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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE –
CAMPUS RIO DO SUL
Marlon Duarte
Rio do Sul-SC
2018
Marlon Duarte
Rio do Sul-SC
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido forças durante todo este trajeto,
que embora difícil, jamais deixou-me a possibilidade de desistir dos meus sonhos.
Agradeço a minha família, que embora as dificuldades que tinham, sempre me
apoiaram no que puderam, incentivando para que eu pudesse ter o melhor possível e as
condições necessárias para um bom desempenho em sala e no estágio, e que de forma especial
investiram e acreditaram no meu sonho de formação como técnico agrícola.
Agradeço a meus amigos, Djonatan e Gabriela, companheiros de estágio, que sempre
possibilitaram um apoio, tanto de informações técnicas, quanto moral durante o estágio,
tornando-me mais adaptável às condições do ambiente de trabalho e a convivência no local de
estágio.
Agradeço a família Valiati, por ter possibilitado o meu crescimento como cidadão e
como técnico agrícola, ensinando da melhor forma possível sobre toda a prática de manejo e
processamento, e nos auxiliando em diversas questões relativas ao estágio.
Agradeço ao professor Dr. Rômulo João Debarba, meu orientador, que sanou dúvidas
cruciais, e se dedicou de forma significativa para que meu estágio ocorresse conforme da
melhor forma possível.
A toda equipe docente do IFC, que participou de minha formação acadêmica, tanto de
forma direta quanto indireta, pois foram os responsáveis por todo meu desenvolvimento como
aluno, desde o conhecimento técnico até a conduta moral, além de seu apoio durante toda a
minha caminhada na instituição.
A todos os técnicos administrativos do IFC campus Rio do Sul, que sempre me
apoiaram tanto em minha vida acadêmica quanto em minha formação como técnico, e ainda
em minhas dificuldades pessoais, especialmente ao professor de botânica, Sérgio Campestrini.
Por fim agradeço especialmente a meus amigos, que sempre estiveram comigo nos
bons e maus momentos, sempre me auxiliaram em sala de aula e fora dela, e me
possibilitaram ver o mundo com outros olhos, buscando o meu melhor a todo momento, tendo
destaque a meus colegas de quarto, Marlon Jönck, Júlio Cuzik, Arlei Sevegnani e Charles
Braatz.
RESUMO
Com os últimos anos, após a revolução verde, o ser humano começa a ver seus reais
resultados e começa a perceber e desenvolver novos métodos agrícolas a nível mundial de
forma menos agressiva, tanto ao ambiente quanto ao ser humano, possibilitando uma melhor
qualidade de vida para todos. Não só como um meio de desenvolvimento sustentável da
agricultura, mas também o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, surge a
agroecologia. A agroecologia é um conjunto de princípios que englobam uma gama de
conhecimentos das mais diversas áreas, visando uma sistematização e um planejamento de
uma agricultura que não englobe somente os conceitos agronômicos. Porém sabe-se também
que para uma agricultura deste nível, que necessita de alta carga de mão de obra, nem sempre
a agricultura baseada na matéria prima torna-se suficiente para a renda do agricultor,
necessitando, assim, que haja um acréscimo sobre o mesmo produto, podendo ser obtido a
partir da industrialização ou elaboração da matéria prima. Assim a agroindústria torna-se uma
chave fundamental para o sucesso do acréscimo na renda do agricultor agroecológico, e que
acima de tudo pode dar uma maior garantia de permanência no campo e uma maior qualidade
de vida, além ainda daquela proporcionada num modelo de produção agroecológico.
