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PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2012


LUCIANO OLIVEIRA
AULA 00

Olá, concurseiros! Esta é a hora de estudar para o Senado Federal! O


Presidente da Casa, Senador José Sarney, já havia afirmado, em fevereiro de 2011,
que o concurso do Senado estava garantido e que é melhor os candidatos
estudarem muito bem, pois o concurso vai ser difícil. E agora, Sarney acaba de
autorizar o concurso do Senado!

A previsão é de preenchimento inicial de 246 vagas, sendo 104 para Técnico


Legislativo, 133 para Analista Legislativo e 9 para Consultor Legislativo. Todavia, já
é cediço que serão chamados muito mais candidatos do que isso, pois a demanda
de pessoal no Senado é uma realidade. Nesse sentido, o próprio ato de autorização
prevê que o Senado poderá convocar mais aprovados, durante o prazo de validade
do concurso, na hipótese de surgimento de vaga no quadro de pessoal.

Vejam a notícia:

http://www.senado.gov.br/noticias/sarney-autoriza-realizacao-de-
concursopara-o-senado.aspx

E aqui o quadro de vagas iniciais:

http://www.senado.gov.br/noticias/agencia/pdfs/A_01_2011_688730.pdf

Vejam ainda os comentários de Sarney a respeito do concurso, bem como do


presidente da comissão organizadora, que disse que a expectativa é de que o
concurso seja realizado ainda no primeiro semestre de 2012:

http://www.senado.gov.br/noticias/concurso-do-senado-vai-repor-parte-
donumero-dos-aposentados-explica-sarney.aspx

De minha parte, o que posso dizer é que o Senado é um ótimo lugar para
trabalhar, que vale mesmo a pena ser servidor daqui! E não estou falando só de
remuneração, não. Se bem que cerca de R$ 19.000 mensais para Analista
Legislativo não fazem mal a ninguém, certo?

Muito bem, vamos à apresentação deste que vos fala!

Meu nome é Luciano Oliveira. Sou Consultor Legislativo do Senado


Federal (área de orçamentos). Já exerci os cargos de Auditor Federal de Controle
Externo do TCU e Analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional. Antes disso,
fui Oficial da Marinha por sete anos (sou Capitão-Tenente da reserva). Ministro
aulas preparatórias em vários cursos presenciais e on line de todo o Brasil.

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Sou um concurseiro de carteirinha. Estou sempre fazendo algum concurso,


para não perder o costume. Esse aí só pode ser maluco... Mas é isso mesmo!
Professor de cursinho tem que saber o que está acontecendo nesse meio, de
preferência, sentindo na própria pele o que os concurseiros estão vivendo. Saibam
que vocês terão aqui não apenas um professor da matéria, mas um conselheiro na
área de concursos. Fiquem à vontade para tirar suas dúvidas e fazer perguntas
sobre a matéria, dicas para fazer a prova e, é claro, a vida no Senado Federal, o
ambiente de trabalho, a remuneração, a jornada diária etc. Afinal, eu estou aqui
dentro e posso esclarecer muitas dúvidas para vocês.

Além disso, sou autor dos livros Direito Administrativo: Cespe/UnB,


Editora Ferreira, Direito Administrativo: Questões Discursivas Comentadas,
Editora Impetus, e A Lei 8.112/1990 para Concursos, Editora Método (no
prelo). Mantenho também um pequeno blog na internet sobre Direito
Administrativo (http://diretoriojuridico.blogspot.com), onde podem ser encontradas
dicas valiosas sobre concursos públicos, inclusive sobre questões discursivas.

Por fim, sou presidente da Associação Nacional dos Concurseiros


(Andacon), que sempre acompanha de perto os principais concursos públicos
realizados, a fim de verificar a eventual ocorrência de irregularidades e fazer o que
for possível para saná-las.

Desta vez minha missão é ensinar a disciplina de Processo Legislativo aos


candidatos aos cargos de Analista e Técnico Legislativo do Senado Federal,
especialidade Processo Legislativo.

A banca examinadora do concurso ainda não está definida. Provavelmente


será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas há alguns no Senado que preferem
o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília
(Cespe/UnB). Não se preocupem, a teoria é a mesma, independentemente da
banca. Enquanto não houver definição, comentaremos, principalmente, os
exercícios da FGV e do Cespe. Saindo a banca durante o curso, voltaremos nossos
esforços totalmente para a instituição escolhida.

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Abordaremos o programa nos exatos termos em que figurou no último edital,


de modo que vocês sejam capazes de “matar” todas as questões da matéria no dia
da prova. Saibam que muito provavelmente o programa do novo concurso será o
mesmo cobrado em 2008. Para vocês terem uma ideia, o conteúdo de Consultor
de Orçamentos do concurso de 2008 foi o mesmo do concurso para o mesmo cargo
em 2001. Em 2008 a banca examinadora foi a FGV; em 2001, o Cespe. Ou seja,
depois de oito anos e uma mudança de banca, o programa foi exatamente o
mesmo. Isso ocorre porque as matérias do concurso do Senado já estão bem
definidas, por meio de estudos internos aqui realizados. Desse modo, pode até
haver pequenos ajustes, mas a maior parte do programa não sofrerá modificações.

Não deixem também de dar uma olhada nas aulas demonstrativas dos meus
cursos de Direito Administrativo para o Senado, Regimento Interno do
Senado Federal, Regimento Comum do Congresso Nacional e Discursivas
para o Senado, todos lançados aqui pelo Ponto dos Concursos.

Agora vejamos como estão estruturadas nossas aulas:

AULA 0 (21/11/11) – Poder Legislativo: bicameralismo, Câmara dos


Deputados, Senado Federal, Congresso Nacional; princípios do processo
legislativo; processo Legislativo na Constituição Federal e suas fases;
legislatura e sessão legislativa; quórum; reuniões preparatórias; sessões:
natureza e fases; votações; presidência; Mesa do Senado Federal e do
Congresso Nacional; lideranças e blocos parlamentares.
AULA 1 (08/12/11) – Comissões: tipos, competências, reuniões e
deliberações.
AULA 2 (18/12/11) – Atribuições constitucionais específicas do SF;
procedimentos em processo legislativo; urgência.
AULA 3 (28/12/11) – Proposições; emendas; discussão, processo de
votação, destino; publicação; proposições de legislaturas anteriores.
AULA 4 (08/01/12) – Tramitação de projetos de lei ordinária e lei
complementar.
AULA 5 (18/01/12) – Tramitação de projetos de decreto legislativo e
resoluções.
AULA 6 (28/01/12) – Matérias sujeitas à deliberação especial: proposta de
emenda à constituição, projetos de lei de código; projetos com tramitação
urgente estabelecida na Constituição; projetos referentes a atos internacionais.
AULA 7 (08/02/12) – Procedimento concentrado: tramitação de medidas
provisórias; vetos; matérias orçamentárias.

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AULA 8 (18/02/12) – Aspectos formais das proposições em tramitação; Lei


Complementar 95/98; órgãos do Senado; Senadores: uso da palavra;

Æ Obs.: caso haja necessidade, o cronograma será adiantado.

Durante o curso, os exemplos e as explicações do processo legislativo serão,


em princípio, sempre em relação ao Senado, pois é o objeto principal de nosso
estudo. No decorrer das aulas, contudo, também vamos ver um pouco sobre o
Congresso Nacional, pois é assunto de prova. Já o processo legislativo na Câmara
dos Deputados não será abordado.
Para facilitar, incorporarei ao curso várias tabelas e quadros que procuram
resumir e sistematizar a extensa gama de informações com que estaremos lidando.
Também explicarei de forma didática alguns conceitos do “jargão” do processo
legislativo, que vai auxiliar muito o ganho de intimidade com a matéria.
Outra coisa importante é que vocês possam, de alguma maneira, visualizar de
forma mais concreta os assuntos do curso e assimilar melhor o conteúdo. Assim, na
medida do possível, trarei breves exemplos práticos do processo legislativo: um
despacho, uma mensagem, uma lista de votação etc.
Bom, além deste curso vocês podem (devem!) consultar o Regimento Interno
do Senado Federal (RISF) e o Regimento Comum do Congresso Nacional. Todo esse
conteúdo encontra-se disponível no site do Senado.
Aliás, cabe aqui um esclarecimento: neste curso, abordarei detalhadamente
a matéria de processo legislativo, tanto a parte que consta da Constituição Federal,
como a parte que está regrada no RISF e no Regimento Comum. Mas não se trata
de um curso de Regimento. É um curso de processo legislativo. Neste curso,
a parte de Regimentos será abordada apenas e especificamente em relação aos
tópicos de processo legislativo, o que é apenas uma pequena parte dos dois
Regimentos. Por outro lado, o RISF e o Regimento Comum, na íntegra, serão
cobrados especificamente no edital. Para isso, vocês podem, se desejarem, fazer
meus cursos específicos de Regimento Interno do Senado Federal e
Regimento Comum do Congresso Nacional, aqui no Ponto dos Concursos.
Nesses cursos, serão abordados os dois Regimentos, devidamente analisados em
detalhes, salvo a parte de processo legislativo, que será vista lá de forma mais “en
passant”, uma vez que o presente curso de processo legislativo já aprofundará essa
disciplina. Vale destacar que as questões específicas de RISF e Regimento Comum,
no concurso, não costumam abordar a parte de processo legislativo.

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Há também o meu curso de discursivas para Analista de Processo


Legislativo e Técnico de Processo Legislativo do Senado Federal, aqui no
Ponto, no qual são aplicados, corrigidos e comentados três simulados por aluno,
versando sobre as matérias específicas desses cargos.
Antes de começar, mais uma dica sobre o curso. Sempre que estivermos nos
referindo a projetos de maneira geral, à ampla gama de espécies de propostas que
irão se submeter ao processo legislativo, usarei os termos proposição ou matéria.
Muita gente pensa que tudo que tramita se chama projeto. Mas não é bem assim.
Projeto se refere a um tipo específico de proposição. Assim como o termo
“proposta”. Em processo legislativo, cada um deles terá um tratamento
diferenciado, por isso a importância de frisar bem essa distinção.
Muito bem, preparados? Então, vamos começar! Primeiro, uma breve
introdução sobre o Poder Legislativo, estabelecendo as diferenças entre a
organização e a competências de cada Casa. Em seguida, vamos nos aprofundar
nos aspectos concernentes ao processo e, mais à frente, ao Senado.

Poder Legislativo e Bicameralismo

O Poder Legislativo em âmbito federal é exercido pelo Congresso Nacional,


que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, configurando um
sistema legislativo bicameral.
Aqui vai uma pergunta para vocês: para que existe o Senado?
Uma resposta bem simples a essa pergunta seria: porque o Brasil adota o
sistema parlamentar bicameral, no qual duas Câmaras compõem o Poder
Legislativo.
Mas por que adotar o sistema bicameral?
Porque o Brasil é uma Federação. E o modelo federativo pressupõe a
existência de uma instância na qual esteja representada a vontade dos estados
que compõem a Federação. Em estados organizados na forma federativa, o
bicameralismo tem a função de minimizar a assimetria entre os estados, a qual
acontece na Câmara dos Deputados. Lá, as unidades da Federação mais populosas
possuem número maior de representantes. Dessa forma, se pegarmos como
exemplo os estados de São Paulo, por um lado, e do Acre, por outro, este último,
bem menos populoso, fica em clara desvantagem.

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O Senado, onde a representação é igual para todos, estabelece um equilíbrio


do poder político entre as maiores e as menores unidades da Federação. Logo, São
Paulo e Acre têm o mesmo número de Senadores. O bicameralismo também implica
diferenças de atribuições e prerrogativas entre as duas Casas do Legislativo, sendo
que nossa Constituição Federal, em seus artigos 51 e 52, estabelece essas
diferenças.
Um último detalhe: estados federados adotam o bicameralismo, mas estados
que não são federações podem fazer o mesmo. Um exemplo é a Inglaterra, que
possui duas Câmaras. O Brasil, na época do Império, é outro exemplo: mesmo não
sendo ainda uma Federação, já adotava um modelo bicameral.
Já o Poder Legislativo nos estados e municípios brasileiros é composto de
apenas uma Câmara: nos estados, são as Assembleias Legislativas estaduais e nos
municípios, as Câmaras de Vereadores. No Distrito Federal, o Poder Legislativo é
exercido pela Câmara Legislativa, com características semelhantes às das
Assembleias Estaduais.

Câmara dos Deputados e Senado Federal

As duas casas que compõem o Congresso Nacional – Câmara dos Deputados


(CD) e Senado Federal (SF) – guardam inúmeras diferenças entre si. As principais
que precisamos guardar, no entanto, são as seguintes: natureza da
representação; forma de eleição dos membros; duração dos mandatos;
quantitativo de membros; e competências específicas.
Dessa forma, a CD é formada por representantes do povo, eleitos na forma
proporcional para um período de quatro anos. O número total de deputados
bem como a representação de cada Estado e do DF, segundo reza a CF/88, é
estabelecido por lei complementar, para poder sempre guardar
proporcionalidade à população. A CF/88 determina, no entanto, que nenhuma
unidade da Federação pode ter menos de oito ou mais de setenta Deputados. Cabe
frisar que hoje o quantitativo total de deputados na CD é 513. As competências da
Câmara estão elencadas no artigo 51 da CF/88.
Já o SF compõe-se de representantes dos Estados e do DF, eleitos pelo
princípio majoritário para um mandato de oito anos. Ao contrário da Câmara, seu
número é fixo: são três senadores por unidade da Federação, totalizando 81
Senadores. As atribuições do SF estão definidas no artigo 52 da CF/88, sendo
recomendável sua memorização!

