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MESOPOTÂMIA

Prof: Gabriel Garcia Braz

Para iniciarmos a falar sobre a mesopotâmia, temos que entender o que significa O
modo de produção asiático. Esse modo de produção era utilizado pelo Egito e também na
região da Mesopotâmia. Como características gerais desse modo de produção podemos citar
que, as civilizações eram dependentes de canais de irrigação, sendo assim, se desenvolviam
perto de nascentes de água. Pois eram nas margens dos rios que desenvolviam sua agricultura.
Como a população foi crescendo, fora preciso produzir mais alimento, desenvolveram
portanto, os canais de irrigação, transportando água dos rios até terras inférteis, as tornando
boa para o plantio. A região que continha essas nascentes de água (rio Nilo no Egito, rios
Eufrates e Tigre na Mesopotâmia e o rio Jordão na Palestina) eram chamada de Crescente
Fértil.
Com a necessidade de elevar a produção de alimento, surgia a necessidade de adquirir
novas terras, mas não pela compra, e sim pela guerra. Foi aí que essas civilizações passaram a
ser impérios, se utilizando de políticas imperialistas, ou seja, buscando conquistar novos
territórios. Os Assírios por exemplo, foram os primeiros a ter um exército permanente, antes
deles, os soldados eram os próprios camponeses.
Esses Impérios eram teocráticos, eram portanto, civilizações expansionistas com a
política legitimada pela religião. Religião que dava direito divino ao governante principal
(Imperador/Faraó/Patesi) a centralizar o poder.
As terras dessas civilizações pertenciam todas ao Estado. Não existia a propriedade
privada dos modos de produção.A sociedade era estamental, ou seja, ocorria quase nenhuma
mobilidade social.

Os trabalhadores em sua maioria


eram servos (felás no Egito), eram
obrigados a trabalhar compulsoriamente nas
terras do Estado. Existia também escravos,
mas eles não escravizavam o próprio povo,
escravizam os povos perdedores de guerras.
A exceção aqui foram os Fenícios,
que não possuindo fontes para irrigação, e
sim sendo cercados por florestas de cedros,
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onde hoje é a Líbia, construíram barcos, e passaram aí a desenvolver a navegação e o
comércio marítimo.
Mesopotâmia
A palavra “Mesopotâmia” significa terra entre dois rios. A região se localiza entre os
rios Eufrates e Tigre. Foram esse rios que proporcionaram as civilizações mesopotâmicas a se
desenvolverem. A região era dividida geograficamente em alta Mesopotâmia (Norte), com
regiões montanhosas, e a baixa Mesopotâmia (Sul), com regiões de planícies. Todos os povos
que viviam naquela região, desenvolveram a partir da cultura suméria. Foram os sumérios que
construíram os diques ou muros, que protegiam as cidades das enchentes dos rios.

Os Sumérios
Os Sumérios foram o primeiro povo a se desenvolver na Mesopotâmia. Foram eles que
sofisticaram o uso das águas dos rios Eufrates e Tigres, inclusive, esse avanço foi feito antes
dos egípcios.
A história do Grande Dilúvio, foi escrito pela primeira vez pelos sumérios, em um
documento chamado de Epopéia de Gilgamesh.
Foram os sumérios também que fundaram as primeiras cidades-Estados:
1º Kish;
2º Ur (A residência de Adão);
3º Ururk (Diques construídos por Gilgamesh);
4º Lugash;
5º Eridu;
6º Nipur.
Foi por volta de 2050 a.C. que a vida política e econômica dos sumérios foram
consolidadas, claramente pautadas na religião politeísta.
As terras ali, eram propriedades dos deuses, que davam o sustento para os homens em
troca de sua servidão.
Cada cidade tinha seu próprio Zigurat (Santuário/Templo) no formato piramidal. Os
zigurat serviam de morada para os deuses, quando esses viessem à terra. Os governantes por
sua vez, eram representantes destes deuses no plano terreno.
Os sumérios eram excelentes agricultores, mas também eram bons comerciantes. Eles
produziam e vendiam artesanato, cerâmica, bem como produtos agrícolas, e eram
responsáveis por um sistema de irrigação bastante complexo.

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Os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Essa foi a primeira forma de
escrita. Por meio de centenas de símbolos desenhados da direita para a esquerda
(pictogramas), a escrita cuneiforme era feita com instrumentos que tinham a forma de cunha.
Como a região da mesopotâmia era muito vulnerável geograficamente, os sumérios
estavam suscetíveis à ataques.

