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Índice

Introdução ..............................................................................................................2

Os termos vacinação, anticorpos e o sistema imunológico .................................3

Explicar o calendário vacinal de Moçambique e para cada vacina explicar: ..............4

a) As doenças que evitam .........................................................................................5


b) A idade mínima de administração da primeira dose .............................................6
c) O intervalo aconselhado entre as doses (se forem recomendadas doses posteriores)
d) Se a vacina é viva, atenuada ou recombinada .......................................................8
e) Método de administração e localização anatómica (se for o caso) ..........................8
f) Possíveis efeitos secundários .................................................................................8

Conclusão ...............................................................................................................11

Bibliografia ............................................................................................................12

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Introdução

O presente trabalho aborda a vacinação como o tema principal deste,

As vacinas treinam seu sistema imunológico para criar anticorpos, da mesma


forma que quando é exposto a uma doença. No entanto, como as vacinas
contêm apenas formas mortas ou enfraquecidas de germes, como vírus ou
bactérias, elas não causam a doença nem colocam você em risco de
complicações.

A melhor forma de fortalecer o sistema imune e fazê-lo responder bem frente


a microrganismos invasores é por meio da alimentação e prática de hábitos
saudáveis. Além disso, é importante que seja feita a vacinação, principalmente
quando criança, para estimular a produção de anticorpos e evitar que a
criança desenvolva doenças que podem interferir no seu desenvolvimento,
como por exemplo a poliomielite, também chamada de paralisia infantil, que
pode ser prevenida por meio da vacina VIP.

Para melhorar o sistema imune é importante adotar hábitos de vida saudáveis,


como a prática de exercícios regularmente e uma alimentação
balanceada, com alimentos ricos em vitamina C, selênio e zinco. Veja quais são
os alimentos que podem fortalecer o sistema imunológico.

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Vacinação

A vacinação é uma forma simples, segura e eficaz de proteger as pessoas


contra doenças nocivas, antes que entrem em contato com elas. Ela usa as
defesas naturais do seu corpo para criar resistência a infecções específicas e
tornar o sistema imunológico mais forte.

As vacinas treinam seu sistema imunológico para criar anticorpos, da mesma


forma que quando é exposto a uma doença. No entanto, como as vacinas
contêm apenas formas mortas ou enfraquecidas de germes, como vírus ou
bactérias, elas não causam a doença nem colocam você em risco de
complicações.

Através da vacinação pretende-se desencadear no organismo o processo de


imunização passivo cujo objectivo é de conferir ao organismo um estado de
resistência, ou seja, de imunidade, contra determinadas enfermidades
infecciosas.
Anticorpos

Os anticorpos são moléculas que atuam na defesa do organismo e são


produzidos pelos plasmócitos, células formadas a partir da diferenciação dos
linfócitos B. Essas moléculas são bastante específicas, ou seja, cada anticorpo
atua apenas contra determinado antígeno (molécula que se liga a um
anticorpo).

Além disso, eles apresentam diferentes de formas de agir contra um antígeno,


como a neutralização e a opsonização. Podemos diferenciar cinco classes de
anticorpos: IgM, IgG, IgA, IgD e IgE.

Anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas


produzidas por plasmócitos. As imunoglobulinas são formadas por uma
combinação de cadeias de peptídeos leves e pesadas, sendo a maioria formada
por duas cadeias leves e duas pesadas. As duas cadeias pesadas são cadeias
maiores, e as duas cadeias leves são cadeias menores. Elas estão dispostas em
formato que lembra a letra Y.

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O sistema Imunologico

O sistema imune, ou sistema imunológico, é um conjunto de órgãos, tecidos e


células responsáveis pelo combate a microrganismos invasores, impedindo,
assim, o desenvolvimento de doenças. Além disso, é responsável por promover
o equilíbrio do organismo a partir da resposta coordenada das células e
moléculas produzidas em resposta ao patógeno.

