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O ASSISTENTE SOCIAL E SEU ESPAÇO DE TRABALHO

Reflexões Iniciais
Em princípio, é preciso considerar que sua identificação e
conseqüente e simultânea legitimação na esfera social, estão associadas à
prestação de serviços de assistência, em relação à qual existe uma demanda
concreta no nível das instituições públicas e privadas. 1 Ao mesmo tempo, é
importante frisar que esse trabalhador é caracterizado, no processo social de
trabalho, numa dada totalidade social, enquanto inserido na produção de serviços
sociais, logo ocupando uma função na divisão sociotécnica do trabalho, em
relação à qual sua valorização é atribuída. Nesta função, desenvolve atividades
específicas circunscritas numa determinada instituição social: é um indivíduo
ativo, produtivo, relacionado e engajado num processo de produção de serviços
através de seu trabalho. Assim sendo, sua atividade permite-lhe objetivar-se, ao
mesmo tempo que lhe é estruturante, vez que este processo polariza não apenas
seu intelecto e suas energias físicas, mas o contempla em suas múltiplas
dimensões, possibilitando-lhe expressar-se e se circunscrever. Trata-se, portanto,
de uma atividade que envolve o homem na produção de si, no mesmo movimento
da produção social e simbólica, numa relação de unidade e luta com a natureza,
em cujo embate ele a transforma e é por ela transformado. O que caracteriza o
homem nesse processo de construção, é que, a um só tempo, ele é individual e
social. E é nessa articulação que tal construção adquire sentido, pois é nessa
relação que se faz a transformação no domínio de tudo que o cerca.
Na perspectiva assumida neste trabalho, a natureza e o fazer do
homem sintetizam uma relação que se expressa numa transformação contínua
daquele que se faz homem. Não são grandes transformações; são sutis e geram
novas lutas, novas sínteses, sempre provisórias e potencialmente transformáveis.
Nesse processo, tem-se a humanização do homem frente ao outro, e a
construção da sociedade à qual ele se articula constitutivamente. A atividade
humana, como trabalho, constitui-se no espaço através do qual, seja no processo
de humanização, seja na construção da sociedade, apresenta-se como um
elemento constitutivo do ser social. O trabalho, enquanto atividade humana
mediatizada pela linguagem e pelo ato de se pôr consciente na relação com o
outro, é condição fundamental para sua existência como homem.
Pensar a prática do Serviço Social como trabalho( Iamammoto,
1982), significa entender que o trabalho do assistente social, concretiza-se a partir
de sua inserção nos processos de trabalho das instituições, e o assistente social
como trabalhador assalariado. Estes processos potencializam e se articulam, num
dinamismo complexo, a matéria-prima ou o objeto sobre o qual recai a ação
daqueles que a instituição engaja, os meios e instrumentos tecnicos-operativos e
elementos éticos-políticos que norteiam e viabilizam esta ação, e o trabalho,
propriamente dito dos profissionais envolvidos que realizam um trabalho de forma
cooperativa e combinada, tendo em vista uma ação transformadora. A
consideração da prática do assistente social como trabalho nesta perspectiva
conduz, sobretudo, a se pensar as condições reais e objetivas de trabalho, os
limites e possibilidades do trabalho profissional, as condições de assalariamento
do profissional que vende sua força de trabalho que tem valor de uso em troca do
2

salário, e a própria inserção da profissão nos meandros da relação entre o


Estado e a Sociedade, a partir da qual a profissão se configura e se recria , fruto
de determinantes macro-sociais que estabelecem limites e possibilidades ao
exercício da profissão { Iamamoto, 2002, p. 19).

Espaço Sócio-Ocupacional e a Materialização do Trabalho do Assistente


Social.

