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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANDERSON ANDRÉ PASTANA DE LEÃO

ENGENHARIA SUSTENTAVEL:
aplicação de sustentabilidade habitacional na cidade de Macapá - AP

MACAPÁ – AP
2021
1

ANDERSON ANDRÉ PASTANA DE LEÃO

ENGENHARIA SUSTENTAVEL:
aplicação de sustentabilidade habitacional a cidade de Macapá - AP

Projeto de Monografia apresentado ao


curso de Engenharia Civil do Centro de
Ensino Superior do Amapá – CEAP como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Jonathan Castro Amanajás

MACAPÁ – AP
2021
2

ENGENHARIA SUSTENTAVEL:
aplicação de sustentabilidade habitacional na cidade de Macapá - AP

Por

ANDERSON ANDRÉ PASTANA DE LEÃO

Projeto de Monografia aprovado como


requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Nome do Curso pela Banca
Examinadora formada por:

______________________________________________________
Presidente Orientador: Jonathan Castro Amanajás

______________________________________________________
Membro Professor Avaliador

______________________________________________________
Membro Professor Avaliador

Macapá - AP, 04 de outubro de 2021.


3

À mulher que me concebeu, ensinou-me a


ter fé e anão desistir dos meus sonhos,
que me educou e principalmente me
ensinou o que é o amor me amando:
minha mãe.
4

AGRADECIMENTOS

À Deus, por todas as oportunidades que Ele tem me dado e, principalmente,


pelo seu amor insondável.
Aos meus irmãos e amigos, incentivo e apoio incondicional.
Algumas pessoas, com quem dividir 9 (nove) anos da minha vida
profissional em grandes obras civis, onde tive a satisfação de aprender e me
apaixonar pela Engenharia.
Ao professor orientador: Jonathan Castro Amanajás, pela orientação, apoio
e confiança. sempre oferecendo as orientações necessário para o êxito deste
trabalho.
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, me forneceram encorajamento
para não desistir dos meus objetivos profissionais.
5

“Quanto melhor é adquirir a sabedoria do


que o ouro! E quanto mais excelente
adquirir a prudência do que a prata”.

Provérbios 16:16
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 07
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA.......................................................................... 07
1.2 HIPÓTESE...................................................................................................... 08
1.3 OBJETIVOS.................................................................................................... 08
1.3.1 Geral............................................................................................................ 08
1.3.2 Específicos................................................................................................. 08
1.4 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 08
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 10
2.1. SUSTENTABILIDADE.................................................................................... 10
2.2. CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS............................................................... 13
2.3. O CUSTO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTAVEL............................................ 16
2.4. O PROJETO REFERÊNCIA........................................................................... 16
3 METODOLOGIA DA PESQUISA....................................................................... 18
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO......................................................... 18
3.2 CONDICIONANTES LEGAIS.......................................................................... 18
3.3 CONDICIONANTES CLIMÁTICOS................................................................. 19
3.4 CONDICIONANTES PROJETUAIS................................................................ 20
4 CRONOGRAMA................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 21
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1 INTRODUÇÃO

A construção civil, conforme sua trajetória histórica, existe para atender as


necessidades básicas do ser humano sem a preocupação de se utilizar,
primordialmente, de técnicas aprimoradas. O homem é diferencialmente qualificado
dos demais seres vivos por inúmeras características, entre elas está o dinamismo de
produzir e transformar continuamente suas técnicas através de aperfeiçoamento e
de estudos contínuos dos resultados. Das construções mais arcaicas aos grandes
arranha céus, o ser humano sempre utilizou e continuará utilizando recursos naturais
para sua execução.
A constituição das cidades exigiu qualificação e técnicas mais apropriadas e
vantajosas para a construção civil, seguindo esse conceito o homem se depara com
a problemática da sustentabilidade, o que lhe leva a adquirir a reflexão das
dimensões do desenvolvimento e das alternativas que configuram para garantir uma
qualidade de vida, econômica, matéria-prima, mão de obra, meio ambiente de forma
harmoniosa.
Ao longo dos anos a cidade de Macapá vem tendo avanços na construção
civil, como sua verticalização e expansão habitacional com surgimento de
condomínios e bairros planejados. Assim, com o desenvolvimento do município, e
seus impactos na sociedade, a questão da sustentabilidade ganha ênfase e cada
vez mais espaço para discursões.
A partir deste pensamento de mudança e busca de técnicas aprimoradas que
surge o termo “construção verde”, “construção sustentável” ou “greenbuilding” que é
a construção que não leva em conta apenas o modo que se constrói, mas também
dá a devida importância para o tempo de vida da construção, incluindo: localização,
projeto, construção, manutenção, remoção de resíduos, preservação da
biodiversidade e a promoção de uma sociedade mais responsável (WANICK, 2009).

