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A ESTRUTURA DA

REDAÇÃO DO ENEM
AULA 2
Profª Stefânia
O que é um texto dissertativo-
argumentativo?
Dissertar: Os textos dissertativos têm caráter expositivo. Você
discorre sobre um tema, apresenta-o, traz informações sobre
ele. São textos que preocupam-se com a transmissão de
conhecimento.

Argumentar: Os textos argumentativos possuem a finalidade


de persuasão e convencimento. Para isso, você precisará fazer
uso de argumentos que sustentem seu ponto de vista.
ESTRUTURA

■ Introdução: Apresentação do tema (contextualizado) + Tese


(ponto de vista) + Encadeamento argumentativo (breve
apresentação dos argumentos que serão desenvolvidos na
parte seguinte).
■ Desenvolvimento: São parágrafos que fundamentam a sua
tese. Nesse momento, você irá desenvolver os argumentos
que serão utilizados para defender o seu ponto de vista.
■ Conclusão: Retomada da tese + Proposta de intervenção
(atente-se aos 5 elementos: ação, agente, meio/modo,
finalidade e detalhamento).
O QUE É UMA TESE?

■ O que é uma TESE?


▹ É a sua marca opinativa sobre o tema.

■ DICA: O Enem, geralmente, direciona sua tese. Preste


atenção aos textos motivadores!
▹ EVITE: uso da primeira pessoa, seja do singular ou plural.
Segundo o pensamento de
Claude Lévi-Strauss, a interpretação
adequada do coletivo ocorre por meio do
entendimento das forças que
estruturam a sociedade, como os
eventos históricos e as relações sociais.
Esse panorama auxilia na análise da
questão dos desafios para a formação
educacional dos surdos no Brasil, visto
que a comunidade, historicamente,
marginaliza as minorias, o que promove
a falta de apoio da população e do
Estado para com esse deficiente
auditivo, dificultando a sua participação
plena no corpo social e no cenário
educativo. Diante dessa perspectiva,
cabe avaliar os fatores que favorecem
esse quadro, além de o papel das
escolas na inserção desse sujeito.
O estigma associado às
doenças mentais na
sociedade brasileira

Profª Stefânia
Desinformação e estigmas: as doenças psicossociais e seu tratamento
no Brasil

Estigma social, conforme Erving Goffman, é a definição dada


para uma marca ou sinal que torna o seu portador desqualificado ou
menos valorizado perante a sociedade. Ou seja, o indivíduo é visto
como inabilitado para a aceitação social plena. No caso das doenças
mentais, aquele que é marcado por sua condição psíquica torna-se,
automaticamente, inapto perante a sociedade. Assim, tratar esses
transtornos como “frescura”, “falta de Deus” ou “falta de alguma
ocupação diária” ainda é algo comum, uma vez que pouco se fala
sobre essas doenças e esses estigmas continuam sendo fortalecidos
até hoje.
Desinformação e estigmas: as doenças psicossociais e seu
tratamento no Brasil

▪ INTRODUÇÃO:

▪ Definição de estigma social


▪ Relação entre estigma social e doenças psíquicas
▪ Defender um ponto de vista: o fortalecimento desses estigmas é causado
pela forma como as pessoas veem o tratamento da doença.
INTRODUÇÃO Problematizar
■ Pode-se considerar que .......
configura-se como uma
problemática de grande relevância
social, visto que...
■ Contextualizar ■ Podemos considerar que...
■ Desde os anos... ■ É possível afirmar que...
■ A partir da lei... ■ Relativo à/a/ao ......, é possível
afirmar que
■ Há x anos...
■ No que se refere a/à/ao
■ Segundo...
Encaminhar
■ Nesse sentido / A partir desse
aspecto convém analisar/discutir
as principais
■ causas/consequências .....
Outro ponto essencial na estrutura é o
tópico frasal*:
Mesmo com a vigência da Lei Maria da Penha, com a criminalização do
feminicídio na última década, o aumento percentual do número de mulheres vítimas de
homicídio no Brasil persiste. Tipificada pela violência física, moral, psicológica ou
sexual, a violação dos direitos femininos tem suas raízes em construções sociais e
culturais, incorporadas como legítimas, que precisam ser desfeitas, pois, do contrário, o
ideal de indistinção no gozo dos direitos fundamentais do cidadão não se consolidará.
A crença na subalternidade feminina é construída socialmente. A filósofa
Simone de Beauvoir corrobora isso ao afirmar que “ninguém nasce mulher, torna-se
mulher”. Os dizeres de Beauvoir revelam como a associação da figura feminina a
determinados papéis não é condicionada por características biológicas, mas por pré-
determinações sociais. Seguindo essa linha de pensamento, é usual, por exemplo, que
mulheres que exerçam profissões tradicionalmente associadas a homens, como a de
motorista, sofram preconceito no ambiente de trabalho e sejam violentadas
psicologicamente.
Além disso, a continuidade de práticas violentas contra a
mulher é favorecida pelo que o pensador Pierre Bourdieu definiu como
violência simbólica. Nese tipo de violência, a sociedade passa a aceitar
como natural as imposições de um segmento social hegemônico, neste
caso, o gênero masculino, causando a legitimação da violação de
direitos e/ou da desigualdade. Nesse contexto, urge a tomada de
medidas que visem mitigar a crença de que as mulheres são inferiores.
Para isso, cabe à sociedade civil organizada, o terceiro setor, a
realização de palestras que instruam acerca da igualdade entre os
gêneros. Ao poder público, cabe instituir a obrigatoriedade de
participação masculina em fóruns, palestras e seminários que
discorram acerca da importância do respeito às mulheres.
Procedendo-se assim, casos como o da francesa Olympe de
Gouges, guilhotinada na Revolução Francesa por exigir direitos
femininos, ficarão apenas como o símbolo de um passado em que os
Direitos Humanos não eram para todos.
Tópico frasal*

▹ O tópico frasal é, em geral,


uma oração na qual você
apresenta o argumento central
do parágrafo, que será
desenvolvido no decorrer da
argumentação. Ele pode ser o
mesmo do encadeamento
argumentativo apresentado na
introdução.
Desenvolvimento

▹ Tópico frasal
▹ Explicação (do tópico com uso de argumentos)
▹ Área do conhecimento (momento de apresentar o repertório sociocultural)
Em primeira análise, cabe pontuar que os presídios não suportam o número
de detentos que recebem. Isso se justifica pois o Governo não investe na construção e
na reforma de penitenciárias, já que os diversos casos de corrupção impedem a sobra
verba para tal ação. Com isso, os presos sofrem com a ausência de condições básicas,
como celas hiperlotadas e baixo saneamento básico, criando, assim, um ambiente
caótico nas cadeias. Logo, percebe-se que os direitos dos detentos, garantidos no
artigo cinco da Constituição Federal de 1988, tais como o respeito a sua integridade
física e moral, são garantidos de maneira ineficiente.
Embora a Constituição Federal assegure que a saúde é direito de todo
cidadão e dever do Estado, as verbas destinadas aos CAPS (Centros de Atenção
Psicossocial) não são suficientes para cobrir as demandas necessárias. Além
disso, o crescimento do desemprego, da fome e da pobreza deixam o tratamento
da saúde mental no plano secundário dos brasileiros. Como uma das
consequência, entre 2015 e 2018, houve aumento nos quadros de depressão em
jovens de 15 a 19 anos no Brasil. A falta de informação sobre as doenças agrava
mais a situação, o estigma social ainda é o mais relevante obstáculo na busca por
ajuda psiquiátrica.
Desinformação e estigmas: as doenças psicossociais e seu
tratamento no Brasil

▪ DESENVOLVIMENTO: 2 PARÁGRAFOS

▪ Parágrafo 1: Defendendo meu ponto de vista


▪ Constituição Federal – Apoio aos CAPS
▪ Motivo para o tratamento psicológico ficar em segundo plano
▪ Consequências
▪ Falta de informação e estigma social: retomar o que foi defendido no
parágrafo de introdução.
Nesse sentido, talvez isso seja reflexo do modo como essas questões foram
tratadas no passado. A História do hospital psiquiátrico de Barbacena (MG),
conhecida como “holocausto brasileiro”, ainda reverbera na memória coletiva do
País. Milhares de pessoas passaram pela cidade do interior de Minas e foram
torturadas por tratamentos cruéis durante os anos de funcionamento. Movido pelo
impulso de humanizar o tratamento de doenças psíquicas, no final da década de
70, o Movimento da Reforma Psiquiátrica teve seu início. Destaca-se, nesse
contexto, a luta da psicanalista Nise da Silveira, que se tornou uma figura
importante na batalha pelo tratamento humanizado e longe dos chamados
“manicômios” – palavra que caiu em desuso exatamente pelo teor negativo que
carrega.
Desinformação e estigmas: as doenças psicossociais e seu
tratamento no Brasil

