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D.

Ambiental
Data: 21/07/2011
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Assuntos tratados:
1º Horário.
 Licenciamento Ambiental / Natureza Jurídica / Licença vs. Autorização / Atos do
licenciamento Ambiental / LP (Licença-Prévia) / Estudos Ambientais / LI
(Licença-Instalação) / LO (Licença-Operação) / Natureza da Licença / Prazos

2º Horário.
 Atribuição para o Licenciamento / Duplo Licenciamento / Crimes Ambientais /
Diferenças entre a legislação ambiental (Lei 9.605/98) e a legislação comum (CP
ou Juizado) / Dosimetria da Pena / Circunstâncias Atenuantes e Agravantes

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Os principais autores sobre o assunto são Paulo de Bessa Antunes e Paulo


Affonso Leme Machado, porém eles divergem bastante.
São relevantes a Resolução 237/97 do CONAMA que trata do licenciamento
ambiental, assim como a Resolução 01/86, que tratam dos estudos ambientais.

1. Natureza Jurídica
O licenciamento está definido no art. 1º, I da Resolução 237, ele tem natureza
de procedimento administrativo, porque na verdade se trata de um conjunto de atos
administrativos concatenados para o fim de obter licença.
Resolução 237, Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes
definições:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais ,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais
e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

O fundamento do licenciamento ambiental é o poder da polícia ambiental. O


art. 144 da CRFB trata do poder de polícia normal, civil, militar, etc. Já, no direito

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ambiental, quem tem esse poder fiscalizatório são os órgãos integrantes do SISNAMA.
Estes órgãos estão definidos no art. 6º da Lei 6.928/81:
CRFB, Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Lei 6.928/81, Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito


Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental,
constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o
Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada
pela Lei nº 8.028, de 1990)

II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial
à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da
República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar,
como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão
federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
(Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela


execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804,
de 1989)

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VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo


controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído
pela Lei nº 7.804, de 1989)

§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição,


elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o
meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais,
também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo
deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação,
quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a
criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA. (Redação
dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

São órgãos do SISNAMA:


a. Superior  Conselho de Governo: é integrado ao Ministério do Meio
Ambiente, que faz a assessoria ao Presidente da República quanto à matéria
ambiental.
b. Consultivo e Deliberativo  Conselho Nacional do Meio ambiente
(CONAMA): é ele que exala normas, resoluções, aas quais tem as características da
generalidade e abstração.
c. Central  Secretaria do Meio Ambiente.
d. Executor  IBAMA, que não é órgão, mas uma entidade, ou seja, pessoa
jurídica, especificamente uma autarquia federal.
Obs: A Lei 9.985/00 fala do Sistema Nacional das Unidades de Conservação e
criou o Instituto Chico Mendes, permitindo que fiscalizasse a atividade em unidades de
Conservação, não sendo o IBAMA o único órgão executor.
e. Seccional (estadual)  INEA (Instituto Estadual Ambiental).
f. Local (municipal)  SMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente).
Quem faz o licenciamento ambiental são esses órgãos integrantes do SISNAMA.
A Lei 6.938/81 fala da política nacional do meio ambiente, sendo que os órgãos
supracitados são os responsáveis por isso.
Em âmbito estadual se tem o INEA, no municipal a SMMA e no federal o
IBAMA.

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Paulo de Bessa Antunes tem uma posição muito particular sobre a natureza
jurídica do licenciamento ambiental. Ele concorda com Édis Milaré ao falar que tal
deve ocorrer em consonância com o art. 5º, LIV da CRFB, ou seja, que a pessoa só pode
sofrer restrições com o devido processo legal. O art. 170 da CRFB traz o princípio da
livre iniciativa, que é a liberdade que o particular tem para obtenção de lucro. O que
Paulo de Bessa Antunes faz é permear os arts. 170 e 5º, LIV, indicando o atr. 225 da
CRFB. Para ele, só se pode condicionar a obtenção de lucro do empresário através do
devido processo legal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;


VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos
casos previstos em lei.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder

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Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e


futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
(Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente; (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

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Por isso, para eles, o licenciamento ambiental tem natureza de processo


administrativo. O empresário deve ter garantias próprias de um processo
administrativo, como ao contraditório, à ampla defesa, à publicidade. No processo
administrativo, há possibilidade de limitação dos direitos fundamentais.
Se o licenciamento ambiental é um conjunto de licenças, então se deve analisar
a natureza jurídica da licença ambiental.
Deve-se conferir a diferença entre licença e autorização. Paulo de Bessa
Antunes entende que licença é licença; e para Paulo Afonso Leme Machado, licença é
autorização.

