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Rede de Manejo

Florestal PROTOCOLO DE MEDIÇÕES


da Caatinga
DE PARCELAS PERMANENTES

Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Ministério do
Meio Ambiente
PROTOCOLO DE MEDIÇÕES
DE PARCELAS PERMANENTES

Organização
Comitê Técnico Científico
da Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Recife, PE
2005
Elaboração
Comitê Técnico Científico da Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Projeto Gráfico
José Luiz Vieira

Créditos
Fotos - Acervo da Rede de Manejo Florestal da Caatinga
João Vital Evangelista Souto
Figuras - Isabelle Meunier e Frank Silva

Colaboradores
Enrique Mário Riegelhaupt
Anette Maria de Araújo Leal
Equipe da Unidade de Apoio ao Programa Nacional de Florestas do Nordeste

Apoio
Ministério do Meio Ambiente - Governo Federal
Programa Nacional de Florestas

Comitê Técnico Científico da Rede de Manejo Florestal da Caatinga.

C733r

Rede de manejo florestal da Caatinga: protocolo de medições de parcelas


permanentes / Comitê Técnico Científico. - Recife: Associação Plantas do
Nordeste, 2005.

21 p.: Il.

ISBN: 85-89692-04-3

1. Florestas - Caatinga 2. Manejo Florestal II. Título

CDU - 581.5
CDU - 581.7
CCB/UFPE - 10
Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Sumário
Lista de abreviaturas 04
Apresentação 05
Introdução 07
1. Localização e marcação dos limites das parcelas 08
2. Tamanho e forma das parcelas e subparcelas 10
3. Critérios de inclusão 11
4. Dados a serem coletados e formas de obtenção 12
4.1. Nas parcelas 12
4.2. Nas subparcelas 19
5. Período e freqüência de medições 20
6. Fichas de campo 21
6.1. Das parcelas 21
6.2. Das subparcelas 21

ANEXOS
I. Lista de códigos para as espécies 22
II. Ilustração do dendrômetro 24
III. Ficha de campo 1 - Parcelas 25
IV. Ficha de campo 2 - Subparcelas de regeneração 26

Instituições Parceiras 27
Contatos 28

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Lista de abreviaturas
APNE Associação Plantas do Nordeste
CAP Circunferência na altura do peito
CNB Circunferência na base
DAP Diâmetro na altura do peito
DNB Diâmetro na base
EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação
GPS Global Positioning System
H Altura
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IPA Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
MMA Ministério do Meio Ambiente
PNF Programa Nacional de Florestas
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RMFC Rede de Manejo Florestal da Caatinga
SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da
Bahia
SFC Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de
Conservação
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Apresentação
A Rede de Manejo Florestal da Caatinga (RMFC) foi criada no âmbito do
Programa Nacional de Florestas (PNF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), por
meio de um convênio assinado com a Associação Plantas do Nordeste (APNE), em
dezembro de 2003. Esta iniciativa consolida um trabalho de mais de 15 anos na região
Nordeste realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) e outros parceiros - a exemplo da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) - com o apoio das Nações Unidas,
por intermédio da FAO e do PNUD.
Visando consolidar e ampliar a base técnico-científica através de
experimentação de práticas de manejo florestal na Caatinga, gerando informações
consistentes e sistematizadas e divulgando-as para os mais diferentes setores e atores
que trabalham em prol do desenvolvimento deste bioma, a Rede tem como uma de
suas principais características a cooperação interinstitucional. Sob a coordenação da
APNE, são parceiros, nessa iniciativa: a Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE), o IBAMA, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG - campus
de Patos/PB), a EMPARN, a Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA)
e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, por meio da
Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação da Bahia
(SEMARH/SFC), contando ainda com a participação da iniciativa privada (a exemplo
da Itapetinga S.A., propriedades privadas e assentamentos).
Por meio da articulação com outras instituições e iniciativas, da geração de
informação técnico-científica como subsídio para o manejo sustentável da Caatinga e
para a definição de políticas públicas específicas para o desenvolvimento do setor
florestal nordestino, da construção de um banco de dados e sistema de informação e da
publicação de documentos técnico-científicos, o MMA, no âmbito do PNF, estará
contribuindo efetivamente para o aumento da área florestal manejada e para o
desenvolvimento sustentável do Semi-árido brasileiro.