Os Acádios
Os acádios se aproveitaram e se instalaram na mesopotâmia. Fundaram Akkad e por
volta de 2300 a. C., o rei Sargão I, unificou a região centro-sul da mesopotâmia e se declarou
o “rei dos quatro cantos do mundo”.
Os acádios formaram o primeiro império da região. E se espelharam muito na cultura
dos sumérios.
Entretanto, os acádios nunca tiveram grande estabilidade política, e por volta de 2200
a. C – 2000 a.C., os amoritas chegaram à mesopotâmia, muito provavelmente migrando pelo
deserto da Arábia.

Os Amoritas
Os amoritas foram conquistando cidades e instalaram sua capital na Babilônia. Nascia
o 1º Império Babilônico, que durou de 1894 a.C. até 1595 a.C.
O império babilônico vivia em guerra com outros povos da mesopotâmia, até aparecer
o rei Hamurabi, ele conseguiu trazer estabilidade para a região, se impondo da Assíria até a
Caldéia. Muito por seu código, o Código de Hamurabi.
O código de Hamurabi é baseado na lei do Talião, ou seja, no “olho por olho, dente
por dente”. As 282 leis foram talhadas em uma rocha de diorito. Elas foram escritas em letras
cuneiformes e continham normas e penalidades para os fatos que costumam ocorrer
diariamente na vida dos cidadãos. As leis exibiam penalidades para a falta de execução das
várias regras pré-estabelecidas e em diversas áreas como: agricultura, comércio, construção
civil, pecuária, relações familiares, entre outros. Essas penalidades aconteciam conforme a
posição ocupada pelo indivíduo culpado em relação à classe social.
A centralização política e jurídica, tornou a Babilônia um grande centro urbano,
cultural, econômico, científico e educacional.
Hamurabi destinou o culto ao deus Marduk, o tornando o deus supremo do panteão de
deuses mesopotâmicos. O zigurat construído para Marduk era imenso e de forma perimidal,
daí vem a lenda da Torre de Babel.

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Após a morte de Hamurabi o império se desestruturou, por causa de rebeliões e
ataques estrangeiros. Os Hititas passaram a dominar a região.

Os Assírios
Os assírios conseguiam sua hegemonia por volta de 2500 a.C. Sua capital e cidade
mais importante era Assur. A cidade ficava na planície e era bem vulnerável a ataques. Em
um primeiro momento os assírios se dedicavam à agricultura e a caça, mas tiverem que
militarizar-se. Como Assur era às margens do rio Tigre, havia muito recursos. Os assírios
utilizaram esses recursos para organizar o primeiro exército organizado da história. Até então,
quem lutava nas guerras eram os próprios servos. O exército assírio era composto com
formações fixas de combate, cavalaria, infantaria, sapadores e armas de arremesso. O Estado
se tornará militarizado e expansionista.
Os assírios eram violentos, dominavam pelo terror. Conquistaram a Assíria e o Egito,
buscando uma saída do golfo pérsico até o mar mediterrâneo.
O apogeu do império assírio foi entre os reinados de Senaqueribe (740 a.C. – 680 a.C.)
e de Assurbanipal (680 a.C. – 669 a.C.). Esse último invadindo e conquistando o Egito.
Assurbanipal era grande amante das artes e das ciências, ele fundou a Biblioteca de Nínive, de
onde se tiraram as valiosas informações sobre a história mesopotâmica. Os textos estavam
escritos no barro cozido em escrita cuneiforme.
Assurbanipal foi o mais cruel e o último grande rei dos assírios. O império assírio
caíra em 612 a.C. para Nabopassar, o rei dos caldeus.

Os Fenícios
Os fenícios vivam na região da Fenícia, uma extensa faixa litorânea, que se encontra
onde hoje é o Líbano e uma parte da Síria. Esse povo estava cercado pelo mar mediterrâneo e
pelas montanhas do Líbano. Seu recurso mais abundante era o cedro, encontrado nas florestas.
Utilizaram o cedro para fazerem barcos e daí desenvolverem o comércio. O comércio
prosperou na Fenícia, por essa estar localizada em uma encruzilhada de rotas comerciais. Os
fenícios navegaram por toda a costa norte da África, instalando feitorias. Eles até mesmo
chegaram na Itália e no sul de Portugal.
Os fenícios ficaram famosos não só pela púrpura e pelos tecidos multicolores que
exportavam, mas principalmente pelo alfabeto que criaram e pelas suas viagens marítimas e
comerciais com os povos do Oriente e do Ocidente. Quanto ao alfabeto, parece não haver
razões para se duvidar de que se deve aos Fenícios, que souberam aproveitar dos progressos
que já existiam na escrita cuneiforme, dando-lhe nova forma.
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Os fenícios tiveram como principais cidades Biblos, Sídon, e Tiro.
Os fenícios caíram para os caldeus e depois para os persas.