O trabalho profissional está articulado à definição de um espaço


social, em meio ao qual diferentes ordens de informações apreendidas no
processo de formação, na experiência do fazer profissional e na própria vivência
do sujeito vão viabilizando, com suas sínteses, condições para interpretar e
orientar as condutas humanas acerca do seu objeto. Trata-se, pois, de um espaço
circunscrito socialmente, no qual essas sínteses vão canalizar, orientar e apontar
as necessidades de alianças, de negociações ou afastamentos, bem como a
aceitação entre grupos. Vão apontando, igualmente, caminhos para que o sujeito
seja aceito; para que eventuais acordos sejam feitos, orientando, ainda, as
práticas concretas no exercício de uma dada profissão. Enfatiza-se, nessa
argumentação, o trabalho como ato social realizado por indivíduos sociais.
Entende que o trabalhador é um profissional especializado em
Serviço Social, que vende sua força de trabalho em troca de um salário, nas
instituições que demandam e requisitam sua atuação profissional. É a partir desta
característica, segundo Braverman (1981, p.55) que tem início o processo de
trabalho mediante “(...) um contrato ou acordo que estabelece as condições da
venda da força de trabalho pelo trabalhador e sua compra pelo empregador”. Na
ótica de Marx (1985), é à força de trabalho, enquanto capacidade humana de
executar trabalho - para aqueles que vivem do trabalho - que exige ser consumida
ou acionada para que se efetive. O trabalho, neste caso, define-se como força de
trabalho em ação “(...) proposital, orientado pela inteligência, é produto especial
da espécie humana” (Braverman, 1981, p. 52). E, para que esta força ou
capacidade de trabalho transforme-se em atividade prática, ou seja, em trabalho,
torna-se fundamental o uso dos meios e objetos necessários à sua efetivação.
Logo, o assistente social vende um conjunto de instrumentos técnicos operativos,
conhecimentos e habilidades, histórica e socialmente construídos e reconhecidos
como parte da sua força de trabalho, elementos estes necessários à objetivação
da sua ação profissional.
Assim, em sua singularidade, o assistente social expressa uma
dimensão da universalidade, quando particulariza uma dada inserção na
totalidade social através de determinado processo de trabalho, a partir da qual
são vivenciadas as condições concretas de produção e reprodução das relações
sociais. A especificidade dessa inserção não se faz na dicotomia entre o indivíduo
e o social; a inserção do indivíduo no mundo do trabalho o marca, assim como
todas as outras inserções que o vão caracterizando. Em conseqüência, o estar-
no-trabalho torna-se um instrumento de ratificação das idéias, dos valores e das
formas determinadas por interesses diversos daqueles dos indivíduos que
realizam o trabalho.
3

O projeto profissional, bem como as demandas postas socialmente a


uma dada profissão, encontram neste núcleo de interesses sua definição,
constituindo-se como uma construção histórica e social. Desse modo, pode-se
entender a diversidade das demandas postas aos assistentes sociais em
diferentes épocas, bem como em relação às demais profissões. Com isso, se está
argumentando que os objetivos e as finalidades de uma dada atividade
profissional, bem como os meios estratégicos mais pertinentes à sua
operacionalização são definidos como construções sociais, históricas e,
consequentemente, simbólicas. Neste conjunto, integram-se teorias, métodos e
técnicas que se fazem vinculadas às dimensões políticas e éticas. É este conjunto
que determina, não só as condições do existir desta profissão, como de qualquer
outra, quando traça, antecipadamente, a ação profissional dos indivíduos que aí
se engajam. Noutros termos, tal argumentação implica em reconhecer, como
fundamental, a necessidade de coerência para o existir dessa profissão nesse
conjunto, ao mesmo tempo em que ela aí se diz presente, vez que nem a
dimensão política se faz independente da teoria, da metodologia e da técnica,
nem a ética se faz independente das relações mais amplas, em sua historicidade.
É no próprio jogo de forças que rege essas relações mais amplas que se vão
configurando objetos, prioridades e caminhos nos espaços sócio-ocupacionais
nos quais se materializa o trabalho profissional do assistente social.
Este trabalho tem seu reconhecimento e legitimidade estritamente
vinculados às instituições públicas e privadas, instâncias que, ao longo da
trajetória histórica da profissão, garantiram a materialidade das relações sociais
nelas constituídas, sob a égide do capital. Os assistentes sociais inserem-se no
mercado de trabalho como trabalhadores assalariados - de fato - pela via da
produção em serviços sócio-assistenciais, em instituições governamentais,
empresariais, entidades filantrópicas e organizações não-governamentais,
mediados por um contrato de compra e venda de sua força de trabalho que, a
exemplo de qualquer mercadoria, tem valor de uso e de troca. A sua força de
trabalho passa a ter um valor de uso no processo de trabalho das instituições
contratantes, sendo portanto consumida em função do atendimento a uma
determinada necessidade humana, cujo efeito é ser útil como trabalho ou
atividade, em sua forma de consumo privado.2
Nesta inserção, a profissão tem ainda, no Estado, o seu patrão em
potencial, sobretudo nas áreas de saúde e assistência, embora se tenha presente
que o Estado, nos anos 90, tenha reduzido, ainda mais, suas responsabilidades
sociais e públicas em relação aqueles “(...) para quem o Estado brasileiro
historicamente sempre foi mínimo, (...) os já excluídos que são destituídos do
direito de proteção mínima do Estado (...)” (Carvalho, 1995, p.72). Na postura
dominante neste contexto, ao mesmo tempo que o Estado reduz suas
responsabilidades sociais abre espaço para que organizações particulares o
substituam na implementação das políticas de proteção social (Motta, 1998, p.9).
Tal posicionamento significa transferir para a sociedade a responsabilidade de
responder à questão social posta, mediante a denominada Solidariedade Social.
A parceria que o Estado assume com as empresas, entidades filantrópicas e
organizações não-governamentais, na implementação da políticas sociais,
expressa uma das estratégias utilizadas por ele para encobrir sua inadimplência
com os empobrecidos e excluídos .
4

