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HEMOGRAMA?
• Porque sou Professor Titular de
Hematologia, com 60 anos de
Medicina Clínica e Laboratorial.
• Eu próprio fazia os HEMOGRAMAS de
meus pacientes, pois o consultório era no
Laboratório Faillace* (Porto Alegre, RS)
2015
Meu livro
está na
sexta edição
brasileira.
manual de
interpretação
E na
segunda
edição em
espanhol:
Argentina,
2017.
HEMOGRAMA no diagnóstico
de tumores (neoplasias) dos
tecidos hematopoético e
linfoide
A Classificação (2008)
está transcrita em:
Renato Failace,
HEMOGRAMA, 6ª ed.
Revised 4th Edition 2017
(2015), Apêndice 2.
Critérios de definição e
classificação da OMS
• Critério inicial:
–Linhagem da “célula de origem”
(predominante?) do tumor.
• Critérios subsequentes:
–Morfologia: citologia e histologia
–Imunofenotipagem
–Citogenética e biologia molecular
–Características clínicas.
Citologia
1) Do sangue periférico: HEMOGRAMA.
2) De material aspirado da medula óssea
do ilíaco ou esterno: MIELOGRAMA.
Geralmente a aspiração é seguida de
BIÓPSIA com trefina, para exame
histopatológico. São procedimentos
feitos por médico-hematologista.
3) De células obtidas do material de
BIÓPSIA de linfonodo.
Microfotografias Imagens CellaVision
convencionais • Laboratório da Santa
Casa de Misericórdia
• Laboratório Fleury
• LaborSys
Barbara Bain:
Barbara Bain
Tradução de Renato Failace
CellaVision DM96
é um instrumento que
procura e identifica os leucócitos por
microscopia na distensão de sangue e
emite uma fórmula leucocitária
SÉRIE NEUTRÓFILA no Cella Vision
FACS Calibur
4 cores
Imunofenotipagem*
Análise da expressão antigênica das células através
da ligação antígeno–anticorpofluorocromo.
Anticorpos monoclonais
designados “CDs”
- Clusters of Differentiation -
ligam-se às células nos
determinantes antigênicos
(epítopos) na membrana,
no citoplasma e na estrutura
nuclear.
Leucemias
Neoplasias mieloproliferativas
não leucêmicas
Síndromes mielodisplásicas.
Leucemias
• São neoplasias leucocitárias, origi-
nadas na medula óssea, que se
disseminam precocemente no sangue.
• Crônicas: originam-se de células com
maturação preservada; têm evolução lenta.
• Agudas: originam-se de células primitivas
(blastos) com restrição da capacidade ma-
rativa; têm rápida evolução maligna.
Leucemia
(Wirchow, 1856)
Leuco + (H)αἷμα
Leuco + (H)aima (ê)
= Branco + sangue
Leucemia mieloide
crônica (LMC)
• Citogenética: cromossomo Ph
(Filadélfia) = t (9;22)(q34;q11)
• Biologia molecular: gene de fusão
BCR/ABL1 tirosinoquinase hiperativa
• Sem tratamento, sobrevida inferior a 4
anos. Com uso contínuo de inibidores
da tirosinoquinase, imatinibe (Glivec) e
similares, há longa sobrevida (cura?).
Hemograma na Leucemia
mieloide crônica
• Leucocitose progressiva, com
neutrofilia, basofilia, número
crescente de mielócitos.
• Trombocitose, lenta anemização.
–Após meses/anos: aumento da
basofilia, sinais displásicos,
presença de blastos.
–Surto blástico terminal.
Leucemia mieloide crônica incipiente
Diferenciar de “reações
leucemoides”
• Gravidez, tratamento
com corticoides (neutrofilia).
• Infecções graves.
• Trat. com granulokyne® (blastos?).
• Reação leucoeritroblástica: agônica,
do choque prolongado.
• Leucoeritroblastose do desarranjo do
estroma da medula: tumor, fibrose.
