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LIVRO MAIOR PROGRAMA DE EMPREGO DO BRASIL

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SUMÁRIO

1 FAÇA TUDO QUE TIVER QUE FAZER E FAÇA COM EXCELÊNCIA, por
Débora Vanessa Muniz......................................................................
2 VOCÊ FAZ A DIFERENÇA NA SUA VIDA E NA VIDA DAS PESSOAS, por
Maiana de Sousa Morais....................................................................
3 COMO MELHORAR SEUS RESULTADOS ACIONANDO SEUS
SUPERPODERES, por Shyrlene Regina Barbosa de Souza Almeida...............
4 PRODUTIVIDADE PARA QUEM PROCURA EMPREGO – GESTÃO DO
TEMPO, por Sandra Márcia Pereira de Almeida............................................................
5 CURRÍCULO PROFISSIONAL ESTRATÉGICO: PARA QUEM TEM
EXPERIÊNCIA, por Paulo Henrique Augustinho Rocha.........................
6 JOVENS APRENDIZES, por Shirley
Rocha...................................................................................................................................
7 LINKEDIN: COMO SE PLANEJAR PARA UTILIZAR A FERRAMENTA, por
Andressa de Oliveira Vasconcelos................................................
8 LINKEDIN COMO REDE DE CONTATOS, por Letícia Aguiar
Marques........................................................................................................................
9 REDES SOCIAIS: MAIOR CANAL DE DIVULGAÇÃO DO SEU NOME
PARA O MUNDO, por Cleia Elaine Soares..........................................
10 ENTREVISTA DE EMPREGO PRESENCIAL, por Gabrielle do
Carmo.......................................................................................................................
11 DINÂMICAS DE GRUPO, por Karla Adriana Neves Barbosa
Monego.............................................................................................................................
12 TESTES PSICOLÓGICOS UTILIZADOS EM SELEÇÃO DE PESSOAL, por
Sandra Márcia Pereira de Almeida..................................................
13 COMO PARTICIPAR DE UMA ENTREVISTA DE EMPREGO ON-LINE,
por Juliana Bernardo Nunes...............................................................
14 VÍDEO-CURRÍCULO OU APRESENTAÇÃO EM VÍDEO, por Andressa de
Oliveira Vasconcelos e Letícia Marques..............................................
15 ANSIEDADE: REGULAÇÃO EMOCIONAL EM PROCESSOS SELETIVOS,
por Henriette Russo.......................................................................
16 ELIMINAÇÃO EM UM PROCESSO SELETIVO, por Juliana Bernardo
Nunes....................................................................................................................
17 CARREIRA x PROTAGONISMO, por Simara
Alves....................................................................................................................................
18 DOCUMENTAÇÃO PARA QUEM BUSCA EMPREGO, por Marilene da Silva
dos Santos........................................................................................
19 INCLUSÃO E DIVERSIDADE, por Jucélia Xavier da
Silva.....................................................................................................................................
20 EMPREGABILIDADE E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, por Márcia
Vaz...............................................................................................................
21 COMO SE PREPARAR PARA O MERCADO DE TRABALHO QUANDO A
OPORTUNIDADE SURGIR, por Maria Luiza Amorim Braz....
22 QUAIS SÃO AS SUAS COMPETÊNCIAS?, por Raquel de
Souza..................................................................................................................................
1 FAÇA TUDO QUE TIVER QUE FAZER E FAÇA COM EXCELÊNCIA
Débora Vanessa Muniz

Gratidão a Deus por sempre me


surpreender com aquela voz que diz:
“Você nasceu para ajudar as pessoas!”.
Se me perguntarem: “Por quê?”, eu diria:
“Apenas pelo imenso prazer!”.

Prazer ao observar a alegria e satisfação no rosto de Jessica. Sim, Jessica, a


moça da limpeza, sempre séria, concentrada! Quem olhava poderia até pensar que ela
não levava jeito com o público. Mas na limpeza ela era ótima, trabalhava direitinho, não
faltava, fazia até gestão do tempo, dividindo suas horas para cada atividade.
Na primeira semana após ter assumido a gestão da empresa Marroquina Divina
Pele, na cidade de Dourados/MS, destinei um tempo da minha jornada para conhecer
cada um dos colaboradores, ouvir suas opiniões, sugestões e dúvidas.
Lembro-me claramente do momento da nossa conversa. Jessica, 27 anos, ruiva,
com sardas e um sorriso tímido, me relatou o que precisava ser mudado em seu setor.
Via em Jessica um perfil intrínseco de uma profissional que iria muito além da
limpeza da empresa. Que ela tinha todo potencial para se tornar uma das melhores
depiladoras daquele lugar. E, como uma verdadeira caça-talentos, não poderia deixar
escapar aquela pessoa tão cheia de força de vontade que estava diante de mim!
No término de nossa conversa, não pude me conter e fiz a pergunta que mais
queria fazer naquele dia: “Jessica, você tem vontade de ser uma depiladora?”. Ela
respondeu prontamente: “Eu tenho!”. Continuei como se não estivesse acreditando:
“Você quer aprender?”. E ela retrucou: “Sim, eu quero”.
Imediatamente vi seus olhos brilharem e isso era tudo de que eu precisava! Mas
eu ainda precisava vender a minha extraordinária ideia de remanejar a profissional da
limpeza, que estava indo tão bem, para a parte operacional da empresa.
Inês, a dona da empresa, é a pessoa mais sorridente, simpática e paciente que eu
já conheci! Às vezes, ela se estressava porque estava com fome!
Sem procrastinar minha grande ideia, simplesmente disse: “Inês, a Jessica disse
que sente vontade de ser depiladora”. Ela me respondeu, sem pensar duas vezes: “Você
vê perfil nela?”. Imediatamente eu disse que sim, via.
Na realidade, aquela questão não era mais apenas sobre a Jessica, agora era
sobre mim e sobre a minha capacidade de desenvolver pessoas. Senti-me desafiada e
decidi encarar com todo amor esse desafio.
A Inês me disse: “Ela vai precisar mudar muito para me convencer”.
Jessica era aquela pessoa séria, sempre “na dela”. Certa vez, chegou a não dizer
bom-dia à própria Inês! Devido ao perfil introvertido, Inês não acreditava que ela
pudesse atender com excelência a clientela. E o meu desafio era trabalhar o perfil
comportamental da Jessica enquanto a Inês trabalhava a parte técnica.
Minha primeira instrução foi: “Jessica, eu acredito em você! Seja a melhor e não
me decepcione”.
Passados exatos 60 dias desde o início do treinamento, Jessica deixava de ser a
profissional da limpeza e passava a receber o valor de R$ 5.800, atuando como
depiladora profissional naquela empresa. Sim, a Jessica conseguiu!

“Se você pensa que pode ou pensa que não pode, de qualquer forma você está certo”.
(Henry Ford)

Se estiver em busca de uma mudança, use a criatividade, você pode mudar de


função, desenvolver outros talentos, tentar fazer coisas que nunca fez ou a mesma coisa,
mas de uma forma diferente.
Este capítulo não fala apenas sobre acreditar em seu potencial, mas sim sobre o
amor à profissão, sobre suas escolhas, sua carreira e a empresa na qual você trabalha.
Aqui, relato brevemente a experiência que tive com alguns profissionais, que se
destacam por realizar suas funções com excelência.

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Rosi
Uma bibliotecária carismática e sorridente que ama o que faz, e não mede
esforços para desenvolver seu trabalho com êxito. Rosi é aquela pessoa que sente
orgulho da profissão e ajuda outras pessoas com o seu conhecimento, sem pensar em
benefícios apenas para si. Dá para notar que é amor, pois faz o seu trabalho muito bem
feito.
“A maior recompensa pelo trabalho não é o que a pessoa ganha,
é o que ela se torna através dele.”
(John Ruskin)

Márcio Ricardo
O supervisor mais inteligente que tive a honra de conhecer. Ele é uma daquelas
pessoas com quem você sente prazer em conversar, cheio de conteúdo, parecia a
“Revista Época”.
Passávamos horas conversando em nossa operação e a cada dia eu aprendia algo
novo! Eu sempre queria tê-lo por perto porque sabia que aprenderia algo que
acrescentaria em minha vida!
Eu observava que ele sempre se destacava entre os outros gestores. A impressão
que eu tinha era a de que ele não estava ali apenas trabalhando, era amor.
Sempre focado em suas atividades, supercompetente, parceiro dos seus
subordinados, engraçado (até hoje dou risada quando lembro de algumas histórias dele),
paciente, tolerante e sábio. Márcio é o líder mais correto, influente e ético que conheço.
Às vezes ele dizia algumas frases motivacionais seguidas de alguma piadinha,
como: “Se algum dia tiver que sair de casa para trabalhar eu peço demissão”.
Sim, Márcio ama o que faz!

Talita
Sempre rústica e sistemática, sabia usar esses atributos de uma forma
competente e eficaz. Era de longe a melhor profissional do nosso setor, ensinava o que
sabia e fazia isso com perfeição. Responsável, séria, amiga e extremamente
comprometida. Cumpria sua função e fazia tudo que era lhe pedido com exatidão, era
uma referência para mim, digna da minha admiração.
Estamos certos de que tudo o que é feito com dedicação e empenho uma hora
dará frutos!

Geter, o psicanalista
Se há alguém que entenda mais de comportamento humano do que ele, eu
desconheço. Com seu chimarrão sempre pronto, lá estava ele sempre de prontidão para
escutar seus pacientes. Com muita seriedade, ele entrava no mais profundo dos assuntos
sempre dando as melhores explicações e fazendo cada paciente chegar a seu próprio
diagnóstico. Suas perguntas eram certeiras, ele falava coisas que só quem conhece
muito os outros seres humanos poderia dizer. Sim, isso foi o que pensei quando precisei
dos seus serviços, alto desempenho, competência e amor! Um verdadeiro exemplo.
Todas as sessões eram encerradas com uma resposta que fazia com que eu me
perguntasse “Como foi que eu não enxerguei isso antes?”.

“Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer”.


(Sigmund Freud)

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Esses são exemplos de pessoas que exercem suas funções com amor e
comprometimento. É assim que eu as vejo. Sou eternamente grata pelo privilégio de
conhecê-las e por ter aprendido um pouco mais a cada dia por meio do convívio que
tivemos. Vocês deixaram marcas em meu coração!

Quero contar um pouco da minha vida para você

Quanto a mim, sou Débora Vanessa, 35 anos, formada em Gestão Financeira,


estudante de Psicanálise Clínica, com formação em treinamentos de alto impacto. Sou
apaixonada por desenvolvimento humano, mãe das duas pessoas mais fabulosas que
existem, Nicolly e Brenda, e dedico a elas a conquista de fazer parte deste livro, para
que se inspirem em mim e sigam meus passos de amar e ajudar as pessoas a serem seres
humanos melhores a cada dia.
Atuo como consultora organizacional e contribuo com pessoas e empresas, para
que se desenvolvam com excelência no setor em que atuam.
Minha missão é treinar pessoas para que compreendam quem elas são de
verdade e todo o potencial que têm. Eu as levo a enxergar que só podemos alcançar o
sucesso quando trabalhamos com paixão e excelência.
Sem amor não há sucesso!
Sou grata por poder contribuir com cada leitor, para que possam refletir que o
verdadeiro sucesso está no bem que fazemos às outras pessoas e nas marcas que
deixamos em seus corações.
Tudo é fruto do seu esforço. Trouxe aqui cada uma dessas pessoas para mostrar
o quanto a vida é cheia de surpresas, recompensas e gentilizas para quem decide ser
autor da própria existência. Espero que cada relato tenha tocado o seu coração, e deixo
uma pergunta final: você tem sido excelente na vida?
VOCÊ FAZ A DIFERENÇA NA SUA VIDA E NA VIDA DAS PESSOAS
Maiana de Sousa Morais

“Fazer todos os dias as mesmas coisas


e esperar resultados diferentes é a
maior prova de insanidade”.
(Albert Einstein)

Quero lhe fazer as mesmas perguntas que fiz a mim mesma há um tempo:

Qual é o seu propósito de vida?


O que o motiva?
Aonde você quer chegar?
O que o faz feliz?
Você tem feito a diferença na sua vida e na vida das pessoas ao seu redor?

A partir dessas perguntas, surgirão respostas que o farão crescer, se


desenvolver e sair da temida zona de conforto. Chega um determinado momento em
nossas vidas no qual não sabemos qual direção seguir. Quando você passar por isso,
ou se estiver vivendo esse momento, quero lhe dizer que este livro chegou às suas
mãos no momento certo!
Nossas conquistas são frutos de nossas escolhas, então, eu o desafio, a partir
de hoje, a viver seu propósito de vida e, consequentemente, alcançar realizações
pessoais e profissionais.
Sair da zona de conforto não é nada agradável, mas, sem dúvida, é
primordial para um futuro de sucesso. Preparar-se para as oportunidades é o
primeiro passo para ter uma carreira gloriosa. Vivemos uma crença limitante de que
não temos oportunidades, contudo, temos nos preparado para elas? Você pode se
perguntar: “Mas como me preparar?”, e minha resposta será:

 Estude. Faça cursos, leia livros, entre outros.


 Conviva e siga (nas redes sociais) pessoas que o motivem a ser melhor e
a desenvolver seus talentos.
 Acredite no seu potencial.
 Pratique a gratidão.

“Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando a situação for ruim, transforme-a.
Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se.”
(Viktor Frankl)

Levo comigo que praticar a gratidão é uma forma positiva de lidarmos com
certas situações. Pergunto: Você é grato pela vida? Tem gratidão pelos bons e maus
momentos da sua vida? Reconhece o quanto a sua vida tem de valor?
Seja grato e positivo. Seja grato pelo momento atual que vive e pelas
oportunidades que ainda terá, pois isso o tornará uma pessoa otimista. Leve consigo
somente pensamentos positivos.
Certo dia, no trabalho, ao receber um feedback, me falaram que um dos meus
pontos positivos era ser grata. Isso nos mostra que a todo momento somos
observados, não importa a situação que estivermos passando. Se mantivermos a
calma e a leveza, seremos recompensados, seja em um feedback ou em outras ações.
Costumo dizer que, quanto mais agradecemos, mais coisas boas acontecem!
Que a sua gratidão seja diária e traga realizações e conquistas.

“A cada pequena coisa que você agradece, Deus prepara coisas grandes para sua
vida.”
(Beatrice Cancun)

Desenvolvimento pessoal é a “virada de chave” para conquistar seu sucesso.


Tenha em mente que, antes de ser um bom profissional, você precisa ser um bom ser
humano. Que a empatia, o amor e a bondade fazem parte da sua rotina diária! Querer
o bem sem olhar a quem. Invista em você. Procure sempre ser melhor que ontem.
Desenvolver o seu lado interpessoal é algo muito importante dentro de uma
instituição. O conhecimento técnico não prevalece na ausência de um bom diálogo e
de uma boa relação com as pessoas. Diante disso, o desenvolvimento profissional
será uma consequência, pois você será um profissional grato, empático e terá uma
boa relação com todos ao seu redor.
“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”
(Mahatma Gandhi)
3 COMO MELHORAR SEUS RESULTADOS ACIONANDO SEUS
SUPERPODERES
Shyrlene Almeida

“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos.”


(Aristóteles)

Já reparou que seu estado emocional pode interferir nos resultados que você
obtém na vida?
Você sabia que a Psicologia Positiva é uma grande aliada no seu
desenvolvimento individual e profissional?
A Psicologia Positiva é uma ciência nova. Ela consiste em um movimento de
Martin Seligman (1998), com foco nas forças pessoais, nas virtudes e no bem-estar,
tendo como objetivo aumentar a satisfação com a vida no campo individual e coletivo.
Sua proposta é promover o florescimento humano, a qualidade de vida, a prevenção de
doenças e uma vida plena, com significado e que valesse a pena ser vivida.
Aqui, ressalto que de forma alguma a Psicologia Positiva ignora doenças ou
nega desordens psicológicas.
O foco sempre foi a experiência das pessoas com relação aos aspectos
emocionais saudáveis e como os relacionamentos se desenvolvem sob uma ótica
positiva e otimista.
Infelizmente, nós, seres humanos, ainda temos uma tendência a analisar o que
deu errado conosco, não suportamos falhas, críticas, decepções. Nosso cérebro tem uma
grande propensão a não perceber o lado bom. E, acredite, em toda situação, por pior que
pareça, há esses melhores momentos. Isso pode ser explicado pelo fato de que duas
pessoas em situações parecidas podem ter interpretações contrárias em relação à sua
satisfação e o modo de vida.
Os estudos de Seligman, com 40 mil pessoas, mostraram que pessoas de sucesso
têm similaridades: buscam a felicidade e vivem o presente de forma positiva. Essa
atitude não deve ser confundida com “ser uma Pollyanna”, que tem o lado bom da
inocência, mas não é ciência. Não festejamos a chuva na praia, por exemplo.
A Psicologia Positiva é uma ciência!
Ainda segundo Seligman, é essencial investir e fortalecer os cinco elementos do
bem-estar, que ele chamou de Perma, pois todos estão relacionados entre si.
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Percebo com frequência que as pessoas dão um zoom (ou seja, aumentam) no
que é negativo e esquecem o que já aconteceu de bom, as experiências positivas durante
suas trajetórias. Quem nunca fez um trabalho sem saber que o aprendizado naquele
momento serviria para outro tipo de trabalho, em local diferente? Ou fez uma atividade
proposta em curso que parecia sem sentido, mas que foi aplicada depois com colegas ou
familiares? A vivência foi diferente porque você já não é mais o mesmo. Meu objetivo é
que você perceba se isso já lhe aconteceu.

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Isabel e Cecília se conheciam da época de escola e se encontraram na mesma


empresa: uma como Auxiliar Financeira e a outra como Analista de RH. Ambas têm o
desejo de se especializar profissionalmente e ter ascensão em suas carreiras.
O desejo de Isabel é ser promovida a um cargo maior na empresa, afinal ela
acredita que já sabe mais que seus colegas, por ter cursos em várias áreas, e está há um
ano nesta função. Ela chega à empresa, faz o seu trabalho e vai embora, sem interagir
muito nem conversar sobre temas que não estejam relacionados com a atividade que
está desempenhando. Isabel acha justo ser promovida antes de um colega de setor que
tem o mesmo conhecimento técnico – a diferença é que ele tem um excelente
relacionamento com a equipe. Por essa razão, ela se sente triste, amargurada e com raiva
por não ter alcançado o que almeja, e pensa que, se não conseguir a promoção, sua vida
não será satisfatória.
Cecília, por sua vez, apesar de não ter ainda chegado onde quer (à coordenação
do setor), avalia que pode aprender mais e buscar parcerias dentro da empresa na qual
trabalha para entender o negócio de forma mais completa. Ela tem um ano de casa e
essa é sua segunda experiência profissional. Busca sempre saber o que pode aprender,
usa sua criatividade para ajudar os colegas em dificuldades e seu bom humor é uma de
suas características mais marcantes, citado pelos colegas. Ela valoriza o que já tem, sabe
que conquistar seu objetivo é uma questão de tempo e persistência e procura se
desenvolver até “chegar lá”.

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Aqui, fica claro que situações parecidas são vistas de formas opostas. Cada
uma avalia a sua própria vida de acordo com suas experiências e interpretações.
Por que é importante que você saiba disso?

 Uma mudança de perspectiva pode transformar pensamentos negativos em


positivos.
 A felicidade pode ser aprendida, cultivada.
 Esta ciência faz a diferença na vida das pessoas, independentemente do
poder aquisitivo, da localização geográfica ou de qualquer outro fator. Trata-
se de uma ferramenta que pode mudar toda a forma de viver e interpretar os
fatos.
 É possível criar um ‘’amortecedor’’ natural contra a infelicidade e as
emoções negativas, identificando e utilizando suas forças pessoais e as
qualidades que já possui.
 É possível aumentar a qualidade de vida e alinhar propósito de vida com o
trabalho escolhido.

Estratégias que você pode utilizar a partir de agora

A conquista da felicidade está ligada, entre outros aspectos, ao controle das


emoções perturbadoras e ao cultivo de emoções positivas. Com ações intencionais, é
possível desenvolver e ampliar seu repertório de emoções positivas e gerar mais
engajamento nas atividades que se propuser fazer. É claro que você precisa praticar,
praticar e praticar essas ações.

 Otimismo

Para que seja possível chegar à felicidade plena e bem-estar, é importante ter
uma postura otimista diante da vida, e esse otimismo pode ser aprendido. A questão é
treinar nosso cérebro para manter pensamentos que avaliem corretamente as situações,
não um pensamento positivo que ignore a realidade.
Uma dica é ter metas de curto, médio e longo prazo. Divida um grande objetivo
em pequenas metas possíveis de serem alcançadas todos os dias. Se você está buscando
recolocação, emprego ou fazer transição de carreira, escolha aonde quer chegar:
Busca trabalhar em alguma empresa?
Tem formação adequada?
Quem pode me ajudar?
E por aí vai... Inicialmente, enumere metas pequenas, para evitar abandoná-las,
e tenha pequenas metas diárias. Você precisa começar e não parar. Adote uma disciplina
sadia, mas não seja exigente demais consigo.

 Perspectiva

Ver o copo meio cheio ou meio vazio é questão de perspectiva. O mesmo vale
para muitos dos momentos e até para os problemas que nos preocupam. Tirar o foco da
dor, do negativo e passar a ampliar o campo de visão.
Nessa perspectiva, os desafios e lições são grandes oportunidades de
crescimento que devem ser abraçadas e aproveitadas por inteiro, pois sem elas talvez
nós não ficássemos suficientemente atentos a certas situações e atitudes.
Quando você pensa “Fico consumido/triste com...”, pode trocar o pensamento
por “Esta situação está me ensinando que...”. Se pensar: “Fracassei em...”, mude para
“Estou aprendendo a...”
Tire a “lente” do negativo e olhe mais para suas conquistas e para onde você já
chegou. Aprenda com seus erros também! Neste momento de “tudo errado”, perceba
qual é a lição positiva pode ser aprendida. Esforce-se. Comprometa-se com você
mesmo(a) a melhorar a cada dia e ser feliz. Se precisar, mude de rota, de estratégia.
Uma mudança relativamente pequena na perspectiva de uma pessoa pode
levar a mudanças surpreendentes no bem-estar e na qualidade de vida. Mas não é
mágica. Você precisa praticar. Os resultados vêm com o tempo.

 Autocompaixão

Seja gentil com você mesmo.


A compaixão é a capacidade de compreender o estado emocional de outra
pessoa, e a autocompaixão é a compreensão de si mesmo, de suas próprias falhas.
Se podemos encorajar e dar uma palavra de conforto para quem está ao nosso
lado, por que não fazer o mesmo conosco?
Não podemos controlar tudo que nos acontece. Precisamos aceitar que as
coisas não saem como planejado e está tudo bem!
Não tenha uma postura derrotista. Recarregue-se de coragem, energia, fé, e
recomece. Se a bateria do celular descarrega, o mesmo acontece conosco diante das
adversidades que surgem!
Quem pode ajudá-lo? Suas próprias forças pessoais!

 Forças pessoais

São forças universais, e todos nós as temos. Existem 24 forças pessoais,


distribuídas em seis grupos de virtudes. A força pessoal é um traço, uma característica
psicológica que pode ser observada em várias situações e ocasiões. Ao conhecê-las,
podemos usá-las a nosso favor em todas os momentos, inclusive profissionalmente.
Sentimo-nos entusiasmados quando utilizamos nossas forças pessoais, criamos novas
estratégias pessoais que girem em torno de determinada força, porque ela nos deixa
revigorados!

A Psicologia Positiva tem um teste gratuito, concedido pelo VIA Institute on


Character, organização internacional responsável pelo teste sobre nossas forças de
caráter, no site: https://www.viacharacter.org/.
Identifique suas forças de caráter. Tenha consciência das próprias habilidades e
ferramentas que você possui internamente. Muitas outras surgirão ao longo de sua
jornada. Então, anote-as e acrescente novas aptidões à medida que as descobrir.
Foque nos seus pontos fortes, isso o ajudará a se reconectar com sua essência e
dela retirar a força necessária à superação de adversidades. A Psicologia Positiva
baseia-se na ideia de que construir nos pontos fortes é um caminho mais eficaz para o
sucesso.

 Perdão

Perdoar o que nos aconteceu, o que nos fizeram. Muitas vezes, o outro nem sabe
que nos fez mal, como o candidato que foi escolhido naquele momento, apesar de você
saber que estava mais bem preparado (em sua visão). É necessário também se perdoar
pelos erros cometidos, entender que nenhum de nós é perfeito e que é bom que não
sejamos, já que as imperfeições nos fazem mais humanos e empáticos ao erro alheio. O
perdão é o seu poder pessoal. Aprender a se perdoar é uma ferramenta poderosa de
proteção para a saúde mental e é uma prática que, quanto mais cedo formada, é mais
eficaz na prevenção de doenças físicas e mentais.
O autoperdão nasce com o autoamor, que é gerado pela gratidão à vida.

 Gratidão

“Sou grato(a) por tudo o que tenho e pelo que ainda vou receber.”

É uma virtude pouco praticada, mas que o ajudará a ter um estado de ânimo
positivo, permitindo que avance pela vida a passos largos e mais bem-estar. Quando
somos gratos por tudo que há em nossas vidas, estamos no caminho correto da
evolução. Ser grato(a) por todos os detalhes ao nosso redor nos põe em um estado
mental que favorece a ocorrência de coisas boas.
As pessoas gratas têm consciência das bênçãos que recebem e, assim,
recarregam suas baterias de otimismo.
Um bom exercício para estimular o otimismo é fazer uma lista de todas as
coisas, pequenas e grandes, pelas quais somos gratos. Emanar gratidão faz bem não só
para você, mas para todos.

 Resiliência
Todos nós já passamos por dificuldades, em maior ou menor intensidade, mas
temos uma grande força interna para enfrentar qualquer tipo de adversidade
(dificuldades de enfrentamento diário como doenças, desemprego etc.), e superar crises.
Esta força está presente em indivíduos, comunidades e instituições. Conseguimos dar a
volta por cima usando nossas forças pessoais e o que encontramos de positivo em nosso
meio e contexto de vida, para seguir adiante e construir nossa história.
Acredito que a resiliência seja um dos conceitos mais importantes da Psicologia
Positiva, pois, uma vez que assumimos atitudes resilientes, estaremos sempre dispostos
a lutar e alcançar nossos objetivos, independentemente de contratempos.
Tornar-se uma pessoa resiliente implica o desenvolvimento de muitas outras
habilidades:

“Você precisa ser guiado por um propósito. Se não, como pode se levantar todas as
manhãs sem saber se o seu trabalho é motivador, uma razão para a sua felicidade?”

Cada vez mais a resiliência vem se tornando uma competência essencial, seja
na vida profissional ou pessoal. Aqui é o momento de redescoberta de si mesmo, de sua
essência e de seu propósito de vida.

 Celebração

Comemore os avanços, mesmo que eles pareçam pequenos.


Diga a si mesmo: “Eu me saí muito bem. Dei o primeiro passo”.
Confie no seu potencial!
O sucesso não apenas nos torna mais felizes e gera emoções positivas, como,
na verdade, aumenta nossas chances de sucesso.
Se for difícil pensar positivamente, escreva esse pequeno texto a seguir, e leve-
o consigo para ler quando for necessário:

“Eu determino como estou me sentindo e como me comporto. Tenho controle sobre
mim mesmo e sobre minha vida. Não tenho poder sobre os outros nem sobre os
acontecimentos, mas decido como reagir diante deles.”
O que fazer?

Perceba-se. “Qual é o enfoque que quero dar a estas experiências, positivo ou


negativo?”
Algumas vezes, ficamos travados em uma emoção perturbadora e acreditamos
que nada do que fizermos irá modificar esse estado mental.
Faça a sua linha do sucesso. Numa folha de papel, desenhe uma seta
ascendente. Em cada ponto, escreva o ano e as experiências (pessoais ou profissionais)
nas quais você deu o melhor de si e sentiu-se bem. Depois, olhe para a sua trajetória e
perceba como você se sentiu ao relembrar tais fatos. Provavelmente, algumas emoções
positivas serão despertadas com relação ao seu passado, quando você verifica o que
aprendeu com ele.
Aqui, lembro da história da Isabel e da Cecília. Dá para saber qual das duas
teve melhor rendimento, num primeiro momento.
Isabel ficou muito triste por não ter sido promovida e criou dentro de si um
conceito de que não servia mais para atuar em uma empresa, que não tinha sorte e quis
desistir do sonho de ser uma profissional respeitada em uma grande organização.
Após ter uma conversa com seu chefe, que lhe passou algumas orientações de
como poderia melhorar, foi pedido que ela fizesse o teste das forças pessoais. Isabel
percebeu que muitas forças eram pouco utilizadas, como inteligência social, prudência,
humildade, autorregulação etc. Ela fez uma grande retrospectiva dos fatos no trabalho,
que a fizeram refletir, também, sobre a vida pessoal. Isabel percebeu que precisava fazer
diferente. Buscou conversar com seus colegas, descobrir novas formas de aprendizado,
exercitar mais o olhar para as coisas que lhe aconteciam e ser grata por viver tudo isso.
Ela fez um diário da gratidão, no qual anotava todas as coisas e como se sentia diante
delas, sem enfatizar com pesar o que não deu certo. Ela também precisou se
autoperdoar. Daí em diante, parece que tudo foi mudando de perspectiva. Depois de um
tempo, sem esperar, Isabel recebeu sua promoção, que aconteceu de forma tão tranquila,
que Isabel agradeceu ao chefe pela oportunidade de mostrar como ser melhor e
aprimorar sua performance.
Cecília fez mais alguns cursos e quando menos esperava, precisou substituir
seu chefe quando ele saiu de férias. Foi bem-sucedida e contou com a ajuda de seus
pares. Com o uso das suas forças, como liderança, amor ao aprendizado, integridade e
imparcialidade, ela se destacou dentre os demais. Naquele momento, ela nem percebeu
que estava ensaiando há meses, junto com os colegas de trabalho, as habilidades para
chegar onde queria: uma posição de liderança.
Ambas conquistaram seus sonhos em momentos diferentes de vida, mas
chegaram onde escolheram. Elas conseguiram muito mais do que desejaram – mudaram
suas histórias e as de quem estava com elas.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou a Shyrlene Regina Barbosa De Souza Almeida, sou psicóloga e moro em


Maceió, AL. Faz pouco mais de 10 anos que sou formada. Entrei na faculdade em 2003,
logo após concluir meu curso técnico em Gestão Empresarial. Inclusive, foi por meio
desse curso que me direcionei para a área que escolhi dentro da Psicologia, a
organizacional. Ainda na Graduação, iniciei minha primeira pós-graduação, em Gestão
do Comportamento Humano e Psicologia das Organizações.
Sempre busquei estar atualizada com as tendências da área que escolhi e foquei
em trabalhar, estagiar somente em Psicologia do Trabalho. Meus colegas de turma me
criticavam por não concordar com minha ideia de ser especialista em uma área. Eu
buscava sempre estágios e trabalhos nessa vertente. Meu sonho era ter minha própria
consultoria e quanto mais aprendizado, melhor. Fiz muitos cursos de formação nesta
área para ser de fato uma especialista no que faz meus olhos brilharem: desenvolver
pessoas. Por algum tempo, não me achava preparada para dar esse grande passo de ser
autônoma porque achava que me faltava mais aprendizado, mas o desejo e o trabalho
falaram mais alto e fui convidada a desenvolver um trabalho independente de
consultoria. Esse foi só o começo... Já se passaram cinco anos que atuo neste formato.
Fiquei muito grata por aquela oportunidade.
Anos depois fiz minha segunda pós, um MBA em Desenvolvimento do
Potencial Humano e Psicologia Positiva que foi um grande divisor de águas, porque não
vejo minha vida sem o propósito de viver com satisfação e felicidade autêntica. Chegou
para mim, de forma concreta, aquilo que eu achava que faltava na minha experiência.
Agradeço a cada pessoa e a cada empresa que pude impactar e me permitir ser
impactada. Tive grandes oportunidades em grandes empresas no estado onde moro,
inclusive em multinacionais. Apliquei e aplico várias técnicas da Psicologia Positiva
não somente no trabalho, mas também com meu filho e sobrinhos, e percebo a diferença
também na minha família. Além de ensinar e partilhar com você, eu experimento
diariamente aquilo que falo e vejo o bem que me faz. Posso afirmar que essa nova
jornada, com meu propósito de vida, vale muito a pena, pois sou muito realizada no que
faço.
Hoje, ainda participo de cursos nesta área e trabalho com foco total na
Psicologia Positiva e na Educação Emocional Positiva. Faço muitas postagens em
minhas redes sociais para ajudar outras pessoas a florescerem e descobrirem sua melhor
versão, e tenho alguns cursos desenhados para “rodar”. Sou uma profissional de
Psicologia Positiva e desenvolvo estratégias de bem-estar para as organizações nas
quais atuo como consultora.
Sou muito grata em poder compartilhar com você minha jornada.
Se você está comigo até aqui, é porque quer fazer uma nova rota de felicidade e
bem-estar. Nós começamos a alcançar a felicidade ao longo do caminho, no processo.
Não desperdice esse grande presente preocupando-se com o futuro ou ressentindo-se
com o passado.

Qual é a sua desculpa para não transformar sua carreira em uma fonte de
autorrealização e satisfação?

O momento atual lhe foi dado como um presente pela vida. Nada precisa dar
certo especificamente, porque a vida em si já deu certo! Estamos aqui vivenciando,
aprendendo e cumprindo nossas missões.
O exemplo de Isabel e Cecília mostra que o que vai determinar nosso destino
não é um problema em si ou as adversidades que passamos, e sim nossas atitudes e
nosso olhar perante as dificuldades que a vida apresenta.
A maior prova disso é que a maioria das pessoas de muito sucesso o obtiveram
não por “sorte” ou por ter sido “fácil”, mas porque foram resilientes, ajustaram suas
“lentes” da perspectiva e buscaram soluções criativas, além de, principalmente, não
desistir de seus sonhos e objetivos.

