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INTRODUÇÃO
Atravessamos um momento em que a educação afirma-se um direito para todos: inclusão de todo
ser humana no processo da educação formal. O que significa que a escola deve estar preparada
para acolher a todos os alunos incluindo aqueles que, por uma série de motivos, não se
enquadram nos padrões de prestação que geralmente a escola promove e avalia.
Aos alunos que por várias razões enfrentam problemas de adaptação ao mundo escolar e por
causa disso, por vezes, não conseguem passar de classe e abandonam a escola chamaremos
alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE).
A educação de pessoas com NEE tem uma longa história. Em alguns períodos históricos, alunos
que hoje acreditamos reunirem condições mínimas para serem escolarizados eram considerados “
ineducáveis”. Quando recentemente essa questão foi superada colocou-se o difícil problema de
definir a tipologia da educação adequada a estes alunos: escola especial, integração, inclusão?
Necessidades Educativas Especiais faz alusão a um campo de estudo vasto, denso e complexo, é
uma categoria que encontra cruzamento de muitas disciplinas científicas: Pedagogia, Medicina,
Psicologia, Sociologia e a economia.
Como objecto de estudo encontra a sua razão de ser nas ciências de educação e mais
concretamente na Pedagogia Especial.
Enquanto disciplina de estudos, as NEE não são uma ciência (como seria a Pedagogia,
Psicologia, Historia, etc) nem mesmo um grupo de ciências. Constitui antes de mais objecto de
estudo multiforme e de certo modo “ interdisciplinar da Pedagogia Especial”.
O que torna esta área especial é justamente o facto de ocupar-se dos problemas que os sujeitos
enfrentam durante as suas aprendizagens e na tentativa de adaptação ao mundo circundante.
Enfrentando pela primeira vez o conceito de Pedagogia especial incorre-se o risco de pensar que
estamos a falar unicamente de educação para pessoas portadoras de deficiência( surdos, mudos,
cegos, sujeitos mentalmente débeis, etc) por consequência, passa-se a estudar esta problemática
de um ponto de vista mais ao menos médico. A nossa opção no presente curso é explorar a
dimensão pedagógica do fenómeno. Nesta perspectiva, todos os alunos, em algum momento da
vida podem apresentar NEE, mesmo que não estejam doentes ou sejam portadores de deficiência.
Esta categoria vai para além da simples presença de distúrbios físicos que possam ser motivos de
dificuldade de aprendizagem. Então podemos dizer que as NEE são um problema antropológico
que se manifesta na inaptidão do sujeito ao meio escolar.
Para além da Pedagogia especial, as principais disciplinas que estudam as NEE são a Psicologia,
a biologia/Medicina, Sociologia, antropologia, entre outras.
A pedagogia especial recebe contributos de todas essas áreas porque as NEE podem surgir de
factores biomédicos(biologia/medicina), sociais( sociologia), psicológicos(psicologia).
Embora as demais disciplinas sejam úteis, a medicina, a psicologia e a sociologia parecem ter
uma relação mais evidente com a Pedagogia especial.
Conceitos afins:
Deficiência – é termo usado para designar a ausência ou disfunção de uma estrutura psíquica,
fisiológica ou anatómica.
Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial os quais em interacção com diversas barreiras, podem obstruir sua
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O termo deficiente para denominar pessoas com deficiência tem sido considerado por algumas
ONGs e cientistas sociais inadequado, pois o termo leva consigo uma carga negativa depreciativa
da pessoa, facto que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas
da área e em especial pelos próprios indivíduos a quem se refira. Assim em alguns contextos tem
sido proposto o termo “diversidade funcional”, enquanto todas as pessoas precisam de ajuda em
algum momento de suas vidas especialmente na infância e na velhice.
A pessoa com deficiência geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins
terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com
deficiência e a desenvolver as potencialidades.
A educação especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para
melhor atender estas pessoas, no entanto, o que inclui pessoas com deficiência além das
necessidades comportamentais, emocionais, ocupacionais e sociais.
