e n t e s ao
D. do O. n.° 208, do 15 de setembro d e 1005.
tempo de serviço anterior á d a t a em que lhes for reco-
nhecido o direito de aposentação será p a g a em q u a r e n t a
e oito prestações mensaes, deduzidas dos respectivos ven-
cimentos, ou por conhecimentos, se não forem p a g a s di-
Sendo-me presente o processo d a syndicancia feita á r e c t a m e n t e pelos cofres do E s t a d o .
C a m a r a Municipal do concelho de Mertola, e mostrando-se, § 3.° São applicaveis as disposições do p a r a g r a p h o an-
alem do outras irregularidades, que a m e s m a corporação t e c e d e n t e aos recebedores dos concelhos ou bairros aos
tem d e s c u r a d o o cumprimento das suas obrigações legaes quaes foi reconhecido o direito de aposentação e que ainda
acêrca das r e s p e c t i v a s sessões, d a sua escrituração e da não c o m e ç a r a m a effectuar o pagamento das suas quotas
cobrança de receitas do municipio, pelo que se a c h a in- á C a i x a de Aposentação, sendo acrescida á i m p o r t a n c i a
cursa n a disposição do artigo 17.° n.° 4.° do Codigo Admi- em divida o j u r o de m o r a de 6 por cento ao anno.
nistrativo : A r t . 3.° A pensão de aposentação dos e m p r e g a d o s de
Conformando-me com o p a r e c e r da P r o c u r a d o r i a G e r a l que t r a t a o artigo antecedente, em q u a l q u e r dos casos fi-
da Coroa e F a z e n d a : xados no decreto n.° 1 de 17 de j u l h o de 1886, conti-
H e i por bem dissolver a m e s m a c a m a r a , p a r a que se nuará a ser calculada nos precisos termos do artigo 8.°
proceda á eleição de o u t r a no p r a z o legal, e n o m e a r p a r a do decreto de 14 de outubro do m e s m o anno.
a gerencia municipal do referido concelho, até que en- § unico. A pensão de aposentação dos recebedores dos
t r e m em exercicio os novos eleitos, u m a commissão com- bairros e concelhos será calculada nos termos do artigo 37.°
p o s t a dos seguintes vogaes effectivos: Antonio da Silva e seus p a r a g r a p h o s do decreto n.° 1 de 24 de d e z e m b r o
F e r n a n d e s , João R o d r i g u e s Palma, Antonio Mauricio de de 1901.
V a r g a s , Damião José Felix, Jacinto Madeira, Antonio A r t . 4.° E concedido u m prazo d e sessenta dias, con-
Romano Rodrigues e F r a n c i s c o da P a l m a J ú n i o r ; dos se- tados desde a d a t a da publicação d'este decreto, p a r a que
guintes substitutos: J o s é P e d r o G u e r r e i r o Teixeira, Ma- os funccionarios comprehendidos no disposto no § unico
noel R o d r i g u e s P a l m a , João B a r b o s a , J o s é Gonçalves do artigo 1.° do decreto n.° 1 de 17 d e j u l h o de 1886, e
C a r r a s c o , Sebastião Martins Costa, I s i d r o Alvaro Sequeira que n a data da publicação d'esse decreto contavam menos
o Elisiário Mestre P i r e s . de q u a r e n t a e cinco annos de idade, possam, querendo, -
O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do r e q u e r e r o reconhecimento do direito de aposentação.
Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . Paço, em O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da F a -
9 dc setembro de IV05, = K E I . = Eduardo José Coelho. zenda assim o t e n h a entendido e faça e x e c u t a r . Paço, cm
D . do a . n.° 20S, do 15 do s e t e m b r o do 1905.
9 do s e t e m b r o de 1905. = R E I . = • Manoel Affonso de
Espregueira.
D. do G. u.° 209, do ÍG do s e : e m b r o de 1905.
tiva tem um grupo dissidente cla maioria embaraçado nomico de 1904-1905 (1 de janeiro a 30 d e j u n h o de 1905),
propositada e persistentemente o legitimo exercicio dos na importancia de 187:8200083 r é i s : ha Sua Majestade
direitos da maioria com discussões inopportunas e estereis El-Rei por bem, conformando-se com o parecer, de 7 clo
e incidentes de tal maneira tumultuosos, que de facto im- corrente, do Conselho Superior de Obras Publicas e Mi-
possibilitam o desempenho normal c pacifico das funcções nas, approvar a referida liquidação c determinar que seja
parlamentares. paga á mencionada companhia a quantia cle 187:8200083
Nestas circunstancias importa prover de remedio ur- réis, como liquidação cla garantia dc j u r o da linha ferrea
gente um estado de cousas incompatível com o decoro das da Beira Baixa no segundo semestre do anno economico
instituições politicas, com o prestigio dos corpos legislado- de 1904-1905.
res e com os interesses da administração publica, e por O que se communica ao Director Fiscal cle Exploração
isso, assumindo a plena responsabilidade d'esta providen- de Caminhos de Ferro, para os devidos effeitos.
cia, temos a honra de submetter á superiçp approvação de Paço, em 11 cle setembro cle 1 9 0 5 . = D . João cle Alarcão
Vossa Majestade o seguinte projecto cle decreto. * Velasques Sarmento Osorio.
Paço, em 10 de setembro de 1 9 0 5 . = José Luciano de D. do Cr. 11." 200, do 13 de setembro do 1905.
Castro = Eduardo José Coelho — Arthur Pinto cle Mi-
randa Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira =
Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Mo-
reira Júnior = Antonio Eduardo Villaça-—D. João de Direcção Geral do Commercio e Industria
Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Repartição do Commercio
Attendendo ao que mo representaram o Presidente do Tendo a Camara Municipal do Porto pedido qne
Conselho de Ministros e os Ministros e Secretarios de Es- sejam reconhecidas como negociáveis, para serem official-
tado de todas as Repartições: hei por bem declarar en- mente cotadas nas bolsas, as obrigações do emprestimo au-
cerrada a sessão actual das Camaras Legislativas. torizado por decreto cle 21 cle novembro clo '1901, appli-
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros cavel ás obras clo saneamento cl'aquella cidade, e que
e Secretarios de Estado de todas as Repartições assim o constam cle 22:240 titulos clo valor nominal de 900000
tenham entendido e façam executar. Paço, em 10 de se- réis cacla um, ao j u r o de 4 i/~2 por cento;
tembro de 1905. = R E I . = José Luciano de Castro — Considerando que tanto o emprestimo como a emissão
Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda Monte- das obrigações foram devidamente approvados pela auto-
negro — Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião Cus- ridade tutelar:
todio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Júnior — H a por bem Sua Majestade El-Rei reconhecer como ne-
Antonio Eduardo Villaça = I). João cle Alarcão Velas- gociáveis essas obrigações, para os effeitos do artigo 23.°
ques Sarmento Osorio. do regulamento do serviço dc operações das bolsas de fun-
D . (lo G. n.° 204, do 11 do setembro de 1905.
dos publicos e particulares cle 10 de outubro de 1901.
Paço, em 11 cle setembro clc 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA D . (lo Cí. 11.° 200, (le 13 de setembro de 1905.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA | gar, pelo n.° 2.° do artigo 6.° do decreto de 29 de agosto
de 1905, que estabeleceu a duração maxima de cincoenta
C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o e cinco minutos para cada aula, todas as disposições do
§ 1.° do artigo 11.° do decreto de 14 de agosto de 1895,
Conselho de Administração que consigna uma excepção em favor do desenho;
Confrontando este paragrapho com o quadro do artigo
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto, 11.° do decreto de 14 de agosto de 1895 e ainda com os
eom data de 3 do corrente, do 2.° lanço da 2. a secção do quadros I e I I do artigo 5.° do decreto de 29 de agosto
caminho de ferro da Regua a Chaves, comprehendido en- de 1905, que mostram a inconveniência de prolongar alem
tre o Ribeiro de Varges e as Pedras Salgadas, elaborado de hora c meia cada aula de desenho:
pela Direcção do Minho e Douro : ha por bem, confor- Determina Sua Majestade El-Rei que seja de hora e
mando-se com. o parecer do Conselho Superior de Obras meia a duração de cada aula de desenho, podendo uma
Publicas o Minas de 31 de agosto findo, approvar o res- d'estas aulas em cada classe effectuar-se ás quintas feiras,
pectivo projecto e respectivo orçamento na importancia nos termos clo n.° 1.° do artigo 6.° do decreto de 29 de
de 254:82(í$000 réis, e bem assim determinar que se pro- agosto de 1905.
ceda á sua construcção, tendo-se em vista as indicações Paço, em 13 de setembro de 1905. — Eduardo José
constantes do citado parecer. Coelho.
D. do G. n.° 250, de 4 de novembro de 1905.
Paço, em 13 de setembro de 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão
Velasques Sarmento Osorio.
D. clo G. n.° 209, de 10 de setembro de 1905.
P o r t a r i a n . ° 2 de 1 3 de s e t e m b r o de 1 9 0 o
Direcção Geral dos Correios e Telegraphos Convindo definir melhor a situação dos alumnos dos ly-
ceus que pretendem habilitar-se apenas em algumas disci-
plinas da instrucção secundaria, como titulo para determi-
4,a Repartição
nados direitos;
1." Divisíío Considerando que a disposição do artigo 29.°, § 4.°, do
decreto de 29 de agosto de 1905 teve em vista facilitar
Determina Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de o exame singular, não exigindo ao requerente a designa-
Estado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e In- ção do titulo de habilitação legal pretendida e que seria
dustria, que na tabella descritiva das repartições, autori- contraditorio exigir essa designação para a frequencia;
dades o funccionarios aos quaes é concedida a faculdade Considerando que a frequencia singular é sempre uma
de expedir correspondencia official, approvada por porta- excepção no regime lyceal, não podendo, por isso, per-
r i a ' d a t a d a dc 20 de junho ultimo, sejam incluídos os se- turbar o organismo cios lyceus, embaraçando a distribuição
guintes funccionarios: das lições, a que se refere o artigo 6 ° do decreto de 29
de agosto de 1905;
No Ministerio dos Negocios da G u e r r a : Considerando que cla própria organização de 29 de
Sub-inspectores, chefes de secção e mais^ officiaes das ins- agosto de 1905 resulta a necessidade, para alguns alum-
pecções do serviço de engenharia — A Direcção Geral nos, cle frequentar regularmente qualquer disciplina das
do Serviço de Engenharia, e a todas as repartições, func- duas ultimas classes dos lyceus :
cionarios e autoridades da respectiva circunscrição mi- Ordena Sua Majestade El-Rei que os alumnos dos ly-
litar. ceus que pretendam abrir matricula apenas em alguma ou
Guardas de e n g e n h a r i a — A Direcção Geral do Serviço de algumas disciplinas o possam fazer em qualquer classe,
Engenharia, e officiaes da inspecção tio mesmo serviço que não sejam obrigados a declarar o titulo de habilitação
na respectiva circunscrição militar. legal que procuram obter e que esta frequencia seja con-
Inspectores dos monumentos militares — Ao Ministerio da cedida sempre sem prejuizo do horário das classes.
Guerra, Direcções Geraes dos Serviços de Engenharia Para a primeira matricula em qualquer disciplina o
o Artilharia, commandos das divisões c mais autoridades alumno apresentará o documento a que se refere a alinea
militares. A) do n.° 1 da circular n.° 2 de 5 de outubro do 1905 e
Commandante do deposito de deportados,— Ao comman- um dos documentos a que allude a alinea B) do mesmo
dante da l . a divisão militar, corpos do exercito, corpo numero.
de marinheiros da armada, Direcção Geral do Ultramar Do confronto do artigo 19.° com o artigo 28.° do de-
c repartições de abonos e processo. creto de 29 de agosto de 1905 conclue-se que apenas po-
dem fazer-se nos lyceus exames por disciplina referidos ás
Paço, cm 13 de setembro do 1905. — D. João de Alar- classes 3. a , 5. a ou 7 . a ; pelo que a primeira matricula só
cão Velasques Sarmento Osorio. poderá effectuar-se em qualquer das classes l . a , 4. a ou 6. a
V. do G. n.° 210, do IS do setembro de 1905. Quando esta matricula se effectuar na 4. a ou 6. a classe, o
documento a que allude a alinea B) do n.° 1 da circular
n.° 2 de 5 de outubro cle 1905 ó substituído pela certidão
de approvação no exame singular da respectiva disciplina
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO na 3. a ou 5. a classe.
Paço, em 13 de setembro de 1 9 0 5 E d u a r d o José
Direcção Geral da Instrucção Publica Coelho.
D. do G. n.° 250, de 4 de novembro de 1905.
3,a Repartição
Convindo determinar a duração de cada aula de dese- Havendo o decreto de 29 de agosto de 1905, artigo 19.°,
nho nas diversas classes do curso dos lyceus • estabelecido dois exames para o curso geral, que, pelo de-
Oousidcraudo que não foi intenção do legislador revo- creto de 14 de agosto de 1895, tinha apenas um exame
1905 403 Setembro 13
de saida, para o qual eram pagas as propinas indicadas no Adolfo F e r r e i r a de Loureiro e João Thomás da Costa, e
n.° 1.° do artigo 175.° d'este decreto; pelos engenheiros directores dos serviços fluviaes e ma-
Não havendo sido intenção do legislador ordenar no de- ritimos, Henrique Barbosa Gonçalves Moreira, Joaquim
creto de 29 de agosto o pagamento duplo d'aquellas pro- Faustino Poças Leitão, Justino Marques de Oliveira e João
pinas : Henrique Von Hafe, procedam aos estudos necessarios
Ordena Sua Majestade El-Rei que as propinas para os para habilitarem o Governo a decidir qual o apparelho
dois exames do curso geral sejam as seguintes: ou apparelhos de dragagem que, dentro da verba prefixa
1.° P a r a o exame do curso geral, l . a secção: de 80:0000000 réis, mais convenha adquirir, tendo em
Pela matricula correspondente a tres annos do curso, vista a natureza dos portos que mais instantemente care-
120500 réis. cem d'estes trabalhos, e que o material a adquirir possa
Pelo exame, 200000 réis. prestar serviço ao maior numero possivel de portos, em-
2.° P a r a o exame do curso geral, 2. a secção: quanto o Governo não puder dispor de mais larga dota-
Pela matricula correspondente a dois annos do curso, ção para adquirir|novos apparelhos.
80330 réis. Paço, em 14 do setembro de 1905. =D. João de Alar-
Pelo exame, 130330 réis. cão Velasques Sarmento Osorio.
E s t a repartição das propinas é apenas applicavel aos D. do G. n.° 210, de IS de setembro de 1905.
alumnos que, de futuro, fizerem os dois exames do curso
g e r a l ; e não aos que forem admittidos a exame do curso
geral, 2. 3 secção, sem o da l . a secção, por j á haverem
transitado á 4. a classe em 29 de agosto de 1905. MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
Paço, em 13 de setembro de 1905. = Eduardo José
Coelho. 3. a Repartição da Direcção Geral
D. do G. n.° 250, da i de novembro de 1905.
da Contabilidade Publica
Com fundamento no artigo 50.° do regulamento geral
Portaria n . ° 4 de 13 de s e t e m b r o de 1905 de contabilidade publica de 31 de agosto de 1881, e em
vista da disposição do n.° 4 do artigo 25.° da carta de lei
Convindo esclarecer as disposições do § 1.° do artigo de 24 de novembro de 1 9 0 4 : hei por bem, tendo ouvido
18.° e do artigo 19.° do decreto de 18 de abril de 1895, o Conselho de Ministros, determinar que na tabella da dis-
que em parte foram revogadas pelo artigo 44." do de- tribuição da despesa ordinaria do Ministerio do Reino, no
creto de 29 de agosto de 1905: exercicio de 1904-1905, se effectuem dentro do capitulo IV
Ordena Sua Majestade El-Rei que as commissões in- para o artigo 19.° as seguintes transferencias de verbas,
cumbidas do exame das obras destinadas ao ensino secun- devidamente registadas na Direccão Geral da Contabili-
dário, em suas votações, tenham em vista as seguintes dis- dade Publica:
posições :
Do artigo 10.° 3:8000000
1. a O parecer de cada sub-secção, a que se refere o
artigo 17.° do decreto de 18 de abril de 1895, conclue Do artigo 14.° 7000000
pela deliberação tomada, a qual ha de consistir, em rela- 4:5000000
ção a cada obra concorrente, na sua approvação ou exclu-
são, sendo em qualquer dos casos mencionados os princi- O Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de
paes fundamentos. Ministros e os Ministros e Secretarios de Estado de todas
2. a A votação nas secções a que se refere o artigo 18.° as Repartições assim o tenham entendido e façam execu-
do citado decreto incide sobre a inadmissão, em conse- tar. Paço, em 17 de setembro de 1 9 0 5 . = R E I . = José Lu-
quência do disposto no artigo 4.° do mesmo decreto, e ciano de Castro = Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de
sobre a approvação ou exclusão de cada obra, indicada Miranda Montenegro = Manoel Affonso de Espregueira =
pela sub-secção; faz-se nominalmente e só é valida se Sebastião Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Mo-
reúne pelo menos cinco votos conformes. O presidente e reira Júnior=Eduardo Antonio Villaça == D. João de
o secretario votam em ultimo logar. Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
3. a A proposta a que se refere o artigo 19.° do citado D. do G. n.° 218, de 27 do setembro^de 1905. :
decreto será acompanhada dos pareceres das sub-secções,
das actas das secções e da commissão, e bem assim de
uma lista em que se encontrem mencionadas as obras ins-
critas nos pareceres, as inadmissões, approvações ou ex- Direcção Geral de Saude e Beneficencia Publica
clusões, indicadas pelas sub-secções, as inadmissões, ap-
provações ou exclusões approvadas nas secções, e os Attendendo ao que me representa o Conselheiro Enfer-
esclarecimentos necessarios para que seja fácil verificar a meiro-Mor do Hospital Real de S. José e Annexos: hei
validade de cada votação. por bem approvar o regulamento do hospital para doen-
Paço, em 13 de setembro de 1905. = Eduardo José ças infecto-contagiosas, bem como a tabella dos venci-
Coelho. mentos do respectivo pessoal, diplomas que baixam assi-
D. do G. n.° 250, do4 do novembro de 1905. nados pelo Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
do Reino, que assim o tenha entendido e faça executar.
Paço, em 18 jde setembro ; de 1905. = R E I . — Eduardo
José Coelho.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA
Regulamento;do hospital para^doenças Infecto-contagiosas
Direcção Geral de Obras Publicas e Minas
Artigo 1.° Este hospital, installado no edificio que foi re-
Repartição de Obras Publicas colhimento das servitas de Nossa Senhora das Dores, e
pavilhões annexos, ó destinado ao tratamento, em isola-
Sua Majestade EI Rei ha por bem determinar que uma mento, das doenças contagiosas que forem designadas pela
commissão constituido pelos Conselheiros inspectores ge- administração do Hospital Real de S. José e Annexos, a
raes de obras publicas, Silvério Augusto Pereira da Silva, l que é subordinado. A sua organização e funccionamento
2
Setembro2541 1905
obedecem ás disposições dos regulamentos geraes dos mes- Quando porem taes prescrições se não conciliem com
mos hospitaes, e ás especiaes consignadas neste regula- as exigencias dos serviços administrativos a administra-
mento. r ã o resolverá, bem como resolverá os conflictos que por-
A r t . 2.° Divide-se o hospital em duas secções, em ventura s u r j a m entre os funccionarios technicos.
cada uma das quaes o transito para a rua se fará por uma Art. 7.° E prohibida a entrada nas enfermarias a pes-
porta privativa. soas estranhas ao seu serviço interno. E x c e p t u a m - s e :
A primeira secção, installada no g r a n d e edificio, é des- 1.° Os empregados superiores da administração e da
tinada ao tratamento da tuberculose e comprehende sete fiscalização e os medicos dos hospitaes que se apresenta-
enfermarias. rem munidos de passe da repartição fiscal; o delegado da
A segunda secção, constituida pelo conjunto das enfer- repartição da acceitação dos doentes, a que se refere o
marias cm pavilhões separados, ó destinada ao tratamento § unico do artigo 8.°, e o pessoal do serviço religioso,
de todas as outras doenças contagiosas. quando no exercicio das suas funcções;
Cada secção se decompõe em duas divisões: uma p a r a 2 0 Os medicos, nacionaes ou estrangeiros, estranhos
cada sexo. aos hospitaes que, previamente autorizados, pretendam vi-
E m cada divisão o internamento se fará com separação sitá-lo ;
dos adultos das crianças, e das doenças do foro medico 3.° As pessoas que se apresentarem a pedir p a r a visi-
das do foro cirúrgico. tar enfermos, estando nas condições dos n. o s 5.° e 7.° do
As crianças clo sexo masculino, até oito annos, serão artigo 82.° do regulamento geral dos serviços clínicos;
internadas nas enfermarias cle crianças das divisões do sexo 4.° A s pessoas que, nos termos do artigo 73.° e seguin-
feminino. tes do mesmo regulamento, pretenderem visitar os doen-
A r t . 3.° No serviço interno cle cada secção observar-se- tes da primeira secção.
h a rigoroso isolamento. § unico. As pessoas a quem é vedado o accesso ás en-
Ao pessoal empregado nos serviços geraes, communs ás fermarias será dada informação sobre o estado cios seus
duas secções ou privativos de cada uma d'ellas, é absolu- doentes sempre que se apresentem a pedi-la.
tamente prohibido, no exercicio cVesses serviços, entrar A r t . 8.° A entrada de doentes no hospital f a z - s e :
nas enfermarias e nas suas dependencias immediatas. 1.° Por transferencia dos outros hospitaes dependentes
P a r a o serviço interno e particular de cada uma das da administração;
secções haverá um pessoal privativo, a quem é absoluta- 2.° P o r acceitação.
mente defeso transitar de uma para outra das secções sem As transferencias serão requisitadas pelos directores de
previa licença das autoridades fiscaes, e sempre sujeito á enfermarias, por annotação no respectivo boletim clinico,
vigilancia d'estas. onde irá sempre consignado o diagnostico definitivo ou
As transgressões d'estes preceitos serão castigadas como provisorio.
faltas graves, nos termos dos regulamentos geraes. Os documentos comprovativos das analyses clinicas que
A r t . 4.° Cs serviços do hospital são classificados em antecedentemente tenham sido feitas devem acompanhar
tres grupos, havendo para cada um d'elles um pessoal ex- o boletim.
clusivo, especialmente instruído : Na acceitação observar-se-hão os preceitos que lhe são
1.° Serviço interno das e n f e r m a r i a s ; referentes no regulamento geral dos serviços clínicos dos
2." Serviço geral privativo de cada secção ; hospitaes, com as modificações seguintes:
3.° Serviços geraes communs ás duas secções. a) A repartição de acceitação do Hospital de S. José
A r t . 5." Dentro do hospital todos os empregados são passará guia p a r a entrada no hospital aos doentes que,
obrigados a apresentarem-se uniformizados: soffrendo das doenças a que este se destina, solicitem por
Os facultativos, pessoal de enfermagem, empregados da terceira pessoa o seu internamento, uma vez que aos do-
pharmacia, cla cozinha c cias machinas, os porteiros e os cumentos exigidos para a acceitação ordinaria j u n t e m at-
serventes, pela forma estabelecida nos regulamentos ge- testado medico comprovativo da doença.
raes para os empregados das suas respectivas catego- b) P o r urgencia, somente justificada pela presença de
rias ; algum accidente grave do desenvolvimento da doença que
O fiscal c o seu ajudante, com sobretudo branco abo- necessite de tratamento immediato, podem ser directa-
toado e boné de pala. mente acceites no referido hospital os doentes que ahi se
Os serventes cla pharmacia, cla cozinha, das machinas apresentarem, sendo-lhes neste caso dispensada a pronta
e das diversas especics cle serviços geraes usarão, sobre exhibição de documentos, mas o fiscal tomará ao doente
os uniformes dos outros hospitaes e collocado sobre o e ás pessoas que o acompanharem as declarações precisas
honibro direito, cm ar cle charlateira, bem visivel, um para um assentamento provisorio da entrada.
distinctivo cle côr especial para cada um dos ramos de c) Os doentes que forem apresentados na repartição da
serviço, o qual sorá indicado pela administração, nas ins- acceitação deverão conservar-se nos vehiculos em que ahi
trucções que promulgar, com relação a cada um cVesses forem conduzidos, tomando-se os apontamentos p a r a o re-
ramos cle serviço. gisto e confecção do boletim clinico.
§ unico. Os uniformes serão vestidos e despidos nas Verificado o diagnostico serão remettidos nos mesmos
salas cle desinfecção que para esse effeito forem destina- vehiculos com o respectivo boletim p a r a a secção do hos-
das. pital onde devem ser recebidos.
A r t . (i.° A superintendencia nos serviços administrati- Os doentes que se apresentarem em maca ou pelo seu
vos do hospital é confiada, nos termos dos regulamentos pé serão sequestrados de todo o contacto com outras pes-
geraes, a um fiscal, que t e r á um ajudante especialmente soas e collocados o mais prontamente possivel no carro
incumbido da fiscalização da 2. :l secção. que os; deve transportar para o hospital.
A direcção dos serviços do hygiene e jjrophylaxia. per- d) A entrada neste hospital os doentes serão examina-
tence, dentro das enfermarias, especialmente aos respec- dos pelo assistente do serviço p e r m a n e n t e , oPqual deter-
tivos directores, auxiliados pelos seus assistentes, e, em minará qual o procedimento hygienico e therapeutico a
todo o hospital, ao inspector technico cle hygiene hos- seguir.
pitalar. Se nesta verificação reconhecer que pela n a t u r e z a da
O fiscal e seu ajudante devem fazer cumprir as pres- doença algum enfermo não deve ser internado neste hos-
crições que, para a execução dos serviços de hygiene e pital, recusar-Ihe-ha a entrada, reenviando-o para o Hospi-
prophylaxia, forem dadas pelos directores das enfermarias tal de S. José.
e polo inspector technico. e) Quando á entrada do hospital o assistente tiver du-
1905 405 Setembro 13
vidas sobre o diagnostico, será o doente recebido em obser- lação a hygiene e prophylaxia, incumbindo-lhes substituir
vação, notando-se o facto no boletim. no hospital o inspector de hygiene nos seus impedimentos,
Quando se reconheça que o doente não soffre de doença precedendo nomeação da administração;
contagiosa da especie d'aquellas a cujo tratamento o hos- 8.° Cuidar n a manutenção da hygiene das suas enfer-
pital é destinado, será prontamente removido para outro marias em todos os seus pormenores;
hospital, por intermedio da repartição da acceitação, ou 9.° Assinar o livro do ponto na repartição fiscal, na sua
p a r a o seu domicilio, conforme as condições regulamenta- primeira entrada do dia p a r a o hospital e á saida da visita
res determinarem, devendo ser submetticlo a rigorosa de- da t a r d e ;
sinfecção antes de sair. 10.° Coadjuvar a execução dos actos operatorios n a sala
§ unico. U m delegado da repartição da acceitação irá de operações, sempre que p a r a tal fim forem convocados
diariamente regularizar a escrituração dos doentes entra- pelo director da sala a requisição do operador.
dos; verificar se se acham satisfeitas as condições que ad- § 1.° O livro do ponto não póde sair da repartição fis-
ministrativamente são exigidas para a aceitação e colher cal para as enfermarias. P o r elle serão feitas na secretaria
os dados necessarios para serem lavrados na repartição as annotações relativas á effectividade do serviço.
os termos de entradas relativos aos admittidos por urgen- § 2.° Logo que na segunda secção o numero dc assis-
cia e promover o preenchimento das faltas que forem en- tentes exceda a tres, permanecerão no hospital, nas horas
contradas nos processos. intervallares das visitas, dois assistentes, um em cada
A r t . 9.° Salvo o caso de grave alteração n a saude pu- seccãe.
blica, é prohibido o internamento neste hospital de doen- § 3.° Na falta ou impedimento accidental dc algum as-
tes em numero superior ao da sua lotação. sistente, será o seu serviço de enfermaria desempenhado
§ unico. Quando a repartição de acceitação não possa pelos assistentes que estiverem de escala no hospital.
satisfazer os pedidos de transferencia e acceitação de § 4.° O assistente que estiver de serviço nocturno póde
doentes novos por falta de camas disponiveis, registá- requisitar alimentação p a r a si, uma vez que nessa requi-
los-ha para os ir satisfazendo por ordem de prioridade. sição se comprehendam apenas os generos de que a des-
A transferencia prefere á acceitação. pensa se acha normalmente abastecida.
A r t . 10.° A assistência medica será prestada pelo pes- § 5.° O assistente que, estando no desempenho do ser-
soal medico do quadro geral dos hospitaes, distribuido na viço permanente que lhe pertence por escala, abandonar
l . a secção pela seguinte forma: o hospital será demittido.
Na l . a divisão: O que faltar á totalidade ou p a r t e dos serviços que lhe
U m director de clinica medica para a enfermaria n.° 1. pertencem no dia perderá os respectivos vencimentos,
U m director de clinica medica para as enfermarias n. o s 2 mesmo quando justifique a falta.
e 3. Aos assistentes que se mostrem assiduos ao serviço po-
Um director de clinica cirurgica para a enfermaria n.° 4. derá a administração conceder uma licença de trinta dias
A cargo d'este ultimo director estará tambem a direc- em cada anno, para ser gozada de uma só vez, devendo
ção da clinica externa e da sala de operações. o serviço do licenceado ser feito pelos restantes, por escala.
Na 2. a divisão: Nunca a administração poderá ter licenceado mais do
U m director de clinica medica p a r a a enfermaria n.° 1. que um assistente, salvo quando o numero d'elles for
U m director de clinica cirurgica p a r a as enfermarias superior a doze.
n.° 3 2 e 3. Art. 12.° A s attribuições do pessoal de enfermagem quo
E m cada uma das divisões da 2. a secção haverá per- servir neste hospital são as seguintes :
manentemente um director. 1.° Aos enfermeiros chefes de ambos os sexos coru
Quando a accumidação de doentes ou a variedade de es- pete :
pecies mórbidas o exijam, poderá a administração subdi- Dirigir a execução da enfermagem nas divisões de ser-
vidir cada uma das divisões em grupos de pavilhões, não viço que estiverem a seu c a r g o ;
excedentes a tres, e encarregar da direcção de cada grupo Manter a ordem e a disciplina, vigiando pelo rigoroso
um facultativo saido, em commissão, do quadro dos direc- cumprimento dos regulamentos, horarios e instrucções re-
tores de enfermaria dos hospitaes. lativas a cada ramo de s e r v i ç o ;
Adjunto a cada director, e em ambas as secções, ha- Fiscalizar a manutenção do asseio e a realização de to-
verá sempre um assistente, podendo em todo o caso a ad- dos os preceitos hygienicos que forem determinados pelos
ministração elevar transitoriamente o numero d'estes fa- seus superiores;
cultativos quando assim o exijam as necessidades do E x e r c e r vigilancia sobre a conservação do edificio, mo-
serviço. biliario, roupas e utensílios da sua divisão dc serviço,
A r t . 11.° Aos facultativos assistentes i n c u m b e : advertindo, ensinando e chamando á emenda das faltas os
1.° Substituir os respectivos directores nas suas faltas e que forem immediatamente responsáveis por ellas, podendo
impedimentos; fazer verificações dos inventarios sempre que o j u l g u e
2.° Coadjuvar os mesmos directores no exercicio das conveniente ;
suas funcções pela forma que for por elles indicada, de- Receber o expediente de todas as enfermarias da sua
vendo para isso comparecer nas suas enfermarias das divisão de serviço e dar-lhe o devido destino ;
onze horas da manha á uma da tarde e desde as cinco ás Tomar conhecimento de tudo quanto sac e entra na sua
sete da t a r d e ; divisão de serviço, fazendo distribuição do que pertencer
3.° T o r n a r continua e permanente a assistência medica a cada enfermaria, á responsabilidade dos ajudantes res-
a todos os doentes, de dia e de noite; por escala perma- pectivos ;
necerá sempre um no hospital; F a z e r o serviço dc ronda nocturna, em que será coadju-
4.° Desempenhar o serviço clinico externo de consultas vado pelo ajudante que o fiscal designar, se n a divisão
e curativos; não houver mais enfermeiros.
5.° F a z e r a escrituração clinica da enfermaria, assisti- 2.° Aos ajudantes de ambos os sexos compete :
dos pelo pessoal de enfermagem; O desempenho das funcções attribuidas no artigo 1 4 4 . "
6.° P r e s t a r o auxilio da sua sciencia a todos os func- do regulamento geral dos serviços clinicos aos enfermeiros,
cionarios do hospital que lh'o pedirem em assuntos de hy- na parte que por este regulamento não é contrariada, de-
giene ou de enfermagem; vendo alem d'isso entrar na escala p a r a o serviço de pi-
7.° Prevenir a inspecção de hygiene hospitalar e o fis- quete e coadjuvar o respectivo enfermeiro no serviço de
cal das faltas que observarem nos serviços geraes em re- ronda.
Setembro 18 406 1905
3.° Aos praticantes e serventes de ambos os sexos per- 1.° — Limpeza geral:
tencem as obrigações que aos empregados da sua catego- Tres serventes na l . a secção e quatro na 2. a secção,
ria são impostas no citado regulamento dos serviços clí- que serão tambem serventes das repartições fiscaes.
nicos.
Art. 13.° O pessoal de enfermagem será distribuido na 2.° — Machinas:
primeira secção pela seguinte forma: U m machinista-cheíe.
Na l . a divisão : Dois machinistas-ajudantes.
U m enfermeiro, chefe de serviço das enfermarias n. o s 1, Dois fogueiros.
2 e 3. U m encarregado da estufa de desinfecção.
Tres ajudantes de enfermeiro para as tres enfermarias. Um serralheiro canalizador.
Sete praticantes: tres para a enfermaria n.° 1, dois para
3 . ° — D e s i n f e c ç ã o e incineração:
a enfermaria n.° 2 e dois para a enfermaria n.° 3 ;
Quatro serventes; Um barbeiro.
Um enfermeiro, chefe do serviço da enfermaria n.° 4, e Quatro serventes para a desinfecção.
do serviço da consulta externa e sala de operações; U m servente encarregado especialmente do forno.
Um ajudante para a enfermaria n.° 4 ; 4.° — Serviço mortuário:
Tres praticantes para a enfermaria n.° 4 e consulta ex-
terna ; U m guarda.
Dois serventes.
Dois serventes para a enfermaria n.° 4.
a
Na 2. divisão: 5.° — Portas e Porteiros:
Uma enfermeira-chefe de serviço; Quatro porteiros.
Tres ajudantes de enfermeira, uma para cada enferma- § unico. Aos serventes a quem pertence a limpeza ge-
ria d'esta divisão; ral, desinfecção e incineração incumbe tambem o trans-
Sete praticantes: tres para a enfermaria n.° 1, duas porte de alimentos, de louças, escarradeiras e medicamen-
para a n.° 2 e duas para a n.° 3 ; tos.
Quatro criadas. Art. 18.° São chamados especiaes os serviços que, ape-
Nas duas divisões da 2. a secção haverá permanente- sar de serem destinados ao provimento das necessidades
mente : na do sexo masculino um enfermeiro, e na do sexo de todas as enfermarias, são na sua execução independen-
feminino uma enfermeira-chefe de serviço. E m cada pavi- tes d'ellas e teem a sua technica especial.
lhão que estiver em funcção haverá um ajudante, tres Os serviços especiaes comprehendem: o serviço reli-
praticantes e dois serventes do sexo masculino ou feminino, gioso, a pharmacia, a cozinha e despensa, a clinica ex-
conforme a divisão a que o pavilhão pertencer. terna e sala de operações, os jardins e parques e a trac-
§ 1." O numero de praticantes e serventes de ambos os ção.
sexos póde ser alterado pela administração, quando as A superintendencia nestes serviços está a cargo do»
conveniências do serviço o aconselhem. chefes respectivos dos quadros dos hospitaes, e os func-
§ 2.° O pessoal de enfermagem é obrigado, sempre que cionarios que os executam em subordinação aos preceitos
lhe seja determinado, a prestar serviços da sua competen- de hygiene e administrativos, harmonicos com o regime
cia fóra da enfermaria ou pavilhão a que pertence, mas privativo do hospital.
nunca fóra da respectiva divisão. Instrucções especiaes da administração hão de regular
A r t . 14.° O pessoal de enfermagem do sexo feminino o modo de execução d'estes serviços.
tem residencia permanente no hospital e o do sexo mas- Art. 19.° P a r a o desempenho dos serviços especiaes
culino só a terá quando a administração o determinar. verá o seguinte pessoal:
Os empregados que tenham de desempenhar serviço
nocturno devem permanecer no hospital desde a hora em 1.° — Serviço religioso:
que se fecham as portas. U m coadjutor.
Art. 15.° As enfermarias devem, quanto possivel, ser- Um sacristão.
vir só de dormitorio aos doentes, evitando-se-lhes a ocio-
sidade, tanto quanto ser possa e na medida que os clini- 2.0— Pharmacia:
cos autorizarem. Um chefe de pharmacia.
Art. 1(5.° São chamados geraes os serviços communs a Tres aspirantes effectivos.
todo o hospital o realizados fóra das enfermarias. Um servente.
Comprehendem a limpeza exterior ás enfermarias, as 3.°—Cozinha e despensa:
machinas, a desinfecção e incineração, o transporte de ali- Um escriturario-chefe.
mentos, louças, roupas e medicamentos para as enferma-
Um cozinheiro.
rias, o serviço mortuário e o serviço das portas.
Dois ajudantes do cozinheiro.
Todos estes serviços são dirigidos na primeira secção
Sete serventes.
pelo fiscal c na segunda pelo seu ajudante, e superinten-
didos, na parte que respeita á sua competencia, pela ins- 4.°— Clinica externa e sala de operações:
pecção de hygiene hospitalar. Director do exercicio, o director da enfermaria n.° 4 da
Junto do fiscal haverá um encarregado de serviço ex- a
divisão.
terno do hospital, com funcções analogas aos empregados Os assistentes.
da mesma designação existentes nos outros hospitaes, an- O enfermeiro da enfermaria n.° 4 da l . a divisão.
nexos ao de S. José. Um servente privativo e residente.
A cargo da repartição fiscal está a arrecadação dos fa-
tos dos doentes entrados servida por esse empregado e 5 . " — J a r d i n s e parques:
pelos serventes geraes. Um jardineiro permanente.
Os serviços geraes, não especificados neste artigo, se- Trabalhadores effectivos.
rão executados segundo a norma commum seguida no Trabalhadores extraordinarios.