Topa um desafio?

Ao longo dos próximos dias você terá uma verdadeira mudança em sua vida se
fizer essa escolha. Comece por:
● Acolher a realidade e transformá-la com seu olhar, com sua voz, com seu
pensamento, com sua ação. Nós podemos fazer isso. Nós somos essa transformação.
Transformar-se é consciência, e consciência é escolha.
● Olhe para si e veja em sua trajetória o que deu certo e o que pode ser melhorado.
Reconhecer é o primeiro passo. Anote. Essa é a forma de perceber de forma concreta
também suas conquistas.
● Reavalie qual foi seu projeto de vida inicial e como ele está agora. Aonde você quer
chegar?
● Todo dia escolha algo que seja fundamental para você. E decida praticar isso todo
dia.
● Se aparecerem sinais para desistir, para você parar: respire fundo e tente de novo!
● Pergunte-se a cada dia: “O que eu posso fazer diferente hoje”? E faça. É você que
escreve a sua história.
● Simplifique. Não dificulte sua vida. Peça ajuda. Siga adiante. Comece e vá adiante!
Não comece e pare.

“Eu não sou os meus papéis; sou a minha jornada. Eu não sou a minha experiência;
sou o poder criativo do meu potencial.”
(James Hollis – autor e analista Junguiano)

Você é capaz de ir mais longe. Ao mudarmos nossa perspectiva da realidade, a nossa


realidade muda junto com ela. Lembre-se de que o potencial humano é infinito. Eu
acredito em você!
4 PRODUTIVIDADE PARA QUEM PROCURA EMPREGO – GESTÃO DO
TEMPO
Sandra Almeida

“Nenhum obstáculo será grande


se a sua vontade de vencer for maior.”
(Autor desconhecido)

Você sabia que procurar um emprego é praticamente um emprego?


Isso mesmo! É uma ocupação que necessita de muita dedicação e eu estou aqui
para auxiliá-lo a ser mais produtivo na busca de seu emprego.
Geralmente, quando estamos à procura de emprego, enviamos nosso currículo
para todos os anúncios de vagas de emprego (o que chamamos de “panfletar”
currículos), inclusive para vagas cujos requisitos não cumprimos, com a ideia de que o
recrutador vai ver e, possivelmente, nos chamar para uma outra oportunidade.
Você acha que fazer isso é produtivo?
Vou pedir para você parar um pouquinho agora e pensar na maneira como
geralmente procura emprego. Agora lhe pergunto: está sendo produtivo?
Ser produtivo é gerir o tempo a nosso favor para alcançar nossos objetivos. Sem
contar que uma rotina produtiva influencia diretamente na sensação de realização e na
satisfação por ter cumprido um dever. A procura por emprego é um esforço pessoal que
exige muito empenho para atingir o resultado tão almejado, a conquista de uma
oportunidade de trabalho. Porém, se não existe planejamento, não há gestão do tempo.
Gerir a si mesmo exige concentração no que precisa ser feito e muita organização.
Quando não estamos sem trabalhar, buscando muito um emprego e essa
oportunidade demora a chegar, sentimos muita angústia, desânimo, frustração, até uma
sensação de inutilidade.
Vem aquele pensamento: “Todo mundo consegue, menos eu”!
Esses são temores comuns, causados pela incerteza, quando nosso empenho
parece não estar dando certo. E eles atrapalham demais nossa produtividade.
Você não está sozinho! Eu digo isso com a propriedade de quem trabalha com
recrutamento e seleção de pessoas há muitos anos. Já atendi muitos candidatos que não
conseguiam lidar com essas frustrações e foram para um processo seletivo
desacreditados e com baixa energia.
Estabelecer uma rotina produtiva, baseada em planejamento, organização e foco
no que precisa alcançar, certamente é um fator relevante para que você consiga chegar à
oportunidade que tanto almeja.

Por que é interessante que você saiba disso?

A concorrência aumenta cada vez mais, são mais de 14 milhões de


desempregados em 2020, no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Então, se não adotarmos uma boa estratégia, de forma produtiva,
fica mais difícil se destacar. A maioria das pessoas:

 Não tem um currículo bem feito e atrativo.


 Envia currículos de forma aleatória, tendo uma falsa ideia de que está se
movimentando.
 Candidata-se a vagas que estão fora de seu perfil.
 Deixa-se levar pelo desânimo.

Neste texto, vou ajudar você a ser mais produtivo e ter uma boa gestão do
tempo, o que irá mudar a forma como você procura emprego.

Confira atitudes para buscar emprego de maneira produtiva e gerindo seu tempo

● Esteja sempre com seu currículo atualizado:


Isso é fundamental, é a primeira providência a tomar quando se busca um
emprego. Aqui mesmo, no livro O Maior programa de Emprego do Brasil, você irá
encontrar orientações valiosas para deixar seu currículo bem organizado.
Você já imaginou encontrar uma vaga interessante dentro do seu perfil e não
estar pronto para se candidatar a ela?
Ter um currículo bem elaborado vale para todo profissional, seja ele experiente
ou à procura do primeiro emprego, e para qualquer atividade. Um currículo com
informações organizadas chama a atenção do recrutador e faz com que você seja
chamado para uma entrevista.
Um ponto importante é adequar o seu currículo à vaga proposta, destacando as
experiências e competências que você tem e que são relacionadas ao perfil da vaga.

● Movimente seu networking, sua rede de contatos


Relacione-se e informe que está procurando emprego. Faça uma busca por essas
pessoas e conecte-se a elas. Estabeleça contatos com profissionais de sua área, que
trabalham em empresas de seu interesse. Eu sei que muitas pessoas podem sentir
dificuldade em estar nas redes sociais, mas, para quem procura emprego, estar em
conexão com esse meio é importante. Retome contatos, pois quanto mais pessoas
souberem da sua disponibilidade para um novo emprego, maior é a sua chance de ser
chamado ou informado de uma vaga no seu perfil. Lembre-se: quem não é visto não é
lembrado.

● Pesquise e faça uma lista de empresas de seu interesse de forma estratégica


Uma maneira muito interessante de ser produtivo é fazer uma relação de
empresas localizadas em sua região. Pesquise quais delas têm vagas para a sua profissão
ou função de interesse. Separe um tempo do seu dia e concentre-se em pesquisar e
identificar a maneira de enviar currículo para as organizações que selecionou.
Eu também já fiquei desempregada e o que me ajudou muito foi identificar quais
empresas que achava interessantes. Fiz uma grande lista, olhei o site das empresas, me
informei sobre elas e enviei meu currículo. Se você tiver um colega que trabalha em
uma dessas companhias, aproxime-se de forma profissional e converse sobre o acesso à
empresa. Lembre-se: muitas vagas não são divulgadas, por isso é muito importante fazer
uma busca criteriosa e enviar seu currículo.

● Cadastre-se em sites de emprego


Aproveitando a lista que você fez, cadastre-se no site das empresas, pois eles
costumam ter a opção “Trabalhe Conosco”. Mas existem os sites específicos para busca
de vagas. Grandes empresas os utilizam como forma de facilitar a divulgação de vagas e
do banco de talentos. Selecione os sites de emprego e cadastre-se. Lembre-se, porém,
que alguns deles são pagos! Reserve um tempo para fazer esses cadastros, que
geralmente exigem muitas informações, mas se você já tem um currículo bem feito, será
uma tarefa mais fácil de realizar. Preencha todos os campos, esteja atento às palavras-
chaves, que são aquelas que sempre aparecem na sua profissão, na área de atuação, que
o mercado de trabalho sempre procura.
Essa etapa exige gestão do tempo, dedicação e paciência. A maior rede
profissional que existe, o LinkedIn, é uma ferramenta por meio da qual você pode
encontrar vagas de seu interesse e também realizar muitas conexões com profissionais
de sua área. Estar ativo no LinkedIn é muito produtivo tanto para quem busca emprego
quanto para quem está empregado. Todo profissional pode e deve estar no LinkedIn.

● Rastreie vagas
É muito importante realizar uma busca por vagas de maneira estratégica e focada
na sua experiência. De nada adianta ser um mecânico, por exemplo, e enviar currículo
para uma vaga de confeiteiro, que é completamente diferente de sua área de trabalho. A
expressão “sou pau para toda obra” pode não cair muito bem! É muito importante ter
foco e não causar impressão de que qualquer coisa serve.
Sim, todo trabalho é digno, e eu sei que você tem necessidade de trabalhar para
se manter e manter sua família. Mas é preciso ter atenção para não perder o foco. Com
estratégia, produtividade e muito empenho, a sua oportunidade vai chegar.
Eu já fiz muitos anúncios de vagas e a maioria dos candidatos somente panfleta
currículos, o que não é bom. Assim sendo, acesse diariamente os canais de divulgação
de vagas. Procure grupos e perfis específicos de vagas na sua região e os acompanhe
diariamente. Acesse o LinkedIn, sites de emprego, e redes sociais que também divulgam
vagas. Esteja atento às oportunidades e candidate-se às vagas que são apropriadas ao seu
perfil.

● Estabeleça metas, crie uma rotina


Como falei no início, é necessária uma dedicação como em um emprego, que
você quer muito que dê certo. Faça sua agenda, distribua seu tempo de forma produtiva
e direcionada ao alcance do seu objetivo. Todos os dias você deve levantar cedo,
verificar sua agenda e cumprir o que foi estabelecido. Valorize seus esforços e, se eles
ainda não geraram resultado, pode ser que você precise revisar a estratégia, definir
novas metas e cumpri-las.
Escrevendo este texto, lembrei-me de uma história da época em que trabalhei
numa grande indústria. Na área de Logística, resolvemos que metade das vagas fosse
destinada a pessoas sem experiência. Começamos a busca por candidatos da região do
entorno da fábrica, fizemos anúncios em escolas, nas comunidades e em locais comuns
de circulação da população. Porém, para nossa surpresa, a maioria dos candidatos não
estava preparada, sequer tinha um currículo básico para apresentar, não tinham o
mínimo de conhecimento em informática, por exemplo, mesmo sabendo que uma
grande empresa seria inaugurada no local.
Porém, uma candidata em especial, a Sueli, me chamou a atenção. Ela ligou para
a empresa e conseguiu falar comigo. Senti a energia dela vibrando quando ela me disse:
“Sandra, eu soube da seleção para a área de Logística, eu não tenho experiência e não
moro na região da fábrica, mas eu espero por essa oportunidade há muito tempo.
Quando a fábrica começou a ser construída, eu pesquisei e achei interessante a área de
Logística, e então me inscrevi no curso de Técnico em Logística e estou me formando.
Eu não tenho experiência, mas tenho a teoria e muita vontade de aprender. Posso enviar
o meu currículo?”.
O que você percebe na fala de Sueli? Ela não tinha experiência, mas ofereceu à
empresa o conteúdo que vinha aprendendo num curso técnico, totalmente alinhado ao
que a empresa buscava para as vagas disponíveis. E ela ainda tinha muita energia boa,
vontade e empenho!
A busca por emprego de forma produtiva envolve ainda a preparação, observar o
que o mercado exige, identificar o que vai agregar ainda mais valor ao seu currículo e
fazer cursos técnicos, de curta ou longa duração, uma graduação, aprender novas
ferramentas tecnológicas, buscar autoconhecimento e estar atento à dinâmica de
mercado.
É sempre bom dizer que o resultado final não depende somente de você, e que
desemprego não significa incompetência. Alguns fatores, como o mercado de trabalho,
a concorrência, perfil de vagas, são questões que você precisa enfrentar
estrategicamente. Então, seja produtivo na busca de vagas! Planeje-se, organize seu
tempo, tenha foco, crie sua rotina com metas e vá em busca de seu emprego com muita
vontade!

Quero contar um pouco da minha história para você

Eu sou Sandra Almeida, psicóloga organizacional com 28 anos de formação e


experiência. Isso mesmo, uma longa jornada!
Entrei na graduação de Psicologia em 1987, na cidade de João Pessoa, PR, onde
moro até hoje. Cedo descobri minha paixão pela área de Recursos Humanos. Então,
dediquei meu curso à Psicologia Organizacional e do Trabalho.
A Psicologia Organizacional estuda a empresa em suas diferentes configurações,
integrando pessoas e recursos, os quais possibilitam seu funcionamento. Já a Psicologia
do Trabalho estuda a pessoa em seu ambiente de trabalho e as atividades que envolvem
o seu desenvolvimento. Trabalhar nesse ambiente é minha grande paixão.
Ainda na faculdade, comecei a querer muito uma oportunidade de emprego ou
estágio remunerado, porque eu tinha muita necessidade para me manter, pois vim de
uma família pobre. Portanto, comecei a dizer aos meus colegas mais chegados que
estava procurando emprego. Todos viam a minha dedicação nos estudos (e eu me
dedicava mesmo!). Foi assim que uma amiga da faculdade soube de uma vaga de
estágio em uma grande indústria, de atuação nacional. Eu nunca tinha passado por um
processo seletivo antes, mas já tinha meu currículo pronto e consegui a entrevista. Fui lá
com brilho nos olhos e cheia de vontade de aprender.
É muito importante que essa vontade, a energia positiva e o interesse estejam
muito presentes na sua busca por um emprego, e elas devem fazer parte de todo
planejamento que você fizer. Isso faz uma diferença enorme, como fez comigo, afinal
consegui a vaga de estágio (remunerado) que tanto almejava. Sou capaz de ainda
lembrar a sensação de quando recebi o retorno positivo, o momento ficou marcado.
No meu caso, eu informei às pessoas do meu convívio, amigos da faculdade, à
minha família, que eu precisava de um emprego ou estágio na área de Psicologia
Organizacional. Eu precisava trabalhar, mas tinha foco, e isso foi determinante, porque
as pessoas enxergavam essa vontade em mim.
Assim, fiz minha vivência profissional, na maior parte do tempo na indústria,
passei por empresas de grande porte e multinacionais, realizando recrutamento e seleção
de pessoas, treinamento e desenvolvimento, gestão de clima e cultura organizacional,
avaliação de desempenho, programas trainee, estágio e jovem aprendiz etc. Passei por
todos os subsistemas de RH, numa atuação generalista que me dá muita alegria por ter
vivido.
Porém, nunca parei de aprender, isso nunca vai acabar. Especializei-me em
Gestão de Pessoas, fiz formação em mentoring, coaching, sou analista de Perfil
Comportamental e Analista 9Box (avaliação de desempenho).
Atuo fortemente em recrutamento e seleção e também apoio a implantação da
área de Recursos Humanos em pequenas e médias empresas, por meio de meu trabalho
de consultoria.
Atendo profissionais que buscam assessoria em recolocação profissional e
mentoria profissional. E esse é um serviço pelo qual tenho grande paixão, por poder
contribuir com o crescimento, desenvolvimento e as conquistas dos profissionais. Não
paro de estudar e me aperfeiçoar, porque quero sempre estar preparada quando novas
oportunidades aparecerem.
Sou fundadora da M&S Consultoria em Desenvolvimento Humano e
Organizacional, na qual planejo e executo soluções em Gestão de Pessoas,
compartilhando conhecimentos adquiridos em uma jornada profissional que muito me
orgulha.
Ah, e a Sueli, candidata que citei anteriormente, conseguiu a vaga de Assistente
de Logística. Ela continua a ter brilho nos olhos e a fazer a diferença!
Se você está até aqui comigo, é porque quer fazer a diferença, como no meu
início de minha carreira e também como a Sueli, que foi produtiva e estratégica ao se
preparar para a oportunidade quando ela chegasse.

Topa um desafio?

Nos próximos dias, você vai:

 Analisar seu currículo detalhadamente e fazer ajustes, de forma a deixá-lo ainda


mais organizado e atrativo.
 Relacionar organizações e sites de emprego de seu interesse.
 Elaborar uma agenda, estabelecer e cumprir metas na busca de seu emprego.
 Fazer contato com aquele colega que você não vê faz tempo.
 Rastrear vagas e ter foco no envio de seu currículo.
 Manter sempre o ânimo e energia positiva.
 Acreditar em você e valorizar seu esforço. Você vai conseguir!
É uma alegria poder contar minha experiência a vocês e mostrar o quanto é
possível ter um planejamento e buscar emprego de forma produtiva! Meu objetivo é
mostrar que é possível buscar emprego de maneira eficiente.
5 CURRÍCULO PROFISSIONAL ESTRATÉGICO – PARA QUEM TEM
EXPERIÊNCIA

Paulo Henrique Augustinho Rocha

“A vida é um jogo, temos que ter um objetivo, e no


percorrer do caminho elaborar estratégias para
alcançar a meta desejada. A vida é um jogo, e só
vence quem sabe jogar.”
(Richard Y.)

Você já questionou qual é o diferencial do seu currículo? O que diferencia seu


curriculum vitae (CV) dos demais? Seu currículo vende seu perfil profissional? Ele é
estratégico?
O CV é o seu cartão de visita, o tíquete que leva você até uma entrevista, e é por
meio dele que uma oportunidade de trabalho se torna concreta. Ele tem papel
fundamental para sua contratação, independentemente de área de atuação.
Pergunto-lhe: como está seu Curriculum Vitae hoje? Ele o tem levado a
entrevistas?
A grande massa, ao pensar na elaboração de um currículo, procura logo a lan
house mais próxima ou até mesmo aquele parente que tem conhecimento em
informática (esse erro muitas vezes é fatal). Cheio de informações, mal feito e mal
organizado, ele pode sabotar você na hora de conquistar seu tão desejado trabalho.
Por que não escolher um profissional de Recursos Humanos (RH), especialista
no assunto, para ajudá-lo nesta elaboração? Nós entendemos o que acontece nos
bastidores das seleções de candidatos para funções adequadas e, sem dúvida, sabemos
do que você precisa para proceder no processo seletivo e conquistar a sua vaga.
Meu objetivo é ensinar você a elaborar um CV profissional estratégico, que o
conduza às entrevistas. Assim você aumenta suas chances de conseguir o tão sonhado
trabalho, sendo assertivo e apresentando resultados ao recrutador já no primeiro contato,
que se dá por meio do seu envio.
Assim como você, já enviei muitos currículos e não era chamado para
entrevistas, até que cheguei à conclusão de que meu cartão de visita tinha algum
problema. Mas eu não sabia qual. Depois de um tempo estudando e somando (com
minha expertise na área de RH), cheguei a uma conclusão: se o CV não for estratégico,
ele será mais um a ser descartado.
Você já se imaginou com um modelo de CV que vende seu perfil profissional?
Pois é, se não pensou pode começar, pois é isso que você terá aqui. Vou compartilhar
com você o modelo de CV que os empregadores e selecionadores aprovam. Na internet
você encontra diversos modelos com diferentes designs, que já usei, mas não geraram
resultados satisfatórios.
Só currículos com um design criativo são considerados para cargos na área de
propaganda e publicidade, por exemplo. Nos demais campos de atuação, como
financeiro, administrativo, logístico, entre outros, prevalece o modelo mais simples e
tradicional possível. As regras da ABNT para trabalhos acadêmicos podem e devem ser
aplicadas na confecção de seu currículo, para deixá-lo com o aspecto ideal.

 A folha deve ser A4 branca.


 Use as fontes Times New, Roman ou Arial, com tamanho 11 ou 12, na cor preta.
 Use itálico para destacar palavras estrangeiras.
 As margens devem ser de 2 cm (à direita e na margem inferior), e de 3 cm à
esquerda e na margem superior.
 Texto deve ser alinhado às margens esquerda e direita;
 Use espaçamento 1,5 entre linhas.

Observação: Os tópicos de seu currículo devem ser destacados em negrito e deixar em


caixa alta.

Por que é importante que você saiba disso?

 Porque somente um currículo estratégico é capaz de levar o candidato a


entrevistas.
 Porque se o seu currículo não vender seu perfil profissional, não vai haver
entrevista.
 Porque a maior parte das pessoas que não chegam às entrevistas tem um
currículo mal elaborado.
 Porque o currículo precisa ser adaptável às vagas pleiteadas.

Três grandes erros comuns que as pessoas cometem no CV

1. Deixam de incluir o período em que trabalhou na empresa por onde passou e as


atividades desempenhadas no cargo que ocupou.
2. Colocam na seção “objetivo” do currículo frases enormes relatando seus desejos.
3. Colocam no currículo todas as experiências profissionais.

Observe o case a seguir, e tire suas próprias conclusões:

Há um mês, recebi um currículo de um profissional que atua há mais de 20 anos


no mercado, já imaginou a bagagem profissional dele? Então, trata-se de um
profissional que passou por grandes corporações. Seu CV tinha quatro páginas, isso
mesmo, quatro páginas, e nós, recrutadores, tendemos a descartar currículos tão longos.
Um estudo do site de empregos Catho, com participação de mais de 400
recrutadores, mostrou que 30% deles levam em média de seis a dez segundos para
eliminar um currículo, tempo no qual decidimos se você está ou não alinhado à vaga.
Eu convido você a inverter os papéis. Coloque-se no lugar do recrutador. Você
dedicaria seu tempo à leitura de um documento repleto de informações desnecessárias,
sem direcionamento, sem objetivo? Pois é, eu também não. Currículos longos deixam o
recrutador perdido, não são atrativos, não destacam experiências que têm ligação com o
cargo buscado.
A vaga foi fechada e, mais à frente, chamei este candidato no LinkedIn para dar
a ele um feedback sobre o CV. Sabe o que ele disse? “O currículo é meu, a trajetória
profissional é minha e eu vou deixá-las em quantas páginas eu quiser”.
Você, como recrutador, acredita que um indivíduo como esse tem
direcionamento? Será que as empresas vão ganhar contratando-o? Como você reagiria
nessa situação?
Meu propósito é que você reflita e entenda a importância de ter um CV
estratégico, que venda não só seu perfil profissional, mas aquilo que você é na essência,
seus valores, e resultados que pode gerar.
Cinco estratégias para colocar em prática agora

1. Alinhe todo o seu currículo à vaga pleiteada.


2. Não destaque mais de três experiências profissionais no currículo.
3. Não precisa colocar vários objetivos no CV, um cargo ou área está
ótimo.
4. Adicione o tópico “resultado” em suas experiências profissionais.
5. Não ponha foto em seu currículo, a não ser que a empresa exija.

O que fazer?

Dados pessoais

Aqui devemos ser bem cautelosos. Muitos extrapolam e colocam todo tipo de
informação, até mesmo números de documentos (RG, CPF). Se esse é o seu caso, não se
preocupe, você está aqui para mudar essa realidade. Então, quais dados pessoais não
devem ser informados?

● Endereço completo. Apenas o bairro, a cidade e o estado bastam.


● Estado civil.
● Número de documentos.
● Dados familiares.
● Religião.
● Raça.
● Nome do colégio que frequentou na adolescência.
● Data de nascimento (só deve ser incluída se a empresa solicitar).

Quais dados pessoais devem ser informados?

● Endereço, bairro, cidade, estado.


● Telefone residencial e celular (se não tiver o residencial, coloque outro, mas evite
informar mais que dois números de telefone).
● E-mail, que deve ser profissional (nada de “gatinha@hotmail.com”, por exemplo).
● Link para perfil no LinkedIn, que deve ser personalizado.

Exemplo:

Paulo Henrique Augustinho Rocha

Endereço: Viena (Justinópolis), Ribeirão das Neves, MG.


Telefone: (73) 9 9957-1568
E-mail: paulo_augustinho@outlook.com
LinkedIn: http://linkedin.com/in/pauloaugustinho

Objetivo

Não use clichês do tipo “Procuro desafios em minha caminhada e quero


continuar crescendo, entregando resultados para as organizações”.
Pare! A empresa vai contratar você para gerar resultados, então não precisa
reafirmar o que já se sabe. Coloque apenas o cargo pretendido. Se não souber, indique
apenas a área/setor em que pretende trabalhar.

Exemplo 1: Analista administrativo.


Exemplo 2: Área administrativa.

Qualificações ou Resumo Profissional

Aqui não é local para escrever uma redação sobre sua trajetória profissional ou
acadêmica, mas de fazer um resumo breve de sua história profissional, usando palavras-
chaves ligadas a posição pleiteada. Lembre-se do trailer de um filme. A ideia aqui é a
mesma: despertar o interesse do recrutador. Por favor, não enfeite, nem invente cargos
que nunca ocupou ou skills (habilidades) que não tem.
Nenhum adjetivo será um diferencial em relação aos seus concorrentes, mas
informar que tem conhecimento do sistema SAP, por exemplo, pode colocar você à
frente de muitos candidatos, se a vaga exigir essa habilidade.
Então, o que fazer?

Faça um resumo breve, focado em suas competências, resultados que gerou para
o empregador em sua trajetória etc. Tudo deve ser muito objetivo e estratégico, para
atrair o selecionador. Veja o exemplo:

Profissional com experiência de sete anos na área administrativa, atua com


gestão de pessoas, elaboração de relatórios para diretoria, indicadores de performance.
Premiado no ano de 2020 pela empresa x por reduzir em 20% a rotatividade de
colaboradores (turnover).
Bacharel em Administração pela PUC-SP (2020).
Inglês avançado e conhecimento em Pacote Office, nível avançado (Word, Excel
e Power Point). Domínio do sistema SAP com ênfase no módulo financeiro.
Equilíbrio emocional, comunicação assertiva, liderança, adaptabilidade
compõem meu perfil.

Observação: Você pode organizar essas informações em texto ou tópicos.

Formação

Se você tem formação acadêmica, por que informar no currículo que tem Ensino
Médio completo? Entenda: nós, selecionadores, sabemos que, se você passou pela
faculdade, sem dúvida tem o ensino médio.
Escreva as informações começando pela mais recente até a menos recente,
usando a seguinte estrutura:

● Nome do curso.
● Nome da organização de ensino (faculdade, curso técnico, Ensino Médio
e Fundamental).
● Data de conclusão ou previsão de conclusão.

Exemplo:

• Bacharelado em Ciências Sociais – Universidade de Santa Catarina.


Status: interrompido.
• Pós-graduação em Gestão Cultural: cultura, desenvolvimento e mercado – Senac.
Ano de conclusão do curso: 2018.

Idiomas

Não informe nível de inglês básico ou espanhol básico, pois esses eu também estudei no
Ensino Médio, assim como milhões de pessoas no país. Lembre-se: o idioma deve
sempre ser colocado a partir do nível intermediário, e esteja ciente de que o seu
conhecimento será posto à prova na entrevista.

Exemplo:

Inglês: Intermediário (lê bem, escreve bem, entende bem)


International Education Center (Minneapolis, MN), 2020, 360 horas.

Veja este fato ocorrido em uma seleção que eu conduzia. O candidato mandou
seu CV e passou na triagem, pois além de ser adequado ao perfil da vaga, tinha um
diferencial, que era o inglês intermediário. Na entrevista, entendi que ele não tinha o
conhecimento em inglês que havia colocado no CV e, para testar até onde ele iria com a
mentira, fiz o seguinte questionamento: “Podemos continuar nossa entrevista em inglês?
Já que tem nível intermediário e em seu currículo consta que fala muito bem”. O
candidato “gelou”, e logo abriu o jogo, informando que a informação constava do CV
porque fazia parte de um modelo que ele havia encontrado no Google.
Jamais faça isso! Seja honesto em seu currículo! Mentiras não duram muito.

Experiência profissional

Aqui você vai colocar as experiências das mais recentes para as mais antigas.
Seja estratégico e acrescente os tópicos “resultados atingidos” e “atividades realizadas”
relacionando-os sempre com a posição a qual está se candidatando. Siga a seguinte
ordem:

● Nome da empresa, cidade ou estado


● Período (mês e ano)
● Cargo
● Atividades: quais eram suas responsabilidades, o que fazia no dia a dia.
● Resultados atingidos: resultados gerados para a empresa. Não invente.

Exemplo:

• Empresa: Augustinho S/A

• Período: 08/2010 – 12/2020

• Cargo: Coordenador Administrativo

• Funções: Coordenação das atividades do Departamento de Pessoal, Financeiro e


Faturamento, lidando com fluxo de caixa, contas a pagar e receber.

• Resultados atingidos: com a organização dos contratos, foram recuperados


mais de R$ 60 mil em utensílios de reposição, os quais não tinham sido
entregues.

Observação: não relate experiências que nada têm a ver com o cargo pretendido. E não
coloque mais do que três experiências profissionais.

Cursos

Informe somente aqueles que têm relação com o cargo que deseja ocupar. Vejo muita
gente se precipitando, por exemplo, pessoas que procuram vaga de ajudante de pedreiro
e incluem no currículo um curso de mecânica. Pergunto: que relação esse curso tem
com o cargo em questão? Não seria mais interessante um curso de confeiteiro? Reflita
sobre isso.
Organize este tópico da seguinte forma: indique o nome do curso, nome da instituição
de ensino, mês e ano de conclusão (ou data prevista para o término) e carga horária
total.
Exemplo:

Mediador de relações – Tribunal de Justiça (out. de 2020) – 10 horas.


Atividades extracurriculares ou Informações adicionais

Aqui você vai colocar trabalhos voluntários, fazendo um resumo deles, o nome
da instituição ou ONG etc. Informe o período, mês e ano da atividade.
Nas informações adicionais, você informará sua disponibilidade para mudança,
se tem veículo próprio, registro de classe profissional.
Use tudo que você aprendeu e monte um CV de sucesso. Ouse sempre. Queira
ser melhor a cada novo dia. Toda a sua trajetória é especial, valorize-a e destaque
sempre os momentos de forma estratégica.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou Paulo Augustinho. Administrador por formação. Sempre fui um jovem


visionário, “fora da curva” e dedicado em tudo que me disponho a realizar. Apaixonado
por pessoas, pelo desenvolvimento pessoal e profissional. Uma motivação diária é saber
que o meu trabalho transforma vidas positivamente e ajuda pessoas na busca por uma
nova oportunidade no mercado.
Estou em busca constante por novas competências. Tenho diversos cursos na
área de Recursos Humanos e procuro diariamente estar atualizado sobre as mudanças
constantes do mercado para entregar resultados melhores a pessoas como você, que
pretendem encontrar uma nova posição profissional.
Sou apaixonado por viagens, já estive em várias capitais do país a trabalho e
passeio, tais como Salvador, Goiânia, São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba,
Vitória. Atualmente moro em Ribeirão das Neves, MG, mas com frequência visito a
Bahia, em especial Juerana, no distrito de Caravelas.
Já fiquei meses mandando CVs para organizações sem receber sequer um
retorno. Mas depois de muito estudo e dedicação, consegui chegar a um modelo de
currículo infalível, que os selecionadores aprovam. Estudei tanto que hoje me tornei
especialista no assunto. Entre aqueles que recebem minha assessoria, 98% chegam a
fazer entrevistas, porque o currículo estratégico é capaz de vender seu perfil
profissional.
Na prática, como fazer o currículo estratégico trabalhar a seu favor?
 Quando o enviar por e-mail, formatar sempre em PDF.
 No assunto do e-mail, escreva: CV + seu nome e sobrenome + Vaga
Analista de RH (este é apenas um exemplo).
 Faça uma carta de apresentação no corpo do e-mail.

Voltando ao caso do rapaz do currículo de quatro páginas, visitei o perfil dele no


LinkedIn e até o presente momento ele ainda não conseguiu voltar para o mercado.
Você imagina por que ele está até agora à disposição das empresas?

Topa um desafio?

Após a leitura deste capítulo, você tem uma semana para elaborar seu currículo
profissional estratégico e enviar para o e-mail paulo_augustinho@outlook.com. Será um
prazer fazer uma análise gratuita do seu cartão de visita!
Estou feliz por ter chegado até aqui. Meu propósito foi mostrar a você que, com
estratégias, seu CV pode e vai ser aprovado nos processos seletivos. O currículo não
deixa de ser peça fundamental nessa etapa da vida. Se você busca uma oportunidade
sólida no mercado de trabalho, invista em seu currículo, no LinkedIn, faça treinamentos
para se sair bem nas entrevistas e seja estratégico!
Estou presente nas principais mídias sociais. Procure-me e vamos conversar!
Amo ouvir novas histórias!
Eu acredito que você é capaz de conseguir ocupar o cargo que quiser e trabalhar
na empresa com a qual mais se identifica. Para isso, basta se movimentar e se munir das
ferramentas certas, não tenha medo de pedir ajuda! Em certos momentos da vida, essa é
uma atitude mais do que inteligente!
6 JOVENS APRENDIZES
Shirley Rocha

Vamos entender como funciona o projeto Jovem Aprendiz. Trata-se de um projeto


federal, instituído pela Lei da Aprendizagem n° 10.097/00. Esse programa é
reconhecido como a primeira oportunidade dos jovens para ingressar no mercado de
trabalho. Por isso, o objetivo é fazer com que empresas adotem um programa próprio,
capaz de capacitar esses jovens.
As empresas que podem ter esse programa são as de médio e grande porte, e a
porcentagem de contratação é de 5% a 15%, variando de acordo com o número total de
colaboradores (headcount). Por isso, é essencial conhecer e acompanhar as principais
métricas e indicadores de RH.

O programa teve início a partir da necessidade de incluir os jovens no mercado


de trabalho, dando-lhes a oportunidade do primeiro emprego, já que a Constituição de
1988 proíbe o trabalho de menores de 16 anos, que é certo pela Lei da Aprendizagem.
As regras são reguladas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
ajustadas de acordo com a realidade dos aprendizes.
O projeto beneficia tanto os jovens quanto as empresas que o implantam, já que
ele gera mão de obra qualificada e preparada para o desempenho das atividades.
Isso só é possível por meio de uma formação técnica-profissional de
complexidade progressiva, com aplicação prática dos conhecimentos obtidos.
O programa acontece a partir de um curso preparatório de aprendizagem com
duração máxima de dois anos, e não exige experiência anterior. Essa capacitação é
composta pela combinação de aulas teóricas realizadas nas instituições capacitadas e
práticas, realizadas diretamente nas empresas.

Como funciona a Lei da Aprendizagem?

