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24/08/2021

7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento 7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento

1. Providências Preliminares 2. Réplica (350/351, CPC)

Art. 347, CPC Exame dos requisitos e momento da ocorrência.


Especificação de provas (348/349, CPC); Prazo?

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7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento 7. Saneamento

3. Julgamento conforme o estado do processo: 4. Saneamento


Exame do Art. 357, CPC
Extinção do processo ou Julgamento imediato do mérito
(total/parcial) – 354/356, CPC. O dever de colaboração do juiz

Dica: Aqui estamos Dica: Alguns autores


antecipando o ponto 10 da defendem a existência de
nossa estrutura de aulas um direito fundamental à
cooperação processual!

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz

a) O dever de esclarecimento b) O dever de diálogo (ou de consulta)


Art. 139, VIII Debate de caráter democrático: diálogo ao
Art. 357, § 3º invés de monólogo (contraditório em qual
sentido?).
Art. 10, CPC/15

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz

c) O dever de prevenção d) O dever de auxílio (adequação)


Evitar consequências desnecessárias e Art. 139, VI
indesejadas Art. 373, § 1º
Art. 321 – alertar sobre defeito na inicial
Art. 488 – julgar o mérito
139, IX
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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6º. – Dever de gestão processual – CPC português
A colaboração exige a presença de um juiz
ativo 1 - Cumpre ao juiz, sem prejuízo do ónus de impulso especialmente
imposto pela lei às partes, dirigir ativamente o processo e providenciar
pelo seu andamento célere, promovendo oficiosamente as diligências
necessárias ao normal prosseguimento da ação, recusando o que for
Ativo ≠ Ativista impertinente ou meramente dilatório e, ouvidas as partes, adotando
mecanismos de simplificação e agilização processual que garantam a
justa composição do litígio em prazo razoável.

2 - O juiz providencia oficiosamente pelo suprimento da falta de


pressupostos processuais suscetíveis de sanação, determinando a
realização dos atos necessários à regularização da instância ou,
quando a sanação dependa de ato que deva ser praticado pelas
partes, convidando estas a praticá-lo.

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 7º. – Princípio da cooperação – CPC português Art. 7º. – Princípio da cooperação – CPC português

1 - Na condução e intervenção no processo, devem os 3 - As pessoas referidas no número anterior são obrigadas a
magistrados, os mandatários judiciais e as próprias partes comparecer sempre que para isso forem notificadas e a
cooperar entre si, concorrendo para se obter, com brevidade e prestar os esclarecimentos que lhes forem pedidos, sem
eficácia, a justa composição do litígio. prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 417.º.

2 - O juiz pode, em qualquer altura do processo, ouvir as 4 - Sempre que alguma das partes alegue justificadamente
partes, seus representantes ou mandatários judiciais, dificuldade séria em obter documento ou informação que
convidando-os a fornecer os esclarecimentos sobre a matéria condicione o eficaz exercício de faculdade ou o cumprimento
de facto ou de direito que se afigurem pertinentes e dando-se de ónus ou dever processual, deve o juiz, sempre que possível,
conhecimento à outra parte dos resultados da diligência. providenciar pela remoção do obstáculo.

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7. Saneamento Questão
De acordo com a norma processual, sobre a Petição Inicial e seu pedido, é
E a colaboração entre as partes? É possível? CORRETO afirmar:
I - A petição inicial indicará o pedido com as suas especificações, devendo esse
ser certo e determinado, sendo inadmissível qualquer modalidade de pedido
implícito.
II - O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos essenciais
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento
de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
III - Considera-se inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de
pedir, o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico, da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão ou contiver pedidos incompatíveis entre si.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.

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4. Pronunciamentoconteúdos
Judicial
Dica: Este é umInicial
dos
mais importantes
8. Direito Probatório
do semestre! Várias
perguntas da prova virão
1. Introdução
do material a seguir! 8.1 Introdução
1.8.2 Direito fundamental à prova
Espécies de pronunciamento judicial – breve  a) Fundamentalidade formal: art. 5º, LVI, CF:
introdução – art. TÓPICO
203, CPC/15
8: DIREITO  LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
PROBATÓRIO meios ilícitos;
Dica: veja o item 11 dos
nossos slides para conteúdo  b) Fundamentalidade material: relação entre prova e
aprofundado no tema! verdade

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


A verdade é tema fundamental do processo
Art. 369, CPC/15: As partes têm o direito de
Superação da dicotomia verdade real x verdade empregar todos os meios legais, bem como os
formal moralmente legítimos, ainda que não especificados
neste Código, para provar a verdade dos fatos em
que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz.

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 Não há hierarquia dos meios de prova (corolário
do sistema da persuasão racional)
Meios de prova são as diversas modalidades pelas
quais a constatação sobre a ocorrência ou  O relevante é a decisão fundamentada pela opção
inocorrência dos fatos chega até o juiz. de uma prova em detrimento de outra (ex.: art.
479, CPC/15)

 Falaremos sobre isso dentro da prova pericial!

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


c) Consequências de um direito fundamental à prova 8.3. Conceito de Prova
 Legislador e órgão jurisdicional devem atentar para: Tem origem no latim probo, probatio e probus –
busca-se na prova a autêntica correspondência à
 a) existência de relação teleológica entre prova e verdade; b)
admissibilidade da prova e dos meios de prova; c) distribuição realidade
adequada do ônus da prova; d) momento de produção da prova; e)
valoração da prova e formação do convencimento judicial O vocábulo prova pode representar três conceitos
(Sarlet/Marinoni/Mitidiero, Curso, p. 656). processuais distintos

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A. Pode ser entendida enquanto atividade probatória das 8.4 Objeto da prova
partes processuais (objetiva)
Provam-se as alegações sobre os fatos, não o direito
B. Pode ser visto como o próprio elemento ou instrumento (iura novit curia – exceção – art. 376, CPC/15)
através do qual se prova (o meio probatório utilizado)
(objetiva) Faz-se necessária a prova de leis internacionais, à
exceção de tratados, pois estes passam a integrar o
C. Pode ser compreendido como o convencimento ordenamento jurídico pátrio
adquirido a respeito da existência de determinado fato.
(subjetiva)

Portanto, a prova pode ser atividade, meio ou resultado

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Não constituem objeto de prova: O que é a prova ilícita?

A. Os fatos notórios (374, I) É a prova que ofende norma de direito material


B. Os fatos incontroversos (por confissão ou admitidos (obtida através de furto, tortura, coação etc.)
como tal – 374, II e III)
A prova que ofende direito processual é ilegítima
C. Os fatos negativos (absolutos – os relativos podem
e devem ser provados)
D. Fatos presumidos
E. Provas ilícitas

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Há diversas correntes a respeito de sua
 Art. 5º, LVI, CF - São inadmissíveis, no processo, as
admissibilidade provas obtidas por meios ilícitos.
A. Admite, contanto que não seja também ilegítima;
Para as provas ilegítimas, resta a nulidade (conteúdo
 B. Inadmissão total; não verdadeiro ou produzidas de maneira deficiente)
C. Admite apenas em certos casos (Tráf. de drogas); Art. 157, CPP São inadmissíveis, devendo ser
D. Admite de maneira mais restrita, quando
 desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
empregada em sede de direito de defesa (aplicação entendidas as obtidas em violação a normas
do princípio da proporcionalidade) constitucionais ou legais.

