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INSTITUTO FEDERAL GOIANO

Estágio Supervisionado em Tempos de Pandemia: Um relato de


experiência na Educação Infantil.

PRICILA DOS SANTOS

CRISTALINA 2021
INSTITUTO FEDERAL GOIANO

Estágio Supervisionado em Tempos de Pandemia: Um relato de


experiência na Educação Infantil.

Relatório exigido como parte dos requisitos para


conclusão da disciplina Estágio Supervisionado em
Docência de Educação Infantil sob a orientação da
Professora Regente da disciplina :Luiza Ferreira
Rezende e supervisionada pela professora Simone de
Souza Camargo.

Curso: Pedagogia

CRISTALINA
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................04
1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA OBSERVADA.........................05
1.1 Caracterizações da Escola................................................................................05
1.1.1
Histórico.............................................................................................................05
1.1.2
Localização........................................................................................................05
1.2.3 Estrutura e Funcionamento...............................................................................05
1.2.4 Projeto Político Pedagógico..............................................................................07
1.2 Caracterização da Turma e Aspectos a Serem
Observados................................08
1.2.1 O planejamento e atividades pedagógicas.......................................................08
1.2.2 A sala de aula (espaço
físico) ...........................................................................09
1.2.3 A rotina e o lúdico..............................................................................................10
1.2.4 Avaliação...........................................................................................................11
2 DESENVOLVIMENTO E ANALISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E
ANALIZADAS
2.1 Atividades Observadas......................................................................................
2.2 Atividades Realizada.........................................................................................
3 CONFRONTO DA PRATICA COM A TEORIA..................................... 43
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 45

BIBIOGRAFIA......................................................................................... 47

ANEXOS................................................................................................. 49
RESUMO

O presente estudo teve como objetivo relatar as experiências vivenciadas no estágio


supervisionado em tempos de pandemia no ensino infantil particular no Colégio
Maria Montessori, localizado no município de Cristalina-GO. Essa experiência
perpassa o estudo de caso, que contou com uma pesquisa bibliográfica para
validação dos conhecimentos detectados durante as percepções em campo. As
principais informações obtidas desse estudo foram: que as crianças estão sendo
atendidas por um ensino remoto ora com participação de momentos online através
de aplicativos de comunicação instantânea, como o WhatsApp®, e conferências de
vídeo através do Google Meet, caracterizando-se um ensino híbrido; ora em
momentos off-line com a confecção e reprodução de atividades para que os
responsáveis possam receber na escola. O retorno dessas atividades acontece por
meio da comunicação nos grupos de WhatsApp estabelecida entre as professores,
crianças e responsáveis. Aliado a isso, a equipe escolar faz rodízio de fluxo para
evitar aglomeração, além de demonstrarem empatia e esforço para motivação das
crianças e responsáveis nesse momento tão sensível de isolamento social. Por fim,
percebe-se que a pandemia e toda mudança de comportamento atrelada direta e
indiretamente promoveu mudanças radicais em todas as esferas que envolvem o ser
humano. Diante disso, é salutar destacar que o momento atual precisa de pessoas
capazes de movimentar a sociedade a fim de quebrar barreiras para valorizar as
crianças como futuras da humanidade, direcionando um olhar altruísta, de cuidado e
preservação do maior tesouro que os seres humanos possuem as crianças e sua
infância.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Pandemia, Crianças.


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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por ideal discorrer sobre as contribuições e desafios do


Estágio Supervisionado na Educação Infantil, bem como sua relevância para a
formação das pedagogas (os), visto que é na realização deste e com as
experiências vividas que compreenderemos a realidade da profissão, dos aspectos
indispensáveis à construção da identidade docente e dos saberes, da postura
especifica do profissional docente.
O estágio configura-se como a concretização da prática pedagógica, das teorias
estudadas em sala, fundamenta-se nos estudos prévios que o discente obtém a
respeito da formação de pedagogos, o estágio possibilita a construção da identidade
docente sendo um espaço de reflexão e ampliação dos saberes da profissão. Para,
OSTETTO (2012, p. 22) “ As estagiárias, profissionais em formação, ganham
possibilidades de experimentar e construir seu papel de “professor-Pesquisador”,
exercitando sua capacidade de ler a realidade, visualizar ou detectar as
necessidades e, no processo coletivo de reflexão. ” Ou seja, o estágio requer do
estagiário um olhar crítico, no sentido de compreender e superar os obstáculos ou
desafios encontrados na realidade e, posteriormente, construirmos novas
aprendizagens.
Diante disso, o estágio evidencia como o meio de análise do discente para com, a
pratica docente, com o objetivo de investigar a metodologia e ação do professor e as
maneiras do mesmo conduzir o processo de aprendizagem dos alunos, como
também analisar o comportamento e o desempenho dos educandos com relação às
atividades desenvolvidas e o comportamento mantido diariamente na sala de aula, o
que proporciona uma reflexão ao aluno estagiário de como traçar novas
metodologias que possam enriquecer a sua formação docente.
Explanarei neste relatório, uma descrição e a análise dos momentos que vivenciei
no proceder deste estágio, que se realizou no Colégio Maria Montessori localizada
na cidade de Cristalina- Goiás-GO. Iniciei o estágio no dia 01 de MARÇO DE 2021 A
11/05/2021, dia em que iniciei a primeira semana de observação.
O estágio ocorreu em dois momentos, o primeiro de observação, que aconteceu no
período de 01 de março de 2021 a 11 de maio de 2021 no horário de 14h00min as
16h00min, o segundo momento, a intervenção, durante o período de 14 a 25 de
maio, no mesmo horário, isto é, no turno da tarde, contendo essa disciplina uma
carga horária de 60 horas no total, distribuída da seguinte maneira, 30 h/a teórica e
30 h/a prática.
No relato da observação apresentarei a metodologia de ensino da professora, as
relações entre professor-aluno e das crianças entre si, a rotina do ambiente, a
infraestrutura, e o corpo administrativo. Falarei, das relações afetivas presentes na
instituição para com a estagiária, que trazem grandes contribuições relacionadas ao
processo de ensino-aprendizagem, uma construção fundamental para o
desenvolvimento humano e melhor desenvoltura no estágio. Enfatizarei, ainda, neste
relatório as contribuições que a disciplina de estagio supervisionado insere no
processo de estágio em campo, bem como a análise geral da vivência
proporcionada pelo estagio supervisionado em educação infantil do curso de
pedagogia, atividades, planejamentos e propostas da orientadora deste trabalho,
Professora Simone Camargo. Em conjunto com os estudos teóricos na disciplina de
Estágio Supervisionado em Educação Infantil, que possibilitaram o melhor
embasamento para a intervenção pedagógica, resultado em contribuições
fundamentais para a formação da profissão docente.
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Sobre a metodologia da escola: é aplicada através de projetos