Hospital de S. José, o em subordinação tambem ás dispo-
sições geraes d'este regulamento. 6.°— Tracção:
Art. 17.° Para o desempenho dos serviços geraes ha- Um chauffeur.
verá o seguinte pessoal: Um servente auxiliar.
1905 407 Setembro 13
A r t . 20.° Os vencimentos do pessoal que servir no hospi- A r t . 2.° Aos e x a m e s a que se refere o artigo 1.° pode-
tal são os constantes da tabella a n n e x a a este r e g u l a m e n t o . rão ser a d m i t t i d o s :
A r t . 21.° A administração do Hospital Real de S . J o s é a) Os individuos que r e q u e r e r a m n a epoca n o r m a l e
e A n n e x o s p r o m u l g a r á as instrucções necessarias p a r a as- não p r e s t a r a m provais;
s e g u r a r a melhor execução dos serviços a que se refere b) Os que tendo-as p r e s t a d o não as concluíram ou fica-
este regulamento, em escrupulosa observancia dos precei- ram r e p r o v a d o s ;
tos de hygiene e de p r o p h y l a x i a . c) Os que em condições legaes de r e q u e r e r o não fi-
P a ç o , em 18 de setembro de 190Õ. = Eduardo José zeram.
Coelho § unico. Os individuos n a s condições das alineas a) e b)
Tabella dos vencimentos <lo pessoal cVeste artigo serão dispensados d a a p r e s e n t a ç ã o dos docu-
que servir no hospital de doenças infecto-contagiosas mentos a que são obrigados pelo artigo 15.° do r e g u l a m e n t o
do ensino profissional dos e m p r e g a d o s dos t e l e g r a p h o s o
Gratifica- Ajudas correios, approvado por decreto de 28 d e j u n h o de 1902.
Designação Ordenado ções cle custo
A r t . 3.° O p r a z o para apresentação dos r e q u e r i m e n t o s
de admissão aos e x a m e s começará no dia 2 0 do c o r r o n t e
Directf r de e n f e i m a r i a . . . 3000000 2000000 e termina pelas quatro h o r a s da t a r d e do dia 3 0 do mes-
Facultativos assistentes... 3000000 600000 mo m ê s .
Enfermeiro, chefe de ser- A r t . 4.° Os e x a m e s deverão começar no p r i m e i r o dia
viço (a) 2400000 300000
A j u d a n t e (a) 2041000 300000 util do mês cle o u t u b r o e e s t a r concluídos no dia 15 do
P r a t i c a n t e (a) 1500000 300000 mesmo mês.
Servente (b) 1080000 360000 A r t . 5.° Os individuos que n e s t a epoca de e x a m e s ob-
E n f e r m e i r a , chefe de ser- t i v e r e m a p p r o v a ç ã o somente no primeiro anno do curso
viço (ò) 1690200 200800
A j u d a n t e (b) 1440000 60000 p o d e m matricular-se no segundo anno clo m e s m o curso no
P r a t i c a n t e (è) 126,5000 proximo anno lectivo, se assim o r e q u e r e r e m em seguida
Criada (b) . 600000 120000 áquelles e x a m e s filiaes.
Fiscal 5000000 1000000 O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios das
A j u d a n t e de fiscal 3000000 1200000
E n c a r r e g a d o do serviço ex- O b r a s Publicas, Commercio e I n d u s t r i a assim o t e n h a en-
terno e escrituração da tendido e f a ç a e x e c u t a r . = Paço, em 18 de s e t e m b r o de
r e p a r t i ç ã o fiscal 2040000 960000 1905. = R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sarmento
Coadjutor 2300400 Osorio.
Sacristão (c) 110000 D. do G. n.° 213, do 21 de setembro de 1905.
Chefe de p h a r m a c i a (d). . . 4100000 901000
A s p i r a n t e de pharmacia (rf) 660 por dia util
Servente de p h a r m a c i a <è) 400 por dia util
E s c r i t u r á r i o chefe de cozi-
nha 2001000 1600000 C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o
Cozinheiro (b) 1440000 961000
A j u d a n t e de cozinheiro (b) 1000800 Conselho de Administração
Jardineiro permanente . . . 500 por dia
T r a b a l h a d o r effectivo . . . . 450 por dia util P r o p o n d o a administração dos Caminhos de F e r r o do
E n c a r r e g a d o do automovel 850por dia util E s t a d o que, p a r a a execução dos trabalhos de construc-
Machinifcta (b) 1 $200por dia util
Maehmista ajudante (6)... 800 por dia util ção da ponto sobre o rio D o u r o , no Pinhão, seja decla-
Fogueiro 600por dia util r a d a a urgencia da e x p r o p r i a ç ã o por utilidade publica cle
E n c a r r e g a d o da estufa de u m a parcela de terreno com a superfície de 124 m -,64 per-
desinfecção (6) 600 por dia util t e n c e n t e a Manoel Vieira P i n t o , confrontando pelo n o r t e
Serralheiro (6) 800 por dia util
B a r b e i r o (b)
com Maximiano Julio T e i x e i r a Monteiro e com o expro-
120^000
G u a r d a da casa mortua- priando, pelo sul com caminho publico, pelo n a s c e n t e com
ria (b) 144$000 360000 Antonio Baptista de C a r v a l h o e pelo poente com caminho
Porteiro (b) 1440000 363000 publico;
Considerando que estas expropriações se a c h a m com-
(a) T e e m que residir no hospital quando a administração o de- p r e h e n d i d a s nas disposições do artigo 2.° da c a r t a de lei
terminar. N e s t e caso teem direito a alimentação, segundo o formu- de 17 de. setembro de 1 8 5 7 :
lário bromatologico e perdem dois terços da gratificação.
(b) Teem^ direito a alimentação, segundo o formulário bromato- H e i por b e m , conformando-me com o p a r e c e r do Con-
logico e residencia no hospital. selho S u p e r i o r de O b r a s Publicas e Minas, cle 31 de agosto
(c) Residencia no hospital e vestiarias computadas em 90600 findo, d e c l a r a r cle utilidade publica e u r g e n t e , nos termos
réis. das leis de 23 de julho cle 1 8 5 0 e 8 de j u n h o cle 1859, as
(d) Teem mais a gratificação de 200 réis por dia pelo serviço
que desempenharem fóra das horas do expediente ordinario (ar- mencionadas expropriações, m a r c a d a s nas plantas p a r c e -
tigo 28.° do decreto de 19 de outubro de 1904). lares que baixam com o p r e s e n t e decreto, assinadas pelo
Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios das O b r a s
P a ç o , em 18 de setembro de 1905. = Eduardo José
Publicas, Commercio e I n d u s t r i a .
Coelho.
D. do 6 . n.° 213, do 21 do setembro de 1905. O mesmo Ministro e Secretario do E s t a d o assim o te-
nha entendido e faça executai'. Paço, em 18 de s e t e m b r o
de 1905. = R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sar-
mento Osorio.
MINISTERIO DAS OBRAá PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA D. do G. 12.0 213, de 21 do setembro de 1905.
I n s p e c ç ã o G e r a l dos T e l e g r a p h o s
e Industrias Eléctricas
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
A t t e n d e n d o ao que m e foi representado pelo Ministro e
Secretario de E s t a d o dos Negocios das O b r a s Publicas, D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r
Commercio e I n d u s t r i a : hei por b e m d e c r e t a r :
A r t i g o 1.° No proximo mês de outubro de 1905 h a v e r á 3,a Repartição
n a s escolas praticas elementares de telegraphia de Lisboa Tendo-me r e q u e r i d o José Rodrigues de A m a r a l L e a l ,
e Porto u m a segunda epoca de exames, súbdito p o r t u g u ê s , medico c proprietario residente na ei-
Setembro IS 4 0 8 1905
claclo do Lourenço Marques, no districto do mesmo nome, ctal n.° 175, Beja, por Portel, á ribeira de S. Marcos e
da provincia dc Moçambique, a concessão por aforamento á ponte do Albardão, comprehendido entre o Alto de
de 282 hectares dc terreno baldio, situado junto ao rio Valle Vazio e Monte clo Trigo, seja declarada a urgencia
Umbelusi, no districto de Lourenço Marques, confinando cla expropriação de uma parcela de terreno de que é di-
pelo norte com baldios e com terrenos de Edouard Hirsch recto senhorio a Junta de Parochia da freguesia de Monte
e dc Julio José Ribeiro, por sul e oeste com o rio Umbe- do Trigo e actualmente cmphyteuta Francisco Nepomuccno,
lusi e por leste com terreno do referido Julio José Ri- da mesma freguesia;
beiro, conforme consta do annuncio publicado no Diario Considerando que esta expropriação se acha compre-
do Governo n. os 247, 248 e 249, dc 3, 4 e 5 de novembro hendida nas disposições cla lei de 17 de setembro de
de 1904; 1897:
Não se havendo apresentado proposta alguma no con- Hei por bem, conformando-me com o parecer do Con-
curso a que so procedeu cm 3 de janeiro do corrente anno selho Superior de Obras Publicas e Minas, declarar de
na Direcção Geral do U l t r a m a r ; utilidade publica e urgente, nos termos das leis de 23 de
Não tendo sido interposto impedimento algum á conces- julho de 1850 e 8 de julho do 1859, a expropriação do
são pela commissão das terras do districto de Lourenço mencionado terreno, medindo l:354 m 2 ,30, que constitue a
Marques ; parcela n.° 32, entre perfis 458 e 465 clo respectivo pro-
Não sc havendo reconhecido fundamento ás reclama- jeto, marcada na planta parcelar que baixa com o pre-
ções apresentadas contra a concessão ; sente decreto, assinada pelo Ministro e Secretario de Es-
Havendo sido publicado no Diario do Governo n.° 172, tado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e In-
de 3 de agosto do corrente anno, o aviso de que foi feita dustria.
a José Rodrigues do Amaral Leal a adjudicação do ter- O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
reno por elle requerido; nha entendido e faça executar. Paço, em 18 de setembro
Tendo por despacho de 1 de setembro corrente sido au- de 1905. = R E I . =D. João de Alarcão Velasques Sar-
torizado Januario Joaquim Nunes, como procurador do mento Osorio.
adjudicatario, a effectuar na Caixa Geral de Depositos o D. do Cl. n.° 21-1, do 22 do setembro de 1905.
deposito de caução designado no artigo 11.° das «Instruc-
ções provisorias sobre concessão de servidões em terrenos
marginaes e sobre concessões cle terrenos por aforamento
nas provincias ultramarinas», approvado por decreto com MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO
forca de lei do 30 de outubro cle 1902;
Havendo o referido deposito sido realizado em 2 de se- D i r e c ç ã o Geral da I n s t r u c ç ã o P u b l i c a
tembro, conforme consta do respectivo conhecimento:
Hei por bem decretar o seguinte:
Artigo 1 E concedido a José Rodrigues do Amaral 3.a Repartição
Leal o aforamento de 282 hectares cle terreno baldio si-
tuado junto ao rio Umbelusi, no districto do Lourenço Havendo-se reconhecido a necessidade cle regulamentar
Marques, da provincia dc Moçambique, confinando pelo o funccionamento no proximo anno lectivo da Escola Mu-
norte com baldio c com terrenos de Edouard Hirsch e cle nicipal Secundaria «Manoel Antonio de Seixas», de Mon-
Julio José Ribeiro, por sul e oeste eom o rio Umbelusi e corvo, a fim de satisfazer ás condições indicadas no § 1.°
por leste com terreno clo referido Julio José Ribeiro. do artigo 2.° do decreto de 29 de agosto de 1 9 0 5 :
A r t . 2." O terreno designado no artigo precedente ó Hei por bem dccretar o seguinte:
destinado á agricultura. Artigo 1.° No primeiro anno lectivo funccionará nesta
a a
Art. 3.° O concessionario será obrigado a pagar pelo escola apenas a l . classe do curso geral, l . secção, a
referido terreno, nos termos do regulamento geral provi- que se refere o artigo 5.° do decreto de 29 de agosto de
sorio de 2 de setembro dc 1901, para execução da carta 1905.
cle lei de 9 de maio do mesmo anno, sobre concessões de A r t . 2.° Todo o ensino d'esta classe, e bem assim a
terrenos no uitramar, o foro annual de 500 réis por hec educação physica que lhe corresponde, devem ser minis-
tare. trados por tres professores.
Art. 4.° A concessão designada no artigo 1.° clo pre- Art. 3.° A nomeação dos professores da Escola Muni-
sente decreto c feita sem prejuizo dos direitos assegura- cipal Secundaria «Manoel Antonio de Seixas», de Mon-
dos aos indígenas pelos artigos 2.° e 3.° c n.° 2.° do ar- corvo, será feita segundo as disposições vigentes nos ly-
tigo 8.° da carta cle lei de 9 de maio de 1901, e pelos ceus do reino.
i>§ 1.°, 2." e 3.° do artigo 2.°, n.° 2.° do artigo 10.° e ar- A r t . 4.° Um dos professores effectivos exercerá as
tigo 139.°, com seu § unico, do regulamento geral provi- funcções de director, recebendo por isso a gratificação
sorio de 2 de. setembro de 1901. annual cle 100;5>000 réis.
Art. 5." Fica revogada a legislação em contrario. Art. 5.° E m caso cle necessidade um dos professores
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- poderá ser um professor effectivo de qualquer lyceu,
rinha e uitramar assim o tenha entendido e faça execu- accumulando as funcções cle director e recebendo, alem
tar. Paço, em 18 cle setembro de 1905. = R E I . = Ma- cla gratificação que lhe competir como director, o orde-
noel Antonio Moreira Júnior. nado cle categoria e exercicio como professor do quadro
1). do Ci. n.° 211, dc 22 do setembro de 1905.
do lyceu a que pertencer ; e os outros professores pode-
rão ser de nomeação interina, feita nos termos da legisla-
ção vigente, recebendo 300,£000 réis annuaes.
Art. 6.° No proximo anno lectivo as matriculas, a fre-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA quencia das aulas, classificação dos alumnos, passagens dc
classe, c tuclo o mais que diz respeito ao funccionamento
D i r e c ç ã o G e r a l de O b r a s P u b l i c a s e M i n a s da escola, serão regulados pelas disposições vigentes nos
lyceus, que lho forem applicaveis.
Repartição de Obras Publicas O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
^ Propondo o director das obras publicas do districto da 18 de setembro de 1 9 0 5 . = R E I . — Eduardo José Coelho.
E v o r a que, para a construcção do lanço cla estrada clis- D . do G. n.° 215, de 23 de setembro do 1905.
1905 409 Setembro 13
Hei por bem approvar o orçamento geral da receita e Tendo sido mandado adoptar nas provincias de Cabo
despesa do fundo da instrucção primaria para o exercicio Verde e S. Thomé e Principe o systema metrico decimal
de 1906, que faz parte do presente decreto e baixa as- pelos decretos de 10 cle abril dc 1891, e nos territorios
sinado pelo Ministro e Secretario de Estado dos Negocios sob a administração da Companhia de Moçambique pelo
do Reino. decreto de 11 de outubro de 1 8 9 3 ;
O mesmo Ministro e Secretario de Estado clos Negocios Convindo que o mesmo systema seja officialmente adop-
do Reino e o Ministro e Secretario de Estado clos Nego- tado nas outras provincias africanas, visto que em toda a
cios da Fazenda assim o tenham entendido e façam exe legislação emanada do Ministerio da Marinha e Ultramar
cutar. Paço, em 18 de setembro de 1905. = R E I . = nos ultimos annos se faz exclusivo emprego d'esse systema,
Eduardo José Coelho = Manoel Affonso de Espregueira. que de facto está j á em vigor em todas essas provin-
cias;
Tendo ouvido a J u n t a Consultiva do Ultramar e o Con-
Resumo do orçamento geral da receita e despesa selho de Ministros; c
do fundo da instrucção primaria para o exercicio de 1906, Usando da autorização concedida ao Governo pelo § 1.°
a que se refere o decreto datado de hoje do artigo 15.° do 1.° Acto Addicional á Carta Cons-
Receita titucional da Monarchia:
Hei por bem decretar o seguinte:
I m p o r t a n c i a com q u e a s c a m a r a s municipaes teem
de c o n t r i b u i r das suas r e c e i t a s g e r a e s , conforme Artigo 1.° E mandado pôr em execução nas provincias
a t a b e l l a a n n e x a ao decreto de 4 d e j u l h o de 1905 461:6500317 ultramarinas da Guiné, Angola e Moçambique o systema
Setembro 23 410 1906
metrico decimal de pesos e medidas, devendo observar-se Considerando que o expediente da Secretaria de Estado
na sua execução as disposições dos decretos de 13 de de- dos Negocios cias Obras Publicas, Commercio e Industria,
zembro dc 1852 e 2 de maio de 1855. conforme dispõe o seu decreto orgânico, termina ás 4
Art. 2." É lixado em cinco annos o prazo para a com- horas da t a r d e ;
pleta adopção do referido systema, a contar da publicação Considerando que o artigo 288.° do regulamento da
d'cste decreto nos Boletins Officiaes das referidas provin- propriedade industrial, de 28 de março de 1895, dá aos
cias. interessados o direito de realizar actos para os quaes é
A r t . 3." Fica revogada a legislação em contrario. preciso tempo officialmente util;
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Ma- Considerando que o serviço de apresentação dos do-
rinha e Ultramar assim o tenha entendido e faça execu- cumentos acima referidos tem aumentado de tal modo que
tar. Paço, em 18 de setembro de 1905. = E E I . = Manoel ó escassa uma hora para o poder desempenhai-, cabal e
Antonio Moreira Júnior. legalmente :
D. do G. n.° 210, do 28 do setembro dc 1905. H a por bem Sua Majestade El-Rei determinar que a
entrada cios documentos relativos ao registo de marcas,
nomes e recompensas só possa ser feito até as 3 horas da
tarde, reservando-se o tempo que decorre desde esta hora
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA até a do encerramento do expediente para a regular exe-
cução do mesmo serviço.
Direcção Geral de Obras P u b l i c a s e Minas Paço, em 19 de setembro de 1 9 0 5 . = D. João de Alar-
cão Velasques Sarmento Osorio.
Repartição de Obras Publicas
D. do G. n.° 212, do 20 de setembro de 1905.
Nos termos do artigo 3.° cla carta de lei de 23 de abril
de 1896 e dos artigos 1.° e 2.° clo decreto de 24 de se-
tembro de 1898 : hei por bem determinar, conformando-me
com o parecer clo Conselho Superior de Obras Publicas e MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA
Minas, cpie o director cias obras publicas clo districto da
Guarda faça proceder á construcção da estrada de liga-
ção da estrada real n.° 9 com a estrada municipal do Ba- Direcção Geral
raçal á estação cle Celorico da Beira, passando por Minho-
ca!, c autorizar o referido funccionario a despender com 3.a Repartição
a execução dos respectivos trabalhos, no actual anno eco-
nomico, a quantia de 1:000$000 réis. Tendo ultimado os seus trabalhos a commissão nomeada
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa- para proceder á revisão do regulamento literário do Real
zenda e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios Collegio Militar de 3 de outubro de 1895, harmonizando-o
das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te- com o decreto de 29 de agosto ultimo, que reformou a
nham entendido e façam executar. Paço, em 18 de se- instrucção secundaria, e em observancia do disposto no
tembro de 1905. = REI• = Manoel Affonso cle Espre- artigo 156.° do citado regulamento: manda Sua Majes-
gueira ----- D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio. tade El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negocios da
Guerra, que o conselho de aperfeiçoamento do mesmo col-
1). do G. 11.° 210, do 25 de setembro de 1905.
legio, constituido sob a presidencia do coronel director,
como prescreve o artigo 55.° do decreto de 11 de dezem-
bro de 1851, emitta o seu parecer acêrca do referido tra-
balho e proponha as alterações que julgar convenientes.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA FAZENDA Paço, em 21 de setembro de 1905. = Sebastião Custo-
Secretaria Geral dio de Sousa Telles.
D. do G. n.° 225, de 5 de outubro de 1905.
Sua Majestade El-Rei, tendo em vista o que dispõe o Determinando-se no § unico do artigo 162.° do deereto
artigo 10.° do decreto de 22 d e j u l h o de 1 9 0 5 : ha por de 26 de setembro de 1903, que regula a constituição e
bem conceder a Domingos Antonio de Abreu a transfe- funccionamento dos tribunaes do contencioso technico de
rencia do local da armação Vinha Nova para um local l . a instancia, que os vogaes a que se referem os n. u s 2.°
intermedio ás armações Ferrarias e Torre Alta, no dis- e 3.° do mesmo artigo, quando tiverem intervindo por
tricto maritimo da capitania do porto de Lagos, que pas- qualquer modo no despacho da mercadoria que for objecto
sará a denominar-se Atalaia l . a , cujas distancias angula- cla contestação affecta ao referido tribunal, não poderão
res, constantes do respectivo termo de vistoria, são as se- votar no respectivo processo, e sendo indispensavel provi-
guintes : denciar, a fim de que por effeito de semelhante determi-
nação não se dê o facto de as deliberações do j á mencio-
Forte do Porto de Mós á Atalaia Primeira — 6 9 ° , 2 0 ' . nado tribunal não poderem ser tomadas pela maioria dos
Forte do Porto de Mós á Ermida da Piedade — 48°,04'. vogaes que o devem constituir: hei por bem determinar
Forte do Porto de Mós á Senhora da L u z — 8 ô ° , 3 0 ' . o seguinte :
Artigo 1.° Serão annualmente propostos pelo Tribunal
Paço, em 23 de setembro de 1905. = Manoel Antonio Superior do Contencioso Technico, e nomeados pelo Go-
Moreira Júnior. verno, vogaes supplentes para substituir nos seus impe-
D. do G. n.° 210, do 2S de setembro de 1905. dimentos os que estão designados nos n. os 2.° e 3.° clo
artigo 162.° do citado decreto de 26 de setembro de
1903.
Art. 2.° As nomeações dos vogaes a que se refere o
D i r e c ç ã o Geral do U l t r a m a r precedente artigo poderão recair em chefes de serviço ou
inspectores superiores.
l. a Repartição O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Fa-
zenda assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
1." Secção 25 de setembro do 1 9 0 5 . = R E I . — Manuel Affonso de Es-
pregueira.
Tendo o decreto de 17 de agosto de 1901, que deter- D. do G. n.° 218, de 27 do setembro de 1905.
Escritura do contrato, a que se refere o decreto de 25 de setembro de prazo, não houver aviso official em contrario da parte da
1905, para a illuminação a luz electrica da cidade de Pinhel, cele- camara ou do adjudicatario.
brado entre a Camara Municipal do concelho de Pinhel e afirmaGra-
nados & C. a , com sede na villa de Figueira de Castello Rodrigo, re- 6.a
presentada pelo seu socio gerente Aurelio Galhardo Barreiros. A camara garante ao concessionario que ninguém mais
possa estabelecer nesta cidade qualquer systema de illu-
Saibam quantos esta escritura publica virem que no minação publica ou p a r a fornecimento de luz a particula-
anno do nascimento de Nosso Senhor J e s u s Christo de res emquanto d u r a r este contrato.
1905, aos 4 dias clo mês de julho, nesta cidade de Pinhel,
Paços do Concelho e sala das sessões cla camara munici- 7. a
pal respectiva, compareceram, de uma parte, e como pri- O perimetro da cidade, dentro do qual o concessionario
meiro outorgante, o Ex.""' U r . Pedro Metello Córte Real, fica obrigado a fornecer luz publica, fica determinado pelo
na qualidade clo presidente da camara municipal cPeste entroncamento, no campo, das estradas real e municipal,
concelho e por ella devidamente autorizado, por delibera- seguindo pela Rua cla Trincheira em direcção ao Convento
ção tomada em sessão ordinaria de 21 clo proximo passado cios F r a d e s , por cletrás do q u a r t e l ; d'ahi ao cemiterio, se-
mês de j u n h o , a outorgar no presente contrato; e cla ou- guindo as estradas real e districtal; do cemiterio ao bairro
tra parte e como segundo outorgando, o E x . m 0 Sr. Aure- de S. João, seguindo a estrada da eircunvallação até o
lio Galhardo Barreiros, casado, residente em Figueira cle armazem cle José Joaquim D e s t e r r o ; d ! aqui em linha recta
Castello Rodrigo, como representanto e socio gerente da até a casa do D r . Anibal Metello; d'esta ao antigo curral
firma commercial Granados & C. a , com sede na mesma do concelho e d'ahi, pelo campo, ao ponto de partida n a
villa dc Figueira de Castello R o d r i g o ; ambas pessoas de estrada que vem da G u a r d a .
mim reconhecidas pelas proprias e das testemunhas adeante
nomeadas e no fim d'esta assinadas, cuja identidade tam- 8.a
bem reconheço, cle tudo o que dou fé. A camara garante ao concessionario a quantia de réis
E logo pelo primeiro outorgante E x . m o Sr. D r . Pedro 980^000 annualmente pela illuminação publica, devendo
Metello Córte Real foi dito que a camara municipal, que fornecer o adjudicatario o numero de lampadas de deza-
representa, cm sessão ordinaria cle 21 de j u n h o proximo seis velas, nunca superior a cem, e de dez velas, nunca
findo, adjudicara em hasta publica, cujo concurso, aberto superior a trinta, que a c a m a r a indicar.
por espaço cle trinta dias, c que foi devidamente annun-
ciado no Diario do (íoverno, e no jornal O Districto da 9. a
Guarda, bom como por éditos aífixados em differentes lo- O adjudicatario fica obrigado a fornecer luz electrica
calidades, terminou ás tres horas da tarde do dia 17 clo gratuitamente na casa da camara, administração do con-
dito mês de junho, a arrematação e exclusivo do forneci- celho, esquadra policial, casa da guarda, salas do tribunal
mento de luz electrica para a illuminação publica e parti- judicial e cadeia, com lampadas de força apropriada a
cular d'esta cidade ao segundo outorgante, como tudo cada uma.
consta do respectivo auto cle arrematação e acta cla allu- 10.a
dida sessão, que por copia e extracto serão transcritos nos A camara obriga-se a pagar ao concessionario trimes-
traslados que se oxtrahirem da presente escritura, sob tralmente e dentro dos primeiros quinze dia do mês im-
as condições seguintes: mediato áquelle em que findar o trimestre a quota corres-
l.a pondente.
A licitação será feita por carta fechada apresentada n a § unico. O atraso nos pagamentos obriga a camara ao
secretaria municipal em qualquer dos dias uteis do prazo j u r o de 6 por cento ao anno em favor do concessionario,
do concurso, desde as dez horas da manhã até as tres da e pela quantia vencida, não podendo em caso algum este
tardo. atraso ser superior a seis meses.
2.a
P a r a ser admittido a licitar ó necessário que com a pro- ll.a
posta seja entregue um recibo, pelo qual se prove o pré- As lampadas serão accesas meia hora depois do sol
vio deposito, na thesouraria d'cste municipio, cla quantia posto e apagadas meia hora antes clo nascer do sol, con-
cle 100j§000 róis, cm moeda corrente neste reino. servando sempre toda a sua intensidade. A diminuição da
intensidade devida, previamente verificada, obriga o con-
3. a cessionario ao pagamento da multa de 3$000 réis por noite,
que serão pagos por desconto no primeiro pagamento a
O adjudicatario ó obrigado, feita que soja a adjudicação
realizar.
c antes cle assinar o contrato, a reforçar o clito deposito
com hypotheca dc bens de raiz, por moio dc escritura pu-
12.a
Quando o numero de lampadas for superior a duzentas
blica devidamente registada, no valor cle 1:000^000 róis,
e cincoenta, o concessionario é obrigado a fazer u m a re-
ou esta mesma importancia em dinheiro, moeda corrente
ducção de 10 por cento na totalidade do preço.
neste reino, depositada na mesma thesouraria. E s t a quan-
tia terminar;! no dia cla inauguração cla illuminação a luz
ele ctricta, sendo restituído o deposito, se for em dinheiro, 13. a
ou dada quitação dos bens hypothecados. Todas as condições entre o concessionario e os particu-
lares serão reguladas pela respectiva apólice de contrato,
segundo o modelo que for approvado pela c a m a r a .
4. a
Na hypothese de haver duas ou mais propostas dc pre- 14. a
ços e condições iguaes, seguir-se-ha licitação verbal. A camara obriga-se a conceder gratuitamente, e por
todo o tempo que durar este contrato, quaesquer terre-
5. a nos seus para a installação de machinas, motores e o mais
_ Será concedido ao concessionario o exclusivo clo forne- que se tornar necessário.
cimento da luz electrica para a illuminação publica e par- 15. a
ticular durante o periodo de vinte e oito annos, dentro clo A camara permittirá o levantamento de calçadas p a r a
perimetro da eidaclc, devendo considerar-se prorogado por o estabelecimento de conductores, e p r e s t a r á todo o auxi-
igual prazo, sc, tres meses antes dc findar o primeiro lio legal ao concessionario no sentido de os particulares
1905 413 Setembro '25
deixarem collocar no exterior dos seus predios, ou atra- sos, quando não possam ser resolvidas de commum acordo
vés dos seus terrenos, os fios conductores da electricida- entre as partes contratantes, sê-lo-hão sempre por tres ár-
de, solicitando, sendo necessário, a declaração por uti- bitros, um nomeado por cada uma das p a r t e s o o terceiro
lidade publica das expropriações, que para isso forem de harmonia e n t r e ellas, e não havendo acordo sobre esta
precisas, ficando o concessionario responsável pelas expro- ultima parte, será a nomeação feita pelo presidente do
priações e pelos prejuizos que possam soffrer os particu- Tribunal do Commercio d'esta cidade, devendo a reunião
lares com a collocação dos conductores e postes, e obri- e deliberação dos árbitros ter logar t a m b e m nesta cidade.
gado a assegurar o perfeito isolamento dos mesmos, bem
como a repor a via publica no seu antigo estado, ficando 24. a
tambem a cargo do concessionario todas as despesas que A camara poderá nomear pessoa idónea p a r a fazer a
a camara tiver de fazer p a r a os fins mencionados. fiscalização da luz e da qualidade do material a empregar
ou empregado na illuminação, c se cl'essa nomeação re-
16. a sultar aumento de despesa para a camara, deverá essa
O adjudicatario adquirirá á sua custa todos os appare- despesa ser incluida no seu orçamento.
lhos indispensaveis para a producção da luz electrica;
substituirá as lampadas gastas ou cujo poder illuminante 25.1
se torne inferior ao estipulado, e concorrerá com todas as O concessionario fica sujeito a todos os regulamentos
despesas de montagem e conservação. policiaes e posturas municipaes.
17. a 20.a
A escolha das lampadas e braços pertence ao concessio- A camara pagará á parte e de acordo com o concessio-
nario. nario qualquer installação especial ordenada por occasião
§ unico. A alteração dos braços e collocação das lam- de festejos publicos, cuja requisição será feita por officio
padas ou sua substituição por padrões luxuosos serão fei- assinado pelo presidente cla camara, com oito dias dc an-
tas á custa da camara. tecedencia.
18.a 27. a
A camara cede por meio de inventario todos os can- O abandono clo presente contrato pelo concessionario,
dieiros actuaes e mais material de illuminação ao conces- importa a p e r d a de todas as installações feitas nesta occa-
sionario, emquanto durar este contrato. sião dentro do perimetro da cidade, que reverterão cm
favor da camara.
19. a 28. a
Quando por qualquer motivo a illuminação publica for O concessionario sujeita-se a qualquer modificação que
parcial ou totalmente interrompida, o concessionario obri- a camara entenda fazer na escritura, de forma que esta
ga-se a substitui-la immediatamente por petroleo, emquanto proposta não fique prejudicada na sua essencia e não pre-
d u r a r a interrupção, não podendo esta permissão ser con- judique os interesses clas partes contratantes.
cedida por mais de trinta noites em cada um dos dois pri- E tendo ambos os outorgantes concordado e acceitado
meiros annos, e vinte nos seguintes, e ultrapassando este as condições e clausulas aqui mencionadas, se deu por
limite, o concessionario pagará 30000 réis por noite, de effectuado o presente contrato, que, para sua inteira vali-
multa á camara, sendo a sua importancia descontada no dade e execução, tem de ser submottido á sancção do
primeiro pagamento a fazer. Governo de Sua Majestade, nos termos do disposto no
§ unico. A illuminação a petroleo terá logar só nos se- n.° 4.° do artigo 55.° do Codigo Administrativo.
tenta e dois candieiros actualmente existentes. Pelo segundo outorgante e na qualidade que representa,
a socio gerente da firma adjudicataria, foi dito que, p a r a
20. garantia e realização clo presente contrato e em harmonia
Tres meses depois de assinado e approvado o contrato, com a condição 3. a , para reforço do deposito provisorio
o concessionario terá terminadas as obras necessarias para da quantia cle 1000000 réis feito na thesouraria munici-
a producção da luz electrica, sob pena de 500000 réis de pal liypothecava uma quarta p a r t e de uma fabrica de
multa, por mês de demora. moagens a vapor e turbinas com seus terrenos adjacentes
§ 1.° São exceptuados os casos de força maior devida- e casas, sita á Ponte Nova, na margem direita da Ribeira
mente comprovados. de Aguiar, limite de Escalhão, a partir do nascente com
§ 2.° Poderá comtudo o concessionario fornecer a luz Ribeiro do Triquitão e propriedades cle differentes, do
em prazo mais curto, começando a vigorar o contrato,'de poente e sul com Ribeira de Aguiar, e clo norte com a es-
acordo com a camara, no dia da inauguração deíinitiva. trada districtal, a que dá o valor venal e total de
a
15:0000000 róis; que este predio já se aclia descrito sob
21.
n.° 505, a fl. 5 4 - v . do livro B, segundo cla conservató-
De acordo com a camara poderá o concessionario tras- ria privativa da comarca de Figueira de Castello Rodrigo,
passar a concessão a qualquer individuo ou empresa, com constando do indice geral que o mesmo predio pertence a
sede em Pinhel, com todos os encargos e obrigações aqui Diogo Monteiro cle Andrade e Sá, Antonio Joaquim Gra-
exaradas, devendo ter-se em vista, sobre este assunto, as nado, Albino Cesar Coxito Granado e Aurelio Galhardo
disposições do Codigo Commercial em vigor, e ser portu- Barreiros, que constituem a firma Granados & C . a ; que a
guesa a maioria, pelo menos, dos directores da empresa quarta parte clo mesmo predio pertencente a Albino Cesar
ou companhia. Coxito Granado e esposa D. Maria Alexandrina Teixeira
§ unico. A empresa ou companhia obriga-se a ter um Granado, se acha tambem descrita no livro C, segundo,
representante com residencia nesta cidade. a fl. 1 2 4 - v . e 125; que se obriga a apresentar na secre-
a taria d'esta camara no prazo do vinte dias contados d'esta
22. í
data, o certificado dc registo da presente hypotheca, fi-
Feita a concessão e ratificadas as presentes condições j
cando a presente escritura, sem effeito se o certificado de
com ambas as partes contratantes, será o presente con- registo não for apresentado no prazo marcado.
trato reduzido a escritura publica. ;
Mais declarou se sujeitava, independemente cle nova es-
23. a critura, a qualquer alteração que superiormente for orde-
As duvidas que de futuro se suscitarem sobro a inter- nada na approvação do presente contrato, comtanto que
pretação de qualquer artigo d'cste contrato, ou casos omis- >essa modificação não altere as bases fundamentaes do pre-
41
Setembro 25 2 1905
sente contrato. Pelo primeiro outorgante, E x . m o D r . Pe- O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da
dro Metello Córte Real, foi dito, em nome da camara que Guerra e o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios
representa, que acceita a hypotheca offerecida, concor- das Obras Publicas, Commercio e Industria assim o te-
dando no prazo para a apresentação do ceríificado do re- nham entendido e façam executar. Paço, em 25 de se-
gisto. Por ambos os outorgantes foi dito ainda que o con- tembro de 1905. = R E I . = Sebastião Custodio de Sousa
trato de hypotheca começará somente a produzir effeitos Telles = D. João d.e Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
desde a approvação superior do presente contrato, sanc- D. do G. n.° 237, do 19 de outubro de 1905.
cionado por decreto publicado no Diario do Governo, dei-
xando de ter validade e execução se for rejeitado. Assim
o disseram, outorgaram e acceitaram na minha presença
e na das testemunhas Francisco Ferreira Torres, casado, MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMERCIO E INDUSTRIA
empregado publico, e Ayres Augusto de Gouveia, casado,
fiscal dos impostos, ambos residentes nesta cidade, e de 5. a R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l
mim conhecidos, do que dou fé, os quaes todos vão assi-
da Contabilidade P u b l i c a
nar depois de lhe ter sido lida por mim esta escritura e
por todos achada conforme. Abaixo vae collado e devida- Nos termos clo artigo 50.° do regulamento geral da con-
mente inutilizado um sêllo de estampilha da taxa de lj$000
tabilidade publica de 31 de agosto de 1881, e na confor-
réis. E cu, Francisco Bernardo cle Seixas e Costa, secre-
midade do n.° 4.° do artigo 25.° da lei de receita e des-
tario e tabellião da camara, a escrevi, subscrevi e auten-
pesa de 24 de novembro de 1904, para o exercicio de
tico com o meu sinal publico. = Pedro Metello Córte Real =
1 9 0 4 - 1 9 0 5 : hei por bem, guardados os preceitos dos n. e s
Aurelio Galhardo Barreiros = Francisco Ferreira Torres =
2.° e 3.° do citado artigo 25.°, e tendo ouvido o Conselho
Ayres Augusto de Gouveia.—Eva testemunho (logar do
sinal publico) do verdade, Francisco Bernardo de Seixas e de Ministros, determinar que das sobras do artigo 34.° do
Costa. capitulo 4.° da tabella da distribuição da despesa ordina-
ria do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Indus-
Tom Collados e devidamente inutilizados dois sellos fo- tria, relativa ao referido exercicio de 1904-1905, seja
renses no valor total de 1^010 réis, e tres industriaes no transferida para o artigo 27.° do mesmo capitulo a quan-
valor total de 375 réis. tia de 500,$i000 réis.
D. do G. n.° 219, de 28 de. setembro de 1905.
O Presidente do Conselho de Ministros e os Ministros
e Secretarios de Estado dos Negocios de todas as Repar-
tições assim o tenham entendido e façam executar. Paço,
Direcção Geral d aInstrucção Publica em 25 de setembro de 1905. = R E I . = José Luciano de
Castro = Eduardo José Coelho — Arthur Pinto de Miranda
Repartição Montenegro— Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião
Custodio de Sousa Telles = Manoel Antonio Moreira Ju-
Attendendo ao que mc foi proposto pelo Conselho da nior= Antonio Eduardo Villaça —D. João de Alarcão
Academia Polytechnica do Porto; Velasques Sarmento Osorio.