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Além disso, essa iniciativa contribui para a formação contínua de


profissionais da Engenharia Florestal no Nordeste, por meio da oferta de estágios, da
geração de informações atualizadas e contextualizadas e do estabelecimento de áreas
experimentais manejadas com efeito demonstrativo.
Neste Protocolo constam as diretrizes de medição das parcelas permanentes
para todas as áreas experimentais, já existentes e a serem instaladas, nas diferentes
tipologias da Caatinga, com o objetivo de padronizar procedimentos para coleta de
dados. O Protocolo permite que as informações e dados estatísticos gerados pelas
medições contenham rigor técnico-científico, evitando dúvidas e incertezas quanto à
experimentação, e alimentem um banco de dados específico sobre a prática do manejo
neste bioma.

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Introdução
Apesar de necessitarem de algum investimento e demandarem tempo e
esforço das equipes de campo para sua instalação e medição, as parcelas permanentes
constituem a mais importante ferramenta para estudos de manejo florestal e ecologia.
Com o objetivo de padronizar procedimentos para coleta de dados, o Comitê
Técnico-Científico da Rede de Manejo Florestal da Caatinga definiu um único
Protocolo de Medição de parcelas permanentes para todas as áreas avaliadas. Este
documento contém diretrizes que orientam quanto à área útil de medição, marcação e
identificação de parcelas, parâmetros a serem avaliados (circunferência na base,
circunferência à altura do peito, altura, sanidade, entre outros), além da época de
medição e técnicas de identificação de espécies.
A padronização nas medições permitirá a comparação do comportamento da
Caatinga em suas diferentes tipologias ao longo do tempo, no que diz respeito, entre
outros aspectos, ao crescimento, composição florística e regeneração, sob diferentes
tratamentos e para a obtenção de diferentes produtos.

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1 - Localização e marcação dos limites das parcelas


Cada parcela será georeferenciada com GPS (com datum SAD 69) num
vértice previamente definido. O sistema a ser utilizado na marcação das coordenadas
geográficas será UTM/UPS. Deverão ser colocados canos de PVC branco ou preto de
1,0m de comprimento, nos quatro vértices da parcela. Cada cano deverá ser fixado
permanentemente, introduzido em uma cova aberta que em seguida será firmemente
preenchida com solo local. Caso o solo não permita a escavação ou não dê a necessária
firmeza ao cano, deverá ser usado vergalhão de ferro (8 mm x 50cm) encravado no
chão (Figura 1). Alternativamente poderão ser utilizados piquetes baixos (0,50m) de
madeira resistente, cimento ou ferro.

01-01 01-01
RMFC RMFC

80cm
80cm

20cm 20cm

Figura 1- Possibilidades de afixação dos piquetes para identificação dos


vértices das parcelas permanentes.

No vértice georeferenciado definindo o início das medições será colocada


uma plaqueta de alumínio contendo os números da área experimental e da respectiva
parcela (Figura 2). Os limites das parcelas e das subparcelas, caso não haja pastoreio
na área, poderão ser demarcados com arame galvanizado número 18 estendido e preso
nos canos (Figura 3). Caso contrário, as árvores da parcela situadas no seu limite com
duvidosa decisão de considerar ou não, serão pintadas na primeira medição.

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01-01 RMFC

Figura 2 - Etiqueta de identificação das parcelas permanentes. Exemplo: o código 01-01


representa a área experimental 1, parcela 1 da Rede de Manejo Florestal da
Caatinga (RMFC)

Ponto de GPS

Figura 3 - Esquema da delimitação da parcela permanente com subparcelas em uma das


extremidades e limites definidos com arame.

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2 - Tamanho e forma das parcelas e subparcelas


As parcelas adotadas terão tamanho padrão de 20,0m x 20,0m. Nos locais
onde as parcelas originais tenham dimensões diferentes, a área útil de medição será
tomada no centro de cada parcela. As subparcelas para marcação individual das
árvores e avaliação da regeneração serão de 5,0m x 5,0m, demarcadas em uma das
extremidades da parcela, conforme Figura 4.

20m 40 m

5m

5m

20m
Figura 4 - Área útil da parcela permanente e localização da sub-parcela.

