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DISCUTINDO A ORTOPEDIA DE HOJE 
 
 
Durante  o  TEOT  2011,  no  dia  13  de  janeiro,  a  Diretoria  inovou  ao  organizar  uma 
DISCUSSÃO  entre  os  participantes  com  mediação  do  jornalista  Sidney  Rezende,  da 
Rede Globo.  Foram 4 blocos, de 30 minutos, para cada um dos seguintes importantes 
temas: Defesa Profissional Aqui e Agora; Macro SBOT – Pensando no Futuro; Regionais 
e Comitês Eficientes; Ensino. Estamos No Caminho Certo? O evento foi elaborado com 
a finalidade de servir de base para a execução das ações administrativas deste ano. 
Além dos participantes convidados e dois sorteados na hora, a plateia foi convidada a 
interagir.   
Para conhecimento de todos, seguem as perguntas e respostas do Fórum. 
 
 
Primeiro Bloco – DEFESA PROFISSINOAL AQUI E AGORA 
 
Participantes  Convidados:  Akira  Ishida,  Érico  Figueira,Robson  de  Azevedo  e  dois 
sorteados.   
 
O Dr. Luiz Carlos Vargas, de Taubaté, iniciou os debates propondo a seguinte questão: 
“‐ Pela nova Resolução 1956/2010, que dispõe sobre materiais, órteses e próteses, o 
médico  tem  possibilidade  de  fazer  3  indicações  de  empresas  fabricantes,  mas,  na 
maioria das vezes, a operadora oferece apenas uma. Como proceder?”. Em resposta, 
primeiramente,  o  Dr.  Robson  esclareceu  os  termos  da  Resolução  e  o  Dr.  Akira 
complementou  explicando  a  todos  a  posição  da  SBOT  que  já  está  se  movimentando 
sobre o assunto, inclusive participando de reuniões com as demais entidades, CFM e 
AMB.        
 
Segunda  questão  proposta  pela  plateia:  “Como  o  Poder  Judiciário  analisará  o  erro 
médico ou as eventuais consequências danosas causadas ao paciente em decorrência 
da utilização de material imposto?” Explicou o Dr. Robson que tal questão foi proposta 
ao CFM, dentre outras encaminhadas.  
O  Dr.  Rogério  Teixeira  se  manifestou  dizendo  que,  dificilmente,  o  médico  terá 
dificuldade em fazer uma escolha razoável, dentre as três que devem ser oferecidas. 
Outro  ouvinte,  indagou:  ‐  “por  que  no  Brasil,  tão  rico  em  hidrelétricas,  aço  e  metal, 
não são produzidos bons materiais?”  
De acordo com outro associado presente, a grande questão são os insinuados 30%, a 
título de benefício, repassados aos médicos pela indicação feita.  
O Dr. Fujiki se manifestou, sugerindo que a SBOT precisa expor à população a situação 
do médico.        
Finalizou o Dr. Akira, sugerindo que os ortopedistas façam denúncia à SBOT acerca do 
material ruim para que a entidade possa dirigir o assunto à ANS. Esta seria uma forma 
de evitar exposição e represálias.   
 
 
Segundo Bloco: MACRO SBOT – PENSANDO NO FUTURO  
 
Participantes  Convidados:  Gilberto  Camanho,  José  Sérgio  Franco,  Marcos  Musafir, 
Walter Albertoni e dois convidados.   
 
