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os demais.
4. PROCEDIMENTO ARBITRAL
Para recorrer à arbitragem é necessário que as partes
celebrem um compromisso arbitral ou que exista, em norma coletiva
autônoma (convenção ou acordo coletivos de trabalho) celebrada
anteriormente, previsão dessa natureza. Se essa cláusula
compromissória for bastante, pode ser instaurado de imediato o
juízo arbitral. Se, porém, seu conteúdo for insuficiente, as partes
devem celebrar o compromisso arbitral onde convém consignar
todas as condições para a atuação do árbitro.
Em se tratando de arbitragem individual, tanto pode ser
celebrado compromisso arbitral após a existência de um conflito,
como pode ser inserido, no contrato de trabalho, cláusula
compromissória, desde que o trabalhador esteja abrangido pela
regra do art. 507-A consolidado.
O árbitro, nos termos do art. 13, caput, da Lei n.
9.307/96, deve ser pessoa civilmente capaz (maior de dezoito anos,
conforme o art. 5º, do Código Civil), gozando da fidúcia das partes,
pouco importando sua nacionalidade, sendo recomendável, todavia,
que tenha condições de ser compreendido, podendo mesmo ser um
analfabeto, o que, evidentemente, não é recomendável, mas
também não é proibido.
Observe-se que os casos de impedimento e suspeição
dos arts. 144 e 145 do CPC se aplicam, também, a quem for
indicado como árbitro, a teor do art. 14 da Lei n. 9.307/1996.
Será o árbitro do juiz de fato e de direito, e a decisão
proferida, que a Lei chama de sentença, não está sujeita a recurso
nem à homologação pelo Poder Judiciário (art. 18 da Lei n.
9.307/1996).
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GEORGENOR DE SOUSA FRANCO FILHO
procuraram.
Na arbitragem não há autor, nem réu; nem ataque, nem
defesa. Existe um compromisso arbitral, onde as partes fixam suas
condições e deixam ao justo critério do árbitro que escolheram, por
vontade própria, a solução do conflito. Esse sentido de igualdade na
arbitragem importa em reconhecer tratamento rigorosamente igual
para os dois conflitantes.
Relativamente à defesa do trabalhador, face à realidade
brasileira, a reforma de novembro de 2017 privilegiou a arbitragem
que envolve os empregados hipersuficientes, mas não os
verdadeiramente altos empregados, os grandes executivos.
6. FONTES CONSULTADAS
FRANCO FILHO, Georgenor de Sousa. A arbitragem e os conflitos
coletivos de trabalho no Brasil. São Paulo: LTr, 1990.
__________. A nova lei de arbitragem e as relações de trabalho.
São Paulo: LTr, 1997.
Belém, 25.04.2018