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Universidade de Blumenau

Engenharia Química
Prof. Jonathan Utzig

Reatores 1
indiamart.com/proddetail/industrial-chemical-reactor-8645248388.html
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
Até aqui não lidamos com a variação da temperatura da reação,
ou seja, existe um valor de temperatura, obviamente, mas ela
não se altera apesar da reação.

Lembremos que as reações químicas têm comportamento


endotérmico ou exotérmico, requerem aporte de calor para
acontecer ou liberam calor ao acontecer.

Dependendo do projeto térmico do reator, este calor pode ser


fornecido, absorvido ou isolado de diferentes formas. Nos
projetos isotérmicos, portanto, se considera que haverá alguma
forma de manter a temperatura estabilizada.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos

https://www.essentialchemicalindustry.org/processes/chemical-reactors.html
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos

http://www.gasprocessingnews.com/features/201406/determine-compressor-settling-
https://www.essentialchemicalindustry.org/processes/chemical-reactors.html out-conditions-for-recycle-gas-loop-design.aspx
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
1) Escrever a Equação do Balanço Molar

2) Escrever a Equação de Projeto

Algoritmo para o 3) Taxa de Reação (−𝑟𝐴 ) é conhecida?


projeto de SIM
NÃO
reatores
isotérmicos 4) Escrever a Taxa de Reação (−𝑟𝐴 )

5) Escrever a Tabela Estequiométrica

6) Combinar 4 e 5: Tabela Estequiométrica e Taxa de reação

7) Determinar volume ou tempo de reação


4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
𝑉
1) Escrever a Equação do Balanço Molar 𝑑𝑁𝐴
𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 = − 𝑟𝐴 . 𝑑𝑉
𝑑𝑡

2) Escrever a Equação de Projeto Depende das informações conhecidas, da escolha


sobre qual abordagem seguir (taxas molares,
conversão, grau de avanço...).

Por exemplo: Batelada CSTR PFR

𝑑𝑁𝐴 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 𝑑𝐹𝐴


= −𝑟𝐴 . 𝑉 𝑉= = −𝑟𝐴
𝑑𝑡 −𝑟𝐴 𝑑𝑉
𝑑𝑋𝐴 𝐹𝐴0 𝑋𝐴 𝑑𝑋𝐴 ...
𝑁𝐴0 = −𝑟𝐴 . 𝑉 𝑉= 𝐹𝐴0 = −𝑟𝐴
𝑑𝑡 −𝑟𝐴 𝑑𝑉
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
3) Taxa de Reação (−𝑟𝐴 ) é conhecida? A equação da taxa também pode ser escrita em
função de diferentes variáveis.

−𝑟𝐴 = 𝑓 𝑋 = 𝑓 𝜉 = 𝑓(𝐶𝐴 , 𝐶𝐵 , … )
Se NÃO, vá para o passo 4.
Se SIM, vá para o passo 7.

4) Escrever a Taxa de Reação (−𝑟𝐴 ) Baseando-se em dados experimentais, propor uma


forma de equação e utilizar as técnicas de regressão
para determinar os parâmetros necessários.
𝑚 Onde 𝑚 é o número de reagentes
𝛼
−𝑟𝐴 = 𝑘 𝑇 𝐶𝑖 𝑖 significativos e 𝛼𝑖 , a ordem de
𝑖=1 reação em relação à espécie 𝑖.
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4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
5) Escrever a Tabela Estequiométrica Pode ser escrita com base em diferentes
variáveis, depende das informações conhecidas
e do que se pode trabalhar com elas.

Sendo 𝜈𝑖 o coeficiente
Por exemplo, Reação em fase líquida: 𝜈𝑖 estequiométrico de uma
com base na 𝐶𝑖 = 𝐶𝐴0 𝜃𝑖 − 𝑋𝐴 espécie 𝑖 e 𝐴 o reagente
𝜈𝐴 limitante.
concentração:
Reação em fase gasosa: 𝜈𝑖 Lembrando E=mols
𝐶𝐴0 𝜃𝑖 − 𝑋
𝜈𝐴 𝐴 𝑃 𝑇0 reagidos/total
𝐶𝑖 = alimentados.
1 + 𝐸𝑋𝐴 𝑃0 𝑇
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4.1- Estrutura para projeto de reatores isotérmicos
6) Combinar 4 e 5: Tabela Estequiométrica e Taxa de reação Objetivo é escrever uma
equação para a taxa de reação.