multidisciplinares englobando valores e diversidades, inclusão, alimentação
saudável, leitura complementar, sustentabilidade e cultura.
O quadro funcional da escola é constituído por cento e setenta e cinco
funcionários, sendo que a maioria possui graduação e são especializados e outros
em processo de graduação. Oferece na modalidade presencial e on-line sistema
híbrido as etapas da educação básica: Educação Infantil (dois a cinco anos) e
Ensino Fundamental (anos iniciais), entre os horários matutino (07h às 12h) e
vespertino (13h às 17h00hs)
O principal método utilizado para a construção deste instrumento de avaliação
foi o de registro em diário de campo, onde foram anotadas todas as observações e
experiências vivenciadas no período em que estive inserida na escola.
A prática do estágio é um importante elo que liga a teoria e a prática, com o
papel de fortalecer todo o conhecimento que foi sedimentando ao longo do caminho
percorrido no curso de pedagogia, com o papel de aquisição de conhecimentos,
procedimentos e habilidades (planejamentos e planos de aula, conteúdos
obrigatórios, metodologias de ensino e avaliação) para que se possa atender da
forma mais ampla possível as expectativas que são depositadas do professor.
A seguir será evidenciado as etapas seguidas durante a realização do
estágio, descrevendo em itens aspectos importantes como: caracterização da escola
e da turma observada, desenvolvimento e análise das atividades realizadas,
métodos de avaliação e confronto entre a teoria e a prática.
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1. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA OBSERVADA

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

1.1.1 Histórico

O Colégio Maria Montessori Tradição de melhor ensino desde 1984 situa-se à


Rua Getúlio Vargas, 1478- Centro Cristalina-Go, 1478- Centro. O público alvo para
atendimento são crianças na fase da Educação Infantil, com idade entre dois anos e
cinco anos e onze meses pertencentes às classes socioeconômicas A e B. Fundada
no ano de 1984, o Colégio Maria Montessori é tradição de melhor ensino e é bem
avaliado pelos pais, alunos e funcionários da instituição, reflexo de
comprometimento com um ensino de qualidade que o colégio oferece.

1.1.2 Localização

O Colégio Maria Montessori, localizado em Cristalina-GO, é uma instituição


de ensino particular que oferece educação infantil, fundamental I, fundamental II e
ensino médio de qualidade e excelência para os seus alunos, contribuindo não só
para a formação intelectual das crianças, como também, para a cidadã. A educação
infantil é considerada como a etapa mais importante para o desenvolvimento da
criança, onde os estímulos cognitivos, afetivos e sociais começam a ser construídos.
Por isso, o Colégio Maria Montessori se compromete em oferecer um ensino
diferenciado, prezando pela formação integral da criança.
Está localizado no município de Cristalina-GO na zona urbana, em
CRISTALINA-GO. As ruas e as calçadas são pavimentadas, com iluminação pública
e o trânsito é bem seguro, pois apresenta faixa de pedestres para os alunos. O
Colégio apresenta 7 laboratórios sendo eles: Anatomia, Primeiros Socorros,
Informática, Desenho Técnico, Química, Robótica, Projeto de Iniciação Científica.
Conta com uma horta pedagógica e aulas de educação financeira. Quadra esportiva
aberta, elevador, salas amplas e ventiladas, brinquedoteca, biblioteca com 12 mil
livros e parquinho.
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1.1.3 Estrutura e Funcionamento


Ao matricular a criança na escola, os pais devem estar atentos a todos os
detalhes estruturais disponibilizados pela instituição. É importante perceber se o
espaço é adequado para oferecer ao aluno, aprendizado, bem estar, segurança e
recreação. Especialistas afirmam que o ambiente escolar é um ponto importante a
ser investido por uma instituição, pois ele influencia diretamente no processo de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Pensando nisso, o Colégio Maria Montessori preparou estrategicamente sua


infraestrutura, a fim de proporcionar um espaço que auxilie no estímulo da
capacidade cognitiva e motora dos pequenos. A instituição disponibiliza instalações
como: 

•    Quadra
•    Laboratório de Informática
•    Laboratório de Ciências
•    Parque Infantil
•    Biblioteca
•    Brinquedoteca
•    Pátio Coberto
•    Refeitório

De administração privada, o colégio atende crianças na fase da Educação


Infantil seriadas da seguinte forma: Maternal I (de dois anos à dois anos e onze
meses), Maternal II (de três anos à três anos e onze meses), Pré-Escola I (de quatro
à quatro anos e onze meses) e Pré-Escola II (de cinco à cinco anos e onze meses).

A integração entre a família e a escola é muito importante, havendo muitas


vezes participação nas atividades e reuniões promovidas pela escola. Sendo estas
são de grande utilidade para o aproveitamento escolar de seu filho e de como se dá
o trabalho dos professores.
Existem parceiros que se disponibilizam a ajudar o Colégio em algumas
questões relacionadas a infraestrutura, manutenção de equipamentos . A instituição
possui uma infraestrutura ampla que consegue atender de forma satisfatória as
necessidades do público.. Possui água encanada e filtrada, energia elétrica, sistema
de esgoto, coleta periódica de lixo.
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Quanto aos aspectos físicos, o colégio foi construída em um prédio de dois


andares. No primeiro andar temos um pátio descoberto, um refeitório, uma cantina,
uma sala de leitura, duas salas de aula, dois banheiros (um masculino e um
feminino) com chuveiro e adequados à Educação Infantil e um banheiro destinado
ao uso dos funcionários. No segundo andar, a escola conta com três salas de aula,
um laboratório de informática e dois banheiros (um masculino e um feminino) e
adequados à Educação Infantil.
Algumas estruturas de importante relevância o colégio não possui devido ao
espaço físico em que foi alocada: acessibilidade para deficientes físicos e nem sala
de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado, sala de
professores, secretaria, biblioteca e parquinho infantil.
Em relações as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e
equipamentos, a escola dispõe de um laboratório de informática equipado com cinco
computadores para uso dos alunos, dois computadores para uso administrativo e
dos professores, duas televisões, dois aparelhos de DVD, uma copiadora, duas
impressoras, cinco aparelhos de som, um projetor de multimídias (Datashow) e uma
máquina fotográfica digital.
O quadro de funcionários conta com um total de doze funcionários que
ingressaram na rede municipal através de concurso. Sendo:

Nº CARGO ESCOLARIDADE
1 Diretora 3º grau com especialização em Gestão Escolar
1 Orientadora pedagógica 3º grau com espacialização em psicopedagogia
7 Professor 3º grau
1 Secretária 2º grau
1 Zelador /ASG 1º grau
1 Merendeira 1º grau

Funcionando em dois turnos, manhã e tarde, a escola consegue atender a


142 alunos distribuídos em dez turmas, cinco por turno. A organização das turmas
se dá através do nível de maturidade e da idade cronológica de cada aluno.
Dentro das salas de aula, laboratório de informática, biblioteca e refeitório o
mobiliário é completamente adequado a realidade dos alunos. Têm uma boa altura e
todos conseguem utilizar o espaço escolar sem auxilio de qualquer adulto, estão
muito adaptados a escola e consegue-se notar que estão bem acolhidos e felizes no
espaço escolar.
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A escola não oferece nenhum serviço além do qual se destina. É um espaço


educativo, onde além de ensinar, instruir e acolher o aluno, também presta
assistência a suas famílias, orientando quanto ao desenvolvimento e a como agir na
criação das crianças. A equipe é altamente qualificada e consegue direcionar todos
aqueles que venham precisar de algum tipo de auxilio de um profissional externo:
médicos, psicólogos, dentistas, dentre outros.

1.1.4 Projeto Político Pedagógico

Todo fim de ano é revisado o Projeto Político Pedagógico da escola junto com
a equipe que irá trabalhar no ano seguinte. Os professores não só têm
conhecimento, mas tem papel fundamental na construção do documento. Por este
fato, podemos observar que há coerência entre a prática e o que está descrito no
Projeto, agindo em consonância com o descrito na as Diretrizes e Parâmetros
curriculares.
Ao fim de cada projeto elaborado pela equipe pedagógica, há uma
culminância em que a escola abre as portas aos responsáveis para que haja
participação da família e da comunidade escolar, estratégia essa adotada para dar
continuidade aos aprendizados escolares pedagógicos, psicológicos, afetivos, de
formação de caráter e senso crítico. Geralmente a comunicação com os
responsáveis é feita através de circular enviada pelo caderno do aluno, os
responsáveis são orientados a ver as mochilas de seus alunos todos os dias, além
disso, há reuniões com estes responsáveis a cada fim de bimestre, para que as
professoras conversem com cada um sobre a respectiva criança entregue os
relatórios.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

A prática de estágio e observação pedagógica está sendo realizada na


Educação Infantil, turma de Pré I. Os alunos são muito espertos e ativos,
demonstram sempre muito interesse nas atividades propostas, mesmo que alguns
deles mostrem de maneira mais tímida.
Uma das alunas é portadora de necessidades educativas especiais (déficit de
atenção e hiperatividade – TDAH). Esta criança tem acompanhamento médico e
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psicológico, sendo assim está controlada e estável, não perturba a dinâmica da aula,
acompanhando o ritmo e a evolução da turma.
Em linhas gerais a turma é muito boa e comportada. Os alunos são
extremamente motivados e empenhados, graças às estratégias desenvolvidas pela
professora e equipe pedagógica.

1.2.1 O planejamento e atividades pedagógicas

Uma das peças fundamentais para o sucesso no processo de aprendizagem


do aluno, é o planejamento. Através dessa ferramenta, o professor pode rever a
prática e refletir em relação as atividades adequadas a realidade da turma, podendo
assim fazer adaptações necessárias para que o conteúdo consiga atingir a todos,
propondo aulas prazerosas, estimulantes e interessantes para os alunos.
O planejamento da professora é baseado no que é preconizado pelo
Ministério da Educação, no Projeto Político Pedagógico e nas discussões com a
equipe pedagógica que acontece uma vez a cada quinze dias. Observa-se clareza,
flexibilidade frente a imprevistos, utilização de metodologias variadas para a difusão
do conteúdo e respeito ao aluno (realidade a qual está inserido, história de vida e
conhecimentos que trazem previamente).
A professora não aborda somente os conteúdos, há uma preocupação com o
desenvolvimento socioemocional e socioafetivo, corroborando para o processo de
ensino aprendizagem que envolve a escolarização. Entendendo que cada um tem
diferentes tempos de aprendizagem.
Há grande influência na abordagem interacionista em combinação com a
construtivista dentro da sala de aula, já que todo o Projeto Político Pedagógico está
baseado no desenvolvimento social, no qual a criança é compreendida como um ser
com constante contato com a sociedade e tudo que a cerca.
Todo o conteúdo trabalhado com os alunos, são pensados para que ele possa
construir conhecimentos paralelamente com o mundo que o cerca. Nesta fase do
desenvolvimento, os conteúdos são pensados para desenvolver principalmente os
domínios motor, afetivo e cognitivo, movimentos reflexos e complexos (coordenação
motora fina, ampla e global).
Na grande maioria das vezes são preconizados trabalhos coletivos com cada
um participando de um momento da construção de um resultado final. Cada um dos
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sujeitos é peça importante e fundamental, sem o qual não haveria o mesmo


resultado se não fosse construído por muitas mãos.
Os conhecimentos e a vivência que os alunos trazem nunca são
negligenciadas, antes de serem propostas as atividades, há uma conversa com as
crianças para uma sondagem prévia para identificação do nível de conhecimento
sobre o assunto a ser abordado, logo depois a professora faz a explanação
pedagógica referente ao conteúdo, só aí, que a atividade de fato é realizada. Há
uma grande interação com o currículo multicultural e a interdisciplinaridade.
A professora tem domínio completo da turma e consegue reter a atenção de
todos de forma lúdica, em que todos participam, durante as conversas e
desenvolvimento das atividades.

