Rejuvenescimento Vulvar Usando Ultrassom

Focalizado de Alta Intensidade (HIFU):

Fundamentos e Técnica
Fábio dos Santos Borges1*, Mylana Almeida de Carvalho2, Carla Barreto Silva de
Cerqueira2, Tais Andrade Cravo Monteiro2, Isabelle Maria Almeida e
Benevides3, Adriele Machado Dantas3, Thiago Gusmão da Silva4, Carolina
Barreto Ribeiro Martins dos Santos 5
1
Estácio de Sá University, Rio de Janeiro, Brazil.
2
IDE Faculty—Institute for Educational Development, Salvador, Brazil.
3
Longevitat Clinic—Advanced Aesthetics, Salvador, Brazi.
4
FAINOR, Independent College of the Northeast, Vitória da Conquista, Brazil.
5
UFBA, Federal University of Bahia, Salvador, Brazil.
DOI: 10.4236/jbm.2022.1012019   PDF   HTML   XML   6 Downloads   62 Vie
ws  

Resumo
Contexto: A aparência inestética da região íntima feminina (vulva, “monte de
vênus” e região perianal) é fator desencadeante de respostas psicológicas
negativas, constrangimento, ansiedade e insegurança em muitas mulheres. A
utilização de aparelhos rejuvenescedores da estrutura vaginal ou da área íntima
como um todo já é bastante difundida na literatura, e o Ultrassom Focalizado
de Alta Intensidade (HIFU) tem se mostrado bastante eficaz na prática clínica
de muitos profissionais. Este estudo, portanto, visa descrever os fundamentos e
aplicabilidades que norteiam o uso do HIFU no rejuvenescimento
vulvar. Materiais e métodos:Foi realizada pesquisa exploratória, apresentada
em revisão narrativa, para evidenciar a ação do HIFU no rejuvenescimento
íntimo feminino. A revisão explorou artigos científicos publicados e disponíveis
nas seguintes bases de dados: MEDLINE (Sistema de Análise e Recuperação de
Literatura Médica Online), PubMed (Biblioteca Nacional de Medicina), SCIELO
(Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde). Além disso, alguns achados clínicos obtidos por
meio de uma análise retrospectiva de prontuários foram adicionados para
descrever a experiência clínica dos autores no uso do Ultrassom Focalizado
(HIFU) para rejuvenescimento vulvar. Resultados:Verificamos que os tecidos
da genitália externa feminina respondem muito bem aos estímulos das ondas
sonoras focalizadas do HIFU, podendo produzir resultados imediatos e
duradouros através de aplicações isoladas ou em associação com
intradermoterapia ou outros recursos terapêuticos. Conclusão: Concluímos que
o uso do Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade visando o rejuvenescimento
vulvar é indicado com segurança e garante excelentes resultados estéticos ao
final do tratamento, pois assim como outras técnicas de tratamento, os
estímulos térmicos do HIFU também são capazes de produzir uma excelente
resposta terapêutica em o tecido dérmico da região íntima feminina,
promovendo intensa neocolagênese e gerando grande melhora estética.

Palavras-chave
Estética íntima , rejuvenescimento vulvar ,
rejuvenescimento vaginal , HIFU , ultrassom focalizado ,
ultrassom microfocado e ginecologia estética

Compartilhe e Cite:
dos Santos Borges, F. , de Carvalho, M. , de Cerqueira, C. , Monteiro, T. , e
Benevides, I. , Dantas, A. , da Silva, T. and dos Santos, C. (2022) Vulvar
Rejuvenation Using High-Intensity Focused Ultrasound (HIFU): Fundamentals
and Technique. Journal of Biosciences and Medicines, 10, 239-252.
doi: 10.4236/jbm.2022.1012019.

