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Memorex PM CE – Rodada 03

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muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no
resultado final.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: atendimento@pensarconcursos.com

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ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4


RACIOCÍNIO LÓGICO ..................................................................................................... 13
ATUALIDADES..................................................................................................................... 17
HISTÓRIA DO CEARÁ...................................................................................................... 23
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA ........................................................................ 32
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 39
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 47
DIREITO PENAL MILITAR ............................................................................................ 53
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ............................................................. 60
DIREITO PENAL/PROCESSUAL PENAL ................................................................. 64
CRIMINOLOGIA ................................................................................................................. 71
SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................... 77

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LÍNGUA PORTUGUESA

DICA 01
FUNÇÃO MORFOLÓGICA, SEMÂNTICA E SINTÁTICA

Função morfológica: Na função morfológica, cada palavra é analisada como se fosse


única. Por isso, não se quer saber a função que a palavra exerce dentro da oração São as
classes gramaticais: substantivo, adverbio, adjetivo, pronome, numeral, verbo,
entre outros.

Função semântica: A função semântica é o sentido de cada palavra, que vai


depender do contexto de cada frase.

Função sintática: A função sintática é o papel que uma palavra desempenha


dentro de uma oração. Os termos da oração são: sujeito, predicado, objeto direto,
objeto indireto, adjunto adverbial, adjunto nominal, complemento nominal, predicativo,
entre outros.
DICA 02
SUBSTANTIVO
É a classe gramatical de palavras variáveis que nomeia todas as coisas reais e irreais.
O substantivo possui as classificações seguintes:
Primitivo: é o substantivo que dá origem a novas palavras.

Ex.: carta, pedra.


Derivado: é o substantivo formado a partir de outro.

Ex.: carteiro, pedreiro.


Concreto: é o substantivo que nomeia seres animados (com vida) e inanimados
(sem vida).

Ex.: cobra, fada.

Abstrato: é o substantivo que nomeia conceitos abstratos, os quais não podem ser
vistos, definidos ou desenhados sozinhos.

Ex.: viagem, saudade, amor. Tente imaginar a palavra “amor”. Você não
consegue imaginá-la sozinha. Provavelmente, você imaginou um casal se
abraçando ou se beijando. Por isso, ela é abstrata.
Simples: quando existe um termo um uma só palavra.

Ex.: telefone, livro.


Composto: quando existem mais de um termo ou mais de uma palavra.

Ex.: beija-flor, abelha-rainha.

Comum: não atribui uma qualidade especial aos objetos, lugares ou seres.

Ex.: cidade, menino.

Próprio: Dá nome a um ser único, específico, diferenciando ele do restante do


grupo.

Ex.: Joana, Brasil.

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Coletivo: é a palavra que dá nome a uma coleção ou grupo.

Ex.: alcateia, cardume.


DICA 03
NUMERAL E ARTIGO

Numeral: É responsável por ordem, quantidade e fração. Desse modo, os numerais


podem apresentar valor de substantivo ou adjetivo:
Numerais substantivos: caracterizados pelos numerais multiplicativos.

Ex.: A inflação subiu o dobro no ano passado.

Numerais adjetivos: são os numerais cardinais, ordinais, coletivos e fracionários,


indicando valor adjetivo. Exemplo: A carne que eu comprei é de segunda (indica a
qualidade da carne).

Artigo: É a palavra que se antepõe ao substantivo e indica se ele está sendo


empregado de forma indefinida ou definida.

ARTIGOS DEFINIDOS ARTIGOS INDEFINIDOS

O, A, OS, AS. UM, UMA, UNS, UMAS.

Ex.: Comprei o vestido vermelho. Ex.: Comprei um vestido vermelho.

Exprime a ideia de um vestido Exprime a ideia de um vestido vermelho


vermelho específico. qualquer.

DICA 04
ADJETIVO

Palavra que expressa qualidade ou característica do ser. Quanto a sua formação, o


adjetivo pode ser:

Simples: formado por um só radical.

Ex.: magro, verde.

Composto: formado por mais de um radical.

Ex.: castanho-escuro.

Primitivo: dá origem a outros adjetivos.

Ex.: bom, feliz.

Derivado: deriva de substantivos, verbos e até de outro adjetivo.

Ex.: magrelo, bondoso.

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DICA 05
GRAU DO ADJETIVO
Os adjetivos são flexionados em grau para indicar a intensidade da característica do
ser. Os graus do adjetivo podem ser: o comparativo e o superlativo.

COMPARATIVO SUPERLATIVO

Comparação entre 2 ou + seres. Características num grau muito elevado ou


em grau máximo.
Comparativo de igualdade:
Superlativo absoluto sintético:
Ex.: Mari é tão tímida quanto sua irmã.
Adj + sufixo

Ex.: Mari é inteligentíssima.


Comparativo de inferioridade:

Ex.: Mari é menos tímida que sua irmã.


Superlativo absoluto analítico:
Advérbio de intensidade + adj.
Comparativo de superioridade:
Ex.: Mari é muito inteligente.
Ex.: Mari é mais tímida que sua irmã.

Superlativo relativo: relação de um


CUIDADO com o comparativo indivíduo com o grupo.
irregular de superioridade:

Ex.: Lucas é “mais bom” que Pedro.


Superlativo relativo de superioridade:
(Está errado, pois o correto seria “melhor”).
Ex.: Roberto é o menino mais forte do
Ex.: Mauro é “mais ruim” que Fábio. bairro.
(Está errado, pois o correto seria “pior”).

Bom – melhor Superlativo relativo de inferioridade:

Ruim/mal – pior Ex.: Marcelo é o empregado menos

Grande – maior produtivo da empresa.

Pequeno – menor

CUIDADO, estes mesmos adjetivos


voltam à forma regular quando
comparo 2 características do
mesmo indivíduo:

Ex.: Matias é mais grande que


pequeno. (correto)

Ex.: Lucas é mais bom que ruim.


(correto)

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DICA 06
PRONOME
O pronome vai acompanhar o substantivo (adjetivo) ou vai substituir o substantivo
(substantivo).

Ex.: Meu irmão é burro.

“Meu” está acompanhando o nome “irmão”. Então, é um pronome adjetivo, além


de ser um pronome possessivo.

Ex.: Ele é burro.

O pronome “ele” substitui o nome. Então, é um pronome substantivo, além de ser um


pronome reto.

PRONOME RETO PRONOME OBLÍQUO

EU MIM, ME, COMIGO

TU TE, TI, CONTIGO

ELE SE, O, A, LHE, SI, CONSIGO

NÓS NOS, CONOSCO

VÓS VOS, CONVOSCO

ELES SI, OS, AS, LHES, SE, CONSIGO

DICA 07
PRONOME RELATIVO
O Pronome relativo se trata de uma classe de pronomes que substituem um termo da
oração anterior e define relação entre duas orações.

Ex.: Que, quem, o qual (a qual, os quais, as quais), onde (em que), quanto (quanta,
quantos, quantas), cujo (cuja, cujos, cujas).

Os pronomes relativos podem ser substituídos por “o qual”, “a qual”, “os quais”,
“as quais”, SALVO “cujo”, “cuja”, “cujos”, “cujas”.

Retoma um termo anterior, substituindo-o para evitar repetição. Exemplo: Aquele


é o museu que Joana visitou. O “que” se refere ao “museu” presente na primeira
oração e introduz a segunda oração.

TOME NOTA: O pronome relativo “ONDE” somente pode ser utilizado para ideia
de LUGAR! Pode ser substituído por “em que”.

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DICA 08
PRONOME RELATIVO “CUJO”
O “cujo” exprime relação de POSSE.
Concorda em gênero e número com a coisa possuída e não admite artigo (o, a, os,
as) depois dele.
Deve-se colocar o “cujo” entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo).
Ex.: Aquela é a mulher cujo apartamento é lindo. (CORRETO)
Aquela é a mulher cujo o apartamento é lindo. (ERRADO)

ATENÇÃO!

Aquela é a loja a cuja dona me refiro (quem se refere, refere-se a).


Esta é a Diretora com cujas ideias todos concordam (quem concorda, concorda
com).

DICA 09
ADVÉRBIO
É palavra invariável que pode se referir a um verbo, a um advérbio ou a um adjetivo.
Expressa uma circunstância.
Ex.: Os cavalos pastavam calmamente (advérbio de modo).
Locução adverbial: Dois ou mais termos que possuem valor de advérbios.
Ex.: Uma vez por semana; pela manhã; de maneira alguma, depois do almoço, no duro
(certamente).
DICA 10
CIRCUNSTÂNCIAS DO ADVÉRBIO

LUGAR Atrás, embaixo, ali, lá, aqui, longe, perto.

TEMPO Amanhã, hoje, outrora, breve, cedo, ainda (até agora).

ORDEM Primeiramente, depois, ultimamente.

INTENSIDADE Tão, pouco, muito, mais, menos.

MODO Bem, mal, melhor, pior, rapidamente, devagar.

AFIRMAÇÃO Sim, realmente, certamente.

NEGAÇÃO Não, nunca, nem, tampouco.

DÚVIDA Provavelmente, talvez, possivelmente.

INCLUSÃO Ainda, também, mesmo.

EXCLUSÃO Salvo, apenas, senão, só, unicamente.

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DICA 11
CONJUNÇÕES
Conjunções são elementos de ligação entre termos similares de uma oração ou entre
duas orações, criando relações de coordenação ou de subordinação.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

Aditivas: expressam adição.

Ex.: e, também.

Alternativas: expressam alternância.


Ex.: ou, ou...ou, ora...ora, seja...seja.

Adversativas: expressam oposição.


Ex.: Porém, mas, contudo, todavia, não obstante, e (no sentido de “mas”), antes (no
sentido de “mas”).

Explicativas: expressam explicação.


Ex.: pois (antes do verbo), porquanto, porque, posto que.

Conclusivas: expressam conclusão.


Ex.: pois (depois do verbo), por isso, logo, portanto, por conseguinte.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

Integrantes: introduzem orações substantivas.


Ex.: se, como, que.

Adverbiais CAUSAIS: expressam causa.


Ex.: visto que, uma vez que, como pois que, já que.

Adverbiais CONSECUTIVAS: expressam consequência.


Ex.: tal que, tão que, tanto que.

Adverbiais FINAIS: expressam finalidade.


Ex.: para que, a fim de que.

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

Adverbiais TEMPORAIS: expressam tempo.


Ex.: quando, desde que, enquanto.

Adverbiais CONDICIONAIS: expressam condição.


Ex.: caso, se, salvo se, conquanto que.

Adverbiais CONCESSIVAS: expressam contraste.


Ex.: conquanto, embora, mesmo que, se bem que, apesar de.

Adverbiais COMPARATIVAS: expressam comparação.


Ex.: assim como, tanto como.

Adverbiais CONFORMATIVAS: expressam conformidade.


Ex.: segundo, conforme, consoante, de acordo com.

Adverbiais PROPORCIONAIS: expressam proporção.


Ex.: à medida que, à proporção que, ao passo que.

DICA 12
PREPOSIÇÃO
É a palavra que possui uma relação entre dois ou mais termos da oração.

PRINCIPAIS PREPOSIÇÕES

A, ANTE, ATÉ, APÓS, COM, CONTRA, DE, DESDE,

EM, ENTRE, PARA, PER, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE,

TRÁS.

DICA 13
CIRCUNSTÂNCIAS DAS PREPOSIÇÕES
As preposições podem indicar diversas circunstâncias, como:

CIRCUNSTÂNCIAS DAS PREPOSIÇÕES

LUGAR Morei em Porto Alegre

ORIGEM Essas maçãs vieram de São Joaquim.

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CIRCUNSTÂNCIAS DAS PREPOSIÇÕES

CAUSA Mari se machucou por andar de bicicleta sem rodinhas.

MEIO Fui de carro para o trabalho.

POSSE Os óculos são de Lucas.

OPOSIÇÃO Grêmio contra Internacional.

FINALIDADE O filme foi feito para assustar.

COMPANHIA Sairemos com amigos.

MODO Votarei em branco nas eleições para Prefeito e Vereador.

DICA 14
VERBO
O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado,
fenômeno da natureza e tem várias flexões. Portanto, sua conjugação é feita por meio
de variações de pessoa, número, tempo, modo e voz.

ATENÇÃO!

