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A/C
Dr. Marcos Fraga Rodrigues
Diretor Jurídico da BOMBRIL
Marcus.rodrigues@bombril.com.br
DISCUSSÕES RELEVANTES
TRIBUTÁRIA
A tese envolvendo esse assunto é no sentido de que, embora a Lei 10865/04 permita o
restabelecimento de alíquotas por meio de Decreto, o art. 150, inciso I da Constituição
Federal determina que somente a lei poderá majorar tributos.
Caso não concedida a segurança para não incidir PIS e COFINS, formulamos pedido
alternativo para que seja autorizado o direito a crédito das contribuições sobre as
despesas financeiras incorridas pela empresa desde a edição do decreto 8426/2015.
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O adicional foi criado pela Lei Complementar 110/2001 para cobrir uma despesa
específica da União: a recomposição, determinada pelo Supremo, das contas vinculadas
ao FGTS atingidas pelos expurgos inflacionários dos Planos Verão e Collor I, rombo
então orçado em R$ 42 bilhões.
A cobrança é indevida pois sua finalidade já foi atingida em 2007. Prova disso foi o
ofício veiculado pela Caixa Econômica Federal dando conta que a arrecadação da
contribuição está sendo remetida ao Tesouro Nacional, uma vez que as contas do FGTS
já não são mais deficitárias.
Considerando esse cenário , e ainda que as contribuições sociais devem ter destinação
específica, discute-se que esse adicional é inconstitucional desde o momento em que as
contas do FGTS deixaram de ser deficitárias.
Repercussão geral reconhecida no RE 878313/SC.
Nesse sentido, o STF já reconheceu (no passado) que a natureza tributária do SEBRAE
é justamente de CIDE (REXT 635.682). Da mesma forma, o STJ também reconheceu o
INCRA como uma CIDE (RESP 977.058).
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Logo, é possível a impetração de um Mandado de Segurança para obter a declaração
incidental de inconstitucionalidade das contribuições destinadas a terceiros e, mais que
isso, (i) o direito de não mais se sujeitar a elas no futuro; (ii) alternativamente, requerer
a limitação da base de cálculo das contribuições para 20 salários mínimos; e (iii) a
restituição/compensação de tudo o quanto se pagou a este título nos últimos 5 anos
anteriores à distribuição da ação, devidamente corrigido pela Selic.
Mas como a RFB, por meio do conforme Parecer Normativo RFB nº 10/2015, tem
entendido pela vedação, há violação à não cumulatividade do COFINS e acordos
internacionais, como o GATT, na medida em que coloca o produto importado em
situação de grande desvantagem em relação ao nacional.
Repercussão geral reconhecida no RE 559937 RS
No mesmo sentido, se é verdade que o ICMS não deve compor a base de cálculo do PIS
e da COFINS, o ordenamento jurídico vigente também vedaria que qualquer
importância tida como “entrada” na contabilidade induzisse a existência de receita
tributável. Em outras palavras, o PIS e a COFINS, por não representarem acréscimos
patrimoniais, não seriam uma variação positiva do patrimônio da empresa, já que o
contribuinte não fatura contribuições, mas apenas as repassa a União.
Repercussão geral reconhecida no RE 1233096
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(6) - Não incidência de IRPJ e CSLL sobre a atualização da Taxa Selic incidente
sobre créditos tributários reconhecidos em ações judiciais.
E isto é exatamente o que ocorre com os juros de mora que no caso da restituição do
indébito possuem natureza própria de verba indenizatória, posto que têm por finalidade
a compensação das perdas sofridas em virtude da mora do devedor (dano emergente).
O mesmo pode ser dito com relação à correção monetária que visa tão-somente a
recomposição do valor da moeda.
Todavia, a Receita Federal do Brasil tem exigido o pagamento de IRPJ e CSLL sobre a
taxa SELIC (que possui natureza híbrida de correção monetária e juros de mora) quando
da restituição do indébito tributário, em que pese ela não possua qualquer conotação de
riqueza nova (acréscimo patrimonial), ensejando verdadeiro locupletamento indevido
pela União Federal, pois permite que esta se beneficie da própria desídia (resistência à
devolução dos tributos sabidamente indevidos).
(7) - Momento da tributação pelo IRPJ, CSLL, PIS e COFINS sobre os créditos
reconhecidos em ações judiciais de repetição do indébito ou mandado de
segurança. Afastamento da tributação no trânsito em julgado
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O indébito tributário que retorna ao caixa das pessoas jurídicas optantes pelo regime
do lucro real está sujeito à incidência de IRPJ e CSLL e, consequentemente do PIS e da
COFINS incidentes sobre a Taxa Selic aplicada sobre o indébito. E o motivo é
relativamente simples: se os tributos em geral, por expressa autorização legal, já foram
deduzidos da apuração do lucro real nos respectivos períodos de competência, os
valores que reingressam ao patrimônio dos contribuintes na forma de restituição ou
compensação obviamente devem ser oferecidos à tributação de IRPJ e CSLL, de modo a
evitar o benefício em duplicidade.