LISTA DE FIGURAS
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 7
RESUMO................................................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6
1 HISTÓRICO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ............................................. 8
1.1 Localização ....................................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO
1.1 Localização
A agroindústria e vinícola Valiati Ltda. é uma agroindústria familiar que se localiza no
município de Rio do Sul, no Estado de Santa Catarina. A propriedade conta com
aproximadamente 3 ha. de uvas, sendo que nessa área há a divisão em quatro parreirais, sendo
que há diversos cultivares em cada parreiral. A propriedade também conta com alguns
pessegueiros, onde os frutos são destinados para a produção de geleia. Atualmente conta com
aproximadamente dez funcionários fixos, que trabalham em todos os setores da agroindústria
e da propriedade, não havendo setor fixo. A responsável pela propriedade é a engenheira
agrônoma Maria dos Passos Viana Bottega.
Rio do Sul é um pequeno município, que conta com aproximadamente 69.188
habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de
2017. Localizado no Alto Vale do Itajaí, entre a Serra Geral e a Serra do Mar, situado na
latitude 27º12'51" sul e a uma longitude 49º38'35" oeste, com uma altitude média de 339,88 m
em relação ao nível do mar. Tem clima úmido e temperatura média anual de 18°C, tendo a
faixa de variação situada entre 0 e 40°C; Está localizado a 188 km da capital, Florianópolis,
tendo os principais acessos pela BR 470 e pela SC 350.
É uma cidade colonizada principalmente por italianos e alemães, que mantém traços
culturais presentes até os dias atuais. Sua emancipação político-administrativa do município
de Blumenau ocorreu em 15 de abril de 1931. As principais atividades do município são
ligadas ao setor industrial, principalmente metalmecâncio, eletrônico e de vestuário. No setor
agropecuário se destaca na suinocultura, avicultura e bovinocultura de leite.
A agroindústria está localizada na Rua Expedicionário Aleandro Stedille, N° 2800, no
Bairro Valada Itoupava em Rio do Sul, a aproximadamente 3,2 km do km 140 da BR 470, no
sentido noroeste à rodovia.
Nos cachos em que poucas bagas apresentam a doença, foram retiradas somente as
bagas doentes (Figura 4), com o máximo de cuidado para não danificar nenhuma outra baga
sadia e ainda manter a forma do cacho com padrão comercial. Em alguns casos foi retirada
parte da ráquis para dar uma forma visualmente mais agradável ao cacho.
Inicialmente, quando os cachos estavam com uma quantidade muito grande de bagas
contaminadas, de forma a prejudicar o padrão comercial, o cacho inteiro era retirado, evitando
assim a contaminação de outros cachos. Eram geralmente cachos que apresentavam mais de
60% das bagas doentes (Figura 5).
Todas as bagas e cachos retirados, devido a podridão, eram colocados numa caixa e
retirados do parreiral (Figura 6), para evitar contaminação dos cachos que ainda
permaneciam, e de forma gradual fazer o controle da doença na propriedade. Todas as caixas
de uva que foram retiradas do parreiral foram destinadas para a composteira da propriedade.
Devido a imensas perdas causadas pela retirada de cachos de uva doentes, chegando a
100 kg em um dia, e sendo a maior parte cachos inteiros, decidiu-se então que seriam
retiradas apenas as bagas doentes. Os cachos que se encontrassem fora de padrão comercial
após a limpeza, independente do tamanho, seriam destinados a vinificação, portanto deixados
no parreiral até que atingissem boa concentração de sólidos solúveis.
2.1.2 Colheita
Depois de identificado o cacho com padrão comercial era necessário averiguar sua
maturação.
variedade a identificação do ponto de maturação torna-se um pouco difícil, pois não é tão fácil
para os leigos identificar esta translucidez, mas em pouco tempo de colheita o processo já se
torna mais simples.
Para a variedade Niágara rosada é necessário observar a coloração das cascas. Quando
pelo menos 70% das bagas se apresentam com a cor característica (Figura 9), então o cacho se
encontra com a maturação ideal para a colheita.
Depois de colhidas e colocadas nas caixas, as uvas eram transportadas para a câmara
fria da propriedade. Para fazer o transporte a propriedade conta com um trator de rabiça. As
caixas são empilhadas e então levadas para a câmara fria da propriedade (Figura 10).
