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Proteínas Globulares: Possuem estrutura espacial mais complexa e são esféricas. Geralmente
são solúveis em meio aquoso. São exemplos de proteínas globulares as proteínas ativas, como as
enzimas, e as transportadoras, como a hemoglobina.
Função: Catálise enzimática; Transporte e estoque; Movimento; Suporte mecânico; Proteção
imune; Sinalização intra e extracelular;

Hemoglobina:
 proteína carregadora de O2 que está contida nas hemácias
 Não tem mitocôndrias e geram ATP de forma anaeróbica
 É composta por uma proteína chamada globina e um pigmento não proteico chamado de heme
 Além de carregar O2 para os tecidos corporais, a hemoglobina também transporta dióxido de
carbono

 A síntese de hemoglobina começa nos proeritroblastos e prossegue até o estágio de reticulócitos.


Quando os reticulócitos deixam a medula óssea, em torno de um dia eles se transformam em
hemácias maduras. A molécula heme é formada devido a ligação de protoporfirina IX + ferro, por
fim, cada molécula heme se combina com a longa cadeia polipeptídica denominada globina
sintetizada pelos ribossomos formando a molécula completa de hemoglobina. Existem diferentes
tipos de cadeias de hemoglobina sendo elas:
• Alfa
• Beta
• Gama
• Delta
A forma mais comum no ser humano é a hemoglobina A com a combinação de duas cadeias alfa
e duas cadeias beta
Cada cadeia de hemoglobina possui um grupo prostético heme + um átomo de ferro, como a
molécula de hemoglobina possui uma composição de quatro cadeias para a formação de uma
hemoglobina, teremos quatro grupo prostético heme e quatro átomo de ferro como na imagem a
seguir
Cada molécula de hemoglobina possui quatro átomos de ferro, e cada átomo de ferro é capaz de
carregar uma molécula de oxigênio, logo, em uma molécula de hemoglobina levamos quatro
moléculas de oxigênio.
Quando as hemácias são transportadas da medula óssea para o sistema circulatório elas circulam
por 120 dias em media antes de serem destruídas, podem ser destruídas em varias partes do corpo,
mas um dos principais órgãos de destruição é o baço.
Quando as hemácias se rompem, elas liberam hemoglobina, e quase de imediato essa
hemoglobina é fagocitada pelos macrófagos circulantes em nosso organismo, porém, em especial
pelas células Kupffer, no fígado e pelos macrófagos, no baço, com o passar dos dias os macrófagos
liberam o ferro presente na hemoglobina que será transferido pela transferrina até a medula óssea,
para a produção de novas hemácias.

ANEMIA FALCIFORME

A ocorrência de anormalidades nas cadeias também pode alterar as características físicas da


molécula de hemoglobina, como por exemplo na anemia falciforme, quando o aminoácido valina é
substituído pelo ácido glutâmico na região da cadeia beta, modificando a estrutura física das
hemácias impossibilitando as células de passar por muitos capilares e extremidades pontiagudas
podem romper a membrana celular, causando anemia falciforme
A anemia significa uma deficiência de hemoglobina no sangue, podendo ser causado pelo número
de hemácias reduzido ou pelo teor reduzido de hemoglobinas nas hemácias. Na anemia falciforme
as hemácias não possuem a Hemoglobina A como de costume, mas sim a Hemoglobina S, essa
hemoglobina faz contem altere a morfologia da hemácia em formato de foice em vez de disco
bicôncavo. Ou seja, a anemia falciforme é um exemplo de alteração mínima na estrutura de
hemoglobina. Basicamente, no códon 6 do gene da globina beta, uma adenina é substituída por
uma timina fazendo com que haja a mudança do aminoácido glutâmico por uma valina. O problema
ocorre quando a hemoglobina S está desoxigenada fazendo com que se torne muito insolúvel
causando polimerização da hemoglobina e alterando sua forma.

Inicialmente as hemácias desoxigenadas em formato de foice quando oxigenadas irão retornar ao


seu estágio de bicôncava, porém, com o passar do tempo e da frequência dessa alteração
morfológica, as hemácias começaram a ficar rígidas durante o processo de desoxigenação, fazendo
com que prevalece na forma de foice, isso faz com que a vida das hemácias diminua causando
crises hemolíticas no indivíduo.
As hemácias em formato de foice põem gerar uma lesão na membrana que reveste o endotélio por
exemplo submetendo ao nosso corpo reagir com fatores procoagulantes e vasoconstritores. A
anemia falciforme, está geralmente associada a um estado inflamatório crônico. Diversas moléculas
inflamatórias se apresentam em níveis elevados na anemia falciforme. Essa anemia faz uma vaso-
oclusão que aparentemente culmina na adesão de células que pode causar uma diminuição no
fluxo sanguíneo e, portanto, um vaso oclusão.
Alterações estruturais das hemoglobinas