O que caracteriza a operacionalização destas políticas sócio-assistenciais


no momento é, portanto, o estabelecimento de parcerias, o que ora se apresenta
como oportuno e necessário: vive-se uma conjuntura na qual o Estado se exime,
na prática, da responsabilidade de uma atuação efetiva no campo social, e suas
políticas para o setor nem dão conta do agravamento das tensões, nem se
articulam em propostas minimamente pertinentes. Sua opção primeira, sob a
hegemonia do capital, exercida através do Estado Amplo. É um Estado que, em
consonância com a lógica do mercado competitivo e sob a orientação dos
interesses políticos neoliberais, assume um novo padrão de Política Social, pondo
em destaque políticas focalistas e seletivas direcionadas para os segmentos mais
carentes e empobrecidos da sociedade; em coerência com aqueles interesses,
transfere responsabilidades de sua alçada, no campo social, para a sociedade
civil, através dos grupos empresariais, das ONGs, das entidades filantrópicas,
além dos movimentos sociais, subsidiando, inclusive, com parcos recursos, parte
das ações sociais desenvolvidas por alguns desses grupos.
Em se tratando dos sujeitos desta pesquisa, todos, sem exceção,
são profissionais pagos com recursos do Estado, mesmo àqueles que trabalham
numa instituição particular que, no caso, é conveniada para fins de 'prestação de
serviços à população carente' (trabalhar-se-á melhor essa questão mais adiante).
Os assistentes sociais inseridos no mercado de trabalho - de cujas
bases materiais e organizacionais depende seu exercício profissional -,
adversamente foram beneficiados com esse sistema de parceria, haja vista que
tal mecanismo ampliou os espaços ocupacionais de trabalho, antes restritos às
instituições públicas e privadas atuantes no âmbito das políticas públicas,
particularmente na prestação dos benefícios sociais. Assim sendo, as instituições
que hoje demandam o trabalho do assistente social foram diversificadas,
manifestando-se num número crescente de ONGs que mantêm parcerias com o
Estado, além das instituições de natureza filantrópica e particular, havendo, ao
mesmo tempo, a redução ou restrição dos serviços prestados pelas instituições
públicas.3
É preciso considerar também a demanda emergente do trabalho do
assistente social no campo empresarial, sobretudo na esfera das relações
humanas no trabalho. Esta demanda diferencia-se das tradicionalmente postas
pela sociedade, através das instituições sócio-assistenciais que, historicamente,
constituíam a base organizacional do exercício profissional do assistente social.
Trata-se de um espaço criado com vistas à consecução dos objetivos das
organizações empresariais, tendo neste profissional um de seus instrumentos de
viabilização, enquanto integrante da equipe de recursos humanos.4 Logo, os
profissionais, assim engajados como trabalhadores assalariados, encontram-se
inseridos no mercado de trabalho respondendo às exigências do próprio momento
histórico-social, no contexto das novas relações do trabalho constituídas pela
denominada terceira revolução industrial.
Estas novas demandas, no entanto, não invalidam que o trabalho do
assistente social continue a ser vinculado a instituições públicas, filantrópicas e
ONGs sobretudo no que concerne às tradicionais políticas sócio-assistenciais. Os
serviços sociais, nessas instituições, são norteados por objetivos não-lucrativos,
porque não visam produzir riqueza, e são financiados por recursos do fundo
público, os quais são arrecadados mediante os impostos pagos pelos cidadãos ao
5

