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Radiofrequência no tratamento de flacidez na estética íntima

Radiofrequency in the treatment of flaccidity in intimate aesthetics

Mariane Fátima Soares


Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP. Caçador - SC, Brasil
Regis Fabiano de Oliveira
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP. Caçador - SC, Brasil

Resumo – A estética íntima é um dos mais inovadores campos de atuação do


profissional esteticista, o qual pode trazer jovialidade e bem-estar ao paciente com
esse tipo de tratamento. O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura, tendo
como objetivo avaliar os efeitos da radiofrequência em casos de flacidez na área
íntima. Realizou-se o estudo em 21 artigos científicos, desses 07 direcionados
exclusivamente a estética intima. As buscam desenrolam-se entre os meses de
fevereiro e maio de 2021 e após o estudo foi constatado efetivo o uso da
radiofrequência, a qual contribui na amenização da flacidez tissular, melhora da
autoestima da paciente e melhora na função sexual. Quando comparada a cirurgia
plástica intima, a radiofrequência é uma abordagem de tratamento caracterizada por
baixo custo, não invasiva e um método totalmente indolor e seguro.

Palavras-chave: Estética íntima. Flacidez. Radiofrequência.


Abstract – Intimate aesthetics is one of the most innovative fields of action of the
professional beautician, which can bring joviality and well-being to the patient with this
type of treatment. The present study is a literature review, with the objective of
evaluating the effects of radiofrequency in cases of flaccidity in the intimate area. The
study was carried out in 21 scientific articles, of these 07 directed exclusively to
intimate aesthetics. The searches take place between the months of February and May
2021 and after the study it was found effective the use of radiofrequency, which
contributes to the softening of tissue flaccidity, improves the patient's self-esteem and
improves sexual function. When compared to intimate plastic surgery, radiofrequency
is a treatment approach characterized by low cost, non-invasive and a totally painless
and safe method.

Keywords: Intimate aesthetics. Flaccidity. Radiofrequency.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de Tecnólogo,
do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética, da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP,
orientado pelo Prof. Ms. Regis Fabiano de Oliveira.
SOARES, Mariane Fátima; OLIVEIRA, Regis Fabiano de

INTRODUÇÃO

O crescimento do campo de atuação do profissional esteticista é evidente,


sendo possível tratar a flacidez na área genital. Segundo Cenci e Salinet (2019), o
esteticista contribui para diminuição de cirurgia plástica íntima, já que esta pode
modificar a sensibilidade da região.
As alterações provenientes do processo de envelhecimento são relevantes e
afetam o tecido tegumentar. O envelhecimento pode ser de carga genética ou por
fatores externos estes definidos pela qualidade de vida do paciente (LEAL; SANTOS,
2019).
A identidade pessoal é o jeito de olhar a si mesmo, neste contexto pode ser
citado crenças, valores, sentimentos e defeitos de cada pessoa (MARTINS;
FERREIRA, 2020). O envelhecer é um processo natural e deve ser um momento
prazeroso para os pacientes, nesse sentido o esteticista pode contribuir
proporcionando mais autoestima (BERNARDO; SANTOS; SILVA, 2019).
As alterações fisiológicas tegumentares que acarretam a flacidez se definem
pela diminuição da espessura da epiderme e derme e na diminuição de fibras de
colágeno e elastina. Na área íntima os lábios vulvares sofrem alterações, estes são
compostos por um tecido queratinizado e estratificado, e não está isento da flacidez,
seus agentes causadores incluem: genética, envelhecimento, hormônios e excesso
de peso (LEAL; SANTOS, 2019).
Devido a todas essas mudanças estruturais da pele a radiofrequência é uma
proposta inovadora para amenizar as alterações estéticas íntimas, o aparelho alcança
os tecidos mais internos da pele, ocasionando um aquecimento o qual irá contribuir
na agitação das fibras colágenas existentes e ativar a produção de novas fibras, dessa
maneira amenizando o quadro de flacidez (FEITURIA et al., 2020).
Segundo Tavares et al. (2019), a estética íntima se tornou assunto popular e é
um gatilho para melhorar o bem-estar, aparência física e qualidade sexual das
pacientes. Com base nisso há o questionamento: qual a causa da flacidez e como a
radiofrequência poderia amenizar essa disfunção na área íntima?

