Você está na página 1de 16

Ser professor de

escolas "diferentes":
algumas reflexões a partir das representações
de professores sobre o trabalho e a profissão
Be a teacher of "different" schools: some reflections from the
representations of teachers about work and profession
Joaquim Pintassilgo
Mayra Mugnaini
Innovation is not possible without people

NÃO SE FAZ
INOVAÇÃO
SEM PESSOAS
O que é a inovação em educação?
What is innovation in education?

Inovar x Inventar
APROPRIAR
Innovate x Invent
APPROPRIATION
"OS PROFESSORES NÃO ESTÃO SEMPRE A INVENTAR
(Carbonell Sebarroja, 2015)
O SEU ENSINO, MAS PODEM E DEVEM INOVAR.
O QUE SE BUSCA É UM IDEAL DE COERÊNCIA"
"TEACHERS ARE NOT ALWAYS INVENTING THEIR
TEACHING, BUT THEY CAN AND SHOULD INNOVATE.
WHAT IS SOUGHT IS AN IDEAL OF COHERENCE"
(Pintassilgo, 2018, p.60)
"bottom-up"
from the initiative of
schools and teachers
(Correia, 1989) "OS PROFESSORES NÃO ESTÃO SEMPRE A INVENTAR
O SEU ENSINO, MAS PODEM E DEVEM INOVAR.
O QUE SE BUSCA É UM IDEAL DE COERÊNCIA"
"TEACHERS ARE NOT ALWAYS INVENTING THEIR
TEACHING, BUT THEY CAN AND SHOULD INNOVATE.
WHAT IS SOUGHT IS AN IDEAL OF COHERENCE"
Solar Powered Floating School - Bangladesh
"as práticas inovadoras
não são dissociáveis
do seu contexto"

Wooranna Park Primary School - Austrália


"the innovational practices
is not dissociable
from their context"
PERRENOUD, 2002, p.90
Cooperativa A Torre
physical-motor exp
03
pre-school
06
dramatic exp

1970
02

music
03
1st grade

Pré-Escola, 03

1º e 2º Ciclos english
02
2nd grade
philosophy 02
01

Pre-school to 3nd grade

6th grade 5nd + 6nd grade


06
03
Innovation is not possible without people

Fonte: https://atorre.pt/galeria-de-fotografias/
"EVENTUALMENTE, A PRÓPRIA LÓGICA DE ORGANIZAÇÃO COOPERATIVA
E DE TRABALHO COOPERATIVO TALVEZ TENHA O SEU

QUÊ DE UTOPIA
MAS CONSIDERO QUE É UMA UTOPIA REALIZÁVEL E, PORTANTO, CONTINUO A ACHAR QUE VALE A
PENA BATERMOS POR ELA. [...] UMA VEZ UMA PROFESSORA ME FEZ UMA PERGUNTA: " QUAL A
DIFERENÇA ENTRE A COOPERAÇÃO E O TRABALHO COOPERATIVO?". HÁ UMA DIFERENÇA:

COOPERAR É FAZER UMA OBRA EM


CONJUNTO"
"EVENTUALLY, THE OWN LOGIC OF COOPERATIVE ORGANIZATION AND COOPERATIVE WORK MAY HAVE ITS UTOPIA QUESTION.
BUT I CONSIDER THAT IT IS A REALIZABLE UTOPIA AND, THEREFORE, I CONTINUOUSLY THINK IT IS WORTH IT BEING FOR IT. [...]
ONCE A TEACHER ASKED ME A QUESTION: "WHAT IS THE DIFFERENCE BETWEEN COOPERATION AND COOPERATIVE WORK?".
THERE IS A DIFFERENCE: TO COOPERATE IS TO DO A WORK TOGETHER"
Quem são os entrevistados...
Who are the interviewees?
49 years 30 years
24 teacher Prof.2ºCiclo Prof.1º Ciclo 05 teacher
24 Torre 20% 20% 03 Torre
1st Cycle Msc Pre-School Education
2nd Cycle (math+science) and 1st cycle (1st-4nd grade)

58 years 37 years
31 teacher 11 teacher
04 Torre Prof.2ºCiclo Prof.1ºCiclo 05 Torre
Philosophy 20% 20% Basic Education e 1st Cycle
History + Portuguese Psychomotor Rehabilitation
Msc in Education

56 years Diretor Pedagógico


20%
25 Torre
Literature . Anthropology
Msc in Education
Sobre a formação...
About training...

