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PROFESSOR: LUIZ GERALDO GOMES DOS SANTOS

ALUNO: HERICK ARTHUR RODRIGUES BAUMGRATZ

DISCIPLINA: DIREITO PENAL

PROPOSTA DO TRABALHO:

Discorrer sobre o assunto: a torpeza bilateral no crime de estelionato e


a punibilidade das condutas apuradas.

Quando falamos de torpeza bilateral, estão diante de um sujeito ativo que


busca através de uma conduta ilícita obter vantagem agindo de má fé, e um sujeito
passivo que sabendo da ilicitude do ato também age de má fé.
O que muito se discute é a questão da punibilidade das condutas, pois em
tese ambos estão agindo de má fé, vejamos o exemplo a seguir:
Jozicleyson, alega ser uma pessoa muito humilde e que está necessitando
muito de dinheiro pois está passando fome, diante disso com o intuito de melhorar sua
condição decide vender um bilhete premiado a Carminda que ao invés de prestar apoio a
Jozicleyson, decide comprar seu bilhete de loteria agindo de má fé também.
Logo surge a pergunta, se ambos agiram de má-fé é possível que
Jozicleyson seja punido? Pois bem há dois posicionamentos, os quais serão relatados a
seguir:
Primeiro posicionamento não haveria o crime de estelionato, foi o
entendimento apresentado por Nelson Hungria, pois segundo ele só existiria estelionato
quando alguém é iludido em sua boa-fé. Assim se houver a má fé da vítima, faltaria um
pressuposto básico para o crime.
Já a segunda posição argumentada por Noronha e a majoritária em nosso
ordenamento jurídico é que existiria o estelionato, não sendo relevante a má-fé do
ofendido.
Pois bem diante do conhecimento das duas posições até então apresentas
precisamos nos posicionar a mais adequada conforme dispõe nosso ordenamento
jurídico, vejamos o tipo penal:

Art.171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,


induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:

Note que ao analisarmos os elementos constitutivos do tipo penal, não se


fala em má fé ou boa-fé da vítima, apenas dirigisse ao autor do crime, aquele cuja o
elemento volitivo é induzir a vitima e lhe causar prejuízo.
Já no que tange os elementos subjetivos do tipo penal podemos ver que o
dolo, não pode ser eliminado apenas por que houve a má-fé do lesado, pois a
consumação independe da intenção da vitima seja ela de boa ou má-fé.
Diante do exposto podemos concluir que aquele que se adequar a lei descrita
no artigo 171 do Código Penal, estará praticando crime independente da boa fé ou má fé
da vítima, pois não existe compensação de condutas no direito penal, cabendo ao
judiciário e ao ministério publico se for o caso punir a vítima também, conforme sua
conduta e adequação do tipo penal.
Fonte:
Capez Fernando: Curso de direito penal, volume 2, parte especial: dos crimes contra a
pessoa, a dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos (arts.
121 a 212) / Fernando Capez. -10. ed.-São Paulo: Saraiva,2010.

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