Para a avaliação são coletados alguns cachos em diferentes lugares do parreiral, com a
finalidade de conseguir uma amostra representativa da área total. Os cachos são macerados
dentro de um recipiente, gerando um mosto.
Após a coleta das uvas é calibrado o refratômetro (equipamento utilizado para
determinar a concentração de sólidos solúveis), borrifando água deionizada sobre a lente,
pressionando o botão ZERO, já que este modelo faz a calibragem automática. Depois a lente é
limpa com um papel toalha. Então o mosto é depositado sobre a lente, e pressiona-se o botão
READ, gerando a leitura da concentração de sólidos solúveis (Figura 14).
Quando a concentração das amostras alcançou 16,5° Brix foi iniciada a colheita.
2.2.3 Colheita
O primeiro passo para a colheita era a identificação dos cachos que continham ao
menos 90% das uvas com a maturação completa, tanto para evitar a perda da qualidade do
suco quanto para evitar que a concentração de sólidos solúveis fique abaixo da permitida pela
legislação. Para identificar visualmente os cachos que estavam maduros era necessário
verificar a coloração das bagas. Quando as bagas apresentam um tom de roxo escuro o cacho
já está com a maturação adequada (Figura 15), mas se tendessem para um roxo avermelhado
estavam imaturas. Como a concentração dos sólidos solúveis das amostras do parreiral se
situava por volta dos 16,5° Brix, poucos cachos não apresentaram a maturação adequada.
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De acordo com Machado, Dutra & Pinto (2015), estes são alguns dos requisitos
essenciais para a estrutura física e para o trabalho da equipe na agroindústria.
A definição de suco de uva é “[...]bebida não fermentada e não diluída, obtida da parte
comestível da uva (Vitis ssp.), através de processo tecnológico adequado.” (BRASIL, 2000, p.
17) tendo ainda, coloração vinho, rosado ou translúcido e sabor e aroma próprios.
O suco de uva integral é definido, como “suco apresentado na sua concentração e
composição natural, límpido ou turvo, não sendo permitida a adição de outro tipo de açúcar.”
(LIMA, 2014, p. 32).
As principais fases na produção do suco de uva integral, de maneira geral, são:
desengace, aquecimento, pasteurização e envase.
Os cachos são depositados na cuba, onde um eixo helicoidal realiza a condução dos
cachos para o segundo estágio.
O segundo eixo, no segundo nível, é composto por diversas pás (Figura 17), sendo
estas as responsáveis pelo desengace, onde a parte perfurada do cilindro retém as bagas que
irão para o terceiro estágio. A ráquis, como não passa por tais orifícios, é conduzida para fora
do implemento.
As enzimas utilizadas no suco de uva são as pectinolíticas, que atuam sobre a pectina
da uva, presente principalmente na casca. A pectina, na uva, dificulta a extração do mosto e
confere muita viscosidade, indesejados no suco. A uva possui estas enzimas naturalmente,
porém não são suficientes, além disso, o calor da primeira fase do cozimento as inativa.
Assim é necessário a adição de enzimas de origem industrial, com uma média de 2g de
enzimas por 100 l. de mosto. São adicionadas no tanque enzimático durante o desengace.
De acordo com Rizzon & Meneguzzo (2007), os sucos em que esta enzima é
adicionada apresentam intensidade e cor de maior qualidade.
Esta fase é de extrema importância, pois é nela que ocorre a extração de alguns
compostos, como os compostos fenólicos que darão a coloração para o suco de uva, estando
estes presentes na película das bagas.
Segundo Rizzon & Meneguzzo (2007), a temperatura mínima para o aquecimento
deve ser 65°C, para proporcionar uma extração adequada da cor, mas a temperatura deve ser
superior no caso de haver uvas com podridão. Esse processo é necessário para inativar as
enzimas oxidativas que podem prejudicar o produto, porém a temperatura não deve
ultrapassar os 90°C para não prejudicar as características organolépticas, gerando um gosto de
cozido.