“Muito sinceramente...Eu acho que aquilo que a faculdade nos dá é uma cultura
muito livresca [..] Muitas vezes, os professores não passaram pela prática [...]
Essa foi a maior conclusão que eu tirei acerca dos quatro anos que eu
passei na Escola Superior de Educação”

"De facto, acho que a mais valia de todo o curso para mim
foi, sem dúvida, a parte prática"

“As disciplinas a nível teórico, não senti que acrescentaram “Honestly... I think what gives us a
muito, mas eu tinha estágio desde o 1° ano e isso foi uma lot is a bookish culture [..] teachers
do not experience much this practice
diferença muito grande para mim“ [...] That was the biggest conclusion
I drew about the four years I spent at
the Escola Superior de Educação”
PERTENCIMENTO PROFESSIONAL LIFE CYCLE
CICLO DE VIDA PROFISSIONAL

DESCOBERTA SOBREVIVÊNCIA
"É particularmente arriscado integrar DISCOVERY
1-3
SURVIVAL
num mesmo grupo indivíduos que
parecem partilhar traços em comum, ESTABILIZAÇÃO
4-6
EMANCIPAÇÃOE
STABILIZATION EMANCIPATION
mas cujos antecedentes ou meios
sociais são diferentes". DIVERSIFICAÇÃO ROTINA
7-25
DIVERSIFICATION ROUTINE

"It is particularly risky to integrate a same SERENIDADE DIST.AFECTIVO


group individuals who seem to share 25-35
SERENITY AFFECTIVE DIST.
common traits, but whose antecedents or
social backgrounds are different." CONSERVANTISMO
30-40
CONSERVATISM
Huberman, 1992, p.54
DESINVESTIMENTO
35-40
(DES)INVESTIMENT
Sobre a cultura de grupo...
About group culture...

"O que eu percebi é que muitas coisas que se faziam aqui, que se
trabalhavam aqui, para mim não eram inteiramente novas, porque eu
fazia isso, ainda que em escolas com outras características.
Portanto, o que eu senti é que quando cheguei aqui eu me enquadrava"

"É um gosto fazer parte desta instituição, porque é efetivamente


um orgulho fazer parte de uma escola que não é somente teórica,
tudo aquilo que está escrito no nosso site nós fazemos na prática
"It is a pleasure to be part of this
institution, because it is effectively a e acho que esse é o maior orgulho. Depois, é um orgulho
pride to be part of a school that is not trabalharmos numa escola em que não aplica o mesmo que as
only theoretical, everything that is written
on our website we do in practice and I
outras, nós construímos as coisas consoante os alunos"
think that is the greatest pride.
Sobre as crianças estudantes...
About the students...

"Porque ser professor, na minha opinião, não é para aquelas crianças que
aprendem facilmente. Isto não é ser professor, é ser orientador [...].
Ser professor é para aqueles miúdos que precisam de nós, criarem raízes,
bases. Isso que eu fui procurar."

"Looking at the child as a "Esta escola permite, não só que todas as pessoas que trabalham sejam o
complete being, as que elas são, mas permite também que as crianças sejam o que elas
complete as possible. querem ser e que cresçam da forma que elas queiram ser"

"O olhar para a criança como um ser completo, o mais completo possível. A parte disciplinar é
importante, mas deixar de olhar para a criança como um todo eu não consigo [...]
Mesmo sendo todos muito diferentes, esta questão da parte afetiva e uma crença inabalável
no miúdo, eu tenho que confiar que ele é capaz [...] Como faço isso? Sem desmotivar".
EDUCATIONAL
CHANGE DO AND

DEPENDS ON
WHAT TEACHERS THINK
Fullan & Stiegelbaner (1992, p.117) - Sarason
Bolívar, A. (2003). Como melhorar as escolas: Estratégias e dinâmicas de melhorias de práticas educativas. Porto: Edições ASA.

Correia, J. A. (1989). Inovação pedagógica e formação de professores. Porto: Edições ASA.

Cros, F. (2017). Innovation et société: Le cas de l’école. London: ISTE Editions.

Fullan, M., & Stiegelbaner, S. (1992). The new meaning of educational change. New York/London: Teachers College Press/Cassell.

Pintassilgo, J. (2019). Um olhar histórico sobre escolas diferentes: Perspetivas teóricas e metodológicas. In J. Pintassilgo & L. A. M. Alves
(Coord.). Roteiros da inovação pedagógica: Escolas e experiências de referência em Portugal no século XX (pp. 7-32). Lisboa: Instituto de
Educação, Universidade de Lisboa.

Pintassilgo, J., & De Andrade, A. N. (2018). O papel do jornal e das memórias dos alunos na construção da identidade de uma escola
diferente: A Torre. Foro de Educación, 16(25), 9-26. doi: http://dx.doi.org/10.14516/fde.662

Pintassilgo, J., & De Andrade, A.N. (2019). Different schools as <<places of memory>>: the case of Cooperativa A Torre (1970-present days).
History of Education & Children's Literature, XIV, 1, pp.73-90.

Tyack, D. & Cuban, L. (1998). Tinkering toward utopia: A century of public school reform. Cambridge: Harvard University Press.

HUBERMAN, M. (1992). O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.) Vidas de professores. Lisboa: Porto Editora, p. 31-
61.
Obrigada!
Thank you!
E-mail
japintassilgo@ie.ulisboa.pt

mayramugnaini@campus.ul.pt

Você também pode gostar