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Faculdade de Comunicação

Graduação em Comunicação Organizacional


Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação
Tiago Quiroga

Uriel Ricardo de Araújo – 190020491

Juventude e suas decisões na era da temporalidade virtual


Os novos regimes de tempo e sua influencia no planejamento de futuro da
juventude

Brasília
Novembro 2019
Índice
1.Definição do modelo de pesquisa
1.1 Apresentação do modelo de pesquisa - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3
1.2 Fundamentação teórica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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1.3 Hipótese - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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2. Objeto Empírico
2.1 Amostragem - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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2.2 Técnica de coleta - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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3. Descrição
3.1 Descrição descritiva - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
6
4. Interpretação
4.1 Analise interpretativa - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14
5. Conclusão - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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Bibliografia - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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1.Definição do problema de pesquisa

1.1 Apresentação do modelo de pesquisa

Inseridos em uma sociedade moldada pelas mídias sociais, os jovens


contemporâneos vivenciam uma experiência de tempo que, gradativamente, tende a não
seguir a lógica do relógio, mas sim a lógica do mundo virtual, a qual não distingue
ontem, hoje ou amanhã, a temporalidade é comprimida de modo a só existir o agora. A
luz desta análise, a presente pesquisa busca entender como o novo regime de tempo,
determinado pelas mídias digitais, influencia o planejamento e expectativa de futuro,
sobretudo, dos jovens.

Para se chegar a um entendimento para esse questionamento, a pesquisa seguirá um


modelo preestabelecido no qual se buscará referencias teóricas que embasem as
proposições feitas a fim de se chegar a uma hipótese que será resultado da análise do
estado da arte acerca do tema e das proposições feitas. A partir destas conclusões serão
determinados objetos empíricos e sua respectiva amostragem para que se estabelece um
modo de coleta de dados que mais se enquadre com a necessidade da pesquisa, segue-se
uma descrição feita a partir das amostragens empíricas, na qual será realizada uma
análise descritiva dos dados bem como sua interpretação. Ao final desses procedimentos
será realizado um parecer conclusivo acerca das etapas anteriores da pesquisa no qual
será retomada o problema de pesquisa buscando-se chegar a uma resposta ou
entendimento.

1.2 Fundamentação Teórica

A imersão no mundo digital proposta pelas redes sociais acarreta efeitos que
reverberam em todos os âmbitos da vida das pessoas, entretanto é na experiência de
tempo que os meios tecnológicos interferem de forma mais enfática e ao mesmo tempo
mais sutil. Esta imersão virtual cria o que o autor Paul Virilio chama em sua obra
“Velocidade e Política” de ‘sucessão de agoras’ (Paul Virilio, 1996), ou seja, o ritmo
imposto por esses aparatos tecnológicos torna-se tão intenso que em determinado
momento o tempo torna-se comprimido de tal modo que a diferenciação entre o ontem,
o hoje e o amanhã é quase imperceptível, tudo se dá no agora. Esse ‘agora’ também
pode ser entendido como tempo real, ou seja, a mensagem é transmitida no momento
em que acontece, as barreiras antes impostas por distancias e fuso horários são

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irrelevantes. Nesse cenário de extrema velocidade o imediatismo é inevitável,
imediatismo que se expande para a vivência das pessoas de forma voraz e é aproveitado
pelo capitalismo que usa dessa característica para controlar os hábitos de consumo das
pessoas.

A experiência temporal passa a ser assimilada para aperfeiçoamento das formas de


consumir, que passam a ser cada vez mais personalizadas e que buscam fazer do
consumo algo que acontece a todo momento, desta forma surgem ferramentas que
proporcionam essa forma de consumo ‘Nonstop’, as quais afetam, sobretudo, a
juventude.