Estado, ou outras fontes subsidiárias.5 Neste contexto, os assistentes sociais


vendem sua força de trabalho (mercadoria) em troca de um salário (dinheiro), em
função de produzir um valor de uso de uma determinada mercadoria - trabalho ou
serviço - dotada de uma utilidade particular ou destinada a um consumo privado 6.
Ora, se a relação que se estabelece no trabalho do assistente social
envolve produção de serviços, que difere do processo de trabalho na indústria,
como entendê-la? Em ambos os casos, os assistentes sociais vendem sua força
de trabalho, que passa a pertencer àqueles que detêm os recursos financeiros,
técnicos e humanos necessários a sua realização, enquanto trabalhador, em troca
de um salário. Contraditoriamente, o exercício desta atividade diz respeito aos
dois lados das relações de trabalho: 7 de um lado os que detêm os recursos, como
também o direito de outorgar a possibilidade do exercício profissional, no âmbito
das instituições, ao sujeito trabalhador; de outro, a ação do assistente social tem
como objeto alvo a situação daqueles que estão no outro extremo, para quem, em
seu trabalho, produz serviços que passam a ter um valor-de-uso e/ou de
consumo privado; a finalidade do seu trabalho, dentro desta ótica, é torná-los
produtivos, úteis e adequados como força de trabalho reproduzida em seu
conjunto.
De fato, o trabalho do assistente social encontra-se polarizado por
interesses que são antagônicos: no aparato estatal, e nas próprias empresas
particulares com as quais o Estado estabelece parceria, figuram seus
contratantes, seus chefes imediatos ou seus representantes, e os próprios
dirigentes das ONGs ou instituições filantrópicas, os proprietários ou
gerenciadores dos meios de produção que viabilizam seu trabalho; em oposição,
encontram-se os usuários dos serviços sociais, sua "clientela", os excluídos,
pauperizados, sem-terra, sem-teto, sem-cidadania, os que precisam ser
orientados em suas relações de trabalho ou de apoio no exercício de suas
atividades, enfim, os que, a exemplo dos assistentes sociais, vendem sua força
de trabalho em troca de um salário. 
É no meandro dessas relações pois, que se configura o espaço de
trabalho do assistente social, cuja função define-se historicamente pela ação de
mediá-las na perspectiva do capital, regendo as necessidades do trabalho, até
daqueles que nem lugar na sociedade têm para serem explorados.  Na
perspectiva do capital, tal mediação abrange, inclusive, aqueles que não estão
inseridos no mercado formal de trabalho - que engrossam o fluxo dos deserdados
sociais -, para os quais são criadas políticas de enfrentamento da pobreza.  Neste
caso, a ação do assistente social insere-se enquanto instrumento de
operacionalização de políticas sociais que visam reduzir as conseqüências da
pauperização e da exclusão social.
Aproximando estas reflexões de análise da realidade concreta do
trabalho dos assistentes sociais, sujeitos desta pesquisa, vê-se que a política de
assistência à criança e ao adolescente, em potencial dirigidas aos pauperizados
e excluídos, elastece seu atendimento, integrando, também, o atendimento à
problemática da saúde, da educação, da proteção social, da moradia, da família,
do abrigo, do lazer, entre outros. Isto acontece dada à própria natureza da
assistência proposta pelo ECA, que se coloca ampla no 'atendimento' e específica
na 'clientela'.8 O trabalho do assistente social, neste contexto, incide tanto na
6

reprodução da força de trabalho, através dos serviços de alimentação, transporte,


moradia, vestuário, saúde, lazer e outros, como na qualificação para o trabalho e
para a vida social, 'preparando-os como cidadãos'. Nesse direcionamento, o
assistente social - como depositário de uma ação formativa - trabalha atuando na
maneira de ver, agir e pensar desses indivíduos, desenvolvendo, portanto, um
trabalho educativo em sua dimensão política e ideológica. Nesse sentido,
prepara-se uma força de trabalho potencial que, em tese, teria melhores
condições de inserção no mercado de trabalho ou maior rentabilidade se já
incluída.
Note-se, também, que o resultado do trabalho do assistente social,
não é material, transportado, ou armazenado: sua produção “(...)não é, em geral,
mensurável em unidades físicas. Neste setor, no sentido restrito, o produto
somente existe durante o processo produtivo, não sendo possível manter-se um
estoque dos bens obtidos” (Almeida e Silva, 973, p.16) Todavia, seu valor-de-uso,
tem uma utilidade à funcionalidade lógica capitalista, mesmo não sendo
diretamente geradora de valor.  Isto porque, na medida em que garante o
ordenamento das condições de vida do trabalhador e de sua família, “(...)
elemento mais vital e significativo do processo de produção”
(Iamamoto,1986,p.86), cria condições favoráveis ao funcionamento e andamento
do trabalho, não deixando de ser, para o capital, uma fonte de lucro, logo, de
forma indireta, produtora da mais-valia, mesmo que todo o seu ato de trabalho
caracterize-se como, “(...) consumo privado, ou efetivação apropriada do valor-de-
uso dos materiais e dos instrumentos para a satisfação das necessidades dos
usuários” (Nogueira,1990, p. 1). Nesta ordem de idéias, entende-se que o
trabalho concreto - útil e particular do assistente social -, ao se tornar mercadoria
pela da produção desses serviços, incorpora-se ao trabalho em geral e passa a
fazer parte dos investimentos do grande capital (valor de troca) que atravessam o
Estado Amplo, absorvendo assim a forma-valor (o trabalho abstrato).
Consumido de forma produtiva ou improdutiva, segundo Nogueira
(1991, p.1), o processo de trabalho em serviços apresenta particularidades e
difere do processo de trabalho na industria. Para o referido autor, a principal
particularidade é exatamente o fato de que o consumidor do serviço é co-partícipe
do processo de produção, o que possibilita uma íntima relação entre produtor e
consumidor. A relação direta e íntima entre o trabalhador (produtor) e usuários
dos serviços, também tem implicações no representar-se sobre o trabalho
profissional.
Na particularidade dos sujeitos dessa pesquisa, o vínculo que se
estabelece entre sua força de trabalho e o capital não é direta e imediata, e sim
mediatizada pelo Estado, seu patrão em potencial. Sua inserção na divisão
sóciotécnica de trabalho se dá, portanto, mediante requisição do Estado para a
prestação de serviços sociais, e não do capital. É precisamente ocupando este
espaço de atuação profissional, como trabalhador na área de serviços sociais e
assistenciais que o sujeito dessa pesquisa constrói suas representações sociais
sobre o seu fazer-profissional.