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3 - Critérios de inclusão
Serão consideradas árvores mensuráveis nas parcelas todos os fustes com
CAP > 6,0cm. Nas subparcelas, além das árvores mensuráveis que receberão plaqueta
de identificação, serão considerados os indivíduos da regeneração natural com altura
igual ou superior a 0,5m. Toda árvore cuja base do tronco esteja dentro da parcela será
incluída, mesmo que o fuste e a copa fiquem fora. Se o fuste e a copa estiverem dentro
da parcela, mas a base estiver fora, a árvore não será incluída.

Medição das parcelas

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4- Dados a serem coletados e formas de obtenção


4.1. Nas parcelas

Todas as árvores mensuráveis serão identificadas individualmente através de


uma plaqueta, conforme modelo na Figura 5. A numeração deverá ser iniciada na
subparcela e seguirá uma seqüência progressiva. Especificamente para as árvores nas
sub-parcelas, a numeração dos dendrômetros deverá seguir o procedimento definido
no item 4.2.

01

Figura 5 - Etiqueta de identificação das árvores nas parcelas permanentes, onde o código 01 se
refere à árvore 1.

Paralelamente, poderá ser desenhado um croqui de localização das árvores


dentro das parcelas, utilizando a metodologia de X e Y. Contudo, esse procedimento
não será obrigatório para todas as parcelas da RMFC, ficando a critério do responsável
pela medição ou do pesquisador a sua adoção. A elaboração desse croqui permitirá
estudos sobre a distribuição espacial e agregação de espécies, o que poderá ser feitos
em pesquisas específicas.

a) Espécies
A identificação das espécies será feita no campo por nome vulgar, coletando
sempre que possível, material botânico daquelas ainda não corretamente
identificadas, para identificação em herbário. O material deverá estar acompanhado
do nome vulgar, número de registro da árvore na parcela e de descrição dendrológica
simples, com as principais características observadas ou mencionadas pelo mateiro.

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As características dendrológicas mais importantes a serem observadas e


anotadas, associadas ao nome vulgar das espécies ou ao material botânico de espécies
não conhecidas, são:
h Morfologia do tronco (se reto, tortuoso ou inclinado); presença de sapopemas;
seção do tronco (circular, irregular, achatada ou acanalada);
h Aspecto da casca externa (cor e textura, se lisa, áspera, com fissuras ou placas;
presença de casca que desprende do fuste; cor e textura da casca interna, presença
de embira e presença de lenticelas);
h Presença de espinhos ou de acúleos (quantidade e parte da planta onde
ocorrem);
h Exsudação de látex, goma ou resina (registrar cor e odor);
h Odor característico da casca interna e/ou das folhas maceradas;
h Coloração e consistência das folhas (mole, dura, quebradiça);
h Observação: O tipo de folha e a filotaxia deverão estar visíveis no material
coletado, assim como a possível presença de estruturas especiais como estípulas,
pecíolos dilatados, etc.;
h Coloração de flores e frutos (que deverão ser coletados, quando possível).
Sempre que possível, deverão ser feitos registros fotográficos dessas
características para subsidiar a identificação.
As espécies serão registradas na ficha de campo por códigos de quatro letras,
definidos previamente (ver Anexo I, com relação preliminar de códigos sugeridos).
Caso novas espécies surjam durante as medições, novos códigos serão criados desde
que devidamente anotados no verso da ficha de campo. Caso equipes diferentes
estejam desenvolvendo os trabalhos de medições simultaneamente, deverão
uniformizar os códigos empregados ao final dos trabalhos.
Contudo, é obrigatória a realização de uma expedição botânica para coleta de
material na área e identificação das espécies. Essa expedição será também realizada no
início da instalação de uma área experimental ou quando da primeira medição.