A melhor forma de fortalecer o sistema imune e fazê-lo responder bem frente


a microrganismos invasores é por meio da alimentação e prática de hábitos
saudáveis. Além disso, é importante que seja feita a vacinação, principalmente
quando criança, para estimular a produção de anticorpos e evitar que a
criança desenvolva doenças que podem interferir no seu desenvolvimento,
como por exemplo a poliomielite, também chamada de paralisia infantil, que
pode ser prevenida por meio da vacina VIP.

O Calendário vacinal de Moçambique

O desenvolvimento de vacinas depende fundamentalmente do conhecimento


dos mecanismos de patogénese e evolução das infecções bem como dos
mecanismos imunológicos envolvidos em resposta às infecções, de maneira a
poder desenvolver uma vacina que possa agir para evitar a doença.

Há um calendário vacinal que orienta sobre as melhores faixas etárias para


vacinar uma criança. Este calendário é o ideal, mas podem acontecer situações
em que não é possível segui-lo à risca como por exemplo nos casos em que a
criança não veio a consulta marcada ou as vacinas acabaram ou expiraram de
prazo.

Calendário Vacinal em Vigor no País e a via de administração da vacina em crianças

Vacina Idade Idade Idade Dose Via de


Ideal minima máxima administração
BCG Á Á 23 meses <1ano Intradérmica
nascença nascença 0,05ml
>1ano
0,1ml
Pólio Zero Á Á 5 semanas 2 gotas Oral

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nascença nascença
Pólio 1 2 meses 6 23 meses 2 a 3 Oral
semanas gotas
Pólio 2 3 meses 10 23 meses 2 a 3 Oral
semanas gotas
Pólio 3 4 meses 14 23 meses 2 a 3 Oral
semanas gotas
DPT/HepB+Hib 2 meses 6 23 meses 0,5 ml Intramuscular
1 semanas
DPT/HepB+Hib 3 meses 10 23 meses 0,5 ml Intramuscular
2 semanas
DPT/HepB+Hib 4 meses 14 23 meses 0,5 ml Intramuscular
3 semanas
Sarampo 9 meses 8.5 23 meses (4 0,5 ml Subcutânea
meses anos nas
populações
deslocadas)

Juntamente com as vacinas o programa de vacinação inclui a suplementação


com Vit A a cada 6 meses a partir de 6 meses até aos 59 meses e a todas as
puérperas.
O PAV inclui também a vacinação das mulheres em idade fértil ou grávidas.
Esta vacinação tem como objectivo a prevenção do tétano neonatal que é uma
das maiores causas de mortalidade neonatal, sobretudo se o parto não for
institucional.

Calendário vacinal para mulheres em idade fértil ou grávidas

Doses Contacto
VAT1 Ao 1º contacto ou o mais cedo possível durante a gravidez
VAT2 Pelo menos 4 semanas depois da VAT 1
VAT3 Pelo menos 6 meses depois da VAT 2 ou durante a gravidez
seguinte
VAT4 Pelo menos 1 ano depois da VAT 3 ou durante a gravidez
subsequente
VAT5 Pelo menos 1 ano depois da VAT 4 ou durante a gravidez
subsequente

As doenças que evitam

A imunização é uma história de sucesso de saúde e desenvolvimento global,


salvando milhões de vidas todos os anos. É um componente fundamental da
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atenção primária à saúde, e um direito humano indiscutível. É também um
dos melhores investimentos em saúde que o dinheiro pode comprar.

No entanto, apesar do enorme progresso, muitas pessoas ao redor do mundo –


incluindo quase 20 milhões de bebês a cada ano – têm acesso insuficiente às
vacinas. Em alguns países, o progresso estagnou ou mesmo foi revertido, e há
um risco real de que a complacência prejudique as realizações anteriores.

