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Pe rg u n te a u m ex pert

Ancoragem esquelética em
ortodontia – Parte II: implantes
antes, durante ou depois do
tratamento ortodôntico?
Maurício Tatsuei Sakima
Doutor em Ortodontia, FOAr-UNESP. Pós-doutor em Ortodontia, Royal Dental College, Universidade de Aarhus.
Professor Assistente, Departamento de Clínica Infantil, FOAr-UNESP.

Introdução
A utilização de implantes osseointegráveis como ancoragem para movimentação or-
todôntica vem sendo empregada há muito tempo. Desde 1983, estudos em animais
vem demonstrando que a utilização dos implantes como ancoragem não somen-
te é viável, como também ajuda a aumentar a densidade óssea ao redor dos im-
plantes. Nesses estudos, forças de até 5N (aproximadamente 500g) foram testadas
sem gerar danos à estabilidade dos implantes, nem perdas ósseas na crista alveo-
lar1,7,11,12,13,16,17,18,22,32. Em 1996, surgiu o Orthosystem, que consistia de um implante
de 4 a 6mm de comprimento intraósseo e de 3,3mm de diâmetro, que era colocado
no meio do palato e que servia de ancoragem direta e indireta para diversas movi-
mentações ortodônticas. Com a popularização dos mini-implantes, esse sistema caiu
em desuso, principalmente devido ao custo e ao fato da remoção ser mais difícil (era
necessária a utilização de trefina), fazendo com que deixar o implante sepultado no
palato, ao invés de removê-lo, se tornasse a melhor opção. Outra abordagem pouco
utilizada atualmente são os implantes na região retromolar com o objetivo de distalizar
molares inferiores. Esses também necessitavam ser removidos após seu uso5,23,30.

Como citar este artigo: Sakima MT. Ancoragem esquelética em ortodontia – Parte II: implantes antes, durante ou depois do O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de
tratamento ortodôntico? Rev Clín Ortod Dental Press. 2013 out-nov;12(5):6-23. propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse
nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 22/08/2013 - Revisado e aceito: 12/09/2013


Endereço de correspondência: Maurício Tatsuei Sakima. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
Rua Gonçalves Dias, 1767 – Centro – Araraquara/SP – CEP: 14.801-290 autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias
E-mail: ortodontiasakima@gmail.com faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Ancoragem esquelética em ortodontia – Parte II: implantes antes, durante ou depois do tratamento ortodôntico?