A Lei da Aprendizagem é a determinação legal que trata dos assuntos relativos


ao jovem aprendiz. Uma das funções é orientar as empresas sobre como contratá-los.
Essa lei oferece a oportunidade do primeiro emprego, diminuindo a dificuldade
enfrentada para obtê-lo. Por outro lado, atua também na prevenção de quaisquer abusos
que possam ser cometidos contra eles.
Depois de aprimoradas as habilidades de interesse para a função, o jovem
aprendiz poderá dar os primeiros passos rumo à sua profissão. No entanto, para
participar do programa é necessário respeitar algumas determinações. São elas:

• Ter idade entre 14 e 24 anos, cabendo à empresa delimitar a idade mínima e


máxima aceita dentro deste intervalo.
• Caso o aprendiz seja pessoa com deficiência, não haverá limite máximo de
idade para a contratação.
• É necessário (também preferível) que o aprendiz tenha boa frequência e bom
desempenho escolar.

A remuneração é calculada a partir de regras especiais, que partem do total de


horas trabalhadas por mês, incluindo aulas, repouso remunerado e feriados. Para isso,
deve ser calculado o valor mínimo do salário por horas e número de horas trabalhadas
diariamente, que podem chegar, no máximo, a oito horas diárias.
Outra determinação da lei da aprendizagem é que o empregador conceda ao
jovem o 13º salário, assim como férias coincidentes com os períodos de férias escolares.
O jovem aprendiz também terá direito a Seguro Desemprego caso seja demitido
sem justa causa, antes do término do contrato de trabalho.
Em contrapartida, a empresa recebe benefícios fiscais e tributários, que incluem:

• Pagamento de apenas 2 % do FGTS.


• Isenção de multa rescisória.
• Dispensa de aviso prévio remunerado.
• Isenção de acréscimo da Contribuição Previdenciária (para empresas
enquadradas no Simples).

Dúvidas mais comuns

1. O contrato de trabalho do Jovem Aprendiz pode ser rescindido?

Sim. O aprendiz poderá ter o contrato de trabalho rescindido antecipadamente


em caso de encerramento das atividades da empresa, morte do empregador ou falência.
Nessas hipóteses, terá direito, além de verbas rescisórias devidas, à indenização prevista
pelo artigo 479 da CLT.

2. Como me incluir no programa Jovem Aprendiz?

O programa Jovem Aprendiz oferece a formação técnico-profissional que


normalmente é ofertada por instituições convencionadas, como CIEE, Senac, Senai,
entre outros.

3. Qual é a diferença entre Menor Aprendiz e Jovem Aprendiz?

É comum vermos a divulgação de vagas para “Menor Aprendiz” ou vaga para


“Jovem Aprendiz”, porém, trata-se do mesmo programa. A diferença é apenas a faixa
etária. Os Menores Aprendizes devem ter idade entre 14 e 18 anos e cursar o Ensino
Fundamental, e os Jovens Aprendizes têm idade entre 18 e 24 anos incompletos e
cursam o Ensino Médio, ou já concluíram os estudos.

4. O que esperar do programa Jovem Aprendiz?

O programa Jovem Aprendiz, regulamentado pela lei n° 10.097, é uma estratégia


do Governo Brasileiro para possibilitar o acesso ao primeiro emprego aos cidadãos até
certa faixa etária, além de trazer oportunidades profissionais. Outro objetivo desse
projeto é a aprendizagem de um ofício no dia a dia do trabalho.

5. Quais funções o Jovem Aprendiz não pode exercer?


O trabalho do Menor Aprendiz não pode ser realizado em locais prejudiciais à
sua formação, seu desenvolvimento físico, psíquico-moral e social e em horário e/ou
locais que não permitam a frequência escolar.
Ainda falando sobre novos trabalhadores, que buscam inclusão no mercado de
trabalho, quero falar sobre as inseguranças destes e a falta de clareza ao iniciar suas
vidas profissionais.
Os testes vocacionais são uma boa ferramenta nesse momento de indecisão,
pois permitem o autoconhecimento e a clareza de identidade vocacional para fazer a
escolha da profissão que lhe faz sentido.
Esses testes vocacionais possibilitam uma tomada de decisão mais consciente e
um olhar para a saúde e bem-estar, integrando o pensar, o agir e o querer, permitindo
que o jovem seja protagonista das suas escolhas.
Também existem outras ferramentas que ajudam a descobrir quais são as
competências e os comportamentos necessários para exercer uma função com mais
assertividade, destravando inibições e fortalecendo a autoestima.
Por falar em comportamento, esses perfis permitem também trabalhar a
agressividade, a impulsividade e alguns comportamentos que podem se tornar
inadequados no ambiente de trabalho e na vida pessoal como um todo, sejam gestos,
fala, tratamento com os seus superiores ou colegas, vícios de linguagem, apresentação
pessoal, entre outros.
O jovem é um diamante em lapidação! É preciso uma atenção especial nesse
começo.

Sete estratégias para descobrir a sua vocação profissional

1. Observe suas características pessoais.


2. Saiba o que você não quer.
3. Faça uma escolha consciente.
4. Busque atividades prazerosas.
5. Conheça a si mesmo e o mercado.
6. Confira tendências e realidades profissionais.
7. Faça testes vocacionais e converse sobre o assunto.
Minhas dicas para esse começo

Valorize sua saúde emocional: Você iniciará sua carreira profissional, e esse novo
ambiente requer uma postura mais formal. Lembre-se: você não está no ambiente
escolar, então diminua as brincadeiras, respeite as regras da empresa, seja atencioso não
só com o trabalho mas com as pessoas; seja caprichoso, pontual e, acima de tudo,
profissional.

Cuide do seu currículo: Ele é a sua identidade profissional e, ainda que você não tenha
nenhuma experiência, é possível, sim, redigir um bom currículo e se apresentar de uma
forma assertiva.

Escolha a empresa na qual deseja trabalhar: Isso mesmo! Faça uma relação mínima
de 10 empresas ligadas ao seu perfil ou a sua aptidão, lembrando que são empresas de
médio e grande porte que participam do programa Jovem Aprendiz. Estude a cultura da
organização (missão, visão e valores) e veja o que combina com você. Não existe nada
mais frustrante do que trabalhar em uma empresa de que você não goste.

Prepare-se para a entrevista: Muitas vezes achamos que sabemos tudo. Pode ser que
sim, mas, na hora da entrevista, a ansiedade e o nervosismo podem atrapalhar. Nesse
momento, a inexperiência pode limitar o seu jogo de cintura. Fique esperto!

Apresentação pessoal: Não use uma roupa de “ir para a balada” em uma entrevista de
emprego! Lembre-se: o ambiente de trabalho é um lugar formal. Evite excessos na
maquiagem, nas unhas, no cabelo, no perfume. Menos é mais nessas horas, não
esqueça! Quanto aos meninos, estes também devem tomar cuidado: nada de boné, barba
e cabelo para fazer! Sejam discretos.

Treine: Isso é fundamental. Treine as possíveis perguntas que irão fazer a você e as
respostas inteligentes que você dará. Treine a postura corporal e a apresentação pessoal.
Isso garantirá o sucesso da sua entrevista.

Esses cuidados farão você se sentir mais autoconfiante.


Quero contar um pouco da minha vida para você

Chamo-me Shirley Rocha. Sou formada em Gestão de Negócios como


Assistente em Recursos Humanos desde 2016 pelo Senac.
Meu pai era meu mentor, mas ele faleceu quando eu tinha 23 anos e fiquei sem
as orientações dele. Isso me deixou um pouco perdida, e enfrentei alguns momentos
difíceis.
Meu primeiro contato com RH foi em 2001, quando trabalhei para uma empresa
de grande porte, a Niely Cosméticos.
Naquela ocasião, passei por um processo seletivo criterioso para o cargo de
Demonstradora Júnior para um extra de Natal (vaga temporária), mas meu desempenho
foi excelente, e isso me rendeu um convite para outro processo, dessa vez interno, para
o cargo de Coordenadora de Merchandising. E fui promovida! Nessa função eu era a
gestora que avaliava os candidatos, e eu sempre fui muito feliz nas minhas escolhas.
Daí surgiu a paixão pelo RH. Quando, nesse ano, eu decidi trabalhar com
consultoria, olhei para o mercado de trabalho e vi a dificuldade que o público jovem
enfrenta para ingressar nele, o que me fez lembrar do começo da minha trajetória
profissional.
Então, resolvi acolher esse público, que já conhecia das minhas experiências
dentro da igreja. Como também já havia trabalhado com esse público na Niely, pela
qual também tenho uma enorme simpatia, não hesitei: criei o workshop on-line para
jovens aprendizes e aqueles que buscam o primeiro emprego, o #FICABEMNAFITA.
Esse workshop já é um sucesso, com resultados positivos em nível nacional. É
um treinamento feito em sete etapas, no qual revelo os bastidores de um processo
seletivo.
Caso queira conhecer o meu projeto, fique à vontade e me siga no Instagram
(@Shirley_aliancarh), e no Facebook (ALIANÇA RH).
7 LINKEDIN: COMO SE PLANEJAR PARA UTILIZAR A FERRAMENTA

Andressa de Oliveira Vasconcelos

“Temos tempo suficiente, se o usarmos direito.”


(Johann W. V. Goethe)

O LinkedIn é uma rede social para promover o relacionamento de pessoas,


interagir sobre assuntos relacionados ao ambiente de trabalho, à carreira, não apenas um
currículo on-line. Os recrutadores (ou headhunters) o utilizam para captar candidatos
para possíveis vagas. Portanto, use a rede como seu cartão de visita! Seu
comportamento pode ajudar ou atrapalhar sua busca por recolocação profissional, tudo
depende de como é o seu comportamento.

O que você posta nas redes sociais?


Qual é a imagem que você quer passar?

Crie o hábito de interagir, siga pessoas do mesmo meio de trabalho, otimize sua
página para trabalhar melhor sua marca, sua empregabilidade.
Eu costumo dizer aos meus “mentorados” que um currículo bem feito torna uma
página do LinkedIn bem feita também! Para ter um LinkedIn atrativo, indico,
primeiramente, que se faça uma pesquisa sobre as habilidades do seu cargo. Um
exemplo: as palavras-chaves relativas ao cargo de Recepcionista são: atendimento ao
cliente, atendimento telefônico, organização, recepcionar clientes etc. Conhecendo as
palavras-chaves que fazem parte das suas atividades (nos trabalhos anteriores ou atuais),
você as utiliza ao criar seu perfil, o que faz com que ele apareça em buscas para vagas
de Recepcionista.
Nunca minta sobre suas habilidades e competências. Você pode ser
desmascarado na experiência. E o item “sobre” é muito importante no seu perfil. Nele,
você descreve tudo que é capaz de fazer. Elabore um texto atrativo, que prenda a
atenção das pessoas. Isso lhe dará mais chances de ser visto.

Por que é importante que você saiba disso?

 As palavras-chaves são importantes na hora em que os recrutadores


buscam perfis para ocupar vagas.
 Tenha em mente que um perfil atuante no LinkedIn aumenta sua
visibilidade para uma empresa e as chances de recolocação no
mercado de trabalho.
 A URL (Uniform Resource Locator, Localizador Uniforme de
Recursos) – deve ser personalizada.
 Use foto profissional em seu perfil. Pesquisas mostram que perfis
com foto são muito mais visualizados e o deixam mais completo.
Mostre seu potencial para os olhos do mercado.
 Inicie uma conexão com outro usuário com uma saudação e uma
frase que demonstre seu trabalho. Nunca inicie uma conexão
enviando diretamente o seu currículo.

Os três maiores erros que as pessoas cometem no LinkedIn

1. Fazer publicações desnecessárias.


2. Não interagir com outras pessoas da área.
3. Não completar ou não atualizar o perfil.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. A maioria dos candidatos utiliza esta ferramenta como auxílio para


atuação profissional, para conseguir um melhor engajamento.
2. Planeje estratégias no seu conteúdo, mostre sua verdade ao público
para alcançar mais visualizações.
3. Fale de assuntos reais, escreva artigos pelos quais o recrutador
poderá identificar seu perfil, mostre engajamento.
4. Demonstre à sua rede de contatos seus interesses e qualidades.
5. Quando receber uma recomendação, demonstre gratidão e deixe claro
que está disponível para ajudar.

Compartilho agora um caso real que presenciei, para que isso não aconteça com
você.
Como recrutadora, tenho o hábito de olhar o LinkedIn dos candidatos que
participam de um processo. Após analisar o currículo e o perfil do candidato no
LinkedIn, quis entrevistá-lo, pois ele tinha todas as qualidades que a empresa estava
procurando.
O João era engenheiro, tinha um currículo maravilhoso. Havia desenvolvido
vários projetos na sua trajetória profissional, falava dois idiomas.
Encaminhei o João para a última entrevista na empresa, a gestora o adorou, falou
muito bem dele, mas, para minha surpresa, ela o recusou.
Por que ela fez isso?
Eu não olhei o perfil do João no Facebook, mas ela sim. No feed do candidato,
havia postagens sobre diversos assuntos e a maioria era sobre greves. Ele postava
“memes” a respeito e incentivava greves.
O argumento dela foi: “O João, na primeira oportunidade, irá incentivar uma
greve na minha indústria e não quero isso”. Ele não sabia que poderia receber uma
negativa em sua entrevista, e tinha a esperança de conseguir um novo emprego. A
resposta negativa o desmotivou.
Atitudes e ações refletem na forma como você se comporta nas redes sociais.
Então, será que vale a pena se expor desse jeito? Nós transmitimos o que somos. O
João, mesmo tendo um ótimo currículo, foi prejudicado na busca de uma recolocação
profissional por suas postagens. Embora fosse esforçado e atuante no LinkedIn, a
exposição afetou sua carreira profissional, deixando-o desempregado por meses, com
uma condição financeira difícil, apesar de sua escolaridade e experiência profissional.
Como recrutadora, vejo muitos candidatos cometerem esses erros, e eles sequer
sabem a razão pela qual não prosseguiram para as etapas seguintes da seleção.
Procure estudar seus erros. Cada “não” deve deixá-lo mais estruturado para a
próxima seletiva. Treine, estude, fale consigo mesmo na frente do espelho. Isso ajuda a
perder a vergonha e você ficará mais preparado(a) para o momento da entrevista.
Como fazer um perfil no LinkedIn?

Agora quero que você olhe as suas redes sociais... E ponha a mão na massa!
Se você tem perfil no LinkedIn, siga os passos abaixo. Se não tem, vamos
construir um!

 Escolha uma foto de perfil apropriada.


 Se preferir, altere a foto de capa.
 Pesquise suas palavras-chaves.
 Coloque os cargos que já teve no campo Busca de Emprego.
 Desenvolva o texto com todas as suas qualificações.
 Informe em quais empresas trabalhou anteriormente.
 Personalize sua URL.
 Adicione pessoas que trabalham ou trabalharam com você.
 Comente, crie artigos.
 Coloque ações solidárias ou trabalho voluntário.
 Informe que fez cursos de aperfeiçoamento.
 Informe seminários dos quais tenha participado.
 Diga qual é sua formação escolar, independentemente de o curso
estar em andamento, trancado ou já finalizado.
 Informe se fez intercâmbio.
 E, caso sinta-se confortável, deixe público um “vídeo-apresentação”.

Ensinaremos como fazer um vídeo no capítulo 15 deste livro, para que as


pessoas da sua rede possam conhecê-lo(a).
Acredite: você pode! Basta ter foco, planejamento e força de vontade para mudar
suas atitudes. No final dessa trajetória, seu sucesso será recompensador.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou Andressa de Oliveira Vasconcelos, me formei em Gestão de Recursos Humanos,


concluí o MBA em Consultoria Empresarial no ano de 2017, sempre realizando cursos
na área de pessoas. Após 15 anos atuando em empresas, idealizei a “valoRHiza”,
consultoria em gestão de pessoas para impactar as pessoas para o bem e transformar
suas vidas. Desde 2020 me dedico apenas à minha empresa.
No início da consultoria tive muitas dúvidas: se estava no caminho certo, se teria
clientes... Porém, ter horários diferenciados, estar com a família e poder viver do meu
trabalho no conforto do meu lar é gratificante e recompensador.
Em 2008, iniciei a faculdade de Recursos Humanos, após me apaixonar pela
área. Trabalhando no escritório de uma loja, iniciei em RH sem experiência e sem
formação. Como morava sozinha desde os 18 anos de idade, enfrentei muitas
dificuldades, inclusive financeiras, para concluir os dois anos. Acordava antes das cinco
da manhã para ir trabalhar. Fazia a pé o trajeto entre o trabalho e a faculdade e só
chegava em casa perto de 1h da madrugada. Durante muitas noites, ficava acordada para
fazer trabalhos e estudar para as provas. Vi muitos colegas de faculdade desistirem no
primeiro semestre, mas eu continuava forte no meu propósito e, a cada término de
semestre, sentia aquele alívio por saber que tinha conquistado mais um período, com
notas acima da média sempre!
Tenho como referência dois professores, cujos ensinamentos e palavras
permanecem na minha memória até hoje. Aprendi muito na faculdade, até mesmo a
fazer cálculos de folha que, hoje, vejo muitos reclamando que as faculdades não
ensinam mais.
Eu sempre digo para quem está iniciando uma graduação que “quem faz a
faculdade é o aluno”. Esperar que tudo “caia do céu” não é a melhor estratégia para
aprender e desenvolver-se. É preciso ter foco e persistir no que deseja.
Além dos exemplos que tive na vida, há muitas pessoas que também me
incentivaram a correr atrás dos meus sonhos e sou muito grata a todas elas.
Agora faço parte do projeto “O Maior Programa de Emprego do Brasil”, no
qual, por meio de nossos conhecimentos e vivências na área, ajudaremos muitas pessoas
a construir uma carreira linda e a conquistar um novo emprego.
Retornando ao caso do João: como você, ele também é livre para fazer o que
quiser, principalmente nas redes sociais. Mas o mau uso das redes pode prejudicar uma
pessoa. Tome cuidado com postagens e comentários.
8 LINKEDIN COMO REDE DE CONTATOS
Letícia Marques

“Experiência não é o que acontece com um


homem, é o que o homem faz com o que lhe
acontece.” (Aldous Huxley)

Networking é um termo de origem inglesa que une as palavras net (rede) e work
(trabalho).
“Rede de contatos” são pessoas do seu relacionamento que podem ajudar você a
conquistar um emprego. Trata-se de uma ferramenta de marketing pessoal.
Para ter uma rede eficiente é preciso se relacionar com pessoas diferentes,
construir sua rede com profissionais para que eles possam conectar você a outros.
Em seu perfil no LinkedIn, faça networking, troque, converse, escreva artigos
que agreguem valor às outras pessoas.
Procure fazer artigos sobre assuntos do seu interesse, pois eles ajudarão o seu
perfil a ter mais visibilidade. Será uma grande construção e, ao longo dos dias, você
alcançará mais seguidores (observando conexões corretas), o que poderá resultar no seu
próximo emprego.
Lembre-se de que o networking vai além das pessoas próximas, do seu convívio.
Pense no que pode acontecer além de uma conversa. Ao reencontrar um contato que
você não vê há anos, quebre o gelo e, quando for possível, fale sobre seus interesses,
aumentando, assim, sua rede e mantendo-a ativa.

Por que é importante saber sobre networking?


Por meio do networking é possível compartilhar ideias, conhecimentos e
informações, além de aprender muito com os sucessos e fracassos alheios, seguindo
exemplos ou evitando erros. Portanto, torna-se primordial fortalecer seus contatos já
existentes, bem como procurar novos relacionamentos, que possam lhe ensinar lições
inéditas.
Todo esse processo proporciona uma série de mudanças em sua atuação nas
redes sociais, bem como a ampliação das oportunidades de trabalho. É possível observar
algumas atitudes que podem levar você ao sucesso:

 Peça para um amigo fazer o contato inicial.


 Selecione as pessoas com quem tem contato para evitar desgastes.
 Tenha contatos de qualidade.
 Inicie o primeiro contato on-line, de forma profissional.
 Proporcione uma relação de troca para que ambas as partes ganhem.
 Reative contatos com pessoas de empregos anteriores.
 Não descarte os contatos de outras redes sociais e aplicativos.
 Redes sociais são ótimas para buscar possíveis amigos.

Os três maiores erros que as pessoas cometem nas redes sociais

1. Conhecer pessoas aleatoriamente.


2. Relacionar-se com pessoas com o intuito de paquerar.
3. Conversar/interagir com pessoas sobre assuntos desnecessários.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. Estar informado, ter foco, saber explicar com naturalidade o que você
faz.
2. Ter um portfólio sobre seus projetos ou criações, estar pronto para
surpresas.
3. Ser proativo, generoso, leal e participativo com a sua rede de
contatos.
4. Criar novas oportunidades, ouvir mais.
5. Ser você mesmo.

Um caso real

Maria iniciou sua trajetória profissional com muitas dúvidas sobre qual carreira
seguir. Ansiosa, decidiu fazer um teste vocacional para saber se faria a escolha correta.
Após finalizar o teste, optou pela carreira de professora, mas não imaginava o que
enfrentaria em sua nova trajetória profissional.
Cursando a faculdade, chegou o momento de procurar um estágio! Recorreu a
uma amiga com mais experiência no mercado de trabalho e buscou vagas disponíveis.
Foi chamada para sua primeira entrevista. A recrutadora perguntou se Maria tinha perfil
em redes sociais e informou que isso fazia parte do processo seletivo, a inscrição seria
feita pelo LinkedIn. Maria ficou surpresa. “Nossa! Nem conheço essa rede de contatos e
sou iniciante na minha área”.
Como a recrutadora exigia tais requisitos, Maria foi excluída do processo
seletivo.
Além de não ter perfil no LinkedIn, Maria não tinha um networking que pudesse
ajudá-la no início da sua carreira.
Ao iniciar sua carreira, tenha um perfil ativo nas redes sociais, como o LinkedIn,
isso será essencial para encontrar novas oportunidades dentro da sua trajetória
profissional.
Maria me contratou para ajudá-la a montar seu LinkedIn e abrir portas para sua
nova carreira como professora. Aos poucos foi dominando a ferramenta e conseguiu seu
primeiro estágio, após alguns meses de procura. Busque atualizar suas redes sociais com
experiências profissionais, cursos e trabalhos voluntários.
Maria está feliz, dedicada ao seu novo estágio e o início negativo serviu como
exemplo.

O que fazer?

 Trace uma estratégia para se aproximar das conexões que podem


ajudar você a atingir seus objetivos.
 Tenha um comportamento exemplar, assim como um perfil claro e
atualizado, seja influenciador.
 Mostre sua capacidade, seus conhecimentos.
 Dedique tempo ao seu networking, tenha engajamento e faça
considerações/comentários pertinentes aos assuntos discutidos;
 Mostre ao seu público o quanto um assunto pode ser interessante;
 Faça um planejamento estratégico de marketing pessoal que o
ajudará a alcançar suas metas.

Topa um desafio?

Você já fez ou atualizou seu LinkedIn com o conteúdo do capítulo anterior?


Agora, então, utilize uma agenda, um aplicativo ou planner para organizar seu dia e o
tempo que dedicará a fazer networking.
Interaja com pessoas na rede usando as estratégias deste capítulo. Assim, você
não perde o foco e não procrastina seus objetivos.
Faça posts todos os dias, interaja com a rede. Compartilhe os posts de suas redes
de contatos.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou a Leticia Aguiar Marques. Iniciei a faculdade de Gestão de Recursos


Humanos em 2013. Após quatro anos, me formei em 2017, e decidi fazer RH para poder
ajudar as pessoas e para saber lidar com minha equipe, que tinha muitos problemas de
relacionamento e liderança.
O que aprendi na faculdade de RH vai além dos meus ensinamentos! Posso levar
tudo que aprendi para a parte pessoal e, no profissional, mudar esse pensamento:
devemos passar a outros profissionais o que aprendemos, delegar. Tudo que sei faz com
que me sinta, a cada dia, mais realizada com a minha profissão!
Sou feliz por tudo o que ainda vou aprender, dedico meu tempo a ensinar o
próximo!
9 REDES SOCIAIS: MAIOR CANAL DE DIVULGAÇÃO DO SEU NOME
PARA O MUNDO

Cleia Elaine Soares

“O sentido da vida é encontrar o seu dom.


O propósito da vida é compartilhá-lo.”
(Pablo Picasso)

Você já parou para pensar sobre qual é o seu dom?


Qual é o seu talento?
O que você é no seu íntimo?

Todos nós temos um talento especial que pode se tornar nosso trabalho. Sabe
aquela pessoa espontânea, que ama conversar com todos? Esse é um talento que pode
ser utilizado em Atendimento ao Cliente e Vendas. E aquela pessoa introvertida e
analítica? Temos um talento que pode ser utilizado para um serviço administrativo, na
área de documentos, que exige mais atenção e concentração.
Estou aqui para perguntar para você: Qual é o seu dom? Qual é o seu talento?
Qual é o seu propósito de vida?
Sei que em alguns momentos sentimos angústia, desespero, parece que o mundo
nos fechou as portas. Talvez, neste momento, você esteja em busca de emprego, talvez
esteja em uma empresa na qual não se sinta feliz. Nessas situações, parece que o mundo
é negro e que não há possibilidade de melhora.
Estamos aqui porque acreditamos que você tem um talento especial, que você é
uma pessoa de excelência, que nasceu para brilhar e realizar seus sonhos!
Pablo Picasso disse que “O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito
da vida é compartilhá-lo”. E qual é o melhor lugar para compartilhar nosso propósito de
vida? Pode ser na família, com amigos, na igreja, com as pessoas que conversamos
habitualmente. Só que agora temos a dádiva de poder espalhar nosso pensamento para o
mundo. Sim: a internet nos possibilitou encurtar distâncias, conversar com familiares
que estão longe, encontrar um amor do outro lado do mundo, mostrar nossas ideias para
qualquer pessoa com acesso à rede.
Isso é maravilhoso! Temos à nossa disposição o maior veículo de comunicação
da humanidade!
Estou aqui para mostrar que você pode mostrar seu talento nas redes sociais,
pode chegar rapidamente ao emprego dos seus sonhos, fazer contato com infinitas
pessoas. Tudo isso está a um toque do seu celular, quase de graça.
Você tem perfil no Facebook? Instagram? LinkedIn? TikTok? WhatsApp? Se
tem, já pensou que você tem acesso ao mundo?
Como você se posiciona nas Redes sociais? O que você posta? Quais são as
coisas que você compartilha?
Quem busca emprego tem a oportunidade maravilhosa de divulgar seu nome: é
como uma emissora de televisão estivesse ao seu alcance. Nas redes sociais você pode
mostrar seu talento e compartilhar seu propósito de vida.

Por que é importante que você saiba disso?

 Porque uma parcela grande de pessoas que procuram emprego se


posiciona mal nas redes sociais.
 Porque, em geral, as empresas verificam seu perfil nas redes sociais.
 Porque parte das vagas de emprego são divulgados nas redes sociais.

Os três maiores erros que as pessoas cometem nas redes sociais

1. Ter um perfil público com postagens polêmicas, fúteis, sobre


política, sexo, usar palavrões, envolver-se em discussões, brigas,
violência.
2. Não utilizar LinkedIn: é a maior rede profissional do mundo. Você
tem LinkedIn? Seu perfil está atualizado? O que você posta?
3. Utilizar as redes sociais para reclamar, falar mal das empresas e das
pessoas de RH. Criar um muro de lamentações: passar grande parte
do tempo postando queixas e coisas negativas.

Quero contar casos reais. O objetivo é que você perceba o que tem feito
corretamente e pontos que podem melhorar:

No Facebook, uma moça de 19 anos me procurou dizendo que não conseguia


emprego e precisava de ajuda com seu currículo. Fiz a análise do documento e algumas
correções. Entrei no perfil dela no Facebook e... Meu Deus!
Faça o seguinte exercício comigo: você é a pessoa do RH que está fazendo uma
seleção e é responsável pela contratação. O objetivo é conseguir um profissional para
Atendimento ao Cliente, uma pessoa simpática e com boa vontade.
Você entra no perfil do Facebook dessa moça e encontra:

 Fotos sensuais em quase todas as postagens.


 Muitas postagens falando de festas, mostrando os amigos dela,
bêbados, dançando.
 Uso excessivo de palavrões, várias postagens xingando pessoas.
 Frases de ódio.
 Reclamações sobre a família.
 Apologia ao crime, várias fotos incitando atos contra a lei.
 Vários convites para grupos de pichação e de encontros para briga.

Você, que precisa fazer uma contratação imediata, chamaria essa moça para uma
entrevista?
Conversei com ela em particular, e orientei: “O que você quer comunicar às
pessoas?”. Ela me disse: “Sou assim mesmo, quem não quiser me contratar que vá...
(palavra de baixo calão)”.
Em sua opinião, como essa moça se comportaria na empresa? O que ela faria se
um cliente fizesse uma reclamação? Qual seria o comportamento dela se um colega de
trabalho agisse de modo inadequado?
Claro que esse caso é extremo, mas fiz questão de relatá-lo porque quero que
você pense no quanto nos comunicamos por meio de fotos e frases.
O que você posta nas suas redes sociais? Como você utiliza esses espaços para
mostrar seus talentos e propósito de vida?
Pare e pense!

Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. Observe suas redes sociais. O que elas mostram a seu respeito? O que
você comunica para os outros?
2. Se fizer uma postagem sobre temas pessoais, considere uma destas
opções: a) deixe-a em modo privado; b) falar do assunto em um
grupo fechado do WhatsApp com pessoas da sua confiança.
3. Mostre seus talentos. Poste coisas relativas ao seu interesse de
trabalho, mesmo que não esteja trabalhando.
4. Foque em “coisas do bem” e mensagens positivas.
5. Faça contato com as pessoas certas, estabeleça networking, conecte-
se com pessoas de RH, entre em grupos de emprego.

O que fazer?

As redes sociais são grandes veículos de comunicação com o mundo. Boa parte
do que acontece no mundo físico também está no digital. As empresas buscam
profissionais em grupos de WhatsApp, Facebook e LinkedIn.
Quero contar uma coisa importante: as redes sociais funcionam com base em
algoritmos, uma matemática que calcula tudo aquilo de que você gosta e não gosta.
Toda rede social quer mantê-lo o maior tempo possível na plataforma, e para isso o
algoritmo mostra aquilo que você quer ver.
Mariazinha
Joaninha
Ajuda com
Atendimento Marketing Curso
dicas Reclamaçã
Fofoca Discussão Falar mal
o
Fonte: a autora

Nas imagens temos o comportamento da Mariazinha e da Joaninha nas redes


sociais. Mariazinha faz postagens, curte e compartilha assuntos relacionados a
atendimento ao cliente, marketing, cursos e dá dicas.
Joaninha faz postagens, curte e compartilha fofocas, discussões, fala mal dos
outros, reclama.
Lembre-se da matemática do algoritmo, e que cada rede social quer que o
usuário permaneça muito tempo conectado. Temos duas postagens:

 Vaga de emprego na área de Marketing.


 Uma postagem reclamando que no Brasil não tem emprego.

Quem você acha que vai receber primeiro a postagem com a vaga de emprego?
Mariazinha ou Joaninha?
É isso mesmo: somos nós que fazemos nossa rede social. Cada postagem que
chega para mim e para você é proposital. O que você posta nas suas redes sociais? O
que você vê com frequência?
Voltando ao caso da moça de 19 anos que me procurou para ajudá-la com seu
currículo. Infelizmente, ela continua reclamando nos grupos que não consegue emprego.
Você tem ideia do porquê?
Gostaria, ainda, de falar sobre a Fabrícia Knupp
(https://www.linkedin.com/in/fabricia-knupp/). Eu a entrevistei no meu Instagram, e a
história dela me impressionou.
Um dia estava no LinkedIn e vi uma postagem da Fabrícia. Comecei a
acompanhá-la. Na época ela procurava oportunidades na área de RH. Suas postagens
sempre eram positivas, tinham conteúdo informativo, ajudavam os colegas. Eu a
indiquei para uma vaga em uma empresa (não deu certo). Ela foi chamada para várias
entrevistas e conseguiu emprego.
Eu pergunto: o que aconteceu com a Fabrícia? Ela correu atrás do seu sonho.
Mostrou seu talento, foi persistente, e conseguiu sua oportunidade porque investiu
tempo na promoção das suas redes sociais.

Topa um desafio?

Por 30 dias, você pode:

 Cuidar das suas redes sociais de forma profissional.


 Fazer postagens relativas à área que você quer atuar.
 Fazer amizade com pessoas da área – estabelecer contato.
 Foque em coisas boas. Procure ler e interagir com pessoas “do bem”.
 Mostre seu talento para o mundo.
 Tenha uma rotina diária para cuidar das suas redes.
 Digite seu nome no Google: o que aparece?

Meu objetivo é mostrar que temos um ativo valioso: nossas redes sociais, que
são uma fonte de propaganda daquilo que fazemos. Se você busca emprego ou quer
outra oportunidade, invista nas suas redes sociais.
Estamos aqui porque acreditamos que é possível que você encontre sua
oportunidade de emprego.

Acredite em você!
Você tem um talento especial que merece ser mostrado para o mundo!
Você é uma pessoa especial!
Acredite: seu momento está chegando!
Você merece realizar seus sonhos, ter um emprego que proporcione ganhos financeiros
e a realização do seu propósito de vida!

Quero contar um pouco da minha vida para você


Sou a Cleia Elaine Soares. Faz 22 anos que sou formada em Psicologia. Entrei
na faculdade em 1993. Naquela época, havia a sala do “xerox”, e cada professor tinha
uma pasta com capítulos dos livros para que os alunos fizessem cópias. Eu passava
muito tempo na biblioteca para fazer meus trabalhos.
Sempre amei ler e estudar. Fiz muitos cursos de formação. Investi parte dos
meus ganhos em cursos e uma pós-graduação. Já fiz curso aos sábados e domingos.
Acredito que estudar é um caminho maravilhoso para conseguir realizar meus sonhos.
Hoje moro em Curitiba, e já tive oportunidade de viajar para vários lugares do Brasil e
do mundo, como Portugal, Itália, França, Espanha e tantos outros.
Tenho 47 anos e confesso que às vezes “me bato” para começar a utilizar as
redes sociais. Sei que há pessoas que têm uma facilidade muito maior. E o que eu faço?
Entro no YouTube e acesso tutoriais para aprender a usar determinados sites.
Hoje faço muitas postagens nas redes sociais. Isso me ajuda porque as empresas
me procuram para saber do meu trabalho. Sempre tenho clientes. Essa divulgação tem
um nome: Gatilho Mental da Autoridade.
O Gatilho Mental da Autoridade significa mostrar que você sabe tanto sobre um
assunto que as pessoas o veem como uma autoridade naquele tema. E como você pode
colocá-lo em prática?