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

A questão da sustentabilidade pode ser definida como uma situação em que


se deseja permitir a continuidade da existência humana. Baseando-se neste
contexto surge o questionamento: Qual a viabilidade da aplicação da
sustentabilidade habitacional na cidade de Macapá?
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1.2 HIPÓTESE

Tendo como base os estudos feitos em protótipos de Residências


Sustentáveis em outros estados, como Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul,
pressupõe-se que a aplicação desses estudos na cidade de Macapá é viável, uma
vez que a mesma possui características climáticas, ambientais e econômicas
adequadas para a viabilização da sustentabilidade habitacional.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Verificar a viabilidade da aplicação de sustentabilidade habitacional por meio


de interesses sociais dentro da Cidade de Macapá – AP, embasando-se nas
características da região e nos conceitos de sustentabilidade na construção civil.

1.3.2 Específicos

Analisar características sócios-ambientais da cidade de Macapá – AP;


Verificar dados referentes as particularidades dos protótipos já existentes em
outras regiões e enquadra-los dentro das características da cidade de Macapá - AP;
Calcular custos concernentes à execução de projetos habitacionais
sustentáveis, tendo como base protótipos aplicados em outras regiões;
Comparar unidades habitacionais tradicionais com edificações construídas
seguindo os conceitos de sustentabilidade.

1.4 JUSTIFICATIVA

A realidade do Brasil é tocante no que diz respeito à desigualdade social,


mesmo após medidas tomadas por parte do Governo Federal como o projeto “Minha
casa, minha vida” e “Bolsa Família”, que buscam amenizar essa
desproporcionalidade de renda, o país ainda não pode se dizer igualitário a todos.
Tratando-se de saúde, ensino de qualidade e moradia com conforto e
sustentabilidade o governo demonstra não conseguir atender às necessidades da
população.
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Os municípios na busca de formas para melhorar as necessidades básicas de


seus munícipes, investem na construção de unidades habitacionais de baixo custo e
financiáveis a longo prazo, facilitando assim a aquisição deste bem. No entanto, em
alguns casos o aumento excessivo nas despesas da família contemplada com a
nova moradia, o valor das parcelas, somado a despesas como água, energia
elétrica, alimentação e impostos pode tornar-se alto, contribuindo para um
endividamento do indivíduo.
O conceito de sustentabilidade visa utilizar todos os recursos possíveis do
planeta de maneira racional, buscando também a sua reutilização, além de abranger
aspectos muito mais profundos, como qualidade de vida e conforto mesmo com
simplicidade.
Com base nesses dados e preocupação com o meio ambiente cujos recursos
tornam-se cada vez mais escassos, faz-se necessário o estudo de formas
alternativas de construção de unidades habitacionais que possam prover conforto,
comodidade e economia de serviços contratados para o abastecimento de água e
energia elétrica, incorrendo em uma menor despesa mensal ao morador. Ideias
como a captação da água de chuva, um melhor planejamento da construção acerca
do posicionamento da moradia em relação ao norte, clima, vegetação local, entre
outros itens não menos relevantes, serão abordados com extrema importância
dentro deste estudo.
Neste contexto, o estudo de viabilidade de implantação de um projeto de
moradia há baixo custo e com conceito sustentável para a cidade de Macapá no
estado do Amapá, vem ao encontro com as expectativas em relação aos ditames da
sustentabilidade na construção civil e pretende ainda servir de guia para beneficiar
outras regiões e municípios dentro do estado do Amapá.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. SUSTENTABILIDADE

A expressão sustentabilidade engloba uma série de definições que buscam


estabelecer as suas diretrizes e aplicações em diversos campos da vivência
humana. Isso implica dizer que a sustentabilidade possui desdobramentos em
aspectos como a economia, o meio ambiente, a cultura, a política. Carvalho (2013,
p. 67) explica