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Agora, a questão da duração dos mandatos. Na Câmara, os deputados são


eleitos para um mandato de quatro anos. Esse período de quatro anos, dentro do
Congresso Nacional, é chamado de legislatura. A cada legislatura, portanto, são
trocados todos os deputados (permitida a reeleição).
No Senado, funciona diferente: o mandato de um Senador dura duas
legislaturas – portanto, oito anos, também permitida reeleição. No entanto, a
cada quatro anos é preciso votar para Senador, pois a troca se dá de forma
alternada. Em uma eleição, são renovados 2/3 da casa, ou seja, dois senadores por
estado. Na eleição seguinte, troca-se apenas 1/3, isto é, um senador por unidade
da federação.
Muito bem, e o que seria então o “Congresso Nacional”?
O Congresso Nacional consiste na reunião de deputados e senadores em
ocasiões específicas, determinadas pela Constituição Federal, como a votação de
orçamentos, de vetos, a promulgação de emendas constitucionais... Nessas
ocasiões, são realizadas as chamadas “reuniões conjuntas”. Apesar de se reunir de
forma mais esporádica, o Congresso Nacional possui Mesa (formada pela Mesa do
SF e da CD, de modo alternado), órgãos internos e um regimento específico para
ele, o chamado “Regimento Comum”. Em nosso estudo, à medida que for
justificável, abordarei também os principais mecanismos de trabalho do Congresso
Nacional.

Processo Legislativo na Constituição Federal

Em nossa introdução ao estudo do Processo Legislativo, é importante ter em


mente que seus principais pontos estão delineados, de forma genérica, na
Constituição Federal de 1988 (CF/88), em seu Título IV, “Da Organização dos
Poderes”, no Capítulo I, “Do Poder Legislativo”. É de fundamental importância
dominar o conteúdo constitucional referente à organização e ao processo
legislativo, por meio do qual já será possível “matar” algumas questões.
Vale lembrar que os Regimentos Internos (do Senado, da Câmara dos
Deputados e o Regimento Comum do Congresso Nacional) possuem força normativa
primária, cujo fundamento vem diretamente do texto constitucional. Outro detalhe
importante: ao contrário dos Regimentos do Senado e da Câmara, o Regimento
Comum é bem sucinto. Portanto, sempre que ele for omisso aplicam-se primeiro
as disposições do Regimento do Senado e, se esse também for omisso, aí, sim,
pode ser usado o da Câmara dos Deputados.

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A CF/88 determina ainda a edição de uma lei complementar, prevista no


parágrafo único do art. 59, que dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação as leis. Essa lei já está em vigor (LC 95/1998) e seu conteúdo foi
objeto de cobrança no último edital para o cargo de Analista Legislativo.

Fases do Processo Legislativo

O processo legislativo ordinário é composto de três grandes fases:


introdutória, constitutiva e complementar.
A fase introdutória consiste no poder de iniciativa, ou seja, a competência
de propor a edição de uma regra jurídica nova, inaugurando o processo legislativo.
Na fase constitutiva, ocorre a conjugação da vontade do Legislativo e do
Executivo para a formação da lei. Dentro do Congresso Nacional, essa fase
compreende três etapas: emendamento, instrução e deliberação. Depois de
aprovada, a proposição pode ir ou não para a sanção ou veto presidencial. Por
fim, na fase complementar, temos a promulgação e a posterior publicação da
lei, para que ela seja válida e possa produzir seus efeitos.
Vamos detalhar um pouco o que acontece em cada uma dessas fases:

Fase introdutória

A CF/88 dispõe sobre os legitimados para iniciar o processo legislativo. São eles:
• Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Sen-
ado Federal ou do Congresso Nacional;
• Presidente da República;
• Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunais Superiores, Tribunal de Con-
tas da União (TCU);
• Procurador-Geral da República (PGR);
• Assembleias Legislativas;
• Cidadãos.

A iniciativa, portanto, pode ser vista sobre alguns aspectos:


• parlamentar e extraparlamentar ;
• individual e coletiva;
• geral, concorrente, privativa (reservada, restrita ou exclusiva), vinculada e
popular.

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As duas primeiras classificações são simples: tudo o que não for de iniciativa
de parlamentar, será extraparlamentar.
A iniciativa será individual ou coletiva conforme o número de pessoas exigido
para a apresentação de certas matérias. Por exemplo, para apresentação de uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é preciso 1/3 do SF (27 Senadores),
portanto, a iniciativa é coletiva. Mas cuidado: matérias de iniciativa de tribunais
superiores, contudo, são consideradas de iniciativa individual (do órgão)!
Iniciativa geral: está relacionada à apresentação de projetos de lei ordinária
e complementar sobre matérias em geral, estendidas, como regra, a qualquer
parlamentar ou Comissão (do Senado, Câmara ou Congresso), ao Presidente da
República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador Geral da
República e aos cidadãos.
Iniciativa concorrente: refere-se a certas matérias em que há mais de um
legitimado apto a inaugurar o processo legislativo. Pode ser estendida a
parlamentares, Comissão (do Senado, Câmara ou Congresso), Presidente da
República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Tribunal de Contas da
União, Procurador Geral da República e aos cidadãos, na propositura de leis
ordinárias e leis complementares. Também há legitimados concorrentes para
apresentar Propostas de Emenda à Constituição (PECs).

TIPO DE LEI LEGITIMADO


Leis complementares e ordinárias Qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional
Presidente da República (CF/88, art.
61);
Supremo Tribunal Federal e Tribunais
Superiores (CF/88, art. 61);
Procurador-Geral da República (CF/
88, art. 61);
Cidadãos (CF/88, art. 61);
Proposta de Emenda à Constituição Mínimo 1/3 dos membros da Câmara
dos Deputados ou mínimo de 1/3 dos
membros do Senado (CF/88, art. 60,
I);
Presidente da República (CF/88, art. 60,
II);
Mais da metade das Assembleias
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Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros
(CF/88, art. 60, III);

OBS: Atentar para o projeto de lei complementar de organização do


Ministério Público, bem como de normas gerais para a organização do Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios, que compete concorrentemente ao
Presidente da República e ao Procurador-Geral da República (CF/88, art. 61, § 1º,
II, “f”, e art. 128, § 5º).
Iniciativa privativa: também denominada reservada, restrita ou exclusiva,
só pode ser levada a cabo por determinadas pessoas, sob pena da matéria em
questão padecer de vicio formal de iniciativa, tornando a mesma inconstitucional.
Pode ser privativa do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. O quadro a seguir
procura sintetizar esses dados:

LEGITIMADO PROPOSIÇÃO
Presidente da República Fixação ou modificação dos efetivos das Forças
Armadas; CF/88, art. 61, § 1º, I;
Criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração; CF/88, art. 61, § 1º, II “a”;
Organização administrativa e judiciária, matéria
tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios; CF/88, art. 61, §
1º, II “b”;
Servidores públicos da União e Territórios, seu regime
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; CF/88, art. 61, § 1º, II “c”;
Criação e extinção de Ministérios e órgãos da
administração pública, observado o disposto no art.
84, VI; CF/88, art. 61, § 1º, II “e”;
Militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva;
CF/88, art. 61, § 1º, II “f”;
Medidas Provisórias; CF/88, art. 62

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STF Estatuto da Magistratura; CF/88, art. 93.


STF, TCU, Tribunais Matérias de seu interesse exclusivo CF/88, art. 96, II
Superiores e TJs
Congresso Nacional Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e
Por decreto legislativo os Senadores; CF/88, art. 49, VII;

(sem sanção presidencial) Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente


da República e dos Ministros de Estado; CF/88, art.
49, VIII;
Resolver definitivamente sobre tratados, acordos
ou atos internacionais CF/88, art. 49, I;
Autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar CF/88, art. 49, II;
Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da
República a se ausentarem do País, quando a
ausência exceder a quinze dias CF/88, art. 49, III;
Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer
uma dessas medidas CF/88, art. 49, IV;
Sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa CF/88, art. 49, V;
Mudar temporariamente sua sede CF/88, art. 49, VI;
Câmara dos Deputados Elaborar seu regimento interno, por resolução
Organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (esta última – remuneração – por
projeto de lei, com sanção presidencial)
Senado Federal Elaborar seu regimento interno, por resolução
Organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para

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fixação da respectiva remuneração, observados os


parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias (esta última – remuneração – por
projeto de lei, com sanção presidencial)

É interessante notar que, embora não conste no rol expresso dos legitimados
aptos a apresentar projeto de lei, a Constituição concedeu legitimidade para que o
TCU inicie o processo legislativo, pois igualou algumas de suas prerrogativas às de
outros Tribunais Superiores. Vejamos o que diz o artigo 73 da CF/88: "O Tribunal
de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no
que couber, as atribuições previstas no art. 96.” O texto do art. 96 é o seguinte:
Art. 96 Compete privativamente: (...)
II - Ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio
de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver.

Por fim, a Lei 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU) dispõe que compete ao
Tribunal "propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de
cargos, empregos e funções de quadro de pessoal de sua secretaria, bem como a
fixação da respectiva remuneração" (art. 1°, XV).

Iniciativa vinculada: Os projetos de lei de natureza orçamentária (PPA, LDO


e LOA) são considerados como de iniciativa vinculada, pois a Constituição obriga o
Presidente da República a encaminhá-los ao Congresso Nacional (CF/88, arts. 84,
XXIII, e 165). Se o Presidente descumprir esse mecanismo, estará incorrendo em
crime de responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).
Iniciativa popular: Um das formas diretas de exercício do poder, a iniciativa
popular é uma novidade estabelecida pela CF/88 e que possibilita o eleitorado dar
início ao processo legislativo de lei ordinária ou complementar. Para ser
apresentado ao Parlamento, o projeto precisa cumprir os seguintes requisitos:
Mínimo de 1% ELEITORADO NACIONAL – mínimo de 5 ESTADOS – mínimo
e 0,3% EM CADA ESTADO (art. 61, § 2º).
O projeto inicia sua tramitação ordinária pela Câmara dos Deputados,
podendo ser emendado, aprovado ou rejeitado.

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Atenção: a Constituição Federal NÃO prevê expressamente a iniciativa


popular para a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição, embora alguns
doutrinadores a admitam e dezesseis estados da Federação tenham feito
expressamente tal previsão em suas constituições estaduais, como São Paulo, Pará,
Pernambuco e Rio Grande do Sul. Também não cabe iniciativa popular,
evidentemente, naquelas matérias que possuem iniciativa reservada a outros
titulares.
Havendo vício de iniciativa, ou seja, se determinada proposição for
apresentada por aquele que não possui legitimidade para tal, a matéria será
inconstitucional. Nesse caso, nem o regular processo legislativo, nem a sanção do
Executivo são capazes de validá-la.

Fase constitutiva

No Legislativo, os projetos são discutidos e votados conforme as regras gerais


ou específicas do Processo Legislativo, em basicamente três etapas:
emendamento, instrução e deliberação (que inclui discussão e votação), as
quais estudaremos adiante.
Como já vimos, o Poder Legislativo federal no Brasil é bicameral, com uma casa
iniciadora (em geral, a Câmara dos Deputados) e uma casa revisora (em geral, o
Senado). Isso porque o rol de proposições que tem tramitação iniciando pela
Câmara dos Deputados é bem mais extenso, conforme o quadro a seguir:

INICIA NA CD INICIA NO SF
Projetos de autoria de deputados ou Projetos de autoria de Senador ou
Comissão da CD Comissão do SF
PEC de autoria de deputados PEC de autoria de Senadores*
Projetos e PEC de autoria do Presidente PEC de autoria das Assembleias
da República Legislativas*
Medidas Provisórias
Projetos de autoria do STF, dos
Tribunais Superiores e do PGR
Projetos de iniciativa popular

* Segundo o art. 212 do RISF, essas matérias podem ter tramitação iniciando
pelo Senado. Geralmente, é o que ocorre.
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Uma proposição “nasce” dentro do processo legislativo no instante em que é


protocolada na Mesa do Senado, já que o objeto principal do curso é o processo
legislativo nessa Casa. Se os requisitos para sua apresentação foram cumpridos
(forma e poder de iniciativa), a proposição recebe um número e será lida no
Plenário.
Depois, ela é despachada pelo Presidente do Senado para uma ou mais
Comissões, dependendo do assunto de que trata a proposição. Nesse mesmo
despacho, o Presidente determina se a proposição terá tramitação terminativa –
apreciada apenas pelas Comissões, sem passar pelo Plenário, salvo recurso – ou
não terminativa (passará obrigatoriamente pelo Plenário). O artigo 91 do RISF trata
desse assunto, que estudaremos com mais detalhes adiante.
Começa então a etapa do emendamento. Todos os Senadores, mesmo
aqueles que não fazem parte das Comissões constantes do despacho, podem
apresentar emendas à proposição. As emendas são sugestões de alteração de
determinada matéria e precisam seguir algumas regras, que também serão objeto
do nosso estudo.
O Presidente da Comissão escolhe então, dentre os membros do colegiado,
um relator para a matéria. Esse relator tem a metade do tempo de que dispõe a
Comissão para apresentar seu relatório. Começa aí a etapa de instrução.
O Senador relator deve estudar a matéria, analisar seus prós e contras e
apresentar a seus colegas na Comissão qual o destino que, a seu juízo, aquela
matéria deve ter: aprovação, rejeição ou prejudicialidade.
O relator também pode apresentar emendas à proposição relatada e se
pronunciar a respeito da pertinência das emendas de outros Senadores. Ele acata
ou não as emendas e justifica sua decisão no relatório.
Concluído o relatório, a proposição entra na pauta da Comissão para ser
discutida e votada – é a etapa da deliberação. Se a maioria da Comissão se
manifestar de acordo com o relator, o relatório se transforma em parecer da
comissão.
Como dito anteriormente, algumas matérias podem ter sua apreciação no
Senado finalizada nas Comissões. Se este não for o caso, a proposição ainda
deverá passar pelo Plenário do Senado, onde será novamente instruída, discutida e
votada.
Se a proposição em tela for originária do Senado, será encaminhada à
Câmara dos Deputados para que proceda à sua revisão. Na Câmara, a matéria vai
percorrer o processo legislativo próprio daquela Casa. Se os deputados fizerem
emendas a essa proposição, ela volta para o Senado, que vai se pronunciar apenas
sobre as emendas recebidas (CF/88, art. 65, par. único).

