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Circuitos Elétricos I (Guia 1)
Circuitos Elétricos I (Guia 1)
Guia Didático Nº 1
Guilherme da Silva Lima
Curso Técnico em
Eletroeletrônica
Guilherme da Silva Lima
Circuitos Elétricos I
Edição utilizada na pandemia da Covid-19
Este módulo é constituído por 48 aulas, cujos conteúdo de cada uma são apresentados,
a seguir. Este módulo se constituí parte da estratégica pedagógica do IFMG campus
Ribeirão das Neves para o fornecimento do ensino remoto emergencial devido à
pandemia da Covid-19.
Introdução à disciplina
Atividade
Campo elétrico
O campo elétrico é uma grandeza física vetorial fundamental para o entendimento do movimento
de cargas elétricas. Para entendermos esse conceito leia as páginas de 38 a 48 da referência de
eletricidade básica (ALVARENGA e LUZ, 2013), disponibilizada no Moodle.
Atividade
Potencial elétrico
Atividade
Atividade
Após a leitura do texto, faça as atividades 2 e 3 da página 138 da referência de eletricidade básica
(ALVARENGA e LUZ, 2013). Explique o raciocínio utilizado para obter as respostas.
Essa atividade deverá ser entregue na atividade denominada “Exercícios sobre Corrente e
Resistência Elétricas” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o você poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar os trabalhos feitos a mão (manuscritos) para o formato
pdf. Esse aplicativo está disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores
informações veja o vídeo: Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.
A diferença de potencial, também conhecida como tensão, é a força eletromotriz necessária para
deslocar um elétron em um condutor (ALEXANDER; SADIKU, 2013). A grandeza diferença de
potencial será representada pela letra V e o modelo de circuito elétrico de uma fonte de tensão é
apresentado na Figura 1.
Fontes de tensão são elementos de circuito que são capazes de manter a diferença de potencial
constante entre seus terminais, independentemente do circuito. Ou seja, o valor da fonte V não se
altera. Na Figura 1 o sinal de mais (+) representa o potencial maior da fonte e o sinal de menos (-)
representa o potencial menor da fonte. Em uma fonte de tensão, os elétrons (corrente elétrica,
representada na Figura 1 pela letra I) flui do potencial menor para o potencial maior, ou seja, os
elétrons ganham energia ao passar pela fonte de tensão.
A Figura 2 apresenta um resistor elétrico, cujo valor de sua resistência é apresentado pela letra R.
Um resistor é um elemento de circuito que se opõem a passagem da corrente elétrica, ou seja, os
elétrons perdem energia ao atravessarem um resistor.
“Um ramo de um circuito pode ser considerado como um componente simples do circuito, como
exemplo um resistor ou uma fonte; entretanto, esse termo é aplicado também a um grupo de
componentes que são percorridos pela mesma corrente.” (O'MALLEY, 1983). Dessa forma, toda
parte de um circuito elétrico percorrida pela mesma corrente é considerada um ramo do circuito,
conforme indicado na Figura 3. Assim nessa figura, o Ramo 1 é composto pela fonte de tensão de 5V
e pelo resistor de 2 Ω, o Ramo 2 é composto pelo resistor de 8 Ω e o Ramo 3 é composto pela fonte
de tensão de 3V e pelo resistor de 8 Ω.
Ramo 1
Ramo 2
Ramo 3
Definição de Nó
Nó 2 Nó 1 Nó 3
Nó 4 Nó 4 Nó 4
Uma malha é um caminho fechado de um circuito que não possui nenhum caminho ou elemento
de circuito (resistor ou fonte) em seu interior (O'MALLEY, 1983). A Figura 5 apresenta um exemplo
de identificação de malhas. A Malha 1 é o caminho fechado composto pela fonte de 5 V e pelos
resistores de 2 Ω e 8 Ω. A Malha 2 é o caminho fechado composto pela fonte de 3 V e pelos
resistores de 4 Ω e 8 Ω.
Malha 1 Malha 2
Atividade de Fixação
(a)
(b)
Aulas 19 e 20 - Lei de Ohm.
Lei de Ohm
A lei de Ohm é uma expressão matemática que relaciona as grandezas elétricas: diferença de
potencial (tensão), corrente e resistência. A lei de Ohm relaciona estas grandezas em um resistor.
