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Editores:
Gerson Francisco de Arruda Júnior
Hildeberto Alves da Silva Júnior
Stéfano Alves dos Santos
Supervisora de produção Editorial: Gerli Alves
Coordenadora de Produção Editorial: Hilgerly Gomes
Revisão: Roberval Felix
Assessoria Técnica: Thalyson Gomes
Capa: Hildeberto Alves
Diagramação: Flávio Marinho
Rosa Júnior, Antonio Ferreira; Turiano, Edlúcia Dalva Lira; Silva, Gerli
Alves da; Souza, José Roberto de.
ISBN:
Era Patrística
Os Principais Reformadores
Apêndice
Caro (a) aluno (a),
É com satisfação que colocamos em suas mãos um material de excelência com o pro-
pósito de servir de fonte de pesquisa e estímulo para sua busca de conhecimento acer-
ca do desenvolvimento da História do Cristianismo através dos séculos.
Procuraremos não vagar nas imaginações, mas nos propomos a relatar na fidelidade à
pesquisa realizada. Observaremos, na narração, as características ambientais abran-
gendo as peculiaridades socioeconômicas e socioculturais.
SUCESSO!
Introdução e objetivos
Ementa:
Estudo dos acontecimentos que envolveram a igreja cristã no período que compreende
a era antes de Cristo e depois de Cristo. Enfoque das principais contribuições dos povos
romanos, gregos e judeus. As condições religiosas, intelectuais e morais desses povos.
Abordagem acerca dos principais pais da igreja, sua influência e seus ensinos.
Jesus Cristo e o
Cristianismo
Ao final da Unidade, você será capaz de:
Guia de estudos
A História do Cristianismo tem começo, meio, mas ainda não chegou ao fim. Falando
de começo, isso é relativo, digo, de historiador para historiador ou de teólogo para te-
ólogo. Prefiro “datá-la”, no momento em que Deus falou em Gn 3:15 “Porei inimizade
entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente”. Por quê? Toda a
história da Redenção da humanidade começou nessa promessa Divina. O que veio a
seguir na História foi a consequência dessa promessa. Deus controlou a História para
sua promessa ser cumprida.
Vários acontecimentos apontaram para o Cristo que salvaria o mundo. Abel, Noé, a
Arca, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué... Davi, as profecias de Isaías (7:14; 9:6;
53:1-12), outros mais profetas, sejam “maiores” ou “menores”, falaram desse grande
evento: O nascimento do fundador do Cristianismo. Ao longo dessa História e, apesar
de o tempo tão esperado por muitos, diz o apóstolo Paulo que Jesus nasceu “na ple-
nitude dos tempos”, ou seja: No tempo certo (Gl 4:4). Morreu como previsto por ele
mesmo: Mt 16:21 “...ser morto...”. Cumpriu o que dele estava escrito: Jo 19:30 “...está
consumado...”.
Essa afirmação está em Hebreus 13:8. É possível dizer que não existe declaração mais
explícita para definirmos a pessoa de Jesus. Ninguém foi tão falado nas Escrituras
antes de nascer como Jesus Cristo. Não é exagero dizer que o Antigo Testamento em
cada livro escrito fala de Jesus. Seja por figura, analogia, comparação, etc.
As profecias apontavam para seu nascimento e qual seria sua missão, o que sofreria e
como sofreria para cumpri-la (Is 53:1-12). A História do Cristianismo não existiria sem
Cristo.
Saiba mais
A história também mostra que Deus sempre esteve no controle para que tal aconteci-
mento fosse viável e nada o obstruísse, embora tenha havido diversas tentativas para
que o plano de Deus não fosse executado (Jó 42:2).
Interessante que apesar de ser um momento tão aguardado e tão cheio de expectativa,
não se tem uma data exata do seu nascimento. Por quê? Ora, muitas seriam as espe-
culações para tal pergunta, mas nenhuma chegaria próximo da intenção de Deus em
reservar só para ele o dia exato do nascimento de Cristo.
Para os cristãos, o importante é que ele nasceu. O Filho de Deus nasceu, padeceu mui-
to por causa dos pecadores, foi pregado na cruz por nossos pecados, morto, ressusci-
tou ao terceiro dia e foi ontem, é hoje e eternamente Senhor da vida e da morte, pois,
quem nele crê, segundo as Escrituras, tem a vida eterna (Jo 7:37,38; Jo 5:24).
Sabe-se que ele nasceu em Israel, Judá, propriamente dito. Isso significa que ele foi
legitimamente judeu.
! Importante
“E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de
Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel”.
Jesus não apareceu simplesmente, não surgiu das nuvens ou apareceu descendo num
cavalo em um redemoinho de fogo. Jesus nasceu da virgem Maria, ou seja, Jesus nas-
ceu de uma mulher e isto dava o direito de ser 100% homem, sem deixar de ser 100%
Deus. Se ele tivesse vindo do céu já em forma humana, jamais seria humano, por isso,
a necessidade de nascer de mulher.
Os anjos, por exemplo, nunca foram legitimamente humanos porque não nasceram de
mulher. Ao tomarem forma humana para interagirem com os humanos na terra, não
fazia deles humanos, mas apenas anjos em forma humana.
Embora haja uma distância de tempo entre Abraão e Jesus, um era parente do outro.
Quando Deus fez uma promessa a Abraão, Gn 17:9 (Pai de Nações), antes Abrão, Gn
12:1 (Pai de multidão), Abraão estava numa terra chamada Harã (Gn 12:4, 5). Saiu de
um ambiente idólatra para um lugar onde Deus reservara para ele e seus descenden-
tes para servirem apenas a Deus e não a vários deuses.
Abraão obedeceu e começou sua peregrinação em busca dessa terra e ao longo dessa
peregrinação teve várias experiências e a mais importante foi o nascimento de seu fi-
lho Isaque com sua esposa Sara (Gn 21:1-3). Outro evento de semelhante importância
foi quando Abraão sendo provado, não negou seu filho amado em sacrifício ao Senhor,
que quando Abraão estava prestes a sacrificá-lo, Deus providenciou o cordeiro para ser
imolado em lugar de seu filho (Gn 22).
A História continua com a vida adulta de Isaque, que casou com Rebeca e teve dois fi-
lhos: Esaú e Jacó (Gn 25:21-27). Deus abençoou estes dois filhos de Isaque, mas a Jacó
escolheu para continuar seu plano para redenção da humanidade.
Após transformar o nome de Jacó em Israel depois de ele lutar com um anjo (Gn 32:22-
30) e prevalecer, Jacó, agora Israel, vê seus doze filhos crescerem e através de José,
filho que tinha como morto por causa da maldade de seus irmãos que venderam José
a mercadores midianitas e disseram ao pai que um animal feroz o havia matado, Israel
não só revê o filho como o vê Governador do Egito, salvando não só povos de outras
nações, mas seu próprio povo da fome que assolava a humanidade naquela época (Gn
37:3,4,28-34; 46:29,30; 47:11,12; 50:18-21).
Saiba mais
Os Midianitas na Bíblia
A associação dos midianitas com os ismaelitas fica evidente em algumas passagens bíbli-
cas. A primeira delas é a narrativa acerca da venda de José, filho de Jacó, por seus irmãos.
Os mercadores ismaelitas que compraram José de seus irmãos e o levaram para ser
vendido como escravo no Egito, eram também midianitas (Gênesis 37:25-28). Saiba mais
sobre a história de José, governador do Egito.
Moisés, o grande legislador do povo hebreu, casou-se com uma midianita, Zípora. Quando
fugiu do Egito, Moisés se estabeleceu em Midiã, onde conheceu sua esposa. Ali ele cuidou
dos rebanhos de seu sogro, um sacerdote local, durante quarenta anos (cf. Atos 7:30).
Tempos depois, quando o povo de Israel já havia saído do Egito e peregrinava pelo deserto,
o cunhado midianita de Moisés, Hobabe, foi convidado para ajudar a guiar os peregrinos
em um trecho da viagem (Números 10:29-32). Como nômade do deserto, Hobabe tinha
certo conhecimento da região que foi importante naquela ocasião.
Quando tudo parece estar dando errado, sem volta, Deus muda a situação ruim e trans-
forma em exaltação para os que creem nele. A vida é difícil para os que são fiéis a Deus
e José é um exemplo claro. Desde sua adolescência até sua vida adulta foi fiel a Deus,
porém teve que suportar muitas injustiças e não guardar ódio, inveja e nem querer se
vingar daqueles que lhe fizeram o mal. Será que não é isso que está faltando em você?
Se você crê assim, seja fiel nessa aflição que está passando. Deus mudará
sua história!”
A História está registrada porque Deus apresenta para o seu povo o modelo de vida que
o agrada e é vitoriosa.
2 - Enfoque das Principais Contribuições dos Po-
vos Antigos para o Cristianismo
No mesmo milênio em que iam sendo formadas as civilizações egípcia e outras, a ci-
vilização babilônica semelhantemente se desenvolvia ao longo das margens dos rios
Tigre e Eufrates, apenas a poucas centenas de quilômetros de distância da egípcia. Ali,
como no Egito, o progresso técnico ocorria muito mais rapidamente do que na Europa.
Fonte: amorim.pro.br
Antes que todos os povos europeus houvesse adotado o uso do metal, havia os povos
orientais que passaram pela “Era do cobre e do Bronze” e ingressaram na “Idade de
Ferro” e seus primitivos centros no Egito e na terra entre os rios Tigre e Eufrates, a
civilização logo se espalhou por todo o crescente fértil; a área de terrenos produtivos
em forma de ferradura que se estende no rumo norte da Babilônia para o planalto do
Eufrates e depois se curva no sul, outra vez, passando pela Síria e pela Palestina.
Gradualmente, a civilização ainda mais se difundiu: na direção leste para a terra dos
medos e dos persas; na do oeste pela Ásia Menor, até as ilhas e península da Grécia e
da Itália, até as costas distantes do MEDITERRÂNEO.
A civilização mesopotâmica era completamente diferente da egípcia. Sua história po-
lítica é assinalada por interrupções bruscas; sua composição racial era menos ho-
mogênea e sua estrutura social e econômica oferecia campo mais longo à iniciativa
individual.
Foto:slideplayer.com.br
Para realizar todas as tarefas exigiam-se esforços de todos e, com o tempo, sentiu-se
a necessidade de um poder centralizado que dirigisse a sociedade. Desse processo
surgiu o ESTADO.
! Importante
Fonte: www.historia.templodeapolo.net
Entre os montes ZAGROS e o DESERTO DA ARÁBIA corriam dois rios caudalosos que
desembocam no Golfo Pérsico: O Tigre e o Eufrates. O vale que eles fertilizam é conhe-
cido como MESOPOTÂMIA, designando-se Assíria a sua parte norte e a Caldeia a sua
parte sul. Na zona mais meridional da Mesopotâmia, onde antes desembocavam se-
parados os dois rios, foi que os sumérios se estabeleceram no quarto milênio A.C. Sua
origem é desconhecida, mas parece que vieram do planalto da Ásia Central. Fundaram
cidades como UR, NIPPUR, LAGASH, cada um constituindo um pequeno Estado, regido
por um chefe religioso e civil chamado de Patesi.
Por volta de 3.500 A.C., como sabemos por escavações feitas em UR, os sumerianos
haviam atingido uma brilhante civilização. Provavelmente sua cultura continuou a do-
minar a BAIXA MESOPOTÂMIA.
A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios, e sua definição pode ser dada como uma
escrita que é produzida com o auxilio de objetos em formato de cunha. A escrita cunei-
forme é uma das mais antigas do mundo, apareceu mais ou menos na mesma época dos
hieróglifos, foi criada por volta de 3.500 a.C. No começo a escrita era meio enigmática, mas
com o passar do tempo foram se tornando mais simples.
Os sumérios utilizavam a argila para escrever, e quando queria que seus registros fossem
permanentes, as tabuletas cuneiformes eram colocadas em um forno, ou poderiam ser
reaproveitadas quando seus registros não fossem tão importantes que precisariam ser
lembrados sempre.
Por volta de 2.500 A.C., os acádios dominaram as cidades dos sumérios. Na batalha
os acádios utilizavam o arco e a flecha, mostrando-se mais rápidos e eficientes que a
infantaria (tropa que luta a pé), armada com pesadas lanças e escudos.
Essa estratégia de combate lhes renderam muitas vitórias, conquistando durante mui-
to tempo novos territórios.
Fonte: mosqueteirasliterarias.comunidades.net
Comandados por SARGÃO I, os acadianos conquistaram e unificaram as cidades su-
merianas, fundaram o primeiro império mesopotâmico que expandiu desde o Golfo
Pérsico até as regiões de AMORRU e da ASSÍRIA.
Sargão foi um homem notável que se ergueu da humilde posição de copeiro para tor-
nar-se o primeiro dos construtores do império semita.
Biografia
Sargão da Acádia, também conhecido como Sargão, o Grande, foi um rei acádio célebre
por sua conquista das cidades-estado sumérias nos séculos XXIV e XXIII a.C. Fundador da
dinastia acadiana Sargão reinou por 56 anos, de 2270 a 2 215 a.C.
Vindo do deserto Arábico por volta de 2000 A.C. o povo amorita, também conhecido
como babilônico, chegou a Mesopotâmia e se estabeleceu na Babilônia. Por isso os
Amoritas ficaram conhecidos como babilônicos. A cidade cuja divindade protetora cha-
mava-se MARDUC e possuía notáveis templos cobriu-se de construções belíssimas e
se tornou centro importante de atividades de toda sorte. Ali reinou entre 2133 a 2081
A.C. um rei chamado HAMURABI que passou à história como um dos grandes codifica-
dores da Antiguidade.
Biografia
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marduque
Hamurabi decidiu ampliar seus poderes políticos e econômicos na região e chefiando
os amoritas, venceu os povos vizinhos e expandiu os domínios babilônicos por toda a
Mesopotâmia desde o Golfo Pérsico até o norte da Assíria.
Com efeito, Hamurabi mandou recopilar os diversos dispositivos que regiam a vida civil
e ordenou que fossem gravados em pedra para que todos os povos submetidos a sua
autoridade os conhecessem. Esses dispositivos foram na realidade o primeiro código
jurídico, com leis escritas que se conhece.
Interatividade
Em tais circunstâncias eis que irrompeu um novo povo que lhes invadiu os territórios,
ameaçando a ambos que então resolveram se unir.
Fonte: povosdaantiguidade.blogspot.com
O rei hitita era chefe do exército, juiz supremo e sacerdote. As rainhas dispunham de
certo poder. Apesar da decadência o império Hitita durou em torno de 1.200 A.C. certos
elementos do mundo hitita sobreviveram três séculos nos pequenos reinados situados
no sudeste da Anatólia e no Norte da Síria.
A importância desta civilização reside no fato de ter sido ela que nos legou os mais an-
tigos documentos escritos numa língua indo-europeia (língua que deu origem a maior
parte das línguas faladas na Europa) até hoje descobertos. A maior parte dos textos
que tratavam de história, de política, de legislação, de literatura e de religião, era gra-
vada em cuneiforme sobre tabelinhas de argila.
2.1.5 Os Fenícios
Biblos foi a primeira cidade fenícia que alcançou certo esplendor. Esteve em estreita
relação comercial com o Egito e caíram sob sua dependência, aumentando-lhe então
as possibilidades mercantis porque muitos produtos egípcios se vendiam quase que
exclusivamente por seu intermédio.
Biblos não pôde manter sua hegemonia na fenícia; outra cidade Sidon principiou a de-
senvolver-se e obscureceu a sua rival. Sidon foi uma das principais posições egípcias
na época das guerras da Síria, porém o seu verdadeiro esplendor foi atingido quando
começou a explorar o comércio marítimo que era antes realizado pelos cretenses.
Com efeito, após 1.400 A.C. quando Creta caiu ante os ataques dos aqueus, os fenícios
de Sidon aproveitaram as circunstâncias favoráveis para dominar as regiões do cobre
e para açambarcar o intercâmbio comercial das ilhas do Mar Egeu e essencialmente
a de Creta e das cidades das costas da Síria e da África. Foram capazes de manter
sua independência enquanto nenhum grande império as ameaçou. Mas, no século IX
A.C. os assírios os subjugaram. No período de sua independência, porém, os fenícios
desenvolveram extenso e lucrativo comércio, especialmente por mar, através do
Mediterrâneo, levando mercadorias e ideias das terras civilizadas do Oriente para os
povos atrasados da Europa e do Ocidente.