Desde o termo NEE, que veio a substituir o termo criança especial, anteriormente utilizado em
educação para designar a criança com deficiência. Porem, este novo termo não refere-se apenas a
pessoa com deficiência, pois engloba toda e qualquer necessidade considerada atípica que
demande algum tipo de abordagem específica por parte das instituições, seja social, ocupacional,
física, emocional ou familiar.
Diversidade – do latim: “diversitate” significa diferente. Alude ao que nos faz diferentes as
pessoas e grupos, em função de características pessoais, físicas e culturais. Ao longo da história,
como anteriormente se referiu, a “diferença” foi vista como algo desviante, negativo, pejorativo
e/ou depreciativo. Muito da justificação da prática social do preconceito e da discriminação
encontra acento nessa visão distorcida em relação a pessoa “diferente”.
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A história da educação especial conheceu várias fases ao longo dos tempos. Antigamente pessoas
que nasciam com alguma deficiência eram separadas, afastadas de qualquer convívio social, pois
sua diferença era vista como, maldição, destino, marca do demónio e de todo tipo de crendice,
Mittler (2000) apud Santana (2003). Predominava filosofia da eugenia e as pessoas excepcionais,
consideradas degeneração da raça humana, deveriam ser eliminadas devido ao transtorno que
geravam à sociedade (Ribeiro, 2003, p. 42). Esta fase é chamada de exclusão. Praticam-se
aniquilação.
Fase da segregação
Com a influência da doutrina cristã, passou a existir uma certa tolerância e numa aceitação
caritativa, devendo essas pessoas ficarem segregadas.
Este movimento começou a partir da década 50 e mais intenso nos anos 60. Surgiram então as
escolas especiais e mais tarde, as classes especiais dentro de escolas comuns.
Associação de pais rejeita a especificação das escolas com apoio da Dinamarca( na década de
50 ), na legislação do conceito de “normalizaçao”. Este conceito parte do princípio da
possibilidade do deficiente poder ter vida Normal quanto possível.
Fase da Integração
A década de 70 constitui fase de integração, onde houve uma mudança filosófica em direcção a
ideia de educação integrada. Nesta fase o aluno com a deficiência se adaptava ao regime da
escola, sem modificações ou adaptações do sistema.
De acordo com Sassaki (1997, p. 30-31) "A ideia de integração surgiu para derrubar a prática de
exclusão social a que foram submetidas as pessoas deficientes por vários séculos. A exclusão
ocorria em seu sentido total, ou seja, as pessoas portadoras de deficiências eram excluídas da
sociedade para qualquer actividade porque antigamente elas eram consideradas inválidas, sem
utilidade para a sociedade e incapazes para trabalhar, características estas atribuídas
indistintamente a todos que tivessem alguma deficiência."
Fase da Inclusão
No final dos anos 80 e princípio dos anos 90, surgiu a ideia de adaptar o sistema escolar, as
necessidades dos alunos, desde que a inclusão propicie uma educação de qualidade e igual para
todos, aceitando as diferenças individuais como atributo e não como obstáculo e valorizando a
diversidade para o esquecimento das pessoas.
A inclusão na década de 90, o aluno independentemente da gravidade da sua NEE é, sempre que
possível, educado na classe regular, em ambientes apropriados a sua idade e nível de ensino.
Birch(1974) define a integração escolar como um processo que pretende unificar a educação
regular e a educação especial com o objectivo de oferecer um conjunto de serviços a todas as
crianças, com base nas suas necessidades de aprendizagem.
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Assim, nota-se actualmente que a educação tem um carácter mais ou menos integrador à medida
que procura oferecer as crianças e jovens com necessidades educativas especiais e não deficientes
uma educação e ensino de forma conjunta mediante as suas necessidades de aprendizagem.
Como antecedente filosófico, significa valorização das diferenças humanas. Isto é, aceitar as
diferenças individuais dos alunos oferecendo a cada um dos alunos as melhores condições para o
seu desenvolvimento máximo das suas capacidades, e colocado a sua disposição os mesmos
benefícios e oportunidades de vida normal. (Beeny, 1975).