“24/7 anuncia um tempo sem tempo, um tempo sem demarcação material ou


identificável, um tempo sem sequência nem recorrência” (Jonathan Crary, 2014), Esse
trecho do livro ‘24/7: Capitalismo Tardio e os Fins do Sono’ de Jonathan Crary exprime
bem o fenômeno atual da perca de materialidade do tempo, o autor constrói uma crítica
ao modo como o capitalismo se aproveita da nova temporalidade imposta pelos meios
tecnológicos para manter as pessoas consumindo a todo momento. Nesta lógica de
consumo sem pausa, alguns casos tornam-se claros para análise, sobretudo tendo como
foco os jovens, como por exemplo a popularidade de serviços de ‘streaming’ como
Netflix. Serviços como o Netflix trouxeram um novo paradigma no que diz respeito ao
modo como se consome audiovisual, se antes as temporadas de programas televisivos
duravam meses para chegar ao seu fim, agora as temporadas são disponibilizadas
completas e o fim dela depende somente da velocidade com que o espectador vai
consumir esse produto. Essa realidade acarreta uma mudança drástica na vivência
temporal, o consumo personalizado e sem pausas estimula um estilo de vida que se
assemelhe a essa experiencia de consumo, portanto, a velocidade e a compulsão por
experiencias que tragam um retorno de felicidade instantâneo tornam-se a regra em
vigor da sociedade contemporânea. Notam-se características que destacam a presente
juventude para fins de análise, como a relação que os jovens desenvolveram com os
meios tecnológicos que os cercam e as consequências dessa relação.

Essa articulação dos meios de comunicação que objetivam ter a atenção do público a
todo momento e consequentemente a nova vivência que essa experiencia proporciona
provoca uma série de consequências que gradativamente prejudicam, sobretudo, os
jovens.

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Os jovens estão em contato quase que intermitente com os meios de comunicação,
portanto sofrem suas consequências de maneira mais intensa. Este contato e suas
consequências são temas da obra “Sociedade do Cansaço” do autor Byung-chul Han
(Byung-chul Han, 2010) livro no qual a relação entre os meios de comunicação,
sobretudo aqueles que buscam de alguma forma incentivar uma vivência performática
da vida, e as patologias é posta em evidência. Em um contexto em que o suicídio é a
quarta causa de morte mais comum em jovens, faz-se necessária uma análise do que
acarreta tal dado, e não por acaso patologias psíquicas como a ansiedade e a depressão
são comuns na juventude contemporânea, à luz da relação problemática que se forma
entre a juventude e os meios de comunicação, se fazem necessárias as problematizações
acerca dessa relação.

1.3 Hipótese

Após as etapas anteriores, que elucidam teoricamente parte da relação entre a


juventude e os meios de comunicação e que descrevem constatações acerca dessa
relação tão atual e pertinente, chega-se a seguinte hipótese relativa ao problema de
pesquisa: a nova experiência temporal causada pelos meios sociais digitais, provoca
uma noção de vivência eterna no agora, segundo a qual o futuro nunca chegará ou
chegará de forma muito veloz, sendo assim o planejamento do futuro não se faz
necessário ou, pelo contrário, se faz extremamente necessário, as duas situações
provocam frustração por não se atingir o resultado esperado, acarretando, assim,
patologias como a depressão e a ansiedade.

2 Objeto empírico
2.1 Amostragem

Para a realização desta coleta de dados optou-se por escolher jovens que estão
prestes a ingressar em um curso superior e, portanto, devem passar pelo processo de
realizar a escolha desse curso, somados a esses, alunos do primeiro semestre de
qualquer curso de graduação também serão parte da amostragem. Opta-se por esses
dois grupos pois eles reúnem as características que satisfazem as necessidades da
pesquisa, uma vez que se busca analisar jovens e como as mídias sociais
influenciam sua tomada de decisão referente ao futuro.

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Os grupos constituintes da amostragem englobam as características necessárias,
sendo formados majoritariamente por jovens de 16 a 21 anos em média, e como já
citado anteriormente, estão em contato continuo com os meios de comunicação, e
por fim, são jovens que estão no processo de tomada de decisão de relativo a seu
futuro, como por exemplo a escolha de um curso de graduação ou que recentemente
passaram por esse processo.

