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2 ANO - GEOGRAFIA
PROF. ELIZEU CARDOSO
PROF. ELIZEU CARDOSO
2 Globalização: espaço,
CAPÍTULO
tempo e técnicas
Globalização, tempo e espaço
Globalização é uma expressão geográfica, um substantivo derivado da palavra
globo. Ao estudar a globalização, antes de tudo, precisamos levar em consideração
que se trata de um fenômeno essencialmente geográfico e que remodela o planeta
ao promover a integração dos lugares, estreitando as relações econômicas e sociais.
A globalização proporcionou a aproximação entre diversas culturas, assim como a
integração das economias e dos mercados mundiais, caracterizando-se por ser um
processo múltiplo. Diante desse dinamismo, um dos efeitos desse processo, que tem
na revolução tecnológica o grande diferencial no século XXI, é uma espécie de aniqui-
lamento do espaço pelo tempo, como descreveu o geógrafo britânico David Harvey.
Fonte: HARVEY, D.
A condição pós-
moderna. São Paulo: Para refletir e argumentar
Loyola, 2007. p. 220.
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Não escreva no livro Consultar as Orientações para o Professor.
1. Qual é a relação que Harvey faz entre o desenvolvimento tecnológico dos transportes e
a sensação de encolhimento do mundo?
2. Na canção, Gilberto Gil traça uma comparação entre o passado e o presente. Quais são
as mudanças ocorridas entre esses dois tempos?
3. Em sua opinião, o esquema e a letra de música chegam a conclusões semelhantes ou
diferentes? Componha argumentos para defender suas ideias, selecionando evidências
nos próprios materiais.
4. O esquema de Harvey termina na década de 1960. Elabore, em seu caderno, a conti-
nuação dele, acrescentando os dias atuais e alguns exemplos de meios de transporte
velozes atualmente.
O espaço geográfico e a
globalização
O espaço geográfico se caracteriza pela interação entre a natureza e a socie-
dade em um território. Ele é a síntese da integração entre esses dois elementos,
aquilo que está em nosso entorno, seja de forma natural, seja de forma artificial.
Na atualidade, há uma intensa transformação da natureza.
» A dinâmica da vida no espaço geográfico. Porto » Rodovia dos Imigrantes (SP), 2020. O espaço
Alegre (RS), 2020. geográfico em foco: a inseparável convivência entre o
natural e o artificial.
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» Grupo de
quadrilha e
artistas de
Caruaru (PE)
apresentam-se
em festa junina na
Avenida Paulista,
São Paulo (SP),
2017. Nesse
evento, uma
tradição nacional
se encontrou
com o território
globalizado da
mais importante
avenida
paulistana.
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as pessoas se mostrassem na
internet de forma transparente
e verdadeira. Para Byung-Chul
Han, no entanto, é uma ilusão.
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Mas será que a internet e os aparelhos que usamos hoje só trou- Dialogando
xeram consequências ruins para nossas vidas? Certamente não. O
Converse com seus co-
importante, todavia, é entender que a internet e as máquinas transfor-
legas sobre quanto tem-
maram profundamente a forma de pensar e de viver. Nos anos 1950, po vocês passam nos
por exemplo, as pessoas tinham subjetividade e comportamentos celulares e se vocês se
muito diferentes dos que temos atualmente. Para saber notícias, por enquadrariam de algu-
exemplo, era preciso ouvir o rádio ou esperar o jornal do dia seguinte. ma forma na crítica que
Ninguém conseguia se comunicar com quem estava longe se estivesse o autor está realizando
andando de ônibus, porque só existia o telefone fixo. O ritmo de vida em relação à dependên-
cia da tecnologia.
e o tempo de atividades ligadas à informação e à comunicação era
muito mais lento.
O cérebro e os olhos de alguém que fica o dia inteiro olhando para
o celular são afetados de maneira diversa do que o de alguém que não
tinha acesso a tantas telas. O corpo, a percepção do tempo, o cansaço
de alguém que vive no mundo atual hiperconectado são muito dife-
rentes dos de alguém que não vivia na era dos celulares e da internet.
O modo de ver o mundo e como o corpo se comporta está diretamente
ligado às tecnologias do nosso próprio tempo.