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É muito importante a devida atenção com as espécies desconhecidas para que elas não
componham um único e heterogêneo grupo. Para evitar que isso aconteça, deve-se registrar a
ocorrência de Des1, Des2,...., etc a cada morfoespécie desconhecida encontrada, ou
associá-la à família se houver condição de reconhecer algumas características - ou ao nome
vulgar de alguma espécie parecida para posterior pesquisa (p.ex. Euforbiácea desconhecida;
jurema tipo2).
Árvores mortas com tecidos lenhosos ainda íntegros e com serventia para lenha serão
medidas e, caso não permitam identificação por nome vulgar, poderão integrar a categoria
das desconhecidas gerais.
Nomes vulgares muito abrangentes é outro problema freqüente em inventários da Caatinga:
jurema, por exemplo, há várias: branca, preta, vermelha, de embira, que correspondem a um
elenco ainda maior de Mimosa spp. Ao ser mencionada a ocorrência jurema, é importante
perguntar “o tipo de jurema?” e coletar material botânico correspondente. É sempre
recomendável perguntar se existem outros tipos de árvores com o mesmo nome e quais as
diferenças entre elas, evitando sempre anotar nomes vulgares muito genéricos.
Também não se pode confiar totalmente no mateiro. Apesar do bom mateiro conhecer bem as
matas, sua forma de raciocínio é diferente quando comparada à dos botânicos. Muitas vezes
os mateiros chamam espécies diferentes por um único nome, dadas às suas semelhanças
quanto a alguma característica como madeira ou fruto. O técnico deverá desenvolver, ao
longo do trabalho, a necessária experiência para diferenciar essas espécies até que consiga
realmente identificá-las.

b) Solo
Em cada área experimental deverá ser feita uma caracterização do solo,
identificando o respectivo tipo (classificação brasileira) e, a partir de amostras
coletadas ou de referências de levantamentos detalhados, as características físicas e
químicas principais. Essa avaliação será feita uma única vez, na ocasião das primeiras
medições.

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c) Circunferência à altura do peito - CAP


Medida com fita métrica, a 1,30m do solo, com aproximação de 0,5cm, em
cada fuste mensurável da árvore. O ponto de medição deve ser aferido com bastão de
1,30m de altura (ver Figuras 6 e 7).

d) Circunferência na base - CNB


Medida com fita métrica, a 30cm do solo, com aproximação de 0,5cm (ver
Figuras 6 e 7).

Bastão com 1,3 m de comprimento para aferir a altura


de medição de CAP.

Marca a 1,0m para definir limite inferior da classe 2


de regeneração natural.

Marca a 0,5m para definir limite de inclusão da


regeneração natural.

Marca a 0,3m para aferir a altura de medição do


CNB.

Figura 6 - Esquema de marcação de pontos em bastão auxiliar para os trabalhos de campo

As circunferências a altura do peito e na base (CAP e CNB) em árvores com


irregularidades, protuberâncias ou inclinações do fuste devem ser medidas conforme
a Figura 7.

Figura 7 - Pontos de medição de CAP e CNB em situações especiais.

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e) Altura total
É o comprimento entre a base e o ápice, medida individualmente em cada
fuste, com régua graduada e aproximação de 10cm. Alternativamente pode-se adotar
hipsômetro, principalmente para as árvores maiores.

Situações especiais de árvores bifurcadas encontram-se ilustradas na Figura


8, com os respectivos pontos de medição.

Observação geral:

Cada base (CNB) será considerada um fuste. Para cada base/fuste se utilizará
uma linha na ficha de campo. Portanto, uma árvore poderá ser composta por diversos
fustes e cada um deles poderá ter uma ou mais ramificações na altura do peito (CAP).
Para fustes que tenham mais de uma ramificação (CAP), será mensurada a
altura da ramificação mais alta.

Uso do dendrômetro nos fustes nas subparcelas

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Figura 8 - Exemplos de formas de árvores e pontos de medições de CAP, CNB e H.

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f) Classe de vitalidade
Avaliar cada fuste em função de sua vitalidade e sanidade, registrando o
código correspondente.
1. Fuste sadio;
2. Fuste doente ou muito atacado por insetos ou patógenos;
3. Fuste morto.

g) Qualidade de fuste
Registrar o código correspondente ao estado que prevalece na maior parte do
fuste.
1. Totalmente reto, sem defeitos, sem bifurcações até 2,50m;
2. Ligeiramente torto ou com poucos defeitos, sem bifurcações até 2,50m;
3. Muito torto, com defeitos graves (oco, rachado, podre), ou com
bifurcações até 2,50m.

h) Posição da copa
Avaliada em função do dossel geral da parcela e não apenas das árvores
vizinhas.
1. Dominante (se pertence aos 10% das árvores mais altas da parcela);
2. Intermediária (se localizada no nível médio de altura das árvores da
parcela);
3. Oprimida (se localizada por debaixo de outras copas da parcela).