Conformando-me com a consulta emittida pelo Conselho D. do G. n.° 243, do 26 de outubro de 1905.
da Instrucção Publica:
Hei por bom determinar que o artigo 108. 0 do regula-
mento cla mesma Academia, approvado por decreto cle 28
de junho de 1888, fique substituído pelo seguinte: Direcção Geral da Agricultura
Artigo 108." O logar de guarda-mor ou fiel da Acade-
mia é cle nomeação regia, precedendo concurso, salvo no Repartição dos Serviços Agronomicos
caso em que o conselho academico julgue conveniente
restringir o concurso no quadro dos guardas subalternos Sua Majestade El-Rei, attendendo ao disposto no ar-
existentes na epoca cm que, se der a vacatura. tigo 70.° da parte 3. a clo decreto de 24 de dezembro de
1901 e no artigo 34.° do decreto de 22 de julho ultimo:
§ unico. A deliberação do conselho no sentido indicado
ha por bem determinar que sejam publicados no Diario
neste artigo não procederá se não tiver sido tomada por
do Governo os officios da commissão technica dos methodos
mais de clois terços dos vogaes effectivos do mesmo con-
chimico-analyticos sobre a adopção nos laboratorios chi-
selho, os quaes darão o seu voto por escrito.
micos dependentes cla Direcção Geral da Agricultura, da
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
tolerancia para mais ou para menos nas percentagens de-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço,
terminadas pelas analyses comprovativas da identidade dos
cm 25 de setembro de 1905. = R E I . = Eduardo José
vinhos em relação aos typos regionaes e marcas regista-
Coelho.
D. do G. n.° 225, dc 5 do outubro de 1905. das e que nos referidos documentos propõe a mencionada
commissão, nos termos clo artigo 47.° do regulamento de
5 de junho ultimo, para cumprimento do disposto nos
n. o s 1.° e 3.° do artigo 2.° do decreto cle 14 de janeiro do
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA corrente anno.
Paço, em 28 cle setembro de 1905. = D. João de Alarcão
Direcção Geral Velasques Sarmento Osorio.
5.11 Repartição
Commissão Technica dos Trabalhos Chimico-Analyti-
Sendo dc absoluta necessidade habilitar a Manutenção cos.—111."10 e Ex. r a 0 S r . — T e n d o reunido no dia 18 do
Militar a adquirir os trigos precisos para a sua laboração, corrente mês a Commissão Technica dos Methodos Chi-
os quaes não podem ser obtidos no país, e tendo em at- mico-analyticos, a fim de resolver sobre a materia do ar-
tenção o disposto no § unico do artigo 31.° clo regula- tigo 47.° do regulamento de 5 de junho d'este anno, foi
mento approvado por decreto dc 26 de julho de 1899: resolvido o seguinte:
hei por bem determinar que a referida Manutenção Mili- a O confronto dos vinhos a analysar com os typos re-
tar possa importar e despachar trigo exotico até a quan- gionaes ou marcas registadas basear-se-ha^ primeiro que
tidade de 4 milhões de kilogrammas. tudo sobre a prova completa dos vinhos, feita de acordo
1905 415 Setembro 2S
com o disposto nos n. o s 8.° e 9.° da instrucção p a r a ana- ciso dar antes uma latitude que á primeira vista poderá
lyse dos vinhos, approvada por portaria de 31 de agosto parecer exagerada, ás percentagens analytieas, do que es-
de 1901. tabelecer arbitrariamente limites demasiadamente estrei-
Nos resultados da analyse chimica propriamente dita tos que podiam alarmar os produetores e dar margem a
devem ter-se em conta, para os confrontos, as cifras ál- contestações escusadas.
cool acido, extracto sêco e cinzas. E m todo o caso lia no conjunto das medidas adoptadas
As tolerancias para mais ou para menos concedidas o sufficiente para assegurar a constancia relativa clos ty-
nas analyses comprovativas da identidade dos vinhos são, pos e marcas.
por agora, fixadas em 10 por cento». Deus guarde a V. E x . a Porto, 25 de agosto de 1905.—
Assim numa marca registada ou typo regional de vinho 111.'"0 e Ex.'"° S r . Director Geral da Agricultura. = O
que deu a a n a l y s e : Presidente da Commissão, A. J. Ferreira da Silva.
Alcool-acido 16,51
E x t r a c t o sêco por 100 c 3 2,705 Commissão Technica clos Trabalhos Chimico-Analvti-
Cinzas 0,299 c o s . — P o r t o , 2 cle setembro cle 1905. — I l l . m o e Ex. , u " S r . —
Confirmando o meu officio cio 25 do mês passado, tenho a
poderão admittir-se as seguintes oscillações m a x i m a s : honra de acrescentar ao que nelle participei a V. E x . a
que a commissão dos methodos chimico-analyticos delibe-
Alcool-acido... 16,51 ± 1 , 6 5 1 isto é 14,85 a 18,16 rou tambem que, no caso dos vinhos licorosos, alem da
Extracto sêco. 2 , 7 0 5 ± 0 , 2 7 0 5 isto é 2,434 a 2 , 9 7 5 força alcoolica, da acidez e das cinzas, se tomasse em con-
Cinzas 0,299 ± 0 , 0 2 9 9 isto é 0,269 a 0,328 sideração, para a comparação com os typos ou marcas re-
gistadas, o valor do extracto, não determinado directa-
Do exposto v ê V . E x . a que as tolerancias agora fixa- mente, mas sim calcidado, nos termos do n.° 28.°, ali-
das são provisorias e sujeitas a revisão. nea d) da instrucção para a analyse dos vinhos, appro-
De facto, tem de. ser a experiencia, baseada sobre nu- vada por portaria de 31 de agosto de 1901.
merosas analyses ainda a realizar, o indispensavel esteio Deus guarde a V. E x . a —Ill. r a o e E x . m o S r . Conse-
para fixar balisas mais seguras e em harmonia com a na- lheiro Director Geral da A g r i c u l t u r a . = O Presidente da
tureza. Commissão, A. J. Ferreira da Silva.
A commissão entendeu que no momento actual era pre- D . do G. n.° 222, de 2 de o u t u b r o de 1905.
OUTUBRO
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR annuncio for publicado no Diario do Governo, a c o n t r a t a r
o serviço de c a r r e i r a s r e g u l a r e s de n a v e g a ç ã o a v a p o r
D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r e n t r e a metropole e as provincias u l t r a m a r i n a s de Cabo
V e r d e , Guiné, S . T h o m é e Principe, A n g o l a e Moçambi-
2.a Repartição que, em h a r m o n i a com as bases geraes a n n e x a s que ficam
fazendo p a r t e i n t e g r a n t e d'este decreto.
3." SecçSo A r t . 2.° N e n h u m licitante s e r á admittido ao concurso
sem h a v e r p r e v i a m e n t e depositado na Caixa G e r a l de D e -
H a v e n d o o Governo submettido ao Parlamento e n t r e ou- positos a quantia de 8 0 : 0 0 0 0 0 0 0 réis em dinheiro ou va-
tras propostas de lei, a que estabelecia as bases g e r a e s lor correspondente em titulos cle divida publica p o r t u g u e s a
p a r a a navegação p a r a as nossas provincias u l t r a m a r i n a s segundo o seu valor no mercado.
africanas, chegando a ser r e l a t a d a f a v o r a v e l m e n t e pela res- § unico. Os detalhes e mais condições de admissão ao
pectiva commissão e convertida em projecto de lei que não concurso serão fixados no respectivo annuncio official.
póde e n t r a r cm discussão pelos motivos que d e t e r m i n a r a m A r t . 3.° F i c a r e v o g a d a a legislação em contrario.
o e n c e r r a m e n t o dos trabalhos p a r l a m e n t a r e s ; convindo, O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios da
n e s t a s circunstancias, p r o c e d e r cle m a n e i r a a a t t e n d e r aos M a r i n h a e U l t r a m a r assim o t e n h a entendido e faça exe-
q u e i x u m e s que se l e v a n t a r a m contra um regime de eleva- cutar. Paço, em 2 de outubro de 1905. = R E I = Manoel
das tarifas de f r e t e s e p a s s a g e n s para a costa occidental Antonio Moreira Júnior.
da A f r i c a ; regime que se não justifica de modo algum, pe-
r a n t e a diminuição progressiva, e quasi constante, do agio
clo ouro, carecendo portanto de immediato remedio ; e Bases para o contrato da navegação para a Africa
Considerando que do b a r a t e a m e n t o dos meios de trans- que fazem parte do decreto d'esta data
p o r t e e do estreitamento de relações e interesses entre a
metropole e os nossos domínios ultramarinos, resulta o de- B a s e 1."
senvolvimento do commercio e da m a r i n h a m e r c a n t e , que
O serviço mensal cle n a v e g a ç ã o dos portos de L i s b o a -
tanto necessita de apoio e p r o t e c ç ã o ;
Leixões p a r a as provincias u l t r a m a r i n a s de Cabo V e r d e ,
Considerando que o estacionamento em que tem jazido S. T h o m é e P r i n c i p e e A n g o l a fica constituido por d u a s
alguns portos secundários' cle Angola e dc Moçambique, c a r r e i r a s g e r a e s , tendo por t e r m o o porto de Mossamedes,
junto dos quaes existem fontes de riqueza agricola e mi- com as seguintes escalas :
neira, 6 p r i n c i p a l m e n t e devido ã falta de u m serviço re-
1. a c a r r e i r a : Madeira, S. T i a g o , Principe, S. T h o m é ,
gular de cabotagem por meio de barcos a v a p o r , o que
Santo Antonio, L o a n d a , Novo R e d o n d o , Lobito e Ben-
t a m b é m r e d u n d a num processo mais ou menos directo cle
guella.
fiscalização do litoral d'esses dominios;
2.' 1 c a r r e i r a : S . V i c e n t e , S . Tiago, P r i n c i p e , S . T h o m é ,
Convindo aos interesses da nação, como materia de Cabinda, A m b r i z , L o a n d a , Novo R e d o n d o , Lobito e B e n -
bons resultados economicas, que a navegação e n t r o a me- guella. E s t a 2 . a c a r r e i r a é a que toca em L e i x õ e s .
tropole e as possessões u l t r a m a r i n a s , seja feita sob a ban-
deira portuguesa, o que c o n t r i b u i r á p a r a se conservar a
B a s e 2. a
nacionalização das mencionadas provincias n a Africa Occi-
dental e p a r a a desenvolver na A f r i c a Oriental, c atten- Como complemento d ' e s t a s viagens estabeleco-se u m
dendo a que a regularização dos serviços cle navegação de serviço cle cabotagem, por meio clc um v a p o r e n t r e L o a n d a
que se trata, é de urgente n e c e s s i d a d e ; e Lanclana, com escalas p o r :
T e n d o ouvido a J u n t a Consultiva do U l t r a m a r e o Con- A m b r i z , Musserra, A m b r i z e t t e , Mucula, S a n t o Antonio
selho de Ministros e usando da faculdade concedida ao do Z a i r e , Quissanga, Boma, Noqui, Matadi e Cabinda,
Governo pelo § 1." do artigo 15." do Acto A d d i c i o n a l á saindo cle L o a n d a a 15 clo m ê s , e e n t r e L o a n d a e Bahia
C a r t a Constitucional da M o n a r c h i a : dos T i g r e s com escalas p o r :
Hei por bem decretar o seguinte: Benguella Velha, Novo Redondo, E g i t o , Lobito, Ben-
Artigo 1.° E o Governo autorizado, procedendo concurso, guella, Cuio, S. Nicolau, Mossamedes e Porto A l e x a n d r e ,
por espaço dc q u a r e n t a dias da data em que o respectivo saindo cle L o a n d a a 1 cle c a d a m ê s .
1905 417 Outubro 2
B a s e 11." B a s e 22. a
O serviço quinzenal, costeiro, d a A f r i c a oriental será S e r á m a n t i d a a concessão cle p a s s a g e n s g r a t u i t a s a
estabelecido e n t r e L o u r e n ç o M a r q u e s e Ibo, tocando em seis colonos em cada v a p o r das carreiras geraes, acres-
todos os portos i n t e r m e d i á r i o s . cendo, de anno a anno, 10 por cento, no n u m e r o total de
colonos a t r a n s p o r t a r com guias clo E s t a d o .
B a s e 12. a
B a s e 23."
A capacidade dos vapores da c a r r e i r a geral de A f r i c a
Ori^ptal não s e r á inferior a 3 : 8 0 0 toneladas (gross)-, 80 O Governo concede ao adjudicatario a f a c u l d a d e d e po-
passageiros de l . a classe, 5 0 de 2 . a classe e 120 de 3. a der servir-se da doca fluctuante cle L o a n d a , p a g a n d o a p e -
classe, com c a m a r o t e s e b e l i c h e s ; velocidade effectiva a nas os gastos realizados, sem lucro p a r a o E s t a d o .
12,5 milhas m a r i t i m a s p o r h o r a .
B a s e 24. a
a
B a s e 13. O Governo g a r a n t e á sociedade concessionaria que, du-
A capacidade dos vapores costeiros não será inferior a r a n t e a vigência do contrato a effectuar, não serão a u m e n -
850 toneladas (gross) e 18 passageiros de l . a classe, 10 tados quaesquer dos actuaes encargos, como direitos, con-
de 2 . a classe e 50 de 3. a c l a s s e ; velocidade 9 milhas ga- tribuições, impostos, etc., que incidem sobre a n a v e g a ç ã o
rantidas. entre a metropole e todos os portos visados no contrato.
B a s e 14.a
A s passagens e f r e t e s de c a r g a de serviço de navegação B a s e 25."
p a r a as nossas possessões de A f r i c a e bem assim os da na- O serviço de n a v e g a ç ã o a que estas bases se r e f e r e m
vegação costeira das m e s m a s possessões são os que constam só p o d e r á ser adjudicado a p o r t u g u e s e s ou a sociedade
tí7
Outubro 17 418 l'J05
N.° 2
Carreira da costa occidental para Lisboa ou Leixões
Tabella de fretes
Por
1:000
kilogrammas
Açúcar 81000
Algodão em f a r d o s p r e n s a d o s 5$000
Almeidina 5$000
A z e i t e e oleos imo
Borracha 12^500
Café 6$000
Cacau 6$000
Caroço de algodão 5 $000
Cera 10 $000
Coconote 5 $000
Coiros e pelles 12(5000
F i b r a em fardos p r e n s a d o s 11,3000
Gergelim 6 $000
G i n g u b a ou m a n c a r r a 4$500
Goma copal 11$000
Marfim e a b a d a .' 15^000
Meolo de coco 6$000
Minério 6$000
Quina 8$000
Outras sementes oleaginosas 6$000
Urzella : 81000
Líquidos em g a r r a f õ e s a t é 20 litros, cada g a r r a f ã o $500
Artigos não especificados p a g a r ã o p e l a t a b e l l a de Lisboa â costa occidental — minimo f r e t e 2 £000
N.° 4
Carreira de Cabo Verde e Guiné
Tabella de fretes da Bahia de Anná Chaves para qualquer dos portos da escala, ou vice-versa
Cães Um $500
Gado asinino 2$000
Animaes vivos. Gado bovino, muar ou cavallar 3 $000
G a d o suíno, lanígero ou caprino $900
Gaiolas com aves, leitões ou coelhos G r a d e ou gaiola até l m ~ 1$600
Artigos diversos não designados, ern volumes de qualquer configuração P o r metro cubico 3$000
Esteiras Dúzia $120
Variedades. Petroleo Caixa de 2 latas a 16 1. $100
Pipas abatidas Uma $300
P i p a s armadas, vazias 1$000
S a n t a Catarina.
F e r n ã o Dias. Ponta Furada.
1." g r u p o Algés. 3." g r u p o Engobó.
SanfAnna. S. J o ã o .
S. Miguel.
CftndiçOes
1.* T o d a a c a r g a é r e c e b i d a e e n t r e g u e ao portaló.
4." Quando o peso ou medição declarado pelo c a r r e g a d o r á m e r c a d o r i a for inferior em m a i s de 5 p o r cento ao q u e se verifique, c o b r a r - s e - h a em dobro o f r e t e contado, sendo r e t i d a a merca-
doria até embolso do supplemento de f r e t e .
5.» Quando as mercadorias não possam sor r e t i r a d a s de bordo, pelo m a u estado do m a r ou por f a l t a de embarcações do d e s t i n a t á r i o , r e g r e s s a r ã o á cidade p a g a n d o o c a r r e g a d o r 50 por cento
<Tease freto, ficaudo com direito a seguir n a s u b s e q u e n t e v i a g e m .
6." C a r g a vinda d a costa da ilha, não r e t i r a d a de bordo d e n t r o d e seis h o r a s u t e i s , contadas d a q u e l l a em que o navio f u n d e a r n a B a h i a de A n n a Chaves, p a g a r á u m a sobretaxa de 50 por
cento sobre o f r e t e que lhe v e n h a a competir.
8. 3 Nas p r a i a s Lagarto, Conchas, Almoxarife, P l a n c a s e Ribeiro, que n ã o constam do itinerário, o v a p o r só f u n d e a r á q u a n d o de t e r r a l h e s e j a indicado"por sinaes c o n v e n c i o n a i s que h a c a r g a
ou passageiros a embarcar.
a
9 Os fretes d a p r e s e n t e t a b e l l a podem ser aumentados, segundo as circunstancias que serSo consideradas e n t r e o Governo e a E m p r e s a .
t
1905 423 Outubro 11
N.° 6
Serviço costeiro na Africa Occidental
Tabella de fretes
1
i Bahia Landana,
clo 8 Tigres Matadi, Bahia Matadi,
Loanda Loanda e portos portos dos Tigres Landana
para a Bahia até Matadi intermediários interniRdiariOi o portos e portos
dos Tigres, e Landana, até Loanda, ató Luanda, intermediário intermedinrio
Generos Unidade portos portos inclusive inclusive até Loanda, ató Loanda,
intermediá- intermediá- para Matadi, para a Bahia inclusivo para inclusive para
rios rios Landana dos Tigres S. Thomé S. Thomé
e vice-versa e vice-versa e portos o portos e Principo e Principe
intermediários intermediários e vice-versa e viee-ver.sa
e vicc-vorpa e vice-versa
„
» 200 200 300
Ginguba Tonelada 40000 40000 50000 50000 60000 50000
G o m a copal 40000 40000 50000 50000 60000 50000
L i q u i d o s em p i p a s a t é 500 litros Uma 20200 20200 20700 20700 30200 30000
L i q u i d o s em b a r r i s de 5." Um 450 450 550 550 650 600
L i q u i d o s em b a r r i s de 10.° n 300 300 400 400 500 400
L i q u i d o s em g a r r a f õ e s » 200 200 300 300 400 350
L e n h a grossa 1:000 30500 30500 40800 40800 60000 40800
L e n h a fina » 20500 20500 30000 30000 40000 30000
M a d e i r a c a s q u i n h a , ou p i t c h - p i n e M. cúbicos 20500 20500 30500 30500 40500 4000')
Marfim e a b a d a Tonelada 60000 60000 70000 75000 80000 75000
» 50000 (•>0000 55000
„
Milho 40000 40000 50000
Oleo de p a l m a » 35000 30000 40000 45000 50000 45000
P a l h a ou f e n o 30000 30000 40000 40000 50000 40000
Pacotes Um 400 400 800 800 10000 800
P r o d u c t o s i n d i g e n a s n ã o especificados Tonelada 40000 40000 50000 50000 60000 50000
P e i x e sêco ou s a l g a d o 60000 60000 90000 90000 120000 90000
500 500 600 500
„
Pipas abatidas Uma 400 400
Sacos vazios d e m a t e b a g r a n d e s Cento 10000 10000 10200 I 0200 10600 10200
Sacos vazios de m a t e b a p e q u e n o s 800 900 900 10000 10200 10000
Sal em sacos Tonelada 20000 20000 30000 30000 40000 30000
Tabaco » 80000 80000 100000 100000 120000 100000
T a b u a d o a t é 18 p a l m o s Cento 20600 20600 30200 30200 40500 30500
T a b u a d o d e 18 p a l m o s p a r a eima » 30200 30200 40000 40000 50000 40000
Tejolo : Milheiro 100000 100000 115000 110000 120000 110000
T e l h a t y p o M a r s e l h a ou outro Milheiro 100000 100000 110000 110000 120000 110(KX)
Tungas Cento 10200 10200 10500 10500 20000 15500
XJrzella Tonelada 40000 40000 50000 50000 60000 55000
Vasilhame vazio c m p é Pipas 700 700 900 900 10500 10200
Vigas Uma 10000 10000 10200 10200 10800 15500
Vitellos Um 10000 10000 10200 10200 10500 10200
Carga não especificada: — 4 0 0 0 0 , 50000, 60000 e 50000 por t o n e l a d a ou « e t r o cubico, á opção do vapor.
Frete mínimo: — 500, 600, 800 e 600.
Outubro 17 424 l'J05
N.° 7
Carreira de Lisboa ou Leixões, S. Thomé e Loanda para a costa oriental de Africa
Tabella de fretes por tonelada, metro cubico ou 600 litros
Os f r e t e s dos vinhos de pasto, tintos ou brancos, communs, teem o a b a t i m e n t o de q u i n z e por cento e os vinhos licorosos o d e dez
por cento.
D e s c a r g a em L o u r e n ç o M a r q u e s , 2 $ 2 0 0 réis. — A c o s t a n d o aos caes p a g a r á a t a r i f a r e s p e e t i v a .
Nos outros p o r t o s d a p r o v i n c i a de M o ç a m b i q u e , 2$800 réis.
E s t e s f r e t e s são a u m e n t a d o s com v i n t e p o r c e n t o p a r a os p o r t o s a o n d e h a j a t r a s b o r d o p a r a os v a p o r e s costeiros.
C l a s s i f i c a ç ã o cla c a r g a
1.» classe. — Aduelas, allios, arroz, asfalto, barro, batatas, café, cacau, cal, carris de ferro, carvão, castanha verde, cascos vazios, cebola, cimento, cortiça, ferro,
coado o cm bruto, chapas, varões o arcos de feiro, fio do vela, folha, louça ordinaria, madeiras e mais materiaes de construcção, obra de vimo, palha, panelas de ferro,
papel para embrulhar, papelão, peixe em salmoura, fosforos amorfos, rolhas, sabão, sacaria vazia, sal, soda, tejolo ordinario e refractario, e vigas de ferro.
2.11 classe. — Aço em obra, aguardente, aguas mineraes, alcatrão, arame, azeite, bacalhau, bolacha, cabos, cachimbos do barro, candieiros e seus pertences, carros,
carroças, carruagens c seus pertences, cereaes, cervtvja, cofres do ferro, comestiveis, conservas, espingardas, farinha, feltro, ferragens, ferro em obra, fogõqs, folha em
obra, fruta verde, garrafões vazios, genebra, generos coloniaes, latão cm obra ordinario, legumes, licores, louça fina, machinas e machinismos, manteiga, mobilia, pa-
pel, pimentão, pincéis, sardinhas ein conserva, tabaco, tintas, toucinho, velas de illuminação, vidros, vinho e vinagre.
3." cllisNf.—Botões, calçado, chapeus, contaria, drogas, estopa, fazendas de algodão, lã e seda, fruta sêca, livros, lonas, obra do latão fina, perfumarias o to-
dos os domais artigos não especificados.
N.° 8
Carreira da Africa Oriental para Lisboa ou Leixões
Tabella de fretes
Por
1:000
kilogram-
mas
A l g o d ã o cm f a r d o s p r e n s a d o s
Amendoim
Borracha 15$000
Café 8$000
Cairo 10$000
Copra
C a s t a n h a do caju
F i b r a s cm f a r d o s p r e n s a d o s . . 12$000
Frutas 10$000
Casca dc m a n g a l 8$000
Marfim 18$000
Milho
Minério
Madeiras
'Rícino
O u t r a s s e m e n t e s oleaginosas 9 $ 000
Açúcar 10$00 0
A r t i g o s não especificados . . . 9$000
N.° 9
Serviço costeiro na Africa Oriental
Tabella de fretes
Lourenço Mar-
ques Quelimane
a Quelimane, ao Ibo, De um porto
portos interme- portos interme- qualquer
diários diários da l . a
e vice-versa e vice-versa para a 2. a zona
e vice-versa
F o r 1:000 k i l o g r a m m a s : l . a zona
1." classe :
A d u e l a s , alhos, a l g o d ã o p r e n s a d o , arroz, asfalto, b a r r o , b a t a t a s , eafé, cacau, cal, carris de
ferro, carvão, c a s t a n h a , cascos vazios, cebola, cimento, cortiça, f e r r o coado e em bruto, cha-
pas, varões e arcos dc f e r r o , fio dc vela, folha, louça ordinaria, m a d e i r a s e m a t e r i a e s de
construcção, obra de vime, p a l h a p r e n s a d a , p a n e l a s de ferro, p a p e l p a r a embrulho, p a -
pelão, peixe em salmoura, fosforos amorfos, r o l h a s , sabão, s a c a r i a vazia, sal cm sacos,
soda c vigas de f e r r o 3 $ 500 3 $500 4 $ 500
2." classe :
Aço em obra, a g u a r d e n t e , a g u a s mineraes, a l c a t r ã o , arame, azeito, b a c a l h a u , bolacha, cabos,
cachimbos (le barro, candieiros o p e r t e n c e s , carros, carroças, cairo, casca de m a n g a l , copra,
cereaes, cervejas, cofres (le f e r r o , comestiveis, conservas, e s p i n g a r d a s , f a r i n h a , f e l t r o , f e r -
ragens, J o r r o cm obra, libras, fogões, folha cm obra, f r u t a v e r d e , g a r r a f õ e s vazios, g e n e -
bra, latão (MU obra ordinaria, legumes, licores, louça fina, m a c h i n a s e machinismo, m a n t e i g a ,
madeiras, mobilia, papel, pimentão, pincéis, s a r d i n h a s em c o n s e r v a , s e m e n t e s oleaginosas,
tabaco, tintas, toucinho, velas p a r a illuminação, vidros, vinho c v i n a g r e 4$500 4$500 5 $000
;>." classe :
Botões, calçado, chapeus, contaria, drogas, estopa, f a z e n d a s de algodão, lã e seda, f r u t a seca,
livros, lonas, obras de latão fino, p e r f u m a r i a s , e todos os d e m a i s artigos não especificados 5 $000 5$ 000 6 $000
D e s c a r g a por conta da m e r c a d o r i a .
1905 425 Outubro 11
Tabellas de passagens
N.° 10
Tabella de passagens para a costa occidental da Africa e vice-versa
D e ou para
l. a o a 3." 1." 2." D.» i. a 2.a 3. a 1." 9a 3. a 8." l. a <> i :i.a l.n oa
classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe ClfthSC classo classe classe classo classo
Lisboa ou Leixões 25$000 17$000 8$000 60$000 45$000 24$000 68$000 51$000 27$000 107$500 84$000 36$000 107$500 84 $0(10 36$000 135$000 102$000 40$000 138$000 103$000 41$000
Ma de 47$000 36$000 15$000 47$000 38$000 18$000 85$000 74$000 34$000 85$000 71$000 34$000 115$000 80 $000 36$000 118$000 82$000 "37$000
S. Vicente . . . . 6$000 4$000 2$000 60$000 48$000 30$000 60$000 485000 30$000 75$000 62$000 30$000 80$000 65$(IOO 31$000
S. T i a g 55$000 44$000 25$000 55$000 44$000 25$000 70$000 58$000 25$000 75$000 60$000 26$000
Ambriz Loanda Novo Redondo Beuguella Mossamedes Porto Alexam re Bahia dou Ti^r
De ou para
i. a 2a 8." i.a • 2.a 3." l.a 9a 3. a 1.» oa 3." 1." •> a 1." a l. a 2." n."
classo classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classo classo classe claHHt! classe olanso
L i s b o a ou L e i x õ e s . 139$000 104,5000 41$000 140$000 104*000 42$000 150$000 HOíOOO 45$000 151$000 112$000 46$000 158$000 12(1,5000 52$000 15i)$000 121$000 52$500 Ki0$000 122$000 53$500
Madeira 119$000 84$000 37$000 120$000 85$000 38$000 130$000 90$000 40$000 131$000 93$000 41$000 138$000 100.5000 44$000 139$000 101$000 44$500 140$()00 102$000 45$500
S. Vicente 85$000 G5$000 31$000 90$000 66$500 32$000 95$000 70$000 36$000 100$000 71$000 37$000 105$000 7Í;.ÓO()O 41$000 10(i$000 77$000 41$500 108$000 78$000 42$(100
S. T i a g o 80$000 6l$000 28$000 85$000 65$000 30.5000 90$000 68$000 34$000 95$000 70$000 35$000 100$000 705000 40$000 101$000 76$000 40$500 103$000 77$000 41$000
Principe 36$000 23$000 10$500 37$000 23$500 11$000 50$000 30$000 13$000 51$000 31$000 14$000 55$000 3i;$ooo 16$000 56$000 37$000 10$500 58$000 38$000 17$000
S. T h o m é '.. 34$000 22$000 9$000 36$000 22$500 1()$000 45$000 28$000 12$000 49$000 29$000 13$000 53$000 S1$000 15$000 54$000 35$000 15$500 56$000 ,'S6$000 KÍ5000
Cabinda, Zaire 7$400 55500 2$500 15$000 S$000 3 $000 19$000 12$000 6$500 19$000 13$000 6 $5 00 30$000 2II$000 10$000 31$000 21$000 10.5500 34$000 23$000 11$000
Ambrizete 6 $000 5 $000 2 $000 7$000 5$500 2 $500 18$000 11$000 6$ 000 19$000 12$000 6$000 28$000 185000 9$000 29$000 20$000 9 $500 30$000 22$000 1()$000
Carreira de Lisboa á Guiné Ambriz 6$000 5 $000 2 $000 17$000 10$000 5 $500 18$000 11$000 5$500 25$000 18$000 8$500 26$000 191000 9$000 27$000 20$000 9 $500
6 $000 5$000 2$000 12$000 7$000 4$000 20$000 15$000 8$000 21$000 16$000 8$500 22$000 18$000 9$000
Bissau Bolama
Novo líedondo . 6 $000 5 $000 2 $000 10$000 8$000 4$500 11$000 9 $000 5 $000 13$000 10$000 5 $500
D e ou para
i.« 2. a 3.a a
i. 2. a 3.a
, p a s s a g e m g r a t u i t a ; de 3 a5 annos, ' / j de passagem de 5 a 10 annos 1
/2 p a s - 9 $000 7 $000 4 $000
classe classe classo classe classe classe 7$000 (>$000 3 $000 7 $500 6 $500 3 $500
sagem.
r i r só num camarote p a g a r á os outros logares com a b a t i m e n t o de 20 por cento. 6 $000 5$000 2$000 7$000 6$000 3 $000
ontratados que viagem entre os portos da costa occidental a t e Gumé, S. Thomé, P r i n c i p e e vice-versa
L i s b o a ou Leixões . . . 80$000 65$000 30$000 84$000 67$000 33$000 por cento, pelo menos, na t a r i f a das suas passagens d e 3.° classe. Porto Alexandre 6 $000 5$000 2.3000
N.° 11
C a r r e i r a de C a b o Verde
Tabella de passagens
De ou para
1." 3. a 3." i. a 3 1.° 3." l.a 3a 1." 3.» 1." 3.11 í.»
classe classo classe classe classe classe classe classe classo classe classo classe classe clasHe classe classe
S. Vicente. 2$500 £700 4 $000 $900 6$000 i$ioo 6$000 1$100 7$000 1$200 7$000 1$200 9$000 1$500 9,0000 1 $500
Santo A n t ã o 3 $500 $800 5 $500 1$000 5$500 1$000 6 $000 1$100 6$000 1$100 9$000 1$500 9$ 000 1 $500
S Nicolau 4$500 $800 4$500 $800 5$500 1$()00 5 $500 1 $000 8$000 1 $400 8$000 1,3100
Sal . 2$ 000 $500 5 $000 $900 5 $000 $900 8$ 000 1 $300 8 $000 I $300
O p a s s a g e i r o que seguir de q u a l q u e r das ilhas p a r a a Guiné e vice-versa p a g a r á 1 i/ 2 p a s s a g e m d a estipulada nesta t a b e l l a p a r a a viagem de S. Vicente a B r a v a . $700 2$500 $700 7 $000 1 $200 7 $000 1$200
Boa V i s t a . 2$500
Os menores de 3 annos, l i v r e s ; de 3 a 5 annos, de p a s s a g e m ; de 5 a 10 annos, J / 2 passagem.
B a g a g e m livre de c a d a p a s s a g e i r o : em 1." classe, y 2 metro cubico; em 3. a classe, 4 / 4 de m e t r o cubico. 2$000 $500 6 $ C00 1 $000 <>$000 1 $000
Maio
O excedente é p a g o pela tabella da carga.
Os p r e ç o s d'esta t a b e l l a n ã o incluem comedorias. 4 $000 1 $000 4 $000 1 $000
S- T i a g o
A i m p o r t a n c i a das passagens não inclue comida mas dá direito, n a 1." e 2.a classe, a 1 beliche.
H a v e r á r e s t a u r a n t e a bordo, sendo o preço de c a d a almoço 600 réis, e cada j a n t a r 800 réis. Fogo 2 501 Kl $r>oo
B a g a g e m concedida : '/ 2 metro cubico p a r a a 1." classe; i j/ l de metro p a r a a 3." classe.
Outubro 2 426 1905
N.° 16
Navegação costeira a vapor em torno da Ilha de S . Thomé
Tabella de passagens (sem comedorias)
S. Miguel,
Neves, Cadão, Santa Catarina, Praia Pipa,
Fernão Dias, Diogo Vaz, Ponta Furada, Praia Lança, Crianças : C o n d i ç õ e s
De ou para Algés, Praia Rei, Engobó, Illipu da.s Rolas,
SanfAnna Pedra Furada Í5. João Praia Peixe,
Praia Grande, P a s s a g e i r o a l g u m póde a l t e r a r o seu d e s e m b a r q u e p a r a fóra do g r u p o p a r a que t o m a r bilhete
Iogo-logo
Até 2 annos, g r á t i s ; de 2 a 4 annos, 1 / i de p a s s a g e m ; de 4 a 9 annos, 1 / 2 passagem. sem que p a g u e q u a l q u e r differença que p a r a mais se dê e n t r e o que h a j a satisfeito e o preço a t é o
ponto p a r a que a l t e r e a sua saida.
Proa Ré Prôa Eé Prôa Ré Prôa
Còmo b a g a g e m de t r a n s p o r t e g r a t u i t o e n t e n d e - s e um pequeno volume de mão. Q u a l q u e r outro
Ré
volume está s u j e i t o a f r e t e e s e r á e m b a r c a d o de v e s p e r a , quando a v i a g e m começar de m a d r u g a d a .
Serviçaes : O p a s s a g e i r o que f a l t a r á saida do vapor p e r d e m e t a d e d a sua p a s s a g e m .
2(0000 $600 30000 10000 4 0 0 0 0 10400 50000 10800 No p o r t o d a cidade n e n h u m p a s s a g e i r o é recebido a bordo sem e s t a r munido do b i l h e t e p a s s a d o
Cidade G r u p o s de 3 a 10 s e r v çaes a b a t i m e n t o de 15 por cento. p e l a respectiva agencia.
» 10 » 20 « » 20 » » N a s p r a i a s : L a g a r t o , Conchas, Almoxarife, P l a n c a e Ribeiro, que não constam do itinerário, o
1.° g r u p o . . . . 20000 0600 30000 10000 40000 10400 » » 20 » 30 » » 25 » » vapor f u n d e a r á quando de t e r r a lhe seja indicado, por sinaes convenciona,es, que h a passageiros a
» 30 » 40 » « 30 » »
2.° g r u p o . . . . 20000 0600 30000 10000 receber.
» 40 » 50 » » 40 » »
» » 50 p a r a cima Os preços das p a s s a g e n s podem ser a u m e n t a d o s de acordo com o Governo e a empresa a d j u d i -
» » 50 » » c a t a r i a , quando as circunstancias assim o exijam.
3.° g r u p o . . . . 20000 0600
N.° 13
Serviço costeiro na Africa Occidental
Benguella Velha Novo Redondo Egito Lobito Benguella Cuio S. Nicolau Mossamedes Porto Alexandre Bahia dos Tigres
De ou para
1." 2." Convés l.a 2,a Convés i.a 2,a Convé í.» 2.a Convés 2.a Convés 1." 2." Convés l. a 2.a Convés l.a 2.a Convés i.« 2.a Convés l.a 2." Convés
classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classe classo classe classe classe classo classe classe classe classe
20500 1 «RSOft 30000 20200 i ^nnn 20800 10200 40500 30200 10400 50000 30600 10600 60000 40200 10800 80000 50200 20200 90000 60000 20500 100000 60800 2 $900 110000 7 , $ 6 0 0 30300
Benguella Velha . . . . 10000 0800 0400 10800 10200 0600 20600 10600 0SOO 30200 20000 10000 40200 20600 10500 60200 30600 20000 70200 40400 20300 80200 50200 20700 90200 60000 30100
Novo R e d o n d o 10200 0900 0500 10800 10200 0600 20400 10500 0700 30400 20000 10000 50400 30000 10500 60400 30800 10800 70400 40600 20200 80400 50400 20600
Egito 10000 0800 0400 10500 10000 0600 20000 10500 0800 40000 20500 10300 50000 30300 10600 60000 40100 20000 70000 40900 20400
10000 0800 0400 10500 10000 0600 30500 20000 10000 40500 20800 10300 50500 30600 10700 60500 40400 20100
10000 0800 0400 30000 1 0 8 0 0 0900 40000 20600 10200 50000 30400 10600 60000 40200 20000
20000 10000 0500 30000 10800 0800 40000 20600 10200 50000 30400 10600
Ambriz Musserra Ambrizete Mucula Santo Antonio Quissanga Noqui Matadi Cabinda Landana
Do ou para
í.» 2." Convés í.» 2." Convés 18 2.a Convés í. 2.a Convés l.a 2." Convés 1.» 2." 2.a í.» 2." Convés í." 2.a 1." o a 2."
elasse classe classe classe classe classe classe classe Convés Convés Convés Convés Convés
classe classe classe classe classe classo classe classe classe classe classe classe classe classe
10500 10000 0500 20500 10800 0900 30500 20600 10300 40500 30400 10700 60000 40400 20200 50600 20700 90000 60100 30000 100800 70000 30500 110000 70200 30600 120000 70500 130000 80000 30000
Ambriz 10000 0800 0400 20000 10600 0800 30000 20400 10200 40500 30400 10700 60500 40600 20200 70500 50100 20500 90300 6.0000 90500 60200 30100 110500 70000 120500 70500 30000
Musserra.... 10000 0800 0400 20000 10600 0800 30500 20600 10300 50500 30800 10800 60500 40300 20000 80300 50200 20800 80500 50400 20900 110300 60500 20700 120300 70000 20900
Ambrizete . . 10000 0800 0400 20500 10800 0900 40500 30000 10400 50800 30600 10800 70600 40800 20600 70800 50000 20700 110000 60000 20700 120000 60500 2 0 9 0 0
10500 10000 0500 30500 20200 10000 50500 30400 10600 70500 40500 20400 70600 40700 20500 100800 50800 20600 110800 60500 20800
Santo Antonio . 20000 10200 0500 50000 30200 10500 70000 40200 20000 70500 40400 20300 100500 50600 20500 110500 60400 20700
Quissanga. 30000 20000 10000 50000 30000 10500 50500 30200 10600 80500 40400 20400 90500
A importancia das passagens não iuclue comida, mas dá direito, na 1." e 2.» classe, a 1 beliche. Boma 20000 10000 0500 20500 10200 0600 50500 20400 10600 60500 30200 10800
Bagagem : ' / , metro cubico para 1.» e 2.» classe ; V4 p a r a 3.° classe. Cabinda 10000 0800 0400
N.° 1 4
Lourenço Marques.