A integração escolar nesse contexto baseia-se no princípio de normalização. Tornar a vida dos
alunos deficientes num ritmo “igual” a vida dos alunos não deficientes. Tornar normal a vida do
deficiente significa aceita-lo tal como é, com suas deficiências, dando os mesmos direitos que os
outros e serviços pertinentes que o ajudam a desenvolver suas potencialidades e ter vida tão
normal quanto possível.
Uma criança que frequenta a escola pela primeira vez e que, pelas suas características,
poderia ter sido colocada num centro de ensino especial, é acolhida na escola regular;
Crianças que frequentam centros de ensino especial passam para escolas regulares numa
determinada modalidade de integração.
Crianças que frequentam uma classe regular e que noutras circunstâncias passariam para
uma classe especial ou centro especializado, continuarão assim na classe regular.
1.1 O que terá motivado para a mudança de atitude ao tratamento dado aos alunos com
deficiências na nossa actualidade?
A cultura e a educação são produtos de ambientes não apenas formais e tornam-se mais
eficazes (benefício mútuo) quando se desenvolvem entre indivíduos com capacidades
diferentes.
Integração social: diz respeito a partilha de espaços comuns como refeitório e espaço
de recreio, no sentido de favorecer valores de amizade estimulando o
desenvolvimento pessoal de todos.
Contudo, a integração escolar existe quando a criança com necessidades educativas especiais
participa de um modelo educativo único e geral que contempla as diferenças e se adapta às
características de cada aluno.
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Para Bautista(1997), porem faz notar que um aluno apesar de estar colocado a tempo inteiro
numa turma regular, pode não estar integrado. Para este autor, é imprescindível a participação em
actividades conjuntas para que haja uma integração efectiva.
Educação Especial
Tem sido tradicionalmente utilizado para designar um tipo de educação diferente da praticada no
ensino regular e que se desenrola paralelamente a esta sendo a criança a quem era diagnosticada
uma deficiência, incapacidade ou diminuição, segregada para unidade ou centro especifico
(Jimenez, 1997).
Por outro lado, Alencar (1994:30) afirmou que educação especial era um “processo de
desenvolvimento global das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades e que abrange
os diferentes níveis e graus do sistema de ensino”. A educação especial fundamenta-se em
referências teóricas e praticas que sejam compatíveis com as necessidades educativas especiais
dos alunos, considerando em que circunstâncias deve decorrer.
Escola Especial
É uma instituição que oferece atendimento especializado para alunos que apresentam NEE e que
queiram atenção individualizada, bem como ajuda e apoio intenso na aquisição de habilidades
básicas, beneficiando de apoio de especialistas.
De salientar que as escolas especiais são consideradas em última instância como um perigo para
as crianças deficientes pelo seu carácter restrito e empobrecedor e acarreta elevados custos para
atingir a eficácia e cria condições de segregação (Brown e Col. apud Mayor 1989).
Educação inclusiva
Inclusão
É inserção do aluno com NEE na classe regular onde, sempre que possível, deve receber todos os
serviços educativos adequados, contando-se para esse fim com o apoio apropriado (de docentes
especializados, de outros profissionais, de pais…) as suas características e necessidades (Correia,
1997). A educação inclusiva se assenta na formulação de respostas educativas eficazes para
alunos com NEE nas escolas regulares.
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As escolas inclusivas resultam da reflexão e criticas que foram sendo feitas a integração escolar,
que excluía uma parte considerável dos alunos por estes não terem resposta adequada por parte
das escolas regulares (Madureira e Leite, 2003), começa a vislumbrar-se uma perspectiva
inclusiva.
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos,
sempre que possível, independentemente das dificuldades e diferenças que apresentem. Estas
escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se a
vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos
através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de
utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. É preciso portanto,
um conjunto de apoios e serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da
escola (Declaração de Salamanca, 1994:11)
A educação especial e a educação inclusiva são como faces da mesma moeda cujo objectivo é
assegurar os direitos fundamentais dos alunos com NEE e facilitando suas aprendizagens tendo
em vista uma inserção social harmoniosa, produtiva e independente.