Há verbos que são importantes e você precisa ficar atento em suas conjugações:

eu VALHO (valer); eu MEÇO (medir);

eu CAIBO (caber); eu RIO (rir);

eu PULO (polir/pular); eu COMPITO (competir);

eu SUO (suar); eu SOO (soar);

eu ADIRO (aderir); eu INTERMEDEIO (intermediar).

DICA 15
MODOS VERBAIS: IMPERATIVO, SUBJUNTIVO E INDICATIVO

Imperativo: Indica um pedido ou uma ordem.

Ex.: Vá para o seu quarto!


Estude mais!

Subjuntivo: Indica uma possibilidade ou uma dúvida.

Ex.: Talvez Jacira durma esta noite.


Se eu morasse em Nova Iorque, eu seria feliz.

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Indicativo: O modo indicativo expressa uma certeza ou uma realidade.

Ex.: Laura sempre estuda na cozinha.


Eu moro em Nova Iorque.

QUESTÃO FGV, 2021.


“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro.”
A mesma relação entre as formas verbais em negrito se repete de forma correta em:
A) fazer / faço.  CERTO
B) prover / provo.  CUIDADO com essa “pegadinha”: Não é “provo”, mas
“provejo”.
C) comprar / comprei.
D) trazer / trazia.
E) dizer / diz.
Gabarito: a

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RACIOCÍNIO LÓGICO

DICA 16
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES,
OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS
RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA
ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES.
TABELA VERDADE COM BICONDICIONAL (↔)

TABELA VERDADE COM BICONDICIONAL (↔)

Conjunção (p^q)

É verdadeira quando as proposições p e q são ambas verdadeiras.

Disjunção Inclusiva (pVq)

É falsa quando as proposições p e q são ambas falsas.

Condicional (p →q)

É falsa quando a primeira proposição é verdadeira e a segunda é falsa.

Disjunção Exclusiva (pVq)

É falsa quando ambas as proposições tiverem o mesmo valor.

Bicondicional (p ↔ q)

É verdadeira quando ambas as proposições tiverem o mesmo valor.

DICA 17
CONTRUÇÃO DA TABELA VERDADE
A fórmula para calcular os números de linhas de uma tabela verdade é: 𝟐𝒏

→ Onde n é o número de proposições simples;


Para 2 proposições simples temos: 2²= 4;
Para 3 proposições simples temos: 23 = 8;
Para 4 proposições simples temos: 24 = 16;
Para 5 proposições simples temos: 25 = 32;
DICA 18
CONTRUÇÃO DA TABELA VERDADE
Para construir a tabela verdade da sentença: (p→q) V(p^r)
Temos 3 proposições simples: p, q e r;
Portanto, teremos 8 linhas (23 = 8 linhas);

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A tabela verdade será formada dessa maneira:


Na 1º coluna preenchemos a 1º metade das linhas com V e a 2º metade com F;
Na 2º coluna preenchemos com V e F, alternando com grupos de dois, iniciando pelo V;
Na 3º coluna preenchemos com V e F alternados entre si, iniciando pelo V;
As 4º, 5º e 6º colunas devem ser preenchidas através da lógica.

1º 2º 3º 4º 5º 6º

p q r p→q p^r (p→q)V(p^r)

V V V

V V F

V F V

V F F

F V V

F V F

F F V

F F F

DICA 19
CONTRUÇÃO DA TABELA VERDADE

1º 2º 3º 4º 5º 6º

p q r p→q p^r (p→q)V(p^r)

V V V V V V

V V F V F V

V F V F V V

V F F F F F

F V V V F V

F V F V F V

F F V V F V

F F F V F V

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Como o resultado da tabela verdade tem valores verdadeiros e valores falsos, a


proposição é uma Contradição;
DICA 20
EQUIVALÊNCIA LÓGICA
Duas proposições A e B são equivalentes quando todos os valores lógicos (V ou F)
assumidos por elas são iguais para todas as combinações de valores lógicos atribuídos às
proposições simples que as compõem, ou seja, apresentam a mesma tabela verdade;
Equivalência Contrapositiva: p→q=~q→~p
Transformação da condicional em disjunção inclusiva: p→q=~pVq
Transformação da disjunção inclusiva em condicional: pVq=~p→q;
DICA 21
EQUIVALÊNCIA LÓGICA
Dupla negação de uma proposição simples: ~(~p)=p
Negação da conjunção: ~(p^q)=~pV~q
Negação da disjunção: ~(pVq)=~p^~q
Negação da condicional: ~(p→q)=p^~q
DICA 22
EQUIVALÊNCIA LÓGICA
Negação da disjunção exclusiva: ~(pVq)=p↔q
Negação da bicondicional 1: ~(p↔q)=pVq
Transformação da bicondicional e, condicional/conjunção: (p↔q)=(p→q) ^ (q→p)
Negação da bicondicional 2: ~(p↔q)=(p^~q)V (q^~p)
DICA 23
IMPLICAÇÃO LÓGICA
É o método usado para resolver questões de Raciocínio Logico;
Para resolver esse tipo de questão, desconsiderar o contexto, transformando as
afirmações da língua portuguesa para a linguagem proposicional;
Ex.: Se Pedro é feliz, então Joaquim é alegre. Se Maria é alta, então Tiago é baixo. É
sabido que Pedro é feliz e Tiago não é baixo. Logo, pode-se afirmar corretamente que:

Resolução:
1) P→J (v) 2) M→T (V) 3) P^~T (V)

Para que a 3 seja V, P e ~T têm que ser V, daí P=(V) e T=(F)


Para que a 2 seja V, sabendo que que T=(F), o M tem que ser (F)
Falta encontrar o J, para que a 1 seja sabendo que P é V, J deve ser V.
Logo, P=(V), J=(V), M=(F) e T=(F);
Pedro é feliz; Joaquim é alegre; Maria não é alta e Tiago não é baixo.

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DICA 24
IMPLICAÇÃO LÓGICA
Existem alguns problemas que têm apenas proposições condicionais ou bicondicionais;

Para resolver esse tipo de questão é necessário a regra do “chute” em que você deve
escolher uma proposição simples, e dê a ela um valor verdadeiro ou falso e teste todas as
proposições;

Na condicional todas são verdadeiras, exceto a “Vera Fischer”, ou seja, apenas será
Falsa quando o p=V e o q=F;
Na Contingência os valores podem ser verdadeiros ou falsos.
DICA 25
ORDEM DE RESOLUÇÃO DE PROPOSIÇÕES SEM PARÊNTESES

Quando as proposições estão entre parênteses a ordem de resolução é clara, deve ser
iniciado pelos parênteses;
(p^q) →(pVq) começamos a resolver, tudo que está entre parênteses;

Já se vier dessa maneira: p^q→pVq, devemos seguir a seguinte ordem;

1º) ~

2º) ^

3º) V

4º) →

5º) ↔

Ex.: 1) (V e F) → (V ou F) =F→V=V

2) V e F → V ou F = F → V =V

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA

O conteúdo relativo à ÉTICA será abordado apenas na última rodada


devido a proporção no edital.

DICA 46
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
No Brasil, a Organização Administrativa é feita a partir das pessoas políticas: a União,
os Estados, o Distrito Federal e os municípios, todos dotados de autonomia política,
isto é, capacidade para se auto-organizarem (elaboração das próprias constituições ou leis
orgânicas).
Vejamos o texto constitucional:
No artigo Art. 18 da CF: A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

É importante destacar!
Também podemos falar em Administração Púbica em relação ao seu sentido, então
vejamos:
Sentido Subjetivo da Administração Pública ou sentido orgânico: trata-se dos
órgãos e entidades no exercício da função administrativa, independentemente do
Poder a que pertence.
Sentido Objetivo da Administração Pública ou sentido material: é a própria função
administrativa.
DICA 47
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
Já a Função Administrativa é instrumento de realização direta e imediata dos
direitos fundamentais, por meio do qual a Administração Pública executa as leis para
prestar serviços à população ou gerencia a máquina administrativa.
Por exemplo: quando um órgão faz uma licitação pública, estará exercendo a função
administrativa.

Observação Importante!
Vale destacar que, seja qual for o sentido, a administração pública não está presente
apenas no Poder Executivo. Mas constitui também espaço de atuação dos Poderes
Legislativo e Judiciário, quando executam atividades administrativas.
Por exemplo: organização interna de seus órgãos, realização de concursos para
contratação de pessoal, realização de licitação.

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DICA 48
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA CONCENTRAÇÃO
Por meio da Constituição Federal, os entes políticos (União, estados, DF e municípios)
recebem uma série de atividades que devem ser prestadas à sociedade.
Na concentração um único órgão desempenha todas as funções administrativas
do ente político, sem divisão em outros órgãos menores.
Ou seja, trata-se de técnica de cumprimento de competências administrativas por
meio de órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas, pressupondo
a ausência completa de distribuição de tarefas entre repartições públicas internas.
DICA 49
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA CENTRALIZAÇÃO
Já na centralização a Administração Pública presta os serviços diretamente pelos
seus órgãos. Ou seja, na própria pessoa estatal.
Ex.: União, Estados, DF e Municípios.
A função administrativa é realizada de forma centralizada quando ela é
desempenhada diretamente pela própria entidade estatal (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios), por meio de seus vários órgãos e agentes públicos. Nessa forma de
atuação, temos a Administração Pública direta, que é o próprio Estado.
DICA 50
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA DESCONCENTRAÇÃO
Na desconcentração há a criação de órgãos, que é uma distribuição interna de
competências, dentro da mesma pessoa jurídica. Isso é feito para desacumular, tirar do
centro um volume grande de atribuições. Aqui há o controle hierárquico, pois os órgãos de
menor hierarquia permanecem subordinados aos órgãos que lhes são superiores.
Ex.: Ministério da Justiça, Ministério da Economia, ou Secretaria de Saúde (nos
Estados).
DICA 51
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA DESCENTRALIZAÇÃO
Por outro lado, na descentralização, a atividade é prestada por pessoa diversa.
Ocorrendo a distribuição de competências de uma para outra pessoa. Assim, pressupõe
duas pessoas: o ente político e a entidade descentralizada. Na descentralização, o
Estado, por questão de autonomia administrativa, visando maior eficiência, resolve
repassar a atividade para que outra pessoa a exerça em seu lugar.
Ex.: Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista.

REVISANDO

Centralização: A pessoa política desempenha suas tarefas diretamente por meio de


seus órgãos: administração direta.

Desconcentração: Há distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa


jurídica. Criação de órgãos. Há controle hierárquico.

Concentração: Um único órgão (ou poucos) desempenha as funções administrativas


do ente político, sem divisão em órgãos menores.

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REVISANDO

Descentralização: Ocorre a distribuição de competências de uma pessoa para outra.

DICA 52
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Entender a diferenciação entre Administração Direta e Indireta é crucial, pois é a partir
dela que se é possível vislumbrar os agentes que exercem a função administrativa e qual
a sua posição frente ao ente federativo.

Administração Direta: Conjunto de órgãos que integram as pessoas


federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma
centralizada, das atividades administrativas do Estado (Carvalho Filho, 2016).

Lembre-se, portanto:
Administração Pública Direta: Pensamos na União, Estado, Municípios, DF.
DICA 53
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Administração Indireta: Conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à


respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada. (Carvalho Filho, 2016).
A Administração Indireta, na verdade, é o próprio Estado executando algumas de suas
funções de forma descentralizada.

Lembre-se, portanto:
Administração Pública Direta: Pensamos na União, Estado, Municípios, DF.

Administração Pública Indireta: Pensamos em Sociedade de economia mista,


Empresas Públicas, Autarquias, Fundações Públicas.
DICA 54
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
A organização administrativa da União ocorre de maneira direta, ou seja, centralizada. E
apesar da função administrativa ser realizada principalmente pelos órgãos do Poder
executivo, os demais poderes também exercem suas funções administrativas diretas.
A atividade administrativa da União é realizada pelo próprio governo através de seus
órgãos. Estes órgãos são vinculados a alguma esfera de Governo, podendo ser Federal
(Presidência e Ministérios), Estadual (Secretarias) e Municipais (Prefeitura e Secretarias
municipais).
DICA 55
TEORIA DOS TRÊS PODERES
A Teoria dos Três Poderes, criada por Montesquieu, propôs a divisão do poder do Estado
em três poderes – Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.