Leucograma: “mielocitose”
(gravidez, uso de corticoides)
% /L
LEUCÓCITOS 14300
– Neutrófilos
• mielócitos 5,0 715
• bastonados 6,0 858
• segmentados 72,0 10296
– Linfócitos 12,0 1716
– Monócitos 3,0 429
– Eosinófilos 2,0 286
Leucemia mieloide crônica
Ph+: fórmula leucocitária
média de 50 pacientes.
Hemograma usual ao diagnóstico
Leucemia mieloide crônica
Leucemia mieloide crônica
Leucemia mieloide crônica: basofilia
Leucemia mieloide crônica em fase acelerada:
blastos e aspectos displásicos (imagem composta)
Leucemia mieloide crônica:
agudização (blástica) terminal
Leucemia
Eosinofílica
Neoplasias mieloproliferativas
não leucêmicas
• Proliferações clonais crônicas, com maturação,
dos tecidos eritroblástico e megacarioblástico;
há acúmulo celular na medula e no sangue.
• Decorrem de mutação pontual V617F no gene
da Janus-quinase 2 (JAK2).
• Policitemia vera (JAK2 > 97%, ou CARL)
• Trombocitemia essencial (JAK2 50%)
• Mielofibrose primária (JAK2 50-60%)
Policitemia
vera:
Poliglobulia pro-
gressiva; neutrofilia
(>60%) e basofilia,
raros mielócitos e
eritroblastos;
trombocitose.
Longa evolução, se
controlada com
quimioterapia ou
sangrias.
Policitemia vera
Trombocitemia essencial
Trombocitose lentamente progressiva, que
pode chegar a 2-3 milhões/µL. Evolução
benigna se tratada. Pode evoluir para
mielofibrose e “leucemizar” ( LMA).
Trombocitemia
essencial:
trombocitose e
megacariócito
circulante
(imagem
CellaVision)
Trombocitemia essencial: medula
óssea com megacariocitose
Mielofibrose
primária
Reação leucoeritro-
blástica por fibrose
da medula óssea.
Anemização progres-
siva, dacriocitose.
Prognóstico
reservado.
Dacriócitos (teardrop cells) em mielofibrose primária
Síndromes
mielodisplásicas
• Leucemia mielomonocítica
crônica: monocitose, neutrofilia
ou neutropenia, trombocitopenia,
anemia (macro ou normocítica);
sinais displásicos, blastos ().
• Em idosos: monocitose > 2.000/µL
= LMMC. Sobrevida: 20-40 meses.
Leucemia mielomonocítica crônica: sangue e medula óssea
Neoplasias mieloproliferativo-
mielodisplásicas
• Leucemia mielomonocítica
infantil: (1 a 4 anos): monocitose,
blastos, neutropenia e displasia,
anemia, Hgb F, trombocitopenia.
• Rara; às vezes, remissão, com
longa sobrevida.
Leucemia mielomonocítica infantil
Leucemias agudas
• Podem ter origem
mieloide ou linfoide:
–Morfologia (e citoquímica) dos
blastos do sangue e medula
classificação presuntiva.
–Classificação final exige imuno-
fenotipagem, exames citogenético
e de biologia molecular.
Pancitopenia = patologia
da medula óssea
• ERITRÓCITOS 2,08 milhões/L
• HEMOGLOBINA 7,5 g/dL
• HEMATÓCRITO 22,1 %
• LEUCÓCITOS 2.200 /L
–neutrófilos (22%) 484 /L
• PLAQUETAS 16.000 /L
Leucemias agudas:
hemograma na apresentação
• PANCITOPENIA: anemia, neutro-
penia e trombocitopenia. Procurar
blastos !
• Ainda sem blastos = “aleucêmica”
• Com blastos, sem leucocitose =
“subleucêmica”
• Com leucocitose (por blastos) =
“leucêmica” (diagnóstico óbvio).