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Quando a proposição aprovada for um projeto de lei, ele deve ser


encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto. Já as Propostas de
Emenda à Constituição, os Projetos de Decreto Legislativo, os Projetos de
Resolução e as Medidas Provisórias, estas quando não tenham sido alteradas
substancialmente durante sua tramitação no Congresso, não precisam passar pela
sanção presidencial. ATENÇÃO ESPECIAL PARA ESTE TEMA, POIS É
“CAMPEÃO” EM PROVAS DE CONCURSOS…
O prazo para o Presidente da República sancionar, ou seja, concordar com
determinada matéria é de 15 dias úteis. Decorrido esse prazo, o silêncio do
Presidente da República importará sanção – a chamada sanção tácita (CF/88, art.
66 §§ 1.° e 3.°)
Durante esse mesmo prazo, o Presidente da República tem a prerrogativa de
vetar o projeto de lei no todo ou em parte, por razões de inconstitucionalidade
(veto jurídico) ou por considerá-lo contrário ao interesse público (veto político).
Se o veto for parcial, só poderá abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea (CF/88, art. 66, § 2.°).
Uma vez vetado, o Presidente da República tem 48 horas para enviar ao
Presidente do Senado Federal uma Mensagem Presidencial comunicando os motivos
do veto (CF/88, art. 66, § 1.°).
Vejam só um exemplo desse tipo de Mensagem:

MENSAGEM Nº 532, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010.


Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição,


decidi vetar parcialmente, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse
público, o Projeto de Lei no 325, de 2009 (no 4.673/04 na Câmara dos Deputados), que
“Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais -
LIBRAS”.
Ouvidos, os Ministérios da Justiça e do Trabalho e Emprego manifestaram-se pelo
veto aos seguintes dispositivos:
Arts. 3o e 8o:
“Art. 3o É requisito para o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete a
habilitação em curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras -
Língua Portuguesa(....)
“Art. 8o Norma específica estabelecerá a criação de Conselho Federal e Conselhos
Regionais que cuidarão da aplicação da regulamentação da profissão, em especial da
fiscalização do exercício profissional.”

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Razões dos vetos


“O projeto dispõe sobre o exercício da profissão do tradutor e intérprete de libras,
considerando as necessidades da comunidade surda e os possíveis danos decorrentes da
falta de regulamentação. Não obstante, ao impor a habilitação em curso superior específico
e a criação de conselhos profissionais, os dispositivos impedem o exercício da atividade por
profissionais de outras áreas, devidamente formados nos termos do art. 4o da proposta,
violando o art. 5o, inciso XIII da Constituição Federal.”
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos acima
mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos
Senhores Membros do Congresso Nacional.

Depois disso, o veto deve ser apreciado em sessão conjunta do Congresso


Nacional, em 30 dias contados do seu recebimento, sob pena de paralisar as
demais votações do Congresso Nacional, ou seja, não impede o funcionamento
das duas casas legislativas – Câmara e Senado, considerados individualmente. Para
rejeitar o veto, é preciso maioria absoluta dos Deputados e a maioria absoluta
dos Senadores, contados como Casas separadas, sendo a votação secreta.
Mais adiante, haverá uma seção inteira para detalhar como funciona a
apreciação dos vetos no Congresso Nacional.
Se, depois da apreciação dos vetos (pelo Congresso – art. 66, § 4.°), o
Presidente da República não promulgar a lei em 48 horas, o Presidente do Senado
a promulgará. Se este não promulgar em 48 horas, caberá ao Vice-Presidente do
Senado fazê-lo (CF/88, art. 66, § 7.°).

Fase Complementar

A fase complementar pode se dar no âmbito do Poder Executivo ou do


Legislativo e compreende a promulgação e a publicação.
A promulgação é o ato que valida a existência da lei e sua executoriedade.
Aperfeiçoa a lei, tornando-a eficaz e apta a produzir seus efeitos. Nesse sentido,
toda norma jurídica deve ser promulgada, mesmo que ela não dependa da
sanção presidencial (caso das emendas constitucionais, decretos legislativos e
resoluções, promulgados diretamente pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal)
Já vimos que após a apreciação do veto o Chefe do Executivo dispõe de 48
horas para promulgar a lei e, se não o fizer, a competência passa a ser do
Presidente do SF. No caso de sanção tácita, o Presidente também dispõe de 48
horas para promulgar a lei. Ou seja, uma vez sancionado, o projeto de lei deve
ser promulgado.
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Depois de promulgada, a lei deve ser publicada, determinando o momento


em que seu cumprimento passará a ser exigido. Se a norma não contiver a data de
sua entrada em vigor, segundo a Lei de Introdução ao Código Civil, terá vigência 45
dias depois de sua publicação. A mesma Lei de Introdução ao Código Civil dispõe
que a norma passará a vigorar para os brasileiros residentes no exterior após
noventa dias de sua publicação oficial.

O Processo Legislativo: natureza jurídica e princípios

Já vimos de maneira geral como a Constituição trata da dinâmica do processo


legislativo, formando um ciclo completo. A partir de agora, vamos nos deter na
atuação do Poder Legislativo para a formação da lei.
O Processo Legislativo pode ser visto como uma espécie do gênero direito
processual e tem por finalidade a produção de normas jurídicas pelas Casas
Legislativas. Portanto, pode ser definido como uma série de atos e ações que são
próprias do Parlamento, uma sequência de procedimentos para que uma ideia seja
ou não convertida em norma legal.
Os princípios básicos desse processo estão elencados lá no finalzinho do
Regimento Interno do Senado Federal (RISF), em seu artigo 412. Vamos ver quais
são eles:

1) Participação plena e igualitária dos Senadores em todas as ativi-


dades legislativas, respeitados os limites regimentais;
Esse princípio garante que os preceitos democráticos sejam observados em
cada tomada de decisão no Parlamento. A ideia é que todos os parlamentares
estejam em “pé de igualdade” quanto ao ato de legislar. Aqueles que detêm
prerrogativas mais amplas possuem legitimidade para tal, pois foram eleitos pelos
seus próprios colegas. É o caso do Presidente do Senado e dos demais membros da
Mesa, por exemplo.
2) O Regimento Interno só pode ser modificado por norma legislativa,
cumpridos os procedimentos regimentais;
O Regimento Interno do Senado é uma Resolução, retirando sua validade
diretamente do texto constitucional. É matéria privativa do Senado Federal e para
ser modificado é preciso que se aprove um projeto de resolução, seguindo as
determinações do processo legislativo.
3) Os acordos de lideranças ou decisões do Plenário não prevalecem
sobre o regimento, salvo o voto nominal da unanimidade, presentes três
quintos dos membros da Casa;
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Uma das finalidades do Parlamento é a busca do consenso. No entanto, o


Regimento encontra-se acima dos acordos políticos, abrindo exceção se a decisão
for tomada por todos os Senadores presentes, e estando presentes no mínimo 3/5
dos membros da Casa – 49 Senadores.
4) A decisão que contrarie norma regimental é nula;
Princípio autoexplicativo. Os procedimentos integrantes do Regimento devem
ser estritamente observados, sob pena de se configurar a nulidade do ato
praticado.
5) A norma especial prevalece sobre a geral;
Princípio extraído do Direito Processual. Se houver uma norma geral e outra
específica regulando a mesma matéria, a decisão deve se guiar pela norma
específica;
6) Os casos omissos são decididos por analogia e princípios gerais de
Direito;
Esse princípio aproveita disposição contida no art. 4.° da Lei de Introdução ao
Código Civil Brasileiro. Portanto, quando a lei for omissa, a decisão do caso será de
acordo com a analogia e os princípios gerais de direito.
7) Preservação dos direitos das minorias;
Um dos princípios mais importantes para se entender a lógica do processo
legislativo. De modo geral, as decisões são tomadas sempre pela maioria. No
entanto, para que a formação do ato normativo se dê da forma mais legítima
possível, as minorias possuem uma série de direitos garantidos pelo RISF, como
veremos durante o curso. Os recursos e as Comissões Parlamentares de Inquérito
são os exemplos mais notórios da aplicação desse princípio.
8) Definição normativa, a ser observada pela Mesa em questão de
ordem decidida pela Presidência;
A questão de ordem é um questionamento formulado por qualquer Senador,
em qualquer momento dos trabalhos, que diga respeito a dúvidas sobre
interpretação ou aplicação do Regimento Interno. A questão de ordem é decidida
pelo Presidente e deve se balizar estritamente pela norma. Se a decisão se der em
relação a um caso omisso, será considerado precedente. No entanto, o precedente
não tem força obrigatória, pois isso só acontece quando a norma for incorporada ao
Regimento, ou seja, por aprovação de projeto de resolução.
9) Decisão sempre colegiada, salvo competências específicas do
Regimento Interno;
Como regra, todas as decisões no Senado são colegiadas, com exceção das
atribuições do Presidente do Senado, dos Presidentes de Comissões e de outras
especificamente citadas pelo RISF.
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10) Impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do


quórum regimental estabelecido;
Como estudaremos mais adiante, o quórum é o número mínimo de senadores
que devem votar para tornar a decisão válida. Se esse número não for observado,
a decisão tomada pode ser invalidada;
11) A pauta deve ser feita com antecedência: todos os Senadores
devem tomar conhecimento;
Também ligado à ideia de democracia e aos direitos das minorias, todas as
pautas de trabalho do Plenário e das Comissões devem ser divulgadas com
antecedência a todos os Senadores, para que tomem conhecimento delas e possam
preparar sua decisão.
12) Publicidade das decisões tomadas, salvo casos específicos no
Regimento;
Os resultados dos trabalhos do Plenário e das Comissões são comunicados ao
público em geral por meio da divulgação oficial no Diário do Senado Federal, além,
é claro, de outros meios. Apenas as decisões que forem justificadamente protegidas
por sigilo fogem a essa regra.
13) Ampla negociação política, observando o Regimento;
Como já vimos, os parlamentares possuem total liberdade de negociação para
tentar atingir um consenso. No entanto, os acordos devem se dar dentro dos
limites postos pelo Regimento, a menos que a situação se enquadre no terceiro
princípio estudado.

Legislatura e Sessão Legislativa

Conforme comentamos anteriormente, a legislatura compreende um período


de quatro anos, quando então temos novas eleições gerais.
A legislatura, por sua vez, é dividida em quatro períodos (anuais),
denominados sessões legislativas ordinárias. Cada sessão legislativa vai do dia
02 de fevereiro a 17 de julho (1.o período) e de 01 de agosto a 22 de dezembro
(2.o período), uma determinação constitucional.
Os períodos não compreendidos nesse intervalo de tempo configuram os
recessos parlamentares. Para haver trabalhos durante o recesso parlamentar, é
preciso instalar uma sessão legislativa extraordinária (mais conhecida por
convocação extraordinária). Durante a convocação extraordinária, o Congresso
Nacional pode deliberar apenas sobre o assunto para o qual foi convocado,
além das medidas provisórias constantes da pauta, se houver (CF/88, art. 57, §§
6.o e 7.°).
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A tabela abaixo resume os casos de convocação extraordinária e quem pode


convocá-la:

QUEM CONVOCA SITUAÇÃO


Presidente do Senado Decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal;
Pedido de autorização para decretação de
estado de sítio;
Tomada de compromisso e posse do
Presidente e Vice-Presidente da República.
Presidente da República
Presidentes da CD e do SF Caso de urgência ou interesse público
relevante
Requerida pela maioria dos
membros das duas casas

Obviamente, nos casos de estado de defesa e de sítio e de intervenção


federal durante a sessão legislativa não há necessidade dessa convocação (afinal
de contas o Congresso já estará funcionando normalmente).
Agora, não confundam a sessão legislativa (explicada acima) com as
sessões plenárias. É possível haver mais de uma sessão do Senado no mesmo
dia, ou até mesmo, sessões do SF e outra, conjunta, do Congresso Nacional.
Precisamos também diferenciar o conceito de sessão plenária do de
reunião. A reunião não está necessariamente investida da mesma legitimidade da
sessão. A denominação reunião é utilizada pelo Regimento em três casos:

1) Para dar início a uma sessão do Plenário é preciso que estejam


presentes no mínimo um vigésimo da composição do Senado (4 senadores).
Quando isso não acontece, isto é, não há número suficiente, a sessão não pode
começar por falta de quórum (veremos isso com detalhes logo adiante). A sessão
também pode não ser realizada devido a motivo de força maior. Nesses dois casos,
acontece apenas uma reunião. O Presidente declara que a sessão não pode ser
realizada, determina a publicação do expediente que há sobre a mesa, mesmo sem
ter sido lido, e prepara-se uma ata dessa reunião.

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2) O Plenário das Comissões realizam reuniões, e não sessões. Vale para


as comissões do Senado e do Congresso, sejam elas permanentes ou temporárias.
3) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da
legislatura, o RISF determina que o Senado realize reuniões preparatórias para a
escolha da Mesa Diretora que irá comandar a casa pelos próximos dois anos (RISF,
art. 3.°).

Quórum

O quórum designa a quantidade de senadores presentes que é necessária


para validar determinados atos do processo. Alguns quoruns estão definidos na
Constituição, mas a maioria é determinada pelo RISF.
O quórum de votação pode ser calculado de duas maneiras: com base em
toda a composição da casa ou com base no número de senadores que se encontra
presente naquele momento na sessão. Para entendermos isso melhor, precisamos
definir primeiro o que seriam a maioria absoluta e a maioria simples.
Maioria absoluta: votos correspondentes ao número inteiro imediatamente
superior à metade dos membros do colegiado (presentes ou não), ou seja, divida o
número de parlamentares por dois e “arredonde para cima”.
Maioria simples: maioria dos votos dos membros presentes, devendo
comparecer a maioria absoluta da composição do colegiado, que pode ser uma
Comissão ou o Plenário do SF.
Para melhor compreensão, vamos usar o exemplo de uma votação em
Plenário. Suponha que se queira votar um projeto de lei complementar. Como já
sabemos, a CF/88 determina que para aprovar esse tipo de matéria é preciso obter
o voto favorável da maioria absoluta dos membros da Casa (art. 69). Portanto:

Membros da Casa = 81 Senadores


Metade dos Senadores = 81/2 = 40,5 Æ 41 Senadores.