O Assistente Social: Força de Trabalho Qualificada e seu Vínculo


Empregatício com o Estado
7

No caso particular desta pesquisa, os assistentes sociais inserem-


se no mercado de trabalho vendendo sua força de trabalho especializada às
instituições que têm um espaço de atuação no campo das políticas sócio-
assistenciais, particularmente na implementação da política de assistência à
criança e ao adolescente no município de Natal.
Dos trinta assistentes sociais entrevistados, vinte e sete mantêm
vínculo empregatício direto com instituições da rede pública, das quais recebem
seu salário, mesmo encontrando-se à disposição de instituições filantrópicas. Os
três restantes estão assim distribuídos: um tem vínculo empregatício com uma
ONG, o outro trabalha em uma instituição filantrópica e o terceiro atua numa
instituição particular. Os dois últimos não têm contrato efetivo e recebem pela
prestação dos serviços demandados, mediante parceria entre o Estado e essas
instituições. A fonte pagadora desses profissionais é, portanto, o poder público,
mesmo que seu campo de atuação seja em instituições filantrópicas, ONGs ou
particulares. São instituições subvencionadas por verbas públicas, através de
convênios, contratos, ou cessão de pessoal. 9
Note-se que a atividade profissional exercida mediante contrato
limitado no tempo, ou por cessão de pessoal, gera, em grau maior ou menor, uma
instabilidade no desenvolvimento da atividade desse assistente social, justamente
por caracterizar a precariedade de sua situação e a provisoriedade do próprio
trabalho.
Esse convênio foi firmado agora. Então parte do meu salário, como dos
professores (PM) Todo pessoal que trabalha nesse convênio está sendo feito
através da verba que vem, sabe? Então... Eu acho que agora, como foi
firmado... É uma coisa que eu tenho que conversar[...]. Porque antes/ como
estava uma coisa incerta, então ninguém sabia mesmo se iria continuar
trabalhando (PP) ficou pra se conversar depois (E25 CAtu. C/E).

A fala desse sujeito, com todas as dificuldades de articulação e de


coerência, reflete as incertezas e angústias comuns aos que se encontram em
idêntica situação. Seu espaço de trabalho e as condições para a sua realização
dependem, periodicamente, da continuidade, ou não, do convênio, ou do acordo
firmado entre o Estado e a instituição.
A realização do trabalho implica objetivamente na apreensão - pela
consciência dos sujeitos envolvidos no processo (atividade cognoscitiva) - da
certeza do salário como condição para a reprodução da sua força de trabalho,
bem como das condições objetivas que possibilitam a realização do mesmo,
tendo em vista a finalidade a atingir (atividade teleológica) Vazques(1977, p.192).
Ora, se há dúvidas e incertezas quanto à possibilidade de receber o salário, e
quanto às condições objetivas para desenvolver o trabalho, instaura-se a
insegurança quanto à própria continuidade do exercício daquela atividade
profissional. As dificuldades do sujeito, na explicitação de suas idéias indicam o
potencial ansiogênico desta situação, que se agrava pelo fato deste trabalhador (e
dos outros na mesma situação) não disporem de um vínculo empregatício. Aquele
que o contrata, assim o faz por prestação de serviço, logo em caráter provisório;
implica dizer que, a cada renovação dos acordos firmados entre a instituição
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conveniada e o Estado (que pode ocorrer ou não), processa-se nova contratação


de serviços, ratificando-se a situação de instabilidade do trabalhador.
A propósito, situação semelhante pode ser identificada na fala
seguinte, conjugando porém, outras explicações pelas quais procura justificar as
limitações de sua atuação:
O setor de Serviço Social só tem uma assistente social e o setor de Psicologia
só tem uma psicóloga para nós desenvolvermos assim, um trabalho. A gente
não faz tudo aquilo que a gente tem vontade... Gostaria de desenvolver um
trabalho bem melhor!. E os professores são cedidos pelo Estado e Município.
A clínica, ela .é de caráter filantrópica e não tem dinheiro... E não tem
condições de colocar mais funcionários. Até porque essa verba, o repasse é
da SETAS, e não é suficiente segundo eles, para pagar mais profissionais (E21
CAtu. E).