1.2.2 A sala de aula

A sala de aula é bem equipada e construída, há espaço físico pertinente ao


número de alunos alocados, há ventilação natural com grandes janelas gradeadas
posicionadas ao longo da parede esquerda, além de três ventiladores de teto. É bem
iluminada e arejada. As mesas e cadeiras estão dispostas em círculos e são
pequenas, individualmente, cada carteira possui forma hexagonal e estão alocadas
de cinco em cinco, adaptadas ao tamanho dos alunos atendidos. Na parte da frente
há um quadro branco de tamanho médio e na parte de trás, há um grande tapete de
emborrachado, uma caixa de brinquedos e uma estante ao alcance das crianças
com alguns livros, uma vez por semana a professora faz a roda de leitura nesse
espaço, além de ser utilizada nos dias de chuva durante o horário do recreio, pois
não há pátio coberto na escola.
A sala é toda decorada com atividades produzidas pelos alunos, vogais,
números, cores e formas geométricas. Possui também mural dos dias do mês, da
semana e como está o tempo, outro mural dividido ao meio: de um lado o nome de
todas as meninas e do outro o nome de todo os meninos, através do qual a
professora realiza a chamada diária.

1.2.3 A Rotina e o lúdico


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Brincar é uma atividade completa e intrínseca a criança, através da


brincadeira e do lúdico percebemos o desenvolvimento das capacidades de
adaptação, interação, autonomia, habilidades cognitivas, solução de problemas,
comunicação e função sensório-motoras.
A professora é muito próxima com os alunos, nota-se uma relação muito
estreita. É receptiva e sempre escuta cada um dos alunos com muita atenção, não
importa o que seja dito, elogia e realça as intervenções positivas, agradecendo
sempre a colaboração das crianças, há grande dinâmica durante a realização das
atividades com ela percorrendo toda a sala e intervindo sempre que necessário e
por sim, sempre incentiva comportamentos corretos, como também recrimina o
errado, mas sem expor ou constranger o aluno que o cometeu. Observei que ama a
profissão e está muito realizada, embora confesse que a mudança necessária para a
melhoria do ensino na Educação Infantil ocorra de forma muito lenta, ela faz a parte
dela para programar ações que julga serem corretas para o desenvolvimento
coletivo da turma e individual de cada aluno.
Apesar de a professora ter conhecimento e uma base forte na prática
pedagógica, certas questões não foram explicadas, pois através da observação foi
notado que algumas atividades propostas eram cumpridas de forma mecânica, eram
muitas crianças demandando atenção ao mesmo tempo e muitas coisas a se fazer
relacionadas a parte burocrática e de registro dos alunos. Mesmo assim, o lúdico e a
brincadeira não deixaram de ser valorizados, pois como o citado, a professora tem
completo conhecimento da importância do brincar para a formação e
desenvolvimento desses alunos. Atividades baseadas no método Montessoriano,
Piagetiano e Vygotskiano tinham prioridade e objetivos claros de acordo com a faixa
etária de desenvolvimento.
Todos os dias os alunos chegam a escola e tem o momento do acolhimento,
guardam suas mochilas no lugar correto, cantam uma música, contam coisas
relacionadas ao cotidiano, fazem a chamada e descrevem o dia: dia da semana, do
mês, como está o tempo e a chamadinha. Tudo isso ocorre em murais grandes e
multicoloridos. As atividades ocorrem de acordo com o planejamento traçado pela
equipe pedagógica e na hora da saída todos cantam uma música antes de ir
embora, este momento a professora preza por acalmar a turma para que possam ir
de maneira tranqüila para casa.
Duas vezes por semana há o momento de contação de histórias, um
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realizado pela professora e outro por um voluntário de uma O.N.G. do bairro, além
de aula de dança, com uma menina pertencente ao mesmo lugar.

1.2.4 Avaliação

Os alunos são acompanhados diariamente, isso torna a avaliação continuada


e vai sendo dada de forma qualitativa através da observação e registro do professor,
nessas anotações são descritos o desenvolvimento e progresso de cada aluno,
mostrando como ele está adquirindo conhecimento e a maneira como ele constrói
pontes e se relaciona interpessoalmente com os demais colegas da turma. Tudo isso
é descrito em uma ferramenta (anexo) desenvolvida pelas professoras e a equipe
pedagógica. Apesar de um pouco engessada, a professora é capaz de avaliar
aspectos importantes do desenvolvimento, é necessária boa vontade para fazer uma
avaliação completa, detalhada e adaptação da ferramenta.
Todo este processo é direcionado pela orientadora pedagógica, juntas elas
conseguem elaborar a melhor estratégia para que determinado conhecimento seja
aplicado de maneiras diferentes, para que toda turma consiga acompanhar.

2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E


REALIZADAS

2.1 Atividades Observadas

01/09/2017 – Dia de reconhecimento de todos os funcionários, do espaço físico, do


Projeto Político Pedagógico e da unidade escolar. Com tais atividades foi possível
visualizar como se estabelecem as diretrizes básicas de organização e
funcionamento da escola, reconhecendo a identidade baseada na realidade
sociocultural a qual está inserida, como são definidos os conteúdos do trabalho em
consonância com o que o M.E.C. preconiza e como se dá a orientação vinda da
Secretaria Municipal de Educação.
Aconteceu minha apresentação e uma conversa com a professora com a qual
fui designada para estagiar.

04/09/2017 – Quando toca o sinal, a professora se encaminha para o espaço que é


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destinado a organização da turma em uma fila. Os alunos já sabem para onde


devem se dirigir. Assim que todos chegam a sala e se acomodam, a professora faz
minha apresentação a turma e explica que estarei lá para ajuda-los.
Há uma atividade realizada diariamente: existem três quadros diferentes, em
cada um deles, respectivamente, devem descrever como está o tempo, quantos
alunos estão presentes (número de meninos, de meninas e número total) e que dia é
hoje.
Uma vez por semana é realizada uma atividade integrada com voluntários da
O.N.G. do bairro, neste dia foi realizada a oficina de contação de história, com o
conto “A formiga e a cigarra”. Após ouvirem a história, houve um momento de
reflexão conjunta para que todos pudessem chegar à conclusão de qual era a moral
da história e quais os valores que eram transmitidos. Para retenção do que foi
aprendido, a turma construiu um cartaz coletivo baseados na história.

05/09/2017 – É realizada a rotina diária: tempo, quantidade de alunos e dia da


semana. Como está próximo o 07 de setembro, foi realizado um trabalho para
reconhecimento das cores e das formas geométricas presentes na bandeira do
Brasil colorindo com giz de cera uma atividade impressa.
Após retornarem do intervalo, o momento foi o momento para explorar
atividades para desenvolvimento psicomotor com cantigas de cunho patriótico:
“Marcha soldado”, “Um tal de D. Pedro” (Rogério Azeredo).
As crianças têm uma relação íntima de aprendizado quando os conteúdos
preconizados são transmitidos de forma lúdica e participativa. Todos se mostraram
muitos entusiasmados e satisfeitos com a atividade proposta.