Além disso, no que se refere ao PIS e COFINS, sabemos que, embora o indébito, em si,
não seja tributado, a parcela referente à Taxa Selic será, inevitavelmente, tributada
como “receita financeira” pela alíquota global de 4,65%, nos termos do Decreto nº
8.426/2015.
Ocorre que o Ato Declaratório Interpretativo SRF n. 25/2003 indica que o fato gerador
dos tributos incidentes sobre o indébito tributário ocorre na data do trânsito em
julgado da respectiva decisão judicial que o reconheceu em caráter terminativo,
sob o argumento de que é neste momento que o contribuinte adquire a disponibilidade
jurídica sobre a nova renda, ainda que, eventualmente, ela ainda não esteja quantificada.
1) erro ou falta de abatimento das parcelas pagas nos parcelamentos anteriores nos
respectivos saldos residuais. Ou seja, o transporte do saldo residual deste
parcelamento está maior do que deveria;
2) capitalização dos juros nas migrações, isto é, cobrança de juros sobre juros.
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No âmbito estadual e municipal, o trabalho de revisão dos parcelamentos pode ser
aplicado seja em caso de migração, seja em caso de primeira adesão, pois os erros da
Fazenda do Estado resumem-se à cobrança indevida de juros e acréscimos financeiros.
É comum que os valores lançados nos carnês do IPTU e das Taxas de Conservação e
Limpeza e de Combate a Sinistros exijam valores indevidamente majorados em razão de
distorções na base de cálculo do imposto no momento do enquadramento do imóvel nos
critérios previstos na legislação.
Isso porque o valor venal do IPTU é calculado pela Municipalidade de acordo com o
tipo e padrão de construção do imóvel, data da edificação e fator de obsolescência,
critérios estes que uma vez indevidamente classificados vem gerando a cobrança
indevida do imposto pela Municipalidade.
Desta forma, lastreado em laudo pericial que aponte as irregularidades nos lançamentos,
é possível o ajuizamento de medida judicial a fim de obter o correto enquadramento do
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IPTU lançado (base esta que será utilizada para os anos posteriores), bem como a
repetição dos valores pagos a maior nos últimos 5 anos.
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Arguição procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “sempre
superior ao praticado no mercado” dos §§ 3º e 7º, ambos do art. 100 da Lei Estadual
nº 6.374/89.”
Como visto, em qualquer hipótese (antes ou após a adesão), as taxas estipuladas pelo
Estado de São Paulo não podem ser superiores à taxa SELIC (atualmente na faixa
mensal de ~0,2%), utilizada pela União Federal para atualização dos seus débitos, o que
justifica a adoção da medida judicial.
No mais, caso exista parcelamento especial em curso, entendemos que o
questionamento judicial não implica na exclusão do contribuinte, conforme já decidiu o
STJ em sede de recurso repetitivo:
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. Recurso Especial representativo de
controvérsia (art. 543-C, §1º, do CPC). AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO COM BASE
EM DECLARAÇÃO EMITIDA COM ERRO DE FATO NOTICIADO AO FISCO E NÃO
CORRIGIDO. VÍCIO QUE MACULA A POSTERIOR CONFISSÃO DE DÉBITOS
PARA EFEITO DE PARCELAMENTO. POSSIBILIDADE DE REVISÃO JUDICIAL.
1. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o lançamento
quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação
tributária como sendo de declaração obrigatória (art. 145, III, c/c art. 149, IV, do
CTN).
2. A este poder/dever corresponde o direito do contribuinte de retificar e ver retificada
pelo Fisco a informação fornecida com erro de fato, quando dessa retificação resultar
a redução do tributo devido.
3. Caso em que a Administração Tributária Municipal, ao invés de corrigir o erro de
ofício, ou a pedido do administrado, como era o seu dever, optou pela lavratura de
cinco autos de infração eivados de nulidade, o que forçou o contribuinte a confessar o
débito e pedir parcelamento diante da necessidade premente de obtenção de certidão
negativa.
4. Situação em que o vício contido nos autos de infração (erro de fato) foi transportado
para a confissão de débitos feita por ocasião do pedido de parcelamento, ocasionando
a invalidade da confissão.
5. A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação tributária,
no que se refere aos seus aspectos jurídicos. Quanto aos aspectos fáticos sobre os
quais incide a norma tributária, a regra é que não se pode rever judicialmente a
confissão de dívida efetuada com o escopo de obter parcelamento de débitos
tributários. No entanto, como na situação presente, a matéria de fato constante de
confissão de dívida pode ser invalidada quando ocorre defeito causador de nulidade
do ato jurídico (v.g. erro, dolo, simulação e fraude). Precedentes: REsp. n.
