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Cartilha Final
Cartilha Final
Feira de Santana
2017
Apresentação
O Mestrado Profissional em Enferma- Aspectos históricos do parto
gem da UEFS capacita enfermeiras (os) para o
exercício da sua prática profissional Historicamente os partos eram realizados em domicílio,
(hospitalar e Atenção Básica), com base teóri- com a presença feminina exclusiva. Apenas as parteiras viven-
ca na produção do cuidado, avaliação de ser- ciavam essa prática (CARVALHO et al., 2012). A autonomia do
viços e programas de saúde em Enfermagem parto era da parturiente. No entanto, a partir do século XX, a
para o atendimento às populações em risco e mulher deixa de ser protagonista do seu parto, entram em cena
vulnerabilidade. Aborda processos sociais, novos atores, principalmente a figura masculina do médico,
econômicos e culturais, bem como os saberes vinculando a hospitalização. O parto então, deixa de ser um
associados (clínicos, humanísticos, existen- momento fisiológico, íntimo e singular, e passa a ser uma vi-
ciais, epidemiológicos e sanitários), para pos-
vência marcada pela medicalização do corpo feminino, valori-
sibilitar intervenções em saúde, nos diversos
zando-se ações tecnocratas, intervenções cirúrgicas em larga
cenários.
escala, manejo ativo do parto e produtividade baseada no ca-
Esta cartilha foi elaborada com o apoio
pitalismo (MALHEIROS, 2012). Comporta ainda, técnicas e
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do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Saúde
da Mulher (NEPEM/UEFS), com o objetivo práticas que atualmente não são recomendadas pelo Ministé-
de compartilhar com os profissionais de saú- rio da Saúde (MS).
de, em especial os que assistem as mulheres Nesse contexto tecnocrata, o parto passa a ser visto como
no transcurso parturitivo, práticas recomenda- um ato cirúrgico e a parturiente, a ser apenas a paciente, ou
das pelo Ministério da Saúde (MS), e pelo em outras palavras, “objeto” e não
programa Rede Cegonha, que assegurem às participa do processo (RATTNER,
mulheres autonomia no transcurso parturitivo. 2009).
Representa uma contribuição para pro- Portanto há que se resgatar as
fissionais que atendem a mulher em transcur- boas práticas, pois humanizar, re-
so parturitivo. presenta um modo de assistir a mu-
O DESAFIO É FAZER DIFERENTE! lher, a criança e a família.
É DEFENDER BOAS PRÁTICAS! Fonte: http://2.bp.blogspot.com/
Humanizar é estar sempre ao lado, prestando-lhes o su- O Ministério da Saúde vem incentivando práticas huma-
porte necessário de forma individualizada à garantir a integrali- nizadas, em defesa à promoção do parto e nascimento saudá-
dade da assistência, baseando-se na fisiologia do parto, consi- veis, a fim de resgatar a sublimidade do nascimento, além de
derando o momento como não patológico, não sendo necessá- assistência com segurança e dignidade às mulheres no parto e
ria a medicalização e com o mínimo de intervenções. É possi- nascimento (BRASIL, 2011a).
bilitar à mulher, o protagonismo, segurança e conforto no parto
(AGUIAR, 2011).
Figura 1. Práticas obstétricas não recomendadas
Fonte: https://br.pinterest.com/janabrasilf/
(BRASIL, 2011a)
fotografia-denascimento/
Fonte: https://br.pinterest.com/janabrasilf/
fotografia-denascimento/
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Em defesa do protagonismo feminino, em 1995, foi lançado o
Projeto Maternidade Segura, que definiu práticas recomenda-
das pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como úteis e
que devem ser estimuladas.
Plano de Parto
O Plano de Parto é um documento, escrito pela gestante,
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indicando onde, por quem, e quais práticas ela deseja que se-
jam realizadas para seu cuidado e cuidado do Recém Nascido
(RN).
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?
Métodos para o alívio da dor Monitoramento fetal
Deve ser garantida a ausculta intermitente, que é
a avaliação da Frequência Cárdio Fetal (FCF) de 15 a
30 minutos na primeira fase do trabalho de parto e a
cada 5 minutos na segunda fase dele, nas gestações
de risco habitual. Na de alto risco, está indicada a
monitorização pela cardiotocografia (CORDOBA et al.,
2011). O resultado da ausculta deve ser sempre infor-
mado para a mãe e acompanhante, bem como a
identificação de alterações. Traz segurança na evolu-
ção do transcurso parturitivo.
Fonte: http://www.partosemmedo.com.br/imagens/informacoes/parto-humanizado-sp-01.jpg
Fonte: http://www.hypeness.com.br/2016/04/ela-participou-do-parto-humanizado-do-irmaozinho-que-estava-chegando-e-as-imagens-sao-emocionantes/
trabalho de parto e parto
Não é necessário manter as parturientes de risco habitual
em jejum, a ingesta de líquidos claros e alimentos leves durante
o trabalho de parto previne o aparecimento de cetose (PORTO;
AMORIM; SOUZA, 2010a).
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