Kokich ilustrou o planejamento da colocação de implan- utilizada deve prever cargas leves e constantes nes-
tes osseointegráveis em pacientes com perdas dentárias ses implantes. Nesse quesito, os dispositivos orto-
antes do início do tratamento ortodôntico, e demonstrou dônticos da técnica do arco segmentado são essen-
a movimentação ortodôntica de dentes vizinhos a esses ciais na otimização dos implantes como ancoragem,
implantes6,8,9,10,14,15,19,20,21,24-29,31. Mais recentemente, em pois permitem a movimentação ortodôntica em den-
2010, Palagi et al.15 demonstraram que a utilização de tes próximos ou afastados dos implantes dentários.
implantes osseointegráveis com carga imediata ou após Por exemplo, é possível verticalizar não somente um
quatro meses de espera como ancoragem ortodôntica e molar adjacente ao implante, mas, também, um mo-
protética, não apresentou diferenças significativas. lar localizado no lado oposto da arcada, por meio de
arcos linguais ou barras palatinas. Apresentamos três
Por outro lado, implantodontistas, como Bianchini3, casos clínicos para ilustrar essa abordagem.
questionam se vale a pena indicar pacientes para o
tratamento ortodôntico devido à demora na solução
desses casos. Como a abordagem tradicional é a co- CASO CLÍNICO 1
locação dos implantes osseointegráveis após o tra- A paciente ilustrada nas Figuras 1 e 2 foi encaminhada
tamento ortodôntico, o retorno do paciente indicado para tratamento ortodôntico devido à falta de espaço
ocorre em uma média de dois anos, podendo ser mui- para a colocação de uma coroa protética no implante
to mais, dependendo da dificuldade do caso. Esses substituindo o dente 46. O implantodontista que inseriu
casos mutilados por extrações precoces de dentes três implantes nas regiões dos dentes 16, 36 e 46 não
permanentes apresentam uma grande dificuldade de contava com a inclinação dos dentes vizinhos aos im-
tratamento devido às grandes assimetrias dentoal- plantes, e muito menos se preocupou em prevenir esse
veolares geradas por perdas em épocas diferentes, efeito indesejado. O objetivo do tratamento era, então,
por extrusões de dentes antagonistas e, em alguns restabelecer o espaço adequado para que a coroa do
casos, porque os poucos molares que servem de su- implante do 46 pudesse ser colocada. Aproveitando o
porte vertical para a oclusão são os principais den- fato de haver dois implantes já instalados e com a pos-
tes a serem movimentados. Nas palavras do autor, sibilidade de colocação de coroas provisórias, acessó-
os aparelhos eternizam-se na boca desses pacientes, rios foram soldados às bandas ortodônticas, e esses
e eles demoram a retornar para a colocação dos im- implantes dos dentes 16 e 36 puderam ser utilizados
plantes e para a reabilitação protética final. como ancoragem. Na Figura 3, verifica-se que a verti-
calização do dente 47 foi iniciada de duas formas: por
É indiscutível que o trabalho interdisciplinar é o que vestibular, por meio de uma mola aberta entre os den-
traz melhores resultados para o paciente. O plane- tes 45 e 47; e por lingual, por meio de um arco lingual
jamento integrado das várias áreas da Odontologia ativado (Fig. 4) utilizando o implante do dente 36 como
pode facilitar a solução de casos mais complicados. ancoragem. Após o início da verticalização do 47, o
No presente artigo, abordamos a utilização de implan- dente 48 foi incluído no aparelho fixo inferior e um cursor
tes osseointegráveis como ancoragem na movimen- (sliding-jig), saindo da distal do 43 e apoiado na mesial
tação ortodôntica de casos mutilados por perdas de do 48, transferia a força de um elástico de Classe III que
dentes permanentes posteriores. A combinação da tinha no outro extremo o implante do dente 16 (Fig. 5).
colocação prévia ou durante o tratamento ortodôntico O resultado final obtido pode ser visto nas Figuras 6 e 7.
e uma mecânica ortodôntica otimizada pode solucio- Observe o ganho de espaço conseguido e as coroas
nar esse impasse com os implantodontistas. No en- provisórias de pré-molares colocadas nos implantes.
tanto, o planejamento é essencial, pois falhas graves Não foi necessária a colocação de nenhum outro tipo
no posicionamento dos implantes não podem ser cor- de ancoragem esquelética, nem tampouco ocorreu
rigidas, a não ser pela remoção desses. A mecânica efeitos colaterais nos dentes adjacentes ao problema.

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A B C

Figura 1: Caso clínico encaminhado para tratamento ortodôntico devido a falta de espaço para a colocação de coroa no implante
substituindo o dente 46. A) Vista lateral direita. B) Vista frontal. C) Vista lateral esquerda.

B C

Figura 2: Falta de espaço para o dente 46. A) Radiografia panorâmica. B) Telerradiografia em norma lateral. C) Vista oclusal.

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Figura 3: Coroas provisórias nos implantes dos dentes 16 e 36. Verticalização do 47 por meio de arco lingual ativado utilizando o
implante do 36 como ancoragem.

Figura 4: Arco lingual ativado para verticalização do dente 47.

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Figura 5: Mecânica para verticalização do dente 47 e para dis-


talização dos dentes 47 e 48.

Figura 6: Espaço do implante do 46 recuperado e colocação de


coroa provisória sobre esse.

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B C

B C

E F

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Figura 7: Radiografia panorâmica após recuperação de espaço para o 46.