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O objetivo dessa separação era equilibrar e evitar que o poder se concentre nas
mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado
Absolutista, por exemplo, em que todo o poder se concentrava na mão do rei.
Observe o quadro abaixo e entenda como funcionam os Poderes Executivo,
Judiciário e Legislativo no Brasil:

DICA 56
FUNÇÃO TÍPICA E ATÍPICA DE ESTADO
Dentro da visão da teoria de separação dos poderes, e já que não existe a separação
absoluta entre os eles, temos que todos os poderes legislam, administram e julgam.
Mas cada um deles possui o que se chama função típica e atípica;
Função típica: cada poder possui uma função específica que é sua responsabilidade
executar dentro do ordenamento estatal, que é chamada de função típica, ou seja,
é aquela exercida com preponderância é a típica.
Exemplo: A função típica do Poder Executivo é exatamente administrar.
Função atípica: A função atípica, embora fuja do funcionamento primordial de cada
instituição, é lícita e necessária, e faz parte do delicado balanceamento entre os poderes,
para que atuem de forma harmoniosa, ou seja, é a função exercida secundariamente.
Logo, podemos dizer que o Poder Executivo exerce a sua função típica de administrar,
mas também exerce função atípica de legislar, quando edita suas resoluções ou
regulamentos, por exemplo. O mesmo ocorre com os demais poderes.

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QUESTÃO FGV, 2018.


A teoria dos três poderes foi elaborada com o intuito de criar um equilíbrio entre as
forças do Estado, evitando que o poder se concentrasse nas mãos de uma pessoa ou
instituição. No Brasil, país que adota esse modelo, existe uma divisão entre o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário, os quais.
a) Detêm, cada um, exclusividade das funções típicas normativa, administrativa e
jurisdicional.
b) Exercem paralelamente funções típicas e atípicas.
c) Compartilham a missão de evitar a ocorrência do sistema de pesos e contrapesos.
d) Desempenham as funções de forma dependente e harmônica entre si.
e) Estão vinculados à forma unitária de Estado.
Gabarito: b

DICA 57
ÓRGAOS PÚBLICOS
Órgão Público é o núcleo de competências estatais, não possui personalidade
jurídica própria e não pode ser sujeito de direitos e obrigações.
Classificação quanto à estrutura:
Simples: constituídos somente por um centro de competências. Exemplo: Presidência
da República
Compostos: constituídos por diversos órgãos menores. Exemplo: secretarias.

Quanto às funções que exercem


Ativos: promovem a execução de decisões administrativas.

De Controle: responsáveis pela fiscalização das atividades de outros órgãos.

Consultivos: desempenham atividade de assessoria e aconselhamento a autoridades


administrativas, emitindo pareceres e respondendo a consultas.

Verificadores: São os encarregados da emissão de perícias ou de mera conferência da


ocorrência de situações fáticas ou jurídicas.
Contenciosos: julgamento de situações controversas.
Quanto ao conteúdo são:

De Mérito: se lhes compete apreciar a conveniência e oportunidade da medida a ser


tomada

De Legalidade: se devem examiná-la sob o ponto de vista da conformidade do Direito


Quanto ao grau de necessidade ou influência que a lei lhes irroga serão:

Facultativos: quando a autoridade não é obrigada a solicitá-los, fazendo-o para


melhor se ilustrar, sem que a tanto esteja obrigada

Obrigatórios: quando sua ouvida é imposta como impostergável, embora não seja
obrigatório seguir-lhes a orientação.

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Vinculantes: quando a autoridade não pode deixar de atender às conclusões neles


apontadas.
DICA 58
AGÊNCIAS REGULADORAS
Agência Reguladora é pessoa jurídica de direito público interno, geralmente
constituída sob forma de autarquia especial. Criada por lei, compõe a Administração
Indireta. Tem por finalidade a regulação e fiscalização da atividade de determinado setor
da economia. Como por exemplo, telecomunicações, recursos hídricos, comercialização de
petróleo, energia elétrica, aviação civil, transportes, etc.
Seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República, após prévia
aprovação do Senado Federal. Os prazos de mandatos são fixos e eles só saem
mediante renúncia ou condenação judicial.
Algumas Agências Reguladoras
Agência Nacional de telecomunicações-Anatel;

Agência Nacional do Petróleo – ANP;

Agência Nacional das Águas – ANA;


Agência Nacional da Vigilância Sanitária – Anvisa.

QUESTÃO FGV, 2019.


As modificações ocorridas na sociedade eventualmente criam a necessidade de uma
reinvenção ou reengenharia do Estado. No caso do Brasil, com a redução do Estado
ocorrida no final do século passado, em meio a um processo de privatizações, ocorreu
o surgimento de pessoas jurídicas responsáveis pelo disciplinamento e pela fiscalização
de setores do mercado.
Essas entidades são denominadas:
a) Associações Públicas.
b) Agências Executivas.
c) Agências Reguladoras.
d) Organizações Sociais.
e) Sociedades de Economia Mista.
Gabarito: d

DICA 59
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Agência Executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação pública de direito
público, integrante da administração indireta, que celebra contrato de gestão com
o Ministério com o qual está vinculado. Essas instituições atuam no setor onde
predominam atividades que por sua natureza não podem ser delegadas a instituições não
estatais, como fiscalização, exercício do poder de polícia, regulação, fomento, segurança
interna etc.
OBS.: O reconhecimento como agência executiva não muda, nem cria outra figura
jurídica, portanto pode ser feita uma analogia com um selo de qualidade.

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De acordo com Di Pietro, "em regra, não se trata de entidade instituída com a
denominação de agência executiva. Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou
fundação governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a
qualificação de agência executiva, podendo perdê-la se deixar de atender aos mesmos
requisitos".
Já para o autor Marcelo Alexandrino, as Agências executivas são instituídas pelo
Poder Público com intuito de otimizar recursos, reduzir custo e melhorar a
prestação de serviços recebe o nome de agências executivas. O doutrinador ainda
ressalta que não se trata de nova entidade estatal, mas de novo atributo ou qualificação
da entidade já existente.
DICA 60
CONTRATO DE GESTÃO
O Contrato de Gestão é um instrumento previsto na Constituição Federal de 1988, que
tem como objeto a fixação de metas de desempenho, e deve ser firmado entre os
gestores da administração direta e indireta e o poder público e tem por finalidade
assegurar uma maior autonomia gerencial para as entidades da administração
indireta ou órgãos da administração direta e, em contrapartida, estabelecer
indicadores e metas de qualidade e de redução de custo, as quais deverão ser
fiscalizadas e auditadas pela própria administração direta.
A agência executiva pode perder a qualificação se não atender aos mesmos requisitos
legais daquela entidade preexistente. Uma vez firmado o contrato, a qualificação como
agência executiva será feita por decreto.
Quais são os setores que podem firmar o Contrato de Gestão?

O contrato de gestão é firmado pelos setores que desempenham atividades


exclusivas de estado. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o
poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar.

Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência


social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas
sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do
meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 61
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
A desincompatibilização significa a condição para que os Chefes do Executivo
concorram a outros cargos eletivos.
“Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito” (art. 14, §6º, da CF).
Suponha que o Governador do Estado A manifeste o interesse de não concorrer à
reeleição e queria disputar as próximas eleições para o cargo de Senador. Dessa forma,
para que o Governador posse concorrer a uma das vagas ao Senado, precisa renunciar
ao seu mandato como Governador até 6 meses antes do pleito (eleição).
Caso não renuncie o mandado, haverá uma causa de inelegibilidade relativa, que o
impedirá de disputar as eleições ao Senado Federal.
DICA 62
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – INELEGIBILIDADE EM RAZÃO DO
PARENTESCO
Essa espécie de inelegibilidade relativa, quanto ao parentesco, também somente se
aplica aos cargos de Chefe do Executivo.
Dispõe o art. 14, §7º, da CF que “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Suponha que o filho do Governador do estado A queira concorrer às próximas eleições
para o cargo de deputado estadual do estado A. Caso o Governador esteja exercendo o
seu mandato, o filho do Governador não poderá se candidatar ao cargo de deputado
estadual daquele mesmo estado.

Exceções:

Se o filho do governador do estado A se candidatar para deputado estadual ou


qualquer outro cargo em outro estado, não haverá inelegibilidade;

Se o filho do governador já exercia o cargo político de deputado estadual no estado


A, não haverá inelegibilidade se ele se candidatar à reeleição, mesmo que o governador
seja seu pai;

Por fim, se o governador renunciar ao mandato 6 meses antes do pleito, o seu


filho poderá se candidatar a cargo eletivo no mesmo estado.
DICA 63
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – MILITARES
Os militares conscritos são inalistáveis e, por consequência, são inelegíveis de forma
absoluta.

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Os militares alistáveis, que não estão conscritos, são elegíveis, atendidas as seguintes
condições:
Militar com menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

Militar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
DICA 64
DIREITOS POLÍTICOS – PERDA e SUSPENSÃO
É vedada a cassação dos direitos políticos, contudo é possível a perda ou suspensão
(art. 15, da CF).

PERDA SUSPENSÃO

Cancelamento da naturalização por Incapacidade civil absoluta;


sentença transitada em julgado;

Recusa de cumprir obrigação a todos Condenação criminal transitada em


imposta ou prestação alternativa, nos julgado, enquanto durarem seus efeitos;
termos do art. 5º, VIII (neste caso, há
divergência da doutrina, mas a
doutrina majoritária de direito
constitucional aponta como PERDA).

Perda da nacionalidade brasileira em Improbidade administrativa, nos


virtude de aquisição de outra (construção termos do art. 37, § 4º.
da doutrina e jurisprudência).

DICA 65
DIREITOS POLÍTICOS – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL
Conforme o Princípio da Anterioridade Eleitoral, qualquer lei que alterar o processo
eleitoral, possui eficácia diferida (adiada), não se aplicando à eleição que ocorra em
até um ano da data de sua vigência (art. 16, da CF).
ATENÇÃO para a diferença – A lei que altera o processo eleitoral entrará em vigor na
data da sua publicação. Embora esteja em vigor, não se aplicará as eleições que
ocorram em até um ano.

O STF reconheceu que o princípio da anterioridade eleitoral é cláusula


pétrea, pois é uma garantia individual do cidadão.
DICA 66
PODER LEGISLATIVO

DISPOSIÇÕES GERAIS
O tema sobre o Poder Legislativo corresponde aos arts. 44 ao 58, da Constituição Federal.
O Poder Legislativo é exercido pelo congresso nacional, o qual é composto pela camâra
dos deputados e senado federal.
A legislatura é o período de trabalhos das Casas Legislativas (Congresso, Câmara e
Senado) e tem duração de 4 anos.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS SENADO FEDERAL

Composta pelos Deputados Federais. Composto pelos Senadores.

Representantes do povo. Representantes dos Estados e do


Distrito Federal.

A escolha dos deputados federais respeita o A escolha dos senadores respeita o


sistema proporcional sistema majoritário.

O número de deputados varia de acordo Cada um deles elegerá o número fixo


com a população, devendo respeitar o de 3 (três) senadores.
número mínimo de 8 (oito) e o máximo
Cada senador é eleito com 2 (dois)
de 70 (setenta).
suplentes.
Os Territórios elegerão 4 (quatro)
deputados.

Mandato de 4 (quatro) anos. Mandato de 8 anos, sendo renovado de


quatro em quatro anos, alternadamente
por um e dois terços (ou seja, em uma
eleição escolhe-se 1 senador, em outra
são escolhidos 2).

Importante função do Poder Legislativo é a de controle externo da


administração pública, que compreende a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, que será exercida com auxílio do tribunal de
contas.
DICA 67
PODER LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS
Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

Autorizar, por 2/3 dos seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.
Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 70 (setenta) dias após a abertura da
sessão legislativa;
Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

As competências da Câmara dos Deputados estão previstas no art. 50, da CF. As


competências listadas acima são as mais importantes, ressaltando a de autorizar a
instauração de processo contra o Presidente da República.