A religião dos fenícios estava longe de ser admirável. Abrangia superstições cruéis,
ritos licenciosos em honra da deusa ASTARTE e o sacrifício de criança, que eram quei-
madas vivas. Alguns desses costumes chegaram até aos judeus de Israel.
Por exemplo, AHAB construiu um templo ao BAAL de TIRO para JEZABEL, uma de
suas esposas que era fenícia. Felizmente, os fenícios tinham algo melhor do que sua
religião para oferecer à civilização. Sua maior realização foi o alfabeto, que começaram
a usar por volta de 1.550 A.C., provavelmente como um aprimoramento dos símbolos
egípcios. Entre os povos a que os fenícios ensinaram seu alfabeto estavam os gregos
do Egeu, que o aperfeiçoaram acrescentando-lhe vogais, os próprios fenícios só usa-
vam consoantes.
Juntamente com a nova escrita veio o uso do papiro e da tinta que lhes havia ensinado
os egípcios e que se mostrou um sistema muito menos incômodo do que a escrita em
pedras ou tabuinha de barro.
Saiba mais
Assíria é uma palavra derivada de Assur, que significa “lugar de passagem”. A criação
do império assírio no século IX A.C. pôs termos à era dos pequenos Estados da Síria
e a Assíria ficava na Alta Mesopotâmia e na região leste. A parte ocidental do país era
ondulada, ao passo que a área leste do rio Tigre, estendeu-se até as Montanhas do
Zagros. Eram terras de colinas, matas e grandes rios.
Ali havia estabelecido os semíticos assírios antes dos meados do terceiro milênio A.C.,
e haviam avançado ainda mais longe, enquanto seu domínio se ia estendendo de Élan
até as fronteiras do Egito.
O império Assírio chegou ao ápice sob SARGÃO II (722-705 A.C.). Ele derrotou os isra-
elitas e todos os outros inimigos, incluindo os egípcios, mas quando revoltas irrom-
peram em ELÃ e Babilônia os egípcios se valeram da oportunidade para recobrar sua
independência.
Biografia
Sargão II foi rei da Assíria entre aproximadamente 721 e 705 a.C.; seu nome significa “rei
legítimo”, tendo governado durante cerca de 16 anos. Subiu ao trono após a misteriosa
morte de seu antecessor e possivelmente irmão, Salmanaser V em 721 a.C.
A Assíria estava localizada em um lugar de fácil acesso e possuía muitos atrativos, por
isso sofreu ataques de muitos invasores. Foi talvez o perigo constante de invasões que
despertou no povo assírio um feroz espírito de guerra. Os assírios organizaram um dos
primeiros exércitos permanentes do mundo. Comandados por reis como SARGÃO II,
Senaqueribe, Assurbanipal, fizeram grandes conquistas militares e construíram um
dos maiores impérios da antiguidade. Do século VIII ao século VI A.C. dominaram uma
extensa região que incluía toda a Mesopotâmia, o Egito e a Síria.
As conquistas sem precedentes dos assírios foram devidas ao seu exército que foi o
mais altamente organizado da história do Oriente Antigo.
Saiba mais
Fonte https://www.apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/42/o-militarismo-assirio-e-as-refor-
mas-de-tiglath-pileser Acesso em 05.10.2019.
2.1.7 Caldeus ou Neobabilônicos
Com o fim do Império Assírio, a cidade da Babilônia ficou independente e logo foi no-
vamente dominada pelos caldeus. Com a morte de Assurbanipal, Nabupolossar, go-
vernante da Babilônia, estabeleceu a independência babilônica e aliando-se a medos
persas, ajudou a levar a cabo a tomada de Nínive e a queda dos Assírios.
Embora a poderosa força da Babilônia durasse menos de cem anos, a sua influência
foi imediatamente sentida e o Império que Nabupolossar criou é conhecido tanto como
Império Caldeu quanto Império Neobabilônico.
Biografia
Nabucodonosor II, Nebucadrezar (na ortografia babilônia Nabu - kudur - uzur, Nebo, pro-
teja a coroa! ou Nebo, proteja as fronteiras!) - foi o filho e sucessor de Nabopolassar, rei
da Babilónia que libertou os caldeus do reino da Assíria e destruiu Nínive.
Daí para diante, a Síria passou para o domínio caldeu e, quando o Reino de Judá se re-
belou em 597 A.C., Nabucodonosor tomou Jerusalém. Onze anos depois verificada nova
rebelião, ele saqueou Jerusalém e a deixou em ruínas, aprisionando em Babilônia o rei
e muitos nobres; este foi chamado “cativeiro da Babilônia” dos judeus. Sob Nabucodo-
nosor, o império Caldeu chegou ao auge. As grandes muralhas foram reconstruídas,
erigiram-se templos e imensos palácios; e os famosos jardins em terraços, Jardins
Suspensos, que eram uma das Sete Maravilhas do mundo antigo, foram restaurados.
Dica de Leitura
Para saber um pouco mais sobre Mesopotâmia leia o livro “Grandes Civilizações do Pas-
sado: Mesopotâmia”
Fonte: https://apaixonadosporhistoria.com.br/livro/122/grandes-civilizacoes-do-passado-mesopo-
tamia
Durante séculos antes da criação do vasto império Persa do sexto século A.C. uma sé-
rie de povos de além do MAR CÁSPIO estiveram movimentando-se rumo ao OCIDENTE.
Alguns passaram para a Europa sul-oriental, enquanto outros se espalharam pela Ásia
menor, destruindo o IMPÉRIO HITITA, assolando a Síria e a palestina e mesmo atacan-
do o Egito.
Mas os mesmos não deveriam ser conquistados de todas as antigas civilizações, pois
em 550 A.C. seu rei foi derrubado por CIRO, o governante dos persas que eram es-
treitamente aparentados com os medos. Esse herdeiro dos séculos, que iria edificar
o último dos Impérios do Antigo Oriente Médio, havia vivido por desconhecido espaço
de tempo na parte mais meridional do que é atualmente o Irã. Daí além de dar início
a suas mais amplas conquistas, seu grande Rei Ciro, derrotou o rei dos medos e co-
meçou a movimentar-se para o oeste. Em pouco tempo, Ciro conquistou o reino LÍDIO
de CRESO na Ásia menor e as cidades gregas da costa. A seguir aniquilou o IMPÉRIO
CALDEU. Por volta de 538 A.C. quando caiu BABILÔNIA, o domínio persa chegava às
fronteiras do Egito, incluindo todas as outras terras.
Assim em onze anos Ciro bem merece ser chamado de CIRO, O GRANDE, pois se
transformara em um dos grandes e principais líderes militares da história. Infeliz-
mente, pouco se conhece a respeito além da simples menção de vitórias. Merece nota
especial, entretanto, a libertação dos judeus concedida por Ciro.
Ciro, O Grande
Fonte: https://www.sohistoria.com.br/biografias/ciro/ Acesso em 05.10.2019
Embora permaneça vago como personalidade, Ciro, o grande, é famoso como fundador
de um império que durou mais de dois séculos, até que outro gênio Alexandre Magno
lhe pôs fim. CAMBISES, o cruel filho de Ciro, arrendou as vitórias de seu pai com a to-
mada do Egito em 525 A.C. Só três anos depois o rei que sofria de epilepsia se suicidou,
irrompendo uma revolução no império, mas logo dominada pelos nobres que em 521
A.C. elevaram Dario ao trono.
Dario I, o grande, como é chamado, dominou o império de 521 a 486 A.C. Ocupou os
primeiros anos de seu reinado em reprimir revoltas de povos submetidos em reforçar a
organização administrativa do estado. Além disso, aumentou a opressão sobre cidades
jônicas da costa da Ásia Menor, que tinham caído sob o domínio persa com a conquista
da Lídia. Interferiu em seu comércio, impôs-lhes tributos mais pesados e forçou os
seus cidadãos a servir nos exércitos imperiais. O resultado imediato foi a revolta das
cidades jônicas com o apoio de Atenas.
Dario I
Fonte: http://literaturapersa.blogspot.com/2012/06/dario-i-o-grande.html
Acesso em 05.10.2019
2.3 Civilização Hebraica
A palestina, uma estreita faixa de terra que se estende pelo Vale do Jordão, naquela
época tinha limites ao norte da Fenícia (região onde se desenvolveu uma civilização.
Nenhum dos povos do Antigo oriente, com exceção talvez dos egípcios, teve maior
importância para o mundo moderno do que os hebreus). Foram eles que nos deram
grande parte de substrato da religião cristã, como os mandamentos, as histórias da
criação e do dilúvio, o concerto de Deus como legislador e juiz e ainda mais dois terços
da Bíblia. As concepções hebraicas da moral e da teoria política influenciaram profun-
damente as nações modernas. Por outro lado, é necessário lembrar que os próprios
hebreus não desenvolveram a sua cultura no vácuo.
Fonte: www.clickescolar.com.br
Foram menos capazes que qualquer outro povo de fugir da influência das nações cir-
cunvizinhas. A religião hebraica, em consequência disso, continha numerosos elemen-
tos cuja origem egípcia ou mesopotâmica é evidente.
A despeito de todos os esforços de profetas para expurgar a fé hebraica de corrupções
estrangeiras, muitas permanecem e outras foram adicionadas depois.
! Importante
A maioria dos historiadores admitem que o berço primitivo dos hebreus foi o DESERTO
DA ARÁBIA. A primeira vez que os fundadores da nação de Israel apareceram na histó-
ria foi no noroeste da MESOPOTÂMIA. Já em 1.800 A.C., segundo todas as possibilida-
des, um grupo de hebreus sob a chefia de ABRAÃO se estabeleceu ali.
Mais tarde o neto de ABRAÃO, JACÓ, que havia voltado para HARÃ, conduziu uma emi-
gração e iniciou a ocupação da PALESTINA. Foi com JACÓ, subsequentemente chama-
do ISRAEL, que os israelitas derivaram seu nome. Em época incerta, mas possivelmen-
te a 1.700 A.C. algumas tribos israelitas em companhia de outros hebreus desceram
ao Egito para escapar às consequências da fome. Foram instalados por José nas vi-
zinhanças do Delta e foram escravizados posteriormente pelo governo do faraó. Por
volta de 1.300-1.250 A.C. os seus descendentes encontraram um novo líder; MOISÉS,
que os libertou da escravidão, conduzindo-os à PENÍNSULA DO SINAI e os preparou
para transformarem-se numa nação nova constituída por sua Lei.
Mais tarde, com a morte de Moisés, JOSUÉ torna-se seu sucessor. Foi essa confede-
ração constituída de doze tribos que desempenhou o papel dominante na conquista da
PALESTINA OU TERRA DE CANAÃ. Em seus dias primitivos as tribos de Israel eram um
povo pastoril e algumas sempre permaneceram assim, especialmente as que viviam
no sul. Após a conquista de Canaã, porém, também se dedicaram à agricultura e às
profissões simples, que aprenderam dos cananeus, povo mais adiantado.
Enquanto os demais povos ganhavam destaque por conquistas militares ou por re-
alizações no campo da arte e das ciências, o povo hebreu destacou-se por ter sido o
primeiro a afirmar sua fé num único Deus.
No tempo de Moisés (1.200 A.C.) a organização social dos hebreus era de um simples
povo de pastores. Com o começo da vida em cidades, entretanto, e mais tarde com a
criação do Reino de Davi, mudaram as condições.
Não se distinguiram os judeus nem nas ciências, nem nas artes, eram fracos na perícia
que SALOMÃO teve que importar artesãos fenícios para planejar e decorar seu grande
palácio em JERUSALÉM.
Com a literatura foi diferente. Nesse setor, os antigos hebreus sabiam como expres-
sar-se de modo admirável. Tinham suas lendas, tradições históricas e poesia. O Antigo
Testamento é o maior dos documentos literários de todos os tempos. A história de
suas peregrinações de suas guerras, seus crimes, suas tragédias e seus sucessos
foram inspirados e embelezados pelo motivo magnífico que percorre toda a sua lite-
ratura: o desenvolvimento de sua poderosa religião, a qual foi, realmente, a sua mais
significativa contribuição à civilização.
Teocracia (do grego Teo: Deus + cracia: poder) é o sistema de governo em que as ações
políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões.
Quando o primeiro rei de Israel fracassa em sua missão de reinar e conduzir o povo
cada vez mais à presença de Deus (I Cr 10:13,14), Ele diante desse acontecimento já
havia escolhido Davi para reinar em Israel; era uma questão de tempo (I Sm 16:1-13). O
homem segundo o coração de Deus iria reinar e promover através de seu temor e amor
a Deus, uma profunda comunhão do povo para com seu Criador.
Davi foi um homem que procurou sempre buscar ao Senhor de todo seu coração. Rece-
beu de Deus a graça de ser um homem vitorioso nas batalhas e antes mesmo de ser rei
travou aquela épica batalha contra o gigante Golias, derrota-o apenas com uma funda
e uma pedra acertada na testa do gigante (I Sm 17).
Mesmo pecando contra Deus, quando rei, ao tomar a mulher de Urias e adulterar com
ela e após mandar assassinar seu marido, Deus perdoou o grave pecado de Davi por-
que viu seu coração. Davi não se exaltou perante o profeta Natã que foi incumbido de
lhe repreender pelo mal cometido, ao contrário, humilhou-se e demonstrou arrepen-
dimento (II Sm 12:1-15).
Podemos refletir que Deus usou de misericórdia ao não deixar a criança viver. Quando
ela crescesse e descobrisse o que sua mãe e seu pai fizeram com quem deveria ser
seu legítimo pai, é possível que tomado por ódio matasse Davi e Bate-Seba.
Davi foi um rei valente e sempre lutava contra inimigos que queriam destruir seu povo.
Quando a fase de Davi passou entrou Salomão que não era homem de guerra, mas de
estratégia.
Salomão teve o privilégio de construir o Templo onde o povo se reuniria para render
louvor e adoração e sacrifícios a Deus. Recebeu de Deus uma capacidade espetacular
para administração com eficiência. A sabedoria que obteve não foi humana, mas vin-
da do próprio Deus. Salomão tinha uma sabedoria tão elevada em relação a qualquer
outra pessoa na terra que reis e rainhas vinham de longe ouvir de sua sabedoria para
confirmar e aprender com ele (I Re 3).
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/encontradas-as-minas-do-rei-sa-
lomao.phtml Acesso em 08.10.2019
Na queda moral e espiritual desses dois reinos, Deus os castigou, permitindo que ou-
tros reinos os vencessem e os fizessem escravos por muitos anos.
É nesse espaço de tempo entre a volta do povo para restaurar o Templo e os muros da
cidade destruída por causa do pecado de terem se afastado de Deus e o nascimento
de Jesus que se vê que o povo, em sua maioria, pouco aprendeu. Não bastasse os ba-
bilônios, os persas e os gregos tê-los dominado por um longo período, Deus também
permitiu que os romanos fossem seus dominadores. Tudo porque insistiam em errar
onde os pais erraram e não aprender com os erros deles e seus próprios erros. É
nesse ambiente sob o domínio dos romanos que Jesus Cristo nasceu. O Salvador do
mundo, o Deus que se fez homem e habitou entre nós (Jo 1:1, 14).
Apesar de tudo que aconteceu os judeus são judeus em qualquer lugar. Sofram o que
sofrerem têm orgulho de serem judeus, afinal, foram escolhidos por Deus para ser luz
entre as nações. Falharam ao não reconhecerem Jesus como o Messias, o Cristo que
os profetas anunciaram que viria para libertar seu povo da escravidão do pecado (Is
7:14-16; 9:6).
A invasão romana se deu em 63 A.C., nesse período começaram a estabelecer uma po-
lítica que se desenhou numa administração que se tornou favorável ao período do nas-
cimento de Cristo e seu ministério propriamente dito. Cada vilarejo, povoado, cidade e
colônia gozavam de certa autonomia desde que estivessem sujeitas às leis romanas e
cumprissem com o pagamento dos impostos estabelecidos.
Saiba mais
Os romanos não eram rigorosos no quesito religião, isto é, não obrigavam aos povos ado-
rarem seus deuses, assim os judeus se sentiam relativamente livres para adoração a Deus
no templo e nas sinagogas.
Apesar de ser exigido pelos romanos que César, o Imperador, fosse adorado como um
deus, ainda assim, essa exigência era relevada até o ponto que não ameaçasse a autorida-
de nem de César nem de todo governo romano.
