Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Comunicação
empática
Esta capacitação aborda alguns dos principais conceitos da CNV (comunica-
ção não violenta) elaborados por Marshall Rosenberg. Além disso, apresenta
recursos da ontologia da linguagem, que oferecem uma nova interpretação
sobre o significado de “ser humano” e a natureza de suas interações a partir
do observador que é, dos significados que atribui e da forma como se ex-
pressa. Estes conceitos, quando integrados, oferecem uma série de recursos
poderosos que promovem interação mais harmônica e cooperativa nos re-
lacionamentos, atuando diretamente na expressão fluida das necessidades
que precisam ser atendidas pelas pessoas envolvidas na interação, facilitando,
portanto, as relações interpessoais nas instâncias pessoais e profissionais.
Ao nos concentrarmos no
que o outro está observando,
sentindo e necessitando, em
vez de diagnosticar ou julgar,
acessamos a nossa compaixão,
que é um sentimento de pesar,
causado pela tragédia alheia
e que desperta a vontade de
ajudar o próximo, de confortar PROPÓSITO: ESCOLHA:
Encontrar um sentido para a vida, Entender se é vítima ou
quem padece de algum mal. A
entendendo onde se quer chegar protagonista.
compaixão tem como sinônimos: e o que será feito para isso. Ter
enternecimento, pesar, ternura. um propósito é entender qual é o
nosso grande projeto.
PROATIVO REATIVO
Diz “eu me enganei” e aprende a lição Diz “a culpa não foi minha” e responsabili-
za o outro
Sabe que o resultado depende de si Acha que é perseguido pelo azar
Diz “sou bom, mas vou ser melhor ainda” Diz “há muito piores do que eu” e se
acomoda
Respeita os que sabem mais e procura Resiste aos que sabem mais
aprender com eles
Tem um propósito, sabe que é respon- Pensa “faço o meu trabalho e é o quanto
sável por algo maior basta”, e não vai além
Pensa “deve haver um outro jeito de Pensa “sempre fizemos assim, não há ou-
fazer...” tra maneira”
É parte da solução Torna-se parte do problema
Expressar com
honestidade e receber
com empatia a partir
de quatro componentes:
observação, sentimento,
necessidades e pedido.
53
5
b) Julgamentos de comparação que tendem a promover
sentimentos como: fracasso, raiva, culpa, deprecia-
ção, inveja e infelicidade. Por exemplo: comparar seu
desempenho com o líder ideal descrito nos livros.
Papéis determinados por sexo, idade e posição social: “detesto trabalhar, mas
preciso porque sou pai de família”
2
6
6
Agora, vamos ver cada um dos quatro
elementos para expressar com honestidade.
Julgamento/opinião, por sua vez, é algo subjetivo, que tem inferência de suas opini-
ões. Por exemplo: Maria é alta.
Quando misturamos fatos (o que podemos ver) e julgamento (nossa opinião), au-
mentam as chances de o interlocutor entender como crítica.
73
7
Exercício 1:
Analise as frases e indique com um X se elas se
referem a um fato ou a um julgamento:
FATO JULGAMENTO
6 Luís é agressivo
10 Minha tia reclama de alguma coisa toda vez que falo com ela
Gabarito do exercício 1
FATO JULGAMENTO EXPLICAÇÃO
Observe que as palavras “nunca”, “jamais”, “sempre”, “raramente”, “frequentemente” podem ser associa-
das a avaliações/julgamentos e provocam reações defensivas nas pessoas.
anotações
Vamos ver um exemplo para entender a distinção entre o que pensamos que somos
e o que sentimos.
Quando afirmo “sinto que sou mau violinista”, estou fazendo uma descrição do que
eu penso que sou, neste exemplo, então, estou expressando uma avaliação sobre mi-
nha habilidade como violinista. Agora, se eu afirmo “estou me sentindo desapontada
comigo mesma como violinista”, estou expressando um sentimento.
2
10
10
Exercício 1:
Analise as frases e indique com um X se elas se
referem a um pensamento ou a um sentimento:
PENSAMENTO SENTIMENTO
6 Você é nojento
Gabarito do exercício 2
PENSAMENTO SENTIMENTO EXPLICAÇÃO
3
11
11
PENSAMENTO SENTIMENTO EXPLICAÇÃO
anotações
2
12
12
3. Necessidade
• Nossas necessidades
• Nossas expectativas
Por exemplo, quando alguém está zangado e diz: “você é a pessoa mais
egocêntrica que eu já vi”, podemos:
3
13
13
1
CULPAR A SI PRÓPRIO:
2
CULPAR O INTERLOCUTOR:
Tomar como pessoal e Dizer “você não tem o direito de
escutar apenas como dizer isso, pois sempre levo suas
acusação e crítica, necessidades em consideração.
assumindo o julgamento Você é que é egocêntrico!”.
do outro: “eu deveria Preço a pagar: raiva.
ter sido mais sensível”.