 Poste assuntos relacionados ao seu campo de trabalho. Por exemplo: se você está
procurando emprego na área de Logística, poste nas redes sociais notícias, fotos,
textos, comentários sobre o tema.
 Entre em grupos que falam sobre sua área de atuação. Busque trocar ideias com
pessoas desse campo.
 Faça cursos. Você pode fazer a seguinte programação: todos os dias, reservar 15
minutos do seu tempo para fazer um curso gratuito. Comente nas suas redes
sociais o que está estudando.
10 ENTREVISTA DE EMPREGO PRESENCIAL

Gabrielle do Carmo

“Uma chave importante para o sucesso é a


autoconfiança. Uma chave importante para a
autoconfiança é a preparação.”
(Artur Ashe)

Você recebe uma ligação dizendo que o seu currículo foi analisado e que uma
entrevista foi agendada. E agora? Como se portar quando estiver “frente a frente” com o
RH? Como se destacar dentre muitos outros candidatos?
Todos nós sabemos que o currículo é a porta de entrada para conquistar a “tão
sonhada vaga”. Quando conseguimos um agendamento de processo seletivo, surgem a
ansiedade e o medo de não se sair bem na entrevista.
As empresas atuais trabalham com dois tipos de entrevista: on-line e presencial.
Neste capítulo falaremos sobre a entrevista presencial, para que você se sinta
entusiasmado e preparado para encarar esse momento tão temido, e conquistar seu
trabalho dos sonhos.
A entrevista de emprego tem como objetivo possibilitar ao recrutador conhecer
melhor o candidato, obtendo informações relevantes que talvez não tenham sido
descritas no currículo. É importante também para obter informações profissionais e
pessoais, confirmando se o candidato se encaixa na cultura ou no “fit cultural” da
empresa.

Por que é importante que você saiba disso?

Muitos candidatos não se preparam e passam ao recrutador de que “caíram de


paraquedas” no processo seletivo. Ou se deixam levar pelo nervosismo e pela ansiedade,
o que os leva a não falar tudo o que queriam ou deviam.
Segue o ranking dos três maiores erros cometidos por candidatos à uma vaga de
emprego, para que você entenda o que não deve fazer em uma entrevista presencial:

1. Falta de preparo

Por mais que este pareça ser um erro óbvio, muitos candidatos vão para uma
entrevista e não sabem nada sobre a empresa, sua história, setor de atuação,
posicionamento no mercado etc. Usualmente, o recrutador faz perguntas como: “O que
você sabe sobre a nossa empresa”, ou: “Por que você se vê trabalhando conosco?”. São
perguntas simples, mas muitos candidatos não sabem o que responder, começam a se
enrolar e isso pode ser um erro fatal, que elimina muitos imediatamente!

2. Comunicação inadequada

Muitos candidatos têm um nível de comunicação “pobre”. Não “pobre” de


dinheiro, mas uma linguagem totalmente inapropriada para o momento, que é mais
formal. Muitos candidatos são tão acostumados a vícios de linguagem que, às vezes
usam termos informais como “né”, “então”, “daí”, “entende”, entre outros, sem
perceber. E o uso de gírias em uma entrevista de emprego nem precisa ser comentado.

Ainda falando sobre comunicação, precisamos destacar dois tipos de candidatos:

2.1 O tagarela: o recrutador faz uma pergunta pontual, a pessoa começa a falar demais e
acaba se perdendo. Entenda que o recrutador precisa saber mais sobre a sua vida pessoal
e profissional, mas não da sua história completa, desde a infância. Aqui, lembre-se: seja
ético e, mesmo que tenha tido problemas na empresa anterior, pense bem se realmente é
necessário expor isso, pois reclamar de um ex-gestor diz muito mais sobre você do que
sobre ele. Se for necessário, exponha apenas os fatos, sem prolongar o assunto.

2.2 O monossilábico: é muito difícil para o recrutador entender quem é você se as


perguntas são respondidas usando duas ou três palavras. Mesmo que você seja
tímido, a entrevista é a chance que o recrutador tem para conhecê-lo melhor, e
muitas vezes, falar pouco mais do que “sim”, “não” ou “aham” pode causar a
impressão de que você gostaria de estar em qualquer outro lugar, menos naquela
entrevista.

Resumindo: evite excessos, você não precisa ser nem o tagarela nem o
monossilábico! Seja claro e objetivo em suas respostas.

3 Vestimenta e postura inadequadas

Mais uma vez quero lembrar o quanto é importante pesquisar sobre a empresa
em que você fará uma entrevista, pois é necessário entender qual é o estilo da
organização. Nada de vestir terno e gravata em um ambiente descontraído, ou, ainda,
chegar de bermuda em uma empresa totalmente formal!
Evite excesso de maquiagem, roupas amassadas, curtas, decotadas, roupa de
academia (a menos que a entrevista seja em uma empresa do ramo), cores muito claras,
transparências, roupas apertadas demais e excesso de perfume. Lembre-se sempre:
“menos é mais”.
Chegar atrasado à entrevista, esquecer de silenciar o telefone celular ou conferir
suas redes sociais durante o processo seletivo; ficar encolhido, gesticular demais e evitar
contato visual com o recrutador são comportamentos totalmente inadequados nesse
momento.
Vou contar um caso real. Após ser reprovado em vários processos seletivos, um
candidato decidiu me procurar para entender o motivo de não conseguir se recolocar no
mercado de trabalho. Pedi que ele me contasse detalhadamente sobre a última entrevista
que havia feito, para que eu analisasse possíveis erros. Vou resumir a resposta dele:

“A minha última entrevista foi para o cargo de atendente de call center, em uma
equipe de vendas. Não havia estudado nada. Só sabia que era para vender por telefone.
No dia agendado parecia que ia dar tudo errado! Tentei acordar mais cedo, mas acabei
ativando o modo soneca do despertador (de tanto sono por ter dormido tarde no dia
anterior). Acordei e, quando vi o horário, dei um pulo da cama e vesti a primeira roupa
que vi na minha frente e fui! Estava no caminho, de moto, mas não me atentei que a
gasolina estava na reserva. Acabou o combustível. A sorte é que havia um posto bem
próximo, só que precisei empurrar a moto até lá. Consegui chegar com um pouco de
atraso, mas um tanto suado e com a roupa amassada. Mesmo que a recrutadora já
tivesse começado o processo, o importante era estar ali... O primeiro teste do processo
foi uma dinâmica em grupo. Acho até que me saí bem. A segunda etapa, que aconteceu
no mesmo dia, foi a entrevista individual, e a recrutadora perguntou por qual motivo eu
queria trabalhar na empresa e pediu para que eu vendesse algo a ela. Como eu ainda
estava ansioso por ter dado tudo errado antes de chegar na entrevista, mesmo sabendo
vender, eu não consegui falar quase nada e já sabia que o resultado seria negativo”.
Imagine que você é do RH e foi o recrutador desse candidato. Você o aprovaria
no processo seletivo? Você acha que ele realmente estava preparado para assumir a
vaga em questão?
É claro que nós, recrutadores, precisamos ter empatia e saber que acontecem
imprevistos, mas, com a nossa vivência, sabemos identificar em que ponto uma
coincidência ou um imprevisto passa a ser despreparo ou desinteresse da parte do
candidato.
E é por isso que estou aqui para ajudar você a desenvolver estratégias para se
destacar na entrevista de emprego dos seus sonhos.

Cinco estratégias que você deve utilizar em sua entrevista presencial

1 Pesquise sobre a empresa

Faça pesquisas na internet sobre a empresa, em qual segmento ela atua, o que
faz, em quais regiões está presente, se é de grande, médio ou pequeno porte, quantos
colaboradores tem. Visite o site da mesma e informe-se sobre a missão, visão, valores,
cultura, resultados já alcançados.
Acredite, esses dados são muito importantes no decorrer da entrevista, pois o
ajudarão a compreender melhor as necessidades da empresa e a identificar como você
pode ajudar a alcançar bons resultados.
2 Leia a descrição de cargo

Se a empresa, ao abrir o processo seletivo, disponibilizou a descrição de cargo,


leia atentamente e veja o que você tem de vivência, os seus pontos fortes para aquela
vaga. Pesquise os termos que não conhece, para que possa se destacar na entrevista
presencial.

3 Sobre você

É muito comum que os recrutadores façam perguntas como “Por que devemos te
contratar?”, ou “Qual é o seu maior defeito e sua maior qualidade?”.
Esse é o momento de você “vender o seu peixe”, mostrar que está preparado
para assumir o cargo e que é o candidato ideal para a vaga. Para isso, faça uma
autoanálise e treine as respostas para as possíveis perguntas.
Pesquise sobre as competências do cargo desejado, pois processos seletivos são
baseados em conhecimentos, habilidades e atitudes. Por exemplo, o recrutador lhe
pergunta qual a sua maior qualidade e você responde que é a persistência. Além de
informar a sua competência, dê um exemplo de como sua persistência o ajudou na vida
profissional e trouxe resultados tanto para você quanto para a empresa.
Antes da entrevista, faça uma autoanálise, leia seu currículo para lembrar das
informações mais importantes, procure relacionar as suas competências com os
requisitos do cargo. A entrevista é o momento de impressionar o recrutador. Então, não
tenha medo de mostrar o quanto é bom no que faz e que deve ser o candidato escolhido!

4 Como se portar no dia da entrevista

Como falamos aqui anteriormente, programe-se para chegar, no mínimo, 15


minutos antes do horário marcado. Nesse tempo, você pode beber água, ir ao banheiro e
se tranquilizar. No dia anterior, procure dormir mais cedo, dormir bem para não parecer
cansado. Coma alimentos leves para evitar transtornos durante a entrevista.
Escolha uma vestimenta adequada no dia anterior, evite passar muita
maquiagem e perfume. Você precisa se destacar por sua comunicação e experiência, não
por outras razões.
Repasse mentalmente o seu currículo, suas competências, seus resultados e as
possíveis respostas às perguntas do recrutador.
Deixe o celular no silencioso ou, preferencialmente, desligue-o. Nesse momento,
não há nada mais importante do que a sua recolocação profissional!
Sorria, seja agradável e otimista. E, por mais nervoso que esteja, procure
transparecer tranquilidade e segurança.

5 Cuide das suas redes sociais

Neste livro temos um capítulo sobre o cuidado com as redes sociais, mas vale a
pena reforçar! Não adianta, na entrevista, você mentir ou omitir quem é ou o que faz,
pois quando o recrutador entrar em suas redes sociais, verá uma pessoa totalmente
diferente. Por isso, selecione uma boa foto de perfil, não seja radical ou polêmico
demais em comentários ou publicações e evite poluição visual, com postagens de
campanhas ou correntes.
O que você faz fora do horário de trabalho e no seu dia a dia é pessoal, mas
lembre-se que muitas empresas contratam candidatos que tenham relação com sua
cultura e perfil, pois eles representam a marca da organização. Assim, é muito
importante que suas postagens sejam coerentes e positivas.

Bônus: Ao fim da entrevista, surpreenda e faça a seguinte pergunta: “O que a


empresa espera de mim enquanto candidato?”. O recrutador vai perceber o quanto você
está interessado na vaga, e dependendo de como foi a entrevista, você poderá se
destacar em relação aos demais.

Topa um desafio?

Na sua próxima entrevista, você vai:

 Pesquisar e entender mais sobre a empresa.


 Reler o seu currículo e fazer autoanálise (se possível, treine em frente
ao espelho, ou peça para alguém fazer o papel de entrevistador).
 Ter cuidado com a sua vestimenta e dormir bem na véspera.
 O mais importante: seja você! Fale com segurança. Mentalize e
cultive pensamentos bons, seja otimista. Vai dar certo! Boa sorte em
sua recolocação profissional! Estamos juntos.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou a Gabrielle do Carmo, formada em Marketing empresarial e tenho MBA em


Gestão de pessoas, além de possuir algumas especializações, como Análise
comportamental DISC/Profiler, Matriz 9Box, Gestão por competências, Programação
Neurolinguística, Cultura e Comportamento, entre outras. Amo estudar e adquirir
conhecimento.
Tenho 28 anos. Trabalho desde os 14 anos e sempre sonhei em ter estabilidade
financeira e ser autoridade em minha área. Tenho experiência em empresas de pequeno,
médio e grande porte, vivência em segmentos de loja, call centers, transportes e na área
da saúde.
No começo da minha vida profissional tive muita dificuldade em entrar na área
que mais amo, que é a de Recursos Humanos. Mas nunca desisti! Hoje me sinto muito
feliz e sei que estou realizando meu propósito, que é ajudar o próximo e desenvolver
pessoas.
Hoje, sou analista de Gente e Gestão e, neste ano de 2020, com a pandemia,
“tirei da gaveta” um projeto que estava há um tempo guardado. Assim, nasceu a Yas
Desenvolvimento Humano, na qual auxilio empresas a desenvolverem seus
colaboradores com consultoria organizacional, e também candidatos, por meio de
análise e reformulação de currículo, redes sociais, mentoria para entrevistas, entre outras
ações.
Tenho muito orgulho de fazer parte deste programa grandioso e impactar tantas
vidas!
11 DINÂMICAS DE GRUPO

Karla Adriana Neves Barbosa Monego

“O talento vence jogos, mas só o trabalho em


equipe ganha campeonatos.”
(Michael Jordan, ex-atleta da NBA)

O que é dinâmica de grupo?

Dinâmica de grupo é uma ferramenta que consiste na reunião de várias pessoas


no mesmo local para realização de atividades nas quais elas interagem entre si, com um
objetivo em comum. No caso específico do processo seletivo, a dinâmica auxilia as
empresas a encontrar o profissional ideal para determinada vaga ou função.
O objetivo comum não deve ser somente o de conquistar uma vaga, ou ter
avaliadas suas competências e habilidades, também pode ser o desejo de compartilhar
conhecimentos, sensações e sentimentos, para que possam, juntos, atingir resultados
saudáveis e eficazes em suas vidas.
O sentimento de compartilhar só será efetivo se for baseado no
autoconhecimento e no respeito a cada indivíduo, abolindo a vaidade e egoísmo.
Com as dinâmicas de grupo, avaliamos a cada dia, o quanto as pessoas em geral
constroem melhor suas relações, sua comunicação e suas habilidades sociais ao
participarem dessas reuniões, mesmo que não obtenham a vaga.
Participar de uma dinâmica, com espírito de equipe e de compartilhar suas
experiências adquiridas nesses momentos, é sempre de grande valia a todos os
indivíduos que buscam crescimento e evolução.
Mas o que gostaria de deixar registrado é que participar de dinâmicas é um
processo de aprendizagem com muita riqueza de conhecimentos e de muita troca de
experiências. Conhecer pessoas muito diferentes de nós, saber como elas pensam, como
reagem em diferentes situações e como se comunicam, nos leva a uma reflexão de que
podemos sempre aprender.
Porém, precisamos estar dispostos a isso e ser flexíveis a toda forma de
aprendizado nesse processo, um aprendizado sem julgamentos, sem crenças, sem
críticas.
Foi em um processo de dinâmica que eu descobri o quanto gostava de lidar com
pessoas, com suas histórias de vida e o quanto minha trajetória poderia ser bem-
sucedida se eu aproveitasse cada segundo daquele momento.
E é esta minha proposta a você agora. Que tal aprender a ter uma nova visão
sobre as dinâmicas de grupo e encará-las como grandes oportunidades de aprendizado?
Escolher uma profissão é mergulhar no futuro, então mergulhe sem medo de se
afogar!

Por que as dinâmicas de grupo são tão importantes em um processo seletivo?

Participar de dinâmicas de grupo é extremamente importante, porque elas fazem


parte de um processo de desenvolvimento pessoal, não só de avaliação de habilidades
sociais para ocupar determinada vaga.
As dinâmicas são fundamentais para garantir contratações bem-sucedidas. Elas
provam que nem sempre o candidato que tem um excelente currículo e uma formação
de dar inveja consegue se expressar e demonstrar suas reais qualidades, o que o leva a
perder a oportunidade de conquistar a vaga.
Muitas habilidades podem ser identificadas por meio das dinâmicas de grupo,
especialmente comunicação, trabalho em equipe, empatia, liderança etc.
As dinâmicas ajudam a identificar se o candidato sabe respeitar a opinião dos
outros, mesmo as contrárias às suas, e também se ele tem uma escuta atenta aos demais
candidatos.
As dinâmicas de grupo ajudam a traçar com mais precisão o perfil do candidato.
É possível identificar os mais tímidos, os mais explosivos, os mais concentrados, os
mais empáticos e aqueles que são líderes natos. Por meio delas, o ambiente fica mais
harmônico, em virtude da descontração gerada com as atividades propostas.
É importantíssimo que o candidato conheça pontos básicos da empresa, como
cultura, estratégia, valores, missão e visão (se possível), para que possa alinhá-los aos
seus objetivos pessoais.
Um dos maiores desafios das dinâmicas é que os candidatos precisam se
destacar, num curto período de tempo, em um ambiente de muita competitividade,
demonstrar suas competências sem perder o foco de seus próprios valores e,
principalmente, a meta que se propuseram a atingir.

Os três maiores erros que as pessoas cometem em uma dinâmica de grupo:

1 Querer chamar atenção mais do que qualquer outro candidato: alguns


concorrentes, na ânsia de conquistar a tão almejada vaga, ficam ansiosos e,
sem perceber, falam muito, se expressam exageradamente, não respeitam o
tempo de fala do colega, alteram a voz. Enfim, chamam mais atenção do que
deveriam.

2 Entrar mudo e sair calado: é outro erro que muitos candidatos ainda
cometem. É importante ressaltar que as dinâmicas são executadas para que
os candidatos se expressem um pouco mais, tenham liberdade de falar e
exprimir seus sentimentos e sensações a respeito do que estão vivenciando
naquele momento.

3 Ser extremamente competitivo: há sempre uma grande confusão a respeito


disso. É necessário ter muito bom senso e procurar, na medida do possível,
observar todo o ambiente, as pessoas, prestar atenção aos seus concorrentes e
ao facilitador da dinâmica e, principalmente, prestar muita atenção na
atividade que será feita.
Estudo de caso – Gerson, o inusitado

Eu estava participando de uma dinâmica em uma grande empresa, com mais de


30 pessoas na sala. Tínhamos um colega no grupo que vou chamar de Gerson. Ele
gostava muito de chamar a atenção das facilitadoras das dinâmicas, mais do que
qualquer outro candidato (como citei, este é o primeiro erro em uma dinâmica). Para
tudo o Gerson tinha uma história para contar e quase sempre era interrompido, pois suas
histórias nunca tinham fim.
Em uma determinada dinâmica, a facilitadora pediu que contássemos algo bem
diferente, alguma coisa que ninguém do grupo tivesse feito ou imaginado fazer. Ou
alguma coisa que tivéssemos coragem de fazer naquele momento.
A sala estava repleta de materiais, recortes de jornais e revistas, tesourinhas de
criança, giz, lápis de cor, canetinhas, cartolina etc.
Nosso colega Gerson não pensou duas vezes, pegou a tesourinha e cortou seu
cabelo, todo desigual, ali mesmo na sala.
Ficamos todos atônitos e desesperados, mas começamos a rir muito, em virtude
do resultado do corte de cabelo.
Ao se ver no espelho, nosso colega Gerson entrou em desespero total. Precisou
ser retirado da sala e pediu para sair da seleção, pois não suportou ver a própria imagem
nem a zombaria de todos os colegas.
As facilitadoras tiveram dificuldade para contê-lo com a tesourinha e, creio eu,
não estavam preparadas para tal situação.
Tirei uma grande lição dessa situação: a dinâmica é um instrumento de
autoconhecimento e de interação com as pessoas que fazem parte do grupo. É
necessário preparo emocional e equilíbrio para participar e ter êxito.
Fiquei um bom tempo sem encontrar meu amigo Gerson. Mas ele teve uma
jornada feliz, que vou descrever mais adiante.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora para ter sucesso em qualquer
dinâmica

 Busque o autoconhecimento: quanto mais a pessoa se conhece, mais ela


tem domínio sobre todas as situações. Tenho certeza de que, se o meu
colega de grupo tivesse esse autoconhecimento, saberia que não ter
domínio das suas próprias emoções e sensações custa muito caro.

 Conheça mais sobre a empresa na qual vai fazer a dinâmica: tente


conhecer um pouco da cultura da empresa, pesquise sobre quais são os
valores que a sustentam, qual perfil dos colaboradores, enfim, pesquise o
máximo que puder. Isso vai lhe dar segurança e confiança para ter
sucesso no momento da dinâmica.

 Pesquise sobre a vaga que está buscando: procure saber quais são as
competências e habilidades exigidas para a vaga e, se possível, quais são
os comportamentos necessários para preencher totalmente os requisitos.

Por exemplo: Operadoras de caixa – habilidades comportamentais:

a) Ser simpática.
b) Ser empática.
c) Ser educada (entre muitas outras).

 Atente-se à sua comunicação e interação com as pessoas: você tem


uma comunicação clara e objetiva?
Você fala e as pessoas entendem, ou sempre pedem para que você repita o que
quer dizer?
Você escuta atentamente o que as outras pessoas estão falando? Ou percebe que
sempre as interrompe?

 Leia muito para se atualizar e falar corretamente: nada de discutir


sobre temas polêmicos. Busque conhecimento e atualização. Leia muito,
principalmente sobre temas dos quais goste, para se sentir mais seguro e
confiante. Treine em casa, com familiares, com amigos e peça feedbacks.
Esse retorno será muito importante para você.
Como fazer para ter sucesso em qualquer dinâmica que surgir – manual
de dinâmicas

A minha primeira sugestão é: participe do maior número de dinâmicas que


puder, relacionadas a sua área de atuação.
Também é necessário praticar dinâmicas. Então, busque autoconhecimento e
esteja atento a tudo que se refere a essas atividades.
Fique de olho no ambiente, nas pessoas e também em tudo que o facilitador diz.
Esteja aberto e disponível ao aprendizado. Se não obter a vaga almejada,
conquistará algo extremamente importante, que nunca mais será retirado de você:
conhecimento.
Concentre-se no aqui e agora – esqueça, por alguns momentos, todo e qualquer
problema pelo qual esteja passando. O que mais importa no momento é estar centrado
naquela atividade.
Saiba ouvir críticas – sim, muitas empresas adotam o método de dar feedback
assim que terminam as atividades. Se acontecer com você, receba bem os elogios e as
críticas. Aproveite para rever cada limitação que precisa melhorar e cada ponto forte
que pode potencializar.
Mas concentre-se em seu potencial, nas suas qualidades, demonstre o quanto
tem vontade de aprender e aproveite a oportunidade da dinâmica de grupo para
demonstrar seus valores e qualidades.
A comunicação é uma arte, e essa habilidade será sempre observada em
qualquer dinâmica. Portanto, seja claro e objetivo ao expor suas ideias. Desenvolva a
escuta atenta e respeitosa quando um colega se pronunciar: dê a devida importância ao
que ele diz.
O próprio nome já diz: dinâmica de grupo, então, a habilidade de se relacionar
em equipe provavelmente será avaliada. Competências como empatia, flexibilidade,
resiliência e liderança estão sempre em observação.

Jornada do herói

Atuo há quase 15 anos no ramo de treinamento e desenvolvimento de pessoas,


como consultora, palestrante coach e analista de perfil comportamental. Também já
passei por processos seletivos e tive dificuldades em dinâmicas de grupo. 
Lembro-me até hoje da dinâmica que foi um divisor de águas na minha vida.
Foi no Banco Nacional, em 1995. Participava de um grupo seleto de trainees,
que seriam efetivados após todas as avaliações, testes, entrevistas e dinâmicas.
A dinâmica que causou uma reviravolta em minha vida foi “Negociação e
flexibilidade de opiniões com temas atuais”. Dois grupos foram formados. Em um
determinado momento da dinâmica, um grupo era favorável ao tema e, depois, o mesmo
grupo era contra, até que um exercesse maior influência sobre o outro, usando
argumentos fundamentados. Eu fiquei maravilhada. A mesma dinâmica que tempos
atrás tinha me eliminado de uma seleção agora seria decisória para minha contratação.
Como o grupo formado tinha apenas seis pessoas, no final, os candidatos debatiam entre
si.
Eu fui a última a ficar. Meus argumentos convenceram todos do grupo.
Tinha vencido uma etapa bem difícil para mim mesma. Algum tempo depois,
analisei e repassei para outras facilitadoras o que me fez conseguir tanto êxito.

 O ponto principal: Autoconhecimento


Procurei aprender quais eram meus pontos fortes, meus potenciais e também
quais eram as minhas limitações. Na época da minha eliminação, minhas
maiores limitações eram ansiedade sem controle, medo, vergonha, enfim,
emoções que depois aprendi a controlar.
 Estudei e me atualizei.

 Treinei muito em casa.


Abordava temas com familiares e amigos para desenvolver
argumentação com embasamento.

 Desenvolvi a escuta atenta.

 Respeitava a opinião das pessoas, mas tinha argumentos para derrubá-las


sem precisar ser grosseira.

 Participei de muitas dinâmicas com intuito real de aprender.


A propósito, você se lembra do Gerson, que cortou o cabelo durante uma
dinâmica? Algum tempo depois, nos encontramos novamente e, é lógico, perguntei
como ele estava. A resposta dele foi diretamente ligada ao episódio da dinâmica: Gerson
me contou que, depois daquele fato, ele foi buscar autoconhecimento e também formas
de lidar com as próprias emoções. E que, depois dessa busca, ele investiu em si mesmo.

Agora é com você!

Se você, como eu, tem essas dificuldades, saiba que é possível vencê-las. Eu
desafio você a começar a treinar para ter sucesso em dinâmicas.
Busque autoconhecimento e autodesenvolvimento. A metodologia coaching é
uma ferramenta que possibilita essa jornada. Procure um especialista em pessoas,
que ampliará sua visão e desenvolverá ainda mais suas habilidades e competências.
A ansiedade gera medo e o medo nos traz muita insegurança.
O que faz diferença em qualquer fase do processo seletivo é o quanto você se
conhece e como reage a situações adversas.
Quando dominei o medo, me apaixonei pelas pessoas. Nós temos medo de ser
ridicularizados e diminuídos pelos outros.
Hoje, com a internet, é possível pesquisar sobre dinâmicas. Tente reproduzi-las
mentalmente ou com alguém da família, um amigo. Crie um cenário em sua mente, com
falas e gestos.
Defenda alguns temas baseados em fontes seguras, e faça isso em frente a um
espelho.
Quais são as habilidades comportamentais necessárias para obter a vaga que
você deseja?
Você é capaz de superar isso e muito mais. Basta ter foco, acreditar em si
mesmo e nos seus talentos. Invista em si mesmo. Persista.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou a Karla Barbosa. Sou consultora, palestrante, coach especialista em pessoas,


analista de perfil comportamental, e atuo no varejo há quase 15 anos. Realizo
treinamento e desenvolvimento de pessoas, formando líderes e
desenvolvendo pessoas para que cheguem ao seu melhor desempenho.
Atendo em todo o território nacional por meio de sessões presenciais ou on-line.
Ao longo dos anos, juntei muitas histórias de superação de pessoas e empresas
que conseguiram conquistar seus objetivos e metas, que traçaram um plano de ação e
agiram.
Todos nós precisamos ver em nós mesmos os nossos talentos, e saber usá-los de
maneira eficiente para que sejamos cada dia mais felizes e realizados.
Invista mais em aprender, se reciclar, crescer e evoluir. Seja sempre o melhor
que puder para si mesmo!

12 TESTES PSICOLÓGICOS UTILIZADOS EM SELEÇÃO DE PESSOAL

Sandra Márcia Pereira de Almeida

“A confiança é contagiante. A falta dela também.”


(Michael O’Brien, autor, artista, ensaísta
e professor canadense de fé e cultura)

Você certamente já passou ou ainda irá passar por avaliação psicológica em


algum processo de seleção.
Os testes psicológicos são uma etapa importante no processo seletivo. E, logo de
início, quero dizer que somente psicólogos podem fazer uso desse tipo de teste, cuja
aplicação, correção e interpretação é restrita a profissionais da área.
No processo seletivo, muitos instrumentos de avaliação são utilizados, como
entrevista, dinâmica de grupo, testes técnicos, testes práticos. E dentre os mais
utilizados estão os testes psicológicos.
Você pode até não entender ou ter dúvidas quanto à confiabilidade dos testes e
questionar se o resultado está realmente correto, mas cada teste é conferido e aprovado,
o que garante sua eficácia.
Contudo, atenção! Cuidado para não confundir teste de personalidade com
análise comportamental. Quando falamos sobre personalidade, estamos nos referindo às
características inerentes de cada pessoa, que definem sua maneira de pensar, sentir e
agir. E é exatamente para obter mais informações que a avaliação é importante no
processo de escolha do candidato, pois ela irá oferecer dados importantes que mostram
o alinhamento da pessoa ao perfil que o cargo exige.
Já a análise comportamental tem o objetivo de mapear tendências
comportamentais. Essa avaliação não entra no mérito da personalidade, mas da ação
prática, indicando quais comportamentos são mais evidentes, o que ajuda a identificar se
o resultado da análise comportamental combina com o ambiente em que o candidato
poderá estar inserido.
Em minha jornada profissional, já realizei muitos processos seletivos usando
avaliações psicológicas, e sempre tive muito sucesso com os instrumentos escolhidos.
Nos processos que realizo como assessora de recolocação profissional e de mentoria de
carreira, continuo usando as ferramentas que sempre enriquecem o meu trabalho e os
resultados.
Você sabe qual é a base que nós, que trabalhamos com recrutamento e seleção
de pessoas, utilizamos para a escolha dos instrumentos de avaliação? Eu vou lhe contar!
Cada função existente em uma empresa requer competências comportamentais e
técnicas definidas, e essas informações fazem parte da descrição do cargo.
A descrição de cargo é um documento importante, usado pela maioria das
empresas em muitas situações que ocorrem na área de Recursos Humanos – uma delas é
o processo de recrutamento e seleção. Nele, encontramos a missão do cargo,
responsabilidades, atribuições e todos os requisitos necessários, como formação
acadêmica, conhecimentos específicos e tecnológicos, tempo de experiência. A partir
dessas informações, elaboramos o anúncio da vaga, para atrair os candidatos mais
adequados ao perfil, e também fazemos o planejamento do processo seletivo. É nesse
momento que definimos quais instrumentos de avaliação serão aplicados aos
candidatos.
Mas a observação do ambiente de trabalho, o clima da organização e os aspectos
gerais que a compõem são essenciais para ajudar na identificação das ferramentas que
indicam os candidatos mais alinhados ao contexto da empresa.

Por que é interessante que você saiba disso?

Os testes psicológicos em um processo seletivo são definidos de maneira


criteriosa, e buscam identificar características de personalidade e aptidões que são
exigidas no cargo. Por serem importantes, fazem parte do conjunto de testes aplicados
pela empresa.
Vou contar uma situação que aconteceu comigo!
Uma das empresas onde trabalhei não tinha o hábito de usar testes psicológicos
em processos seletivos. Como sempre os achei importantes, comecei a utilizá-los. Logo
percebi que alguns líderes não davam importância ao teste, e toda vez que eu os
aplicava, elaborava o parecer e explicava ao solicitante da vaga o resultado, tinha a
impressão de que que todo o meu trabalho estava perdido, porque mesmo que o
candidato não fosse adequado ao perfil da vaga, havia uma insistência para sua
contratação. Eu ficava triste por ter feito um trabalho tão rico e por ele não receber o
devido valor.
Certa vez, um candidato foi contratado mesmo sem ter condições para assumir a
vaga. Eu expliquei ao gestor os riscos daquela contratação, mas não teve jeito. Registrei
a situação e seguimos com o processo. Perto do fim do período de experiência do
candidato, o gestor falou o seguinte em uma reunião gerencial:

“Eu gostaria de dizer aqui para todos, que realmente subestimei os instrumentos de
avaliação e contratei um profissional que não atendia ao perfil. Na prática, estou
confirmando o resultado que me foi apresentado.”

Ele validou a avaliação na prática, o que foi incrível!


A avaliação é tão importante para a empresa quanto para o candidato. Quando
tudo combina, é muito bom. Os dois lados saem ganhando.

Três exemplos de avaliação por meio de testes psicológicos


1 Atenção Concentrada

É muito utilizado na seleção de pessoas, porque verifica a capacidade do


profissional de se manter concentrado em uma tarefa durante um período.
Você consegue realizar uma atividade com rapidez e qualidade, mesmo num
ambiente agitado, dinâmico ou até mesmo sob pressão de tempo e entrega?
Algumas funções pedem essa capacidade, por isso é importante avaliar se o
candidato se encaixa no resultado adequado.

2 Raciocínio Lógico

Verifica a capacidade do profissional de resolver os problemas apresentados.

3 Características de Personalidade

Existem vários testes que identificam características, como introversão,


extroversão, equilíbrio emocional, tomada de decisões, humor, temperamento,
produtividade, entre outros.
São muitos tipos de testes, cada um com a sua finalidade, e eles se completam.
Eu sempre digo que um teste psicológico não “reprova” ou “aprova” a pessoa.
Você tem sua personalidade e aptidões, e se esse conjunto está alinhado ao que o
cargo/vaga pede, você evolui no processo e garante a oportunidade. Se não for adiante,
certamente é porque o seu perfil não é adequado à vaga, não porque você “não passou
no teste”.
Entenda que não há ninguém melhor ou pior, e que tudo é uma questão de perfil.
É importante frisar que, especialmente as grandes empresas, utilizam tecnologia
para aplicação e correção de testes. São plataformas especializadas, que atendem
empresas que geralmente têm grande volume de processos seletivos. Lá, ao se
candidatar, você inicia um processo de etapas que incluem testes elaborados para filtrar
os candidatos que atingem o resultado esperado para o cargo de seu interesse. Os testes
psicológicos também são aplicados no formato on-line.