Licença vs. Autorização


a. Concessão  natureza jurídica de contrato administrativo, por meio da
qual se fez uma delegação, com todas as garantias próprias das cláusulas exorbitantes.
A regra é a Lei 8.987/98.
b. Licença  natureza jurídica de ato administrativo.
c. Permissão  natureza jurídica de ato administrativo.
Tem-se a permissão de uso de bem público e a permissão de um serviço
público, então a doutrina mais abalizada costuma falar que a última é um contrato e a
primeira é um ato.
d. Autorização  natureza jurídica de ato administrativo.
Tem-se a autorização de uso de bem público e a autorização de serviço público,
sendo que a maioria da doutrina só costuma entender pela existência da primeira,
entendendo que a autorização de serviço público não existe. Isso porque, a
autorização se direciona ao interesse privado, como no caso de autorização para porte
de arma.
A diferença de licença para autorização deve ser levantada. Licença é ato
vinculado, já autorização é ato discricionário. O ato vinculado é tido como ato estável,
o que gera para o particular um direito subjetivo e cabe perdas e danos. O ato
discricionário é precário, por isso não gera direito subjetivo nem perdas e danos. Além
disso, a licença é ato declaratório. A autorização é ato constitutivo, por meio dela
altera-se a relação jurídica entre o particular e o Estado.
A licença, que é ato vinculado, não poder ser revogado, não havendo mérito, de
modo que aquele que preenche aqueles requisitos legais tem direito à licença. A
autorização, ato discricionário, pode ser revogada, porque há análise do mérito
administrativo. Mérito é a análise da conveniência e oportunidade.
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Resumidamente:

Licença Autorização

Ato vinculado Ato discricionário

Estável Precário

Direito Subjetivo Não tem direito subjetivo

Perdas e Danos Não perdas e danos

Declaratório Constitutivo

Não pode ser revogado Pode ser revogado

Não é mérito Há mérito (conveniência e


oportunidade)

Veremos adiante que a licença ora possui a natureza de licença e ora de


autorização.

2. Atos do licenciamento Ambiental


O licenciamento ambiental é um conjunto de atos (arts. 8º e 18 da Resolução
237), que pode ser dividido em três licenças:
Resolução 237, Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de
controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando
a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.

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Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou


sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade.
Resolução 237, Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de
validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento,
levando em consideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos
relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco)
anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o
estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade,
não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos
de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10
(dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de
validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos
estabelecidos nos incisos I e II
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade
específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades
que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou
modificação em prazos inferiores.
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão
motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do
desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência
anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente.

Veremos que atos são esses:


2.1. LP (Licença-Prévia)
A LP atesta a viabilidade do projeto, ela basicamente atesta a localização do
empreendimento e exige as condicionantes (requisitos exigidos para que se tenha o
licenciamento ambiental).
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Por isso que agora se deve fazer a análise dos Estudos Ambientais.

Estudos Ambientais
O art. 225 §1º, IV da CRFB exige que se façam os estudos ambientais, vale
observar que o licenciamento ambiental e os estudos ambientais devem ser públicos
(art. 93, IX e X da CRFB).
Art. 225, § 1º, CRFB - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

EIA e RIMA existem simultaneamente. O EIA se trata de Estudo de Impacto


Ambiental e RIMA do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, que tratam da mesma
coisa. Porém, o EIA é estudo aprofundado, completo, que exaure a matéria. Já, no
RIMA é um resumo. No EIA a linguagem é técnica e no RIMA a linguagem é acessível,
porque enquanto o EIA é direcionado para a Administração Pública, o RIMA é dirigido
para a sociedade.
O cidadão pode controlar uma atividade poluidora por Ação Popular, daí a
necessidade do resumo (RIMA).
O EIA é direcionado para a Administração Pública, para que possa exercer seu
poder de polícia. O custo dos estudos ambientais é do empreendedor, sendo claro o
estudo estará tendente para os seus interesses. Assim, o que o Poder Público faz é a
homologação desses estudos ambientais, primeiro ato do poder de polícia. A
homologação nada mais é que análise da conveniência e legalidade do ato, sendo ato
discricionário.