A adição do segundo grupo, alunos do primeiro semestre de cursos de


graduação, se dá pelo fato de que se faz necessário compreender como os jovens que
já passaram pelo processo de decisão acerca de seu futuro lidam com as
consequências de sua escolha, principalmente se houve decepção ou frustação
consequente dessa escolha. Os grupos foram pensados e determinados para que
pudessem, da melhor forma, elucidar a relação entre a nova temporalidade
estabelecida pelas mídias sociais e a tomada de decisão acerca de um futuro,
buscando entender se o planejamento fez parte desse processo e qual a consequência
que essas movimentações geram no indivíduo.

2.2 Técnica de coleta

Uma vez que determinados os grupos constituintes da amostragem, entende-se


que a melhor forma para a coleta de dados será a aplicação de questionário via
internet. A escolha por esse método se dá, sobretudo, por sua grande viabilidade de
execução e por seus resultados que são muito objetivos e satisfazem as necessidades
da pesquisa. O questionário será disponibilizado na plataforma Google Forms.

3. Descrição
3.1 Analise descritiva

O questionário foi constituído por 19 questões, sendo que 16 delas eram


objetivas caracterizando resposta de múltipla escolha, e as 3 questões restantes
eram discursivas e não obrigatórias, mas que ainda assim recebeu uma boa
quantidade de respostas. O questionário foi disponibilizado de forma online
durante 4 dias e obteve 25 respostas, que foram consideradas suficientes para os
objetivos da pesquisa.
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No decorrer da próxima página estarão descritos os gráficos das respostas
objetivas, ressalta-se que a presente etapa não visa criar qualquer juízo ou
análise interpretativa acerca dos dados obtidos, portanto, não haverá nesta seção
comentários sobre os gráficos, apenas a descrição dos mesmos.

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Se sim, de qual forma?

Ao mesmo tempo que perco muito tempo usando a internet (enquanto poderia fazer
atividades mais produtivas), também sinto que muitas tarefas e trabalhos são
agilizados por causa dela
Sinto que ele passa bem mais rápido quando estou usando os meios digitais...
Enquanto eu estou na internet me distraio fácil, o tempo passa mais rápido, e acabo
me atrasando nas tarefas da vida real
Gasto muito tempo com entretenimento das redes sociais em vez de fazer algo
produtivo
Passo muito tempo nesses meios digitais
Estou o tempo todo no celular
eu passo grande parte do meu dia assistindo séries ou jogando ent acabo perdendo um
pouco da noção de quanto tempo eu passo nisso
o tempo passa mais “rápido”
Quando estou utilizando os entretenimentos digitais as vezes acabo em um ciclo de
entorpecimento e não vejo o tempo passando tão bem.
Às vezes perco muito tempo nas redes sociais, ou então as excluo para ser mais
produtiva e focar em outras coisas. As notificações também me fazem mais
impaciente e ansiosa.

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Se sim, de qual forma?
Ao usar muito a internet há a tendência de não interagirmos pessoalmente de forma
tão intensa, um dos motivos da causa de ansiedade e depressão
Fico ansiosa as vezes quando estou mexendo no Instagram, Twitter... e a bateria
acaba! Fico agoniada com a falta de bateria, como se ficasse bem dependente mesmo!
com a alta exibição de ideais inalcançáveis que podem perturbar a saúde mental de
quem os recebe.
Causa mudanças na percepção da realidade.
A agilidade e praticidade que a internet dá, não é correspondida na vida real, acho que
isso nos deixa mais ansioso
Imediatismo e imposição de um estilo de vida
Ficamos acostumados com ter tudo muito rápido, o que nos afeta negativamente
quando temos de fato que esperar
Por se comparar com outras pessoas
Pela idealização de mundo perfeito que a internet cria, o que não é verdadeiro.
Ao ver postagens de outras pessoas, alguns usuários podem se sentir com inveja e,
com isso, a autoestima fica muito baixa
A partir do momento que ela deixa de ser uma ferramenta de trabalho para ser um
parceiro social
a necessidade de sempre estar lá ou de querer likes ajuda muito a desenvolver esses
sintomas
Quando você entra nas redes sociais e só vê pessoas perfeitas em suas vidas perfeitas,
você tenta estabelecer aquilo como meta, mas nunca vai conseguir alcançar
Tudo é tão instantâneo que a partir do momento que você não consegue ter algo tão
rápido, igual acontece nas redes, a ansiedade se torna mais comum
Quando você acha que esse tempo não foi bem utilizado e deveria ter feito outra
coisa.
Mais uma vez, notificações e a Constante necessidade de estar conectada,
respondendo, disponível.

