HH805 – História da Arquitetura e do Urbanismo Modernos
Aluno: Henrique Amaro Pojar Pinto; RA: 236539
Arquitetura Tupiniquim: O nascimento de uma bela expressão.
O nascimento do movimento modernista na arquitetura tem suas origens na Europa, a busca por um novo estilo que abrangesse tanto as inovações tecnológicas, proporcionadas pela crescente industrialização quanto o sentimento nacionalista que crescia pelos países europeus. A partir deste momento, os arquitetos passam a utilizar os novos materiais com cada vez mais frequência, exaltando neles, todo o processo de industrialização. Porém, mesmo buscando romper com as formas e ideais do passado, os modernos não descartam suas origens, mesmo com proposições que abordam um estilo mais abrangente e internacional. Nos países da América Latina isto também não é diferente, a fim de se distinguir da arquitetura colonialista, os arquitetos latinos buscam nas raízes de suas culturas a inspiração para a criação de novas formas e volumes. E os brasileiros não ficam de fora, iniciando-se com a semana de arte moderna de 22, a vanguarda brasileira passa a remodelar o pensamento e sociedade a partir da sua realização. Surge neste momento a nova arquitetura brasileira, como explica Lina Bo Bardi. A reflexão proposta pela arquiteta naturalizada brasileira, Lina Bo Bardi, sobre a bela criança, nos provoca a refletir sobre as origens do movimento moderno brasileiro. Que surge como uma nova forma de expressão que busca combater os chamados “lugares comuns” e consequentemente busca combater também a desvalorização do espaço construído. A arquitetura tupiniquim moderna surgiu sem muito tempo para estruturar e ainda era jovem se comparada a arquitetura feita na Europa, porém não faltava a vontade de se tentar algo novo e ousado, mesmo que as soluções propostas não obtivessem os melhores resultados ou dessem completamente certas. O olhar para a cultura e para o povo brasileiro moldou o caráter do movimento no país e assim como o povo que é rústico e muitas vezes sem polidez, a arquitetura se moldou a essa face da nação, se diferenciando da produzida pelos colonizadores e se afastando do academicismo. Contudo, a criação com espontaneidade e novas técnicas não seriam possíveis sem os moldes fornecidos por Le Corbusier, que visitara o país, e que mais condiziam com os preceitos desta nova arquitetura latina, que permitia aos arquitetos tupiniquins a liberdade e a poética para ousar e propor soluções voltadas para o povo brasileiro. Deste modo, retomando o tema da bela criança, Lina pretende engrandecer a arquitetura moderna brasileira, pois nasceu de forma espontânea já bela e cabe aos arquitetos darem continuidade ao movimento, educando esta criança e trilhando um caminho próprio. O pensamento proposto pela arquiteta é importante pois através de suas palavras conseguimos compreender como a arquitetura brasileira moldou-se para representar da melhor maneira possível o povo e a cultura brasileira, sem deixar ser levada pela academia europeia. Apesar de o movimento moderno ter encontrado seu fim ao longo do tempo as obras no país que mais aderiram a arquitetura tupiniquim são as que conseguiram manter suas funções e características ao longo dos anos, mesmo como as mudanças da sociedade, como o MASP e o Sesc Pompeia, de autoria da própria Lina. E assim como ela, outros grandes nomes também foram influenciados pelos ideais da arquitetura tupiniquim. Deste modo, os modernos brasileiros produziram uma arquitetura autêntica e fundamentada na nossa cultura e costumes.