Matematicamente, a lei de Ohm é descrita pela equação a seguir
𝑉 = 𝑅𝐼
em que 𝑉 é a diferença de potencial (tensão) no resistor, 𝑅 é o valor da resistência do resistor e 𝐼 é a
corrente que passa no resistor.
Fisicamente, todo material tem uma resistência (relembre a formulação para o cálculo do valor da
resistência de um condutor visto em sala), sendo que em circuitos elétricos este material ganha o
nome de resistor. Quando um resistor é percorrido por uma corrente (relembre a definição de
corrente), os elétrons que a constituem perdem energia, dessa forma o potencial elétrico (relembre a
definição de potencial elétrico) no início do resistor será maior que o potencial elétrico no final do
resistor. Considerando que o início do resistor da Figura 6 é o Nó 1 e o final do resistor é o Nó 2, o
potencial elétrico será maior no Nó 1 que no Nó 2, assim existirá uma diferença de potencial 𝑉 no
resistor. A lei de Ohm é uma expressão matemática através da qual é possível calcular a diferença de
potencial 𝑉 em um resistor com valor conhecido (em nossa disciplina o valor da resistência é sempre
conhecido) quando se conhece a corrente que passa nele. Não é difícil concluir que quando se
conhece a diferença de potencial a que um resistor está submetido, pode-se calcular a corrente que
passa por ele.
I Nó 1
+
R V
-
Nó 2
A lei de Ohm é a base para a teoria de circuitos. Importantíssima para o curso técnico em
eletroeletrônica. O entendimento dessa lei servirá para diversas disciplinas do curso.
Aulas 19 e 20 - Lei de Ohm.
A Figura 7(a) apresenta um resistor cuja resistência vale 10 Ω e que é percorrido por uma
corrente de 5 A.
Nó 1 Nó 1
5A I
50 V
+ +
10 Ω V 10 Ω V
- -
Nó 2
Nó 2
10 V
(a) (b)
Figura 7 – Figura para o desenvolvimento de exemplos numéricos com a Lei de Ohm. Fonte: Autor.
Se desejarmos determinar qual é a diferença de potencial que aparecerá neste resistor, devemos
aplicar lei de Ohm
𝑉 = 𝑅𝐼
nessa equação R (resistência) vale 10 e I (corrente) vale 5, ou seja
𝑉 = 10 ∗ 5
𝑉 = 50
Assim, a diferença de potencial que aparecerá no resistor vale 50 Volts, 50 V.
Na Figura 7(b) é apresentado o mesmo resistor de 10 Ω, só que para essa nova situação é dito que
o potencial elétrico no Nó 1 vale 50 V e o potencial elétrico no Nó 2 vale 10 V. Deseja-se conhecer a
corrente (I) que passa neste resistor. Para determinarmos essa corrente, devemos aplicar lei de Ohm
𝑉 = 𝑅𝐼
O valor da resistência (R) é conhecido e vale 10 Ω. Entretanto, o valor da diferença de potencial
(V) ainda não é conhecido. Para determinar o valor da diferença de potencial a que a resistor está
submetido é necessário fazer a diferença entre o valor do potencial do Nó onde a corrente entra (no
resistor) e o valor do potencial do Nó onde a corrente sai (do resistor). Assim,
𝑉 = (𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟) − (𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟)
Numericamente
𝑉 = 50 − 10
𝑉 = 40
Agora que já conhecemos o valor da diferença de potencial, podemos retornar a lei de Ohm para
calcular a corrente que passa no resistor,
𝑉 = 𝑅𝐼
Isolando a corrente na equação acima, temos
𝑉
=𝐼
𝑅
ou
𝑉
𝐼=
𝑅
Substituindo os valores numéricos
𝑉 40
𝐼= = =4
𝑅 10
Dessa forma a corrente que passa no resistor vale 4 A.
Aula 21 - Aplicações da Lei de Ohm.
Fontes de corrente, mostrada na Figura 8, são elementos de circuito que são capazes de manter a
corrente constante no ramo (relembre a definição de ramo) em que estão inseridas
independentemente do circuito. Ou seja, o valor da fonte 𝑖 não se altera.