Os Caldeus
Após 7 anos da vitória dos caldeus sobre os assírios, o rei Nabopassar faleceu,
assumindo o trono, seu filho Naboconodosor, que viveu de 605 a.C. até 563 a.C., e durante
seu reinado foi o principal monarca. Foi o 2º Império Babilônico.
O exército dos caldeus era forte, e Naboconodosor era expansionista, conquistou o
Egito, a Assíria, Jerusalém, Palestina, Fenícia, etc.
Em 587 ocorreu a conquista do reino de Judá por parte dos caldeus. Enquanto
estiveram sob domínio babilônio, os hebreus sofreram deportações forçadas de sua terra natal
para locais sobre os domínios da cidade de Babilônia, e lá se transformavam em escravos. Isso
movimento ficou conhecido como Cativeiro babilônico. A primeira grande deportação foi
em 598 a.C. e a segunda em 587 a.C., foi nessa última que o templo sagrado do reino de Judá
foi destruído. As deportações ocorreram até que os persas invadissem a babilônia derrotassem
os caldeus, por volta de 539 a.C.

Os Persas
Os persas se situaram na região onde hoje é o Irã por volta de 1200 a.C., apesar de
poucas áreas férteis, aproveitaram o que tinham para praticar agricultura e pastoreio.
Entretanto, junto com os persas, os medos (povo inimigo dos persas) também vieram, e por
volta do século VIII a.C. fundaram Ecbátana, e partir daí começaram a oprimir o povo
pérsico, cobrando impostos e o dominando.
Ciro I conseguiu unificar as tribos persas e derrotar os medos, derrubando Ecbátana.
Em 559 a.C., os persas se tornavam independentes. Ciro deu o pontapé inicial para o império
persa se expandir, chegando ao seu auge com seu neto, Dario I, com cerca de 8.000 km².
O império persa foi o 1º império Multicultural do Mundo, uaaama vez que ao dominar
o território, os persas respeitavam a cultura do povo dominado, dava autonomia religiosa e
deixava o povo com certa autonomia financeira para governar sua cidade.
Dario I dividiu o império em satrápias, algo como províncias, cada satrápia tinha seu
sátrapa, seu governador. Com essa divisão, ele dava autonomia para os sátrapas governarem
as satrápais da melhor forma.
Também nesse mesmo momento, as Estrada Real foi criada. Era uma conjunto de
estradas de pedra, onde havia abrigo a cada 29 km, e isso por toda a extensão da estada, que
eram de 2500 km.
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Dario unificou o sistema tributário e implementou um código jurídico, foi um período
muito rico para o Império Persa.
A religião pesa era o zoroastrismo ou mazdeísmo, fundada pelo profeta Zaratustra.
Segundo essa crença, existia uma divindade suprema, onipotente e onisciente, Ahura Mazda,
que representava a luz, o bem e a verdade. E existia também a força oposta, representada por
seu irmão gêmeo, Ahriman, que trazia consigo o mal, a mentira e a falsidade. Assim, o
Universo era o campo de batalha entre o bem e o mal. Portanto, seria uma religião dual.
As Guerras Médicas ocorrem entre os povos persas e gregos se iniciando por volta de
500 a.C., com as guerras das cidades da Jônia (com apoio grego) contra o exército persa.
Dario I decidiu invadir a Grécia continental. Atenas, sob o comando de Milcíades, conseguiu
resistir, organizando uma investida bem no momento em que os persas desembarcaram. As
tropas atenienses voltaram a cidade de Atenas para combater outro batalhão persa, mais uma
vez saíram vencedores, e ganhadores de um enorme prestígio militar no mundo grego.
Dario morreu, deixando o trono para Xerxes, que no ano de 480 a.C., promoveu uma
grande invasão persa à terras gregas.
“O primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas,
onde um grupo de soldados espartanos tentou resistir à invasão persa. Mesmo não
conseguindo abater seus inimigos, a resistência oferecida pelos espartanos ofereceu tempo
hábil para que os militares atenienses pudessem organizar a fuga da população. Após
incendiarem uma Atenas completamente abandonada, os persas foram atraídos até o canal de
Salamina, onde as forças gregas esperavam derrotar o grande poderio naval dos persas.
Utilizando de uma ardilosa estratégia de guerra, os gregos conseguiram sucessivas
vitórias contra os persas nas batalhas de Salamina, Platéia e Micala. Com essas sucessivas
vitórias, os gregos conseguiram impedir a invasão dos persas à Grécia Continental, bem como
recuperaram a autonomia política das cidades localizadas na Ásia Menor. Sob a liderança dos
atenienses, a Pérsia foi finalmente derrotada com a assinatura do Tratado de Susa,
estabelecido em 448 a.C.” (SOUSA, Rainer Gonçalves. "Guerras Médicas"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerras-medicas.htm. Acesso em 02
de maio de 2020.)