Por exemplo, Reação em fase líquida: 𝑚 𝛼𝑖


𝛼𝑖 𝜈𝑖
com base na −𝑟𝐴 = 𝑘 𝑇 𝐶𝐴0 𝜃𝑖 − 𝑋𝐴
concentração: 𝑖=1 𝜈𝐴

Reação em fase gasosa: 𝛼𝑖


𝑚 𝜈
𝑖=1 𝜃𝑖 − 𝑖 𝑋𝐴 𝑃
𝛼𝑖
𝑇0 𝛼𝑖
𝛼𝑖 𝜈𝐴
−𝑟𝐴 = 𝑘 𝑇 𝐶𝐴0
1 + 𝐸𝑋𝐴 𝛼𝑖 𝑃0 𝑇

7) Avaliar volume ou tempo de reação Resolver a equação de projeto para 𝑉 ou 𝑡


utilizando a equação da taxa da reação.
Sugestões Fogler:
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Nos reatores contínuos, como CSTR e PFR, determinamos o
parâmetro tempo espacial, 𝜏, que relaciona o volume do reator
com a taxa volumétrica de reagentes alimentada.

Outro parâmetro importante é o Número de Damköhler (𝐷𝑎),


um adimensional fornece uma estimativa rápida do grau de
conversão que pode ser atingido nestes reatores.

−𝑟𝐴0 𝑉 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑛𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎


𝐷𝑎 = =
𝐹𝐴0 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝐴 𝑛𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Visto que 𝐷𝑎 relaciona a equação da taxa de reação, tomada na entrada/início,
será calculado diferentemente para cada reação.

Para uma reação irreversível de 1ª ordem, por exemplo:

−𝑟𝐴0 𝑉 𝑘𝐶𝐴0 𝑉
𝐷𝑎 = = = 𝜏𝑘
𝐹𝐴0 𝑉0 𝐶𝐴0
Ou uma reação irreversível de 2ª ordem:

−𝑟𝐴0 𝑉 𝑘𝐶𝐴0 ²𝑉
𝐷𝑎 = = = 𝜏𝑘𝐶𝐴0
𝐹𝐴0 𝑉0 𝐶𝐴0
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Saibamos que 𝐷𝑎 não fornece precisamente a
conversão final, mas indica a sua magnitude.

Pode-se resumir como:


Se 𝐷𝑎 < 0,1, então 𝑋 < 0,1
Se 𝐷𝑎 > 10, então 𝑋 > 0,9

Para um reator CSTR que opera em fase líquida, com reação irreversível de
1ª ordem, tem-se:

𝜏𝑘 𝐶𝐴0 𝐷𝑎
𝑋= ou 𝐶𝐴 = Portanto, 𝑋=
1 + 𝜏𝑘 1 + 𝜏𝑘 1 + 𝐷𝑎
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Naturalmente o 𝐷𝑎 também se aplica aos casos
de reatores em série, como vimos.

Para dois CSTRs isotérmicos em série, reação irreversível


de 1ª ordem, tem-se:
𝐶𝐴0 𝐶𝐴1
𝐶𝐴1 = e 𝐶𝐴2 =
1 + 𝜏1 𝑘1 1 + 𝜏2 𝑘2
Se de mesmo volume (𝜏1 = 𝜏2 ) e operando à mesma temperatura (𝑘1 = 𝑘2 ),

𝐶𝐴0 𝐶𝐴0 1
𝐶𝐴𝑛 = 𝑛
= 𝑛
e 𝑋 =1− 𝑛
1 + 𝜏𝑘 1 + 𝐷𝑎 1 + 𝐷𝑎
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos

Como 𝐷𝑎 demonstra a necessidade de


menos reatores em série para alcançar
a maior conversão global.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Um caso especial de reatores em série é o de
quando se aplica um reciclo.

De fato, não há mais de um reator em


sequência, mas o mesmo reator é que
processa tanto a corrente de alimentação
nova, quanto da reciclada.

Esta prática faz sentido quando se deseja


aumentar a conversão, dando nova
oportunidade para os reagentes reagirem.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Além disso, o reciclo pode controlar a temperatura da reação, ajustar a
distribuição de produtos em reações múltiplas, é utilizado em reações
autocatalíticas (aquelas que catalisam a si mesmas) e bioquímicas.