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É importante ressaltar que a uva sempre deve estar em constante circulação, processo
chamado de remontagem, por isso há uma espiral ao lados dos tanques que, com o auxílio de
uma bomba (Figura 20), faz a transposição, através de um canal cilíndrico externo, do suco
que se localiza na parte inferior para a parte superior, para manter homogeneizado o processo.
Todo o bagaço restante era retirado do tanque e destinado à prensa (Figura 22), onde o
bagaço prensado ainda gerava em torno de 300 l. de suco.
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Após a prensagem, todo o suco produzido se destinava ao tanque pulmão (Figura 23),
um tanque de 2000 l. que armazena o suco por um curto prazo, aguardando somente a
pasteurização e o envase.
2.2.5.4 Pasteurização
A pasteurização, segundo Vasconcelos & Filho (2010) é um método de conservação
que consiste na utilização de temperaturas inferiores a 100°C, sendo relativamente brando e,
tendo como algumas características a destruição dos microorganismos em sua forma
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O suco que se encontrava no tanque pulmão era puxado por uma bomba para dentro do
pasteurizador, onde passava por um sistema de aquecimento que se situava em torno de
87,5°C.
Após passar pelo pasteurizador o suco era impulsionado por uma bomba para o tanque
de armazenamento do envase (Figura 25).
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2.2.5.5 Envase
A primeira fase do envase iniciava-se com o descarregamento das garrafas de vidro
vazias. As garrafas da propriedade são adquiridas novas, devido a riscos de contaminação do
suco.
As garrafas vinham em pallets, sendo garrafas de 1 l. e 1,5 l, sendo então depositadas
nas caixas de plástico de 20 kg (Figura 26). Para as garrafas de 1,5 l. são colocadas 15
garrafas por caixa e as de 1 l. são colocadas 20 garrafas por caixa.
2.2.6 Armazenamento
Antes de serem colocadas nos pallets as garrafas passavam por um pequeno teste que
verificava se as garrafas foram bem fechadas. Este teste consistia basicamente em virar a
garrafa e acertar um leve golpe com a palma da mão na sua parte inferior (Figura 31), de
forma que, quando causava um leve estalo, indicava uma boa vedação, já que o vácuo na parte
superior da garrafa deixa o vidro sob pressão, e o mesmo, pelo golpe, vai gerar o estalo.
As garrafas que não apresentavam nenhum barulho eram descartadas, devido ao não
selamento das tampas. Um dos grandes problemas das garrafas com tampas de plástico foi
que, nos pallets que sofreram movimento, algumas garrafas se abriram, gerando a proliferação
de fungos no interior do conteúdo, contaminando o suco (Figura 32). Estas garrafas eram
descartadas imediatamente.
Por fim eram colocadas as fitas de amarração e o plástico filme (Figura 34) para
envolver o pallet e garantir uma estrutura rígida, evitando futuros acidentes.
O último passo era a identificação do pallet, indicando o dia em que o suco foi
produzido. Em caso de problemas com o produto a identificação garantia o acesso a origem
das uvas e indicando também o proprietário do produto, já que a agroindústria processava
suco para outros produtores.
Esta uva é semelhante a colheita da Niágara, consistindo nos mesmos princípios. Seu
ponto de maturação se encontrava quando as bagas apresentavam a coloração tipicamente
rosada (Figura 36). Seu armazenamento se deu de forma semelhante as outras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
Machado, R. L. P.; Dutra, A. de S.; Pinto, M. S. V.; Boas Práticas de Fabricação (BPF). Rio
de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2015.
Rizzon, L. A.; Meneguzzo, J. Suco de Uva. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica,
2007. 45 p.
ANEXOS
Anexo 1: Diário de Campo.