Hebreus

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O povo hebreu também é conhecido com o povo judeu. Era um povo seminômade, que
vivia inicialmente, por volta de 2000 a.C., na região de Ur, na Suméria. Muito do que
sabemos do antigo povo hebreu, tem como base o antigo testamento.
A história do provo hebreu é dividida em três:
1º A fase dos Patriarcas: Homens de família que também exerciam grande influência
sobre o povo, militar, econômica e familiar, como Abraão, Isaac e Jacó. Essa fase é marcada
pela migração da Suméria para a Palestina (Canaã), a terra prometida por Deus ao povo
hebreu.
Já estabelecidos na Palestina, o povo hebreu passa por dificuldades depois de um
grande período de seca. Decidem novamente migar, agora iriam para o Egito.
Quando os hebreus chegaram ao Egito, esse último passava por dificuldades, uma vez
que os Hicsos tinham invadido e se estabelecido nas terras dos faraós. Sendo assim, os
hebreus encontraram lugar para se desenvolver com a ajuda do rio Nilo.
O faraó conseguiu centralizar novamente o poder, expulsando os hicsos e escravizando
o povo hebreu. Esse último só fora libertado no final do período dos patriarcas, por Moisés, o
último grande patriarca hebreu. Moisés liderou os hebreus de volta a Palestina. Isso ficou
conhecido como o Êxodo do Egito.
2º A fase dos Juízes: de volta a Palestina, o povo hebreu se organizou em 12 grandes
tribos. Essa fase é marcada por uma maior organização social entre as tribos, que eram
independentes entre si, mas seguiam orientações dos juízes, que eram baseados nos
ensinamentos de Moisés, que por sua vez eram baseados nos 10 mandamentos.
3º A fase dos Reis: Marcada por grandes reis judeus, Saul, Davi e Salomão. Ocorreu
uma centralização de poder nas mãos do rei, gerando certa insatisfação, que originou a divisão
do reino da Palestina em dois, o reino de Israel e o reino de Judá. Com essa fragmentação os
hebreus perderam força, sendo dominados posteriormente pelos assírios, pelos babilônicos e
depois pelos romanos.
Foi por volta de 70 a.C. que os romanos iniciaram suas investidas contra os judeus,
questionando-os sobretudo, sua religião monoteísta. Os hebreus tiveram que fugir, dando
origem a uma diáspora pelo mundo. Seu território foi ocupado pelos árabes. Somente após a
1ª Guerra Mundial (1914-18), pelo Mandato Britânico de 1920, que os hebreus começaram a
retornar a sua terra. E é nesse momento que surge o conflito que conhecemos até hoje, entre
judeus (Israel) e muçulmanos (Palestina). O Estado de Israel só fora criado depois da 2ª
Guerra Mundial, em 1945, com apoio da ONU e dos EUA.

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A economia dos hebreus era inicialmente baseada em atividades pastoreias. Conforme
foram se estabelecendo na Palestina, desenvolveram a agricultura, baseada no cultivo de
cereais. Utilizavam a propriedade privada para essa agricultura, que estava restrita as famílias
mais poderosas.
O povo hebreu escravizava seu próprio povo. Os que deviam, eram obrigados a
trabalhar nas fazendas.
A religião dos hebreus era baseada no monoteísmo, acreditando em um único Deus
(Jeová). Acreditavam na imortalidade da alma, no juízo final e na vinda de um messias.
Quando Jesus Cristo surgiu, rachou a religião em duas, alguns acreditavam nele,
outros não. Daí a origem do cristianismo, que se originou do judaísmo.

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