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Levando em consideração que com o passar dos anos a aparência da vagina


pode se tornar desagradável para a mulher, este estudo teve como objetivo avaliar os
efeitos da radiofrequência em casos de flacidez na área íntima. Bem como revisar na
literatura as características que norteiam a anatomia da vulva, o processo de
envelhecimento, a fisiopatologia da flacidez e a abordagem estética da
radiofrequência para tratamento na estética íntima.

ANATOMIA GENITÁLIA FEMININA EXTERNA

A vagina é constituída por clítoris, uretra, grandes e pequenos lábios e algumas


glândulas que se abrem no vestíbulo, o qual fica entre os lábios menores e equivale à
abertura externa da vagina, como pode ser visto na Figura 01 (LEAL; SANTOS, 2019).
Os lábios menores genitais são pregas bilaterais com média de 10 mm a 15
mm de espessura e de 30 mm a 35 mm de comprimento, além disso, compõem um
duplo epitélio não queratinizado. Essa estrutura é suprida por veias, artérias e
terminações nervosas (DAHER et al., 2015).
Os grandes lábios são duas pregas de tecido conjuntivo e adiposo, esses
constituem os limites laterais da vulva. O lábio é constituído de uma superfície interna
e uma externa. A superfície interna é mais úmida, possui glândulas sebáceas, e não
há presença de folículos pilosos. Antes das aberturas vaginal e uretral está o monte
do púbis, que se trata de uma elevação de tecido adiposo o qual é coberto por pelos
e pele (TORTORA; DERRICKSON, 2019).

Figura 01 – Estrutura da vagina

Fonte: UmComo (2017).

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As alterações anatômicas ou estéticas na vagina incluem: excesso ou falta de


gordura, excesso ou rarefação de pelos, escurecimento, ressecamento, palidez e
flacidez (SILVA; PAIVA; COSTA, 2017).
A estética íntima faz parte da vida da mulher moderna, a qual descobriu que
diferenças naturais são presentes na área intima, percebendo que existe um modelo
estético mais agradável com relação a essa região, que se baseia em uma pele lisa,
firme e de tom uniforme. É possível que a flacidez se manifeste nos grandes e
pequenos lábios ou na pele que recobre a vagina (CENCI; SALINET, 2019).

ENVELHECIMENTO

Desde o nascimento a morte, ocorrem inúmeros processos de maturação nos


sistemas e órgãos, ocorrendo mudanças fisiológicas e morfológicas. A puberdade é
um momento que torna esse processo mais visível (BORSON; ROMANO, 2020).
Segundo Cavalcante et al. (2019), o envelhecimento é um conjunto de efeitos
da passagem do tempo, sendo este um processo que aflige todos os sistemas
fisiológicos. A pele é o maior órgão do corpo humano e no avançar dos anos, com a
idade, se torna seca, fina e flácida, conforme demonstração na Figura 02. Processos
como cicatrização se tornam mais lentos, a proliferação celular diminui, e o mais
importante para abordagem estética é a significativa redução dos fibroblastos.

Figura 02 – Demonstração dos sinais de envelhecimento no tegumento

Fonte: Consciência Rosa (2015).