A situação colocada é, aparentemente, semelhante, mas a


argumentação traz à cena outra ordem de questionamentos: em ambos os casos,
não há vínculo empregatício, sendo a fonte pagadora proveniente de convênios, o
que coloca os profissionais na condição de prestadores de serviços. Estão,
entretanto, vinculados a instituições diversas: uma de iniciativa particular e outra
de natureza filantrópica. Têm, portanto, condições objetivas de trabalho também
diversas, em termos de salário, cargo, horas de trabalho e, até mesmo, quanto à
constituição de uma equipe de atuação. O último sujeito está isolado, seja de
profissionais de outras áreas, seja de outros assistentes sociais, o que acentua
sua ansiedade, ao passo que o primeiro insere-se num plural que, de alguma
forma, lhe assegura certo espaço coletivo de reivindicação.
No caso do segundo sujeito, o isolamento é apresentado como um
indicador da ausência de condições para a realização do seu trabalho específico.
A análise do processo discursivo permite, entretanto, apreender indícios de
questionamentos, ainda não de todo organizados, quanto às causas desta
ausência de condições e dúvidas sobre o que impede a contratação dos
profissionais necessários ao desenvolvimento do trabalho a que a instituição se
propõe.
A dúvida e a incerteza dos assistentes sociais que exercem seu
trabalho, nestas condições de provisoriedade e de precariedade, abrangem, com
maior ou menor dominância de uma questão sobre outras, a ausência de
perspectiva de continuidade do próprio trabalho, os contratos que limitam um
período de execução, com o conseqüente limite da garantia de vínculo
empregatício para o sujeito. Na verdade, são condições de trabalho que
incomodam esses profissionais - para não dizer que os afligem -, pois os tornam
inseguros e sem uma finalidade definida para sua ação.
Há ainda uma outra questão referente à provisoriedade, e sua
repercussão no trabalho profissional deste trabalhador, que se consubstancia na
temporalidade restrita, própria à cessão de pessoal. Não está aqui em jogo a
questão da garantia do emprego e do salário, mas a provisoriedade da atuação
deste profissional em determinado espaço, a dependência de interesses de
ordem política que determinarão sua permanência no mesmo, bem como os
prejuízos que esta cessão pode trazer à sua situação funcional.
9

Falar da profissão está relacionada também ao compromisso e o ganha pão,


sabe?... Então, a gente não pode desvincular uma coisa da outra... Se for pelo
lado humano, eu diria que não compensa [...] Do lado humano, especialmente
na parte financeira... Quando eu falei do lado humano[...] É principalmente
enfocando um vínculo empregatício como o meu, sabe? [...].Sou funcionário
público e tenho um vínculo que não me permite participar de um quadro de
Serviço Social porque não existe a nível de Secretaria de Educação e ao
mesmo tempo exerço uma prática de Serviço Social(E19 CAnt. E).
É um tipo de convênio... É uma cessão de pessoal...Então a presidente do seu
setor no Estado me procurou... Mas em troca, a gente ficou atendendo 10
crianças da Instituição... Atendimento tanto do setor clínico, como do setor
pedagógico[...] atendida aqui na Instituição e... em troca da minha
permanência, porque no ano passado eu fui chamada de volta pra meu setor
de origem, no Estado. Então a presidente teve um contato com [dirigente da
Instituição na qual venho trabalhando] e houve aquela negociação.... Aí estou
cedida aqui por dois anos (E22 CAnt. C).

O primeiro sujeito, num estilo que progressivamente se torna


permeado de hesitações e repetições, vai articulando com ressentimento a
própria situação funcional e a insatisfação por se ver exercendo um fazer sem o
efetivo reconhecimento, no qual se inclui a valorização financeira a que faria jus: é
lotado num setor mas exerce, em outro, a atividade profissional para a qual fora
formado, o que, longe de lhe possibilitar ascensão funcional, é simplesmente
desconhecido pelos entraves burocráticos. É interessante observar o mecanismo
de que lança mão para passar a um discurso geral, através do qual pretende
isentar-se da responsabilidade pela distorção que aponta.
No segundo exemplo a entrevistada, através de um discurso
truncado, vai explicitando, em meio a seguidas retificações e pausas, a
instabilidade e a insegurança de seu exercício profissional em um espaço
institucional provisório, por se constituir na dependência de negociações a serem
repetidas continuamente. Note-se que essas negociações não dependem de sua
vontade, mas da conjugação de interesses e concessões que a desconhecem.
Nestes exemplos - que expressam aspectos diferenciados e
particulares a cada situação - há uma invariância digna de reflexão. Refere-se ao
estranhamento do trabalhador ante um possível esvaziamento do seu espaço
profissional, bem como da utilização de sua força de trabalho - de forma alheia e
estranha - no contexto das exigências desse processo de trabalho. Por
transformações sucessivas, os sujeitos deixam entrever suas críticas a situações
que lhes parecem inadequadas, ou aludem a injunções que consideram
prejudiciais a si e ao próprio trabalho. Mas é preciso considerar que, se por um
lado este estilo alusivo levanta uma problemática, por outro garante, também,
àquele que fala, a possibilidade de não questionar diretamente os interesses e
mecanismos pelos quais seu fazer-profissional assume tal precariedade,
tornando-os trabalhadores volantes. Com estas considerações, não se pretende
apontar uma intencionalidade clara de ocultar algo; ao contrário, as próprias
características discursivas, analisadas anteriormente, permitem atentar para uma
crítica ainda individualizada e, portanto, sem condições simbólicas e sociais de se
explicitar, na contundência de suas articulações.
Considere-se que a situação de trabalhador volante ou provisório
está relacionada à pressão de um mercado de trabalho que, a cada dia, reduz a
10