1. Introdução
Atualmente, tem havido um aumento na procura por procedimentos estéticos
capazes de tratar a região íntima feminina. No entanto, para algumas
mulheres, o desejo por essas terapias ainda é complexo, pois pode afetar
vários aspectos físicos e psicológicos da vida da mulher. Portanto, alterações
estéticas decorrentes do processo natural de envelhecimento ou agravadas por
fatores externos relacionados aos hábitos de vida diária (tabagismo, excesso de
álcool, uso de medicamentos), bem como as decorrentes do parto vaginal,
sequelas cirúrgicas, alterações fisiológicas decorrentes de uma vida sexual
ativas, esportivas (como o ciclismo) e outras, fazem parte do cotidiano dos
profissionais que atuam no tratamento das disfunções estéticas da região
íntima feminina.
É importante ressaltar que não existe um padrão de beleza pré-estabelecido
para a genitália externa feminina, mas sim o que agrada ou incomoda a
mulher. Assim, entende-se que o aspecto estético desagradável da região
íntima feminina (vulva, “monte de vênus ” , região perianal, etc. ) ; portanto,
isso pode orientar a busca pelo tratamento da região íntima e a escolha do
recurso terapêutico mais eficaz para cada caso (essencial para resgatar a
autoestima feminina), visto que por vezes o aspecto visual e a funcionalidade
do intróito ficam marcados no maioria às vezes como responsável por
distúrbios sexuais e redução da qualidade de vida [ 2 ].
A utilização de equipamentos rejuvenescedores incluindo a área íntima já é
bastante difundida na literatura, por exemplo, principalmente a radiofrequência
(RF), que através do aumento da temperatura promove estímulos a nível
celular capazes de promover uma melhora na qualidade do tecido vulvar [ 3 ]
[ 4]. O Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (HIFU) foi inicialmente
descrito como um tratamento não invasivo para flacidez facial, pois tem a
capacidade de atingir tecidos mais profundos sem danificar a epiderme, pela
produção de pequenos pontos de coagulação térmica controlados no meio da
derme reticular e/ ou profundo, podendo atingir até mesmo o sistema
aponeurótico muscular superficial (SMAS), podendo gerar contração/retração
imediata do colágeno termicamente desnaturado, iniciando uma neocolagênese
e remodelamento do colágeno com posterior enrijecimento do tecido cutâneo
de forma não invasiva [ 5 ].
O HIFU pode induzir neocolagênese na derme reticular média e inferior e
neoelastogênese na derme reticular profunda. Em um estudo comparativo entre
radiofrequência monopolar e HIFU [ 6 ], os autores concluíram que a RF afeta o
tecido de forma mais difusa enquanto o HIFU causa uma indução de colágeno
mais focal.
Atualmente, o uso de HIFU na região íntima já foi descrito por diversos autores
[ 7 ] [ 8 ] [ 9 ] com o objetivo de tratar atrofia e frouxidão vaginal,
incontinência urinária, vaginoplastia não cirúrgica e outras
condições; entretanto, não foram encontrados relatos consistentes associando
o uso do ultrassom focalizado de alta intensidade para o rejuvenescimento
estético da genitália externa.
Afinal, este estudo teve como objetivo descrever os fundamentos que norteiam
a utilização do Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade no rejuvenescimento
vulvar apresentando dados sobre os fundamentos que direcionam seu uso de
forma eficaz e segura, bem como os achados obtidos pela prática clínica dos
autores.

2. Materiais e métodos
Este estudo caracteriza-se por uma pesquisa exploratória escrita como uma
revisão narrativa para destacar a ação do ultrassom focalizado de alta
intensidade (HIFU) no rejuvenescimento vulvar. A revisão explorou artigos
científicos, publicados e disponíveis nas seguintes bases de dados: MEDLINE
(Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), PubMed (National
Library of Medicine), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e LILACS
(Latin American and Caribbean Literature in Health Ciências).
Como critérios de inclusão, foram selecionadas fontes que mencionassem a
condição estética da região íntima feminina ou descrevessem os fundamentos
do uso do HIFU relacionados ao rejuvenescimento e tonificação da pele. As
fontes que não apresentavam o resumo, não estavam alocadas em periódicos
científicos e não abordavam o tema do estudo. Também, foram descartados os
mesmos para aqueles que não suportavam a coleta de dados confiáveis.
O levantamento bibliográfico foi realizado em português e inglês, com os
seguintes descritores: estética íntima, rejuvenescimento vulvar,
rejuvenescimento vaginal, HIFU, ultrassom focalizado, ultrassom microfocado e
ginecologia estética.
Além da revisão bibliográfica, alguns protocolos de tratamento para
rejuvenescimento vulvar foram agregados a este trabalho com base na prática
clínica dos autores utilizando o ultrassom focalizado de alta intensidade,
associado ou não a outros recursos terapêuticos.