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Se sim, a experiência com o curso escolhido correspondeu a suas
expectativas e de que forma?
Sim, até superou. Gosto muito das matérias e do curso em geral
Sim
Mais ou menos. Pra ser sincera não sabia exatamente o que esperar do curso, gostei
bastante dele, mas ainda não estou totalmente certa! Fico insegura as vezes com a
minha decisão, repensando sem ter a certeza de que escolhi o que eu queria de fato
mesmo.
não tinha uma visão certa do que pensei que seria, mas estou muito feliz com o
período que estou vivendo.
Sim, o curso me satisfaz com as matérias ofertadas e a faculdade se mostra muito
receptiva.
Não
O curso é melhor do que eu esperava, mas o ambiente (interação) é bem pior
sim, eu gostei bastante do curso, mais do que eu achava q eu ia gostar e eu tinha medo
de acabar escolhendo um curso e não gostar dele
Correspondeu e supero, comorg é incrível. Com todo o apoio que a gente recebe dos
professores e dos próprios colegas
Superou. Estou achando incrível.
Sim. É um bom curso e tem áreas muito amplas, entre elas algumas com as quais
tenho mais afinidade.
Só saberei quando ingressar no mercado de trabalho

4. Interpretação
4.1 Análise interpretativa

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A partir das respostas obtidas por meio do questionário observa-se que a juventude
está de fato vivenciando uma nova experiência de tempo, e que essa nova realidade é
diretamente influenciada pelas mídias sociais. O público foi majoritariamente feminino,
de 16 a 19 anos e quase metade dos participantes (48%) é estudante do ensino médio.
Diferentemente do que a pesquisa esperava, a mídia social mais utilizada foi o
WhatsApp, este dado pode se dar pelo fato desta rede social ser muito usada para fins
profissionais e ser mais demandada ao decorrer do dia do que as outras redes.

Apesar de ser um dado não esperado pela pesquisa, ainda revela aspectos que se
encaixam no cerne da pesquisa. A instantaneidade das mensagens trocadas neste
aplicativo exemplificam uma relação temporal já descrita por Paul Virílio, relação que é
caracterizada não pelo tempo cronológico, mas sim pelo ‘tempo real’, no qual as
barreiras temporais e espaciais não interferem na comunicação. Este dado relaciona-se a
outra resposta encontrada no questionário, na qual o participante destaca a necessidade
de se estar disponível nas redes sociais e a espera pela resposta ou notificação de nova
atividade na sua mídia social, essa necessidade de presença e ânsia pelas atividades
virtuais gera ansiedade e consequentemente depressão, segundo a resposta.

A questão seguinte diz respeito ao tempo destinado ao uso destes meios virtuais.
Neste dado, 3 opções obtiveram mais respostas, totalizando cada uma dessas opções
24% das respostas. Dentre as opções que obtiveram mais respostas, a que descrevia o
menor tempo gasto diariamente em redes sociais correspondia a mais de 2 horas por dia,
e durante este uso, 80% dos participantes afirmaram que perdem a noção de tempo. Este
último dado era esperado, tendo em vista esta é uma das mais claras estratégias do
capitalismo moderno: prender a atenção do usuário de tal modo que ele não possa mais
distinguir a passagem do tempo, este assunto é amplamente trabalhado por Jonathan
Crary na obra já citada no campo de fundamentação teórica da pesquisa. Este dado fica
mais claro com o dado obtido na pergunta seguinte na qual mais da metade dos
participantes (56%) afirma realizar maratonas de séries e filmes, ou seja, destinam horas
ou até mesmo dias para assistir um produto audiovisual.