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Fruits of the poisonous tree Fruits of the poisonous tree

Art. 157, § 1o, CPP: São também inadmissíveis as Art. 157, § 1o, CPP: São também inadmissíveis as
provas derivadas das ilícitas (...) provas derivadas das ilícitas (...)

Não se admitem provas que foram obtidas Não se admitem provas que foram obtidas
originariamente de modo ilícito (p. ex., com invasão originariamente de modo ilícito (p. ex., com invasão
de domicílio para prender um foragido, sem o de domicílio para prender um foragido, sem o
mandado de prisão, encontrando-se na casa um mandado de prisão, encontrando-se na casa um
computador contendo fotos de menores) computador contendo fotos de menores)

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Teoria da inevitable discovery exception é empregada 8.5 Sistemas de avaliação da prova
para contornar essa situação Há diversos sistemas de avaliação da prova. É
necessário compreender suas peculiaridades e qual o
Art. 157, par. 1º (...), salvo quando não evidenciado o
sistema vigente no Brasil (evidentemente não são
nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando
todos!)
as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras Também não devem ser confundidos com os modelos de
constatação.

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8.5 Sistemas de avaliação da prova 8.5 Sistemas de avaliação da prova
8.5.1 Ordálios 8.5.1 Ordálios
 São os chamados “juízos divinos” (iudicii Dei)  São os chamados “juízos divinos” (iudicii Dei)

 A determinação da (ausência de) culpa se dava pela  A determinação da (ausência de) culpa se dava pela
submissão do acusado a uma prova divina submissão do acusado a uma prova divina

 A prova acabava resultando em graves danos físicos  A prova acabava resultando em graves danos físicos
ou morte ao réu ou morte ao réu

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ou morte ao réu O julgamento das “Bruxas de Salem” (1692-1693)

Deviam tocar as vítimas enquanto elas estivessem


tendo ‘ataques’ (fits) – se os ataques cessassem, é
porque a pessoa que tocou estava praticando
bruxaria

O “bolo das bruxas”

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 8.5.2 Sistema da Prova Legal O juiz se vê obrigado a aplicar critérios legais

 Trata-se de sistema que contempla ‘minuciosa É o modo encontrado pelo governante de evitar
determinação dos critérios de apreciação da prova arbitrariedades e, ao mesmo tempo, firmar o Poder
e concomitante limitação ou exclusão a priori de Judiciário como pouvoir nul. (Montesquieu)
determinadas provas, a que se subtrai crédito Estabelecia, portanto, uma hierarquia para os meios
formal perante o magistrado, com vistas a restringir de prova – o testemunho de um nobre vale pelo de
ao máximo a liberdade judicial.’ (Carlos Alberto Alvaro de 10 camponeses, mais que o de uma mulher, um
Oliveira, Do Formalismo...).
documento vale mais do que o depoimento
testemunhal...

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8.5.3 Sistema do livre convencimento (ou íntima
É nesse sistema de avaliação que prevalece o brocardo convicção)
testis unus testes nullus – quem apresenta apenas uma
O juiz valora livremente o material probatório,
testemunha não faz prova
apontando as conclusões sem necessidade de
apresentação de justificativa
Persiste o sistema da prova legal atualmente?

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A valoração se dá única e exclusivamente pela 8.5.4 Sistema da persuasão racional (ou livre
consciência do julgador (secundum conscientiam). convencimento motivado / com restrições lógicas e
atenção às máximas de experiência)
É um julgamento de impressão, pois não há regras de
pré-valoração probatória. O juiz, para decidir, deve se escorar nas provas
carreadas aos autos, e na análise lógico-racional que
 O juiz determina caso a caso quais são as provas faz desse material
relevantes, a partir de critérios próprios.
Para tanto, aplicará regras jurídicas e se valerá das
máximas de experiência (não são um “tesouro
privado” do juiz)

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 O elemento diferenciador é justamente o dever de 2. Contradição e omissão na valoração da prova. A prova testemunhal
foi valorada segundo a apreciação da relatora, que expôs os motivos
motivar a decisão judicial (art. 93, IX, CF) do seu convencimento, cumprindo a regra do art. 489, § 1º, da novel
legislação processual. Ademais, persiste, no novo diploma, o princípio da
livre valoração da prova pelo julgador, desde que motivadamente, como
 Repetido no art. 11, CPC/15 se confere do art. 371 do novo código de processo civil: O juiz
apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito
que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, seu convencimento. Embargos de declaração em que não se constatam
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e os vícios que dariam ensejo à interposição do recurso, segundo disposto
pelo art. 1.022, incisos e parágrafo único, da Lei n. 13.105/2015
indicará na decisão as razões da formação de seu (novo código de processo civil). Desacolhimento. Embargos de
convencimento. declaração desacolhidos.
(TJRS; EDcl 0067323-56.2016.8.21.7000; Viamão; Décima Segunda
Câmara Cível; Relª Desª Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout; Julg.
29/03/2016; DJERS 01/04/2016).

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6. Atividade Probatória Filtro preliminar: licitude
Quatro etapas de atividade probatória: A. Controvérsia – Há controvérsia sobre uma alegação
quando pendem nos autos duas versões a seu respeito
a) Proposição;
B. Pertinência – É pertinente quando visa demonstrar
b) Admissibilidade; Ver próximo slide!
alegação de fato afinada à aplicação do d. material
c) Produção; pretendido
d) Valoração/Decisão. C. Relevância - Possui tal característica enquanto seu
esclarecimento possa conduzir à verdade dos fatos
alegados; pode suprir o juiz com inf. úteis
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 Separação do momento da admissão da prova do 6. Atividade Probatória
momento de sua valoração Quatro etapas de atividade probatória:
 A admissão da prova está vinculada à sua
a) Proposição;
pertinência, controvérsia e relevância
b) Admissibilidade;
 Após admitida, é que influirá no convencimento
c) Produção;
judicial (ou seja, só se pode valorar a prova que foi
produzida no processo) d) Valoração/Decisão.

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 7. Ônus da Prova

 Incumbência atribuída à determinada parte  Havendo elementos probatórios suficientes nos


processual no interesse desse sujeito – ônus de autos, o ônus da prova mostra-se desnecessário,
provar os fatos que lhe são favoráveis no processo pois o juiz julgará a partir daquele material

 Revela-se não em dever, mas em verdadeira


necessidade

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Ônus da prova em caráter objetivo

 Ônus da prova em caráter subjetivo – regra de Como regra de julgamento na inexistência de


conduta dirigida às partes cumprimento da conduta esperada da parte –
vedação de non liquet
 Reside no interesse que a parte possui de ser a
vitoriosa na contenda judicial A lei determina a quem incumbe provar e, não o
fazendo, arcará com as consequências

Art. 373, CPC/15

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 Ainda assim, não se diz que há sanção (pena) para Carga dinâmica do ônus da prova – 373, §1º
quem não se desincumbe – a parte pode ter
produzido prova que não convenceu o juiz e, ainda Atribuição, pelo julgador, do ônus da prova à quem
assim, ter a demanda julgada em seu desfavor tem mais facilidade de provar, seja por razões
técnicas, profissionais ou econômicas
 A regra prevista em lei é de que a parte onerada
está em melhores condições de produzir a prova Inversão ope iudicis – pelo juízo