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Essa autorização é aplicada tanto para os processos comuns, instaurados em face do


presidente, quanto para os processos que versam sobre crime de responsabilidade
(impeachment).
DICA 68
PODER LEGISLATIVO - SENADO FEDERAL
O rol de competências privativas do Senado Federal é bem mais amplo do que o da
Câmara dos Deputados. Merece destaque as seguintes competências:

processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;

suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por


decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua


estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União,
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente
o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será
proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis.”
Merece destaque a competência para julgamento do Presidente da República e dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade, principalmente
pelo momento de tensão política em que o Brasil se encontra.
Em todos os casos de julgamento de crimes de responsabilidade, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal será o presidente do julgamento da autoridade.
A condenação depende do voto de 2/3 dos membros do Senado Federal.
São previstas a aplicação das seguintes sanções, sem prejuízo das demais sanções
judiciais cabíveis.
Perda do cargo;

Inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.


DICA 69
PODER LEGISLATIVO - REUNIÕES
O Congresso Nacional se reúne do dia 02 de fevereiro até 17 de julho; e do dia 1º de
agosto até 22 de dezembro.

Sessões preparatórias – cada uma das casas legislativas (Câmara e Senado) vão se
reunir a partir do dia 1º de fevereiro do primeiro ano da legislatura, para a posse dos

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membros e para a eleição das respectivas Mesas (compreende o Presidente da Câmara e


do Senado, Vice-presidente, 1º Secretário, 2º Secretário).

Sessões conjuntas: são as reuniões em que a Câmara dos Deputados e o Senado


Federal se juntam para:
inaugurar a sessão legislativa;

elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;


receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

conhecer do veto e sobre ele deliberar.

O primeiro ano após as eleições dá início a legislatura, que compreende o período de 4


anos, coincidente com o período do mandato dos deputados.

ATENÇÃO!

O mandato dos senadores é de 8 anos, ou seja, eles representam o seu respectivo


estado ou DF por duas legislaturas.

Atenção para as nomenclaturas:

Legislatura – período de quatro anos;

Sessão legislativa – período anual de atividade do Congresso.


(02 de fevereiro até 22 de dezembro)

Período legislativo – período semestral de reunião do Congresso.


(02 de fevereiro até 17 de julho e 1º de agosto até 22 de dezembro).

DICA 70
PODER LEGISLATIVO - COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
Outro assunto que ganhou bastante visibilidade no cenário nacional nos últimos meses foi
a CPI da COVID. Por isso, é um assunto que pode ser cobrado na prova, pois é uma
importante ferramenta do Poder Legislativo de fiscalização e apuração.
Por esta razão, vale conferir o que a Constituição Federal dispõe sobre o tema.
“Art. 58, §3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros,
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.”

Do dispositivo constitucional, vale ressaltar:

CPI detém poderes de investigação próprios das autoridades judiciais;


Criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, conjunta ou
separadamente;

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Requerimento de 1/3 no mínimo de seus membros;

Apuração de fato determinado e por prazo certo;


As conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público para que promova as
responsabilidades civil e/ou criminal dos infratores.
A composição dos integrantes da CPI deve respeitar o princípio da representação
proporcional de partidos e blocos partidários.

CPI

PODE NÃO PODE

Quebrar sigilo bancário, fiscal, de Determinar de indisponibilidade de


dados e telefônico (não confundir com bens do investigado.
interceptação telefônica);
Decretar a prisão preventiva (pode
Requisitar informações e documentos decretar somente prisão em flagrante);
sigilosos diretamente às instituições
financeiras ou através do BACEN ou CVM,
Determinar o afastamento de cargo
desde que previamente aprovadas pelo
ou função pública durante a
Plenário da CD, do Senado ou de suas
investigação; e
respectivas CPIs (Artigo 4º, § 1º, da LC
105);
Decretar busca e apreensão
domiciliar de documentos.
Ouvir testemunhas, sob pena de
condução coercitiva;
Decretar interceptação telefônica

Ouvir investigados ou indiciados.

As regras acima são válidas para CPIs instauradas em âmbito federal e estadual. As CPIs
instauradas nos municípios apresentam poderes mais restritos.
A CPI municipal não poderá ter poderes próprios de autoridade judiciária, pois
isto seria atribuir ao município uma competência que não lhe foi dada pela constituição,
em razão de não ter Poder Judiciário Municipal.

O STF já decidiu que CPI municipal NÃO pode determinar condução coercitiva
de testemunha.
DICA 71
PODER LEGISLATIVO - IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS
Os membros do Poder Legislativo possuem algumas prerrogativas. Atenção para o fato de
que as prerrogativas estão vinculadas ao cargo e não ao indivíduo que exerce o
cargo.
Tais garantias são irrenunciáveis justamente porque se vinculam ao cargo e não à
pessoa do congressista.

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Foro por prerrogativa de função: essa prerrogativa garante ao parlamentar o


julgamento perante órgão específico do Poder Judiciário, e é aplicada para casos de
infrações penais comuns, não se aplica a toda demanda judicial.

Os Deputados Federais e Senadores serão julgados no STF.

Imunidade material: Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões palavras e votos.
Imunidade formal: essa imunidade se refere à prisão e ao processo por crime
praticado pelo parlamentar.
As seguintes prerrogativas (foro por prerrogativa de função, imunidade material e
imunidade formal) começam após a diplomação do parlamentar.
DICA 72
PODER LEGISLATIVO – IMUNIDADE MATERIAL
A imunidade material está relacionada ao conteúdo das manifestações dos
parlamentares.
É importante definir se a manifestação do parlamentar ocorreu dentro ou fora do
Congresso Nacional (entenda-se Câmara dos Deputados e Senado Federal também).
Manifestação fora do Congresso Nacional – só estarão protegidas as declarações se
guardarem conexão com o exercício da função de parlamentar;
Manifestação dentro do Congresso Nacional – a manifestação não precisa guardar
relação com o exercício da função parlamentar.
DICA 73
PODER LEGISLATIVO – IMUNIDADE FORMAL
A imunidade formal relacionada à prisão significa que os parlamentares não poderão ser
presos, salvo em caso de flagrante de crime inafiançável.
TODAVIA, os parlamentares poderão ser presos caso tenha sentença penal
condenatória transitada em julgado. Portanto, o que se veda é a prisão cautelar,
exceto o flagrante de crime inafiançável.
A imunidade formal relacionada ao processo significa que, quando o STF recebe a
denúncia contra o parlamentar, deve dar ciência à Casa que o parlamentar integra, e por
iniciativa do partido político nela representado, e pelo voto da maioria dos membros,
poderá sustar o andamento da ação penal.
Caso a Casa decida pela sustação da ação penal, também estará suspensa a prescrição
do crime, com o objetivo de não gerar a impunidade.

RESUMINDO

O parlamentar NÃO pode ser preso, salvo em caso de flagrante delito inafiançável; e
o processo por crime cometido após a diplomação pode ser SUSTADO.

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DICA 74
IMUNIDADES DOS DEPUTADOS E SENADORES
Os Deputados Federais, Estaduais e Distritais (DF) e os Senadores gozam de
prerrogativa de foro, imunidade material e imunidade formal.
O foro por prerrogativa de função depende do cargo exercido:
Deputados Federais e Senadores – STF
Deputados Estatuais e Distritais – o foro depende do crime praticado e do bem
jurídico atingido, podendo ser o Tribunal de Justiça do Estado ou do Distrito Federal; TRF
ou TRE.
DICA 75
IMUNIDADE DOS VEREADORES
Os vereadores, integrantes do Poder Legislativo municipal, possuem apenas
IMUNIDADE MATERIAL, que é restrita aos limites do município onde exercem a
função (art. 29, VIII, da CF).
Na CF não há indicação de foro por prerrogativa de função. Mas a constituição do estado
podia até o ano de 2019 fixar o foro por prerrogativa de função.
Nesse sentido vale mencionar a Súmula Vinculante n. 25:
“A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.”
Assim, se um vereador praticar um crime da competência do Tribunal do Júri e
tiver foro por prerrogativa de função estabelecido na Constituição Estadual, deverá ser
julgado no juízo do tribunal do júri.

Sintetizando:

IMUNIDADES PARLAMENTARES

Deputados Senadores Deputados Vereadores


Federais Estaduais e
Distritais

Foro por SIM SIM SIM Fixado na


prerrogativa de Constituição
função Estadual

Imunidade material SIM SIM SIM SIM, mas nos


limites do
município

Imunidade formal SIM SIM SIM NÃO

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DIREITOS HUMANOS

DICA 76
MEDIDAS QUE OBRIGAM O AGRESSOR E MEDIDAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA

O juiz poderá aplicar, de imediato, ao AGRESSOR, em conjunto ou


separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente;
Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência;

Proibição de determinadas condutas:


Aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância;
Contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
Frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida.
Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores;
Prestação de alimentos provisionais ou provisórios;
Comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação;
Acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual
e/ou em grupo.

Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas (para a


ofendida):
Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento;
Recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
Afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda
dos filhos e alimentos;
Separação de corpos;
Matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais
próxima do seu domicílio, ou a transferência, independentemente da existência de
vaga.
OBS.: O descumprimento de decisão judicial que defere medidas protetivas de
urgência previstas na Lei poderá ensejar pena de detenção, de 3 meses a 2 anos.

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DICA 77
ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais
decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. Caberá, quando
necessário:
Requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência
social e de segurança, entre outros;
Fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher e
adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis, em caso de
irregularidades;
Cadastrar os casos de violência doméstica.
OBS.: Em todos os atos a mulher deverá estar acompanhada de advogado ou
defensor público.
DICA 78
RACISMO
PREVISÃO CONSTITUCIONAL

O Brasil é signatário de tratados e convenções de direitos humanos, com garantias que


recaem sobre diversos direitos, dentre eles sobre a vedação à tortura.
A Constituição prevê a tortura, cuja vedação pode ser observada:

Na leitura do art. 1°, que traz como fundamento a dignidade da pessoa humana
(inciso III), valor protegido contra o crime de tortura. Além da prevalência dos direitos
humanos (art.4º, inciso II);

Ainda, garante a igualdade sem distinção, prevendo que “ninguém será


submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante” (art. 5º, caput e
inciso III);

Em relação ao direito do preso, previsto no art. 5º, inciso XLIX, que assegura o
respeito à integridade física e moral.
Não há exceção à tortura no Brasil.
DICA 79
PREVISÃO LEGAL
A Lei n° 9.455/97, define como:
Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:

com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa


(tortura prova);

para provocar ação ou omissão de natureza criminosa (tortura crime);

em razão de discriminação racial ou religiosa (tortura discriminatória);

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submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo (tortura castigo).

→ Pena: reclusão de dois a oito anos.

É equiparado aos crimes hediondos, é considerado um crime comum, pois pode ser
cometido por qualquer pessoa, não exigindo condição especial do sujeito ativo, é
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Para o STF também não cabe indulto.

Há crime de tortura por omissão, quando aquele que se omite em face dessas
condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
detenção de um a quatro anos.
Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

se o crime é cometido por agente público;

se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos;

se o crime é cometido mediante sequestro.

A sentença de condenação pelo crime de tortura acarretará a perda automática do


cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
DICA 80
DISPOSIÇÕES FINAIS
O condenado por crime de tortura, salvo a hipótese de omissão, iniciará o cumprimento
da pena em regime fechado.
A lei de tortura é aplicada ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.

SÚMULA 647-STJ

São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de


atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o
regime militar.

TORTURA é um crime material, que cabe tentativa e de ação penal pública


incondicionada.
DICA 81
ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
O Estatuto se divide em quatro títulos:

Disposições preliminares – trazem conceitos e definições gerais;

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Direitos fundamentais – tratam sobre saúde, educação, lazer, cultura, liberdade,


moradia, trabalho, meios de comunicação;

Sistema Nacional de promoção da Igualdade Racial (NAPIR) – definem os


objetivos do sistema.

Disposições finais.
DICA 82
FINALIDADE DO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
A Lei nº 12.288/2010 instituiu o Estatuto, com a finalidade de garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos
individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e demais forma de
intolerância étnica. E conceitua:

Discriminação Racial Ou Étnico Racial: toda distinção, exclusão, restrição ou


preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade
de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político,
econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.

Desigualdade Racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e


fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em
virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

População Negra: conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,


conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga.

Políticas Públicas: são ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no


cumprimento de suas atribuições institucionais.

Ações Afirmativas: Programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela


iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da
igualdade de oportunidades.
DICA 83
DIREITOS FUNDAMENTAIS PREVISTOS NO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
Os direitos fundamentais previstos no Estatuto estão distribuídos entre os artigos
6º ao 46, são eles:

Saúde;

Educação, cultura, esporte e lazer;

Liberdades: consciência, crença e exercício de cultos religioso;

Terra e moradia;

Trabalho;

Meios de Comunicação.