Dado o circuito elétrico da Figura 9, desejamos calcular a corrente que passa pelo resistor. Para
iniciar a solução do problema é possível verificar que na Figura 9 que existem dois nós, um ramo e
uma malha (identifique na figura). Nota-se também a presença de uma fonte de tensão e de um
resistor. A fonte de tensão tem diferença de potencial constante de 30 V, ao passo que o resistor tem
valor de resistência de 5 kΩ que é igual a 5000 Ω (relembre a tabela de prefixos). Lembre-se que
uma fonte de tensão tem por característica manter a diferença de potencial entre os nós que a
conectam sempre constante. Como os nós que ligam o resistor e a fonte são os mesmos na Figura 9 a
diferença de potencial no resistor e na fonte é a mesma. Assim, se a diferença de potencial na fonte
vale 30 V a diferença de potencial no resistor também vale 30 V.
Figura 9 – Circuito elétrico simples com fonte de tensão. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Figura 10 – Circuito elétrico simples com fonte de corrente. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Aula 22 - Aplicações da Lei de Ohm.
Atividade de Fixação
Exercício 2 - Calcule a corrente que passa no resistor de 6 Ω. Dica: Avalie qual é a diferença de
potencial a que o resistor está submetido.
Aula 23 - Definição de Potência Elétrica em Circuitos de Corrente Contínua.
Definição de Potência
Figura 10 – Circuito elétrico simples com fonte de corrente. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Aula 24 - Definição de Potência Elétrica em Circuitos de Corrente Contínua.
Atividade de Fixação
Figura 11 – Circuito elétrico simples com fonte de corrente. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
A unidade de medida padrão para a energia é o Joule (J), entretanto para a medição do consumo
de energia elétrica em residências, comércios e pequenas industrias é necessário a utilização de uma
unidade de medida mais prática, o kWh. Essa unidade de medida é a que aparece nas contas de
energia das nossas residências (verifica na conta da sua casa!). Nesta aula será visto como se
converte Joules em kWh e como pode ser estimado o consumo de energia das nossas residências.
Sabe-se que a energia é obtida pela multiplicação da potência pelo tempo. Assim, fazendo uma
análise dimensional (para investigar a unidade de uma grandeza física) na formula da aula anterior,
verificamos que um Joule equivale a um Walt*segundo, ou seja, J = Ws. Pode-se mostrar que
1 kWh = (1/3.600.000) J, ou seja a um kWh é uma grandeza muito maior que um Joule.
Suponha que uma residência tenha 5 equipamentos elétricos que consumem energia: (1) ar
condicionado; (2) batedeira; (3) churrasqueira elétrica; (4) ebulidor; e (5) televisão. A tabela 1
apresenta a potência de cada equipamento dado em (W). Os valores de potência de um equipamento
podem ser encontrados nos próprios equipamentos através das suas placas de identificação. A
terceira coluna da tabela 1 apresenta o tempo em segundos que os equipamentos ficam ligados em
média nesta residência por mês, ao passo que a energia consumida em (Ws) por cada equipamento é
mostrada na quarta coluna. O resultado da quarta coluna é obtido através do produto da segunda com
a terceira coluna, ou seja, multiplicando a potência do equipamento pelo tempo de consumo. O
resultado da quinta coluna que mostra a energia em (Wh) é obtida através da divisão da quarta
coluna por 3.600, ou seja, convertendo o resultado de segundos para horas. Para obter o resultado da
sexta coluna, energia em kWh, pode-se ou dividir o resultado da quinta coluna por 1.000 ou dividir o
resultado da quarta coluna por 3.600.000. A energia total consumida é obtida somando as linhas da
sexta coluna.
IMPORTANTÍSSIMO: Ao utilizar a calculadora tome cuidado com o ponto e a virgula. No
Brasil e na Europa, o ponto é utilizado para separar os milhares (grupo de três dígitos inteiros), ao
passo que a virgula é utilizada para separar os decimais (fração de um número inteiro). Nas
calculadoras científicas, que seguem na maioria das vezes o padrão norte americano, a virgula e o
ponto tem funções contrarias ou padrão brasileiro e europeu.
Tabela 1 – Determinação da Energia Consumida em uma Residência Mensalmente
Atividade de Fixação
Exercício 4 - Estime a consumo de energia da sua casa. Para isso, preencha a tabela a seguir. Na
coluna (Equipamento) deve ser listado ao menos 10 equipamentos elétricos presentes na sua casa. Na
coluna (Potência do equipamento) deve ser colocada a potência de cada equipamento (confira na
placa de identificação do equipamento qual é a sua potência ou consulte na internet). Na coluna
(Tempo de uso mensal) estime o tempo que o equipamento fica ligado em sua residência por mês
(escreva o resultado em segundos). A quarta, a quinta e a sexta colunas devem ser preenchidas
conforme procedimento descrito na aula anterior.