Jesus nasceu aproximadamente no ano seis A.C., como atesta a maioria dos escrito-
res. Nesse período, os judeus tinham algumas seitas ou grupos religiosos que predo-
minavam. Eram eles: Fariseus, Saduceus, Essênios e Herodianos.
Interatividade
Para entender um pouco mais sobre os importantes grupos que viviam na socieda-
de judaica do primeiro século acesse o link:
https://pt.aleteia.org/2019/06/21/fariseus-saduceus-essenios-e-zelotes-quem-eram-es-
ses-grupos-do-tempo-de-jesus/ Acesso em 07.10.2019.
A importância dessa liberdade religiosa que os judeus gozavam (não só os judeus) es-
tava, entre tantos motivos, na possibilidade de cultuar a Deus, preservar seus rituais,
ensinar a Torah, livro sagrado, ensinar a outros sobre a sua fé e não serem persegui-
dos ou molestados por isso.
Isto fazia que eles confiassem mais em Deus e pudessem usufruir de sua misericórdia.
O Deus que desde o Torah (Pentateuco), Profetas e Salmos se manifestava graciosa-
mente, criando no coração dos governantes romanos uma sensibilidade que promoveu
tal liberdade de culto a Jeová feita pelos judeus.
Parecia que tudo estava numa perfeita harmonia, mas não estava. Havia um grupo
mais político que religioso que não aceitava essa submissão a Roma e, vez por ou-
tra, organizavam reuniões para elaborarem ataques contra os romanos, embora não
representassem perigo devido estarem longe de ser uma força militar e por serem
um grupo tão pequeno. Eles mesmos sabiam que eram impotentes para enfrentar até
mesmo cinquenta soldados romanos, quanto mais todo seu exército.
! Importante
Apesar dessa liberdade religiosa, havia uma prisão imposta ao povo. Os fariseus,
grupo religioso mais influente, eram literalmente radicais no cumprimento da Lei de
Moisés ou pelo menos em seus ensinos. Eles criaram regra em cima de regras de
acordo com suas exageradas interpretações da Lei e de todo o Antigo Testamento, a
ponto de se tornarem insensíveis às coisas mais importantes da Lei, as quais Jesus
valorizou em seu ministério (Mt 23:23).
Por conta dessa atitude, Jesus chegou a advertir ao povo que tivessem cuidado com
a doutrina (ensino) dos fariseus, pois, colocavam fardos pesados sobre os ombros
dos seus discípulos, mas eles mesmos, não conseguiam sequer movê-los com o
dedo (Mt 23:1-4).
Daí Jesus os chamava de hipócritas e isto diante de todo o povo que o escutava. Eles
não queriam aprender nada de Jesus, apenas tumultuar seu trabalho e ministério. Fa-
ziam-se amigo de Jesus, porém, não passavam de lobos travestidos de ovelhas.
Fonte: www.bibliaafundo.net
4. Nascimento de Cristo
Plenitude dos tempos significa: no tempo certo. O nascimento de Jesus foi um acon-
tecimento completamente planejado por Deus e ocorreu no exato momento designado
por Ele. A História nos ensina que Deus está no controle. Nada nem ninguém podem
frustrar seus planos de amor incondicional pela humanidade.
Jesus Cristo nascido de uma virgem chamada Maria, teve como berço uma manjedou-
ra, local onde os animais utilizam para comer. Foi nessa simplicidade que nasceu o
nosso Rei e Senhor. Deixou sua glória nos céus e veio até nós. Fantástico!
Quem pode explicar tamanho amor por pecadores que nem estavam preocupados em
se voltar para ele?
Deus foi preciso na escolha desse momento tão especial. Ele escolheu a hora certa.
PANORAMA FAVORÁVEL AO NASCIMENTO DE CRISTO
Fonte: www.elevados.com.br
A igreja primitiva começou a ser formada a partir do início do ministério de Jesus Cris-
to. Seu objetivo em separar 12 homens para servirem como discípulos e aprenderem
o que mais Jesus queria que era: Justiça, misericórdia e fé foi plenamente alcançado.
Junto com seus discípulos que se tornaram apóstolos, Jesus fez outros seguidores.
Homens e mulheres e até crianças buscavam aproximar-se dele por diversos motivos.
Sua forma simples de ensinar, sua humildade, seu público e seu amor por todos in-
distintamente o fazia muito querido pela população. Principalmente os pobres. Essa
postura de Jesus intrigava os religiosos e ao mesmo tempo causava-lhes inveja.
Enquanto formava seu ministério, Jesus não só pregou à multidão como também curou
muitos enfermos, apoiou e amparou prostitutas, leprosos e pecadores de uma forma
geral. Jesus ensinava com seus discursos e parábolas, mas sem dúvida, o impacto de
seu ensino estava em que ele vivia cada palavra que ensinava. Nunca houve e nunca
haverá alguém como Jesus Cristo, mas a todos nós ficou seu legado para que através
do seu exemplo possamos imitá-lo.
(Lucas 10.1). Jesus elevou esse número para setenta, mas os seus doze ainda continu-
avam com ele para uma missão específica.
(Atos 1.15). Após sua partida, cento e vinte pessoas convertidas estavam aguardando
sua promessa se cumprir neles e receberem o Espírito Santo.
(Atos 2.41). Com o auxílio do Espírito Santo o apóstolo Pedro, um homem novo, restau-
rado e transformado, ousou pregar publicamente a uma grade multidão, resultando na
conversão de quase três mil almas.
(Atos 4.4). A igreja continuava a crescer e o responsável por isto era o Espírito Santo e
cada cristão que testemunhava de Jesus Cristo a pesar dos perigos que enfrentavam.
(Atos 5.14). A mensagem espalhada pelos apóstolos e discípulos era recebida com
alegria pelos ouvintes e o número de salvos só fazia aumentar.
(Atos 6.1 e 7). Os próprios sacerdotes que antes repugnavam a mensagem de Cristo,
agora estavam abraçando a fé.
(Atos 8.1 e 4). A Igreja guiada pelo Espírito Santo fazia todos evangelizarem voluntaria-
mente e com amor. Resultado: sinais e conversões e muitas vidas curadas de enfermi-
dades e libertas das possessões e opressões malignas.
(Atos 16.5 e 11,12; 17.4). Mais igrejas, mais crescimento, mais vidas curadas e salvas.
(Atos 21.20). Cristo era anunciado e judeu e gentio aceitavam a Cristo pela graça sal-
vadora que Deus outorgou aos pecadores.
Vídeo
O filme o Filho de Deus conta a história de Jesus Cristo desde sua origem humilde,
seus ensinamentos, a crucificação e a ressurreição final, em sua jornada para pro-
pagar uma mensagem de amor e esperança.
https://www.youtube.com/watch?v=r4SSQG4CTsg
Os Pais da Igreja
Ao final da Unidade você será capaz de:
Guia de estudos
1. - Era Patrística
1. Era Patrística
A política da Grécia era: A religião era ligada ao Estado. Os romanos conquistaram a Gré-
cia e mantiveram a mesma política nos tempos de Jesus. Exceção: Todos podiam ter sua
própria religião, mas deviam declarar: César é o Senhor! Apóstolos e discípulos de Jesus
recusaram. A essa negativa e alguns foram jogados aos leões, outros decapitados, cruci-
ficados, etc.
Você faria se recusaria também? Agora vamos ver alguns desses mártires!
Fonte: usophia.wordpress.com
Clemente, parente dos imperadores Flavianos. Existem especulações que ele sofreu
martírio sendo lançado ao mar amarrado a uma âncora pelo pescoço (Atos dos Márti-
res, século IV ou V D.C.). Embora que alguns eruditos o identificam como um ou outro
são poucos as evidências para fazer tal afirmativa.
Clemente foi um Bispo piedoso e exemplo de vida cristã, porém seu ensino da salvação
por meio da fé e não por méritos humanos não foi compreendido ou aceito por todos.
Ele pregava que o homem tinha a salvação como favor imerecido, apenas pela fé; em
contra partida, alguns líderes ainda ensinavam que a justiça vem pela obediência e não
pela fé.
Mesmo nos dias de Jesus e sucessivamente dos apóstolos havia muitas controvérsias
acerca de como os cristãos deviam servir a Jesus.
A grande e mais relevante pergunta que o carcereiro de Filipos fez quando estava fren-
te a frente com o apóstolo Paulo parece que ecoa até hoje: “Senhores, que devo fazer
para ser salvo?” (At 16:31).
Saiba mais
Fonte: www.a12.com
ele buscou agradecer a atenção, cuidado e gentileza dos crentes que ali
residiam. Ele leva conforto e busca animar a todos, mas também faz algumas
igreja que estava em Roma. Seu pedido: Oração por ele para que Deus lhe
desse força para suportar o martírio e ele pudesse ter o privilégio de poder
morrer por professar ser discípulo de Jesus Cristo. Durante sua ida à Roma
Antioquia da Síria.
po. Essa carta é doutrinária. Orienta aos crentes a buscarem a unidade e não
ensinos heréticos de sua época esperando que cada crente zele por sua fé e
pela pureza da igreja. As cartas são datadas ao período de Trajano como rei
Fonte: jesusensinameto.blog.pot.com
Quando os soldados romanos foram buscá-lo tentou refugiar-se em alguns sítios lo-
cais, mas logo foi encontrado pelos soldados. Quando foi sentenciado a ser jogado
Waos leões pediu aos soldados que deixasse ele por alguns momentos para poder orar.
Estando ele orando mais de duas horas comoveu o coração dos soldados por sua pie-
dade que lhe pediram que apenas dissesse que César é Senhor, mas ele se recusou.
Quando estava diante do Governador, ainda foi interrogado diante de todas as autorida-
des e do povo que estavam na arena se ele confessaria César como Senhor e negava a
Jesus, o nazareno.
Logo que acenderam o fogo para surpresa de todos, ele não teve um fio sequer de seu
cabelo queimado. Houve espanto e temor, mas logo o medo do acontecimento e com
a multidão mandou que o ferisse a golpes de espada e o matasse. Policarpo teve seu
maior desejo cumprido: Morrer por amor a quem o amou primeiro. Foram minutos
que valeram por milhões. Policarpo deu exemplo de fé, fidelidade, amor que não im-
pediram sua morte, mas com certeza, deixou sementes nos corações daqueles que
assistiram e muitos se converteram a Jesus no tempo certo. Assim foi feito e Policarpo
foi recebido no Paraíso pelo Senhor Jesus.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=rVpb3bXjSTk
Fonte: jeep820.tumblr.com
A filosofia em si, nada é, quando se refere a um coração sincero que busca a verdade.
Justino era esse coração. Aliás, qualquer que busca a verdade com humildade sincera
Deus não o deixa confundido. Ele pode por alguma escolha errada até ficar por um
tempo, mas Deus providenciará, por sua sinceridade, um meio dele encontrar-se com
a verdade que liberta (Jo 8:32; Rm 10:11).
Foi exatamente estudando a filosofia que ele sentiu que precisava adentrar em outros
conhecimentos se quisesse encontrar a verdade. A filosofia pré-socrática não enten-
deu seus anseios e a pós-socrática, mas consistente na racionalidade das coisas, em-
bora abandonando conceitos mitológicos, não abriu mão de conceitos metafísicos que
em muitos momentos, mesmo com todo escopo racional a própria filosofia precisava
da fé para certas explicações de respostas que não alcançavam.
Livros que foram atribuídos a Justino: Primeira apologia, Segunda apologia e diálogo
com Trifo, o judeu. Suas opiniões eram feitas em busca da verdade e justiça. Ele espe-
rava que aqueles que tinham a autoridade em julgar, fossem corretos e imparciais, ou
seja, não julgassem nem por partidarismo e nem por preconceito.
Vejamos um trecho de sua argumentação pela justiça em
A razão exige dos que são verdadeiramente piedosos e filósofos que, des-
prezando as opiniões dos antigos se estas são más, estimem e, amem ape-
nas a verdade.
De fato, o raciocínio sensato não só exige que se abandonem aos que reali-
de, de todos os modos e acima da própria vida, mesmo que seja ameaçado de
Vós ouvis em toda parte que sois chamados piedosos e filósofos, guardiões
lar-vos, nem dirigir-vos um discurso como mero agrado, mas pedir-vos que
da investigação, e não deis a sentença contra vós mesmos, levados pelo pre-
pode ser feito algum mal a nós, enquanto não se demonstrar que somos
Sua linguagem era respeitosa e não demagoga, mas demonstrava total reverência aos
magistrados de suja época, porém, ele não hesita de se identificar cristão, ainda que
lhe custe à vida, pois, com fé afirmava: “Vós podeis matar-nos, mas não condenar-nos”.
! Importante
Justino tentou justificar o motivo dos cristãos não adorarem os deuses gregos ou
romanos. Essa atitude dos cristãos fez com que fossem chamados de ateus. Justino
justifica que como poderiam ser os cristãos ateus se prestam culto ao seu Deus?
Aliás, não a um deus, mas ao Deus único e verdadeiro.
Em relação à defesa aos cristãos por não participarem das festas pagãs obrigatórias
a todos os cidadãos gregos e romanos e com isso receberem a acusação que eram
contra o Estado. Justino também explica que não eram contra o Estado, pois, o reino a
que buscavam não era terreno, mais celestial. Como poderiam ameaçar o Estado se do
Estado nada queriam? Essa era a temática da segunda Apologia de Justino. Sua ênfase
era a mesma da primeira: Esclarecer os equívocos em entender os cristãos como uma
ameaça ao governo romano.
Justino é explícito em que concentrava a vida. Isso incomodava os filósofos que, saben-
do ser Justino inicialmente um filósofo, não entendiam sua procura a uma verdade ab-
soluta que ele chamava de Deus. Justino terminou sua vida como cristão sendo morto
em Roma por causa de sua fé em Jesus Cristo.
Como discípulo de Policarpo, Irineu foi um ícone para todo conceito e conjuntura cristã.
Buscou incessantemente a paz entre os cristãos, mas não a custo da mistura da dou-
trina deixada por Cristo. Apesar de a igreja possuir uma geração de líderes, sejam:
bispos, anciãos, diáconos, presbíteros, missionários e pastores, era fato que o cristia-
nismo estava em tempos de afirmação. Após a morte dos apóstolos, coube aos novos
líderes conter as diversas heresias que insistiam em entrar na igreja.
O apóstolo Paulo havia advertido para esse acontecimento (Atos 20:28- 32):
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espíri-
to Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja
de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque
eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio
de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de
entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas
perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vi-
giai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei,
noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.
Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da
sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar he-
rança entre todos os santificados.
Irineu foi intitulado como o pai da doutrina ortodoxa. Isso recebeu por causa do seu
cuidado aferidor das doutrinas que queriam perpassar a palavra de Deus. Quando se
fala em teólogo ou apologista no século XXI, é comum associá-los a um grupo seleto de
mestres dedicados exclusivamente a esse ofício. Irineu fugia a essa regra. Foi pastor
e defensor da fé. Sua preocupação maior era a igreja. O que ela aprendia, assimilava,
aceitava e se deixava conduzir. Ele entendia que uma pessoa ao aceitar a Cristo não
poderia de fato dizer que era salvo apenas por esse ato, mas deveria professar uma
vida cristã de acordo com os ensinos de Cristo. Se esses ensinos eram aprendidos de
forma errada ela nunca seria cristã, pois, como ser cristã, seguindo a Cristo inversa-
mente aos seus ensinos?
! Importante
Uma das heresias que mais se empenhou em combater foi o gnosticismo, ensino
que dizia que havia um deus bom e um deus mau. Acreditavam, também, que as
almas de cada pessoa, já existia em outro plano.
O que aconteceu com esses espíritos? Como que por meio de alguma desobediência fo-
ram castigados a ficarem presos nesses corpos mortais. Como libertar-se desse corpo
ao qual estão aprisionados? Através do conhecimento oculto (gnosis). Criam também
em práticas esotéricas, ou seja, que alguns conhecimentos não podem ser para todos.
Os chamados iniciados tinham esse direito a tal conhecimento. Esse conhecimento
daria a cada um a condição de serem salvos da prisão do corpo. Para eles não existe
salvação em Jesus Cristo. A expiação do pecado é feita pelo conhecimento e não pela
morte substitutiva de Jesus Cristo pela humanidade.
Sua morte se deu em defesa do evangelho e testemunho cristão como não podia ser
diferente, segundo a tradição pelo Imperador Severo.