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DICA 84
SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
→ O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR) se trata de um sistema
criado como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do
conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas
existentes no País, prestados pelo poder público federal.
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir
mediante adesão, e o poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a
participar do Sinapir.

Objetivos do SINAPIR:

Promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais;

Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a


integração social da população negra;

Descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais,


distrital e municipais;

Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica;

Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.
DICA 85
PAPEL DO PODER PÚBLICO FEDERAL
O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes Legislativo e
Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e
encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e
acompanhar a implementação de medidas para a promoção da igualdade.
A Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, interligada ao
Ministério dos Direitos Humanos, possui a Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial,
cuja função é receber denúncias de racismo e de discriminação racial e encaminhá-las aos
órgãos responsáveis nas esferas federal, estaduais e municipais.
É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria Per-
manente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as
suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
DICA BÔNUS
POLÍTICAS PÚBLICAS
Na implementação de programas e ações dos planos plurianuais e dos orçamentos da
União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa do inciso VII do art. 4º e
outras políticas públicas objetivando promover a igualdade e inclusão da população
negra, em especial:

Promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;

Financiamento de pesquisas,

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Incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação


de matérias relacionadas aos interesses da população negra;

Incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas


autodeclaradas negras;

Iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação


fundamental, média, técnica e superior;

Apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de


entidades da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades;

Apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e


brasileiras.

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DIREITO PENAL MILITAR

DICA 86
DOS CRIMES CONTRA A HONRA - OFENSA ÀS FORÇAS ARMADAS – ART. 219

Trata-se de crime impropriamente militar: qualquer um pode cometer;

Sujeito Passivo: a instituição militar;

Aplica-se também às instituições militares estaduais;

Se for cometido pela imprensa, rádio ou televisão por meio físico ou mesmo virtual:
causa de aumento de pena;

Propalar: espalhar fatos que o autor sabe que não verídicos e que podem macular o
prestígio que as forças armadas possuem;

Se o agente publica uma crítica, mas não apura a sua veracidade, não tendo a intenção
de injuriar, difamar ou caluniar, a conduta não é punível;

Consumação: ocorre quando os fatos divulgados chegam ao público;

Tentativa: é possível, caso a ofensa tenha sido realizada por escrito e não conseguir
chegar ao seu destino.
DICA 87
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO I – DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE

CONSTRANGIMENTO ILEGAL

Trata-se de crime impropriamente militar: qualquer um pode cometer;

Sujeito Passivo: qualquer pessoa, desde que tenha autodeterminação;

É um crime subsidiário;

Constranger: coagir, obrigar – direta ou indiretamente;

A violência empregada deve ser física e capaz de diminuir a capacidade da


vítima. Também cabe a grave ameaça, que deve ser GRAVE, mas não necessariamente
injusta, como quando um superior ameaça um subordinado de transferência se ele
cometer um ato;

Consumação: quando o constrangimento faz com que a vítima seja vencida e ela
permite ou tolera o fato que se encontra em desconformidade com a lei;

DICA 88
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO I – DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE

AMEAÇA – ART. 223

Trata-se de crime impropriamente militar: qualquer um pode cometer;

Ação penal é desencadeada mediante representação do ofendido;

Sujeito Passivo: qualquer pessoa, desde que tenha autodeterminação;

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É um crime subsidiário, só será aplicado se não for constituído outro mais grave;

Ameaçar: intimidar, incutir medo;

Modo de execução: escritos, pela palavra, gesto ou qualquer outro modo, desde que
seja clara ou explícita, ou ainda implícita, sugestionada;

Expressões como “vá para o inferno” não caracteriza o crime;

Consumação: quando a vítima tomar conhecimento da ameaça, não se fazendo


necessária a sua intimidação.

DICA 89
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO I – DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE
DESAFIO PARA DUELO – ART. 224
Trata-se de crime propriamente militar: apenas militares podem cometer;
A vítima também deve ser militar;

Duelo: combate armado entre duas ou mais pessoas. Não há cobertura ou abrigo e as
armas, em regra, são iguais;

Crime previsto apenas no CPM;

Desafiar: invocar outro militar para o duelo;

Crime formal: tem conduta e resultado;

Tem que haver o emprego de arma;

Crime subsidiário, pois essa tipificação se mantém apenas até o momento anterior à
execução do duelo;

Consumação: quando o autor desafia outro militar (seu oponente);

Tentativa: Possível.

DICA 90
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO I – DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE
SEQUESTRO OU CÁRCERE DE PRIVADO – ART. 225
Trata-se de crime impropriamente militar: qualquer pessoa pode cometer;
A vítima pode ser qualquer pessoa;

Bem tutelado: liberdade física. Caso a vítima consinta, pode figurar como
justificante supralegal;

Privar: suprimir a liberdade;

Sequestro é gênero e o cárcere é a espécie;

Cárcere: lugar fechado onde a vítima fica em clausura;

Fase comissiva e fase omissiva: a primeira é com emprego de violência física, grave
ameaça, violência imprópria ou qualquer outro meio fraudulento; a segunda – omissiva

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imprópria - é quando a vítima deveria sair do lugar, mas ainda continua lá, por exemplo,
função de garantidor;

Importante: no CPM, não há sequestro majorado praticado contra maior de 60


anos, contra menor ou com fins libidinosos. E o sequestro é causa de aumento no
crime de tortura.

DICA 91
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO II – DO CRIME CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO.

VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO

CPM Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade


expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
→ Pena – detenção, até três meses.
Trata-se de crime impropriamente militar: qualquer pessoa pode cometer;

A vítima pode ser qualquer pessoa. A expressão “quem de direito” se refere a


proprietário, morador, locatário, possuidor legítimo ou arrendatário;

O bem tutelado é a liberdade individual;

A constituição, em seu art. 5º deixa claro que a casa é asilo inviolável;

O termo “casa” para o direito penal militar já caiu diversas vezes em concursos
militares:

§ 4º O termo “casa” compreende:

qualquer compartimento habitado;

aposento ocupado de habitação coletiva;

compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.


§ 5º NÃO se compreende no termo “casa”:

hotel, hospedaria, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a


restrição do n. II do parágrafo anterior;

taverna, boate, casa de jogo e outras do mesmo gênero;

Consumação: com a entrada completa do agente ou a permanência deste quando tem


conhecimento que deve sair.

DICA 92
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO III – VIOLAÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIA.
CPM Art. 227. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência privada dirigida a
outrem:
→ Pena – detenção, até seis meses.
Violação de correspondência: Trata-se de crime impropriamente militar:
qualquer pessoa pode cometer;

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Importante: em regra, apenas o militar da ativa o comete, ao civil só cabe a


prática conforme a hipótese do §3º.

§ 3º Se o agente comete o crime com abuso de função, em serviço postal, telegráfico,


radioelétrico ou telefônico.

Bem tutelado: Liberdade individual de pensamento, de comunicação, derivado do


inciso XII, doa art. 5º da CF;

Devassar: invadir;

A correspondência pode estar aberta ou fechada;

Mesmo que tenha remetente anônimo, é crime;

Indevidamente: sem autorização;

Consumação: quando o agente toma conhecimento do conteúdo da correspondência


(total ou parcialmente);

Tentativa: é possível, quando o agente viola, mas não consegue ler o que está escrito;

Possibilidade de crime impossível: quando o conteúdo está em código indecifrável


ou língua que o agente desconheça.

DICA 93
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE - SEÇÃO IV – DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS DE CARÁTER PARTICULAR

DIVULGAÇÃO DE SEGREDO

Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular sigiloso ou de
correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário, desde que da divulgação
possa resultar dano a outrem:
→ Pena – detenção, até seis meses.
Trata-se de crime impropriamente militar, pois está previsto na legislação penal
comum e, em tese, qualquer pessoa pode cometê-lo;

No entanto, para a aplicação do CPM, apenas militares da ativa podem cometê-lo e


serem vítimas, chama-se crime militar biopróprio;

Caso a correspondência devassada fosse dirigida à Administração Militar, haveria


também a configuração do art. 325 do COM (violação ou divulgação indevida de
correspondência ou comunicação);

Divulgar: tornar público;

O bem tutelado é a liberdade individual;

Caso não cause dano, não há tipicidade;

Consumação: Crime formal, basta a divulgação do segredo para terceiros e que tal
segredo seja potencialmente danoso. Não se exige o dano concreto.

Tentativa: possível, mas de difícil ocorrência.

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Violação de Segredo Profissional: Art. 230. Revelar, sem justa causa, segredo de
que tem ciência, em razão de função ou profissão, exercida em local sob administração
militar, desde que da revelação possa resultar dano a outrem:
→ Pena – detenção, de três meses a um ano.
Trata-se de crime impropriamente militar: Qualquer um pode cometer;
Sujeito Ativo: militar ou civil (médico militar, dentista, entre outros);

Sujeito Passivo: militar ou civil titular do segredo. Já o prejudicado é aquele que


tem potencialidade de sofrer o dano;

Lembre-se: é dever de médicos e advogados manterem o sigilo profissional, mas este


não é absoluto, se tiver justa causa, poderá ser divulgado.
Revelar: transmitir segredo;

Consumação: é crime formal, se revelado o segredo, o crime ocorreu, desde que seja
potencialmente ofensivo a outrem;
Tentativa: possível, mas de difícil ocorrência.
DICA 94
DOS CRIMES SEXUAIS

ESTUPRO

CPM Art. 232. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave
ameaça:
→ Pena - reclusão, de três a oito anos, sem prejuízo da correspondente à violência.
Se além deste crime houver lesões corporais e morte, teremos um concurso de crimes;

É impropriamente militar: previsto no CP e pode ser praticado por qualquer pessoa


(militar ou civil);
Pode ser caracterizado por haver a conjunção carnal ou a prática de qualquer
outro ato libidinoso;

O Sujeito Ativo deve ser homem (civil ou militar), mas mulheres podem ser coautoras
(caso segure a vítima, por exemplo);
Sujeito Passivo: militar ou civil mulher;
Constranger: obrigar, forçar;

Não há modalidade culposa, o elemento subjetivo é o dolo, a vontade livre e


consciente de constranger a mulher a manter a conjunção carnal;

Consumação: Crime material, ocorre com a penetração (total ou parcial) do pênis na


vagina. A ejaculação não é necessária;
Admite-se a tentativa;

Atentado Violento ao Pudor: Art. 233. Constranger alguém, mediante violência ou


grave ameaça, a presenciar, a praticar ou permitir que com ele pratique ato libidinoso
diverso da conjunção carnal:
→ Pena - reclusão, de dois a seis anos, sem prejuízo da correspondente à violência.

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É impropriamente militar: previsto no CP e pode ser praticado por qualquer pessoa


(militar ou civil);
Sujeito ativo: o militar ou o civil;
Sujeito passivo: o militar ou o civil (homem ou mulher);

Presenciar: a vítima não precisa estar presente no local da cena e o contato físico não
se faz necessário;
Permitir: tolerar que se pratique o ato libidinoso. Ex. coito anal.

Praticar: aqui há comportamento ativo do ofendido, ela deve ter sido compelida a
praticar o ato libidinoso com o agente ou o terceiro.
Consumação: Crime material, ocorre com a prática do ato libidinoso;

Admite-se a tentativa;

É um crime complexo (vários atos): começa com a violência ou grave ameaça e no


momento seguinte o ato libidinoso não consentido.
Cabe a possibilidade de concurso material: estupro + atentado violento ao pudor.

Corrupção de Menores: Art. 234. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor


de dezoito e maior de quatorze anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou
induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo:
→ Pena - reclusão, até três anos.

É impropriamente militar: previsto no CP e pode ser praticado por qualquer pessoa


(militar ou civil);
Sujeito ativo: o militar ou o civil;

Sujeito passivo: o militar ou o civil (homem ou mulher), de que menor de 18 e


maior de 14 anos.
Corromper: depravar, perverter.

Há 3 formas de ocorrência: praticar ato de libidinagem com a vítima, induzir a vítima


a praticar ato de libidinagem e induzir a vítima a presenciar ato de libidinagem.