Compare o resultado final da tabela com o consumo de energia que aparece na conta de energia
da sua casa.
A lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) diz que a soma das correntes que entram em um nó é
igual a soma das correntes que saem desse nó (O'MALLEY, 1983). Dito de outra forma, a LKC
indica que o total de elétrons que chegam em um nó deve ser igual ao total de elétrons de deixam
esse nó. Essa lei está fundamentada na conservação da carga elétrica, ou seja, não se pode criar e
nem destruir um elétron dentro de um circuito.
A Figura 12 ilustra a aplicação da lei de Kirchhoff das correntes. Nela é mostrado o Nó 1 e as
correntes que entram e saem dele. As setas que apontam no sentido do nó indicam que a corrente está
entrando no nó. As setas que apontam no sentido contrário do nó indicam que a corrente está saindo
do nó. Dito de outra forma, se a seta aponta para o nó a corrente está entrando, ao passo que se a seta
aponta para fora do nó a corrente está saindo. Na Figura 12, as correntes 𝑖1 , 𝑖3 e 𝑖4 estão entrando no
Nó 1, ao passo que as correntes 𝑖2 e 𝑖5 estão saindo do Nó 1.
Aplicando a LKC ao Nó 1 é possível verificar matematicamente que
𝑖1 + 𝑖3 + 𝑖4 = 𝑖2 + 𝑖5
Ou seja, a soma das correntes que entram no nó é igual a soma das correntes que saem do nó.
A LKC é válida para todos os nós de um circuito elétrico (essa lei deve ser aplicada para cada nó
de forma separada, para cada nó existirá uma equação matemática), sendo válida independentemente
da quantidade de nós presentes no circuito.
Nó 1
Nó 2 Nó 1
Neste exemplo, deseja-se determinar as correntes 𝑖1 e 𝑖2 . Verifique que existem dois nós dentro
da área circulada da figura. Partindo-se do Nó 1, nota-se que as correntes 𝑖2 e a corrente de 10 A
estão entrando neste nó, ao passo que as correntes de 2 A e 3 A estão saindo deste nó. Aplicando a
LKC no Nó 1 é possível verificar que
𝑖2 + 10 = 2 + 3
Ou seja,
𝑖2 = −5
A corrente 𝑖2 vale -5 A. O valor negativo encontrado para essa corrente indica que fisicamente a
corrente está com o sentido contrário ao mostrado pela seta.
Avaliando agora o Nó 2, verifica-se que as correntes de 16 A, 8 A e 9 A estão entrando nesse nó,
ao passo que as correntes 𝑖1 e 𝑖2 estão saindo dele. Aplicando a LKC no Nó 2 é possível verificar que
𝑖1 + 𝑖2 = 16 + 8 + 9
Ou seja,
𝑖1 + 𝑖2 = 33
Como 𝑖2 = −5, fica
𝑖1 + (−5) = 33
𝑖1 = 38
A corrente 𝑖1 vale 38 A.
Assim, para aplicar a LKC deve-se identificar os nós do circuito, analisar quais correntes estão
entrando ou saindo dos nós e escrever uma equação para cada nó.
Aula 28 - Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC).
Atividade de Fixação
Exercício 5 - Determine o valor das correntes 𝐼1 , 𝐼2 e 𝐼3 do circuito a seguir. Dica: identifique os nós
do circuito e aplique a LKC para cada um deles.
A lei de Kirchhoff das Tensões diz que a soma dos ganhos de tensão em uma malha é igual a
soma das quedas de tensão (O'MALLEY, 1983). Lembre-se que uma malha é um caminho fechado
sem nenhum outro caminho dentro. Lembre-se também que sempre existirá um ganho de tensão
quando a corrente entrar pelo terminal negativo e sair pelo terminal positivo de um elemento de
circuito (os elétrons ganharão energia neste processo) e sempre existirá uma queda de tensão quando
a corrente entrar pelo terminal positivo e sair pelo terminal negativo de um elemento de circuito (os
elétrons perderão energia neste processo).
