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Introdução
Dos 92 elementos naturais que ocorrem, cerca de 40 são essenciais à vida, sendo
que seis destes formam cerca de 95% da massa dos seres vivos (animais, plantas,
microrganismos). São eles o carbono, o oxigénio, o hidrogénio, o nitrogénio, o
fósforo e o enxofre. Estes elementos, e alguns outros, são necessários em
quantidades relativamente elevadas e por isso são chamados macronutrientes.
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É importante perceber que o movimento dos materiais é potencialmente, mas não necessariamente,
cíclico. Numa escala global existe uma tendência para que estes movimentos sejam cíclicos mas sob
determinadas circunstâncias alguns elementos podem permanecer durante longos períodos num
componente do ecossistema onde fiquem indisponíveis para outras partes do sistema.
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O ciclo dos nutrientes tem sido muitas vezes estudado pela introdução de
marcadores radioactivos nos ecossistemas. Por exemplo, Whittaker (1961) seguiu a
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introdução do ácido fosfórico marcado com P num aquário. Ele verificou uma
sequência definida da tomada do nutriente:
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1. P era rapidamente absorvido pelo fitoplâncton e subsequentemente libertado
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3. Os crustáceos que se alimentavam das algas absorviam o P ainda mais
lentamente
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4. P começou a acumular-se nos sedimentos do fundo e era sequestrado em
formas menos reactivas.
Os ciclos de nutrientes podem ser vistos de duas formas: os ciclos locais, tal como o
exemplo acima descrito, que envolve elementos sem mecanismos para transporte a
longa distância e os ciclos globais que abrangem intercâmbios envolvendo
mecanismos de transporte a longa distância.
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Cristina Carapeto
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O Ciclo Hidrológico
A principal fonte de água são os oceanos. A energia radiante faz com que a água se
evapore para a atmosfera, os ventos distribuem-na sobre a superfície do globo e a
precipitação fá-la regressar à terra onde pode ser armazenada, temporariamente,
nos solos, lagos e calotes polares. A perda de água ocorre pela evaporação,
transpiração ou como fluxo líquido através dos rios e ribeiros e dos lençóis de água
subterrâneos, a partir dos quais regressa de novo aos oceanos. É o movimento da
água, sob a influência da força da gravidade, que une o movimento dos nutrientes
das comunidades terrestres e aquáticas. As comunidades terrestres perdem
nutrientes dissolvidos e particulados para as correntes superficiais e subterrâneas;
os sistemas aquáticos ganham nutrientes vindos das descargas das correntes
superficiais e das águas subterrâneas.
De acordo com Ricklefs & Miller (2000), o total de água disponível na Terra é de
cerca de 1,4 milhares de milhão de km3, ou seja, 1.400.000 × 1018 g. Mais de 97% de
toda a água disponível encontra-se nos oceanos. Outros reservatórios de água
disponível incluem as calotes polares, glaciares (29.000 × 1018g), aquíferos (8.000 ×
1018g), lagos e rios (100 × 1018g), humidade do solo (100 × 1018g), vapor de água na
atmosfera (13 × 1018g) e toda a água armazenada nos organismos vivos (1 × 1018g).1
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Note que, porque a densidade da água é massa / volume (g/cm3), 1g = 1 cm3
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Evapotranspiração é a perda total de água, por evaporação, através das plantas e do solo,
simultaneamente.
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proveniente dos oceanos em direcção à terra (40 × 1018g / ano), é equilibrado pelas
escorrências desta de volta para as bacias oceânicas. Quer isto dizer que muitos
ecossistemas terrestres sobrevivem devido à água que se evapora dos oceanos.
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O Ciclo do Carbono
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Além disto, o carbono encontra o seu caminho, para as águas interiores e para os
oceanos, como bicarbonato que resulta do desgaste das rochas ricas em cálcio, tais
como o calcário e o cré1:
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calcário orgânico macio, formado de grãos de natureza diversa, designadamente fragmentos de
foraminíferos;
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que, não fosse a intervenção humana, seria apenas libertado aquando da ocorrência
de fenómenos naturais.
Difusão
Atmosfera:
CO2
Fotossíntese
Combustão de
combustíveis fósseis
Água:
CO2 dissolvido Plantas
Consumo
Animais
Sedimentos:
combustíveis fósseis
Decomposição
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A principal causa do aumento do CO2 atmosférico nos anos recentes tem sido a
utilização de combustíveis fósseis, mas a exploração das florestas tropicais também
provoca uma libertação significativa de CO2, embora o efeito exacto dependa do
facto de a floresta ser abatida para agricultura permanente, agricultura volante ou
produção de madeira. As queimadas que se seguem à maioria dos abates de
florestas rapidamente convertem alguma da vegetação em CO2 enquanto que o
apodrecimento da vegetação restante liberta CO2 durante um período de tempo mais
alongado.
Geológico
Biótico
+
Biótico
Químico Agro-industrial
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O Efeito de Estufa
2. A superfície da Terra
irradia calor (ondas
infravermelhas) para a
1. A energia solar, ao atmosfera e algumas
penetrar na atmosfera, escapam-se para o espaço
aquece a superfície da
Terra.
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Os gases com efeito de estufa actuam como uma substância isoladora colocada
sobre a Terra, mantendo o calor. Quando aumenta a concentração destes gases
aumenta a capacidade da atmosfera bloquear o escape das radiações
infravermelhas. Por outras palavras, a camada isoladora torna-se mais espessa.
Sem a existência de algum tipo de efeito de estufa global as temperaturas seriam
muito mais baixas do que as que se verificam, rondando talvez apenas os -17 °C,
em comparação com os +15 °C que é a temperatura média do planeta. O efeito de
estufa ajuda a compreender as elevadas e as baixas temperaturas que se observam
respectivamente em Vénus (que tem um "cobertor" de CO2 em seu redor) e em
Marte, onde a atmosfera é pouco espessa.
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aumento dos solos agrícolas, são responsáveis por cerca de 25%. Por isso os
efeitos antropogénicos causam quase 75% do aumento dos gases com efeito de
estufa e os processos naturais apenas 25%. É muito difícil ter estimativas correctas
e exactas sobre as emissões de gases com efeito de estufa a partir das actividades
humanas, no entanto muito do CO2 emitido é provocado pela queima industrial de
combustíveis fósseis e pela manufactura de cimento, o que é facilmente
documentado na nossa sociedade actual.
Para a década de 80 o ciclo global do carbono pode ser resumido da forma que se
segue (WHRC, 2002) (as unidades estão em PgC)2:
3,3 (±0,2) 5,5 (±0,5) 1,6 (±0,7) 2,0 (±0,8) 1,8 (±1,2)
A média anual de emissões de 7,1 PgC durante a década de 1980 (5,5 ±0,5 Pg da
combustão de combustíveis fósseis e 1,6 ±0,7 Pg das alterações no uso dos
terrenos) é maior que a soma da acumulação anual de carbono na atmosfera (3,3
±0,2) e a absorção anual de carbono pelos oceanos (2,0 ±0,8). Um reservatório
adicional de 1,8 PgC/ano é necessário para equilibrar o orçamento. Este
reservatório de carbono não identificado tem sido alvo de grandes atenções já que
ele é indispensável para explicar o equilíbrio do ciclo do carbono. Contudo a sua
identificação permanece difícil.
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Pg (pentagrama); 1 Pg = 1015
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