Beira 235$000 157$000
Moçambique
Inhambane
Quelimane 257$000 171$000 100$000
Chinde
Ibo
D e S. T h o m é p a r a L o u r e n ç o M a r q u e s , B e i r a , M o ç a m b i q u e e v i c e - v e r s a . . ioo$ooo 60$000 35$000
D e Loanda p a r a Lourenço Marques, Beira, Moçambique e vice-versa . . . 70$ 000 45$000 30$000
D e S. T h o m é p a r a I o h a m b a n e , Q u e l i m a n e , portos d a eosta e v i c e - v e r s a . 105$000 65$000 45$000
D e Loanda p a r a Inhambane, Quelimane, portos d a costa e v i c e - v e r s a . . . 75$000 50$000 40$000
to
N.° 15
Tabella de passagens entre os portos da costa oriental de Africa
Lourenço Marques 14$000 mooo S$000 6$000 25$000 1S$000 14$000 11$000 45$000 30$000 20$000 14$000 45$000 30$000 20$000 14$000 57$000 4 0 $ 0 0 0 2 2 $ 0 0 0 17$000
Inhambane... 11$500 10$000 8$500 5 $700 28$000 1S$000 17$000 11*000 2 8 $ 0 0 0 1 8 $ 0 0 0 17$000 1 1 $ 0 0 0 4 0 £ 0 0 0 32$000 2 0 $ 0 0 0 15$000
Beira 17$000 13$000 11$000 6 $ 0 0 0 17$000 1 3 $ 0 0 0 1 1 $ 0 0 0 6$000 30$000 22$000 18$000 10$000
C
A s p a s s a g e n s no convés n ã o i n c l u e m refeições. c
H a v e r á r e s t a u r a n t e a bordo, s e n d o o preço do almoço 600 réis, e j a n t a r 900 réis,
O p a s s a g e i r o d e 1 . ' e 2. a classe t e m d i r e i t o a u m beliche.
B a g a g e n s : '/ 2 m e t r o cubico de 1." e 2. a c l a s s e ; metro p a r a 3. a classe.
Outubro 2
428 1905
Cepellos.
Lanohe G o u v e i a (S. Simão),
Á s duas horas da tarde Cepellos {Lomba.
Magdalena (Gestaçô).
Sopa, dois p r a t o s frios, queijo, f r u t a s v e r d e s e sêeas. S a l v a d o r do Monte.
j C a r v a l h o do R e i .
Jantar j Gondar.
Gondar ) Jazente.
Á s s e i s h o r a s d a tar d e
Padronello.
Sopa, relevé, d u a s e n t r a d a s , um l e g u m e , u m assado, s a l a d a , queijo,
f r u t a s vercles e secas, chá e c a f é . Ataíde.
Oliveira.
Á s n o v e h o r a s da noite Real Passinhos.
Real.
Chá, biscoitos, pão e m a n t e i g a . Villa Cahiz.
V i n h o á discreção ao almoço e ao j a n t a r .
Absim.
Chapa.
3." c a m a r a Tellõea F r e i x o d e Baixo.
Á s sete h o r a s e meia da m a n h ã F r e i x o d e Cima.
Tellões.
C a f é e bolacha.
Almoço /Figueiró (Santa Christina)
Denominação Denominação
e s e d e dos districtos d e p a z F r e g u e s i a s de q u e se compõem c s e d e doa districtos d c p a z F r e g u e s i a s e q u e se compBem
Campello.
Gôve. Comarca de Marco de Canavezes
Campello Loivos do Monte.
Ovil.
Ariz.
Í
S a n t a Cruz do Douro.
Ariz .
Gestaçô.
Teixeira.
Gestaçô. Teixeiró.
Favões.
Tresouras. i PMagrellos.
a ç o a de Gaiolo.
Viariz. Penha Longa. . ] S.
P e nLhoau r eLnoçnog ado
. Douro.
Covellas. ( Villa
S a n d eB. o a do Bispo.
Prende.
S a n t a M a r i n h a do Z e z e r e .
Comarca de
Í Loivos d a R i b e i r a .
S a nFteal gMuaeriirnah sa do Zezere.
Valladares.
Soalhães.
j P a r e d e s de V e a d o r e s .
. | R i o de G a l l i n h a s .
(Soalhães.
Avessadas.
Fornos.
BarroBas.
Í
ldães. Thuias.
V a r z e a do D o u r o .
Í Freixo.
Manhuncellos.
Rosem.
S. Nicolau.
Sobre T a m e g a .
Thuias.
/ Alpendurada.
1 Matos.
' j S a n t a Clara do T o r r ã o .
Lordello. ( V a r z e a do D o u r o .
Penacova.
R a n de. I Aliviada.
Regilde. lFolhada.
Varzea da Ovelha.
' j Tabuado.
Revinhade.
Lixa. (Varzea da Ovelha.
Sernande.
Sousa.
Unhão. /Banho.
Vizella ( S a n t o A d r i ã o ) . Carvalhosa.
Constance.
Vizella (S. J o r g e ) .
Villa Boa de Quires. Maurelles.
Ayão.
S a n t o Isidoro.
Ayrães.
Toutosa.
Margaride
ÍB o r b a de Godim.
Caramos.
Macieira de Lixa.
Refontoura.
Santào.
Meixomil
I
Villa Boa d e Quires.
Comarca de P a ç o s de Ferreira
Arreigada.
Carvalhosa.
Eiris.
Frasão.
/Meixomil.
jModellos.
V i l l a Cova d e L i x a . I Paços de Ferreira.
i Villa Verde. I Penamaior.
! Friande. ISerôa.
Lustosa , Jugueiros.
Lagares. Jcodeços.
[Margaride. [Ferreira.
Moure. 1 Figueiró.
Pedreira. Freamunde /Freamunde.
Pinheiro. ILamoso.
Meinedo Pombeiro. /Raimonda
Sendim. I Sanfins de F e r r e i r a .
Torrados.
Varzea. Comaroa de P a r e d e s
Varziella.
Comaroa \ de Villa Fria.
Lousada /Baltar.
Barrosa (Santa Eulalia). 1 Duas' I g r e j a s .
Barrosa (Santo Estevão). I Lordello.
Nevogilde.
Lustosa. Baltar. /Rebordosa.
Boim. JVandoma.
Cahide. I Villa Cova d e C a r r o s .
Lodares. \Villela.
Í
Meinedo.
Nespereira.
Pias.
I Casaes.
L •
/Beire.
Besteiros.
Bitarães,
[Christellos.
/]FCovas.
igueiras. Castellões de C e p e d a .
Silvares Castellões d e C e p e d a 'Christello.
jNevogilde.
/ Ordem. Gondiilães.
\Sousella. Louredo.
Alentem. Madnlena.
Alvarenga, Mouris.
Avelleda. iSobrosa.
Ceinadello.
Lcuzada (Santa Margarida).
/ L o u z a d a (S. Miguel).
f|vj TMacieira.
Silvares.
Nogueira.
Villar
o r n o (S.
d e PTeodr nr o . F i n s ) ,
Outubro 17 430 l'J05
Denominação Denominação
o sede dos d i s t r i c t o s d e p a z F r e g u e s i a s de que se c o m p õ e m e sedo dos districtos de p a z F r e g u e s i a s d e ciue se compSem
I
Aguiar de Sousa. Pedroso.
Astromil. Pedroso Villar de Andorinho.
Cette.
Recarei. Gandra. Crestuma.
Olival.
Sandim. Sandim.
Seixezello.
Parada Thodéa.
C o m a r o a Recarei.
de P e n a f i e l (Canidello.
Sobreira. Villa Nova de Gaia Mafamude.
/Abragão. Villa Nova de Gaia.
[Castellões de Recezinhos.
iCroca. Canelas.
Abragão. /Luzim.
lRecezinhos (S. Mamede).
fReeezínhos (S. Martinho).
\ Villa Cova de Vez de Avis.
Villar do Paraiso .
S. Nicolau
Í Madalena.
Valladares.
Villar do Paraiso.
|S. Nicolau.
Capella.
Figueira. Comaroa do P o r t o (3." .vara)
Paço de Sousa Fonte Arcada.
Lagares.
I
Paço de Sousa.
! Sebolido.
Bustello. Massarellos
S Custoias.'
Leça do Balio.
S. Mamede da Infesta.
(Massarellos.
Duas Igrejas. ' (Miragaia.
Gallegos e Boa Vista. ,, . . , (Leça da Palmeira.
Guilhufe. Matozmhos j Matosinhos.
Irivo e Coreixas.
Marecos. (Aguas Santas.
Penafiel . Milhundos. Milheiros <Guinfães.
Novellas. I Milheiros.
Penafiel. (Barreiros.
Rans. ,, . ) Gemunde.
Santa Marta. Moreira
Moreira.
\Urrô. (Villa Nova da Telha.
Boelhe e Passinhos. Guifões.
Cabeça Santa. ] Lavra.
Santa Cruz do Bispo ^Perafita.
Canelas.
Eja e Entre os Rios. Santa Cruz do Bispo.
Oldrões.
Rio de Moinhos Paredes. Barca.
Perozello. Gondim.
Pinheiro (S.Vicente). Santa Maria de Avioso Santa Maria de Avioso.
Portella (S. Paio). S. Pedro de Avioso.
Rio de Moinhos. S. Romão de Vermoim.
Valpedre.
Aldoar.
Comaroa do Porto (1.» vara) Nevogilde.
S. João da Foz , j Lordello do Ouro.
Bomfim... Bomfim. (S. João da Foz,
Campanhã Campanhã.
[ Folgosa.
Fânzeres. . 'Fânzeres. ) Nogueira.
S. Pedro da Cova. S. Pedro Fins , S. Pedro Fins.
Silva Eseura.
Lomba.
Melros. Medas. Victoria. Victoria.
Melres.
(Comarca do P o r t o (4. a v a r a )
Paranhos . Paranhos.
Rio Tinto . Cedofeita Cedofeita.
Rio Tinto.
S. Cosme de Gondomar. ÍS. Co3me de Gondomar. Ramalde Ramalde.
' (Valbom.
Santo Ildefonso Santo Ildefonso,
' 1 Covello.
Sousa < Jubim. j Alfena.
S. Lourenço de Asmes ' (S. Lourenço de Asnes.
(Sousa.
I
Comaroa do P o r t o (2." v a r a ) S. Martinho do Campo.
S. Martinho do Campo.
Arcozello. Sobrado.
Í
Arcozello Golpilhares.
Perozinho. Só Sé.
Serzedo.
Vallongo Vallongo.
I
Avintes. l Avintes.
' (Oliveira do Douro. C o m a r c a de P o v o a de V a r z i m
I f Amorim.
(Gnjo. \ Argivae.
Grijó , jGuetim. Povoa de Varzim (Estella.
" IS. Felix da Marinha. Navaes.
Scrmonde. Povoa de Varzim,
1905 431 Outubro 11
Balazar. 2, a Repartição
Beiriz.
Rates Laundos. 3.a Secção
Comarca deR
Íates.
S a n t o Tirso
Cumprindo facilitar q u a n t o possivel o exercicio da na-
vegação nacional e n t r e paises estrangeiros e os portos das
Terroso. possessões u l t r a m a r i n a s cle P o r t u g a l , ampliando as v a n t a g e n s
( Alvarelhos.
estabelecidas no decreto de 2 3 de j a n e i r o do c o r r e n t e a n n o ;
B o u g a d o (S. T i a g o ) fe^ [ | SíSho).
T e n d o ouvido a J u n t a Consultiva do U l t r a m a r e o Con-
(Guidões. selho de M i n i s t r o s ; e
Campo (S. M a r t i n h o ) . U s a n d o da faculdade que me confere o § 1.° do arti-
Campo (S. S a l v a d o r ) . go 15.° do P r i m e i r o Acto Addicional á C a r t a Constitucio-
Campo (S. M a r t i n h o ) .
ÍN e g r e l l o s (S. Mamede).
Roriz.
Villarinho.
(Coronado (S. M a m e d e ) .
l C o r o n a d o (S. R o m ã o ) .
nal da M o n a r c h i a :
H e i por b e m d e c r e t a r o seguinte.:
Artigo 1.° Os navios nacionaes de longo curso, proce-
dentes de portos e s t r a n g e i r o s , que d e r e m e n t r a d a em qual-
quer porto das possessões u l t r a m a r i n a s de P o r t u g a l , de-
Coronado (S. Mamede)
' jCovellas. pois de satisfeitos os impostos e encargos p o r p r i m e i r a
(Muro.
e n t r a d a , serão assimilados aos navios de g r a n d e cabota-
/Agrella. g e m d'essa possessão, emquanto f r e q u e n t a r e m os portos
4 Agua Longa. situados n a a r e a fixada p a r a a p e q u e n a c a b o t a g e m .
\ Carreira. § unico. Q u a n d o esses navios h a j a m de seguir v i a g e m
Lamellas. . /Guimarei.
ILamellas. p a r a fóra da a r e a da p e q u e n a c a b o t a g e m serão, p a r a todos
[ R e f o j o s de R i b a de Ave. os effeitos, a contar desde o ultimo porto de escala n e s s a
\ Reguenga. a r e a , considerados n a classe cle longo curso em q u e estejam
registados, c a d u c a n d o a assimilação que lhes a p r o v e i t a v a .
( A v e s (S. Miguel).
) M o n t e Cordova. A r t . 2.° A s e m b a r c a ç õ e s nacionaes, de qualquer proce-
Negrellos (S. T h o m é ) . dencia e classe, que depois da primeira e n t r a d a em p o r t o
' Negrellos (S. T h o m é ) .
(Rebordões. do archipelago de Cabo V e r d e p r o s i g a m no exercicio do
t r a f e g o maritimo, tocando em portos da a r e a d a p e q u e n a
^Areias.
Burgles.
c a b o t a g e m d a provincia, serão, q u a n t o a impostos e en-
Couto (Santa Christina). cargos, assimilados ás embarcações de p e q u e n a c a b o t a g e m ,
Couto (S. Miguel). e m q u a n t o e x e r c e r e m esse trafego, cessando a assimilação
Santo Tirso
Lama. logo que saiam p a r a fóra da mencionada a r e a .
Palmeira.
Santo Tirso.
§ unico. Os impostos e encargos c o r r e s p o n d e n t e s á en-
Sequeiro. t r a d a em porto do archipelago, vindo dc procedencia não
incluida n a a r e a da p e q u e n a c a b o t a g e m da provincia, se-
C o m a r c a d e V i l l a do Conde
(Fajozes. rão os que competirem segundo a classe da e m b a r c a ç ã o
I Gião. e as disposições applicaveis das tabellas do decreto de 2 3
Fajozes.
j Malta. ~ de j a n e i r o ultimo.
[ Mindello. A r t . 3.° Os navios nacionaes que se d e s t i n a r e m a por-
I Arcos.
tos f ó r a da a r e a da g r a n d e cabotagem das possessões ul-
I Bagunte e Santagõss t r a m a r i n a s em que estiverem registados poderão sair sob
I Ferreiro. passaporte provisorio passado pelo G o v e r n o d ' e s s a p o s s e s s ! o .
/Junqueira. O passaporte será valido p a r a u m a v i a g e m redonda,
Junqueira. \ Outeiro Maior.
I Parada. completa pelo r e g r e s s o a q u a l q u e r porto da possessão em
[ R i o Mau. que e s t e j a m inscritos, ou a t é que os navios d ê e m e n t r a d a
\Touguinhó. e m porto do continente do reino, no qual os capitães ou
donos solicitarão o passaporte real.
Labruge.
A r t . 4.° A s disposições do artigo 1.° d'este d e c r e t o
Mo divas . , ,
Í Modivas.
V i l l a Chã.
Villar.
(Avelleda.
não são applicaveis no E s t a d o cla I n d i a , em que continua
em vigor a tabella n." 3 a p p r o v a d a por decreto de 2 3 de
j a n e i r o ultimo.
A r t . 5.° F i c a r e v o g a d a a legislação em contrario.
1 Guilhabreu.
Mosteiro. O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios d a Ma-
jMosteiró.
( V i l l a r do P i n h e i r o . rinha e U l t r a m a r assim o t e n h a entendido e faça execu-
t a r . Paço, em 2 de outubro de 1 9 0 5 . = R E I . = = Manoel
Canidello. Antonio Moreira Júnior.
Vairão.
Í Fornello.
M a c i e i r a d a Maia.
Vairão.
D. do Cí. n.° 230, de 11 de outubro de 190.r>.
Paço,
Azurara.
Retorta.
em 2 de outubro Tde
Í
o u g 1905.
ues. = Arthur Pinto de
Direcção Geral dos Negocios Ecclesiasticos
2. a Repartição
U s a n d o d a autorização concedida ao Governo pelo a r -
Miranda Montenegro. Touguinha.
D . do G. n.° 228, cie 0 (le outubro do 1Q0Ú,
tigo 1.° da c a r t a de lei de 21 de s e t e m b r o dc 1897, e to-
Villa do Conde e F o r m a r i z .
Outubro 17 432 l'J05
Areias ( S . V i c e n t e ) .
Comarca de Amares
I Amares.
[Barreiros. Gallegos (Santa M a r i a ) .
ÍBesteiros.
[Carrazedo.
Amares. /Cayres.
JDornellas.
I Ferreiros. !
Gallegos (Santa Maria).
Figueiredo. Gallegos (S. Martinho).
\Prozello.
I g r e j a Nova.
Lama.
Bouro ( S a n t a Maria). Manhente.
Bouro (Santa M a r t â ) . Oliveira.
Goães. Gueral Roriz e Quiraz.
Goães
P a r e d e s Sêeas. Ucha.
Seramil. Carvalhas.
Viilela. Chavão.
Chorente.
/Bieo. Goios.
I Caldellas. iGrimaneellos.
I Fiscal. I Gueral.
1 Lago. Macieira.
Fiscal , . (Paranhos. Negreiros.
íPortela. Pedra Furada.
I Rendufe. Pereira.
[Sequeiros. Martim. Remelhe.
\Torre. Adâes.
Airó.
Campo. Areias de Villar e M a d a l e n a de
Carvalheira. Villar.
Chamoim iBastuço (Santo E s t e v a m ) .
Carvalheira
Covide. (Bastuço (S. João).
Monte. Crujães.
Villar. Encourados.
Martim.
Balança. Pouza.
Quintiães. , V a r z e a (S. Bento).
I
Ribeira . Aborim.
!
Chorense.
Comaroa de Baroellos
Moimenta.
Ribeira.
A b b a d e de Neiva.
Souto. Villa Cova
Alvellos.
Arcozello. Aguiar.
Barcellinhos. Ballugães.
Barcellos. Cossourado.
Carvalhal. Durrães.
Barcellos / Gamil. Mondim.
Gilmonde. Panque.
Rio Covo (Santa E u g e n i a ) . Quintiães.
T a m e l (S. Veriseimo). Creixomil.
Viatodos.
Í
Villa Boa (S. João). Mariz.
Villa F r e s c a i n h a (S. Martinho). Perelhal.
Villa F r e s c a i n h a (S. P e d r o ) . Villa Cova.
I Villar do Monte.
/Barqueiros. Cambezes.
1 Christello. Carreira.
ICourel. ComarcaF de
o n t eBraga
Coberta.
1 Faria. Midões.
Barqueiros , (Fornellos. [iMinhotães.
Adaúfe.
JMilhazes. (Monte
I Crespos. (S. P e d r o ) .
f Paradella. Adaúfe . ( Moure.
Navarra.
Villa Scea. j Rio Covo ( S a n t a Eulalia).
Pousada.
\Villar de Figos. ( Sequiade.
Viatodos.
Silveiros.
S a n t a Lucrécia de Algeriz.
1905 433 Outubro 11
Denominação Denominação
e sede d o s districtos dè~paz F r e g u e s i a s de q u e se compõem e sede dos districtos de p a z F r e g u e s i a s d e q u e *e compõem
/Avelleda.
Cabreiros. Comarca de Celorico de B a s t o
Cunha.
Gondiçalves. / B o r b a da Montanha.
Mire de T i b ã e s iCaçarilhe.
Borba
Padim da Graça. j Carvalho.
Cabreiros , Panoias. (Rego.
Parada de Tibães.
Passos. / Arnoia.
Semelhe. Britello.
Sequeira. ICodeçoso.
Villaça. / Gemeos.
Britei! o.
jlnfesta.
Arentim. JOurilhe.
Celleiros. [Tecla.
Ferreiros. \ Veade.
Lomar. Agilde.
Ferreiros Priscos.
Ruilhe.
Tadim e Fradellos.
Tebosa.
Vimieiro.
Fervença
Í Fervença.
M o r e i r a do Castello.
/Canedo.
1 Corgo.
B r a g a (S. J o s é e S. L a z a r o ) . Gagos. j Gagos.
B r a g a (S. V i c t o r ) . B r a g a (S. Victor). /Mollares.
Fraião. /Ribas.
IS. Clemente.
\ V a l l e do Bouro.
Antas.
Palmeira
Real.
D ume.
Frossos.
Merelim (S. P a i o ) .
Merelim (S. P e d r o ) .
Antas
Í Bellinho.
Forjães.
Mar.
Villa Chã.
Curvos.
Palmeira. Esposende .
I .
/Arcos.
Escudeiros. !
Esposende.
Esporões. Gandra.
Figueiredo. Gemezes.
Fão
Guizande. Marinhas.
Penso (Santo Estevão) iLamãs. P a l m e i r a de F a r o .
' Moreira.
Nogueira. ComaroaApúlia.
de F a f e
Fão.
Oliveira. Antime.
Penso (Santo Estevam). !Ardegào.
P e h s o (S. Vicente). F or m
A n tiel . Boa.
Trandeiras. R ri oh o T
A s ei lnltao. .
Arões ( S a n t a C h r i s t i n a ) .
Espinha Cepães.
Tenões
Í E s t e (S. M a m e d e ) .
E s t e (S. P e d r o ) .
Fafe
Fafe.
.{Fareja.
Fornellos.
Medello.
Quinchães.
Gualtar. Regadas.
Arco de B a ú l h e .
I Lamaçães.
Comaroâ de Cabeceiras de B a s t o
Nogueiró.
A r c o de B a ú l h e .
Pedralva.
Basto.
Sobreposta.
Fàia.
Tenões. Moreira de R e i .
i
Seidões.
S i l v a r e s (S. Clemente).
\ S i l v a r e s (S. M a r t i n h o ) .
Aboim.
EBtorâoB.
Felgueiras.
Gontim.
Moreira de Rei.
Pèdraça.' Pedraido.
Villa N u n e . Revelhe.
Ribeiros.
(Abbadim. S. Gena.
JBticos. V a r z e a Cova.
Cabeceiras de Basto i Cabeceiras de Basto.
(Painzella. Agrella.
A r õ e s (S. Romão).
Cavez. Fí-eitaB.
Í
Gondiães e Samão.
Villar de CunhaB.
Travassos.
Golães.
Monte.
Passos.
Queimadella.
Sarafão.
Alvito. '•Travassós.
Í
Outeiro. Villa Cova.
Passos. Vinhós.
Refojos.
Rio Douro.
Outubro 17 434 l'J05
Denominação Denominação
F r e g u e s i a s d e q u e se c o m p õ e m e s e d e dos districtos d e p a z F r e g u e s i a s d e q u e fie c o m p õ e m
e s e d e dos districtos de p a z
Í
Ponte. Garfe.
Sande (Santa Maria de Villa No- Thaide (Porto de Ave), Oliveira.
va).
Sande (S. Clemente).
Sande (S. Lourenço).
\Sande (S. Martinho). Sobradello da Goma.
ComaroaThaide.
de Vieira
/ Azurem. Travassos.
Corvite. Caniçada.
Viilela.
IGuimarães (Castello).
Guimarães (Santa Maria da Oli
veira)
Guimarães (Santa Maria da Oli-
veira),
i Mesão Frio.
'Peneello.
Prazins /Santa Eufemia).
^Prazins (Santo Tirso).
Caniçada.
Í Cova.
/ Louredo.
Cantellães.
lEira
ParadaVedra.
do Bouro.
Cantellães l Soengas.
Pinheiro.
Costa. (Taboaços.
Ventosa.
Fermentões.
Guimarães (S. Paio) Guimarães (S. Paio). Annissó.
Guimarães (S. Sebastião). Mosteiro. Mosteiro.
Urgeses. Soutello.
Ruivães
Anjos.
Guilhofrei.
Rossas.
Villar Chão.
Campos.
Ruivães.
Sallamonde.
Castellões.
Ronfe. Comarca de Villa N o v a de Famalicão
Gominhães.
Vermil.
[Gonça.
S. Torquato. / Gondomar. Cabeçudos.
Lobeira.
Rendufe.
S. Torquato.
Selho (S. Lourenço).
Souto /Santa Maria).
\Souto (S. Salvador).
Fradellos.
Í Cavallões e Gemende.
Esmeriz.
1905 435 0«í*br» 2
Denominação Denominação
Freguesias de que se compõem ) setle dos districtos de paz Freguesias de que sc compõem
e sede dos,districtos de paz
B a i r r o s e SanfinB. Atheãea.
Oliveira ( S a n t a M a r i a )
D e l l ã e s e S. M a t e u s d e Oliveira.
Mogege.
Oliveira. Í Cabanellas.
Cervães.
/Lage.
ÍPedome.
R i b a de A v e .
P r a d o ( S a n t a Maria) 'jOleiros.
jMoure.
[ P a r a d a de Gatim.
\ Prado (Santa Maria).
f A b b a d e de V e r m o i m .
Ávidos. 'Brufe.
Bente. Cibões.
Carreira. Gomide.
Castellões. Gondomar.
Joanne. Gondoriz.
Lagoa. Valdreu Oriz ( S a n t a M a r i n h a ) .
Ruivães. ' Landim e Santa Marinha. Oriz (S. M i g u e l ) .
Novaes. Passo.
Pousada e Saramagos. Valbom (S. M a r t i n h o
Ruivães. V a l b o m (S. P e d r o ) .
Seide (S. Miguel). Valdreu.
Seide (S. P a i o ) .
Vermoim. j Barbudo.
Dossãos.
A r n o s o (Mosteiro e Salvador) l E s q u e i r o s (S. Pedro).
Arnoso (Santa Eulalia). íGeme.
Arnoso ( S a n t a M a r i a ) . IGondeães.
Cruz ( S a n t T a g o ) . Villa V e r d e . (Loureira.
Jesufrei. JSabariz.
Portela. ÍSoutello.
V a l l e (S. Cosme c D a m i ã o ) .
Requiâo. f Travassos.
Sezures. Turiz.
Telhado. \Villa Verde.
V a l l e (S. Cosme e D a m i ã o ) .
\ V a l l e (S. M a r t i n h o ) .
P a ç o , em 2 cle outubro de 1905. = Arthur Pinto de
Miranda Montenegio.
Antas. D . do Ct. n.° 233, do 13 do outubro de 1905.
Brufe.
Calendario.
Gavião.
Gondifellos.
Villa N o v a de Famalicão. Lemenhe.
Louro.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR
Mouquina.
Nine. 7.3 Repartição da Direcção Geral
\Villa Nova de Famalicão. da Contabilidade Publica
um 2 tio outubro dc 1905.—-REI.—•-José Luciano dc Cas- respeitos s a l u t a r : representa, a todo o tempo, p a r a o pro-
tro -- -• Eduardo José Coelho = Arthur Pinto de Miranda fessor, a prova da sua dedicação pelo ensino e cla serie-
Moideneqro — Manoel Affonso de Espregueira = Sebastião dade e firmeza clos seus j u l g a m e n t o s ; é um excellente
Custodio de Sousa Telles = Manoel Aiit- n>0 Moreira Jú- meio educativo, porque habitua os alumnos, d^sde a es-
nior = Antonio Eduardo Villaça = D. João de Alarcão cola, á ideia de que o seu trabalho não c perdido e, an-
Velasques Sarmento Osorio. tes, póde ser examinado e apreciado por todos os seus
1). do (1. n." 2-1.'!, ilo 20 de outubro de 1905.
mestres, pela sua familia e por todos os visitantes do ly-
ceu.
O regulamento de 14 de agosto de 1895 consignou esta
boa pratica no § 3.° do artigo 62.°, e a importancia dos
Direcção Geral da Marinha trabalhos escritos nos artigos 33.°, 50.°, n . , s 4.° e 7.°,
3,a Repartição 129.°, n.° 10." e em todos os que dizem respeito ás pro-
vas escritas dos exames. O decreto de 29 de agosto de
Devendo no anno proximo futuro começar a funccionar 1905 at-tribue importancia crescente cle classe para classe
o novo posto maritimo de desinfecção de Lisboa, no caes a estas provas escritas, como se vê do artigo 24.°
de Alcantara, c convindo regular os serviços cle mar re- Mas tanto este decreto como aquelle deixaram apenas
lativos á acostagem dc navios e desembarque de passagei- esboçado o processo a seguir para a conservação dos tra-
ros e respectivas bagagens, de modo quo se façam de balhos escritos clos alumnos, o que tem dado origem a pra-
forma rapida, economica e commoda: b a por bem Sua ticas diversas de lyceu para lyceu e até á inobservância
Majestade El-Rei, pela Secretaria cle Estado clos Negocios d'este preceito nalguns lyceus.
de Marinha e Ultramar, nomear os Conselheiros Adolfo S. Ex.' 1 o Ministro do Reino incumbe-me de chamar a
F e r r e i r a Loureiro, vogal do Conselho Superior cle Obras attenção de V. S." para este assunto, que c de capital
Publicas e Minas, E r n e s t o Driesel Schrdter, presidente da importancia para o progresso clo ensino.
Associayfio Commercial de Lisboa, e Augusto José da Sil- Cumpre, antes de tudo, recordar que os trabalhos es-
va, director da Alfandega cle L i s b o a ; os capitaes de fra- critos não são exclusivos das disciplinas que nos exames
gata Ernesto Julio de Carvalho e Vasconcellos e José teem prova escrita. E os trabalhos escritos dos alumnos,
Caetano Vianna Basto, adjunto do chefe do Departamento quer executados nas aulas quer nos exames, devem ser
Maritimo dc Centro, o capitão clo serviço cle engenharia toclos archivados. S. Kx. 3 o Ministro do Reino confia do
Antonio Rodrigues Nogueira, Luis Strauss, engenheiro zêlo cle V. S.'1, dos directores de classe e clos professores
do porto de Lisboa, Antonio Marques de Freitas, nego- que esta pratica será absolutamente respeitada.
ciante. c armador de navios, Pedro Gomes da Silva, admi- A maneira cle a pôr em vigor depende das condições de
nistrador cla E m p r e s a Nacional de Navegação, e Carlos cada lyceu: será, por isso, objecto do seu regulamento
Mahony, secretario cla Associação Commercial dc Lisboa, interno. Km todo o caso. porem, Uca preceituado o uso,
a lim cle comporem uma commissão, de que o primeiro por todos os alumnos de cacla classe ou de cada disciplina,
clos nomeados será o presidente e o ultimo o secretario, de papel do mesmo formato; e a reunião em volume bro-
para. proporem com a possivel urgencia os meios dc se chado de todos os exercicios feitos por cada alumno em
conseguir sem delongas a regularização cVaquelles servi- todas as disciplinas da classe, incluindo a prova do exame,
ços. ou dos exercicios de todos os alumnos em cada disciplina,
Paço, em 3 dc outubro de 1 9 0 5 . = Manoel Antonio Mo- ou dos exercicios cle todos os alumnos em todas as disci-
reira, Júnior. plinas cla classe durante o anno.
(D. ilo G. n.° 223, de 5 do outubro do 1005) Y. S. :i , dc acordo com o director e professores de cada-
classe, regulará este serviço emquanto elle o não estiver
pelo regulamento interno do lyceu.
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA Não devem, todavia, os trabalhos escritos dos alumnos
ficar constantemente occultos no archivo do lyceu; logo
C a m i n h o s de F e r r o do E s t a d o que V. S. a possa reservar uma sala para exposição per-
manente cVestes trabalhos, deverão figurar nella toclos os
Conselho de Administração trabalhos feitos pelos alumnos que frequentam o lyceu e
aintla pelos que o abandonaram nos dois annos anteceden-
Sun. Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto e tes; e, expirando este prazo de dois annos, poderá V. S. :l
orçamento de ampliação da estação da Regua-, elaborado mandar separar cm volume especial os melhores trabalhos
pela Direcção dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro, dos antigos alumnos do lyceu para os conservar na sala de
com data de 3 de agosto do corrente anno : ba por bem, exposição escolar.
conformando-se, com o parecer do Conselho Superior de
A proficuidade d'esta pratica, que é uma novidade n a
Obras Publicas e Minas, de 29 de setembro ultimo, appro-
maioria dos nossos lyceus, depende exclusivamente da boa
v a r o referido projecto e respectivo orçamento na impor-
vontade na sua execução e da verdade mantida acêrca das
tancia de l)K:000£000 réis o autorizar a sua execução.
provas dos alumnos : a prova má deve ser archivada p a r a
Paco, em 5 de outubro de 1905. = £). João de Alarcão fazer sobresair mais tarde a prova boa, demonstrando os
1 elasques Sarmento Osorio. progressos clo alumno.
D . do G. n.° 232, do 13 do outubro do 1905.
S. Ex.° o Ministro espera que Y . S. a , os directores cle
classo e os professores tomem em especial attenção este
assunto, no interesse dos alumnos cuja educação lhes está
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO confiada.
Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 de outubro d e
Direcção Geral da Instrucção Publica 1905. = O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade.
D. do G. n.° 251), do -1 de novembro de 1905.
3,a Repartição
tigo 26.° do decreto de 14 de agosto de 1895 que dizem A media de disciplina nas provas escritas e oraes ob-
respeito aos documentos com que os alumnos devem de- tem-se sommando os valores obtidos numas e noutras pro-
monstrar a sua habilitação literaria para a matricula nas vas d'essa disciplina e dividindo a somma por, 2. Esta me-
classes 2. a , 3.% 4. a , 5.'a, 6. a e 7 . a ; e o decreto n.° 8 de dia é considerada para o effeito da classificação final, mas
24 cle dezembro de 1901, era seu artigo 58.°, e bem assim nTio consta do termo do exame. Nas disciplinas em que
o regulamento da instrucção primaria de 19 cle setembro não ha prova escrita tomam-se, para este effeito, os va-
cle 1902, em seu artigo 176.", vieram completar sobre o lores obtidos na prova oral.
mesmo assunto, em relação â matricula na l . a classe, o No apuramento de qualquer d'estas tres especies do me-
disposto no n.° 1.° do referido artigo 26.° clo decreto de dias tem applicação o disposto no artigo 15."
14 de agosto de 189r>. A media final obtem-se por meio das seguintes opera-
Aproximando as disposições citadas, é fácil fixar a dou- ções. Consideram-sc separadamente as diversas disciplinas,
trina em vigor sobre os documentos com que o alumno calculando, para cada uma, a media das respectivas pro-
deve instruir o seu requerimento para a matricula em qual- vas escritas e oraes; em seguida sommam-se as medias
quer classe. obtidas em toclas as disciplinas e clivide-se a somma pelo
1." Os documentos para a matricula na l . a classe são : numero d'estas.
A) Certidão de idade por onde se demonstre que o re- Nos casos em que um alumno c admittido ás provas
querente completará dez annos, pelo menos, no dia fixado oraes com media inferior a dez valores em qualquer dis-
para a abertura das aulas; ciplina, deve entender-se, sempre que elle obtenha nas
B) Certificado de approvação em um dos seguintes exa- provas oraes media para ser approvado, que a classifica-
mes : ção do exame é de suficiente, e por isso ser-lhe-ha attri-
a) De instrucção primaria complementar (lei de 2 de buida a classificação final de dez valores, quando o cal-
maio de 1878); culo da media final dê um numero inferior a este.
b) D e admissão nos lyceus (portaria de 24 de fevereiro No caso cla 2. a alinea do § unico do artigo 25.°, o j u r y
cle 1888 e decreto de 16 de maryo cle 1893); abstém-se de calcular a media final clo exame, e limita-se a
c) De instrucção primaria, l . a e 2. a classe, das escolas consignar a media do cada prova escrita e de cada prova
das provincias ultramarinas (decreto de 30 de fevereiro oral, escrevendo, no resultado, em vez de approvada ou
cle 1869); adiado, a nota de esperado. Em seguida a cada termo e
d) O do 2.° grau de ensino primario elementar (decreto formando como que o seu complemento, haverá logar para
cle 22 de dezembro de 1894); um termo de exame singular. Ao j u r y que houver de as-
e) O clo 2." grau de ensino primario (decretos n.° 8 de sinar este termo compete, neste caso,- calcular a classifi-
24 de dezembro de 1901 e de 19 cle setembro de 1902). cação final do exame.
2.° Os documentos para a matricula na 2. a , 3. a , 5. a e Para melhor esclarecimento do assunto convém exem-
a
7. classe são: plificar.