A Figura 14 apresenta um circuito que contém uma única malha. Verifique inicialmente que cada
elemento de circuito apresenta uma diferença de potencial diferente, arbitrada/escolhida em um
primeiro momento. Nesse circuito apareceu pela primeira vez o símbolo de um retângulo para
representar um elemento de circuito. Esse símbolo é genérico e é utilizado sempre para descrever um
elemento de circuito qualquer, pode ser um resistor, uma fonte de tensão, uma fonte de corrente ou
outro elemento. Note que existe uma seta circulando a malha. Essa seta indica o sentido de
circulação da corrente da malha para a aplicação da LKT. Em nossa disciplina adotaremos como
padrão o sentido de circulação horário. Obedecendo esse sentido de circulação na Figura 14, quando
a seta entrar no terminal negativo de um elemento de circuito ocorrerá um ganho de tensão e quando
a seta entra no terminal positivo ocorrerá uma queda de tensão. Neste exemplo, as tensões 𝑣1 e 𝑣4
são ganhos de tensão e as tensões 𝑣2 , 𝑣3 e 𝑣5 são quedas de tensão.
Matematicamente, aplicando a LKT a malha presente neste circuito temos,
𝑣1 + 𝑣4 = 𝑣2 + 𝑣3 + 𝑣5
Figura 14 – Circuito com uma única malha para ilustrar a LKT. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
A lei de Ohm e as leis de Kirchhoff são as leis básicas para a teoria de circuitos elétricos. A
compreensão dessas leis é o fundamento para tudo o que será desenvolvido posteriormente.
Aula 29 - Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT).
A Figura 15 apresenta um circuito elétrico com uma única malha onde se deseja determinar o
valor da diferença de potencial v. Como se conhece os valores das diferenças de potencial de todos
os elementos de circuitos presentes, para solucionar o problema deve-se escolher o sentido de
circulação da corrente de malha como sendo o sentido horário e investigar quais elementos produzem
ganhos de tensão e quais produzem quedas de tensão. Neste exemplo, são ganhos de tensão 40 V e
10 V e são quedas de tensão 20 V, 60 V e a tensão desconhecida v. Aplicando a LKT temos,
40 + 10 = 20 + 60 + 𝑣
50 = 80 + 𝑣
−30 = 𝑣
Assim, a tensão desconhecida vale -30 V.
Figura 15 – Circuito com uma única malha para ilustrar a LKT. Fonte: (O’MALLEY, 1983).
Aula 30 - Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT).
Atividade de Fixação
Exercício 6 – Determine o valor das tensões 𝑉1, 𝑉2 e 𝑉3. Dica: identifique as malhas do circuito e
aplique a LKT para cada uma delas.
Atividade Avaliativa
Entregue as atividades de fixação das aulas 18, 22, 24, 26, 28 e 30 deste guia didático em um
único arquivo no Moodle da disciplina, na tarefa denominada “Atividade Avaliativa das Leis Básicas
de Circuitos Elétricos”. O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma,
digitalize as repostas feitas à mão e compacte tudo em um só arquivo. As atividades dessa semana
serão avaliadas em 10 pontos.
Aula 31 - Associação de Resistores em Série e Paralelo.
Dois ou mais elementos de circuitos estarão em série quando forem percorridos pela mesma
corrente elétrica (O'MALLEY, 1983).
Dois ou mais elementos de circuitos estarão em paralelo se forem ligados pelos mesmos nós, ou
seja, se estiverem submetidos a mesma diferença de potencial (O'MALLEY, 1983).
Exemplo numérico
Observe na figura acima que os resistores de 4 Ω e 6 Ω estão em paralelo, pois são ligados pelos
mesmos nós, assim podemos determinar o resistor equivalente como
4∗6
𝑅𝑒𝑞2 = = 2,4
4+6
Redesenhado o circuito, temos
Nó c Nó d
Na figura acima os resistores de 2,4 Ω e 12 Ω estão ligados pelos mesmos nós (nó d e nó b),
dessa forma eles estão em paralelo. Assim temos
2,4 ∗ 12
𝑅𝑒𝑞3 = =2
2,4 + 12
Redesenhando o circuito, fica
Note na figura acima que os resistores de 2 Ω e 1 Ω estão em série. Assim temos que
𝑅𝑒𝑞4 = 1 + 2 = 3
Note na figura acima que os resistores de 3 Ω e 6 Ω estão em paralelo. Assim temos que
3∗6
𝑅𝑒𝑞5 = =2
3+6
Redesenhando temos o seguinte circuito
Note na figura acima que os resistores de 3 Ω e 2 Ω estão em paralelo. Assim temos que
3∗2
𝑅𝑒𝑞6 = = 1,2
3+2
Redesenhando temos o seguinte circuito
Por fim, observe que na figura acima que os resistores de 10 Ω e 1,2 Ω estão em série. Assim
temos que
𝑅𝑎𝑏 = 10 + 1,2 = 11,2
Logo o circuito final fica assim
Aula 32 - Associação de Resistores em Série e Paralelo.