3 Resultados e discussão
O Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (HIFU) foi desenvolvido para um
tratamento não cirúrgico, visando a retração da pele por meio do estímulo à
criação de novo colágeno e elastina [ 10 ].
O HIFU é um dispositivo projetado para produzir pequenas zonas microtérmicas
de coagulação na camada reticular média, a mais profunda da derme e
subderme (SMAS), levando a uma resposta de cicatrização de feridas levando à
contração do tecido e produção de novo colágeno ou redução de adiposidades e
celulite [ 11 ] [ 12 ].
A absorção local de energia causa vibração intermolecular e produz calor
(acima de 65˚C), suficiente para a desnaturação do colágeno nos pontos de
coagulação térmica (TCP) (aproximadamente 1 mm 3 a 1,5 mm 3 ) [ 13 ].
A partir da lesão térmica inicia-se o processo de reparação tecidual. Segundo
alguns autores [ 14 ], o processo evolutivo de cicatrização a partir de 48 horas
pós-lesão ocorre da seguinte forma: 1) Das primeiras 48 horas até 10 semanas
após o tratamento: A inflamação estimula a proliferação de fibroblastos,
neocolagênese e elastogênese ao redor dos TCPs; 2) No 28º dia: a derme
adjacente sofre remodelação e aumenta a viscoelasticidade; 3) Com o passar
do tempo, a pele torna-se mais espessa e tensa, aumentando ainda mais a
elastina na área lesada e o colágeno na derme reticular; 4) 10 semanas após o
tratamento: O colágeno é totalmente reposto nas áreas tratadas, há maior
retesamento e levantamento da pele - essa remodelação pode durar até um
ano.
Autores [ 15 ] constataram que 45 dias após o tratamento já havia evidente
aumento no número e tamanho dos fibroblastos no grupo tratado, bem como
maior número de vasos sanguíneos e células inflamatórias em relação ao grupo
controle. Além disso, eles descobriram que já havia um aumento evidente no
colágeno tipo I em comparação com o colágeno tipo III ( Figura 1 ).
Figura 1 . Análise histológica (A) Grupo Controle com predominância de
colágeno tipo III (verde—56%); (B) Grupo tratado com aumento expresso de
colágeno tipo I (cor laranja—82%), quando comparado ao colágeno tipo III
(verde—18%); (C) Gráfico comparativo (Fonte: Meyer et al . (2021) [ 15 ] —
Reproduzido com autorização.).
Embora a literatura comumente descreva um efeito tardio nos componentes da
pele e uma melhora no aspecto estético após o uso do HIFU, em nossa prática
clínica identificamos efeitos imediatos na pele, tanto em tratamentos faciais
( Figura 2 ) quanto em tratamentos da região íntima área ( Figura 3 ). A razão
para esses achados é a ação térmica do HIFU sobre o tecido fibroso que
constitui o SMAS (“lifting effect”), bem como sobre o colágeno da derme
reticular [ 10 ] [ 16 ] [ 17 ].
Figura 2 . Efeito imediato do Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade na
região periorbicular dos olhos (foram utilizados transdutores de 7 Mhz - 3,0 mm
e 10 Mhz - 1,5 mm - Ultramed® fabricado pela Medical San Ind Equipment's
Med, Brasil).

Figura 3 . (A) Região vulvar antes do tratamento; (B) Efeito imediato do

ultrassom focalizado de alta intensidade; (C) Efeito estético tardio, 40 dias após
1 sessão de tratamento (foram usados transdutores de 7 Mhz - 3,0 mm e 1,5
mm - Ultraformer III® fabricado por CLASSYS INC., Seul, Coréia).
Apesar do notável efeito imediato na pele, o HIFU tem se mostrado ainda mais
eficiente a longo prazo. Autores [ 18 ] relataram que o intervalo para uma
reavaliação, para julgamento dos resultados, pode variar de 2 a 6 meses; no
entanto, Suh et ai . (2016) [ 19 ] tratou indivíduos com um total de 3 sessões
de Ultrassom Focalizado com intervalos de 4 semanas entre as sessões.
Com base nesses relatos, em nossa prática clínica temos sugerido que as
clientes retornem para reavaliação 30 ou 40 dias após o procedimento
(principalmente quando os efeitos imediatos na pele da região íntima não são
tão evidentes) a fim de reavaliá-las para avaliação se o plano de tratamento
proposto inicialmente deve ser mantido ou alterado de acordo com os
resultados obtidos após esse período. Corroborando e justificando a prática
clínica dos autores do presente estudo, Ko et al . (2017) [ 20] reavaliou a
elasticidade da pele em indivíduos tratados com HIFU 4 e 12 semanas após 1
sessão de tratamento. Os autores também relataram que houve uma melhora
significativa na primeira reavaliação (4 semanas) após o tratamento com HIFU,
e ao reavaliar os mesmos indivíduos novamente 12 semanas após o tratamento
não identificaram mudanças significativas na melhora da elasticidade em
comparação com o que foi verificado na primeira reavaliação .
Em nossos casos de cuidados de rejuvenescimento vulvar onde não foi obtido
resultado aparente, 30 ou 40 dias após a consulta, foi avaliada a possibilidade
de associar outros recursos terapêuticos como eletroterapia e/ou
intradermoterapia para garantir e/ou potencializar os resultados. Na Figura 3 e
na Figura 4 é possível visualizar a evolução satisfatória após 40 dias do
tratamento inicial para rejuvenescimento vaginal.
De acordo com nossa prática clínica, recomendamos o uso de transdutores de
3,0 e 1,5 mm para rejuvenescimento vaginal combinados em cada sessão de
tratamento. No entanto, outras formas de aplicação têm sido vistas no mercado
de rejuvenescimento íntimo, utilizando profundidades de 2,0 mm e até 4,5 mm.
De acordo com nossa prática clínica, recomendamos o uso de transdutores de
3,0 e 1,5 mm para rejuvenescimento vaginal, combinados em cada sessão de
tratamento. No entanto, outras formas de aplicação têm sido observadas no
rejuvenescimento íntimo

