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Faça um texto dissertativo sobre a 

institucionalização da prática dos assistentes sociais e a


legitimação profissional durante o período dos governos militares.

A significação do Golpe de Abril.

O Brasil desde o processo de colonização, na formação do país deixava nítido


ser um país rural, agrário. No capitalismo tardio e já no processo de crise, onde
tínhamos (e ainda temos) uma política totalmente orientada pelos países norte-
americanos, o país vinha num processo de crescimento contínuo, com a
produção de milho, soja, algodão, entre outros, e a burguesia se encontrava
dividida. Ambiente propício para o golpe de abril. Antes do golpe existiam duas
forças: Burguesia nacional (produtos desenvolvidos no Brasil) e Burguesia
industrial (exportação). Onde deram origens a dois partidos, o ruralista e o
nacionalista.
Este período marcado pelo golpe possui três períodos marcantes para
pensarmos:
Ditadura Burguesa, não militar.
1. Adequar aos padrões de desenvolvimento nacionais. Ideia de que o Brasil
entrasse no ritmo do capitalismo e se esforçasse para criar grandes
indústrias. Internacionalização do Capital.
2. Golpear e mobilizar os protagonistas sociopolíticos habilitados a resistir a
esta reinserção mais subalterna do Sistema Capitalista.
Sugestão de leitura: Ernest Mandel (crises cíclicas do capitalismo)
3. Dinamizar em todos os quadrantes as tendências que podiam ser
catalisados contra revolução e o socialismo.
Os resultados desse processo foram:
● Afirmação de um padrão desenvolvimento dependente.
● Exclusão de protagonistas comprometidos com projeto nacionais populares e
democráticos.
● Discurso zoologicamente anticomunista.
● Processos diretivos da sociedade decididos pelo alto.
● Reformas de bases: exclusão da classe trabalhadora
● O desfecho de abril que a força impôs foi postergar uma inflexão política sem
lesionar os fundamentos da propriedade e do mercado capitalismo.

Ainda de acordo com Gláucio Ary (1994), dentre as razões mais comuns dadas por militares
para o Golpe de 64 destacam-se o caos, a desordem; o perigo comunista; a crise hierárquica
militar; a corrupção e o apoio popular ao golpe. Ainda podemos destacar os fatores
econômicos e os fatores externos, mais especificamente a influência norte-americana.

Ainda como oposições internas, citamos os possíveis candidatos à sucessão de João Goulart
como Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek; também os meios de comunicação como jornais
impressos, telejornais, revistas e rádios (todos estes meios de comunicação transmitiam
comícios, encontros, passeatas como apoio ao ideário do golpe, que a nação precisava de um
novo governo com ordem e progresso).

A realidade brasileira passou a ser um ambiente tenso, onde não se cogitava a liberdade de
expressão, principalmente contra o governo e a ordem estipulada pelo mesmo. A fim de
controlar a sociedade, foram criados Órgãos de Segurança, trazendo a tona e intensificando o
medo e a repressão.
Neste contexto de repressão, dominação e crise econômica, de certa forma, gerou-se um nível
de insatisfação por parte de assistentes sociais no que diz respeito principalmente ao
ferimento dos direitos humanos, que todo cidadão haveria de possuir, principalmente o direito
de expressão e de liberdade.]
O controle social, baseado na repressão das classes populares atinge também os profissionais
do serviço social, onde a sua atuação é limitada.
Porém, ao mesmo tempo em que a ditadura brecava o movimento e a mudança ideológica da
profissão, possibilitou a antecipação dessa “crise” na categoria, pois impulsionava a “chama de
renovação social”
inicia-se a articulação do movimento de reconceituação do serviço social, embasado na
insatisfação dos profissionais, em relação às condições de vida dos trabalhadores e do povo
brasileiro, tendo seus direitos civis e humanos feridos pelo regime militar
Para Netto (2011), a relação entre o Serviço Social e a autocracia burguesa exige uma análise
que vai além daquilo que se adjetiva como período ditatorial, expresso pela repressividade.
Impõe situar a profissão dentro desse processo, fazendo a mediação entre ela e a dinâmica e o
significado histórico da autocracia burguesa no Brasil. E mais, como novas exigências foram
sendo colocadas pela ditadura para as práticas, as modalidades de reprodução e as (auto)
representações profissionais” (NETTO, 2011, p. 117).

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