O dinamismo da civilização industrial introduziu radicais mudanças no Meio


Ambiente físico. Essas transformações implicaram a formação de novos
conceitos sobre o ambiente e o seu uso. A Revolução Industrial, que teve
início no século XVIII, alicerçou-se, até as primeiras décadas do último
século, nos três fatores básicos da produção: a natureza, o capital e o
trabalho. Porém, desde meados do século XX, um novo, dinâmico e
revolucionário fator foi acrescentado: a tecnologia. Esse elemento novo
provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos fatores resultantes do
processo industrial. Passou-se a gerar bens industriais numa quantidade e
numa brevidade de tempo antes impensáveis. Tal circunstância,
naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental.

Compreende-se então que a evolução do modo de produção capitalista que


baseia-se acima de tudo na exploração frenética dos recursos naturais, acentuou-se
sobremaneira com a sofisticação da tecnologia. Isso levou a produção de bens e
serviços numa escala antes impensada o que, consequentemente, demandou maior
exploração da natureza e problemas para a humanidade.
De acordo com Sparemberguer e Silva (2008) apenas após o fim da Segunda
Guerra Mundial, no ano de 1945, os problemas relacionados ao meio ambiente
foram sendo tratados com a relevância necessária. Através das atividades das
Organizações Não-Governamentais passou-se a tomar medidas progressivas para
reparar e preservar o ambiente natural.
É interessante notar que isso ocorreu primeiro com a mobilização de
cientistas na década de 1950 do século XX, conscientes dos prejuízos decorrentes
da exploração humana, à começar pela poluição industrial dos rios e fontes hidrícas
diversas. Desenvolveram-se campanhas tímidas e isoladas para tentar minimizar a
situação, especialmente nos países até então conhecidos como pertencentes ao 1º
mundo.
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Para isso foram decisivas as ações das Organizações Não Governamentais.


Ao não estarem vinculadas aos governos dos países onde estavam sediadas, esses
núcleos formados por cidadãos interessados na preservação do meio ambiente e na
melhora da qualidade de vida de suas respectivas populações, passaram a contar
com a credibilidade de muitos expoentes do cenário político, científico, cultural e
social, além dos movimentos populares, ganhando assim força e ímpeto.
Foram esses movimentos em conjunto que passaram a transformar o
panorama sócio-ambiental. Iniciativas, que apesar de limitadas, se tornaram o ponto
de partida para que a sustentabilidade pudesse ser um conceito cada vez mais
aceito e tomado como referência para muitos estudos e discussões na seara do
Direito Ambiental.
Dando inicio a uma verdadeira disseminação das idéias de cunho
ambientalista, outros países assumiram protocolos e iniciativas para reduzir os
impactos da interferência humana sobre o meio ambiente.

Em 1971, a França criou o Ministério para a Proteção da Natureza e do


Meio Ambiente, que fez com que vários outros países reorganizassem ou
criassem departamentos ou órgãos responsáveis pela proteção ao meio
ambiente. E, em 1972, aconteceu a Conferência das Nações Unidas, que
reuniu 113 nações em Estocolmo para discutir problemas do meio
ambiente (CARVALHO, 2003).

Pode-se considerar essa última iniciativa como um dos acontecimentos mais


importantes que marca definitivamente as primeiras iniciativas para corrigir atitudes
e ações predatórias, estimulando uma relação menos exploratória entre homem e
natureza.
Uma das primeiras iniciativas para minimizar esses impactos foi introduzir o
conceito de desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade e aplicá-lo aos
projetos, protocolos, planejamentos e atividades focadas na relação homem e meio
ambiente. Sendo assim, desenvolvimento sustentável passou a se referir