Preço a pagar: baque na
autoestima, vergonha,
depressão.
3
ESCUTAR NOSSOS
4
ESCUTAR OS
PRÓPRIOS SENTIMENTOS E SENTIMENTOS E AS
NECESSIDADES: NECESSIDADES DO OUTRO:
Perguntar “você está
Dizer “quando ouço você dizer
magoado porque precisa
que sou a pessoa mais egoísta
de mais consideração por
que já viu, fico magoado, pois
suas preferências?!”. Bônus:
preciso de reconhecimento
aceitar a responsabilidade
pelos meus esforços em
em vez de culpar o outro.
levar em consideração suas
preferências”.
2
14
14
Assumindo a responsabilidade
frente ao desapontamento
Leia atentamente as seguintes frases:
Na frase “a”, você atribui a responsabilidade pelo desapontamento somente à atitude da pes-
soa. Já na frase “b”, você assume que o desapontamento é consequência de um desejo seu
que não foi atendido.
Tenha em mente que as pessoas têm mais facilidade para expressar o erro que percebem no
outro do que para declarar as suas necessidades e que os julgamento dos outros são expres-
sões de necessidades próprias não satisfeitas.
3
15
15
Exercício 3:
Analise as frases e indique com um X se elas indicam ou não que a pessoa está
assumindo a responsabilidade por seus sentimentos, expressando suas necessidades:
SIM NÃO
Estou triste por você não vir para jantar, pois estava espe-
4
rando que pudéssemos passar a noite juntos
Estou desapontado porque você disse que faria aquilo e não
5
o fez
Estou desmotivado porque gostaria de já ter progredido
6
mais em meu trabalho
As pequenas coisas que as pessoas dizem, às vezes, me
7
magoam
Gabarito do exercício 3
EXEMPLO DE ALGUÉM EXPRESSANDO
SIM NÃO
SUAS NECESSIDADES
2
16
16
EXEMPLO DE ALGUÉM EXPRESSANDO
SIM NÃO
SUAS NECESSIDADES
anotações
3
17
17
• Pegunte: o que você precisa? O que você gostaria de pedir
com relação a esta necessidade?
O pedido que soa como reclamação provoca resitência, em vez de gerar compaixão.
2
18
18
Quando afirmo “sinto que sou mau violinista”, estou fazendo
uma descrição do que eu penso que sou, neste exemplo, en-
tão, estou expressando uma avaliação sobre minha habilida-
de como violinista. Agora, se eu afirmo “estou me sentindo
desapontada comigo mesma como violinista”, estou expres-
sando um sentimento.
Há diferença entre como achamos que os outros reagem ou se comportam a nosso respei-
to e o que sentimos. Por exemplo, se eu digo que “sinto-me insignificante para as pessoas
com quem eu trabalho”, utilizando a palavra “insignificante”, estou descrevendo como eu
acho que os outros estão me avaliando. Agora, quando eu afirmo que “sinto tristeza, pois
gostaria de ser mais valorizado onde trabalho”, estou expressando um sentimento.
Para Rosemberg (2006), a falta de consciência sobre o que desejamos dos outros contribui
para o aparecimento de frustrações.
Como a esposa não disse nada, o marido repete a frase: nunca vi um trem andar tão
devagar na minha vida.
3
19
19
Pedido versus exigência
Pedido é considerado exigência quando a pessoa acredita que será culpa-
da ou punida se não o atender.
Exercício 4:
Analise as frases e indique com um X se elas expressam ou não que a pessoa está
claramente solicitando que alguma ação específica seja feita:
SIM NÃO
2
20
20
20
Gabarito do exercício 4
EXEMPLO DE ALGUÉM SOLICITANDO
SIM NÃO
UMA AÇÃO ESPECÍFICA
Se recebemos uma negativa após plia as possibilidades de promover- são poderosos instrumentos gera-
realizarmos o pedido, podemos ten- mos mais satisfação na nossa vida, dores de relações mais saudáveis,
tar convencer o outro, mas, antes, pois torna possível acessarmos in- satisfatórias e duradouras no âmbi-
recomendamos oferecer empatia. ternamente o desejo de contribuir to pessoal e profissional.
para atender às necessidades que
Outra condição essencial para apri- Expressar-se de forma empática e
promoverão a felicidade do ou-
morar as relações e despertar o colaborativa é condição essencial
tro, em vez de, quando ouvimos
nosso desejo de colaboração é aco- para promover mais engajamento
uma reclamação, aceitar um auto-
lher o outro com empatia, a partir por parte das equipes, gerando re-
convite para traçar uma batalha.
da importante consciência de que sultados consistentes e duradouros
o pano de fundo que acompanha para o negócio a partir de uma re-
A autoconsciência sobre esta dinâ-
uma reclamação é a defesa de uma lação mais harmoniosa, legitimando
mica, nossos valores, nossos propó-
necessidade não atendida. Olhar o o poder da liderança inspiradora e
sitos e nossos gatilhos emocionais
outro com compaixão também am- transformadora.