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O art. 225 §1º, IV vem regulamentado pela Resolução 01/86. Isso é


amplamente criticado, pois a Constituição fala em lei e resolução está abaixo da lei.
Aqui se usa daquele mesmo raciocínio do Direito Econômico quanto às resoluções das
agências reguladoras, fala-se em discricionariedade política e outra discricionariedade
técnica.
O Poder Público é discricionário, podendo ou não haver a homologação.

2.2. LI (Licença-Instalação)
Depois que o projeto é considerado viável, concede-se a LI. Com a LI, permite-
se o início das obras de implantação do projeto.
Aqui há uma controvérsia entre Paulo de Bessa Antunes e Paulo Affonso Leme
Machado.
Paulo Affonso Leme Machado diz que a constituição trata do EPIA (estudo
prévio de impacto ambiental), então o EPIA, se o estudo é prévio, antes de se fazer a
LP, dever-se-ia fazer os estudos ambientais; e no EIA deve-se fazer o projeto. E a LP
homologaria o projeto básico. No projeto básico contarão as fases da obra e a
localização.
Paulo de Bessa Antunes discorda, entendendo que na LP se vai analisar a
viabilidade do projeto. A LP exige condicionantes, que devem ser demonstradas no
EIA. Para ele, pode-se protocolar pedido de LP sem estudo de impacto ambiental. As
condicionantes vão depender de local para local, caso tenha que se mexer em recursos
minerais, hídricos, etc. Posteriormente, já havendo as condicionantes, deve-se fazer
estudo ambiental que responda a todas essas condicionantes. Posteriormente, com o
preenchimento das condicionantes, o Poder Público daria a LI, quando já se podem
fazer as obras de instalação.
As obras de instalação devem observar todas as fases do projeto.

2.3. LO (Licença-Operação)
Com a LO, há início das atividades produtivas.

3. Natureza da Licença
O Poder Público pode modificar, suspender ou cancelar uma licença, podendo-
se alterar as condicionantes.

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É cediço que, no Direito Administrativo, exige-se para o ato administrativo,


competência (conjunto de atribuições), finalidade (interesse público), forma (meio de
exteriorização do ato), motivo (razões que levam o Administrador a fazer o ato) e
objeto (alteração que o ato se propõe a fazer).
Para a doutrina, o desfazimento do ato administrativo pode ser por: perda do
objeto, anulação, revogação, caducidade e cassação. Interessa-nos agora falar de
anulação e revogação, sendo que o ato será anulado quando ocorre uma ilegalidade e
será revogado quando houver reavaliação do mérito.
Se a licença for ilegal, anula-se, do mesmo modo que se dá com a autorização.
Porém, a licença não pode ser revogada e a autorização pode.
O problema é que o art. 19 fala em adequação, suspenção e cancelamento,
devendo-se desvendar o que a Resolução quis dizer.
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a
expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

O inciso I fala em violação das condicionantes ou normas legais, falando-se,


portanto, em ilegalidade. Por isso, o ato deve ser anulado. Pode-se anular tanto a
licença como a autorização.
O inciso II fala em omissão ou falsa descrição, falando-se em ilegalidade,
hipótese de anulação. Pode-se tanto anular a licença como a autorização, por isso aqui
também não se tem maiores problemas.
O problema está no inciso III, em que se fala em superveniência de graves
riscos ao meio ambiente ou à saúde. Houve um fato posterior, então se tem que
avaliar o mérito. A doutrina uníssona fala que o caso é de revogação de licença,
porque não se enquadra em nenhuma das outras hipóteses de cancelamento do ato.
Daí surge o problema.
Paulo Affonso Leme Machado fala que o art. 19 fala em revogação, então a
licença operação não é licença, mas autorização, devendo-se chamar AO (Autorização
Operação) e não LO.
Porém, Paulo de Bessa Antunes entende que se trata de licença especial,
diferenciada, que tem características específicas. Isso porque só no direito ambiental
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
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vigora o princípio da prevenção, tendo em vista que o dano ao meio ambiente pode
ser irreversível.
Mas, Paulo Affonso Leme Machado entende que o regulamento deve ser feito
por lei e quem o faz é a resolução, havendo outro equívoco.