06/09/2017 – Hoje a discussão foi sobre o sentimento de pertencimento a nossa


nação. Resgate da cultura e da importância de honrar a Pátria. Os alunos se
empolgaram muito e deram exemplos junto com a professora de brasileiros notáveis.
Foi ensinado o hino nacional e após o intervalo, confeccionaram a bandeira do
Brasil, a professora aproveitou a interdisciplinaridade com a matemática e chamou
atenção para as cores e formas geométricas de nossa bandeira.

11/09/2017 – Qual a letra inicia o meu nome? Atividade lúdica com vários rótulos e
embalagens de produtos conhecidos pelas crianças, que embora não saibam ler,
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conseguem identificar o que são e qual a função de cada um deles.


Depois de separarem em categorias (limpeza, comestíveis, higiene pessoal e
outros), cada criança escolheu um rótulo / uma embalagem ao qual a letra inicial
correspondia com a letra inicial de seu nome. Com essa mesma embalagem, cada
criança recortou sua inicial e colou no canto superior direito de sua carteira.
Ao final da aula, foi proposta a construção de brinquedos de sucata para que
os materiais pudessem ser reciclados.

12/09/2017 – Continuação da atividade do dia 06/09/2017, com o reconhecimento e


identificação de formas geométricas através de caixas de blocos lógicos distribuídas
aos alunos.
Após o recreio, as crianças retornaram para um jogo muito estimulante e
competitivo. A professora elaborou um jogo com as mesmas regras do Twister,
porém introduziu as formas geométricas (quadrado, círculo, triangulo e retângulo),
ao invés de apenas círculos, como é feito no original. A turma foi dividida em quatro
equipe, as quais os próprios alunos escolheram o nome, criando uma competição
entre as mesmas. As crianças se divertiram bastante e mal sentiram o tempo passar.

13/09/2017- Oficina de leitura com jovem voluntário da O.N.G. do bairro com a


história “O Patinho Feio”, logo após uma roda de conversa para percepção do
entendimento da história pelos alunos e captação de valores morais.
Quando retornaram do intervalo, foi realizada a recontagem da história utilizando
fantoches através do aprendizado captado pelos alunos. Eles foram divididos em
pequenos grupos, nos quais faziam essa recontação sem intervenção externa dos
adultos presentes.

14/09/2017- Dia de vídeo e dança, mais uma vez, a O.N.G. que disponibiliza
voluntários para a escola, envia um profissional. Desta vez foi o dia da professora de
dança. Ela passou um vídeo e uma coreografia com a música “1,2,3 indiozinhos”, os
alunos se divertem muitos com essas atividades que promovem o desenvolvimento
através do lúdico.
A professora e os voluntários da O.N.G. sempre procuram conversar para
poder saber o conteúdo a ser desenvolvido, para que o mesmo possa ter conexão
tanto nessas aluas extras curriculares quanto no que é desenvolvido pela
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professora.
Ao retornarem do recreio, a professora realiza uma rápida roda de conversa
sobre a letra “i” e quais palavras se iniciam pela vogal. Após a conversa, são
desenvolvidas atividades para identificação da letra (mural e atividade impressa).

15/09/2017- As crianças começam a desenvolver o conceito de cores frias e


quentes, o trabalho foi realizado com massa de modelar. A professora dificilmente
perde a oportunidade de vislumbrar a interdisciplinaridade, aproveitou o momento e
pediu as crianças para fazerem o traçado da letra “i”, enquanto estava terminando a
construção de um painel sensorial com a mesma temática: fez a letra de diferentes
formas, utilizando diversos materiais: lixa de parede, lã, areia, caroços de milho e
macarrão. Cada criança pode passar a mão no painel seguindo o traçado da letra e
observar as diversas formas que ela pode assumir.
Quando voltaram do recreio receberam uma atividade impressa na qual
deveriam fazer o traçado da letra “i” com um barbante e logo após escolher uma cor
fria e pintar a letra.

18/09/2017 – Trabalho com material concreto (tampinhas de garrafa pet) para


reconhecimento do numeral 6 e da quantidade que o representa.
Floresta das joaninhas: foi entregue para cada aluno uma das partes da caixa
de uma pizza redonda com uma floresta e seis joaninhas. Os alunos colaram as
costas de cada uma das joaninhas 6 sementes de feijão, 3 de cada lado, para
representar as pintinhas pretas do inseto.
Jogo de dados para associar numerais e quantidade. As crianças jogavam
para o ar um dado gigante, uma por vez e tinham que escrever no quadro o numeral
correspondente a face revelada pelo dado.

19/09/2017 - Hoje continuamos os trabalhos que envolvem o meio ambiente – seres


vivos e preservação. A professora trouxe para a sala de aula enfeites com o motivo
da primavera e todos nós decoramos a sala juntos. Após esta divertida atividade,
sentamos em um círculo e discutimos a aproximação da primavera e o que podemos
observa de mudanças na natureza com a sua chegada. As crianças mostraram que
observam bastante as mudanças que ocorrem ao seu redor. Comentaram sobre o
aparecimento das flores, borboletas, que os pássaros cantam mais alto e mais cedo,
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que começaram a se encher de folhas mais verdes e etc.


A professora apresentou aos alunos a obra de Van Gogh “Girassóis”, a qual
foi colada no quadro e as crianças através da observação deveriam fazer uma
releitura da pintura com tinta guache em um pedaço de cartolina preta.
Atividade lúdica com a música da Eliana “Primavera”, os alunos aprenderam a
cantar a música e a professora deixou que eu fizesse com os alunos um momento
de “Dança Criativa”, já que havia conversado com ela antes que trabalhei durante
anos ensinando ballet para crianças e achamos que seria uma ótima ideia eu
também poder oferecer essa vertente para os alunos. Foi muito divertido descobrir
com eles quais os caminhos e possibilidades que o corpo de cada um pode criar,
além de desenvolver a imaginação, a colaboração e o respeito com o outro, a
coordenação motora, lateralidade noções de tempo e espaço, dentre outras coisas.
Essa foi uma das atividades mais divertidas que realizei nesse tempo de estágio.

