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É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco total
no concurso para Auditor-Fiscal de Controle Externo (Direito) – TCE-SC.
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 15 anos e, atualmente, exerço o
cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP).
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?”
O curso terá por base a integralidade do edital e será composto das seguintes
aulas:
AULA 02 - 3 Crime. 3.1 Classificação dos crimes. 3.2 Teorias do crime. 3.3 O
fato típico e seus elementos. 3.4 Relação de causalidade. 3.5 Superveniência
de causa independente. 3.6 Relevância da omissão.
ambiente).
AULA 09 - 6 Penas. 6.1 Espécies de penas. 6.2 Cominação das penas. 6.3
Aplicação da pena. 7 Ação penal. 12 Disposições constitucionais aplicáveis ao
direito penal. 13 Lei 1.079/1950 (crime de responsabilidade). 14 Decreto-lei nº
201/1967 (crime de responsabilidade de prefeitos e vereadores). 15 Lei nº
10.028/2000. 16 Jurisprudência aplicada dos tribunais superiores.
Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas
poderão ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser
enviada para pedro@pontodosconcursos.com.br.
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como será o
nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à aprovação!!!
Bons estudos!!!
Sumário
3. Resumo ............................................................................................................................................20
4. Exercícios .......................................................................................................................................21
CRIME X CONTRAVENÇÃO
Para encontrar a diferenciação entre estes dois termos tão utilizados, devemos recorrer à
Lei de Introdução ao Código Penal, que dispõe em seu artigo 1º:
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Na prática, não existe hoje diferença essencial entre reclusão e detenção. A lei, porém,
usa esses termos como índices ou critérios para a determinação dos regimes de
cumprimento de pena.
Se a condenação for de reclusão, a pena é cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto.
Na detenção, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a hipótese de
transferência excepcional para o regime fechado.
A prisão simples é prevista para as contravenções penais e não para crimes. Pode ser
cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto, não sendo cabível o regime fechado.
Dizemos que o Direito Penal é um ramo do direito público por ser composto de
regras aplicáveis a todas as pessoas e por ter como titular exclusivo do direito
de punir o ESTADO.
O Direito Penal brasileiro é regido por uma série de princípios, cujo estudo
aprofundado e exata compreensão são de suma importância para um bom
aprendizado dos assuntos que estão por vir.
Segundo o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello:
Art. 5º [...]
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
Mas e se, por exemplo, Tício furta um grão de arroz de Mévio, podemos
afirmar que o princípio será aplicado e, portanto, a tipicidade afastada?
A resposta é negativa, pois o simples fato de um objeto ter um
reduzido valor patrimonial não quer dizer que ele não é importante
para quem o detém. Explico: Imagine que o supracitado grão de arroz
tenha sido dado a Mévio por um parente próximo, poucos instantes
antes de morrer. Não será valioso para ele?
Ok, Caro(a) concurseiro(a), grão de arroz no leito de morte...
Realmente peguei pesado, mas acho que agora você não esquece mais
que a o pequeno valor do objeto do furto não se traduz,
automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância!!!
Vamos ver o que diz o STJ sobre o tema:
com seu time e começa a bater em seu próprio corpo. Tício poderá ser
condenado criminalmente por algo?
A resposta é NÃO, pois, segundo o princípio da alteridade, ninguém
pode ser punido por causar mal APENAS A SI PRÓPRIO.
[...]
[...]
Art. 5º [...]
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
1.2.1 CONCEITO
Resumindo: PRECEITO
PRIMÁRIO
+
INCRIMINADORA
PRECEITO
SECUNDÁRIO
LEI PENAL
PERMISSIVA
NÃO EXCULPANTE
INCRIMINADORA
INTERPRETATIVA
1.2.2.1 ANALOGIA
A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um processo
legislativo, ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua
revogação, que nada mais é do que a retirada da vigência de uma lei.
Entretanto, mais propriamente na esfera do Direito Penal, temos diversas
situações em que a revogação de uma lei instaura uma situação de claro
conflito que, obviamente, precisa ser sanado.
Antes de verificarmos estes conflitos é importante, mas MUITO IMPORTANTE
MESMO, que tenhamos em mente que a regra geral no Direito Penal é a da
prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou
seja, aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da conduta – Princípio do
“TEMPUS REGIT ACTUM”
O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como
lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei
nova descriminaliza fato que era considerado infração penal.
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da
seguinte forma:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória.
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual
não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível.
Art. 2º[...]
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático:
Em 2006 tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como Lei de
Drogas. Até então, caso determinado indivíduo fosse encontrado com
drogas, mesmo para consumo próprio, estaria cometendo um crime e
poderia, inclusive, ser preso.
Observe:
Mas imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”.
Meses depois uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas
ao crime cometido por Mévio. O que fazer neste caso?
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma
lei que posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá
a ULTRATIVIDADE da lei.
Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar
que ela, apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores
à sua saída do sistema.
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Pedro Ivo
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
01) Princípio da legalidade + reserva legal: não há crime sem lei que o defina;
não há pena sem cominação legal.
02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não há
pena sem “prévia” imposição legal.
04) Tempus regit actum: É o nome do princípio que rege a aplicação da lei penal no
tempo. Segundo ele a Lei Penal incide sobre fatos ocorridos durante a sua vigência.
05) Abolitio criminis: Ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza fato
que era considerado infração penal.
06) Retroatividade: Fenômeno jurídico em que se aplica uma norma a fato ocorrido
antes do início da vigência da nova lei.
07) Ultratividade: Fenômeno jurídico pelo qual há a aplicação da norma após a sua
revogação.
EXERCÍCIOS
Errado. Abolitio criminis" ocorre quando uma lei nova deixa de considerar crime
um fato anteriormente definido como tal. Essa descriminalização, por ser
benéfica ao réu, aplica-se desde sua entrada em vigor, retroagindo para
alcançar os fatos anteriores, mesmo que já apreciados pelo Poder Judiciário,
com o intuito de favorecer o réu.
O chamado princípio da continuidade normativo-típica ocorre quando uma
norma penal é revogada, porém, a mesma conduta continua sendo incriminada
pelo tipo penal revogador. Este não se confunde com o instituto da “abolitio
criminis”.
Errado. Lei penal posterior benéfica pode retroagir, ainda que seja em relação
aqueles casos nos quais haja sentença condenatória transitada em julgado. Se
após ser condenado pela prática de um delito, sobrevém lei que de alguma
forma beneficie o agente daquele delito, esta lei deverá ser aplicada, operando-
se o efeito da retroatividade da lex mitior.
GABARITO