3
21
21
Para Rosenberg (2206), empatia é a compreensão respei-
tosa sobre o que o outro está vivendo. Portanto, pergunte
antes de oferecer conselhos/encorajamento, pois acredi-
tar que temos que consertar impossibilita estar presente
de forma integral.
Solidarizar-se – “coitadinho…”
Aplicar a estrutura da CNV em proces- As ocasiões que demandam feedback edback também é gatilho de emoções
sos de feedback é um diferencial que são diversas, como situações em que o como o medo de constranger o recep-
viabiliza um clima mais positivo e cola- colaborador não está atingindo metas, tor e abalar o relacionamento, de ser
borativo. O feedback é um processo de está abaixo dos resultados dos demais atacado ou punido, de que o feedba-
ajuda e de comunicação que tem como membros da equipe, tem potencial ck seja interpretado como intromis-
principal objetivo valorizar e reforçar e para ser desenvolvido ou é chegada a são ou vaidade e de não saber como
modificar e melhorar comportamentos hora do processo de avaliação de de- tratar o assunto.
visando a otimizar o potencial do indi- sempenho formal na empresa.
O grande risco é que, nesta gama va-
víduo e a aprimorar seu desempenho,
Tomar conhecimento sobre como es- riada de receios humanos potencial-
auxiliando-o a tomar consciência sobre
tamos sendo percebidos por alguém mente paralisantes, ambas as partes
a qualidade e a efetividade de suas en-
mobiliza emoções e comportamentos, evitem este momento e se privem
tregas, expandindo suas possibilidades
como negação, raiva, indiferença, ra- da incrível possibilidade de apren-
de ação e facilitando o processo de apli-
cionalização e aceitação e, diante desta dizagem e crescimento que um fee-
car seu conhecimento técnico (o saber)
realidade, cumpre apresentar algumas dback bem conduzido oportunizaria.
e suas habilidades (o saber fazer) para
das razões mais comuns para as pesso- Assim, a CNV pode ser uma grande
realizar algo (atitude).
as rejeitarem feedbacks: falta de auto- aliada para tornar este momento
No ambiente organizacional, trata-se, conhecimento, dificuldade em aceitar mais assertivo e colaborativo.
resumidamente, de dirigir uma infor- e/ou admitir deficiências, medo de o
Inicie um feedback estruturado re-
mação a outra pessoa/grupo, sobre a feedback afetar seu status ou imagem
conhecendo o valor que o indivíduo
forma como estamos percebendo seu corporativa, falta de confiança na pes-
traz para a empresa. Saber o que
desempenho. Tornando-se, portanto, soa que está fornecendo o feedback e
você faz bem e o que contribui para
um instrumento fundamental para a experiência negativa com feedback in-
o negócio tem a ver com ter clareza
gestão de pessoas que, se conduzido terpretativo, repleto de julgamentos ou
de propósito, entender seu papel,
com maestria, contribuirá para melho- desrespeitoso, por exemplo.
sentir-se valorizado e participante
res resultados no âmbito pessoal, inter-
Em contrapartida, ser o emissor do fe- do resultado final.
pessoal e organizacional.
3
23
23
Demonstrando apreciação/reconhecimento com CNV:
É consultora em desenvolvimento de
pessoas, equipes e lideranças, palestran-
te, mentora e coach; psicóloga, doutora
e mestre em Comunicação Social; espe-
cialista em Gestão Empresarial e em Di-
nâmica dos Grupos e formada em Coa-
ching Ontológico. Foi gestora de RH em
empresas como Goldsztein Cyrela e Na-
tura Cosméticos S/A. É docente no MBA
da PUCRS, da ESPM e da São Judas Ta-
deu Faculdades Integradas e no MBA e
no pós-MBA da Unilasalle. É facilitadora
na Formação em Coaching, da Unisinos,
com acreditação do Emotional Intelligen-
ce for Training and Research Institute
(EITRI®). É instrutora da ABRH-RS. Teve
sua tese de doutorado premiada como
Top Ser Humano e três projetos sob sua
gestão premiados como Top Ser Huma-
no e Top Cidadania pela ABRH-RS. Ide-
alizadora do FIO – Fórum para Inovação
Organizacional.
2
24
24