CASO CLÍNICO 2 compensação nos molares para evitar efeitos extru-


O segundo caso ilustrado representa uma paciente sivos da verticalização com arcos contínuos. Pode-se
portadora de má oclusão de Classe III de Angle, carac- observar a presença do cicatrizador no implante do
terizada por mordida cruzada anterior e posterior bila- dente 36 (Fig. 10). Na Figura 11, a mordida cruzada
teral, perda dos dentes 36, 37 e 46, extrusão do dente anterior já foi corrigida e a resina removida para dar
26, apinhamento na arcada superior e espaçamento sequência ao tratamento. Note que o implante do den-
generalizado na arcada inferior (Fig. 8). O planejamen- te 36 já recebeu coroa provisória e que uma banda
to consistiu da indicação da instalação de um implante com acessórios por vestibular e, também, por lingual
na região do dente 36 e o uso desse como ancora- foi cimentada. A verticalização do dente 47 foi reali-
gem para solucionar os problemas na arcada inferior. zada com auxílio do arco lingual apoiado no implante.
Aparelhos fixos foram montados nessa arcada, mas os Também se pode observar a movimentação dos pré-
molares não foram incluídos no arco. Na arcada supe- molares adjacentes, utilizando o implante como anco-
rior, iniciou-se com a colocação de um aparelho quadri ragem (Fig. 12). A mesialização dos dentes 47, 48 e 38
-hélice removível para a correção da mordida cruzada foi realizada com o apoio no implante e com o auxílio
posterior (Fig. 9). Após a correção da mordida cruzada de um arco lingual ativado em geometria II. No lado
posterior, foi utilizado um arco de expansão na região esquerdo, o dente 38 foi trazido para frente apenas
anterossuperior, amarrado sobre o fio de NiTi termoa- utilizando cadeia elástica (Fig. 13). O resultado final
tivado de 0,014". Para facilitar o descruzamento an- pode ser observado nas Figuras 14 e 15. Compare as
terior, foi realizado um levante de mordida com resina radiografias panorâmicas inicial e final e observe que
acrílica fotopolimerizável (Triad, Dentisply) colado nos toda a mecânica de verticalização e fechamento de
dentes posterossuperiores. Também foi utilizada uma espaços na arcada inferior foi realizada com o apoio
cadeia elástica em fio 0,018”de aço, com dobras de no implante do dente 36.

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Figura 8: Fotografias iniciais de paciente Classe III de Angle com mordidas cruzadas anterior e posterior e perdas de molares inferiores.

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Figura 9: Expansão transversal dos dentes posteriores superiores e nivelamento e alinhamento dos dentes inferiores sem incorporar
os molares.

Figura 10: Correção da mordida cruzada anterior. Resina Triad utilizada para levantamento de mordida.

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Figura 11: Mordidas cruzadas anterior e posterior corrigidas. Implante com coroa provisória na região do dente 36.

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Figura 12: Utilização do implante do dente 36 como ancoragem para verticalização dos dentes 37 e 47 e movimentação do dente 34.

Figura 13: Dobras de finalização e elástico vertical entre dentes 23 e 33.

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Figura 14: Fotografias finais.

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Figura 15: Radiografias finais.