Ao processo político, participativo que integra a sustentabilida de


econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou
individuais, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualida dede
vida, seja nos momentos de disponibilização de recursos, seja nos
períodos de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a
solidariedade entre os povos e as gerações (SILVA, 2006, p. 17).
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Segundo Sattler (2007, p. 21) a sustentabilidade em anos recentes vem


ganhando mais espaço à medida que o ser humano nota os danos gerados no meio
em que vive em decorrência de sua interferência. O conceito muito tem a ver com
desenvolvimento voltado para a sociedade que reage perante seu esgotamento. Em
linhas gerais, sustentabilidade visa atitudes e ações que suprem as necessidades
atuais, mas com consciência e racionalização devida, sem prejudicar necessidades
futuras (IBAMA - MMA, 2000, p. 30).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(2000, p. 28) assim define Construção Sustentável em países em desenvolvimento:
um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os
ambientes naturais e construídos, e a criação de assentamentos que afirmem a
dignidade humana e encorajem a equidade econômica. Termos como
“desenvolvimento sustentável”, “arquitetura sustentável”, “permacultura”,
“construções sustentáveis”, entre outros, algumas vezes acabam por serem usados
de maneira errônea, sendo este o motivo de melhor esclarecimento junto à
população (SATTLER, 2007).
O conceito de desenvolvimento sustentável está sendo construído aos
poucos, e os principais responsáveis por sua propagação são os “governos
nacionais e internacionais, agências não governamentais, empresários, cientista,
ambientalistas, entre outros” (IBAMA - MMA, 2000, p. 29). E quando observado suas
especificidades, nota-se que há uma ramificação em algumas dimensões, a saber:
 Dimensão temporal: ultrapassa o limitante de curto prazo e visa medidas que
levam a resultados de médio a longo prazo.
 Dimensão ética: se destaca por ter o um equilíbrio ecológico mais importante
do que a um padrão de sociedade de organização duradoura.
 Dimensão social: traz a ideia de que somente uma sociedade sustentável e
menos desigual trará um desenvolvimento sustentável.
 Dimensão prática: trata da mudança de hábitos de forma indispensável.
Entendendo os vários problemas comuns nas regiões, comunidades e
municípios e principalmente na cidade de Macapá, nota-se que para o real
desenvolvimento sustentável não pensa-se apenas isoladamente, “...pensar
globalmente, agir localmente traduz a preocupação de movimentos ecológicos que
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buscam uma integração e interação entre o local e o global...” (FURLAN;


SCARLATO, 2001, p. 71).
2.2. CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Para evidenciar o conceito de construção sustentável é que sejam seguidos


parâmetros ambientais e de sustentabilidade e que tenham uma preocupação com o
meio ambiente em que estão inseridos, visando o menor impacto possível, e que se
utilize de forma correta os recursos naturais disponíveis.
A atividade de construir acompanha o homem há séculos em edifícios,
habitações, barragens, estradas, entre outros, evidenciando a constante busca de
melhora nas condições de vida (PINHEIRO, 2006, p. 17). Neste aspecto, a
construção civil gera grandes impactos ambientais, desde o uso de enorme
quantidade de energia, extração excessiva de material em jazidas, até a demolição e
destinação incorreta de resíduos gerados em todo o processo (SATTLER, 2007).
Geralmente utilizando-se de métodos tradicionais, seja por hábito ou falta de
capacitação técnica, os projetos para edificações seguem algumas vezes, sem a
devida preocupação com os desperdícios, uso de materiais renováveis, entre outras
características consideradas minimizadoras dos impactos ambientais.
Na tentativa de vencer os desafios decorrentes no setor da construção civil, o
Ministério Nacional do Meio Ambiente recomenda, em síntese, a otimização no
consumo de materiais e energia, a diminuição de resíduos gerados, entre outros,
utilizando-se de ferramentas como:
 Elaboração de projetos arquitetônicos flexíveis, buscando facilitar futuras
mudanças que possam ocorrer devido às novas necessidades, minimizando
demolições;
 Buscar estratégias veiculando o uso racional de energia ou de energias
renováveis;
 Uso adequado de água, como racionalização e reutilização da mesma;
 Diminuição do uso de materiais que causam grande impacto ambiental;
 Redução do desperdício de materiais, diminuição na geração de resíduos e
especificações para suplementos reutilizáveis (MINISTÉRIO NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE - MMA, 2012).
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Diferenciando construção sustentável de edificação sustentável, pode-se citar


