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Negociação e Conflitos

Pós-Graduação “lato sensu”


Prof. Elimar Melo
Pós-Graduação “lato sensu” | Negociação e Conflitos
Prof. Elimar Melo

Unidade I

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E EMPRESAS


Aula 2.2

Por organização entende-se que é o agrupamento de pessoas, que se reuniram


de forma estruturada, organizada e deliberada e em associação, traçando metas para
alcançarem objetivos planejados e comuns a todos os seus membros, (LACOMBE,
2003).

De acordo com Moraes (2004, p.91): ‘organizações são instituições sociais e a


ação desenvolvida por membros é dirigida por objetivos. São projetadas como
sistemas de atividades e autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados,
elas atuam de maneira interativa com o meio ambiente que as cerca’.

De acordo com os seus objetivos, as organizações são criadas para obtenção de


produtos e/ou serviços, com a finalidade de lucro ou não. Possuem algumas
características que são básicas e comuns a quase todas as existentes. As organizações
possuem objetivos desde seu início, pois foram criadas para atender a necessidades
específicas, (MAXIMIANO, 2007).

De acordo com Moraes (2004), ‘os elementos humanos e materiais que fazem
parte das organizações possuem forte ligação e interdependência do meio ambiente
no qual estão inseridas’.
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EMPRESA

Empresa é toda organização econômica civil ou empresarial criada para a


exploração de um determinado ramo de negócio. É um sistema econômico social
organizado para produzir e ofertar bens ou serviços a fim de satisfazer necessidades
e desejos das pessoas, alcançando seus objetivos, sua sustentabilidade e
continuidade. Cria riqueza e existe para atender o interesse da sociedade. Composta
por pessoas, conhecimentos, métodos, políticas, normas, regimentos, estruturas,
tecnologias, etc, que interagem entre si com o mesmo objetivo. O termo “empresa”
deriva-se do latim prehensus, de prehendere (empreender, praticar), tendo o sentido
de empreendimento. O conceito de empresa remete a empreendimento, associação
de pessoas para a exploração de um negócio, produção e circulação de bens e
serviços. Chiavenato define a empresa como um sistema sociotécnico, “toda
organização consiste em uma combinação administrativa de tecnologia e de pessoas,
de tal forma que ambos os lados se acham intimamente inter-relacionados.
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A Teoria Clássica da Administração, segundo Chiavenato (2003) tem origem


no ano de 1903 (início do século XX), após as consequências da Revolução Industrial,
que trouxe o crescimento acelerado e desorganizado das empresas e a necessidade de
aumentar a produção de bens, reduzindo a imprevisão, melhorando a eficiência e
aumentando a competitividade. Iniciou-se assim a produção em massa, aumentando
o número de assalariados nas indústrias. Tornou-se urgente evitar o desperdício de
materiais (insumos) e programar a economia de mão-de-obra.

Surgiu a divisão do trabalho, descrição de cargos, fixando os padrões de


produção. Foram sendo definidas e determinadas as funções de cada cargo, sendo
analisados métodos e normas de trabalho. Assim foram criadas condições
econômicas e técnicas para o surgimento do taylorismo e fordismo nos Estados
Unidos e do fayolismo na Europa, (CHIAVENATO, 2003).

Desta época em específico, podemos citar invenções com enorme impacto na


história, que trouxeram muitos benefícios ao mundo contemporâneo: (telégrafo -
1832; elevador -1852; máquina escrever - 1866; dinamite -1867; telefone -1876;
lâmpada elétrica - 1879; aço -1885; motor de explosão -1885; motor a diesel -1892;
projetor cinematográfico - 1895; telégrafo sem fio - 1895; raio x -1895; rádio -1896;
submarino - 1898; avião - 1906) (CHIAVENATO, 2002, p. 41).
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Cientes de que todas as invenções precisam de uma organização para serem


produzidas/fabricadas, podemos concluir que todos os produtos citados têm a
Administração como ciência, em comum com as demais, independente de
pertencerem a áreas distintas. Segundo Chiavenato (2003, p.49):. ‘o panorama do
início do século XX tinha todas as características e elementos para inspirar uma
Ciência da Administração: uma imensa variedade de empresas, com tamanhos
diferenciados, insatisfação generalizada entre os operários, intensa concorrência, alto
volume de perdas por decisões mal formuladas’.