927.097/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 8.5.2007;
REsp 948.094/PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em
06/09/2007; REsp 947.233/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
23/06/2009; REsp 1.074.186/RS, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em
17/11/2009; REsp 1.065.940/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado
em 18/09/2008.
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6. Divirjo do relator para negar provimento ao recurso especial. Acórdão submetido ao
regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008.” (STJ, REsp nº
1.133.027/SP, Primeira Seção, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 16.03.2011)
(11) - Exclusão do ICMS-ST para Produtos de Limpeza no Estado de São Paulo
COMEX
Desta forma, a Corte Superior concluiu que a Instrução Normativa 327/03 da Secretaria
da Receita Federal do Brasil, ao permitir a inclusão dos gastos com descarga da
mercadoria do veículo de transporte internacional no território nacional no valor
aduaneiro, desrespeita os diplomas legais supracitados.
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Diante desses precedentes favoráveis, recomenda-se que os importadores proponham
medida judicial requerendo a restituição dos valores pagos nos últimos cinco anos a
título de taxa de capatazia, bem como a redução da base de cálculo do Imposto de
Importação (com a exclusão da taxa de capatazia) para as operações futuras.
Com o advento da referida Portaria, a taxa por Declaração de Importação foi majorada
para R$ 185,00. A adição de mercadorias à Declaração de Importação, por sua vez, foi
majorada R$ 29,50, o que representa um aumento de mais de 500% por Declaração de
Importação e mais de 400% no valor total da Taxa no caso de até duas adições.
ENERGIA ELÉTRICA
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Em decorrência de diversas determinações legislativas, a ANEEL definiu que o custo da
CDE de 2015 de R$ 22 bilhões seria suportado pelos consumidores (orçamento total de
aproximadamente R$ 25 bilhões) - Resolução Normativa nº 650/2015 e Resolução
Homologatória nº 1.857/2015.
(c) desrespeito ao Princípio da Reserva Legal, pois a alteração do encargo CDE não
poderia ocorrer por meio de decreto, dar-se-á exclusivamente por lei, por respeito ao art.
37 da CF, sob pena de inconstitucionalidade da cobrança.
A ANEEL ao dar cumprimento às decisões judiciais: (i) excluiu alguns dos custos da
CDE ao calcular o encargo suportado pelos consumidores amparados pelas decisões
judiciais, e (ii) transferiu o ônus financeiro para os demais consumidores.
A medida judicial a ser proposta possibilitará (a) a exclusão de algumas parcelas que
compõem a CDE, e (b) afastar o ônus financeiro de outras decisões judiciais.
Decisões judiciais nos processos: (Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo nº
0006370-53.2016.4.01.3400); 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal
- Processo nº 24648-39.2015.4.01.3400)
“É firme a Jurisprudência desta Corte de Justiça no sentido de que não incide ICMS
sobre as tarifas de uso do sistema de distribuição de energia elétrica, já que o fato
gerador do imposto é a saída da mercadoria, ou seja, no momento em que a energia
elétrica é efetivamente consumida pelo contribuinte, circunstância não consolidada na
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fase de distribuição e transmissão. Incidência da Súmula 166 do STJ. Precedentes
jurisprudenciais.” (STJ, Segunda Turma, AgRg no REsp 1.075.223-MG, j. 04.06.2013,
Rel. a Min. ELIANA CALMON)
Atualmente, a matéria é objeto de incidentes processuais que visam uniformizar a
jurisprudência nos diversos tribunais do país, incluindo o TJ/SP e o STJ. Desta forma,
as ações judiciais que versam sobre o tema ficam suspensas até que os Tribunais se
manifestem, de maneira conclusiva, a respeito do entendimento que deve ser adotado de
forma uniforme.
Porém, a suspensão não impede o ajuizamento da ação para a obtenção de tutela de
urgência com o objetivo de excluir provisoriamente a TUSD e TE da base de cálculo do
ICMS-energia.
(17) - REINTEGRA
A medida, que foi instituída pelo Decreto nº 9.393/2018, passou a valer a partir de 1º de
junho de 2018, ainda sem prazo definido para se restabelecer o percentual anterior.
Além disso, é importante mencionar que outros princípios podem ter sido violados na
edição do Decreto nº 9.393/2018, tais como a irretroatividade da lei e, em especial, a
segurança jurídica, afinal a alíquota de 2% dantes prevista teria vigência até o final de
2018, de modo que a redução imediata do benefício do REINTEGRA frustra as
expectativas dos exportadores e pode afetar as condições comerciais já negociadas com
os clientes estrangeiros.
(20) - GÁS
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1 - Análise de contratos de fornecimento de gás, a fim de verificar a possibilidade de
obter-se alguma economia quando de sua renegociação. Esse trabalho é feito com base
apenas no êxito, cobrando-se um percentual sobre o benefício eventualmente apontado.
O conhecimento desse novo mercado é de grande relevância, para que a indústria possa
adquirir o gás com custo menor e em melhores condições contratuais.
Atenciosamente,
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