O erro quanto a idade do menor ou quanto ao seu estado de corrupção não afasta
o dolo;
Não cabe a modalidade culposa;

Consumação: Crime material. A consumação ocorre com a corrupção do menor. A


conduta do sujeito ativo deve levar à degradação da moral sexual do menor.
Tentativa: possível.

Atenção: se o menor já tiver sido corrompido sexualmente, a doutrina entende se


tratar de crime impossível.

Pederastia ou outro Ato de Libidinagem: Art. 235. Praticar, ou permitir o militar


que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito a
administração militar:
→ Pena - detenção, de seis meses a um ano.

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É crime propriamente militar: não está previsto no CP e que só pode ser praticado
pelo militar;
É bastante criticado pela doutrina, deveria ser tratado na seara administrativa militar;

Com base na decisão do STF, o crime é constitucional, mas agora é chamado de


“ato de libidinagem”, pois os termos “pederastia ou outro” e “homossexual ou não” não
foram recepcionados pela Constituição Federal;
Sujeito ativo: o militar (homem ou mulher) – crime próprio;

Sujeito passivo: a instituição militar;

Praticar: exige ação (forma comissiva);


Permitir: deixar que pratique (forma omissiva);

Consumação: quando se efetua a prática do ato libidinoso;


Tentativa: possível.
DICA 95
ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

ATO OBSCENO

Art. 238. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar:


→ Pena - detenção de três meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o fato é praticado por militar em serviço ou por
oficial.

É impropriamente militar: previsto no CP e pode ser praticado por qualquer pessoa


(militar ou civil);
Sujeito ativo: o militar ou o civil;

Sujeito passivo: Instituição militar;


Bem tutelado: pudor que o ambiente militar exige;

Deve ser cometido dentro de local sujeito à Administração Militar;


Praticar: cometer, realizar;

Ato obsceno: pudor médio.


Ex. expor a genitália;
Não admite a modalidade culposa;

Consumação: crime formal, basta que uma pessoa veja o ato obsceno.

Tentativa: possível, mas de difícil configuração.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

DICA 96
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL

Importante estudar esse tópico com base na doutrina, pois o CPM não deixa claro
sobre o que se trata;

Dever Legal: funções e atribuições previstas em norma jurídica de caráter geral


(penal, extrapenal, tratados internacionais...), incluindo-se também as normas
administrativas (decretos, portarias, regulamentos);

Estrito: sua atuação terá que está escrita nos termos da norma autorizadora,
respondendo o agente pelos excessos que vier a cometer;

Consciência de agir para cumprir a missão: o agente sabe que age amparado
pelo ordenamento jurídico.

DICA 97
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
É uma faculdade conferida pelo ordenamento jurídico;
A palavra “Direito” compreende o Direito Penal, Extrapenal, Costumes;
No entanto, se houver excessos ou abuso do exercício do direito, o agente
responderá pelo crime, podendo também ensejar na reparação no âmbito civil.
DICA 98
IMPUTABILIDADE PENAL

Conceito: Atribuição de capacidade para o agente ser responsabilizado


criminalmente pelos seus próprios atos. O agente tem que ser CAPAZ de entender o
caráter criminoso do seu ato e determinar-se de acordo com esse entendimento.

No entanto, há pessoas que não podem ser imputadas, por fatores de idade ou
condição ao tempo do crime, vejamos quem são os INIMPUTÁVEIS:

CPM Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental
incompleto ou retardado.

DICA 99

INQUÉRITO PENAL MILITAR E A (IN) IMPUTABILIDADE PENAL

Inquérito Penal Militar (IPM): é a apuração sumária de fato, que, nos termos
legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória,
cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação
penal. (art. 9 - CPPM);

A autoridade penal não pode arquivar o IPM, embora conclusivo da inexistência de


crime ou de inimputabilidade do indiciado. O Ministério Público é quem poderá requerer o
arquivamento dos autos, caso entenda ser inadequada a instauração do Inquérito.

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DICA 100
MEDIDA DE SEGURANÇA E A (IN) IMPUTABILIDADE PENAL DO ACUSADO

Medida de Segurança: Quando o agente precisar de tratamento curativo, a sua


pena privativa de liberdade poderá ser substituída pela internação em estabelecimento
psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção
especial de um ou de outro.

Caso os peritos concluam pela inimputabilidade do acusado, o juiz, desde que concorde
com a conclusão do laudo, pode nomear um curador para ele e decidir por sentença a
respeito da inimputabilidade aplicando a medida de segurança correspondente.

Perceba que apesar da força dos laudos periciais, o juiz não está totalmente
atrelado a ele. Se seu juízo de conhecimento for contrário, desde que devidamente
fundamentado, pode decidir de maneira diversa.

DICA 101
EMBRIAGUEZ

Embriaguez Completa: Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez


completa proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento – art. 49 CPM.

Ex.: O agente foi lançado – por acidente – em um barril de vinho e ficou


completamente embriagado vindo a cometer o ilícito.

Embriaguez Relativa: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente


por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

DICA 102
CONCURSO DE AGENTES

COAUTORIA

Todo aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas penas a
este cominadas.

A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente das dos outros, ou seja, a


culpabilidade será contemplada de forma individual;

As circunstâncias de caráter pessoal NÃO se comunicam, salvo quando


elementares do crime.

Cada agente possui uma função:

Autor: quem realiza a figura típica;

Partícipe: é o que comete ações fora do tipo, limitando-se a instigar, induzir ou


auxiliar o autor.

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Imputabilidade na Participação: Em regra, o crime só começa a ser punido a


partir da execução. No entanto, no crime de conspiração, se os militares se reunirem,
mesmo se a greve não ocorrer, eles serão punidos.

A participação tem caráter meramente acessório, então, a punição para ela dependerá da
conduta do autor. Se o autor iniciar os atos executórios, o ato já será passível de punição
(Princípio da Executividade). De modo diverso, a teoria lógico-formal, afirma que a
execução só começaria a partir da prática de condutas típicas.

DICA 103
AGRAVAÇÃO E ATENUAÇÃO DE PENA

A pena será agravada ao agente que:

Promove ou organiza a cooperação do crime ou dirige a atividade dos demais;

Coage alguém à execução MATERIAL do crime;

Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à autoridade, ou não punível


em virtude de condição ou qualidade pessoal.

Ex.: O Major da polícia Ronaldo paga 4 alunos da escola militar, todos menores de
idade, para cometer o ilícito penal.

A pena será atenuada em relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos


importância.

Trata-se da individualização da pena, um direito constitucional. Cada um responderá de


acordo com a sua culpabilidade.

Cabeças: Quem dirige, provoca ou instiga a ação. Quando o crime for cometido por
inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim, como os
inferiores que exercem função de oficial. Em um crime militar pode haver mais de um
cabeça.

Ex.: Um cabo coordena a ação, mas está presente um tenente. Quem será considerado
o cabeça é o tenente! E ele terá a sua pena aumentada em relação aos demais.

DICA 104
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

Não só os crimes militares, mas os comuns podem ser classificados como


Monossubjetivos ou Plurissubjetivos;

Monossubjetivos: Apenas um agente consegue consumar o crime militar.

Exemplo: Homicídio, pois uma só pessoa consegue matar outra. Mesmo que em
coautoria, não perde a característica de crime monossubjetivo. Será um crime
Monossubjetivo, mas realizado em concurso de pessoas.

Plurissubjetivo ou autoria coletiva necessária ou de concurso necessário: Para


o delito ocorrer se faz necessário mais de um agente.

Ex.: Motim. Não existem motim de uma só pessoa. Outro bastante cobrado em prova é
o crime de quadrilha, no qual são necessários, no mínimo, 3 pessoas.

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Importante: os crimes de motim e revolta não admitem a coautoria com civis.


Esse é o entendimento dominante.

DICA 105
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS

Pluralidade de agentes/condutas;

Mais de uma pessoa e mais de uma conduta.

Ex.: Para a prática de homicídio, um militar arruma a arma e munições e outro efetua
os disparos.

Relevância causal de cada conduta;


As condutas praticadas devem ser necessárias para o alcance do resultado final.

Unidade de desígnios – Liame Subjetivo;


Os partícipes devem ter o mesmo objetivo, mas não é necessário que isso seja
combinado previamente.

Identidade da Infração Penal Castrense


Se os agentes tinham o mesmo objetivo e concorreram para o alcance dele, estão
em concurso de pessoas.

Fique atento!
Os requisitos são cumulativos

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DIREITO PENAL/PROCESSUAL PENAL

DICA 106
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

Art. 1 o NÃO SE APLICA O CPP

Aos tratados, as convenções e regras de direito internacional.

Imunidade diplomática:

Está prevista na Convenção de Viena, assinada em 18.4.1961, aprovada no Brasil


pelo Decreto Legislativo nº 103, de 1964, e ratificada em 23.12.1965;
Necessidade de proteger essa pessoa para que exerça a sua missão no exterior;

Atinge qualquer delito praticado pelos agentes diplomáticos, aos seus familiares, e aos
funcionários da organização internacional, quando em serviço;

Inclui, também, os chefes de governo estrangeiro que visitem o país, bem como a sua
comitiva;

Se o delito ocorrer dentro das sedes diplomáticas, o autor será devidamente processado
pela lei brasileira se não possuir imunidade. Estes locais não são mais considerados
extensão do país estrangeiro, embora possuem inviolabilidade em face do respeito devidos
ao Estado.

As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros


de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade.

CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Art.52 CF/88. Compete privativamente ao Senado Federal:
I – Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;
II – Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes
de responsabilidade.
III – Os processos da competência da Justiça Militar.

Crimes militares:
A Justiça Militar, como justiça especial, também possui regras próprias,
regendo-se pelo Código de Processo Penal Militar, Decreto nº 1.002/1969.

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OBS: Basicamente, além do disposto no artigo 1º, inciso I do CPP, as exceções


ao princípio da territorialidade são a imunidade diplomática, jurisdição política
e justiça militar que dizem respeito a aplicação da lei processual penal em relação
às pessoas.

DICA 107

INQUÉRITO POLICIAL

Indeferimento da abertura do IP:


Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Chefe
de Polícia.

Notitia Criminis:
Comunicação espontânea ou provocada de um fato criminoso à autoridade policial para
que a mesma dê início à persecução penal.

Delatio criminis:
Comunicação de um fato feita pela vítima ou qualquer do povo com identificação.

Notitia criminis inqualificada:


É impossível a instauração de procedimento criminal baseado única e
exclusivamente em denúncia anônima. O Delegado de polícia, deve antes de instaurar
o inquérito policial, verificar a procedência e veracidade das informações por ela
veiculadas.
DICA 108

AÇÃO PENAL

A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o ofendido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o ofendido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria

OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão


judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem)

Ex.: Crime contra a honra de funcionário público.

O STF editou a Súmula 714 que dispõe: “É concorrente a legitimidade do


ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão
do exercício de suas funções”.

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DICA 109

PRISÃO

Sujeito ATIVO da prisão em flagrante:


É aquele que efetua a prisão do cidadão encontrado em uma das situações de flagrância.
Pode ser qualquer pessoa, integrante ou não da força policial, inclusive a própria vítima.

Flagrante facultativo: A própria vítima ou qualquer do povo poderá prender quem


quer que seja encontrado em flagrante delito. Nesses casos a prisão em flagrante
configura exercício regular de direito.

Flagrante obrigatório, compulsório ou coercitivo: autoridade policial e seus


agentes têm, portanto, o dever de efetuar a prisão em flagrante. Nesses casos a prisão
em flagrante configura estrito cumprimento do dever legal.
DICA 110

PRISÃO

Flagrante em crimes permanentes:


Crime permanente é aquele em que a consumação se protrai no tempo. Em tal situação,
remanesce a ofensa ao bem jurídico protegido. São exemplos de crimes permanentes:
sequestro e cárcere privado (CP, art. 148), ocultação de cadáver (CP, art. 211, caput),
dentre outros.
Nos crimes permanentes a prisão em flagrante é possível a qualquer momento, enquanto
não cessar a permanência, a Constituição Federal autoriza a violação ao domicílio mesmo
sem prévia autorização judicial.

Art. 5º, inciso XI – “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.

Flagrante em crimes habituais:


O crime habitual é aquele que demanda a prática reiterada de determinada conduta, por
exemplo, rufianismo (CP, art. 230), exercício ilegal da medicina, arte dentária ou
farmacêutica (CP, art. 282).
No crime habitual o delito é único, figurando a habitualidade como elementar do tipo.