Indagou  o  Dr.  Rogério  Teixeira  “qual  seria  a  relação  ideal  entre  a  SBOT,  Comissões, 
Comitês  e  Regionais?”  De  acordo  com  o  Dr.  Musafir,  o  fundamental  é  a  união  entre 
todos,  sob  o  mesmo  guarda‐chuva.  Acrescentou  o  Dr.  Romeu  Krause  sobre  a 
importância da integração e do diálogo, acabando com qualquer divisão.  
Para o Dr. Sobania, é fundamental a luta pela melhora do SUS e da remuneração do 
médico, com o que concordou o Dr. Camanho.  
Diante  dos  comentários,  o  mediador  Sidney  Rezende  enfatizou  sobre  a  importante 
bandeira: melhora da saúde pública e consequente remuneração.   
O Dr. Arnaldo Hernandez indagou sobre quais serviços /setores da SBOT deveriam ser 
próprios  ou  terceirizados.  Respondendo  à  questão,  o  Dr.  Camanho  comentou  que  a 
Educação  Continuada,  o  exercício  e  a  defesa  profissional  devem  ser  próprios  e  a 
organização  dos  Congressos  e  Serviços  Jurídicos  que  envolvam  litígios  devem  ser 
terceirizados. 
De  acordo  com  o  Dr.  Romeu,  o  planejamento  estratégico  é  essencial  para  implantar 
ideias,  porém,  não  é  possível  que  a  SBOT  mantenha  sua  estrutura  principalmente 
firmada em patrocínios. Para ele, a tecnologia precisa ser comercializada. 
O  mediador  lançou  a  questão:  ‐“Podemos  planejar  2020?”  O  Sorteado  Francisco 
respondeu  que  uma  previsão  desse  porte  é  muito  difícil.  Para  o  Dr.  Sérgio  Franco,  a 
entidade  deve  se  preocupar  mais  com  os  projetos,  com  o  aumento  do  número  de 
sócios,  e com a sua internacionalização.  
Indagou  o  Dr.  Paulo  Lobo:  ‐“E  quanto  à  nova  sede?”  Para  o  Dr.  Musafir  um  grande 
planejamento,  a  longo  prazo,  envolveria  melhorar  cada  vez  mais  a  gestão,  a  relação 
médico‐paciente, além de uma sede de 6 andares, com estacionamento, anfiteatro e 
local para acomodar os Diretores e demais membros em trânsito. Para o Dr. Romeu, 
sobre o assunto é preciso ter prudência na construção, afinal, estamos lidando com o 
dinheiro e interesse de todos os associados. Acrescentou o Dr. Camanho que a nova 
Sede não deve ser prioridade. 
Membro  do  Rio  Grande  do  Sul  questionou  sobre  qual  seria  a  melhor  sugestão  para 
trazer  de  volta  o  colega  afastado.  Respondendo,  o  Dr.  Romeu  enfatizou  que  tal 
trabalho deve ser regionalizado, sendo que o papel das Regionais na aproximação com 
o  sócio  afastado  será  de  extrema  ajuda.  Para  o  Dr.  George  Bitar,  o  ortopedista  está 
entrando na classe do proletariado e está sofrendo com a luta financeira. Logo, seria 
muito  ostensiva  a  construção  de  uma  grande  sede,  diante  de  tantas  dificuldades 
enfrentadas pelo associado.             
 
 
Terceiro Bloco: REGIONAIS E COMITÊS EFICIENTES 
 
Participantes  Convidados:  Adalberto  Visco,  André  Pedrinelli,  Arnaldo  Hernandez, 
João Simionatto e dois sorteados. 
 
Foi comentado que a união de todos poderá proporcionar inúmeros sonhos, a exemplo 
da nova sede. Mas, em vez de ocorrer uma fusão definitiva entre dois Comitês, por que 
não pensar em uniões temporárias para, por exemplo, realizar Congressos e eventos? 
De  acordo  com  o  Presidente  da  Regional  de  Santa  Catarina,  André  Luis  F.  Andújar, 
seria  fundamental  a  melhoria  de  recursos  para  as  Regionais.  Ele  alegou  que  o 
fortalecimento do CBOT está atrapalhando os eventos Regionais e sugeriu que o CBOT 
seja bianual. O Dr. Adalberto, em razão de sua experiência anterior com a Comissão de 
Integração das Regionais, ressaltou que o tema voltado à redistribuição de recursos às 
Regionais  sempre  foi  matéria  de  reivindicação.  Para  ele,  como  a  inadimplência  está 
alta,  as  Regionais  deveriam  se  empenhar  numa  campanha  de  resgate  ao  associado 
afastado. Por outro lado, ele observou que esse modelo de fórum foi escolhido diante 
das  reclamações  de  falta  de  voz  ao  ortopedista,  entretanto,  por  que  tantas  cadeiras 
vazias? Por que o lado de fora da sala está mais lotado? 
Salientou o Dr. Simionatto, Presidente da Comissão de Integração das Regionais, que 
a  Regional  precisa  ser  mais  eficiente,  sugerindo  que  convites  sejam  feitos  a 
ortopedistas  não  sócios  para  participarem  de  reuniões  e  eventos.  Seguindo  nessa 
linha, ele salientou que o certificado do TEOT será entregue neste ano pelas Regionais. 
O  Médico  sorteado  ressaltou,  face  à  colocação  do  Dr.  Adalberto,  que  há  poucos 
ortopedistas  na  sala  em  decorrência  da  descrença  de  todos.  Segundo  ele,  os 
honorários precisam ser melhor trabalhados pela Defesa Profissional.                     
O  Dr.  Luis  Wolfovitch,  Presidente  da  Regional  Bahia,  ao  se  manifestar  sugeriu  que  a 
SBOT  Nacional  estimule  o  associado  a  procurar  a  respectiva  Regional  e,  esta  por  sua 
vez, deveria orientá‐lo a não aceitar honorário a preço vil.     
O Dr. Luiz Antonio, ortopedista do Paraná, sugeriu que as Regionais possam realizar 
cursos de educação continuada, gerando a devida pontuação para o médico.     
Diante  das  observações,  o  Dr.  Adalberto  Visco  comentou  que  as  Regionais  precisam 
apresentar  bons  projetos,  salientando  que  atitudes  passivas,  só  no  aguardo  de 
repasse,  são  improdutivas.  Como  exemplo,  ele  citou  as  Regionais  do  Rio  Grande  do 
Norte Mato Grosso do Sul que fizeram cursos e jornadas. 
Face  à  troca  de  posições,  o  mediador  perguntou  se  as  Regionais  e  os  Comitês  têm 
conversado entre si e lançou o desafio de se criar um modelo de atuação de Regionais.      
O  Presidente  da  Regional  de  RGN,  Dr.  Hermann  Costa  Gomes,  sugeriu  que  os 
Comitês,  poderiam  fazer  repasses  à  sede  Regional  que  abriga  o  Congresso.  Diante 
disso,  o  Dr.  Arnaldo  Hernandez  falou  sobre  a  importância  na  integração  entre  a 
Regional e o Comitê na realização do evento.     
O Dr. Akira enfatizou que o sucesso nas pretensões só ocorrerá com a união. 
Um  associado  questionou  a  razão  da  inadimplência  e  de  quem  seria  a  culpa:  do 
Comitê, da Regional ou da SBOT? Segundo o Dr. Cristante, o jovem ortopedista está se 
especializando  cada  vez  mais  e  prefere  frequentar  os  micro  congressos.  Por  isso  os 
Comitês vêm crescendo e criando estrutura paralela, fator de enfraquecimento para a 
SBOT. O Dr. Carlos Jasmim disse que eles estão tentando buscar soluções no Rio. Para 
ele, a Regional poderá receber uma porcentagem por evento desde que colabore na 
organização  do  mesmo.  Segundo  o  Presidente  da  Regional  de  Pernambuco,  Giovani 
Machado, o congresso anual esvazia as Regionais.       
 