Como se preparar para a etapa de avaliação psicológica no processo de seleção?


 Não fique pesquisando e imaginando quais testes poderão ser aplicados , e
como se sair bem neles. Isso não adianta. Os testes não têm respostas
prontas, certas ou erradas.
 É muito importante estar atento no momento de realizar o teste, seja
ele presencial ou on-line. Concentre-se, escute/leia as explicações e
seja verdadeiro em suas respostas.
 Na véspera da aplicação do teste, procure dormir e se alimentar bem. É
preciso estar descansado, em condições físicas adequadas para realizar o
teste tranquilamente. Apesar d o nervosismo que costuma aparecer,
preparar-se bem vai amenizar a tensão que muitos sentem.
 Procure realizar atividades prazerosas e relaxantes, praticar atividades ao ar
livre e estar ao lado de quem você gosta.
 Uma dica importante: na véspera do teste, evite usar medicamentos como
calmantes e consumir bebidas alcoólicas. É muito importante valorizar
essa etapa de seleção, que é decisiva. Dedique-se, seja você mesmo, e
mostre sua verdade.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Eu sou Sandra Almeida, psicóloga organizacional formada há 28 anos.


Escolhi a Psicologia e, até hoje, tudo que conquistei foi por conta da minha
profissão. Descobri cedo minha paixão pela área de Gestão de Pessoas, e meu curso foi
dedicado à Psicologia Organizacional e do Trabalho, que estuda empresas em suas
diferentes configurações, integrando pessoas e recursos que contribuem para o seu
funcionamento.
A Psicologia do Trabalho estuda a pessoa em seu ambiente de trabalho e as
atividades que direcionam o seu desenvolvimento. Trabalhar nesse ambiente é minha
grande paixão!
Ainda na faculdade, comecei a procurar uma oportunidade de emprego ou
estágio remunerado, porque precisava me manter, já que vim de família humilde.
Então, comecei a dizer aos colegas mais chegados que estava procurando um
emprego. Todos viam a minha dedicação nos estudos, e eu me dedicava mesmo! Uma
amiga da faculdade soube de uma vaga de estágio numa grande indústria, de atuação
nacional. Eu nunca tinha passado por um processo seletivo antes, mas já tinha meu
currículo pronto e consegui a entrevista. Fui lá com brilho nos olhos e cheia de vontade
de aprender.
É muito importante que você se dedique a procurar um emprego cheio de
vontade, energia positiva e interesse. E esses atributos devem estar presentes em todo
planejamento que você fizer. Isso faz uma diferença enorme! Digo isso porque consegui
a vaga de estágio (remunerado!) que tanto almejava. Sou capaz de ainda lembrar o que
senti ao receber o retorno positivo, foi marcante.
Foi nessa empresa que tudo começou. Trabalhei com Recrutamento e Seleção.
Depois de dois anos como estagiária, fui contratada como Selecionadora de Pessoal, e
então comecei a utilizar testes psicológicos. Trilhei meu caminho na área de Recursos
Humanos e não parei nunca mais de trabalhar com pessoas.
Fiz minha trajetória profissional, na maior parte do tempo, na indústria, e passei
por empresas de grande porte e multinacionais, realizando recrutamento e seleção,
treinamento e desenvolvimento, gestão de clima e cultura organizacional, avaliação de
desempenho, programas para trainees, estágio, Jovem Aprendiz etc. Passei por todos os
subsistemas de RH, e sinto muita alegria por ter vivido essa atuação como generalista.
Especializei-me em Gestão de Pessoas, fiz formação em Mentoring, Coaching,
sou analista de Perfil Comportamental e analista 9Box (avaliação de desempenho). Atuo
fortemente em Recrutamento e Seleção. Apoio também pequenas e médias empresas na
implantação da área de Recursos Humanos, por meio de meu trabalho de consultoria.
Atendo profissionais que buscam assessoria em recolocação profissional e
mentoria profissional. Faço mentoria para profissionais de RH e mentoria de carreira.
Tenho grande paixão por essa atividade, por contribuir com o crescimento,
desenvolvimento e as conquistas de profissionais incríveis.
Minha experiência desenvolvendo talentos me deu uma base interessante para
atender e contribuir com profissionais de diversas áreas.
Não paro de estudar e de me aperfeiçoar porque quero sempre estar preparada
quando novas oportunidades aparecerem.
Você se lembra do gestor que citei anteriormente, que não valorizava as
avaliações por meio de testes psicológicos? Ele nunca mais decidiu por uma contração
sem a aplicação e resultados dos testes.

Minha sugestão para você


Quando participar de uma seleção na qual seja submetido a testes psicológicos...

 Concentre-se no momento da realização do teste, dedique a ele toda a sua


atenção.
 Se o teste for on-line, prepare um ambiente adequado para realizá-lo.
 Não consuma bebidas alcoólicas nem medicamentos antes de fazer o teste.
 Não pesquise respostas antes do teste, pois elas podem atrapalhar muito o seu
resultado.
 Dedique-se a fazer o seu melhor sempre.

Estou feliz por poder mostrar para você o quanto a avaliação no processo
seletivo deve ser planejada e estruturada, para que não somente a empresa escolha um
candidato, mas para que ele também escolha a empresa, e possa colocar em prática suas
competências e se desenvolver cada vez mais como profissional.
Meu objetivo aqui é mostrar a importância dos testes psicológicos no processo
seletivo e o quanto contribui para o ambiente organizacional como um todo.

13 COMO PARTICIPAR DE UMA ENTREVISTA DE EMPREGO ON-LINE

Juliana Bernardo Nunes

“O sucesso é a soma de pequenos esforços


repetidos dia após dia.”
(Robert Collier, autor norte-americano
de livros de autoajuda e metafísicos)

Devido ao contexto atual do mundo, as chamadas de vídeo se tornaram muito


comuns no dia a dia de trabalho de muita gente, até mesmo dos profissionais de RH, que
se viram obrigados a reformular todo seu processo seletivo, do presencial para o virtual.
Que as coisas mudaram, todo mundo sabe, mas a pergunta que não quer calar é:
“E as entrevistas: como ficam?”. Elas seguem como de costume, mas agora são feitas
por meio de aplicativos de vídeo chamadas. E, apesar de a estrutura de uma entrevista
não ter sofrido muitas alterações, as entrevistas on-line requerem alguns cuidados.

Por que é importante que você saiba disso?

Porque a nossa linguagem corporal e o modo como nos colocamos nas situações
comunicam muito do que somos, podem ser um diferencial e podem aumentar muito as
chances de sucesso em um processo seletivo se passarmos credibilidade, confiança e
simpatia.
Com os processos on-line, o recrutador acaba perdendo muito do contato “olho
no olho” com o candidato, da observação dos gestos e posturas, e por isso esse tipo de
entrevista merece uma atenção especial.
Agora vou falar de três erros muito comuns em entrevistas on-line, para que
você não cometa nenhum deles.

1. Não se arrumar para a entrevista: não é porque você não vai sair
de casa que não precisa estar trajado adequadamente para a
entrevista. Pelo contrário, como disse anteriormente, o recrutador
acaba perdendo um pouco do contato com o candidato na entrevista
on-line, então é importante mostrar que você se preparou para aquele
momento.

2. Não testar a ferramenta de vídeo com antecedência: sempre teste


a ferramenta por meio da qual fará a entrevista com antecedência. Se
for um aplicativo, baixe-o e veja como ele funciona. Essas atitudes
irão evitar surpresas inesperadas na hora do contato. É muito
importante que você tenha o mínimo de domínio da ferramenta para
conseguir realizar a entrevista sem dificuldades.

3. Não escolher um lugar adequado: a falta de um local apropriado


pode causar interferências na sua entrevista, como barulhos, pessoas
passando, ruídos, internet ruim e pouca iluminação, o que pode
causar a sua eliminação do processo seletivo. Por isso, escolha um
local com boa luminosidade, o mínimo de barulho possível e com
bom sinal de internet. Se você mora com alguém, converse com a
pessoa e peça a ela que colabore enquanto a chamada de vídeo
acontece.

Agora, observe: Francisco foi chamado para uma entrevista on-line para a vaga
de vendedor. Nos dias que a antecederam, Francisco não se preparou, não pensou no
que iria vestir, em qual lugar da casa faria a entrevista, não testou a ferramenta para a
chamada de vídeo nem conversou com seus familiares sobre ela.
Eis que chegou o dia da entrevista! O horário marcado era 10h. Francisco
acordou às 9h30, fez sua higiene, colocou uma camisa qualquer e sentou-se à mesa da
sala para sua entrevista. Como não teria que ir à empresa, ele não viu necessidade de se
preparar. Afinal, estava em casa, não é?
A entrevista começou e ele estava lá com cara de sono (afinal, acordou somente
meia hora antes do horário marcado). Logo em seguida, sua mãe passa pela sala e fala
com ele, interrompendo a conversa. Envergonhada, ela rapidamente saiu do cômodo.
Ao ser questionado sobre suas experiências e conhecimentos, Francisco teve
dificuldade em falar e se enrolou um pouco. Alguns minutos depois a entrevista foi
encerrada.
Vamos analisar o que houve: você consegue perceber quais foram os erros de
Francisco? Tenho certeza de que eles ficaram bem claros, não é?
Ele não se preocupou com o preparo para a entrevista, estava muito tranquilo e
confortável por estar em casa, mas a verdade é que, em casa ou não, uma entrevista
sempre exige planejamento. Por isso, vou falar de cinco estratégias a adotar para se sair
muito bem em suas entrevistas on-line.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora para começar a ser bem visto pelos
recrutadores

1 Esteja preparado para as perguntas: a preparação para a entrevista


on-line deve seguir os mesmos princípios da presencial. Quando falo
de “se preparar”, não é só arrumar a roupa que irá vestir ou decidir
onde fará chamada (apesar de estes serem pontos importantíssimos
para o sucesso da sua entrevista). Preparo significa estar pronto para
responder os possíveis questionamentos que possam surgir. Uma dica
é: procure na internet quais são as perguntas mais frequentes nas
entrevistas e as responda de frente ao espelho, ou grave um vídeo.
Assim, você consegue trabalhar sua confiança e vai responder ao
recrutador com mais facilidade.

2 Faça seu dever de casa: além de estar preparado para perguntas


corriqueiras sobre você e suas experiências, esteja pronto para
questionamentos sobre a empresa onde você quer trabalhar. Separe
um tempo para pesquisar sobre ela, pois esse conhecimento pode agir
em seu favor, demonstra que você tem interesse pelos negócios da
organização

3 Escolha um lugar apropriado: é ideal que você encontre um local


silencioso, bem iluminado, com bom sinal de internet e com um
fundo neutro. Siga essas recomendações e com certeza você terá uma
entrevista tranquila e sem intercorrências.

4 Não descuide do visual: a entrevista on-line segue a mesma linha da


presencial. Por isso, o candidato deve ter o mesmo cuidado na hora
de preparar o que vai vestir, como se a entrevista acontecesse no
escritório da companhia. Isso mostra que você não só se preocupou
em ser profissional, mas que se preparou para a ocasião. Pesquise
como os colaboradores da empresa na qual você fará a entrevista se
vestem, se seguem um estilo mais ou menos formal, e adeque sua
escolha de acordo com a empresa e a vaga em questão.

5 Verifique o equipamento e a conexão com antecedência: sabemos


que em chamadas on-line podem acontecer muitos imprevistos: a
conexão pode “cair”, a bateria pode acabar etc. Para não correr
riscos, teste tudo antes da entrevista: áudio, iluminação, coloque o
celular ou computador para carregar com antecedência e verifique a
ferramenta de vídeo. O “universo” on-line tem imprevistos e você
não está livre deles, mas, se estiver preparado, você diminui muito as
chances de algo sair diferente do esperado.

Como você pode perceber, não existe mistério em relação à entrevista on-line.
Ela segue os mesmos princípios da entrevista tradicional, mas com algumas
preocupações a mais. Então, coloque em prática o que aprendeu até agora, e lembre-se
de que o processo seletivo on-line deve ser levado a sério. Seguindo as orientações à
risca, tenho certeza de que sua entrevista será um sucesso.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou Juliana Bernardo Nunes. Formada em Administração pela Universidade


Federal do Rio Grande do Sul há menos de um ano. Entrei na faculdade no primeiro
semestre de 2016.
Sou paulista, nascida e criada no litoral sul de São Paulo, e aos 19 anos me
mudei para o Rio Grande do Sul, em busca do sonho de me graduar em uma
universidade federal.
Ao entrar na faculdade, eu não imaginava o que eu iria encontrar por lá. Sabia
que estudaria disciplinas clássicas como marketing e finanças, mas não fazia ideia de
quais seriam as minhas preferências.
Então, no quarto semestre, cursei a disciplina de Gestão de Pessoas e me
apaixonei pela área. Por coincidência ou não, nesse mesmo semestre (mais
especificamente, em fevereiro de 2017) comecei a estagiar no RH da faculdade.
Compreender como funciona o RH de uma instituição pública foi uma experiência
muito valiosa.
Nesse mesmo ano, em setembro, tive a oportunidade de atuar como Jovem
Aprendiz no RH de uma grande empresa do setor portuário, no Departamento Pessoal.
Foi aí que tive a certeza absoluta de que era o RH que eu queria. Aprendi e
cresci muito. Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que me acolheram
e me ensinaram muito.
Por ser muito curiosa, ficava sempre de olho em todos os processos do RH,
principalmente nos de Recrutamento e Seleção, que é a minha paixão dentro da área.
Então, quando terminei a faculdade, resolvi me aperfeiçoar. Fiz cursos, conheci
pessoas que falam de RH, de Recrutamento e Seleção, e hoje estou no início da
caminhada empreendedora para ter a minha consultoria de RH.
Meu maior objetivo é impactar pessoas para o bem, por meio do meu trabalho, e
é isso que me faz lutar todos os dias.
E você? Ainda se lembra do Francisco, do começo deste capítulo?
Francisco não passou na entrevista, ficou extremamente chateado, e só depois
disso procurou se informar sobre entrevistas on-line.
Agora ele já tem consciência do que fez de errado e não irá mais repetir esses
erros. Inclusive, ele vem se preparando desde já para as próximas entrevistas que virão.
Se você está comigo até aqui, é porque quer o seu emprego dos sonhos! Então,
faça como o Francisco: invista tempo na sua preparação, pois as oportunidades vão
aparecer e não dará outra: você será aprovado.

Topa um desafio?

Nos próximos dias, você vai:


 Pensar em roupas adequadas para usar em uma entrevista.
 Decidir o local onde ela pode ser feita.
 Testar ferramentas.
 Ensaiar a sua própria entrevista.
 Persistir, não desistir!

14 VÍDEO-CURRÍCULO OU APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Andressa de Oliveira Vasconcelos


Leticia Marques

“As palavras formam os fios com os quais


tecemos nossas experiências.”
(Aldous Huxley)
Um vídeo-currículo é quando o candidato faz uma apresentação pessoal e
profissional que dura de três a seis minutos.
Esta ferramenta é solicitada pelas empresas em um processo seletivo, como uma
das etapas da seleção. No vídeo, o candidato precisa deixar claro seus objetivos, suas
metas e sua trajetória profissional.

Por que é importante que você saiba disso?

 É o formato de apresentação mais utilizado em 2020.


 Um vídeo mal estruturado pode desclassificar você do processo seletivo.
 Como em um currículo escrito, o vídeo deve conter informações verdadeiras,
que não desabone a imagem das empresas onde o candidato já trabalhou.
 É necessário vestir-se de forma profissional, sem exageros.
 Treine antes de gravar o vídeo.
 Grave em um ambiente claro, com boa luminosidade.

Os três maiores erros que as pessoas cometem no vídeo-currículo:

1. Gravar com ruídos externos.


2. Não se preparar para falar.
3. Exagerar nas informações.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. Escolha um local silencioso.


2. Faça um roteiro do que pretende falar.
3. Utilize um tripé para celular.
4. Vista-se de forma adequada e profissional (escolha uma camisa bonita, arrume o
cabelo, use maquiagem leve etc).
5. Grave e regrave quantas vezes forem necessárias.

Queremos contar para vocês o caso real de um “mentorado” nosso: Leonardo


tem 19 anos e trabalha desde os 14. Iniciou sua trajetória profissional como Jovem
Aprendiz em uma empresa para a qual foi indicado. Após o término do contrato,
candidatou-se a um estágio em outra empresa. Quando começou a faculdade, por ter
experiências no seu currículo, inscreveu-se no início de 2020 para uma vaga em uma
multinacional de sua cidade. Um vídeo-currículo foi solicitado, e ele fez um sem
planejamento ou técnica. Segurou o celular, na sala, com a família assistindo televisão,
falou sobre as suas atividades na primeira empresa e só.
Ele tinha um currículo mal estruturado e nada atrativo, não tinha um perfil no
LinkedIn e, quando fez a entrevista presencial, nos contou que falou um pouco mais do
que havia falado no vídeo.
É claro que ele não passou no processo seletivo. Após algumas negativas, ele
nos procurou para ajudá-lo neste processo. Depois de nossa mentoria, ele participou de
alguns processos seletivos e em 20 dias conseguiu a recolocação na área desejada! E
uma das etapas da seleção foi o vídeo-currículo, que ficou superprofissional!

Como fazer um vídeo-currículo?

 Posicione o celular para ficar visível dos ombros para cima.


 Mantenha distância o suficiente para ver-se do peito para cima.
 Escolha um local calmo e silencioso.
 Avise seus familiares que precisa de tranquilidade.
 Faça um roteiro de tudo que deseja explicar.
 Liste suas experiências profissionais, qualificações, cursos e formações.
 Fale das experiências da mais recente para a menos recente, ou faça um resumo
de todas as suas metas, atuações em projetos, criações ou portfólio.
 Esteja confortável para falar das suas qualidades e de pontos de melhoria.
 Posicione o roteiro atrás do celular. Assim, você terá mais confiança.
 Lembre-se: grave um vídeo para cada vaga na qual tenha interesse.
 Grave quantas vezes desejar.

Topa um desafio?

Grave um vídeo-currículo com as técnicas apresentadas neste capítulo, poste-o


no seu LinkedIn e marque nossos perfis.
www.linkedin.com/in/andressadeoliveiravasconcelos/
www.linkedin.com/in/leticiaaguiarmarques/

Aproveite todas as técnicas e crie um vídeo arrasador! Sucesso!

15 ANSIEDADE: REGULAÇÃO EMOCIONAL PARA PROCESSOS


SELETIVOS
Henriette Russo

“Coragem não é ausência de medo, mas a


capacidade de enfrentar os desafios, tolerando
os efeitos desagradáveis das emoções.”
(Henriette Russo)
Quantas vezes você já se sentiu desafiado?
Que situações lhe geram medo?
O que deixa você paralisado?
Você sabe lidar com os desafios?
Sabe manejar os seus medos?
Sabe regular a sua ansiedade?

Todos nós nascemos com emoções. Sabe a palpitação forte no coração que
sentimos quando estamos diante de um cachorro furioso querendo nos morder? É uma
emoção que sinaliza um perigo que pode pôr nossa vida em risco, e por isso sentimos
medo. E aquela preocupação que temos sobre eventos que ainda estão para acontecer?
Isso é uma emoção que sinaliza um provável desafio ou um problema para o qual
devemos nos preparar, por isso sentimos ansiedade.
Estou aqui para perguntar: O que faz você ter medo? O que o deixa ansioso?
Você sabe lidar com essas emoções? Sabe regular o medo e a ansiedade?
Sei que, em algumas circunstâncias de nossas vidas, experimentamos o medo, a
ansiedade e o nervosismo. E talvez essas emoções e sentimentos possam atrapalhar você
no processo seletivo para uma vaga de emprego. Quantas vezes, em uma entrevista para
uma vaga, fomos desclassificados por conta de ansiedade, medo e nervosismo? Quando
isso acontece, nos sentimos frustrados e desapontados. Nesses momentos, temos a ideia
de que somos fracassados e que não conseguimos controlar nossas emoções.
Estamos aqui porque temos a certeza de que você não é um fracassado, que
existe esperança de mudar. É possível, sim, lidar com os seus medos e regular a
ansiedade diante de situações desafiadoras. Não existe um ser humano sequer que tenha
nascido com todas as competências e capacidades inatas. Todos nós desenvolvemos
essas tais competências de acordo com o nosso histórico de experiências de
aprendizagem.
Ninguém nasce sabendo regular o nervosismo e a ansiedade. A vida é que nos
ensina, a partir das experiências que vivenciamos. Se seu contexto não lhe proporcionou
desenvolver a habilidade de regular as emoções, hoje lhe ensinarei a desenvolver essa
capacidade, a coragem para encarar com sucesso um processo seletivo!
Não tenha medo de enfrentar os seus desafios, não deixe que a ansiedade ou
qualquer emoção o deixe paralisado.
Sempre digo aos meus clientes: “Coragem não é ausência de medo, mas a
capacidade de enfrentar os desafios tolerando os efeitos desagradáveis das emoções”.
Qual é a melhor maneira de vencer o medo? Simplesmente enfrentá-lo! Se você
deseja ser um realizador e ter coragem para encarar os desafios da vida, deve se expor
às situações que causam o medo. Não podemos eliminar o medo de nenhum ser
humano, porque é uma emoção. Toda emoção nasce conosco, elas são essenciais para a
nossa vida, portanto, o medo também é importante. É por meio dele que percebemos os
perigos iminentes e protegemos a nossa vida para não corrermos riscos.
Como podemos controlar a nossa ansiedade diante das situações desafiadoras?
Não existe controle da ansiedade, pois é um sentimento que nasce conosco, sendo muito
importante para nossa preparação para desafios e problemas futuros. Se não fosse a
ansiedade, você jamais estaria lendo este livro! O fato de você querer se preparar para
um processo seletivo o faz investir em conteúdos que possam desenvolvê-lo. Se você
não sentisse nenhuma gotinha de ansiedade, não iria se preparar para uma seleção. Com
isso, vemos que a ansiedade não é algo ruim. Pelo contrário, pode ser até uma aliada.
Mas, será que você a tem usado como aliada mesmo? Ou ela tem sido sua inimiga?
Neste capítulo irei lhe ensinar a fazer da ansiedade uma aliada para conquistar os
seus objetivos, e a enfrentar seus medos diante dos desafios.
Se a ansiedade e o medo o atrapalham na hora da entrevista de emprego, isso
não acontecerá mais, pois você aprenderá a lidar com essas emoções de forma saudável.

Por que é importante que você saiba disso?

 Porque uma parcela grande de pessoas que passam por um processo seletivo
acaba sendo eliminada por não saber lidar com a ansiedade na hora da entrevista.
 Porque a comunicação é fundamental durante uma seleção. Se o candidato não
souber regular suas emoções durante este processo, pode comprometer a
mensagem que deseja transmitir ao entrevistador, de forma que não consiga
mostrar seus objetivos para com a empresa.
 Porque o excesso de nervosismo e ansiedade compromete a nossa atenção. Com
a atenção comprometida, deixamos de mostrar aspectos importantes das nossas
competências e habilidades para o cargo.
 Porque nem sempre um currículo impecável é suficiente para a contratação. A
falta de habilidade para regular as emoções pode deixar o candidato
despreparado e paralisado em um processo seletivo.

Os três maiores erros que as pessoas cometem na entrevista de emprego

1. Querer impressionar demais: às vezes, o candidato, querendo passar uma boa


impressão ao entrevistador, acaba exagerando nas suas competências e
habilidades para o cargo, deixando de ser natural, sincero e honesto.
2. Falar demais: O entrevistador não precisa conhecer a história completa da sua
vida. Dê respostas curtas, objetivas, sem floreados, de no máximo de um minuto,
e concentre-se nas perguntas feitas, mostrando suas qualidades em relação ao
cargo pretendido. Não seja prolixo, limite-se a responder aquilo que lhe foi
perguntado. Caso queira saber mais alguma coisa, o recrutador irá perguntar.
3. Falar pouco: É de fato muito complicado se comunicar com alguém que
responde usando uma ou duas palavras. Alguns candidatos ficam tão nervosos,
ansiosos e intimidados que, para obter alguma resposta deles, o recrutador
precisa obrigá-los a falar. Convenhamos: não é uma situação agradável. Assim,
mesmo que você não seja de falar muito, deve responder por inteiro a questão,
da melhor maneira que for capaz, da forma mais explícita possível e sempre indo
direto ao ponto.

Agora, vou contar para você um caso real. O objetivo é que você perceba seus
acertos e aquilo que pode ser melhorado.

Uma moça de 24 anos procurou o serviço de terapia com a seguinte queixa:

“Estou muito frustrada: sou engenheira civil e não consigo ser aprovada nas entrevistas
de emprego, além de não saber a razão. Me sinto triste demais por não poder atuar na
profissão em que me formei. Além do mais, só consegui trabalhar como caixa de
supermercado. Não entendo isso! Fiz uma faculdade bem renomada em São Paulo,
realizei bons cursos na área, mas ao chegar na entrevista, os selecionadores me
reprovam”.
Triste experiência dessa jovem! Uma formação tão boa e um currículo tão belo
não foram suficientes para lhe garantir um emprego. Mas, graças ao processo
terapêutico, descobrimos a causa das suas reprovações nos processos seletivos. Ela tinha
dificuldade de falar, de olhar nos olhos das pessoas, de fazer amigos, sentia-se ansiosa
ao fazer apresentações em grupo – inclusive, fugia dessas apresentações. Também não
mantinha conversas, evitava falar ao telefone, não gostava de frequentar lugares com
muitas pessoas, tinha dificuldade para expressar seus pensamentos e sentimentos.
Todos esses comportamentos foram observados no processo terapêutico,
ademais, muitas dessas atitudes ocorreram no consultório. Ficou claro nos atendimentos
que o problema do insucesso nas entrevistas de emprego estava na dificuldade de
socialização da jovem, que tinha ansiedade social. A ansiedade social faz com que a
pessoa se sinta ansiosa em “situações sociais”, ou seja, quando o indivíduo sente que é
observado pelos outros, seu comportamento e rendimento são comprometidos. A pessoa
sente-se insegura, e fica preocupada com o que os outros vão pensar dela naquele
estado. O grau de ansiedade pode ser muito intenso, podendo levar a uma crise aguda de
ansiedade.
Era o que estava acontecendo com jovem em questão. Ela tinha dificuldades em
lidar com pessoas, de fazer apresentações e falar em público, o que acabou
comprometendo sua aprovação nos processos seletivos. Todas as vezes que ela se via
em uma situação em que era avaliada e observada pelos outros, começava a ficar
ansiosa.
A ansiedade social começou a comprometer seu desempenho, pois nas
entrevistas de emprego ela não conseguia:

- Olhar nos olhos do recrutador.


- Expressar seus pensamentos.
- Falar sobre suas qualidades e competências para o cargo.
- Dizer seus pontos fortes e fracos.
- Informar com precisão o que sabia fazer.
- Mostrar seus conhecimentos na área que pretendia a vaga de emprego.
- Dialogar com o recrutador sobre seus objetivos.
- Gesticular de forma adequada com a mensagem dada.
- Expressar gestos faciais condizentes com o diálogo.
Durante esse trabalho, comecei a desenvolver, com a paciente, habilidades
sociais para lidar com essas situações. Mostrei à moça o perfil comportamental
inadequado que ela apresentava diante dos processos seletivos. Ensinei para ela como
identificar as emoções presentes naquele momento e como regulá-las em situações
sociais – neste caso, a entrevista para uma vaga de emprego. Além disso, trabalhamos
mentalidades saudáveis para lidar com os processos seletivos, incluindo a tolerância e a
frustração, no caso de uma possível reprovação. A moça passou a exercitar nas sessões
os comportamentos que deveria exibir durante o processo seletivo e como aliviar as
tensões das emoções por intermédio do trabalho de regulação emocional.
Essa história, de um caso clínico que recebi, mostra como as nossas emoções
podem interferir nos processos seletivos. Se não soubermos lidar com a ansiedade, com
o medo e com o nervosismo, podemos comprometer o nosso desempenho. Não adianta
ter um currículo impecável, se não nos saímos bem na entrevista por falta de habilidade
para regular nossas emoções. E era exatamente isso o que estava acontecendo com a
jovem engenheira.
Agora, eu lhe pergunto: você tem se saído bem nas entrevistas de emprego?
Consegue regular a sua ansiedade nos processos seletivos? Sabe lidar com os desafios?

Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. Aceitar sua ansiedade

O melhor remédio para ansiedade é recebê-la de braços abertos. Muitas pessoas


morrem de medo de ficar ansiosas durante um processo seletivo, mas é justamente esse
medo que aumenta ainda mais os efeitos dessa emoção dentro de nós. O que poucos
sabem é que a ansiedade é uma emoção, que nasce conosco e tem a função de nos
mandar uma mensagem para que possamos agir. Tentar sufocar essa emoção é como
mandar uma mensagem para nossa caixa de e-mails e não respondê-la. Se alguém não lê
as mensagens que mandamos, continuamos a enviá-las até que a pessoa veja. É assim
que as nossas emoções fazem, principalmente a ansiedade! Quanto mais a ignoramos,
mais ansiosos nos sentimos e mais intensa será essa emoção. Então, a aceitação é um
processo no qual você vai se ligar a essa ansiedade e descobrirá o que ela quer lhe dizer.

2 Descubra a mensagem que a ansiedade quer passar


Ao aceitar esse sentimento, você tentará descobrir qual mensagem a ansiedade
quer lhe passar. Ficamos ansiosos não porque sentimos ansiedade, mas porque
vivenciamos situações que sinalizam desafios e problemas. Se experienciamos uma
situação que nos exija desempenho, podemos nos sentir ansiosos.
A ansiedade é a antecipação de um evento desafiador. Quando antecipamos uma
situação, nos sentimos ansiosos. Sabendo disso, a entrevista de emprego é uma situação
que sinaliza um desafio, pois nossas competências serão avaliadas nesse momento. É aí
que iremos começar a decifrar a mensagem da ansiedade. Muitas vezes queremos
impressionar demais na entrevista, ou ficamos tímidos a ponto de não conseguirmos
falar.
Neste caso, a própria ansiedade pode estar avisando que, se você quiser
impressionar demais o entrevistador, não será sincero nem realista, e pode exagerar na
qualificação de suas competências. Pode ser até que você invente coisas para causar boa
impressão ao recrutador ou simplesmente não consiga se expressar, não fale sobre suas
competências, sinta dificuldade de lidar com a situação e se veja despreparado para
aquele momento. Então, para descobrir a mensagem que a ansiedade está mandando,
pergunte-se:
 “Será que estou sendo sincero?”
 “Eu tenho mesmo essas competências?”
 “Será que o meu comportamento não está exagerado?”
 “Se não trabalhar minha timidez e a dificuldade de me expressar, corro o risco
de não obter o resultado que tanto almejo?”

Essas perguntas, e muitas outras, podem fazer com que cada um descubra a
mensagem que a ansiedade quer passar.

3 Entre em contato com a situação temida

A situação temida é a própria entrevista de emprego. Mas, como entrar em


contato com uma situação que ainda não aconteceu? Basta fazer um ensaio em casa!
Você mesmo pode simular a situação do processo seletivo. Antes de ir para a entrevista,
você pode treinar o que vai falar. É importante construir um “script” do discurso que vai
falar no dia e o repita até sentir que domina o que foi escrito.
É importante treinar a postura, os gestos, o tom de voz, e repetir até se expressar
de forma natural e automática.

4 Evite pesquisar na internet experiências pessoais de entrevistas

Muitos candidatos, antes de uma entrevista, leem diversas experiências de


pessoas que passaram por um processo seletivo, e muitas vezes esses relatos se referem
a vivências negativas e fracassadas. Essa prática pode gerar ansiedade no sujeito que irá
concorrer a uma vaga de emprego, e levá-lo a pensar que a entrevista será ruim, que o
recrutador pegará pesado, que ele não conseguirá passar.

5 Controle a sua respiração

Você sabia que a respiração tem um efeito tranquilizante para o nosso corpo?
Pois é verdade! Quando respiramos profundamente, enchendo a nossa barriga de ar e,
logo após, soltando todo ar, esse movimento respiratório abaixa os níveis de tensão no
organismo. Por exemplo: basta você puxar o ar para dentro por três segundos e soltá-lo
solte-o em seis.
Respirar dessa forma ajuda a reduzir a ansiedade, porque sinaliza para o seu
corpo que está tudo bem. Se você fizer o exercício pouco antes da entrevista, no
banheiro ou na sala de espera, há boas chances de sentir-se mais calmo e relaxado para a
conversa.

5.1 A respiração diafragmática

A respiração diafragmática é uma das técnicas mais poderosas para o alívio da


ansiedade, pois promove o relaxamento pela ativação do sistema nervoso
parassimpático (que permite ao organismo aceder a situações de calma, desencadeando
a desaceleração dos batimentos cardíacos, diminuição da pressão arterial e diminuição
da adrenalina). Ou seja, grosso modo, força uma reação biológica que incentiva o
relaxamento ao mesmo tempo em que incorpora uma estratégia psicológica de abstração
da mente sobre a ansiedade.

5.1.1 Como fazer a respiração diafragmática?


Se eu agora disser: "inspire profundamente", o que você vai fazer? Em geral, é
provável que a maioria de nós iria expandir o tórax. A ideia da respiração diafragmática
é um pouco diferente – é respirar pela barriga. Mas, como? Fique tranquilo, aqui está o
passo a passo para você praticar em casa.