Prisão em flagrante em crime de ação penal privada e em crime de ação penal


pública condicionada:
É possível a captura e a condução coercitiva daquele que for encontrado em situação de
flagrância, fazendo cessar a agressão com o escopo de manter a paz e a tranquilidade
social. Exemplo clássico é o crime de ameaça no âmbito da violência doméstica no qual
prescinde da representação da vítima na prisão em flagrante.
DICA 111

LEI Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁRIA)

Aceitam prisão temporária:

homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

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seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único);

atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único);

rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único);
epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela


morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer


de sua formas típicas;
tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
crimes contra o sistema financeiro
crimes previstos na Lei de Terrorismo.
DICA 112

PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS


FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Crimes contra a administração pública contidos no Código Penal (PARTE 1)

Nos crimes funcionais, busca-se proteger a probidade administrativa, caracterizada


como retidão de conduta, integridade e honestidade do agente público.
O princípio da insignificância não aplicável aos crimes contra a administração
pública.

OBS.: Súmula n.º 599, STJ. O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
administração pública.

Crimes funcionais e concurso de pessoas:


É possível que um particular concorra para o crime funcional praticado pelo funcionário
público.
A condição de funcionário público é elementar normativa, portanto, conforme o art. 30 do
CP é comunicável, mas, somente se o particular tiver conhecimento dessa
qualidade, será responsabilizado por delitos desta natureza como coautor ou partícipe.

Dos crimes em espécie cometidos por funcionário público:


Peculato apropriação e Peculato desvio:

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Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

→ Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Peculato furto:
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato-apropriação/desvio Peculato-furto
(peculato próprio) (peculato impróprio)

O agente tem a posse legítima. O agente NÃO tem posse.

Peculato culposo:
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

→ Pena - detenção, de três meses a um ano.


§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

OBS: Trata-se do único crime funcional que admite a forma culposa.

REPARAÇÃO DO DANO

Se ANTES do trânsito em julgado = Se DEPOIS = reduz a pena a metade.


extinção da punibilidade.

Peculato mediante erro de outrem (peculato-estelionato)


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem:

→ Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (peculato- eletrônico)


Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou para causar dano:

→ Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (peculato-


eletrônico)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa
de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

→ Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.


Parágrafo único. As penas são aumentadas de 1/3 até a metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento


Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em
razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

→ Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em
lei:

→ Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


DICA 113
O HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
Cabimento
O Habeas corpus somente será cabível quando restar evidenciado constrangimento
ilegal à liberdade de locomoção.

A coação considerar-se-á ilegal

quando não houver justa causa;

quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

quando o processo for manifestamente nulo;

quando extinta a punibilidade;

DICA 114
ASPECTOS PENAIS E PROCESSUAIS DA LEI N. 8.072/1990 (CRIMES HEDIONDOS)
E ALTERAÇÕES POSTERIORES

A prisão temporária para os crimes hediondos terá um prazo de 30


dias (enquanto que a regra para outros crimes é de 5 dias);
Há um prazo maior para o condenado conseguir um livramento
condicional (oportunidade de cumprir o restante da pena em liberdade), que é

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o cumprimento de 2/3 da pena se for réu primário (em casos de crimes não hediondos
dolosos de réus primários é de apenas 1/3);

A pena para crimes hediondos será cumprida inicialmente em regime fechado. Mas
o STF declarou ser inconstitucional que esse regime seja fixado de
maneira automática.

O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,


possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
DICA 115
ASPECTOS PENAIS E PROCESSUAIS DA LEI N. 13.869/2019 (ABUSO DE
AUTORIDADE)
Dos efeitos da condenação:

indenização do dano causado pelo crime;

a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período


de 1 a 5 anos (condicionado à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença);

a perda do cargo, do mandato ou da função pública (condicionado à ocorrência de


reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser
declarados motivadamente na sentença)

Das Penas Restritivas de Direitos


São substitutivas das privativas de liberdade nos crime de abuso de autoridade são:
prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 a 6


meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.

OBS: As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou


cumulativamente.

Sanções de natureza civil e administrativa:


As penas da lei de abuso de autoridade são aplicadas independentemente das sanções
de natureza civil ou administrativa cabíveis.

OBS: Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a


sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em
legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

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CRIMINOLOGIA

DICA 116
SEGURANÇA PÚBLICA

É um processo sistêmico e otimizado que envolve um conjunto de ações públicas


e comunitárias, visando a preservação de ordem pública e da incolumidade das
pessoas e patrimônio;

É um processo sistêmico pela necessidade da integração de um conjunto de


conhecimentos e ferramentas estatais que devem integrar a mesma visão,
compromissos e objetivos;

É otimizado quando aumentam o rendimento e melhoram o funcionamento (decisões


rápidas, resultados imediatos);

A segurança pública é um dever do estado e direito e responsabilidade de todos


(art. 144, CF/88).
DICA 117
TRÍPLICE DESTINAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144, CF/88)

PARA A PRESERVAÇÃO

ORDEM PÚBLICA PESSOAS PATRIMÔNIO

DICA 118
ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144, CF/88)
Rol taxativo:

Polícia Federal;

Polícia Rodoviária federal;

Polícia Ferroviária federal;

Polícias Civis;

Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares;


Polícias Penais federal, estadual e distrital.

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PF
PRF
PREVENTIVA
PFF
UNIÃO PP

PP

PF INVESTIGATIVA
ART. 144,
CF/88
PC INVESTIGATIVA

PM OSTENTIVA
ESTADOS
BOMBEIRO DEFESA CIVIL

PP

DICA 119
ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144, CF/88)

POLÍCIA

ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

Preventiva ou ostensiva Repressiva ou investigativa.

Visa que o crime NÃO aconteça. Atua DEPOIS que o crime ocorreu.

Exemplo: Polícia Militar Exemplo: Polícia Civil

POLÍCIA FEDERAL

Instituída por lei como ÓRGÃO Organizado e mantido pela União e


PERMANENTE. ESTRUTURADO EM CARREIRA.
COMPETÊNCIAS

Apurar INFRAÇÕES PENAIS contra a Infrações cuja prática tenha repercussão


ordem política e social ou em INTERESTADUAL ou INTERNACIONAL e
detrimento de bens, serviços e exija repressão uniforme, segundo se
interesses da União ou de suas dispuser em lei.
entidades autárquicas e empresas
públicas.
Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de Exercer as funções de POLÍCIA
entorpecentes e drogas afins, o MARÍTIMA, AEROPORTUÁRIA e de
contrabando e o descaminho, sem FRONTEIRAS.
prejuízo da ação fazendária e de outros
Exercer, com EXCLUSIVIDADE, as
órgãos públicos nas respectivas áreas de
funções de POLÍCIA JUDICIÁRIA DA
competência.
UNIÃO.

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PRF

Órgão PERMANENTE. Organizado e mantido pela União e


ESTRUTURADO EM CARREIRA.

COMPETÊNCIAS

Destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

PFF

Órgão PERMANENTE. Organizado e mantido pela União e


ESTRUTURADO EM CARREIRA.

COMPETÊNCIAS

Destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

PC

Dirigidas por DELEGADOS DE POLÍCIA


DE CARREIRA. NÃO É força auxiliar e reserva do Exército.
Subordinam-se aos GOVERNADORES.

COMPETÊNCIAS

Ressalvada a competência da União, as funções de POLÍCIA JUDICIÁRIA e a


apuração de infrações penais, EXCETO as militares.

PM

Polícia OSTENSIVA e a preservação da Força AUXILIAR e RESERVA DO


ordem pública. EXÉRCITO.

Subordinam-se ao GOVERNADORES.

BOMBEIROS

Além das atribuições definidas em lei, Força AUXILIAR e RESERVA DO


incumbe a execução de atividades de EXÉRCITO.
DEFESA CIVIL.
Subordinam-se ao GOVERNADORES.

POLÍCIAS PENAIS

Vinculadas ao órgão administrador do Cabe a SEGURANÇA dos estabelecimentos


sistema penal da unidade federativa a que penais.
pertencem.

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GUARDAS MUNICIPAIS

Os Municípios PODERÃO constituir NÃO ESTÁ inserida no rol do art. 144,


guardas municipais DESTINADAS À CF/88.
PROTEÇÃO DE SEUS BENS, SERVIÇOS
E INSTALAÇÕES, conforme dispuser a
lei.

SEGURANÇA VIÁRIA

Exercida para a preservação da ORDEM EDUCAÇÃO, ENGENHARIA e


PÚBLICA e da INCOLUMIDADE das FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO, além de
pessoas e do seu patrimônio nas VIAS outras atividades previstas em lei, que
PÚBLICAS. assegurem ao cidadão o direito à
MOBILIDADE URBANA EFICIENTE.

DICA 120
SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA (SUSP)
LEI Nº 13.675/2012

Cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social;

São integrantes estratégicos do SUSP:

União, Estados, DF e os Municípios, por intermédio dos respectivos poderes


executivos;

Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três entes federados.

São integrantes operacionais do SUSP:

PF;
PRF;
PC;
PM;
CORPO DE BOMBEIROS MILITARES;
GUARDAS MUNICIPAIS;
ÓRGÃO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO;
INSTITUTOS OFICIAIS DE CRIMINALÍSTICA, MEDICINA LEGAL E IDENTIFICAÇÃO;
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (SENASP);
SECRETARIAS ESTADUAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA OU CONGÊNERES;
SECRETARIA NACIONAL DE PRETEÇÃO E DEFESA CIVIL (SEDEC);
SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS (SENAD);
AGENTES DE TRÂNSITO;
GUARDA PORTUÁRIA.

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DICA 121
DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA ATIVIDADE POLICIAL

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão instituir órgãos de


ouvidoria;
Ouvidorias são dotados de autonomia e independência no exercício de suas
atribuições;
A ouvidoria é responsável pelo recebimento e tratamento de representações,
elogios e sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e atividades dos profissionais e
membros integrantes do SUSP, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para as
providências legais e a resposta ao requerente.
DICA 122
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA (SINESP)
Prisional;

Rastreamento de armas e munições;

Material genético, de digitais e de drogas;

Objetivos do SINESP:

Proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, integração e interpretação de


dados e informações relativos às políticas de segurança pública e defesa social;

Disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras informações para auxiliar na


formulação, implementação, execução, monitoramento e avaliação de políticas
públicas;

Promover a integração das redes e sistemas de dados e informações de segurança


pública e defesa social, criminais, do sistema prisional e sobre drogas;

Garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e informações, conforme os


padrões definidos pelo conselho gestor.
DICA 123
ENFRENTAMENTO DO CRIME ORGANIZADO E DA CORRUPÇÃO POLICIAL
ENFRENTAMENTO DA CORRUPÇÃO POLICIAL
Consequências:

Descrédito das Instituições de Segurança Pública;

A falta de legitimidade das Instituições de Segurança Púbica;

Falta de cooperação da comunidade;

Desconfiança, descrédito e medo da população;

Dificuldade em operações.

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DICA 124
ENFRENTAMENTO DA CORRUPÇÃO POLICIAL
Propostas de solução para o problema:

Punição rigorosa dos corruptos;

Pronta expulsão dos quadros da polícia para que não contaminem os demais;
Selecionar candidatos a policiais honestos;

Treinamento no marco da lei e dos direitos humanos;

Reforçadas as corregedorias / ouvidorias;

Políticas de valorização do agente de segurança pública (salários, moradia, saúde,


educação para os filhos, bônus, premiação, treinamentos regulares, condições de
segurança jurídica).
DICA 125
ENFRENTAMENTO DO CRIME ORGANIZADO
LEI 12.850/2013
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela DIVISÃO DE TAREFAS, ainda que
informalmente, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos, OU que sejam de caráter transnacional.

ASSOCIAÇÃO TRÁFICO ORGANIZAÇÃO ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA


CRIMINOSA

Mínimo 2 pessoas. Mínimo de 4 pessoas. Mínimo de 3 pessoas.

Praticar tráfico de Prática de infrações Exige o especial fim de agir


drogas. penais superiores a 4 de cometer crimes.
anos ou de caráter
transnacional.

Não exige divisão de Organização Não exige divisão de


tarefas. estruturalmente tarefas.
ordenada.

Há divisão de tarefas.

Fim de agir direta ou


indiretamente para obter
qualquer vantagem.