Dessa forma, para que o projeto de lei complementar seja aprovado, deve
obter 41 votos favoráveis.

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Vamos agora mudar o exemplo: queremos votar um projeto de lei ordinária.


Ora, esse tipo de projeto requer maioria simples, que é a maioria existente no
Plenário, estando presente a maioria absoluta. Já vimos que a maioria absoluta é
de 41 Senadores. Lembre-se que, se houver menos de 41 Senadores em plenário,
não é possível colocar o projeto em votação. Suponhamos então que haja 50
Senadores presentes. A maioria simples será: 50/2 = 25 Senadores + 1 = 26. Para
que a matéria seja aprovada, bastam 26 votos.
Quando o ato normativo se referir a outro quórum que não seja o de maioria
simples ou maioria absoluta, estaremos diante de uma hipótese de quórum
qualificado. Exemplo mais conhecido: aprovação de PEC (3/5 dos votos favoráveis
de cada Casa).
Também há quoruns específicos para abertura de sessões, para iniciar o
processo de deliberação e para votação. Ocorre uma espécie de escalonamento.
Para abrir uma sessão, digamos, do Plenário, é preciso um vigésimo da composição
da casa (quórum de abertura), logo, 81/20 = 4,05 = 5 Senadores. Mas com esse
número de Senadores não podemos votar nada, certo? Para dar início ao processo
de votação precisamos da maioria absoluta presente (quórum de votação) = 41
Senadores. E se a matéria exigir maioria absoluta para aprovação, ainda
precisamos que todos esses 41 parlamentares votem a favor do projeto.
Nas comissões a sistemática de cálculo do quórum é a mesma, para abertura
de reuniões, votação e aprovação.
Além da questão do quórum de abertura e de votação, vale frisar que vários
atos do processo legislativo exigem números mínimos de assinaturas para que
possam ter prosseguimento – é o quórum de iniciativa. É o caso de alguns
requerimentos, recursos e apresentação de algumas propostas legislativas.
O quadro abaixo procura resumir o quórum exigido para votação das
principais matérias no Senado, ou seja, quantos votos favoráveis são necessários
para a aprovação:

VOTAÇÃO QUÓRUM
Proposta de Emenda à Constituição 3/5 dos Senadores (49)
Projeto de lei complementar Maioria absoluta (41)
Projeto de lei ordinária Maioria simples dos presentes
Medida Provisória Maioria simples dos presentes
Escolha de autoridades (Ministros do Maioria absoluta (41)
STF, STJ e TST, PGR e membros do
Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério
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Público)
Exoneração, de ofício, do PGR Maioria absoluta (41)
Rejeição de projeto de decreto 2/5 dos Senadores (33)
legislativo de renovação de concessão
ou permissão para serviço de
radiodifusão
Condenação de Presidente e Vice- 2/3 dos Senadores (54)
Presidente da República em casos de
crimes de responsabilidade
Perda de mandato de Senador Maioria absoluta (41)

Aprovação de estado de defesa ou Maioria absoluta (41)


estado de sítio

Suspensão de imunidade de Senador 2/3 dos Senadores (54 )


durante estado de sítio

Veto (em sessão conjunta do Maioria absoluta de Senadores (41)


Congresso) Maioria absoluta de Deputados (257)

Fixação de alíquotas máximas nas 2/3 dos votos (54 votos)


operações internas, para resolver
conflito específico que envolva
interesse de Estados e do Distrito
Federal
Estabelecimento de alíquotas aplicáveis Maioria absoluta (41 votos)
às operações e prestações
interestaduais e de exportação
Estabelecimento de alíquotas mínimas Maioria absoluta dos votos (41 votos)
nas operações internas

Autorização de operações de créditos Maioria absoluta (41 votos)


que excedam o montante das despesas
de capital, mediante créditos
suplementares ou especiais específicos

Senado Federal: funcionamento e sede

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O Senado Federal é sediado no Palácio do Congresso Nacional, em Brasília.


O parágrafo único do art. 1° do RISF permite que o Senado reúna-se em outro local
fora da sede, em casos de guerra, comoção intestina, calamidade pública ou
ocorrências que impossibilitem o seu funcionamento. Essa mudança ocorre por
determinação da Mesa, a pedido da maioria dos Senadores.

Reuniões Preparatórias

Como vimos, antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa


ordinária da legislatura, o art. 3° do RISF determina que o Senado realize reuniões
preparatórias para a escolha da Mesa Diretora que irá comandar a casa pelos
próximos dois anos.
Só que existe um descompasso entre as nomenclaturas utilizadas na
Constituição Federal e no Regimento Interno do Senado sobre as reuniões
preparatórias. A Constituição, em seu art. 57, § 4º, denomina essas reuniões como
sessões preparatórias. Contudo, faz referência apenas à primeira sessão
legislativa da legislatura: “Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subseqüente.”

Segundo o RISF, as reuniões preparatórias acontecem da seguinte forma:

Na primeira sessão legislativa ocorrem três reuniões preparatórias:


1a) A partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos Senadores;
2a) Eleição do Presidente da Mesa;
3a) Eleição dos demais Membros da Mesa.

Na terceira sessão legislativa acontecem duas reuniões preparatórias:


1a) No dia 1° de fevereiro, para eleição do Presidente;
2a) Eleição dos demais Membros da Mesa.

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Perceba: na primeira sessão legislativa da legislatura, quando há posse dos


senadores eleitos, as reuniões preparatórias acontecem a partir de 1° de fevereiro,
inclusive por determinação constitucional (CF/88, art. 57, § 4º). No entanto, a
mesma Constituição diz que a sessão legislativa deve ser inaugurada no dia 02 de
fevereiro, uma data fixa, mas que pode ser transferida para o primeiro dia útil
subsequente quando for sábado, domingo ou feriado (CF/88, art. 57, § 1º). Assim,
o importante é que a posse dos Senadores e as eleições para a Mesa Diretora
ocorram antes da data marcada para a abertura da sessão legislativa.

Já na terceira sessão legislativa (quando não há posse; apenas eleições para


a Mesa), o RISF dispõe que deve acontecer uma reunião preparatória no dia 1° de
fevereiro, ok? O Regimento não abre exceção para sábados, domingos ou feriados,
ou seja, a primeira reunião preparatória tem uma data fixa.

Para fechar esse assunto: nada impede que em um dia sejam realizadas
várias reuniões preparatórias; o usual é, inclusive, uma suceder a outra.

Vamos ver agora algumas características das reuniões preparatórias:


⇒ O número mínimo de Senadores para dar início à reunião (quórum) é de
1/6 da composição do Senado (14 Senadores);
⇒ O horário de início é fixado pela Presidência atual;
⇒ A direção dos trabalhos compete à Mesa anterior. Detalhe importante:
são excluídos os Senadores que compunham a Mesa e que terminaram o
mandato. Isso vale tanto para os que não fazem mais parte do Senado
como para aqueles que tenham sido reeleitos.
⇒ Se porventura não houver nenhum membro da Mesa anterior, assume a
Presidência dos trabalhos o Senador mais idoso dentre os presentes.
Nesse caso ele convida, para ocupar os quatro lugares de Secretários
durante a reunião preparatória, os Senadores pertencentes aos partidos
mais numerosos;
⇒ Nas reuniões preparatórias, os Senadores não podem usar da palavra,
salvo para declaração pertinente à matéria que nela esteja sendo
tratada.

Sessões do Senado Federal e do Congresso Nacional

As Sessões do Plenário do Senado são divididas, conforme a natureza,


nos seguintes tipos:

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• Deliberativas, que podem ser ordinárias ou extraordinárias;


• Não deliberativas;
• Especiais;

Sessões Deliberativas e Não Deliberativas

Deliberativa vem do verbo deliberar, ou seja, decidir. Se a sessão é


deliberativa, significa que se destina a alguma votação. As sessões não
deliberativas, por sua vez, não possuem votações programadas e destinam-se a
discursos, comunicações, leitura de proposições e outros assuntos de interesse
político e parlamentar.
O RISF fixa dias e horários para início das sessões ordinárias: de segunda a
quinta-feira, às quatorze horas, e às sextas-feiras, às nove horas. As sessões
extraordinárias, naturalmente, são aquelas realizadas fora desse horário regimental
e serão em regra sempre deliberativas, pois são convocadas pelo Presidente
quando houver necessidade urgente de deliberação, ou seja, decisão, ouvidas as
lideranças partidárias.
O RISF determina ainda que, excetuados os casos especiais, não constarão
matérias para votação das sessões das segundas e sextas-feiras, tornando-as, em
regra, não deliberativas.

Sessões Especiais

As sessões especiais são realizadas para fins de comemoração ou


homenagem, em horário diverso daquele que foi estipulado no regimento. Sobre
essas sessões, é importante saber:
A sessão especial pode ser realizada de forma avulsa ou até mesmo
interromper uma sessão ordinária. Sua realização depende de:

• Decisão do Presidente; ou
• Decisão do Plenário, mediante requerimento assinado por pelo menos 6
Senadores, aprovado por maioria simples;

Em sessões especiais, não há necessidade de quórum mínimo para que ela


seja aberta ou realizada. Podem ser admitidos convidados à Mesa e ao Plenário e o
uso da palavra é restrito aos Senadores designados pelo Presidente do Senado
como oradores.

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Fases da sessão

A sessão deliberativa ordinária é dividida em três fases:


1) Período do Expediente;
2) Ordem do Dia;
3) Após a Ordem do Dia.

Período do Expediente

No Período do Expediente acontece a leitura dos projetos que foram


apresentados à Casa, bem como indicações, pareceres ou requerimentos não
relacionados com as proposições constantes da Ordem do Dia; também são lidas as
comunicações enviadas à Mesa pelos Senadores, seus pedidos de licença, ofícios,
moções, mensagens, telegramas, cartas, memoriais e outros documentos
recebidos. É como se fosse um pequeno “informe” das atividades legislativas da
Casa – resumidamente. Quem faz essa leitura é o membro da Mesa chamado
Primeiro Secretário, ou o Senador que o estiver substituindo na ocasião.
Nessa fase, podem ainda acontecer votações de requerimentos que não
sejam objeto de votação na Ordem do Dia, por exemplo: requerimento de pesar
(em caso de falecimento de alguma personalidade), requerimento para suspensão
da Sessão, etc.
Além dessa leitura, é no Período do Expediente que são feitos os
pronunciamentos dos Senadores, permitidos apartes. O prazo regimental para os
pronunciamentos dos oradores inscritos é de dez minutos para dias de sessão
deliberativa e de vinte minutos para sessões não deliberativas. Nas sessões
deliberativas ordinárias, o Período do Expediente tem a duração de duas horas
(120 minutos), contados a partir do momento em que a sessão é instalada (ou
seja, quando há quórum para instalação – um vigésimo do SF).
Nas sessões deliberativas extraordinárias, o Período do Expediente dura
apenas 30 minutos e só pode ter oradores se ainda não houver número (quórum)
para as deliberações constantes da pauta.
O período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única
vez, para que o orador na tribuna conclua seu pronunciamento, caso ainda não
tenha terminado o tempo de que disponha. Depois disso, tem início a Ordem do
Dia.

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O tempo do Período do Expediente também pode ser utilizado para realização


de homenagem, sem ser em sessão especial. Para isso, também é preciso
aprovação de requerimento assinado por no mínimo seis Senadores. Para fazer uso
da palavra nesse caso de homenagem, os Senadores podem se inscrever.

Ordem do Dia

A Ordem do Dia é o momento mais nobre da Sessão, quando se dá a discussão


e votação dos projetos constantes na pauta para aquele dia. Quem determina a
inclusão de matérias na Ordem do Dia, segundo sua antiguidade e importância, é o
Presidente do Senado, ouvindo as lideranças.
A Ordem do Dia é sempre anunciada no término da sessão anterior, publicada
no Diário do Senado Federal e distribuída em avulsos (documentos que dão
publicidade à matéria) antes de iniciar-se a sessão respectiva. Salvo casos especiais
que veremos mais tarde, a proposição só pode entrar na Ordem do Dia se tiver um
parecer, ou seja, tiver sido instruída por alguma Comissão.

O avulso é a publicação, a cópia da proposição que está tramitando.

Após a Ordem do Dia

Depois de encerrada a Ordem do Dia, o tempo que restar até o término


da
sessão é destinado, de preferência, ao uso da palavra pelos líderes dos partidos e
aos oradores inscritos. Eles têm até 20 minutos para seus pronunciamentos.
É preciso destacar que algumas votações podem acontecer nesta fase da
sessão, como:
• Requerimentos de urgência;
• Redações finais de matérias em rito normal de tramitação que foram
deliberadas na Ordem do Dia, caso exista requerimento de dispensa de
sua publicação.

Sessão não realizada

O RISF admite que a sessão plenária não seja realizada nas seguintes
hipóteses: 28
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1) por falta de número (atentar que o quórum mínimo para abertura da


sessão é de um vigésimo do SF, ou seja, cinco senadores);
2) por deliberação do Senado;
3) quando sua duração coincidir com a de sessão conjunta do Congresso
Nacional, mesmo de forma parcial;
4) por motivo de força maior, declarado pela Presidência.

Sessões Conjuntas do Congresso Nacional

As sessões do Congresso Nacional acontecem quando se reúneme a Câmara


dos Deputados e o Senado Federal. São sempre sessões conjuntas, classificadas
em:
• Solenes; e
• Deliberativas.

Sessões Solenes

As sessões solenes destinam-se a fins específicos ou para


render homenagens e comemorações. São as seguintes:

• Inauguração da sessão legislativa (tanto a ordinária quanto


a extraordinária);
• Posse e compromisso do Presidente e Vice-Presidente da República;
• Promulgação de emendas constitucionais;
• Homenagem a Chefes de Estado estrangeiro;
• Comemoração de datas nacionais.