Fonte: catholikblog.blogspot.com
Tertuliano era bastante versado e intelectualmente preparado. Ele exerceu bem sua
fama de teólogo. Tanto agiu a favor da sã doutrina como foi árduo defensor dos cristãos
e cristianismo.
Tertuliano tinha uma vida dedicada aos vícios. Ele era o que alguns chamam para iden-
tificar uma pessoa imoral como: profano. Quando uma vida dessa parece ser o hobby
de Tertuliano e onde iria permanecer até morrer, ele tem um encontro com Cristo e se
converte ao evangelho.
Tertuliano foi versado em grego e era oriundo de uma família rica. Ao escolher Direito
para sua formação profissional exerceu a mesma em Roma, porém, jamais imagina
que usaria toda sua erudição e conhecimento a serviço do rei Jesus Cristo, e, assim,
foi. Em sua metodologia de ensino, embora não tendo sido um exímio teólogo, utili-
zava-se de seus conhecimento adquiridos ao se formar e pelo exercício da advocacia,
assim fazia que suas características apologéticas fossem úteis à igreja cristã.
Quanto à ordem, era pragmático. Quanto à vida diária, como cristão entendia a impor-
tância da responsabilidade pessoal no testemunho.
Embora estudioso e tendo todo esse avanço ele não se impunha por tal conhecimento,
mas se anulava ao conhecimento de Cristo. Sabia que a sabedoria do mundo (intelec-
tual) jamais poderia competir com a sabedoria divina ou dos que exerciam esse conhe-
cimento espiritual dado por Deus. Isso se referindo ao fato de saber que sem a ilumi-
nação do Espírito Santo, toda tentativa de discernir as coisas espirituais eram nulas.
Saiba mais
Tertuliano de Cartago deixou legado interessante acerca das mais diversas doutrinas cris-
tã sobre: Deus e a trindade. Ele sempre se dedicou a defesa do evangelho e em consequ-
ência, ao próprio cristianismo.
Quanto a sua teologia muitos sequer a chama de teologia porque ele normalmente se
preocupava com questões que não era o melhor ou melhores assuntos a se discutir teolo-
gicamente, exceto, pela defesa dos evangelhos dos lobos e hereges de plantão.
Fonte:voltemosaoevangelho.com
Teve que assumir o sustento da família após a morte de seu pai até porque na perse-
guição aos cristãos teve os bens da família todos confiscados.
Devido ao seu radicalismo e devoção a Deus foi muitas vezes taxado de herege, mas
longe disso, contribuiu com seus ensinos para o cristianismo em geral.
Orígenes era muito famoso e recomendado para ensinar em vários lugares devido sua
eloquência alcançada pela sua preparação acadêmica e a própria graça de Deus sobre
sua vida.
Embora tenha morrido farto de dias, Orígenes começou com menos de vinte anos a
ensinar numa importante escola de catecúmenos e devido sua intensa entrega a esse
trabalho desenvolveu um interesse de muitos em matricular-se na escola que ensi-
nava. Após a fuga do seu mestre Clemente por causa da perseguição cristã, passou a
assumir a direção da escola. Isso aumentou a procura pela escola que se dava tanto
pela vontade de muitos conhecerem mais sobre os ensinos de Cristo como nas ques-
tões filosóficas, área em que ele era um erudito.
Glossário
Apesar desses honrosos títulos se viu, vez por outra, acusado de herege uma delas
quando foi a Roma, na época liderada pelo papa Zeferino (150-217) e pelo Imperador
Caracola que tinha sobre seu comando a Grécia e a Palestina. Certa ocasião, a mãe do
então imperador Alexandre Severo, Júlia Mameia, solicitou sua presença em Antioquia
para receber alguns estudos dele. Quando nessa ocasião recebeu uma ordenação pe-
los bispos de Cesareia, momento que resultou na sua saída de Alexandria. Foi acusado
de heresia por se utilizar da filosofia e filologia nos seus ensinos teológicos.
Saiba mais
Orígenes chegou a ser ordenado sacerdote, porém, teve sua ordenação revogada por ser
eunuco. Essa revogação foi feita pelo Bispo Demétrio de Alexandria.
É bom saber diferenciar um herege de um piedoso cristão. Orígenes pode até ter co-
metido erros, seja teológico ou em atitudes, mas não se deve por isto tirar seu brilho
como cristão fiel até a morte. Orígenes jamais pode ser acusado de renegado ou trai-
dor da fé em Cristo.
Se havia exageros em algumas afirmações teológicas, o fazia mais por zelo que por
intencionalidade. Ademais ele foi reconhecidamente um teólogo sistemático por orga-
nizar em grupos de contextos e assuntos as doutrinas da palavra de Deus. Sem menos-
prezar o Antigo Testamento ele afirmava que só existe uma verdade e o fato de haver
grupos distintos defendendo “verdades” distintas se dá em não observar a revelação de
Deus que é sua palavra, pela iluminação do Espírito Santo.
Sua argumentação era mais radical no sentido da fé convicta que o que as Escrituras
dizem é a verdade e fora dela não há verdades, só mentiras. Seu padrão aferidor era
as doutrinas ensinadas pelos apóstolos. Não aceitava nenhuma outra doutrina que não
viesse deles.
Mesmo assim, considerava que os escritos que não estivessem explícitos, seria base
para especulações e as opiniões podiam divergir uma das outras.
Essa concepção de Orígenes fazia que ele, na filosofia, ao contrário da teologia, tivesse
uma postura eclética. Isto quer dizer ele colocava as Escrituras Sagradas acima das
especulações ou afirmações filosóficas.
Ele não negava a importância da filosofia nem qualquer outra ciência, apenas entendia
que a revelação divina tem toda verdade que o homem precisa para ser feliz, todavia, o
domínio de outras ciências era relevante para o conhecimento da vida.
1.9 Papias (70 – 140 D.C.)
Fonte:calindragan.wordpress.com
Dele é dito que houve relativa aproximação com os apóstolos, principalmente o apósto-
lo João. É dele o comentário que o livro de Marcos fora escrito baseado nos escritos de
Pedro, apóstolo. Suas pesquisas se voltavam mais em questões acerca do cristianismo
em si. Sobre a discussão de qual João ele foi próximo se deu também porque Irineu
de Lião tinha opinião diferente de Eusébio, afirmando que se tratava de João, apóstolo,
Eusébio dizia que era um João, presbítero, que não foi apóstolo.
Policarpo foi companheiro de Papias e que sugere ter sido ele também um homem
piedoso, porém, isso não é provado até porque o próprio Eusébio de Cesareia tanto fala
bem dele quando em instantes diferentes faz comentários depreciativos acerca dele.
Fato é que fica difícil fazer afirmações sobre alguém de quem pouco é falado e não se
tem nenhuma completa escrita sobre ele, pois, em meio às especulações também é
dito que ele foi martirizado pelo testemunho da fé cristã, todavia, sem um documento
oficial que comprove isto.
Outra questão relevante a entender é que como ele foi tanto amado como odiado, o
ponto sobre ele oscila de acordo como seus escritores o viam.
Alguns desses fragmentos podem até não ser originais, o que implica cuidado ao se
fazer qualquer afirmação sobre ele, seja boa ou ruim.
Papias escreveu uma versão diferente da morte de Judas Iscariotes. Disse ele que Ju-
das não se enforcou, pois, ao tentar isto, não conseguiu porque a corda partiu antes do
enforcamento. Chegou até dizer que Judas continuou vivo após essa tentativa frustrada
de cometer o suicídio.
Portanto, esse é Papias de quem se fala tanto quanto as dúvidas que pairam sobre ele
como sendo verdadeiras ou não. Tanto aquilo que dizem dele como o que dizem que
ele disse de outros.
Fonte: slideplayer.com.br
Foi ordenado Bispo numa época relativamente bem movimentada da igreja. As per-
seguições contra os cristãos não impedia o culto e o aumento de cristãos na igreja
de Cartago. A morte do próprio Cipriano foi resultado da perseguição do Imperador
Valeriano.
Mesmo sendo um importante Bispo para sua comunidade foi um exemplo de fé e hu-
mildade.
“... nenhum de nós coloca-se como um Bispo dos Bispos, nem por terror
tirânico alguém força seu colega a obediência obrigatória, visto que cada
bispo, de acordo com a permissão de sua liberdade e poder, tem seu próprio
direito de julgamento... mas o julgamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
é o único que tem poder de nos designar no governo de sua igreja, e de nos
julgar de sua conduta nela”.
Cipriano com isto deixava claro que todos os Bispos eram iguais em autoridade e au-
tonomia. Os Bispos com isto, na localidade em que atuavam tinham grande respon-
sabilidade em manter o povo amadurecido na fé e com conhecimento necessário para
enfrentar as heresias de sua época.
Esse tratado tinha o objetivo de unir a igreja e protegê-la das heresias. O tratado era
uma espécie de orientações para a perseverança na doutrina de Cristo e ensinada pe-
los apóstolos. O crescimento da igreja teve como um dos maiores adversários as here-
sias nascidas por meio dos falsos profetas, sem nenhuma conversão, que ensinavam
na igreja travestidos de ovelhas sendo por dentro ferozes lobos, querendo devorar os
simples e os incautos.
Num dos pontos desse tratado ele diz:
As principais obras de Cipriano são: Tratado Sobre a Unidade da Igreja e Dos Caídos, am-
bas escritas em 251 d.C., enviadas aos confessores romanos da fé. De habitu virginum (249
d.C.), De mortalitate (252 d.C.), De opere et eleemosnynis (252 d.C.) e uma coleção de cartas.
Algumas de suas obras são revisões dos escritos de Tertuliano, a quem Cipriano chamava
de mestre.
Este escrito se refere às virgens que se consagraram a Deus. Fizeram uma espécie
de voto de castidade. A recomendação é ficarem fiéis a esse compromisso mesmo
diante dos desafios do mundo corrompido. Uma narrativa com intuito de estimular
aos bons costumes que a época exigia, seja no padrão de conduta ou em nas vesti-
mentas para se manterem puras para seu noivo: o Senhor Jesus Cristo.
• De Mortalitate (252 D.C.)
Ele reprovou a atitude dos pagãos e convocou a igreja. O que chama a atenção nesse epi-
sódio tão doloroso era que as pessoas ao invés de socorrer as vítimas que estavam com
esta doença, se detinham a roubar os seus pertences.
Após a advertência e indignação que mostrou aos que estavam fazendo isto, resolveu cha-
mar os cristãos para mudar o rumo da História de muitos. Muitos foram salvos por eles.
Quando decidiram apostar na solidariedade.
Fonte:www.e-cristianismo.com.br
Sua capacidade apologética foi revelada através das obras que escreveu contra as he-
resias que tentavam se consolidar nas igrejas cristãs.
Glossário
Durante a perseguição não se tem registros claros de como ele continuou vivo durante
a mesma. Sabe-se que testemunhou alguns martírios dos cristãos e passou um tempo
preso, sendo solto com a acusação de herege.
Ele tinha características ordeiras e isso é demonstrado quanto a sua posição acerca
do arianismo quando buscou uma solução mediana entre os grupos para se evitar uma
divisão que era inevitável acontecer. Essa postura pode ter lhe rendido à acusação de
ser simpatizante do arianismo, não no seu todo, mas em parte.
Fonte: academico.arautos.org
Não é preciso dizer os estragos que fizeram as heresias do arianismo que são a funda-
mentação de algumas seitas que existiram e existem até hoje.
Atanásio antes de ser ordenado Bispo foi diácono. Sua teologia foi ganhando espaço
entre os cristãos de todo Egito. Essa proeminência do Bispo Atanásio teve consequên-
cia severa contra ele, pois, seus opositores e invejosos também usaram sua influência,
porém, política e foram responsáveis pelo exílio de Atanásio que durou muitos anos.
Foi neste período que buscou através de suas cartas contribuir com seu conhecimento
de Cristo e as Escrituras fazendo assim que sua função pastoral não pudesse parar e
suas ovelhas foram alimentadas mesmo estando ele na prisão. No período de 335 a 364
foi imprescindível na doutrina de Cristo para a igreja através de suas cartas.
Seus esforços e escritos não foram em vão. Oito anos após sua morte, foi realizado o
Concílio de Constantinopla que deu voto favorável ao seu ensino sobre a mesma es-
sência entre o Pai e o Filho e também o Espírito Santo, rejeitando assim, o arianismo.
Atanásio provavelmente era de pais pagãos e de fala grega, isso possivelmente pou-
pou-lhe de uma perseguição religiosa inicial, mas durante os quarenta e cinco anos
de seu Bispado ele passou dezessete e meio exilado. Atanásio morreu no ano 373. Sua
morte foi bastante lamentada por suas ovelhas, pois, sabiam que tinham perdido um
exemplo de líder e de cristão que mesmo em meio ao sofrimento ao invés de suplicar
consolo, consolava a todos e exortava-os a permanecerem firmes na fé, mesmo em
meio às perseguições ou o custo da própria vida.
Atanásio foi um homem piedoso e tinha compreendido o significado do que Cristo quis
dizer quando falou: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Mt 5:16. Ele foi
uma luz para a humanidade. Enquanto Cristo o ilumina nas doutrinas através do Espí-
rito Santo, ele se colocava como um instrumento de luz anunciando ao povo acerca da
generosidade e amor de Deus para com o mundo inteiro e exercendo uma postura de
vida onde o próprio Deus era glorificado na terra com suas obras a favor do reino de
Deus.
Mesmo assim, ele mandou um recado para Atanásio: “como você conhece meus dese-
jos, ore para admitir livremente todos que desejarem ingressar na igreja. Caso chegue
aos meus ouvidos a notícia de que você impediu alguém de tornar-se membro, imedia-
tamente enviarei um oficial para depô-lo e enviá-lo para o exílio”. Essa ameaça e ou-
tras que vieram não demoveram Atanásio de seu propósito de ouvir e obedecer a Deus
e não aos homens. Atanásio honrou os esforços daqueles que o consagraram sem lhe
pedir nada, mas esperando que fosse corajoso em defender a pureza da doutrina de
Cristo. Em temor e amor a Deus, assim o fez.
Quanto aos opositores, inclusive Constantino, vendo que Atanásio não cederia às ame-
aças, montaram alguns concílios recheados de mentiras contra Atanásio que resultou
em sua condenação e assim fora exilado deixando de ser um entrave para o próprio
Imperador Constantino.
tra o mundo”.
1.13 Jerônimo (325 – 378)
Fonte: pt.wikipedia.org
Jerônimo teve um papel importante: traduzir as Escrituras para o latim. Essa tradução
ganhou o nome de Vulgata (Comum ou popular). Nasceu em Veneza no ano 341 em
Aquileia, Itália.
Sua conversão se deu ainda jovem e por volta dos dezenove a vinte anos foi batizado.
Dedicado ao estudos das línguas e ao estudo da filosofia. Fez viagens a Roma e levou
uma vida de peregrinação. Foi em Antioquia que escolheu uma vida mais reservada e
monástica.
Após aprender o hebraico e ter ensinado a uma senhora da classe alta romana, foi
singularmente apoiado financeiramente a essa vida reclusa na cidade de Belém por
mais de trinta anos;
A Bíblia, a qual traduziu das línguas originais: Hebraico e Grego, tem sido utilizada pela
igreja católica e por longo tempo tornou-se a Bíblia oficial da igreja católica.
Essa Bíblia foi uma solicitação do Bispo Damasus que atuava em Roma. Como Roma
havia adotado a língua latina embora o grego fosse bastante difundido, a proposta foi
tornar a língua latina padrão para ser exposta nos sermões da igreja.
Sua tradução completa se deu entre os anos 383 a 405. Jerônimo infelizmente se dei-
xou levar pelos falsos ensinos da época e aderiu a eles. Aceitou a afirmação que o ce-
libato era um estado superior ao próprio casamento instituído por Deus.
Jerônimo também aceitou a veneração a restos mortais de santo, como dos apóstolos,
por exemplo, além de venerar relíquias com o argumento que eram sagradas, acredi-
tava na água benta com poder curativo ou simplesmente abençoar o povo. Morreu no
ano de 420, próximo a Belém.
Fonte: pt.wikipedia.org
Sua formação acadêmica em cultura geral, retórica e filosofia, não o impediu de ouvir
a voz de Deus. Jovem ainda converteu-se e foi batizado. Buscou uma vida mais distante
da agitação da cidade para dedicar-se ao estudo da Bíblia e a consagração.