O Anexo III apresenta a ficha de campo para as parcelas do estrato arbóreo (ou
seja, para CAP > 6,0cm), onde também serão registradas as árvores mensuráveis das
subparcelas.

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4.2. Nas subparcelas


Nas subparcelas de 5,0m x 5,0m, estabelecidas na extremidade de
georeferenciamento da parcela, as árvores mensuráveis (com pelo menos um CAP >
6,0cm) serão identificadas uma a uma, com plaqueta metálica e numeração
progressiva, presa no dendrômetro central, conforme especificado no item 4.1. A fim
de identificar cada fuste e bifurcação individualmente, os seus dendrômetros serão
numerados da seguinte forma:
- cada fuste (DNB) receberá uma letra do alfabeto (A .....Z);
- cada bifurcação (DAP) receberá um número (1, 2, 3,....)
Veja, o exemplo abaixo:
–» árvore nº 03, com dois fustes sendo um bifurcado com 3 DAP - serão usadas as
seguintes plaquetas para cada dendrômetro:

• 03 A • 03 B 1 • 03 B 2 • 03 B 3

Os dendrômetros serão colocados a 1,30m de altura (CAP) em todos os eixos de


crescimento com CAP > 6,0 cm, e identificados com as letras A, B, C, D, ... etc (ver
instrução no Anexo II). As medições dessas árvores seguirão os mesmos critérios já
mencionados no item 4.1. Nas fichas de campo serão anotados também os números
das plaquetas e letras dos dendrômetros.
Nessas subparcelas será avaliada também a ocorrência de regeneração (fustes com
CAP < 6,0cm e altura mínima de 0,5m). Para esses indivíduos, serão registradas
apenas a espécie e a classe de altura de cada fuste, de acordo com a seguinte
codificação:
C1 Classe de altura de 0,5 até 1,0m.
C2 Classe de altura acima de 1,0m, até CAP = 6,0cm.
Caso a regeneração seja originária de rebrota de toco, o fato também será anotado
na coluna específica da Ficha de Campo da Regeneração (Anexo IV).
A anotação deverá esclarecer quais dos fustes pertencem a cada árvore (Ver Anexo
IV) e, caso se trate de rebroto de árvore mensurável, será anotado também o número da
plaqueta da árvore.
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5 - Período e freqüência de medições


As medições serão feitas após a estação chuvosa. As subparcelas serão
medidas anualmente e as parcelas, a cada três anos.

Medição das parcelas

Identificação botânica das espécies

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6 - Fichas de campo
6.1. Das parcelas
A ficha de campo para as parcelas encontra-se no Anexo III. Abaixo,
apresenta-se um exemplo de preenchimento da ficha para diversas situações comuns
na Caatinga. As árvores registradas correspondem aos exemplos da Figura 7.
REDE DE MANEJO FLORESTAL DA CAATINGA Pagina __1_ de _3_
Local:.................................................................. Número da parcela:.....................Data:......................
Equipe:......................................................................................................................................................
Coordenadas geográficas: S...................................................... W.......................................................
CNB CAP Altura
Número de Número da Classe de Qualidade Posição no
Espécie OBERVAÇÕES
ordem plaqueta* (cm) (cm) total (m) vitalidade de fuste dossel

1 ANGM CNB CAP H S 1 D


2 CATI CNB CAP1/CAP2 H S 1 D

3 BURL CNB1 CAP1 /CAP2 H1 S 1 D Toca de tatu

CNB2 CAP3 H2 D 2 O
Na borda da
4 JUPR CNB1 CAP1/CAP2 H1 S 2 I
parcela
CNB2 CAP3 H2 D 2 O
CNB3 CAP4/CAP5 H3 S 2 I
5 MARM CNB1 CAP1 H1 S 1 I
CNB2 CAP2 H2 S 1 I
CNB3 CAP3 H3 S 1 I
CNB4 CAP4 H4 S 1 I

Classe de vitalidade S = sadio; D = doente; M = Morto. Qualidade do fuste: 1 = Totalmente reto, sem
defeitos, sem bifurcações até 2,50 m; 2 = ligeiramente torto ou poucos defeitos, sem bifurcações ate 2,50
m; 3 = muito torto, com defeitos graves, com bifurcações até 2,50 m. Posição da copa : D = dominante, O
= oprimida e I = intermediária.

