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Freinet:
– Experiência concreta vivida
É a forma por mim concebida
Descobertas lá fora procuro
Pra dentro voltar como escrita
Steiner:
– Amigo Freinet, não se esqueça:
Em cada passo que dê
Lá dentro, lá fora, a beleza
De mim e do outro se vê
Freinet:
– Amigo Steiner, veja bem
Lá fora tem belezas e bondade
Mas também tem gente, feiras e trem
E um mundo da materialidade
Steiner:
– Vejo, sim, um mundo material
Mas a experiência também é suprassensorial,
Deixamos as crianças experimentarem
No espaço social o ser individual
Freinet:
– Já que falamos de saberes, tempos e espaços,
Querido Steiner, quer olhe contar
Minhas aulas são passeios
Para a cultura do cotidiano experimentar
Steiner:
– Meu caro Freinet, quero lhe dizer
O mundo das infâncias é estético e poético
Experimentar na natureza é o que devemos fazer
Para a corporeidade no 1º setênio desenvolver
Freinet:
– Caro Steiner, quero acrescentar
Olhar para a natureza e experimentar
Utilizando o que há de moderno
Para na sala de aula criar e registrar
Steiner:
– Amigo Freinet, continuo a lhe falar:
No segundo setênio é que vamos escrever
A representação mental é para vivenciar
O conhecimento se dá no sentir e na arte de educar
Freinet:
– Amigo Steiner, eu sou base da nova escola
Onde as crianças é que falam e escolhem os temas
Agindo e interagindo com as professoras
Não esperam trocar os dentes para serem autoras
Steiner:
– Querido Freinet, digo de coração
Que no terceiro setênio é o tempo do pensamento
Em cada ritmo a contração e a expansão
Nessa fase a consciência está em movimento
Freinet:
– Gosto da sua proposta, mas te conto uma novidade:
Respeito as crianças e suas individualidades,
Minha educação acontece através do trabalho,
Emancipação é a partir do desenvolvimento de habilidades
Steiner:
– Meu querido Freinet, preciso te confessar:
Na minha escola não tem livros didáticos
Mas tem tempo para escrever, cantar, bordar e respirar
E as crianças têm liberdade para brincar
Freinet:
– Te digo, Steiner, vejo bem seu lado:
Crianças devem produzir a sua própria cartilha,
Pois livro didático é algo arcaico e engessado
O que acontece no dia registra-se na imprensa escrita
Steiner:
– Veja bem, Freinet, gostei da sua ideia,
Pois essa pedagogia tradicional é rígida,
Resquício da Segunda Guerra Mundial,
De uma educação tarefista separada da vida
Freinet:
– Grande Steiner, concordo com você,
Brincar faz parte da vida da criança,
Na escola elas devem brincar e aprender
Sem levar tarefas para o mundo da infância
Steiner:
– Veja bem, Freinet, digo com confiança:
Preparar o nosso ecossistema interno
Para estar pleno diante de uma criança
Se faz com autoeducação do ser humano
Freinet:
– Meu querido, gosto da sua visão,
Pois educação se faz com motivação,
Utilizo a acuidade científica e a técnica,
Mas também a afetividade e a cooperação
Nós:
– Peraí, meu povo europeu!!
No Brasil não foi bem assim que se deu
Tem Tupi, Caiapó, Pataxó, Guimarães
Culturas são todas irmãs
Freinet:
– Verdade… verdade, camarada
Sem Paulo Freire nesse diálogo
Não há compreensão para os vários Brasis,
Pedagogias e encruzilhadas
Steiner:
– Sinto grande satisfação
De conhecer-te, amigo Freire,
Me diga, grande patrono da Educação:
No Brasil, como se dá o diálogo de saberes?
Paulo Freire:
– Meus caros, agradecido pelo convite,
Começo dizendo que
Não há saber mais
Ou saber menos
Há saberes diferentes.
– Da ingenuidade à crítica,
A leitura do mundo é no espaço da comunidade
A metodologia é o círculo de cultura que
Questiona: "Qual a intencionalidade?"
Agradável Útil Motivador Inovador Preocupante
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