Sua mãe foi um exemplo de vida para ele. Dedicou-se à educação dele e mesmo tendo
ficado viúva muito jovem (vinte anos, provavelmente) não casou novamente para cuidar
de João.
Ele foi um exímio estudante de exegese bíblica e sua decisão de levar uma vida mo-
nástica por longo tempo por propósitos espirituais deixou sua saúde fragilizada. Ao se
achar preparado para ações missionárias voltou ao convívio com o povo, mas a vontade
de ajudar o povo ficou comprometida por causa de sua saúde e decidiu voltar para An-
tioquia.
Seu período como aluno de Libânio, sofista, lhe rendeu domínio no grego e retórica, no
que era muito bom.
Glossário
Retórica é uma palavra com origem no termo grego rhetorike, que significa a arte de falar
bem, de se comunicar de forma clara e conseguir transmitir ideias com convicção.
Após a morte de sua mãe, decidiu fazer o que não fez quando ela estava em vida por
não querer entristecê-la. Ele buscou viver uma vida asceta, longe da sociedade, numa
caverna nas montanhas, porém, mais uma vez sua saúde frustrou seus planos e teve
que voltar. Até 398 se tornou um pregador de belos sermões entre os quais a maioria
pregou em Antioquia.
A força de suas mensagens impressionava também pelas convocações a uma vida jus-
ta e piedosa não voltada para si mesmo.
Sua voz ainda ecoa proclamando ao santo que se santifique mais, pois, Deus nos cha-
ma a santidade. Morreu em 407 e com certeza foi um momento de muita tristeza entre
os que o ouviram, mas seu legado de mensagens cheias de sinceridade e muita com-
paixão não seriam esquecidas jamais. Fica também nele, o exemplo do homem rico
que escolheu viver como pobre entre os pobres para salvar os pobres.
Antes de tudo é bom deixar claro que Agostinho não era anjo e nunca foi demônio, ape-
nas um ser humano como qualquer mortal, sujeito as mesmas paixões e erros, devido
ser um pecador como qualquer de nós.
Algumas coisas, porém, devem ser reconhecidas nele. Foi um ou o maior pensador
cristão da Idade Média. Seus escritos, embora polêmicos, foram bastante utilizados
pela igreja e até hoje o são. De muito valor seus pensamentos e sua apologética. Mes-
mo dito dele que não foi muito incisivo em questões cruciais da fé cristã deixando a
desejar nesse quesito, também é preciso dizer que foi importante em pontos que apre-
senta suas interpretações onde poucos ousaram interpretar como ele.
É possível dizer que sua contribuição não se restringe a essa ou aquela igreja ou cor-
rente teológica, pois tanto a igreja protestante como a igreja católica devem muito ao
trabalho desse homem de Deus.
Agostinho teve uma mãe que não mediu esforços para educá-lo na vida moral e religio-
sa, às vezes, exagerando nos castigos quando ele saia daquilo proposto.
Não era muito de estudar voluntariamente, por isso alguns castigos lhe foram impos-
tos ao longo de seus estudos.
Ele demonstrou suas fragilidades na fé cristã quando teve que sair para estudar fora.
Distante dos olhos de sua mãe e da proximidade dos que o acompanhavam desde a
meninice na fé cristã, Agostinho entrou numa vida de devassidão. Um verdadeiro filho
pródigo. Esbanjou seu dinheiro com bebidas, prostituição e ao conhecer uma mulher
que viveu com ela em concubinato, engravidou-a e ela lhe deu um filho ao qual lhe deu
o nome de Deodato. Esse acontecimento foi no ano 372 e apesar de tudo isso Agosti-
nho não vivia em paz, ao contrário, inquieto por estar afastado de Deus, não cessava de
sair em busca da verdade. Foi nessas buscas que achando o maniqueísmo incapaz de
dar-lhe as respostas que buscava, fez do retorno à filosofia em meio a leituras como
de Hortênsio, Cícero e de escritos neoplatonistas mais uma tentativa de encontrar a
verdade.
Com toda certeza, Agostinho foi relevante para o período da reforma. Seus escritos
serviram de escopo para Martinho Lutero, Calvino, Zwinglio, Melanchton e outros re-
formadores. O próprio Martinho Lutero foi grandemente influenciado no processo de
sua conversão e o início da Reforma Protestante. A Reforma tem a visão agostiniana e
o fervor original dos reformadores.
Foi lendo romanos 13:13,14, que ele encontrou a luz que precisava. Aplicou o texto à
própria vida que vivia e ali arrependeu-se de todos os seus pecados, sendo aceito e
perdoado por Cristo. Uma atitude de quem verdadeiramente demonstrou vontade de
mudar de vida. Agostinho mostrou que cair não significa o fim quando existe vontade
sincera de voltar para Deus e chão é o lugar de se prostrar e a um coração “contrito
e quebrantado não desprezarás, ó Deus” (Sl 51:17). Agostinho de Hipona nunca mais
esqueceria daquele dia que se reconciliou com o Senhor.
Agostinho:
“Tu nos fizestes para ti (ó Deus) e nosso coração não descansará enquanto não
repousar em ti”.
A força do perdão de Jesus foi tão grande e real na sua vida que ele decidiu andar na
contra mão do mundo dali para frente e fazer das palavras do apóstolo Paulo suas: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que
agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a
si mesmo por mim.” Gálatas 2:20.
Quando aconteceu sua conversão genuína, sua mãe que dia e noite sempre orou por
esse momento teve o privilégio de ainda estar presente em seu batismo. Pouco tempo
depois morreu, mas feliz por ver seu filho nos braços e a serviço do rei Jesus.
Agostinho, após a conversão, logo se destacou por sua eloquência e oratória.
Morreu em 430, incansável em seu trabalho e serviço a Deus foi um exemplo de ativi-
dade sacerdotal, administração, escritos. Suas obras foram desde devocionais a temas
apologéticos que até hoje são usados.
Os principais são:
Confissões, De Civitate Dei, The Works of Saint Augustine, On the Trinity, The Enchiridion,
manual, De libero arbítrio, Soliloquies of Augustine, Tractates on the Gospel of John, Au-
gustine, De Magistro, Eighty-three diferente questions, Agaisnt Julian, Obras completas de
San Agustin, The Lord’s of the M..., De beata vita, Confessions and Enchiridion, etc.
Dica de Leitura
Para saber mais sobre a Era dos Mártires leia “História Ilustrada do Cristianismo. A Era
dos Mártires Até a Era Inconclusa”.
Justo L, González. História Ilustrada do Cristianismo. A Era dos Mártires Até a Era Incon-
clusa - Caixa. Volume 1 e 2. Editora Vida Nova, 2011.
Resumo
Igreja Primitiva e da
Pré-reforma
Ao final da Unidade você será capaz de:
Guia de estudos
Glossário
O gnosticismo foi e é uma corrente de ensinos heréticos que existiu com força desde os
tempos apostólicos. Muito mística era uma espécie de mistura de doutrinas cristãs e su-
perstições pagãs.
Foi muito combatida pelos apóstolos e os pais da igreja, mas como não era possível
acabar com essa raiz enferma em sua totalidade em todas as épocas, não só na era
apostólica e na pós-apostólica, a igreja teve e tem problemas com essa doutrina.
Os gnósticos criam que do Deus supremo surgiu um grande número de divindades in-
feriores. Assim como a benignidade estava sobre algumas, a malignidade estava sobre
outras. Acreditam que é dessa mistura dessas criaturas que se justifica a maldade e
bondade que acontece sobre a terra.
Para os gnósticos, Jesus Cristo nada mais é que a manifestação do bem na terra, ou
seja, a emanação maior. Não creem que Jesus Cristo seja Deus, mas que a natureza
divina habitou nele por um tempo.
Alguns escritores atestam que houve o fim desta doutrina perniciosa, mas em se tra-
tando de ser humano, é impossível sim, determinar o fim de coisas que contrariam a
vontade de Deus.
Os gnósticos queriam que todos aceitassem a ideia que a salvação vinha por experiên-
cias místicas, ou seja, o conhecimento era a base. Do conhecimento místico a salvação
era alcançada. Com isto anulavam a salvação por Cristo. Adentram assim no que a fi-
losofia defendia: O homem é escravo do desconhecido, quando ele sai dessa ignorância
do saber, se liberta e alcança a salvação da alma. Não salvação de pecados, mas da
ignorância que o prende no mundo dos sentidos.
O gnosticismo afirmava que Jesus Cristo não tinha um corpo físico, era apenas uma
aparência de corpo, ele não veio em carne.
Essas heresias já havia desde os tempos apostólicos, não é ao acaso que João, discípu-
lo e apóstolo de Jesus, escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:1,14.
Ele não só escreveu no Evangelho, mas também em uma de suas epístolas: “Nisto
conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em
carne é de Deus...”. I João 4:1-6.
Acerca dos pecados mortais que interpretavam, diziam que quem os pecasse não teria
perdão. A perseguição era necessária para eles, portanto, quem fugisse das persegui-
ções estariam pecando contra Deus.
Não é difícil encontrar-se grupos extremistas em nossos dias. Essas seitas extremis-
tas sempre estiveram presentes nas gerações que vão desde o sacrifício de crianças
como até o suicídio coletivo ou individual em nome da fé que muitos não sabem se
será assim ou não. Outra heresia clássica do montanismo foi o batismo pelos mortos
apregoado como necessário para purificação e salvação dos que morreram, e, até hoje,
apesar do tempo, continuam vivas em alguns grupos religiosos (seitas).
Ele pensou isso e não foi. Deus havia se revelado por mensagens espirituais, das quais,
usou: Buda, Zoroastro e Jesus, porém, por último, Mani, como maior desses profetas.
Alguns eleitos “especiais” eram ascetas, ou seja, praticavam a abstinência de coisas
que entendiam como prazeres carnais. Jejuavam exageradamente, praticavam o celi-
bato, etc. Praticavam uma espécie de “punição” ao corpo para “elevação” espiritual. Os
adeptos a essa doutrina eram chamados maniqueus devido ao nome de seu fundador:
Mani, segundo escritos, morto no ano 276 por autoridades da Pérsia.
Outra seita que o seu fundador se autodenominou o Espírito Santo ou paracleto. Ele
ensinou essa chegada como o Consolador baseado no momento em que Jesus Cristo
anunciou que partiria e enviaria um Consolador.
Saiba mais
Entre alguns de seus exageros temos o ensino de que entre eles havia alguns especiais
que deviam levar uma vida asceta, ou seja, deviam se consagrar para aumentar sua es-
piritualidade, então, jejuavam de alimentos e água de forma mais prolongada causando
danos à saúde, evitam tudo que consideravam carnal e opositor a sua santificação, prega-
vam o celibato. Há muito mais coisas exageradas em sua doutrina, todavia, é interessante
apenas acrescentar que eles faziam isto porque entendiam que a punição severa ao corpo
espiritualizava-os e os purificavam mais para o exercício do seu chamado.
3.1.4 Sabélio (120-250)
O sabelianismo vem de seu nome. Dois principais destaques em suas heresias que
gerou muita polêmica nos primeiros séculos da igreja cristã. Os pais da igreja mais
uma vez se viam na necessidade de combater doutrinas que tentavam com sutileza
desmontar a doutrina da Trindade. Isso é uma prova que o gnosticismo deixou rastros
e o modalismo começou com esse movimento, posteriormente Sabélio assumiu a ideia
com mais influência por isso o movimento passou a derivar de seu nome e mudando de
modalismo para sabelianismo.
Esse movimento herético é conhecido como unicista porque defende a ideia que Jesus
disse que quem vê a ele vê o Pai, portanto, o Pai é Jesus e o Espírito é Jesus não por
ser da mesma essência apenas, mas por ser Jesus, a essência no Pai e a essência no
Espírito Santo.
Ensinou também que o batismo não deveria ser feito em nome dos três: Pai, Filho e
Espírito Santo, mas somente no nome de Jesus sugerindo o texto de Atos 2:38.
O texto não ensina que o batismo é só no nome de Jesus. Pedro está afirmando que
o batismo deve ser feito sobre a autoridade do que Jesus ensinou, daí, podemos citar
Mateus 28:19, e entender que Jesus ensinou que o batismo seja sim: Em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo.
3.1.5 Ário (256-336)
O arianismo foi uma das piores seitas heréticas do segundo século. Começou a partir
de um ensino da negação da Trindade e que Jesus e Deus não eram a mesma pessoa.
As buscas filosóficas para encontrar respostas para a doutrina da Trindade resultou
em tais conclusões heréticas. Na realidade pode-se dizer que sua raiz nasceu no gnos-
ticismo. Os gnósticos também não aceitavam a divindade de Jesus Cristo. Talvez a
igreja demorou demais em tomar uma atitude contra essa doutrina. Quando resolve-
ram fazer, ela já tinha se espalhado em muitas regiões como Antioquia e Alexandria.
Além do apoio que teve de alguns teólogos e a omissão de outros, o maior apoio que
Ário teve nesse ensino herético foi do próprio Imperador Constantino.
Fonte: isoladipatmos.com
Aquilo que parecia uma defesa a Cristo foi, na verdade, uma blasfêmia. Ao dizer que
Deus é único, e não se pode negar que Cristo é Deus. Dizer que Cristo é uma criação
menor de Deus é inaceitável. Dizer que Deus é feito de uma essência e Jesus de outra é
descaracterizar o cristianismo que em sua doutrina a certeza que Deus, o próprio Deus
se fez homem e habitou entre nós cheio de graça e verdade (João 1:1,14; I João 5:20).
A discussão sobre o assunto foi muito forte. Separou até alguns pais da igreja em opi-
niões diferentes. Levou outros a ficarem neutros, mas finalmente a verdade de Deus
prevaleceu no Concílio de Nicéia, ficando estabelecida a confirmação da doutrina dos
apóstolos que não só Jesus e Deus são a mesma pessoa (João 10:30; 14:6-11). Esse
Concílio aconteceu do dia 20 de Maio a 25 de Julho do ano 325.
3.1.6 Pelágio (360 – 420)
Fonte:pt.wikipedia.org
Pelágio ensinava que nem todos os pecados que o homem já havia pecado anulava sua
vontade de não pecar, daí querendo, poderia parar de pecar. Ainda, também, ensinava
a predestinação como heresia e o livre-arbítrio como única verdade, todavia, livre-ar-
bítrio, ao seu modo.
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os
homens por isso que todos pecaram”.
Romanos 5:12
Apolinário foi Bispo em Laodiceia, a igreja que não era quente nem fria e Deus estava
a ponto de vomitá-la (Ap 3:13-22). Apolinário na tentativa de explicar intelectualmente
como Deus se fez Cristo criou a heresia em defender que apesar de sua encarnação
ser real, Cristo não tinha um espírito humano.
Fonte: foraheresia.blogspot.com
Se Cristo não tinha um espírito humano não podia ser 100% Deus, nem 100% homem.
A defesa de Apolinário em fazer tal afirmação foi considerada herética e o Concílio re-
alizado em Constantinopla em 381, pôs um fim à possibilidade da continuação desse
ensino, considerado nocivo à igreja e à pureza da doutrina cristã.
A Reforma Protestante não surgiu ao acaso nem de um dia para o outro. Seu surgi-
mento estava anunciado por algumas gerações de padres e teólogos insatisfeitos com
a condução da igreja ao longo dos séculos.
A vergonhosa pregação da indulgência era que caso o povo comprasse os objetos “con-
sagrados” ou doassem bens e terras para a igreja, sob a administração dos sacerdo-
tes, iriam poder até herdar a salvação fazia da casa de Deus um verdadeiro comércio.
Homens com um verdadeiro temor a Deus estavam sendo tomados pelo Espírito Santo
para um grande avivamento espiritual que recebeu o nome de: Reforma Protestante.
Alguns nomes que antecederam a Reforma também precisam ser lembrados, pois,
através deles foi que o Espírito Santo começou incendiar corações com o desejo subli-
me do retorno à fé verdadeira em Cristo.
Fonte : spartacus-educational.com
Sua contribuição para a história da reforma foram várias, mas sem dúvida, seu traba-
lho na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a
Bíblia de Wycliffe foi uma das principais. As pessoas comuns que não tinham acesso à
Bíblia agora podiam ler em sua própria língua. Quem é o homem que surgiu no século
XIV na Inglaterra considerado “A Estrela da Manhã da Reforma Protestante?”. Era teó-
logo e professor. John Wycliffe (Hipswell - Inglaterra; 1320 - Lutterworth - Inglaterra;
31 de dezembro 1384) foi o arauto da Reforma, não somente para Inglaterra, mas para
toda a cristandade. Aquele protesto abriu a luta que deveria resultar na emancipação
de indivíduos, igrejas e nações.