Siga as seguintes instruções:

1. Fique em uma posição confortável (sentado ou deitado) e coloque uma das mãos
sobre o abdômen, logo acima do umbigo e a outra mão sobre o tórax.
2. Respire naturalmente e perceba qual das duas mãos se movimenta mais quando você
inspira.
3. Caso a mão de cima se movimente mais, ou seja, o tórax se encha de ar mais do que o
abdômen, é sinal de ansiedade.
4. Inspire pelo nariz, inflando o abdômen e solte o ar bem devagar murchando o
abdômen.
5. Inspire contando até três e solte o ar contando até seis. Com o treino da respiração,
você pode, aos poucos, prolongar o tempo de inspiração e de expiração. O importante é
soltar o ar bem mais devagar do que ele entra.
6. Relaxe e permita‐se experimentar a sensação de tranquilidade.

Quero contar um pouco da minha vida para você


Sou Henriette Russo Luiz de Barros. Faz seis anos que sou formada em
Psicologia. Entrei na faculdade em 2010. Sou apaixonada por análise do comportamento
humano e terapia cognitivo-comportamental.
Ao entrar na universidade, encontrei modelos de como explicar e entender o
comportamento humano de maneira muito inconsistente, que não apontavam para as
verdadeiras causas. Observava a Psicologia muito distante da realidade do indivíduo,
com conceitos difíceis e pouco aplicáveis no dia a dia das pessoas. Isso me causava uma
inconformidade muito grande, pois queria uma profissão que de fato pudesse me
aproximar dos outros, que trouxesse de forma simples, clara e precisa a compreensão
dos nossos comportamentos.
Foi quando, um professor da graduação, nas séries finais, me apresentou a
Análise do Comportamento Humano, o Behaviorismo Radical proposto por Skinner.
Fiquei encantada e achei a teoria perfeita para explicar os fenômenos comportamentais,
pois ela explicava de forma clara porque agimos da maneira que agimos, sem apelar
para explicações sensacionalistas e materialistas. Era o que eu precisava para a minha
prática, uma teoria que se aproximasse da realidade das pessoas e que de fato pudesse
trazer transformações à vida do indivíduo. Além disso, tive contato com as teorias
cognitivas, principalmente as terapias de Beck, que trazem intervenções sobre os
pensamentos. Essa descoberta foi o que me motivou a continuar na Psicologia e a querer
transformar a vida das pessoas.
Hoje faço muitos cursos nessa área e atendo um público grande que sofre de
ansiedade, até porque a teoria que embasa meu trabalho é a mais reconhecida no campo
científico para tratar pacientes ansiosos. A eficácia dessa terapêutica fez com que eu
pudesse ajudar muitas pessoas, inclusive a jovem engenheira que não conseguia passar
nos processos seletivos.
Por falar nela, Bruna procurou o serviço de terapia para tratar a ansiedade social.
Depois de algum tempo, ela entrou em contato comigo dizendo que havia passado em
um processo seletivo na área de Engenharia Civil, e que agora estava trabalhando em
uma empresa de projetos.
Você que está aqui comigo: o que aconteceu com a Bruna? Ela não desistiu dos
seus sonhos. Identificou a dificuldade, procurou o serviço de terapia, treinou as
habilidades comportamentais certas para sair-se bem em processos seletivos. Conseguiu
sua oportunidade porque investiu tempo para aprimorar seus comportamentos e
alcançasse os seus objetivos.
Topa um desafio?

Por 30 dias você pode:


 Preparar suas próprias perguntas.
 Alimentar pensamentos positivos.
 Estudar a empresa e anotar as dúvidas.
 Na internet, Evitar ler experiências de outras pessoas em processos
seletivos.
 Refletir por que você quer a vaga.
 Treinar a respiração.
 Simular entrevistas.

Estou muito feliz por estar aqui com você. Meu objetivo é mostrar que é possível
regular as emoções para o momento da entrevista de emprego. Ficar tranquilo nesse
processo é uma questão de habilidade! Por isso, minha gente, vamos treinar nossos
comportamentos e alcançar nossos objetivos!

16 ELIMINAÇÃO EM UM PROCESSO SELETIVO


Juliana Bernardo Nunes

“O maior ponto forte de alguns candidatos a um


emprego é a habilidade deles de impressionar a
pessoa que os entrevistam.”
(Robert Half)

Tenho certeza de que você já passou por alguma entrevista em que não foi
aprovado, e se perguntou:

“O que eu fiz de errado?”


“Meu currículo é bom, me saí bem na entrevista, o que será que aconteceu?”

Essas são as dúvidas de muitas pessoas, afinal, quem não quer conseguir o tão
sonhado emprego, não é?
Pois bem, ter um bom currículo e uma apresentação pessoal adequada, está
longe de ser o fator decisório para a sua aprovação em uma entrevista. Na verdade,
esses são só alguns pontos observados, pois, existem outros que também são levados em
conta na hora de descartar ou não um candidato e é deles que eu vou comentar aqui.

Por que é necessário que você saiba disso?

Porque, no mercado de trabalho, existe uma prática comum entre as empresas,


no momento da contratação, que é o alinhamento do perfil ideal para a vaga. Esse
alinhamento é necessário para que seja contratado o colaborador certo para a vaga certa,
ou seja, colocar a pessoa com o perfil mais semelhante possível ao perfil da vaga.
Esse processo consiste na decisão de quais serão:
- De um lado as competências técnicas exigidas. Por exemplo: qual formação deve ser
exigida, cursos complementares, idiomas.
- De outro lado, as competências comportamentais, ou seja, se o candidato deve ser
comunicativo, proativo, com capacidade reativa frente a problemas, entre outras
características inerentes ao comportamento.
Agora que você já sabe que as empresas buscam por um perfil específico eu vou
lhe contar 3 erros que, com certeza, serão capazes de lhe eliminar de cara de qualquer
processo seletivo.

1. Currículo Inadequado: um currículo que não possui objetivo definido, sem a


descrição das atividades exercidas nas experiências anteriores, sem as palavras-
chaves, sem formatação, com foto sem ser solicitada e incoerente com a vaga
procurada, com certeza será descartado “de cara” pelos recrutadores e nem será
encontrado pelos filtros de busca dos sites e plataformas de emprego.

2. Falta de leitura do anúncio da vaga: o anúncio da vaga é onde estão


especificados quais serão os requisitos exigidos. Portanto, é de extrema
importância a leitura detalhada do anúncio para ver se você se encaixa ou não
para a vaga em questão. Currículos que não se encaixam não serão vistos e você
estará perdendo o seu tempo enviando.

3. Não demonstrar interesse pela vaga: o recrutador consegue perceber quando o


candidato está em uma entrevista sem interesse pela vaga, por isso, repense
sobre as vagas em que está se candidatando e só envie seu currículo para aquelas
que realmente sejam do seu interesse.

Imagine o seguinte: Joana, uma moça de 25 anos, trabalhou como vendedora em


três lojas, somando mais de seis anos de experiência na área. Ela está desempregada há
dois meses, quer mudar de ramo e decide se candidatar a vagas para auxiliar
administrativo. Tomou essa decisão porque está cursando a faculdade de Administração
e, por isso, quer sair da área de vendas. Porém, na hora de procurar seu novo emprego,
não reformulou seu currículo. Suas experiências até o momento foram com vendas e seu
currículo está totalmente voltado para essa área.
Joana enviou seu currículo para muitas empresas. Em todo anúncio para Auxiliar
Administrativo, lá estava Joana. Ela vem fazendo isso desde que saiu do antigo emprego
e, até o momento, não foi chamada para nenhuma entrevista.
A todo instante ela se pergunta: “Por que eu não sou chamada? Meu currículo
tem bastante experiência, está ‘bonitinho’, por que ninguém me chama?”.
Agora, façamos uma análise: Você é um recrutador e, no meio da sua triagem de
currículos, se depara com o da Joana, que contém as seguintes informações.

● Objetivo: Desejo contribuir com os resultados da empresa por meio dos meus
conhecimentos.
● Formação: Nome da faculdade e o curso.
● Experiências: Apenas o nome das empresas onde trabalhou como vendedora, e o
cargo.

O que você percebeu? Dá para melhorar muito o currículo dela, não é mesmo?
Como podemos observar, a Joana não soube explorar todo o seu potencial, não
tinha um objetivo, não forneceu informações completas sobre suas experiências
profissionais e, ainda por cima, mandou para uma vaga no setor Administrativo um
currículo com todas as experiências no setor de Vendas.
Ou seja, ela mandou currículos que seriam considerados incompletos até para a
área de Vendas. Se ele continuar com esse formato, Joana dificilmente será chamada
para a entrevista de emprego que deseja.
Assim sendo, para que você não erre como a Joana, eu vou lhe passar cinco
estratégias para ser notado pelos recrutadores. Não garanto que você vai conseguir
emprego, mas enviando o currículo correto para a vaga correta, suas chances de ser
chamado para entrevistas aumentam expressivamente.

Cinco estratégias que você pode utilizar agora para começar a ser bem visto pelos
recrutadores

1. Tenha um objetivo/defina a sua marca pessoal: antes de falar qualquer coisa: se você
ainda não tem um objetivo, chegou a hora de definir, como mencionei anteriormente!
Os recrutadores buscam perfis semelhantes aos perfis das vagas abert as. Você sabe
como quer ser visto pelos recrutadores? Como um especialista em banco de dados de
TI, apaixonado por novas tecnologias, por exemplo, ou como alguém que está
procurando qualquer coisa?
Existe um ditado popular que diz: “Quem quer tudo, não tem nada”. Se você
quer um emprego, saiba qual emprego você quer e como quer ser visto pelos
recrutadores. A partir daí, concentre suas energias nesse objetivo. Eu garanto
que a oportunidade certa virá quando você menos esperar.

2. Tenha um perfil no LinkedIn: se você ainda não conhece o LinkedIn, está perdendo
tempo. Atualmente, é a maior rede social de emprego. Pode-se dizer que é uma grande
plataforma que auxilia pessoas e empresas a an unciar vagas, procurar empregos,
alimentar sua rede de contatos (networking), fazer parcerias, e outras atividades
relacionadas.
Então, se você ainda não possui um perfil no LinkedIn, essa é a hora de apostar
nele! Neste livro, há um capítulo dedicado a essa plataforma, cheio de dicas para
que o seu perfil não seja ignorado pelos recrutadores.

3. Chame atenção para o seu conhecimento/expertise: é muito importante dar


destaque aos seus conhecimentos no momento da procura pelo emprego. Aí,
então, você pode perguntar: “Como eu faço isso”?
Comece pelo seu currículo. Além de colocar sua formação e cursos
complementares, informe os resultados que obteve nas empresas em que trabalhou.
Esses resultados não precisam ser financeiros. Digamos que você tenha identificado
um processo que poderia ser feito de forma mais fácil e rápida. Isso já é um
resultado, sabia? Empresas gostam de resultados, então, mostre que você dá
resultados. Se você nunca trabalhou, explore seu aprendizado e suas qualidades.
Outro ponto muito importante é movimentar suas redes sociais. Existem várias
formas de fazer isso, como escrever em blogs, gravar podcasts e até mesmo se
envolver em discussões em fóruns da sua área. As opções são muitas! Escolha a sua
e siga firme!

4. Mantenha uma boa rede de contatos/networking: construa relacionamentos


relevantes, começando por seus colegas de faculdade, colegas de trabalho atuais e
antigos. Conserve seus contatos, trate todos com respeito e nunca destrua uma “ponte”,
pois nunca se sabe quem conhece quem. Outra forma de conseguir contatos
relevantes é participando de eventos gratuitos da sua área, conectando-se a
pessoas com os mesmos interesses que você no LinkedIn. Nunca feche portas
para novos contatos.
5. Dedique-se e não perca a constância: parece clichê, mas muitos se esquecem
do principal, que é a dedicação constante. De nada vai adiantar fazer tudo o que
indiquei até aqui se você não se dedicar! E se dedicar constantemente, sem
desanimar. Às vezes parece difícil, até impossível, mas não é, acredite! Desistir
não é, nem nunca será, uma opção para você.

E agora, como eu coloco tudo isso em prática?

Encarando a busca por emprego como um trabalho. Não é porque você não está
indo para todos os dias para uma empresa que não está trabalhando, pelo contrário, você
está trabalhando e muito! Por isso, estabeleça horários, atividades, crie sua rotina e
aprenda a dizer não. É comum que familiares peçam favores por você estar
desempregado, então deixe claro que procurar emprego é um trabalho e merece muita
dedicação!
Feito tudo isso, comece a se preparar para as entrevistas que vão começar a
aparecer. Pesquise as perguntas mais feitas pelos recrutadores, ensaie suas respostas,
cuide do seu emocional, deixe uma roupa separada e é só aguardar.

Topa um desafio?

Nos próximos dias você vai:

 Deixar separada a roupa que usará para a entrevista.


 Decidir seu objetivo.
 Criar um perfil no LinkedIn.
 Reformular seu currículo.
 Criar uma rotina.
 Ensaiar sua própria entrevista.
 Não desistir.

17 CARREIRA X PROTAGONISMO
Simara Alves

“Ninguém é digno do oásis se não aprender


a atravessar seus desertos.”
(Augusto Cury)

Seria possível dissertar sobre carreira sem falar de propósito?


Seria possível falar de propósito sem antes falar de sonhos?
E aí? Vamos juntos encarar essa jornada?

Sonho... Uma palavra tão pequena, mas com impacto imensurável na vida do ser
humano. O dicionário descreve que sonhos são imagens, pensamentos e ideias reunidas
no pensamento durante o sono. Mas, quando falamos de anseios, desejos e projetos,
também os chamamos de sonhos.
Já parou pra pensar sobre o verdadeiro motivo que faz você levantar da cama
todos os dias? Qual é o propósito da sua existência?
A maior certeza que tenho na minha trajetória é que essa máxima sobre
propósito é verídica e ela embasa nossos medos, nos faz agir como alguém que está em
uma mola propulsora imaginária. Mas, para viver o percurso rumo a um objetivo de
vida, precisamos de muita coragem!
Explicando melhor: qual seria essa máxima? Os sonhos são projetos que ainda
estão sendo gerados e que precisam da nossa força e persistência pra nascer,
independentemente das nossas condições. Quem acredita piamente sempre alcança.
Sim, estamos falando de protagonismo, mas o que seria isso? Faço questão de
explicar: protagonismo é assumir as rédeas da própria vida e da carreira, ter plena
ciência do seu papel transformacional e causar impacto no ambiente onde convive por
meio de seu trabalho e das suas ações. É também ser especialista em aproveitar
oportunidades. Esse tipo de pessoa tem aversão à zona de conforto e encara todos os
seus medos.
Um exemplo claro da ideia de protagonismo é uma novela. Pense comigo: quem
detém o papel de protagonista numa novela não é o personagem mais importante da
história? Não é ele que assume os riscos, tem lugar de fala e notoriedade naquela
narrativa?
Imagine uma novela sem a presença do protagonista. Ela não seria muito sem
graça? O mesmo acontece na nossa trajetória!
Se você entrega o controle da sua história pra outrem, ela fica sem graça, perde-
se o sentido de existência! Porque são os sonhos que nos mantêm vivos. Sem
protagonismo acabamos por virar marionetes da vida, manipulados por outras pessoas
e/ou pelas circunstâncias. Muitos perdem o brilho da vida porque não assumem o papel
de protagonismo, deixam de sonhar e, sinto dizer: aquele que não tem planos para o
futuro perdeu, sim, o sentido de viver. E não é isso que você deseja, correto?
Por essa razão, precisamos assumir o papel principal da nossa vida! Ter em
mente, bem definido, afinal: quais são os meu propósitos?
Dessa forma, a ideia fica bem embasada em nosso subconsciente e dificilmente
seremos enredados pelas circunstâncias, ideias alheias ou por pessoas com persuasão
negativa que facilmente conduzem quem não tem um alvo definido a outros caminhos.
Por essa razão, muitos se perdem dos seus objetivos e também perdem, principalmente,
a autonomia sobre aonde querem chegar!
Em vista disso, sonhos são importantes! E como devemos agir, em meio a
qualquer circunstância, seja ela adversa ou não, para não perder o foco?

Vamos às dicas:

 Tenha metas factíveis durante o processo de caminhada ao seu objetivo!


 Aprenda a descansar quando tudo estiver muito complicado, e não desista!
 Faça um planner de parede com a descrição dos seus sonhos. Cole gravuras,
escreva uma frase motivacional que represente a sua essência e projete o que, de
fato, faz você se levantar da cama todos os dias!

Os três maiores erros que as pessoas cometem em sua trajetória

1. Ausência de autoconhecimento.
2. Não desenhar um plano de carreira.
3. Praticar o vitimismo em vez do protagonismo

Tenho um relato muito interessante para fazer você refletir:


Em uma das mentorias de carreira que realizei, deparei-me com um profissional
de 30 anos, jovem, mas que já sentia o peso da maturidade chegando. Ele havia
recorrido àquela mentoria porque precisava de um “norte” sobre sua carreira.
Ele tinha estabelecido em sua mente que aos 40 anos de idade estaria em
determinado patamar e, como uma década voa, precisava se apressar se quisesse
alcançar objetivos que não tinha atingido ainda.
Era um jovem empreendedor e um líder nato. Pense numa pessoa com um
imenso potencial criativo, ideias inovadoras, senso de liderança muito aguçado, porém,
com uma sequência de fracassos! Nesse percurso, apesar de ser jovem ele já tinha um
currículo composto por empresas falidas e projetos cancelados. Consequentemente,
tinha perdido credibilidade até por parte de seus familiares.
Poderíamos pensar: como uma pessoa pode ter acumulado tantos revezes?
É simples: por falta de autoconhecimento e protagonismo!
No processo de mentoria, realizamos um mapeamento comportamental, no qual ele
conseguiu identificar gaps (falhas) que atrapalhavam a sua performance. Percebemos,
enfim, que ele até tinha traçado bons planos, porém, a falta de protagonismo o fez ser
guiado pelas palavras e visão de outras pessoas que não sabiam muito sobre seu
universo profissional. Elas não tinham ideia de que a área de atuação do rapaz era
promissora, deduziram que as ideias dele não valiam a pena e concluíram que não fazia
sentido percorrer determinado caminho.
E qual foi a atitude dele? Adivinhem... Sim, ele deu ouvidos a essas pessoas e
desistiu!
O processo de mentoria trouxe uma clareza muito interessante, porque a
autoanálise é uma ferramenta poderosa para despertar o potencial que, muitas vezes,
deixamos adormecidos.
Quantas pessoas enterram seus talentos por medo ou por falta de
posicionamento?
O mapeamento comportamental trouxe uma visão holística do cenário, e o rapaz,
que antes tinha uma visão restrita, agora via de forma global e clara quem realmente ele
era... E surpreendeu-se com o número de habilidades e talentos inerentes ao seu perfil
que havia desperdiçado nesse tempo de estagnação. Ele reconheceu também que
precisava melhorar certos aspectos em si.
Ele visualizou exatamente onde havia perdido as rédeas da sua história! Tinha
sido no momento em que deu ouvidos a uma gama de pessoas que não tinham a menor
ideia da dimensão do mundo da tecnologia (o rapaz lida com esse ambiente com
maestria) e da revolução que vem ocorrendo nessa área.
É surreal o quanto esse rapaz está “antenado” à modernidade tecnológica, que
muitos consideram irreal. Mas é a realidade: a tecnologia está tomando uma proporção
gigantesca e vai avançar ainda mais.
A questão é que ele não teve poder de fala o bastante para defender o motivo
verdadeiro que o fez escolher aquela profissão. Naquele momento, teve total falta de
protagonismo!
O mergulho no autoconhecimento foi essencial para que o rapaz deixasse para
trás a falta de energia e de autoestima. Com muita atitude, ele traçou objetivos iniciais,
como o redesenho do seu plano de carreira, estar consciente de suas qualidades e
talentos essenciais para alcançar seus objetivos, e, com o processo criativo reaguçado, a
baixa autoestima desapareceu e deu lugar à vontade de se tornar protagonista da própria
história.

Por que é importante que você saiba disso?

Na caminhada do ser humano é imprescindível ouvir histórias que dão certo,


ainda que estejamos em meio ao turbilhão da vida. Conhecer essas histórias nos renova,
trazem força motriz para os nossos sonhos! Vemos que as dificuldades não são apenas
particularidades nossas, e sim uma naturalidade da vida! O que não podemos fazer é
desistir! Quer um conselho? Se estiver difícil, aprenda a descansar e nunca desistir!

“É melhor você tentar algo, fracassar e aprender com isso do que não fazer nada.”
(Mark Zuckerberg)

Você gosta de dicas incríveis? Então, anote os cinco passos para ter um plano de
carreira eficaz

1 Autoconhecimento

Falamos muito sobre ele, mas, afinal, do que se trata? Uma descrição simples
seria ter conhecimento real sobre os seus talentos, pontos que precisam de melhora,
habilidades, valores pessoais, limites, hobbies, bem-estar e também entender que a vida
não é “só flores”. Nós passamos a saber, de fato, o que nos tira do eixo, tudo que nos
incomoda. O conhecimento profundo de nós mesmos é autoconhecimento.
Como podemos desenvolvê-lo? Por meio da autorreflexão, e de ter alguém na
vida que seja o seu “juiz”. Sim! Sabe aquela pessoa que sempre chama você para a
realidade? Eleja alguém pra esse cargo. Isso ajuda muito a reconhecer seus pontos de
melhoria. Esteja atento ao que as pessoas ao redor falam sobre você.
Todas essas são técnicas muito eficientes no processo de autoconhecimento.

2 Conheça o mercado!

Você, que deseja ingressar no mercado de trabalho, precisa pesquisar sobre as


profissões existentes, quais delas têm a ver com você e traçar meios de começar em uma
determinada área.
Se você já trabalha em alguma área específica, precisa pesquisar quais são as
tendências para ela, as projeções futuras, quais são os diferenciais dos profissionais mais
renomados aos quais você pode aderir? De qual conhecimento preciso para me
destacar?
O boom na carreira de um profissional depende da capacidade dele de fazer
revisão teórica e de prestar atenção às atitudes que outras empresas, culturas e
profissionais estão assumindo. Existem diversas áreas de atuação pelas quais a pessoa
pode optar depois de se formar, e, para “se dar bem”, é importante ter um conjunto de
soft skills: adaptabilidade, flexibilidade e inovação.

3 Sabe o que são soft e hard skills?

Soft skills são um conjunto de habilidades comportamentais inerentes ao ser


humano, aquelas que você utiliza de forma emocional para se comunicar com os demais
e que não são aprendidas em cursos. Exemplos de soft skills: adaptabilidade, trabalho
em equipe, inovação, comunicação e afins.
Precisamos estar em constante evolução, ter em mente nossos pontos de
melhoria para alcançar um desempenho melhor e ser referencial de carreira.
E o que são hard skills? São um conjunto de habilidades técnicas, aquelas
aprendidas em alguma formação, em cursos, palestras e afins. Exemplo: graduação,
cursos, idiomas.
Uma pesquisa revela que as empresas contratam pelas habilidades técnicas, mas
demitem pelo comportamento.
Quando se fala de recrutamento, a tecnologia trouxe uma nova roupagem para o
mercado. As empresas conseguiram automatizar muitos processos que eram manuais, e
os setores de RH agora têm uma postura bem mais estratégica para observar
atentamente as pessoas. O mais interessante nessas organizações, no momento, é ter na
equipe pessoas com habilidades comportamentais alinhadas com a cultura da empresa,
mesmo que, para isso, precisem treinar habilidades técnicas.
Um adendo muito importante é: Ter hard skills é essencial. Preparação técnica é
imprescindível! O que digo aqui é que as soft skills ganharam mais peso na hora da
contratação. Destaco a importância de o candidato ter equilíbrio nessa “balança de
habilidades” e trabalhar bem seus pontos de melhoria para ter diferencial competitivo.

4 Protagonismo e aprendizado constante

Já falamos de forma bem intensa sobre protagonismo, mas vamos relembrar o


conceito? Protagonismo é assumir as rédeas da vida e da carreira, ter plena ciência do
seu papel de transformar e impactar o ambiente onde convive por meio do trabalho e
das ações. Ser especialista em aproveitar as oportunidades! Esse tipo de pessoa tem
aversão à zona de conforto e encara todos os seus medos.
E o aprendizado constante? Como posso treinar tal habilidade?
Quem deseja ter sucesso profissional precisa ter a consciência que se atualizar é
essencial para que essa engrenagem funcione. Vivemos num mundo em constante
evolução. A tecnologia está revolucionando muitos setores e ser um profissional que
não para no tempo e que está disposto, se necessário, a “trocar o pneu com o carro
andando”, tem mais chances de obter sucesso!

5 Objetivos e metas factíveis

Por que esses seriam pontos essenciais? Para evitar frustrações recorrentes que
conduzem muitos à desistência dos seus propósitos! Ao estabelecer ideais, precisamos
compreender que planos são mutáveis e que, no decorrer do trajeto, poderemos mudá-
los.
Outro detalhe indispensável: crie metas factíveis e de curto prazo. Não adianta
estabelecer metas longas e inalcançáveis, que causam frustração, sentimento de
incapacidade e até a falsa ideia de que aquela carreira não foi feita pra nós!
Quando temos um marco a ser alcançado, estabelecer pequenas metas dá novo
fôlego a cada conquista. Isso nos faz acreditar que o caminho está cada vez mais fácil de
trilhar e que o objetivo está mais perto das nossas mãos.

Mais uma dica para quem quer ter sucesso

Vá a um lugar calmo, leve papel e caneta e escreva:

 O que eu quero?
 O que estou fazendo?
 Três ações que começo a fazer hoje!

Quando escrever, seja gentil consigo e liste ações que vão trazer mudanças, mas que
sejam factíveis. Quando fizer conquistas, estabeleça novas metas e prossiga até atingir o
alvo!

Networking

Acredito que você tenha escutado muito este termo por aí, mas o que ele significa?
Fazer networking tem um grande peso em sua carreira, então, vamos falar dele.
Networking é construir uma rede de contatos profissionais para trocar experiências,
informações e potencializar oportunidades por meio de relacionamentos. Fazer
conexões com pessoas da sua área, participar de grupos, comunidades, eventos, estar em
contato com pessoas, aprendendo e disseminando conhecimento acerca de algum
assunto.
O LinkedIn é a maior plataforma de networking profissional que existe. Nele,
você pode criar um perfil que contenha toda a sua trajetória profissional, suas
experiências, cursos e formações. Eu digo, brincando, que é um “currículo vivo”!
Crie um perfil profissional na plataforma e dissemine conhecimento (mesmo
sendo ainda iniciante, afinal, todos temos algo a ensinar). Escreva artigos, compartilhe
notícias, comente as publicações da sua rede, absorva conhecimento sobre sua área e
sobre assuntos diversos.
A sua entrega e participação no LinkedIn gera uma visibilidade positiva que cria
oportunidades de carreira, então, seja ativo na plataforma. O contato com pessoas da
área faz com que sua rede o conheça. Assim, quando surgir algo interessante em seu
campo de atuação, seguramente você será contatado. A prática assertiva do networking
abre portas sensacionais.
Seja interessante! Publique e comente assuntos de forma inteligente e sensata,
baseado no seu conhecimento e vivência.
Seja interessado! Elogie e faça comentários em publicações de outrem de forma
geral ou individual, para criar vínculos com seus contatos.
Não pratique um networking interesseiro, criando conexões com foco apenas em
receber alguma coisa. Estabeleça vínculos verdadeiros com a sua rede, seja acessível!

Fuja da síndrome de astro de Hollywood

Já ouviu falar sobre isso? Eu explico: você conhece algum profissional que tem
muito conhecimento, experiência considerável, mas que não gosta de disseminar
conhecimento?
Isso mesmo! É aquela pessoa que tem aversão à proximidade com os demais,
vive numa redoma e não participa de nenhum projeto de networking. Se participa de
eventos, não tem contato com ninguém. Se for membro de uma equipe, não está
disponível para auxiliar os iniciantes. Esse profissional é um perfeito astro de
Hollywood!
Tome cuidado com isso. Chegar a um patamar alto é muito bacana, mas não faz
de ninguém melhor ou mais especial que os demais. Seja um profissional agradável e
inspirador, para que as pessoas o tenham como referencial positivo e queiram
acompanhá-lo.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou apaixonada por pessoas e vim de uma família simples. Eu sempre amei
estudar e, com muita dificuldade, fiz o meu curso superior em Gestão de Recursos
Humanos. Depois de vivenciar o Departamento de Pessoal, aprendi como é estar num
setor de muita responsabilidade, no qual o trabalho é bem processual e indispensável
para qualquer tipo de organização.
Depois dessa experiência, cheguei à área estratégica de RH (Gente e Gestão ou
Gestão de Pessoas). Apaixonei-me, descobri que esse é o meu perfil comportamental.
Comunicadora, tinha tudo a ver com esse universo. Afinal, eu amo treinar e desenvolver
pessoas, amo palestrar e atrair e recrutar talentos! Tudo isso pra mim é muito prazeroso!
Hoje, quando olho pra trás, visualizo uma trajetória de muitas dificuldades,
muitos nãos, muito desprezo, muitas humilhações. Vivi experiências profissionais com
chefes doentios, situações que fariam qualquer pessoa desistir dos seus objetivos.
Alguém pode perguntar: “Simara, por que você está dizendo isso?”. É simples!
Alguém pode estar, neste momento, lendo este livro e vendo os próprios sonhos como
falidos, projetos cancelados, tudo isso porque as circunstâncias não são favoráveis.
Acredite nos seus sonhos! Eles nasceram no seu coração por algum motivo e a vida tem
das suas artimanhas. Não desista diante das dificuldades.
O autoconhecimento, o preparo (sim, prepare-se mesmo quando achar que as
coisas não vão dar certo, pois assim estará pronto quando houver mudanças), a
persistência e a fé vão conduzir você ao caminho do sucesso.
Acredite: cicatrizes são ótimas para nos chamar para a realidade, para mostrar
que você lutou, e, melhor ainda, para lembrar que você venceu.
Estou trilhando um caminho de muita satisfação profissional: sou CEO da
Consultoria RHTECH, especializada em recrutamento de profissionais de Tecnologia.
A Consultoria também faz mentoria de carreira para profissionais de Tecnologia. Esse é
um trabalho que realizo com paixão, e a “galera tech” me abraçou. Como forma de
retribuição, criei uma perfil no Instagram chamada: rhtec.h (siga-nos lá!).
Nele disseminamos conhecimentos sobre recrutamento na área da tecnologia.
Em nosso famoso quadro “Minuto Tech”, falamos sobre carreira para pessoas desse
campo e, claro, publicamos muitas vagas de emprego para a população!
Sou mentora no projeto “O maior programa de emprego do Brasil”. São mais de
30 profissionais envolvidos, todos os dias fazemos lives pelo Facebook com assuntos
pertinentes ao mercado de trabalho. Entregamos um rico conteúdo para quem faz o
curso pelo Telegram, e quem o termina ganha uma mentoria de carreira com um dos
nossos profissionais.
Desse projeto nasceu esta obra, da qual tenho muita honra de participar e de
poder disseminar o meu conhecimento pra você, leitor, que acompanha com afinco o
nosso propósito de ser um diferencial na vida das pessoas.
Com uma alegria imensa em meu coração, digo: faço meu trabalho todos os dias
com muita energia e entusiasmo. Você se lembra da frase: “Trabalhe com o que ama e
você nunca mais temerá a segunda-feira”? Eu duvidava disso há alguns anos, hoje tenho
certeza de que essa premissa é real.

E se as segundas-feiras fossem uma segunda chance?


Você as encararia de forma diferente?

Topa um desafio?

 Estabeleça uma rotina diária.


 Pratique a técnica Pomodoro – 25 minutos de trabalho ou estudo; cinco minutos
de pausa para distração, fazer alguma coisa de que goste.
 Pratique o autoconhecimento.
 Estabeleça metas de curto a médio prazo.
 Seja positivo.
 Cuide da sua mente.
 Esteja em constante aprendizado e evolução.
 Seja protagonista e dedique-se à sua carreira.
 Tenha momentos pra si, pratique o autocuidado.
 Tenha momentos de qualidade com quem ama.
 Crie conexões, faça novas amizades e cultive as antigas.

Falar sobre carreira é um alento pra quem tem sonhos, afinal, quem está vivo
tem projetos, e se alguém não os tem, algo está errado.
Redesenhe os processos, assuma a postura de ser a pessoa mais importante da
sua história e siga adiante. Tenha pessoas inspiradoras por perto. Siga nas redes sociais
perfis de profissionais que serão seu modelo de profissionalismo. Isso vai lhe dar mais
força para prosseguir, porque tudo que um homem pode fazer o outro também pode.
18 DOCUMENTAÇÃO PARA QUEM BUSCA EMPREGO
Marilene da Silva

"Imaginação é o início da criação, nós


imaginamos o que desejamos; nós seremos o que
imaginamos
e, no final, nós criamos o que nós seremos."
(George Bernard Shaw)

Primeiramente, vamos entender um pouco sobre documentação. O dicionário nos


diz que documentação é um substantivo feminino e significa “o processo ou efeito de
demonstrar; a reunião de papéis com a finalidade de esclarecer alguma coisa; fatos
históricos; identidade de pessoas etc.
E qual é o sinônimo de documentação? Encontramos em nossas fontes de
pesquisas quatro sentidos para essa palavra, totalizando 25 sinônimos. Vamos a eles:

1. Declaração escrita: comprova uma situação, um dado, uma data. Podemos citar
alguns exemplos que se enquadram em declaração escrita: certidões de nascimento e
casamento, certificados diversos (conclusão de cursos, diplomas), títulos, escrituras,
contratos diversos (seu contrato de trabalho), a própria declaração (que pode ser,
inclusive, de vínculo empregatício). Como o próprio nome já diz, ela precisa ser escrita.

2. Registro Escrito: aquilo que pode ser usado para comprovar alguma coisa em várias
situações, como em uma demanda trabalhista, na qual podemos citar comprovantes
referentes a um contrato de trabalho.

3. Tudo que possa ser comprovado: podemos citar provas, evidências, comprovação,
demonstração, confirmação e o próprio testemunho.