20/09/2017 – Contação de histórias: “ A Margarida Vaidosa”. Após a história, fizemos


a dobradura de flores e em um cantinho da parede da sala, fizemos um grande
jardim com todas as flores que foram confeccionadas.
Mais tarde, após o intervalo, fizemos novamente a nossa coreografia da
música “Primavera”, com os movimentos descobertos com a colaboração coletiva.
Ao fim da atividade, senti no chão junto com os alunos e conversei com eles para
saber quais tinham sido as sensações e impressões de cada um por ter construído
uma coisa tão linda juntos. Não deixei de incentivar e elogiar cada um deles pelo
trabalho bem feito. Mostrando a valorização do trabalho de cada um para a
construção da atividade.

21/09/2017 – Anda dentro do tema de Meio Ambiente, hoje discutimos mais uma vez
sobre as plantas, dessa vez dando importância para a árvore com a abordagem de
sua importância e mostramos todas as partes que a compõe (raiz, caule, folha, flores
e frutos).
Ao término da discussão construímos uma árvore com o carimbo das mãos
dos alunos.

22/09/2017 – Hoje eu estava muito empolgada, foi o dia em que eu e a professora


acordamos que eu poderia ministrar uma aula e ela ficaria me auxiliando no que
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precisasse.
Iniciei o dia como de costume, buscando as crianças no pátio junto com a
professo, realizamos a rotina diária: chamadinha, previsão do tempo.
Realizamos um passeio no entorno da escola, no qual observamos o meio
ambiente e todas as árvores, apontando suas características marcantes. Após o
passeio, tivemos uma conversa sobre a importância e benefícios da árvore para os
seres vivos. Cantamos a música “Dona Árvore” – Bia Bedran e ao final cada aluno
plantou um feijão em um potinho de café para observar o crescimento de uma
planta.

25/09/2017 – Aula de meios de transporte e educação para o trânsito. Identificamos


as cores do semáforo e o que cada uma delas quer dizer e logo após foi distribuído
uma folha para que as crianças pintassem com giz de cera um semáforo.
Entregamos a cada aluno um conjunto de tangram para que montassem um
meio de transporte de sua preferência de acordo com as referências dadas no
quadro.

28/09/2017 – Atividades para diferenciação de dentro e fora / maior e menor.


Utilizados o Datashow da escola para fazer esta atividade sugerida por mim, levei o
meu notebook. O objetivo da atividade era dizer se o meio de transporte estava
dentro ou fora, ou ainda se era pequeno ou grande, de acordo com o referencial que
lhes era apontado.
Quando retornamos do recreio fizemos pesquisas em revistas para achar
meios de transporte para que pudessem ser coladas no mural de construção
coletiva.
No momento final da aula construímos um pequeno circuito no qual as
crianças deveriam seguir os comandos de acordo com as cores do semáforo (passe,
atenção e siga).

29/09/2017 – Rotina diária com os alunos e recreação com brincadeiras: cabra cega,
o lencinho está na mão e passa anel.
Ao retornarmos do recreio, foi feita uma festa de despedida para mim junto
com a turminha que me acolheu tão bem. Confesso que nesse dia, eu chorei. Foi
muito bom ter sido tão bem recebida em um espaço de aprendizagem onde vejo que
20

as crianças são felizes;

2.2 Atividades Realizadas

A aula escolhida para desenvolvimento junto a turma foi pensada por mim e
pela professora, já que desde o início de minhas atividades de estágio havia deixado
claro que apenas queria observar e jamais atrapalhar o curso natural da turma.
Então, decidimos por dar continuidade a todo o planejamento que fora realizado
anteriormente e que dentro dele, quando eu me sentisse à vontade e preparada, que
eu poderia escolher um dia e um tema para abordar com os alunos e que ela faria o
meu papel, apenas observaria e auxiliaria nos momentos de desenvolvimento das
atividades no decorrer da aula.
Escolhi a aula que falava sobre o meio ambiente, mais especificamente,
sobre o tema “As Plantas”. Através dessa atividade pude trabalhar o lúdico a
coordenação motora, noções de lateralidade e espaço/temporal, através da música
e de uma pequena coreografia. Fizemos um passeio no entorno da escola
destacando os pontos a serem observados pelos alunos para a realização das
próximas atividades. Ao fim do passeio conversamos sobre tudo o que foi observado
e a importância das plantas para o meio ambiente e os seres vivos, assim ampliando
o conhecimento, oralidade e vocabulário. Como culminância, realizamos o plantio de
uma semente de feijão utilizando copinhos descartáveis de café, um pouco de
algodão embebido em água e uma semente de feijão. O retorno dos alunos foi muito
positivo, pois fizemos desse dia, um dia de brincadeiras e aprendizado, onde todos
puderam falar e exprimir suas opiniões sobre o meio ambiente e a preservação
livremente. Muitos já tinham uma grande noção do tema que estava sendo abordado
e como cada um de nós pode fazer a sua parte para a preservação de um todo.
A todo momento eu e a professora auxiliamos os alunos no plantio dos
feijões: desde a distribuição dos copos, pega adequada da quantidade de algodão
necessária, quantidade de água a ser embebida no algodão, até a seleção de
sementes para a realização da atividade.
Ao final da atividade, fiz questão de observar o trabalho desenvolvido por
cada um e os elogiei individualmente pelo empenho e capricho na realização da
tarefa, expliquei que a partir desse momento, eles que teriam a responsabilidade de
observar e cuidar de sua plantinha para que ela não morresse.
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Ao término de tudo, organizamos a sala e colocamos nossos potinhos


devidamente identificados em uma caixa de madeira para a observação do dia a dia
de nossa plantinha.

Abaixo, segue o Plano de Aula para apreciação.

Plano de Aula

PLANO DE AULA
TEMA: Meio Ambiente: Seres vivos (plantas)

OBJETIVOS
GERAL:
 Desenvolver a consciência de preservação do meio ambiente;
 Compreender a importância e o uso das plantas para o meio ambiente e os
seres vivos.
 Observar o desenvolvimento de um ser vivo.
ESPECÍFICOS:
 Perceber a diversidade de plantas existentes no local;
 Identificar as partes das plantas;
 Favorecer a construção de conhecimentos com o grupo sobre a importância
das plantas.

CONTEÚDO
As Plantas

METODOLOGIA

 Passeio e observação do ambiente no entorno da escola;


 Música: Dona Árvore – Bia Bedran;
 Roda de conversa com os alunos: quais os tipos de plantas e as
características de cada uma que foram observadas;
 Plantio de uma semente de feijão.

AVALIAÇÃO
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A avaliação foi realizada através de anotações individuais de cada aluno onde


foram observados: o interesse do aluno pelo tema, envolvimento e participação
nas atividades propostas, interação e reflexão com o grupo, compreensão e
expressão de ideias.