Sua fé, devoção e coragem eram resultado de uma paixão no coração: Deus. Wycleffe
visava uma reforma na Inglaterra, fato que se concretizou aproximadamente dois sé-
culos mais tarde.
Apesar de Wycliffe receber uma educação liberal, para ele o temor do Senhor era o
princípio da sabedoria. No colégio se distinguira pela fervorosa piedade bem como
pelos seus talentos e perfeito preparo escolar devido sua aplicação e disciplina nos
estudos.
Saiba mais
Ele não para por aí. Uma das mais polêmicas declarações foi quando disse: “Enquanto
temos muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas
se estiverem de acordo com a Bíblia”.
Esta postura de Wycliffe sacudia a Inglaterra literalmente. Após dois séculos, Martinho
Lutero levanta a mesma bandeira de Wycliffe e apesar da distância entre o tempo que
Wycliffe e Lutero viveram, na Reforma, é como se Lutero fosse um seguidor de Wyclif-
fe, que estava apenas seguindo os passos de seu mestre.
João Huss foi bastante lido e estudado por Lutero e não só ele como outros ícones da
Reforma. Huss foi um homem que era um verdadeiro exemplo de abnegação a Cris-
to. Ele pregou acerca de assuntos voltado para Reforma. Era assim seus sermões.
Sempre foi hostil às indulgências e isso irritava a cúpula do clero. Huss era amigo dos
pobres e aos ricos esperava uma conversão; as indulgências foram atacados em seus
sermões. João Huss recebeu o cognome de “Cisne Branco”.
Um verdadeiro defensor da fé cristã, Huss também fazia seus sermões com proprie-
dade e composição teológica.
Fonte: www.christianitytoday.com
O crime de Huss foi defender a moral e a pureza cristã do ofício do sacerdócio dos que
foram chamados por Deus. Huss entendia sua missão como uma oportunidade para
servir e não enriquecer. A igreja, para Huss, deveria ser exemplo de benevolência e
compaixão. Era a igreja que deveria dar sem esperar receber, mas o que ele via era
uma exploração da fé dos simples e até dos ricos e o uso indevido do nome de Deus
nesse empreendimento ilícito.
! Importante
Lutero escreveu mais tarde. “Eu não conseguia entender por que motivo tinham quei-
mado um homem tão grande, que explicou as Escrituras com tanta seriedade e habilida-
de”. Lutero veio entender depois quando teve a mesma postura de Huss, contestan-
do o sistema corrupto da igreja.
Huss teve que passar por uma transformação de caráter em relação ao seu início como
estudante de Teologia. Ele não teve motivos tão nobres quando decidiu entrar para o
sacerdócio, mas passou por uma espécie de conversão e passou por uma mudança
de propósitos que chegamos a dizer que o próprio Espírito Santo foi o responsável por
essa mudança.
Foi condenado por heresia por não se submeter ao sistema da igreja católica, ao con-
trário, resolveu denunciar os abusos sociais, morais e espirituais. Quando foi intimado
a comparecer ao Concílio de Constança para ser julgado, mostrou serenidade, não
desespero. Lá foi condenado a morrer na fogueira como subversivo e herege se não
negasse tudo que ensinou acerca de Cristo e do que falou contra a igreja.
Ao invés da igreja, ou seja, padres, bispos e mesmo o papa que se diziam representan-
tes de Deus usarem os sermões de Huss para reflexão, arrependimento e conversão;
agiram como os algozes de Estevão (At 7) quando o apedrejaram por resistirem o Espí-
rito Santo que falou pela sua boca. Agora a história se repete com um detalhe diferen-
te: ao invés de apedrejarem um porta-voz de Deus, estavam-no queimando.
Sabendo que Huss não era culpado de crime algum, mas vítima de líderes inescrupu-
losos, o sacerdote religioso Poggius Florentini, católico romano, ainda apelou a Huss
que considerasse a possibilidade de negar tudo que afirmou como uma forma de evitar
a fogueira, mas Huss disse: “Hoje vocês assarão um ganso magro, mas em cem anos
ouvirão um cisne cantar. Não serão capazes de assá-lo e nenhuma armadilha ou rede
poderá segurá-lo”. Assim o “ganso magro” foi assado na fogueira.
Esse exemplo de homem fiel até a morte (Ap 2:10) causou admiração até mesmo nos
seus executores. Durante sua vida em suas pregações ficam lembranças de suas pala-
vras, entre elas, quando disse: “Quando o Senhor me deu conhecimento das Escrituras,
eu descarreguei esse tipo de estupidez da minha mente tola.” Assim Huss começou
cada vez mais a confiar nas Escrituras, “desejando manter, acreditar e fazer valer o
que está contido nelas, enquanto eu tiver fôlego de vida”. Sua valentia não lhe rendeu a
prata e o ouro desta terra. Não lhe foram feitas promessas de prosperidade e elevação
profissional. Huss era cada vez menos querido entre seus colegas sacerdotes, embora,
admirado por alguns que preferiam o silêncio a arriscar fazer o mesmo.
Huss, ao contrário, enviou cartas ao longo da vida para serem lidas em nome da verda-
deira mensagem que Cristo deixou para ser pregada. Uma delas endereçada à igreja
em Praga, dizia que somente Cristo é a cabeça da igreja, que um papa “por ignorância
e amor ao dinheiro” pode cometer muitos erros, e que se rebelar contra um errante
papa é obedecer a Cristo.
O ganso magro tinha um coração mole, quebrantado aos pés de Cristo. Ele demons-
trou firmeza e fé ao não aceitar o que chamaram de última chance de retratação. Sua
resposta foi uma oração: “Senhor Jesus, é por ti que eu pacientemente suporto esta
morte cruel. Peço-te que tenha piedade de meus inimigos”. Recitava Salmos enquanto
as chamas tomavam seu corpo até a morte.
Deixou seu legado de fé, e mesmo tendo uma morte tão cruel nas chamas daquela
fogueira, combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé (II Tm 4:7). Foi
queimado no fogo da terra por não querer ser príncipe com o preço do silêncio imoral,
todavia, com certeza, foi recebido no céu como príncipe com direito a coroa da vida.
Fonte: www.wattpad.com
Nascido em 21 de Setembro de 1452, filho de Niccolo Savonarola, sua mãe se chamava
Elena. Durante sua juventude foi destacada por sua seriedade e senso de justiça. Fer-
rara, cidade natal, sabia muito bem disto.
Pode ser considerado um avivalista. Pregador ungido por Deus, agiu como um verda-
deiro profeta e atalaia. Suas mensagens eram recheadas de sermões que chamavam
o povo ao arrependimento de pecados e ao abandono das práticas de feitiçaria, festas
e leituras imorais. Eram mensagens que atraiam o povo, apesar de parecerem agres-
sivas, pois, não eram ditas pelo homem Savonarola, ele era apenas um instrumento do
Espírito Santo que pregava a uma geração aprisionada por pecados diversos.
Devido sua total repugnância ao mundo, decidiu se dedicar mais à oração com bastan-
te ardor. Dizem alguns que após uma desilusão amorosa, quando uma moça despre-
zou sua família achando-se mais importante, ele decidiu não mais casar e levar uma
vida monástica.
Quando chegou ao convento não se preocupou com privilégios, antes, ofereceu-se para
serviços simples como cozinha, horta, etc.
Suas virtudes e humildade chamavam atenção dos monges, motivo pelo qual era ad-
mirado por sua sinceridade. Ser professor de filosofia foi uma indicação por méritos e
demonstração de todos que reconheciam sua capacidade para tal função, na qual não
decepcionou, correspondendo às expectativas, tanto que ficou lecionando até sair do
convento.
A Bíblia era seu livro de regra de fé e prática e foi ela que o levou a compreender o único
meio pelo qual as pessoas podiam alcançar o perdão de Deus, pois, apesar de seu fer-
vor e sinceridade, ainda não reconhecia que somente a fé em Jesus Cristo podia levar
o homem ao céu. Quanto mais lia a palavra de Deus, mais sentia que deveria exortar
o povo ao arrependimento, porque o juízo de Deus, dizia, está próximo. Isso fazia dele
como que apressado porque o Dia estava se aproximando. O púlpito passou a ser lugar
para suas mensagens fervorosas e eficazes, pois o povo exortado ao arrependimento
atendia ao chamado de Deus.
Chegou a passar sete anos no mosteiro de Bolongna, Jerônimo, agora Frei, foi para o
convento de São Marcos, em Florença. Ele se sentiu desafiado a advertir o povo floren-
tino a abandonarem a vida depravada em que vivam. Não obteve muito sucesso. Por
quê? Alguns atestam que ele sentiu na pele o que é um pregador exercer o ofício na
sua própria terá como o fez Jesus Cristo e fora desacreditado pelos seus.
Quando uma voz profética ecoava contra o mal existente, logo, apareciam aqueles que
tentavam silenciar tal manifestação e não foi diferente com ele.
Com seu estilo próprio ele aumentava a lista dos invejosos e os que se opunham ao
reconhecimento de seus erros por lhes gerar poder e riqueza.
Para se ter uma ideia, Savonarola não atendeu nenhum dos convites que lhe enviaram
do príncipe Lorenzo, que tinha ainda o status de: O magnífico. Isso irritou Lorenzo que
percebia a influência de Savonarola sobre o povo que o assistia. Seus sermões não só
atingia a corrupção política como a religiosa, chegando até citar algumas ações impró-
prias pelo papado.
É fato que ele só veio compreender que a salvação se dá, não pelas obras, e sim, pela
graça, por meio da fé, porém, seus sermões eram fortes instrumentos que pretendiam
levar o povo ao arrependimento.
Sua conversão propriamente dita se deu através de uma visão que recebeu do Senhor,
convicto de que a visão veio do Senhor, começou novamente a pregar. Sob a nova unção
do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que mui-
tos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum,
durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes
romperem em veemente choro.
Um dos alvos das mensagens contra a imoralidade e corrupção, Lorenço de Medici,
regente de Florença, tentou subornar Savonarola de diversas formas: a bajulação, as
peitas, as ameaças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o
pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. O resultado foi o fracasso
do próprio Lorenço.
A voz profética de Savonarola incomodou tanto que foi chamado de herege e rebelde,
após excomungado. No ano de 1498, por ordem do Papa, foi enforcado e queimado em
praça pública.
Savonarola
a) Ainfalibilidade Papal. O poder que o papa exercia no mundo era notório. O povo o
tinha como um representante de Deus, infalível, portanto, quase adorado como um
deus, tudo que dissesse, fizesse e ordenasse devia ser obedecido sem questionamen-
tos. Questionar as determinações papais era como se alguém estivesse tentando con-
tra a própria vida.
e) Indulgências. Também era uma forma de pagamento pelo perdão de pecados e sal-
vação. Por meio de bens doados e mesmo dinheiro, pessoas era enganadas com a falsa
ideia de receberem a graça salvadora de Cristo. Isso se tornou a maior indignação dos
reformadores. - Ultrajante! Imoral! Gritavam eles. Os reformadores se recusavam par-
ticipar daquela farsa, mas foram mais além, começaram a pregar nos púlpitos de suas
paróquias essa pouca vergonha e isso não só incendiou mais sacerdotes que também
não concordavam com isto como irritou o clero e o Pontífice, que recebia informações
do andamento de tais revoltas pelos próprios comandados.
Dica de Leitura
Para saber um pouco mais sobre os principais acontecimentos do Cristianismo leia o livro,
“Os 100 Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo”
• Os principais heresiarcas;
• Os motivos que culminaram na reforma;
• Diferenças entre Igreja primitiva e da
pré-reforma.
Unidade 4
Guia de estudos
1. – Os principais Reformadores
2. – Os Principais Movimentos Populares Depois da Reforma
1 - Os Principais Reformadores
Fonte: educarparacrescer.abril.com.br
Seu pai, João Lutero era mineiro lenhador. Casado com Margarida Ziegler, eram po-
bres, mas sempre se esforçaram por oferecer uma boa educação para seu filho, Lute-
ro. Mudaram-se para Mansfeld, onde lá Lutero passou boa parte estudando.
Com dedicação, ele terminou os estudos necessários para ingressar no curso superior
aos quatorze anos. Foi para uma escola de Magdeburgo, e dali a Eisenach, na Turíngia,
passando ali um período de quatro anos.
Em 1501, Lutero entrou na Universidade de Erfurt. Era uma cidade repleta de mostei-
ros. Foi nesse ambiente religioso que Lutero terminou os cursos de Bacharel e Mestre
em Artes, 1502 e 1505, respectivamente. Após, decidiu fazer o curso de Direito.
Durante o curso de direito certo dia em volta a uma tempestade que lhe causou muito
medo, porque vendo um amigo morrer ao seu lado por conta de um raio, ele também
quase morreu. Desesperado, ele fez um voto a Santa Ana que, se escapasse com vida
daquele infortúnio, seria monge entrando no mosteiro.
Assim aconteceu. No dia 17 de Julho de 1505, Lutero estava cumprindo sua promessa
ingressando no convento da Ordem dos Agostinhos para tornar-se sacerdote.
Foi no mosteiro que Lutero começou a estudar. Dedicou-se à leitura dos escritos de
Agostinho, dentre outros pais da igreja, mas o que ele não esperava foi o que veio após
uma dessas idas à biblioteca, onde encontrou um exemplar da Bíblia escrita em latim.
Decidiu fazer uma leitura cuidadosa nela e a cada avanço nas páginas da Bíblia, Lutero
descobria verdades que iam acendendo seu coração e mente de uma luz vinda do Es-
pírito Santo.
Uma das coisas que chamou a atenção de Lutero foi o fato de constatar que a Bíblia
não era ensinada num todo ao povo, todavia, apenas parte dela.
Lutero sempre foi dedicado ao que fazia e no mosteiro não foi diferente. Ele passava
horas e dias jejuando, fazia inúmeras orações e as repetia por semanas. Tinha por cer-
to que a vida devota que levava e por tudo que fazia, com certeza, Deus tinha um lugar
guardado para ele no céu.
Sua vida introspectiva só aumentou, fazendo que Johann Von Staupitz, vicário geral
da congregação, achasse melhor que Lutero saísse do mosteiro e se dedicasse à vida
acadêmica. Em Wittemberg, em 1508, a teologia de Guilherme de Ockham se torna
parte de suas leituras.
Lutero caminhava na via sacerdotal como muitos gostariam. A cada ano avançava em
conhecimento e reconhecimento acadêmico. Em março de 1509 alcançou o grau de
bacharelado em Estudos Bíblicos. Alguns meses após, mais um título chega outro: ba-
charelado nas Sentenças de Pedro Lombardo. Pouco depois Lutero volta para Erfurt.
Lutero fazia o possível para levar seus ouvintes à certeza do pecado, da justiça e do ju-
ízo. Ele expressou a importância de irem a Cristo para perdão dos pecados. Ele próprio
impactado com o que leu em Romanos 1:16, que o justo viverá pela fé, cada vez mais
compreendia que qualquer que quisesse de fato ir para o céu deveria, sim, crer em
Cristo e não em si mesmo.
Lutero não havia se contaminado com os vícios e a luxúria que havia ao seu redor,
dentro da própria igreja, isso lhe dava respeito entre seus ouvintes. Estava evidente
que Lutero não pregava por uma obrigação clerical, mas por amor aos perdidos. Não
pregava pensando que após a pregação iria para alguma orgia ou adega para embe-
bedar-se ou mesmo oferecer-se às festas mundanas como alguns sacerdotes. Essa
postura de Lutero atraía o povo cada vez mais para a igreja a fim de ouvi-lo.
Quando o sucessor de Júlio II, o Papa Leão X, resolveu concluir a reforma na Catedral
de Roma Lutero se viu em outra etapa na sua vida sacerdotal. Ao sentir a necessidade
de obter recursos para a conclusão dessa reforma, Leão X aprovou e sancionou a or-
dem de estabelecer as indulgências em toda a Europa.
Lutero que já nas suas pregações denunciava os abusos papais resolveu fixar em 31 de
outubro de 1517, as noventa e cinco teses contra as indulgências na porta principal da
Igreja de Todos os Santos, em Wittenberg.