A cobertura vacinal global – a proporção de crianças em todo o mundo que


recebem as vacinas recomendadas – permaneceu a mesma nos últimos anos.
As vacinas protegem contra muitas doenças diferentes, incluindo:

• Febrícola ou febre <38,5;


• Constipação;
• Gripe;
• Diarreia leve;
• Prematuros ou recém-nascido de baixo peso;
• Desnutrição;
• Alergia;
• Asma;
• Doenças crónicas do coração, rins, pulmões, fígado;
• Paralisia cerebral;

O intervalo aconselhado entre as dose

O calendário vacinal descreve os períodos ideais e os intervalos entre as doses


sucessivas de vacinas ideais, mas podem acontecer situações em que não é possível
segui-lo à risca. Estas condições podem ser: falta de vacina, vacina expirada, a criança
não aparece a consulta por ter pais/cuidadores inconstantes/faltosos ou doentes, a
criança está muito doente.
Caso não seja possível seguir o calendário é importante que o clínico saiba como
adaptar o calendário vacinal a estas situações, lembrando algumas regras gerais:
• No caso de ultrapassar a data prevista para a vacinação, a dose seguinte deve
ser dada o mais rápido possível, não sendo necessário recomeçar o esquema
da vacinação;
• A vacina anti-sarampo não deve ser aplicada antes dos 8 meses e meio de

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idade;
• As vacinas contra a Pólio, e as DTP-HepB-Hib, devem ser dadas num intervalo
mínimo de 4 semanas (1 mês) entre as doses;
• As vacinas contra a Pólio, e as DTP-HepB-Hib podem ser iniciadas em crianças
com 6 semanas de idade que, por qualquer motivo, apareçam na unidade
sanitária antes da idade ideal de vacinação - 2 meses - mas o intervalo para a
dose seguinte deve ser de 4 semanas;
• As crianças que iniciaram a vacinação com DPT devem completar as 3 doses
com a mesma vacina (DPT) e não usar somente a anti T ou o DT
separadamente (geralmente são usadas em adolescentes ou adultos);
• As crianças menores de 2 anos de idade com as 3 doses de DPT completas, não
devem receber a nova vacina que contém DPT-HepB-Hib;
Caso uma criança apareça pela primeira vez na unidade sanitária com 1 ano de vida,
o clínico deverá:
• Administrar a vacina anti-sarampo, DTP-HepB-Hib, Pólio e marcar as seguintes
consultas para completar o ciclo com um intervalo de 4 semanas (1 mês);
• Verificar se tem ou não cicatriz de BCG inspeccionando o braço; se tiver: não
deve ser dada a vacina, se não tiver: fazer o teste de Mantoux, se for positivo,
não vacinar, se for negativo, vacinar.

Caso não haja vacina no dia que a criança se apresenta, o clínico anota a lápis
que a vacina não está disponível e marca a data para a próxima vacina e assim
continua até completar o calendário.

Caso uma das vacinas não seja o BCG e o estado vacinal da criança seja
desconhecido por falta de registo no cartão de saúde ou por falta de cartão de
saúde, deve-se procurar a criança no livro de registo do PAV da unidade
sanitária e conferir sobre as vacinações recebidas, mesmo que a mãe/cuidador
diga que a criança foi vacinada. Geralmente o livro de registo está preenchido
com o nome da criança onde consta o seu número de ordem que corresponde
aquele reportado no cartão de saúde.

E se a criança não constar no livro de registo deve ser considerada como não
vacinada. Há duas situações possíveis:

• Criança com cartão de saúde sem carimbo de uma vacinação, mas com

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as doses anteriores documentadas, e a mãe dizendo que foi ou não foi
vacinada: o clínico calcula pelo menos 4 semanas a partir do dia da
actual consulta e administra a dose que falta;

• Criança sem cartão de saúde com estado vacinal desconhecido: o clínico


deve considerar a criança como não vacinada e iniciar o ciclo vacinal a
partir da primeira dose marcando a primeira dose 4 semanas a partir do
dia da consulta actual.

A vacina atenuada e recombinada

As vacinas são constituídas por partículas de microrganismos patógenos, ou


por microrganismos inteiros ou por uma combinação de diferentes partículas
nesta ordem.
• Vacina viva atenuada: é constituída por um vírus ou bactéria inteiro
vivo mas sem as características que determinam a doença: são mantidas
somente as características capazes de desencadear a resposta
imunológica, por exemplo, a vacina contra a Poliomielite;
• Vacina recombinada: é uma vacina criada artificialmente em
laboratório que contém somente as características capazes de
desencadear a resposta imunológica; exemplo a vacina contra a HepB;
Possiveis efeitos secundários

O clínico perante os pais deve explicar os benefícios da vacina assim como os


possíveis efeitos secundários e seu tratamento.