Figura 4 . Efeito estético tardio, 40 dias após 1 sessão de tratamento com

Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (foram utilizados transdutores de 7
Mhz - 3,0 mm e 1,5 mm - Ultraformer III® fabricado por CLASSYS INC., Seul,
Coréia).
mercado, e estes usam profundidades de 2,0 mm e até 4,5 mm.
Com base no estudo de Oni et al. (2014) [ 21 ], o número de linhas TCP
sugerido para o tratamento da parte externa da área íntima é, em média, 20 a
30 linhas de cada lado ( Figura 5 ), para cada profundidade. Normalmente, 40 a
60 linhas são alcançadas no total ao usar apenas dois transdutores sem a
técnica de Vetorização Vertical.
Alguns autores recomendam a sobreposição de linhas de TCPs, a técnica de
Vetorização Vertical [ 22 ] [ 23 ] (também chamada popularmente de técnica
“Hashtag”). Essa técnica consiste em realizar linhas de TCPs nas direções
horizontal e vertical, sobrepondo-as na mesma região tratada e aumentando o
número de pontos depositados. Uma vantagem dessa abordagem é a
possibilidade de utilizar energias mais baixas e gerar mais conforto para o
cliente sem prejudicar a contração do colágeno da pele, devido ao maior
número de TCPs por região.
Atualmente, temos aplicado consistentemente a Vetorização Vertical para
rejuvenescimento vulvar, utilizando transdutores de 3,0 mm e 1,5 mm com
segurança e bons resultados ( Figura 6 e Figura 7 ).
A distância entre as linhas dos TCPs varia de 2 a 5 mm [ 18 ]. Isso pode ser
ajustado para que ocorra automaticamente durante a entrega de TCPs

Figura 5 . Esquema que ilustra a distribuição de linhas de TCPs HIFU para

rejuvenescimento vaginal (adaptado de Oni et al ., 2014 [ 21 ].).

