Com o passar dos milênios, a agricultura e o ato de comer foram totalmente monopolizados diante de sistemas injustos e cumulativos, o capitalismo nos proporcionou a real banalização do alimento, anteriormente atrelado à sobrevivência. Em relação aos alimentos, o sistema capitalista tenta, a todo custo, empurrar sua forma de agricultura altamente intensiva e comercial a fim de produzir em larga escala alimentos nocivos, com exagero de agrotóxicos, fertilizantes e pesticidas ou aqueles modificados geneticamente, chamados de transgênicos. Tudo a fim de gerar mais lucro as empresas atuais, que visam o crescimento empresarial acima da saúde humana. Alimentos estes que estão presentes diariamente na mesa do trabalhador, devido ao seu baixo custo, sem remorso nenhum das empresas em envenenar um indivíduo a longo prazo diariamente. O sistema tornou-se ainda mais cruel com inviabilização dos produtos orgânicos, que se privaram a apenas à elite por serem extremamente superfaturados no mercado. Há também frustrações por serem sucumbidos pelos mecanismos persuasivos desenvolvidos pela indústria de massa e não conseguirem manter o padrão saudável idealizado nas redes sociais. Se antes reconhecia-se a elite pelo seu excesso de peso, hoje reconhece-se pela sua magreza e vitalidade, negada ao pobre que sofre com os efeitos maléficos ao corpo dos alimentos industrializados. Com seu processo extremamente industrializado, produzem alimentos processados, que além de prejudicarem drasticamente a saúde, vão contra todas as leis da natureza. A distribuição dos alimentos na sociedade atual é cruel, não faz sentido uma criança americana comer alimentos de uma rede de fast-food em refeições e outra maliana ter que viajar quilômetros por um saco de arroz. A fome e a desigualdade são as grandes consequências do sistema. Dizem que todas as vidas importam, mas permitem que crianças, mães e jovens de países imergentes passem fome e ainda trabalhem, a fim de sustentar um sistema que beneficia apenas os mais ricos. Ademais, redes de fast food além de não obedecerem as leis trabalhistas, isto é, explorarem a mão de obra ao impor condições precárias de trabalho, também impõe cenários cruéis aos animais em favor de atingir uma produtividade máxima.
O capitalismo não é só um sistema econômico como também um
estilo de vida que foi adotado por quase toda a população global durante o último século. As novas empresas multinacionais se aproveitam de tal costume na produção de “fast foods”, termo em inglês usado para designar uma modalidade alimentar caracterizada pelo rápido preparo e consumo. As comidas são atraentes e vendidas por um preço barato facilitando a venda do produto, contudo, o alimento possui pouca variedade, sendo composto de lanches, frituras, açucarados e deficientes no seu valor nutricional. Tendo em vista que este tipo de alimento foi feito para consumidores com menos tempo disponível, é muito vendido em diferentes locais do mundo e, estando envolvido no sistema capitalista, consegue lucrar bilhões de reais todos os anos. Assim, esse faturamento se faz ao custo da saúde dos consumidores que adquirem deficiências como a obesidade e a diabetes. Durante os anos, o documentário estadunidense “Super Size Me” foi produzido apontando críticas existentes nesse sistema, contudo, não houve tanto impacto na conduta das franquias visto que as alterações feitas foram muito pequenas, com a manutenção de comidas maléficas à saúde.
Ainda seguindo a lógica do capitalismo, multinacionais massificam e
padronizam os gostos regionais para atingir maior adesão e consequentemente, gerar mais capital. Assim sendo, particularidades culturais e gastronômicas são excluídas de um contexto multilateral. Além disso, com sua rápida dispersão pelo globo desvaloriza-se o trabalho realizado pelos pequenos empreendedores, monopolizando totalmente o ramo em que atua.