𝐹′𝐴0 𝐹′𝐴 𝐹𝐴
𝐹𝐴0 PFR
𝑋𝑆 𝑋

𝐹𝐴𝑅

𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑐𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐹𝐴𝑅


Razão de Reciclo: 𝑅= =
𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐹𝐴
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.2- Projeto de reatores contínuos
Desta caso pode-se escrever:

𝐹′𝐴0 = 𝐹𝐴0 + 𝐹𝐴𝑅 𝐹′𝐴 = 𝐹𝐴 + 𝐹𝐴𝑅

A conversão por passe:


𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚 ú𝑛𝑖𝑐𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐹′𝐴0 − 𝐹′𝐴
𝑋𝑆 = =
𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 𝐹′𝐴0
A conversão global: 𝑋
𝑋𝑆 =
𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 1 + 𝑅(1 − 𝑋)
𝑋= =
𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐹𝐴0
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
CASO 1
Uma reação em fase líquida, homogênea e de 1ª ordem 𝐴 → 𝑃, ocorre em
um reator PFR ideal, isotérmico e com reciclo. A razão de reciclo é de 1 e a
constante da taxa, 𝑘 = 0,15/𝑚𝑖𝑛. A concentração de A na carga fresca é
igual a 1,5𝑚𝑜𝑙/𝐿 e a vazão molar de A é 100𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛. Qual o volume do
reator é requerido para atingir uma conversão final de 0,9? Qual a conversão
por passo neste caso?
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Até aqui, já vimos a operação de reatores ideais isotérmicos e a volume
constante, em série, com reciclo... Um deles é o reator tipo batelada, onde
a reação varia conforme o tempo passa, ou seja, o fenômeno é transiente
(não-estacionário).

Há outras formas de operação transiente/semicontínua, como a partida


de reatores CSTR, os reatores semibatelada e aqueles onde ocorre uma
destilação (separação por evaporação) simultaneamente à reação.

Nestes casos, o termo de acúmulo do balanço molar deve ser mantido e as


particularidades, respeitadas.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Partida de um CSTR: 𝐹𝐴0 , 𝐶𝐴0 𝐹𝐴0 , 𝐶𝐴0

O reator começa a ser


alimentado e a reação pode
já ocorrer. O seu 𝐹𝐴 , 𝐶𝐴 𝐹𝐴 , 𝐶𝐴
enchimento acontece até
que 𝑚0 = 𝑚, quando o 𝑡=0 𝑡>0 𝑡≫0
volume será estável. Além
𝑚0 > 𝑚 ou 𝑚 = 0 𝑚0 = 𝑚
disso, a reação deve 𝐶𝐴 = 𝑓(𝑡), 𝑉 = 𝑓(𝑡) 𝐶𝐴 = 𝑐𝑡𝑒, 𝑉 = 𝑐𝑡𝑒
estabilizar. Ou seja, há um Regime transiente Regime estacionário
tempo desde a partida para
isso acontecer.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
O estudo da partida de um CSTR, portanto, está interessado em
determinar o tempo necessário para alcançar o regime
permanente/estacionário.

Dada a equação geral do balanço molar:


𝑉
𝑑𝑁𝐴
𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 = ± 𝑟𝐴 . 𝑑𝑉
𝑑𝑡
que para o caso em que o reator já tenha sido enchido (𝑚0 = 𝑚, 𝑉 = 𝑐𝑡𝑒)

𝑑𝐶𝐴
𝐶𝐴0 − 𝐶𝐴 + 𝑟𝐴 𝜏 =
𝑑𝑡
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Se a reação for de 1ª ordem, −𝑟𝐴 = 𝑘. 𝐶𝐴 , e rearranjando os termos,

𝑑𝐶𝐴 1 + 𝜏𝑘 𝐶𝐴0
+ 𝐶𝐴 =
𝑑𝑡 𝜏 𝜏

que é uma Equação Diferencial Ordinária (EDO) Linear. Sua solução analítica (não
apresentada em Fogler (2002)) é:
𝑑𝜙
+𝑃 𝑡 𝜙 =𝑄 𝑡
𝑑𝑡

𝜙 𝑡 = 𝑒− 𝑃 𝑡 𝑑𝑡
𝑒 𝑃 𝑡 𝑑𝑡
𝑄 𝑡 𝑑𝑡 + 𝑐
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Resolvendo a integral definida de 𝑡 = 0 até 𝑡 = 𝑡,