3 CONFRONTOS DA TEORIA E DA PRÁTICA

O Estágio Supervisionado é parte da formação curricular do professor


pedagogo, o qual permite a possibilidade de contato com a realidade à qual será
inserido como profissional da educação. O estágio possibilita, na prática, a “vivência
das relações sociais com os sujeitos do cotidiano escolar” (FONTANA e GUEDES-
PINTO, 2002, p. 9). Ademais, o estágio associa a relação teoria-prática, no que se
refere às epistemologias pedagógicas, administrativas, jurídicas e financeiras da
unidade escolar. Nesse sentido, o estágio é o momento em que o acadêmico vai até
a escola para conhecê-la e desenvolver várias atividades, espaço esse que será seu
futuro campo de trabalho. Consequentemente, conhecer as expectativas dos
acadêmicos antes dessa inserção possibilita ao professor conduzir as orientações
sobre esse momento com mais segurança. Além disso, é forte ferramenta para que
se molde o profissional do futuro, possibilitando a construção de novas orientações
até então não analisadas.
Observamos que durante muito tempo a educação infantil, foi negligenciada
quanto as questões de planejamento de um trabalho direcionado: objetivos,
conteúdos, metodologia, avaliação, replanejamento.... Os professores eram vistos
apenas como tutores da infância, o cuidado era levado além do pedagógico, ou seja,
era mais importante preservar a integridade física da criança.
Amadurecendo em muitos aspectos, mostrou a que veio: contribuir para o
desenvolvimento saudável do ser humano desde os primeiros momentos de vida.
Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a
necessidade de que as escolas de Educação Infantil incorporem de maneira
integradora as funções de educar e de cuidar focando na aprendizagem significativa.
23

Segundo Ausubel (1963.), “a aprendizagem significativa no processo de ensino


necessita fazer algum sentido para o aluno e, nesse processo, a informação deverá
interagir e ancorar-se nos conceitos relevantes já existentes na estrutura do aluno”.
A construção de um adulto consciente, produtivo e feliz está diretamente
relacionada com o que é oferecido nos primeiros anos de vida das crianças. No
período de zero até os 3 anos, se estabelecem as bases do desenvolvimento físico,
intelectual e psicossocial. Entre 5 e 6 anos, a criança já consegue refletir qual a
consequência de determinada atitude, qual a consequência ante a comportamentos
bons e ruins. Toda a experiência as quais forem expostas oferecerão às crianças
condições para que se torne um adulto capaz de conduzir com autonomia a sua
vida. “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade” (LDB 1996. Art.29).

Observei o incansável trabalho da professora ao promover o respeito entre as


crianças e a aceitação das diferenças. Desenvolvendo os conhecimentos através
dos conteúdos sempre aplicados com base no currículo integrado e na
interdisciplinaridade. Sem que os alunos percebessem, a professora estava
trabalhando conceitos que giravam em torno do trabalho em equipe e da
cooperação, mostrando que para a construção de um todo, a participação de cada
aluno era necessária. Segundo Vygotsky, todo esse trabalho cooperativo no
caminho da aprendizagem. De acordo com Wertsch (1985, p. 60), “...“Os processos
inter-psicológicos envolvem pequenos grupos de indivíduos ocupados com
interações sociais e são explicados em termos da dinâmica e das práticas
comunicativas de pequenos grupos. ”

Muitos professores acreditam que crianças são “tábulas rasas” e que não
trazem nada consigo. Entram em sala de aula com a visão que primeiro o aluno
deve aprender o que está compreendido nos livros didáticos e métodos engessados.
Acredito na importância do conhecimento acumulado e das experiências de vida que
cada aluno carrega consigo. De acordo com Ausubel (2000 p. 155), “...a principal
função do organizador prévio é a de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e
o que ele deve saber, a fim de que o material possa ser aprendido de forma
significativa”. Ao observar, discutir e propor atividades com a professora regente da
24

classe, tentei ao máximo preservar essa visão. Adaptando os conteúdos sempre que
possível e mantendo um diálogo aberto com as crianças para identificar quais
pontos de conhecimento relacionado ao assunto a ser aplicado poderiam ser
aproveitados.

A professora é muito responsável, carinhosa e luta muito por sua turma.


Claramente nota-se que sua maior preocupação é a que todos os alunos em sala de
aula tenham o mesmo aprendizado sempre dando um jeitinho para que todos
realizem as atividades propostas. Pensando sempre em respeitar tempos e espaços,
criando ambientes que possibilitem às crianças ampliar suas experiências,
autonomia e que se desenvolvam em todas dimensões humanas: afetiva,
motora, cognitiva, social, imaginativa, lúdica estética e criativa.

Segundo FARIA (1998), os esquemas afetivos levam à construção do caráter,


são modos de sentir que são adquiridas junto com as ações exercidas pelo indivíduo
sobre as pessoas ou os objetos. Os esquemas cognitivos conduzem para a
formação da inteligência, tendo a necessidade de serem repetidos.

É importante considerar que na pré-escola o processo de ensino-aprendizagem


deve ter um olhar especial no qual respeite as fazes de desenvolvimento do aluno.
Uma prática educativa na qual os recursos sejam altamente adaptáveis ao público
que se direciona.

Na maioria das vezes durante as aulas foram utilizados materiais concretos


como estratégia para a reflexão do aluno e para que ele pudesse colocar em prática
a experiência acumulada que traz consigo.

Assim, a formação escolar propicia o desenvolvimento de capacidades que vão


além dos conteúdos, ou seja, que favorece a compreensão e a intervenção nos
fenômenos sociais e culturais, e também possibilita aos alunos usufruir de diferentes
manifestações culturais.