Certidão de transito a cada uma cVestas classes nos ter- Um examinando obteve, nas provas escritas do exame
mos dos § 1.° do artigo 14.° do decreto cle 29 de agosto do curso geral, l . a secção, as seguintes medias de disci-
de 1905, ou do approvação no exame dc admissão a cada plina: 10 valores em português, 12 em francês, 15 em
uma d'estas classes. mathematica, 13 em desenho; c nas provas oraes 11 em
3.° Os documentos para a matricula na 4. a ou 6. a classe português, 12 em francês, 11 em geographia e historia,
são respectivamente: 10 em sciencias physicas e naturaes, 16 em mathematica,
Certidão de approvação no exame do curso geral, l . a 12 em desenho.
secção, ou do curso geral, 2. 3 secção. Do respectivo termo, alem d'estas medias, constará que
Direcção Geral da Instrucção Publica, em 5 de outubro elle teve a media final de 12 valores, a qual se obteve
de 1905. = 0 Conselheiro Director Geral,.Abel, Andrade. sommando as medias de 10,5 valores em português, 12
D. clo Cl. n.° 250, de 4 de novembro do 1905.
em francês, 11 em geographia e historia, 10 em sciencias
physicas e naturaes, 15,5 em mathematica, 12,5 em de-
senho, e contando por uma unidade as 9 decimas que ap-
parecem no resultado.
Circular n.° 3 (le 5 dc outubro dc 1905 Outro examinando obteve nas provas escritas clo mesmo
exame as seguintes medias: 6 valores em português, 4 em
Hl.™ S r . — O § unico do artigo 16.° do decreto cle 29 francês, 8 em mathematica e 10 cm desenho; c nas pro-
de agosto de 1905 indica, de um modo geral, a maneira vas oraes 10 em português, 10 em francês, 10 em geo-
de obter a classificação final dos alumnos em quaesquer graphia e historia, 12 em sciencias physicas e naturaes,
exames. 10 em mathematica e 11 em desenho. Do respectivo ter-
Convém esclarecer a doutrina d'este paragrapho, apro- mo, alem d'estas medias, constará que elle obteve a me-
ximando-o dos artigos 24.°, § unico, 25.°, § unico, 26.°, dia final de 10 valores, a qual se obteve sommando as
§ unico, 27.", 28.° e 15.° do referido decreto. medias de 8 valores em português, 7 em francês, 10 cin
D a confrontação d'estes artigos deduz-se que os jurys geographia e historia, 10 em sciencias physicas e natu-
teem a considerar a media de cada disciplina nas provas raes, 9 em mathematica, 10,5 em desenho, c contando
escritas, a media de cada disciplina nas provas oraes, a por 10 o resultado de 9, 4, visto que a lei considerou suf-
media de cada disciplina nas respectivas provas escritas iciente, no conjunto, o exame d'cste alumno.
e oraes conjuntamente e a media final do exame. Convém ainda considerar a votação da prova de cada
A media de disciplina nas provas escritas obtem-se disciplina pelos membros do j u r y . A prova oral de portu-
sommando todos os valores votados pelos membros do jury guês foi valorizada pelos tres membros de um j u r y do
nas provas d'essa disciplina e dividindo a somma pelo nu- exame do curso geral, l. !1 secção, pela seguinte f ó r m a :
mero de membros do j u r y ; é considerada para a admis- um votou 10 valores, outro 11, outro 12; do respectivo
são ás provas oraes, nos termos clo artigo 24.", § unico do termo constará que o alumno obteve 11 valores na prova
artigo 26.° e artigo 28.°, e consigna-se sempre no termo oral dc português.
do exame. Na prova oral da mesma disciplina, um votou 10,5 va-
A media de disciplina nas provas oraes obtem-se pelo lores, outro 9, outro 10; clo respectivo termo constará
mesmo processo; é considerada para o effeito clo § unico que o alumno obteve 10 valores na prova oral dc portu-
do artigo 25.°, § unico do artigo 27.° e artigo 28.° e con- guês, visto que devem ser contadas por uma unidade as
signa-se tambem no termo clo exame. , oito decimas que apparccein no resultado.
OmkiWa õ 438 1905
Ainda, para melhor intelligencia cl'este assunto, cum- E , para que as disposições relativas ao caderno escolar
pre ter cm vista que as provas escritas de cada disciplina tenham efficacia segura, cleverá V . S. a ordenar a organi-
são valorizadas no conjunto, succedendo o mesmo com as zação cle um livro de secretaria (modelo n.° que seja
provas oraes. a reproducção fiel cios cadernos escolares, constituindo
S. E x . a o Ministro do Reino, chamando a attenção de como que o cadastro cle todos os alumuos. P a r a este ef-
V. iS.a para e s t e importante assunto, espera que V. S. a feito serão communicadas á secretaria todas as notas lan-
contribua com a sua boa vontade para que o systema cle çadas no caderno escolar cle cada alumno, a fim cle, por
classificação adoptado pelo decreto de 29 de agosto de sua vez, serem transcritas neste livro cle registo, devi-
1905 dè os bons resultados que d'elle é licito esperar. damente autenticadas pelo secretario clo lyceu.
Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 de outubro dc Muito folgaria S. E x . a o Ministro que Y. S. a pudesse
190.">. O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade. levar mais longe a influencia d'este prestimoso livro, man-
D. do li. 11." 250, do i do novembro cle 1905
dando indicar nelle o destino seguido pelos alumnos que
abandonaram o lyceu durante o curso ou após a sua con-
clusão; a difficuldade, que nesta parte é bem patente,
nem sempre permittirá a pratica cl'esta ideia, que aliás fica
Circular » . " «le ii ile outubro de 190ii recommendacla dentro dos limites do exequivel.
D a própria natureza clo assunto e da influencia clo ca-
111."10 Sr. — Cs institutos de instrucção secundaria não derno escolar resulta a absoluta necessidade cle as auto-
preenchem os seus fins se abandonarem a si mesmos ridades académicas não lançarem nelle notas que não ha-
os alumnos que os frequentam. Se é cle boa pratica pe- j a m ponderado maduramente, quer se trate clo elogio, que
dagógica conferir ao alumno, á medida que se adeanta só é efficaz quando bem applicado em vista clo moclo dc
nos estudos o sc desenvolve moral e physicamente, uma ser de cada alumno, quer se trate da censura, que tem
progressiva liberdade de acção, a fim de que a sua en- cle ser applicada eom a maxima prudência.
trada na vida pratica não seja feita dc sobresalto, certo Muito interessa á educação dos alumnos que Y. S. a
é que tal liberdade deve ser concedida prudentemente e aproveite todos os cnsejos para examinar os seus cadernos
como que por graus, competindo ao lyceu exercer uma escolares e que recommende aos directores cle classe que
fiscalização assiilua e paternal sobre a educação dos seus façam outro tanto.
alumnos, e não .somente sobro a sua educação intcllectual, Um castigo cle gravidade nunca deve ser applicado sem
como tambem sobre a sua educação moral c physica. este exame prévio, qualquer julgamento de ordem litera-
O reitor, o director de classe, os professores, o pessoal ria ou moral deve ser precedido d e s s e exame; e'V. S. a e
encarregado da manutenção da disciplina teem de contri- os directores cle classe inculcarão aos chefes de familia,
buir, cada uni na esfera das suas attribuições, para se ou seus representantes, o dever que llies incumbe cle exa-
conseguir o.nto thsiJrratum, que é afinal o intuito supremo minarem a miude os cadernos escolares dos seus educan-
dos institui os lyccacs. dos, ciando ao lyceu o concurso cla sua autoridade sobre
Os preceitos em vigor que tendem a effectiva» este pen- o alumno e evitando lançar 110 caderno escolar qualquer
samento fornecem ao lyceu meios sufficientes para exer- nota inconveniente, que possa obrigar o reitor clo lyceu a
cerem a sua acção educativa. S. Ex. ! l o Ministro do Reino ordenar a inutilização clo caderno e a sua immediata subs-
espera do zêlo de V. S. a que faça cumprir aquelles pre- tituição.
ceitos. S. E x . a o Ministro confia clo zêlo das autoridades aca-
Dizem alguns d'elles respeito aos auxilios que as fami- démicas e da boa vontade dos chefes cle familia a execu-
lias devem prestar ao lyceu na ardua tarefa cle educar a ção d'este preceito do regulamento dos lyceus, que assim
mocidade. As relações entre o lyceu e a familia devem começa por uma experiencia cle que só bons resultados ha
ser constante*. Nalguns casos, como no cle faltas successi- a esperar.
vax, exigem a correspondencia do director cle classe com Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 cle outubro de
o chefe da familia ou seu representante; noutros podem 1905. O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade.
ser vantajosamente sustentadas por meio clo caderno esco- D. do G. n.° 250, de 4 de novembro do 1905.
lar.
Não escaparão de certo a X. S. a as funcções educativas
do caderno escolar, pela primeira vez estabelecido nos
nossos lveeus. Opportunamente serão enviados a Y. S. a Circular n . ° 5 de 5 de outubro de 1 9 0 5
exemplares bastantes para distribuir gratuitamente pelos
alumnos iVcssc lyceu: d'cste modo o alumno é apenas o 111."'" Sr. — A disposição clo artigo 56.° do decreto de
depositário do caderno escolar, que só é propriedade sua 14 de agosto de 1895 deve ser aproximada da do artigo
quando elle abandona o lyceu. 14.° do decreto de 29 de agosto de 1905, que em parte a
Cumpre ás autoridades académicas incutir no espirito modifica. O apuramento da frequencia dos alumnos é func-
dos alumnos o respeito pelo caderno escolar, que sempre ção exclusiva do conselho de classe; ao conselho escolar
conservarão com o maior cuidado. Nas notas cle procedi- compete apenas tomar conhecimento dos resultados d'aquel-
mento tem os conselhos de classe meios efficazes para tor- le apuramento, a fim de orientar-se acêrca da situação dos
nar effectiva esta disposição. Ao director de classe c ao alumnos e do estado clo ensino e organizar o serviço dos
reitor do lyceu sobrflm-lhes os meios de o conseguir. exames.
Por sua vez os j u r y s de exames, aos quaes os cadernos
Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 de outubro cle
escolares dos alumnos devem ser presentes desde o co-
1905. = O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade.
mfço d.i!» respectivas provas, teem nelles um meio cle pre-
venir. até certo ponto, erros possiveis, e, pela immediata D. do G. n.° 250, de 1 dc novembro cle 1!)05.
influencia das suas drcisÕes, concorrerão para que os alum-
nos respeito») o caderno escolar, que é a historia cla sua
vicl.n academica, .t historia quo elles, pela vida fóra, hão
de ler com saudade. Circular n . ° G dc o de outubro de lí)0i>
Km caso de extravio, cumpre que V. S. a mande substi-
tuir o caderno escolar, mencionando sempre o facto do 111.1"0 Sr. — A ultima parte clo § 1.° do artigo 56.°
«xtravio. a cansa cl'elle e a opinião dc V. S. a acêrca da do decreto dè 14 de agosto de 1895 foi revogada pelo ar-
culpabilidade que o alumno nelle haja. tido. tigo 14.° e seus paragraphos do decreto cle 29 cle agosto
1905 439 Ontmfcr» 5
de 1905. Combinando estes artigos fica em vigor, rela:i- I l . a e 2:'; no 2." a 3." e 4. a As clos exames de admissão á
vamente ao encerramento da matricula, o seguinte: 2. a classe serão prestadas em dois dias: no 1.° dia a l . a e
São admittidos a encerrar matricula os alumnos que não 2 . a ; no 2.° a 3. a As clos exames de admissão á 3. a classe cm
perderam o anno por faltas ou por effeito dc pena que lhes dois dias: no 1." dia a l . a e o . a ; no 2." a 2. a e 4." As dos
fosse applicada, e se acham nas condições ei-tabelecidas exames de admissão á õ. a classe em tres clias: no 1.° dia a
na 2. a alinea do § 1.° do artigo 14.° do decreto de 29 de l . a e 2 . a ; no 2." a 3. a e 4."; no 3." a õ. a c <i.a As dos exa-
agosto de 1905 e no § 2.° do mesmo artigo. mes cle admissão á 7. a classe, em dois clias, respecti-
Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 de outubro de vamente como nos exames do curso dc letras e de scien-
1905. = O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade. cias.
1). do <;. n.° 250, dc •! dc >: vembro de 11)05. S a organização clos pontos para as provas escritas o. no
seu julgamento muito se recommenda aos conselhos clos
lyceus e aos j u r y s dos exames que tenham em vista a
importancia dx-stas provas. D e r e m ser evitados cuidado-
Circular n . ° 7 de o d e outubro d e 190o samente os pontos complicados e superiores á capacidad»
dos alumnos para que o julgamento clas respectivas pro-
111."10 S r . — Constando a esta Direcção Geral que teem vas seja feito com facilidade e segurança.
sido interpretadas e executadas por formas diversas nos Cumpre igualmente uniformizar em todos os j u r y s a
lyceus algumas disposições legaes relativas aos exames dos prestação das provas oraes. Sc.rá mantida a pratica de
alumnos, ordena S. E x . a o Ministro do Reino que Y. S. a , chamar os alumnos a prestar as suas provas oraes em dois
na execução dos serviços a seu cargo, tenha em vista as clias successivos, em turmas dc quatro alumnos; ma«
seguintes indicações. cacla alumno prestará seguidamente todas as provas a
Ao conselho de cada lyceu pertence a nomeação dos que deva ser chamado em cada dia. A experiencia tem
professores que hão de constituir todos os j u r v s ; nenhum evidenciado graves inconvenientes no systema, seguido
professor póde cscusar-se, sem motivo justificado, a qual- por alguns j u r y s , de examinar successivamente cm cacla
quer serviço de exames que llie haja sido distribuido, e a prova todos os alumnos que entram no mesmo dia. Nos
sua substituição é feita sempre pelo conselho escolar. exames clo curso geral, l . a secção, c nos exames de ad-
Devem, pois, os conselhos escolares, quando procedam missão ás classes 2. a c 3. a , os alumnos serão interrogados no
á distribuição d'esles serviços, ter sempre em vista a primeiro dia em português, latim, francês, inglês ou alle-
epoca das provas a íim de evitar substituições, sempre mão, gcographia e historia, ou seja durante tuna hora
inconvenientes. para aquelle exame, e quarenta minutos para os outros
Nos termos do § 1.° tio artigo 59." do decreto de 14 dois; no segundo clia em sciencias physicas c naturaes,
de agosto de 1895, compete ao reitor, ouvido o conselho mathematica e desenho, ou sejam tres quartos de hora
escolar, designar os dias em que os exames devem effec- para aquelle exame, e trinta minutos para os outros
tuar-se. Esta designação deve ser feita na sessão marcada clois.
naquelle paragrapho; convém que seja feita conjunta- No exame do curso geral, 2. a secção, c nos do admis-
mente a nomeação dos respectivos jurys, salvo disposição são á 5. a classe os alumnos serão interrogados no primeiro
em contrario. clia cm português, latim, francês, inglês ou allemão, ou
Relativamente aos pontos para provas escritas, ordena seja uma hora para aquelle exame c quarenta minutos
S. E x . 1 o Ministro que seja suscitada a observancia do para o de admissão á 5." classe; no segundo dia em gco-
artigo 65.° e seus paragraphos do decreto de 14 cle agosto graphia.. c historia, sciencias physicas e naturaes, mathe-
de 1895. E , para que possa ser estrictamente cumprido o matica e desenho, ou seja uma hora para aquelle exame e
disposto no § 2.° d'este artigo, deverá o conselho escolar quarenta minutos para este.
organizar pontos especiaes para cada um clos j u r y s que Nos exames do curso complementar dc letras e nos do
hajam de funccionar parallelamente. Organizados os pon- admissão á 7. a classe serão feitos no primeiro dia os in-
tos, o reitor clo lyceu manda-os encerrar em envolucro la- tcrrogatorios de português, latim, inglês ou allemão, o no
crado, que envia ao presidente do j u r y para ser aberto segundo os de geographia, historia e philosophia; nos do
no momento da tiragem do ponto. curso complementar cle scicncia e nos clc admissão á 7. a
O artigo G7.° do decreto dc 14 de agosto de 1895 per- classe : no primeiro dia os de inglês ou allemão, geogra-
mitte que as provas escritas sejam prestadas em condi- phia e physica, e no segundo dia os dc chimica, sciencias
ções de serem evitadas fraudes nas mesmas. naturaes e mathematica.
A importancia clas provas escritas, a que o decreto de Para a uniformidade dos serviços e ainda para evitar
29 de agosto de 1905 attribuiu valor progressivo de surpresas nos alumnos, cumpro seguir em cada dia a or-
classe para classe, e a seriedade qne devem revestir estes dem dos interrogatorios correspondente á ordem por que.
actos exigem o exacto cumprimento, por parte, do j u r y , as disciplinas vão enumeradas; a falta justificada de al-
especialmente clo seu presidente, das disposições que dizem gum professor ó o unico caso em que esta ordem póde.
respeito á fiscalização das provas escritas. A prestação ser occasionalmonte alterada.
d'cstas provas por turmas numerosas de alumnos deve ser Ern cada dia, ao abrir a sessão, devem ser chamados
rigorosamente evitada. Nenhuma pessoa estranha deve as- todos os alumnos que teem cle prestar provas nesse d i a ;
sistir a estas provas, nem mesmo á tiragem clo ponto. e, porem, inconveniente obrigar os examinandos a perma-
O decreto cle 29 de agosto de 1905 é omisso no que necer na sala dos exames durante, horas á espera do.
respeita ao numero cle dias em que devem realizar-se as prestar as suas provas.
provas escritas cle cada exame; a fim de se uniformizar S. E x . a o Ministro do Reino confia do sabor e experien-
este serviço em todos os exames deverão os j u r y s obser- cia dos examinadores, que evitarão os interrogatorios diri-
var o seguinte : gidos exclusivamente ou principalmente á memoria (los
As provas escritas dos exames clo curso geral, l . a sec- alumnos, e, porque o exame devo corresponder ao carac-
ção, devem ser prestadas em clois dias successivos: no ter do ensino, recommenda instantemente que seja dada a
1.° dia a l . a e 4 . " ; no 2." a 2. a , 3 . a e 5. a As clos exames maxima importancia á parte experimental e pratica, de-
de curso geral, 2." seecão em tres dias: no 1.° dia a l . a vendo os exames ser feitos, quanto possivel, perante, os
c 2 . a ; no 2.° a 3.% 4 > e 5 . a ; no 3." a (J.a e 7. a As dos utensílios de ensino experimental, ligados immediatamente
exames clo curso complementar de letras em dois dias: | aos textos nas linguas e, ainda até onde. é razoavel exi-
no 1.° dia a l . a ; no' 2." a 2 . " e 3. a As dos exames clo j gir-se, na lingua estrangeira a quo o exame pertença.
curso complementar de sciencias em dois clias: no 1." dia a I O quadro preto, os utensilios (le ensino experimental, os
O u t u b r o 17 440 l'J05
textos dos autores, serão nos exames, como devem ser passado na Secretaria do Lyceu, que prove a passagem,
nas aulas, os auxiliares naturaes dos interrogatorios. no Lyceu, da 3. a para a 4-.:l classe, como alumno interno,
.Direccão Geral da Instrucção Publica, õ cle oututro de seja em exame, seja por media, ou ainda, para os alum-
1905. — O Conselheiro Director Geral, Abel Andrade. nos do ensino particular e domestico, admissão á 4. a classe
J>. do Cl. n.° 250, de 4 dc novembro dc 1!)05.
em exame ou passagem pela media no ensino particular
ou domestico.
Direcção Geral da Instrucção Publica, 5 de outubro de
1905. = 0 Conselheiro Director Geral, Abel Andrade.
Circular n.° 8 (le o de outubro (le l(J0a D. do O. n.° 250, do d do novembro do 1905.
Municipal do concelho de Cintra a contrahir um empres- Moraes e Sousa, dos capitães de mar e g u e r r a João Au-
timo de 34:020$000 réis, amortizavel em trinta annuida- gusto Doto, Manoel Lourenço Vasco de Carvalho o Ma-
des, não excedentes a 2:371 ?>42r» réis cada unia, a fim dc noel clo Azevedo Comos, do capitão de f r a g a t a Antonio
ser applicado exclusivamente ás obras de construcção do Augu to Alves Loureiro, do capitão tenente José Fr:m-
edificio dos paços municipaes e repartições publicas do cisco cla Silva, do primeiro tenente da a r m a d a -íor-ó da
mesmo concelho, da cadeia civil c dc um matadouro cen- Cunha Rol la Pereira, do engenheiro naval dc l. :i e l a ^ e
tral e dois auxiliares. José Gonçalo Vaz de Carvalho e do commissario dc 1,"
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do classe Jacinto do Carmo do Sá Penella, que, estudando^»
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em actual regime do trabalho na Cordoaria Nacional, seu
9 de outubro do 1905. = R E I . —Eduardo José Coelho. possivel desenvolvimento não só p a r a a confecção de ar-
D. do G. n.° 231, do 12 lie outubro dc 1003. tefactos mais indispensaveis ao serviço de uma moderna
marinha de guerra, como para fornecimento de outras
administrações do .Estado, tendo em attenção os preços
por que saem idênticos artefactos comparados com os dos
MINISTÉRIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA mercados nacionaes c estrangeiros o seu bom acabamento
e perfeição, dê a sua opinião, devidamente fundamentada,
9. il R e p a r t i ç ã o d a D i r e c ç ã o G e r a l em vista dos elementos que possa obter do funcciona-
da C o n t a b i l i d a d e Pxiblica mento (''aquella fabrica durante os ultimos dez annos o
clo seu numeroso pessoal, sobro os seguintes quesitos:
Nos termos do artigo 50." do regulamento geral cla con- 1." Deve permanecer sob a administração do Estado
tabilidade publica de 31 de agosto de 1SS1 e na confor- ou ser entregue á industria p a r t i c u l a r ?
midade do n.° 4." do artigo 25." da lei do receita c des- 2." Sendo a primeira a melhor hypothese, que remo-
pesa dc 24 de novembro de 1904 para o exercicio de delação lhe deve ser feita, quaes os fins a preencher, e
1 9 0 4 - 1 9 0 5 : hei por bem, guardados os preceitos clos n." s 2." qual o orçamento do despesa a fazer, ou de economia a
e 3." do citado artigo 25.° e tendo ouvido o Conselho de realizar?
Ministros, determinar que das sobras do artigo 7." do ca- 3.° Sendo preferível a segunda hypothese, em que con-
pitulo 2." cla tabella da distribuição da desposa ordinaria dições deverá,ser posta em execução?
do Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria, 4." Finalmente dará parecer fundamentado sobre todas
relativa ao referido exercicio de 190-1-1905, seja transfe- as demais liypotheses que a commissão figurar, no sentido
rida para o artigo 4.° do mesmo capitulo a quantia cle clo uma boa gerencia administrativa da fabrica e da sua
3003000 réis. adaptação aos artefactos de mais emprego nos modernos
O Presidente do Conselho cle Ministros e os Ministros navios do guerra.
e Secretarios de Estado dos Negocios cle todas as Repar- O que, pela Secretaria cle Estado dos Negocios da Ma-
tições assim o tenham entendido o façam executar. Paço, rinha e Ultramar, se communica ao Conselheiro Director
em 9 cle outubro cle 1905. = R E I . — José Luciano de Cas- Geral cla Marinha, p a r a seu conhecimento e devidos effei-
tro = Eduardo José Coelho = Arthur Rinto de Miranda tos.
Montenegro — Manoel Affonso de Espregueira —Sebastião Paço, em 11 cle outubro dc 1905. = Manoel Antonio
Custodio de Suqsa Telles = Manoel Antonio Moreira Jú- floreira Júnior.
nior = Antonio Eduardo Villaça—D. João de Alarcão II. do Ci. 11." 233, do 11 do outubro dc llioõ.
Velasques Sarmento Osorio.
D. do Ct. n.° 2-13, do 20 dc outubro de 1005.
Tendo-se reconhecido que o actual Hospital da Marinha
não está j á em condições cle satisfazer ao fim para que
foi instituído, pois que não são as enfermarias bastantes
C a m i n h o s d e F e r r o do E s t a d o para o grande movimento hospitalar, o algumas não obe-
decem tambem aos sãos principios hygienicos, faltando,
• Conselho de Administração alem d'isso, varias installações que actualmente são indis-
pensaveis em estabelecimentos d'esta o r d e m : ba por bem
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente o projecto
Sua Majestade El-Rei nomear uma commissão composta
e orçamento do primeiro lanço da linha ferrea de Valença
do medico naval inspector Manuel Rodrigues clo Oliveira,
a Melgaço, comprehendido entre Valença e Monção, ela-
do coronel graduado de engenharia David Xavier Cohen,
borado pela Direcção do Minho e Douro com data de 3
do medico naval chefe Pedro Augusto do Anciães Proença,
de agosto clo corrente anno: ba por bem, conformando-se
clo medico naval sub-chefe supranumerário João do Mates
com o parecer do Conselho Superior dc Obras Publicas e
e Silva, e dos médicos navaes dc J. !l classe Aires .José
Minas de 14 de setembro ultime, approvar o referido pro-
Kopke Correia Pinto, José Antonio de Magalhães e Sa-
jecto e respectivo orçamento na importancia de réis
muel Augusto Pessoa, para dar consulta larga e devida-
245:770,0)000, e bem assim determinar que na sua execu-
mente fundamentada sobre os seguintes pontos:
ção sejam opportunamente attendidas as indicações clo re-
ferido parecer. 1." Remodelação do actual hospital acrescido da casa
que lhe fica contigua (a oeste), onde está uma escola mu-
Paço, em 11 de outubro de 1905. = !). João de Alarcão
nicipal ;
Velasques Sarmento Osorio.
2." Idem, mas acrescido clos terrenos e edificações co-
D. do Cl. U.» 2:12, de 13 do outubro (le 190.».
nhecidas pelo Palacio clo C a r d e a l ;
3.° Mudança do hospital para outro local, lembrando,
entre outros alvitres, a Junqueira o o L a z a r e t o , apuradas
bem as funcções que lhe ficam adstricta» após o funccio-
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA MARINHA E ULTRAMAR namento do posto cle desinfecção;
4." Orçamento aproximado para cada hypothese, quer
Direcção Geral da Marinha
com as construcções, quer com o mobiliario e instrumen-
Repartição tal precisos;
;)." Qual o acréscimo de despesa annual com pessoal o
Sua Majestade El-Rei ha por bem nomear uma com- serviços novos a installar e melhoramento dos antigos,
missão composta do contra-almirante Luis Antonio de dada a remodelação ou nova installação.
©utufer» 14 442 1905
O que, pela, Secretaria dè Estado dos Negocios da Ma- tratarem cla sua saude, comtanto que os mesmos empre-
rinha e U l t r a m a r , sc communica ao Conselheiro Director gados paguem as passagens de ida e volta á sua custa e
Geral dá Marinha, para seu conhecimento e devidos effei- d/esta concessão não resulte prejuizo p a r a o serviço;
tos. 2.° E s t a autorização somente se t o r n a r á effectiva nos
Paço, em 11 dc outubro dc 1905. = Manoel Antonio casos em que as j u n t a s de saude provinciaes sejam de pa-
Moreira Júnior. recer que os referidos empregados carecem de vir ao reino
1J. do (i. li." de 14 do outubro do 1905. p a r a o fim indicado, devendo as mesmas juntas limitar-se
a informar se taes licenças são ou não necessarias, sem
lhes arbitrar a sua d u r a ç ã o ;
3.° Logo que cheguem a Lisboa estes empregados de-
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA verão apresentar-se na Direcção Geral do U l t r a m a r , a fim
de serem inspeccionados pela J u n t a de Saude do Ultra-
Direcção Geral de Obras Publicas e Minas mar, que indicará o destino que elevem t e r ;
4.° Os empregados publicos naturaes do u l t r a m a r que
Repartição dos Caminhos de Ferro venham ao reino nas condições expressas nos números
anteriores somente terão direito aos seus vencimentos, n a
Sua Majestade El-Rei, a quem foi presente a informa- conformidade do disposto no artigo 23.° e seus paragra-
ção, datada de J1 do corrente mês, da commissão nomeada phos do decreto de 24 de dezembro de 1885, quando te-
p a r a examinar o troço cla linha ferrea de Mirandella a nham por cada vez que lhes seja concedida licença de vi-
Bragança, comprehendido entre as estações cle Romeu, rem á metropole quatro annos consecutivos de serviço
kilometro 13, e Macedo, kilometro 2 8 : ha por bem orde- effectivo no u l t r a m a r ;
n a r que se autorize a Companhia Nacional de Caminhos 5.° São considerados como naturaes do ultramar os em-
de F e r r o a abrir provisoriamente á circulação publica o pregados publicos a que não seja applicavel, segundo a
referido troço, em conformidade dos horarios approvados sua filiação, a designação de europeus, embora t e n h a m
por despacho de 6 d'cste mês. nascido na E u r o p a ;
O que se communica ao director fiscal de exploração 6.° Aos empregados publicos n a t u r a e s do continente do
do caminhos dc ferro, para os devidos effeitos. reino e ilhas adjacentes continuarão a applicar-se sobre
Paço, cm 12 dc outubro de 1 9 0 5 . = D. João de Alarcão este assunto as disposições em vigor.
Velasques Sarmento Osorio. Paço, em 12 cle outubro de 1 9 0 5 . = Manoel Antonio
D. do Cl. n.° 233, do 14 do outubro de 1905. Moreira Juuior.
D . do G. n.° 279, de 9 de dezembro de 1905.
D i r e c ç ã o G e r a l do U l t r a m a r
S u a M a j e s t a d e El-Rei, attendendo ao que lhe represou- . da quantia dc 8:900;>000 réis, amortizavel em t r i n t a an-
tou a Associação do Coração de J e s u s , erecta n a freguc- ! íniidades, n e n h u m a das quaes e x c e d a a 665;>000 reis, a
sia de Maçãs, do concelho de Alvaiazere, districto de Lei- j iim de ser applicado ás obras de saneamento, abasteci-
ria; mento de aguas, reparações e construcções, a que se re-
Vistas as informações officiaes e o disposto no artigo 253.°, f e r e m as r e s p e c t i v a s deliberações de 17 de junho e 3 0 cle
n.° 2.°, do Codigo A d m i n i s t r a t i v o : s e t e m b r o ultimos.
H a por bem autorizá-la a vender quatro inscrições do O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios clo
valor nominal de 100,$000 réis cada uma, a fim dc com o Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . P a ç o , cm
p r o d u c t o da v e n d a auxiliar as despesas a f a z e r eom as 17 de outubro de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
obras e m e l h o r a m e n t o s que a j u n t a de parochia da m e s m a
D. do Ci. n.° 238, do 20 do outubro do 1005.
f r e g u e s i a p r e t e n d e realizar na i g r e j a m a t r i z .
Paço, em 14 de outubro cle 1905. = Eduardo José
Coelho.
D. do G. n.° 234, de 16 de outubro dc 190,").
Nos termos dos artigos 55.°, n.° 1.°, 57.° e 4 2 5 . ° do
Codigo A d m i n i s t r a t i v o : hei por b e m a p p r o v a r a delibera-
ção da C a m a r a Municipal do concelho de B r a g a cle 6 cle
setembro ultimo acêrca da conversão dos emprestimos
Direcção Geral da Instrucção Publica
a c t u a l m e n t e a seu cargo n u m emprestimo cla q u a n t i a dc
T e n d o em vista os benefícios de ordem geral e os que 2 9 0 : 0 0 0 ^ 0 0 0 róis, amortizavel em trinta a n n u i d a d e s não
t r a z ao ensino, pelo estimulo que lbe dá, a instituição de e x c e d e n t e s a 1 8 : 7 6 5 ^ 0 0 0 réis c a d a u m a , a fim dc ser ap-
premios como o que os seus f u n d a d o r e s intitularam «Pre- plicado : em 230:700-^000 réis á completa amortização dos
mio C a m a r a P e s t a n a » , e que é destinado a a n n u a l m e n t e emprestimos autorizados em 3 e 3 1 de d e z e m b r o dc 1886
p r e m i a r , na Escola Medico-Cirurgica de Lisboa, a melhor e 3 de maio de 1 8 8 9 ; em 22:000/5000 réis á construcção
t h e s e sobre assuntos de bacteriologia, ou na falta de tra- cle uma cadeia civil; em 22:000;)000 réis á conclusão das
balhos d'essa ordem o alumno mais classificado n a cadeira obras de alinhamento da R u a clo Conselheiro J o s ó Lucia-
de anatomia pathologíca; no ; em 3 : 3 8 2 $ 0 0 0 réis á construcção cle u m posto dc de-
sinfecção p u b l i c a ; em 4:032,^000 ás despesas necessarias
A t t e n d e n d o ao que lhe foi r e p r e s e n t a d o pela r e f e r i d a
para a l a r g a m e n t e e alinhamento da Congosta do P o p u l o ;
Escola Medico-Cirurgica:
em 7 : 0 0 0 ^ 0 0 0 róis ao p a g a m e n t o de passivo existente em
H a por b e m Sua M a j e s t a d e E l - R e i d e t e r m i n a r que se- 31 dc dezembro ultimo, que pelo tribunal competente não
j a m m a n d a d o s louvar Julio Evangelista do Barros e Silva, t e n h a sido julgado como liquidado fora ou a l e m das res-
Matias A l f r e d o Real e Bernardo de Oliveira Morgado, em- pectivas autorizações o r ç a m e n t a e s ; e em 886(3000 réis ás
p r e g a d o s da m e s m a escola, e ainda José J o a q u i m da Ro- despesas do levantamento e emissão do m e s m o e m p r e s -
cha S o a r e s B a r b o s a , a cuja iniciativa e louvável esforço se timo.
deve o conseguimento, por subscrição, da quantia cle 4;>600
réis, com que foi instituído o mesmo premio. O Ministro e S e c r e t a r i o de E s t a d o dos Negocios do
P a ç o , em 14 de outubro de 1905 = Eduardo José Reino assim o tenha entendido e faça e x e c u t a r . P a ç o , em
Coelho. 17 de outubro cle 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
D. do a . n.° 236, de 18 de outubro de 1905. D. do Cl. n.° 238, de 20 do outubro do 1905.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DÃ MARINHA E ULTRAMAR Sendo-me presente a petição da C a m a r a Municipal clo
concelho cle Villa Viçosa, de 11 do corrente mês, impe-
Direcção Geral da Marinha t r a n d o que o decreto de 17 do agosto ultimo, pelo qual
foi autorizada a contrahir ao j u r o annual máximo de 8 por
3,/l Repartição conto u m emprestimo de 3:000;)000 réis, amortizavel em
de/, annuidades, seja «rectificado» de moclo a ficar ha-
Sua M a j e s t a d e El-Rei ha por bem m a n d a r a g g r e g a r os bilitada a contrahido ao j u r o e commissão não excedente
D r s . Ricardo de Almeida J o r g e , inspector geral dos ser- aquelles 8 por cento, e sendo tambem certo que o citado
viços sanitarios, e Antonio H o m e m de Vasconcellos, ins- decreto approva, nos termos do artigo 55.", n.° 1." do Co-
pector do L a z a r e t o de Lisboa, á comissão n o m e a d a por digo Administrativo, as deliberações cla m e s m a c a m a r a , de
p o r t a r i a de o de outubro cle 1905, p a r a propor com a pos- 27 de abril e 10 d e j u l h o do c o r r e n t e anno, quo nem di-
sivel urgencia os meios de se conseguir sem delongas a recta n e m i n d i r e c t a m e n t e se r e f e r e m a qualquer commis-
regularização dos serviços de m a r relativos á acostagem são, como a ella não se r e f e r i r a m o termo de audiência
de navios o d e s e m b a r q u e de passageiros e respectivas ba- dos maiores contribuintes em 3 dc maio, nem a r e p r e s e n -
gagens, de moclo a fazercm-se de fórma rapida, economica tação dc 22 de julho, não ha que rectificar o quo não é
e commoda. erro das estações superiores, mas sim omissão da p r ó p r i a
impetrante ;
P a ç o , em 17 de outubro de 1905. = M a n o e l Antonio
Moreira Júnior. Considerando p o r e m que não havendo excesso do so-
D. do O. u.° 237, de 19 de outubio do 1905. bredito limite m á x i m o , a póde h a v e r por supprida aquella
falta:
H e i por bem autorizar que d e n t r o d'elle seja c o n t r a h i d o
o sobredito emprestimo com a p r e t e n d i d a commissão.
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO O Ministro e Secretario de E s t a d o dos Negocios do
Reino assim o t e n h a entendido e f a c a e x e c u t a r . Paço, em
D i r e c ç ã o G e r a l d e A d m i n i s t r a ç ã o P o l i t i c a e Civil 17 de outubro de 1 9 0 5 . = R E I . = Eduardo José Coelho.
D. do a . n.° 238, de 20 de outubro de li")5.
2 / Repartição
H e i por bem autorizar, nos termos clo artigo 55.°, n.° 1.°,
57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a C a m a r a Munici- Nos termos dos artigos 55.", n.° 3.°, e 68.° do Codigo
pal do concelho de P o r t a l e g r e a contrahir um emprestimo A d m i n i s t r a t i v o : hei por bem autorizar as (.'amaras Muni-
Outubro 17 444 l'J05
cipaes clos concelhos de Alfandega cla F é , Vimioso e Vi- municipal que possa dispensar sem prejuizo dos serviços
nhaes a cobrar para a sua gerencia no anno cle 190t> as a seu cargo, e que ao concessionario seja necessário para
percentagens de GO por cento que para o corrente foram installação de producção c transmissão da energia elec-
approvadas pelo decreto clc 'J de junho de 1904. trica.
C> Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do 4.' 1
Reino assim o tenha entendido o laca executar. Paço, em Quando tanto se tome, mester a camara solicitará dos po-
17 de outubro cle 1 905. = R E I . = Eduardo José Coelho. deres competentes, o nos termos das leis em vigor, a de-
D. d» Cl. 11." 23», d« 80 de outubro do ]!)0fi.
claração dc utilidade publica e urgencia das expropria-
ções de quaesquer bens immoveis que, p a r a o fim desig-
nado na base antecedente, sejam necessarios.
Hei por bem approvar, nos termos do artigo 5õ.°, n.° 4.°, 5. a
do Codigo Administrativo, a deliberação da Camara Mu- A camara obriga-se tambem a prestar ao concessiona-
nicipal do concelho cle Cabeceiras de Basto acêrca clo rio, dentro dos limites da sua competencia e jurisdição,
contrato da concessão tio exclusivo da illuminação publica todo o auxilio legal, a fim cle obter que os proprietarios
e particular da mesma villa, excepto quanto ás clausulas deixem collocar no exterior de seus predios ou através cle
4 5 / , § 1.°, o 48.", sobre o juizo arbitral, por serem in- seus terrenos os cabos e lios conductores cla electricidade,
compatíveis com o disposto nos artigos 44.° clo Codigo do solicitando, se tanto for preciso, a declaração cla utilidade
Processo Civil e i525.°, n.° 9.", do Codigo Administrativo. publica e urgencia das expropriações indispensaveis para
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios clo este fim.