Na pergunta seguinte, 56% dos participantes avaliam que a própria relação com o
tempo é influenciada pelos meios digitais, este dado também era esperado pela pesquisa.
Ressalta-se que na pergunta seguinte, de caráter discursivo, muitas respostas apontavam
o tempo gasto em redes sociais como não produtivo, e que há o desejo, ou ideia, de que
a vida seria mais produtiva sem as distrações digitais, percebe-se então que os
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participantes criam uma ideia de produtividade não relacionada ao lazer proporcionado
pelas mídias sociais. Esta ideia pode contribuir com para os sintomas das patologias já
citadas anteriormente, principalmente por se criar uma noção de necessitar produzir
100% do seu tempo fazendo com que o tempo gasto em mídias sociais seja ‘menos
valioso’. Essa ideia de estar perdendo tempo nas redes sociais ganha uma dimensão
maior quando as respostas obtidas apontam que entre os principais causadores da
depressão é a constante comparação entre usuários, neste cenário a pessoas que se
compara com outros usuários se verá sempre como improdutivo.

Quanto a tomada de decisão acerca do futuro, 84% afirmaram que essa decisão é
influenciada pela ansiedade ou depressão, dado já esperado pela pesquisa. Entretanto, ao
contrário do que era esperado, a grande maioria dos participantes (76%) planejou a
escolha do curso que deseja cursar ou que está cursando, esse dado relaciona-se com o
próximo, no qual 52% dizem que a ansiedade ou depressão não influenciou na escolha
do curso superior. Este dado auxilia no entendimento de um dos pontos centrais da
pesquisa: ainda que os sintomas de ansiedade e depressão influenciem na tomada de
decisão acerca do futuro de forma geral, quando se chega a um ponto específico, como a
escolha de um curso superior, o planejamento prévio dessa escolha tende a diminuir a
influencia da ansiedade e depressão nesta escolha.

Os últimos 3 dados obtidos tratam de como os participantes vivenciam a


expectativa acerca do futuro. 84% deles dizem que as mídias sociais influenciam na
expectativa, porém, contrariando o esperado pela pesquisa, 63,5% afirmam que esta
influência é positiva. 48% dos participantes já estão em algum curso de graduação, para
estes ficou claro na questão seguinte que as expectativas criadas acerca do curso foram
atingidas e até mesmo superadas, isso pode explicar porque a maioria considerou a
influencia das mídias sociais positiva, uma vez que muito do que se comunica acerca
dos cursos de graduação se dá por meio de redes sociais como o Twitter, onde os
principais propagadores de discursos sobre cursos de graduação são os próprios
estudantes, criando-se uma comunicação que se baseia na experiencia e não na
necessidade de vender uma boa imagem, de modo que a expectativa criada nos
receptores destas mensagens é mais condizente com a realidade. Portanto, os dados
obtidos foram satisfatórios ainda que uma amostragem maior poderia agregar dados
mais completos.

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5.Conclusão

A pesquisa desenvolveu-se de forma prática e teórica de modo satisfatório, a


análise destaca que há de forma inegável uma forte influência dos meios de
comunicação na experiencia temporal da juventude e que essa influência acarreta em
patologias, principalmente a ansiedade e a depressão que por sua vez tem uma
participação influente no processo de tomada de decisão acerca do futuro, por outro lado
revelou-se que quando planejada previamente, esta decisão sofre de forma muito menor
a influência destas patologias. Destaca-se que apesar de alguns dados obtidos não
corresponderem com a expetativa da pesquisa, esses dados não esperados mostram-se
essenciais na formulação de um novo pensamento acerca do problema de pesquisa.
Conclui-se então, que quando há o planejamento prévio acerca de uma decisão sobre o
futuro, a expectativa é atingida e até mesmo superada, pois esse planejamento tende a
sofrer consequências minimizadas da ansiedade e/ou depressão e portanto, o senso de
frustração acerca do futuro também é minimizado.

Bibliografia

Virílio, P. Velocidade e Política: 1.ed. São Paulo: Estação Liberdade, 1996.

Crary, J. 24/7 Capitalismo Tardio e os Fins do Sono: São Paulo: Cosac Naify, 2014.

Han, B. Sociedade do Cansaço: 1. Ed. Petrópolis: Vozes, 2015

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