▪ DESENVOLVIMENTO: 2 PARÁGRAFOS

▪ Parágrafo 2: Motivo para o estigma e preconceito com tratamento


psicológicos – Recorrer a fatos históricos
▪ A história do hospital psiquiátrico de Barbacena – O livro de Daniela Arbex
▪ A reforma psiquiátrica (Anos 70)
▪ Nise da Silveira
Desenvolvimento
Desenvolvimento 1 Desenvolvimento II
■ É importante pontuar, de início ■ Outro aspecto decisivo, nesse
cenário, é
■ O primeiro aspecto a ser discutido
■ Em segunda análise
■ A princípio, convém ressaltar que...
/ ■ Além do mais / Ademais /
Outrossim
■ Convém ressaltar, a princípio, que...
■ Vale ressaltar também
■ Em primeira análise / Em primeiro
plano ■ Outro aspecto relevante
■ A priori, ... ■ É fundamental assinalar, ainda, que
■ De início, deve-se pontuar /
ressaltar /
■ apontar
Parágrafo final
■ Dessa forma, é
■ Diante do exposto
■ É evidente, portanto, que
■ Diante do exposto / dos fatos
supracitados
■ Visando atenuar o impasse
■ A fim de elaborar alternativas pacíficas
das
■ controvérsias sociais, é necessário que
■ Visando solucionar / mitigar a
problemática
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

■ Retomada da tese para


reiterar seu posicionamento
■ ▹ Proposta de intervenção
executável
■ ▹ Direcionamento das ações
aos órgãos competentes
Agentes da proposta de intervenção

▹ Governo Federal / Estado


▹ Escolas
▹ Ong’s / Igrejas / Associação de
bairro
▹ Três poderes
Ministérios:
• Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
• Cidadania (MC)
• Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC)
• Defesa (MD)
• Desenvolvimento Regional (MDR)
• Economia (ME)
• Educação (MEC)
• Infraestrutura (MI)
• Justiça e Segurança Pública (MJSP)
• Meio Ambiente (MMA)
• Minas e Energia (MME)
• Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH)
• Relações Exteriores (MRE)
• Saúde (MS)
• Turismo (Mtur)
• Controladoria-Geral da União (CGU)
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

▪ Evidenciar que seu processo argumentativo está no


fim;
▪ Ratificar sua tese;

Portanto, os preconceitos às pessoas com doenças


psíquicas repercutem e tornam complicada a aceitação
dos tratamentos necessários.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
▪ Propor uma solução para o problema respondendo às perguntas:
▪ Como?
▪ Quem fará?
▪ Com que verba?
▪ Detalhar seu projeto.
▪ AGENTE: Intervenção do Estado, Ongs, Ministério da saúde...
▪ Dar um nome a esse projeto (opcional)
Portanto, os preconceitos às pessoas com doenças psíquicas
repercutem dificultando a aceitação dos tratamentos necessários. O
Ministério da saúde deve investir em projetos que, aplicados em
escolas públicas e privadas, conscientizem crianças e adolescentes
sobre a importância de conversar e procurar ajuda. Além disso, podem
também envolver ONGs especializadas nos tratamentos de saúde
mental que, em parceria com as escolas, devem discutir
constantemente (e não somente durante o Setembro Amarelo) o
assunto com os alunos, além de oferecer tratamento gratuito com
psicólogos e encaminhamento para os CAPS, quando necessário.
Assim, teremos jovens mais conscientes acerca da importância da
busca por ajuda e quebraremos estigmas que vêm sendo construídos
há anos na história da saúde pública brasileira.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

▪ 5ª Competência – 200 pontos


▪ Não acrescente informações novas na conclusão – não traga debates para o
final
▪ Não faça perguntas no final do texto
▪ O corretor só dará sua nota após a conclusão.

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