que a primeira descreve o processo e a segunda, o resultado. Sendo assim, busca-
se a elaboração de projetos que contemplem as duas dimensões, o processo
produtivo e o resultado decorrente.
Em sua cartilha “Desenvolvimento com sustentabilidade” a Câmara Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC) traça objetivos, estratégias, ações, entre outras
diretrizes para a aplicação imediata desses novos métodos no Brasil. Sua
abordagem abrange a melhoria, treinamento e distribuição de competências, já que
o mercado da construção civil se encontra bastante aquecido e em longo prazo
poderá comprometer relevantemente o crescimento sustentável do país. Na CBIC foi
criado um conselho estratégico do programa construção sustentável, para assim
reunirem esforços na mobilização da sociedade e governo, podendo-se então
empregarem as ações propostas (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO - CBIC, 2011).
Alguns temas são prioritários, e os objetivos da CBIC são embasados nesses
temas, como mostra o Quadro 1:

Quadro 1 – Objetivos do desenvolvimento sustentável


Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (2011).

Outro aspecto importante é a aplicação de legislações como a Lei n° 6.938,


de 31 de agosto de 1981 que atua estabelecendo limitantes para os projetos. Nelas
estão previstos instrumentos: legais, como o licenciamento ambiental (LA) e estudos
de impactos ambientais (EIA); econômicos, como os incentivos fiscais e caução
ambiental; e técnicos como o desenvolvimento de novas tecnologias, parâmetros
ambientais, pesquisa e descobrimento de novas jazidas. O licenciamento ambiental,
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além de conceder a autorização para a localização de uma construção civil, também


concede a instalação, a ampliação e a operação de construções pesadas e
atividades de potencialidade poluidora ou de degradação do meio ambiente
permitindo ao empreendedor identificar os efeitos ambientais do seu negócio e
também de que forma esses efeitos podem ser gerenciados (NOVO CÓDIGO CIVIL
BRASILEIRO, 1981).
Segundo Martinho (2012, p. 6), outra legislação relevante foi instaurada a
partir de 1992 na Conferência do Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano,
realizada no Rio de Janeiro, a Organização Internacional de Normalização (ISO)
sancionou a criação de um padrão normativo a ser implementado no comércio e na
indústria: as normas ISO 14000. Essas diretrizes trouxeram benefício ao sistema de
gestão ambiental, propondo um padrão global de certificação e identificação dos
serviços e produtos no segmento ambiental em várias ramificações como: auditorias
ambientais, sistema de gestão ambiental, rotulagem ambiental entre outros (LEMOS,
2010).
O Instituto Brasil PNUMA (Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente) indica outras normas também aplicáveis. São elas as:

Tabela 1 – Normas ISO que norteiam a implementação da sustentabilidade da


construção civil

Fonte: As Normas ISO 14000 (LEMOS, 2010).

Sendo assim, cada obra possui sua particularidade de acordo com as


situações decorrentes do ambiente, clima, cultura, dentre outros aspectos
intrínsecos a cada região e localidade.
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2.3. O CUSTO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTAVEL

Uma construção que segue os parâmetros de sustentabilidade e integração


de projetos pode ser idealizada com custos adicionais de apenas um por cento a
mais e na maioria dos casos dois por cento do valor total da obra. A base desse
raciocínio está ao longo do processo de tomadas de decisão de projeto, se bem
orientados forem os projetistas e os gestores da obra e o projeto com viés
sustentável for pensado desde o início dos trabalhos de pesquisa sobre o local a ser
implementado, a obra pode ser toda executada com nenhum custo extra, ou com um
custo com diferença bem baixa, relativo a uma construção convencional que não
leva em consideração os efeitos sustentáveis.
Mas é necessário ter um grande estudo de viabilidade com antecedência, e
cada caso específico deve ser considerado de forma diferente, faz-se uma escala de
prioridades a nível técnico para identificar as estratégias mais aplicáveis e que
tenham menor impacto nos custos, levando em consideração vários fatores, como
clima, localização, tamanho e forma da construção, vizinhança, impacto na natureza
e biomas, proteção e criação de nova áreas verdes, preservação e reuso de água,
materiais a serem utilizados, redução do consumo energético, geração mínima de
resíduos por parte da obra, reutilização de materiais e descarte correto, aumento de
desempenho e qualidade do edifício a nível de construção, conservação e facilidade
de manutenção, e quanto tempo esses benefícios podem durar para seus
utilizadores, assim também como é levada em consideração a vida útil do edifício
construído, e uma possível reciclagem da construção no final de seu uso.