4. Arquivo: a informática vem, de forma intensa, inovando e se reinventando dia após


dia. Entre tantas facilidades que nos oferece, podemos citar bancos de dados, que
facilitam o trabalho em várias áreas, e também a nossa vida pessoal. Processos em que é
preciso comprovar alguma coisa ficam mais fáceis com o uso da tecnologia. Na área
trabalhista podemos ver isso acontecer fortemente nas fiscalizações e em processos
judiciais.
Podemos, então, entender que documentação
“é o conjunto de todos os documentos; são todas as fontes
contendo informações que ajudam a tomar decisões; comunicam
decisões tomadas e registram assuntos de interesse da organização ou do
indivíduo. Tem como característica, reunir informações escritas
acumuladas numa série sucessiva de anotações e, quando dizem respeito
a uma organização ou a um indivíduo, assumem a característica de
documento. O conjunto dos documentos passa a constituir a
documentação com fins comerciais, industriais, jurídicos, escolares,
etc”. (FEIJÓ, 1998).

É importante ressaltar que documentos são essenciais para uma pessoa que
deseje conquistar uma vaga de emprego, matricular-se em estabelecimentos de ensino,
inscrever-se em concursos ou adquirir bens. Nas mais variadas situações, você terá que
comprovar sua identidade.
Acredito que muitos estejam se perguntando: “Por que um tema como esse está
em um livro que pretende ajudar pessoas a conseguirem a tão sonhada colocação no
mercado de trabalho?”. Eu diria que, em toda sua vida pessoal ou profissional, você vai
precisar comprovar informações, e, na maioria das vezes, isso se faz por meio de prova
documental que contenha o registro do que se pretende e necessita comprovar.
Partindo desses entendimentos, vamos falar um pouco sobre os principais
documentos.

 Registro de Nascimento: É o primeiro documento da pessoa e é um direito de


todo cidadão nascido no Brasil, devendo ser feito até quinze dias após o
nascimento do indivíduo. É totalmente gratuito, no entanto, se houver
necessidade de segunda via, você terá de pagar.

 Carteira de Identidade (ou Registro Geral, RG): É um documento de


identificação válido em todo o país e é feito pela Secretaria de Estado da
Segurança Pública. Ele não tem prazo de validade, a pessoa é identificada por
meio de foto. Recomenda-se sua renovação a cada 10 anos.

 Cadastro de Pessoa Física (CPF): É obrigatório para qualquer pessoa e não


existe idade mínima para obtê-lo. Pode ser solicitado uma única vez nas
agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal ou nos Correios.

 Registro de Casamento: Nele você oficializa o sonho de “unidos para sempre


até que a morte nos separe” (ou enquanto o amor durar). O casal pode obtê-lo no
Cartório de Registro Civil mais próximo, levando os documentos pessoais de
ambos.

 Carteira Nacional de Habilitação (CNH): Só pode ser tirada depois de a


pessoa completar 18 anos e ser aprovada nas provas teóricas e práticas. Aqueles
que passam nos testes têm permissão para dirigir e, depois de um ano, a CNH
será definitiva. Jovens acima de 16 anos, emancipados, também podem ter
carteira se forem aprovados nos testes.

 Certidão de Alistamento Militar: Após completar 18 anos, o jovem deverá se


alistar, procurando a Junta do Serviço Militar de seu município. O alistamento é
obrigatório e deve ser feito no período entre 1º de janeiro e 30 de abril.

 Título de Eleitor: É obtido no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ou na Zona


Eleitoral mais próxima de sua residência. Ele é facultativo para jovens entre 16 e
18 anos incompletos e obrigatório para maiores de 18 anos.

 Passaporte: Documento necessário para viagens ao exterior, emitido pelo site


da Polícia Federal.

 Carteira de Trabalho e Previdência Social: Nela encontra-se todo o histórico de sua


vida profissional, empregos atuais e anteriores, atualizações de salários, anotações de
férias, entre outras informações. É imprescindível para se conseguir um emprego formal
e é um dos principais documentos do trabalhador. (Houve um tempo em que os
selecionadores definiam quem contratar apenas olhando a CTPS do candidato.
Eu sou dessa época e, por incrível que pareça, raramente errávamos).

 Carteira de Trabalho Digital: É obrigatória para novas emissões e igual à


antiga CTPS. A impressa continua valendo, desde que, contenha espaço e poderá
ser-lhe muito útil na hora da sua aposentadoria para comprovar seu tempo de
serviço.
Para você fazer sua CTPS digital, acesse o site https://www.gov.br/pt-
br/temas/trabalho-emprego. No bloco “Carteira de trabalho digital”, clique em
“obter”.

Extravio, furto ou roubo

Em caso de furto ou roubo é preciso registrar um Boletim de Ocorrência no site


da Secretaria de Segurança Pública ou comparecer a algum plantão policial.

Algumas dicas de como manter seus documentos sempre organizados

 Escolha uma pasta de material resistente, que não amasse os seus documentos e,
se possível, que tenha divisórias.
 Separe e organize os documentos por tipo, importância e por ordem cronológica,
preferencialmente. Isso também facilitará o manuseio deles.
 Elimine a bagunça. Seja seletivo(a) e não guarde o que não tem utilidade ou
valor.
 Digitalize o que for possível, salve em seu computador ou em um local on-line.
 Após utilizá-los, devolva para o mesmo lugar.
 Guarde os documentos em um lugar seguro, pois você precisará deles sempre
que for atualizar o seu currículo ou se cadastrar nos sites e plataformas de
emprego. Você terá mais paz e tranquilidade e encontrará rapidamente o que
precisa. Lembre-se: as plataformas não padronizam as informações de forma a
facilitar a vida do candidato, mas sim de modo a fazer uma seleção assertiva
com aproveitamento do tempo.
Exemplificamos abaixo alguns documentos que você deve manter numa pasta,
atualizados.
 Currículo atualizado.
 CTPS física, se for o caso.
 Carteira de Identidade – RG.
 Cadastro de Pessoa Física – CPF.
 Título de Eleitor.
 2 fotos 3x4 (atuais).
 Comprovante de residência (atualizado).
 Comprovante escolar, fundamental ou superior. Ou uma
declaração de curso em andamento.
 Certificados dos cursos de aperfeiçoamento que você já
fez.
 Certificado de Reservista.
 Se for casado, Certidão de Casamento ou Declaração de
União Estável.
 Se tiver filho(s), Certidão de nascimento; comprovante
escolar dos maiores de 7 anos e menores de 14. O cartão
de vacina é exigido para crianças de até 7 anos.

Na melhor das hipóteses, se você for aprovado e contratado, deverá ter seus
documentos organizados. Lembre-se que será necessário acrescentar à lista o Atestado
Médico Admissional custeado pela empresa.
Um bom recrutador consegue fazer uma avaliação inicial do candidato apenas
observando a forma como ele porta seus documentos. Se estiverem organizados, bem
conservados e fáceis de encontrar, isso facilitará também a vida dos profissionais do
Departamento Pessoal na hora de efetivar o seu registro no sistema de contratação.

Lei geral de processamento de dados – LGPD

A LGPD encontra-se em vigor e “dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,


inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de
privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural”, como diz
seu artigo primeiro.
A lei traz também a definição de dados pessoais sensíveis, que são aqueles que
se referem à “origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a
sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à
saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa
natural”.
Isto significa que seus dados estão mais protegidos, e, conforme a lei, o
verdadeiro dono dos dados não é aquele que os utiliza; eles são de caráter estritamente
pessoal.
Observação: seus dados só podem ser utilizados mediante sua autorização.
Tenha muito cuidado e preste bastante atenção aos seus direitos, inclusos na LGPD.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou Marilene da Silva dos Santos. Tenho 65 anos, sou casada, tenho cinco filhos
e nove netos. Me formei em Administração de Empresas e tenho curso de extensão
gerencial ministrado pela Fundação Dom Cabral. Sou de origem humilde, tive uma
infância difícil, saímos da roça e viemos para Brasília, a capital recém-inaugurada, em
busca de uma vida melhor. Antes de nos firmarmos na cidade, perambulamos por várias
invasões. Foi uma vida complicada. Catar papelão na rua, carregar lata d’água na cabeça
foi necessário naquela época. (Coisas que muitos desconhecem hoje em dia).
Sobrevivemos, como se dizia antigamente, “aos trancos e barrancos”.
Com grande dificuldade aprendi a ler em revistas (aquelas com novelas em
quadrinhos). Fui atrás de melhorias e, com muito esforço, estudei e consegui me formar.
Quando me graduei já tinha uma longa carreira profissional e atuava como gerente de
RH.
Com muito amor, dedicação e perseverança, fazendo e refazendo tudo com
muita força de vontade, consegui!
Toda a minha vida profissional foi dedicada a desenvolver pessoas e também
garantir às empresas uma estrutura sólida de Departamento Pessoal.
Hoje, com toda minha trajetória profissional e de vida, sinto que tenho
capacidade suficiente para aconselhar quem está iniciando sua carreira profissional,
principalmente os jovens e aprendizes. Portanto:
 Sonhe, acredite e busque realizá-los.
 Estude e aproveite todo momento que tiver para aprender.
 Se errar, faça de novo, quantas vezes for preciso. Invente
e reinvente sempre. Na dúvida, pergunte.
 Vá à luta e enfrente os seus medos para saber se é ou não
capaz.
 Mire-se no exemplo de alguém que traga conteúdo e que
faça você crescer.
 Esteja sempre aberto a sugestões e coloque-as em prática.
 Tenha metas claras e definidas, inclusive com prazos para
o cumprimento.
 Cerque-se de pessoas que possam orientar você e
transformar sua vida.

Boa Sorte! Espero que esse conteúdo possa ser um divisor de águas em sua vida,
transformando você em um excelente profissional!
19 INCLUSÃO E DIVERSIDADE

Jucélia Xavier da Silva

“Se o lugar não permitir o acesso


a todas as pessoas, este lugar é deficiente.”
(Thais Frota)

A inclusão é muito importante por trazer a diversidade para as empresas. Nós,


profissionais de RH, temos, sim, que fazer esse trabalho. Devemos procurar os melhores
talentos para a organização, independentemente de raça, cultura, etnia, opiniões,
pensamentos e deficiência. Esses profissionais têm direito, como todos nós, na empresa
ou em qualquer lugar! Ganham os candidatos, que ocupam seus cargos dos sonhos, e
ganha a empresa, com a inovação, resultado e muito mais.
As organizações devem se preparar para receber esses candidatos, pois eles têm
necessidades diferentes e, às vezes, é necessário equipamento adequado para a
realização de entrevistas e atuação no dia a dia, além de verificar que essas pessoas
estejam motivadas no trabalho.
É muito importante o papel do RH na inclusão e diversidade: ele é a porta de
entrada. Devemos deixar claro que essa iniciativa não é só do RH: é necessário treinar
os líderes e colaboradores das empresas para que o ambiente fique harmonioso e
estratégico.
Com profissionais devidamente treinados, a empresa passa a receber bem os
talentos desses funcionários diferenciados, o que a torna mais atrativa não só para os
candidatos, mas também para os clientes.
É preciso compreender a realidade dos candidatos, saber do que eles precisam.
Contudo, a igualdade de oportunidades deve estar presente para todos.
Sou a favor das cotas, pois as considero importantes. Elas não garantem a
qualidade no trabalho, mas é preciso incluir, capacitar, gerar oportunidades para que ela
aconteça.
Muitos candidatos estão procurando trabalhar em empresas inclusivas. E você,
sabe procurar vagas alinhadas ao seu perfil em empresas inclusivas? Neste capítulo,
darei dicas de como encontrar uma empresa na qual você se sinta bem, e falarei das
melhores formas de se preparar.
Por que é importante que você saiba disso?

 Porque é importante ter capital humano nas organizações,


trazendo diversos benefícios para a empresa e para os
colaboradores. A qualidade e a produtividade das equipes
têm melhora significativa, os talentos progridem e há
maior retenção. Tanto as expectativas da organização
quanto as dos profissionais passam a se manter em
equilíbrio; novos líderes são desenvolvidos para alcançar
os objetivos da empresa, o comprometimento é elevado,
assim como a motivação, o desempenho e,
consequentemente, o sucesso. As relações de trabalho e o
clima na organização são “otimizados”.

 Porque as pessoas diversas têm receio de ir atrás do


emprego dos seus sonhos – é fundamental reverter isso.

 Porque muitos não correm atrás de suas oportunidades – o


medo reprova e atrapalha na busca de uma recolocação.

Agora que você já sabe quais são os benefícios da Gestão de Pessoas, confira
como mensurá-los.

Os três maiores erros que as pessoas cometem


1. Um dos erros por parte da empresa é não preparar a organização para receber
profissionais diversos, com falta de equipamentos necessários, o que reflete no
comportamento dos colaboradores.
2. Deixar de pesquisar empresas que adotam as medidas de inclusão – é um erro não
estudar bem a empresa antes do processo seletivo.
3. Um erro muito grande é não acreditar em si mesmo, pois é necessário criar uma força
dentro de si e destacar suas qualidades na hora de buscar emprego.

Vou contar um caso real para que você perceba no que tem acertado e pontos
que pode melhorar.

Certo dia, um jovem entrou em contato comigo por meio de uma rede social,
pedindo ajuda em sua recolocação. Ele estava bastante desanimado. Já havia participado
de muitos processos seletivos, mas não obteve sucesso em nenhum. Comovida com o
que ele disse, procurei saber mais sobre o assunto. Ele relatou que tinha uma deficiência
visual, enxergava somente 35%, e que usava óculos especiais, que o ajudavam um
pouco, mas, ainda assim, tinha algumas limitações, o que o deixava muito desanimado
na busca por recolocação.
Por conta de sua deficiência, ele foi barrado em alguns processos. Em outros,
conseguiu realizar a entrevista, mas sempre recebia uma resposta como: “Por enquanto,
não temos uma vaga que se adeque ao seu perfil”.
Isso é triste, mas realmente acontece em alguns casos, pela falta de
profissionalismo de algumas pessoas. Nós, do RH, devemos nos preparar a cada dia
para receber esses profissionais, pois é importante incluir.
Este caso foi importante para a composição deste capítulo, pois chama a atenção
para os profissionais de RH, que precisam de preparo e devem refletir sobre as formas
de atendimento às Pessoas com Deficiência (PCDs).
Algumas PCDs não conhecem seus direitos e a falta de informação dificulta esse
processo.
Você, do RH, inclui PCDs em seu Banco de Talentos?
Você treina suas lideranças para receber esses profissionais?
Você incentiva a diretoria para criar projetos que ajudem nessas contratações?
Você, gestor, buscou os melhores equipamentos para receber esses profissionais?
Cinco estratégias que você pode utilizar agora

1. Enviar currículos para empresas que apoiam a inclusão, a diversidade e que,


realmente, as colocam em prática.

2. Localizar ONGs e participar de projetos do Governo para ajuda na recolocação.

3. Acessar sites de emprego para pessoas com deficiência, como Deficientes on-
line, Empregos PPDS, Pessoas com Deficiência, Vagas.com, Emprega PCD,
Oportunidades Especiais, Rede Cidadã, Egalitê, entre outros.

4. É importante deixar claro no currículo a deficiência e o grau desta.

5. Colocar PCD ao lado do seu nome no perfil do LinkedIn, o maior site de vagas
da internet.

O que fazer?

O ideal é não desistir da vaga dos seus sonhos. Como diz o ditado, “quem
procura, acha”.
Hoje em dia, existem diversas ferramentas para nos ajudar. A internet é uma
delas. Por exemplo: o LinkedIn é um grande aliado nessa busca, bem como os sites
citados anteriormente.
Escolher informar em seu perfil qual é a sua condição é muito importante. Se
você é uma pessoa que não consegue fazer esse alinhamento, procure um profissional
que o ajude. Ao buscar recolocação, deixe claras essas informações ao seu perfil, pois
isso facilita a vida dos recrutadores quando pesquisam pela sigla PCD.
As empresas também saem ganhando com a contratação inclusiva, tornando-se
mais democráticas e inovadoras, valorizando as diferenças. A ética e o respeito humano
fazem os colaboradores trabalhar mais felizes, dão boa reputação e agregam valor à
marca. Produtos e serviços são mais valorizados quando a empresa tem uma equipe
diversa.
A prioridade é o talento, mas, acima de tudo, tem que haver um bom
planejamento e o estabelecimento de uma cultura forte na organização para manter a
ordem e um bom ambiente de trabalho. Devemos nos lembrar do investimento em
estrutura física, pois ele é primordial. Os gestores, como agentes transformadores,
precisam se conscientizar e ser os primeiros responsáveis por essas ações. Você, gestor,
traz melhorias para a organização onde você trabalha?

Como você pode colocar em prática o gatilho mental da autoridade

● Estruture suas redes sociais com foco nos resultados, assim você colherá os frutos do
seu esforço.

● Se quer fazer parte de uma organização, estude-a antes para não ter surpresas depois
e procure empresas que adotem a inclusão e a diversidade, que realmente fazem a
diferença na sociedade.

● Procure um profissional capacitado para que ele ajude você a reformular seu
currículo, dê orientações sobre se comportar em uma entrevista. As PCDs podem buscar
ONGs e programas do governo.

Voltando ao caso do jovem que tinha a visão comprometida: ele conseguiu


recolocação depois que lhe dei algumas dicas. Ele procurou um projeto do Governo e
conseguiu a sua vaga no mercado de trabalho. O importante é não desistir e buscar a
melhor vaga para o seu perfil.
Todos nós temos alguma limitação na vida. Independentemente de qual seja, o
importante é correr atrás de seus objetivos, fazer acontecer.

Topa um desafio?

Por 30 dias você pode:

 Pesquisar sites que têm vagas diversas.


 Investir em suas redes sociais, entregando conhecimento.
 Fazer networking, uma rede de contatos, que é
fundamental na busca de um bom emprego.
 Ter disciplina para pôr todas as dicas em prática.
 Atualizar seu currículo.
 Aproveitar cursos on-line.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Sou Jucélia Xavier da Silva. Faz um ano que sou formada em Tecnologia em
Gestão de Recursos Humanos. Entrei na faculdade em 2017. Trago comigo uma
bagagem bem grande da faculdade, bem como de cursos livres e profissionalizantes.
Gosto muito de ler, assistir a filmes, sou apaixonada por estudar e fazer coisas
novas a cada dia, investir em cursos. Sempre penso que o conhecimento traz benefícios
para nossa vida pessoal e profissional. Moro em Sertãozinho SP, cidade que amo muito.
Tenho 23 anos. Este é meu primeiro ano de atuação em RH.
É uma área com a qual eu me identifico muito, pois além de revisar e
reestruturar currículos e indicar vagas adequadas aos perfis, me sinto realizada por
trabalhar com pessoas. Não há dinheiro que pague minha satisfação de poder fazer o
que eu gosto: trabalhar com Recursos Humanos.
Optei pelo título “Inclusão e Diversidade” porque acredito que todos merecem
um lugar dentro de uma organização e no mundo, todos somos iguais,
independentemente de cor, religião, pensamentos, gêneros, crenças e físico.
Terminei a Faculdade de Recursos Humanos e não encontrei emprego na área.
Isso foi uma dificuldade para mim, mas logo encontrei o curso da Cleia Elaine Soares,
voltado para consultoria de Recursos Humanos. Foi por meio dele que abri minha mente
e passei a trabalhar com reformulação de currículos e em alguns processos de
recrutamento e seleção. Meu trabalho é assessorar pessoas.
Como falei no decorrer do capítulo, as redes sociais são muito importantes para
encontrar um emprego. Eu não tinha conhecimento desse assunto, mas assim que
aprendi, comecei a ver os resultados. Por isso, sempre dou uma dica valiosa: “Rede
social sempre! Invista em seus conhecimentos, pois é por meio deles que você pode
realizar os seus sonhos”.
Sou muito grata por fazer parte deste livro, por contribuir com um pouco do meu
conhecimento. Informações são muito valiosas e todo conhecimento deve ser
compartilhado. O objetivo deste capítulo é mostrar para pessoas diversas que sim, todos
merecemos o emprego dos nossos sonhos e, usando algumas técnicas, chegaremos a ele.
Deixo claro aqui que as empresas têm um papel fundamental neste assunto de
que estamos falando. É muito bom ver organizações conscientizando-se, incluindo
pessoas, estabelecendo, assim, a diversidade, mas sabemos que ainda há muito a ser
feito, pois não são tantas empresas assim que geram oportunidades de inovação e
democratização.
Neste capítulo incentivamos gestores de empresas a capacitar, treinar e colocar
em prática a inclusão e a diversidade. Você já está preparado para colocar tudo isso em
prática? Acredito que podemos mudar o mundo com essas iniciativas de inclusão e
diversidade.
20 EMPREGABILIDADE E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Márcia Vaz

“Conhecer a si mesmo permite descobrir as fontes


da nossa felicidade, nossa ira e nossa dor para
poder conviver de maneira harmoniosa e plena
com nós mesmos e com os demais.”
(Elsa Punset, escritora)

Iniciaremos este capítulo com a compreensão do conceito de empregabilidade:

(...) “que no sentido mais comum, ‘empregabilidade’ tem sido compreendida como a
capacidade de o indivíduo manter-se ou reinserir-se no mercado de trabalho, denotando
a necessidade de o mesmo agrupar um conjunto de ingredientes que o torne capaz de
competir com todos aqueles que disputam e lutam por um emprego”.
(Mehdeff, 1996)

O termo é usado para explicar a capacidade ou possibilidade de conseguir um


emprego. Porém, também faz parte do conceito de empregabilidade a aptidão de
manter-se em um emprego atual.
O conceito se relaciona amplamente com a capacitação profissional, e com as
aptidões para o mercado de trabalho. Sendo assim, a empregabilidade pode ser
percebida por dois ângulos: a capacidade de conseguir um emprego e também a aptidão
para se manter nesse emprego.

Por que é importante que você saiba disso?

Um candidato, ou funcionário já contratado, com competências e habilidades


tanto técnicas quanto comportamentais e emocionais singulares, fará toda a diferença
para qualquer empresa, e também se tornará um profissional atraente para o mercado.

Os três maiores erros que as pessoas cometem

Quando um profissional desenvolve sua função dentro de uma empresa e não


busca seu desenvolvimento profissional e pessoal, faz com que seu índice de
empregabilidade vá diminuindo.
Durante a carreira, um profissional incorre em três erros básicos, geralmente
quando encontra-se desempregado ou em um cargo há muito tempo. São eles:

1. Desconsiderar a necessidade de aprendizagem constante

Com constantes mudanças no mercado profissional e com diversos cargos sendo


extintos ou renovados, o aprimoramento é essencial. Os profissionais que não
buscam o aprendizado constante têm menos oportunidades de serem promovidos
e de construir uma carreira bem-sucedida.

2. Não definir objetivos e metas

Um planejamento de carreira ou mesmo definir estratégias para procurar um


emprego irá proporcionar maior clareza nas ações e agilidade para alcançar os
objetivos. O profissional deve buscar oportunidades e, ao mesmo tempo,
preparar-se para conquistá-las, definindo metas realistas. E não deixar de criar
um Plano de Ação para garantir que os objetivos e metas sejam executados!
3. Não ter visão de futuro

Independentemente do cargo ocupado, é primordial que o profissional entenda


as perspectivas do negócio no qual ele atua ou quer atuar. Às vezes, a pessoa
tem uma ideia do cargo que gostaria de ocupar, mas nem sempre consegue se
enxergar no posto almejado. Sem visão de futuro, não consegue vislumbrar sua
trajetória de carreira e, consequentemente, não consegue cumprir as ações para
alcançar o sucesso profissional.

Estudo de caso

João Carlos desenvolveu sua carreira na área comercial e sempre alcançou êxito
nos fechamentos de contratos com grandes empresas. Sendo assim, foi convidado a
participar da implementação, no Brasil, de uma multinacional na área de bioenergia, e
integrou a equipe na Gestão Comercial. O time era composto pelo proprietário e pelo
responsável pela logística.
Por um longo período, ele se empenhou e prospectou grandes contratos. Durante
uma crise no mercado, foi necessário o corte de alguns cargos, mas como ele
apresentava alta produtividade, recebeu a oportunidade de ficar, desde que assumisse a
área de logística.
Como o trabalho do João Carlos era comercial, ele direcionou todo o seu foco
para essa área, mas não ampliou sua visão sobre o negócio e a importância dos outros
setores para a empresa. Assim, o responsável pela logística, que também se interessou
pela área de prospecção, foi convidado a permanecer, enquanto João Carlos perdeu a
oportunidade.
Percebemos, neste caso, que João Carlos cometeu os erros acima mencionados:
não realizou um planejamento de carreira e, como consequência, não manteve sua
empregabilidade.

O que fazer?

Para melhorar as chances e aumentar a empregabilidade em qualquer carreira,


separamos os principais pilares desta, que contribuem muito para o planejamento e
execução do seu plano de carreira, e evitam erros como os citados no estudo de caso
anterior.
Os pilares da empregabilidade foram desenvolvidos pelo educador e escritor
José Augusto Minarelli, e são as ações nas quais devemos nos concentrar para aumentar
as chances de conquistarmos um emprego ou de nos mantermos em um.

Os sete pilares da empregabilidade

1. Satisfação
Quando o profissional se sente realizado profissionalmente, por consequência,
ele se torna um bom funcionário. É importante entender e conciliar a função exercida na
empresa com a capacidade e paixão pelo trabalho.
2. Saúde física e mental

É importante cuidar do equilíbrio, do desgaste exagerado, cuidar do corpo e da


mente. Pessoas saudáveis mantêm bons relacionamentos e interagem de maneira
harmoniosa. Mantenha sempre elevadas a sua autoestima e a capacidade de realizar
projetos.

3. Finanças pessoais

O controle e a boa organização financeira ajudam na gestão dos recursos que o


profissional tem para investir na própria carreira. Saber administrar suas contas garante
que haja dinheiro no final do mês para investir em educação.

4. Competência

Estar preparado tecnicamente, ser capaz de liderar uma equipe, ter habilidades
políticas, saber comunicar-se bem, dominar pelo menos dois idiomas, ter habilidade na
área de marketing e também com vendas, além de ser capaz de utilizar e de estar
atualizado sobre novos recursos tecnológicos. Uma única pessoa pode ter muitas
funções e habilidades.

5. Reputação
A empregabilidade está diretamente ligada à reputação profissional que o
colaborador construiu ao longo dos anos profissionais. Afinal, dentro de um mesmo
setor do mercado, muitos profissionais se conhecem, têm uma boa reputação ou boas
referências do seu antigo trabalho.
Hoje, é essencial deixar uma boa imagem nas empresas onde trabalhou.

6. Idoneidade

Idoneidade quer dizer a capacidade do indivíduo em relação ao seu cargo. É a


confiança que a empresa tem no funcionário de que ele é ético, tem boa conduta
comportamental e é respeitoso. Atualmente, com as exigências de confidencialidade das
informações, muitas empresas assinam contratos desse tipo com os funcionários, para
garantir sigilo.

7. Relacionamentos

A vida corporativa, assim como a pessoal, é formada por trocas constantes de


sentimentos e experiências com outras pessoas, as chamadas relações interpessoais. Por
isso, mantenha contatos, retorne ligações. Nunca se sabe quando um almoço
descompromissado pode virar uma proposta de emprego, ou até mesmo de sociedade.
Realizar networking de forma adequada é uma forma de se manter conectado
com muitas pessoas que podem ajudar você de alguma maneira, ou que você pode
ajudar de alguma forma.
Entender a empregabilidade, não apenas o emprego, é essencial para que um
profissional se diferencie diante de qualquer desafio ou mudança que aconteça no
mundo corporativo.
Já ouvi a seguinte frase: “O emprego que você tem não é seu, e sim da empresa”.
Se você sair da empresa, o cargo continuará lá e será ocupado por outra pessoa.
Assim, a sua capacidade de inovar, de se relacionar com outras pessoas e de
propor soluções criativas se mostra essencial, pois elas refletem o valor pelo qual você é
percebido pelo mercado.

Inteligência emocional como ferramenta de empregabilidade


Vamos entender primeiro o conceito de o que é Inteligência Emocional.
Segundo Goleman (2005, p. 323), é “a capacidade de reconhecer os nossos sentimentos
e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções em nós e nas nossas
relações”.
Desta forma, compreendemos que a Inteligência Emocional – IE – afeta como
você gerencia o comportamento e trabalha com as complexidades sociais. Ela influencia
a maneira de lidar com o estresse, de tomar decisões e alcançar resultados positivos.
Segundo Sulivan França, especialista em Inteligência Emocional, quando você
se entende e compreende o que quer, tem mais facilidade para lidar com conflitos e
crises que possam surgir. Em primeiro lugar, a pessoa precisa entender o que sente.
Depois, como e quando tem esses sentimentos. Só depois de ter as respostas para essas
três questões é que alguém vai saber se é ou não inteligente emocionalmente.
Podemos entender, após essa análise, que começamos a trabalhar todo o
processo que existe em vários pontos importantes da nossa vida, para que consigamos
de fato desenvolver nossa inteligência emocional.
Resumindo: ao compreender bem nossas emoções, vamos identificar se temos
equilíbrio para lidar com elas e usá-las em benefício próprio. Isso é ser inteligente
emocionalmente. O ideal é que você sempre trabalhe esse autoconhecimento, para estar
preparado para o momento de crise.
No passado, o Quociente de Inteligência (QI) e um currículo forte eram o
bastante para se chegar a uma entrevista de emprego. Mas, com as atuais mudanças
globais, são as pessoas com alto Quociente Emocional (QE) que têm mais sucesso em
equipe, liderança e organização.
Estudos em vários setores mostram que a Inteligência Emocional prevê o
desempenho no trabalho de 2 a 1 em relação a qualquer outra competência no local de
trabalho. Pessoas com QE mais alto conseguem manter-se calmas sob pressão. Eles
resolvem conflitos de forma eficaz e demonstram empatia para com seus colegas de
trabalho. E as habilidades técnicas podem ser desenvolvidas com treinamento e
capacitação.

As quatro principais habilidades de inteligência emocional


Tornada famosa pelo jornalista e autor Daniel Goleman, a avaliação QE consiste
em competência pessoal e social em quatro áreas principais:

1. Autoconsciência

É a capacidade de perceber com precisão seus pontos fortes, limitações e


emoções e monitorá-los em tempo real. Isso inclui estar ciente de como você reage a
situações desafiadoras e a pessoas difíceis. A autoconsciência mostra uma
autoconfiança saudável e uma humildade que está aberta ao feedback e às perspectivas
dos outros.

2. Autogerenciamento

É a habilidade de agir e administrar efetivamente a autoconsciência. Você só


pode controlar o que pode ver. A autogestão demonstra autocontrole emocional, além da
iniciativa de desenvolver seus pontos fortes, gerenciar suas fraquezas, lidar com o
estresse, exibir assertividade saudável e direcionar positivamente seu comportamento e
reações emocionais diante de situações e pessoas desafiadoras.

3. Consciência Social

É a capacidade de se conectar com indivíduos por meio da empatia. Muitas


vezes, isso significa ser capaz de ler o que as pessoas estão sentindo, não o que estão
dizendo (ou não), mesmo que você não pense ou sinta o mesmo que elas. Essa
habilidade nos ajuda a nos conectar com as pessoas e construir confiança em nossos
relacionamentos. A consciência social nos permite ser capazes de ler o “clima
emocional da sala”.

4. Gerenciamento Social

É a capacidade de usar sua consciência emocional (pessoal e social) para


gerenciar interações relacionais bem-sucedidas com as pessoas. Uma gestão social forte
permite que nos relacionemos com outros indivíduos em situações estressantes, mas
com uma presença não ansiosa. Inclui habilidades como gerenciar conversas difíceis,
usar comunicação clara e direta e fornecer feedback oportuno e construtivo.

Sempre invista em sua empregabilidade

Deixar de investir na sua própria empregabilidade simplesmente ficar estagnado e não


fazer nada para melhorar sua visão como funcionário. Suas capacidades de tomada de
decisão, de resolução de problemas e de produtividade, ficam ultrapassadas ou são
perdidas, como percebemos no estudo de caso do João Carlos.
Entenda que ficar parado é o mesmo que não evoluir, regredir. E não é isso que o
mercado de trabalho busca em um profissional.
A seguir estão alguns sinais que demonstram que você está deixando de investir na sua
empregabilidade.

• Parar de estudar.
• Parar de se atualizar.
• Acreditar que está bem onde está e se acomodar.
• Não ler anúncios de emprego, perder o interesse por eles.
• Fechar seu círculo de amizades, não conviver com outras pessoas, nem conhecer
novas, enfim, ter um networking desatualizado.
• Acreditar que salário dura pra sempre.
• Cair na rotina e sentir um vazio em que mais nada faz sentido e você simplesmente
existe, fazendo o trabalho de forma mecânica.
• Deixar seus projetos pessoais em segundo plano, adiados ininterruptamente.

Se para você é difícil traçar objetivos e metas, existem excelentes ferramentas que
auxiliam a elaborar e executar um bom planejamento. Vou apresentar uma muito
utilizada nos processos de qualidade (ISO 9001), mas que pode ser aplicada a diversos
temas, inclusive em sua trajetória profissional: a matriz SWOT.
Para quem não conhece, SWOT é uma sigla em inglês que significa Strengths,
Weaknesses, Opportunities, Threats. Em uma tradução literal, temos um estudo das
Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. Uma análise SWOT centra-se nos
ambientes interno e externo, examinando os pontos fortes e fracos do ambiente interno e
as oportunidades e ameaças no ambiente externo.
Quando você consegue identificar seus pontos fortes e fracos, além das oportunidades e
das ameaças do mercado de trabalho, é possível fazer um diagnóstico preciso não só da
sua própria vida, mas também do contexto em que você está inserido. Com isso, pode-se
definir estratégias personalizadas para conquistar objetivos propostos.
Podemos perceber que utilizamos as práticas dessa matriz na nossa vida. Antes de
tomarmos uma decisão importante, avaliamos e ponderamos vários fatores, e somente
depois decidimos se vale a pena investir em alguma ação, comprar um produto, fazer
uma viagem, aceitar uma oportunidade etc.
Por meio de uma autoanálise, você pode se compreender e se avaliar de forma eficiente.
Fazendo as perguntas corretas, é possível ter autopercepção e analisar se você está
seguindo o caminho que realmente irá levá-lo ao seu propósito.
Para definir um direcionamento e planejar sua carreira, é preciso examinar sua situação
atual. Quais são os seus pontos fortes e fracos? Como você pode capitalizar seus pontos
fortes e superar seus pontos fracos? Quais são as oportunidades externas e ameaças em
seu campo de carreira escolhido?
Com fins de orientação, vamos desenvolver aqui um roteiro para você construir sua
própria análise SWOT e pensar em cada um de seus quadrantes.
Forças

Vamos refletir sobre as forças que aproximam você de seus objetivos. Quais são os seus
diferenciais competitivos diante de outras tantas pessoas que também lutam para ter
empregabilidade?