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em § unico. E m toclos os casos de expropriação, quer ami-
17 cle outubro cle 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. gavel, quer por utilidade publica, todas as despesas, tanto
com os respectivos processos como com as indemnizações
a pagar, correrão por conta clo concessionario.
Bases do concurso e condições para a adjudicação
do exclusivo da illuminação electrica da villa de Cabeceira de Basto,
a que se refere o decreto de 17 de outubro de 1905 Será garantida ao concessionario, mediante, prévio aviso
d'este por e.-crito á camara, todas as vezes que se lhe
l.a torne necessário, a permissão (le a b e r t u r a de trincheiras,
Ao concessionario (individuo, companhia, sociedade ou levantamento de calcadas e de quaesquer obras na via
empresa), será concedido o direito exclusivo de fornecer publica a cargo cla camara, sempre que estes trabalhos se
a lu/. electrica para a illuminação publica e particular den- tornem indispensaveis para installação ou reparação do
tro do perimetro d'esta villa cle Cabeceiras cle Basto. material (la illuminação electrica,-ficando porem o conces-
§ 1." O perimetro da villa de Cabeceiras cle Basto, a sionario obrigado a proceder cle maneira que não se es-
que a presente concessão se refere, comprehende as po- torve o transito publico c sc nào dê sinistro algum, e a
voações da Raposeira, Praça de Barjona cle Freitas e Ponte, r e p a r a r á sua custa o pavimento, logo que findem os tra-
de Pé, com seus largos c ruas e as estradas que ligam as balhos, repondo tudo no seu antigo estado, c isto sem
mesmas povoações, a partir da casa de José Eduardo Pe- prejuizo de toda a responsabilidade clo mesmo concessio-
reira .Leite, no Largo dc Alvaro Castellões, na Raposeira, nario por quaesquer prejuizos que resultem para o muni-
até a casa. de Cruzeiro na Ponte do Pé, tendo por limites cipio ou para terceiros.
as barreiras actualmente fixadas em cacla uma clas referi- 7. a
das povoações. A camara permittirá ao concessionario utilizar-se, para
§ 2." O prazo da concessão será do vinte annos, conta- a montagem e instalação da illuminação electrica, dos pi-
dos do dia em que no Diario do Governo for publicada a nheiros dos baldios municipaes que lhe forem necessarios
approvação do respectivo contrato. para postes e outras applicações, e cpie a Camara lhe pu-
§ .'!." Findo esto prazo poderá ser renovada a concessão dor ceder sem prejuizo d'aquelles baldios, ficando porem
o prorogado o contrato successivamente, sempre pelo prazo todas as despesas do corto, transporte e aproveitamento
do mais dc cinco annos, se nisso concordarem a camara e d'esses pinheiros a cargo do concessionario.
o concessionario.
S 4." ('onsiderar-se-ha renovada a concessão o proro- 8. 11
gado o contrato nos termos do paragraplio antecedente, A camara obriga-se ainda para com o concessionario :
sempre quo qualquer das partes não previna a outra, por 1.° A não lançar, durante o prazo da concessão ou das
escrito, noventa dias antes cle terminar o prazo da con- prorogacÕes d'csta, imposto ou contribuição municipal so-
cessão ou da renovação, dc que renuncia á prorogação. bre o fornecimento cla energica electrica p a r a a illumina-
ção publica ou particular;
2.a 2." A solicitar dos poderes competentes a isenção de
A camara garantirá ao concessionario que, durante o quaesquer direitos sobre o material que o concessionario
prazo da concessão o dentro clo perimetro cla villa a quo careça adquirir no estrangeiro para empregar na produc-
se refere o íj 1." cia base anterior ou ainda nos seus su- ção e fornecimento da energia electrica, tal como machi-
burbios e mais proximas inunediações para onde a mesma nas, apparelhos e mais accessorios.
villa tenda a desenvolver se, ninguém mais possa estabe- § unico. Fica expressamente declarado e assente que,
lecer qualquer systema de illuminação publica. embora os poderes e estações superiores não attendam ou
unico. Pica salvo a qualquer particular e dos geren- indefiram as solicitações ou representações que a camara
tes do qualquer edificio publico o direito de installar ou lhes dirija nos termos ou consequência das condições do
estabelecer, para uso exclusivo do suas casas, estabeleci- presente contrato, e seja qual for o objecto d'aquellas re-
mentos ou repartições o systema do illuminação que me- presentações, não fica a camara obrigada a indemnização
lhor lhes convenha, comtanto (pio essa illuminação se não ou responsabilidade alguma.
transmitta do uns para outros predios, ainda quo sejam
do mesmo proprietario. 9. a
• >. ! A camara garante ao concessionario o consumo minimo
A camara concedera gratuitamente, por todo o tempo do cincocnta lampadas do incandescência para a illumina-
quo durar a presente concessão, o itso do qualquer terreno ção publica.
1905 445 Outubro 17
§ unico. Cacia uma das l a m p a d a s da illuminação publica consumidores ou, na falta de acordo, será regulado por
t e r á o poder illuminante cle dezaseis velas e c o n s e r v a r á meio de contadores propostos pelo concessionario e appro-
toda a sua intensidade d u r a n t e a noite e em todas as noi- vados pela c a m a r a .
tes. ij unico. O limite m á x i m o do preço por avenca será
10.' 1 m e n s a l m e n t e de 4 0 0 réis por cada l a m p a d a de cinco velas,
A c a m a r a , quando o j u l g u e necessário ou util, poderá (>00 reis por cada lampada de dez velas e 1 .->< ; 00 reis p e r
exigir, com a antecedencia necessaria, para a sua insta 11a cada lampada de dezaseis velas, e, q u a n d o o consumo for
ção, um maior n u m e r o de l a m p a d a s da illuminação pu- regulado por contadores, o preço da energia electrica nào
blica e o concessionario ficará obrigado a fornecê-las nos s e r á superior a 2 0 réis p o r c a d a hecto-wat-hora.
t e r m o s e pelo preço constantes cla base 12 a e seu para-
g r a p h o , dentro da a r e a da concessão designada no § 1.° 16.a
d a base l . : i O concessionario não poderá recusar-se a fornecer, con-
11.a f o r m e o disposto na base l l . a , a energia electrica que lhe
Alem de toda a energia electrica que fica s e m p r e obri- íor requisitada por q u a l q u e r particular, salvo no caso que
g a d o a fornecer p a r a a illuminação publica, nos termos este lhe não g a r a n t a o con.-umo minimo, d u r a n t e t r e s me-
clas duas bases anteriores, o concessionario obrigar-se-ha ses pelo menos, de tres l a m p a d a s de cinco velas ou duas
a f o r n e c e r d e n t r o da a r e a a b r a n g i d a pela concessão, du- (le dez ou uma de dezaseis ou finalmente u m a de cinco o
r a n t e o prazo d'esta, em harmonia com o disposto nas pre- outra de dez velas, e não p r e s t e caução a s s e g u r a n d o o pa-
sentes bases e no limite das suas machinas e installações, g a m e n t o integral d'este consumo.
toda a energia electrica que lhe for requisitada para a
illuminação particular, p a r a a dos edificios publicos ou 17. a
p a r a as illuminações especiaes que a c a m a r a necessitai' No preço da energia electrica fornecida para as lampa-
por occasião de qualquer festejo ou por outras necessida- das da illuminação p a r t i c u l a r e dos edificios publicos ex-
des imprevistas. cedentes ao n u m e r o cle tres em cada edificio p a r t i c u l a r ou
§ unico. P a r a os effeitos do contrato da presente con- publico e q u a l q u e r C( UC 'J CL <1 sua intensidade ou poder
cessão entende-se por edificios publicos todos aquelles em illuminante f a r á o concessionario u m a r e d u c ç ã o de 3 por
que funccionam as repartições ou estabelecimentos eh pen- cento.
dentes do E s t a d o ou cias corporações administrativas, os 18. a
templos on estabelecimentos de beneficencia, caridade ou A luz fornecida aos estabelecimentos de beneficencia e
ensino publico, e por illuminação publica, a que é ordina- caridade quando nestes estabelecimentos e x c e d e r a dez o
riamente applicada ás ruas, estradas, largos, praças e j a r - n u m e r o das l a m p a d a s dc q u a l q u e r intensidade terá o des-
dins publicos, urínoes e sentinas municipaes. conto de 5 por cento sobre o preço estabelecido conformo
as bases l õ . a e 17. a p a r a os particulares e p a r a os outros
a
12. estabelecimentos ou edificios publicos.
O preço de cada lampada cle illuminação publica até o
n u m e r o cle cincoenta inclusive será o fixado na proposta 19. a
p r e f e r i d a no concurso, mas não excederá a 5,-5000 réis an- Quando o c o n t r a t o p a r a a illuminação particular c dos
nuaes, e no preço das lampadas, excedendo aquelle n u m e r o edificios publicos seja feito por contador este será forne-
cle cincoenta, ficará o concessionario obrigado a fazer uma cido pelo concessionario, p a g a n d o o consumidor por elle.
r e d u c ç ã o cle 20 por cento. um aluguer mensal que será fixado por acordo e n t r e a
§ unico. Q u a n d o o numero total cias lampadas de illu- c a m a r a e o concessionario.
minação publica foi' superior a cento e cincoenta, o con-
cessionario, alem d'esta reducção, f a r á mais a de 5 por 20. a
cento n a totalidade do preço. Ao concessionario será facultada a fiscalização dos con-
tadores.
13. a 21 a
A importancia da energia electrica fornecida p a r a a il- Sendo o fornecimento feito por contadores o concessio-
luminação publica s e r á paga pela c a m a r a aos trimestres, nario n u m dos primeiros tres dias cle cada mês m a n d a r á
dentro dos primeiros quinze dias immediatos ao trimestre fazer por e m p r e g a d o seu a leitura da energia electrica
findo. consumida, convidando s e m p r e o consumidor a assistir á
§ unico. As preEtações em atraso vencerão j u r o n a ra- leitura, dcixando-lhe nota por escrito do consumo regis-
zão de 6 por cento ao anno em favor do concessionario, tado.
não podendo todavia em caso algum ser este atraso su- § 1." Se, dentro de clois dias, o consumidor não recla-
perior a tres meses. m a r p e r a n t e o concessionario contra a contagem, ter-se-ha
14." esta como verificada e m u t u a m e n t e acceite p a r a os effei-
O preço da energia electrica fornecida p a r a as illumina- tos do pagamento.
ções especiaes ou e x t r a o r d i n a r i a s que a c a m a r a rentiesi- § 2." Se porem houver reclamação será immediata-
tar será estabelecido pela camara de acordo com o con- m e n t e substituído o contador p a r a ser aferido na presença
cessionario, não podendo todavia ser superior ao da, illu- do reclamante ou de quem o r e p r e s e n t e .
minação publica e ficando a cargo da c a m a r a as despesas § 3." Se a aferição der razão ao r e c l a m a n t e será a
de installação p a r a estas illuminações especiaes. conta rectificada ctn harmonia com o consumo do mes an-
§ unico. O pagamento da energia, electrica fornecida* ter or. Se porem se m o s t r a r que a reclamação foi infun-
p a r a estas installações extraordinarias será feito j u n t a - dada, o consumidor p a g a r á , alem da energia contada, a
m e n t e com a segunda prestação que, depois d'ellas, a ca- despesa feita com a substituição e aferição do contador.
m a r a tiver a pagar pela illuminação publica. § 4." Q u a n d o , apesar de não ter cessado o consumo, o
contador nada m a r q u e , será este substituído e regular-
15. a se-ha a conta do consumo pelo do mês anterior.
P a r a a illuminação particular e dos edificios publico.. |
h a v e r á lampadas cla intensidade ou poder illuminante de | 22. a
cinco, dez e dezaseis velas, e o preço da energia electrica ! O pagamento da energia electrica fornecida aos parti-
fornecida p a r a esta illuminação será lixado por meio de [ culares c p a r a os estabelecimentos ou edificios publicos
avenca, celebrada por acordo e n t r e o concessionario e os será feito m e n s a l m e n t e d e n t r o dos primeiros cinco dias do
Outubro 17 446 l'J05
mês seguinte aquelle a que respeitar o mesmo pagamento, a c a m a r a exigir do concessionario qualquer m u d a n ç a ou
e quando o consumidor deixar de pagar ser-lhe-ha imme- alteração na sua collocação, ficando porem a cargo da ca-
diatamente cortada a luz. mara a despesa com essa mudança.
§ unico. Na hypothese dos §§ 2.° o 3.° da base antece-
dente será effectuado o pagamento logo que se tenha re- 29. a
solvido a reclamação nos termos ahi indicados. As lampadas da illuminação publica serão accesas trinta
minutos depois do sol posto c apagadas á uma hora da
23. a m a d r u g a d a , conservando toda a sua intensidade até esta
Todas as mais condições entre o concessionario e os hora.
consumidores serão reguladas pela respectiva apólice do § unico. Conservar-se-hão porem accesas e com toda
contrato, segundo o modelo que, sob proposta do conces- a sua intensidade, até o romper do dia nas noites de 21
sionario, for approvado pela camara. de setembro até 1 cle outubro inclusive e ainda por occa-
sião de algum festejo publico promovido pela c a m a r a mu-
24 . a nicipal.
O concessionario á sua custa adquirirá todos os appare- 30. a
lhos indispensaveis para a producção, transmissão, distri- O concessionario fica obrigado a substituir á sua custa
buição e installação da luz electrica, substituirá as lam- por luz de petroleo, nos logares comprehendidos na area
padas gastas ou cujo poder illuminante se torne inferior cla concessão e onde a camara tem actualmente candieiros
ao estipulado, mandará pintar os braços, columnas ou sup- de illuminação publica, a luz electrica, sempre que esta
portes das lampadas e dos conductores e concorrerá em- soffra qualquer interrupção, ainda que a interrupção seja
fim com todas as despesas de montagem e conservação, devida a caso fortuito ou motivo cle força maior, como
ficando responsável pela boa qualidade dos apparelhos e desarranjo nos dynamos ou motores, temporaes .ou tro-
todo o material empregado na installação e pelo regular voadas, corte de fios por rnalevolencia ou qualquer outro.
e perfeito funccionamento d'esta. § 1.° Pai - a este fim estará o concessionario sempre mu-
nido de petroleo e dos mais utensílios necessarios para ra-
25. a pidamente effectuar a substituição, e a camara ceder lhe-
As installaçõcs interiores, montagem e substituição das ha gratuitamente todo o material que tenha da illuminação
lampadas, o outras despesas accessorias nos edificios pu- publica a petroleo, cuja conservação ficará a cargo do
blicos ou particulares, para a illuminação d'estes edificios concessionario e que, no fim da concessão, reverterá tam-
serão feitas unicamente pelos concessionarios mas á custa bem gratuitamente para a camara.
dos donos ou entidades a quem esses edificios pertençam, § 2.° Qualquer interrupção parcial ou total da luz
a cargo de quem ficam tambem todas as despesas de con- electrica será remediada pelo concessionario tão pronta-
servação, reparação e substituição do material empregado mente quanto materialmente seja possivel, não podendo
nessas installaçõcs particulares. porem em caso algum prolongar-se por mais tempo do
§ unico. Nas installações a que esta base se refere o que o ajustado em sessão publica entre a camara e o con-
concessionario estabelecerá sempre os precisos commuta- cessionario, para estabelecer a continuidade da illuminação
dores para accender ou apagar a luz á vontade do consu- electrica, sob pena da multa estabelecida na base 35. a ,
midor. n.° 3.°
26. a 31. a
Os fios ou cabos conductores da energia electrica pode- O concessionario ficará sujeito a todas as disposições
rão ser estabelecidos aerea ou subterraneamente como me- das posturas e regulamentos municipaes que vigorarem
lhor convier ao concessionario. durante o prazo da concessão e que puderem scr-lhe ap-
§ 1." Na collocação, assim como na reparação dos ca- plicaveis ou ao seu pessoal.
bos ou fios, o concessionario procederá sempre cle maneira
que não cause prejuizo algum publico ou particular, e fica 32. a
obrigado a assegurar sempre o seu completo isolamento. Dentro de doze meses contados da data da approvação
§ 2." O concessionario r e p a r a r á immediatamente qual- do contrato o concessionario terá concluida a installação
quer ruptura, que se dê no cabo transmissor ou nos fios clo novo systema cle illuminação electrica tanto publica
secundários e fica responsável por toclos os prejuízos que como dos particulares que durante aquelle prazo o tenham
da collocação ou reparação dos conductores ou clo seu mau requisitado.
funccionamento possam resultar para o publico ou para os 33. a
particulares. A obrigação clc quo trata a base antecedente não im-
27. a pede o concessionario cle concluir as installações no mais
O typo clas lampadas e respectivos braços ou columnas curto espaço de tempo q u e puder, começando logo nos
para a illuminação publica será escolhido pelo concessio- termos cla base seguinte o fornecimento da energia elec-
nario de acordo com a camara. trica para a illuminação publica.
§ 1." O concessionario fica obrigado a substituir á sua
custa as lampadas da illuminação publica por outras de 34. a
systema mais aperfeiçoado que venha a clescobrir-se, sem- Logo que o concessionario tenha a installação concluida
pre. (pie. essa substituição não importe aumento de despesa e em termos de poder funccionar, assim o communicará á
proveniente quer cle maior consumo de energia electrica, camara para esta autorizar a inauguração official da illu-
quer clc menor duração das novas lampadas. minação publica, que será feita no dia que a camara de-
§ 2.° A alteração nos braços ou columnas das lampadas signar.
ou a sua substituição por padrões luxuosos serão feitos 35. a
pelo concessionario quando a camara lh'o exigir, mas á O concessionario fica sujeito ao pagamento das seguin-
custa da camara. tes multas, que pela camara lhe serão impostas:
28. a 1.° Por cada noite de interrupção total cla illuminação
As lampadas da illuminação publica serão collocadas publica não convenientemente substituída pela de petroleo
nos logares que a camara, cle acordo com o concessiona- nos termos da base 30. a , 5$000 r é i s ;
rio, determinar o terão todas um numero de ordem ins- 2.° Por cada noite de interrupção total da illuminação
crito sob a indicação da camara. electrica convenientemente substituída pela de petroleo,
§ unico. Elfectuada a montagem das lampadas poderá 1^500 réis;
1905 447 Outubro 17
I
3.° P o r cacla, clia de demora que liou ver no restabeleci- direito a todo o material, fabrica e machinismos empre-
mento da luz electrica, alem do prazo para este fim ajus- gados na exploração, que reverterão p a r a a camara.
tado nos termos do § 2.° da base 30. a , 2^000 r é i s ;
4.° Por cada lampada que não se accender ou não func- 42. a
cionar regularmente durante o tempo estipulado e pol- A camara reserva-se o direito de rescisão do contrato
eada noite, 100 róis; em qualquer tempo no caso de se descobrir, durante o
5.° Por cada lampada que não tiver ou não conservar prazo da concessão, processo cle illuminação que se re-
a intensidade estipulada e por cada noite, 100 réis. commende pelo seu evidente aperfeiçoamento e economia,
e, no caso cle usar d'este direito, indemnizará o concessio-
36. a nario, tendo a indemnização por base ou um orçamento da
Não haverá logar a applicação de multa alguma nos installação completa ou um inventario minucioso do mate-
casos seguintes: rial cla installação e despesas de mão cle obra, devidamente
1.° Quando as lampadas deixarem de funccionar por fiscalizado pela camara no acto da rescisão.
motivo de obras nos predios em que estejam collocadas; § 1.° Na falta de acordo entre as partes a liquidação
2.° Quando se apagarem ou deixarem de funccionar da indemnização será feita por árbitros, cm harmonia com
regularmente por effeitos de temporaes ou vendavaes ou o disposto na base 48. a
por virtude de actos de malevolencia de terceiro; § 2." O concessionario terá na nova adjudicação subse-
3.° Quando emfim se cler qualquer caso fortuito e jus- quente á rescisão, direito de preferencia em igualdade de
tificado ou de força maior devidamente comprovado. circunstancias com outros concorrentes.
43.°
37. a O deposito provisorio de 100$000 réis em moeda cor-
As multas em que o concessionario haja incorrido ser- rente, que o concessionario para ser admittido ao con-
lhe-hão communicadas por officio do presidente da camara curso deve ter depositado na thesouraria municipal, será,
dentro de tres clias depois que se tiver dado a transgres- depois de approvado superiormente o contrato, reforçado
são ou verificado a falta. com mais 400;>000 réis e tornar-se-ha definitivo.
§ 1.° No prazo de dois dias, depois de avisado, poderá § unico. E s t e deposito somente com autorização cla ca-
o concessionario contestar, por escrito, perante a camara, mara e depois cle inaugurada a illuminação electrica nos
a legitimidade da applicação das multas, que lhe. tenham termos cla base 34. a poderá ser levantado, mas sem ven-
sido impostas, podendo para prova de impugnação offe- cimento de j u r o algum.
recer duas testemunhas que não sejam empregados seus 44. a
nem cla camara. Levantado que seja, nos termos da base antecedente, o
§ 2,° Se o concessionario não contestar o pagamento deposito definitivo, ficarão especial c voluntariamente liy-
das multas, ou sc, contestando, a camara julgar improce- pothecados ao municipio, como garantia ao integral cum-
dente a contestação, será logo a importancia das mesmas primento de todas as condições do contrato, durante o
multas descontada no primeiro pagamento que a camara prazo da concessão, os terrenos, machinas, apparelhos o
tiver a fazer-lhe. todo o material e propriedades adquiridos pelo concessio-
38. 1 nario e empregados na exploração cla concessão.
A camara g a r a n t i r á ao concessionario o direito de, com
previa autorização cl'ella, ceder ou traspassar a concessão 45. a
com todos os encargos mencionados nestas condições a Findo o prazo da concessão a camara poderá, se qui-
qualquer individuo, sociedade ou empresa, sede nesta villa, ser, tomar a si todos os terrenos, construcções e material
e que offereça garantias de segurança e seriedade. util das installações feitas 'pelo concessienario, indemni-
zando-o do seu valor.
39. a § 1.° Aliquidação da indemnização será feita por acordo
O concessionario obriga-se a executar pontualmente to- entre a camara e o concessionario, e, na falta de acordo,
das as clausulas e condições d'este caderno, ficando res será feitaa por árbitros, em harmonia com o disposto na
ponsavel pelos prejuizos que possam provir da falta de base 48.
cumprimento de qualquer d'ellas, alem das multas e pe- § 2.° A camara será obrigada a declarar ao concessio-
nas convencionaes aqui estabelecidas. nario, pelo menos noventa dias antes de findar a conces-
são, se quer ou não usar da faculdade concedida nesta
base, e nada declarando naquelle prazo, presumir-se-ha
40. a
que não quer usar de tal faculdade.
O concessionario perderá o direito á concessão que se
considerá ipso facto rescindida no caso de abandonar o 46. a
contrato ou exploração, e bem assim na hypothese da P a r a os effeitos cFeste contrato a nacionalidade do con-
base 49. a cessionario ou empresa será sempre reputada como portu-
§ 1.° A insolvência ou fallencia do concessionario será guesa, ficando tanto elle como os seus empregados, opera-
considerada para todos os effeitos como abandono cla ex- rios ou agentes sujeitos ás leis portuguesas e com o seu
ploração, desde que o concessionario deixe cle cumprir ri- domicilio ou sede nesta villa de Cabeceiras de Basto,
gorosamente qualquer das condições d'este contrato com a onde responderá perante os tribunaes, podendo ser citado
camara. na pessoa d'aquelle que ostensivamente e x e r ç a a direc-
§ 2.° Considerar-se-ha abandonado o contrato desde ção dos trabalhos ou administração da empresa.
que o concessionario, sem motivo justificado, não tenha
concluida a installação no prazo designado na base 32. a 47 , a
A camara mandará fiscalizar por pessoa idónea as ins-
41. a tallações e qualidade do material nestas empregado, as-
No caso de abandono do contrato, antes de inaugurada sim como o cumprimento, por parte do concessionario, das
a illuminação publica, perderá o concessionario o direito á condições do seu contrato.
importancia cle todo o deposito a que se refere a base 43. a ,
que reverterá para o cofre clo municipio. Quando, depois 48. a
de concluida a installação e inaugurada a illuminação elec- As questões que se suscitarem entre o concessionario e
trica, o concessionario abandonar a exploração, perderá o a camara sobre a interpretação de quaesquer clausulas e
Outubro 17 448 l'J05
condições cVeste contrato serão resolvidas por tres árbi- A r t . 2.° P a r a ser admittido a concurso é necessário que
tros : um nomeado pela camara, outro pelo concessiona- com a proposta seja entregue documento comprovativo cle
rio e o terceiro por acordo de ambas as partes, ou, na prévio deposito provisorio de 100^000 róis, feito na the-
falta de acordo, pelo juiz de direito d'esta comarca, de souraria municipal á ordem clo presidente da camara.
quem sc solicitará a nomeação. A r t . 3.° O adjudicatario ó obrigado, feita que seja a
§ 1.° Declara-se para todos os effeitos que, relativa- adjudicação e antes cla assinatura da escritura do con-
mente a interpretação das clausulas d'este contrato, a re- trato, a reforçar o dito deposito por hypotheca de bens de
solução arbitral nào prejudica de modo algum a reclama- raiz, devidamente registada no valor de 500,-5000 róis, ou
ção administrativa nos termos do artigo 325.", n.° 0.°, do por caução, nos termos legaes da mesma quantia. E s t a
Codigo Administrativo. quantia terminará no dia da inauguração da luz electrica,
49.:11 sendo lhe restituído o dinheiro em deposito e dada quita-
Quando, salva a disposição do § unico da ba»e antece- ção dos bens hypothecados ou levantada a caução.
dente, tendo-se levantado divergências graves entre a ca- Art 4.° Na hypothese de haver mais de uma proposta
mara o o concessionario, sobre os quaes sc liaja pronun- e duas ou mais igualmente vantajosas de preços e condi-
ciado o tribunal arbitral, o concessionário, depois de inti- ções, terá logar a licitação verbal, na referida sessão da
mado administrativamente, se negue a cumprir o accordão camara em que forem abertas.
do tribunal ou quaesquer condições essenciaes do contrato, Art. 5.° Será concedido ao adjudicatario o fornecimento
p e r d e r á o direito á concessão, e torlo o material da illumi- exclusivo de luz electrica para a illuminação publica du-
nação electrica reverterá a favor da camara sem direito a rante o periodo de quarenta annos, dentro clo perimetro
indemnização alguma. da villa de Almeida.
50. a § 1." Como garantia d'esta concessão a camara obriga-
A camara não terá responsabilidade alguma por qual- se a não consentir que durante tal prazo outrem se apro-
quer embaraço levantado nas estações tutelares superio- veite das ruas e terrenos municipaes para a installação ou
res ao cumprimento de qualquer clausula d'este contrato. aproveitamento cle qualquer systema de illuminação.
§ 2." O perimetro da villa dentro do qual o adjudica-
51 ' tario fica obrigado a fornecer luz publica e particular, ó
He o Governo de Sua. Majestade denegar approvação limitada pela muralha que circuita a mesma villa.
ao contrato ou lhe introduzir algumas modificações que o A r t . (j.° A camara estabelece para base da proposta
concessionario não aeceite, poderá esto levantar o seu de- por cada lampada de dezaseis velas, a quantia maxima de
posito, ficando a adjudicação sem effeito, sem que d'ahi 12:5000 réis, e 9$500 róis por cada lampada de dez ve-
resulte a menor responsabilidade para a camara, que po- las, por anno.
der;! abrir novo concurso em harmonia eom as modifica- A r t . 7." E garantido ao concessionario o consumo mi-
ções feitas pelo Governo. nimo do lampadas p a r a a illuminação publica, de modo
§ unico. Se o concessionario concordar eom alterações que a quantia a pagar-lhe mensalmente nunca seja inferior
e modificações que o Governo faça nas presentes bases, a 500;>000 réis.
tornar-se ha, effectivo o contrato, lavrando-se a respectiva A r t . 8.° A camara obriga-se a pagar ao adjudicatario
escritura. trimestralmente durante os primeiros dez dias do mês im-
Approvadas pela camara as presentes bases cm sessão mediato aquelle em que findar o trimestre.
ordinaria de 2(i de junho de 1905. = O Presidente, Ma- § unico. O atraso nos pagamentos obriga a camara ao
noel Martins Leite, a'e Barros = Os Vereadores, Francisco juro de 6 por cento ao anno, em favor do adjudicatario e
José Mendes :.-= Manoel Mendes = Gonçalves da Costa = pela quantia vencida, não podendo em caso algum este
]).m>intjox José Pereira• = Leonardo Gonçalves = Torres atraso ser superior a seis meses.
Costa.' A r t . 9." As lampadas fornecerão luz desde meia h o r a
Está conforme. — Cabeceiras de Basto, 24 de agosto depois do sol posto até o amanhecer, conservando toda a
de 1905. = O Secretario da Camara, Bernardino Pereira sua intensidade até a uma hora da manhã, e podendo ser
Leite Basto, reduzida a metade desde esta hora e nas noites de l u a r .
n . (lo G. n.° 23S, rto 20 dç outubro (lo l!)()f>.
A r t . 10.° O local em que as lampadas devem ser col-
locadas será opportunamente designado pela camara.
Art. 11." Quando o numero de lampadas para a illu-
Hei por bem approvar, nos termos do artigo 55.°, n.° 4.°, minação publica for superior a duzentas, o adjudicatario
do Codigo Administrativo, as clausulas votadas pela Ca- fará uma reducção cle 10 por cento na totalidade do preço.
mara Municipal do concelho de Almeida para o contrato Art. 12.° O preço da energia electrica para os edificios
de concessão dó exclusivo da illuminação publica e parti- publicos ou particulares poderá ser feito por avença e
cular da mesma villa, excepto quanto á 25." na parte re- inferior ao estabelecido para a illuminação publica, adop-
lativa ás despesas de. fiscalização, as quaes, não ficando a tando, alem das lampadas de dezaseis e dez velas, uma
cargo do arrematante, tambem não ;são materia de con- lampada da força de cinco velas para uso das classes me-
trato, e quanto á 2ti. :l na que se refira á dispensa de im- nos abastadas, cujo preço não poderá ser superior a 350
postos legalmente votados para a, respectiva circunscrição, réis por mês.
dos quaes não ó licito isentar nenhum contribuinte. Art. 13." Os particulares que preferirem consumir a
O Ministro o Secretario de E s t a d o dos Negocios do luz por contadores pagarão 18 réis por cada hecto-wat-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em hora, e uma renda mensal pelo contador que será fixada
17 de outubro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. por acordo entre o concessionario e a camara, nunca su-
perior a 300 réis.
§ unico. Ao adjudicatario será facultada a fiscalização
Bases «o contrato dc Illuminação, a que se refere o decreto de contadores.
de 17 tle outubro de 1905 Art. 14.° Todas as mais condições entre o adjudicata-
rio e os consumidores serão reguladas pela respectiva apó-
Artigo 1." A proposta c feita por carta fechada, entre- lice do contrato, segundo o modelo adoptado, depois de
gue na secretaria da camara dentro do prazo fixado nos approvado pela camara.
annuncios do concurso. Art. A camara concede gratuitamente desde a ac
£ unico. As propostas serão abertas na primeira sessão ceitação da proposta e por todo o tempo que durar este
ordinaria da camara immediata a tal prazo. I contrato e por mais um anno, quaesquer terrenos seus
1905 449 Outubro 17
p a r a a installação cle machinas, motores c o mais que sc A r t . 2G.° O adjudicatario fica sujeito a todos os regu-
tornar necessário para o desenvolvimento e aproveitamento , lamentos policiaes e' posturas municipaes cm vigor, mas
da energia electrica. ! não a quaesquer impostos municipaes, sejam de que na-
A r t . 10.° A camara permitte o levantamento cle calça- 1 tureza forem, sobre a industria cle exploração da energia
das para o estabelecimento de conductores e prestará todo electrica.
o auxilio legal ao adjudicatario no sentido cle os proprie- Art. 27.° A camara pagará de parto e de acordo com
tarios deixarem collocar no exterior dos seus predios ou o adjudicatario qualquer installação especial ordenada por
através dos seus terrenos os lios conductores da electrici- occasião de festejos publicos, cuja requisição será feita
dade, solicitando, se for necessário, a declaração por uti- por officio assinado pelo presidente da camara, com oito
lidade publica clas expropriações que para isso se tornarem clias de antecedcncia.
precisas, tudo a expensas do adjudicatario, ficando este A r t . 28.° O abandono clo presente contrato pelo adju-
responsável pelos prejuízos que possam soffrer os particu- dicatario, ou não cumprimento clas condições para que não
lares com a collocação dos conductores e obrigando a as- estiver estabelecida penalidade, importa a perda de todas
segurar o perfeito isolamento dos mesmos, bem como a as installações feitas nossa occasião o existentes dentro
repor a via publica lio seu antigo estado. da villa clo Almeida para a producção da luz electrica,
Art. 17.° O adjudicatario adquirirá á sua custa todos que reverterão a favor da camara.
os apparelhos indispensaveis para a producção da luz elec- Art. 29. 0 Esto contrato sói obrigará depois cle appro-
trica, substituindo as lampadas gastas na illuminação pu- vado nos termos da lei.
blica, ou cujo poder illuminante se torne inferior ao esti- A camara concordando plenamente com as razões apre-
pulado e concorrerá com todas as despesas da montagem sentadas pelo sr. presidente! 0111 justificação da convenien-
e conservação. cia o opportunidado da sua proposta, deliberou, por una-
A r t . 18.° A montagem e conservação clas lampadas ou nimidade dos vogaes presentes, apprová-la, e bem assim
outras despesas accessorias nos edificios particulares serão todas as condições que da mesma fazem parte, para ser-
feitas pelo adjudicatario á custa clos donos ou inquilinos virem de base ao concurso publico que estará aberto du-
dos predios respectivos. rante o prazo cle trinta dias, a contar cla publicação do
Art. 19.° A escolha clas lampadas e braços pertence ao respectivo annuncio no Diario do Governo, e em um clos
adjudicatario. jornaes que se publicam na socio cVeste districto, tudo cle
§ unico. A alteração nos braços e columnas das lampa- harmonia, com as disposições da lei reguladora do assunto.
padas ou a sua substituição por padrões luxuosos serão E não havendo mais de que tratar, foi encerrada a ses-
feitos á custa da camara, quanto á differença do preço re- são, e. em seguida lavrada a presente acta, que vae ser
sultante. assinada, depois clc lida o contra ella não haver reclama-
A r t . 20.° A camara cede ao adjudicatario por meio de ção. = E eu, João dos /Santos Monteiro da Silva, Secreta-
inventario todos os candieiros actuaes e mais material de rio interino da camara, que a subscrevi. = José Freire de
illuminação emquanto durar este contrato, ficando a cargo Carvalho Falcão Junior-—-Padre Antonio Lourenço Vasco =
d'este a sua conservação e reparação. Joaquim de Almeida~= Duarte da Fonseca Azevedo — Fran-
A r t . 21." Quando por qualquer motivo a, illuminação for cisco Freire Beirão.
parcial ou totalmente interrompida, o adjudicatario é obri- Confere. — A l m e i d a , 5 cle agosto de 1905. = O Secre-
gado a substitui-la por petroleo, emquanto durar a inter- tario cla Camara, interino, João dos Santos Monteiro da
rupção. Silva.
§ 1.° E s t a permissão será facultada até vinte noites em D. do G. 11." 2.1S, do 2!) de outubro do lUO.í.
cada anno, e ultrapassando este limite o adjudicatario pa-
g a r á o/JÍOOO réis por dia de multa á camara que esta po-
derá descontar nos pagamentos que tiver de fazer.
§ 2.° Exceptuam-se os casos cle força maior, devida- Nos termos do artigo 55.°, n.° 4.", do Codigo Adminis-
mente comprovados. trativo : hei por bem approvar a deliberação da Camara
Art. 22." Dois meses depois de superiormente appro- Municipal do concelho de Figueira de Castello Rodrigo
vado o respectivo contrato, o adjudicatario terá terminado acêrca clo contrato da concessão do exclusivo cla illumina-
as obras necessarias para a producção cla luz electrica, ção publica e particular da mesma villa, excepto quanto á
sob pena de Õ00;>000 róis de multa por cada mês de de- clausula 22. !l na parte respectiva ás despesas de fiscaliza-
mora. ção, as quaes, não ficando a cargo do adjudicatario, tam-
§ 1 S ã o exceptuados os casos de força maior, devi- bem não são materia de contrato, e á 2G.''1 por ser incom-
damente comprovados, e os provenientes de opposição por patível com o disposto nos artigos 325.°, n." 9.", do Co-
parte clos proprietarios para a installação, correndo então digo Administrativo, c 44." do Codigo clo Processo Civil.
tal prazo desde que sejam removidos. O Ministro e Secretario cle Estado dos Negocios do
§ 2.° Poderá comtudo o adjudicatario fornecer a luz Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
em prazo mais curto, começando a vigorar o contrato 17 cle outubro cle 1905. = R E I . — Eduardo José Coelho.
quando for designado de acordo com a camara.
A r t . 23 " A camara garanto ao adjudicatario o direito
cle traspassar a concessão a qualquer individuo ou em- Traslado da escritura de contrato a que se refere o decreto
presa, com toclos os encargos obrigatórios aqui exara- de 17 de outubro de 1905
dos, devendo ter-se em vista sobre este assunto as dispo-
sições contidas no Codigo Commercial cm vigor e ser cle Saibam quantos virem esta escritura publica de con-
portugueses a maioria dos directores da empresa ou com- trato, com hypotheca, que no anno do nascimento de Nosso
panhia. Senhor Jesus Christo do 1905, aos 28 dias do mês de. ju-
A r t . 24." Acceita a proposta e ratificadas as respecti- lho, nesta villa de Figueira de Castello Rodrigo e meu es-
vas condições de harmonia com ambas as partes contra- critório, compareceram, dc uma parte, como primeiro ou-
tantes, será reduzida a escritura publica. torgante, o Ex."1" Sr. José Augusto de Almeida Crespo,
Art. 25.° A camara poderá nomear pessoa idónea para casado, proprietario, morador nesta villa, o qual intervém
fazer a fiscalização das obras c cla boa qualidade do ma- como presidente, cla camara municipal efeste concelho, e
terial nellas empregado, e se d'esta nomeação resultar au- por ella autorizado em sua sessão clc 19 do corrente, como
mento de despesa para a camara, será essa despesa in- | consta do uma certidão passada oni data clo hoje polo se-
cluida 110 seu orçamento e pela mesma camara paga. j cretario cla mesma camara, Paulo Monteiro Correia, a qual
Outubro 17 450 l'J05
Hospital
Dois medicos, a 1800000 réis c a d a um 3600000
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DA GUERRA
Um fiscal 2160000
Um e n f e r m e i r o 1200000 Direcção Geral
U m a j u d a n t e do dito 1080000
U m a enfermeira
U m a a j u d a n t e da d i t a
860400
720000
3, a Repartição
Uma roupeira 960000
Uma despenseira 720000 Tornando-se necessário h a r m o n i z a r o r e g i m e de estu-
dos do Real Collegio Militar com as disposições d e c r e t a d a s
Pessoal assalariado p a r a o ensino secundário em 29 de agosto u l t i m o : hei por
bem a p p r o v a r o regulamento literário do Real Collegio Mi-
Igreja litar, que faz parte cVeste decreto e baixa assinado pelos
U m sacristão andador 1860000 Ministros e Secretarios de E s t a d o dos Negocios do Reino e
Um organista 950600
U m sineiro 900000
clos da G u e r r a .