A pele é constituída por duas camadas, epiderme e derme (Figura 2). A primeira
camada da pele é a epiderme, ela é a barreira protetora do corpo, protege a pele de
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danos e mantém a água no organismo, é constituída por cinco camadas que também
são denominadas de estratos. O superior é o estrato córneo, seguido por lúcido,
granuloso, espinhoso e por último o germinativo (GERSON et al., 2014).
O estrato córneo é formado de células semelhantes a escamas intituladas
queratinócitos que são constituídos por queratina essas células têm como objetivo
fornecer elasticidade e proteção para a pele. Dentro da epiderme há o processo de
rotatividade celular, onde os queratinócitos que compõem 95% da epiderme são
perdidas no processo de descamação e são substituídas por novas células. O estrato
lúcido é composto por um conjunto de células com núcleo, achatadas e repletas de
queratina, essa camada é encontrada somente na palma das mãos e plantas dos pés,
é uma pele grossa e resistente ao atrito (GERSON et al., 2014). O estrato granuloso
é onde ocorre a produção de queratina e lipídios intercelulares, na medida que essas
células são queratinizadas vão até à superfície na camada córnea substituindo as
células soltas. O estrato espinhoso é o local em que as células estão em constantes
mudanças, há produção de lipídeos e proteínas, a estrutura da camada contribui na
coesão das células da epiderme, por fim no estrato germinativo ocorre mitose para
repor as células perdidas pela epiderme no processo de renovação (GERSON et al.,
2014).
A segunda camada, a derme, é o tecido de suporte, nutre a epiderme, e é
altamente vascularizada. Se divide em derme reticular e derme papilar. A derme
reticular constitui a maior parte da derme, é composta por fibras de colágeno e
elastina, também encontrasse vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. A derme
papilar assegura elasticidade e resistência da pele é uma região ricamente
vascularizada, ponderando nutrição e oxigenação na epiderme (ELDER, 2009).

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Figura 03 – Estruturas da pele

Fonte: Gerson et al. (2011).

O envelhecimento começa a refletir aos 30 anos e há dois fatores para explicar


este fenômeno, que pode ser de forma intrínseca que é determinada geneticamente
e o extrínseco que é proveniente de fatores ambientais e qualidade de vida (STEINER,
2014).
A manifestação clínica do envelhecimento na pele se dá pela diminuição de
60% da vascularização, diminuição de 10 a 20% no número de melanócitos, aumento
dos produtos finais de glicação da matriz celular, gerando radicais livres e danos
oxidativos, há também diminuição dos fibroblastos, perda de gordura subcutânea,
alteração da função das glândulas sebáceas, e mais vulnerabilidade a infecções e
outras doenças (BERNARDO; SANTOS; SILVA, 2019).

FLACIDEZ

Uma alteração estética muito comum é a flacidez, ela pode apresentar-se de


duas formas distintas: a flacidez muscular e a tissular (LIMA; RODRIGUES, 2012).
A flacidez tissular ocorre devido à perda de elastina, feixes colágenos e
fibroblastos, os quais são elementos essenciais para a estrutura da pele. Os motivos
que levam à perda desses elementos citados são predisposições genética, tração
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excessiva, envelhecimento fisiológico, sedentarismo e emagrecimento demasiado. A


flacidez tissular se divide em três fases, a primeira se chama elástica que é definida
pela capacidade que o tecido tem a resistir por uma carga imposta, a segunda fase é
a plástica onde a pressão imposta no tecido é maior que a capacidade que o mesmo
sustenta e a terceira fase é a ruptura em que os fibroblastos, elastina e colágeno se
rompem, danificando assim a estrutura da pele (OLIVEIRA; BAIRROS, 2018).
Para Magalhães (2016) a flacidez é um processo lento e progressivo
caracterizado pela atrofia tecidual (Figura 04), estando relacionado a fatores como,
envelhecimento fisiológico, tabaco, sedentarismo, distúrbios hormonais, gestação,
obesidade, predisposição genética, alimentação insuficiente de proteínas, entre
outros. Não acomete somente mulheres, apesar de ser maioritariamente por ser
associado as mudanças hormonais. Além disso, a radiação UVA, também é um fator
desencadeante da flacidez, já que os raios solares têm a capacidade de alterar a
malha das fibras elásticas e enfraquecer a derme.

Figura 04 – Flacidez de pele no abdômen

Fonte: Folha Vitoria (2019).