Lutero foi chamado a se retratar, foi taxado de rebelde e de se opor ao Pontífice, que
era a liderança máxima e, segundo eles, infalível representante de Deus.
Em volta a essa turbulenta situação, Lutero chegou a escrever uma carta ao Bispo ar-
cebispo Albrecht de Mainz e Magdeburg em 31 de outubro de 1517.
Lutero, na carta, buscou explicar os absurdos que continham as exigências desse de-
creto papal se referindo às indulgências, mas essa carta não obteve resposta.
O papa decidiu colocar o “problema” chamado Lutero para a jurisdição dos agostinia-
nos resolver. Haveria uma reunião onde Lutero foi convocado para dar explicações ou
retratar-se. A cidade de Heidelberg ficou agitada mais que o normal no dia 26 de Abril
de 1518, dia da reunião.
Lutero não sabia, mas nessa reunião a qual ele temia ser julgado e condenado à morte,
teria mais apoio do que imaginava.
Com o apoio de muitos monges, Lutero pode explicar porque as indulgências eram
uma afronta a Deus. Falou da graça a qual Deus ofereceu para salvação dos perdidos
e como alcançar essa graça e salvação pela fé em Jesus Cristo.
Ali conseguiu mais seguidores e o “time” dos futuros reformadores estava se forman-
do naquele momento. Esse aparente erro do Papa Leão X em colocar a reunião em
Heidelberg, nada mais foi que uma intervenção divina, para que Lutero pudesse levar
sua mensagem com mais liberdade e segurança, pois, Lutero iria precisar em breve do
apoio e proteção contra os algozes que queriam matá-lo.
Na segunda investida contra Lutero, o Papa Leão X, que já havia perdido espaço, orde-
nou uma reunião em Augsburgo, em outubro de 1518. Assunto: Retratação de Lutero.
Caso Lutero negasse a retratação deveria ser levado a Roma para ser julgado. Claro
que em Roma, reduto do papa, Lutero não teria um julgamento justo e seria condena-
do.
Mas uma vez Deus levanta na história pessoas do alto escalão para conforto e prote-
ção dos seus arautos. O príncipe Frederico, da Saxônia, sabedor do conflito, tornou-se
admirador e simpatizante de Lutero, logo obteve um salvo conduto do imperador Maxi-
miliano, assumindo ajudar Lutero em Augsburgo. O que Frederico queria, na verdade,
era que Lutero tivesse um julgamento justo. O que naquelas circunstâncias parecia
quase impossível.
Hino Castelo forte foi composto por Martinho Lutero por volta de 1521, por ocasião de
sua convocação para a Dieta de Worms. Essa assembleia foi convocada pelo imperador
alemão Carlos V para os dias 27 de janeiro a 25 de maio de 1521. Assunto: A venda das
indulgências ordenadas pelo papa e contestada por Lutero.
Enquanto não se encontrava uma solução para essa questão, a doutrina que Lutero
havia ensinado ganhava mais adeptos. Compreendendo que sua ortodoxia teológica
era correta, começou a sentir-se mais apoiado na Alemanha e sabia que indo a Roma
poderia acontecer o contrário, porém, mesmo assim, decidiu ir a Roma depois de ser
convocado para mais uma vez se retratar, tanto dos seus ensinos como de livros que
havia publicado.
Após estar declarada uma disputa aberta entre o papa e cardeais contra Lutero, a pró-
pria Alemanha em maioria começou a apoiar Lutero.
Debilitado na saúde, Lutero sabia que seu momento de encontrar o mestre estava pró-
ximo e no dia 18 de fevereiro de 1546, morreu aos 63 anos.
Vídeo
Para saber um pouco mais sobre Martinho Lutero acesse o vídeo “História dos Re-
formadores – Martinho Lutero” através do Recurso Multimídia e saiba mais.
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=gVJC3E0Jb2I
Fonte :cristaosprotestantes.com
A Suíça teve seu reformador. Úrico Zwinglio, casado com Margaret Zwinglio, Além de
pastor de ovelhas, Úrico era proeminente líder em Ilhéus.
Casou secretamente com Ana Reinhart, renunciou ao sacerdócio para exercer o minis-
tério pastoral evangélico.
Defendeu a reforma protestante em seu país, ocasião que não conhecia pessoalmente
ainda o então Martinho Lutero. Quando buscou fortalecer seu movimento de Reforma
na Suíça, alguns sugeriram estreitamento de relacionamento com Lutero.
Saiba mais
O que se sabe entre Zwinglio e Lutero era que os dois tinham divergências doutrinárias
e possivelmente motivações diferentes para Reforma, porém, concordavam em muitas
coisas como a não venda das indulgências dentre outras. Não eram inimigos, mas não
tão amigos e chegaram a terem discussões acirradas principalmente a respeito da Ceia
do Senhor. Enquanto Lutero defendia que o pão e o vinho eram verdadeiramente corpo e
sangue de Cristo após a oração sacerdotal, Zwinglio atestava que eram símbolos, antes, e
continuavam símbolos do corpo e sangue de Cristo.
Hoje a igreja cristã evangélica em sua maioria aceita que pão e vinho na ceia são apenas
símbolos e o mais importante é a mensagem contida nesse ritual e não o ritual em si, pois,
é feito em memória de Cristo até que ele venha.
Abdicando de toda tradição católica, Zwinglio determinou que os ministros por ele lide-
rados pregassem somente a Bíblia. Isso desencadeou a Reforma Protestante na Suíça.
Alguns importantes escritos do seu Artigo podem ser explicados assim: Jesus Cristo
como único Salvador e Senhor da humanidade; as obras são boas enquanto feitas em
Cristo e por meio dele; as tradições cumpridas e ensinadas pelos homens, não são for-
mas de garantir a salvação de ninguém; a autoridade do Estado é superior à da igreja
(nas questões políticas); somente Deus absolve os pecados humanos por meio de seu
Filho Jesus Cristo; a Escritura não corrobora com o ensino do purgatório e nem de um
sacerdócio exclusivo; a pregação bíblica é responsabilidade da igreja.
Em ocasião da morte de Ulrico Zwinglio em 1531, temia-se muito que como ele, o
movimento de Reforma na Suiça morresse. A continuidade do movimento seguiu com
Heinrich Bullinger, um sacerdote de grande gabarito. Mediante a necessidade de avan-
çar na Reforma em outras regiões e países, surge em apoio ao movimento João Calvi-
no, homem de mente admirável e capacidade teológica indiscutível. Ele saiu em defesa
da fé reformada produzindo em seus escritos uma revolução espiritual que atingiu
praticamente toda a Europa.
Vejam estas palavras de Zwinglio:
Fonte : www.historialivre.com
Calvino foi um católico praticante e muito dedicado. Ainda jovem, em 1533, aos vinte e
quatro anos, converteu-se ao protestantismo. Uma das razões que o levaram para Su-
íça foi a perseguição que teve no seu país aos protestantes e saber que a Suíça estava
sendo o porto seguro dos protestantes que queriam refúgio.
Embora houvesse diferenças também entre Zwinglio e João Calvino, na Suíça do século
XVI, Ulrico Zwinglio, estabelecido em Zurique, e João Calvino, em Genebra. Produziram
a maior parte das concepções teológicas, liturgias e administração eclesiástica que os
diferenciaram também de outros grupos protestantes já existentes.
! Importante
A Instituição da Religião Cristã ou Institutas foi criada por Calvino para sistematizar
as doutrinas bíblicas e fundamentar os calvinistas na visão que Calvino considerou
a correta. O ponto principal de sua doutrina é acerca da absoluta soberania de Deus
como o Todo-poderoso que cria, governa e sustenta todo universo.
Os cinco pontos do calvinismo:
Vídeo
Para saber um pouco mais sobre Zwínglio e Calvino acesse o vídeo “Zwínglio e Cal-
vino – Documentário” através do Recurso Multimídia e saiba mais.
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=tblF8c8ymes
Fonte: biografiadosheroisdafe.blogspot.com
Cidade natal, Haddington, Escócia, o nome do seu pai William Knox e sua mãe Sinclair.
A Escócia vivia sob o domínio da França, isso dificultou a liberdade e liderança de Knox
no movimento protestante. A influência católica francesa era grande na Escócia e por
vezes Knox foi confrontado por causa de suas posições teológicas.
Saiba mais
Maria, Rainha da Escócia, obrigou Knox ao exílio. Após uma ação de sua mãe no castelo
onde estava exilado, conseguindo que uma frota francesa entrasse em combate com as
forças militares (1547) daquele castelo, culminou na fuga de seus ocupantes e Knox foi
levado como escravo e trabalhou nas cozinhas até 1549.
Knox sabia que se não houvesse alguma intervenção da Inglaterra por meio dos pro-
testantes contra a França, dificilmente a Escócia teria paz e liberdade para avançar
com uma igreja protestante.
Se ele estava orando por isso não se sabe, mas em 1559 a França decidiu fazer uma
incursão contra a Escócia e o alvo principal eram os protestantes. Quando estavam
prestes a sucumbir ante a presença dos franceses, a Rainha da Inglaterra, Elizabeth I,
protestante, veio em auxílio à Escócia com um forte exército e derrotou os franceses,
libertando os escoceses do domínio francês. A partir daí, foi possível o surgimento da
primeira igreja reformada na Escócia.
John Knox defendeu o evangelho da graça, fé, justificação. Após uma vida dedicada ao
serviço cristão, morreu no ano 1572.
Vídeo
Para saber um pouco mais sobre John Knox acesse o vídeo “John Knox: O Maior
Reformador da Escócia | Episódio 33 | Linhagem” através do Recurso Multimídia e
saiba mais.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1vj0azZKvNI
Fonte: lindemberguesantos.blogspot.com
As crianças, por exemplo, não poderiam ser batizadas, segundo a crença dos anabatis-
tas porque elas não têm ainda a consciência do pecado e não podem confessar o que
não lhe condena já que Cristo na cruz morreu contra o pecado que entrou no mundo
gerando uma natureza pecaminosa em todos que nascem de mulher.
! Importante
Alemanha e Suíça, Polônia, Moscóvia, Hungria e Estados Unidos, no século XIX, fo-
ram alguns dos países que os anabatistas se estabeleceram.
Outra coisa em comum era a separação entre o Estado e a igreja, a retirada das ima-
gens de esculturas do templo. Eram a favor de uma vida não vivida com ostentação,
buscando uma igualdade entre as pessoas indistintamente.
Fonte: www.umaalmasedenta.com
Em pleno século XXI, falar de um grupo nascido depois da Reforma Protestante por
nome de “Puritanos”, pode causar uma aversão à primeira vista ou no mínimo uma
curiosidade em saber: afinal, quem eram os puritanos?
Esse nome talvez tenha surgido como forma de reprovar um grupo de cristãos refor-
mados que queriam reformar a própria igreja da Inglaterra que já era reformada, mas
no conceito dos que foram chamados de Puritanos, essa reforma precisava. No míni-
mo de uma reflexão do como eram e como estavam.
O movimento queria apenas que a igreja realmente deixasse de lado os rituais e talvez
doutrinas que ainda insistiam em permanecer dentro das igrejas reformadas.
Buscavam embasamento bíblico para todas as práticas cristãs dentro fora da igreja.
Isso era possível ou já estava acontecendo na igreja?
Seja uma resposta ou outra, não foi bem aceito pelo rei Charles que resolveu por fim a
esse movimento. Desencadeou uma perseguição que provocou um êxodo espalhando
os puritanos, principalmente para os Estados Unidos da América.
Saiba mais
• Queriam mais respeito à palavra de Deus e que ela fosse a única autoridade para ser
usada em todas as áreas da vida do cristão.
• Queriam uma nação somente onde todos os genuínos convertidos pudessem ser arro-
lados como membros de uma igreja ou da igreja reformada nacional.
• Queriam que somente aqueles que verdadeiramente fossem cristãos tivessem direito
a voto. Os Puritanos queriam organizar a sociedade de forma a serem todos pratican-
tes da Bíblia. Queriam uma espécie de unicidade religiosa.
• Uma Lei cristã para todo país capaz de exercer poder sobre todo morador da nova
Inglaterra.
Os Puritanos não queriam fundar outra igreja ou romper com a presente, mas concla-
mar uma aliança com Deus como fizeram Judá e Israel ao perceberem que se afasta-
ram de Deus ao se tornarem semelhantes aos pagãos ao ponto de suas liturgias serem
bonitas aos seus olhos e abomináveis aos olhos de Deus.
Podiam ter sido chamados de hereges ou de estarem vivendo um devaneio, mas o fato
é que eles tinham uma única preocupação: A bíblia precisava ser, em verdade, a única
regra de fé e prática em todo tempo da vida e em todo lugar.
Fonte: confissoespastorais.com.br
O mundo jamais tinha visto uma história tão real de amor ao perdido entre mortais
pecadores. A incrível história dos moravianos, no mínimo, deve nos tocar para uma
reflexão: Que cristianismo estou vivendo?
Orar, orar, orar, era tudo que queriam. Orar pela manhã, tarde e noite, numa vigília
ininterrupta. Era possível? Como? Os moravianos oraram dias, semanas, meses e anos
assim. Houve uma grande explosão missionária e amor real aos perdidos.
Quando dois jovens descobriram uma ilha distante comandada por um homem rico
onde ninguém podia ter acesso a esta ilha senão como escravo, os jovens choraram
por todos que ali estavam porque sabiam que naquela ilha isolada iriam morrer e não
ouviriam o evangelho.
Pediram ao dono da ilha para irem como missionários, pedido que logo foi rejeitado e
tendo como justificativa que ele não permitiria ninguém ir a sua ilha para falar de coi-
sas sem sentido, ou seja, não deixaria ninguém ir lá por pura perda de tempo.
Os rapazes não desistiram e fizeram uma pergunta: e se nós fossemos lá como es-
cravos? Isso foi logo aceito, mas o dono da ilha advertiu: “Não pensem que vou pagar
a passagem de vocês”. A isto disseram os jovens: “Pagamos nossas passagens nos
vendendo ao senhor”. Assim foram aqueles jovens para essa ilha sabendo que nunca
mais iriam voltar. Muito choro de amigos, família e parentes, mas ficaram orando por
aquela ousadia missionária que era um exemplo de abnegação e obediência ao Ide de
Jesus Cristo e amor aos pecadores.
A História do Cristianismo não podia terminar com um exemplo tão belo de fé e amor
cristão. Se tornar um escravo de Cristo para evangelizar o mundo pode parecer fácil,
mas se tornar escravo de Cristo sendo explicitamente consciente que vai ser escravo
dos homens da terra para levar Cristo a pessoas que nunca ouviram ou não ouviriam
se tal gesto de amor não fosse praticado é bem diferente.
Mas uma vez é comprovado que a oração transforma corações e se ela é feita da forma
correta, o primeiro coração que ela transforma é o de quem está orando.
O segredo é orar, orar, orar, até orar. A oração é fogo, a lenha você junta à lenha que
quer queimar, mas leva um tempo para o fogo começar a queimá-la. Às vezes, exige
mais esforço, mais sacrifício do que você imaginava.
Quando Jesus foi orar no Getsêmane levou seus apóstolos e, enquanto eles cansa-
dos dormiam, Jesus orava incansavelmente. Parece que eles não estavam preparados
para orar. Jesus advertiu-os: “Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até
a morte; ficai aqui, e velai comigo”. Mt 26:38.
Jesus foi procurar o seu lugar para orar e começou a orar: “E, indo um pouco mais para
diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai se é possível, passe
de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. Mt 26:39.
Jesus estava orando e havia deixando uma ordem aos apóstolos para orarem com ele.
Eles conseguiram orar com Jesus?
O chamado de Jesus foi para que os apóstolos estivessem orando com ele. Jesus não
os levou para dormir ou outra coisa, mas eles não estavam com Jesus orando: “E, vol-
tando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma
hora pudeste velar comigo?”. Mt 26:40.
Jesus viu que os apóstolos não estavam orando como pediu, mas dormindo. E advertiu:
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas
a carne é fraca”. Mt 26:41.
Os apóstolos não eram mais crianças. Sabiam que a oração era importante na vida
deles. Jesus no seu ministério terreno que estava terminando já havia ensinado isto a
eles, mas mesmo assim, não estavam orando no momento que seu mestre tinha dito
para orarem.
A história dos moravianos é linda, mas como está nossa geração a respeito da oração?