Outubro 17 454 l'J05
Os mesmos Ministros c Secretarios de E s t a d o assim o A r t . 6.° A distribuição das lições e mais t r a b a l h o s es-
t e n h a m entendido e façam e x e c u t a r . Paço, em 17 de ou- colares pelos dias uteis da s e m a n a em cada classe e o res-
tubro de 1905. = R E I . —Eduardo José Coelho — Sebas- pectivo horário serão organizados pelo d i r e c t o r , ouvido o
tião Custodio de Sousa Telles. conselho literário, antes de principiar c a d a anno lectivo,
e s u b m e t t i d o s á approvação clo Ministro da G u e r r a .
A r t . 7.° O horário d e v e r á ser subordinado ás seguintes
Regulamento literário do Real Collegio Militar disposições:
a que se refere o decreto d'esta data 1. a Cada aula dura cincoenta e cinco m i n u t o s , e e n t r e
cada dois tempos de aula successivos h a v e r á o intervallo
CAPITULO I de dez minutos.
Do plano «le estudos 2. a E m c a d a classe as lições serão i n t e r c a l a d a s com ou-
t r o s exercicios escolares, de modo que não b a j a mais de
Artigo 1.° O curso de estudos do Real Collegio Militar duas lições seguidas.
c o m p r e h e n d e sete classes de u m anno cada u m a , a g r u p a - 3 . a E m cada dia não d e v e r á h a v e r p a r a a m e s m a classe
das em tres secções: a inferior, que a b r a n g e as t r e s pri- mais de um tempo dc aula cla m e s m a disciplina, salvo no
m e i r a s ; a media, que se compõe das duas seguintes; a ensino do desenho, p a r a o qual p o d e r á h a v e r duas lições
superior, que inclue as duas ultimas. seguidas, e bem assim nas disciplinas clo curso comple-
As duas primeiras secções c o r r e s p o n d e m ao curso geral m e n t a r , nas q u a e s , m e d i a n t e autorização do director, po-
dos lyceus, e a t e r c e i r a ao curso c o m p l e m e n t a r de scien- d e r ã o ser reunidos dois tempos de aula, quando o segundo
cias dos lyceus centraes. seja destinado a trabalhos práticos.
A r t . 2." A s cinco primeiras classes do curso do colle- 4 . a A s quintas feiras serão especialmente d e s t i n a d a s a
gio c o m p r e h e n d e m as seguintes disciplinas: exercicios práticos, trabalhos m a n u a e s , experiencias nos
1. a P o r t u g u ê s ; gabinetes, sessões de projecções luminosas, excursões es-
2. a L a t i m ; colares e outros meios e d u c a t i v o s ; c u m p r e , por isso, desem-
3. a Francês:; baraçá-las, o mais possivel, de aulas.
4. a I n g l ê s ; 5. a C a d a professor a c o m p a n h a r á g e r a l m e n t e os alumnos
5. a G e o g r a p h i a e historia; até que elles concluam cada secção, não convindo, p o r e m ,
(j. a M a t h e m a t i c a ; q u e o ensino d a m e s m a disciplina seja feito d u r a n t e todo
7. a Sciencias physicas c n a t u r a e s , o curso do collegio pelo mesmo professor.
8. ;l Desenho. 6 . a O n u m e r o de alumnos de u m a classe não deve, em
A r t . 3.° As duas ultimas classes do curso do collegio principio, ser superior a t r i n t a em cada classe. U m excesso
a b r a n g e m as seguintes disciplinas: cle mais de seis alumnos em q u a l q u e r classe d e t e r m i n a o
1. a I n g l ê s ; seu desdobramento em t u r m a s ou cursos parallelos, de-
2. a G e o g r a p h i a ; vendo, neste caso, o mesmo p r o f e s s o r ensinar a m e s m a
3.a Mathematica; disciplina a todas as t u r m a s .
4.a Physica; A r t . 8.° O ensino das diversas disciplinas d e v e r á ser
5. a C h i m i c a ; feito de conformidade com os p r o g r a m m a s preceituados
G.a Sciencias n a t u r a e s . p a r a os lyceus e observações a n n e x a s .
A r t . 4.° A s disciplinas que constituem c a d a u m a das § 1.° O professor, no ensino, r e c o r r e r á a m p l a m e n t e aos
classes e o numero de lições semanaes r e s p e c t i v a m e n t e processos intuitivos, utilizando p a r a isso os modelos esco-
destinadas ao seu ensino são as que constam do seguinte lares e multiplicando o mais possivel os trabalhos práticos.
quadro: § 2.° A progressão e intensidade das lições serão gra-
d u a d a s pela capacidade m e d i a dos alumnos, devendo me-
ClasBes
r e c e r ao professor especiaes cuidados aquelles que se
revelem menos intelligentes, a fim de conseguir, q u a n t o
Disciplinas — possivel, nivelar o a d e a n t a m e n t o cle toda a classe.
1." 2a 3." 4." s.a G.a 7.a § 3.° T e r m i n a d o o ensino cle cada p a r t e do pro-
g r a m m a de qualquer disciplina, os alumnos deverão exe-
Português 5 4 3 3 3 - - 18 c u t a r ,> na aula, um exercicio escrito r e f e r e n t e a essa ma-
Latim 6 teria.
Franeê.s 4 3 3 2 2 _ _ 14 § 4.° C a d a professor, na distribuição das lições, d e v e r á
Inglês - 4 4 3 3 4 4 22 ter sempre em vista os trabalhos escolares a que os alum-
G e o g r a p h i a c historia 3 3 2 2 2 - _ 12
Geographia - _ - - _ 2 oÍ. 4
nos teem de satisfazer nas o u t r a s disciplinas da classe.
Sciencias physicas e n a t u r a e s . . 3 2 4 4 4 17 § 5.° Os conselhos de classe deverão distribuir as ma-
Sciencias n a t u r a e s . 2 2 4 terias dos p r o g r a m m a s de todas as disciplinas da classe
Physica 8 pelas diversas semanas ou meses, de m a n e i r a que nas dif-
Chimica 3 3 6
Mathematica 5 4 4 3 3 5 5 29 ferentes aulas seja feito simultaneamente o ensino das ma-
Desenho 3 3 3 3 o - - 15 terias que tenham mais estreitas relações.
A r t . 9.° Alem das ferias g e r a e s são feriados : os do-
23 23 23 23 23 20 20 155 mingos e dias santificados de g u a r d a , o dia da comme-
moração dos fieis defuntos, desde o dia 2 3 de dezembro
i? unico. No curso complementar h a v e r á , p a r a cada inclusive até ao dia 6 dc j a n e i r o , desde o sabbado imme-
classe, duas lições semanaes destinadas á pratica clo cle d i a t a m e n t e anterior ao domingo d a q u i n q u a g e s i m a até
senho á vista. q u a r t a feira cle Cinzas, os dez dias que d e c o r r e m depois
CAPITULO II clo domingo de Ramos, os dias cle g r a n d e gala e de luto
nacional.
l)o regime tio ensino
CAPITULO III
Art. 5.° O anno lectivo, periodo mais especialmente
consagrado ao ensino, começa no dia 20 de outubro e ter- Do quadro dos professores
mina em 2S dc j u n h o seguinte. A r t . 10.° P a r a effeito do ensino, com as disciplinas
§ unico. O anno escolar começa no mesmo dia, mas professadas no collegio formar-se-hão duas secções e sete
prolonga-se até 19 de outubro seguinte. grupos.
1905 455 Outubro 17
A r t . 20.° Os trabalhos escolares, alem dos meios edu- d e v e r ã o ser assinados pelo respectivo chefe cle classe e
cativos a que se refere a disposição 4 . a do artigo 7.°, pelo secretario, designar-se-ha a media das medias d e
comprehcnderão: disciplina, a qual r e p r e s e n t a r á a classificação geral da f r e -
a) Nas aulas de português, latim, francês e inglês, li- quencia.
ções, repetições e exercicios práticos, oraes e e s c r i t o s ; CAPITULO VI
b) Nas aulas de g e o g r a p h i a e historia, lições, r e p e t i -
Dos exames
ções e exercicios p r á t i c o s ;
c) Nas aulas de m a t h e m a t i c a , sciencias physicas e scien- A r t . 24.° Salvas as excepções consignadas nos artigos
cias n a t u r a e s , lições, repetições, p r o v a s escritas e exer- 38.° e 39.°, h a v e r á u m a só epoca de exames, que come-
cicios p r á t i c o s ; ç a r á no primeiro dia util depois de 5 de j u l h o .
d) Nas aulas de desenho, lições, repetições e exercicios § unico. Somente ó permittida a admissão a e x a m e no
práticos. collegio aos alumnos internos e aos externos a que se re-
f e r e o artigo 49.°
Art. 21.° O valor dc cada exercicio escolar (habilitação
A r t . 25.° Ao director do collegio, ouvido o conselho li-
literaria) s e r á designado n u m e r i c a m e n t e , de conformidade
terário, compete r e g u l a r o serviço dos e x a m e s .
eom a seguinte e s c a l a :
A r t . 26.° Os e x a m e s são das seguintes especies:
0 a 4, mau ; 1.° D o curso geral, l . a s e c ç ã o ;
5 a í), medioere ; 2.° D o curso geral, 2. 3 secção;
10 a 14, sufficiente; 3.° D o curso c o m p l e m e n t a r de sciencias.
15 a 17, b o m ; § unico. Nos casos a que se r e f e r e a s e g u n d a p a r t e clo
18 a 20, muito bom. § 1.° do artigo 37.°, h a v e r á t a m b e m e x a m e s singula-
A r t . 22.° A classificação do aproveitamento dos alum- r e s de disciplina, que serão feitos nos primeiros dias de
nos é feita em relação a quatro períodos do anno lectivo, outubro.
em sessões dos respectivos conselhos de classe presididas A r t . 27." Os j u r y s dos e x a m e s do curso geral ( l . a e 2. a
pelo director do collegio, e exprime-se n u m e r i c a m e n t e se- secções), e do curso c o m p l e m e n t a r , constituem-se respecti-
gundo a escala do artigo anterior, dando cada professor, v a m e n t e com os professores da 3 . a , 5. a ou 7. a classes.
em relação a cada aula que r e g e r , u m a nota que repre- § unico. A presidencia dos j u r y s dos e x a m e s do curso
sente, globalmente, o seu conceito acêrca do aproveita- geral, 1 , a secção, p e r t e n c e ao chefe da 3. a classe; a dos
mento literário do cada alumno nessa aula d u r a n t e o pe- e x a m e s do curso g e r a l , 2. a secção, poderá ser e x e r c i d a
riodo a que corresponde. por um lente de estabelecimento cle instrucção superior
§ 1." Os períodos a que este artigo se r e f e r e são os se- ou pelo chefe da 5. a classe, conforme o Ministro da G u e r r a
guintes : r e s o l v e r ; a dos e x a m e s do curso c o m p l e m e n t a r s e r á sem-
1." O que d e c o r r e desde a a b e r t u r a das aulas até o pre e x e r c i d a por um lente de estabelecimento de instruc-
íhn de d e z e m b r o ; ção superior, designado pelo Ministro da G u e r r a . Se o
2.° O que a b r a n g e os meses de j a n e i r o e f e v e r e i r o ; lente nomeado for militar, deverá ser mais g r a d u a d o do
3." O que c o m p r e h e n d e os meses de m a r ç o e a b r i l ; que os vogaes que constituem o j u r y .
4." O que. vae desde o começo de maio até o encerra- A r t . 28." O presidente do j u r y ó o fiscal das disposi-
mento das aulas. ções l e g a e s ; compete-lhe vigiar pela legalidade e morali-
§ 2." Comquanto as notas periódicas dc classificação dade cios e x a m e s , communicando ao director do collegio
sejam da responsabilidade do respectivo professor, c u m p r e qualquer facto e x t r a o r d i n a r i o nelles occorrido, p a r a que
que cada um d'cstes, nas sessões do conselho cle classe, esto tome as providencias que j u l g a r convenientes.
procuro orientar-se sobre a situação escolar de cada um § 1.° D e v e r á tomar as cícvidas precauções p a r a evitar
dos seus alumnos, não só para assim poder distribuir mais qualquer f r a u d e nas p r o v a s escritas, e, se conhecer que
proíicuamente os seus esforços didácticos, como t a m b e m algum alumno t e n t a commettê-la ou a comnictteu, nian-
p a r a mais equitativamente regular a sua aprecia,ção. dá lo-ha p r e s t a r prova com outro ponto em logar afastado dos
§ 3." O desenho, no curso c o m p l e m e n t a r , nào dá logar r e s t a n t e s examinandos. Se a f r a u d e se descobrir depois
a notas periódicas do classificação, devendo, porem, as de ultimadas as provas, ficam estas sem effeito, devendo
notas que os alumnos obtenham nas lições d'esta disciplina por isso ser repetidas.
sor tomadas em linha cle conta para a concessão de saidas § 2.° O presidente do j u r y dos e x a m e s do curso com-
e x t r a o r d i n a r i a s e outras recompensas escolares. p l e m e n t a r , e bem assim o dos e x a m e s do curso geral,
A r t . 2o." E m um dos primeiros dias uteis posterior ao 2. ;l secção, quando não fizer p a r t e clo corpo docente do
e n c e r r a m e n t o das aulas o conselho literário, tendo pre- collegio, a p r e s e n t a r ã o ao Ministro cla G u e r r a um relatorio
sentes os livros de frequencia de todas as classes, fará o circunstanciado acêrca dos mesmos e x a m e s .
a p u r a m e n t o final cla habilitação literaria dos alumnos, m s A r t . 29.° Todos os exames constarão de p r o v a s escri-
termos dVst.e regulamento. tas, o de p r o v a s oraes. As escritas precederão as oraes e,
v? 1." Sonnnaiido as quatro notas obtidas por cada alumno no caso de classificação desfavorável, terão effeito elimi-
cm cada disciplina e d h i d i n d o essa somma por quatro, natório.
obtem-se. a "media da disciplina em relação a todo o anno A r t . 30.° Os pontos p a r a as provas escritas serão redi-
k-ciivo. Todos os quocientes são calculados até as decimas, gidos pelos professores das respectivas disciplinas, rubri-
contando-se depois, para a expressão da media, como uma cados pelo director, depois de approvados pelo conselho
unidade toda a fracção igual ou superior a 0,5. literário, e tirados á sorte pelo alumno inscrito em pri-
v? 2." Os alumnos de qualquer classe, que em duas ou meiro logar na lista dos examinandos. Não serão menos de
mais disciplinas da classe obtiverem media inferior a 10 dez por disciplina, e hão de conformar-se com os p r o g r a m -
valores, considcram-se como tendo perdido o anno para to- mas correlativos.
dos os effeitos; os que. nào estivei em nestas condições, g unico. Nenhum ponto p o d e r á servir p a r a mais de u m
transitam para a classe immediata se f r e q u e n t a r e m qual- exame.
quer das classes 1.', 2. a , 4. : ' ou (».", e são admittidos a A r t . 31." As provas escritas, prestadas c o n j u n t a m e n t e
exame se frequentarem as classes 3. a , 5." ou 7. ;i por todos os alumnos de c a d a classe, deverão realizar-se
§ .'!." Feito o apuramento, o secretario do collegio la- em mais de um dia, designando-se p r e v i a m e n t e quaes as
vrará os termos de. e n c e r r a m e n t o nus respectivos livros de disciplinas que em cada dia deverão ser assunto d'essas
ur.tricula, e organizará as relações dos alumnos habili- provas.
tados para e x a m e cm cada classe. Nesses termos, que § 1.° O presidente do j u r y d e v e r á p r o c e d e r , n a p r e -
1905 457 Outubro 17
sença dos examinandos e antes da extracção, á contagem tos nos exames do curso geral, l . a ou 2. a secção, e vinte
e verificação dos pontos. a trinta minutos nos do curso complementar.
§ 2.° Às provas escritas serão feitas sob a inspecção A r t . 37.° Findas as provas oraes de cada grupo de
do presidente e do professor que houvei^ leccionado a dis- alumnos, proceder-se-ha por modo analogo ao indicado no
ciplina sobre que versa a prova, aos quaes incumbe vigiar § 1.° clo artigo 33.°
por que se não dê nenhuma fraude e se não exceda o § 1.° O alumno que, nas provas oraes, obtiver em cacla
tempo destinado p a r a ellas. disciplina a media cle 10 valores, pelo menos, está appro-
Quando falte um quarto de hora p a r a findar o tempo vado. Ao alumno que não obtiver esta classificação apenas
destinado á prova de cada disciplina, o presidente fará em em uma disciplina, é conferido o direito cle fazer exame
voz alta esse aviso. singular cVessa disciplina na epoca extraordinaria de exa-
§ 3.° P a r a estas provas só será permittido o uso de mes, em outubro, e, se obtiver approvação, será conside-
diccionarios e tabellas. rado como approvado no respectivo exame do curso geral,
A r t . 32.° As provas escritas são as seguintes: l . a ou 2. a secção, ou do curso complementar. Os demais
a) No exame do curso geral, l . a secção: examinandos, visto haverem sido reprovados, consideram-
1. a Exercicio de português (hora e meia); se como tendo perdido o anno para toclos os effeitos.
2. a Exercicio de francês (umá hora); § 2.° Apuradas as votações, o professor menos graduado
3. a Exercicio de inglês (uma hora); ou mais moderno do j u r y lavrará os respectivos termos
4. a Exercicio de mathematica (hora e meia); de exame, que serão assinados por toclos os membros.
5. a Exercicio cle desenho (duas horas). D'esses termos, que serão individuaes p a r a cacla alumno,
constarão, em forma cle quadro, as medias clos valores
b) No exame do curso geral, 2. a secção:
obtidos em cacla disciplina, quer nas provas escritas quer
1. a Consposieào cm português (hora e meia);
nas oraes, e bem assim a media das medias de disciplina
2. a Traducção de latim para português (uma hora);
cVestas ultimas provas, que será registada como classifica-
3. a Composição em francês (uma hora);
ção final clo exame, senclo tal valor o que tão somente de-
4. a Composição em inglês (uma hora);
verá figurar nas respectivas certidões, acompanhado cla
5. a Exercicio de physica ou chimica (uma h o r a ) ;
designação complementar de «distincção», quando seja
6. a Exercicio de algebra ou geometria (hora e meia); igual ou superior a 15 valores.
7. a Exercicio de desenho (duas horas).
Art. 38.° O alumno que, por motivo justificado ou por
e) No exame do curso complementar de sciencias: doença, faltar ao exame ou deixar de o ultimar, será ad-
1. a Traducção de português para. inglês (uma hora); mittido a novas provas nos dias que forem marcados
2. a Exercicio cle chimica (uma hora); pelo director, dentro dos primeiros dias do mês de ou-
3. a Exercicio de physica (uma hora); tubro.
4. a Exercicio de arithmetica ou algebra e de geometria § unico. O alumno que der parto cle doente no acto clo
ou trigonometria (duas horas). exame será logo apresentado ao facultativo dc dia.
A r t . 33.° Concluidas as provas escritas, reunir-se-ha Art. 39.° T a m b e m nos primeiros dias de outubro serão
em conferencia o respectivo j u r y , a fim de proceder á sua submettidos a exame singular cle disciplina os alumnos
apreciação e classificação, segundo a escala de valores es- a que sc refere a segunda parte do § 1." do artigo 37."
tabelecida no artigo 21.°
§ 1." O j u r y para cacla um d'estes exames compor-se-ba
§ 1.° Cada membro do j u r y , a começar pelo menos do professor que ao alumno leccionou a disciplina sobro
graduado ou mais moderno, arbitrará, com respeito a cacla que versa o exame, e mais dois professores cla classe,
prova, o numero de valores que ella merecer. A media comprehendendo sempre o respectivo chefe.
d'esses valores constitue a classificação d'essa prova. § 2.° Os exames singulares constarão de prova escrita
§ 2." Serão considerados reprovados, e portanto exclui- e prova oral, prestadas ambas no mesmo dia, com prece-
dos das provas oraes, os alumnos que nas provas escri- dencia da primeira, e regular-se-hao, na parte applicavel,
tas cle duas ou mais disciplinas obtiverem medias inferio- pelas disposições estabelecidas para os outros exames, de-
res a 6 valores no exame do curso geral, l . a secção, a vendo, porem, a prova oral constar de dois interrogatorios
8 valores no exame do curso geral, 2. a secção, e a 10 va- feitos por clois membros do j u r y . E applicavel ao julga-
lores no exame do curso complementar. mento cla prova escrita dos exames singulares o disposto
Art. 34.° Os trabalhos de desenho executados pelos no § 2.° clo artigo 33."; o alumno que na prova oral
alumnos durante o curso complementar serão apreciados, obtém 10 valores, pelo menos, é approvado.
segundo a escala a que se refere o artigo 21.°, por um § 3.° Findo cada exame singular, o j u r y fará no livro
j u r y especial de tres professores designados pelo conselho correspondente dos exames do curso geral ou do curso
literário. complementar o respectivo additamento.
A r t . 35.° As provas escritas dos exames, depois de
avaliadas pelo j u r y , serão lacradas e archivadas na secre-
CAPITULO VII
taria, procedendo-se á sua inutilização, sob as vistas do
sub-director do collegio, depois de findo o anno escolar im- Dos p r e m i o s
mediato.
Art. 36.° As provas oraes versam principalmente sobre A r t . 40." Por applicação literaria podem ser concedidos
as materias da 3. a , õ. a ou 6. a e 7. a classes, conforme o os seguintes premios:
exame é do curso geral, l . a secção, do mesmo curso, 2. a Premios pecuniários de 30<)000 réis;
secção, ou do curso complementar. Medalha cle ouro;
§ 1.° Estas provas serão dadas perante todo o j u r y Medalha do prata.
singularmente por alumno, em mais de um dia, designan- Art. 41." Os premios pecuniários de 30(5000 réis serão
do-se previamente quaes as disciplinas sobre que em cada concedidos aos alumnos da 7. a classe que tenham satis-
dia deverão ser interrogados os alumnos cle cacla grupo. feito ás seguintes condições :
§ 2.° Cada professor interrogará, em regra, somente I a T e r e m obtido na classificação final da frequencia 15
na disciplina ou disciplinas que houver ensinado. O pre- valores, pelo menos, não sendo nenhuma das medias de
sidente, quando o j u l g a r necessário, poderá dirigir per- disciplina inferior a 12 valores.
guntas aos examinandos sobre quaesquer disciplinas. 2." Haverem alcançado distincção no exame do curso
§ 3.° Os interrogatorios durarão, por cada disciplina complementar;
enumerada no quadro do artigo 4.°, quinze a vinte minu- 3. a T e r e m bom procedimento moral.
Outubâ'0 17 458 1905
A r t . 42.° A s medalhas de ouro serão concedidas aos ternos, durante o anno lectivo, de um lyceu p a r a o colle-
alumnos da 3. a ou da 5. a classes que tenham satisfeito ás gio ou vice-versa, será permittida, se for solicitada ao Go-
seguintes condições: verno, com justo fundamento, até o fim clo mês de março.
1. a T e r e m obtido na classificação final cla frequencia § 1." P a r a a transferenca é sempre necessário que o
15 valores, pelo menos, não sendo nenhuma das medias alumno não haja perdido o anno no instituto do onde pro-
dc disciplina inferior a 12 valores; cede, nem esteja incurso em qualquer penalidade que
2." Haverem alcançado distincção no respectivo exame obste á continuação dos seus estudos.
do curso geral, l . a ou 2. a secção; § 2.° O reitor do lyceu de onde vem o alumno prestará
3. a Terem bom procedimento moral. ao director do collegio todas as informações e notas da sua
A r t . 43.° As medalhas de prata serão concedidas aos frequencia. De igual modo procederá o director do colle-
alumnos da l . a , 2. a , 4. a ou 6. a classes que tenham sa- gio para com o reitor clo lyceu p a r a onde o alumno tenha
tisfeito ás seguintes condições: requerido transferencia.
1." H a v e r e m obtido na classificação geral da frequencia A r t . 52.° Os alumnos externos não teem direito aos
15 valores, pelo menos, não sendo nenhuma das médias premios a que se refere o artigo 40.° Aquelles que esti-
cle disciplina inferior a 12 valores; verem nas condições cm que aos alumnos internos é con-
2. a T e r e m bom procedimento moral. ferido premio, será dada, na sessão solemne da a b e r t u r a
A r t . 44.° Aos alumnos que obtiverem 15 ou mais va- das aulas, uma obra de reconhecido valor.
lores na apreciação das provas de desenho no curso com- A r t . 53.° A concessão a que se refere o artigo 49.° ces-
plementar, a que se refere o artigo 34.°, será conferido sará logo que o alumno incorra em falta que importe grave
um premio, que constará de urna obra especial sobre arte oífensa da boa ordem e da disciplina do collegio, e bem
ou de um artigo de util applicação no desenho. assim quando houver reincidência no commettimento de
A r t . 45.° Nenhum alumno poderá adquirir direito a faltas.
premio no anno em que for repetente por deficiente clas- § unico. P a r a a applicação clo disposto neste artigo é
sificação no anno anterior. necessaria a opinião conforme do conselho cle disciplina.
A r t . 46.° O apuramento dos alumnos com direito a A r t . 54.° Aos alumnos externos será applicavel o pre-
premio será feito em conselho literário, reunido em se- ceituado nos artigos 96.° e 97.°, e bem assim as disposi-
guida á terminação dos exames da epoca ordinaria. ções estabelecidas para a frequencia e exames dos alumnos
§ unico. Os diplomas serão assinados pelo director do internos.
collegio e pelo respectivo chefe cle classe.
CAPITULO IX
A r t . 47.° Os nomes e números dos alumnos premiados
serão publicados na ordem clo collegio, no dia da abertura Do director
das aulas, e bem assim na ordem do exercito.
Art. 55.° Ao director, na parte literaria, incumbe:
A r t . 48.° Nas cartas do curso do collegio serão men-
1.° Velar incessantemente por que em cada classe, e
cionados os premios obtidos pelos alumnos nas diversas
entre todas, impere a unidade de espirito e de acção, que
classes.
é uma das condições essenciaes p a r a a completa realiza-
CAPITULO VIII ção dos fins da instrucção ministrada no collegio;
Dos alumnos externos 2.° Convocar as reuniões clo conselho literário, exer-
cendo a sua presidencia;
A r t . 49.° Somente aos filhos dos professores e officiaes
3.° Presidir ás sessões dos conselhos de classe em que
cm serviço no collegio será permittida a matricula como
se dêem as notas cle frequencia, promovendo que h a j a a
alumnos externos, sem direito, comtudo, ás vantagens que
possivel unidade de critério na apreciação;
as leis conferem aos alumnos interno que terminarem o
4.° Superintender na observancia dos programmas, e fa-
curso.
zer cumprir aos professores os deveres que lhes estão mar-
§ 1.° O professor ou official que pretenda matricular cados ;
um filho como alumno externo em qualquer classe clo curso
5.° Promover a acquisição clo material escolar necessá-
do collegio deverá requerer a abertura da matricula ao
rio para que o ensino seja sempre elucidado pelos corres-
director, acompanhando a petição com os seguintes do-
pondentes trabalhos práticos;
cumentos :
6.° Resolver, ouvindo sempre o chefe da classe, ou,
a) P a r a a matricula na 1." classe, os que foram designa-
quando o j u l g u e necessário, o conselho literário, quaes-
dos no artigo 13.° para os alumnos internos;
quer duvidas acêrca de programmas, tendo cm vista o ca-
b) P a r a a matricula na 4. a ou 6. a classes, certidão do racter typico elementar do ensino secundário;
idade, certidão de approvação no exame do curso geral,
7." Organizar, antes clo começo do anno lectivo, a dis-
l . a ou 2. a secção, feito em qualquer lyceu do reino, e at-
tribuição clo serviço das aulas e dos professores, e fazer
testado dc vaceina ou cle ter tido variola;
em tempo competente a distribuição dos exames.
c) P a r a a matricula na 2. a , 3. a , 5. a ou 7.° classes, cer-
tidão de idade, certidão cm que provo ter obtido passagem
nas classes respectivamente anteriores em qualquer lyceu CAPITULO X
ou nelle ter sido approvado no exame de admissão á classe
Do c o n s e l h o l i t e r á r i o
em que, pretenda matricular-se, e attestado de vaccina ou
de ter tido variola. Art. 56.° A reunião cle todos os professores em effec-
§ 2." Serão dispensados da apresentação do certidões os tivo serviço constitue o conselho literário do collegio,
alumnos que tiverem dado as suas provas no collegio. incumbido de consultar sobre tudo o que respeita á sua ad-
§ 3.° Aos alumnos nas condições d'este artigo que ti ministração pedagógica.
verem cursado no collegio tres annos suecessivos será § 1.° O conselho poderá funccionar sempre que esteja
permittido continuar o curso, embora o pae deixe de per- presente a maioria de seus membros.
tencer ao pessoal do collegio. § 2.° Na falta ou impedimento do director, presidirá ao
A r t . 50.° Os termos dc matricula dos alumnos externos conselho literário o professor mais graduado ou mais an-
serão lavrados em livro especial, designando cada um tigo.
d e l l e s o nome, filiação, naturalidade e idade do alumno, A r t . 57." Todos os assuntos serão resolvidos em vo-
c a classe que vae frequentar. Cada termo será assinado tação nominal, começando nos membros menos graduados
pelo secretario e pelo alumno. ou mais modernos, pela maioria do numero legal dos pro-
A r t . 51." A transferencia de matricula dos alumnos ex- fessores necessarios para constituir o conselho.
1905 459 Outubro 17
§ 1.° O presidente, nas votações nominaes, só vota no plina com exercicios que, pelo seu numero ou difficuldade,
easo de e m p a t e ; nas votações por escrutínio secreto, vota não devam ser accumulados no mesmo dia com as lições
sempre, e, quando o numero total de votantes seja par, das outras disciplinas;
dispõe de dois votos. 4.° D a r aos regentes de estudo as indicações que se
§ 2.° E m todos os assuntos que envolverem interes- tornem necessarias para o melhor aproveitamento dos
ses pessoaes a votação será por escrutinio secreto. alumnos;
§ 3.° É prohibido a qualquer vogal do conselho a abs- 5.° Centralizar as informações dos professores acêrca
tenção de voto ou de parecer. da applicação e aproveitamento dos alumnos, transmittin-
Art. 58.° O secretario do conselho, a cargo do qual do-as ao director do collegio, quando entenda que se torna
está o livro das actas, é o professor menos graduado ou necessaria a intervenção d'elle ;
mais moderno. 6.° Verificar, uma ou outra vez, o methodo seguido nas
A r t . 59.° O conselho literário terá em cada anno as se- lições e o modo como se effectua o estudo clos alumnos;
guintes sessões ordinarias : 7.° P r o c u r a r , por meios suasorios ou coercivos, que os
a) E m um dos primeiros dias do mês de outubro, para alumnos menos applicados se dediquem ao estudo;
tomar conhecimento do horário e distribuição dos profes- 8.° Requisitar o material escolar necessário p a r a o en-
sores no anno lectivo que vae principiar, e bem assim sino ;
p a r a escolher os livros que, durante elle, devam ser adop- 9.° S u b m e t t e r á approvação do director qualquer deci-
tados nas diversas aulas; são extraordinaria tomada pelo conselho da classe, e bem
b) E m seguida ao encerramento das aulas, para fazer o assim as. propostas para qualquer excursão escolar ou ou-
apuramento da frequencia dos alumnos, tomar conheci- tro meio educativo.
mento da distribuição do serviço dos exames e approvar Art. 64.° Ao secretario de classe incumbe:
os pontos para as provas escritas; 1.° E x p e d i r os avisos p a r a as reuniões do conselho de
c) E m seguida á terminação dos exames, para fazer o classe;
apuramento dos alumnos com direito a premio, designar 2.° L a v r a r , no livro respectivo, as actas das sessões, em
o professor que ha de pronunciar a oração na proxima que sejam dadas as notas de frequencia dos alumnos. E s -
sessão solemne de abertura das aulas, proceder, de dois sas actas serão assinadas pelo director e por todos os pro-
em dois annos, á eleição do bibliotecário, e tomar conhe- fessores da classe.
cimento da distribuição dos exames n a epoca extraordi-
naria. CAPITULO XII
Art. 60.° H a v e r á sessões extraordinarias sempre que o
director, p a r a melhor esclarecimento de qualquer assun- Dos r e g e n t e s de estudo
to, julgue conveniente ouvir a opinião do corpo docente.
A ordem de convocação designará, em regra, o assunto Art. 65.° A sala de estudo de cada uma das cinco com-
sobre que o conselho terá de pronunciar-se. panhias em que os alumnos estão divididos será presi-
§ unico. E s t a s sessões realizar-se-hão, quanto possivel, dida por um capitão ou tenente de qualquer arma, habi-
em dia e hora que não causem prejuizo ao ensino. litado com o respectivo curso, e denominado regente de
estudo.
CAPITULO XI § unico. A nomeação d'estes officiaes será feita pelo Go-
verno, precedendo concurso documental aberto perante o
Dos c o n s e l h o s d e c l a s s e conselho literário, conforme as prescrições do capitulo x i v .
A r t . 61.° A reunião dos professores de uma classe A r t . 66.° Compete aos regentes de estudo:
constitue o conselho d'essa classe, e a elle incumbe resol- 1.° Presidir aos estudos geraes dos alumnos internos,
ver sobre a melhor orientação a dar ao ensino e apreciar fazendo manter o devido silencio e esclarecendo quaes-
a situação escolar clos alumnos. Os conselhos de classe quer duvidas que lhes sejam a p r e s e n t a d a s ;
são o orgão de mais capital importancia no regime da 2.° Assistir aos trabalhos práticos que pelo director lhes
instrucção secundaria. sejam designados ;
§ 1.° A presidencia, quando não assista o director, 3.° Acompanhar os alumnos nas excursões cscolarcs e
cabe ao professor mais graduado ou mais antigo, que terá outros meios educativos;
a designação de chefe da classe. 4.° Presidir ás leituras que os alumnos façam na biblio-
§ 2.° E x e r c e r á as funcções de secretario da classe o teca do collegio, e vigiar o estudo nos tempos livres das
professor menos graduado ou mais moderno. aulas. P a r a tal serviço será diariamente nomeado um clos
A r t . 62." Os conselhos de classe, alem das reuniões regentes de estudo.
preceituadas no artigo 22.°, reunir-se-hão num dos primei- § unico. D u r a n t e as ferias o serviço dos regentes cle es-
ros dias do anno lectivo, a fim dos professores se entende- tudo será determinado pelo director na ordem do collegio.
rem acêrca dos methodos e processos de ensino, escolhe- Art. 67.° As explicações individuaes e excepcionalmente
rem os dias da semana destinados a lições sobre materia simultaneas feitas pelos regentes de estudo nas respecti-
nova, revisões, trabalhos escritos e práticos, etc., e bem vas salas serão rigorosamente adequadas ao texto dos
assim, em r e g r a nos primeiros dias de cada mês, a fim compêndios adoptados e ao methodo seguido pelos respec-
dos professores colherem informações acêrca de cada tivos professores, devendo para isso procurar orientar-se
alumno e assentarem na melhor forma de orientar o en- sobre a progressão e regime das lições.
sino p a r a se conseguir o adeantamento dos que se mostrem § unico. O regente de estudo colherá dos respectivos
menos habilitados. chefes de classe as precisas informações acêrca da situa-
§ unico. Estas reuniões serão sempre feitas com pré- ção escolar de cacla alumno e dos pontos em que mais con-
vio conhecimento do director, e realizar-se-hão, de ordina- venha exercer a sua acção. Nas suas explicações, ás quaes
rio, em clia e hora que não causem prejuizo ao regular deverá sempre presidir o espirito da mais escrupulosa
funccionamento dos trabalhos escolares. igualdade, procurará não antepor-se ao trabalho intellec-
A r t . 63.° São attribuições do chefe de classe; tual do alumno, o que teria graves inconvenientes, mas
1.° Convocar as reuniões do conselho de classe; apenas orientá-lo e esclarecê-lo. P a r a tal fim, muito se re-
commenda o emprego clo methodo socrático, o qual, por
2.° Promover a execução ajustada dos p r o g r a m m a s ;
um apropriado encadeamento de perguntas, deverá condu-
3.° Regular, a tempo competente, a distribuição dos tra-
zir o alumno ao conhecimento dos pontos sobre que sc lhe
balhos nas aulas, gabinetes e salas de estudo, de modo
offereciam difficuldades dc entendimento.
que se evite sobrecarregar os alumnos em qualquer disci-
Outubro 17 460 l'J05
§ 1.° Sempre que, por desdobramento de turmas ou por § 5.° Os trabalhos manuaes e as projecções luminosas
qualquer outro motivo, tiver mais de doze tempos de aula estarão sob a superintendencia do professor mais graduado
por semana, receberá um aumento de gratificação na ra- ou mais antigo do 7.° grupo.
zão de 35000 réis mensaes por cada tempo de aula a mais, § 6.° O gymnasio, a sala de esgrima, o picadeiro e a
nao podendo, porem, este aumento ser superior a 18;)000 carreira de tiro reduzido estarão a cargo dos respectivos
róis. instructores.
§ 2.° O professor que desempenhar as funcções de Art. 92.° O pessoal instructivo clo collegio será comple-
chefe de uma ou mais classes terá, por esse motivo, o au- tado com os seguintes funccionarios:
mento mensal de gratificação de 5#000 réis. Um instructor de g y m n a s t i c a :
§ 3.° Os aumentos de gratificação a que se referem Um instructor de e s g r i m a ;
os dois paragraphos antecedentes começam quando se abri- U m instructor de equitação;
rem as aulas e cessam quando ellas se encerrarem. U m instructor auxiliar cle tactica e tiro ;
Um conservador dos gabinetes e museus;
Um mestre de musica;
CAPITULO XIV
Um mestre de d a n ç a ;
B a n o m e a ç ã o dos r e g e n t e s de e s t u d o Mestres de trabalhos manuaes.