As sessões solenes não precisam de quórum mínimo para ter início. Não há
Período do Expediente e só podem discursar um Senador e um Deputado, de
preferência de partidos diferentes, e previamente designados pelas respectivas
Casas.
Das sessões solenes, há duas que são previamente designadas pela CF/88 e
pelo Regimento Comum do Congresso Nacional (RCCN): a que se destina à posse
do Presidente e do Vice-Presidente da República (CF/88, art. 78, e RCCN art. 1°, II)
e a sessão que abre os trabalhos da sessão legislativa ordinária – em 02 de
fevereiro ou no primeiro dia útil subsequente (CF/88, art. 57, § 3º, I, e RCCN, art.
1°, I).

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Na sessão de posse do Presidente da República e do respectivo Vice, não são


permitidos discursos de parlamentares. O Presidente eleito é levado ao Plenário por
uma comissão de congressistas para prestar seu compromisso. Em seguida, o
Presidente da Mesa declara empossado o Presidente da República e faz o mesmo
procedimento para o Vice-Presidente. Os dois assinam o termo de posse e o
Presidente da República pode, nesse momento, fazer um discurso dirigido ao
Congresso e à Nação.
Já na inauguração da Sessão Legislativa, o Presidente proclama
inaugurados os trabalhos do Congresso Nacional e anuncia a presença, na Casa, do
enviado do Presidente da República trazendo a Mensagem Presidencial. O
Presidente manda o 1º Secretário ler a Mensagem e depois encerra a sessão.
Nesse caso, também não são permitidos discursos de parlamentares.

Sessões deliberativas

A exemplo do que ocorre no Senado, as sessões deliberativas do Congresso


Nacional acontecem quando é preciso votar determinada matéria. Essas sessões
não têm dias estabelecidos para acontecer. Elas são convocadas pelo Presidente do
Senado ou seu substituto, com prévia audiência da Mesa da Câmara – o RCCN usa
esse termo mesmo. Na verdade, significa obter concordância ou anuência da Mesa
da CD. São elas:

• Votação dos projetos de lei orçamentária (PPA, LDO, LOA e créditos


adicionais), ressalvada a Medida Provisória que abre crédito extraordinário,
votada separadamente pelas duas Casas (art. 62 da CF/88);
• Apreciação de vetos;
• Delegação ao Presidente da República (Lei Delegada) por resolução do CN;
• Elaboração de Regimento Comum e criação de serviços comuns às
duas Casas;

As sessões conjuntas são realizadas, em regra, no Plenário da Câmara dos


Deputados, mas podem também ser feitas em outro local (em geral, no Plenário do
SF). Para dar início à uma reunião conjunta, o quórum mínimo é de um sexto da
composição de cada Casa. A sessão também é dividida em fases, que já vimos
durante o estudo das sessões do SF, ou seja:

• Período do Expediente;
• Ordem do Dia; e

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• após a Ordem do Dia.

Nas sessões do Congresso Nacional, o Período do Expediente dura 30


minutos e é destinado igualmente para leitura do expediente pelo Primeiro-
Secretário e aos oradores inscritos, que poderão usar da palavra pelo prazo de 5
minutos, no máximo.
Havendo Ordem do Dia na sessão do Congresso, os avulsos (publicação) das
matérias precisam ser disponibilizados aos parlamentares com 24 horas de
antecedência.
As sessões do Congresso têm duração de quatro horas, podendo ser prorrogadas
por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Congressista, tantas
vezes quantas necessárias. A prorrogação será sempre por prazo fixo e não pode ser
interrompida. Explicando melhor: se o Presidente prorrogar a sessão por, digamos,
meia hora, antes de terminar essa meia hora ele não poderá encerrar a sessão. A
menos que não exista mais nada para votar ou não exista mais número de
parlamentares presentes o suficiente para o prosseguimento da sessão.
A sessão do Congresso Nacional também poderá ser levantada (suspensa), a
qualquer momento, se vier a falecer qualquer Congressista ou Chefe de um dos
Poderes da República.

Agora, muito cuidado:


As sessões do Congresso são conjuntas. Sessão conjunta é diferente de
sessão unicameral. Em nosso ordenamento constitucional, o Congresso se reuniu
em sessão unicameral apenas uma vez, para deliberar sobre a Revisão
Constitucional de 1994, prevista no ADCT da CF/88:
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral.
Mas qual a diferença? Na sessão conjunta, os votos dos deputados e dos
senadores são computados separadamente; maioria absoluta dos deputados (257)
e maioria absoluta dos senadores (41), por exemplo. A única diferença é que, em
vez de cada grupo votar na sua casa, a seu tempo, a votação se dá de maneira
simultânea.
Já em uma sessão unicameral, o nome já diz: uma Câmara. Os votos são
computados como um bloco só. Se usarmos o cômputo numérico de hoje (513
deputados + 81 senadores), teríamos 594 congressistas, sendo que para obter a
maioria absoluta seriam necessários 298 votos. Mas atenção, a única hipótese de
reunião unicameral já se exauriu (revisão constitucional de 1994). Hoje, todas as
sessões do Congresso Nacional são, portanto, conjuntas.
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Quem mantém o arquivo das sessões conjuntas e seus respectivos anais é o


Senado Federal.

Sessões públicas e secretas

Além da classificação conforme a natureza (em deliberativas, não


deliberativas e especiais), as sessões do Plenário do Senado podem ser públicas ou
secretas.
A grande maioria das sessões é pública. Nelas, podem entrar no Plenário os
Senadores, os Suplentes de Senadores, os Deputados Federais, os ex-Senadores,
os Ministros de Estado quando convocados e os funcionários do Senado em serviço.
Além deles, há assentos específicos para profissionais credenciados da imprensa e
para convidados dos Senadores. Há também espaço reservado para que qualquer
pessoa assista às sessões públicas, desde que ela esteja desarmada e fique em
silêncio, sem poder manifestar aprovação ou reprovação ao que estiver
acontecendo na sessão.
Há situações em que as sessões do SF serão transformadas obrigatoriamente
em secretas:
a) declaração de guerra (CF/88, art. 49, II);
b) acordo sobre paz (CF/88, art. 49, II);
c) escolha de chefe de missão diplomática de caráter permanente (CF/88, art.
52, IV);
d) decisão sobre requerimento que solicite sessão secreta do Senado.

Explicando melhor o último item: vamos supor que algum Senador julgue que
seja mais prudente realizar a sessão para decidir sobre determinado assunto de
forma secreta. Para isso, ele precisa apresentar uma proposição legislativa
chamada requerimento. Se isso acontecer, o Presidente comunica ao Plenário que
existe esse requerimento, mas não diz quem é o autor dele nem a matéria a que o
requerimento se refere. Ou seja, para decidir sobre esse requerimento, o Senado já
funcionará em sessão secreta.

Ainda sobre sessões secretas, temos um ponto interessante. Em 2007,


atendendo a um anseio legítimo da sociedade, o Senado aprovou um projeto de
resolução acabando com as sessões secretas para decidir a respeito de perda de
mandato de Senador, alterando o art. 25 do RISF. A mesma resolução (18/2007)
revogou o art. 197, I, “c” do RISF, afastando também a possibilidade de sessão
secreta para suspensão de imunidade de Senador durante o estado de sítio.

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Mas atenção: foi revogada a realização de sessões secretas para esses dois
casos. O voto dos Senadores permanece secreto! Isso é matéria constitucional
(CF/88, art. 55, § 2º), e só uma Proposta de Emenda à Constituição pode
modificar.
Cabe destacar que as Comissões podem realizar reuniões secretas, nos casos
permitidos pelo RISF – que veremos quando estudarmos esses órgãos. Já no
Congresso Nacional, as sessões só podem ser secretas por sugestão do Presidente,
sendo aprovada pelo Plenário. Essa decisão já é tomada em sessão secreta (art.
27
RCCN)
Antes de iniciar as sessões secretas, o Presidente solicita a saída de todos que
estiverem assistindo os trabalhos no Plenário, tribunas, galerias e respectivas de
pendências, inclusive funcionários da Casa, determinando a presença somente dos
servidores necessários ao andamento dos trabalhos.

Votações

As votações no Senado Federal podem acontecer nas seguintes modalidades,


conforme prevê o artigo 292 do RISF:

9 Ostensivas (ou abertas):


a) simbólica;
b) nominal;
9 Secretas:
a) eletrônica;
b) por meio de cédulas;
c) por meio de esferas.

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Na votação aberta ou ostensiva, os votos dos senadores são identificáveis.


Pode ser simbólica, quando apenas os senadores que forem contrários à
proposição se manifestam levantando o braço, ou nominal, na qual cada um
declara seu voto. Nas votações em Plenário, a votação nominal, em geral, se dá por
meio do painel eletrônico. Os parlamentares digitam seu voto em um dispositivo
eletrônico protegido por senha e, depois de encerrada a votação, o painel exibe o
nome de todos, indicando como votaram: sim, não ou abstenção (nenhuma das
duas posições). Quando o sistema de votação eletrônico não estiver funcionando, a
votação nominal será feita pela chamada dos Senadores, que responderão sim ou
não. Esse sistema também é utilizado em votações nominais nas Comissões, pois
as mesmas não possuem painel eletrônico.
As votações secretas são sempre nominais, ou seja, é preciso computar o
voto de cada um dos Senadores presentes; no entanto, não é possível identificar
como eles votaram. Essas votações não são a regra – só acontecem seguindo
determinações constitucionais ou regimentais. São admitidas nos seguintes casos:

Na Constituição
• Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República (CF/88, art. 52,
XI);
• Perda de mandato de Senador (CF/88, art. 55, § 2º)
• Escolha de autoridades (CF/88, art. 52, III);

No Regimento (art. 291, RISF)

• Prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso


de flagrante de crime inafiançável (RISF, art. 291, I, “c”);
• Suspensão das imunidades de Senador durante o estado de sítio
(RISF, art. 291, I, “d”);
• Nas eleições para Mesa e direção das comissões (RISF, art. 291, II);

• Por determinação do Plenário (RISF, art. 291, III);

A votação secreta eletrônica se dá de modo semelhante à votação nominal


eletrônica. A única diferença é que os votos não são exibidos, apenas o resultado:
total de votos sim, votos não e abstenções.

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A votação secreta por meio de cédulas é a que ocorre na eleição da Mesa


Diretora do Senado, durante as reuniões preparatórias. Também é utilizado esse
mecanismo se for necessário realizar uma votação secreta e o painel eletrônico
estiver com problemas técnicos.
A votação por meio de esferas é que a vocês vão achar mais “diferente”. É
remanescente das antigas votações realizadas no Senado e utilizada,
principalmente, pela Comissão de Relações Exteriores no processo de escolha de
autoridades, como membros de missão diplomática permanente (embaixadores),
por exemplo. Também pode ser usada em Plenário, em caso de não funcionamento
do painel eletrônico.
Nessa votação, são usadas “bolinhas” de duas cores: branca ou preta.
Bolinhas brancas são votos “sim”, e as pretas, “não”. Basta o parlamentar escolher
o voto e depositar a esfera na urna. A outra bolinha que não foi usada vai para
outro compartimento. Depois é feita a contagem e igualmente divulgado apenas o
resultado: aprovado ou rejeitado.

Atenção: sessões e votações são coisas dissociadas. Podemos ter votações


secretas em sessões públicas.

Ata das reuniões

A ata é o registro documental das sessões do Plenário e também das reuniões


das Comissões, isto é, um relatório do que aconteceu durante aquela reunião ou
sessão. Geralmente, ao se abrir uma sessão, a primeira coisa a ser feita é votar a
dispensa da leitura da ata (ninguém vai ficar lendo ata, mas se algum Senador
quiser, pode ser lida) e a aprovação da mesma.

A ata deve conter obrigatoriamente:


• dia, a hora e o local da reunião;
• nomes dos membros presentes e os dos ausentes;
• distribuição das matérias por assuntos e relatores;
• conclusões dos pareceres lidos;
• referências sucintas aos debates;
• pedidos de vista, adiamento, diligências e outras providências, salvo
quando não se considere conveniente a divulgação da matéria.

Por fim, a ata é publicada no Diário do Senado Federal, em até 2 dias úteis
após a reunião, mas pode sofrer adiamento.
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Se a sessão ou reunião for secreta, a ata merece tratamento especial. Ela é


redigida pelo Segundo-Secretário da Mesa, assinada pelo Presidente e pelos
Primeiro e Segundo-Secretários e colocada em envelope lacrado, que é rubricada
pelos Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é votada, sendo
aprovada por qualquer número de Senadores.
Atenção, ata não é a mesma coisa que notas taquigráficas. Estas são a
transcrição de tudo o que foi dito na reunião (como quando você grava uma aula
de curso e depois digita tudo que o professor falou). As notas, diferentemente das
atas, não precisam ser aprovadas pelos Senadores.
A transcrição das sessões vai formar o que se chama de Anais. Epa! Que é
isso? É a publicação de todos os trabalhos do Senado e organizado em ordem
cronológica, para distribuição aos Senadores, por meio do Diário do Senado
Federal. Ou seja, é um grande arquivão. É possível a inserção em anais de
documentos alheios ao Senado: basta que esses documentos sejam parte
integrante de discurso de Senador ou aprovados pelo Presidente do Senado.
Também cabe ao Senado a publicação dos anais das sessões conjuntas do
Congresso Nacional.

Mesa Diretora do Senado Federal

A Mesa Diretora do Senado é formada pelo Presidente, por dois Vice-


Presidentes, quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário, eleitos durante as
reuniões preparatórias para um mandato de dois anos (duas sessões legislativas),
sendo vedada a reeleição para o período imediatamente subsequente.

Atenção! Entende-se por período subsequente a passagem da segunda para a


terceira sessão legislativa. Se estiver havendo mudança de legislatura (período de
quatro anos), é adotada a possibilidade de reeleição. Exemplo mais recente disso
foi a recondução do Senador José Sarney à Presidência do Senado, em fevereiro
deste ano.
Na Mesa Diretora é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos e blocos parlamentares que participam do Senado; o
cálculo de proporcionalidade é feito com base nas informações existentes na data
da diplomação dos candidatos no TSE.
Se houver vacância, ou seja, vaga definitiva de algum cargo na Mesa, o
preenchimento será feito em até 5 dias úteis, fazendo-se a substituição pelos vice-
presidentes ou os suplentes de secretário, conforme o caso, exceto se faltar menos
de 120 dias para o término do mandato da Mesa.