Como estamos nós?
Jesus quer nos ver igual a ele: Numa vida constante de oração. Na igreja há céticos
dizendo: “Para que orar tanto tempo, isso é coisa de religioso fariseu”.
Você não está orando por mais tempo porque acha que isso é coisa de fariseu? Você
acha que uma vida mais intensa de oração não muda nada em relação a Deus? É da-
queles que tem sempre uma justificativa negativa para aquilo que exige sacrifício, de-
dicação, mais amor?
O que os moravianos fizeram foi uma loucura aos olhos dos homens, mas um ato de
verdadeiro amor aos olhos de Deus. Ainda que muitos digam que não fariam isto, que
foi desnecessário ou fanatismo; o importante é que Deus não viu assim.
Às vezes, não percebemos, mas estamos tão distantes de Deus, de sua palavra, de sua
visão, de seu amor, de um verdadeiro temor a ele que tudo enxergamos naturalmente.
Queremos muito as bênçãos de Deus, mas não queremos ser uma benção para ele.
Não queremos ser uma benção para o próximo e não queremos ser uma benção para
o mais distante, tornando-o próximo através de nosso sacrifício.
Resta dizermos: A História dos Cristãos continua, porém, estamos nesta história cons-
truindo o que? Somos o peso morto andando como vivos na terra?
Esse livro não termina aqui porque há muitas páginas ainda para serem escritas, po-
rém, terá que serem escritas em outras edições ou outros livros.
O que Deus espera é que nas próximas edições ou livros nós estejamos sendo narrados
neles também, mesmo que nossos nomes não estejam sendo citados. Mesmo anôni-
mos, possamos estar entre os que ouvirão do Senhor Jesus Cristo:
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde benditos
de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de
comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hos-
pedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me;
estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responde-
rão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de
comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te
vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o
Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25:34-
40.
Resumo
Adeus à glória da nobreza e do clero, adeus ao governo absoluto dos monarcas e à tra-
dicional sociedade feudal que consistia da Igreja católica e da aristocracia rica. No final
de agosto do mesmo ano, foram-se os privilégios feudais tradicionais da aristocracia
francesa, para dar lugar à “Declaração dos direitos do homem e do cidadão”.
Direitos foram obtidos como a liberdade de expressão, a nação não seria mais pro-
priedade privada dos monarcas e enquanto a população pululava de alegria, os papas
desprezavam esses direitos, inclusive, porque com a liberdade de expressão estava a
liberdade de culto e isso contrariava o clero.
Quando a Assembleia decidiu tirar o poder do papa sobre a Igreja francesa, houve um
grande tumulto a ponto de chegar-se a uma divisão. Ficaram duas frentes católicas: A
que decidira fazer um juramento de lealdade aos oficiais que foi o clero constitucional
e o não constitucional que optou por discordar de tal posição recusando-se a votar e a
fazer tal juramento. Sendo que a recusa trouxe consequências de exílio e afastamento.
Esse é um período crítico para a igreja católica, pois a revolução trouxe decisões que
abrangeram o religioso de tal maneira que elevaram o culto à “razão”. As paróquias
transformaram-se em “templos da razão”. A adoração era a deusa da razão.
As procissões eram lideradas pelas cidades e conduzidas a altares erigidos para a nova
religião da revolução. As jovens que lideravam as procissões vestiam-se da “razão”, ou
“liberdade” ou “natureza” como informa Shelley em seu livro de História do cristianis-
mo ao alcance de todos.
Em 1801, a situação caótica fica menos densa, ainda que a igreja católica perdera sua
vida de poder, no governo de Napoleão Bonaparte a igreja se beneficia de ter um lugar
especial n França.
No meio do século, porém, há uma mudança benéfica para a igreja católica, visto que
a adoração a Pio IX foi contundente, tinham-no como “vice-Deus da humanidade”. O
domínio e influência que tinha sobre os seguidores era tanta que em 8 de dezembro de
1854 Pio IX “declarou dogma a crença tradicional de que Maria concebeu sem pecado
original” (SHLLEY. p. 404). Essa decisão fora tomada pelo Papa sem um concílio.
Em dezembro de 1864, o Papa Pio IX proclamou uma encíclica ou bula papal endereça-
da a todos os bispos da igreja. O Papa demonstrou que não tinha empatia com o mundo
moderno e deixou bem claro na encíclica que era totalmente contra o socialismo e o
racionalismo e que a imprensa seria vedada. Discordou, também, da separação da
igreja com o estado, assim como da liberdade das escolas públicas, e das sociedades
bíblicas.
E em 1870, o papado começa a ser desejado e honrado. Após a turbulência nos anos
revolucionários e napoleônicos a sociedade estava desordenada e o papado foi consi-
derado como os únicos que poderiam trazer ordem e proteger a liberdade espiritual
da tirania do poder político. A igreja devia ser uma monarquia, segundo a vontade de
Deus. Assim monarquistas transferiram seus “conceitos de autoridade política para a
igreja e o papado.
Esses grupos eram chamados de “os evangélicos da igreja da Inglaterra”. Eram sem-
pre se mantiveram fieis à congregação que faziam parte, mas se uniam com os não-
-conformistas, pois estes desejavam expandir o Reino de Deus com a evangelização e
obra social. Segundo Selley eles “viam os males da sociedade britânica como um cha-
mado ao serviço dedicado. Dedicaram-se a causas reformistas pelos negligenciados e
oprimidos”. (p.409)
Na era da razão e do progresso, John Wesley e George Whitefield, foram vistos como
homens cheios do Espírito Santo e líderes do movimento evangélico que mais tinha po-
der e que mais expressava a glória de Deus. Sua pregação era o amor de Deus revelado
em Cristo. Usados pelo Senhor procuravam conscientizar as pessoas da necessidade
de salvação pela fé e do novo nascimento.
Clapan foi o vilarejo que os evangélicos encontraram para estabelecer um quartel ge-
neral das cruzadas evangélicas. Nesse lugar, evangélicos ricos, que desejavam servir
com fervor, construíram suas casas e uniam-se a outros que continuamente vinham
ao vilarejo para saírem em campo e divulgar as boas nova.r Inúmeros historiadores
interpretaram-nos como “a Seita Clapham”, mas, na verdade, não eram uma seita, e
sim irmãos comprometidos com o ser discípulos de Cristo, servindo a humanidade.
John Vem, homem espiritual, estava nas reuniões com esse grupo, guiando-os no lou-
vor e adoração a Deus com estudas da Bíblia e oração; regando continuamente a fé que
tinham em Jesus de Nazaré.
Outro líder que se sobressaiu foi William Wilberforce (1759-1833), estadista parla-
mentar que mantinha aliança com vidas talentosas como o governador-geral da Índia,
Charles Grant, presidente da companhia da Índia ocidental, James Stephens, subse-
cretário para as colônias, Zachary Macauley, editor do Observador cristão, Thomas
Clarkson, líder abolicionista, e outros.
Sob sua liderança pouco a pouco iam se unindo. Juntos organizavam-se com conse-
lhos de gabinete, discutiam sobra as injustiças de sua nação buscando agir com inter-
venções que trouxessem possíveis soluções. Verdadeiramente esses grupos atuavam
de maneira valorosa contribuindo grandemente para o país em que estavam inseridos
e dele fazia parte.
Porém, Wilberforce com os que com que ele andava, se dedicaram com mais intensi-
dade na campanha de defesa aos escravos. Por essa causa lutou com veemência. Em
1789, na Câmara dos comuns sobre tráfico de escravos, com determinação fez seu
primeiro pronunciamento, mas ainda não conseguiu a justiça que buscava.
Entretanto, esse homem não desistiu, foi perseverante e recorreu à ajuda de seus co-
legas de Clapham. Preparou um projeto de lei para evitar o tráfico de escravos que era
contínuo. A luta, porém, foi renhida e precisou de um líder com caráter rígido, firme e
cheio de justiça e amor com os escravos.
Assim, com determinação permanente, esse líder com seus aliados continuaram lu-
tando pela emancipação. Mesmo quando Wilberforce teve que ser afastado por motivo
de saúde e a idade, teve o cuidado de colocar como seu substituto Thomas Fowell
Buxton, um jovem evangélico com inúmeras qualidades.
Os que semeiam com lágrimas, seus frutos com alegria colherão” (SALMOS 126:5 As-
sim como diz a Palavra de Deus aconteceu com esses evangélicos de Clapham, em
25 de julho de 1833, quatro dias antes da morte de Wilberforce, a aprovação do Ato de
emancipação, que libertava os escravos em todo o império britânico.
O Ato da reforma de 1832 interferiu-se nas direções dos que eram detentores do poder.
O que era conferido aos proprietários de terra passou para a classe média, de modo
que até quem não era membro da igreja passou a exercer um poder significativo sobre
a igreja. Essa situação trouxe perplexidade aos fiéis, que indagavam como poderiam
políticos profanos terem a disparidade de tocar nas coisas sagradas.
Havia um clamor no coração dos homens de Oxford. Eles defendiam que a igreja da In-
glaterra necessitava afirmar que ela obtinha autoridade independente da autoridade do
Estado, visto que essa autoridade vinha de Deus. De forma que o poder que os bispos
tinham era unicamente oriundo da delegação apostólica.
Os homens de Oxford delinearam suas convicções numa série de “Tratos para os tem-
pos” onde defendiam a crença em uma igreja única, santa, católica e apostólica. Eles
cognominavam-se de católicos pois tinham a mesma fé que os primeiros cristãos ca-
tólicos, porém procuravam não comungar com o nome protestante porque estes trou-
xeram divisão à igreja. Primavam pela liturgia do culto quanto a se pôr de joelhos dian-
te do altar, levantar a cruz, coral, incenso no altar, vestes do clero magnífica.
Em 1841, Newman provocou uma tempestade de protestos com o Tratado de 90. Esse
tratado provocou a fúria da Igreja Católica Apostólica Romana, pois como poderia a
Igreja Romana aceitar a declaração de que os 39 artigos da igreja da Inglaterra não
eram necessariamente protestantes? Newman, então, compreendeu que tinha que se
posicionar e decidiu, então, entrar para a Igreja Romana. Ele foi para Roma em 1845 e
centenas de clérigos o seguiram. Foi Reitor da Universidade Católica de Dublin e em
1877tornou-se Cardeal da igreja de Roma.
Entretanto, a maioria dos membros de Oxford não mudou sua crença e permaneceu
firma na igreja da Inglaterra. O movimento de Oxford se expandia e dava origem ao ter-
mo anglo-saxônico que significava como informa Bruce Shelley “anglicanos que valo-
rizavam sua unidade com a tradição católica da ortodoxia oriental e com o catolicismo
romano, mas que se recusavam a aceitar a supremacia do patriarca ou papa”(p.415)
Para Stalley “as visões evangélicas e anglo-católicas do papel social do cristianismo
estão vivas, embora não muito bem, atualmente”, difícil se ter homens como Wllberfor-
ce ou Newman, mas cremos que a Igreja é do Senhor Jesus e Ele a guarda por todos os
séculos e por ela intercede continuamente, assim diz a Palavra de Deus (Jo 17:15-19).
No início do século XIX, o cristianismo era pouco difundido fora da Europa e da Améri-
ca. Na Ásia, não se ouvia falar desse evangelho tão glorioso; na África, a luz de Cristo
ainda não tinha entrado nessas trevas. Tantos séculos se passaram e o cristianismo
não poderia ser considerado uma religião mundial.
Porém, a página dessa história virou. A luz começou a adentrar na escuridão, de forma
que as trevas logo iam sendo dissipadas e os microfones passeavam por toda parte
anunciando que Jesus Cristo é o Senhor.
Ainda no século XIX, a mudança começou a acontecer. A era da expansão cristã flo-
resceu bastante. Segundo Shelley o primeiro historiador da expansão cristã, Kenneth
Scott Latourette afirma que “Nunca um cabedal tão grande de ideias, religiosas ou
seculares, foi propagado em extensões tão amplas por tantos agentes profissionais
mantido por doações voluntárias por milhões de indivíduos”(p. 417).
Os petistas foram os primeiros a se destacarem na divulgação do evangelho aos povos
distantes. William Carey também teve uma visão ampla da expansão do Reino de Deus.
Seu coração pulsava em alcançar países inteiros. Seu interesse por missões fora tão
profundo que ele compreendia que o missionário não deveria ser um estrangeiro que
passaria por uma nação, mas um missionário que viesse a ser da nação como se nela
tivesse nascido. É imprescindível que o o missionário assimile a cultura e as tradições
do lugar em que ele esteja inserido. Assim, fora sempre sua visão. Consequentemente
William recera o título de “Pai das missões modernas”. Carey era o Davi da história de
Deus. Quem escolheria um jovem pastor de ovelhas para ser rei? Somente Deus. Em
sua onisciência não se prende às aparências, mas ver o íntimo e não o exterior. Quem
escolheria um simples sapateiro para ser o homem que seria chamado “Pai das mis-
sões modernas? Deus somente Deus.
Carey, um simples sapateiro, movido pelo amor de Deus recorria ao Novo Testamento
e decidira obedecer à ordenança de seu Mestre Jesus de pregar o evangelho até os
confins da terra. Impactado pelos ensinos de Jesus, pela vida dos apóstolos.
Em 1792, Carey publicou um livro “Inquisição sobre a obrigação dos cristãos de usar
métodos para a conversão de pagãos”. Esse livro mostra que os obstáculos que exis-
tiam para impedir a igreja de fazer missões eram os mesmos que os comerciantes
enfrentavam para obter os lucros financeiros.
Sendo assim, Carey junto com seu colega pastor Andrew Fuller e onze colegas batistas
fundaram a Sociedade Missionária Batista e em um ano com sua família obedeceram
ao Ide e foram a caminho da Índia.
Carey dedicou-se tanto a esse povo que conseguiu mudar um costume cultural terrível
que trazia muito sofrimento; pois quando o esposo falecia, a esposa teria que ser quei-
mada viva. Verdadeiramente, Carey com seus companheiros dedicaram-se por inteiro
no pensamento indu e em tudo que pudesse contribuir para a salvação e bem-estar de
cada vida da nação Indiana.
Missões poderia até ter envolvido outros séculos, mas o século XIX foi marcado pela
chama do amor de Deus e missionários começaram a serem levantados para os povos
de toda a terra. Certamente, o evangelho não poderia ser exclusividade dos europeus.
No final desse século, como afirma Shelley “quase todo grupo cristão, desde a igreja
ortodoxa russa até o exército da Salvação, em quase todas as nações, desde a igreja
luterana da Finlândia e a igreja Waldesiana na Itália até então recentes denominações
dos Estados Unidos, participavam do empreendimento missionário no estrangeiro”.
Nesse afã missionário, foi criada a sociedade voluntária com o intuito de suprir uma
necessidade. As motivações fugiam das razões teológicas, e denominacionais; porém
juntos: anglicanos, batistas, congregacionalistas e metodistas se uniram para realiza-
rem um trabalho com ações interdenominacionais, dedicando-se ao serviço missioná-
rio.
Os missionários protestantes do século XIX enfrentaram muitos desafios, mas avan-
çavam com os ministérios comunitários e a expansão da pregação do evangelho. As
agências missionárias tinha também como alvo os pilares de uma nação como a edu-
cação, na fundação de escolas e faculdades; na saúde fundando hospitais e centros
de treinamento de enfermeiras e médicos. Empenharam-se também na desenvoltura
da cultura registrando por escrito muitas línguas e dialetos ao escrever e traduzir não
so a Bíblia, mas outros textos ocidentais para essas línguas. Abrangeram o social na
medida de técnicas de agricultura.
Vidas tiradas de suas terras, levadas para outro habitat que não era seu, convívio com
outra cultura, sua vida seria íngreme na escravidão, seriam privados do respeito, do
amor. A escravidão tirá-los ia o direito de sentirem que tinham um lugar no mundo, já
não eram mais cidadãos.
Durante as três primeiras décadas do século XIX o movimento que se opunha à escra-
vidão acontecia com mais veemência no Sul do que no Norte. A defesa à escravidão era
tão renhida que buscavam até argumentos bíblicos para apoiarem a condição de se ter
escravos. Richard Furman, líder conceituado batista da Carolina do Sul respaldava o
apoio à escravidão sustentando que o Velho Testamento caracteriza a escravidão como
uma orientação recebida ao povo israelita, e estes vivenviavam essa posição de escra-
vizar vidas como algo natural e coerente.
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