ANDRÉ DAHMER
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OLEKSII DIDOK/SHUTERSTOCK.COM
virtual leva a mudanças no mundo real. Pessoas
que não se sentiam insatisfeitas ao se olhar no
espelho agora querem modificar o rosto ou o
corpo porque não se satisfazem com o que suas
fotos mostram.
A busca pela intervenção estética parte da insatisfação com a » Jovem fazendo selfie. Nos
dias atuais, a cultura da
própria imagem, mas também do desejo de pertencer a um certo selfie, principalmente aquela
grupo. Um exemplo disso são os perfis de influenciadores digi- com imagens que destacam
tais que promovem um estilo de vida fitness, expondo fotos de o rosto, pode levar a uma
insatisfação exacerbada
seus corpos bem definidos e relatando sua rotina de exercícios e em relação ao que se vê na
de alimentação. Muitos de seus seguidores desejam ter a mesma fotografia (2019).
aparência, mas, se não conseguem, podem buscar a solução em
procedimentos estéticos.
Mesmo quem não segue influenciadores fitness está exposto ao
Dialogando
sofrimento no mundo virtual. Ao ver a vida alheia e achar que todos
são felizes, há mais chances de desenvolver depressão. Em 2019, um Você já parou para refle-
estudo realizado pela University College London, instituição universitá- tir por que tiramos sel-
ria da Inglaterra, constatou que o uso de redes sociais pode aumentar fies e usamos filtros para
corrigir o que considera-
os casos de depressão entre adolescentes e jovens, principalmente
mos serem imperfeições
meninas. As causas são privação de sono, assédio on-line e autoestima no rosto? Converse com
baixa. Além de alterações físicas – ficar sem dormir para navegar na os colegas sobre isso.
internet deixa as pessoas mais propensas à depressão –, o uso de
redes sociais pode aumentar a chance de exposição ao cyberbullying e
ao distúrbio da autoimagem. O cyberbullying é o bullying praticado na
internet. Usuários são xingados ou ameaçados, às vezes, por perfis
falsos. Já o distúrbio da autoimagem prejudica a autoestima dos
jovens, que se sentem feios ou infelizes vendo a vida dos outros, que
nas redes sociais parece perfeita. Essa sensação pode piorar quando
jovens recebem poucas curtidas em suas postagens, pois eles não se
sentem aceitos pelo que são.
Mas será que é possível usar as redes sociais sem tanto sofri-
mento? Os pesquisadores da University College London afirmam que
os pais dos adolescentes e jovens devem estimulá-los a fazer ativida-
des físicas e a dormir um número adequado de horas, pois isso reduz o
impacto do uso da internet na saúde. Além disso, os pais devem ficar
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BARBARAMARINI/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES
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Estrangeiros 152 355 417 2 462 180 836,00 86,4% 88,2% 434
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA. Informe de mercado: distribuição em salas (2019). Brasília, DF, 2020.
p. 7. Disponível em: https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/distribuicao_2019.pdf.
Acesso em: 30 jun. 2020.
Dialogando
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» Fachada do
Podemos também pensar em outro modo de nos relacionar com a cultura. cinema Guarany,
município de
Por exemplo, existiria alguma relação entre a cultura e aquilo que somos, isto é, a Triunfo (PE),
cultura está relacionada à identidade? O que é, afinal, a identidade? 2017. O cinema é
Identidade é um termo usado frequentemente por sociólogos para pensar uma expressão
cultural recente,
diversos fenômenos, como a história e a memória de um país, a dinâmica das surgida no fim
torcidas de times de futebol, a moda, as gírias, os diversos movimentos políticos, do século XIX.
os chamados grupos minoritários etc. Todos esses fenômenos envolvem grupos
que se identificam com símbolos, afirmações e lugares.
Pensemos na história recente do Brasil: praticamente todo brasileiro entende
que “7 a 1” diz respeito ao placar da semifinal da Copa do Mundo de 2014, em
que o Brasil perdeu da Alemanha. Por mais que os brasileiros sejam diferen-
tes entre si, uma piada ou brincadeira sobre esse evento é compreendida por
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» Grupo de jongo
da comunidade
quilombola
Boa Esperança,
Presidente
Kennedy (ES),
2019. A cultura
e a identidade
estão sempre
presentes nas
manifestações
LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS
da vida coletiva.
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