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A eleição dos membros da Mesa acontece durante as reuniões preparatórias,


que são públicas. Porém, a votação é secreta, exigindo-se a maioria favorável dos
votos e estando presente a maioria da composição do Senado.
Pelo Regimento, a eleição deve ser feita em quatro “rodadas”, na seguinte
ordem:
1) abre-se a reunião preparatória e a votação para Presidente;
2) abre-se nova reunião preparatória e votam-se os nomes dos Vice-
Presidentes, dos Secretários e dos Suplentes de Secretários. Nessa etapa, por
proposta de 1/3 dos Senadores ou de líder que represente este número, a
eleição para o preenchimento dos cargos de Vice-Presidente e Secretários
pode ser feita de uma só vez. Essas votações são realizadas por meio de
cédulas depositadas em urna.

Cuidado! Não confundir Mesa Diretora com Comissão Diretora. A Mesa


Diretora é eleita para um período de duas sessões legislativas (Presidente, dois
vice-presidentes, quatro secretários e seus respectivos suplentes). A Comissão
Diretora é composta pelos titulares da Mesa e tem por competência a decisão de
matérias administrativas da Casa.

Presidente do Senado Federal

O artigo 48 do RISF elenca as competências do Presidente do Senado


Federal, que, ressalte-se, acumula a função de Presidente do Congresso Nacional. A
lista é longa, de forma que vamos destacar apenas as mais importantes:

1.
Exercer as atribuições constitucionais: convocar sessão legislativa
extraordinária do Congresso Nacional, promulgar as leis, caso
o
Presidente da República não o faça, e suceder o Presidente da República
e o Vice-Presidente nos impedimentos previstos.
2. Velar pelo respeito às prerrogativas do Senado e às imunidades dos
Senadores; 37
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3. Convocar e presidir as sessões do Senado e as sessões conjuntas


do Congresso Nacional;
4. Propor a transformação de sessão pública em secreta, bem como pro-
por a prorrogação da sessão;
5. Designar a Ordem do Dia das sessões deliberativas;
6. Fazer ao Plenário, em qualquer momento, comunicação de interesse
do Senado e do País;
7. Fazer observar na sessão a Constituição, as leis e o Regimento;
8. Distribuir as matérias às comissões;
9. Impugnar as proposições que lhe pareçam contrárias à Constituição, às
leis ou ao Regimento, ressalvado ao autor recurso para o Plenário;
10. Decidir as questões de ordem;
11. Dar posse aos Senadores;
12. Convocar suplente de Senador;
13. Designar oradores para as sessões especiais do Senado e sessões
solenes do Congresso Nacional;
14. Desempatar as votações, quando ostensivas;
15. Proclamar o resultado das votações;
16. Assinar os autógrafos dos projetos e emendas a serem remetidos
à Câmara dos Deputados, e dos projetos destinados à sanção;
17. Promulgar as resoluções do Senado e os decretos legislativos;
18. Assinar a correspondência dirigida pelo Senado a altas autoridades:
chefes de outros Poderes, chefes de Estado estrangeiros, presidentes de
tribunais superiores, governadores e autoridades judiciárias, em
resposta a pedidos de informações ao Senado, no curso de feitos
judiciais;
19. Resolver, ouvido o Plenário, qualquer caso não previsto no Regimento;
20. Presidir as reuniões da Mesa e da Comissão Diretora, podendo discutir
e votar;
21. Exercer competências fixadas no Regulamento Administrativo do
Senado Federal;
22. Determinar a tramitação conjunta de matérias.

LEMBRETES:
• O cargo de Presidente do Senado é privativo de brasileiro nato (CF/88,
art. 12, § 3º, III).
• O Presidente do Senado integra o Conselho da República, órgão
superior de consulta do Presidente da República (CF/88, art. 89, III) e o
Conselho de Defesa Nacional, órgão de consulta do Presidente da
República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e defesa
do Estado democrático (CF/88, art. 91, III).

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O Presidente do Senado participa das votações, mas essa não é a regra geral.
O RISF permite o voto do Presidente em duas hipóteses:
Votação aberta: somente voto de desempate
Votação secreta: pode votar se desejar
Em ambas, a presença do Presidente conta para efeitos de quórum. Nas
reuniões da Mesa e da Comissão Diretora, o Presidente tem direito a discussão e a
voto.
Da cadeira da Presidência, o Presidente comanda a sessão e só faz
comunicações institucionais. Nessa condição, não pode discursar, nem fazer
comentários aos discursos de outros Senadores. Se desejar fazer um
pronunciamento, deve sair da cadeira presidencial e se dirigir à tribuna, como
qualquer outro Senador.

Competências dos demais membros da Mesa

Os demais componentes da Mesa também possuem funções determinadas


pelo RISF (arts. 52 a 56). Dentro dessas atribuições, cada um vai suceder seu
antecessor nas ausências ou impedimentos.
Faltando todos os Secretários e seus suplentes, o Presidente pode convocar
qualquer Senador presente para desempenhar essa função.
Se porventura não estiverem presentes nenhum dos membros da Mesa –
inclusive nenhum suplente – quem assume a direção dos trabalhos é o Senador
mais idoso que esteja presente. Essa regra do idoso vale inclusive para trabalhos
nas Comissões.

Primeiro Vice-Presidente
• substituir o Presidente nas suas faltas ou impedimentos;
• promulgação de leis quando o Presidente do SF não o fizer;

Segundo Vice-Presidente
• substituir o Primeiro Vice-Presidente nas suas faltas ou impedimentos.

Primeiro-Secretário
• ler em plenário a correspondência oficial recebida pelo Senado, os
pareceres, proposições e outros documentos;

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• assinar a correspondência do Senado para qualquer outra autoridade


que não esteja elencada nas competências do Presidente;
• assinar, depois do Presidente, as atas das sessões secretas;
• fornecer certidões;
• receber a correspondência dirigida ao Senado e tomar as providências
necessárias;
• determinar a entrega aos Senadores dos avulsos;
• expedir as carteiras de identidade dos Senadores;

Segundo-Secretário
• elaborar e fazer a leitura das atas das sessões secretas, assinando-as
depois do Primeiro-Secretário;

Terceiro-Secretário e Quarto-Secretário
• fazer a chamada dos Senadores para votação, se necessário;
• contar os votos, em verificação de votação;
• auxiliar o Presidente na apuração das eleições;

Cuidado: Reparem que, apesar de vir depois na “hierarquia” da Mesa, o


Primeiro Secretário é, depois do Presidente, o membro com maior número de
atribuições. É ele também quem zela pela organização dos serviços administrativos
da Casa.

Mesa do Congresso Nacional

A Mesa do Congresso Nacional nada mais é que uma combinação das Mesas
do Senado e da Câmara dos Deputados, de forma alternada. Como o Presidente do
Senado é também o Presidente do Congresso Nacional, a sequência tem início por
ele. A Mesa do Congresso é formada da seguinte forma:
Presidente – Senador
Primeiro Vice-Presidente - Deputado
Segundo Vice-Presidente - Senador
Primeiro-Secretário - Deputado
Segundo-Secretário - Senador
Terceiro-Secretário - Deputado

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Quarto-Secretário – Senador

Portanto, a Mesa do Congresso Nacional é formada por quatro Senadores e três


deputados (maior número de Senadores).

Atenção! O parlamentar ocupa na Mesa do Congresso Nacional exatamente a


mesma posição que ocupa na Mesa de sua Casa de origem.

Lideranças e blocos parlamentares

Dentro do Senado, convivem parlamentares de diversos partidos ou


bancadas. As lideranças consistem na institucionalização dessas bancadas, sendo
que cada partido escolhe, entre seus membros, aquele que será seu líder, isto é,
responderá pelas decisões que o partido tomar.
A indicação dos nomes dos líderes acontece a cada dois anos, no início da 1a
e da 3a sessões legislativas. O partido comunica à Mesa por escrito quem será seu
líder para aquele período, em um documento assinado pela maioria dos membros
da bancada. Além do líder, o partido também tem vice-líderes, para substituir o
líder titular em seus impedimentos. Os vice-líderes são escolhidos pelo líder, e
existe um cálculo para determinar a quantidade de vice-líderes de cada partido: um
para cada grupo de três integrantes do partido.
Se o partido contar com número de membros igual a ou maior que 3
Senadores, poderá contar com vantagens administrativas.
Entre as principais funções dos líderes estão: indicar os representantes de
seus partidos que irão compor as Comissões e substituí-los quando necessário;
participar das reuniões conjuntamente com o Presidente do Senado para definir a
pauta de trabalhos da Casa; e usar da palavra em vários momentos da sessão,
para comunicação de interesse partidário. Veremos essa última com mais detalhes
quando estudarmos o uso da palavra pelos Senadores.
Agora, uma breve explicação sobre o significado de blocos parlamentares.
Pode acontecer de vários partidos pequenos quererem “juntar forças” de forma a
constituir uma liderança. Para isso, eles montam o que é chamado bloco
parlamentar. Esse bloco, depois de montado, deve ter no mínimo um décimo da
composição do Senado – 9 Senadores – para ser reconhecido.
Os partidos que se aglutinam em bloco terão um único líder, o líder do bloco,
e respectivos vice-líderes. A diferença é que esses vice-líderes serão, via de regra,
os líderes dos demais partidos que formam o bloco parlamentar.

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Importante: o bloco parlamentar não precisa, necessariamente, ser formado


apenas por pequenos partidos. O tamanho da bancada é irrelevante, contanto que
o bloco possua no mínimo 9 Senadores.
Além das lideranças partidárias, ou seja, que representam os partidos,
existem agrupamentos de acordo com a posição majoritária ou não de um partido.
São as lideranças da maioria e minoria.
Maioria: partido ou bloco que representa a maioria absoluta da Casa.
Minoria: maior bloco ou partido que faça oposição à maioria.
Essas duas lideranças também possuem líderes e vice-líderes. Se não houver
nenhum partido que alcance maioria absoluta, será considerado maioria aquele que
tiver o maior número de integrantes.
A formação de maioria e da minoria precisa ser comunicada à Mesa pelos
líderes dos blocos parlamentares ou dos partidos que as compõem.

LEMBRETE: Assim como o Presidente do Senado, os líderes da maioria e da


minoria fazem parte do Conselho da República, órgão superior de consulta do
Presidente da República, nos termos do art. 89, IV, da CF/88.

Atenção: O Presidente da República poderá indicar Senador para líder do


Governo, que por sua vez indica vice-líderes, todos membros de partidos da
base de apoio ao Governo no Poder Executivo.

Lideranças no Congresso Nacional

No Congresso, as lideranças dos partidos são reconhecidas da mesma forma


que no Senado Federal. Também indicam os membros das Comissões – no caso,
das Comissões Mistas – e têm maiores prerrogativas quanto ao uso da palavra.
Há diferenças, contudo, quanto à liderança da minoria. No Congresso, a
minoria é composta pelos líderes dos partidos que elegerem as duas maiores
bancadas no Senado e na Câmara e que tenham posição diferente da maioria. Essa
escolha é anual e se alterna entre Senadores e Deputados Federais.
Da mesma forma, o Presidente da República pode indicar congressista
(Senador ou Deputado) para exercer a função de líder do Governo. Esse líder de
governo indica até 5 vice-líderes, dentre membros dos partidos que apoiem o
governo.

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Bom, pessoal, espero que tenham gostado da aula e que possamos


desenvolver juntos um curso bem legal. A partir de agora vou deixá-los com uma
série de exercícios de provas anteriores, para que vocês possam fixar o conteúdo
repassado, ok? Em 2012, quero vê-los junto comigo na Câmara Alta da República!
Abraços a todos e rumo ao Senado Federal!

Luciano Oliveira

* * *

QUESTÕES COMENTADAS DE CONCURSOS


Æ Obs: lista seca com gabaritos (para treino) no final da aula

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Os deputados federais e os senadores são


eleitos nos estados e no Distrito Federal. O número de deputados federais é
proporcional à população de cada estado e do DF, mas o número de senadores é o
mesmo em qualquer dos estados e no DF.

Correta. É o que determina a CF/88, art. 45, § 1º.


2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Nos estados com o número mínimo de
cadeiras na Câmara dos Deputados, serão eleitos deputados federais em número
quatro vezes superior ao de senadores a serem eleitos por essas mesmas unidades
da Federação.

Errada. O art. 44, § 1º, da CF/88 estabelece: “O número total de Deputados, bem
como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados”. Logo, uma unidade
da federação deve eleger no mínimo oito deputados. Esse número não é quatro
vezes superior ao número de Senadores que o mesmo estado vai eleger (três).
3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Enquanto o mandato de um deputado
federal corresponde a uma única legislatura, um senador é eleito para um mandato
de duas legislaturas consecutivas.

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Correta. O mandato do Senador é de oito anos, que equivale a duas legislaturas


consecutivas. Ver CF/88, art. 46, § 1º.
4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O Senado Federal compõe-se de
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário. Cada Estado e Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

Correta. Ver CF/88, art. 46, § 1º e § 2º.


5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Não constitui princípio básico do processo
legislativo:
(A) a nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental.

Correta. Ver RISF, art. 412, IV.


(B) a preservação dos direitos das minorias.

Correta. Ver RISF, art. 412, VII.


(C) a impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quórum
regimental estabelecido.

Correta. Ver RISF, art. 412, X.


(D) a análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua elaboração.

Errada. A análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua


elaboração não consta da relação de princípios constantes no RISF, art. 412.
(E) a publicidade das decisões tomadas, com exceção dos casos específicos
previstos no Regimento.

Correta. Ver RISF, art. 412, XII.


Gabarito: Letra “D”
6) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir, no que diz
respeito aos princípios do processo legislativo no Senado:
I. Constitui princípio a decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas
fixadas no Regimento do Senado.
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Correta. É o que dispõe o RISF, art. 412, IX.