4. Prazos
O art. 18 da Resolução 237 fala dos prazos:
a. LP  até 5 anos.
b. LI  até 6 anos.
c. LO  4 a 10 anos.
O prazo da LO é variável porque irá observar o valor do investimento feito pelo
empresário, bem como as peculiaridades de cada projeto.
O art. 9º da Resolução 237 traz as licenças ambientais específicas, exigíveis
quando o CONAMA entender que se trata de atividade específica. É o caso, por
exemplo, dos postos de gasolina, em que o perigo está no subsolo, utiliza-se
substância inflamável e se instala próximo aos centros urbanos.
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas,
observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou
empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com
as etapas de planejamento, implantação e operação.

O art. 12 § 1º traz o procedimento simplificado.


§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e
empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser
aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.

O art. 18 §4º fala na renovação da licença operação, aquela que tem prazo de 4
a 10 anos. Para observar o princípio da livre iniciativa e da liberdade de empresa,
pode-se protocolar o pedido de renovação 120 dias antes da expiração. Se a decisão
administrativa demorar para ser proferida, pode-se desenvolver a atividade, cabendo
inclusive recurso.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente

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Ex: Aquele que obteve prazo da LO de 8 anos no passado, pode ter na


renovação um prazo distinto, afinal as condicionantes se alteram ao longo do tempo.
Por exemplo, se em 2003 poluir 3% era pouco, hoje em dia é considerado muito,
podendo-se exigir inclusive que se coloque um filtro na chaminé.
É o mesmo caso em que o Estado passou a exigir que supermercados forneçam
sacolas biodegradáveis. Mas, para tal, o Estado deve conceder prazo necessário para
que a empresa se adeque, de modo a não prejudicar o desenvolvimento da atividade.

2º Horário

5. Atribuição para o Licenciamento


O art. 23, parágrafo único da CRFB fala que as normas de cooperação dos entes
públicos devem ser estabelecidas por lei complementar. O art. 23 trata da
competência comum administrativa, caso em que União, Estados, DF e Municípios
devem cooperar entre si para proteger o meio ambiente. O problema é que essa lei
complementar não existe, existe apenas a Resolução.
CRFB, Art.23. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

O critério utilizado para estabelecer a atribuição é o impacto ambiental, tendo


por fundamentos o art. 10 da Lei 6.938/81, bem como o art. 5º da Resolução 237. Pela
Lei 6.938/81, o licenciamento ambiental é atividade estadual, sendo que no RJ se dá
pelo INEA; supletivamente se dá por órgão federal (IBAMA). Observa-se que a Lei
6.938/81, não dá essa atribuição ao município.
Lei 6.938/81, Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados
efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão
estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças
exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades:

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I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de


conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de
15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas
federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou
mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento
legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o
licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido
pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos
competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
envolvidos no procedimento de licenciamento.

Em regra, cabe ao órgão estadual. Porém, o art. 4º da Resolução diz que cabe,
excepcionalmente, à União (IBAMA) licenciar quando tiver significativo impacto
ambiental:
a. Licenciamento ambiental em bases militares, pois envolve segurança
nacional;
b. Licenciamento em terras indígenas;
c. Atividades nucleares;
d. Atividades entre dois ou mais países;
e. Atividade potencialmente poluidora, cujo impacto ambiental gere
consequências em mais de um Estado;
f. licenciamento feito em plataforma continental;
g. Mar territorial;
h. Zona econômica exclusiva;
i. Exploração de recursos minerais
j. Exploração de recursos hídricos
Nesse sentido:
Resolução 237, Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o

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licenciamento ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de


agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto
ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no
mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras
indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou
de um ou mais Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear
em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional
de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação
específica.
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o
exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em
que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o
parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos
Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de
âmbito regional, uniformizando, quando possível, as exigências.