𝐶𝐴0 1 + 𝜏𝑘 𝑡
𝐶𝐴 𝑡 = 1 − 𝑒𝑥𝑝 −
1 + 𝜏𝑘 𝜏

Para 𝑡 → ∞, a concentração alcançará aquela que ocorre no regime


estacionário (𝐶𝐴𝑆 ):
𝐶𝐴0
𝐶𝐴𝑆 =
1 + 𝜏𝑘
Então para se determinar um tempo definido, propõe-se que seja
𝐶𝐴 = 0,99𝐶𝐴𝑆 em 𝑡 = 𝑡𝑆 .
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Substituindo e resolvendo,

𝐶𝐴0 𝐶𝐴0 1 + 𝜏𝑘 𝑡𝑆
0,99 = 1 − 𝑒𝑥𝑝 −
1 + 𝜏𝑘 1 + 𝜏𝑘 𝜏

𝜏
𝑡𝑆 = 4,6
1 + 𝜏𝑘

Para uma reação 1ª ordem, esta expressão fornece o tempo necessário para se
chegar a 99% do estado estacionário. Naturalmente, a solução deve ser repetida
para reações de outras ordens, que levarão a outras expressões para 𝑡𝑆 .

Obs.: soluções numéricas das EDOs podem ser feitas com bastante precisão.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS 𝐹𝐵0
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Reator semibatelada ou semicontínuo:
Tipo 1: um dos reagentes é lentamente alimentado no
𝐴
outro, para evitar reações paralelas indesejadas ou se a
reação é altamente exotérmica. 𝐵 pode ser líquido 𝐴+𝐵 →𝐶
(alimentação superior) ou gasoso (alimentação inferior). 𝐶𝐴 = 𝑓(𝑡), 𝑉 = 𝑓(𝑡)
Regime transiente
Exemplos são reações de cloração e hidrólise.

Como há alimentação contínua, o volume do meio reacional pode variar


com o tempo, 𝑉(𝑡). No caso de 𝐵 gasoso, normalmente esta variação
pode ser desprezada, pois deve existir uma saída de 𝐵 gasoso não
reagido e a quantidade transferida para 𝐴 líquido não promove
aumento do volume.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Esta forma de operação se assemelha ao batelada, onde interessa 𝐶𝐴 𝑡 ,
mas deve considerar a alimentação e possível variação de volume. Como 𝐴
está contido no reator, mas 𝐵 está sendo alimentado, dois balanços
diferentes para cada espécie devem ser escritos.

Da equação geral do balanço molar, para 𝐴:


𝑑𝑁𝐴
0= − 𝑟𝐴 . 𝑉(𝑡)
𝑑𝑡
enquanto para 𝐵:
𝑑𝑁𝐵
𝐹𝐵0 = − 𝑟𝐵 . 𝑉(𝑡)
𝑑𝑡
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
O modelo pode ser escrito para o número de moles, concentração ou
conversão. Dado que 𝑁𝐴 = 𝐶𝐴 . 𝑉 e que ambos variam, para 𝐴:

𝑑 𝐶𝐴 . 𝑉 𝑑𝐶𝐴 𝑑𝑉
𝑟𝐴 . 𝑉 𝑡 = =𝑉 + 𝐶𝐴
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Uma das duas derivações pode ser substituída por uma expressão que a
represente. Por exemplo, do balanço de massa global no reator,
considerando desprezível a variação da massa específica, tem-se que

𝑑𝑉
= 𝑉0 e 𝑉 𝑡 = 𝑉𝑡=0 + 𝑉0 𝑡
𝑑𝑡
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Substituindo no balanço para 𝐴,

𝑑𝐶𝐴 𝑉0
= 𝑟𝐴 − 𝐶𝐴 .
𝑑𝑡 𝑉(𝑡)

Se reação 1ª ordem para 𝐴 (assumindo que a concentração de 𝐵 seja


muito pequena), a solução analítica é dada para EDO Separável.