A educação inclusiva ao contrário da educação integradora não posiciona o aluno com NEE na
“curva normal”, mas sim levar o aluno com NEE às escolas regulares incluindo àqueles com
NEE significativas independentemente dos seus níveis académicos e sociais. O propósito central
é oferecer uma educação adequada atendendo os níveis de desenvolvimento essenciais -
académicos, sócio emocional e pessoal mediante as suas características e necessidades.
A educação inclusiva implica uma reestruturação da escola e do currículo de forma a permitir aos
alunos com NEE uma aprendizagem em conjunto
Risco educacional
Super dotação
Necessidades educativas especiais(NEE)
Risco educacional – são aqueles que, devendo a um conjunto de factores tais como o álcool,
drogas, gravidez na adolescência, negligencia, abusos, ambientes socioecónomicos e
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socioemocionais mais desfavoráveis, entre outros, podem vir a experimentar insucesso escolar.
Estes factores que de uma maneira geral não resultam de imediato numa “discapacidade” ou
problemas de aprendizagem, caso não mudem ou sejam atendidos através de uma intervenção
adequada, podem constituir um serio risco para o aluno, em termos académicos e sociais
(Correia, 2008).
Super dotação – são aqueles identificados por pessoas qualificadas profissionalmente que,
devido a um conjunto de aptidões excepcionais, são capazes de atingir um alto rendimento. Essas
crianças e adolescentes requerem programas e/ou serviços específicos, dentro da designada “
educação para super dotação”, diferentes daqueles que os programas escolares normais
proporcionam, para que lhes seja possível maximizar o seu potencial no sentido de virem a
prestar uma contribuição significativa, quer em relação a si mesmos, em relação a sociedade em
que se inserem (Correia, 2008)
Conceituação
Abrange todas as crianças e jovens que requerem educação especial e serviços específicos de
apoio para a realização total do seu potencial humano. Eles podem ser muito diferentes dos
outros por terem atraso mental, dificuldades de aprendizagem, desordens emocionais ou
comportamentais, incapacidades físicas, problemas de comunicação, autismo, lesões cerebrais,
deficiência auditiva, deficiência visual, ou mesmo dotes e talentos especiais, no caso de super
dotados.
2.Tipos de NEE
a) Físico motora
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b) Visual
c) Auditiva
d) Mental
e) Transtornos de comportamento
f) Distúrbios de linguagem
Falha em desenvolver uma linguagem para comunicar-se, ou por distúrbios adquiridos, como
perda parcial ou total da linguagem previamente adquirida por comprometimento do cérebro, em
uma queda ou acidente de trânsito por exemplo.
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g﴿ Dificuldades de aprendizagem
h﴿ Superdotação
intervenção mais adequados para cada caso. Daqui, a necessidade do diagnóstico ser o mais
assertivo possível de modo a propor uma intervenção à altura do problema em causa, uma vez
que, um diagnostico mal feito pode contribuir para o fracasso de todo o programa de intervenção.
Por outro lado, é necessário que haja um entrosamento entre quem diagnostica e quem
trata/intervem.
Depois de identificados os sinais de alerta que nos informam que algo não vá aconselha-se a
comunicar uma equipe de profissionais especializados (medico, psicólogo, pedagogo) que irão
diagnosticar.
Diagnostico Educacional
Consiste em utilização de recursos, meios e técnicas para analisar e avaliar as situações que
acontecem o ensino.
Função Básica
Sugere ̵se estratégias que estão sendo utilizadas para a integração de crianças e jovens com NEE
na escola regular, em outros países. Algumas ainda estão em fase de experimentação.
O principal objectivo destas equipes é o de influenciar o professor da classe regular, para que ele
assuma a responsabilidade pela educação de todos os seus alunos, tentando todas as estratégias de
ensino necessárias e possíveis.
b)Apoio consultivo
Trata-se de um professor especializado ou com experiencia no ensino especial que colabora com
o professor da classe regular, no sentido de descobrir e implementar estratégias de ensino eficazes
para os casos de alunos com NEE.