Inversão ope legis – pela lei

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Verifica-se, portanto, que o ônus da prova enquanto Se o modo como distribuído o ônus da prova influi no comportamento
processual das partes (aspecto subjetivo), não pode a a inversão 'ope
regra de julgamento só ganha relevância no momento judicis' ocorrer quando do julgamento da causa pelo juiz (sentença)
posterior aquele em que o juiz está valorando o ou pelo tribunal (acórdão). Previsão nesse sentido do art. 262, §1º, do
material probatório Projeto de Código de Processo Civil. A inversão 'ope judicis' do ônus
probatório deve ocorrer preferencialmente na fase de saneamento do
processo ou, pelo menos, assegurando-se à parte a quem não
 Mas o ônus da prova pode ser determinado
incumbia inicialmente o encargo, a reabertura de oportunidade para
(modificado, dinamizado) pelo juiz em sentença, ao apresentação de provas.
decidir, somente? (REsp 802.832/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 13/04/2011, DJe 21/09/2011)

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Síntese: requisitos para dinamização do ônus da prova 8. Modelos de Constatação

 a) Previsão legal ou excessiva dificuldade/maior


A convicção é suscetível de diferentes graus,
facilidade
intensidades ou solidez
 b) Decisão fundamentada
i- é provável que algo tenha ocorrido; ii – é
 c) Oportunidade para desincumbir-se do ônus altamente provável que algo tenha ocorrido; iii – é
 d) Não criação de nova ‘prova diabólica’ quase certo que algo tenha ocorrido; iv – é
praticamente impossível que algo não tenha ocorrido

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Modelos: 9. Indícios, Presunções e Máximas de Experiência

i – preponderância de prova Indício sempre diz respeito a um fato indireto, mas


ii – prova clara e convincente ligado à causa de pedir
iii – prova além da dúvida razoável
iv – razoável excludente de qualquer hipótese de A partir do indício, pode-se estabelecer uma
inocência presunção

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As presunções podem ser:

1. Relativas (juris tantum) Art. 322, CC. Quando o pagamento for em quotas
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova
1.1 Legais – ex. 322, CC em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.
1.2 Comuns (ou hominis)

2. Absolutas (jure et de jure)

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Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência


As comuns não equivalem a ‘senso comum’ - quem não
comum subministradas pela observação do que
chora não está machucado; os bons genitores amam
ordinariamente acontece e, ainda, as regras de
seus filhos; quem se ruboriza, mente; quem foge é
experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o
culpado, etc., são exemplos de senso comum, mas não
exame pericial.
de máximas de experiência

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JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE Na ausência de critérios objetivos para mensuração do valor
INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL REJEITADA. MADEIRA PARA ESCADA
E RODAPÉ EMPENADA. DANO MATERIAL DEVIDO. DANO MORAL INDEVIDO. econômico da compensação pelos danos morais deve o julgador
RECURSOS CONHECIDOS, NÃO PROVIDO O DO RÉU E PROVIDO EM PARTE O valer-se das regras de experiência comum e do bom senso, fixando
DA AUTORA. 1. Preliminar de incompetência dos juizados especiais e
cerceamento de defesa: Os documentos apresentados são suficientes, à luz essa verba de tal forma que não seja irrisória, a ponto de
das regras de experiência comum, para o convencimento do julgador, não sendo menosprezar a dor sofrida pela vítima, ou exagerada, tornando-
necessária a produção de prova pericial, com o que se descaracteriza a
complexidade da matéria. Alegação de incompetência dos Juizados Especiais se fonte de enriquecimento ilícito.
Cíveis e cerceamento de defesa pelo indeferimento da prova pericial rejeitada. (TJSC; AC 2015.076620-7; Sombrio; Sexta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Subst.
2.Mérito: Mostram-se verossímeis as alegações da consumidora de que a
madeira entregue empenou, conforme se constata das fotografias juntadas aos Rubens Schulz; Julg. 19/04/2016; DJSC 26/04/2016; Pág. 129); DJDFTE
autos. A madeira adequadamente seca não empena, por isso, jamais ficaria 10/05/2016; Pág. )
conforme as fotos dos autos se não estivesse em más condições.
(TJDF; Rec. 2015.14.1.005281-3; Ac. 938964; Segunda Turma Recursal dos
Juizados Especiais; Rel. Juiz João Luis Fischer Dias; DJDFTE 10/05/2016; Pág.

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APELAÇÃO CÍVEL. SUBCLASSE RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE 5. Não é possível dimensionar precisamente os reflexos do abuso sexual na
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. construção da pessoa que hoje a autora é. Mas minimizar os efeitos desse abuso
RESPONSABILIZAÇÃO DO MENOR INFRATOR E DE SEUS PAIS. QUANTUM contraria a máxima da experiência pelo que se sabe a respeito dos traumas que tal
INDENIZATÓRIO. 1. No caso, o abuso sexual cometido pelo réu Eduardo contra a violência provoca em suas vítimas. No caso concreto, o conjunto probatório bem
autora é inquestionável, pois sua existência e autoria já foram reconhecidas pelo retrata o estresse ao qual a autora foi submetida e a perturbação emocional
Juízo da Infância e da Juventude, o qual fez as vezes, na situação, de “juízo sofrida, tudo quando ainda criança. 6. Na quantificação da indenização, além do
criminal” por se tratar de ato infracional, na medida em que que Eduardo, à época, caráter compensatório e dissuasório da indenização, a capacidade sócio-econômica
tinha 16 anos de idade. Inteligência do art. 935 do CC. 2. Tal fato é suficiente para do ofensor deve ser sopesada. Ainda, deve ser ponderado a elevação de mais de
o reconhecimento da responsabilidade de Eduardo, assim como dos réus Adão e 50% no valor condenatório que a incidência dos juros de mora desde o evento
Adriana, pais de Eduardo, à vista do que rezam os artigos 932 e 933 do CC. 3. danoso acarretará. E embora os réus não façam jus à gratuidade da justiça, a
Nessa ordem das coisas, merece ser confirmada a condenação dos réus a indenizar indenização vai reduzida para o equivalente a 50 salários mínimos nacionais atuais.
a autora pelos danos morais por ela sofridos em decorrência do abuso cometido APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70082883653, Nona
por Eduardo. 4. Os danos havidos a esse título são inequívocos, ínsitos ao próprio Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado
fato (in re ipsa). De toda sorte, a ocorrência dos mesmos encontra lastro na vasta em: 18-12-2019).
prova juntada pela autora no curso da ação. (SEGUE NO PRÓXIMO)

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Pela máxima da experiência sabe-se que, de regra, os mecânicos 10. Poderes instrutórios do juiz
condicionam a entrega do veículo consertado ao pagamento dos
serviços prestados. 3. Valor da indenização material confirmada,
na medida em que não há contraprova minimamente consistente Art. 370: Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento
sobre o excesso de cobrança alegado. 4. Por fim, considerando da parte, determinar as provas necessárias ao
que foram formulados dois pedidos autônomos (de reparação
julgamento do mérito.
material e reparação moral) e que só um deles foi julgado
procedente, o reconhecimento do decaimento recíproco é
impositivo, assistindo razão ao apelante, no ponto. APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70080217805,
Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio
Facchini Neto, Julgado em: 28-08-2019)
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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Esses poderes instrutórios estão vinculados à noção III - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça possui
de igualdade – o magistrado não pode permitir que entendimento no sentido de que, em matéria de instrução
probatória, não há se falar em preclusão pro judicato, uma vez
a verdade dos fatos seja construída indevidamente que, como fundamentos principiológicos daquela etapa
pela parte mais astuta ou com o advogado mais processual, os princípios da busca da verdade e do livre
capaz convencimento motivado afastam o sistema da preclusão dos
poderes instrutórios do juiz (precedentes).
(RHC 60.354/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
Não estão sujeitos à preclusão temporal 02/02/2016, DJe 17/02/2016)

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Não há violação à imparcialidade, apenas
superação da neutralidade judicial.