Os objetivos das organizações empresariais – empresas – podem ser assim


elencados:

. produzir bens ou prestar serviços de qualidade, com preço competitivo, que


atendam às necessidades da sociedade;

. explorar determinado ramo de negócio que seja promissor e lucrativo;

. atrair e manter seus clientes/consumidores;

. desenvolver e capacitar os prestadores de serviços e fornecedores;

. atuar com qualidade, segurança, atender nos prazos;

. gerar lucro.

Segundo Maximiano (2003), as principais funções organizacionais e que são


coordenadas pela administração geral da empresa são:

. Produção (operações) – tem como objetivo transformar insumos (matérias-


primas e outros) em produtos ou serviços para suprir as necessidades dos clientes.
Há três tipos de processos produtivos: produção em massa e em grandes lotes;
produção por processo contínuo; e produção unitária e em pequenos lotes;
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. Marketing – estabelece relações entre a organização e seus clientes. Abrange


as diferentes atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos, distribuição,
preço, e promoção (publicidade e propaganda);

. Pesquisa e desenvolvimento – essa função tem como objetivo, transformar as


informações de marketing, as melhores idéias e os avanços tecnológicos e da ciência
em produtos e serviços;

. Finanças – atende à organização cuidando eficazmente e protegendo os seus


recursos financeiros. São de competência das finanças os investimentos,
financiamentos, controle e destinação dos resultados;

. Recursos humanos – também é chamado de gestão de pessoas, começa com


os cuidados com a entrada de pessoas na organização, sua permanência e até a sua
saída. Tem como componentes as tarefas de: planejamento, recrutamento e seleção de
pessoas para a mão-de-obra necessária, treinamento e desenvolvimento, avaliação e
desempenho, remuneração ou compensação, higiene, saúde e segurança,
administração de pessoal e funções pós-emprego.

TIPOS DE EMPRESAS

De uma maneira geral, as empresas podem ser divididas em três tipos, de


acordo com à titularidade de seu capital. Podem ser Privada, Pública e Economia
Mista.

Pública: Oriunda de órgãos governamentais, podendo ser federal, estadual ou


municipal. Capital 100% público, sem participação de capital privado.

Privada: firma individual ou de sociedade. Capital social de origem particular.

Mista: Junção de empresas públicas com empresas privadas. Empresa pública


detém maior parte das ações, assumindo o controle administrativo.
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Em relação às empresas privadas, podem ser:

Exerce em nome próprio uma atividade empresarial. Atua individualmente,


sem sociedade. Sua responsabilidade é ilimitada (responde com seus bens pessoais
pelas obrigações assumidas com a atividade empresarial). O empresário pode exercer
atividade industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços de profissão
intelectual.

Não pode ser empresário o prestador de serviços que exerce profissão


intelectual, de natureza científica, literária ou artística como médicos, engenheiros,
arquitetos, psicólogos e entre outros. Esses atuarão individualmente como
autônomos (pessoa física com registro na Prefeitura Municipal) ou com sócios
através da constituição de uma Sociedade Simples.

Esses profissionais poderão ser empresários, caso o exercício da profissão


intelectual tenha elemento de empresa. Elemento de empresa: exercício profissional
de uma atividade econômica organizada (organização dos fatores de produção =
capital, trabalho, natureza e tecnologia). Trata-se de empresa entregando produtos e
serviços, diferentemente do serviço pessoal intelectual. Exemplos: Médico =
Hospital, Engenheiro = Construtora, etc.
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MEI - Microempreendedor Individual – é o empresário individual com receita


bruta anual até R$ 81.000,00no ano (1º de janeiro à 31 de dezembro) ou R$ 6.750,00
em média por mês de atuação para o primeiro ano de exercício das atividades,
optante pelo Simples Nacional e SIMEI.