II. Entre os princípios, destaca-se aquele segundo o qual a norma geral prevalece
sobre a especial.

Errada. Segundo o art. 412, V, ocorre a prevalência de norma especial sobre a


geral;
III. Deve observar-se o princípio da ampla negociação política por meio dos
procedimentos regimentais previstos.

Correta. RISF, art. 412, XIII;


Assinale:
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(E) se apenas a afirmativa II estiver correta.
Gabarito: Letra “B”

7) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser


discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será
considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros e for promulgada após a respectiva sanção presidencial.

Errada. As emendas constitucionais são promulgadas diretamente pelas Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3.o). Não passam
pela sanção presidencial.
8) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser
discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve enviar o
projeto de emenda ao presidente da República, para que este, aquiescendo, o
sancione.

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Errada. Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada diretamente


pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3.o).
9) Cespe/STF/Técnico/2008: O início da tramitação de proposta de emenda
constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados, pois
a CF/88 confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.

Correta, conforme prevê a Constituição, art. 60, I.


10) Cespe/STF/Técnico/2008: Prescinde de sanção do presidente da República
emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.

Correta. De novo! Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada


diretamente pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF/88,
art. 60, § 3.o).
11) Cespe/STF/Analista/2008: As emendas à CF/88 devem ser sancionadas pelo
presidente da República em até 15 dias úteis, sob pena de concordância tácita.

Errada. Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada diretamente


pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3.o).
12) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A CF/88 pode ser emendada por proposta de
assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-se
cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

Errada. A iniciativa de Proposta de Emenda à Constituição, nesse caso, demanda


mais da metade das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se cada uma
delas pela maioria relativa de seus membros. Nessa hipótese a PEC poderá começar
a tramitar pelo Senado (RISF, art. 212).
13) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A iniciativa das leis delegadas cabe a qualquer
membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, na forma e
nos casos previstos na CF/88.

Errada. Conforme art. 68 da CF/88, as leis delegadas são de iniciativa do Presidente


da República, que solicita a delegação ao Congresso Nacional.

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14) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A Constituição Federal possui um regime em


que organiza a iniciativa das leis, significando que confere legitimidade concorrente
ou exclusiva a pessoas, comissões ou órgãos para determinados assuntos. Nessa
linha, quando o tema é atinente ao Estatuto da Magistratura, pode-se afirmar que
há iniciativa concorrente entre o Presidente da República, o Presidente do STF e o
Presidente do Congresso Nacional.

Errada. Tal poder de iniciativa pertence apenas ao Presidente do STF.


15) ESAF/MPOG/APO/2010: A Câmara dos Deputados tem iniciativa privativa de lei
para fixação da remuneração de seus servidores, mas tal ato legislativo deve
necessariamente ir à sanção do Presidente da República.

Correta. Conforme dispõe a Constituição, art. 51, IV.


16) ESAF/MPOG/APO/2010: O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas
de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-
membros pode veicular matéria reservada a lei complementar.

Errada. Lei complementar admite iniciativa popular (lembrem da recente Lei da


Ficha Limpa – Lei Complementar 135/2010), no entanto, é necessário que as
assinaturas estejam distribuídas por pelo menos cinco Estados-membros, e não
pela maioria absoluta deles (CF/88, art. 61, § 2o).
17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O processo legislativo confere aos cidadãos
poder de iniciar o processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular.
Consoante o texto constitucional, tal projeto deve preencher os seguintes
requisitos: subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, quinze estados, e cinco décimos de eleitores por estado.

Errada. As assinaturas devem estar distribuídas por pelo menos 1% do eleitorado


nacional, distribuído por no mínimo cinco Estados-membros, com pelo menos três
décimos por cento dos eleitores em cada um deles (CF/88, art. 61, § 2.o).
18) ESAF/MPOG/EPPGG/2010: A iniciativa popular deve ser exercida pela
apresentação ao Presidente da República de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Errada. O projeto de lei de iniciativa popular é apresentado à Câmara dos


Deputados, conforme dispõe a CF/88, art. 61, § 2º.

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19) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A medida provisória aprovada pelo Congresso


Nacional com alterações é transformada em projeto de lei de conversão e deve ser
promulgada pelo presidente do Senado, independentemente de sanção ou veto do
presidente da República.

Errada. A sanção presidencial em Medida Provisória só é dispensada caso ela seja


aprovada pelo Legislativo sem qualquer alteração. Se foi transformada em Projeto
de Lei de Conversão, é porque foi modificada durante o processo legislativo.
20) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A CF/88 prevê a hipótese de iniciativa popular,
que pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.

Errada. O projeto deve conter a assinatura de pelo menos 1% do eleitorado


nacional (CF/88, art. 61, § 2º).
21) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Para a participação popular no processo
legislativo, quando relativa à apresentação de propostas de emenda à CF, exige-se
que 3% do eleitorado subscrevam a proposta.

Errada. Embora a iniciativa popular para apresentação de proposta de emenda


constitucional seja aceita por parte da doutrina, não está prevista de forma
expressa na CF/88. Além disso, a iniciativa popular demanda assinatura de 1% do
eleitorado, e não 3%, como afirma a questão (CF/88, art. 61, § 2º).
22) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As assembleias legislativas estaduais podem
propor emendas à Constituição Federal, desde que a proposta seja feita por mais
da metade do total das assembleias legislativas e por maioria relativa dos membros
de cada uma delas.

Correta. A iniciativa de PEC nesse caso demanda mais da metade das assembleias
legislativas estaduais, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de
seus membros. (CF/88, art. 60, III).
23) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Compete ao Congresso Nacional fixar os
subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja
sancionada pelo presidente da República.

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Correta (CF/88, art. 49, VIII). A fixação dos subsídios do Presidente e do Vice-
Presidente da República e dos Ministros de Estado é competência do Congresso
Nacional, sendo fixados por meio de Decreto Legislativo, não precisando, portanto,
de sanção presidencial.
24) Cespe/TRT1/Técnico/2008: A tramitação de projetos de lei de iniciativa do STF,
dentro do modelo bicameral, será iniciada no Senado Federal.

Errada. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da


República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na
Câmara dos Deputados (CF/88, art. 64).
25) Cespe/TCE-AC/Analista/2007: Segundo a CF/88, emenda constitucional disporá
sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

Errada. É uma lei complementar que vai dispor sobre essa matéria, conforme
parágrafo único do artigo 59 da CF/88.
26) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As resoluções constituem atos normativos
secundários que dispõem acerca da regulação de determinadas matérias do
Congresso Nacional não inseridas no âmbito de incidência dos decretos legislativos
e da lei.

Errada. As resoluções retiram seu fundamento de validade diretamente da


Constituição (CF/88, art. 59). São, portanto, atos normativos primários.
27) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Na sessão legislativa extraordinária, o
Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das
medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei
complementar em regime de urgência.

Errada. A exceção constitucional trata apenas das Medidas Provisórias (CF/88, art.
57, § 6º e 7.o). Não inclui projetos em regime de urgência.
28) Cespe/DPU/Analista/2009: O procurador-geral da República tem competência
para propor projeto de lei ordinária ou complementar.

Correta, segundo a CF/88, art. 61, caput: A iniciativa das leis complementares
e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
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29) Cespe/DPU/Analista/2009: A sanção de lei pelo governador supre eventual vício


de iniciativa do projeto.

Errada. A sanção não convalida vício de iniciativa.


30) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No sistema bicameral atuam ambas as Casas
Legislativas no processo de formação da lei, cabendo a iniciativa a parlamentares,
órgãos legislativos, cidadãos, órgãos do executivo, do Judiciário e do Ministério
Público. Assim, sendo a lei de conteúdo estruturador da organização judiciária dos
Territórios, tal iniciativa é conferida ao Presidente:
(A) do Supremo Tribunal Federal.
(B) da República.
(C) do Senado Federal.
(D) da Câmara dos Deputados.
(E) do Congresso Nacional.

Tal lei é de iniciativa do Presidente da República (CF/88, art. 61, § 1º , “b”).


Gabarito: Letra “B”.

31) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: As normas regimentais do Senado Federal,


em consonância com as regras inscritas na Constituição Federal, impõem a
realização de determinados atos mediante a obediência a quórum específico. Diante
de tal situação, avalie as afirmativas abaixo:
I. Regra geral, as deliberações são tomadas por maioria simples, presentes trinta
por cento dos parlamentares da Casa.

Errada. O quórum mínimo de presentes para iniciar deliberações é a maioria


absoluta – 41 Senadores. (CF/88, art. 47)
II. O quórum mínimo de presença para deliberação é da maioria absoluta dos
parlamentares e as votações, salvo casos especiais, por maioria simples.

Correta. É o que prevê a Constituição em seu artigo Art. 47: “Salvo disposição
constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões
serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros”.

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III. Em caso de emendas constitucionais o quórum de votação deve corresponder a


três quintos dos Senadores.

Correta. Ver CF/88, art. 60, § 2º. Não esquecer que essa votação se dá em dois
turnos.
IV. Lei complementar, lei ordinária e lei delegada devem ter quórum de maioria
absoluta.

Errada. Dos três casos citados, apenas a lei complementar exige quórum de maioria
absoluta para votação. (CF/88, art. 69).
V. Medida Provisória deve ser votada por maioria simples.

Correta. Não há previsão constitucional ou regimental para seu quórum de votação.


Vale a maioria simples.
Estão corretas as afirmativas:
(A) II, III e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, IV e V.
(D) I, II e V.
(E) I, II e III.
Gabarito: Letra “A”.

32) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto de lei que tenha sido aprovado nas
duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção.
Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento.

Correta. É o que prevê a CF/88, art. 66, § 1º.


33) FGV/SF/Advogado/2008: A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em
razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns artigos
da lei aprovada.

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Errada. O veto parcial é permitido, mas apenas em relação a trecho integral de


artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. CF/88, art. 66, § 2º.
34) FGV/SF/Advogado/2008: O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das
casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

Correta. CF/88, art. 66, § 4º: “O veto será apreciado em sessão conjunta, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores,
em escrutínio secreto”.
35) FGV/SF/Advogado/2008: Podem apresentar proposta de emenda à Constituição
Federal: o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.

Correta. Ver CF/88, art. 60, I, II e III.


36) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): No Senado, o projeto de
resolução é a modalidade indicada para propor a criação de uma nova comissão
permanente na estrutura dessa Casa legislativa.

Correta. A criação de uma nova comissão permanente implica em alteração no


Regimento Interno do Senado. Tal modificação deve ser proposta na forma de um
projeto de resolução.
37) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de resolução do
Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa, em todas as hipóteses,
deixe de realizar sessões secretas.

Errada. Há hipóteses de realização de sessão secreta por determinação


constitucional, como a apreciação de chefes de missão diplomática, por exemplo.
Tal dispositivo só pode ser modificado por meio de Proposta de Emenda à
Constituição.
38) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado estabelece
as regras de convivência entre maioria e minoria parlamentar. Sobre tal tema,
complementado por regras do Regimento Comum, avalie as afirmativas a seguir:
I. Cabe às representações partidárias organizar os blocos parlamentares e, caso
possuindo maioria absoluta, comunicar tal situação à Mesa Diretora.

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Correta. Se um partido ou bloco possuir maioria absoluta da Casa, constituirá a


maioria, fato que precisa ser comunicado à Mesa pelos líderes (RISF, art. 65, § 3º).
II. A minoria não pode indicar líder.

Errada. Como vimos, tanto a maioria quanto a minoria podem indicar líderes.
(RISF, art. 65, caput).
III. As duas maiores bancadas do Senado Federal que manifestarem, em relação ao
Governo, posição diversa da maioria, poderão indicar líder da minoria no Congresso
Nacional.

Correta. A minoria no Congresso Nacional é formada pelas duas maiores bancadas no


Senado e na Câmara que tiverem posição divergente da maioria (RCCN, art. 4º, §
3º).
IV. Não alcançada a maioria absoluta de um bloco ou representação partidária, as
figuras do Líder da maioria ou minoria serão substituídas pelos lideres partidários.

Errada. Se a maioria absoluta não for alcançada por nenhum partido ou bloco, será
considerado maioria aquele com maior número de representantes. (RISF, art. 65, §
5º).
V. Os blocos parlamentares no Senado devem ter, pelo menos, um décimo dos
Senadores.

Correta. A quantidade mínima necessária para constituir um bloco parlamentar é


um décimo da composição do Senado (RISF, art. 61, parágrafo único).
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.
Gabarito: Letra “E”.

39) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação à Mesa do Senado, é correto


afirmar que:

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(A) cabe ao Primeiro-Secretário lavrar as atas das sessões secretas, proceder-lhes


a leitura e assiná-las depois do 2º Vice-Presidente.

Errada. Essa questão foi bem malandra e misturou tudo em um balaio de gatos!
Quem lavra (confecciona) a ata da sessão secreta e faz a leitura é o Segundo-
Secretário. No entanto, ele assina a ata depois do Primeiro-Secretário, que por sua
vez assina depois do Presidente. (RISF, art. 54, V, e art. 55)
(B) o Presidente tem apenas voto de desempate nas votações ostensivas, mas, em
escrutínio secreto, pode votar como qualquer Senador.

Correta. É o que dispõe o RISF, no art. 51.


(C) os seus membros serão eleitos para mandato de dois anos, vedada a reeleição
para os períodos subsequentes.

Errada. Cuidado! A reeleição é vedada para o período imediatamente subsequente


(CF/88, art. 57, § 4º, combinado com RISF, art 59, caput)
(D) a eleição de seus membros será feita em votação ostensiva, exigida maioria de
votos e presente a maioria da composição do Senado.

Errada. Como vimos, a eleição dos membros da Mesa é secreta. Precisa da maioria
de votos, presente a maioria da composição do Senado (RISF, art. 60).
(E) assume a Presidência, não se achando presentes o Presidente e seus
substitutos legais, inclusive os Suplentes, o Senador que tiver obtido a segunda
posição na eleição anterior.

