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24 de março de 2021.

Belo Horizonte, Brasil

Bianca Alves, Gabriel e Matheus Machado

Influência do Capitalismo na lógica alimentícia


Com o passar dos milênios, a agricultura e o ato de comer foram
totalmente monopolizados diante de sistemas injustos e cumulativos,
o capitalismo nos proporcionou a real banalização do alimento,
anteriormente atrelado à sobrevivência. Em relação aos alimentos, o
sistema capitalista tenta, a todo custo, empurrar sua forma de
agricultura altamente intensiva e comercial a fim de produzir em
larga escala alimentos nocivos, com exagero de agrotóxicos,
fertilizantes e pesticidas ou aqueles modificados geneticamente,
chamados de transgênicos. Tudo a fim de gerar mais lucro as
empresas atuais, que visam o crescimento empresarial acima da
saúde humana. Alimentos estes que estão presentes diariamente na
mesa do trabalhador, devido ao seu baixo custo, sem remorso
nenhum das empresas em envenenar um indivíduo a longo prazo
diariamente. O sistema tornou-se ainda mais cruel com
inviabilização dos produtos orgânicos, que se privaram a apenas à
elite por serem extremamente superfaturados no mercado. Há
também frustrações por serem sucumbidos pelos mecanismos
persuasivos desenvolvidos pela indústria de massa e não
conseguirem manter o padrão saudável idealizado nas redes sociais.
Se antes reconhecia-se a elite pelo seu excesso de peso, hoje
reconhece-se pela sua magreza e vitalidade, negada ao pobre que
sofre com os efeitos maléficos ao corpo dos alimentos
industrializados. Com seu processo extremamente industrializado,
produzem alimentos processados, que além de prejudicarem
drasticamente a saúde, vão contra todas as leis da natureza. A
distribuição dos alimentos na sociedade atual é cruel, não faz sentido
uma criança americana comer alimentos de uma rede de fast-food em
refeições e outra maliana ter que viajar quilômetros por um saco de
arroz. A fome e a desigualdade são as grandes consequências do
sistema. Dizem que todas as vidas importam, mas permitem que
crianças, mães e jovens de países imergentes passem fome e ainda
trabalhem, a fim de sustentar um sistema que beneficia apenas os
mais ricos. Ademais, redes de fast food além de não obedecerem as
leis trabalhistas, isto é, explorarem a mão de obra ao impor
condições precárias de trabalho, também impõe cenários cruéis aos
animais em favor de atingir uma produtividade máxima.

O capitalismo não é só um sistema econômico como também um


estilo de vida que foi adotado por quase toda a população global
durante o último século. As novas empresas multinacionais se
aproveitam de tal costume na produção de “fast foods”, termo em
inglês usado para designar uma modalidade alimentar caracterizada
pelo rápido preparo e consumo. As comidas são atraentes e vendidas
por um preço barato facilitando a venda do produto, contudo, o
alimento possui pouca variedade, sendo composto de lanches,
frituras, açucarados e deficientes no seu valor nutricional.
Tendo em vista que este tipo de alimento foi feito para consumidores
com menos tempo disponível, é muito vendido em diferentes locais
do mundo e, estando envolvido no sistema capitalista, consegue
lucrar bilhões de reais todos os anos. Assim, esse faturamento se faz
ao custo da saúde dos consumidores que adquirem deficiências como
a obesidade e a diabetes. Durante os anos, o documentário
estadunidense “Super Size Me” foi produzido apontando críticas
existentes nesse sistema, contudo, não houve tanto impacto na
conduta das franquias visto que as alterações feitas foram muito
pequenas, com a manutenção de comidas maléficas à saúde.

Ainda seguindo a lógica do capitalismo, multinacionais massificam e


padronizam os gostos regionais para atingir maior adesão e
consequentemente, gerar mais capital. Assim sendo, particularidades
culturais e gastronômicas são excluídas de um contexto multilateral.
Além disso, com sua rápida dispersão pelo globo desvaloriza-se o
trabalho realizado pelos pequenos empreendedores, monopolizando
totalmente o ramo em que atua.

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