Atualmente é frequente a procura por tratamentos e métodos eficazes para


processos degenerativos, diversas técnicas inovadoras e menos invasivas do que
cirurgias plásticas existem no mercado, que buscam tratar e até mesmo reverter

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processos causados a pele. No entanto, qualquer tratamento estético deve ser


associado a prática de exercícios físicos e dietas (MAGALHÃES, 2016).
A flacidez na área genital, pode ser decorrente do envelhecimento e do parto
vaginal, onde o tecido não retorna ao seu estado original, perde elasticidade,
resultando em uma aparência desagradável para a mulher (LEAL; SANTOS, 2019).

RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência é um tratamento não ablativo que consiste em ondas


eletromagnéticas de alta frequência transformadas em energia térmica com objetivo
de ocasionar calor em nível cutâneo e subcutâneo. Sua aplicação produz efeitos
térmicos sobre o tecido, com esse aumento de temperatura há contração das fibras
colágenas existentes e a produção de novas fibras, processo este denominado
neocolagênese, conforme pode ser analisado no Fluxograma 01. A radiofrequência é
uma das principais opções de tratamento da flacidez, pois no geral, os pacientes
procuram por um método seguro, eficaz e indolor (BORGES; SCORZA, 2016).

Fluxograma 01- Mecanismo da radiofrequência na pele

RADIOFREQUÊNCIA

CONTRAÇÃO DAS FIBRAS COLÁGENAS

REMODELAÇÃO DÉRMICA E NEOCOLAGÊNESE

Fonte: Adaptado de Fernandes, Silva e Silva (2019)

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O aparelho de radiofrequência representado na Figura 05 tem capacidade de


alcançar células musculares, é detectada no organismo pelo sistema fisiológico o qual
gera diversas reações, como pode ser analisado no Fluxograma 02 (SANTOS et al.,
2020).

Fluxograma 02- Reações fisiológicas após aplicação de radiofrequência

Fonte: Adaptado de Figueirêdo (2018).

A emissão das ondas eletromagnéticas pode ser de carga capacitiva ou


resistiva. Na capacitiva a manopla tem um material isolante no eletrodo, fazendo com
que o aquecimento seja menos veemente, em contrapartida, a resistiva não tem
nenhum material isolante, proporcionando um aquecimento mais intenso (FEITURIA
et al., 2020).

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Figura 05– Aparelho de radiofrequência

Fonte: BCMED (2020).

Os aparelhos mais modernos contam com ponteiras para uso na estética facial
e corporal, algumas marcas possuem ponteiras exclusivas para estética intima, sendo
estas autoclaváveis, conforme pode ser visto na Figura 06 (FEITURIA et al., 2020).

Figura 06– Ponteiras da radiofrequência

Fonte: BCMED (2020).

O modo de aplicação na estética intima consiste na aplicação da ponteira


diretamente nos lábios vulvares, é utilizado gel hidrossolúvel como veículo, são feitos
movimentos circulares ou de cima para baixo até atingir a temperatura desejada de

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39 °C a 42 °C, a temperatura é aferida com um termômetro infravermelho durante todo


procedimento, na Figura 07 é possível analisar uma estimativa do resultado após
aplicação da radiofrequência nos grandes lábios vulvares (FERNANDES; SILVA;
SILVA, 2019).

Figura 07– Estimativa após a aplicação da radiofrequência nos grandes lábios vulvares

Fonte: Guia de estética íntima do fabricante HTM (2020).

A radiofrequência apesar de ser um aparelho seguro sendo usado com fins


terapêuticos desde 1920, a radiofrequência possui contraindicações absolutas e
relativas, conforme consta na Quadro 01 (WOJAHN, 2020).

Quadro 01- Contraindicações de uso da radiofrequência


Contraindicações absolutas Contraindicações relativas

➢ Aplicação sobre glândulas


➢ Marca-passo
➢ Sensibilidade
➢ Diabetes
➢ Osteossíntese
➢ Histórico oncológico ou metástase
➢ Menstruação
➢ Gestantes
➢ Próteses de solução fisiológica
➢ Infecções sistêmicas e locais
➢ Uso de vasodilatadores ou
➢ Tuberculose ativa
anticoagulantes
➢ Imunossupressão
➢ Varizes
➢ Artrite
➢ Epilepsia e terapia com retinoides

Fonte: Adaptado de Wojahn (2020).