Figura 6 . Esquema ilustrando a distribuição de linhas de HIFU TCPs com a

técnica de Vetorização Vertical (“Hashtag”) para rejuvenescimento
vulvar. (Adaptado de Werschler & Werschler, 2016 [ 22 ].).
Figura 7 . Efeito imediato do uso da técnica de Vetorização Vertical
(“Hashtag”) no rejuvenescimento vulvar, usando transdutores de 7 Mhz - 3,0
mm e 1,5 mm (Total de 68 linhas TCP com cada transdutor.) (Ultraformer III®
fabricado por CLASSYS INC., Seul, Coréia.).
usando transdutores “multiline”, mas com o uso de transdutores “single-
line”. Este procedimento caracteriza-se como operador-dependente e exigirá
destreza do profissional para que não haja prejuízo nos resultados devido à não
uniformidade na entrega das linhas TCP. Em nossa prática clínica, procuramos
distanciar as linhas em cerca de 3 milímetros entre elas.
De acordo com Lee et al . (2012) [ 24 ], o espaçamento entre os pontos de
coagulação térmica deve estar relacionado à profundidade. Assim, uma
distância de 1,5 mm entre os pontos deve ser ajustada no equipamento quando
a energia for fornecida a uma profundidade de 4,5 mm; Distância de 1,1 mm
entre os pontos quando a energia é fornecida a uma profundidade de 3,0
mm. Para Jeon et al . (2018) [ 25 ], cartuchos com profundidade de 1,5 mm e
3,0 mm devem ser usados com distância entre pontas de 1,2 mm.
No tratamento de disfunções estéticas, tanto na face quanto na genitália
externa, considerando que utilizamos prioritariamente profundidades de 3,0
mm e 1,5 mm, recomendamos 1,2 mm como distância ideal entre TCPs. Se o
cliente reclamar que esses parâmetros são muito desconfortáveis, é possível
reduzir ou aumentar a distância entre os pontos de coagulação para 1,3 a 1,5
mm.
Com relação à dose de energia (Joules) utilizada, há dificuldade em padronizá-
la devido ao fato de ter sido utilizado apenas um modelo de equipamento em
nossa prática clínica e ensino, e assim, recomendamos que a dose seja
compatível, inicialmente, conforme a nível de tolerância do cliente. Assim, o
profissional pode utilizar medidas de controle de dose como diminuir
diretamente a energia e/ou aumentar a distância entre os TCPs. Existem
clientes que não toleram a dor e podem precisar de medicação para aliviar o
desconforto.
Trabalhar na área íntima com HIFU revelou um problema para alguns
profissionais em relação às medidas de antissepsia e/ou degermação do
transdutor após o uso (não é recomendável autoclavar os transdutores, pois
sua estrutura contém muitos componentes eletrônicos que podem ser
danificados quando expostos a altas temperaturas). Diante disso, com o
objetivo de diminuir o risco de transmissão de doenças entre os clientes por
meio do “uso compartilhado” do transdutor, uma medida eficiente a ser
adotada é a utilização de uma folha de filme plástico sobre a área de emissão
de ondas sonoras do transdutor (para evitar o contato do dispositivo com a
estrutura genital externa ( Figura 8). É importante ressaltar que é de extrema
importância a utilização de uma boa camada de gel comum entre o transdutor
e o filme plástico ao prepará-lo para aplicação. E, após seu uso, deve ser
descartado.
Por fim, ressaltamos a importância da associação do Ultrassom Focalizado de
Alta Intensidade (HIFU) com outros recursos principalmente com as técnicas de
intradermoterapia. Em aplicações tradicionais, principalmente na face, os
bioestimuladores de colágeno já encontram respaldo na literatura [ 26 ] [ 27 ]
e produtos à base de hidroxiapatita de cálcio estão se tornando muito
conhecidos na prática clínica de muitos profissionais [ 11 ] [ 28 ] [ 29 ] [ 30 ],
bem como ácido hialurônico [ 31 ] e ácido polilático [ 32 ].
Para o rejuvenescimento vulvar, temos utilizado em nossa prática clínica
também os bioestimuladores de colágeno da indústria brasileira (produtos de
base estéril para uso polivalente no segmento de estética) que são compostos
por diversos princípios ativos que possuem ação potencializadora de aumento
do colágeno dérmico. A Figura 9 e a Figura 10 mostram alguns efeitos da
associação do HIFU com alguns bioestimuladores.
Figura 8 . Proteção do transdutor HIFU com filme plástico para uso na área
íntima.

Figura 9 . Associação do Ultrassom Microfocado com bioestimulador de

colágeno: (A) Antes do tratamento; (B) Efeito imediato do HIFU (Ultraformer
III® fabricado por CLASSYS INC., Seul, Coréia.); (C) Logo após a injeção do
Sculpt Derm Collagen Booster® (Cosmobeauty Ind Com Cosmetics,
Brasil.); (D) 45 dias após a 1ª sessão de tratamento; (E) 90 dias após o
tratamento.

4. Conclusões
Este estudo mostra que a aplicabilidade convencional do Ultrassom Focalizado
de Alta Intensidade, tanto na face quanto no corpo, pode ser replicada em
tratamentos de rejuvenescimento vulvar com segurança e eficácia garantidas.
Além disso, é notório que, assim como a radiofrequência, o laser fracionado ou
o jato de plasma produzem uma excelente resposta terapêutica na pele da
região íntima feminina, os estímulos térmicos produzidos pelo uso do HIFU
também são capazes de promover intensa neocolagênese no tecido
dérmico , ou seja , garante uma excelente resposta de rejuvenescimento vulvar
e melhora o aspecto estético da região. Além disso, identificamos que a
associação de produtos bioestimulantes de colágeno é totalmente indicada
quando o objetivo é potencializar a produção de

Figura 10 . Associação do ultrassom focalizado com o bioestimulador de

colágeno: (A) Antes do tratamento; (B) Efeito imediato do HIFU (Ultramed®
fabricado pela Medical San Ind Equipment's Med, Brasil.) associado à injeção de
Flacidez® (Mezzo Ind Cosmetics, Brasil.).
colágeno dérmico na área íntima.
Por fim, concluímos que o uso do Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade é
uma alternativa adjuvante promissora, segura e extremamente eficaz para
auxiliar no tratamento de condições inestéticas na região íntima feminina.
Conflitos de interesse
Os autores declaram não haver conflitos de interesse na publicação deste
artigo.
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