Pode-se ainda ter outros casos em que se faz necessário o licenciamento pela
União que não esses estejam elencados na resolução, como no caso dos postos de
gasolina.
No art. 6º da Resolução 237, trata-se do licenciamento pelo município. Tal se dá
quando o impacto for local.
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes
da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e
daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

Paulo Affonso Leme Machado fala que, com base no art. 23 da CRFB, as normas
de cooperação ente União, estados, DF e município devem ocorrer através de lei
complementar. Ele entende que o art. 10 da Lei 6.938 teve aquela recepção
qualificada, ou seja, que a lei, embora tivesse natureza de lei ordinária, foi
recepcionada com status de lei complementar. Diante disso, o autor entende que os

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municípios não devem efetuar licenciamento ambiental, sendo que o art. 6º da


Resolução é ilegal.
Paulo de Bessa Antunes entende de modo diverso, que o fundamento para o
licenciamento ambiental não é o art.23, parágrafo único, da CRFB, por não se tratar de
norma de cooperação. Para ele, tal deve ter fundamento no caput do art. 23, que fala
de norma administrativa. Nesse sentido, o fundamento da Resolução não está na lei,
está na CRFB e todos os entes têm poder da polícia ambiental. O art. 23 deu
competência administrativa comum aos municípios para fiscalizar o meio ambiente,
então, consequentemente o ente tem atribuição de fiscalizar. Assim, para esse autor, o
art. 6º da Resolução é legal.

Duplo Licenciamento
A princípio, não é possível que, para uma mesma atividade potencialmente
poluidora, seja exigido o licenciamento tanto pela União quanto pelos estados e
municípios, afinal o art. 7º da Resolução fala em apenas uma esfera, à União compete
o significativo impacto, município o de interesse local e a regra é do estado.
Paulo Affonso Leme Machado entende que só um órgão ambiental deve
licenciar, isso conforme o impacto ambiental.
Porém, o STJ já admitiu a possibilidade do duplo licenciamento. No caso, se
tratava de atividade de impacto ambiental que extrapolava os limites de um estado,
mas não se enquadrava naquelas hipóteses de impacto significativo de atribuição da
União. Além disso, havia possibilidade de consequências para as terras indígenas,
embora não se desse precisamente em terras indígenas. Assim, a princípio, caberia ao
estado licenciar. O STJ entendeu que tanto o estado como a União deveriam licenciar,
fundamentando isso no princípio da cautela, representativo do princípio da prevenção
e da precaução.
O que não pode é o triplo licenciamento, ou seja, não se pode exigir que
também o município licencie o que geraria cerceamento à livre iniciativa.

CRIMES AMBIENTAIS

Os crimes ambientais vêm regulamentados pela Lei 9.605/98.

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Já falamos em aula que os crimes ambientais podem ser realizados tanto por
pessoa física como jurídica, sendo que o fundamento está no art. 225 §3º da CRFB.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Para isso, deve haver litisconsórcio passivo necessário, denúncia geral (é aquela
que se define o fato, mas só individualiza a conduta das pessoas ao longo do processo,
não cabendo a denúncia genérica), dupla imputação (pelo mesmo fato respondem PJ e
PF, não havendo concurso de pessoas), configurando denúncia abusiva colocar todos
os que estão no contrato social (deve-se definir na denúncia que a PF tem poder de
gestão).
A Súmula 91 do STJ está cancelada, porque dizia que qualquer crime contra a
fauna seria de competência da Justiça Federal. Deve-se verificar se há ofensa a bem
jurídico tutelado de âmbito federal (art. 109, IV da CRFB) ou não, pois só assim a
competência será da Justiça Federal, até porque a competência federal não é a regra,
mas exceção.
Súmula 91 do STJ Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes
praticados contra a fauna.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral;

O STJ já falou que qualquer crime realizado numa unidade de conservação


criada e conservada pela União, não há dúvida que a competência é da Justiça Federal.
O critério aqui será ratione loci.
Outra regra é do art. 26, pelo qual todos os crimes têm ação penal pública
incondicionada, porque por ela se visa proteger direito difuso, de modo que quem se
mostra legitimado para tanto é o MP.

1. Diferenças entre a legislação ambiental (Lei 9.605/98) e a legislação comum


(CP ou Juizado).