Atividade de Fixação
(a)
(b)
Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Aulas 33 e 34 - Transformação Estrela-Triângulo.
Em análise de circuitos, muita das vezes, surgem situações práticas em que os resistores
presentes em um circuito não estão nem em série e nem em paralelo, conforme circuito apresentado
na Figura 19 (Verifique que não existem resistores nem em série e nem em paralelo!).
Um conjunto de três resistores formarão uma estrela (na concepção de circuitos elétricos) quando
eles estiverem dispostos da maneira apresentada na Figura 20. Ao passo que três resistores formarão
um triângulo (na concepção de circuitos elétricos) quando eles estirem dispostos da maneira
apresentada na Figura 21.
Figura 22 – Esquema para realizar a transformação Estrela-Triângulo. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Exercício de Fixação
15 Ω 25 Ω
35 Ω
Aulas 36 e 37 - Transformação Triângulo-Estrela.
Transformação Triângulo-Estrela
Figura 24 – Esquema para realizar a transformação Triângulo-Estrela. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Exercício de Fixação
150 Ω
75 Ω 50 Ω
Aula 39 e 40 - Associação de Resistores em Circuitos Mistos.
Exercício de Fixação
Capacitores são elementos passivos, ou seja, que não são capazes de gerar energia, que são
projetados para armazenar energia em corrente contínua em seu campo elétrico (ALEXANDER;
SADIKU, 2013). Aqui aparece uma diferença fundamental entre fontes (de tensão e de corrente),
resistores e capacitores. As fontes são elementos de circuito que geram energia (elementos ativos),
ou seja, fornecem energia para os elétrons aumentando o potencial no circuito. Os resistores são
elementos de circuito que consumem energia (elementos passivos), ou seja, os elétrons perdem
energia ao passarem por um resistor o que diminui o potencial do circuito. Os capacitores, por sua
vez, são elementos passivos que armazenam energia, ou seja, não geram e nem consumem energia.
Um capacitor fundamental é constituído por duas placas paralelas condutoras separadas por um
material isolante, conforme Figura 26. A existência de um material isolante entre as placas paralelas
impede que os elétrons passem de uma placa condutora para a outra (Relembre a definição de
material isolante). Assim, em regime permanente, caso o capacitor seja submetido a uma diferença
de potencial (por uma fonte de tensão como mostrado na Figura 26) acontecerá uma reparação de
cargas nas placas paralelas do capacitor, ficando uma das placas carregadas positivamente e a outra
carregada negativamente. A carga 𝑞 que é acumulada nas placas é função da diferença de potencial
imposta sobre elas 𝑣 e da capacitância 𝐶 do capacitor. Capacitância é a razão entre a carga
depositada em uma placa de um capacitor e a diferença de potencial entre as duas placas, sendo a
unidade de medida da capacitância o farads (F) (ALEXANDER; SADIKU, 2013). Matematicamente,
a carga armazenada no capacitor pode ser calculada como
𝑞 = 𝐶𝑣
Com o conhecimento da diferença de potencial imposta sobre as placas, 𝑣, e da capacitância é
possível determinar a energia que é armazenada no capacitor, 𝐸𝐶 , através da equação
1
𝐸𝐶 = 𝐶𝑣 2
2
É importante observar que em corrente contínua o capacitor se comporta como um circuito
aberto, ou seja não passa corrente através do capacitor. Os elétrons não passam pelo meio isolante
que separa as placas paralelas do capacitor.
Símbolo de Circuito
Figura 27 – Símbolo de circuito para capacitores elétricos. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Atividade
Exercício 5 - Faça uma breve pesquisa sobre capacitores de poliéster, cerâmico e eletrolítico.
Discuta a diferença entre esses tipos de capacitores e suas aplicações práticas.
Aula 43 - Associação de Capacitores: Série e Paralelo.