6.2. Das subparcelas


A ficha de campo para as subparcelas de regeneração encontram-se no Anexo
IV, enquanto que as instruções de preenchimento estão no item 4.2.
Comentários importantes:
- Utilizar apenas lápis grafite para o preenchimento das fichas de campo;
- Utilizar apenas uma linha para cada CNB mensurada;
- Apenas utilizar cópias xerox das fichas, pois a impressão em jato de tinta
mancha com umidade ou chuva;
- Preencher o cabeçalho da ficha de campo antes de iniciar a medição, devendo
repetir o mesmo procedimento para cada ficha subseqüente utilizada na
parcela.
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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

ANEXO I - LISTA DE CÓDIGOS PARA AS ESPÉCIES


Nome vulgar Código Nome vulgar Código
Alecrim ALEC Catingueira CATI
Amarelo AMAR Catingueira rasteira CATR
Amburana-de-cambão IMBC Cedro CEDR
Amburana-de-cheiro CUMA Chumbinho CHUM
Ameixa AMEX Coração de negro CORA
Amescla AMES Craibeira CRAI
Angelim doce ANDO Cumaru CUMA
Angico de bezerro ANGB Desconhecido 1, 2, ... DES1, 2,...
Angico de caroço ANGC Espinheiro ESPI
Angico manjola ANGM Espinho de cruz ESPC
Angico manso ANGO Esporão de galo ESPO
Araçá ARAC Estralador ESTR
Arapiraca ARAP Fava d’ánta FAVD
Faveira (se for o mesmo
Araticum ARAT VISG
visgueiro)
Aroeira AROE Favela branca FAVB
Bananinha BANA Favela mansa FAVM
Banha de galinha BANG Feijão bravo FEBR
Barriguda BARR Icó manso ICOM
Batinga BATI Imbiratanha IMBI
Bom nome BONO Imburana de cambão IMBC
Braúna BRAU Imburana de cheiro CUMA
Brinco de viúva BRIN Jacurutu JACU
Bugi BUGI Jatobá JATO
Burra leiteira BURA Jatobá mirim JATM
Café bravo ou cafezinho CAFÉ Jenipapo bravo JENI
Calumbi CALU Juazeiro JUAZ
Canafístula CANA Jurema branca JUBR
Candeeiro CAND Jurema de imbira JUIM
Canela de velho CANV Jurema ferro JUFE
Canelinha CANE Jurema lambe beiço JULB
Canguru CANG Jurema preta JUPR
Canzenzo CANZ Jurema unha-de-gato JUUG
Carcará CARC Limãozinho LIMA
Cascudo CASC Louro bufão LOUB
Catanduva CATU Louro cheiro LOUC

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Nome vulgar Código Nome vulgar Código


Louro preto LOUP Pinha PINA
Mamãozinho MAMA Pirim PIRI
Maniçoba MANI Pissara PISS
Maria-mole MAMO Pitó PITO
Marmeleiro MARM Pitomba braba PITM
Marmeleiro branco MARB Pitomba da mata PITM
Miguel correia MIGC Quebra faca branca QFBR
Murici MURI Quebra faca preta QFPR
Murta MURT Quebra pedra QUEP
Pau branco PABR Quina-quina QUIN
Pau caboclo PAUC Quipembe QUIP
Pau d´arco amarelo IPEA Quixabeira QUIX
Pau d´arco roxo IPER Rabo de cavalo RABO
Pau d’óleo (ou podói) PAUD Rama branca RABR
Pau de caixão PAUX Rama de boi RAMB
Pau de leite PAUL Rompe gibão ROGI
Pau de veludo PAUV Salgueiro SALG
Pau de vidro PAVI Santa maria SAMA
Pau piranha PAUP São joão SAOJ
Pau serrote PAUS Sassafrás SASA
Pau-de-besouro PAUB Sete cascos SETE
Pau-ferro PAUF Sidreira brava SIBR
Pereiro PERE Sipaúba SIPA
Pereiro bravo PERB Sombrinha SOMB
Peroba PERO Sucupira SUCU
Pimenta de cachorro PIME Tingui TING
Minueira MINU Ubaia UBAI
Mirindiba MIRI Umbuzeiro UMBU
Mofumbu MOFU Unha de gato UNHA
Moleque duro MOLE Vaqueta VAQU
Mororó MORO Violeta VIOL
Mororó de bode MOBO Visqueiro VISG
Mulungu MULU Voador VOAD