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SEGURANÇA PÚBLICA

DICA 126
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL

Segurança Pública na Constituição Federal:

Previsão – artigo 144 da CF.


Segurança Pública dever do Estado e direito e responsabilidade de todos;

Finalidade - preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do


patrimônio
DICA 127
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Órgãos integrantes da Segurança Pública:

São 06 (seis) os órgãos integrantes da segurança pública, quais sejam:

Polícia federal (PF);

Polícia rodoviária federal (PRF);

Polícia ferroviária federal (PFF);

Polícias civis (PC);

Polícias militares e corpos de bombeiros militares (PM e Bombeiros);

Polícias penais federal, estaduais e distrital (PP).


Atente-se às Polícias Penais, pois se trata de novidade inserida no texto
constitucional pela Emenda Constitucional nº 104/2019.
DICA 128
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Atribuições dos órgãos integrantes da Segurança Pública:
Polícia federal - órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:

apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,


serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o


contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos
públicos nas respectivas áreas de competência;

exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

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Polícia rodoviária federal - órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais;
Polícia ferroviária federal - órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.
Polícias civis – dirigidas por delegados de polícia de carreira, destina-se,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
Polícias militares – destinam-se:

polícia ostensiva;

preservação da ordem pública;


Corpos de bombeiros militares - além das atribuições definidas em lei, destinam-se
a execução de atividades de defesa civil
Polícias penais - órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
Guardas municipais – vinculadas aos Municípios destinam-se à proteção de bens,
serviços e instalações municipais.
Trata-se de rol taxativo que deve ser observado no âmbito dos demais entes
administrativos, ou seja, não é possível criar novos órgãos distintos dos designados no
artigo 144, da CF.
DICA 129
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL

Subordinação da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros militar, Polícias Civis e


as Polícias Penais (estadual e distrital)
Nos termos da Constituição Federal, as polícias militares e os corpos de bombeiros
militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as
polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.

PM

CBM

Forças auxiliares e Subordinam-se aos Governadores


reserva do Exército

PC

Polícias Penais estaduais


e distrital

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DICA 130
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Polícia de Segurança:
Segundo o doutrinador Pedro Lenza, há 3 espécies de Polícia de Segurança:
Polícia Administrativa (preventiva ou ostensiva);
Polícia Administrativa especial;
Polícia Judiciária (investigação);

Polícia Administrativa (preventiva ou ostensiva)

Esfera Federal – Policia Federal; Policia Rodoviária Federal; Policia Ferroviária


Federal;

Esfera Estadual – Corpo de Bombeiros; Policia Militar;

Polícia Administrativa ESPECIAL

Esfera Federal, Estadual e Distrital – Polícia Penal;

Polícia Judiciária (investigativa)

Esfera Federal – Policia Federal;

Esfera Estadual – Policia Civil;


DICA 131
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Poder de Polícia:
Poder de Polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público. Desta forma, destina-se assegurar o
bem-estar geral, impedindo, através de ordens, proibições e apreensões, o exercício
antissocial dos direitos individuais, o uso abusivo da propriedade ou a prática de
atividades prejudiciais à coletividade.
Diante do conceito de Poder de Polícia, podemos distinguir:
polícia administrativa lato sensu (sentido amplo);

polícia de segurança, esta dividida em:

polícia administrativa (estrito sensu - preventiva ou ostensiva, que não deve confundir-
se com a ideia de poder de polícia lato sensu do Estado);

polícia judiciária (investigação).

Atividade Policial:
A atividade policial divide-se em 02 (duas) grandes áreas:

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administrativa (sentido estrito);

judiciária.

polícia administrativa (preventiva ou ostensiva) - atua preventivamente, evitando


que o crime aconteça.

polícia judiciária (polícia de investigação) - atua repressivamente, depois de


ocorrido o ilícito penal, exercendo atividades de apuração das infrações penais cometidas,
bem como a indicação da autoria.

DICA 132
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Direito de greve dos órgãos que integram a segurança pública:
A carreira policial, disciplinada pelo art. 144 da CF/88, tem como função exercer a
segurança pública, garantindo a “preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio”. Assim, a carreira policial é o braço armado do Estado
para realizar a segurança pública e as Forças Armadas são o braço armado do Estado para
garantir a segurança nacional.

Diante da relevância de suas funções e considerando que se trata de uma atividade que
não pode ser exercida pela iniciativa privada, considera-se que a atividade policial é
uma "carreira de Estado".

A atividade policial diferencia-se, contudo, de outras atividades essenciais, como educação


e saúde, porque ela não pode ser exercida por particulares. A segurança pública é,
portanto, atividade privativa do Estado.

Por este motivo, não é possível compatibilizar que o braço armado do Estado faça
greve porque isso colocaria em risco a segurança pública, a ordem e a paz social, eis
que os integrantes das carreiras policiais possuem o dever de fazer intervenções e prisões
em flagrante, sendo isso inconciliável com o exercício da greve.

Vale ressaltar que a atividade policial, além de ser importantíssima por si só, se for
paralisada, afetará também as atribuições do Ministério Público e do próprio Poder
Judiciário.

Por isso, o STF entendeu que o exercício do direito de greve, sob qualquer
forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos
que atuem diretamente na área de segurança pública. STF. Plenário. ARE
654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

DICA 133
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
BEPE — BATALHÃO ESPECIAL DE PRONTO EMPREGO

Tema relacionado aos concursos ligados à área de segurança pública, lembramos que em
setembro de 2008, iniciaram-se as atividades do BEPE — Batalhão Especial de Pronto
Emprego, localizado em Luziânia (GO), região do entorno do DF.

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O Batalhão Especial de Pronto Emprego (BEPE) é um novo setor especializado da


Força Nacional de Segurança Pública para o treinamento de policiais, que poderão
atuar de forma imediata em situações de grave crise. Pela proposta, cada estado deve
ceder os policiais por um ano, que retornarão aos locais de origem com todo o
equipamento utilizado durante a capacitação, inclusive viaturas, armas letais e não letais,
coletes e capacetes balísticos de última geração. A iniciativa visa disseminar tecnologia de
ponta e conhecimento com foco principal na preservação da vida e no respeito aos
Direitos Humanos.

“A diferença entre o BEPE e as ações regulares da Força Nacional é, principalmente, o


tempo de resposta às demandas dos estados e a permanência. Quando há o pedido
de auxílio à Força Nacional, o Ministério da Justiça tem que convocar homens já treinados
que retornaram aos estados de origem. Da requisição dos policias até a chegada no local
da crise, são necessários alguns dias. Com o BEPE, os homens já estarão aquartelados e
poderão se deslocar rapidamente” (cf. Notícias MJ, 24.11.2008, 18h30).

DICA 134
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Sistema Prisional:
Origem: modelo de repressão encontrado pela humanidade para punir aqueles
indivíduos que violam o contrato social entre a sociedade e o Estado.

Idade Média (séculos X e XV) - As primeiras leis penais baseavam-se na tortura,


adotando uma punição ilimitada e desregrada. As prisões eram meras formas de
concentração do indivíduo a fim de preservá-lo fisicamente até o momento do julgamento
e execução das verdadeiras penas – mutilações, penas infamantes e inclusive penas de
morte.

Idade Moderna (final do século XVIII e o início do século XIX) - surgiram as


chamadas “instituições prisões”, em que se buscava uma maneira de reformar o
criminoso por meio do isolamento – devido ao afastamento social, acreditava-se que
seria propiciado ao indivíduo tempo e espaço para refletir acerca do crime cometido.
No século XVIII, o nascimento do Iluminismo influenciou na história das prisões, eis que
esse movimento proporcionou uma mudança significativa no que diz respeito à pena
criminal, fazendo surgir figuras que marcariam a história da humanização das penas.

Cesare Beccaria, considerado o principal representante do Iluminismo Penal e da


Escola Clássica do Direito Penal, contribuiu de forma significativa para essa mudança
de paradigma com sua obra “Dos delitos e das penas”, pois Beccaria trouxe profundas
reflexões acerca da finalidade da pena, que deveria ser a de ter um fim utilitário, não
meramente pagar o mal pelo mal. Foi neste contexto que ocorreram as mais significativas
mudanças nas penas privativas de liberdade.
A punição ganhou um método. Foram criadas e construídas prisões organizadas para
a correção dos apenados a fim de amenizar o caráter de humilhação moral e física do
sujeito. Além disso, com as leis penais passou a se propor uma função de prevenção do
delito e readaptação do criminoso a sociedade.

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DICA 135
INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E DO SISTEMA PRISIONAL
Sistema Prisional sob a ótica do Supremo Tribunal Federal (STF):

Para o STF, atualmente, o sistema carcerário brasileiro reflete o verdadeiro


“estado de coisas inconstitucional”, conforme decisão proferida pelo Plenário do STF,
na ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798).
“Estado de Coisas Inconstitucional” ocorre quando se verifica a existência de um
quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado
pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar
a conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder
Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem alterar a situação
inconstitucional.

Direitos da população encarcerada previstos no ordenamento jurídico


brasileiro:
No Brasil há inúmeros diplomas que resguardam os direitos humanos e,
consequentemente, os direitos e garantias fundamentais de modo a proteger a dignidade
da pessoa humana. A Constituição Federal de 1988 e o Código Penal de 1940 limitam o
direito de punir do Estado garantindo um tratamento punitivo que respeite a vida
humana;
Desde a criação do Código Penal, as pessoas encarceradas têm a garantia da manutenção
dos direitos sociais. Contudo, por ser da década de 40, o código teve de lidar com as
mudanças sociais ao longo dos anos e contou com diversas leis esparsas para sua
efetividade em sociedade, como por exemplo, a Lei de Execução Penal (LEP).
Apesar de assegurados alguns direitos no Código Penal, as políticas para garantir a
efetividade desses direitos só foram criadas pelo Estado a partir de 1984 com a criação da
LEP, que passou a regular os direitos e deveres da população aprisionada, bem como
estabeleceu normas fundamentais a serem aplicadas durante o período de prisão, sanções
de disciplina e avaliação dos presos.
A Lei de Execução Penal (LEP) volta-se para a reintegração social do preso, assim a lei
busca a prevenção de novos crimes e a preparação da pessoa presa para o retorno
ao convívio social sem qualquer distinção.
O artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal de 1988 assegura ao condenado o direito
à vida, integridade física e moral, proteção contra a tortura, tratamento cruel ou
degradante, direitos estes também assegurados internacionalmente pelo Pacto de San
José da Costa Rica.
Além desses direitos citados, o artigo 41 da Lei de Execução Penal (LEP) tratou de
elencar outros direitos da população prisional igualmente importantes, quais sejam:
Alimentação suficiente e vestuário;

Atribuição de trabalho e sua remuneração;

Previdência social e constituição de pecúlio (poupança formada pelo trabalho do preso,


só liberada quando este é colocado em liberdade ou antecipado em casos excepcionais);
Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;

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Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas


anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; entrevista pessoal e reservada


com o advogado;
Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

Chamamento nominal;
Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

Audiência especial com o diretor do estabelecimento;

Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de


outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;

Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da


autoridade judiciária competente.
Concluindo-se que, ainda que privado de sua liberdade, o condenado preserva direitos
básicos para preservação de sua integridade física e dignidade enquanto ser humano,
legalmente protegida, seja pelo próprio texto constitucional, como pela legislação
infraconstitucional e por tratados internacionais.
Vale lembrar também que os estabelecimentos penais são locais destinados ao
cumprimento da pena privativa de liberdade, em regime fechado, semiaberto ou
aberto, e podem abrigar, ainda, os presos provisórios que aguardam julgamento, desde
que separados dos presos com condenação definitiva, nos termos do artigo 82 da LEP.
Essas unidades penais devem oferecer áreas de assistência, saúde, trabalho, recreação e
práticas esportivas, reproduzindo as condições de trabalho e moradia da sociedade,
objetivando a reeducação e ressocialização do condenado e sua inserção na sociedade
após o cumprimento da pena.
Os estabelecimentos destinados às mulheres devem possuir berçários e creches,
além de contar com agentes penitenciários exclusivamente do sexo feminino, para
manutenção da segurança interna, conforme artigo 83, §2º da LEP.
E, por fim, o artigo 85 da LEP prevê que a lotação dos estabelecimentos penais deve
ser compatível com a quantidade de vagas disponíveis e sua estrutura, sendo o
controle destas questões de competência do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária.

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