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1.

CONCEITO

O superendividamento é um problema social que afeta todas as classes,


principalmente os grupos mais vulneráveis. Devido ao fácil acesso ao crédito, a taxa de
crescimento do excesso de endividamento está se acelerando, o que faz com que o
consumidor compre produtos de forma descontrolada e, muitas vezes, supera sua
capacidade de pagamento, levando ao superendividamento.
Um dos maiores prestadores de serviços de crédito que temos hoje é um banco,
que concede crédito aos consumidores de forma irracional e irresponsável, sem
nenhuma análise se eles podem pagar pelo crédito fornecido no futuro, porque o único
foco do banco é colocar pressão sobre os funcionários para vender empréstimos e
atingir seus objetivos sem se preocupar de forma alguma com os clientes, mas apenas
com os lucros.
A boa-fé objetiva que é um princípio fundamental para celebração dos contratos
não está sendo analisada pelas instituições bancárias, as quais realizam contratos
abusivos e inadequados aos consumidores.
Percebe-se, portanto, que o superendividamento não é apenas um problema
econômico, mas também social, que afeta as necessidades mínimas de sobrevivência
dos indivíduos, impossibilitando aos consumidores atender às suas necessidades
básicas.
No entanto, além do superendividamento, que é um problema socioeconômico,
também pode ser classificado como um fator de exclusão social que exclui diretamente
os indivíduos sociais ou padrões de comportamento coletivo.

2. Requisitos para a caracterização do superendividamento

Normalmente, a exigência para caracterizar o superendividamento está


relacionada ao devedor ou a dívida, pois não é possível apurar patrimônio líquido, valor
definitivo para o superendividamento, pois esse é um problema que depende de cada
uma das cotas econômicas das pessoas. Como já apontamos, não existe uma ordem
específica para os temas em estudo, cabendo a nós as criar as hipóteses sob as quais
analisamos sua caracterização.
O conceito trazido pela Professora Cláudia Lima Marques diz que o
“Superendividamento é a impossibilidade global de o devedor pessoa física,
consumidor, leigo e de boa-fé, pagar todas as suas dívidas atuais e futuras”.
Vejamos que autora trata de uma pessoa natural e consumidora sendo, mais
restrito que o conceito trazido pelo artigo 2º do CDC, não englobando as pessoas
jurídicas e muito menos LRE (Lei de Recuperação Judicial).
Os franceses acreditam que um dos requisitos de valor agregado que
caracterizam o superendividamento é "globalmente impossível" ou "obviamente
impossível". Isso significa que não há retorno irreversível, e não é apenas o pagamento
insuficiente de uma prestação, que não basta para significar a situação de
superendividamento.
Ainda se baseia no conceito de dívida citado por Cláudia Lima Marques acima,
que menciona que dívidas atuais e futuras significam que para se qualificar para dívidas
excedentes não é necessário necessariamente que todas as dívidas estejam vencidas, mas
também as que ainda irão vencer, no futuro e certas dívidas, porque os consumidores
percebem que seus ativos diminuíram significativamente e seus passivos aumentaram
acentuadamente antes de se tornarem mais severos, eles podem buscar soluções para o
problema, ou seja, buscar formas de prevenir esse fenômeno.
Portanto, podemos ver que o Brasil adotou amplamente a "Lei Francesa" em
termos de dívida, que apenas exclui dívidas decorrentes de prestação de alimentos,
crimes e impostos.

3. Causas do Superendividamento

A oferta de crédito é atualmente um dos principais vilões do


superendividamento, pois, como mencionamos anteriormente, a oferta de crédito é fácil
de obter, portanto, alguns exemplos de instituições bancárias só se preocupam com
números, valor, não com a dignidade do crédito. Consumidores com relacionamentos
frágeis podem ser enganados eventualmente.
A oferta de crédito é regulada expressamente pelo Código de Defesa do
Consumidor Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, no capítulo V (das práticas
comerciais) seção II da oferta, artigos; 30, 31 § ú, 32 § ú, 33 § ú, 34, 35,37 e seus
incisos.
Estes artigos proíbem a transmissão de informações falsas ou incompreensíveis
aos consumidores, sob qualquer forma, essas informações devem ser precisas e claras, a
fim de evitar o fornecimento de anúncios enganosos, de acordo com que dispõe o Art.
37, §1º e 3º da Lei do Consumidor.
Publicidade enganosa não significa apenas declarações falsas sobre um
determinado produto, mas também inclui processamento de frases, sons ou imagens
para enganar o destinatário do anúncio de forma confusa e ambígua.
As propagandas são onipresentes na TV, outdoors e rádios, estimulando o
consumidor a buscar espontaneamente os serviços bancários, ou seja, trata-se de uma
situação de consumo em grande escala que gerou uma crise econômica.
Não só instituições bancárias, mas outras empresas também oferecem incentivos
para consumidores que sempre querem comprar e ter mais em sua cota salarial.
O segundo ponto a ser analisado é a obrigação de informação prestada neste
domínio. De acordo com o Artigo 52 do CDC, as informações detalhadas fornecidas aos
consumidores podem evitar que você fique superendividado para futuros compromissos
de crédito parcelado.
Obviamente, as pessoas violaram completamente a obrigação de informação
atualmente. Um exemplo desse entendimento é o caixa eletrônico de crédito, onde as
pessoas tomam dinheiro emprestado sem saber qual é o método de pagamento ou juros.
Os dados de tal operação deve ser explicados por pessoas e não por máquinas.
Portanto, o tratamento preferencial dos consumidores nas relações de consumo
baseia-se no entendimento da falta de informação entre consumidores e fornecedores,
pois eles têm conhecimento de dados e demais dados relativos ao processo de produção
e fornecimento de produtos e serviços no mercado de consumo.
No entanto o direito de informação é essencial para que o consumidor possa
comprar e adquirir produtos certos e que realmente necessita, pois a falta de informação
dos fornecedores configura um enriquecimento ilícito sobre os consumeristas e viola
princípio da transparência previsto art. 4º caput CDC.