● O que você faz de melhor?


● Quais são suas habilidades e capacidades?
● Quais são as características os outros mais elogiam em você?
● Quais são as vantagens você tem em relação aos outros?
● Quais são os valores você tem e os outros não?
● Qual é o seu nível de experiência?
● Quais cursos e especializações você tem?
● O que faz de você alguém com quem vale a pena conversar?

Fraquezas
Agora vamos pensar em fraquezas e as coisas que impedem você de realizar algum dos
seus objetivos, ou nos fatores que sabotam seu trabalho e seu pensamento. Lembre-se:
quanto mais claros esses pontos estiverem, mais rápido você poderá encontrar soluções.

● Quais tarefas você não gosta de executar? Por quê?


● Quais habilidades você acredita que precisa desenvolver?
● Quais são os seus pontos de melhoria?
● Quais são os comportamentos que sabotam o seu sucesso?
● Qual assunto você tem dificuldade de entender?
● Quais são as suas dificuldades técnicas?

Oportunidades

Vale refletir sobre as tendências no seu ramo de atuação ou em uma área que você pode
explorar, e assim descobrir quais são as oportunidades que você pode aproveitar para
chegar ao sucesso.

 Situação do mercado.
 Situação da empresa que você trabalha.
 Eventos ligados à sua área.
 Networking.
 Novas tecnologias.
 Tendências.
 Novas carreiras.
 Promoções na empresa.
 Abertura de um negócio.
 Conhecer um assunto novo.

Ameaças

Diferentemente das oportunidades, as ameaças são coisas negativas que podem


acontecer e impedir você de seguir crescendo. É sempre bom fazer uma reflexão sobre
as ameaças, que podem ser desde um robô capaz de substituí-lo numa função, ou manter
seu foco em uma única área, como aconteceu com João Carlos no case apresentado.
Aquilo que desconheço e ainda preciso estudar também é um exemplo de ameaça, pois
outros profissionais que dominam tal assunto talvez estejam mais bem preparados e
tenham mais possibilidades.

● O que eu ainda não sei e deveria conhecer.


● Situação do mercado, segmento, empresa etc.
● Conhecimento técnico.
● Não ser aberto a novidades e mudanças.
● Obstáculos na carreira.
● Mudança de legislação.
● Explorar mercados ou negócios falidos ou saturados.

O principal objetivo da matriz original é auxiliar na tomada de decisões. No caso da


análise SWOT pessoal aplicada à carreira, a situação não é diferente. Por isso, ao aplicar
essa matriz, você consegue identificar aquilo que vai contribuir para o seu crescimento
profissional e pontos que precisam ser melhorados.
Para refinar ainda mais sua lista de pontos fortes, fracos, oportunidades e
ameaças, de acordo com Dave Jensen, um executivo com mais de 30 anos de
experiência, fundador e CEO da CTI Executive Search, que faz parte da CareerTrax,
uma empresa de pesquisa líder no segmento de Ciências da Vida, é preciso explorar a
autopercepção de seus pontos fortes, mas também colocar-se dentro da cabeça de um
possível empregador ao considerá-los. Ainda, segundo Jensen, ao avaliar fraquezas,
pense sobre as questões que possíveis empregadores poderiam ver como pontos de
melhoria.
Enfrentar suas fragilidades agora pode lhe dar uma grande vantagem no
planejamento de carreira. Essa avaliação ajuda a identificar as áreas que precisamos
aprimorar. Se você identificar uma habilidade que sabe estar em seu campo escolhido de
atuação, mas na qual não é forte, precisa tomar medidas para melhorar. Avaliações de
desempenho anteriores, e até mesmo suas notas e comentários de professores da escola
fornecem feedbacks valiosos.
A partir do momento que você identifica seus pontos fortes e seus pontos de melhoria,
consegue traçar sua trajetória profissional definindo, por exemplo, quais as habilidades
técnicas que precisa desenvolver no momento. Assim, aplicando a análise SWOT
pessoal em sua carreira, você tem a vantagem de tomar decisões precisas em relação ao
seu futuro profissional. Com o resultado obtido por intermédio da matriz, será mais fácil
buscar sucesso em objetivos e metas, pois você terá um norte para saber o que é melhor
para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, independentemente do seu setor de
atuação no mercado de trabalho.
Quando focamos apenas no presente e não estabelecemos metas de curto, médio
e longo prazo, podemos perder oportunidades valiosas para crescer no mercado.
Essa e outras ferramentas que utilizo no meu curso Visão de carreira ajudam a trazer à
tona importantes informações sobre o seu perfil, pontos de melhoria e potencialidades
pessoais. Quando recebemos orientações assertivas e temos acompanhamento contínuo,
tornamos o processo leve, produtivo e temos resultados práticos. Você pode!
Apresentamos neste capítulo duas ferramentas trabalhadas no coaching: a Análise
SWOT e a Inteligência Emocional. Elas alavancam nossas vidas e nos abrem
perspectivas de ação rumo aos nossos objetivos. Estudos apontam que pessoas que são
dotadas de Inteligência Emocional conseguem atingir o sucesso profissional e pessoal.
Isso ocorre graças à capacidade de automotivação delas, que ainda conseguem
desenvolver suas habilidades e potenciais para enfrentar as dificuldades encontradas no
dia a dia.
Profissionais emocionalmente inteligentes lideram pelo exemplo. Eles pensam mais nas
decisões de negócios, são solucionadores de problemas mais eficazes. Hoje, nos locais
de trabalho ou em home office, as pessoas que têm “habilidades pessoais” continuarão a
ser um ativo de destaque em qualquer organização. Essas pessoas ajudam a criar a
coesão da equipe e a promover a colaboração entre seus colegas.
E aí, gostou das ferramentas? Vamos juntos alavancar sua carreira?

Quero contar um pouco da minha vida para você

Comecei a liderar times aos 28 anos. De lá pra cá, fiquei à frente de equipes
multidisciplinares com colegas de diferentes faixas etárias. Nessa caminhada, foram
muitos os desafios, houve muitos erros, mas também muitos acertos. Fui crescendo
como pessoa e como profissional. Hoje, percebo que os momentos em que mais acertei
foram aqueles em que confiei nos meus princípios, no respeito ao próximo e na
transparência com as pessoas. Mas, em muitas situações atuei como as pessoas
esperavam que eu atuasse, busquei a aprovação no outro em vez de confiar em mim, em
meus conhecimentos e experiência.
Dessa forma, agia como uma “chefe” de pulso firme, que sabe cobrar da equipe,
que pressiona os funcionários para gerar produtividade/resultados e cumprir as
exigências que os superiores impunham... Essa era a realidade da maioria dos cargos de
liderança em que trabalhei quando iniciei minha carreira. Tentamos nos adaptar a essa
realidade até mesmo para manter o emprego. Porém, felizmente, já conhecia os
princípios de liderança e sabia que as pessoas podem até produzir quando são
pressionadas, mas adoecem.
Aos poucos fui mudando meu formato de gestão, agindo conforme minhas
convicções, conhecimentos e os princípios de um verdadeiro líder. A partir daí, junto
com os resultados das várias gerências e dos projetos assumidos, surgiram também
grandes amizades. Isso foi possível devido à busca de autoconhecimento, além de
ferramentas como Inteligência Emocional, que nos auxilia a nos conhecermos e a
conhecer o outro, assim como no desenvolvimento da empatia e a sermos quem
realmente queremos. Isso é fundamental para realizar um bom trabalho e para elevar
nossa empregabilidade.

21 COMO SE PREPARAR PARA O MERCADO DE TRABALHO


QUANDO A OPORTUNIDADE SURGIR?
Maria Luiza Braz

“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.”


(Peter Drucker)

Uma visão global do novo cenário organizacional e do mercado de trabalho:


você conhece o perfil das novas organizações e dos novos profissionais?
O processo de mudança por que passam as organizações e os avanços
tecnológicos da atualidade exercem impacto sobre a nossa sociedade. Esta, por sua vez,
lida com novas fontes de pressão, problemas e questões sociais que atingem uma
dimensão global.
Com o crescente aumento da concorrência, ganha quem conquista o espaço no
mercado de trabalho por meio do seu diferencial competitivo. O multiprofissional ocupa
o lugar daquele que tem domínio apenas de uma tarefa, o treino é valorizado, a
criatividade do trabalhador é incentivada e a liderança participativa rompe com o
comando e o autoritarismo.
A revolução tecnológica traz consigo novos paradigmas, aos quais o mercado de
trabalho está a se moldar. Assim, a competitividade, a produtividade e a lucratividade
seguem a mesma proporção do avanço tecnológico e suas inovações.
A reorganização do mundo do trabalho na economia atual, com a presença da
tecnologia nos segmentos socioeconômicos, gera mudanças em todos os aspectos do
trabalho (mercado, emprego, renda e representação) e constitui-se na realidade numa
desorganização, que, parafraseando Gramsci, está a refletir também no modo de viver,
de pensar e sentir a vida hoje.
Na conjuntura socioeconômica que vivenciamos, ocupar um lugar no mercado
de trabalho não é uma questão de sorte e sim de preparo – para ser contemplado com a
oportunidade, é necessário preparação. Sabemos que as melhores vagas estão
disponíveis para os candidatos que apresentam os melhores níveis de competências
técnicas, alinhados às competências comportamentais.
Vivemos em um novo tempo, em que o conhecimento é o diferencial
competitivo em uma organização. Esta, por sua vez, ganha valor de mercado quando
investe no conhecimento das pessoas que integram o seu time de trabalho, tendo como
resultado produtos e serviços de excelência. Neste processo todos ganham: a empresa,
os colaboradores e o mercado.
O Capital Intelectual de uma organização é o que chamamos de Patrimônio de
Conhecimento. É o ativo intangível, porque se refere ao aspecto criativo e da
inteligência organizacional, da criatividade dos colaboradores e de todos que constituem
a organização.
O Capital Intelectual é intangível, mas podemos dizer que ele se materializa por
intermédio do valor do trabalho, dos resultados entregues pelas pessoas para as
organizações, gerando um valor sustentável em longo prazo.
Segundo Antunes e Martins (2005), “Capital Intelectual é o somatório do
conhecimento proveniente das habilidades aplicadas (conhecimento tácito) dos
membros da organização com a finalidade de trazer vantagem competitiva,
materializado em bons relacionamentos com clientes e no desenvolvimento de novas
tecnologias”.

O impacto da transformação digital na empresa 4.0 – reinventando as


organizações, surgem novos perfis profissionais

O mundo passa por um processo constante de mudanças tecnológicas, uma


verdadeira revolução, o que definimos como capacidade em realizar grandes
transformações no cenário político, social e econômico.
A transformação digital simboliza uma era em que o apoio de soluções digitais é
primordial para a eficiência do cotidiano operacional das empresas. Estamos na era da
revolução tecnológica, a Quarta Revolução Industrial, que teve origem na Alemanha por
ação de autoridades governamentais, com o propósito de tornar a indústria alemã mais
competitiva, ganhando reconhecimento global.
A Nova Era será impulsionada por um conjunto de tecnologias. As empresas
“4.0” não se destacarão por cada tecnologia isoladamente, mas sim por uma
convergência entre elas, ganhando força para futuras ações.
No sistema 4.0 há uma combinação de informação, tecnologia e Capital
Humano. São fatores necessários para tornar realidade o conceito de Manufatura
Inteligente em todos os aspectos do negócio. A revolução está acontecendo desde a
concepção do produto até a entrega para o cliente, abrangendo a cadeia de produção,
distribuição e aftermarketing.
A tecnologia está a serviço de todos os setores da empresa. Assim, o RH
também passou por um movimento 4.0, com foco no uso inteligente das ferramentas
tecnológicas. A gestão de equipes e de pessoas também muda, assim como o papel dos
Recursos Humanos com relação aos negócios da empresa.
Após conquistas e avanços tecnológicos, o setor de RH das empresas funciona
de forma mais prática e eficaz. Em sistema remoto, ocorrem conversas entre duas
pessoas ou reuniões coletivas, entrevistas, recrutamento e seleção, atendimento ao
público e demais funções empresariais. A distância não constitui mais um impedimento
para a comunicação.
Na empresa 4.0, a Inteligência Artificial já tem sido utilizada em automação de
interação, podendo influenciar o processo seletivo – as entrevistas preliminares, por
exemplo, podem ser feitas por um robô. Os canais de comunicação podem atuar com
automação no sentido de dar mais agilidade na busca por informações e demandar
menos esforço humano.
O People Analytics é uma evolução de muita relevância para o RH da empresa.
É uma abordagem que traduz as informações quantitativas dos colaboradores em
informações qualitativas para os gestores. Questões que antes eram comprovadas de
forma intuitiva, ou mesmo pouco valorizadas, experimentam mudanças por meio do
People Analytics, que nos permite dizer, por exemplo, que “o candidato apresentou um
fit de 90% com a vaga”.
A flexibilidade, a interdisciplinaridade, a inovação, o domínio de novas
tecnologias e as competências comportamentais são indispensáveis para compor este
novo perfil de mercado a fim de atender as demandas.
O profissional do futuro, além de dominar todas as competências supracitadas,
deve ser criativo para o trabalho e capacitado para propor soluções de problemas em
diversas áreas. Deve estar em constante aprimoramento profissional, como o mercado
exige. Tudo isto faz com que a contratação do “Profissional 4.0” seja extremamente
bem-sucedida.
Enfim, os novos rumos do mercado de trabalho fazem com que a tecnologia,
cultura, liderança e as habilidades passem a dialogar e a caminhar de mãos dadas. O
profissional 4.0, estando pronto e pleno, atenderá às necessidades e exigências da nova
empresa para que possa acompanhar sua evolução. Para o profissional 4.0, ser bem-
sucedido no mercado depende do desenvolvimento de algumas habilidades que veremos
a seguir.
1. O autoconhecimento é uma habilidade de extrema importância, pois assim
reconhecemos os nossos pontos fracos e os pontos fortes, e podemos superar as nossas
fragilidades melhorando os pontos fracos.

2. A cordialidade é o nosso cartão de visitas em qualquer lugar. O uso das regras


básicas da boa educação é uma habilidade que abre portas para nós e para a outra
pessoa.

3. Empatia é a capacidade que temos de nos colocar no lugar do outro, ou seja,


entender os sentimentos e, em algumas situações, a dor do outro. Trata-se de fazer a
leitura das emoções e dos sentimentos de outros indivíduos.

4. A assertividade é uma habilidade emocional que faz com que o indivíduo se


posicione com clareza em várias situações. Uma pessoa assertiva geralmente tem
autoestima elevada e atitudes positivas.

5. A ética deve ser entendida como sendo um conjunto de princípios que se refere à
moral e aos bons costumes, necessários onde quer que exista convívio humano.

6. A flexibilidade está correlacionada com a capacidade de adaptar-se às mudanças


exigidas no mercado e na vida. Hoje, com a rápida evolução tecnológica, os processos
de trabalho mudam rapidamente e nós precisamos de flexibilidade para interpretar
mensagens e trazer novos conhecimentos para as práticas diárias.

Desenvolver as habilidades será primordial para a carreira profissional, pois são


elas que irão designar uma função ou cargo de trabalho para você. As organizações
determinam quais habilidades comportamentais você tem a seu favor para ocupar uma
determinada vaga de emprego. Estas habilidades também valem para trabalhar em
equipe.
Como vimos, o sistema 4.0, por meio de suas muitas tecnologias, começa a
mudar o mundo do trabalho e é primordial que os profissionais de todas as áreas do
conhecimento se adaptem rapidamente a esse novo modelo.
“Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento será favorável.”
(Sêneca)
Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade

Você está preparado para quando a oportunidade surgir? Já fez uma autoavaliação sobre
seu desenvolvimento pessoal e profissional?
Quando foi a última vez que você pensou neste assunto? Você já decidiu sair da sua
zona de conforto? Por que preparar-se é tão importante?

Dicas para otimizar suas chances de conseguir um lugar no mercado de trabalho

1. A importância da preparação

Se estiver preparado, você está apto(a) para assumir uma vaga no mercado, mas
é preciso saber aonde se quer chegar em uma carreira profissional.
Mantenha-se atualizado(a) sobre o cenário atual, exigências, tendências e
desafios do mercado nesta atualidade, esteja conectado(a) com todos os acontecimentos
do mercado.
A qualificação profissional é imprescindível neste processo. Cursos de formação
profissional, graduação ou pós-graduação, todos eles são importantes. Esse
conhecimento irá agregar valor de mercado ao seu currículo.
Será necessário que haja continuidade no processo de formação e atualização do
conhecimento, uma vez que há inovação em todas as áreas do conhecimento.

2. Aprenda um novo idioma

É preciso reconhecer que saber falar uma segunda língua faz-se indispensável
para todos aqueles que anseiam pelas melhores vagas do mercado. Um novo idioma
aumentará a sua chance de empregabilidade. Possivelmente as empresas multinacionais
abrirão as portas para você, o que facilita também a internacionalização, caso você
pretenda estudar ou morar fora do país.

3. Melhore o seu networking


Uma boa rede de contatos será uma ótima forma de você ampliar seu
relacionamento com o mercado de trabalho, por meio de contatos de amigos, colegas e
conhecidos que estejam trabalhando em empresas dos diversos nichos do mercado. O
networking é necessário para fortalecer a sua imagem e para que você torne uma
referência de pessoa confiável. Utilize esse recurso a seu favor e construa a sua marca
para criar autoridade.
Conectar-se com pessoas de sua área pode ser útil para encontrar boas vagas de
emprego. Assim, você ganha conhecimento na área de atuação e fica atualizado(a) com
as inovações do segmento.

4. Faça gestão do tempo

Este é um grande desafio para estudantes e profissionais. Será necessário


planejar suas atividades, saber distribuí-las de forma proporcional com as horas
disponíveis, para cumprir metas e prazos e ter tempo para o lazer e a família.

5. Procure boas orientações

As orientações devem vir de profissionais confiáveis, que sejam psicólogos,


orientadores profissionais ou mentores, capazes de proporcionar um acompanhamento
adequado.

6. Equilibrar competências técnicas e competências comportamentais

É importante fazer uma autoanálise do nível de desenvolvimento de suas


competências técnicas e comportamentais. Ambas são de grande importância para o seu
êxito nas organizações. O ideal é que haja equilíbrio entre as duas.
Sabemos que um grande número de demissões se deve à baixa no
desenvolvimento das competências comportamentais e às influências trazidas para os
resultados do trabalho nas organizações.

7. Utilizar o marketing pessoal a seu favor


● Fazer marketing pessoal do jeito certo para conquistar o respeito e admiração
das pessoas.
● Transformar a sua rede de contatos em uma fonte inesgotável de oportunidades
para acelerar a sua carreira.
● Identificar o seu diferencial competitivo para se tornar um profissional acima da
média.
● Ganhar visibilidade e destacar-se positivamente no mercado.
● Usar as redes sociais de forma estratégica.
● Fazer networking estratégico.

Com essas dicas, vamos sair da zona de conforto?

Sabemos que não é fácil lidar com a inovação, que geralmente exige mudanças.
Mas, na vida profissional, estar pronto para mudanças é essencial, independentemente
da área em que trabalhamos e do nível de hierarquia que ocupamos. Como dito
anteriormente, a busca pelo aprimoramento e pela excelência profissional devem ser
uma constante.
Vamos entender a sigla “CHA”, cujo significado é de grande importância para
quem precisa sair da zona de conforto. Veja se consegue aplicá-los em suas práticas
diárias:

Conhecimento: é a busca por aprender, reaprender e aumentar o nosso conhecimento.


Habilidade: utilizar o conhecimento para resolver problemas, ser criativo e ter novas
ideias.
Atitude: é a competência de fazer acontecer e obter excelentes resultados com o uso do
conhecimento e da habilidade.
22 VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS SUAS COMPETÊNCIAS?

Raquel de Souza

Vou esclarecer de vez o que são competências e como diferenciá-las de


qualidades, características e habilidades, e como você pode desenvolver as suas. Vamos
lá?
A palavra competência normalmente causa muitas dúvidas, então, vamos partir
do princípio.
“Competência é um agrupamento de conhecimentos,
habilidades e atitudes correlacionados que afeta parte considerável da
atividade de alguém que se relaciona com o desempenho e que pode
ser medido segundo padrões pré-estabelecidos e que pode ser
melhorado através de treinamento e desenvolvimento” (LARRY, Scott
B.)

Uma competência pode ser desenvolvida. Você pode e deve aprimorá-la durante
toda a sua vida. Para entendermos esses elementos da competência, temos a sigla CHA,
que constitui a união dos Conhecimentos, Habilidades e Atitudes de uma pessoa.

● Conhecimento é a base teórica da competência. É a parte de estudos,


aprendizados, leituras. É quando você adquire conhecimento, trabalha a parte
teórica, a parte mental intelectual. Você precisa saber primeiro para depois
desenvolver a habilidade.

● Habilidade é a parte prática. É quando você pega todo seu conhecimento e o põe
em prática, quando produz resultado por meio dos seus conhecimentos
adquiridos. Assim, ela depende de prática, treino, erros e acertos. Habilidade é
saber fazer.
● Atitude significa colocar em ação. É ter a postura de querer fazer algo, de não
esperar alguém dar uma ordem. Está relacionada à produtividade. Atitude é o
querer fazer.

Vejamos um exemplo simples, para desmistificar a visão que temos de


competência: andar de bicicleta. Há pessoas que sabem e outras não. O primeiro passo é
conhecer a bicicleta, saber como ela funciona. Depois, o segundo passo é adquirir
habilidade. Você irá aprender a andar de bicicleta. Para isso, o ideal é seguir algumas
etapas. Na primeira vez que você for andar, use rodinhas na bicicleta para entender o
que é equilíbrio, para ganhar confiança, para aprender a frear. Passada essa ação, tire as
rodinhas e ande com equilíbrio. Nesse processo haverá erros e acertos. Cairá algumas
vezes, podendo até se machucar. Mas quem nunca passou por isso?
Você irá se divertir, mas também terá medo em alguns momentos. Com a prática
e o treino, irá dominar a “arte” de andar de bicicleta, ganhando Habilidade.
Porém, não será produtivo, divertido, nem mesmo útil você conhecer a bicicleta
e souber andar se não estiver “a fim”. Para dar certo, você precisa querer andar de
bicicleta. Ir para o parque, fazer trilhas. É necessário ter disposição, ou seja, colocar
seus conhecimentos e habilidades em ação para, assim, validar a sua competência.
Vejo que algumas pessoas confundem as competências por não conhecer esses
estágios. Ao falar sobre elas, pensam que devem dizer adjetivos, características.
Alguns exemplos de competências:

Relacionamento Interpessoal: habilidade de se relacionar com outras pessoas, com a


equipe de trabalho, e agir de forma que demonstre essa aptidão.

Negociação: conhecimento, técnicas e ferramentas que você tem para negociar.


Exemplos de características e adjetivos: responsável, pontual, comprometido.

A competência está alinhada ao conhecimento, domínio das técnicas, à prática e


à ação (querer fazer).

Defina quais são as suas competências através da fórmula CHA:


Conhecimento = SABER
Habilidade = saber FAZER
Atitude = QUERER fazer – ação.

Principais competências exigidas no futuro

Hard skills: São competências técnicas e operacionais, aquelas que você pode
desenvolver por meio de cursos, treinamentos, palestras, cursos mais técnicos. Essas
competências estão relacionadas com áreas mais operacionais, que exigem um
raciocínio lógico mais apurado. Exemplos: conhecimento de línguas estrangeiras,
domínio de informática, habilidade técnicas de vendas, graduação, mestrado, gestão de
projetos.

Soft skills: São competências comportamentais, relacionadas aos traços e


comportamentos que caracterizam nossos relacionamentos com os outros.
Comportamento nós adquirimos, não existe uma escola que o ensine. Você as
desenvolve mediante autoconhecimento. Exemplos: comunicação, trabalho em equipe,
ética, motivação, paciência, resolução de problemas e conflitos.

Competências do futuro

Resolução de problemas complexos: Empresas querem pessoas que saibam


resolver problemas e resolver problemas é complexo, pois é necessário ter
entendimento de contexto. É preciso analisar os fatos e não apenas lidar com os
sintomas, mas com a causa raiz do problema.

Pensamento crítico: Entender o contexto de onde você está inserido, entender a


cultura, entender como você se encaixa no ambiente onde está. É adquirido
convivendo na prática, se observando, se autoconhecendo.

Criatividade: Você deve usar para tudo na vida. É criar soluções, inovações,
tomar as melhores decisões.

Gestão de pessoas: Na questão técnica e também emocional. Entendendo que


cada pessoa é única, com suas limitações, com suas necessidades e que você
deve ser um líder ou gestor que se adapta a essas pessoas. É extremamente
desafiador e possível de desenvolver.

Relacionamento interpessoal: Como você se relaciona com o outro, como é a


sua troca, como é a sua comunicação, saber se coordenar em relação aos outros.

Inteligência Emocional: Não somos educados emocionalmente. Somos


movidos pelas emoções. É essencial conhecer as suas emoções, saber como elas
impactam em sua vida e comportamentos.

Orientação para servir: Envolve colaboração, contribuição, com as pessoas


que dependem do seu trabalho (trabalho em equipe).

Negociação: Como você e o outro podem ganhar, pensando que todos podem
ganhar juntos.

Flexibilidade cognitiva: É estar aberto a aprender coisas novas, às às mudanças,


adquirir novas informações, novos contextos, “abrir a mente” para novos
desafios.

Faça o exercício de identificar quais são as suas competências. Trabalhe para


adquiri-las. Estude, pesquise, faça o exercício de escrever sobre si mesmo. Dessa forma,
por meio da escrita, você pode refletir, organizar suas ideias e transmiti-las com clareza.
Isso é essencial na vida pessoal e no trabalho, você desenvolverá o autoconhecimento,
irá compreender melhor sua forma de pensar, sentir e agir.

Quero contar um pouco da minha vida para você

Chamo-me Raquel. Sou Administradora de Empresas. Tenho atuado há sete


anos na área de Recursos Humanos. Na minha jornada, pude desenvolver muitas
habilidades, tanto técnicas como comportamentais, e pude contribuir com muitas
empresas, no alcance de seus resultados.
Conheci muitas pessoas especiais, que me ensinaram muito. E, nesta caminhada,
tive muitos momentos desafiadores que me fizeram aprender e amadurecer como pessoa
e profissional.
Diante deste cenário, em meu trajeto vi a dificuldade das pessoas para alcançar
seus objetivos. Presenciei: processos seletivos; currículos sendo descartados; pessoas
sendo eliminadas do processo, e decidi, a partir disso, ajudar pessoas na busca por
emprego. Estou aqui para lhe ajudar e contribuir para que você alcance seus objetivos
na sua carreira e não cometa os mesmos erros que eu cometi e que muitas pessoas
cometeram. Desperte em você o seu melhor.
SOBRE OS AUTORES

Débora Vanessa Muniz


Tecnóloga em Gestão Financeira, tem formação em treinamentos de alto impacto e
estuda Psicanálise Clínica. Atua na área há três anos. Sua motivação para trabalhar
com Recursos Humanos é contribuir com empresas e pessoas para que se destaquem
com excelência. Mora em Campinas, SP.

Maiana de Sousa Morais


Formada em Gestão de Recursos Humanos, tem MBA em Gestão de Pessoas.
Atualmente trabalha em Departamento Pessoal e Consultoria Organizacional. Tem
dois anos de atuação na área de RH. Mora em Goiânia, GO.

Shyrlene Regina Barbosa de Souza Almeida


É formada em Psicologia Organizacional, especialista em Gestão do Comportamento
Humano e Psicologia das Organizações. Tem formação técnica em Gestão Empresarial.
Atua como consultora de Desenvolvimento de Pessoas e RH e está no setor há mais de
10 anos com Recursos Humanos. Mora em Maceió, AL.

Sandra Márcia Pereira De Almeida


Formada em Psicologia Organizacional, especialista em Gestão de Pessoas. Tem
formação em Mentoring, Coaching e Análise Comportamental. Está na área de
Recursos Humanos há 28 anos. Mora em João Pessoa, PB.

Paulo Henrique Augustinho Rocha


É bacharel em Administração pela Faculdade do Sul da Bahia (Fasb) e pós-graduando
em Gestão de Pessoas (PUC-MG). Trabalha há mais de cinco anos como job hunter
especialista em Recolocação Profissional. Mora em Ribeirão das Neves, MG, e Juerana,
na Bahia.

Shirley Rocha
Trabalha como Assistente de RH há cinco anos, e considera que “acolher e desenvolver
pessoas” são suas motivações para atuar em Recursos Humanos. Mora no Rio de
Janeiro, RJ.

Andressa de Oliveira Vasconcelos


Formada em Gestão de RH, tem MBA em Consultoria Estratégica e Planejamento
Epresarial, e formação em Análise de Perfil Comportamental. Está no ramo há mais de
16 anos. Procura “impactar pessoas para o bem, pois mudanças acontecem quando elas
se permitem”. Vive em Jacutinga, MG.

Letícia Aguiar Marques


É graduada em Gestão de Recursos Humanos, cursa pós-graduação em Psicologia
Organizacional. Está na área há cinco anos. Considera a empatia, o respeito e a
humildade os três valores que a conduzem pela vida. Mora em Alvorada e Porto Alegre,
RS.

Cleia Elaine Soares


É psicóloga, tem MBA em Marketing, Psicopedagogia, Gestão de Projetos, Constelação
Sistêmica. Trabalha com Recursos Humanos há 22 anos, e acredita que é possível ter
“um RH mais humano”. Mora em Curitiba, PR.

Gabrielle do Carmo
Formada em Marketing para Empresas, tem MBA em Gestão de Pessoas. Está no ramo
há cinco anos. Seus 3 valores de vida são “empatia, resiliência e otimismo”. Mora em
Minas Gerais.

Karla Adriana Neves Barbosa Monego


Graduada em Administração de Empresas, atua como Life Coach e analista de Perfil
Comportamental. Está na área há 15 anos. Sua motivação para trabalhar no ramo vem
do “desenvolvimento, crescimento e transformação das pessoas”. Mora em São Paulo,
SP. 

Sandra Márcia Pereira de Almeida


Psicóloga Organizacional, especialista em Gestão de Pessoas, com formação em
Mentoring, Coaching e Análise Comportamental. Está na área de RH há 28 anos. Sua
motivação para trabalhar em Recursos Humanos é “contribuir com a transformação das
pessoas, sendo uma facilitadora de seu desenvolvimento pessoal e profissional”.
Mora em João Pessoa, PB.

Juliana Bernardo Nunes


Graduada em Administração, há dois anos trabalha como Jovem Aprendiz em
departamento pessoal. Acredita que um setor de RH “pode fazer a diferença na vida de
alguém se formos profissionais mais humanos e inclusivos”. Vive no Rio Grande do
Sul.

Henriette Russo Luiz de Barros


Graduada em Psicologia, pós-graduada em Neuropsicologia e Terapeuta Cognitivo-
Comportamental. Atua há seis anos em RH e sente-se motivada por “trabalhar com
pessoas e desenvolvê-las para que atinjam seus objetivos”. É colunista do jornal Agora
Carapicuíba. Vive em Carapicuíba, SP.

Simara Alves
É bacharel em Gestão de RH, coach e analista comportamental. Está nesse campo de
trabalho há sete anos, tem uma consultoria especializada em recrutamento de
profissionais de TI. Seu propósito é “poder ajudar as pessoas a encontrarem seu lugar na
trajetória profissional, para que tenham sucesso e liberdade financeira”. Mora em Ibirité,
região metropolitana de Belo Horizonte, MG.

Marilene Silva
É formada em Administração de Empresas e trabalhou por mais de 30 anos com
Recursos Humanos. Seus valores de vida são “fé, família e amor”. Mora em Brasília,
DF.
Jucélia Xavier da Silva
Graduada em Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, trabalha com RH há um
ano. Acredita que não há motivação maior na área de RH do que “ajudar outras pessoas
a conseguir os seus objetivos”. Vive em Sertãozinho, SP.

Márcia Vaz
Formou-se em Administradora de Empresas, tem pós-graduação em coaching e carreira
com ênfase em Gestão de Pessoas, Gestão de Projetos e Auditoria ISO 9001. Está no
mercado há 15 anos, em organizações públicas e privadas. Sobre o que a motiva na área
de RH, afirma que é “desafiador e gratificante ver o desenvolvimento e crescimento das
pessoas quando estão no lugar certo, fazendo o que gostam”. Mora em Minas Gerais.

Maria Luiza Amorim


É assistente social por formação, especialista em Gestão de Pessoas, com MBA em
Gestão e Psicologia Organizacional e Coaching. Trabalha com RH há 20 anos,
incluindo períodos como docente. Seus três valores de vida são “idoneidade,
humanização e respeito”. Mora em João Pessoa, PB.

Raquel de Souza
Administradora por formação, há sete anos no mercado de Recursos Humanos. Seus
valores de vida são “transparência, humildade e respeito”. Mora em Amparo, interior de
São Paulo.
Referências

FEIJÓ, Virgilio de Melo. Documentação e arquivos: arquivos escolares. Porto Alegre:


SAGRA, 1998. 147 p.

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