O Simples Nacional estabelece valores fixos mensais para o MEI, que não seja
sócio, titular ou administrador de outra empresa, que possua no máximo 01 (um)
empregado que receba exclusivamente o piso da categoria profissional, não tenha
mais de um estabelecimento (não ter filial) e entre outros requisitos. Ver artigo 18-A
da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006.

O MEI paga os seus tributos na forma do SIMEI por valores fixos mensais (5%
de um salário mínimo, relativo ao INSS do Empresário + R$ 1,00 relativo ao ICMS
(indústria, comércio ou serviço de transporte intermunicipal ou interestadual) + R$
5,00 relativos ao ISS (prestação de serviços). Está dispensado de escrituração contábil
e é segurado da Previdência social - Contribuinte Individual (tem direito a alguns
benefícios previdenciários, entre eles, a aposentadoria por idade).

O registro do MEI é gratuito e pode ser efetuado pela Internet através do


site www.portaldoempreendedor.gov.br, onde é possível verificar as atividades
permitidas e obter maiores informações. Vale lembrar que no caso de início de
atividades no próprio ano-calendário, o limite de receita bruta acima mencionado
será proporcional ao número de meses de atividade.
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Atuação individual - sem sócios. Responsabilidade do empresário é limitada


ao capital social (valor do investimento, em dinheiro ou bens). Obrigatoriedade de
capital social integralizado de no mínimo 100 salários mínimos. A EIRELI possibilita
a atuação individual – sem sócios – porém, com responsabilidade limitada. Protege o
patrimônio pessoal do empresário através da separação patrimonial. A EIRELI é uma
pessoa jurídica, com patrimônio próprio, não se confundindo com a pessoa física do
empreendedor e seu respectivo patrimônio.

O empresário titular da EIRELI poderá responder com seu patrimônio pessoal


por obrigações da empresa nas mesmas hipóteses previstas para as Sociedades
Limitadas.

Neste tipo de empresa é possível a atuação coletiva entre dois ou mais sócios,
sendo sua responsabilidade limitada ao capital social. Deverá adotar uma das
espécies de sociedade existentes (S/A, Sociedade Limitada - LTDA, etc). A espécie de
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sociedade empresária mais adotada no Brasil é a Sociedade Limitada (LTDA.), por


ser mais simples e pela proteção ao patrimônio pessoal dos sócios.

Sociedade para o exercício da atividade própria de empresário (produção,


circulação de bens e prestação de serviços, exceto profissão intelectual de natureza
científica, literária ou artística). A Responsabilidade dos sócios é limitada ao capital
social (os sócios não respondem com seus bens pessoais pelas obrigações da empresa
após a integralização do capital social).

A Sociedade Empresária Limitada é pessoa jurídica que possui patrimônio


próprio, não se confundindo com a pessoa física do dos sócios e seus respectivos
patrimônios. Os sócios podem responder com seus bens pessoais nos casos de
comprovação de má-fé, sonegação fiscal, confusão patrimonial, estelionato, fraude
contra credores e etc. Dívidas trabalhistas: A Justiça do Trabalho, recorrentemente,
condena os sócios ao pagamento da dívida trabalhista com o patrimônio pessoal, no
caso de os bens da empresa não serem suficientes.

Pessoa Jurídica com atuação Coletiva, ou seja, 02 (dois) ou mais sócios. A


responsabilidade dos sócios é ilimitada. Porém, poderá adotar a espécie societária de
Sociedade Limitada - Sociedade Simples Ltda., passando a responsabilidade dos
sócios a ser limitada ao capital social, não respondendo com seus bens pessoais pelas
obrigações da sociedade, exceto nas hipóteses mencionadas no item anterior
(sociedade empresária limitada). A Sociedade Simples é uma pessoa jurídica para a
prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, artística ou
literária, sem elemento de empresa (ex. médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos,
etc.).
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Pelo advento da Lei nº 13.874, de 20 de Setembro de 2019 (Lei da Liberdade


Econômica), a Sociedade Limitada, que até então somente poderia ser constituída na
forma pluripessoal (duas ou mais pessoas), passou a ser admitida na forma
unipessoal – § 1º e 2º do Art. 1.052 do Código Civil Brasileiro, incluídos pela Lei da
Liberdade Econômica):

§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.