CASO CLÍNICO 3 foi usado como ancoragem, mesmo sabendo que ele
A paciente do terceiro caso clínico procurou tratamen- não seria utilizado na oclusão, posteriormente. Foi uti-
to ortodôntico devido à estética alterada e à dificulda- lizado o princípio de free-anchorage nesse caso, que
de de mastigação (Fig. 16). Além das várias perdas faz com que dentes que serão extraídos possam servir
dentárias, uma grande perda de inserção podia ser de apoio a movimentações dentárias requeridas. Após
vista na região anteroinferior. Diastemas generalizados conseguido o objetivo, o dente pode ser indicado para
em ambas as arcadas, bem como a falta de oclusão extração. A Figura 19 ilustra a situação logo após o
no lado esquerdo da paciente, eram as queixas mais splint ser removido e os implantes dos dentes 14, 25 e
importantes. Já haviam dado a opção de extrações 36 serem indicados. Mais tarde, quando o espaço fos-
de todos os dentes remanescentes e a colocação se suficiente, outro implante seria indicado na região
de próteses totais. Após ser indicada para tratamen- do dente 45. Após a instalação dos implantes, dois
to periodontal e retornar com a doença sob controle, deles serviram de ancoragem para o término da mo-
iniciou-se o tratamento por meio de um splint acríli- vimentação ortodôntica (Fig. 20). O implante do dente
co cimentado na arcada superior, utilizado para servir 14 foi utilizado para mesializar todo o segmento pos-
tanto de ancoragem para a movimentação intrusiva terior direito por meio de uma mola de NiTi com 150g,
e para lingual quanto para remover o trauma oclusal apoiada em dois power-arms. Para evitar a giroversão
que estava ocorrendo nos dentes anteriores (Fig. 17). do molar superior direito, um cantiléver em forma de
Esse splint continha um tubo triplo de cada lado e fios barra palatina foi instalado usando o implante do 25
0,9mm de aço unindo as partes em acrílico. Para a como apoio. No lado esquerdo, o dente 26 foi intruí-
movimentação intrusiva, foi utilizado um arco de intru- do por meio de dois cantiléveres: um vestibular, com
são de três peças, com força intrusiva de 25g por lado 20g, e outro palatino, com 30g, utilizando o implante
(realizado por meio de cantiléveres feitos com fio de do dente 25 como ancoragem. Após a intrusão desse
TMA de 0,017 x 0,025"). Na Figura 18, os diastemas dente, a coroa provisória do dente 36 pôde ser colo-
superiores encontram-se fechados, solucionando par- cada. Observe a satisfação da paciente com o resulta-
te da queixa principal da paciente. Na arcada inferior, do obtido (Fig. 21). O tratamento ortodôntico aliado ao
foi realizado um enxerto gengival livre para não correr tratamento periodontal e à reabilitação protética feita
riscos, pois os incisivos apresentavam mucosa cerati- com quatro implantes osseointegráveis fez com que
nizada bastante fina na parte vestibular. Após 90 dias, as extrações de todos os dentes permanentes fossem
foi iniciada a intrusão com 40g de força intrusiva por evitadas e que a melhora na autoestima ocorresse
meio de um arco de intrusão. Observe que o dente 38 com uma abordagem mais conservadora.

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Figura 16: Fotografias, radiografias e imagens oclusais iniciais do caso clínico com
perdas múltiplas de dentes e comprometimento periodontal.

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Figura 17: Mecânica de retração e intrusão dos incisivos superiores apoiados em splint fixo.

Figura 18: Mecânicas de intrusão realizadas nas arcadas superior e inferior.

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Figura 19: Montagem dos aparelhos fixos após a remoção do splint.

Figura 20: Mecânica de mesialização dos molares superiores do lado direito apoiada no implante do dente 14. Mecânica de intrusão
do dente 26 apoiada no implante do dente 25.

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Figura 21: Documentação final do caso tratado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS pacientes mutilados para o ortodontista. Apesar de nem


Assim como a introdução dos implantes osseointegrá- todos os implantes poderem ser colocados imediata-
veis mudou radicalmente o planejamento reabilitador mente, em vários casos, alguns poderão ser instalados,
protético, a possibilidade do uso de ancoragem esque- diminuindo a insegurança do implantodontista quanto
lética também revolucionou a Ortodontia contemporâ- ao retorno do paciente indicado. No entanto, vale res-
nea. A aplicação de forças leves e constantes represen- saltar que as cargas utilizadas nos implantes devem
ta um risco baixo à estabilidade dos implantes, e alguns ser de baixa intensidade e que mecânicas específicas
autores sugerem que essas forças ainda melhoram a devem ser planejadas para se evitar movimentos extru-
densidade óssea ao redor desses13,32. O planejamento sivos de dentes posteriores, que têm como consequên-
do posicionamento antes ou durante o tratamento orto- cia a rotação horária da mandíbula. Esse efeito colateral
dôntico pode fazer com que movimentações dentárias pode gerar uma grande dificuldade quanto à precisão
difíceis possam ser realizadas sem gerar efeitos colate- na colocação dos implantes. No presente artigo, abor-
rais nos dentes vizinhos. Além disso, essa abordagem damos mecânicas quase que exclusivamente intra-ar-
interdisciplinar pode abreviar consideravelmente o tem- cadas, evitando ao máximo elásticos intermaxilares por
po do tratamento ortodôntico, fazendo com que os im- períodos longos. A previsão de onde o implante deve
plantodontistas não questionem se vale a pena indicar ser instalado é realizada com o auxílio de oclusograma.

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