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A radiofrequência se destaca por ser um método confortável, ao realizar o


tratamento a paciente não se ausentará de suas atividades do cotidiano. Não existe
nenhum número de sessões a ser seguido, isso é variante e é de escolha do
profissional esteticista que está realizando o tratamento, porém a maioria dos estudos
indica o intervalo de uma semana (PAPPEN, 2020).

DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS

Este trabalho é uma revisão de literatura que se desenvolveu por meio de


pesquisas que norteiam os efeitos da radiofrequência no tratamento da flacidez na
área genital. Realizou-se o estudo em 21 artigos científicos, desses 07 direcionados
exclusivamente a estética intima, os quais constituíram resultados e discussões do
presente trabalho, sendo duas revisões de literatura e os 5 demais mostraram
resultados que foram obtidos através da aplicação prática da radiofrequência. As
buscam se efetuaram nas plataformas: SCIELO (Scientific Electronic library online),
PUBMED, Google acadêmico e Portal de periódicos CAPES, além dos artigos utilizou-
se 05 livros, estes localizados na Minha biblioteca digital da UNIARP (Universidade
Alto Vale do Rio do Peixe). As palavras chaves para busca dessas literaturas foram:
estética intima, radiofrequência, flacidez. As buscam desenrolam-se entre os meses
de fevereiro e maio de 2021.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Silva et al. (2020) realizou uma revisão de literatura afim de verificar os efeitos
da radiofrequência na estética íntima. Para essa revisão os autores encontraram seis
artigos compatíveis com o tema, após o estudo concluíram que a principal limitação
do trabalho se deu aos poucos artigos e referências sobre esse tema. Mesmo assim
verificou-se que a radiofrequência é uma boa escolha para amenizar a flacidez na
estética intima.
Fernandes et al. (2019) apresentou uma pesquisa de revisão bibliográfica de
caráter qualitativo composta por 16 artigos publicados entre 2013 e 2019. Após
análise os autores concluíram que a radiofrequência é uma técnica que está em

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constante crescimento, sendo uma opção segura e indolor e com bons resultados na
flacidez da área genital.
Figueirêdo (2018) realizou um estudo exploratório, do tipo estudo de caso de
abordagem quantitativa. Ela optou por tratar a flacidez da vulva em pacientes
submetidas a cirurgia bariátrica de 15 participantes disponíveis, apenas uma seguiu o
tratamento, que consistiu em três sessões, realizadas com intervalo de oito dias. No
resultado (Figura 08) notou-se melhora na coloração, brilho, volume e na flacidez
vulvar, bem como a paciente foi submetida a pesquisa de satisfação, a qual avaliou
bem o tratamento realizado.

Figura 08– Resultado de três aplicações de radiofrequência

Fonte: Figueirêdo (2020).

Santos (2014), realizou oito sessões de radiofrequência nos grandes lábios


vulvares com intervalo de uma semana, com o objetivo de avaliar o aumento da função
sexual. A amostra da autora consistiu em 25 mulheres insatisfeitas com a flacidez na
área genital, as pacientes foram divididas em 15 para o grupo de controle e 14 para o
grupo de estudo. No grupo de controle não houve nenhuma diferença. No grupo de
estudo houve um efeito positivo na função sexual, isso se deve ao aumento da
temperatura local que provoca efeitos no sistema nervoso autônomo, levando ao
aumento da consciência perineal.
Leal (2014), produziu um ensaio clínico randomizado semelhante ao de Santos
(2014), citada no parágrafo anterior. Nesta experiência 36 mulheres com flacidez nos

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lábios vulvares se submeteram ao tratamento, as pacientes foram divididas em grupos


de controle e estudo, sendo 16 para o grupo de estudo e 20 para o controle. O
tratamento consistiu em oito sessões, realizadas uma vez por semana, no fim do
tratamento 76% das pacientes do grupo estudo e 27% do grupo controle relataram
satisfação e amenização da flacidez nos lábios vulvares, conforme pode ser visto na
Figura 09.