§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio


único, no que couber, as disposições sobre o contrato social.

Nesse passo e, por ocasião do fenômeno da Sociedade Limitada Unipessoal,


passou a ser possível o registro dessa nova Pessoa Jurídica com capital social inferior
a cem vezes o salário mínimo vigente, conforme exigido para a figura do EIRELI que
foi objeto do item “c” da presente nota explicativa e, dispensando-se a figura do sócio
conforme foi explicado no item “d”, também como condição para que a
responsabilidade do sócio seja restrita ao capital social da Pessoa Jurídica (LTDA).

ÓRGÃOS DE REGISTRO EMPRESARIAL:

JUCESP - NIRE (número de identificação do registro e empresas) ou Cartório


de Registro das Pessoas Jurídicas

RECEITA FEDERAL – CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica


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SECRETARIA FAZENDA – IE – Inscrição Estadual

PREFEITURA – CCM ou IM – Cadastro de Contribuinte Mobiliário ou


Inscrição Municipal

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

CAPITALISMO

O Capitalismo surge como consequência da Revolução Industrial.

Com o Renascimento, o desenvolvimento das civilizações foi ganhando mais


força, fazendo com que o misticismo cedesse espaço ao desenvolvimento científico e
lógico, abrindo as portas para a Reforma Protestante. Isso ocasionou o
enfraquecimento da Igreja Católica sobre os povos, o que significou mais que uma
mera mudança da relação do homem com Deus. Com a extinção da confissão, as
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pessoas tiveram que aprender a caminhar com as próprias pernas e se


responsabilizar pelas consequências de suas decisões.

A partir de então, os conceitos de fragilidade e abstinência foram substituídos


pela importância crescente sobre o futuro em relação ao presente, abrindo uma série
de opções e decisões, fazendo com que os povos reconhecessem que o futuro
oferecia, além de perigos, grandes oportunidades, chances, que era ilimitado.

Essa nova postura trouxe por volta do século XVIII um estímulo poderoso à
mudança e à exploração, o novo senso de oportunidade levou a uma aceleração
considerável do comércio; a perspectiva de enriquecer era altamente motivadora. O
comércio era visto como altamente promissor, embora arriscado; e o resultado não
poderia ser diferente, trouxe de vez a era do Capitalismo e a necessidade de arriscar.

O capitalismo é um sistema econômico que baseado na propriedade privada


dos meios de produção e tem como principais objetivos o lucro e a acumulação de
riquezas. No sistema capitalista, os meios de produção e de distribuição são de
propriedade dos capitalistas, que empregam os trabalhadores, também chamados de
proletariados. Os proletários recebem salários em troca do trabalho desempenhado.
Os meios de produção podem ser máquinas, terra, indústrias, entre outros; com a
função de gerar renda, que será utilizada para pagar o salário dos trabalhadores, os
custos da atividade e por fim, o lucro do capitalista.

O capitalismo funciona dividido em duas classes: capitalistas e proletários. Os


capitalistas são os detentores dos meios de produção e empregam os proletários a
fim de obter lucros. Os proletários, ou trabalhadores usam a sua força de trabalho em
troca de um salário.

Os produtos produzidos no sistema capitalista são comercializados no


mercado e o preço desses bens é determinado pela Lei da Oferta e Procura. O
capitalismo propõe um mercado livre, isto é, sem a interferência do Estado. No
capitalismo, o Estado tem como uma das principais funções a garantia da
propriedade privada. Dessa forma, os capitalistas podem usar seus meios de
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produção para a obtenção de lucros. Em um sistema capitalista há uma busca pela


maximização dos lucros e acumulação de riquezas; e sendo assim, é comum a prática
de elevação dos preços e redução de custos tanto quanto possível.

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