Neste modelo, as relações entre o professor do ensino especial e o professor da classe regular
baseiam ̵ se nos princípios da mutualidade da partilha de responsabilidades entre os dois
profissionais pela escolha e implementação das estratégias adoptadas ̵ e da reciprocidade ̵ o que
significa que qualquer um dos dois profissionais tem idêntica autoridade, igualdade no acesso à
informação e as mesmas oportunidades para participarem na identificação, discussão, tomada, de
decisão e implementação das medidas adoptadas.
c)Ensino cooperativo
Trata ̵ se de uma estratégia em que o professor da classe regular e o professor do ensino especial
trabalham em conjunto, dentro da sala de aula regular composta por alunos com NEE e por
alunos ditos normais. Neste modelo existem, pelo menos, três formas diferentes de organização:
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d)Aprendizagem Cooperativa
Trata ̵ se de uma estratégia em que o professor da classe regular coloca os alunos em grupos de
trabalho, organizando ̵ os na base da heterogeneidade das suas habilidades (por exemplo,
juntando alunos com dificuldades especiais numa determinada área com alunos mais habilidosos
no assunto em estudos).
Trata ̵ se de um método baseado na noção de que os alunos podem efectivamente ensinar os seus
colegas. Neste método, o papel de aluno ou de professor pode ser atribuído a qualquer aluno, com
deficiência ou não, e alternadamente, conforme as matérias em estudo ou as act seividades a
desenvolver. No entanto, quando um aluno com NEE assume o papel de mestre (professor), o
aprendiz (aluno) é geralmente um aluno mais novo e menos desenvolvido, ainda que sem
dificuldades especiais em relação ao seu nível de desenvolvimento.
f)Participação parcial
Trata ̵ se de uma estratégia em que os alunos com dificuldades especiais, quando frequentam uma
sala de aula regular, se envolvem em algumas actividades com os seus colegas sem deficiência,
embora numa reduzida dimensão. Neste tipo de estratégia, o professor faz algumas adaptações
nas actividades e desenvolver, no sentido de facilitar o mais possível a participação dos alunos
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Implica um processo contínuo de melhoria da escola, com o fim de utilizar todos os recursos
disponíveis, especialmente os recursos humanos, para promover a participação e a aprendizagem
de todos os alunos, no seio de uma comunidade local.
Se identifica com uma prática pedagógica colectiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer
mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos
professores e nas relações família ̵ escola.
Os benefícios da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na escola regular são
evidentes (apesar das dificuldades) e todos os autores desta integração “lucram” com ela.
Benefícios para os alunos com NEE
Lopes Molero (1988) argumenta que, para que o currículo tenha em conta as crianças
cognitivamente diferentes, deve contemplar, pelo menos, três princípios:
A Declaração de Salamanca
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O documento acolhe as novas concepções sobre educação dos alunos com necessidades
educativas especiais, expressa a opção pela escola inclusiva e traça as orientações necessárias
para a acção, a nível nacional e a nível internacional, com vista á implementação de uma escola
para todos.
O texto apela todos os governos e incita ̵os adoptar, como matéria de lei ou como politica, o
princípio da educação inclusiva, admitindo todas as crianças nas escolas regulares, a não ser que
haja razões que obriguem a proceder de outro modo.
Lê ̵ se ainda na Declaração: “E para que a possibilidade de sucesso nas escolas regulares se possa
concretizar estas devem adequar ̵ se ás crianças e jovens com NEE através duma pedagogia neles
centrada e capaz de ir ao encontro dessas necessidades. Cada criança tem características,
interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias. Os sistemas de
educação devem ser planeados e os programas devem ser implementados tendo em vista a vasta
diversidade destas características e necessidades.
3.1.Transtornos de Linguagem
Entende-se por Transtornos de Linguagem os quadros que apresentam desvios nos padrões
normais de aquisição da linguagem desde suas etapas iniciais. Entretanto, crianças normais
variam amplamente na idade na qual elas iniciam a aquisição da linguagem falada e no ritmo no
qual as habilidades de linguagem se tornam firmemente estabelecidas.
causas
3.2.1.Retardo oral
Segundo GIUALIANA, Castellano (2007) retardo oral é o “atraso do de linguagem caracteriza se
pela ausência ou retardo no surgimento da linguagem oral, na idade em que isso normalmente
ocorre”.