2.4. O PROJETO REFERÊNCIA

Para este estudo tem-se como referência principal o estudo realizado por Jaqueline
Rodrigues Ribeiro intitulado “Estudo de viabilidade de implementação de unidades
habitacionais sustentáveis de interesse social na cidade de Campo Mourão, PR”
Através da análise desse estudo, é possível perceber que a execução de
unidades habitacionais de baixo custo é uma prática muito utilizada. No entanto,
com as necessidades ambientais emergentes há uma preocupação em questões de
sustentabilidade, que neste caso consegue abranger não somente o meio-ambiente
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quanto a sua preservação, mas também, o indivíduo que vive neste contexto com
suas necessidades sociais, éticas e econômicas.
Na realidade evidencia-se que moradias sociais são edificações produzidas
em larga escala, deste modo salienta-se ainda mais o quanto se torna relevante o
estudo e uso de técnicas mais sustentáveis desde a concepção do projeto até à
execução e a pós-ocupação. Esta produção apresenta um estudo elaborado através
de dados de um protótipo construído em Porto Alegre, RS, chamado Casa Alvorada,
que é considerado o modelo de edificação de interesse social mais sustentável
construído até hoje no país.
Além disto, tomou-se também outro projeto de interesse social, construído de
modo convencional, financiado a partir do programa Minha Casa Minha Vida e
executado na cidade de Campo Mourão, PR. Assim, foi traçado um comparativo
entre os dois modelos para averiguar suas diferenças e estudar a viabilidade de
implementação do modelo mais sustentável de habitação de baixo custo na cidade
de Campo Mourão.
Na realidade, esta comparação possibilitou chegar à conclusão de que a
reprodução das técnicas sustentáveis do protótipo Casa Alvorada apresenta custo
similar ao projeto convencional, porém gera menor impacto ambiental, apresenta
melhor conforto térmico e acústico, além de uma arquitetura agradável. Todos estes
fatores contribuem juntamente para a aceitação do proprietário quanto às mudanças
propostas pelos padrões de sustentabilidade, melhorando sua qualidade de vida.
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa com foco na pesquisa


aplicada pois busca-se gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigida a
soluções de problemas específicos. De acordo com Gil (2014, p. 23) a pesquisa
aplicada busca “determinar um uso prático para as descobertas feitas pelas
pesquisas puras. Envolvendo também conhecimento disponível, de diversas fontes,
visando uma utilidade econômica e social”.
A pesquisa desenvolvida será do tipo qualitativa onde “o pesquisador
desenvolve conceitos, ideias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos
dados, ao invés de coletar dados para comprovar teorias, hipóteses e modelos pré-
concebidos” (CERVO E BERVIAN, 2012, p. 62).
Buscar-se-á descobrir aspectos relevantes do assunto identificando subsídios
para a pesquisa descritiva e exploratória. Descritiva porque busca “descrever as
características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência”
(SEVERINO, 2012, p. 42). O estudo também será exploratório, pois, de acordo com
Lakatos (2008, p. 58) “permite uma maior familiaridade entre o pesquisador e o tema
pesquisado, visto que este ainda é pouco conhecido, pouco explorado”.
De acordo com os procedimentos metodológicos o processo de pesquisa
descritiva visará principalmente a identificação, registro e análise das características,
fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou processo. Esse tipo de
pesquisa poderá assumir o caráter de um estudo de caso onde, após a coleta de
dados, será realizada uma análise das relações entre as variáveis para uma
posterior determinação dos efeitos resultantes na escola (HENGEMUHLE, 2010).

3.2 CONDICIONANTES LEGAIS

O Plano Diretor de Macapá afirma no artigo 58 que “integram o patrimônio


cultural e paisagístico do Município de Macapá os bens imóveis de valor histórico ou
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cultural. Além disso, tem-se essa edificação como Área de Interesse Turístico (AIT)
na medida em que:

Art. 137. As Áreas de Interesse Turístico – AIT - são as destinadas


prioritariamente para o desenvolvimento de atividades voltadas para o
turismo sustentável incluindo:
I - espaços públicos e privados de cultura e lazer;
II - atracadouros e portos turísticos;
III - via estrutural de integração da orla;
IV - equipamentos de comércio e de serviços, tais como o mercado
municipal e demais mercados populares;
V - estabelecimentos hoteleiros.
Parágrafo único. A criação das Áreas de Interesse Turístico deverá atender
os objetivos e as diretrizes expressas nesta lei, especialmente na Estratégia
para Proteção do Meio Ambiente e Geração de Trabalho e Renda,
priorizando:
I - preservação do patrimônio ambiental;
II - programas, planos e projetos de valorização do patrimônio ambiental;
III - programas, planos e projetos de recuperação e proteção da orla do rio
Amazonas, das margens dos igarapés e dos marcos turísticos, que
favoreçam a criação de espaços públicos de lazer;
IV - promoção de políticas de incentivo ao desenvolvimento de atividades
sustentáveis voltadas para o turismo. (MACAPÁ, 2004a, p. 53).

No que concerne à setorização da área, tem-se de acordo com a Lei de Uso e


Ocupação do Solo de Macapá (2004b, p.11) a seguinte classificação:
XII - Setor de Lazer 2 – inserido na Subzona de Fragilidade Ambiental
prevista no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de
Macapá, com as seguintes diretrizes específicas:
a) incentivo à baixa densidade;
b) ocupação horizontal;
c) incentivo à implantação de atividades comerciais e de serviços de apoio
ao lazer e ao turismo.

3.3 CONDICIONANTES CLIMÁTICOS

A implantação da proposta tem como embasamento os estudos realizados


levando em consideração os fatores bioclimáticos e os elementos compositivos
inseridos no entorno, apresentando-se propostas estratégicas dinamizando o espaço
e integrando o entorno do local onde se localizará as edificações sustentáveis.
Segundo Robba e Macedo (2002, p. 18) “não é possível falar sobre moradia
sustentável sem analisar o contexto urbano no qual está inserida”. Neste argumento,
a análise iniciou-se pelas origens do planejamento da cidade, pois nele foram
definidas as principais condicionantes para a caracterização da moradia sustentável.
Quanto ao sombreamento será utilizada a vegetação como dispositivo de
sombreamento e gerador de umidade. A seleção da vegetação adequada para
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sombreamento nas residências e em seu entorno dependera da orientação do sol


para os equipamentos que oferecerão sombra, dos ventos, dominantes, da
qualidade do solo, do espaço disponível do terreno e altura das espécies levando
em consideração a direção do sol (BERNATZKY, 1982).

3.4 CONDICIONANTES PROJETUAIS

Como parte importante da paisagem e da estrutura das residências


sustentáveis será levado em consideração o funcionamento de edificações que
comercializam produtos e serviços. Esse é um aspecto importante no contexto da
proposta de construções sustentáveis, pois hoje a população não possui esse tipo
de edificação. Deve-se lembrar que as residências sustentáveis, como locais de
socialização familiar, precisam ser equipadas com materiais sustentáveis.

4 CRONOGRAMA

Cronograma mostra o tempo disponível para a realização de cada etapa do


projeto e da pesquisa. Algumas etapas podem ser executadas simultaneamente
enquanto outras dependem das fases anteriores. Assim, o cronograma visa distribuir
o tempo total disponível para a realização do projeto e da pesquisa, como pode ser
observado no Quadro 01.
Quadro x – Cronograma do projeto de pesquisa

TC I TC II
ATIVIDADES
Ago Set Out Nov Dez Fev Mar Abr Mai Jun
1 Escolha e delimitação do tema X
Formulação do problema e de
2 X
hipótese
3 Definição dos objetivos X
4 Justificativa do objeto de estudo X
Elaboração do referencial
5 X
teórico
6 Definição da metodologia X
Redação da versão parcial do
7 X X X X
projeto
Correção da versão parcial do
8 X
projeto
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9 Submissão do projeto X
10 Coleta de dados X
Fonte: Do autor (2020).

REFERÊNCIAS

ASSIS, Eleonora S. et al. Princípios de sustentabilidade aplicados em projeto


habitacional de interesse social. Escola de Arquitetura da Universidade Federal de
Minas Gerais. 2011. Disponível em:
<http://www.aresarquitetura.com.br/downloads/SEHTHAB2008.pdf>. Acesso em: 05
fev. 2021.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Novo Código Civil Brasileiro.


Legislação Federal, Brasília, DF. Disponível em:
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