De forma análoga ao realizado na associação de resistores, pode-se associar capacitores para que
se obtenha um circuito simplificado equivalente. Dado o circuito da Figura 28(a), consegue-se
reduzi-lo para o circuito da Figura 28(b). O procedimento para isso é realizar a soma das
capacitâncias (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 + ⋯ + 𝐶𝑁
Percebe-se pela Figura 28(a) que os capacitores estão ligados em paralelo, ou seja, estão ligados
pelos mesmos nós. Assim, nota-se que a associação de capacitores em paralelo é feita através da
soma das capacitâncias individuais.
(a) N capacitores conectados em paralelo (b) Circuito equivalente para os capacitores em paralelo.
Figura 28 – Método de associação de capacitâncias em paralelo. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
A Figura 29(a) apresenta um circuito com N capacitores em série, consegue-se reduzi-lo para o
circuito da Figura 29(b). O procedimento para isso é computar a relação do produto pela soma das
capacitâncias associadas duas a duas (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
𝐶1 . 𝐶2
𝐶𝑒𝑞1 =
𝐶1 + 𝐶2
Na Figura 29(a) os capacitores estão ligados em série, ou seja, estão no mesmo ramo.
(a) N capacitores conectados em série (b) Circuito equivalente para os capacitores em série.
Figura 29 – Método de associação de capacitâncias em série. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Aula 44 - Associação de Capacitores Série e Paralelo.
Exercício de Fixação
Indutores são elementos de circuitos passivos projetos para armazenar energia em seu campo
magnético (ALEXANDER; SADIKU, 2013). O comportamento magnético dos materiais será alvo
de estudo da disciplina Máquinas Elétricas. Para os alunos que desejarem mais informações sobre
campos magnéticos podem encontra-las em (ÁLVARES; LUZ, 2011).
A Figura 30 apresenta a forma clássica de um indutor. Basicamente, um indutor é uma bobina de
fio condutor. Essa bobina contém um número de espiras enroladas em um núcleo que tipicamente é
de algum material ferromagnético. Dependo da quantidade de espiras, da área de seção transversal do
núcleo, do comprimento do indutor e do material de que é feito o núcleo, existirá uma indutância
associado ao indutor. Indutância é a propriedade física segundo a qual um indutor se opõe à mudança
do fluxo de corrente através dele, a unidade de medida da indutância é o henry [H] (ALEXANDER;
SADIKU, 2013). Conhecendo a valor da indutância associada ao indutor (representada pela letra 𝐿) e
da corrente que passa pelo indutor (representada pela letra 𝑖) é possível determinar a energia
armazenada no indutor (representada pela letra 𝐸𝐼 ) como
1 2
𝐸𝐼 = 𝐿𝑖
2
É importante observar que em circuitos elétricos de corrente contínua o indutor se comporta
como um condutor ideal, ou seja, não existe diferença de potencial no indutor.
Atividade
Exercício 7 - Faça uma breve pesquisa sobre indutores. Mostre como são construídos os
indutores e apresente as principais aplicações práticas deles.
Aula 47 - Associação de Indutores Série e Paralelo.
Percebe-se pela Figura 32(a) que os indutores estão ligados em série, ou seja, estão no mesmo
ramo. Assim, nota-se que a associação de indutores em série é feita de forma análoga ao realizado
com a associação de resistores em série.
(a) N indutores conectados em série (b) Circuito equivalente para os indutores em série.
Figura 32 – Método de associação de indutores em série. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
A Figura 33(a) apresenta um circuito com N indutores em paralelo, consegue-se reduzi-lo para o
circuito da Figura 33(b). O procedimento para isso é computar a relação do produto pela soma das
indutâncias associadas duas a duas.
𝐿1 . 𝐿2
𝐿𝑒𝑞 =
𝐿1 + 𝐿2
Na Figura 33(a) os indutores estão ligados em paralelo, ou seja, estão ligados pelos mesmo nós.
(a) N indutores conectados em paralelo (b) Circuito equivalente para os indutores em paralelo.
Figura 33 – Método de associação de indutores em paralelo. Fonte: (ALEXANDER; SADIKU, 2013).
Aula 48 - Associação de Indutores Série e Paralelo.
Exercício de Fixação
Atividade Avaliativa
Entregue as atividades de fixação das aulas 32, 35, 38, 39, 40, 42, 44, 46 e 48 deste guia didático
em um único arquivo no Moodle da disciplina, na tarefa denominada “Atividade Avaliativa sobre
Elementos de Circuitos Passivos”. O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa
forma, digitalize as repostas feitas à mão e compacte tudo em um só arquivo. As atividades dessa
semana serão avaliadas em 10 pontos.
REFERÊNCIAS