Errada. Nesse caso, quem assume a Presidência é o Senador mais idoso entre os
presentes (RISF, art. 46, § 4.o).
Gabarito: Letra “B”

40) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Consoante os termos do Regimento Interno


do Senado Federal, as sessões podem ser:
(A) deliberativas, não deliberativas e especiais.
(B) ordinárias, extraordinárias e complementares.
(C) legais, regulamentares e senatoriais.

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PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2012


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(D) especiais, complementares e suplementares.


(E) não deliberativas, complementares e legais.

As sessões podem ser deliberativas, não-deliberativas ou especiais, sendo que as


deliberativas se classificam em ordinárias e extraordinárias (RISF, art. 154). Porém,
não existem sessões “complementares”, “regulamentares”, “senatoriais”, “legais”
ou “suplementares”.
Gabarito: Letra “A”.

41) FGV/SF/Advogado/2008: Constitui atribuição do Presidente do Senado:


(A) convocar e presidir as sessões conjuntas do Congresso Nacional.

Correta (RISF, Art. 48, II).


(B) encaminhar os papéis distribuídos às comissões.

Errada. O encaminhamento de papéis às comissões é atribuição do Primeiro-


Secretário (RISF, art. 54, IX).
(C) assinar as atas das sessões secretas, uma vez aprovadas.

Correta (RISF, Art. 48, IX).


(D) declarar prejudicada proposição que assim deva ser considerada, na
conformidade regimental.

Correta (RISF, Art. 48, XII).


(E) desempatar as votações, quando ostensivas.

Correta: o Presidente só vota em votação aberta em caso de desempate (RISF, art.


51).
Como vocês perceberam, o comando da questão estava equivocado. Apenas uma
das alternativas não consistia em atribuição do Presidente do Senado. Ela foi
anulada no gabarito final.

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42) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Estando ausente o presidente do Senado


Federal, a sessão conjunta do Congresso Nacional será presidida pelo primeiro vice-
presidente da Câmara dos Deputados e, estando ausente também este, pelo
segundo vice-presidente do Senado Federal.

Correta. Conforme vimos, a Mesa do Congresso Nacional é formada pelos Membros


da Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados de modo alternado. Ausente
o Presidente do Senado, assume, portanto, o Vice-Presidente da Câmara dos
Deputados, sendo sucedido pelo 2° Vice-Presidente do Senado Federal (CF/88, art.
65, § 5º).
43) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: A Mesa do Congresso Nacional promulga
as emendas à Constituição em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.

Errada. Quem promulga emenda constitucional é a Mesa da Câmara dos


Deputados, juntamente com a Mesa do Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3º). São
três órgãos distintos: Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal e
Mesa do Congresso Nacional.
44) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Projetos de lei a respeito de matéria
orçamentária e vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão conjunta.

Correta, segundo CF/88, arts. 48, II, e 166, combinado com o RCCN, art. 1°, V.
45) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O presidente e o vice-presidente da
República eleitos tomam posse em sessão conjunta, solene, do Congresso Nacional,
quando, após a prestação dos compromissos, assinarão o termo de posse,
juntamente com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.

Errada. O termo de posse será assinado pelos empossados e pelos membros da Mesa
que dirigiu os trabalhos da sessão (RCCN, art. 65). Da forma como a questão foi
redigida dá a entender que apenas os Presidentes e o empossados assinariam o
termo.
46) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando o Regimento Comum do
Congresso Nacional for omisso, aplicar-se-á às sessões conjuntas,
subsidiariamente, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em primeiro
lugar, e o do Senado Federal, em seguida.

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Errada. Primeiro é aplicado o Regimento do Senado e, em caso de também haver


omissão, aplica-se o Regimento da Câmara dos Deputados (RCCN, art. 151).

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Os deputados federais e os senadores são


eleitos nos estados e no Distrito Federal. O número de deputados federais é
proporcional à população de cada estado e do DF, mas o número de senadores é o
mesmo em qualquer dos estados e no DF.
2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Nos estados com o número mínimo de
cadeiras na Câmara dos Deputados, serão eleitos deputados federais em número
quatro vezes superior ao de senadores a serem eleitos por essas mesmas unidades
da Federação.
3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Enquanto o mandato de um deputado
federal corresponde a uma única legislatura, um senador é eleito para um mandato
de duas legislaturas consecutivas.
4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O Senado Federal compõe-se de
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário. Cada Estado e Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Não constitui princípio básico do processo
legislativo:
(A) a nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental.
(B) a preservação dos direitos das minorias.
(C) a impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quórum
regimental estabelecido.
(D) a análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua elaboração.
(E) a publicidade das decisões tomadas, com exceção dos casos específicos
previstos no Regimento.
6) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir, no que diz
respeito aos princípios do processo legislativo no Senado:
I. Constitui princípio a decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas
fixadas no Regimento do Senado.
II. Entre os princípios, destaca-se aquele segundo o qual a norma geral prevalece
sobre a especial.
III. Deve observar-se o princípio da ampla negociação política por meio dos
procedimentos regimentais previstos.
Assinale:

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(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(E) se apenas a afirmativa II estiver correta.
7) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser
discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será
considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros e for promulgada após a respectiva sanção presidencial.
8) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser
discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve enviar o
projeto de emenda ao presidente da República, para que este, aquiescendo, o
sancione.
9) Cespe/STF/Técnico/2008: O início da tramitação de proposta de emenda
constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados, pois
a CF/88 confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.
10) Cespe/STF/Técnico/2008: Prescinde de sanção do presidente da República
emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.
11) Cespe/STF/Analista/2008: As emendas à CF/88 devem ser sancionadas pelo
presidente da República em até 15 dias úteis, sob pena de concordância tácita.
12) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A CF/88 pode ser emendada por proposta de
assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-se
cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.
13) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A iniciativa das leis delegadas cabe a qualquer
membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, na forma e
nos casos previstos na CF/88.
14) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A Constituição Federal possui um regime em
que organiza a iniciativa das leis, significando que confere legitimidade concorrente
ou exclusiva a pessoas, comissões ou órgãos para determinados assuntos. Nessa
linha, quando o tema é atinente ao Estatuto da Magistratura, pode-se afirmar que
há iniciativa concorrente entre o Presidente da República, o Presidente do STF e o
Presidente do Congresso Nacional.
15) ESAF/MPOG/APO/2010: A Câmara dos Deputados tem iniciativa privativa de lei
para fixação da remuneração de seus servidores, mas tal ato legislativo deve
necessariamente ir à sanção do Presidente da República.
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16) ESAF/MPOG/APO/2010: O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas


de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-
membros pode veicular matéria reservada a lei complementar.
17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O processo legislativo confere aos cidadãos
poder de iniciar o processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular.
Consoante o texto constitucional, tal projeto deve preencher os seguintes
requisitos: subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, quinze estados, e cinco décimos de eleitores por estado.
18) ESAF/MPOG/EPPGG/2010: A iniciativa popular deve ser exercida pela
apresentação ao Presidente da República de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
19) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A medida provisória aprovada pelo Congresso
Nacional com alterações é transformada em projeto de lei de conversão e deve ser
promulgada pelo presidente do Senado, independentemente de sanção ou veto do
presidente da República.
20) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A CF/88 prevê a hipótese de iniciativa popular,
que pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.
21) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Para a participação popular no processo
legislativo, quando relativa à apresentação de propostas de emenda à CF, exige-se
que 3% do eleitorado subscrevam a proposta.
22) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As assembleias legislativas estaduais podem
propor emendas à Constituição Federal, desde que a proposta seja feita por mais
da metade do total das assembleias legislativas e por maioria relativa dos membros
de cada uma delas.
23) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Compete ao Congresso Nacional fixar os
subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja
sancionada pelo presidente da República.
24) Cespe/TRT1/Técnico/2008: A tramitação de projetos de lei de iniciativa do STF,
dentro do modelo bicameral, será iniciada no Senado Federal.
25) Cespe/TCE-AC/Analista/2007: Segundo a CF/88, emenda constitucional disporá
sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
26) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As resoluções constituem atos normativos
secundários que dispõem acerca da regulação de determinadas matérias do
Congresso Nacional não inseridas no âmbito de incidência dos decretos legislativos
e da lei.

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27) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Na sessão legislativa extraordinária, o


Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das
medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei
complementar em regime de urgência.
28) Cespe/DPU/Analista/2009: O procurador-geral da República tem competência
para propor projeto de lei ordinária ou complementar.
29) Cespe/DPU/Analista/2009: A sanção de lei pelo governador supre eventual vício
de iniciativa do projeto.
30) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No sistema bicameral atuam ambas as Casas
Legislativas no processo de formação da lei, cabendo a iniciativa a parlamentares,
órgãos legislativos, cidadãos, órgãos do executivo, do Judiciário e do Ministério
Público. Assim, sendo a lei de conteúdo estruturador da organização judiciária dos
Territórios, tal iniciativa é conferida ao Presidente:
(A) do Supremo Tribunal Federal.
(B) da República.
(C) do Senado Federal.
(D) da Câmara dos Deputados.
(E) do Congresso Nacional.
31) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: As normas regimentais do Senado Federal,
em consonância com as regras inscritas na Constituição Federal, impõem a
realização de determinados atos mediante a obediência a quórum específico. Diante
de tal situação, avalie as afirmativas abaixo:
I. Regra geral, as deliberações são tomadas por maioria simples, presentes trinta
por cento dos parlamentares da Casa.
II. O quórum mínimo de presença para deliberação é da maioria absoluta dos
parlamentares e as votações, salvo casos especiais, por maioria simples.
III. Em caso de emendas constitucionais o quórum de votação deve corresponder a
três quintos dos Senadores.
IV. Lei complementar, lei ordinária e lei delegada devem ter quórum de maioria
absoluta.
V. Medida Provisória deve ser votada por maioria simples.
Estão corretas as afirmativas:
(A) II, III e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, IV e V.

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(D) I, II e V.
(E) I, II e III.
32) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto de lei que tenha sido aprovado nas
duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção.
Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento.
33) FGV/SF/Advogado/2008: A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em
razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns artigos
da lei aprovada.
34) FGV/SF/Advogado/2008: O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das
casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
35) FGV/SF/Advogado/2008: Podem apresentar proposta de emenda à Constituição
Federal: o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
36) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): No Senado, o projeto de
resolução é a modalidade indicada para propor a criação de uma nova comissão
permanente na estrutura dessa Casa legislativa.
37) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de resolução do
Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa, em todas as hipóteses,
deixe de realizar sessões secretas.
38) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado estabelece
as regras de convivência entre maioria e minoria parlamentar. Sobre tal tema,
complementado por regras do Regimento Comum, avalie as afirmativas a seguir:
I. Cabe às representações partidárias organizar os blocos parlamentares e, caso
possuindo maioria absoluta, comunicar tal situação à Mesa Diretora.
II. A minoria não pode indicar líder.
III. As duas maiores bancadas do Senado Federal que manifestarem, em relação ao
Governo, posição diversa da maioria, poderão indicar líder da minoria no Congresso
Nacional.
IV. Não alcançada a maioria absoluta de um bloco ou representação partidária, as
figuras do Líder da maioria ou minoria serão substituídas pelos lideres partidários.
V. Os blocos parlamentares no Senado devem ter, pelo menos, um décimo dos
Senadores.

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Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.
39) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação à Mesa do Senado, é correto
afirmar que:
(A) cabe ao Primeiro-Secretário lavrar as atas das sessões secretas, proceder-lhes
a leitura e assiná-las depois do 2º Vice-Presidente.
(B) o Presidente tem apenas voto de desempate nas votações ostensivas, mas, em
escrutínio secreto, pode votar como qualquer Senador.
(C) os seus membros serão eleitos para mandato de dois anos, vedada a reeleição
para os períodos subsequentes.
(D) a eleição de seus membros será feita em votação ostensiva, exigida maioria de
votos e presente a maioria da composição do Senado.
(E) assume a Presidência, não se achando presentes o Presidente e seus
substitutos legais, inclusive os Suplentes, o Senador que tiver obtido a segunda
posição na eleição anterior.
40) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Consoante os termos do Regimento Interno
do Senado Federal, as sessões podem ser:
(A) deliberativas, não deliberativas e especiais.
(B) ordinárias, extraordinárias e complementares.
(C) legais, regulamentares e senatoriais.
(D) especiais, complementares e suplementares.
(E) não deliberativas, complementares e legais.
41) FGV/SF/Advogado/2008: Constitui atribuição do Presidente do Senado:
(A) convocar e presidir as sessões conjuntas do Congresso Nacional.
(B) encaminhar os papéis distribuídos às comissões.
(C) assinar as atas das sessões secretas, uma vez aprovadas.
(D) declarar prejudicada proposição que assim deva ser considerada, na
conformidade regimental.
(E) desempatar as votações, quando ostensivas.

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42) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Estando ausente o presidente do Senado


Federal, a sessão conjunta do Congresso Nacional será presidida pelo primeiro vice-
presidente da Câmara dos Deputados e, estando ausente também este, pelo
segundo vice-presidente do Senado Federal.
43) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: A Mesa do Congresso Nacional promulga
as emendas à Constituição em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
44) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Projetos de lei a respeito de matéria
orçamentária e vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão conjunta.
45) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O presidente e o vice-presidente da
República eleitos tomam posse em sessão conjunta, solene, do Congresso Nacional,
quando, após a prestação dos compromissos, assinarão o termo de posse,
juntamente com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.
46) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando o Regimento Comum do
Congresso Nacional for omisso, aplicar-se-á às sessões conjuntas,
subsidiariamente, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em
primeiro
lugar, e o do Senado Federal, em seguida.

Gabarito:

1C 2E 3C 4C 5D 6B 7E 8E 9C 10C 11E 12E 13E


14E 15C 16E 17E 18E 19E 20E 21E 22C 23C 24E 25E 26E
27E 28C 29E 30B 31A 32C 33E 34C 35C 36C 37E 38E 39B
40A 41X 42C 43E 44C 45E 46E

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