 
Quarto Bloco: ENSINO. ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?    
 
Participantes: Alberto Miazaki, Marco Percope, Osmar Avanzi, Roberto Santin e dois 
sorteados.   
 
O mediador iniciou perguntando: ‐ “a padronização para medir conhecimentos, seria 
válida?” 
O Dr. Percope respondeu que sim. Para ele a padronização é uma preocupação. Tanto 
é  que  aquilo  que  se  discute  nos  fóruns,  após  avaliação,  deveria  ser  encaminhado  a 
todos em CD.  
Para  o  Dr.  Santin  a  monitoração  do  conhecimento  é  importante,  pois,  segundo  ele, 
como podemos confiar em alguém que não detém conhecimento? 
De acordo com o Dr. Miyasaki, a CET já organizou o TARO on line e a idéia é proceder 
da mesma forma com avaliações para todo o país.     
O  Dr.  Jairo  Ortiz,  de  Campinas,  comentou  que,  pela  sua  experiência,  já  em  R1  o 
residente que tem interesse em seguir em uma determinada área da ortopedia só quer 
praticar nesse segmento, esquecendo o todo da especialização que é essencial para a 
sua formação.  
Para o Dr. Santin a excessiva especialização é uma tendência na atualidade, quase uma 
cultura. Como o paciente, muitas vezes, não sabe ao certo quem procurar, ele precisa 
do generalista para fazer o encaminhamento. 
Comentou  o  Dr.  Kodi  que  é  preciso  redesenhar  o  modelo  de  educação  médica, 
definido qual é o conhecimento mínimo e necessário que cada profissional precisa ter 
para atuar. 
Segundo o  Dr. Avanzi, a extrema especialização é uma realidade e a grande questão 
que se coloca é: ‐ estamos no caminho certo? – Devemos atuar em graduação ou pós‐
graduação? 
O Dr. Akira salientou que, no entender dele, os ortopedistas estão sendo preparados 
para  atenderem  a  demanda  na  saúde  suplementar  e  não  ao  SUS.  Para  ele,  os 
residentes não têm culpa e querem se adequar às exigências do mercado. 
Da  plateia,  completou  um  associado  que  a  formação  generalista  é  fundamental  e,  a 
partir daí, deve vir a preocupação com a especialização. 
O Dr. Jorge dos Santos indagou: “ ‐qual é o profissional que a SBOT precisa formar?” 
De  acordo  com  o  Dr.  Rames  Mattar,  em  termos  de  saúde  pública,  não  há  política 
ortopédica.  Seria  necessário  a  criação  de  centros  de  atendimento  onde  a  população 
pudesse  ser  atendida  adequadamente,  seguindo  a  risca  modelos,  diretrizes 
implementados pela SBOT.           
Para  a  Dra.  Patrícia  Fucs,  o  residente  quer  o  mais  rentável  e  os  preceptores  são 
permissivos, pois pouco exigem quanto ao estudo e fazem vista grossa ao trabalho fora 
do aprendizado. Finalizou dizendo que essa prática não é condizente com a residência 
e não deve ser aceita.  
 
Encerrado o último bloco sob inúmeros aplausos, o evento agradou a todos. Conforme 
comentado  pelo  Dr.  Osvandré,  a  finalidade  de  estimular  uma  grande  reflexão  foi 
cumprida,  e  os  resultados  dependerão  de  bom  senso  e  do  árduo  trabalho  dos 
integrantes da SBOT.   

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