oferta de empregos para todos os segmentos profissionais. Não se trata pois,


apenas do profissional de Serviço Social que enfrenta tal distorção.
Num outro nível de análise, esta situação relaciona-se aos baixos
salários a que fazem jus os profissionais que têm como objeto - no seu processo
de trabalho - a situação de pobreza e de exclusão social. São profissionais que
atuam em "programas pobres", pois “Na cultura tutelar reinante em nosso país
permanece uma regra difícil de ser eliminada: para pobres bastam programas
pobres” (Carvalho, 1995, p.28) e, por conseguinte, que engajam profissionais mal
remunerados. Aceitar a condição de ficar à disposição significa uma estratégia de
sobrevivência, até por não existirem outros espaços nos quais este fazer-
profissional seja mais valorizado, ou pela sempre presente esperança de uma
melhor remuneração, de encontrar outras possibilidades, mesmo que, tão-
somente, uma melhor condição de trabalho.
Esses profissionais vendem sua força de trabalho, que assume um
valor-de-uso num determinado espaço institucional, passando a ser esta
consumida como instrumento útil a serviço de outros interesses que não os
interesses da instituição contratante - seu espaço de trabalho de origem. As
negociações, concretizadas através de convênios, contratos e cessão de pessoal,
supõem um movimento que se faz à revelia do processo que está sendo
construído num determinado espaço institucional e, muitas vezes, sem levar em
consideração as necessidades e especificidades do fazer-profissional do
assistente social. Por parte deste, advém um estranhamento do próprio trabalho,
para o qual um espaço institucional concreto e efetivo é subtraído. No caso dos
profissionais à disposição, é o espaço que é negado; no caso daqueles que são
prestadores de serviços, o que é mais grave, lhes são negados os direitos
trabalhistas e sociais quando da venda da sua força de trabalho, além da sua
baixa remuneração.
O aprofundamento do estudo das entrevistas destes sujeitos permite
captar, não uma questão de acomodação ou de cooptação, conforme a
consideração exclusiva do nível manifesto poderia linearmente sugerir, mas a
articulação de estratégias ativas de sobrevivência, isoladas sim, mas afirmando-
se como crítica incipiente ao que aí está. São estas estratégias que regem o
movimento de quem não encontra, no mercado de trabalho, outras possibilidades
de inserção, e precisa garantir seu salário e seu espaço de trabalho. As condições
objetivas de trabalho são determinadas de forma a anular as necessidades do
próprio trabalho e os interesses desse trabalhador como pessoa, cidadão e
profissional, e é o esforço de se afirmar como tal que estas estratégias polarizam.
No contexto da reforma do Estado, em processo de ajuste, o papel
deste último é redefinido em relação aos direitos e deveres do cidadão, na
medida em que são reduzidas as responsabilidades sociais e públicas. Seguindo
a tendência contemporânea do capitalismo, dentro das políticas neoliberais, vem
se efetivando, nesse processo de ajuste estrutural brasileiro, um desmonte das
políticas de proteção social, sem levar em conta os direitos sociais, políticos e
trabalhistas;10 há um desrespeito, sobretudo, à perspectiva de seguridade social,
instituída pela Constituição Federal de 1988. Nesse contexto, não só os excluídos
são atingidos. O fato de os fundos públicos serem “(...) retirados das políticas
sociais que são, então, sucateadas e paralisadas” (Carvalho, 1995, p.70), atinge
11