O retardo oral se deve a certas patologias que afectam um individuo, levando assim a varias
perturbações. O atraso de linguagem pode ser identificado nas crianças que apresentam ausência
de linguagem oral, articulação pobre, vocabulário deficiente para a idade, dificuldades na
estruturação de sentenças e dificuldades em organizar o pensamento.
3.2.2.Alterações da voz
As alterações da voz são relativamente frequente na idade escolar, afectado na metade das
crianças dos 4/6 anos até a puberdade (DINVILLE, 1983:86), muitas vezes as alterações da voz
são divididas ao seu uso inadequado que por excesso ou por defeitos da sua emissão
(hipotonia/hipertonia)1.
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Entre as causa que podem gerar alterações põe nos assinalar as bronquites crónicas, asmas,
adenóides, laringites e por vezes tem por ideologias traumáticas (acidentes, sustos) ou ambientais
(elevação da voz em situação de muitos ruídos e barulho …). Podemos dividi – lás em disfonia e
afonia:
a)Disfonia
É nome dado aos problemas de voz ou, seja dificuldades na emissão de voz tais como rouquidão,
esforço à omissão, dificuldades em manter a voz, cansaço ao falar. (CANTON, A. Luiz. 2009).
É uma alteração da voz que pode afectar qualquer das suas características (intensidade, altura e
timbre) devido a uma perturbação orgânica ou uma incorrecta utilização da voz e podem ser:
Disfonias orgânicas
São aqueles que apresentam uma alteração anatómica nas pregas vocais.
Causas disfonias
Fenda glótica: onde as pregas vocais não encostam uma na outra durante a fonação
A maior parte dos problemas na voz é decorrente do mau uso ou abuso vocal, e isto acontece pelo
desconhecimento de como se produz a voz e os cuidados básicos que se devem ter para manter
uma boa saúde vocal. Um exemplo disto são nódulos vocais (também conhecidos como calos)
que geralmente acometem as mulheres e são causados pelo mau uso da voz. Esta patologia esta
muito presente nas pessoas que usam a voz profissionalmente os professores
b)Afonia
É ausência total de voz, embora temporariamente, pela sua frequência. Trata – se de uma
situação provocada por alterações da mucosa de qualquer das partes da laringe, sendo as cordas
vocais a zona que mais sintomatologia apresentam. (Clínica Lucano RJ 2003).
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Causas da afonia
As origem de afonia podem ser variadas e podem surgir como consequência de:
Uma constipação;
Uma inflamação da garganta;
Ou ate mesmo de uma alegria;
Também a inalação de fumo como tabaco.
A afonia assume níveis de intensidade dirigentes. A disfonia pode ir de um grau ligeiro até a uma
rouquidão aguda, que tem a duração de alguns dias ou semanas.
3.2.3.Alteração de articulação
Segundo AKIMAJIAN e COLS, (1984) articulação da fala humana é um processo que põe em
funcionamento cerca de uma centena de músculos e um sistema nervoso complexo que deve
controlar a si.
a)Dislalia
Dislalia é uma desordem na pronúncia (articulação) causada por deficiências ou orgânicas ou
funcionais dos órgãos periféricos da fala, que consiste na impossibilidades pronunciar
correctamente um ou vários sons (combinações sons). Portal São Francisco SP 2003
Manifestações
Omissão, substituição ou deformação dos fonemas.
Causas
- Crianças que chupam chupeta e mamam mamadeira por um tempo prolongado, bem como as
que chupam o dedo, podem apresentar um quadro de dislalia.
- Línguas hipotonicas (flacidez) podendo ainda apresentar alterações na arcada dentária, ou então,
falhas na pronúncia de determinados fonemas em consequência da postura e respiração
dificuldade
b)Disfemia
Causas da disfemia
Formas de manifestação
A lenta mutação das redes neurais de processamento de linguagem, que gera uma habilidade
ainda pequena para articular palavras e ligá-las em frase nessa idade; O rápido fluxo de
pensamento juntamente com a relativa imaturidade do sistema fonoarticulatório, propicia a
apresentação de alguma dificuldade, por parte da criança, na produção de um ritmo regular e
suave na fala, especialmente quando a criança está ansiosa, cansada ou doente;
O surgimento de sintomas adicionais, dentre eles: fazer caretas, contrair os olhos ou bater
os pés.