Benefícios
A vacina protege a criança susceptível a uma determinada doença da seguinte
forma:
• Evita a doença ou seja as manifestações clínicas da doença;
• Evita as complicações;
• Evita a possível morte da criança por aquela doença;
• Reduz as manifestações clínicas da doença;
• A nível da população as crianças vacinadas protegem as outras crianças
vulneráveis e ainda não vacinadas daquela doença limitando a

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circulação da bactéria ou do vírus (exemplo as crianças menores de 9
meses que não podem ser vacinados contra o sarampo mas são
susceptíveis a esta doença, são indirectamente protegidos quando as
outras crianças estão vacinadas.
• Estado a circulação do vírus/bactéria limitada a doença desaparece ao
longo do tempo e fica erradicada. (exemplo é a erradicação da
poliomielite em muitos países após as campanhas de vacinação e de
rotina)

As vacinas são seguras e só raramente determinam efeitos colaterais, sendo os


mais frequentes leves e curáveis em casa.

Efeitos colaterais leves e conduta a ter

Vacina Efeitos colaterais Conduta a ter


BCG Dor e inchaço no lugar da Aplicar compressas mornas
injecção no local da injecção.
Úlcera, abcesso no lugar da Voltar ao centro de saúde
injecção, aumento dos gânglios
axilares do mesmo lado em
casos de imunodepressão
Anti-pólio Poliomielite paralítica Voltar ao centro de saúde em
(raramente) caso de sinais de alterada
movimentação dos membros
inferiores
DPT- Dor e inchaço no lugar da Aplicar compressas mornas
HepB- injecção (frequente) nos no local da injecção 3 vezes/dia
Hib primeiros 3 dias após a injecção Dar paracetamol (10-
Febre (menos frequente), nas 20mg/Kg/dose)
primeiras 24h para 2- 3 dias Resolução espontânea
Falta de apetite, vómito (rara) Voltar ao centro de saúde e
(nos primeiros 3 dias após inj) referir ao nível superior
Convulsões, problemas
neurológicos (muito raro) por
DPT dentro de 7 dias após a
injecção
Anti- Febre entre 6-12 dias após Dar paracetamol (10-
Sarampo injecção 20mg/Kg/dose)
Erupção da pele que parecida Resolução espontânea
com a do sarampo mas que não
é contagiosa

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Existem outros efeitos colaterais graves que são a reacção anafiláctica a
vacina, ou uma encefalite após o sarampo, ou convulsões nos primeiros 3-4
dias após a vacinação; estes efeitos secundários graves são muito raros,
podendo acontecer mais facilmente em caso de vacina atenuada.
A reacção anafiláctica, geralmente acontece quando a criança ainda está no
centro de saúde e portanto, o clínico deve agir como para qualquer caso
reacção anafiláctica.
Caso surjam sintomas neurológicos como convulsões ou alterações do estado
de consciência nos dias seguintes a vacinação, a mãe/cuidador deve ser
informada para voltar imediatamente ao centro de saúde.

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Conclusão

A maioria das vacinas é administrada por injeção, mas algumas são


administradas por via oral (pela boca) ou pulverizadas no nariz.

A vacinação é uma forma segura e eficaz de prevenir doenças e salvar vidas –


agora mais do que nunca. Hoje existem vacinas disponíveis para proteger
contra pelo menos 20 doenças, como difteria, tétano, coqueluche, influenza e
sarampo. Juntas, essas vacinas salvam a vida de até 3 milhões de pessoas todos
os anos.

Portanto, quando somos vacinados, não estamos apenas protegendo a nós


mesmos, mas também aqueles que estão ao nosso redor. Algumas pessoas,
como aquelas gravemente doentes, são aconselhadas a não tomar certas
vacinas – portanto, dependem de nós para se vacinar e ajudar a reduzir a
propagação da doença.

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Bibliografia

Manual_PEDIATRIA_PARTE_I__2013_FINAL, pagina 125 á 134.

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