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

ANEXO II - ILUSTRAÇÃO DO DENDRÔMETRO


3
2 Material de um dendrômetro
1. Argola Principal
2. Fivela
3. Plaqueta
1

Colocar o dendrômetro na árvore Fechar a fivela

Marcação da circunferência Resultado final - dendrômetro com


plaqueta na árcvore

Resultado final - dendrômetro com Resultado após o crescimento -


plaqueta na árcvore observar marca

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

ANEXO III - FICHA DE CAMPO 1 - PARCELAS


REDE DE MANEJO FLORESTAL DA CAATINGA Página ____ de____
Local:...........
..............................................................................Número da parcela:............................... Data:...../...../.....
Equipe:.............................................................................................................................................................................
Coordenadas geográficas: S................................... W...............................
Número de Número de CNB CAP Altura Classe de Qualidade de Posição no
Espécie OBERVAÇÕES
Ordem plaqueta* (cm) (cm) total (m) vitalidade fuste dossel

Classe de vitalidade S = sadio; D = doente; M = morto. Qualidade do fuste: 1 = Totalmente


reto, sem defeitos, sem bifurcações até 2,50 m; 2 = ligeiramente torto ou poucos defeitos, sem
bifurcações até 2,50 m; 3 = muito torto, com defeitos graves, com bifurcações até 2,50 m.
Posição da copa : D = dominante, O = oprimida e I = intermediária.

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

ANEXO IV - FICHA DE CAMPO 2 - SUBPARCELAS DE REGENERAÇÃO


REDE DE MANEJO FLORESTAL DA CAATINGA Página ____ de ____
Local:...........
..............................................................................Número da parcela:............................... Data:...../...../.....
Equipe:.........................................................................................................................................................................
Coordenadas geográficas: S................................... W...............................
Número de Número da Classe de Rebrota de Número de Número da Classe de Rebrota de
Espécie Espécie
ordem plaqueta * altura toco? (x) ordem plaqueta * altura toco? (x)

* - somente para os fustes com até 6,0cm de árvores mensuráveis.


Classes de altura: C1 - altura de 0,5 até 1,0m; C2 - acima de 1,0m de altura, até CAP=6,0cm.
Tratando-se de rebrota de toco, marcar um X na coluna correspondente.

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Instituições Parceiras
APNE Associação Plantas do Nordeste

CEFET - PI Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí

CNPC Embrapa Caprinos

CPAMN Embrapa Meio-Norte

CPATSA Embrapa Semi-Árido

EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
IBAMA
Naturais Renováveis
IPA Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária

SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará

Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos /


SEMARH / SFC
Superintendência de Florestas Unidades de Conservação

UFC Universidade Federal do Ceará

UFCG Universidade Federal de Campina Grande

UFPB Universidade Federal da Paraíba

UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco

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Rede de Manejo Florestal da Caatinga

Contatos
Portal: http://rmfc.cnip.org.br

Associação Plantas do Nordeste


Av. General San Martin, 1371 Bl. 07 Sl. 05 - Bonji - 50.761-000 Recife/PE
Tel/fax: (81) 3446-1486
e-mail: suporte@plantasdonordeste.org
Site: www.plantasdonordeste.org

Ministério do Meio Ambiente


Secretaria de Biodiversidade e Florestas
Diretoria do Programa Nacional de Florestas
Esplanada dos Ministérios - Bloco B - 7º andar - 70.068-900 Brasília/DF
e-mail: pnf@mma.gov.br
Site: www.mma.gov.br/florestas

Programa Nacional de Florestas / MMA


Unidade de Apoio no Nordeste
Escritório Regional
Av. Alexandrino de Alencar, 1399 - Tirol - 59.015-350 Natal/RN
Tel/fax: (84) 3201-8180
e-mail: uapne@uol.com.br
Site: www.mma.gov.br/florestas

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http://rmfc.cnip.org.br

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