§ 1.° Os officiaes instructores de gymnastica, esgrima
A r t . 84.° Logo que occorra alguma vagatura de regente e equitação continuarão a ter os deveres e direitos consi-
de estudo será, no Diario do Governo e na Ordem do Exer- gnados na legislação vigente, cabendo tambem ao de es-
cito, annunciada a abertura do respectivo concurso, com grima o ensino da vclocipedia e jogos de destreza.
o prazo de trinta dias, dcsignando-se as classes em cujo § 2.° O capitão ou tenente instructor auxiliar de tactica
estudo terá de superintender. e tiro, alem dc coadjuvar o official ajudante do collegio
A r t . 8õ.° Poderão concorrer capitães ou tenentes de nesta instrucção, terá a seu cargo a administração do pes-
qualquer arma, habilitados com o respectivo curso e com soal menor e a g r u p a r á no serviço cle inspecção com os
bom procedimento. commandantes cle companhia, vencendo gratificação igual
§ unico. Com respeito ao modo de requerer seguir-se- á d'estes.
hão os preceitos estabelecidos nos §§ 1.° e 2.° do artigo 69.° § 3." O conservador, empregado civil contratado, tem
A r t . 86.° Findo o prazo do concurso reunir-se-ha o con- por dever conservar cm boa ordem tudo o quo sc contenha
selho literário para proceder á apreciação dos documen- nos gabinetes e museus, preparar as lições dc physica,
tos apresentados pelos diversos candidatos, e votar a sua chimica e sciencias naturaes segundo as indicações que lhe
admissibilidade. forem dadas pelos respectivos professores, coadjuvando-os
§ unico. No átrio do collegio será affixada uma lista nas experiencias, effectuar as pequenas reparações nos ins-
dos candidatos quo foram admittidos no concurso. trumentos de precisão e auxiliar a execução das projecções
Art. 87.° E m seguida o conselho, para escolher dc en- luminosas.
tre os candidatos admittidos o que reúna melhores condi- § 4.° Os mestres de musica, dança e trabalhos manuaes
ções, procederá por modo analogo ao preceituado nos §§ serão contratados pelo conselho administrativo do collegio.
2.° e 3.° do artigo 76.°
Art. 88.° T e r á applicação á nomeação dos regentes de CAPITULO XVI
estudo o preceituado nos' artigos 77.°, 78.° e 79." d'este
regulamento. Disposições diversas
A r t . 89.° A permanencia dos regentes de estudo no col- Art. 93." São validos para todos os effeitos e equipara-
legio não poderá ir alem cla sua promoção ao posto de ma- dos aos dos lyceus centraes os exames feitos no Real Col-
jor ; todavia, se essa promoção se der durante o anno lec- legio Militar.
tivo, conservar-se-hão em serviço até o fim cla epoca or- A r t . 94." Ao capellão do collegio cabe, alem da assis-
dinaria de exames. tência moral junto dos alumnos, o ensino da doutrina
A r t . 90.° O vencimento annual dos regentes de estudo christã, historia sagrada e praticas religiosas.
constará do soldo da patente e de 240^-000 réis de grati- A r t . 95.° Os livros a adoptar no ensino do collegio se-
ficação. rão escolhidos pelo conselho literário, antes de começar
CAPITULO XV cada anno lectivo, de entre os approvados para o ensino
nos lyceus.
Dos e s t a b e l e c i m e n t o s a u x i l i a r e s do e n s i n o Art. 9G.° Serão despedidos do collegio os alumnos in-
e respectivo pessoal
ternos que não obtiverem passagem, ficarem reprovados
A r t . 91." P a r a os exercicios escolares haverá no col- ou perderem o anno por faltas dois annos successivos na
legio, alem das aulas e das salas de estudo, uma biblio mesma classe.
teca, um gabinete de physica, um laboratorio de chimi- § unico. Se as perdas clo anno forem motivadas por
ca, um museu de exemplares de sciencias naturaes, um doença,9 7 o alumno só será abatido ao effectivo do batalhão
jardim botânico, uma estação meteorologica, um museu collegial, quando tal facto se repita seguidamente pela ter-
geographico, uma sala para projecções luminosas e confe- ceira vez.
rencias, officinas para trabalhos manuaes, um gymnasio, Art. 97." Nenhum alumno interno permanecerá no col-
uma sala cle esgrima, um picadeiro e uma carreira de tiro legio depois do dia em que completar dezoito annos de
reduzido. idade ; se, porem, estiver frequentando a 6. ;l ou 7. a clas-
§ 1.° O bibliotecário será um professor eleito, de dois ses, ser-lhe-ha permittido continuar até o fim clo curso,
em dois annos, pelo conselho literário. emquanto pelo seu procedimento so tornar merecedor
§ 2.° A direcção, conservação e engrandecimento do d'esta concessão e tiver aproveitamento em todas as dis-
gabinete cle physica, laboratorio cle chimica e estação me- ciplinas.
teorologica ficarão a cargo do professor mais graduado ou A r t . 98." As alterações e modificações no regime lite-
mais antigo do õ.° grupo. rário dos lyceus serão seguidamente introduzidas no regu-
§ 3.° A superintendencia no museu de modelos de lamento literário do collegio, ouvido previamente o con-
sciencias naturaes e do j a r d i m botânico caberá ao profes- selho de aperfeiçoamento.
sor mais graduado ou mais antigo clo G.° grupo. Art. 99." Ficam revogadas as disposições do regula-
§ 4.° O museu geographico estará a cargo do professor mento literário do collegio, decretado cm 3 de outubro
mais graduado ou mais antigo do 4.° grupo. de 1895.
Outubro 17 462 l'J05
MINISTERIO DAS OBRAS PUBLICAS, COMMERCIO E INDUSTRIA MINISTERIO DOS NEGOCIOS ECCLESIASTICOS E DE JUSTIÇA
Direcção Geral da Agricultura Direcção Geral dos N e g o c i o s de J u s t i ç a
O decreto de 21 de janeiro de 1903 determina que Usando da autorização concedida ao Governo pelo ar-
façam parte do Conselho Superior de Agricultura, seeçíio tigo 1.° cla carta de lei de 21 cle setembro de 1897, e
agronomica, os presidentes do conselho e da commissão di- tomando em consideração as informações que me foram
rectora do Mercado Central de Productos Agricolas, o presentes: hei por bem decretar que os districtos dos jui-
inspector geral dos vinhos e azeites e o inspector technico zos de paz das comarcas dos districtos administrativos
das farinhas e do pão. abaixo designados sejam fixados nos termos do mappa
Tendo sido extinctos estes logares pelo decreto de 22 adjunto, que faz parte integrante d'este decreto e vae
de julho ultimo, que organizou os serviços cle fomento assinado pelo Ministro e Secretario de Estado dos Nego-
commercial cle productos agricolas, e sendo conveniente cios Ecclesiasticos e cle Justiça.
que as estações officiaes que substituíram aquellas conti- O mesmo Ministro e Secretario de Estado assim o te-
nuem a ter representação no mesmo conselho: hei por nha entendido e faça executar. Paço, em 23 de outubro
bem determinar que façam parte da secção agronomica do de 1905. = R E I . = Arthur Pinto cle Miranda Monte-
Conselho Superior de Agricultura: o presidente do Con- negro.
selho de Fomento Commercial de Productos Agricolas, o
presidente cla direcção clo Mercado Central de Productos Mappa dos districtos de juizo de paz, a que se refere o decreto
Agricolas, o presidente da direcção da fiscalização dos d'esta data
productos agricolas e o inspector das companhias vini-
colas. Districto judicial da Relação de Lisboa
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios das
Obras Publicas, Commercio e Industria assim o tenha en- Denominação e sede dos districtos
F r e g u e s i a s de quo se compõem
tendido e faça executar. Paço, em 23 de outubro de 1 9 0 5 . = de paz
R E I . = D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
D . do G. n.° 212, de 25 de outubro de 1905.
Districto administrativo de Leiria
Comarca de Alcobaça
MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO /Alcobaça.
I A l j u b a r r o t a (Nossa S e n h o r a dos
I Prazeres).
Direcção Geral de Administração Politica e Civil / A l j u b a r r o t a (S. V i c e n t e ) .
Alcobaça \ Cella.
a
2. Repartição j E v o r a de Alcobaça.
| Maiorga.
\ Vestiaria.
Sendo-me presente o processo cle syndicancia em que
a Camara Municipal do concelho de Torres Vedras foi ar- Alpedriz.
guida de diversos abusos por motivo de irregularidades Alpedriz. Cós.
de escrituração, falta cle cumprimento de disposições le- Pataias.
gaes applicaveis á sua contabilidade e clo preceituado nos Famalicão.
artigos 426.° e 427.° do Codigo Administrativo, applica- Pederneira (Pederneira.
ção de receitas em desacordo com as autorizações orça- Vallado dos F r a d e s .
mentaes e até sem previas deliberações, delegação de at-
Alfeizerão.
tribuições privativas e desleixo pelos interesses do muni- S. Martinho do P o r t o .
S. M a r t i n h o do P o r t o .
cipio ;
Considerando que da prova acêrca d'estas accusações Benedita.
resulta que a gerencia cla syndieada é nociva aos interes- Turquel ^Turquel.
[ Vimeiro.
ses dos seus administrados e ás conveniências da adminis-
tração publica: Comarca de Alvaiázere
Hei por bem, conformando-me com a consulta da Pro-
caradoria Geral da Coroa e Fazenda e a proposta do go- Almoster.
vernador civil do districto de Lisboa, dissolver a mesma
camara, mandar que dentro do prazo legal se proceda á
ÍAlvaiazere.
eleição de outra, e nomear para a gerencia municipal do Cabaços P e lPme dá .r o d o
i®- Re
S° da Murta
"
' (PUBSOS.
referido concelho, até que entrem em exercicio os novos
I
eleitos, uma commissão composta dos seguintes vogaes d e
effectivos: Joaquim Pedro Marques Sobrinho, Augusto Macâs de D . M a r i a ^inho.
( M a ç a s de D. Maria.
Pinheiro da Silva, Manoel Gregorio de Miranda Júnior,
Joaquim José de Bastos, Abel de Sousa Bernardes, An- Comarca de Ancião
tonio Alves dos Reis e David Simões; e dos seguintes Alvorge.
substitutos: Alberto de Oliveira Bastos, Joaquim Roque Ancião.
do Valle, Josó Luis Ribeiro, Antonio Agostinho da Cruz Ancião iGuarda.
Reis, José Duarte Capote, Rafael Henrique Ferreira e ' T o r r e d e . V a l l e de T o d o s e a p a r t e
Angelo Custodio Botelho. dos logar.es de F i g u e i r a s P o d r e s
d a f r e g u e s i a d a Cumieira.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
I
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paco, em Avellar.
Chão de Couce.
23 de outubro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho. Lagarteira.
D . do G. n.° 213, de 20 do outubro de 1(05. Pousa Flores.
Outubro 17 466 1905
Denominação Denominação
Freguesias de que sc compõem e sede dos districtos de paz Freguesias de que se compõem
e sede doe districtos de paz
Alvorninha. Abiul.
Abiul... Villa Cãa.
C a r v a l h a l Bemfeito.
Alvorninha Santa Catarina.
Vidaes. Louriçal.
Louriçal
M a t a Mourisca.
A t o u g u i a da B a l e i a .
Atouguia da Baleia. Pelariga.
S e r r a de E l - R e i . Pombal .
Pombal.
Caldas d a R a i n h a .
Coto. Redinha.
Almagreira.
Salir do Mato. Redinha.
Caldas da R a i n h a .
\ Salir do P o r t o .
[ S e r r a do Bouro. SantTago de Litem.
SantTago de Litem
[Tornada. S. Simão de L i t e m .
Amoreira. (Arrimai.
Dos N e g r o s . Juncal. . (Mendiga.
Óbidos ( S a n t a Maria). (Juncal.
Óbidos
Óbidos (S. P e d r o ) . !
Sobral da Lagoa. Alqueidão da Serra.
! Vau.
Peniche
Í Peniche (Ajuda).
P e n i c h e (Conceição).
P e n i c h e (S. P e d r o ) .
Í
Alçaria.
Alvados.
Districto administrativo
Mira. de Portalegre
P o r t o de Mós (S. J o ã o ) .
{ Castanheira.
Campello.
ComarcaP ode
r t o d e Mós (S. P e d r o ) .
Avis
Serro Ventoso.
Alconego.
Coentral. A l d e i a Velha.
/Aguda. Avis. Avis.
lArega. Maranhão.
F i g u e i r ó dos Vinhos / F i g u e i r ó dos V i n h o s .
Villa
G r a ç a .F a c a i a . Benavilla.
Benavilla.
Vallongo.
Pedrogam Grande. Pedrogam Grande.
Ervedal.
Ervedal .. Figueira e Barros.
Comarca de Leiria
Azóia.
Barosa.
Í Areias.
Barreira. Marvão.
Cortes. Comarca de E l v a s
Leiria.
Leiria.
Marrazes. / Aventosa.
Parceiros. I Cay a.
Pousos. l E l v a s (Alcaçova).
I JElvas (S. P e d r o ) .
Amor. Alcaçova ( S a n t a Eulalia.
Marinha Grande. Macieira. ISanto Ildefonso.
Marinha Grande. |S. Lourenço.
[S. Vicente.
Coimbrão. \Varzea.
Monte R e d o n d o .
Monte R e d o n d o .
Campo Maior ( E x p e c t a ç ã o ) .
Í
i Milagres. Degolados.
Campo M a i o r .
Souto da C a r p a l h o s a j R i g u e i r a de P o n t e s .
(Souto da Carpalhosa.
O u g u e l l a e Campo Maior (S. J o ã o
Baptista).
1905 467 Outubro '23
Repartição de Minas
I(
Ajuda.
Barbacena.
Elvas (Salvador). 2.» SccçSo
. . E l v a s (Sé).
Terrugem.
Villa Boim. E u El-Rei faço saber aos que este meu alvará virem
Villa F e r n a n d o . que, tendo-me sido presente o requerimento em que Ar-
naldo Baptista Coelho e Vergilio Coelho de Andrade pe-
Comaroa de Fronteira dem a transmissão da licença para a exploração das nas-
centes de aguas minero-medicinaes das Caldinhas, situadas
A l t e r do Chão e A l t e r Pedroso.
na freguesia de Areias, concelho de Santo Tirso, districto
A l t e r do Cliào.
Í Cabeço de Vide.
do Porto;
Considerando que, por alvará de 4 dc outubro de 1894,
(FS reodna t. e i r a .
foi concedida licença para exploração das referidas nas-
Fronteira I Santo Amaro.
V a l l o n g o (S. S a t u r n i n o ) . centes a Manoel Joaquim Marques ;
Vistos os documentos por onde se prova que os reque-
i Al muro. rentes são legitimos cessionários dc todos os direitos con-
Vaiamonte .
' Vaiamonte. feridos pelo citado alvará de 4 de outubro cle 1894 e que
foi pago o imposto exigido polo artigo 5.° cla lei de 13 cle
Comarca de Nisa
abril de 1874;
Alpalhão. Alpalhão. Vistas as consultas do Conselho Superior de Obras Publi-
cas e Minas e do Conselho Superior de Hygiene Publica;
Amieira . A m i e i r a e Villa Flor.
Vistos o artigo 57." do decreto com força de lei de 30 cle
setembro de 1892, o artigo 18.° e o § 4.° do artigo 57.° do
Gavião j£tal.»ia-
Gaviao. regulamento approvado por decreto cle 5 de julho de 1894:
Hei por bem, conformando-me com as mencionadas con-
sultas, approvar a transmissão da licença para a explora-
Arez.
Í
ção das nascentes de aguas minero-medicinaes das Caldi-
N i s a ( E s p i r i t o Santo).
nhas, situadas na freguesia das Areias, concelho de Santo
Tirso, districto do Porto, para Arnaldo Baptista Coelho e
Vergilio Coelho cle Andrade, bem como o projecto para
Caixeiro.
Montalvão. ampliação e melhoramento do estabelecimento hydro-ther-
Tolosa. mal, ficando sujeitos a todos os encargos e obrigações im-
Nisa (Espirito Santo).
N i s a (Nossa S e n h o r a da G r a ç a ) . postos pelo citado alvará de 4 de outubro de 1894, que
Comarca de PPonte
é da S ade r r a .Sor regula o aproveitamento das nascentes de aguas minero-
Commenda.
' TCo lhoa snac .e l l a r i a . medicinaes e a exploração dos estabelecimentos annexos,
Galveias. e a todas as leis e regulamentos que de futuro vierem a
Ponte de Sor. Margem. ser promulgados.
Montargil.
P o n t e de Sor.
Pelo que mando a todos os tribunaes, autoridades e
mais pessoas a quem o conhecimento d'este meu alvará
Comarca de Portalegre competir que o cumpram e guardem e façam cumprir e
guardar tão inteiramente como nelle se contém.
Arronches. Não pagou direitos clo mercê por os não dever.
Esperança.
Arronches. Mosteiros. E , por firmeza do que dito é, este vae por mim assi-
Rosario. nado e sellado com o sêllo das armas reaes e com o de
S. B a r t o l o m e u . verba.
A l d e i a da M a t a .
Dado no Paço, aos 23 de outubro de 1 9 0 5 . = E L - R E I . =
Crato. D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osorio.
Crato (Logar do sêllo das armas reaes).
F l o r da Rosa.
Martyres. Alvará pelo qual Vossa Majestade ha por bem appro-
var a transmissão da licença para a exploração das nascen-
Gafete.
Gafete. tes de aguas minero medicinaes das Caldinhas, situadas
V a l l e do P e s o .
na freguesia das Areias, concelho de Santo Tirso, districto
Algalé. do Porto, para Arnaldo Baptista Coelho e Vergilio Coelho
Assumar. de Andrade, btyn como o projecto para ampliação e me-
Monforte.
Monforte.
Prazeres. lhoramento do estabelecimento hydro-thermal, pela forma
e com as prescrições retro declaradas.
Alegrete. Para Vossa Majestade ver.
Alagoa. Passou-se por despacho de 6 de outubro do corrente anno.
Carreiras.
P o r t a l e g r e (Fortios). (Logar do sêllo de verba).
P o r t a l e g r e (S. L o u r e n ç o ) . N.° 1 : 2 6 7 . — P a g o u de sêllo de verba a quantia de
Portalegre
P o r t a l e g r e (Sé). 10;>000 réis.
Reguengo. Lisboa, Receita Eventual, em 2 de outubro cle 1 9 0 5 . =
R i b e i r a de N i s a .
S. Julião. O Escrivão, W. S. R. de Oliveira = O Recebedor, C. Real.
\Urra. Pagou 23iJÕ95 réis de emolumentos e addicionaes, verba
n.° 702, de 21 de outubro de 1905. = Arthur dos Marty-
res Ventura.
Paço, em 23 de outubro de 1905. = Arthur Pinto de
Emygdio Cardoso o fez.
Miranda Montenegro.
D. do O. n.° 214, do 27 do outubro de 11)05. D. do o . n.° 2.1-1, do 27 de oulubro do 1905.
30
Outubro 17 468 1905
C L A S S E 6. a
Administração Geral das A l f a n d e g a s
Manufacturas diversas
2.a Repartição
O b r a s de m a t e r i a s animaes
L u v a s d e pellica Par £250 Manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Estado
dos Negocios da Fazenda, ouvida a Administração Geral
O b r a s de m a t e r i a s v e g e t a e s diversas das Alfandegas, que seja criado um posto fiscal em L e ç a
da Palmeira, que se denominará Posto Fiscal de Leixões
Kilogr. £025 e que ficará fazendo parte da secção de Matozinhos da
l V a s i l h a m e novo. . D £055
V £O20
2. a companhia da circunscrição do norte da guarda fis-
M a d e i r a em obra -Vasilhame usado.
(Diversa ti jiíUO cal, competindo ao alludido posto as attribuições dadas ao*
Outubro 17 470 1905
3.a Repartição Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.° n.° 1.°,
57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a Camara Munici-
pal do concelho de Idanha-a-Nova a contrahir um empres-
Circular d e 2 de n o v e m b r o d c 1 9 0 o timo de 5:000#000 róis, amortizavel em vinte annuidades
não excedentes a 500^000 réis cada uma, garantidos pelo
111.™10 Sr.—-Determina o artigo 45.° clo decreto de 29 fundo de viação
> da mesma camara,! a fim dc ser exclusi-
de agosto ultimo que, depois de publicada a lista definitiva vãmente applicado ás obras cle conclusão cla estrada mu-
dos livros approvados para o ensino secundário, sejam nicipal de Medelim a Monsanto e de construcção de outra
adquiridos para a biblioteca de cada lyceu dois exempla- do alto da Cêrca á povoação da Mata.
res de cada obra approvada, a fim de poderem ser exami- O Ministro e Secretario cle Estado doa Negocios do
nados pelos respectivos professores, e escolhidos os que, Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
de entre os livros approvados, forem julgados mais pro- 3 de novembro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
prios para o referido ensino. ,
D . do G. n.° 2Õ0, de -1 do novembro do 10U5.
Attendendo, porem, não só á circunstancia de que, no
presente anno lectivo, se consideram approvados todos os
livros que o hajam sido, em merito absoluto, pelas com-
missões nomeadas para o exame de livros do ensino se-
Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55.",
cundário ou pelo Conselho Superior da Instrucção Publica,
n.° 1.°, 57.° e 425.° do Codigo Administrativo, a Camara
depois da publicação da lei de 28 de maio de 189G, mas
Municipal do concelho de Monção a contrahir um empres-
ainda ao facto de serem quasi todos os livros que cons-
timo da quantia de 10:500$000 róis, amortizavel em trinta
tam da relação publicada no n.° 247 do Diario do Go-
annuidades não excedentes a 800^000 réis cada uma, a
verno, de 31 de outubro, j á conhecidos dos respectivos
fim de applicar 6:365f)023 réis á immediata amortização
professores, que estão portanto em condições de facilmente
dos emprestimos autorizados pelo decreto de 26 de agosto
poderem orientar a sua escolha, foi superiormente deter-
de 1899 e 29 cle agosto cle 1900; 1:934^377 réis ao pa-
minado que no corrente anno se não procedesse á acquisi-
gamento clo passivo e despesas de mobiliario do estabele-
ção dos livros de que trata o citado artigo, evitando-se
cimento thermal daquella villa, e 2:200/>000 réis ás obras
por esta forma uma despesa que iria onerar desnecessa-
de construcção clo matadouro municipal.
riamente as verbas que elevem satisfazer esse encargo.
O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
Sirva-se, pois, V. S. a providenciar de modo que a re-
Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em
ferida escolha se faça o mais breve possivel, tendo em
3 de novembro de 1905. = R E I . = Eduardo José Coelho.
vista que só nella poderão intervir os professores effecti-
vos do quadro d'esse lyceu, devendo ser immediatamente D . do G. n." 250, de í de novembro dc 1905.
magisterio official, podem consagrar ao ensino maior nu- das diversas disciplinas da instrucção secundaria, os pro-
mero de horas diarias; grammas que baixam assinados pelo Conselheiro de Es-
Sendo indispensavel fixar a retribuição que deve caber tado, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do
a cada professor pelo serviço extraordinario de regencia, Reino.
excedente ás 12 horas semanaes a que cada um é obri- O mesmo Conselheiro de Estado, Ministro e Secretario
gado nos termos do n.° õ.° do artigo 6.° do decreto de 29 de Estado dos Negocios clo Reino, assim o tenha entendido
de agosto cle 1905: e faça executar. Paço, em 3 de novembro de 1905. =
Hei por bem decretar o seguinte: R E I . = Eduardo José Coelho.
Artigo 1.° Nos casos em que, depois de distribuídas 12
horas de lição semanal a cada professor, houver um ex-
cesso cle horas de lição a distribuir, e quando se façam PROGRAMMAS
desdobramentos das classes nos termos do artigo 9.° do
decreto de 29 de agosto de 1905, serão estes serviços
confiados aos professores do lyceu, preferindo sempre os PROGRAMMA DE PORTUGUÊS
effectivos, uma vez que tenham a competencia e idonei- I Classe
dade precisas. Leitura e explicação dos textos. Reproducção oral clc
Art. 2.° Todo o professor que for chamado a este ser- assuntos lidos. Recitação de pequenas composições em
viço extraordinario perceberá, alem dos vencimentos a que verso.
tiver direito, uma gratificação de 1/jOOO réis por cada tempo Estudo das generalidades grammaticaes reduzidas a
de lição semanal que lhe for distribuída e exceder as 12 formulas simples e tendo sempre como ponto de partida
a que é obrigado. a leitura e o uso.
§ unico. A nenhum professor podem ser distribuidas Exercicios de orthographia em ditados semanaes. E x e r -
mais cle 8 lições semanaes alem das doze a que é obrigado. cicios de redacção sobre elementos dados. v
-
Art. 3.° E s t a gratificação ó contada desde o dia da
abertura das aulas até o seu encerramento, e apenas é II Classe
descontada nos dias feriados enumerados no § unico clo Leitura e explicação dos textos. Reproducção oral e es-
artigo 10.° do decreto de 29 de agosto cle 1905. crita. Recitação.
Art. 4.° Ficam revogadas as disposições em contrario. Continuação do estudo das regras grammaticaes ensina-
O Conselheiro de Estado, Ministro c Secretario de Es- das por meio da leitura e clo uso. Composição e derivação
tado dos Negocios do Reino assim o tenha entendido e de palavras (casos muito simples).
faça executar. Paço, em 3 de novembro dc 1905. = R E I . = Exercicios cle orthographia em ditados quinzenaes.
Eduardo José Coelho. Exercicios de redacção sobre elementos dados e sobre o
D. clo Cí. n." 250, ilc '1 ilo novombro du 1005 t
assunto dos trechos lidos. Modificações lexicologicas e
syntacticas.
III Classe
Decreto n.° 2 de 3 de novembro d c 190.) Leitura e explicação dos textos. Leituras feitas em casa
e verificadas na aula pelo professor. Recitação.
Sendo prcciso determinar melhor a gratificação que com- Revisão c complemento da grammatica estudada nas
pete ao roitor do lyceu que, de futuro, só póde ser um classes anteriores. Noções de composição e derivação de
professor effectivo dos lyceus ou professor do ensino su- palavras. 1
perior, nos termos clo § 1.° do artigo 8.° do decreto de Exercicios de composição sobre assuntos bem conheci-
29 de agosto de 1905: dos dos alumnos. Formulas epistolares.
Hei por bem decretar o seguinte: Noções de versificação baseadas na leitura.
Artigo 1." O roitor do lyceu, quando for professor do
ensino superior, tem, alem clo seu ordenado de categoria, Observações.— ívo livro cle g r a m m a t i c a serão expostos os princi-
a gratificação de 5003000 réis, se o lyceu ó central, c cle pios g r a m m a t i c a e s com a m a i o r s i m p l i c i d a d e e c l a r e z a , com i n t u i t o
m e r a m e n t e p r a t i c o sem classificações minuciosas, nem t e r m o s q u e
400í>000 réis, se o lyceu é nacional. e s t e j a m fóra do uso commum.
Art. 2." O reitor, quando for professor dc lyceu, é obri- O livro d e l e i t u r a s e r á o r g a n i z a d o d e m a n e i r a a servir p a r a as
gado a exercer o ensino, e tem, alem clo seu vencimento t r e s p r i m e i r a s classes. Os trechos devem ser e x t r a h i d c s das o b r a s
de categoria c gratificação de exercicio, uma gratificação p r i m a s dos escritores p o r t u g u e s e s e offerecer s e m p r e i n t e r e s s e á
l e i t u r a : a sua difliculdade crescerá g r a d u a l m e n t e . Os t r e c h o s em
de 300^1000 réis, sc o lyceu é central, e clo 200&000 réis, prosa terão por assunto p r i n c i p a l m e n t e l i g e i r a s descrições de cho-
se o lyceu é nacional. r o g r a p h i a de P o r t u g a l e colonias, l e n d a s n a c i o n a e s e p e n i n s u -
§ unico. Ao reitor que for professor effectivo de lyceu lares, b i o g r a p h i a s d e p o r t u g u e s e s illustres e n a r r a ç õ e s h i s t ó r i c a s
muito simples em relação com o p r o g r a m m a de h i s t o r i a , p e q u e n a s
devem ser distribuídas seis horas de lição semanal. dissertações sobre a g r i c u l t u r a c i n d u s t r i a , e t c . ; e u a s composições em
Art. 3.° No impedimento, por qualquer motivo, do rei- verso p r o c u r a r - s e - h a a t t i n g i r o conveniente fim educativo, com f a -
tor, a gratificação de exercicio da funcção de reitor per- bulas, contos t r a d i e i o n a e s , romances p o p u l a r e s postos em p o r t u -
tence ao professor que legalmente o substituir. guês moderno, v a r i e d a d e de poesias dos tempos modernos, etc.
Art. 4.° Ficam revogadas as disposições em contrario.
IY Classe
O Ministro e Secretario clc Estado dos Negocios clo Reino
assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 3 de Leitura e explicação dos textos. Leitura feita em casa
novembro de 1905. — R E I . —Eduardo José Coelho. pelos alumnos e verificada na aula pelo professor. Reci-
tação.
D . (lo G. n.° 250, do -1 ilo novembro (le 1905.
Estudo da composição e derivação das palavras. Tlieo-
ria cla flexão. Revisão e complemento do estudo da ver-
sificação.
Decreto n." 15 rir I! dc novembro dc I!)0o Exercicios cle composição.
Noções muito simples de historia literaria, a proposito
Tendo em vista o disposto 110 artigo 5(>.° do decreto clo cla leitura.
29 de agosto do 1.905; e ouvido o Conselho Superior da V Classe
Instrucção Publica: Leitura c explicação dos textos. Leitura feita em casa
Hei por bem mandar que nos lyceus do continente do pelos alumnos c verificada na aula pelo professor. Recita-
reino e das ilhas adjacentes se observem, para o estudo ção.
1905 475 Outubro '23
ção, t r a n s f o r m a ç ã o e imitação. Restituição de f r a s e s com tempos, emprego dos auxiliares de modo e emprego das
elementos omissos. preposições. Composição e derivação.
E x e r c i c i o s de conversação com o possivel desenvolvi-
m e n t o , não se cingindo u n i c a m e n t e á leitura. YI e VII Classes
Grammatica inglesa.— Revisão e complemento da mor-
phologia. Curso elementar syntactico, especialmente sobre Inglês
a regencia dos v e r b o s , os verbos auxiliares, o emprego
L e i t u r a de algumas o b r a s classicas da literatura ingle-
dos modos e tempos, das f o r m a s nominaes do verbo, os
sa, especialmente clos melhores d r a m a s historicos e trage-
preceitos mais necessarios relativos ao artigo, substantivo,
dias dc S h a k e s p e a r e em edições inglesas escolares. Lei-
adjectivo, pronome e adverbio. E m p r e g o das preposições
t u r a de autores modernos, como nas classes 4 . a e 5. a
mais i m p o r t a n t e s . D i t a d o .
E s t u d o cla literatura aproveitado p a r a o e m p r e g o da lin-
Grammatica allemã.— E s t u d o da morphologia e da syn- gua inglesa. Conversação como nas classes anteriores.
t a x e como p a r a o inglcs, mas muito menos intenso. E m - Estudo cla synonvinia, antonyuiia e homonymia, da ver-
especial : estudo um pouco mais desenvolvido clas declina- sificação e cla estilística, ligado a exemplos concretos. Ele-
ções ; s y n t a x e elementar clos casos ; orações principaes ° mentos cla terminologia technica e scientifica. Composição.
s u b o r d i n a d a s . E s t u d o elementar da derivação e composi- Revisões g r a m m a t i c a e s ; a g r a m m a t i c a s e p a r a d a cla leitura
ção. Ditado. e simples auxiliar.
Observações.— O methodo de ensino d i r e c t o s e r á p r e d o m i n a n t e . Allemão
O isso oral da l i n g u a e s t r a n h a p r e f e r e aos exercicios escritos. E s -
L e i t u r a do algumas obras classicas da l i t e r a t u r a allemã,
t a s considerações a p p l i c a m - s e a t o d a s as classes.
especialmente cle Schiller e cle Goethe, em edições alle-
Os trechos d a selecta devem conter g r a n d e copia de informações
mãs escolares. L e i t u r a de obras dc escritores modernos,
u t e i s r e f e r e n t e s ao p a í s respectivo, sendo de p a r t i c u l a r i n t e r e s s e
de n a r r a t i v a s cle viagens ou cle pequenos manuaes scienti-
os trechos g e o g r a p h i c o s . A l e i t u r a do verso deve a l t e r n a r com a da
prosa. Os alumnos d e v e m decorar b r e v e s composições poéticas.
ficos. accessiveis o apropriados ao desenvolvimento dos
P a r a o allemão todos e s t e s exercicios serão muito menos inten-
alumnos (por exemplo, alguns dos pequenos volumes da
sos do que p a r a o inglês.
collecção Gõschen); n o m e a d a m e n t e leitura de A . von I i u m -
boldt (Ansiehten der Ka(ur). E l e m e n t o s da terminologia te-
IV e V Classes
chnica e scientifica.
Inglês O estudo cla literatura (especialmente em biographias)
L e i t u r a de algumas obras modernas, não muito exten- pocle ser aproveitado p a r a o e m p r e g o da lingua allemã,
sas mas cle conteúdo valioso, dos diversos .domínios da quando o g r a u cle a d e a n t a m e n t o clos alumnos o p e r m i t t a .
literatura, especialmente livros cle viagens e de conheci- Conversação como nas classes anteriores. E s t u d o cla sy-
mentos uteis, p e q u e n a s novellas, obras históricas e com- nonymia, cla versificação e cla estilística, ligado a e x e m -
posições poéticas; n o m e a d a m e n t e leitura de AV. Scott, plos concretos. Composição. Revisões do g r a m m a t i c a ; a
Dickens e Tennyson. g r a m m a t i c a simples auxiliar da leitura.
T r a d u c ç õ e s oraes e p o r escrito.
Livros para este ensino
R e t r o v e r s õ e s , bem como todos os exercicios indicados
;l 1) U m a g r a m m a t i c a i n g l e s a p a r a as á.", 3. a , 4.a e 5.a classes, etn
p a r a a 3. classe, p r o g r e s s i v a m e n t e mais livres.
dois volumes, servindo o p r i m e i r o p a r a as classes 2.a e 3." e o se-
E s t u d o do vocabulario systcmatico e elaboração cle listas g u n d o p a r a a 4." e õ." C a d a volume d e v e ser v e n d i d o s e p a r a d a -
de p a l a v r a s j á conhecidas pela leitura, dispostas segundo mente.
o Sentido e segundo a etymologia, com maior desenvolvi- tí) Uma selecta inglesa p a r a as classes 2." e 8. a
mento clo que nas classes antecedentes. 3) Uma g r a m m a t i c a allemà p a r a as classes 2. a , 3.", 4." e 5. a , cm
dois volumes. C a d a volume d e v e ser vendido s e p a r a d a m e n t e .
Conversação, tendo especialmente como assunto des- 4) Uma s e l e c t a allemã p a r a as classes 2." e 3."
crições do país, clos usos e costumes clo povo inglês e 5) U m a selecta allemã p a r a as classes 4. a e 5. a
das variadas manifestações cla sua actividade.
Grammatica.—Na 4 . a classe: revisão da m o r p h o l o g i a ;
curso complementar syntactico. Na 5. a classe: estudo sys-
tematico da g r a m m a t i c a inglesa, ordenado segundo as I M t O G K A m DE lUSTOIiIA
p a r t e s do discurso e sempre acompanhado dc numerosos
I Classe
exemplos typicos.
Historia summaria cle Portugal desde as origens
Observação.— A l e i t u r a e a g r a m m a t i c a serão, na 5." classe, até 1580
objecto de lições especiaes, c o n s i d e r a n d o - s e a u l t i m a s i m p l e s m e n t e
como auxiliar da p r i m e i r a .
As origens. — A peninsula ibérica e a antiga Lusitania.
Colonias phenicias, g r e g a s e cartilaginosas. A conquista ro-
Allemão
m a n a . As invasões b a r b a r a s . Os visigodos. A invasão a r a b e .
L e i t u r a cle trechos da selecta, p r o g r e s s i v a m e n t e mais Pehigio nas Astúrias. O reino cle L e ã o .
difficcis; principalmente de bons modelos (le prosa didae- A constituição territorial do reino.— Henrique de Bor-
tica c descritiva, variada, rica dc noções uteis, de pensa- gonha o o condado portucalense. D. T e r e s a . G o v e r n o
mentos e de impressões estheticas, cle sorte que não fati- clos primeiros reis desde D . Affonso H e n r i q u e s até D . Af-
gue com a aridez clo assunto ou do estilo. fonso I I I . L u t a s pela independencia. A u m e n t o gradual clo
T r a d u c ç õ e s , oraes e por escrito. territorio até a conquista definitiva do A l g a r v e . Discórdias
R e t r o v e r s õ e s , bem como todos os exercicios indicados inteinas. Influencia cla nobreza o do clero. A multiplicação
p a r a a 3. a classe, simples e apropriados ao saber dos das povoações e a acção crescente do povo na adminis-
alumnos. tração clo pais.
E s t u d o do vocabulario como p a r a o inglês. A organização interna. — Os m o n a r c h a s administrado-
Conversação, tendo especialmente como assunto des- res : D . Dinis, D . Affonso I V , D . P e d r o ] e D . F e r n a n d o .
crições clo país, clos usos e costumes clo povo allemão e Protecção á a g r i c u l t u r a , commercio e m a r i n h a . O r g a n i z a -
das diversas manifestações cla sua actividade. ção da j u s t i ç a . A lingua portuguesa e a instrucção nacio-
Grammatica. — R e v i s ã o e complemento g r a d u a ! da mor- nal. G u e r r a s com Castella.
phologia; ein especial declinações o verbos fortes. Curso A tcpansào externa.— G u e r r a da Independencia. O Mos-
syntactico p r o g r e s s i v o ; em especial: construcção, regên- tro clo Avis, Nuno Alvares e João das R e g r a s . Governo
cia cle verbos e adjectivos, particularidades clos modos o clc D. Joào I . I m p o r t a n c i a do povo. Inicio das conquistas
Novembro 1G 478 1Í105