As hemoglobinopatias constituem um grupo de doenças de origem genética, em que mutações


nos genes que codificam a hemoglobina levam a alterações na sua produção. Estas alterações
podem ser divididas em estruturais ou de produção. As alterações estruturais são aquelas em que
a hemoglobina produzida não funciona de forma adequada, o que leva a redução na vida útil dos
glóbulos vermelhos e a outras complicações. As alterações de produção são aquelas que
resultam em uma diminuição na taxa de produção da hemoglobina, provocando graus variados de
anemia.

As mais frequentes em nosso meio são a anemia falciforme e a talassemia. A anemia falciforme é
caracterizada por alterações na estrutura dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os
parecidos com uma foice ou meia lua, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana
alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.

Os sintomas são variados – algumas pessoas podem não ter quase nenhum sintoma,
necessitando de pouca transfusão de sangue ou mesmo de nenhuma e, portanto, com excelente
qualidade de vida. Mas existem os pacientes que, tem sintomas de dores ósseas, no abdomem,
infecções de repetição às vezes muito graves, podendo levar à morte.

A outra hemoglobinopatia frequente em nosso meio é a talassemia. A hemoglobina normal é


formada por dois tipos de proteínas (ou globinas) – alfa e beta – unidas por um átomo de ferro. Na
talassemia, ocorre um defeito na produção dessas globinas.

As células humanas têm 23 pares de cromossomos cada, totalizando 46 cromossomos. Os


cromossomos têm as informações genéticas para produzir cada parte do nosso corpo. No
cromossomo 11 temos a informação genética para produzir a globina beta e no cromossomo 16
para a globina alfa. Assim, pessoas com talassemia beta tem mutação no cromossomo 11 e as
com talassemia alfa tem mutação no cromossomo 16.

A talassemia beta é o tipo mais grave e, dependendo do número de genes comprometidos, pode
se manifestar de três formas: talassemia major, talassemia intermediária e talassemia minor.

A talassemia major, ou anemia de Cooley, é uma forma grave da doença, causada pela
transmissão de dois genes defeituosos, um do pai e outro da mãe. Isso provoca anemia profunda
e outras alterações orgânicas importantes, como o aumento do baço, atraso no crescimento e
problemas nos ossos.

Os sintomas mais comuns são:

– Cansaço e fraqueza;
– Palidez e icterícia;
– Atraso no crescimento;
– Abdômen desenvolvido;
– Aumento do baço;
– Alterações ósseas.
Resumo

Entender a fisiologia das hemácias

As hemácias são produzidas na medula óssea e sua produção (eritropoiese) é estimulada pelo
hormônio glicoproteico chamado de eritropoetina. Esse hormônio é produzido após o nascimento
principalmente pelos rins, já na fase fetal é produzido no fígado. A produção de eritropoetina é
afetada principalmente pelos baixos índices de oxigênio nos tecidos. As hemácias estão
relacionadas principalmente com o transporte de oxigênio para todas as células do corpo.
Entretanto, elas também atuam no transporte de dióxido de carbono e no tamponamento dos íons
de hidrogênio. As funções atribuídas às hemácias só são possíveis graças à hemoglobina, uma
substância encontrada no interior dessa célula que é formada por uma porção proteica e uma
porção com ferro. Essa última porção é responsável por ligar-se ao oxigênio, garantindo, assim, o
seu transporte. Além da função transportadora, a hemoglobina também é a responsável por garantir
a cor vermelha do sangue. O tempo médio de vida de uma hemácia é de 120 dias. Após esse
período, ela é destruída no baço, onde aproximadamente dez milhões de hemácias são destruídas
por segundo. Todos os componentes das hemácias são utilizados para fabricação de novas células.
Algumas vezes o valor de hemácias no sangue decai, levando a um quadro conhecido comumente
como anemia. Esse problema de saúde pode ocorrer, além da baixa síntese, em virtude da grande
destruição dessas células sanguíneas, produção de células deficientes, redução na produção de
hemoglobina ou ainda em casos de perda de sangue. Vale destacar ainda que algumas anemias
possuem causa genética, como é o caso da anemia falciforme.

Compreender como ocorre e por que ocorre a anemia falciforme.

Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela
alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome
falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando
anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial
para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça
negra. No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido à intensa miscigenação
historicamente ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda.

Referências:

USP, Bioquímica: Estrutura, função e dinâmica de proteínas, 2016

Guyton, 13ºEd

Tortora, 12ºEd

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