“El juez sin interés por el litigio es algo tan incocebible Lembre-se que se veda o uso de conhecimento
como el médico sin interés por el enfermo” (Eduardo privado do juiz no processo
Couture).

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11. Provas Atípicas
Veda-se o uso de conhecimento privado do juiz no O que são as provas atípicas?
processo Art. 369, CPC/15
Art. 32, Lei 9.099/95
Pode o juiz fazer Ex.: Comportamento processual
pesquisa na internet
A carta psicografada é uma prova atípica?
(redes sociais etc) para
usar na demanda?

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8. Direito Probatório 4. PronunciamentoDica:


Judicial Inicial
Essa matéria é muito
extensa e cheia de
detalhes! Um bom método
de estudo é ler os
12. Provas Típicas 1. Introdução
dispositivos do CPC!
a) Prova emprestada (art. 372)
b) Ata Notarial (art. 384) Espécies de pronunciamento judicial – breve
c) Depoimento de Parte introdução – art. 203, CPC/15
d) Prova documental
e) Prova testemunhal Dica: veja o item 11 dos
f) Prova pericial nossos slides para conteúdo
aprofundado no tema!
g) Inspeção judicial

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


a) Prova Emprestada (372, CPC/15) a) Prova Emprestada
A. Provas que admitem contraditório integral
mesmo na modalidade de prova emprestada Importante frisar que o contraditório não é o
B. B. Outros meios de prova, desde que o processo critério absoluto para a admissão de tais
contivesse as mesmas partes da presente provas, já que existe natural tensão, nesses
demanda casos, entre dois direitos fundamentais: o
contraditório e o DF à tutela jurisdicional
C. C. Outros meios de prova em demanda que não
envolvia as mesmas partes

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b) Ata Notarial c) Depoimento de parte
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato
podem ser atestados ou documentados, a requerimento do Arts. 385 e seguintes, CPC
interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou
som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da  Procedimento: 385, caput
ata notarial.

 Enunciado 636 FPPC: As conversas registradas por Objetivo: Confissão


aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais
podem ser admitidas no processo como prova, ≠ interrogatório (139, VIII)
independentemente de ata notarial.
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 Alteração: Art, 385, §3º - Possibilidade de depoimento Espécies de confissão (arts. 389 e ss.)
de parte se dar através de videoconferência ou outro
Espontânea x Provocada
recurso tecnológico disponível, quando residente em
comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela em Judicial x Extrajudicial
que tramita o processo Efetiva x Ficta

Arts. 386, 387: recusa em depor e escritos preparados A indivisibilidade e irrevogabilidade da confissão
(art. 393)
Regras de privilégios (alteração: acréscimos): art. 388,
CPC
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d) Prova documental (arts. 405 e seguintes) d) Prova documental (arts. 405 e seguintes)
Os documentos públicos x particulares Arguição de falsidade – art. 430, CPC/15
Cópias de documentos particulares – art. 424, Procedimento
CPC/15
Falsidade documental – arts. 427 e 428, CPC/15 Momentos de produção e de manifestação – arts.
434 e seguintes, CPC/15
Ônus da prova em falsidade/autenticidade - 429

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E o processo eletrônico? - Lei 11.419/2006
Pedido de exibição de documento ou coisa
Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos
com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão
considerados originais para todos os efeitos legais.
§ 1o Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos Arts. 396 e seguintes, CPC/15
órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas
procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por
advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a
alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de
digitalização.
§ 2o A argüição de falsidade do documento original será processada eletronicamente na
forma da lei processual em vigor.
§ 3o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2o deste artigo,
deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou,
quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.
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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes)
Art. 447 – quem pode depor em juízo
§ 1º Incapazes;
Admissibilidade e valor da prova; arts. 442 e § 2º Impedidos;
seguintes, CPC § 3º Suspeitos.
Art. 443 – indeferimento §§ 4º e 5º: exceções
Prazo para o rol: máximo de 15 dias - art. 357, §5º
Limitação do número de testemunhas: art. 357, §6º Art. 228, § 1º, CC: Para a prova de fatos que só elas
conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das
pessoas a que se refere este artigo.

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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes)
Art. 448 – Regras de privilégio para testemunhas Alteração: As testemunhas devem ser informadas ou
intimadas pelo advogado das partes da audiência,
Art. 450 e seguintes: produção da prova anexando o recebimento aos autos em até 3 dias
testemunhal e substituição de testemunhas. antes da audiência (455, §1º), facultada ser de
responsabilidade da parte levar a testemunha (455,
Juiz da causa arrolado como testemunha: art. 452, §2º) e, em esta não comparecendo, presume-se a
CPC desistência
Art. 456 – ordem de oitiva
Contradita e preclusão (art. 457, §1º).
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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) f) Prova pericial
Art. 459 – os questionamentos são realizados Premissa da admissibilidade da prova pericial
diretamente à testemunha, “não admitindo o juiz Possibilidade de substituir a perícia por prova
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem técnica simplificada (art. 464, §§ 2º e 3º), a partir
relação com as questões de fato objeto da atividade de inquirição de especialista efetuada pelo juiz
probatória ou importarem repetição de outra já sobre fatos que demandem especial conhecimento
respondida”
científico ou técnico

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f) Prova pericial f) Prova pericial
Exige-se que o especialista “deverá ter formação Procedimento:
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento.” Nomeação e prazos: art. 465 e §§
(art. 464, §4º)
Dispensa de termo de compromisso (466)
O art. 465 refere “perito especializado no objeto da
Recusa (467)
perícia”
Substituição do Perito (468)
É indispensável a formação acadêmica?
Dispensa de perícia (472)

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f) Prova pericial Em processo que tramita sob o rito ordinário, Joana postula que
o Município seja obrigado a arcar com um tratamento médico. As
A escolha consensual do perito – art. 471, CPC/15 partes e o Ministério Público não pretendem a produção de
outras provas. O Juízo determina, de ofício, a produção de
Impossibilidade de indicação por apenas uma das prova pericial. Sobre o caso em questão, assinale a resposta
partes correta.
a) A produção da prova pericial será gratuita.
Enunciado 637 FPPC: A escolha consensual do perito b) As partes deverão ratear os custos da produção da prova
não impede as partes de alegarem o seu impedimento ou pericial.
suspeição em razão de fato superveniente à escolha. c) A parte ré deverá custear a produção da prova pericial.
d) O Ministério Público deverá custear a produção da prova
pericial.
e) A parte autora deverá custear a produção da prova pericial.