Alteração na fluidez verbal caracterizada por pausas anormalmente largas;
Repetições involuntárias de sílabas;
Provoca frustração para quem padece.
Numa perspectiva sintomatologia pode se diferenciar três tipos de gaguez que são:
Gaguez crónica - que é caracteriza por repetição silábica ligeira;
Gaguez tónica - que se caracteriza por bloqueio de sílabas;
Gaguez mista - apresenta sintomas de duas anteriores, nestas perturbações da fala a
intervenção;
A produção da fala e linguagem pode ser considerada adequada ou não de acordo com a idade
cronológica. Para avaliá-la, é necessário levar em conta os aspectos cognitivos e emocionais do
desenvolvimento, que poderão indicar ou não a severidade do caso, bem como a necessidade de
orientação especializada à família e/ou terapia fonaudiológica. Sabe-se que a estimulação precoce
da linguagem pode prevenir distúrbios de aprendizagem, dislexia e problemas de
desenvolvimento.
São princípios básicos da intervenção na criança a avaliação do desenvolvimento da linguagem
em todos os seus níveis, a orientação à família e escola e a terapia propriamente dita. Esta pode
ser dividida em:
Terapia da fala (onde serão abordados objectivos como desvios fonéticos e fonológicos);
Terapia de voz (disfonias);
Terapia de motricidade oral (distúrbios de alimentação, respiração e mobilidade de órgãos
fonoarticulatórios);
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Terapia de linguagem oral (onde o enfoque pode estar centrado na expressão e/ou
recepção de linguagem) e
Terapia de linguagem escrita (dislexias, disortografias e disgrafias).
Todas as actividades de estimulação dentro da terapia fonoaudiológica infantil devem ser
realizadas de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, para que a criança sinta prazer nas
técnicas propostas.
A estimulação através de canto, conversa, brincadeiras e leitura propícia a aquisição de
habilidades que favorecem o desenvolvimento. Para que comece a ocorrer um processo de
comunicação, a criança deverá se sentir motivada.
Dislexia
Etimologicamente, dislexia significa dificuldades da fala ou da dicção, dislexia: (do grego) dus –
Difícil, mau , lexis – palavra. Contudo na maioria dos autores considera que o termo dislexia
engloba uma dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita.
“ A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem da leitura que resulta lenta, silábica ou com
erros, e que não pode ser explicada por ensino deficiente, défice cognitivo ou razões
socioculturais” simplifica. ANTUNES Nuno Lombo ( 2009, .p.48).
Causas de dislexia
No entanto, o debate à volta das causas e factores da dislexia é vasto e aponta para várias origens.
TORRES Rosa e FERNANDEZ Pilar (2001) delimitam os factores da dislexia em factores de
origem neurológica, dificuldades instrumentais, cognitivas e linguísticas e factores pedagógicos.
Tipos de dislexia
Segundo TORRES Rosa e FERNANDEZ Pilar (2001) descrevem várias teorias explicativas que
terão influência sobre a tipologia ou subgrupos da dislexia. Desta forma existem diferentes
versões de classificação da dislexia, dependendo das teorias explicativas sobre a etiologia, sobre a
gravidade e segundo o ponto de vista neurológico, psicológico e pedagógico.
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SERRA Helena (2004) define a disgrafia como uma escrita disfuncional relativamente aos seus
aspectos motores.
Dificuldades na escrita relacionada com aptidão mecânica. Os problemas estão relacionados com
a componente grafo motora (padrão motor) da escrita.
BIBLIOGRAFIA:
BAUTISTA, R, et all. Necessidades Educativas Especiais. 2ª ed. Colecção Saber Mais, 1997.
FONSECA, Victor da. Educação Especial, Programa de Estimulação precoce, Uma introdução as
ideias de Feurstein. 2ed, Porto Alegre, Artmed Editora, 1995.