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O art. 7, inciso I da Lei 9.605/98 diz que cabe substituição de pena quando a
pena for inferior a 4 anos. Porém, o CP fala que cabe quando a pena não for superior a
4 anos (art. 44, I do CP).
Lei 9.605/98, Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior
a quatro anos;
CP, Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Critica-se muito essa disparidade. Por exemplo, se a pena máxima for de 1 a 4


anos, na legislação comum, cabe substituição de pena; porém, na legislação ambiental,
não cabe a substituição, porque tal não é inferior a 4 anos.
O art. 16 da Lei 9.605/98 traz a suspensão condicional da pena (SURSIS), sendo
que se mostra cabível nos crimes com pena não superior a 3 anos. Já, no art. 77 do CP,
cabe quando a pena não for superior a 2 anos.
Lei 9.605/98, Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da
pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade
não superior a três anos.
CP, Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Observa-se o equívoco do legislador. Em certos momentos a Lei 9.605/98 se


mostra mais benéfica e por outras é o CP.
Outro ponto diz respeito à transação penal, aplicada nos casos de crime de
menor potencial ofensivo.
Cabe transação penal para crimes ambientais e para crimes comuns de menor
potencial ofensivo (contravenções e crimes cuja pena máxima não seja superior a 2
anos).
Art. 27. L 9.605 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta
de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde
que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74
da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

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Art. 76, L 9.099 - Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal


pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.
A transação penal se dá através de proposta do MP, e essa proposta versará
sobre uma pena de multa ou restritiva de direitos.
Na transação penal para crimes ambientais se exigirá um laudo de constatação
da reparação de dano ambiental.
A quarta diferença diz respeito à suspensão condicional do processo (sursis
processual). Tal vem definido no art. 89 da Lei 9.099/95, sendo cabível para todos os
crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano. O juiz pode suspender o
processo, mas se essa suspensão é condicional, o indivíduo fica submetido ao período
de prova, em que se tem que respeitar as condições estabelecidas pelo juiz, por um
período de 2 a 4 anos.
Lei 9.099/95, Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

O art. 28 da Lei 9.605 diz que é possível a suspensão condicional do processo,


mas deve haver a reparação do dano.
Para crimes ambientais exige-se a reparação do dano. Pode ser que a reparação
do dano ainda não tenha se operado, pois ela se dará no curso do processo civil. O
prazo máximo da suspensão do processo será de 4 anos, acrescido de mais um ano,
logo o período será de 5 anos.
O prazo máximo que se pode suspender um processo de crimes ambientais é
de 10 anos.
Assim, há um processo civil de reparação de dano; o promotor ofereceu
denuncia contra a PJ e a PF; em relação a PF o juiz pode suspender o processo e, se
não houver laudo de reparação do dano, o juiz suspenderá o processo e o prazo
prescricional por 4 anos mais 1 (cinco anos). Passados cinco anos, o juiz faz novo laudo
de reparação do dano; se o dano houver sido sanado, extinguirá o processo, mas se
não houver ocorrido a reparação do dano; o juiz poderá suspender o processo por
mais 5 anos.
Passados 10 anos, se tiver ocorrido a reparação do dano, o juiz extingue o
processo, mas se não tiver ocorrido a reparação do dano, o juiz tem duas opções:
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a. Se o juiz perceber que a pessoa física fez todo o possível para reparar o dano,
o juiz extingue o processo;
b. Se o juiz perceber que a pessoa física não fez todo o possível para reparar o
dano, o juiz manda o processo para o MP oferecer denúncia.
Obs: Infração de menor potencial ofensivo é para crimes cuja pena máxima não
seja superior a 2 anos e caberá sursis processual quando a pena mínima não for
superior a 1 ano.
O legislador errou quando disse que “As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo
definidos nesta Lei”, pois para isso ocorrer ter-se-ia que ter um crime com pena
mínima de 1 e pena máxima de 2. Por isso que se entende que o crime não precisa ser
de menor potencial ofensivo para que se aplique o sursis processual.