A educação escolar é uma prática libertadora que tem a possibilidade


de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas
capacidades e aprendam os conteúdos necessários para construir
instrumentos de compreensão da realidade a de participação em relações
sociais, políticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas. Estas
condições são fundamentais para o exercício da cidadania na construção de
uma sociedade democrática e não excludente. (PCNs, v.1, 1997).
25

Durante a observação, percebemos que a turma apresenta um bom


desempenho. No entanto, há dois alunos que apresentam dificuldades no que diz
respeito à motricidade e uma aluna com T.D.A.H. Diante disso, surgiu a
necessidade de passar aos alunos com dificuldades, atividades diferenciadas.
Nesse sentido ressalta Zabala: “Sobre a concepção de aprendizagem, o autor
afirma que não é possível ensinarmos sem nos determos nas referências de como
os alunos aprendem, chamando a atenção para as particularidades dos processos
de aprendizagem de cada aluno (diversidade) ” (ZABALA, 1998, p.2). Pode -se dizer
que o professor tem que levar em consideração a particularidade do indivíduo, no
que diz respeito a questão da formação dos processos de aprendizagem,
identificando a dificuldade do aluno e posteriormente adaptar o conteúdo às suas
necessidades de aprendizagem.
A escola não pode ser um espaço apenas para a aquisição de conteúdo. Os
alunos são sujeitos ativos no processo de ensino-aprendizagem, O papel do
professor e da escola é propiciar oportunidades que tornem os alunos sujeitos
capazes de analisar criticamente a realidade de nossa sociedade, onde inúmeras
oportunidades surgem instantaneamente, por isso é através da aprendizagem
significativa que os educandos não se tornam meros receptores de informações.
Construindo uma aprendizagem que caminha na interação dos aprendizes com o
professor, para uma ponte até a aprendizagem significativa.

A aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento


do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é
ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a
relação entre eles. Esta conexão entre o desenvolvimento e aprendizagem
acontece através da zona de desenvolvimento proximal até chegar ao ponto
que o indivíduo alcance o nível de desenvolvimento potencial. (Vygotsky
1989).

Assim finalizo com a concepção Freireana, “Ensinar não é transferir


conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção. ” (FREIRE, 1996, p.47).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A medida que somos expostos a realidade, as situações do dia-a-dia acabam


vindo à tona, não temos como saber disso se apenas formos expostas as teorias
abordadas durante as aulas. De fato, isso nos ajuda a responder aos
questionamentos que levantamos durante todo o curso em ralação a qual caminho
dentro de todo o contexto educacional que iremos seguir, esse espaço aberto é
crucial para a formação do futuro pedagogo.
Ao longo do estágio, uma das maiores percepções foi a da importância de
conhecer a realidade de uma instituição escolar para que possamos como docentes,
criar as melhores estratégias de intervenção para com os alunos e a comunidade
escolar.
A experiência a qual fui exposta durante o período de estágio, serviu para
ampliar o significado do que, em minha visão, é ser profissional da área de
educação: compreendi as barreiras enfrentadas dentro do sistema educacional para
alcançar a legitimidade e o objetivo maior, que é o desenvolvimento e o aprendizado
pleno de cada criança que passe por minhas mãos. Coisa que foi muito além do que
complementar minha formação acadêmica.
Educação é sinônimo de comprometer-se, assumir novas posturas, ousando
e dando a devida importância na forma de trabalhar para que as crianças possam
desenvolver as suas potencialidades cognitivas e psicológicas, compreendendo que
a escola como um espaço prazeroso.
Para quem está de fora, o trabalho na educação infantil é considera uma
tarefa fácil, mas basta ter um olhar mais profundo que toda essa premissa cai por
terra. É preciso muito mais do que apenas executar um monte de atividades sem
sentido para distrair as crianças, é preciso o ato de ação-reflexão-ação contínua,
busca constante por metodologias que correspondam aos interesses infantis e que
valorizem sua cultura.
Estar na escola em uma sala de aula, superaram minhas expectativas, uma
vez que vendo as atividades realizadas pela professora eram completamente
coerentes com o Projeto Político Pedagógico, com os planos traçados pela
orientação pedagógica e pelo que espero de um profissional da educação
comprometido em mudar o mundo.
Só posso dizer que vou carregar um enorme aprendizado. A oportunidade de
estar em uma escola humilde e com poucos recursos, porém que se preocupa com
o aluno e que realmente funciona, me faz ter esperanças de que podemos
27

proporcionar um grande futuro aos nossos alunos, basta ter boa vontade. Absorvi
tudo o que pude ao observar a metodologia de trabalho dos profissionais que lá
estão inseridos.
Fui bem recebida, acomodada e ajudada em todos os momentos em que
precisei. A professora com quem eu tive o prazer de realizar os trabalhos e
preparativos estará sempre em minha lembrança como figura de inspiração, respeito
e admiração, auxiliando-a aprendi bastante. Compreendi com mais clareza que ser
professor é oportunizar aos alunos momentos agradáveis para que assim possam
adquirir uma aprendizagem significativa, e não se tornarem meros receptores de
informações. Nessa experiência pude refletir e (re) construir meus conhecimentos
junto e através dos alunos.
28

5 BIBLIOGRAFIA

AUSUBEL, D.P. The psychology of meaningful verbal learning. New York: Grune
& Stratton, 1963.

AUSUBEL, D.P. The acquisition and retention of knowledge. Dordrecht: Kluwer


Academic Publishers, 2000.

BRASIL: MEC/SEB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Brasil. Disponível


em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acessado em 10/11/2017.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental.


Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1997ª, v.1.Edição, 2001.

FARIA, Anália Fernandes Rodrigues De. (2000). Desenvolvimento da criança e do


adolescente Segundo Piaget. 4ª edição. São Paulo: Ática, 1998.

FERNANDES, Reynaldo; GREMAUD, Amaury. Qualidade da educação básica:


avaliação, indicadores e metas. In: VELOSO, Fernando et al. (Orgs.). Educação
básica no Brasil: construindo o país do futuro. Rio de Janeiro: Elseiver, 2009.

FONTANA, R. A. C.; GUEDES-PINTO, A. L. Trabalho escolar e produção do


conhecimento. In: NETO, A. S.; MACIEL, L. S. B. (Org.). Desatando os nós da
formação docente. Porto Alegre: Mediação, 2002.
29

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática


educativa. 27ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KAJIHARA, O. T.; GODOY, M. A. B. A importância do professor na identificação


do respirador oral na infância. In: RODRIGUES, E.; ROSIN, S. M. (Orgs.). Infância
e práticas educativas. Maringá: Eduem, 2007.

VALADARES, J. e Moreira, M.A. A teoria da aprendizagem significativa: sua


fundamentação e implementação. Coimbra: Edições Almedina, 2009.

VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,


1998.

Wertsch, J. Vygotsky and the social formation of mind. Cambridge (USA):


Harvard UniversityPress, 1985.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar, 1998.


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6 ANEXOS

6.1 Método de avaliação utilizado pela escola


31
32
33

6.2 Quadros da sala de aula e atividades desenvolvidas

Janelinha do tempo

Chamadinha Árvore com carimbo de mãos

Plantio de Feijões Quadro inspirado em Girassóis de Van Gogh

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