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Ainda de acordo com Gláucio Ary (1994), dentre as razões mais comuns dadas por militares
para o Golpe de 64 destacam-se o caos, a desordem; o perigo comunista; a crise hierárquica
militar; a corrupção e o apoio popular ao golpe. Ainda podemos destacar os fatores
econômicos e os fatores externos, mais especificamente a influência norte-americana.
Ainda como oposições internas, citamos os possíveis candidatos à sucessão de João Goulart
como Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek; também os meios de comunicação como jornais
impressos, telejornais, revistas e rádios (todos estes meios de comunicação transmitiam
comícios, encontros, passeatas como apoio ao ideário do golpe, que a nação precisava de um
novo governo com ordem e progresso).
A realidade brasileira passou a ser um ambiente tenso, onde não se cogitava a liberdade de
expressão, principalmente contra o governo e a ordem estipulada pelo mesmo. A fim de
controlar a sociedade, foram criados Órgãos de Segurança, trazendo a tona e intensificando o
medo e a repressão.
Neste contexto de repressão, dominação e crise econômica, de certa forma, gerou-se um nível
de insatisfação por parte de assistentes sociais no que diz respeito principalmente ao
ferimento dos direitos humanos, que todo cidadão haveria de possuir, principalmente o direito
de expressão e de liberdade.]
O controle social, baseado na repressão das classes populares atinge também os profissionais
do serviço social, onde a sua atuação é limitada.
Porém, ao mesmo tempo em que a ditadura brecava o movimento e a mudança ideológica da
profissão, possibilitou a antecipação dessa “crise” na categoria, pois impulsionava a “chama de
renovação social”
inicia-se a articulação do movimento de reconceituação do serviço social, embasado na
insatisfação dos profissionais, em relação às condições de vida dos trabalhadores e do povo
brasileiro, tendo seus direitos civis e humanos feridos pelo regime militar
Para Netto (2011), a relação entre o Serviço Social e a autocracia burguesa exige uma análise
que vai além daquilo que se adjetiva como período ditatorial, expresso pela repressividade.
Impõe situar a profissão dentro desse processo, fazendo a mediação entre ela e a dinâmica e o
significado histórico da autocracia burguesa no Brasil. E mais, como novas exigências foram
sendo colocadas pela ditadura para as práticas, as modalidades de reprodução e as (auto)
representações profissionais” (NETTO, 2011, p. 117).