2. Dosimetria da Pena
Outra diferença está definida no art. 6º da Lei 9.605.
Para que o juiz faça a dosimetria da pena, conforme art. 59 do CP, que trata das
circunstâncias judiciais, deve-se analisar a gravidade, o motivo e as consequências, o
que é igual tanto na Lei 9.605 como no CP.
Lei 9.605, Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade
competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de
interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
CP, Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de


pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A diferença está em que, no crime ambiental, se devem analisar as


consequências para a saúde pública e para o meio ambiente, o que representa uma
análise específica para os crimes ambientais.
Outra diferença está na análise dos antecedentes do infrator com relação ao
cumprimento da legislação ambiental apenas.
Por último, deve-se considerar a situação econômica do infrator e o prejuízo
causado ao meio ambiente no caso de multa, conforme art. 6º, III e art. 19.
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,
fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e
cálculo de multa.
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá
ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

O art. 8º trata de pessoa jurídica e o art. 22 de pessoa jurídica.


Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio
ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade
estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida,
ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos

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Tanto o art. 8º como o art. 22 trazem a prestação de serviço à comunidade,


interdição temporária de direitos e suspensão das atividades.
Porém, o inciso IV do art. 8º fala em prestação pecuniária, que se trata de
pagamento de dinheiro à vítima, o que é diferente da multa, que é paga ao Estado.
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima
ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz,
não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a
que for condenado o infrator.

O recolhimento domiciliar (Art. 8º, VI), evidentemente, só se aplica à pessoa


física.
A doutrina entende que pessoa jurídica e física podem ser punidas com multa.
O art. 8º, V, fala de proibição de contratação com o Poder Público para pessoa
física, o que também acontece com a pessoa jurídica (art. 22 §3º). O que se difere aqui
é o prazo. Se a pessoa praticou crime doloso, o prazo é de 5 anos. Porém, para pessoa
jurídica, o prazo é de até 10 anos.
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o
condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou
quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de
cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.
Art. 22, § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

3. Circunstâncias Atenuantes e Agravantes


Outra diferença é quanto às circunstâncias atenuantes do art. 14, são elas:
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental.
a. Baixo grau de instrução ou de escolaridade

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Data: 21/07/2011
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

b. Arrependimento do infrator manifestado pela espontânea, o que é


diferente da voluntária. Espontâneo deve partir do próprio réu, ele não pode ser
convencido.
Trata-se de diferença existente nos arts. 15 e 16 do CP. O que é espontâneo
tem que partir do próprio réu, o qual não pode ser convencido.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c. Comunicação prévia
d. Colaboração do réu com os agentes fiscais.
As circunstâncias agravantes estão previstas no art. 15 da Lei 9.605.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o
meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do
Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

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m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;


n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

A reincidência no CP é daquele que foi condenado com trânsito em cometeu


novo crime; já no crime ambiental a reincidência é somente aquela específica, em
crimes ambientais.
O inciso II fala de domingos e feriados, o que não se confunde com final de
semana.
Vale observar que o art. 163 do CP, que fala do crime de dano, só é possível na
hipótese dolosa. Porém existe uma exceção, que é o art. 62, parágrafo único, da Lei
9.605, havendo a possibilidade de dano culposo na legislação ambiental.
CP, Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Lei 9.605, Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou
similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, sem prejuízo da multa.
Por fim, o art. 41, que trata do crime de incêndio, constante também no art.
250 do CP. O CP fala que é crime praticar incêndio em mata, floresta, lavoura e
pastagem. O art. 41 da Lei 9.605 fala apenas em mate e floresta.
Os artigos coexistem, sendo que se deve aplicar a Lei 9.605 quando praticado
em mata ou floresta, mas será do CP se cometido e lavoura ou pastagem. A lei
ambiental prevê pena de 2 a 4 anos, enquanto o CP traz a de 4 a 8 anos. Além disso, o
bem jurídico na Lei 9.605 é o meio ambiente, não sendo necessário que gere perigo a
terceiros; no CP é crime de perigo comum, devendo-se gerar perigo para terceiros.
Art. 250, § 1º, CP - As penas aumentam-se de um terço:
II - se o incêndio é:
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h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.


Art. 41, Lei 9.605 - Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a
um ano, e multa.

Observação: Rafael Oliveira fala no autolicenciamento, no caso em que o


próprio Poder Público desenvolve a atividade poluidora. Isso é uma falha do legislador,
por isso o autor entende que esse autolicenciamento deveria ser feito por Agências
Reguladoras, pessoa jurídica estatal que teria a autonomia suficiente para tal.

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