4. A participação do credor na condição de superendividamento do consumidor

Conforme mencionado anteriormente, o devedor deve estar mais vulnerável,


pois não possui o conhecimento e a força econômica do fornecedor, devendo sempre ter
uma obrigação de informação nas relações de consumo, ou seja, o princípio da boa-fé,
para que possamos falar em um relacionamento justo.
Essa preocupação tem levado a discussões sobre as obrigações das instituições
bancárias para com os consumidores, sejam eles contribuindo como credores ou
contribuindo para o seu superendividamento.
Se o fornecedor conceder crédito ao consumidor, mesmo que ele não possa
pagar o empréstimo ou financiamento, o fornecedor assumirá o risco e excederá a
finalidade econômica e social de suas próprias atividades, mesmo que o contrato seja
claramente legal, por trás ele é ilegal.
Portanto, antes da concessão do crédito, as pessoas que têm a responsabilidade
de analisar se os consumidores têm condições financeiras são os fornecedores,
empresas, bancos, de forma a não causar danos aos consumidores e terceiros, pois os
provedores de crédito são os responsáveis pela sua influência na sociedade.
Pode-se dizer que o superendividamento dos consumidores é causado por
credores que concedem crédito de forma inconsequente. Isso não é razoável porque eles
não se preocupam com os consumidores, mas apenas com os lucros. Uma vez que o
crédito é concedido a consumidores que não sabem como consumir conscientemente o
consumo dos credores, além de se endividarem, os consumidores também são
considerados devedores inadimplentes porque não podem pagar dívidas com dívidas
muito superiores ao que eles recebem.
No entanto, a concessão não responsável de crédito por parte dos credores é um
meio de fazer com que os consumidores fiquem com superendividamento e acabe por
prejudicar a si próprio e a terceiros.
Diante desta facilitação de crédito aos consumidores, fica evidente que o
contrato social realizado entre consumidor e fornecedor atualmente não preserva mais
seu valor central das obrigações de direito privado e não havendo esta preservação não
há que se falar em garantias minimas, as quais são as mantenedoras das necessidades
existenciais do indivíduo, restando assim um consumidor enganado e desprotegido de
seus direitos.

5. Considerações finais
Como mencionado anteriormente, o superendividamento é um fenômeno social
que, devido à forte busca por tecnologia, atinge inúmeras famílias, grupos e classes
sociais.
O consumidor vê as compras de forma descontrolada, sem olhar para os planos
de custos existentes na sociedade e acaba incorrendo em erro.
Na era em que vivemos, a sociedade consumista não considera mais a
durabilidade e a qualidade dos produtos, mas considera que os produtos podem atender
às suas necessidades de forma imediata, ou seja, os produtos são renováveis e podem
satisfazer a demanda do consumidor no curto prazo de tempo.
Como a regra é comprar primeiro e depois considerar a forma de pagamento, os
preços das commodities continuam caindo, porque vivemos em um mercado de
necessidades diárias e de commodities cada vez mais modernas. Como a ideia de
economizar dinheiro se tornou obsoleta e bizarra, ficou muito fácil conseguir crédito e
se inscrever para compras a prazo.
O objetivo deste trabalho é identificar o superendividamento dos consumidores
por meio de conceituação e análise, de forma a verificar se o anteprojeto de lei tem sido
aplicado com sucesso na prevenção e tratamento dos consumidores devedores.
A dívida do consumidor é atualmente considerada um fenômeno normal e de
longo prazo que acompanha os consumidores. Como vivemos em uma economia de
dívida para com o mercado, os consumidores muitas vezes ficam em dívida por comprar
produtos desnecessários, conforme discutido em nossa pesquisa.
Por fim, diante do consumismo em que vivemos em um mundo capitalista,
vemos que há cada vez mais a obrigação de adquirir para alcançar status relevante, seja
econômico, social ou cultural, descobrimos problemas naturais. A relação entre os
indivíduos e a sociedade, essa situação está piorando a cada dia.
E, por isso, é preciso dar ao consumidor um certo desconto para que ele saiba
usar sua linha de crédito de forma correta e consciente, e não caia nas palhaçadas do
mercado consumidor, para que o consumidor consiga restaurar o mercado.
Portanto, além das leis e projetos de planos para o superendividamento, a
sociedade de consumo também deve se reeducar e se conscientizar sobre a vida coletiva,
pois vivemos em um mundo social público vivo, então o mais importante que exige
esforço coletivo é a dedicação. Espírito para que possamos resolver ou amenizar o
problema do superendividamento.

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