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Conteúdo do laudo pericial : 473, CPC Conteúdo do laudo pericial : 473, CPC
 Art. 473. O laudo pericial deverá conter:  § 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como
 I - a exposição do objeto da perícia; alcançou suas conclusões.
 II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;  § 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua
designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o
 III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e exame técnico ou científico do objeto da perícia.
demonstrando ser predominantemente aceito pelos  § 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
especialistas da área do conhecimento da qual se técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
originou; testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
 IV - resposta conclusiva a todos os quesitos estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições
apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas,
plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao
Ministério Público. esclarecimento do objeto da perícia.

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Protocolo do laudo e manifestação das partes (477, §  O juiz está vinculado ao laudo pericial?
1º)
Assistentes técnicos  Art. 479: desvinculação do juízo

Art. 480: segunda perícia  Como valorar o laudo pericial?

 O julgador é peritus peritorum ou mero custos


peritorum?

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


 Problema proposto: valoração do laudo pericial Conteúdo do laudo pericial

Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
com o disposto no art. 371, indicando na sentença os (...)
motivos que o levaram a considerar ou a deixar de III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o
demonstrando ser predominantemente aceito pelos
método utilizado pelo perito.
especialistas da área do conhecimento da qual se
originou;

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


A margem de erro, os critérios de controle, a aceitação g) Inspeção judicial
geral e as soft sciences
Art. 481 e seguintes, CPC/15
Os casos Frye e Daubert

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Ainda um último tópico: Metodologia Ativa
Produção antecipada de prova – arts. 381/382, Sonilde foi submetida a cirurgia sem o devido consentimento (ela não
autorizou o procedimento). Ela ficou chocada com o resultado e decidiu
CPC/15 mover ação indenizatória em face do médico (Dr. Bisturino). Durante o
curso do processo foi produzida extensa prova documental pelo autor
(da necessidade do consentimento informado) e pelo médico (que o
procedimento realizado não era urgente, mas adequado). Foi
produzida prova pericial, que resultou favorável ao médico
(procedimento adequado). É possível que o magistrado profira
sentença de procedência no caso? Sob quais fundamentos? Justifique
sua resposta.

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9. Audiência de Instr. e Julg. 9. Audiência de Instr. e Julg.


9.1 Procedimento
Arts. 358 e seguintes, CPC/15 Art. 361, CPC/15 – Ordem (preferencial) de
produção das provas orais
Tentativa de conciliação – sempre é possível –
art. 359, CPC/15 Art. 362/363 - Adiamento

Art. 360 – Poder de Polícia

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9. Audiência de Instr. e Julg. 9. Audiência de Instr. e Julg.


9.2 Características
Art. 364 – Debates orais
§ 2º - memoriais A audiência é uma e contínua (365), e pública
(368), fora as hipóteses legais (segredo de
justiça)

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10. Julgamento Antecipado 11. Sentença


Julgamento Antecipado de Mérito 1. Introdução
Art. 355, CPC/15 Os chamados “atos do juiz”
Art. 203, CPC/15
Julgamento Antecipado Parcial de Mérito a)a) Despachos
Art. 356, CPC/15 b)b) Decisões interlocutórias

c)c) Sentenças

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11. Sentença 11. Sentença


a) Despachos Exemplos de mero despacho:
O que são?
Cite-se;
São atos de impulso e encaminhamento do processo, Ao Relator para redação do acórdão;
que não causam nenhum dano ou prejuízo à
pretensão das partes e, por isso mesmo, são À réplica...
irrecorríveis.
Vide art. 1.001, CPC/15

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11. Sentença 11. Sentença


b) Decisões interlocutórias
Percebe-se que tais despachos não envolvem o O que são?
direito discutido pelas partes, nem quaisquer
Trata-se de decisões do juiz sobre pontos
outros interesses processuais
controvertidos, mas que não resolvem o mérito
do processo, também não o encerrando ou
encerrando a atividade no primeiro grau de
jurisdição. Possuem evidente caráter decisório.

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11. Sentença 11. Sentença


Exemplos de decisão interlocutória:
São passíveis de recurso.
Concedo a liminar pleiteada, eis que presentes os
requisitos do art. 300, caput...
Mas qual?
V. Art. 1.009, § 1º
Indefiro a produção de prova pericial, uma vez que a
V. Art. 1.015 demanda não apresenta fatos complexos controversos
que necessitem apreciação de expert...

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11. Sentença 11. Sentença


Como distinguir um mero despacho de uma decisão Identifique a natureza das seguintes
interlocutória? manifestações do juiz:
1. O juiz poderia ter decidido de forma diversa, a) Cite-se o réu.
diante do tema apresentado?
2. Há carga lesiva (prejuízo) à parte?
b) Intime-se o autor para que, no prazo legal,
emende a inicial, informando o valor da causa.
3. A decisão possui (ou deveria possuir)
fundamentação?

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11. Sentença 11. Sentença


AGRAVO DE INSTRUMENTO. INCONFORMIDADE Identifique a natureza das seguintes
DEDUZIDA CONTRA DESPACHO. A determinação de manifestações do juiz:
emenda da petição inicial, no caso em tela, não causa
gravame à parte, tratando-se c) Rh. Para apreciação do pleito de assistência
de despacho de mero expediente e, portanto, irrecorrível. judiciária gratuita, traga o autor o informe de
Inteligência do artigo 504 do Código de Processo Civil. rendimentos (declaração IRPF) mais recente.
NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO DE Intime-se.
INSTRUMENTO. (Agravo de Instrumento Nº 70063700827, Décima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário Crespo
Brum, Julgado em 25/02/2015)

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11. Sentença 11. Sentença


d) Indefiro o pedido de assistência judiciária c) Sentença
formulado pela parte autora. Prazo de 5 dias
para recolhimento das custas. Arts. 203 e 489, CPC/15

e) A petição inicial é indeferida, ante a ausência A sentença, exige, portanto, análise, para sua
de causa de pedir, nos precisos termos do art. caracterização, de seu momento e de seu conteúdo
330, I do CPC/15.

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11. Sentença 11. Sentença


a) Sentenças ‘processuais’ (ou terminativas): b) Sentenças ‘definitivas’ (ou de mérito): resolvem
extinção sem julgamento do mérito (art. 485, a lide (art. 487, CPC/15).
CPC/15) Colocam fim ao processo ou à fase condenatória,
O juiz compreende que o processo não está apto a julgando a pretensão de direito material exposta
receber um julgamento de mérito. Essas sentenças não pelo autor em sua peça inicial. Essas sentenças
produzem coisa julgada material. Vide art. 486, produzem coisa julgada material e podem ser alvo
CPC/15 de Ação Rescisória.

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11. Sentença 11. Sentença


2. Estrutura da Sentença (art. 489, CPC/15) a) Relatório (489, I)
Primeiro requisito essencial, que é requisito de
a) Relatório; validade da sentença, é o relatório, que deve conter
os elementos expostos no inciso I do artigo 489,
b) Fundamentação; dando-se muita atenção a descrição dos pedidos e
c) Dispositivo. dos principais fatos que se contrapõe a estes, pois é
sobre eles que recairá a fundamentação do juiz.