Hemogramas em Leucemia aguda
Aleucêmica Subleucêmica
Leucemia aguda
com alta contagem
de blastos.
Na fórmula (visual)
a contagem
“Neutrófilos = 1%”
não é
estatisticamente
significativa.
A peroxidase
negativa sugere
origem linfoblástica
(ou mieloide
indiferenciada).
Leucemias agudas: exame
da medula óssea
Leucemia promielocítica aguda:
aspirado de medula óssea
Leucemia promielocítica
(variante hipogranular).
Leucemias promielocíticas agudas
Leucemia mieloide
aguda
- LMA com anormalidades genético-
moleculares recorrentes.
- LMA relacionadas a mielodisplasia.
- LMA relacionadas a terapia anterior.
- LMA sem as especificações acima:
caracterizadas pela morfologia e
imunofenotipagem das células
leucêmicas no sangue e medula.
LMA sem as especificações
anteriores:
- LMA com diferenciação mínima
- LMA sem maturação
- LMA com maturação
- Leucemia mielomonocítica aguda
- Leucemia monoblástico-monocítica aguda
- Leucemia eritroide pura
- Leucemia megacarioblástica aguda
- Leucemia basofílica aguda (rara)
- Panmielose aguda com mielofibrose (rara)
LMA: identificação morfológica
das células leucêmicas
• Somente blastos, indiferenciados ou
já com granulação (MPO+).
• Blastos +, mas com algumas células,
da linhagem leucêmica, maturadas.
• Monoblastos, monócitos e blastos
• Eritroblastos leucêmicos.
• Megacarioblastos: identificáveis (às
vezes)
LMA com diferenciação mínima (mas já
com grânulos peroxidase-positivos)
LMA com
diferenciação
mínima, mas já com
grânulos peroxidase-
positivos
(imagens CellaVision)
Bastões de Auer: são conglomerados
de grânulos citoplasmáticos, patognomô-
nicos de leucemia mieloide aguda.
Pappenheimer
Leucemia
mieloide
aguda. As
células
leucêmicas
puderam ser
identificadas
como
promielócitos
(fórmula
visual)
Leucemia mieloide
crônica (LMC)
• BCR/ABL1 positiva. Cromossomo
Ph (Filadélfia) = t (9;22)(q34;q11)
–Leucocitose mieloide progressiva,
trombocitose, anemização lenta.
–Surto blástico terminal.
• Outras leucemias mieloides (raras):
–Leucemia neutrofílica crônica
–Leucemias eosinofílicas crônicas.
Células mieloides imaturas no sangue
Leucograma: “mielocitose”
(gravidez, uso de corticoides)
% /L
LEUCÓCITOS 14300
– Mielócitos 5,0 715
– Neutrófilos
• bastonados 6,0 858
• segmentados 72,0 10296
– Linfócitos 12,0 1716
– Monócitos 3,0 429
– Eosinófilos 2,0 286
Leucemia mieloide aguda
sem maturação, mas já com grânulos
peroxidase-positivos
(Imagens CellaVision)
Citometria de Fluxo
Sistema gera um fluxo contínuo laminar de partículas que
passam, uma a uma, frente a um feixe de laser:
FOCO
HIDRODINÂMICO
LASER
Orifício com
diâmetro = 50 a 250 μm
Leucemia mieloide crônica incipiente
Leucemia mieloide
crônica (LMC)
• Citogenética: cromossomo Ph
(Filadélfia) = t (9;22)(q34;q11)
• Biologia molecular: gene de fusão
BCR/ABL1 tirosinoquinase hiperativa
• Hemograma: leucocitose mieloide
progressiva, basofilia, trombocitose,
anemização lenta.
–Surto blástico terminal.
Policitemia
vera
Poliglobulia +++
Neutrofilia (>60%) e
basofilia, raros
mielócitos e
eritroblastos.
Trombocitose e
plaquetas gigantes.