Abrantes, P. (2016). Socialização: onde a sociologia
e as neurociências se encontram. Sociologia, Problemas e Práticas, (82), pp: 11-16
Unidade Curricular: Teorias da Açã o Social
Docentes:
Professor Doutor Manuel Lisboa
Professora Doutora Dalila Cerejo
Professora Doutora Maria do Rosá rio Rosa
Discente:
Pedro Gonçalves Mello – 2019127287
Turma A
Ano letivo 2020/2021
Inicialmente, Pedro Abrantes, faz um breve ponto de situação sobre o que irá abordar no seu artigo de investigação. O autor evidencia que irá providenciar um possível diálogo interdisciplinar que seja proveitoso tanto para o desenvolvimento da sociologia e das neurociências assim como, para a aquisição de conhecimentos científicos, para que tal seja possível é proposto a discussão de resultados das neurociências que acabam então por relacionarem-se e contribuir com a teoria sociológica sobre a socialização. É revelado que inúmeros quadros sociólogos tendem a reafirmar o princípio de que nós somos dotados de intencionalidade e subjetividade, somos diferentes de animais no sentido em que somos governados e coprodutores de cultura, sendo que existe esta distinção, mas, assim como Abrantes específica, existem diversos aspetos naturais que explicam as ações em sociedade que vão desde a necessidade de busca por alimentos até à procura por bem-estar. Abrantes até utiliza a metáfora do elefante invisível para caracterizar a natureza humana dentro da abordagem sociológica.
O autor demonstra evidencia que segundo as neurociências toda a perceção que o
indivíduo possui acaba por existir e ser condicionada através de toda a experiência pela qual passa, essa perceção é adquirida através da estimulação desde uma idade precoce e pela continuidade de experiências vividas com o desenvolver da idade. Este tipo de argumento é fundamentado através do argumento de que cirurgias que restituem a visão a cegos acabam por revelar uma forte dificuldade de perceção e interpretação por parte dos indivíduos. Ainda sobre a perceção, é descrito que todos os processos de perceção e interpretação ocorrem de forma inconsciente e com uma orientação e condição de e para a prática, é a partir destes processos involuntários que o indivíduo adquire “memória maquinal”.
Desde logo é referenciado o tal diálogo entre as neurociências e a sociologia, o autor
evidencia diversas teorias sociológicas que acabam por ir logo ao encontro da ideia da perceção evidenciada anteriormente e é com base nessa linha de pensamento e de modo a adquirir conhecimento sobre como as perceções são influenciadas pelo meio que rodeia os indivíduos, pela sociedade, que cada vez mais surgem estudos que visam tem como objeto indivíduos de grupos mais limitados – toda ideia das neurociências de que a construção das mentes humanas advém dos contextos sócio-históricos, assim como da socialização acaba por demonstrar que um desenvolvimento cerebral poderá ocorrer de modo a suprir as necessidades dos indivíduos, como o que acontece com os taxistas londrinos que acabam por ter um hipocampo mais desenvolvido. Para a sociologia é necessário considerar que toda a plasticidade do cérebro é limitada, variável de forma diferente para cada indivíduo e que a tudo isso ocorre no decurso da vida, devido às condições e estilos de vida, assim como através da socialização.
Além da pluralidade existente que estão associadas a diferentes contextos de vida é da
mesma forma necessário que os sociólogos assumam que as mentes acabam por ter configurações únicas, não são plurais, o autor apela a que seja necessário reconhecer que as forças sociais atuantes na produção dos distintos mecanismos assim como o estudo de como os mesmos são construídos, assim como são articulados.