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11. Sentença 11. Sentença


“Vistos etc.
a) Relatório TÍCIO, qualificado nos autos, ajuizou Ação de Despejo por Falta de Pagamento
Com o relatório se faz o histórico de toda a relação cumulada com Cobrança de Aluguéis contra CAIO, igualmente qualificado. Narrou
que é proprietário do imóvel situado na Rua Marcílio Dias, 404, nesta Capital, sendo
processual havida entre as partes, delimitando o que firmou contrato de locação com a parte ré de natureza comercial, no valor
mensal de R$ 2.500,00, mais encargos, pelo prazo de 12 meses. Entretanto, o
âmbito do processo. demandado encontra-se inadimplente com mais de três locativos, o que totaliza a
 Nomes das partes
quantia de R$ 9.056,04. Enfatizou que o réu possui uma dívida junto ao DMAE no
valor de R$ 357,99. Disse que notificou extrajudicialmente o réu acerca da rescisão
 Resumo dos fatos e pedidos contratual. Finalmente, arguiu que foi depositada em conta poupança uma caução no
valor equivalente a R$ 10.000,00. Requereu, em tutela antecipada, a desocupação
 Resumo da resposta do réu do imóvel e a imediata imissão na posse do imóvel. No mais, requereu a citação para
purgação da mora e, caso não atendida, a decretação do despejo com a rescisão
 Registro das principais ocorrências contratual e a condenação no pagamento dos alugueres. Requereu a procedência e
juntou documentos.

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11. Sentença 11. Sentença


“Foi indeferida a tutela antecipada à fl. 46v. Houve emenda à Houve réplica (fls. 93/102).
inicial às fls. 48/50, que foi acolhida à fl. 51.
Instadas as partes acerca da produção de provas (fl. 105),
sendo que o prazo fluiu sem que as partes tenham apresentado
Às fls. 64/78 foi reiterado o pedido de deferimento da antecipação manifestações, conforme certidão de fl. 107.
de tutela.
Foi designada audiência à fl. 108, sendo a mesma cancelada à
fl. 113 em razão dos motivos expostos pela parte autora às fls.
Após algumas diligências para citação, o réu compareceu aos autos 111/112.
e apresentou contestação (fls. 83/86), alegando que deverá ser
Vieram os autos conclusos em 10-02-2019.
decretada a perda do objeto da ação, pois efetuou o pagamento
dos locativos em atraso. Discorreu sobre os recibos de pagamento, Relatados.”
acostando-os autos. Requereu a improcedência. Juntou documentos.

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11. Sentença 11. Sentença


b) Fundamentação (489, II)
Direito fundamental ao processo justo – art. 5º,
A fundamentação é o ponto de apoio do Estado LIV, CF
Constitucional e ao mesmo tempo o melhor campo de Direito Fundamental à motivação das decisões
análise para a consecução do direito fundamental
judiciais – art. 93, IX, CF (parcialmente repetido
ao processo justo.
no art. 11, CPC/15)

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Direitos fundamentais relevantes para análise na Questões Preliminares – A sentença, em sua
motivação: motivação, deverá apreciar todas as questões
a) Contraditório; preliminares e/ou prejudiciais que até o momento
b) Duplo grau de jurisdição; não foram apreciadas.
c) Direito à prova.
Questões preliminares – são aquelas que
influenciam diretamente na extinção do processo sem
julgamento do mérito. São as matérias do art. 337
do CPC/15.

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11. Sentença 11. Sentença


Exposição das Razões – Juiz é obrigado a motivar “Decido.
a sua decisão, expondo as razões fáticas e jurídicas Não havendo preliminares a serem apreciadas, passo diretamente à
análise do mérito da causa.
pelas quais acolhe ou rejeita o pedido formulado na
Tratam os autos de ação de despejo por falta de pagamento cumulada
petição inicial. com cobrança de aluguéis e encargos. Por ser matéria de direito,
Examinar os fundamentos – o Juiz não pode passível o julgamento antecipado da lide, já que houve demonstração de
desinteresse em audiência conciliatória.
rejeitar a pretensão do autor sem examinar todos os
O réu não negou a existência do contrato realizado e que, efetivamente,
fundamentos de fato e de direito, assim como não ocupa o imóvel objeto deste feito. Os documentos que acompanharam a
pode acolher o pedido sem examinar todos os inicial amparam pedido do autor.
fundamentos da defesa.

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11. Sentença 11. Sentença


Na ação de despejo por falta de pagamento, ou o réu purga a Foi apresentada contestação onde o réu somente comprova o
mora ou oferece contestação. A purga da mora, prevista no inciso pagamento de dois meses de locação, conforme se verifica nos
II do art. 62 da Lei do Inquilinato, é faculdade posta à disposição recibos de fls. 88/89, sendo que as demais alegações não foram
do locatário que pretende evitar a rescisão do contrato de objeto de prova no presente feito. Cabia ao réu comprovar
aluguel, o que não ocorreu nos autos. cabalmente os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do seu
direito, o que não ocorreu no caso em pareço, nos termos do art.
373, inciso II do CPC, sendo, portando, inócuas e rejeitadas as
demais alegações da contestação.
Por outro lado, a parte autora comprovou a inadimplência do réu
e também a sua incapacidade para garantir o valor do débito, tal
como se verifica às fls. 32/34, 36/37, 40/41, 44, 69/78 e
103/104.
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11. Sentença 11. Sentença


Caracterizada, portanto, a falta de pagamento que constitui Art. 489, § 1º: Não se considera fundamentada
infração prevista legal e contratualmente, bem como causa de qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
desfazimento da locação ( art. 9º, inc. III da Lei 8.245/91) e
conseqüente cobrança das importâncias devidas.
sentença ou acórdão, que:
A responsabilidade do locatário se extinguem no ato da I – se limitar à indicação, à reprodução ou à
desocupação do imóvel com a entrega das chaves pelo locatário, paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
permanecendo as suas obrigações com relação ao bem até esta com a causa ou a questão decidida;
data, estando aí compreendida a efetiva entrega das chaves ou a
imissão do autor na posse do imóvel.
Finalmente, não caracterizada as hipóteses do art. 80 do CPC
para condenar o réu em litigância de má-fé.”

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11. Sentença 11. Sentença


Art. 489 §1º V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem súmula, sem identificar seus fundamentos
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; determinantes nem demonstrar que o caso sob
III – invocar motivos que se prestariam a justificar julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
qualquer outra decisão; VI – deixar de seguir enunciado de súmula,
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão sem demonstrar a existência de distinção no caso em
adotada pelo julgador; julgamento ou a superação do entendimento.

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11. Sentença 11. Sentença


§2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve Novo CPC:
justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação § 1º Não se considera fundamentada qualquer
efetuada, enunciando as razões que autorizam a decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
interferência na norma afastada e as premissas acórdão, que:
fáticas que fundamentam a conclusão. I – se limitar à indicação, à reprodução ou à
§3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
da conjugação de todos os seus elementos e em com a causa ou a questão decidida;
conformidade com o princípio da boa-fé.