Porém, para ordens maiores e se 𝐶𝐵 for significativa, o


modelo para o reator exige o balanço de 𝐵 para ser
resolvido junto ao de 𝐴.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Resgatando o balanço molar de 𝐵,
𝑑𝑁𝐵 𝑑𝐶𝐵 𝑑𝑉
=𝑉 + 𝐶𝐵 = 𝐹𝐵0 + 𝑟𝐵 . 𝑉(𝑡)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐵
𝑉 + 𝐶𝐵 𝑉0 = 𝐶𝐵0 . 𝑉0 + 𝑟𝐵 . 𝑉(𝑡)
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐵 𝑉0 𝑉0
= 𝐶𝐵0 . + 𝑟𝐵 − 𝐶𝐵
𝑑𝑡 𝑉(𝑡) 𝑉(𝑡)

𝑑𝐶𝐵 𝑉0
A EDO final será = (𝐶𝐵0 − 𝐶𝐵 ) + 𝑟𝐵
𝑑𝑡 𝑉 𝑡
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
𝐹𝐶
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Reator semibatelada ou semicontínuo:
Tipo 2 (Destilação reativa): um dos produtos é retirado
continuamente na fase vapor, o que desloca o equilíbrio 𝐴+𝐵
químico para a direita e favorece a conversão, fazendo ela 𝐴+𝐵 →𝐶
maior do que seria sem a retirada de 𝐶, acelerar a reação e 𝐶𝐴 = 𝑓(𝑡), 𝑉 = 𝑓(𝑡)
Regime transiente
assim reduzir o tempo total. Por consequência, o volume
do meio reacional varia com o tempo.

Os reagentes 𝐴 e 𝐵 são alimentados simultaneamente e de uma vez.


Reações de acetilação e esterificação, onde a água é removida
continuamente, são exemplo deste tipo de operação.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
4.3- Projeto de reatores não-estacionários
Nestes últimos casos, encontramos situações em que a solução numérica
(aproximada) pode ser mais fácil e útil do que encontrar do que a solução
analítica (resolver as integrais). Isso pode ser feito de várias formas
diferentes, utilizando de variados softwares: Polymath, Matlab, Octave,
códigos próprios dedicados (Fortran, C, C++,...), ...

O benefício destas soluções é o de não ser necessário incorporar uma


expressão na outra para colocá-la nos mesmos termos e poder resolvê-la.
O algoritmo e método numérico se responsabilizam de fazer esta
combinação.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
CASO 2
A produção de brometo de metila é uma reação irreversível em fase líquida
que segue uma lei de velocidade elementar:
𝐶𝑁𝐵𝑟 + 𝐶𝐻3 𝑁𝐻2 → 𝐶𝐻3 𝐵𝑟 + 𝑁𝐶𝑁𝐻2
A reação é conduzida isotermicamente em um reator semibatelada. Uma
solução aquosa de metilamina (B) à concentração de 0,025ml/L deve ser
alimentada a uma vazão de 0,05 L/s a uma solução aquosa de cianeto de
bromo (A) contida em um reator internamente revestido de vidro. O volume
inicial do fluido no tanque deve ser de 5 L com uma concentração de 0,05
mol/L de A. A constante de velocidade da reação é 𝑘 = 2,2𝐿/𝑠. 𝑚𝑜𝑙.

Obtenha a variação das concentrações dos compostos com o tempo.


4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
CASO 3
Considere os balanços e a equação da taxa abaixo para o caso de um reator
semibatelada e obtenha os perfis de concentração ao longo do tempo:
𝑑𝑁𝐴
= 𝑟𝐴 . 𝑉
𝑑𝑡
𝑑𝑁𝐵
= 𝑟𝐴 . 𝑉 + 𝐹𝐵𝑖𝑛
𝑑𝑡
𝑑𝑁𝐶
= −2𝑟𝐴 . 𝑉
𝑑𝑡
𝑁𝐴 𝑁𝐵 𝑁𝐶 2
𝑟𝐴 = −𝑘 − /𝐾𝐶
𝑉 𝑉 𝑉
sendo, 𝑘 = 0,15, 𝐾𝐶 = 4,0, 𝑉0 = 10,0, 𝑉𝑖𝑛 = 0,1, 𝐹𝐵𝑖𝑛 = 0,02, 𝑁𝐴0 = 0,02.
4- PROJETO DE REATORES IDEAIS ISOTÉRMICOS
CASO 4
Fogler (2009) – P4-23.

Se usarem o Polymath, podem não conseguir resolver este caso.


Cuidado ao pesquisarem na internet sobre o erro apresentado, pode levar a sites perigosos como: http://fapel.org/error-
6/polymath-error-6.php. Sugiro não baixar a solução apresentada.

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