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Notícias / Tecnologia
Um sistema computacional capaz de antecipar, com precisão acima de 90%, a quantidade de chuva e os riscos de deslizamento nas encostas
foi criado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A nova metodologia, desenvolvida pelo engenheiro Fábio Teodoro de Souza, da
Coordenação de Programas de Pós-graduação em Engenharia (Coppe), permite que as pessoas que moram em áreas de risco do município
do Rio possam ser alertadas com até 6 horas de antecedência.
Os deslizamentos já provocaram 11 mortes na cidade entre 1998 e 2001, além de derrubar casas e obstruir vias de transporte. Segundo a Geo-
Rio, fundação municipal responsável pelo monitoramento das chuvas e encostas, foram registrados 736 escorregamentos nesse período.
As principais causas são a destruição da vegetação, o acúmulo de lixo, a obstrução de canaletas e bueiros e a falta de manutenção de obras.
São também responsáveis as mudanças nas características do solo provocadas pela chuva -- aumento de peso, acúmulo de água, redução da
sucção, do atrito e da coesão. As estruturas de contenção de encostas feitas sem critérios técnicos também podem ceder e ocasionar acidentes.
O modelo para prever o risco de deslizamentos no Rio dividiu o município em 30 áreas, em função dos locais onde estão instalados os
pluviômetros da Geo-Rio. O sistema que atualmente é responsável por alertar as áreas de risco reparte a cidade em apenas quatro bacias.
Outra vantagem do novo método é a automatização dos cálculos. "Hoje, são os profissionais da Geo-Rio que analisam e interpretam as
imagens", conta Souza. "Os critérios são muito mais subjetivos."
O projeto foi concebido a partir de técnicas de mineração de dados (data mining). Na primeira fase, o banco de dados foi preparado a partir
de informações sobre locais de escorregamento e incidência e quantidade de chuvas e sobre ocupação do solo de 1998 a 2001. "A base de
dados fornecida continha muitas informações ausentes", diz Souza. "O preenchimento dessas lacunas foi fundamental para o sucesso dos
modelos, devido à escassez de registros."
O próximo passo foi a criação de uma matriz com dados sobre a quantidade de chuvas relacionada com os danos causados, o volume
deslizado e o tipo de escorregamento. "Com essa matriz, o sistema pode extrair informações de forma automática." O engenheiro inseriu
artificialmente a categoria ’não ocorrência’ para poder melhorar o banco de dados. "Dessa forma, é possível saber quais níveis de chuvas não
acarretam deslizamentos." Segundo Souza, o novo sistema pode ainda ser aprimorado se o banco de dados crescer.
O método desenvolvido por Souza está em fase de patenteamento. A idéia é que as informações estejam disponíveis on-line para a consulta
dos cidadãos, mas ainda não há previsão para sua implantação efetiva. A pesquisa foi resultado da sua tese de doutorado, orientada pelo
engenheiro Nelson Ebecken, e recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
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29/4/2011 Alerta mais rápido contra chuvas e de…
Eliana Pegorim
Ciência Hoje On-line
16/07/04
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