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11. Sentença 11. Sentença


c) Dispositivo c) Dispositivo
Art. 489, III O dispositivo representa a conclusão da sentença.
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões Nela, encontra-se a resposta ao pleito do autor da
principais que as partes lhe submeterem. demanda. É no dispositivo que são apreciados todos
os pedidos do autor, sendo defeso ao juiz o
pronunciamento sobre qualquer pretensão não
formulada. Deve ficar adstrito à ação que for
proposta, observando as partes, causa de pedir e
pedidos.
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Pelo exposto, julgo PROCEDENTE, EM PARTE, a presente ação para rescindir o
contrato de locação firmado entre as partes às fls. 25/30 e determinar a A parte autora decaiu da parte mínima do pedido, razão pela qual condeno a
imediata expedição de mandado de despejo para que o desocupe o imóvel em 15 parte demandada ao pagamento integral das custas processuais e honorários
dias. Outrossim, condeno o demandado ao pagamento dos alugueres e encargos advocatícios ao procurador da autora, que fixo em 10% do montante da
vencidos desde outubro/2006 até a data da efetiva desocupação, excluídos condenação, nos termos do art. 85, ambos do CPC.
apenas os meses referentes janeiro e fevereiro/2008 (fls. 88/89), acrescidos de
correção monetária pelo IGP-M, juros de 12% ao ano e multa contratual de
10% (cláusula 2ª do contrato de fl. 26), a contar dos respectivos vencimentos,
deduzido o valor atualizado da caução informado na cláusula 9ª à fl. 28,
conforme 38, §2º da Lei do Inquilinato.
Fixo caução em R$ 30.000,00 para o caso de execução provisória (12 vezes o
valor do aluguel atual).

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3. Vícios ou defeitos da Sentença SAÚDE.MEDICAMENTOS. SENTENÇA CONDICIONAL.
* Falta de requisito essencial; 1. É nula a sentença na parte em que encerra
* Sentença ultra petita (além do pedido); provimento condicional. Hipótese em que a
dispensação de parte dos medicamentos foi
* Sentença extra petita (diverso do pedido); condicionada à comprovação futura da necessidade.
* Sentença citra (ou infra) petita (aquém do pedido); Art. 460, parágrafo único, do CPC. (...)(Apelação e Reexame
•Vedação de sentença condicional.
Necessário Nº 70060802527, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em
•Vide 492, CPC/15 31/07/2014).

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11. Sentença 11. Sentença


APELAÇÕES CÍVEIS. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. Superação da congruência absoluta (v. art. 492,
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. SEGUNDA
FASE. SENTENÇA CITRA PETITA. NULIDADE INSANÁVEL. 322, 489, §3º) entre pedido e sentença
FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. Deve haver correlação
entre o pedido e a sentença, não podendo o juiz decidir
aquém (citra ou infra petita), fora (extra petita) ou além Novas técnicas decisórias devem permitir que o
(ultra petita) do que foi postulado pelo autor, nos termos julgador outorgue tutela jurisdicional adequada
do art. 460 do CPC. No caso em comento, e efetiva – art. 536 e seguintes, CPC/15
a sentença mostrou-se aquém dos pedidos veiculados na
vestibular, deixando de apreciar várias rubricas lançadas
na conta corrente do autor e por ele impugnadas.

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11. Sentença 11. Sentença


4. Classificação das Sentenças
Apenas o dispositivo da sentença faz coisa A eficácia da sentença é classificada levando-se
julgada. Nem o relatório ou os motivos de em consideração o seu efeito principal. Ou seja,
decidir transitam em julgado. conforme contenha uma condenação,
declaração, constituição, mandamento ou
execução latu sensu.

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11. Sentença 11. Sentença

4.1 Sentenças declaratórias 4.2 Sentenças constitutivas


A sentença declaratória apenas ‘declara’ a Não se esgota em mera declaração, constituindo
existência, a inexistência ou o modo de ser de ou desconstituindo determinada situação jurídica,
uma relação jurídica. (Marinoni) Ex.: Usucapião sem que seja necessário ato posterior para sua
efetiva realização (e.g., interdição, divórcio).

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11. Sentença 11. Sentença

4.3 Sentenças Condenatórias 4.4 Sentenças Mandamentais


Além da declaração de uma determinada Ultrapassam a mera condenação, interferindo
situação, a partir do reconhecimento desta, diretamente na esfera jurídica do réu,
também é pleiteada a condenação do réu, p. compelindo-o a cumprir a ordem judicial. Na
ex., ao pagamento de indenização. sentença mandamental há ordem, e também
coerção da vontade do réu (Marinoni).

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11. Sentença 11. Sentença

4.5 Sentenças Executivas


Sentenças que ultrapassam a condenação, já
QUESTÕES
caracterizando a execução forçada, com, p. ex.,
expedição de mandado de penhora dos bens
do réu (Marinoni).

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Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ- Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-
BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Conciliador PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto.
Os pronunciamentos do magistrado que, no procedimento Considera-se fundamentada a decisão interlocutória se o juiz
comum em primeiro grau, são utilizados para (i) indeferimento apenas
total da petição inicial e para (ii) recebimento da petição inicial A) expuser as razões que lhe formaram o convencimento.
e determinação de citação do réu possuem a natureza de B) indicar o dispositivo legal aplicável.
A) sentença e despacho, respectivamente. C) invocar precedente jurisprudencial aplicável.
B) sentença e decisão interlocutória, respectivamente. D) reproduzir o ato normativo aplicável.
C) despacho, em ambos os casos. E) empregar conceitos jurídicos, ainda que indeterminados.
D) decisão interlocutória, em ambos os casos.
E) decisão interlocutória e sentença, respectivamente.

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Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Indaiatuba -SP Prova: VUNESP - Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico
2018 - Câmara de Indaiatuba -SP - Procurador Jurídico Judiciário - Área Judiciária
A respeito do que prevê o CPC/15 acerca da sentença e da coisa julgada, é Vencida e não cumprida determinada obrigação contratual, o credor ajuizou ação
correto afirmar que em que pleiteava a condenação do devedor a pagá-la. Depois de contestada a
A) nos casos em que o juiz, na sentença, reconheça a prescrição do direito demanda, e encerrada a fase instrutória, o juiz reputou configurados os fatos
alegado, estar-se-á diante de uma sentença terminativa, da qual não há resolução constitutivos do direito alegado pelo autor, vindo a acolher a sua pretensão. Além
de mérito. do pagamento da obrigação contratual, foi o réu condenado a pagar juros
B) o juiz conhecerá, de ofício, todas as matérias, a qualquer tempo e grau de moratórios legais, correção monetária e honorários de sucumbência, itens que não
jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado, a fim de extinguir por haviam sido objeto de pedido na inicial.
sentença o processo sem resolução de mérito. Nesse quadro, a sentença proferida foi:
C) se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da A) nula, por ultra petita;
causa, poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe B) nula, por extra petita;
ressalvada também a possibilidade de alegar em defesa o seu direito C) nula, por citra petita;
D) dentre outras hipóteses legais, não se considera fundamentada qualquer D) válida;
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão que se limitar à E) válida, embora o seu excesso deva ser podado pelo tribunal.
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida.
E) transitada em julgado a decisão, seja ela de mérito ou não, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor
tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

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Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Sorocaba - SP Prova: VUNESP Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: TCE-MG Prova: FUNDEP
- 2018 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Procurador do Município (Gestão de Concursos) - 2018 - TCE-MG - Auditor - Conselheiro Substituto
Durante o julgamento de uma causa, o juiz, de ofício e sem prévia manifestação Sobre sentença e a coisa julgada no processo civil, analise as assertivas a seguir.
I. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
das partes, decidiu pela prescrição da pretensão do autor. O fundamento da
ou acórdão que se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
decisão limitou-se à reprodução de um dispositivo legal, bem como à invocação de fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
um precedente, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar fundamentos.
que o caso sob julgamento se ajusta ao referido precedente. É correto afirmar que II. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
a sentença é ou acórdão que não enfrentar qualquer dos argumentos deduzidos no processo.
A) válida e de acordo com o princípio da celeridade e eficiência processual. III. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
B) anulável, por ofensa aos princípios da imparcialidade e igualdade processual. sentença ou acórdão que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
C) nula, por ofensa ao princípio da não surpresa e fundamentação das decisões precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
judiciais.
IV. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
D) anulável, por ofensa ao princípio da não surpresa e fundamentação das sentença ou acórdão que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
decisões judiciais. normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida.
E) nula, de acordo com o princípio da razoável duração do processo e da Estão corretas as assertivas:
adequada tutela jurisdicional. A) I e III, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) I, III e IV, apenas.
D) I, II, III, e IV.
E) II e III, apenas.