Figura 09– Antes e depois de sete aplicações de radiofrequência

Fonte: Leal (2014).

Oliveira e Bairros (2018) recrutaram uma paciente de 48 anos, qual já passou


por três gestações de parto normal e apresentava flacidez genital e nunca havia feito
nenhum tratamento íntimo. A paciente foi submetida a 7 sessões de radiofrequência
realizadas uma vez por semana. Como principais resultados (Figura 10) houve
melhora do aspecto da pele, textura mais lisa e leve diminuição nos sulcos e rugas
vaginais, isso observado claramente.

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Figura 10– Antes e depois de sete aplicações de radiofrequência

Fonte: Adaptado de Oliveira e Bairros (2018).

Cenci e Salinet (2019) realizaram um estudo experimental de caráter


qualitativo com o objetivo de analisar os benefícios da radiofrequência no tratamento
da flacidez em lábios vulvares. As pacientes recrutadas tinham idade entre 40 e 65
anos, totalizou-se três sessões, estas com intervalo de 21 dias. Em ambas pacientes
se notou melhora na tonicidade da pele, melhora na aparência e na rigidez cutânea.
Cinco autores desses já citados realizaram na prática o tratamento com a
radiofrequência, sendo possível ponderar que uns atingiram melhores resultados que
os demais, na Quadro 02 é possível comparar as particularidades no tratamento de
cada autor.

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Quadro 02- Comparação dos resultados

Fonte: Autora (2021).

O desfecho e a qualidade dos resultados se devem ao fato do número das


sessões executadas. Ambos autores que realizaram três sessões obtiveram
resultados de melhora somente na coloração e aparência da pele, em contrapartida,
os autores que realizam de 7 a 8 sessões foi possível verificar melhora na coloração,
aparência da pele e na flacidez onde o tecido cutâneo se tornou mais liso e firme.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o envelhecimento e às vezes gestações a mulher passa por diversos


processos que danificam as estruturas da pele. A área mais íntima do corpo pode ser
uma parte afetada se tornando flácida. Com o intuito de melhorar a autoestima,
qualidade de vida e função sexual da paciente o profissional esteticista pode realizar
procedimentos para minimizar a flacidez nesta região.
No momento da aplicação a paciente irá sentir apenas um leve aquecimento, o
qual irá induzir a produção de colágeno e consequentemente amenizar a flacidez.
Quando comparado a cirurgia plástica íntima a radiofrequência é mais aconselhável
por ser um procedimento não doloroso ou desconfortável, não vai afetar na
sensibilidade da região e é um tratamento de baixo custo.
Com base na revisão de literatura é nítido que a radiofrequência é um
tratamento eficaz para amenizar a flacidez.
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Á diminuição das pregas cutâneas dos grandes lábios, se dá pelo aumento da


produção de fibras elásticas e a redução da flacidez tissular ocorre pelo aumento da
produção de fibras colágenas. Ambos processos promovem um melhor aspecto da
pele da região. Como foi analisado neste trabalho aconselha-se aumento do número
de sessões para que assim melhores resultados sejam atingidos.

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facial. 2020. Trabalho de conclusão de curso. Universidade de Santa Cruz do Sul
(Graduação em Saúde Estética), Santa Cruz do Sul. 2020.

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SOARES, Mariane Fátima; OLIVEIRA, Regis Fabiano de

1Acadêmica do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética, Universidade Alto Vale do Rio


do Peixe, UNIARP – Caçador – SC, e-mail: soaresmarianef@gmail.com

2 Professor orientador, licenciado em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de São Paulo,


bacharel em Odontologia, Fundação Universidade Regional de Blumenau, especialista em
Saúde da Família, Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Educação, Fundação
Universidade de Blumenau, e-mail: oliveiraregis2@yahoo.com.br

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