também, e sobretudo, o trabalhador que presta esses serviços sociais. Por se


constituírem 'programas pobres para pobres', estes serviços acabam sendo
desenvolvidos em condições de trabalho precárias, além da má remuneração;
diante deste quadro os profissionais sentem-se impotentes pela não-possibilidade
de concrectude e materialidade dos objetivos e finalidades do seu fazer, que se
perde em “(...) ações precárias, pontuais, descontínuas, com péssima qualidade”
(Carvalho, 1995, p.28); ao mesmo tempo, a concretude de realização pessoal e
profissional desses trabalhadores é inviabilizada.
1
De acordo com as informações do Conselho Regional de Serviço Social - CRESS (1999) existem 1208 assistentes sociais inscritos neste
Conselho.
2
A expressão “ (...) consumo privado (Nogueira, 1989, p.7) serve apenas para estabelecer uma oposição ao consumo produtivo e não
deve ser entendida no sentido de ser restrita um indivíduo em particular. De fato, o consumo dos serviços ocorre freqüentemente em
forma coletiva, como numa escola ou num hospital, por exemplo”.
3
A questão da redução dos Serviços Públicos está relacionada à questão da minimalização do Estado Brasileiro, com a crescente restrição
de fundos públicos para financiamento das políticas sociais; daí sua sucateagem, redução e até paralisação. Quem sai perdendo neste
processo de redução são os trabalhadores, principalmente os mais pobres, os excluídos, os sem lugar na sociedade até para serem
explorados; estes são fundamentalmente penalizados com a desproteção do Estado (Carvalho, 1995, p.70-71).
4
Segundo Iamamoto (1998, p.47), conforme dados de pesquisas realizadas nas empresas no Rio de Janeiro, os assistentes sociais
“(..).mantêm-se a área de assistência social, ao mesmo tempo em que cresce a atuação do Serviço Social na área dos recursos humanos,
na esfera da assessoria gerencial e na criação dos comportamentos produtivos favoráveis para a força de trabalho, também denominado
de ‘clima social’”.
5
De acordo com Nogueira (1990, p.5-6), “(...) a promoção direta ou indireta pelo Estado dos serviços de educação, saúde e outros, em
interação com o processo de ampliação dos espaços de cidadania, no seu aspecto de direitos sociais reivindicados e conquistados, faz
com que a esfera de consumo dos serviços adquira não só uma dimensão coletiva, mas também se inscreva como uma espécie de gasto
social de capital, indispensável à reprodução do conjunto da força de trabalho. Tais serviços organizados e institucionalizados não
podem mais ser reduzidos, segundo alguns autores, a forma de consumo individual como mera despesa no âmbito da circulação:
aparecem como meios de consumo coletivo (Lojkine) e como de capital não diferem essencialmente da compra de serviços de
produção”.
6
Para Nogueira (1990, p.7), a produção de serviços também se insere nas relações mercantis, em geral numa cadeia de
circulação simples da forma - MDM - Mercadoria-Dinheiro-Mercadoria, a qual, segundo Marx (1985, p.171) objetiva “vender
para comprar - serve de meio a um fim situado fora da circulação, a apropriação de valores-de-uso, a satisfação de
necessidades”, através de um consumo privado. Por outro lado, o trabalho sob a forma de serviços também se dá em
empresas capitalistas - instituições empresariais orientadas por objetivos que visam a lucratividade: capitalistas que
investem capital-dinheiro na compra da força de trabalho, cujo interesse é transformar o valor inicial em valor acrescido, e
não em consumir, de forma privada, o valor de uso especial dessa mercadoria (força de trabalho) (ibidem, p.171-172).
7
Segundo documento da ABESS (1996, p.27) “(...) as políticas sociais implementadas pelo Estado são organizadas a partir
de critérios distintos como a redistribuição da mais valia apropriada pelos mecanismos de captação e constituição do fundo
público”. Neste sentido, elas se diferenciam dos objetivos de lucratividade, perseguidos pelas políticas sociais
implementadas na esfera privada, na qual, hoje, encontram-se recolocadas “(...) demandas de trabalho do assistente social
no mundo empresarial para a esfera das relações de trabalho, das assessorias a gerências, alargando a tradicional inserção
restrita à esfera dos ‘benefícios assistenciais’ ” (Iamamoto, 1996, p.13).
8
Conforme Pereira (1991, p.5 e 7), a Assistência Social caracteriza-se “(...) com base na disjuntiva, Assistência Social
'stricto sensu' e Assistência Social ‘lato sensu’. (...) enquanto a Assistência Social ‘stricto sensu’ reforça a exclusão social, a
‘lato sensu’ aponta para a inclusão ao procurar recompor a unidade fragmentada das políticas de atenção sócio-
econômicas capitalistas”(ibidem, p.8-13).
9
De forma efetiva, sejam eles lotados em instituições da esfera pública, ou em instituições filantrópicas ou, ainda, em
ONGs, todos são profissionais estreitamente ligados ao setor público pela via da sua remuneração ou de seu salário.
10
Ver, a propósito, da reforma do Estado e do desmonte das políticas sociais, Carvalho (1995b, p.63-78).

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