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


1. Introdução 1. Introdução

O direito à tutela efetiva Art. 294 – A tutela de urgência e a tutela de


O problema do tempo no processo: quem ele evidência
normalmente afeta?
Exame dos arts. 295 a 299
Tutelas Provisórias x Tutelas Definitivas

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


2. Tutelas Cautelares x Antecipadas 3. Requisitos para concessão de tutela de urgência

Assegurar um direito (não satisfazê-lo) Exame dos arts. 300 a 302, CPC
X
Antecipar um direito (satisfazê-lo)

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


3. Requisitos para concessão de tutela de urgência 3. Requisitos para concessão de tutela de urgência
(cautelar ou antecipada) (cautelar ou antecipada)
*Probabilidade do direito
*Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo A antecipada deve ser reversível (300, § 3º)
*Pode ser exigida caução
*Pode haver concessão liminar ou através de
justificação prévia
Faltou alguma coisa?

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


3. Requisitos para concessão de tutela de urgência 4. Prejuízos e reparação
(cautelar ou antecipada)
Art. 302, CPC
Exemplos de tutela cautelar: rol aberto do art. 301

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


5. Pedido antecedente e incidental 6. Tutela de Evidência

O CPC/15 trouxe permissão de que os procedimentos Art. 311, CPC/15


sejam realizados em caráter antecedente – tanto a Inversão da lógica do tempo
tutela antecipada (303) quanto a cautelar (305). Independe da demonstração de perigo ou risco

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


6. Tutela de Evidência AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE
IMISSÃO DE POSSE. TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA.
A tutela provisória de evidência independe da demonstração de perigo
Hipóteses: ou de risco ao resultado útil do processo. O seu deferimento exige a
presença de uma das hipóteses previstas no art. 311 do CPC/2015. A
311 – I, II, III e IV concessão liminar da tutela de evidência somente pode ocorrer nos casos
previstos nos incisos II e III do referido dispositivo legal. No caso
concreto, não foram preenchidos os requisitos para o deferimento
da tutela de evidência, pois fundamentada a pretensão no inciso II do art.
311 sequer foi indicada eventual tese firmada em julgamento de casos
repetitivo ou em súmula vinculante. AGRAVO DE INSTRUMENTO
DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70076183003, Décima Nona Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 07/06/2018)

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Em razão de grave enfermidade, consumidor de plano de saúde ajuizou demanda
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. TUTELA DE EVIDÊNCIA. em que pleiteava a condenação da operadora prestadora do serviço a lhe custear
REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. Consoante art. 311, II do CPC/15, um tratamento específico, indicado por seu médico, e que a empresa alegava não
a tutela de evidência será concedida liminarmente quando as estar previsto no contrato. Sem prejuízo da tutela jurisdicional definitiva, abarcando
alegações de fato puderem ser comprovadas a condenação da ré a cumprir a obrigação contratual e a pagar verbas
reparatórias de danos morais, o autor requereu, em sua inicial, a concessão de tutela
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
provisória, consubstanciada na determinação judicial, inaudita altera parte, para
casos repetitivos ou em súmula vinculante. Caso dos autos em que não
que a empresa viabilizasse de imediato o tratamento pretendido, o que foi deferido.
restou comprovado nenhum dos requisitos. Hipótese em que se afigura Quanto a essa providência provisória, pode-se afirmar que a sua natureza é de
recomendável, outrossim, o contraditório e a dilação probatória. tutela:
Mantida a decisão agravada. Agravo de instrumento desprovido.
a) de urgência cautelar;
Unânime. (Agravo de Instrumento Nº 70076603497, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 30/05/2018). b) de urgência satisfativa;
c) da evidência cautelar;
d) inibitória cautelar.
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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. A tutela da Miguel ajuizou ação de cobrança contra a empresa X, conseguindo demonstrar sua
evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano pretensão exclusivamente pela prova documental anexada com a inicial, cuja matéria
ou de risco ao resultado útil do processo, quando é objeto de súmula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal. Neste caso, à
a) ficar caracterizado o abuso do direito recursal ou o manifesto propósito luz do Código de Processo Civil, o juiz,
reipersecutório do polo passivo da demanda. a) liminarmente, desde que o autor demonstre o perigo de dano ou o risco ao
b ) as alegações de fato formuladas pelo autor, na petição inicial, puderem ser resultado útil do processo, poderá conceder a tutela da evidência.
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de b) poderá conceder a tutela de evidência, após ouvir obrigatoriamente a parte
casos repetitivos ou em súmula vinculante. contrária, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
c) calcado em pedido inicial de cunho declaratório baseado em contrato de resultado útil ao processo.
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, c) liminarmente, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
sob cominação de multa. ao resultado útil ao processo, poderá conceder a tutela da evidência..
d) a contestação for instruída com prova documental que não seja capaz de gerar d) poderá conceder a tutela de evidência, após ouvir obrigatoriamente a parte
dúvida razoável aos fatos articulados pelo autor na petição inicial. contrária, desde que o autor demonstre o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

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Analise as seguintes assertivas: Ano: 2019 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de Boa Ventura -
I. Para a validade do processo, é indispensável a citação do réu ou do executado, PB Prova: CPCON - 2019 - Prefeitura de Boa Ventura - PB - Advogado
mesmo se tratando de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do Sobre o tema da tutela de urgência, aponte a assertiva CORRETA:
pedido. A) A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida ainda que haja
II. O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão quando a parte por ela
beneficiada prestar caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que
da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou
a outra parte possa vir a sofrer.
de embargos à execução. B) O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
III. O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico reconhecimento de decadência ou de prescrição.
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas C) A tutela da evidência só será concedida com a demonstração de perigo de dano
correspondentes. ou de risco ao resultado útil do processo.
IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição D) Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido no prazo de 15 (quinze) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de
de tutela final, sem a necessidade de exposição da lide, do direito que se busca
novas custas processuais.
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
E) Se por motivo de caso fortuito ou força maior cessar a eficácia da tutela
Somente está CORRETO o que se afirma em: cautelar, a parte poderá renovar o pedido com base nos mesmos fundamentos,
a) I, II, III, IV. desde que o faça no prazo de 15 (quinze) dias.
b) I, II.
c) II, III.
d) IV, III.
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Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz
Substituto
A tutela provisória
A) da evidência será concedida sempre e unicamente quando caracterizado o
abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
B) observará o rol taxativo previsto na norma processual
C) conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode a qualquer tempo
ser modificada, embora não revogada.
D) de urgência de natureza antecipada só poderá ser concedida após justificação
prévia.
E) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

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